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APOSTILA

PREPARATÓRIA

INSS
TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
ÉTICA E CONDUTA PÚBLICA
REGIME JURÍDICO ÚNICO
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
LÍNGUA PORTUGUESA
RACIOCÍNIO LÓGICO
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

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INSS 3
Instituto Nacional do Seguro Social

TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL

NÍVEL MÉDIO
Conhecimentos gerais e específicos

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2015 Focus Concursos
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. Proibida a
reprodução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e
da editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográ-
ficos, reprográficos, microfílmicos, fotográficos, gráficos e outros. Essas proibições aplicam-se tam-
bém à editoração da obra, bem como às características gráficas.

APOSTILA PREPARATÓRIA PARA O CONCURSO DE

TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL


ORGANIZADORES:
Vitor Matheus Krewer , Marcelo Adriano Ferreira, Pablo Jamilk Flores

5
DIRETORIA EXECUTIVA DIREÇÃO EDITORIAL
Evaldo Roberto da Silva Pablo Jamilk Flores
Ruy Wagner Astrath Marcelo Adriano Ferreira

PRODUÇÃO EDITORIAL COORDENAÇÃO EDITORIAL


Vítor Matheus Krewer Pablo Jamilk Flores
Marcelo Adriano Ferreira
DIAGRAMAÇÃO Daniel Sena
Liora Vanessa Coutinho
REVISÃO
CAPA/ILUSTRAÇÃO Vítor Matheus Krewer
Rafael Lutinski Pablo Jamilk

TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL

NÍVEL MÉDIO
Conhecimentos gerais e específicos

Publicado em Dezembro/2015

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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DE
TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL

Prezado aluno,

Este material foi concebido para que você tivesse a oportunidade de entrar em contato com os
conteúdos necessários para realizar a prova do seu concurso. Muito esforço foi empregado para que
fosse possível chegar à síntese de conteúdos que aqui está proposta. Na verdade, esse material é o re-
sultado do trabalho dos escritores que se dedicam – há bastante tempo – à preparação de candidatos
para a realização de concursos públicos.
A sugestão é que você faça um estudo sistemático com o que está neste livro. Dito de outra ma-
neira: você não deve pular partes deste material, pois há uma ideia de unicidade entre tudo que está 7
aqui publicado. Cada exercício, cada capítulo, cada parágrafo, cada linha dos textos será fundamental
(serão fundamentais em sua coletividade) para que sua preparação seja plena.
Caso o seu objetivo seja a aprovação em um concurso público, saiba que partilhamos desse
mesmo objetivo. Nosso sucesso depende necessariamente do seu sucesso! Por isso, desejamos muita
força, concentração e disciplina para que você possa “zerar” os conteúdos aqui apresentados, ou seja,
para que você possa estudar tudo que verá aqui e compreender bem.
Desejamos que todo esse esforço se transforme em questões corretas e aprovações em
concursos.

Bons estudos!

Professor Pablo Jamilk

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PROPOSTA DA APOSTILA PARA O CONCURSO DO INSS
O presente material tem como objetivo preparar candidatos para o certame do Instituto Nacional do Seguro
Social.
Com a finalidade de permitir um estudo autodidata, na confecção do material foram utilizados diversos re-
cursos didáticos, dentre eles, Dicas e Gráficos. Assim, o estudo torna-se agradável, com maior absorção dos assun-
tos lecionados, sem, contudo, perder de vista a finalidade de um material didático, qual seja uma preparação rápida,
prática e objetiva.
O presente material tem como objetivo o cargo de Técnico do Seguro Social, conforme o último edital publi-
cado em 2015:

cáveis aos agentes públicos nos casos de enriqueci-


mento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego
CONHECIMENTOS BÁSICOS E ESPECÍ- ou função da administração pública direta, indireta
FICOS ou fundacional e dá outras providências).
Lei n°9.784/99 e alterações posteriores (Lei do Pro-
01.Ética e Conduta Pública cesso Administrativo).
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil
do Poder Executivo Federal: Decreto nº 1.171/94 e De- 05.Língua Portuguesa
creto 6.029/07. Compreensão e interpretação de textos.
Tipologia textual.
02.Regime Jurídico Único Ortografia oficial.
Lei 8.112/90 e alterações posteriores, direitos e deve- Acentuação gráfica.
res do Servidor Público. Emprego das classes de palavras.
O servidor público como agente de desenvolvimento Emprego do sinal indicativo de crase.
social; Sintaxe da oração e do período.
Saúde e Qualidade de Vida no Serviço Público. Pontuação.
Concordância nominal e verbal.
03.Noções de Direito Constitucional Regências nominal e verbal.
Direitos e deveres fundamentais: direitos e deveres Significação das palavras.
individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à Redação de correspondências oficiais.
igualdade, à segurança e à propriedade; direitos so- 9
ciais; nacionalidade; cidadania; garantias constitu- 06.Raciocínio Lógico
cionais individuais; garantias dos direitos coletivos, Conceitos básicos de raciocínio lógico: proposições;
sociais e políticos. valores lógicos das proposições; sentenças abertas;
Da Administração Pública (artigos de 37 a 41, capítulo número de linhas da tabela verdade; conectivos; pro-
VII, Constituição Federal). posições simples; proposições compostas.
Tautologia.
04.Noções de Direito Administrativo Operação com conjuntos.
Estado, governo e administração pública: conceitos, Cálculos com porcentagens.
elementos, poderes e organização; natureza, fins e
princípios. 07.Noções de Informática
Direito Administrativo: conceito, fontes e princípios. Conceitos de Internet e intranet.
Organização administrativa da União; administração Conceitos básicos e modos de utilização de tecnolo-
direta e indireta. gias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de in-
Agentes públicos: espécies e classificação; poderes, formática.
deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
públicos; regime jurídico único: provimento, vacân- edição de textos, planilhas e apresentações utilizan-
cia, remoção, redistribuição e substituição; direitos e do-se a suíte de escritório LibreOffice.
vantagens; regime disciplinar; responsabilidade civil, Conceitos e modos de utilização de sistemas opera-
criminal e administrativa. cionais Windows 7 e 10.
Poderes administrativos: poder hierárquico; poder Noções básicas de ferramentas e aplicativos de nave-
disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso gação e correio eletrônico.
e abuso do poder. Noções básicas de segurança e proteção: vírus, wor-
Ato administrativo: validade, eficácia; atributos; ex- ms e derivados.
tinção, desfazimento e sanatória; classificação, espé-
cies e exteriorização; vinculação e discricionariedade. 08.Conhecimentos Específicos
Serviços Públicos; conceito, classificação, regulamen- Seguridade Social.
tação e controle; forma, meios e requisitos; delegação: Origem e evolução legislativa no Brasil.
concessão, permissão, autorização. Conceituação.
Controle e responsabilização da administração: con- Organização e princípios constitucionais.
trole administrativo; controle judicial; controle legis- Legislação Previdenciária.
lativo; responsabilidade civil do Estado. Lei nº. 8.429/92 Conteúdo, fontes, autonomia.
e alterações posteriores (dispõe sobre as sanções apli- Aplicação das normas previdenciárias.
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Vigência, hierarquia, interpretação e integração.
Regime Geral de Previdência Social.
Segurados obrigatórios,
Filiação e inscrição.
Conceito, características e abrangência: empregado,
empregado doméstico, contribuinte individual, tra-
balhador avulso e segurado especial.
Segurado facultativo: conceito, características, filia-
ção e inscrição.
Trabalhadores excluídos do Regime Geral.
Empresa e empregador doméstico: conceito previ-
denciário.
Financiamento da Seguridade Social.
Receitas da União.
Receitas das contribuições sociais: dos segurados, das
empresas, do empregador doméstico, do produtor ru-
ral, do clube de futebol profissional, sobre a receita de
concursos de prognósticos, receitas de outras fontes.
Salário-de-contribuição.
Conceito.
Parcelas integrantes e parcelas não-integrantes.
Limites mínimo e máximo.
Proporcionalidade.
Reajustamento.
Arrecadação e recolhimento das contribuições desti-
nadas à seguridade social.
Competência do INSS e da Secretaria da Receita Fede-
ral do Brasil.
Obrigações da empresa e demais contribuintes.
Prazo de recolhimento.
Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atualização
10 monetária. 6 Decadência e prescrição. 7 Crimes contra
a seguridade social.
Recurso das decisões administrativas.
Plano de Benefícios da Previdência Social: beneficiá-
rios, espécies de prestações, benefícios, disposições
gerais e específicas, períodos de carência, salário-de-
-benefício, renda mensal do benefício, reajustamento
do valor dos benefícios.
Manutenção, perda e restabelecimento da qualidade
de segurado.
Lei n.° 8.212, de 24/07/1991 e alterações posteriores.
Lei n.º 8.213, de 24/07/1991 e alterações posteriores.
Decreto n.° 3.048, de 06/05/1999 e alterações poste-
riores;
Lei de Assistência Social – LOAS: conteúdo; fontes e
autonomia (Lei n° 8.742/93 e alterações posteriores;
Decreto nº. 6.214/07 e alterações posteriores).

Bons estudos!
Leonardo Alves

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Ética no Serviço Público 11

Ética no Serviço Público


Autor:
Tiago Zanolla

Curriculum:
Professor de Ética no Serviço Público, Conhe-
cimentos Bancários e Direito Regimental. For-
mado em Engenharia de Produção pela Uni-
versidade Pan-Americana de Ensino. Técnico
Judiciário Cumpridor de Mandados no Tribunal
de Justiça do Estado do Paraná. Envolvido com
concursos públicos desde 2009 é professor em
diversos estados do Brasil.

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SUMÁRIO

1. COMO ESTUDAR ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO............................................................................................................................................. 13


2. ÉTICA, MORAL, PRINCÍPIOS E VALORES........................................................................................................................................................ 13
3. ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA...................................................................................................................................17
4. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ÉTICA................................................................................................................................................................. 18
5. DECRETO 1.171/1994 - INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................. 19
6. DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS........................................................................................................................................................................... 21
7. SEÇÃO II - DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO...................................................................................................... 24
8. SEÇÃO III - DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO.............................................................................................................................26
9. DAS COMISSÕES DE ÉTICA – DECRETO 1.171................................................................................................................................................ 28
10. DECRETO 6.029/2007.................................................................................................................................................................................................29

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Ética no Serviço Público

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1. COMO ESTUDAR ÉTICA NO SERVIÇO A ética é construída por uma sociedade com base
nos valores históricos e culturais, ou seja, antecede qual-
PÚBLICO quer lei ou código.

Introdução Evolução Histórica da Ética

Capítulo 01 - Como Estudar Ética no Serviço Público


Muitos candidatos, desprezam o estudo da discipli- A evolução do conceito de ética foi, sempre, dentro
na Ética no Serviço Público. Acreditam que apenas uma de determinados contextos específicos, elaborados pelo
leitura da “lei seca” é suficiente. Ocorre que muitas ban- homem. Significa que a evolução do conceito resulta de
cas têm elaborado questões mesclando conhecimentos condições civilizacionais e de contemporaneidade que
de outras disciplinas, tais como, direito administrativo, foram mudando ao longo do tempo.
direito constitucional, direito penal, leis especiais, entre Por outras palavras é a sociedade que determina
outros, com dispositivos do Decreto 1.171. as regras da ética (seja através das leis, dos costumes ,
Além disso, temos o estudo da “Teoria da Ética”. O da Moral, de códigos de conduta ou da deontologia) mas
estudo da ética é muito subjetivo, existem centenas de existe sempre um espaço de consciência individual que
conceitos. permite a cada cidadão estabelecer as suas fronteiras
Veja o exemplo de recentes questões que concur- desde que não infrinja princípios determinados por re-
so: gras de conduta sociais.
(CESPE – 2008 – Analista do Seguro Social) O códi- A ética na civilização Grega: A ética tinha uma re-
go de ética se caracteriza como decreto autônomo no que lação muito estreita com a política. Atenas era o ponto de
concerne à lealdade à instituição a que o indivíduo serve encontro da cultura grega onde nasceu uma democracia
(CESPE – 2012 – IBAMA – Téc. Adm.) A ética, en- com assembleias populares e tribunais e as teorias éti-
quanto filosofia da moral, constata o relativismo cultural cas incidiam sobre a relação entre o cidadão e a polis. As
e o adota como pressuposto de análise da conduta huma- correntes filosóficas: ética aristotélica, ética socrática e
na no contexto público. ética platónica, têm em comum que o homem deverá pôr
(CESPE - 2015 - MPU - Técnico do MPU) A ética os seus conhecimentos ao serviço da sociedade. A Ética
envolve um processo avaliativo do modo como os seres na civilização grega era apenas uma ética normativa. Li-
humanos, a natureza e os animais intervêm no mundo ao mitava-se a classificar os atos do homem.
seu redor. Após as conquistas de Alexandre Magno, a huma-
O que achou? Conseguiu respondê-las? nidade presencia uma nova era: No mundo helenístico
Questões desse tipo, podem ser a diferença entre a e romano, a ética passa a sustentar-se em teorias mais 13
aprovação no certame pretendido. Quem visa passar em individualistas que analisam de diversas formas o modo
concurso público deve lutar por cada ponto. mais agradável de viver a vida. Já não se tratava de con-
ciliar o homem com a cidade. Em todas as abordagens

Ética no Serviço Público


Apesar de muitos acharem a disciplina complica-
da, pois o tema é amplo e difícil de ser previsto devido à éticas estava subjacente a procura de felicidade como o
grande referência bibliográfica, a grande verdade é que o bem supremo a atingir.
foco de cobrança de Ética tem sido tratado sobre a abor- A Ética na Idade Média: Na idade média o conceito
dagem sobre o cliente-cidadão. Com a metodologia apro- de ética altera-se radicalmente. Desliga-se da natureza
priada, o estudo torna-se muito agradável. para se unir com a moral cristã. A influência da igreja, en-
tre os séculos IV e XIV, impede que nas cidades europeias
2. ÉTICA, MORAL, PRINCÍPIOS E VALO- a ética se afaste das normas que ela própria dita. Só o en-
contro do Homem com Deus lhe possibilitará a felicidade.
RES Ética e moral fundiam-se numa simbiose que a
igreja considerava perfeita. Durante este período a Ética
O tema ética está presente na vida das pessoas, deixa de ser uma opção, passa a ser imposta, confundin-
seja em pequenas ou grandes decisões, dilemas éticos do-se com a religião e a moral. Continua porém apenas a
surgem cotidianamente. A escolha entre o caminho fácil ser normativa.
e o mais correto, entre obediência e sentimento, conflitos Idade contemporânea: Surgem ramos diferencia-
de foro íntimo são travados. dos aplicados nos diferentes campos do saber e das ati-
A ética é uma ciência de estudo da filosofia., pauta- vidades do ser humano. No Séc. XIX começa a aparecer a
da no indivíduo. O termo Ética deriva do grego ethos (ca- ética aplicada. A ciência e a economia substituem a reli-
ráter, modo de ser de uma pessoa). A ética serve para que gião. Começa a falar-se de “ética utilitarista”: tudo o que
haja um EQUILÍBRIO E BOM FUNCIONAMENTO SOCIAL, contribua para o progresso social é bom.
possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sen- Anos 50 a 80, Ética, consumo e sustentabilidade:
tido, a ética, embora não possa ser confundida com as Sociedade de consumo – cidadão consumidor
leis, está relacionada com o sentimento de justiça social. Final do séc. passado: As desigualdades fazem
despertar uma consciência cívica. O consumidor-objeto
dá lugar ao consumidor sujeito, mais preocupado com o
Ética significado e as consequências dos seus padrões de con-
Significa COMPORTAMENTO, sendo um conjunto de sumo. Multiplicam-se os códigos de ética ou de conduta.
valores morais e princípios que norteiam a conduta Nasce a empresa-cidadã: postura ética empresarial.
humana na sociedade Séc. XXI: Ética sustentável – caracterizada pelo
respeito pela natureza.
Do ponto de vista da Filosofia, Ética é a parte da fi-
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losofia que estuda os fundamentos da moral e os princí- ÉTICA FILOSÓFICA x ÉTICA CIENTÍFICA
pios ideais da conduta humana, ou seja, tem como objeto A ÉTICA FILOSÓFICA é aquela que tenta estabelecer
de estudo o estímulo que guia a ação: os motivos, as cau- princípios constantes e universais para a boa condu-
sas, os princípios, as máximas, as circunstâncias. ta da vida em sociedade, em suma, tenta estabelecer
As ações (condutas) são baseadas em juízos éticos uma moral universal, a qual os homens deveriam se-
que nos dizem o que são o bem, o mal e a felicidade. Enun- guir independentemente das contingências de lugar e
ciam também que atos, sentimentos, intenções e com- de tempo. A ética tem como objeto de estudo o estímulo
portamentos são condenáveis ou incorretos do ponto de que guia a ação: os motivos, as causas, os princípios, as
Capítulo 02 - Ética, Moral, Princípios e Valores

vista moral. máximas, as circunstâncias; mas também analisa as


Juízos éticos de valor, que são também normati- consequências dessas ações.
vos, enunciam normas que determinam o dever ser de Por outro lado, a ÉTICA CIENTÍFICA constata o relati-
nossos sentimentos, nossos atos, nossos comportamen- vismo cultural e o adota como pressuposto. Qualifica o
tos. São juízos que enunciam obrigações e avaliam inten- bem e o mal, assim como a virtude e o vício, a partir de
ções e ações segundo o critério do bem e do mal, ou seja, seus fundamentos sociais e históricos. Na investigação
do correto e do incorreto. da ética científica, a pluralidade, a diversidade cultural
Fique atento: o examinador pode cobrar dois tipos e a dinâmica da sociedade são relevantes.
de juízo:

Juízo de Fato Juízo de Valor Para memorizar:


São aqueles que dizem o Constitui avaliações sobre
que as coisas são, como coisas, pessoas, situações, Ética Filosófica Ética Científica
são e porque são. Em e são proferidos na moral,
nossa vida cotidiana, nas artes, na política, na Moral universal Relativismo cultural
os juízos se fato estão religião, enfim, em todos
Princípios universais Depende da situação
presentes os campos da existência
social do ser humano. Lei natural Cultura e sentimentos
Juízos de valor avaliam
coisas, pessoas, ações, ex- Consciência imutável Relativismo moral
periências, acontecimen-
14 tos, sentimentos, estados SÓCRATES, considerado o pai da filosofia, dizia que
de espíritos, intenções e a obediência à lei era o divisor entre a civilização e a bar-
decisões como sendo boas bárie. Segundo ele, as ideias de ordem e coesão garantem
Ética no Serviço Público

ou más, desejáveis ou a promoção da ordem política. A ética deve respeitar às


indesejáveis leis, portanto, à coletividade.
KANT afirmava que o fundamento da ética e da
Qual a origem da diferença entre os dois tipos de moral seria dado pela própria razão humana: a noção de
juízo? A diferença está entre a natureza e a cultura. dever. Mais recentemente, o filósofo inglês BERTRAND
A natureza é constituída por estruturas e proces- RUSSELL afirmou que a ética é subjetiva, portanto não
sos necessários, que existem em si e por si mesmos, in- conteria afirmações verdadeiras ou falsas. Porém, de-
dependentemente de nós. A chuva, por exemplo, é um fendia que o ser humano deveria reprimir certos desejos
fenômeno meteorológico cujas causas e efeitos necessá- e reforçar outros se pretendia atingir o equilíbrio e a feli-
rios podemos constatar e explicar. cidade.
A cultura, por sua vez, nasce da maneira como os Quer um exemplo prático? Imagine que você pre-
seres humanos se interpretam a si mesmos, e as suas re- cisa ir ao banco. Chegando lá há uma enorme fila, porém
lações com a natureza, acrescentando-lhe sentidos no- você está atrasado para um compromisso. O que você
vos, intervindo nela, alterando-a através do trabalho e faz? Por que está com pressa, já vai “furando” a fila? NÃO,
da técnica dando-lhe valores. CLARO QUE NÃO, pois, é ético respeitá-la, ou seja, apesar
Outro ponto de cobrança é a diferença entre ética de seu desejo e necessidade, você vai lá para o final da fila,
filosófica e ética científica: mantendo assim a harmonia da coletividade ali presente.
Quem chegou antes, tem o direito de ser atendido antes.
E essa coisa de respeitar a fila, está em alguma lei? Tam-
bém não, pois é um valor arraigado em nossa sociedade.
O termo moral deriva do latim – mos/mores (do
latino “morales”), e significa COSTUMES. Moral é agir de
maneira ética. No contexto filosófico, ética e moral pos-
suem diferentes significados.
Segundo Aranha e Martins (1997, p. 274):
A moral é o conjunto das regras de conduta admiti-
das em determinada época ou por um grupo de homens.
Nesse sentido, o homem moral é aquele que age bem ou
mal na medida que acata ou transgride as regras do gru-
po. A ética ou filosofia moral é a parte da filosofia que se
ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios
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que fundamental a vida moral. Essa reflexão pode seguir costumes.”
as mais diversas direções, dependendo da concepção de • “Parte da filosofia que estuda o comportamento
homem que se toma como ponto de partida . humano à luz dos valores e prescrições que regulam a
vida das sociedades;
Moral No sentido prático, a finalidade da ética, da moral
São os costumes, regras, tabus e convenções estabe- e do direito são muito semelhantes. Todas são responsá-
veis e objetivam construir as bases que vão guiar a con-

Capítulo 02 - Ética, Moral, Princípios e Valores


lecidas por cada sociedade em determinada época, por
isso, é mutável. A moral pessoal é formada pela cultura duta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo
e tradição do grupo ao qual o indivíduo está inserido. e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se
comportar em sociedade.
Segundo Cordi, desde a infância a pessoa está su-
jeita à influência do meio social por intermédio da famí- AÇÕES DO HOMEM E FENÔMENOS DA NATUREZA
lia, da escola, dos amigos e dos meios de comunicação de “A ética envolve um processo avaliativo especial sobre
massa (principalmente a televisão). Assim, ela vai adqui- o modo como os seres humanos intervêm no mundo ao
rindo aos poucos princípios morais. Portanto, ao nascer seu redor, principalmente quando se relacionam com
o sujeito se depara com um conjunto de normas já esta- os seus semelhantes.
belecidas e aceitas pelo meio social. Este é o aspecto so- Assim como os fenômenos da natureza (movimentos
cial da moral. Mas a MORAL NÃO SE REDUZ AO ASPECTO das rochas, dos mares e dos planetas, etc.), as ações
SOCIAL. À medida que o indivíduo desenvolve a reflexão humanas também modificam o mundo. Contudo, esses
crítica, os valores herdados passam a ser colocados em dois tipos de eventos - naturais e humanos - são apre-
questão. Ele reflete sobre as normas e decide aceitá-las ciados por nós de formas completamente distintas.
ou negá-las. A decisão de acatar uma norma é fruto de Quando se trata de uma ação humana, por exemplo um
uma reflexão pessoal consciente que se chama interio- roubo praticado por alguém, fazemos não apenas uma
rização. Essa interiorização da norma é que qualifica o avaliação moral do aspecto exterior, visível, do even-
ato como moral. Caso não seja interiorizado, o ato não é to (a apropriação indevida de algo que pertence a outra
considerado moral, é apenas um comportamento deter- pessoa), mas principalmente uma avaliação moral do
minado pelos instintos, pelos hábitos ou pelos costumes. sentido dessa ação para o agente que a pratica, em um
A Moral sempre existiu, sendo, portanto anterior esforço para compreender as suas intenções.
ao Direito. Nem todas as regras Morais são regras jurídi- Quando, porém, se trata de um fenômeno da natureza,
cas. A linguagem da moral possui caráter prescritivo sig- como uma acomodação de placas da crosta terrestre 15
nifica, portanto, afirmar que ela não se limita à descrição que causa terremotos na superfície do planeta, essa
ou à análise do modo como as coisas são, mas dita o modo avaliação moral não ocorre, exatamente porque não há

Ética no Serviço Público


como devem ser. A semelhança que o Direito tem com a como atribuir uma intenção àquela força.
Moral é que ambas são formas de controle social e cons- Vamos a um exemplo: não é incomum vermos na im-
tituem um padrão para julgamento dos atos. prensa denúncias contra agentes públicos que se apro-
priam indevidamente de recursos do Estado, prejudi-
cando, assim, investimentos nas políticas públicas e
MORAL TRADICONAL x MORAL MODERNA
atendimento das demandas sociais.
A moral tradicional é aquela que repousa sobre a crença
Muitas catástrofes naturais, em sua manifestação
em uma autoridade. Por que devemos aceitar tais e tais
exterior e visível, provocam destruição e morte. São
mandamentos? Porque os mesmos refletem a vontade
frequentes as notícias de terremotos, tempestades e
divina, a vontade de um governante ou de qualquer in-
furacões que devastam cidades inteiras, causando um
divíduo no qual reconhecemos uma autoridade, nossos
número grande de vítimas. Porém, a repulsa e a indig-
pais, ídolos, etc. A moral moderna recusa a transcen-
nação com o desvio de verbas públicas é muito mais
dência e questiona o fundamento de autoridade. Será
significativo”.
para ela que dirigiremos agora a pergunta: por que de-
vemos então aceitar um princípio moral?
A ética no serviço público está diretamente re-
Encontramos no dicionário Houaiss, várias defini-
lacionada com a conduta dos funcionários que ocupam
ções de moral, entre elas:
cargos públicos. Tais indivíduos devem agir conforme
um padrão ético, exibindo valores morais como a boa fé
• “Conjunto de valores como a honestidade, a bon-
e outros princípios necessários para uma vida saudável
dade, a virtude etc., considerados universalmente como
no seio da sociedade. Ética diz respeito ao cuidado do ser-
norteadores das relações sociais e da conduta dos ho-
vidor público com a sua conduta, de modo a considerar
mens.”
sempre os efeitos desta na realização dos próprios inte-
• “Conjunto das regras, preceitos característicos de
resses.
determinado grupo social que os estabelece e defende.”
• “Cada um dos sistemas variáveis de leis e valores
estudados pela ética, caracterizados por organizarem a Conduta
vida de múltiplas comunidades humanas, diferenciando
e definindo comportamentos proscritos, desaconselha- Manifestação de comportamento do indivíduo. Esta
dos, permitidos ou ideais.” pode ser boa ou má dependendo do código moral-éti-
• “Do latim Moraallis, Mor, Morale – relativos aos co do grupo onde aquele se encontra.

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Conduta vem do latim conducta e é uma manifes-
Ética Profissional
tação do comportamento do indivíduo. É, de acordo com
o dicionário Melhoramentos (1997, p. 30), procedimento Conjunto de normas de conduta que deverão ser pos-
moral (bom ou mau). tas em prática no exercício de qualquer profissão. Se-
O dicionário Michaelis (2010) a define como Condu- ria a ação reguladora da ética agindo no desempenho
ção. Reunião de pessoas que são conduzidas para algum das profissões, fazendo com que o profissional respei-
lugar por ordem superior. Procedimento moral; compor- te seu semelhante quando no exercício da profissão
tamento. Comportamento consciente do indivíduo, in-
Capítulo 02 - Ética, Moral, Princípios e Valores

fluenciado pelas expectativas de outras pessoas. A ética profissional estuda e regula o relaciona-
E, ainda, segundo o Dicionário Brasileiro da Língua mento do profissional com sua clientela, visando à digni-
Portuguesa (2008, p. 141), conduta é ato de conduzir; con- dade humana e a construção do bem-estar no contexto
junto de pessoas conduzidas para algum lugar; procedi- sociocultural onde exerce sua profissão.
mento; comportamento. Um código de ética profissional oferece, implici-
É possível também encontrar definições doutriná- tamente, uma série de responsabilidades ao indivíduo.
rias, como as do autor Antônio Lopes de Sá (2001) no sen- Atinge todas as profissões e quando falamos de ética
tido de que a conduta do ser é a resposta a um estímulo profissional, estamos nos referindo ao caráter normativo
mental, ou seja, é uma ação seguidora de um comando do e até jurídico que regulamenta determinada profissão, a
cérebro e, ao se manifestar variável, também pode ser partir de estatutos e códigos específicos, assim, como a
observada e avaliada. ética médica, do advogado, engenheiro, administrador,
Valores são o conjunto de normas que corporifi- biólogo etc. Acontece que, em geral, as profissões apre-
cam um ideal de perfeição buscado pelos seres humanos: sentam a ética firmada em questões muito relevantes
solidariedade, verdade, lealdade, bondade etc. Essas ati- que ultrapassam o campo profissional em si.
tudes classificam a conduta como honesta ou desonesta. ATENÇÃO: É importante destacar a diferença entre
ética de responsabilidade e ética de convicção.
Valores Morais Na ética da convicção seguimos valores ou prin-
cípios absolutos – tais como não matar, não roubar, não
São conceitos que adquirimos ao longo da vida com mentir. Neste caso, a intenção é sempre mais importante
base nos ensinamentos e influencias que recebemos. do que o resultado concreto das nossas ações. É a ética da
Tais conceitos norteiam nossa forma de ver o mundo e moralidade do indivíduo.
de agir em sociedade impondo limites ao nosso com- A ética da responsabilidade, estabelecida por Ma-
16 portamento, uma vez que muitas vezes tais valores quiavel e aprimorada por Max Weber, leva em considera-
entram em conflito com nossos desejos. ção as consequências dos atos dos agentes, geralmente
políticos.
Ética no Serviço Público

Quando uma pessoa é eleita para um cargo públi- Para a ética da responsabilidade, serão morais as
co, a sociedade deposita nela confiança e espera que ela ações que forem úteis à comunidade, e imorais aquelas
cumpra um padrão ético. Assim, essa pessoa deve estar que a prejudicam, visando os interesses particulares.
ao nível dessa confiança e exercer a sua função seguindo
determinados valores, princípios, ideais e regras. Ética da convicção são as ações morais individuais
praticadas independente dos resultados alcançados.
Princípios No dizer de Kant, não há regulamento, é o dever pelo
dever. Por sua vez, ética de responsabilidade é a moral
São norteadores que orientam as pessoas em diver- do grupo, muito diferente da individual, pois aquela re-
sas situações. Cada sociedade forma seus princípios fere-se a decisões tomadas pelos governantes para o
ao longo da história. Os princípios são requisitos de bem-estar geral, embora, muitas vezes, possam pare-
otimização na aplicação das regras. cer erradas aos olhos da moral individual.

De igual forma, o servidor público deve assumir Sendo a ÉTICA INERENTE À VIDA HUMANA, sua
o compromisso de promover a igualdade social, de lutar importância é bastante evidenciada na vida profissional,
para a criação de empregos, desenvolver a cidadania e de porque cada profissional tem responsabilidades indivi-
robustecer a democracia. Para isso ele deve estar prepa- duais e responsabilidades sociais, pois envolve pessoas
rado para pôr em prática certas virtudes que beneficiem que dessas atividades se beneficiam.
o país e a comunidade a nível social, econômico e político. No âmbito empresarial, significa uma filosofia ou
Um profissional que desempenha uma função ética do serviço. Ou seja, é na medida em que o meu pro-
pública deve ser capaz de pensar de forma estratégica, duto, a maneira de produzi-lo e tudo mais que eu faço em
inovar, cooperar, aprender e desaprender quando neces- relação a ele representarem um serviço para o mercado,
sário, elaborar formas mais eficazes de trabalho. Infeliz- que minha empresa poderá obter um resultado econômi-
mente os casos de corrupção no âmbito do serviço públi- co válido. Aqui, o valor maior é a solidariedade, o objetivo
co são fruto de profissionais que não trabalham de forma maior é o crescimento do outro. O lucro, o benefício eco-
ética. nômico, é um subproduto.
Temos ainda a ética profissional. O indivíduo pre- Devemos esclarecer ainda que, todos os códigos de
cisa cumprir com suas responsabilidades e atividades da ética profissional, trazem em seu texto a maioria dos se-
profissão, seguindo os princípios determinados pela so- guintes princípios: honestidade no trabalho, lealdade na
ciedade e pelo seu grupo de trabalho. empresa, alto nível de rendimento, respeito à dignidade
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humana, segredo profissional, observação das normas tes. O pleno exercício da cidadania e da democracia es-
administrativas da empresa e muitos outros. tão associados a ideia de igualdade entre os indivíduos.

Capítulo 03 - Ética e Democracia: Exercício da Cidadania


3. ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA Fundamentalmente, a acepção que se tem de cida-
CIDADANIA dania abrange duas dimensões. A primeira está intrin-
secamente ligada e deriva dos movimentos sociais, que,
geralmente, encampa a luta por direitos. O exercício da
Segundo Dalmo Dallari (2008), “a cidadania ex- cidadania relaciona-se com a consolidação da democra-
pressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possi- cia.
bilidade de participar ativamente da vida e do governo de A segunda, além da titularidade de direitos, é
seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado aquela que deriva do republicanismo clássico, enfatizan-
ou excluído da vida social e da tomada de decisões, fican- do a preocupação com a coisa pública (res pública).
do numa posição de inferioridade dentro do grupo social”. O gestor público, ocupa cargo de natureza transi-
Segundo o dicionário Aurélio, cidadão é aquele in- tória, e os bens que ele administra, não é dele, é coisa pú-
divíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um Esta- blica. Por isso, os agentes públicos devem representar o
do, ou no desempenho de seus deveres para com este, ou povo, atuando de maneira ética e moral. O descaso com a
habitante da cidade, indivíduo, homem, sujeito. “coisa pública”, a confusão patrimonial, os casos de cor-
Para a ética, não basta que exista um elenco de rupção, veem sendo cada vez mais refutados pela socie-
princípios fundamentais e direitos definidos nas Consti- dade.
tuições. O desafio ético para uma nação é o de universa- Vale lembra que DEMOCRACIA é o sistema político
lizar os direitos reais, permitido a todos cidadania plena, onde o povo é soberano.
cotidiana e ativa. Kant enumerava algumas características comuns
A atitude de ceder um assento a um idoso em um do que se entende por ser um cidadão. A primeira é a au-
transporte coletivo constitui um exemplo de comporta- tonomia. Os cidadãos têm de ter a capacidade de condu-
mento relacionado à cidadania. Este é um exemplo que zir-se segundo seu próprio arbítrio. A segunda é a igual-
demonstra um conceito ético universal, não expresso dade perante a lei. A terceira é a independência, ou seja, a
em qualquer código. É a transformação de valores e prin- capacidade de sustentar-se a si próprio.
cípios em atitudes que atendam aos interesses coletivos. Max Weber se ocupou-se com a fundamentação
A cidadania esteve e está em permanente cons- ética das ações políticas, que demandam senso moral di-
trução; é um referencial de conquista da humanidade ferenciado das ações individuais. Para o autor, dois são os
através daqueles que sempre lutam por mais direitos, tipos de fundamentação ética que distinguem as boas e 17
maior liberdade, melhores garantias individuais e cole- as más razões dos atores políticos: o de natureza “prin-
tivas, e não se conformam frente às dominações arro- cipiológica preestabelecida” (como os são os Dez Manda-
gantes, seja do próprio Estado ou de outras instituições

Ética no Serviço Público


mentos) e o da categoria que visa a “resultados” (a educa-
ou pessoas que não desistem de privilégios, de opressão ção do maior número de pessoas, por exemplo).
e de injustiças contra uma maioria desassistida e que não Weber chama a primeira de ética de convicção
se consegue fazer ouvir, exatamente por que se lhe nega (correspondente à ética de deveres), e a segunda, de ética
a cidadania plena cuja conquista, ainda que tardia, não de fins, que dá legitimidade, por ele denominada de ética
deverá será obstada (SANTANA, 2008). de responsabilidade. Esta própria e adequada à política,
A escravidão era legal no Brasil até 120 anos atrás. pois não é pautada no valor consagrado no princípio, e
As mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar sim na racionalidade segundo o fim.
apenas há 60 anos e os analfabetos apenas há alguns Enquanto tal, essa ética funda-se na adequação
anos. Chamamos isso de ampliação da cidadania (MAR- dos meios aos fins pretendidos, o que exige do juízo sobre
TINS, 2008). a ação boa algo mais que a prudência: exige uma técnica
Hoje, no entanto, o significado da cidadania assu- de atuação que leve em consideração as consequências
me contornos mais amplos, que extrapolam o sentido de da decisão, tal como uma relação de causa e efeito. Situ-
apenas atender às necessidades políticas e sociais, e as- ação em que se verifica tal postura seria a do médico que
sume como objetivo a busca por condições que garantam mente para o paciente para poupá-lo do sofrimento: tra-
uma vida digna às pessoas. ta-se de uma mentira caridosa.

O conceito de cidadania está fortemente ligado ao de Ainda, segundo os filósofos, o que dá o conteúdo à or-
democracia. Na antiguidade clássica, ser cidadão era ganização social é a ética. Assim como a estética está
ter participação política. A palavra cidadão servia para relacionada com a construção do belo, com a busca
definir, na Grécia antiga, o indivíduo nascido na Pólis e da perfeição na arte, a ética está relacionada à busca
que tinha direitos políticos. Com o tempo o conceito de da perfeição na convivência social. O mundo ético é o
cidadania foi se ampliando para além dos direitos, hoje mundo bom. A ética é indispensável para o desenvol-
ela está associada aos direitos e deveres dos indivídu- vimento social. Há quem diga que ética é bem estar so-
os. Quando falamos de direitos e deveres, devemos en- cial. Giannetti, por exemplo, diz que sem ética a própria
tender como cidadania a preocupação e o exercício de sobrevivência fica comprometida
ações que garantam o desenvolvimento harmonioso
da sociedade e a preservação dos direitos alheios. Ser Os cidadãos em maioria desconhecem o histórico e
cidadão, não é simplesmente cobrar seus direitos, mas o contexto atual de seus próprios direitos fundamentais;
lutar para defender os interesses dos nossos semelhan- não reconhecem o valor da conquista de uma Constitui-
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ção democrática, o significado de res publica. (2008) está apoiada em quatro princípios:
Mas é possível formar o cidadão, para que ele te-
nha condições de reivindicar ética nas atuações políti-
cas? Como sugeriu Platão, podemos educar o indivíduo Governança Pública
no espírito das melhores leis?
De acordo com Puig (1998, p.15), deve converter-se Relações Ética Conformidade
em um âmbito de reflexão individual e coletiva que per- Transparência Prestação Responsável de
mita elaborar racionalmente e autonomamente princí- Contas
pios gerais de valor, princípios que ajudem a defrontar-se
Capítulo 04 - Administração Pública e Ética

criticamente com realidades como a violência, a tortura


Os conceitos dos princípios de transparência e
ou a guerra. De forma específica, para esse autor, a edu-
prestação de contas são os mesmos aplicáveis à gover-
cação ética e moral deve ajudar na análise crítica da re-
nança na gestão privada. As relações éticas dizem res-
alidade cotidiana e das normas sociomorais vigentes, de
peito a permissões de ações, cujo parâmetro limitador é
modo que contribua para idealizar formas mais justas e
a não nocividade social; a conformidade refere-se à com-
adequadas de convivência.
patibilidade dos procedimentos com as leis e regulamen-
Cortina (2003, p.113) entende que a educação do
tos.
cidadão e da cidadã deve levar em conta a dimensão co-
A Administração Pública se constitui no instru-
munitária das pessoas, seu projeto pessoal e também sua
mental de que dispõe o Estado para implementar as prio-
capacidade de universalização, que deve ser exercida
ridades do Governo. Assim, merece atenção especial o
dialogicamente, pois, dessa maneira, elas poderão ajudar
estudo acerca das ações empreendidas pelo gestor da
na construção do melhor mundo possível, demonstrando
coisa pública, sobretudo em relação ao grau de aderên-
saber que são responsáveis pela realidade social.
cia ao interesse público (efetividade). Deve haver compa-
De forma específica, lidar com a dimensão comu-
tibilidade entre as prioridades de governo e o querer da
nitária, dialogar com a realidade cotidiana e as normas
coletividade.
sociomorais vigentes nos remete ao trabalho com a di-
O governante, tem a obrigação de prestar contas
versidade humana, à abordagem e ao desenvolvimento
dos seus atos com transparência suficiente para que a
de ações que enfrentem as exclusões, os preconceitos e
sociedade, sob a análise da conformidade e do desempe-
as discriminações advindos das distintas formas de de-
nho, possa avaliar a sua gestão e, em razão disso, ratificá-
ficiência, e pelas diferenças sociais, econômicas, psíqui-
-la ou refutá-la (O’DONNELL, 1998).
cas, físicas, culturais, religiosas, raciais, ideológicas e de
18 gênero. Conceber esse trabalho na própria comunidade
onde está localizada a escola, no bairro e no ambiente ACCOUNTABILITY: é a capacidade de prestar contas
natural, social e cultural de seu entorno, é essencial para e de se fazer transparente. Na gestão pública parte de
Ética no Serviço Público

a construção da cidadania efetiva. uma perspectiva ampla, surgindo como um instru-


mento a serviço da manutenção dos ideais democráti-
4. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ÉTICA cos de um país controlando tanto os processos como os
resultados a serem alcançados.
O estado é a instituição de mais alto poder na so- Esse instrumento de análise pressupõe, de um
ciedade, cujas decisões afetam profundamente a vida lado, a conformidade da organização às leis que regulam
dos cidadãos e para isso, convergem forças representan- suas atividades e, de outro lado, o desempenho ou per-
do interesses diversos e conflitantes. formance aderente às expectativas e aos desejos da so-
Além disso, o Estado reclama para si o monopó- ciedade como um todo.
lio de certas atividades e decisões que tornam inevitá- No caso brasileiro, esta rede de agências de ac-
veis as pressões contraditórias da sociedade (SERPRO countability englobaria, dentre outros, o Ministério Pú-
– ENAP, 2007). blico, o sistema de controle interno dos Poderes, o Poder
O decoro, a probidade e a integridade não são ape- Judiciário e os Tribunais de Contas. Estes últimos foram,
nas patrimônios pessoais. São caracteres imediatamente sobretudo a partir da edição da Lei de Responsabilidade
transferidos à “personalidade do Estado”. Uma adminis- Fiscal, alçados à condição de grandes provedores de in-
tração pública proba e íntegra, atenta ao decoro, é função formações sobre a gestão pública.
direta da probidade e integridade de seus servidores. Aos Tribunais de Contas compete verificar o cum-
As ações do estado encontram-se norteados por primento da Lei de Responsabilidade Fiscal, que está
diversos princípios dentre os quais destaca-se o da lega- erigida sobre alguns pilares, dentre os quais, o da trans-
lidade, que delimita o campo de atuação possível do Es- parência. Assim entendida, não só a disponibilização de
tado e garante aos cidadãos a titularidade de direitos. No informações, mas sobretudo a compreensão dos dados
entanto, sendo o Estado um ser ético-político, a avaliação divulgados por parte do cidadão mediano. O objetivo
da conduta de seus agentes não pode pautar-se, apenas, mais nobre do princípio da transparência é permitir e es-
pelo aspecto da legalidade. Revela-se imperiosa a verifi- timular o exercício do controle social, a mais eficaz das
cação quanto a obediência aos preceitos éticos que este- formas de controle da conduta do gestor público.
jam disseminados na própria sociedade. A ética na con- Mas, se a Administração Pública é orientada por
dução da res publica emerge como instrumento eficaz de valores que definem sua própria finalidade, como e de
PROTEÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS, a exemplo que jeito entra a Ética?
da liberdade e da igualdade. Na Administração Pública, a ética é orientada es-
A governança pública, segundo Matias-Pereira pecialmente para a dimensão do agente público em si,
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como padrões de comportamento pré-formatados como verão tomar decisões baseadas unicamente no inte-
(IM)próprios pelo Código de Ética do Servido Público (De- resse público. Não deverão decidir com o objetivo de
creto 1.171). obter benefícios financeiros ou materiais para si, sua
Exige-se ética na vida pública porque as pesso- família ou seus amigos.
as não apenas desejam o cumprimento da lei, mas sim o 2. Integridade: Os ocupantes de cargos públicos não de-
seu bom cumprimento. Capturar essa dimensão do bom verão colocar-se em situação de obrigação financeira
cumprimento da lei é tarefa difícil, mas que caberia per- ou de outra ordem, para com indivíduos ou organiza-
feitamente a um código de ética. ções externas, que possa influenciá-los no cumpri-
Por outro lado, também não faria sentido ter um mento de seus deveres oficiais.
código de ética que apenas repetisse o que já está plena- 3. Objetividade: No desempenho das atividades públi-
mente determinado e assegurado na lei. Para evitar que cas, inclusive nomeações, concessão de contratos ou
um código de ética seja uma repetição do que já é propos- recomendação de pessoas para recompensas e bene-
to por lei, é preciso que tal documento explicite valores fícios, os ocupantes de cargos públicos deverão decidir
afirmados por um grupo e, em seguida, solidifica-lo atra- apenas com base no mérito.

Capítulo 05 - Decreto 1.171/1994


vés de normas que sirvam de instrumentos para realizar 4. “Accountability” (Prestação de contas): Os ocupan-
os valores afirmados. O código de ética não deve ser en- tes de cargos públicos são responsáveis perante o pú-
tendido como um instrumento disciplinar e repressivo. blico por suas decisões ou ações e devem submeter-se
Deve articular princípios e valores que frequen- a qualquer fiscalização apropriada ao seu cargo.
temente entram em choque, colocando-se em perspec- 5. Transparência: Os ocupantes de cargos públicos de-
tiva, a fim de conciliá-los ou priorizá-los. Isso pode ser vem conferir às suas decisões e ações a maior trans-
útil na resolução de dilemas morais, vividos justamente parência possível. Eles devem justificar suas decisões
por aqueles que procuram uma conduta ética. (SERPRO e restringir o acesso à informação somente se o inte-
- ESAF, 2007) resse maior do público assim o exigir.
Em tese, desconsidera-se a circunstância de que o 6. Honestidade: Os ocupantes de cargos públicos têm
agir da Administração Pública nunca é unipessoal, mas, o dever de declarar quaisquer interesses particulares
normalmente, é processualizado e envolve uma multi- que tenham relação com seus deveres públicos e de
plicidade de Agentes. tomar medidas para resolver quaisquer conflitos que
No modelo constitucional vigente, é no campo da possam surgir, de forma a proteger o interesse público.
ética que se poderá construir os argumentos que vão le- 7. Liderança: Os ocupantes de cargos públicos devem
gitimar as escolhas públicas, numa sociedade plural, e promover e apoiar estes princípios, através da lide-
portanto, conflitiva. rança e do exemplo. Esta lista vem acompanhada de 19
A ética na função pública é a criação de uma cul- uma observação, que declara os princípios aplicáveis
tura de justificação de escolhas, delimitando parâmetros a qualquer aspecto da vida nacional. Eles devem ser

Ética no Serviço Público


objetivos para a formulação dessas escolhas, que substi- empregados por todos que, de alguma forma, prestem
tuam os critérios de racionalidade emanados de lei. serviços públicos. Isso implica que também os setores
terceirizados estão a eles sujeitos.
Os Sete Princípios da Vida Pública
Em maio de 1995, foi encaminhado ao primeiro-minis-
tro do Reino Unido um relatório elaborado pela assim 5. DECRETO 1.171/1994 - INTRODUÇÃO
chamada Comissão Nolan, sobre normas de conduta
na vida pública britânica. A Comissão, presidida por
Lord Nolan (cujo nome se aplica também ao relatório), O Decreto 1.171/94 aprova o Código de Ética Profis-
reuniu-se durante seis meses, recebeu cerca de duas sional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Fe-
mil cartas e ouviu mais de cem pessoas em audiências deral. Este decreto, cria normas de conduta, conhecidas
públicas. Seu trabalho concentrou-se sobre questões no Direito como normas materiais, porque impõem com-
relativas ao Parlamento, a ministros e a servidores portamentos.
do Executivo e às organizações não governamentais Assim, não poderia ser imposta nenhuma norma
semi-autônomas. O Relatório Nolan é um documento de conduta a alguém via Decreto, que é uma norma se-
sóbrio que detecta e discute problemas de um serviço cundária, porque só a norma primária tem esta capaci-
público do qual os britânicos muito se orgulham, pelo dade constitucional.
menos desde o século XIX. Sua finalidade maior é produzir na pessoa do ser-
A Comissão Nolan, basicamente, tenta salvaguardar vidor público a consciência de sua adesão às normas
uma esfera pública eficiente, distinguindo-a, com niti- preexistentes através de um espírito crítico, o que cer-
dez, do domínio privado dos indivíduos. A tentação de tamente facilitará a prática do cumprimento dos deveres
beneficiar-se a qualquer custo é humana, demasiada- legais por parte de cada um e, em consequência, o resgate
mente humana. A Comissão pressupõe isso, de modo do respeito aos serviços públicos e à dignidade social de
tácito, e estabelece padrões para afastar interferências cada servidor.
privadas ilegítimas, mantendo o interesse coletivo, de O estabelecimento de um código de ética para o
forma eficiente e acima de suspeitas insuperáveis. exercício das funções públicas busca garantir que as di-
Neste ponto, a estratégia da Comissão Nolan é esta- ferenças individuais não sejam tratadas de modo parti-
belecer um conjunto de princípios simples, objetivos e cular, arbitrário, ou seja, com base na vontade do agente
abrangentes, aplicáveis a toda a vida pública. São eles 1. público que presta determinado serviço.
Interesse Público: Os ocupantes de cargos públicos de- Isso é reforçado em todo o Código de Ética. É pra-
ticamente impossível relatar em um regulamento, todas
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as situações e como agir perante a cada uma delas. Nesse que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remune-
sentido, o Decreto 1.171/94 oferece um rol não taxativo de ração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
deveres e proibições direcionados aos servidores públi- qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
cos. cargo, emprego ou função (...).
Apesar de esse assunto ser tópico da próxima aula,
veja alguns exemplos que reforçam esse pensamento: Juntando tudo isso, concluímos: SERVIDOR PÚ-
XIV - São deveres fundamentais do servidor pú- BLICO para aplicação do Decreto 1.171 é todo aquele que
blico: exerce, a qualquer título, seja temporário ou permanente,
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda remunerado ou não, seja de alguma forma vinculado ao
a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando interesse do Estado, são servidores públicos
estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajo- Agora, uma questão mais bem elaborada pode ci-
sa para o bem comum; tar o local de trabalho, por isso, vamos complementar a
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e informação retro:
atenção, respeitando a capacidade e as limitações in- Aplica-se o Decreto 1.171 ao servidor seja estatu-
Capítulo 05 - Decreto 1.171/1994

dividuais de todos os usuários do serviço público, sem tário (servidor-Lei 8.112) ou celetistas (empregado-CLT)
qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, da Administração Pública direta e indireta autárquica e
sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e fundacional sociedades de economia mista, das empre-
posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes sas públicas e aos servidores das Autarquias
dano moral; Aqui vai um esquema para você se orientar caso a
Fique atento as pegadinhas de prova. Por ser um questão traga algum órgão específico [rol não taxativo]:
Decreto e não uma Lei, o Código de Ética instituído pelo
1171, não é aplicável aos Estados e Municípios, nem aos
poderes Judiciário e Legislativo, bem como as Forças Ar-
madas.

O Decreto 1.171 é aplicável apenas aos servidores pú-


blicos dos órgãos da esfera federal do Poder Executivo
(Administração Direta e Indireta).

Mas, quem seriam esses “servidores públicos”? No


20 Decreto 1171, servidores públicos tem sentido amplo. Ve-
jamos o que diz o Decreto 1.171/1994:
Ética no Serviço Público

XXIV - Para fins de apuração do comprometimen-


to ético, entende-se por servidor público todo aquele
que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico,
preste serviços de natureza permanente, temporária ou
excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde
que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão do
poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas,
as entidades paraestatais, as empresas públicas e as so-
ciedades de economia mista, ou em qualquer setor onde
prevaleça o interesse do Estado.
ATENÇÃO: Diretores e Conselheiros de Empresas
Assim, se cair em prova, algo dizendo que o De- Públicas sujeitam-se ao Código de Ética Profissional do
creto 1171 é aplicável ao servidor público tanto no sentido Servidor Público Civil.
amplo quanto no sentido estrito, a resposta é SIM!
Calma, parece confuso né? Vamos explicar. Cabe complementar que o código de ética não se
Estuda-se muito essas acepções de “servidor pú- confunde com o regime disciplinar do servidor público
blico” em Direito Administrativo: previsto nas leis administrativas (lei 8.112).
Segundo o mestre Carvalho Filho, Servidor Públi-
co em sentido amplo é: Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração
Pública Federal direta e indireta implementarão, em
sessenta dias, as providências necessárias à plena
Conjunto de pessoas que, “a qualquer título”, exercem
vigência do Código de Ética, inclusive mediante a
uma função pública como prepostos do Estados. Essa
Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada
função, é mister que se diga, pode ser remunerada ou
por três servidores ou empregados titulares de cargo
gratuita, definitiva ou transitória, política ou jurídica.
efetivo ou emprego permanente.
Parágrafo único. A constituição da Comissão de
Para complementar, vamos trazer o conceito tra- Ética será comunicada à Secretaria da Administração
zido pela Lei 8.429/1992: Federal da Presidência da República, com a indicação dos
respectivos membros titulares e suplentes.
Art. 2° Reputa-se agente público, (...), todo aquele
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O que podemos extrair de importante desse artigo é crimes contra a Administração Pública, como atos
que a Comissão de Ética, é composta por TRÊS servidores/ de improbidade administrativa e como infrações
empregados os quais devem ter cargo efetivo/emprego disciplinares de natureza grave, previstas no Estatuto do
permanente, ou seja, devem ser servidores/empregados Servidor Público (Lei no 8.112/1990).
de “carreira”, não podendo ser compostas pelos que
ocupam cargos em comissão. 6. DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS
CUIDADO: Cada Comissão de Ética de que trata o
Decreto no 1171, de 1994, será integrada por três membros
Regras deontológicas referem-se ao conjunto de
titulares e três suplentes, escolhidos entre servidores e
princípios e regras de conduta — os deveres — inerentes a
empregados do seu quadro permanente, e designados
determinado grupo profissional. Assim, cada classe pro-

Capítulo 06 - Das Regras Deontológicas


pelo dirigente máximo da respectiva entidade ou órgão,
fissional está sujeito a uma deontologia própria a regular
para mandatos não coincidentes de três anos.
o exercício de sua profissão, conforme o Código de Ética
de sua categoria. Neste caso, é o conjunto codificado das
Entende-se por “Quadro Permanente” aquele com- obrigações impostas aos profissionais de uma determi-
posto por servidores/empregados admitidos para o nada área, no exercício de sua profissão.
desempenho das atividades fins e meios nos órgãos ou Vocês irão perceber que as regras expressas aqui,
entidades, estejam eles ocupando cargo comis sionado estão intimamente relacionados com só deveres e proi-
ou não. Excluem-se desse quadro permanente somen- bições encontrados na Lei 8.112/1990 (Regime Jurídico
te os ocupantes de cargo comissionado sem vínculo Único).
efetivo com a administração, de livre nomeação e exo- Vamos lá:
neração.
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a cons-
ciência dos princípios morais são primados maiores que
A atuação da Comissão de Ética, no que concerne devem nortear o servidor público, seja no exercício do
ao exercício de suas competências próprias, não se cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício
subordina a instância superior a que se vincule. Eventuais da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, compor-
dúvidas de natureza legal devem ser resolvidas junto ao tamentos e atitudes serão direcionados para a preserva-
jurídico da entidade ou órgão. Dúvidas sobre a aplicação ção da honra e da tradição dos serviços públicos.
das normas do Código de Ética devem ser dirimidas pela
Comissão de Ética Pública. II - O servidor público não poderá jamais desprezar
O código de ética é composto de dois capítulos, e foi o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que de- 21
dividido na forma de incisos: cidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o
conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportu-

Ética no Serviço Público


no, mas principalmente entre o honesto e o desonesto.

Sim, você leu certo. O servidor deve manter-se éti-


co não apenas no trabalho, mas também fora dele, pois,
ele representa o serviço público perante a sociedade.
E sabe por que isso é importante? Lembra do caso
do Juiz que foi parado na blitz da Lei Seca e deu voz de pri-
são à agente? Ele agiu certo? A atitude dele, sujou a ima-
As regras deontológicas representam o padrão gem da Entidade a qual trabalha.
ético desejável na Administração Pública Federal. Tais Imagine um prefeito que dirige bêbado. Ele certa-
valores são: dignidade, decoro, honra, zelo, honestidade, mente manchará a imagem da prefeitura.
eficácia, consciência dos princípios morais, bem comum, Fazendo um “link” com a lei 8.112, temos:
cortesia, boa vontade, respeito ao cidadão etc.
Porém, o Código de Ética não se limita a apontar o Art. 116, II: “O servidor público não poderá jamais
comportamento que se espera dos servidores públicos. desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não
Estabelece também deveres a serem observados a terá que decidir somente entre o LEGAL E O ILEGAL, o JUS-
fim de que os valores possam ser alcançados. Alguns TO E O INJUSTO, o conveniente e o inconveniente, o opor-
desses deveres refletem os valores desejados; outros, tuno e o inoportuno, mas principalmente entre o hones-
a integridade do exercício da função pública, e, outros, to e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37,
ainda, o que se poderia chamar de “boas maneiras” caput, e § 4°, da Constituição Federal.
no ambiente de trabalho. São deveres que refletem a
integridade da função pública e a busca dos valores que E que regras são estas previstas pela Constituição?
norteiam seu exercício. Vejamos:
O servidor não tem escolha ele tem o dever de agir
“de acordo com os interesses coletivos e de procurar Art. 37. A administração pública direta e indireta de
orientar seus esforços para a otimização da satisfação do qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
maior número de pessoas manifestando conduta ética Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de le-
baseada na moral e nos direitos.” galidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efi-
As condutas “vedadas”, de forma geral, ciência.
correspondem a condutas que são qualificadas como
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§ 4º - Os atos de improbidade administrativa im- com o seu trabalho, visto que ele também é um cidadão.
portarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da
função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressar- VI - A função pública deve ser tida como exercício
cimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, profissional e, portanto, se integra na vida particular de
sem prejuízo da ação penal cabível. cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados
na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão
Viram? Acham que é “fácil” ser concursado? Temos acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcio-
que fazer um “link” com diversos diplomas legais para nal.
atingirmos o entendimento necessário para sua prova.
Veja que a ética aqui é bem abrangente. O servidor Olha aí de novo! Os atos praticados “fora da repar-
Capítulo 06 - Das Regras Deontológicas

público deve estar sempre atento às questões legais, jus- tição” poderão influenciar, negativamente ou positiva-
tas, convenientes e honestas. mente, no âmbito profissional.
Concluímos que, tanto a serviço, quanto “fora dele” Considera-se que os atos praticados pelo servidor
o servidor público está imbuído dessa postura ética (res- público no âmbito privado são associados de sua conduta
peitando os princípios da lei). pública, influenciando, portanto, seu conceito funcional
nem a prestação de serviços ao público.
III - A moralidade da Administração Pública não Cabe aqui uma complementação. Essa dita “profis-
se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser sionalização”, não é de exclusividade do servidor. O Po-
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O der Público deve promover essa ‘evolução” do servidor.
equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do Para tanto, em 1998 foi inserido na Constituição Federal:
servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do
ato administrativo. § 2º A União (..) manterão escolas de governo para
a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos
Não basta ser moral, deve-se primar pelo bem co- (...).
mum, finalidade de qualquer ato administrativo, pois, ao
praticar um ato, não é o agente que o está praticando, mas Como registra a doutrina, “para a efetiva profissio-
sim a própria Administração Pública. nalização, é imprescindível ampliar os horizontes profis-
Novamente trazendo conceitos importantes do Di- sionais daquele que trabalha para a Administração” .
reito Administrativo:
VII - Salvo os casos de segurança nacional, inves-
22 Agentes Públicos são todos aqueles que, a qualquer tí-
tigações policiais ou interesse superior do Estado e da
Administração Pública, a serem preservados em proces-
tulo, executam uma função pública como prepostos do so previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a
Estado. São integrantes dos órgãos públicos, cuja von-
Ética no Serviço Público

publicidade de qualquer ato administrativo constitui re-


tade é imputada à pessoa jurídica (...). quisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
Os agentes, são o elemento físico da Administra- comprometimento ético contra o bem comum, imputável
ção Pública, sendo que, pelas ações daqueles é que este a quem a negar.
consigna sua vontade. Aliás,
Simples: é aético negar publicidade dos atos admi-
nistrativos. Até porque, se algo está sendo mantido em
“O princípio da moralidade está indissociavelmente li- segredo, é porque, alguma coisa, pode “não cheirar bem”..
gado à noção do bom administrador, que não somente Essa “ocultação” dos atos, viola os princípios da adminis-
deve ser conhecedor da lei como dos princípios éticos tração pública.
regentes da função administrativa”.
VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor
IV- A remuneração do servidor público é custeada não pode omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos
pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, interesses da própria pessoa interessada ou da Admi-
até por ele próprio, e por isso se exige, como contraparti- nistração Pública. Nenhum Estado pode crescer ou esta-
da, que a moralidade administrativa se integre no Direito, bilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito do erro, da
como elemento indissociável de sua aplicação e de sua opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mes-
finalidade, erigindo-se, como consequência, em fator de mo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
legalidade.
Já ouviu a máxima “doa a quem doer”? É mais ou
A moralidade é tão importante que, em caso de menos isso que quer dizer o inciso VIII. Sendo favorável
imoralidade, consistirá em ofensa direta a lei, e então, ou contra a pessoa interessada, ou mesmo, seja em des-
violará o princípio da legalidade. favor da Administração Pública, o Agente deve falar a
verdade.
V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público Mas, e os casos que são sigilosos? Bem, esses ca-
perante a comunidade deve ser entendido como acrésci- sos, o sigilo continua resguardado e, não se pode prestar
mo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, inte- informações sobre ele, pois, nesse caso específico, está
grante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser con- sendo protegido um bem maior: a Segurança Nacional.
siderado como seu maior patrimônio. Para finalizar esse item, é importante destacar que
ele traz:
Ou seja, o servidor público também é beneficiado • Direito a verdade, proibindo o servidor omitir ou
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falsear a verdade dimento do homem médio.
• Dignidade da pessoal humana (igualdade), livre da
corrupção, do hábito do erro, da opressão e da mentira. XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às
Esse caminho rumo a igualdade, é baseado na te- ordens legais de seus superiores, velando atentamente
oria política. Lord Acton afirmou que “o poder tende a por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negli-
corromper - e o poder absoluto corrompe absolutamen- gente. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de des-
te”. Com essa afirmação sobre o poder político, lord Acton vios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e caracteri-
disse que a autoridade política, nas sociedades humanas, zam até mesmo imprudência no desempenho da função
em função apenas e tão somente de sua existência, tende pública.
a danificar as relações entre seres inicialmente dotados

Capítulo 06 - Das Regras Deontológicas


de igualdade . Você sabe o que é uma conduta negligente? Na ne-
gligência, alguém deixa de tomar uma atitude ou apre-
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo sentar conduta que era esperada para a situação. Age
dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela com descuido, indiferença ou desatenção, não tomando
disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos as devidas precauções.
direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral. E quanto a imprudência?
Da mesma forma, causar dano a qualquer bem perten- Na imprudência, pressupõe-se uma ação precipi-
cente ao patrimônio público, deteriorando-o, por descui- tada e sem cautela. A pessoa não deixa de fazer algo, não
do ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao é uma conduta omissiva como a negligência. Na impru-
equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos dência, ela age, mas toma uma atitude diversa da espe-
os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligên- rada.
cia, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para Concluímos então que, o servidor deve ficar atento
construí-los. as ordens, para que não deixe de cumpri-las, e, ao cum-
pri-las, fazer do jeito certo.
Meus caros, mister citar que é DEVER do servidor Mas cuidado! E no caso de uma ordem manifesta-
zelar pela economia do material e a conservação do pa- mente ilegal? A lei 8112, diz o seguinte:
trimônio público. Tenho certeza que tu já viu por ai algum
bem público “largado às moscas” e isso lhe causou re- Art. 116. São deveres do servidor:
volta. É isso mesmo que o inciso IX retrata. É uma ofensa IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando
direta ao cidadão que contribuiu direta ou indiretamente manifestamente ilegais;
para a aquisição dele. 23
Outro ponto importante: Tratar mal uma pessoa O que é uma ordem manifestamente ilegal? Uma
que paga seus tributos direta ou indiretamente significa ordem manifestamente ilegal é aquela que, você sabe que

Ética no Serviço Público


causar-lhe dano moral. Por isso fique ligado. não está dentro da lei, ou seja, ela destoa do curso normal
dos procedimentos legais. Ordem manifestamente ilegal
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à é a ordem que, apesar de emanada de autoridade legíti-
espera de solução que compete ao setor em que exerça ma, não reveste as características de legalidade.
suas funções, permitindo a formação de longas filas, ou Exemplificando: Imagine você servidor público do
qualquer outra espécie de atraso na prestação do servi- INSS. De repente seu chefe manda você pegar 10 caixas
ço, não caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de folha A4 (papel sulfite) e levar na casa dele. Oras.... Tem
de desumanidade, mas principalmente grave dano moral algo errado ai né?
aos usuários dos serviços públicos. E se, o servidor, sabedor da aparente ilegalidade,
seguir essas ordens? Bem, ai é culpado também, pois, sa-
Mais uma vez o 1171 traz regramentos direcionados be-se que é ilegal o que que está sendo feito.
à presteza no atendimento ao cidadão. O que você faria Agora, e se foi uma ordem ilegal com aparência de
se presenciasse as situações abaixo: legal? Vejamos os ensinamentos de MIRABETE:

“Porque, se a ordem for legal, o problema deixa de ser


de culpabilidade, podendo caracterizar causa de ex-
clusão de ilicitude. Se o agente cumprir ordem legal
de superior hierárquico, estará no exercício de estrito
cumprimento de dever legal.” Se a ordem cumprida for
manifestamente ilegal é punível também o subordina-
do juntamente com o seu superior. “É punido sempre,
segundo o dispositivo, o autor da ordem legal; trata-
se também de autoria mediata quando o subordinado
Lógico, não é toda e qualquer fila que é condenável. desconhece a ilegitimidade da ordem não manifesta-
Existem situações que simplesmente acumulam, devido mente ilegal. O mais correto, diante da lei brasileira, é
a diversos fatores aquém da vontade do servidor, seja, verificar, no caso concreto, se podia ou não desconhe-
falta de estrutura, falta de pessoal, falta de equipamen- cer a ilegalidade, havendo culpabilidade, na segunda
tos etc. hipótese.
Também fique atento, pois, o decreto, não traz um
número específico. Seria algo razoável dentro do enten-

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Capítulo 07 - Seção II - Dos Principais Deveres do Servidor Público

XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu neamente, em ética e cumprimento dos deveres, propor-
local de trabalho é fator de desmoralização do serviço ciona o desenvolvimento socioeconômico do país.
público, o que quase sempre conduz à desordem nas re- O exercício compartilhado da atividade pública
lações humanas. sustenta seu sucesso duradouro. Para isso, é necessário,
haver um certo padrão de deveres para quem os execu-
Vamos combinar com o que diz o Regime Jurídico ta. No que diz respeito ao Decreto 1.171, há de se notar que
dos Servidores (lei 8112): o legislador pátrio, ao decretar o Código de Ética, preo-
cupou-se em enumerar os principais deveres, ou seja,
Art. 116. São deveres do servidor: é um rol não exaustivo. Isso quer dizer que, além destes
X - ser assíduo e pontual ao serviço; expressos na seção II, há outros deveres que devem ser
seguidos pelos servidores.
Art. 117. Ao servidor é proibido: Vamos a eles:
I - ausentar-se do serviço durante o expediente,
sem prévia autorização do chefe imediato; XIV - São deveres fundamentais do servidor públi-
co:
O código é direto ao mencionar a desmoralização a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,
do serviço público e que isso conduz à desordem. Mas, função ou emprego público de que seja titular;
como isso ocorre?
Imagine você ir a uma repartição e chegando lá, o O termo “servidor público” é usado em sentido am-
servidor, sumiu! Está trabalhando, mas não está na mesa plo. Esse inciso “reforça” a tese dessa aplicação, pois, fala
dele. E você precisa do atendimento... o que vai acontecer.. em cargo, função ou emprego público.
passa 5, 10, 50 minutos e nada do servidor aparecer...é ló- Mas qual a diferença?
gico que você vai ficar é muito nervoso com essa espera....

XIII - O servidor que trabalha em harmonia com Cargo: é o conjunto de atribuições e responsabilidades
a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e que possui um agente público, criado por lei (conjunto),
cada concidadão, colabora e de todos pode receber cola- em número determinado, com denominação própria e
boração, pois sua atividade pública é a grande oportuni- remunerado pelos cofres públicos. É o vínculo de tra-
dade para o crescimento e o engrandecimento da Nação. balho que liga a espécie de agente público servidor pú-
blico à Administração.
24 Esse inciso é mais uma postura a ser adotada pelo Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e
servidor do que propriamente uma regra ou proibição. E responsabilidades previstas na estrutura organizacio-
convenhamos, é lindo né? Veja: nal que devem ser cometidas a um servidor. (LEI Nº 8.112,
Ética no Serviço Público

“A sua atividade pública é a grande oportunidade DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990).


para o crescimento e o engrandecimento da Nação”. Dividem-se em cargos de provimento efetivo e
Brincadeiras à parte, é isso mesmo. Seu trabalho em provimento em comissão. Na primeira modalidade,
como servidor público, engrandece o país. o agente público poderá adquirir estabilidade após três
anos de efetivo exercício. Na modalidade de provimen-
7. SEÇÃO II - DOS PRINCIPAIS DEVERES to em comissão, não há garantia de permanência ou de
DO SERVIDOR PÚBLICO forma de perda, como o efetivo, mas é uma atividade de
caráter transitório, ou seja, dura enquanto a confiança da
A responsabilidade do servidor público é enorme, pessoa que nomeou o agente existir.
tornando-se um privilegio, pois, no exercício da função, Emprego: é o vínculo estabelecido entre a pessoa
atua como agente de transformação do Estado. O servi- natural e a Administração Pública Indireta (empresas
dor público deve estar sempre a serviço do público e, a públicas e sociedades de economia mista), sendo que es-
partir desta lógica, são alguns princípios fundamentais à sas relações empregatícias serão regidas pela Consoli-
sua atuação: dação das Leis do Trabalho.
- Agente de transformação a serviço da cidadania. Função: o termo função aqui não se refere àquelas
O que o torna uma diferença marcante dos demais traba- atividades que todo agente público exerce, mas sim a um
lhadores; vínculo de trabalho entre uma pessoa física e a Adm. Pú-
- Compromisso intransigente com a ética e com os blica. Conjunto de atribuições e responsabilidades exer-
princípios constitucionais; cidas por pessoa, em regra para a execução de serviços
- Atualização permanente e desenvolvimento de eventuais.
novas competências;
- Capacidade de lidar com a diferença e a diversi- b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição
dade; e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamen-
- Habilidade política para atuar em diferentes con- te resolver situações procrastinatórias, principalmen-
textos e sob diversos comandos; te diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso
- Lidar com o que é de todos. na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas
Uma atuação ancorada em tais “princípios”, deve atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;
converter-se no âmbito da reflexão individual e coletiva,
permitindo, autonomamente, gerar valor à sua ativida- O que é uma situação procrastinatória? Seria algo
de. De forma específica, uma atuação baseada, simulta- já enrolado, demorado, algo que esteja sendo empurrado

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Capítulo 07 - Seção II - Dos Principais Deveres do Servidor Público
com a barriga, adiado, deixado para depois. Assim, ob- Imagine que eu pego uma citação e é endereçada
serve que mais uma vez o código menciona o “dano mo- a dois clientes: um deles advogado e o outro o acusado.
ral” ao usuário por “procrastinação” sem motivo. Oras, apesar do texto ser o mesmo, ao citar o acusado, nós
temos que usar palavras mais claras, objetivas, explicar
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a minuciosamente. E isso não é preconceito, isso é adap-
integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando tar-se a diferentes níveis de conhecimento e diferentes
estiver diante de duas opções a melhor e a mais vantajo- culturas.
sa para o bem comum;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum te-
Ser probo, reto, é ser íntegro, honesto, confiável. mor de representar contra qualquer comprometimento
Fique atento, pois, a questão pode trazer uma pegadinha, indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
dizendo que o servidor deve escolher a opção mais van-
tajosa a administração Pública, o que está incorreto. Vamos combinar a leitura desse item com a lei
8.112/90:
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, Art. 116. São deveres do servidor:
condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços XII - representar contra ilegalidade, omissão ou
da coletividade a seu cargo; abuso de poder.
Parágrafo único. A representação de que trata o in-
A prestação de contas é direito do cidadão. Sua re- ciso XII será encaminhada pela via hierárquica e aprecia-
cusa enseja violação ao principio da publicidade. Até por- da pela autoridade superior àquela contra a qual é formu-
que, espera-se uma atitude íntegra do servidor, e, sendo lada, assegurando-se ao representando ampla defesa.
essa atitude leal e justa, não há motivos para recusar a O servidor deve respeitar a hierarquia, porém, caso
prestação de contas. haja “abuso de poder” o mesmo deve representar ao su-
perior hierárquico daquele que está agindo com ilegali-
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços dade.
aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com
o público; i) resistir a todas as pressões de superiores hierár-
quicos, de contratantes, interessados e outros que visem
Inciso simples, porém, quando você for servidor, obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevi-
perceberá que os próprios servidores tem dificuldade das em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e
em obter informações. É corriqueiro ir a uma repartição denunciá-las; 25
e o servidor simplesmente dizer: “isso não é comigo”,
“não sei”, “veja em outro departamento”. Mas isso não é Pois é meu aluno, posso dizer que é corriqueiro

Ética no Serviço Público


o correto. O servidor deve atuar com presteza, servido a “ofertas” para que você “de uma maõzinha” em um ex-
público, pois, é este público que contribui para os cofres pediente, agilize etc. Bem, além de NÃO ACEITAR, o ser-
públicos e tem direito a ser bem atendido. vidor deve DENUNCIAR.

f) ter consciência de que seu trabalho é regido por j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exi-
princípios éticos que se materializam na adequada pres- gências específicas da defesa da vida e da segurança co-
tação dos serviços públicos; letiva;

Esse item vem complementar o anterior. Podemos É considerado antiético o servidor público fazer
entender que o objetivo “mestre” de uma conduta ética greve? O próprio decreto afirma que a greve, não afronta
é uma prestação de serviços eficientes, sem demoras, a ética, porém, no exercício deste direito, deve-se zelar
sem erros, visando atender aos desejos de cada cidadão. pela defesa da vida e da segurança coletiva.
Hã???
Pegadinha! CUIDADO! A prestação de serviços pú- l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de
blicos visa atender o BEM COMUM, ou seja, a COLETIVI- que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado,
DADE. refletindo negativamente em todo o sistema;

g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e Ser assíduo é ser pontual, aplicado. Esse dever, re-
atenção, respeitando a capacidade e as limitações in- flete as “boas maneiras” no ambiente de trabalho.
dividuais de todos os usuários do serviço público, sem
qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, m) comunicar imediatamente a seus superiores
sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público,
posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes exigindo as providências cabíveis;
dano moral;
O servidor público deve sempre comunicar a seus
O servidor deve tratar com respeito e presteza a superiores qualquer ato ou fato contrário aos interesses
todos os usuários, porém, ele deve ter a capacidade de se e princípios éticos da administração pública, mesmo em
adaptar a cada indivíduo. O que isso quer dizer? situações políticas e administrativas adversas.
Vamos a uma exemplo prático: Em minha função Perceba que, além de comunicar, o servidor deve
de oficial de justiça atendemos diversas pessoas, que, exigir as providências cabíveis.
costumeiramente chamamos de “clientes”.
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n) manter limpo e em perfeita ordem o local de tra- demonstra para com o servidor. Isso, porém, pode levar
balho, seguindo os métodos mais adequados à sua orga- a certos “abusos”, o quais, devem ser evitados. O poder
Capítulo 08 - Seção III - Das Vedações ao Servidor Público

nização e distribuição; tende a corromper, por isso, nada de deixar o cargo “subir
a cabeça”.
Isso é até meio que óbvio. Um local desorganizado
peca pela eficiência, pois, o ideal é “cada coisa em seu lu- v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
gar”, e, “um lugar para cada coisa” é sinônimo de organi- classe sobre a existência deste Código de Ética, estimu-
zação. lando o seu integral cumprimento.

o) participar dos movimentos e estudos que se re- Hodiernamente, a grande maioria dos concursos
lacionem com a melhoria do exercício de suas funções, cobra o conhecimento do código de ética, porém, não só
tendo por escopo a realização do bem comum; devemos conhecer e fazer conhecer, mas também, esti-
mular o seu cumprimento.
Ou seja, o servidor deve participar dos treinamen-
tos que objetivem a melhora do exercício de suas fun- 8. SEÇÃO III - DAS VEDAÇÕES AO SERVI-
ções. Um servidor bem treinado é sinônimo de serviço
público bem prestado. DOR PÚBLICO
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas O Código de Ética trata também de condutas “ve-
adequadas ao exercício da função; dadas”, as quais, de forma geral, correspondem a condu-
tas que são qualificadas como crimes contra a Adminis-
Isso não quer dizer que você deva ir de terno e gra- tração Pública, como atos de improbidade administrativa
vata ao trabalho, porém, também não deva ir de shorts, ou como infrações disciplinares de natureza grave, pre-
chinelo etc (meninas, cuidado com o comprimento da vistas no Estatuto do Servidor Público (Lei nº 8.112/1990).
saia..ok?). A boa aparência (e isso não quer dizer que você
deve ser bonito) é tão importante quanto estar qualifi- XV - É vedado ao servidor público;
cado para atender. Quem não tem uma boa apresentação a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,
no atendimento, não terá chance de mostrar suas qualifi- tempo, posição e influências, para obter qualquer favore-
cações e aptidões para o atendimento (sua competência). cimento, para si ou para outrem;

26 q) manter-se atualizado com as instruções, as nor- Um exemplo recente do uso inapropriado da fun-
mas de serviço e a legislação pertinente ao órgão onde ção, foi da Sra. Marta Suplici, à época ministra do Turismo:
exerce suas funções; “Não foi exatamente tranquilo o início do voo 455
da Air France que na terça-feira passada decolou de São
Ética no Serviço Público

r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as Paulo para Paris. A responsável pela trepidação foi Marta
instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, Suplicy, que ia para a China, com escala em Paris. Ao em-
tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, barcar, o casal Marta e Luis Favre relaxou e decidiu não
mantendo tudo sempre em boa ordem. passar pela revista de bagagem de mão feitas por raios
X. Os Favres furaram a fila da Polícia Federal. Vários pas-
Estes itens, retratam uma série de posturas a se- sageiros se revoltaram. Marta respondeu que, no Brasil,
rem adotadas pelo servidor. Perceba que o servidor deve para as autoridades não valem as exigências que reca-
estar atualizado com a legislação pertinente, o que, inclu- em sobre os passageiros comuns. Os passageiros não
sive, influência no correto cumprimento de suas tarefas. relaxaram com a explicação. Continuaram a reclamar,
mesmo com todos já embarcados. Deu-se, então, o inusi-
s) facilitar a fiscalização de todos os atos ou servi- tado: o comandante do Boeing 777 saiu do avião, chamou
ços por quem de direito; a segurança e disse que não decolaria até que todos os
passageiros passassem suas bagagens pelo raio X. Mar-
Esse item retrata que, todos os servidores, sem ex- ta Suplicy deixou seu assento na primeira classe (Favre
ceção, devem zelar pelo seu ambiente de trabalho, assim, estava na executiva) e dignou-se fazer o que o coman-
como as condutas de seus colegas. dante pediu. Nesse instante, os passageiros “relaxaram e
gozaram. (Revista “VEJA” de 26 de março de 2008)
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas O uso do cargo para obter vantagens indevidas
funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê- pode ainda ser enquadrado como crime de corrupção
-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários passiva nos termos do código penal. Vejamos:
do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para ou-
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua trem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem in-
interesse público, mesmo que observando as formalida- devida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
des legais e não cometendo qualquer violação expressa
à lei; Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Seria a famosa “carteirada”. A depender do cargo
ocupado, é impressionante o respeito que a sociedade § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em con-
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sequência da vantagem ou promessa, o funcionário re- responsabilizar subordinado que cometeu infração no
tarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pra- exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não

Capítulo 08 - Seção III - Das Vedações ao Servidor Público


tica infringindo dever funcional. levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou
retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, ce- d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o
dendo a pedido ou influência de outrem: exercício regular de direito por qualquer pessoa, causan-
do-lhe dano moral ou material;
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Essa conduta pode também configurar crime de
Em síntese, na corrupção passiva, o servidor pú- prevaricação previsto no art. 319 do Código Penal (visto
blico comercializa sua função pública. Sujeito ativo do acima).
crime é o funcionário público, sem distinção de classe ou
categoria, podendo ser típico ou equiparado, ainda que e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científi-
afastado do seu exercício. Também aquele que ainda não cos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendi-
assumiu o seu posto (aguarda a posse, por exemplo), mas mento do seu mister;
em razão do cargo, solicita ou recebe a vantagem ou pro-
messa de vantagem indevida, pratica o delito de corrup- Este na verdade trata-se de um dever do servidor.
ção. O servidor tem o dever de se atualizar no quesito de no-
O sujeito passivo é o Estado ou, mais especifica- vas tecnologias que podem ser aplicadas em seu traba-
mente, a Administração Pública, bem como a pessoa lho.
constrangida pelo agente público, desde que, é claro, não
tenha praticado o crime de corrupção ativa. f) permitir que perseguições, simpatias, antipa-
São três as condutas típicas que caracteriza cor- tias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal
rupção passiva: solicitar (pedir) vantagem indevida; re- interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados
ceber referida vantagem; e, por fim, aceitar promessa de administrativos ou com colegas hierarquicamente supe-
tal vantagem, anuindo com futuro recebimento. riores ou inferiores;
No verbo solicitar, a corrupção parte do servidor
público corrupto. Aqui reside a diferença marcante entre O servidor, no exercício de sua função, deve ser
os crimes de corrupção passiva e concussão (316 do CP). imparcial. Caso a prática de um ato esteja comprometida,
A ação do funcionário, no caso da concussão, representa o servidor deve informar que não está apto para praticar 27
uma exigência, e, no caso da corrupção passiva, repre- determinado ato em função de razões pessoais. Chama-
senta uma solicitação (pedido). se, nesse caso, de suspeição.
Nos verbos receber e aceitar promessa, a iniciativa

Ética no Serviço Público


é do corruptor (particular, extraneus). g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber
Todas as condutas típicas acabam por enfocar a qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio,
negociação do agente com a função pública. A corrupção comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para
passiva é a prostituição da pureza do cargo pela parciali- si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento
dade ou pelo interesse. da sua missão ou para influenciar outro servidor para o
Além do crime de corrupção ativa, também pode mesmo fim;
ensejar o crime de prevaricação:
Art. 319 do Código Penal: Retardar ou deixar de São os famosos casos de corrupção, nos quais o
praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo con- servidor pede dinheiro para praticar ou agilizar certos
tra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse atos.
ou sentimento pessoal. Essa conduta também é vedada nos termos da Lei
8.112 e pode configurar crime de corrupção passiva pre-
b) prejudicar deliberadamente a reputação de ou- visto no art. 317 do Código Penal.
tros servidores ou de cidadãos que deles dependam; Lei 8.112, Art. 117. Ao servidor é proibido:

Essa conduta pode configurar crime contra a hon- XII - receber propina, comissão, presente ou van-
ra (calúnia, difamação e injúria) e, também, resultar em tagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
ação de indenização por danos morais, cuja responsabi- h) alterar ou deturpar o teor de documentos que
lidade pode ser imputada ao poder público ou ao próprio deva encaminhar para providências;
servidor (José Morais).
Essa conduta pode configurar crime de falsidade
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, ideológica previsto no art. 299 do Código Penal:
conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou
ao Código de Ética de sua profissão; Art. 299 - Omitir, em documento público ou parti-
cular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir
É dever do servidor comunicar as superiores se ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia
constatar algo errado ou estranho. A conduta omissiva ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação
(deixar de fazer) pode configurar crime de condescen- ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
dência criminosa. Do código penal:
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
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documento é público, e reclusão de um a três anos, e mul- n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora
ta, se o documento é particular. dele habitualmente;

Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, Poxa professor! Quer dizer que vou passar no Con-
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsi- curso, ganhar meu rico dinheirinho e não vou poder be-
Capítulo 09 - Das Comissões de Ética – Decreto 1.171

ficação ou alteração é de assentamento de registro civil, ber!


aumenta-se a pena de sexta parte. Nada disso, claro que você pode, e para quem gosta
até faz bem! O inciso I que diz que o servidor deve ser ético
i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que neces- tanto dentro quanto fora da repartição. Pois é, o que não
site do atendimento em serviços públicos; pode é estar “normalmente” bêbado!
Essa conduta pode configurar justa causa para
Essa conduta pode configurar ato de improbidade rescisão do contrato de trabalho quando se tratar de ser-
administrativa previsto no art. 11 da Lei no 8.429/1992. vidor regido pela Consolidação das Leis do Trabalho.
Atualmente o alcoolismo já vem sendo tratado
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa como doença, mas meu querido aluno, não queira sofrer
que atenta contra os princípios da administração pública desse mal.
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de hones-
tidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às institui- o) dar o seu concurso a qualquer instituição que
ções, e notadamente: atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da
pessoa humana;
j) desviar servidor público para atendimento a in-
teresse particular; O servidor deve saber, de antemão, que a escolha
pela carreira pública é a escolha pela transparência de
Isso é grave! Usar um servidor para atender a ne- vida. Transparência esta que serve como fator de morali-
cessidades estranhas ao serviço. dade de seu exercício profissional.
Essa conduta pode configurar ato de improbidade Uma instituição que atente contra a moral, a ho-
administrativa previsto no art. 10, inciso XIII, da Lei nº nestidade ou a dignidade da pessoa humana, é algo bem
8.429/1992: subjetivo. Mas não se preocupe que, se cair na prova, a
banca vai dizer que a instituição que o sujeito participa
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrati- “atenta conta a moral” ou contra a honestidade ou a dig-
28 va (...): nidade. Um exemplo disso foram aquelas pessoas que
criaram um site onde marcavam hora e local para espan-
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço car e matar travestis, manifestavam seu ódio contra mu-
particular, veículos, máquinas, equipamentos ou mate- lheres, negros, homossexuais, etc. Sem dúvida esse gru-
Ética no Serviço Público

rial de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição po atenta violentamente contra a moral, a honestidade e
de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta a dignidade da pessoa humana.
lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados
ou terceiros contratados por essas entidades. p) exercer atividade profissional aética ou ligar o
E infração disciplinar de natureza grave, prevista seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
no art. 117, inciso XVI, da Lei nº 8.112/1990.
Um servidor, por exemplo, não pode ter seu nome
Art. 117. Ao servidor é proibido: ligado a um comércio de produtos piratas.

XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da re-


partição em serviços ou atividades particulares;
9. DAS COMISSÕES DE ÉTICA – DECRETO
1.171
l) retirar da repartição pública, sem estar legal-
mente autorizado, qualquer documento, livro ou bem per- As comissões de ética são encarregadas de orien-
tencente ao patrimônio público; tar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor
quando este lida com pessoas ou com o patrimônio pú-
Veja que não há exceção. Se retirar uma simples blico. Compete a comissão de Ética conhecer concreta-
resma de papel já estará configurado o crime de Peculato. mente de imputação ou de procedimento susceptível de
censura.
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas Em todos os órgãos da Administração Pública Fe-
no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio, de deral, direta ou indireta, ou, qualquer órgão ou entida-
parentes, de amigos ou de terceiros; de que exerça atribuições delegadas pelo poder público
deve existir uma comissão de Ética.
Muitas vezes, decisões que serão ainda tornadas Estas comissões, são tratadas como COMISSÃO DE
públicas, podem ter grande impacto na sociedade, não ÉTICA SETORIAL, e atuam como elemento de ligação com
só na questão de convivência, mas também no mercado a Comissão de Ética Pública (CEP).
financeiro. E também, o servidor público não pode fazer É dever do titular da entidade ou órgão da Admi-
uso de informação privilegiada obtida no âmbito interno nistração Pública Federal, direta e indireta, assegurar
do seu serviço, mesmo quando a informação afetar inte- as condições de trabalho para que as Comissões de Éti-
resse do próprio servidor ca cumpram suas funções, inclusive para que do exercí-
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cio das atribuições de seus integrantes não lhes resulte Não havendo servidores públicos no órgão ou na enti-
qualquer prejuízo ou dano. Eventuais faltas nesse senti- dade em número suficiente para instituir a Comissão
do poderão configurar descumprimento de dever funcio- de ética, poderão ser escolhidos servidores públicos
nal. ocupantes de cargo efetivo ou emprego do quadro per-
À essas comissões, no âmbito dos respectivos ór- manente da Administração.
gãos e entidades, cabe supervisionar a observância do
Código de Conduta da Alta administração Federal e co-
municar à Comissão de Ética Pública situações que pos-
Para fixar:
sam configurar descumprimento de suas normas.
Vejamos o que diz o Decreto 1.171/94 sobre as Co-
missões de Ética:

XVI - Em todos os órgãos e entidades da Adminis-


tração Pública Federal direta, indireta autárquica e fun-

Capítulo 10 - Decreto 6.029/2007


dacional, ou em qualquer órgão ou entidade que exerça
atribuições delegadas pelo poder público, DEVERÁ SER
CRIADA UMA COMISSÃO DE ÉTICA, encarregada de orien-
tar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no
tratamento com as pessoas e com o patrimônio público,
competindo-lhe conhecer concretamente de imputação
ou de procedimento susceptível de censura.

Temos aqui a obrigatoriedade de criação de uma


Comissão de Ética que terá como missão ORIENTAR E
ACONSELHAR sobre a ética profissional do servidor.
A pena que a Comissão de Ética imputa ao servidor
é a de CENSURA. Portanto, qualquer outra pena que vir na
sua prova apresentada pela Comissão de Ética é errônea. O DIRIGENTE MÁXIMO DO ÓRGÃO OU ENTIDADE
Dentre as atribuições, cabe às comissões de ética NÃO PODERÁ SER MEMBRO DE COMISSÃO DE ÉTICA. O
prestar informações que subsidiem a gestão do quadro entendimento justifica-se para evitar eventuais confli-
de carreiras dos servidores, instruindo, por exemplo, a tos que possam surgir da análise dos casos encaminha- 29
promoção por merecimento prevista nos planos de car- dos à Comissão, tendo em vista que o próprio dirigente
reira. eventualmente terá que executar algumas das decisões
XVIII - À Comissão de Ética incumbe FORNECER, deliberadas pela Comissão de Ética do Órgão ou Entidade

Ética no Serviço Público


aos organismos encarregados da execução do quadro de do Poder Executivo Federal. Essa ideia é reforçada pela
carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta disposição contida no artigo 5º, do Decreto 6.029/07, ao
ética, para o efeito de instruir e fundamentar promoções mencionar que os membros da Comissão serão desig-
e para todos os demais procedimentos próprios da car- nados pelo dirigente máximo da respectiva entidade ou
reira do servidor público. órgão.
Essas comissões são integradas por três membros Cada Comissão de Ética deve ser integrada exa-
titulares e três suplentes, escolhidos entre servidores e tamente por três membros titulares e três suplentes ou
empregados do seu quadro permanente, e designados esse é uma quantidade mínima?
pelo dirigente máximo da respectiva entidade ou órgão, Cada Comissão de Ética de que trata o Decreto nº
para mandatos não coincidentes de três anos. 1.171/94 será integrada por três membros titulares e três
suplentes. As entidades maiores e distribuídas geogra-
O QUE SERIA MANDATO NÃO COINCIDENTE? ficamente pelo país podem lançar representantes de
Isso quer dizer que, por exemplo, a cada ano, um áreas, exclusivamente para que sirvam de elemento de
integrante da Comissão será substituído. Vejamos um ligação com a Comissão. Os membros das Comissões ou
exemplo: eventuais representantes de áreas podem ser escolhidos
entre ocupantes de cargos de confiança, desde que esses
cargos integrem a estrutura de cargos permanentes da
entidade, e o presidente escolhido funcionará com ele-
mento de ligação com a Comissão de Ética Pública.

Os componentes dessas Comissões de Ética são 10. DECRETO 6.029/2007


escolhidos entre os servidores públicos ocupantes de
cargo efetivo ou emprego do seu quadro permanente, O Decreto 6.029/2007 institui o Sistema de Gestão
designados por ato do dirigente máximo do correspon- da Ética do Poder Executivo Federal que, basicamente,
dente órgão ou entidade. O dirigente máximo de órgão ou regulamenta a criação e o funcionamento das Comissões
entidade NÃO PODERÁ SER MEMBRO DA COMISSÃO DE de Ética. Foi criado com a finalidade de PROMOVER ATI-
ÉTICA. VIDADES QUE DISPÕEM SOBRE A CONDUTA ÉTICA NO
ÂMBITO DO EXECUTIVO FEDERAL.
Nessa linha, o Decreto 1.171 determina que os ór-

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gãos e entidades da Administração Pública Federal dire- enquanto que os órgãos consultivos são aqueles que
ta e indireta devem constituir Comissões de Ética. Essas emitem pareceres, opiniões, conselhos que por sua vez
comissões, que tenham sido criadas no âmbito do Poder são transmitidos aos órgãos deliberativos para auxilia-
Executivo Federal, compõem o Sistema de Gestão da Éti- rem os órgãos deliberativos na sua tomada de decisão.”
ca do Poder Executivo Federal. Ele ainda assevera que estes órgãos têm então
Em entidades ou órgãos distribuídos geografica- uma função auxiliar na relação com os órgãos deliberati-
mente pelo país a criação de subcomissões de ética pode vos e tem uma função complementar no sistema.
ser de grande valia para assegurar proximidade aos ser-
vidores. Nesse caso, às subcomissões pode ser cometido
o exercício de todas as atribuições da Comissão, desde Todo aquele que investir em função pública ou celebrar
que reservada a esta o poder revisor de ofício das orien- contrato de trabalho, NO ATO DA POSSE deverá pres-
tações e decisões exaradas. tar compromisso solene de acatamento das regras ob-
Compete ao Sistema de Gestão da Ética: servadas no Código de Conduta da Alta Administração
Federal pelo Código de Ética Profissional do Servidor
Capítulo 10 - Decreto 6.029/2007

I - integrar os órgãos, programas e ações relacio-


nadas com a ética pública; Público e pelo Código de Ética do órgão ou entidade.
II - contribuir para a implementação de políticas Há uma diferença entre a Composição da Comissão
públicas tendo a transparência e o acesso à informação de Ética Pública e as Comissões de Ética de acordo com o
como instrumentos fundamentais para o exercício de Decreto 1.171? Enquanto a CEP possui 7 membros a outra
gestão da ética pública; possui 6 membros.
III - promover, com apoio dos segmentos pertinen- Leiamos o que reza o Art. 3º do Decreto:
tes, a compatibilização e interação de normas, procedi-
mentos técnicos e de gestão relativos à ética pública; Art. 3o A CEP será integrada por sete brasileiros
IV - articular ações com vistas a estabelecer e que preencham os requisitos de idoneidade moral, re-
efetivar procedimentos de incentivo e incremento ao putação ilibada e notória experiência em administração
desempenho institucional na gestão da ética pública do pública, designados pelo Presidente da República, para
Estado brasileiro. mandatos de três anos, não coincidentes, permitida uma
Sobre as competências, é importante que você única recondução.
grave o seguinte:
As Comissões instituídas pelo Decreto 1.171 são
integradas por três membros titulares e três suplentes,
30 escolhidos entre servidores e empregados do seu qua-
dro permanente, e designados pelo dirigente máximo da
respectiva entidade ou órgão, para mandatos não coinci-
Ética no Serviço Público

dentes de três anos.

O Sistema de Gestão de Ética é composto por:

I - a Comissão de Ética Pública - CEP, instituída pelo


Decreto de 26 de maio de 1999;
II - as Comissões de Ética de que trata o Decreto no
1.171, de 22 de junho de 1994; e
III - as demais Comissões de Ética e equivalentes
nas entidades e órgãos do Poder Executivo Federal.

A Comissão de Ética Pública foi criada pelo Decre-


to de 26 de maio e tem a missão de “ZELAR PELO CUM-
PRIMENTO DO CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMI-
NISTRAÇÃO FEDERAL, ORIENTAR AS AUTORIDADES
QUE SE CONDUZAM DE ACORDO COM SUAS NORMAS E
INSPIRAR O RESPEITO À ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO” e
PROMOVER A ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, em
linha com o Decreto 6.029, de 1º de fevereiro de 2007.
É vinculada ao Presidente da República Federativa
do Brasil (Presidência da República Federativa do Brasil).
Cabe ressaltar que a Comissão de Ética Pública
(CEP) é um órgão consultivo do Governo Brasileiro.
Segundo Diogo Freitas do Amaral (2006), “Podem
dividir-se os órgãos em deliberativos e consultivos. Os
órgãos deliberativos são aqueles que tomam decisões

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Para memorizar:

Capítulo 10 - Decreto 6.029/2007


31
Todos os membros que compõe a CEP não recebe- É recomendável que o presidente da Comissão seja
rão qualquer remuneração. Além disso, seus trabalhos substituído em suas ausências pelo membro mais antigo.

Ética no Serviço Público


são considerados importantíssimos para o serviço públi- Sobre os membros da CEP ressalto ainda que os
co. mandatos de 3 anos são não coincidentes, ou seja, os
Militares da ativa que ocupem cargo da estrutura mandatos dos primeiros membros serão de um, dois e
permanente do órgão poderão integrar a respectiva Co- três anos. A expressão “para mandatos não coincidentes
missão de Ética. Também militares da reserva remune- de três anos”, constante do art. 5º do Decreto 6029, indica
rada ou não, que não ocupem exclusivamente cargo em a necessidade do termo final dos primeiros mandatos se-
comissão de assessoramento superior de livre nomeação rem não coincidentes, recomendando-se que os primei-
e exoneração poderão integrar a respectiva Comissão. ros a serem designados o sejam para mandatos de um,
O Presidente da Comissão de Ética terá mandato dois e três anos, respectivamente, podendo ser recondu-
de um ano, permitida a recondução. Nas deliberações do zidos uma única vez após o cumprimento desse primeiro
grupo, o presidente terá o chamado “voto de qualidade”. período, desta feita de três anos para qualquer deles.
Voto de qualidade, ou, voto de minerva, é uma ex- Essa forma de organizar a comissão provavel-
pressão popular usada na língua portuguesa e significa o mente previu a possibilidade de perda de sequência dos
voto que decide uma votação que se encontrava empata- trabalhos se todos os membros saíssem da comissão na
da. A expressão “voto de minerva” pode ser substituída mesma data e entrassem novos membros sem experiên-
pela expressão “voto de desempate” ou “voto de quali- cia do funcionamento da comissão.
dade”. Em inglês, “voto de minerva” é traduzido para “the
deciding vote” ou “the casting vote”. As Competências da Comissão de Ética Pública e
Sendo assim, o Presidente usará desse voto ape- das Comissões de Ética Setorial, são “parecidas”, porém,
nas para desempatar alguns processos deliberativos. há diferenças sutis. Confira:
Entenderam?
O presidente da Comissão de Ética Pública será es-
colhido pelos próprios integrantes da Comissão, de acor- COMISSÃO DE ÉTICA COMISSÃO DE ÉTICA
do com o inciso VI do art. 4º do Decreto 6029/07. Já para a PÚBLICA (Art. 4º) SETORIAL (Art. 7º)
escolha do presidente de Comissão de Ética de que trata I - atuar como instância I - atuar como instância
o Decreto 1171/94, na ausência de norma expressa, reco- consultiva do Presidente consultiva de dirigentes
menda-se que seja seguida a mesma sistemática esta- da República e Ministros e servidores no âmbito de
belecida para a CEP, ainda que essa escolha possa ser fei- de Estado em matéria de seu respectivo órgão ou
ta pela própria autoridade no ato de designação de seus ética pública; entidade;
membros.

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ATENÇÃO: Os eventuais códigos de ética próprios
COMISSÃO DE ÉTICA COMISSÃO DE ÉTICA
das empresas estatais e demais órgãos e entidades de-
PÚBLICA (Art. 4º) SETORIAL (Art. 7º)
vem estar alinhados com o Decreto 1.171/94 e, portanto,
II - administrar a aplica- II - aplicar o Código de as propostas para elaboração e aperfeiçoamento dos có-
ção do Código de Conduta Ética Profissional do digos de ética próprios também devem encaminhados
da Alta Administração Servidor Público Civil do para a CEP.
Federal, devendo: Poder Executivo Federal, A CEP conta com uma Secretaria-Executiva, vin-
aprovado pelo Decreto culada à Casa Civil da Presidência da República, à qual
1.171, de 1994, devendo: compete prestar o apoio técnico e administrativo aos
trabalhos da Comissão. Serão vinculadas administrati-
a) submeter ao Presiden- a) submeter à Comissão vamente à instância máxima desse órgão e quem a pre-
te da República medidas de Ética Pública propos- side é um servidor ou empregado do quadro permanente
para seu aprimoramento; tas para seu aperfeiçoa- da entidade ou órgão, ocupante de cargo de direção com-
Capítulo 10 - Decreto 6.029/2007

mento; patível com sua estrutura, alocado sem aumento de des-


pesas.
b) dirimir dúvidas a res- b) dirimir dúvidas a res- Não obstante a ausência de norma expressa, tendo
peito de interpretação de peito da interpretação de em vista que a Secretaria-Executiva da Comissão deve
suas normas, deliberan- suas normas e deliberar vincular-se administrativamente à instância máxima
do sobre casos omissos; sobre casos omissos; da entidade ou órgão, é recomendável que a própria Co-
c) apurar, mediante c) apurar, mediante missão vincule-se também à autoridade executiva má-
denúncia, ou de ofício, denúncia ou de ofício, xima.
condutas em desacordo conduta em desacordo Como o Secretário Executivo deve ocupar cargo
com as normas nele pre- com as normas éticas de direção compatível com a estrutura do órgão ou enti-
vistas, quando praticadas pertinentes; e dade, mas sem aumento de despesas, é possível que sua
pelas autoridades a ele designação recaia sobre servidor ocupante de cargo ou
submetidas; função de área que não integra a estrutura do gabinete
do dirigente máximo. No entanto, mesmo nesse caso, a
III - dirimir dúvidas de d) recomendar, acompa- Secretaria deve estar vinculada administrativamente a
interpretação sobre as nhar e avaliar, no âmbito esse gabinete.
normas do Código de do órgão ou entidade a O Secretário-Executivo deverá cumprir plano
32 Ética Profissional do que estiver vinculada, de trabalho aprovado pela Comissão, bem como prover
Servidor Público Civil do o desenvolvimento de apoio técnico e material necessário ao cumprimento das
Poder Executivo Federal ações objetivando a dis- atribuições da respectiva Comissão. O Secretário-Exe-
Ética no Serviço Público

de que trata o Decreto no seminação, capacitação cutivo deverá ser pessoa diversa dos membros da Co-
1.171, de 1994; e treinamento sobre as missão devido à existência de vinculação administrativa
normas de ética e disci- da Secretaria-Executiva à instância máxima do órgão ou
plina; entidade.
A escolha do Secretário-Executivo da Comissão
IV - coordenar, avaliar e III - representar a respec- de Ética pode recair sobre servidor, civil ou militar da re-
supervisionar o Sistema tiva entidade ou órgão na serva, que ocupe exclusivamente cargo em comissão de
de Gestão da Ética Pú- Rede de Ética do Poder assessoramento superior, pois integrante do quadro per-
blica do Poder Executivo Executivo Federal a que manente do órgão, conforme definido pela Lei 3780/60.
Federal; se refere o art. 9o; e O cargo ou função do secretário-executivo da Co-
missão de Ética deve ser compatível com a estrutura do
V - aprovar o seu regi- IV - supervisionar a
órgão ou função, entendendo-se essa compatibilidade
mento interno; e observância do Código de
como cargo ou função de nível suficiente que lhe permita
Conduta da Alta Admi-
a necessária interlocução hierárquica para o exercício de
VI - escolher o seu Presi- nistração Federal e co-
suas obrigações.
dente. municar à CEP situações
O chefe da referida Secretaria deve conhecer bem
que possam configurar
a organização e seus processos e ter capacidade geren-
descumprimento de suas
cial para dar consequência às decisões da Comissão de
normas.
Ética, ocupando cargo ou função compatível da estrutura
da organização.
Vejam que a CEP tem o papel de esclarecer sobre Os membros das Comissões de Ética exercerão
dúvidas oriundas das próprias normas e nos casos que suas atividades com a garantia do mandato e de que do
não estarão presentes nas normas poderá decidir. exercício de suas atribuições não lhes resultará nenhum
As dúvidas levantadas sobre a aplicação do Decre- dano ou prejuízo, sendo responsabilidade do titular da
to 1171/94 devem ser resolvidas pela Comissão de Ética entidade ou órgão assegurar as condições necessárias
do próprio órgão ou entidade, cabendo à Comissão de Éti- ao trabalho.
ca Pública atender às dúvidas dessas Comissões ou se Cada Comissão de Ética, que trata o Decreto 1.171,
manifestar em caso de interpretações divergentes. terá também uma Secretaria Executiva, chefiada por um
A infração de natureza ética cometida por membro servidor ou empregado do quadro permanente, e vincu-
de Comissão de Ética Setorial será apurada pela Comis- lada administrativamente à instância máxima da enti-
são de Ética Pública. dade ou órgão em que estiver instalada. Como já vimos,
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a função da Secretaria Executiva é dar cumprimento ao III - independência e imparcialidade dos seus
plano de trabalho aprovado pela Comissão, além de dar membros na apuração dos fatos, com as garantias asse-
o apoio técnico e material necessário ao cumprimento de guradas neste Decreto.
suas atribuições. Sobre o inciso I que trata sobre a proteção à honra
Os chefes das secretarias executivas serão servi- e a imagem da pessoa investigada, o art. 5º, inciso X, da
dores ou empregados do quadro permanente da entidade Constituição Federal de 1988, estabelece que são inviolá-
ou órgão, ocupante de cargo de direção compatível com veis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
sua estrutura, alocado sem aumento de despesas. pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação.
O cargo ou função do secretário-executivo da Além disso, O pacto de São José da Costa Rica (Con-
Comissão de ética deve ser tal que não se configure venção Interamericana de Direitos Humanos), vigente
em empecilho para o cumprimento de suas funções em nosso país, reconhece a proteção à honra no art. 11,
diretamente, sem que tenha questionado seu nível dispondo que “toda pessoa tem direito ao respeito de sua

Capítulo 10 - Decreto 6.029/2007


hierárquico. Consider4ar-se que um cargo ou função honra e ao reconhecimento de sua dignidade”. Portanto,
compatível seja aquele que não apresente instâncias quando afirmamos “toda pessoa”, inclui-se nesse aspec-
intermediárias nem comprometa a comunicação ins- to a pessoa investigada.
titucional com todos os escalões da entidade ou órgão. O inciso II é extremamente importante para con-
solidação dos trabalhos das Comissões de Ética, por isso,
Certa dúvida recai sobre empresas que possuem os membros das Comissões de Ética exercerão suas ati-
código de ética próprio. A recomendação da Comissão de vidades com a garantia do mandato e de que do exercício
Ética Pública é que todos os órgãos e entidades do Poder de suas atribuições não lhes resultará nenhum dano ou
Executivo Federal incorporem as normas do Código de prejuízo. Imagine se identidade daqueles que denuncias-
Ética do Servidor Civil ao seu escopo estatutário e regu- sem os casos antiéticos não fosse protegida? Com certe-
lamentar, sem prejuízo de que sejam complementadas za todo o trabalho seria prejudicado, certo?
por normas próprias que se façam necessárias em razão O trabalho de combate à corrupção da OIT (Orga-
de peculiaridades de suas respectivas áreas de negócio. nização Internacional do Trabalho) recebeu grande des-
Neste caso, é recomendável que as respectivas comis- taque. A Convenção sobre o Combate da Corrupção de
sões de ética ou unidades equivalentes assumam tam- Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações Co-
bém a responsabilidade pela administração dessas nor- merciais Internacionais, da OCDE1, traz, em seus Artigos
mas complementares. 1º e 2º, normas gerais de proteção ao funcionário denun-
Também é atribuição das Comissões de Ética a ciante, referindo-se à proteção contra discriminação ou 33
representação do órgão ou entidade na Rede de Ética do punição disciplinar de empregados do setor público e pri-
Poder Executivo Federal. Essa rede é composta pelos re- vado que denunciem, de boa-fé e com razoáveis motivos,

Ética no Serviço Público


presentantes das Comissões de Ética, e tem por objetivo aquilo que acreditem ser evidência de crime, violação de
a promoção da cooperação técnica e a avaliação em ges- regras de trabalho, conduta ímproba, atos de corrupção
tão da ética. ou qualquer outro assunto que deva ser de conhecimento
A Comissão de Ética da entidade ou órgão será o das autoridades responsáveis, em face de seu interesse
canal preferencial de relacionamento com a Comissão público.
de Ética Pública, funcionando o seu presidente com “ele- Por último, o inciso III assevera que toda conduta
mento de ligação” entre as duas Comissões. dos membros das comissões deverá ser imparcial e inde-
A Rede de Ética do Poder Executivo Federal trata- pendente, com o objetivo de não influenciar nas decisões
se de um grupo representado por membros das Comis- tomadas.
sões de Ética das entidades e órgãos, além de membros Quem pode acionar a CEP ou as Comissões de Éti-
da CEP que terão como objetivo promover a cooperação ca?
técnica e a avaliação em gestão da ética. Art. 11. Qualquer cidadão, agente público, pessoa jurídica de direito privado, as-
Esse grupo se reúne, NO MÍNIMO, uma vez por ano sociação ou entidade de classe poderá provocar a atuação da CEP ou de Comissão de
para discutir os rumos dos assuntos relativos à Ética na Ética, visando à apuração de infração ética imputada a agente público, órgão ou setor
Administração Pública. Essa reunião acontece como se específico de ente estatal.
fosse um FÓRUM DE DISCUSSÃO.
Durante esse encontro avaliam o programa e as O artigo 11 traz quem são os sujeitos ativos no pro-
ações para a promoção da ética na administração públi- cesso de apuração ética. São eles:
ca.
Segundo o Art. 10 do Decreto as atividades exer-
cidas pelas Comissões de Ética e pela Comissão de Ética
Pública obedecem aos seguintes princípios:

Art. 10. Os trabalhos da CEP e das demais Comis-


sões de Ética devem ser desenvolvidos com celeridade e
observância dos seguintes princípios:
I - proteção à honra e à imagem da pessoa inves-
tigada;
II - proteção à identidade do denunciante, que de-
verá ser mantida sob reserva, se este assim o desejar; e

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Devido a importância e cobrança corriqueira em troladoria-Geral da União ou unidade específica do Siste-
provas, vamos rever o conceito de agente público, desta ma de Correição do Poder Executivo Federal de que trata
vez trazido pelo Decreto 6.029: o Decreto n o 5.480, de 30 de junho de 2005, para exame de
Parágrafo único. Entende-se por agente público, eventuais transgressões disciplinares; e
para os fins deste Decreto, todo aquele que, por força de III - recomendação de abertura de procedimento
lei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços de administrativo, se a gravidade da conduta assim o exigir.
natureza permanente, temporária, excepcional ou even-
tual, ainda que sem retribuição financeira, a órgão ou en- Qualquer procedimento instaurado para apuração
tidade da administração pública federal, direta e indireta. de prática em desrespeito às normas éticas será manti-
do como “chancela reservado” até a conclusão e decisão.
Processo de Apuração Ética Concluída a investigação e após a deliberação da CEP ou
da Comissão de Ética do órgão ou entidade, os autos do
O processo de apuração de prática de ato em des- procedimento deixarão de ser reservados.
Capítulo 10 - Decreto 6.029/2007

respeito ao preceituado no Código de Conduta da Alta A chancela “reservado” refere-se ao grau de si-
Administração Federal e no Código de Ética Profissio- gilo que pode ser atribuído a informações na Adminis-
nal do Servidor Público Civil do Poder Executivo Fede- tração Pública. Atualmente o sigilo é tratado na lei n°
ral será instaurado, de ofício ou em razão de denúncia 12.527/2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação.
fundamentada, respeitando-se, sempre, as garantias do A informação classificada no grau reservado permane-
contraditório e da ampla defesa, pela Comissão de Ética ce sigilosa por no máximo 5 anos. De qualquer forma, o
Pública ou Comissões de Ética, conforme o caso, que no- próprio Decreto determina que os autos deixaram de ser
tificará o investigado para manifestar-se, por escrito, no considerados reservados após a conclusão da investiga-
prazo de dez dias. ção e a deliberação da CEP ou da Comissão de Ética.
A qualquer pessoa que esteja sendo investigada é
assegurado o direito de saber o que lhe está sendo impu-
tado, de conhecer o teor da acusação e de ter vista dos au-
tos, no recinto das Comissões de Ética, mesmo que ainda
não tenha sido notificada da existência do procedimento Na hipótese de os autos estarem instruídos com
investigatório. O investigado tem o direito de obter cópia documento acobertado por sigilo legal, o acesso a esse
dos autos e de certidão do seu teor. tipo de documento somente será permitido a quem deti-
Feita a denúncia FUNDAMENTADA, ou seja, aque- ver igual direito perante o órgão ou entidade originaria-
34 la que que se fundamenta em algo que já é comprovado, mente encarregado da sua guarda.
que já possui concretude, o investigado será notificado e Para resguardar o sigilo de documentos que as-
deverá no PRAZO MÁXIMO DE 10 DIAS manifestar-se por sim devam ser mantidos, as Comissões de Ética, depois
de concluído o processo de investigação, providenciarão
Ética no Serviço Público

escrito quanto ao fato.


Após essa notificação poderá ele produzir provas para que tais documentos sejam desentranhados dos au-
para sua defesa e as Comissões de Ética poderão requi- tos, lacrados e acautelados.
sitar os documentos que entenderem necessários à ins- E no caso de documentos submetidos a Legislação
trução probatória e, também, promover diligências e so- do sigilo bancário, cuja hierarquia é superior ao Decreto?
licitar parecer de especialista. As autoridades competentes não poderão alegar
Se por ventura novos elementos forem juntados à sigilo para deixar de prestar informação solicitada por
investigação o investigado terá mais um prazo de 10 dias Comissão de Ética, desde que relativa ao fato sob exame.
para novamente se manifestar. Cabe à Comissão de Ética observar e fazer observar o si-
Feita essa instrução será proferida a decisão con- gilo de informações protegidas por lei.
clusiva e fundamentada. Os órgãos e entidades da Administração Pública
Federal darão tratamento prioritário às solicitações de
documentos necessários à instrução dos procedimentos
de investigação instaurados pelas Comissões de Ética.
Caso haja o apoio necessário, a Comissão de Ética poderá
Quais providências serão tomadas caso conclui-se recomendar a abertura de Procedimento Administrati-
que foi uma infração por falta de ética? vo.
Teremos então 3 hipóteses de providências: As Comissões de Ética sempre que constatarem a
Se a conclusão for pela existência de falta ética, possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de improbi-
além das providências previstas no Código de Conduta dade administrativa ou de infração disciplinar, encami-
da Alta Administração Federal e no Código de Ética Pro- nharão cópia dos autos às autoridades competentes para
fissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Fe- apuração de tais fatos, sem prejuízo das medidas de sua
deral, as Comissões de Ética tomarão as seguintes provi- competência.
dências, no que couber:
Por serem considerados de elevada relevância, os tra-
I - encaminhamento de sugestão de exoneração de balhos das comissões de ética tem prioridade sobre as
cargo ou função de confiança à autoridade hierarquica- atribuições próprias do cargo de seus membros quan-
mente superior ou devolução ao órgão de origem, confor- do estes não atuarem com exclusividade na comissão.
me o caso;
II - encaminhamento, conforme o caso, para a Con- As Comissões de Ética NÃO PODERÃO ESCUSAR-

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SE DE PROFERIR DECISÃO SOBRE MATÉRIA DE SUA vidor público perante a comunidade deve ser entendido
COMPETÊNCIA alegando omissão do Código de Conduta como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como
da Alta Administração Federal, do Código de Ética Pro- cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho
fissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo pode ser considerado como seu maior patrimônio.
Federal ou do Código de Ética do órgão ou entidade. Não GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO
havendo dispositivo legal nesses diplomas, a lacuna será
suprida pela analogia e invocação aos princípios da lega- QUESTÃO 03 (CESPE - 2011 - FUB - Cargos de Ní-
lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efici- vel Médio) Suponha que Ana, servidora de uma funda-
ência. ção pública, tente convencer seu colega André, também
Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comissão servidor público, a aceitar de um empresário gratificação
de Ética competente deverá ouvir previamente a área pelos serviços prestados, e ele, indignado, rechace a pro-
jurídica do órgão ou entidade. posta, dizendo-lhe que nada mais fez que cumprir seus
Sobre as decisões das Comissões de Ética leiamos deveres. Suponha, ainda, que, alguns dias depois, André
o artigo 18 do Decreto: aceite do referido empresário uma oferta de emprego

Capítulo 10 - Decreto 6.029/2007


para seu filho recém-formado. Nessa situação, a atitude
Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na de André, por não estar prevista no Código de Ética dos
análise de qualquer fato ou ato submetido à sua aprecia- Servidores Públicos, não é passível de reprimenda.
ção ou por ela levantado, serão resumidas em ementa e, COMENTÁRIOS: Das Vedações ao Servidor Público:
com a omissão dos nomes dos investigados, divulgadas XV - É vedado ao servidor público:
no sítio do próprio órgão, bem como remetidas à Comis- a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,
são de Ética Pública. tempo, posição, e influências, para obter qualquer favo-
recimento, para si ou para outrem;
O objetivo básico das ementas não é a identifica- g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber
ção dos envolvidos, mas o conhecimento da jurisprudên- qualquer tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio,
cia. Com finalidade distinta, a Comissão de Ética Pública comissão, doação ou vantagem de qualquer espécie, para
manterá banco de dados de sanções aplicadas pelas Co- si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento
missões de Ética e os de suas próprias sanções, para fins da sua missão ou para influenciar outro servidor para o
de consulta pelos órgãos e entidades da administração mesmo fim;
pública federal, em caso de nomeação para cargo em co- GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO
missão ou de alta relevância pública. Esta consulta de-
verá ser precedida mediante ofício dirigido à Comissão QUESTÃO 04 (CESPE - 2011 - PREVIC - Técnico 35
de Ética Pública. Administrativo – Básicos) A cortesia, a boa vontade, o
ATENÇÃO: Mesmo de licença, as normas do Código cuidado e o tempo dedicados ao serviço público carac-
de Conduta da Alta Administração Federal, do Código de terizam o esforço pela disciplina. Tratar mal uma pessoa

Ética no Serviço Público


Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Exe- que paga seus tributos direta ou indiretamente significa
cutivo Federal e do Código de Ética do órgão ou entidade causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a
aplicam-se, no que couber, às autoridades e agentes pú- qualquer bem pertencente ao patrimônio público, dete-
blicos neles referidos. riorando-o, por descuido ou má vontade, não constitui
apenas uma ofensa ao equipamento e às instalações ou
Exercícios ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que de-
dicaram sua inteligência, seu tempo, suas esperanças e
comentados seus esforços para construí-los.
COMENTÁRIOS: A questão é puro texto de lei: Re-
QUESTÃO 01 (CESPE - 2011 - FUB - Cargos de Nível
gras Deontológicas
Médio) Considere que um servidor público, profunda-
IX – A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo
mente insatisfeito com seu trabalho, execute, diaria-
dedicados ao serviço público caracterizam o esforço pela
mente, suas tarefas com impaciência e utilize, com o ob-
disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos
jetivo de dificultar o acesso do público à sua repartição,
direta ou indiretamente significa causar-lhe dano moral.
uma série de artifícios para procrastinar a prestação de
Da mesma forma, causar dano a qualquer bem perten-
serviços. Nessa situação, a conduta do servidor, embora
cente ao patrimônio público, deteriorando-o, por des-
reprovável do ponto de vista moral, não constitui viola-
cuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa
ção ao Código de Ética dos Servidores Públicos.
ao equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a to-
COMENTÁRIOS: Segundo o Decreto 1.171 é vedado
dos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteli-
ao servidor público usar de artifício para procrastinar/
gência, seu tempo, suas esperanças e seus esforços para
dificultar o exercício regular do direito por qualquer pes-
construí-los.
soa, causando-lhe dano moral/material.
GABARITO DA QUESTÃO: CORRETO
GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO
QUESTÃO 05 (CESPE – ANEEL – 2010) A ética tem
QUESTÃO 02 (IADES - 2011 - PG-DF - Técnico Jurí-
como objetivo fundamental levar a modificações na mo-
dico - Apoio Administrativo) Como cidadão e integrante
ral, com aplicação universal, guiando e orientando racio-
da sociedade, a posição que ocupa o servidor público jus-
nalmente e do melhor modo a vida humana.
tifica sua omissão contra o bem comum e contra a mora-
COMENTÁRIOS: A ética tenta estabelecer princí-
lidade.
pios constantes e universais para a boa conduta da vida
COMENTÁRIOS: O trabalho desenvolvido pelo ser-
em sociedade, em suma, tenta estabelecer uma moral
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universal, a qual os homens deveriam seguir indepen- tes:
dentemente das contingências de lugar e de tempo. A XV – É vedado ao servidor público:
ética tem como objeto de estudo o estímulo que guia a l) retirar da repartição pública, sem estar legal-
ação: os motivos, as causas, os princípios, as máximas, as mente autorizado, qualquer documento, livro ou bem
circunstâncias; mas também analisa as consequências pertencente ao patrimônio público.
dessas ações. u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua
GABARITO: CERTO função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao
interesse público, mesmo que observando as formalida-
QUESTÃO 06 (CESPE – 2008 – TST) O servidor pú- des legais e não cometendo qualquer violação expressa
blico deve ter consciência de que seu trabalho é regido à lei;
por princípios éticos que se materializam na adequada BRUNO: Também age contrariamente ao código de
prestação dos serviços públicos. No item a seguir é apre- ética, pois, omitiu-se bem como não impediu que Joana
sentada uma situação hipotética, seguida de uma asser- usa-se o material de expediente em atividades particu-
Capítulo 10 - Decreto 6.029/2007

tiva que deve ser julgada considerando os princípios éti- lares. Veja o que diz o código de ética:
cos do serviço público. XV - E vedado ao servidor público;
Marcos é servidor público e, todos os dias, sai para c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,
bares com amigos e ingere grande quantidade de bebida conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou
alcoólica. Por conta disso, Marcos é conhecido por em- ao Código de Ética de sua profissão;
briagar-se habitualmente, e, ainda que isso não interfira Bruno, através de sua atitude omissiva, também
na sua assiduidade ao serviço, tem afetado reiterada- contrariou outro item o código. Veja:
mente a sua pontualidade, situação que Marcos busca XIV - São deveres fundamentais do servidor pú-
compensar trabalhando além do horário de expediente. blico:
Nesse caso, o comportamento de Marcos não pode m) comunicar imediatamente a seus superiores
ser considerado incompatível com o serviço público. todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público,
COMENTÁRIOS: O inciso I do Decreto 1.171 diz que exigindo as providências cabíveis;
o servidor deve ser ético tanto dentro quanto fora da re- GABARITO: INCORRETO
partição.
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a cons- QUESTÃO 08 (CESPE – 2008 – TST) Ricardo, ser-
ciência dos princípios morais são primados maiores que vidor público, enquanto participava da preparação de
devem nortear o servidor público, seja no exercício do um edital de licitação para contratação de fornecimen-
36 cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício to de refeições para o órgão em que trabalha, antecipou
da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, compor- algumas das regras que iriam fazer parte do edital para
tamentos e atitudes serão direcionados para a preserva- Carlos, dono de uma empresa de fornecimento de mar-
ção da honra e da tradição dos serviços públicos. mitas, famosa pela boa qualidade e ótimos preços dos
Ética no Serviço Público

Estar, “normalmente”, bêbado, mesmo fora do ser- seus produtos, a fim de que esse pudesse adequar alguns
viço, é conduta reprovável e vedada pelo referido código. procedimentos de sua empresa ao edital. A iniciativa de
Vejamos: Ricardo deveu-se somente ao fato de ele conhecer bem
XV - É vedado ao servidor público; os produtos da empresa de Carlos, não lhe trazendo qual-
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora quer vantagem pecuniária.
dele habitualmente; Nessa situação, é correto afirmar que Ricardo agiu
Portanto, o comportamento de Marcos é incompa- em prol do interesse coletivo e que a sua atitude não fere
tível com o serviço público. a ética no serviço público.
GABARITO DA QUESTÃO: INCORRETO COMENTÁRIOS: O Decreto 1.171 veda expressa-
mente tal conduta:
QUESTÃO 07 (CESPE – 2008 – TST) Há algum tem- XV - É vedado ao servidor público;
po, Bruno, servidor público responsável pelo controle do m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas
material de expediente do setor em que trabalha, ob- no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio,
serva que Joana, servidora pública lotada nesse mesmo de parentes, de amigos ou de terceiros;
setor, utiliza recursos materiais da repartição em ativi- No serviço público, não tem essa de “fazer algo
dades particulares. Em razão de seu espírito de solidarie- contrário aos regramentos em benefício do interesse
dade e da amizade que nutre por Joana, Bruno se abstém coletivo”. Não caia nessa. Por mais que pareça o melhor,
de levar ao conhecimento do chefe do setor os atos prati- cabe ao servidor público agir no estrito cumprimento das
cados por sua colega de trabalho. atividades próprias de suas funções.
Nessa situação, Bruno age de forma correta, pois GABARITO DA QUESTÃO: INCORRETO
compete ao chefe detectar, por si mesmo, quaisquer ir- QUESTÃO 09 (CESPE – 2008 – TST) Todos os servi-
regularidades no setor, caracterizando ofensa à ética o dores públicos, independentemente da função assumida
servidor público denunciar colega de trabalho. e do órgão ao qual estão vinculados, devem cumprir a lei
COMENTÁRIOS: Vamos analisar a questão sob a incondicionalmente.
atitude de cada servidor: COMENTÁRIOS: O servidor público deve desempe-
JOANA: A atitude de Joana é condenável pelo códi- nhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou empre-
go de ética. Utilizar materiais em atividades particulares go público de que seja titular. O princípio da Legalidade
é a mesma coisa que retirar algum bem da repartição. dentro da Administração Pública restringe a atuação em
Além disso, exercer atividades particulares, é situação aquilo que é permitido por lei, de acordo com os meios e
estranha ao serviço. Vejamos os incisos corresponden- formas que por ela estabelecidos e segundo os interesses
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públicos. um a dois anos para o assediador. Portanto, atualmente
Hely Lopes Meirelles assim define: “A legalidade, o assédio sexual é considerado crime quando praticado
como princípio de administração (CF, art. 37, caput), sig- nas relações de trabalho e de ascendência inerentes ao
nifica que o administrador público está, em toda a sua exercício de emprego, cargo ou função.
atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às Agora, a servidora deveria ter tido uma conduta
exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ética: a de representar contra o chefe (inciso XIV, alíneas
ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se h, i e m do decreto 1171/94), quais sejam:
a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme XIV - São deveres fundamentais do servidor pú-
o caso”. blico:(...)
Na Administração Pública, não há espaço para li- h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum
berdades e vontades particulares, deve, o agente público, temor de representar contra qualquer comprometimen-
sempre agir com a finalidade de atingir o bem comum, os to indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
interesses públicos, e sempre segundo àquilo que a lei lhe i) resistir a todas as pressões de superiores hierár-

Capítulo 10 - Decreto 6.029/2007


impõe. quicos, de contratantes, interessados e outros que visem
GABARITO DA QUESTÃO: CORRETA. obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevi-
das em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e
QUESTÃO 10 (CESPE – 2010 – Técnico do Ministé- denunciá-las;
rio Público da União) m determinado órgão público, uma m) comunicar imediatamente a seus superiores
servidora concursada foi nomeada para cargo de con- todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público,
fiança, com considerável ganho pecuniário. Depois de al- exigindo as providências cabíveis;
gum tempo, seu chefe imediato passou a ameaçá-la com GABARITO DA QUESTÃO: CORRETO
a retirada do cargo caso ela não se encontrasse com ele
fora do local de trabalho. Por não ceder às investidas do
superior, a servidora passou a sofrer perseguição no tra- Questões
balho e, por fim, optou por deixar o cargo. Gabaritadas
Considerando essa situação hipotética, julgue o
item a seguir, relativos à ética no serviço público. QUESTÃO 01 (CESPE – 2009 – ANATEL - Técnico
A conduta do chefe imediato da referida servidora, Administrativo) A insatisfação com a conduta ética no
além de antiética, é considerada crime. serviço público é um fato que vem sendo constantemente
COMENTÁRIOS: A conduta do chefe é reprovável. criticado pela sociedade brasileira. Nesse cenário, é na-
Vejamos: tural que a expectativa da sociedade seja mais exigente 37
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda com a conduta daqueles que desempenham atividades
a integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando no serviço e na gestão de bens públicos. Com referência à
estiver diante de duas opções, a melhor e a mais vantajo-

Ética no Serviço Público


ética no serviço público, julgue o item que se segue.
sa para o bem comum; O comportamento profissional do servidor deve
f) permitir que perseguições, simpatias, antipa- ser formal, frio, distante e objetivo, de modo a garantir
tias, caprichos, paixões ou interesses de ordem pessoal impessoalidade no tratamento aos cidadãos usuários.
interfiram no trato com o público, com os jurisdicionados
administrativos ou com colegas hierarquicamente supe- QUESTÃO 02 (CESPE – 2006 – Analista Adminis-
riores ou inferiores; trativo – ANATEL) Com relação ao Código de Ética Profis-
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua sional do Servidor Público, julgue o item que se segue.
função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao É vedado ao servidor público receber qualquer tipo
interesse público, mesmo que observando as formalida- de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, do-
des legais e não cometendo qualquer violação expressa ação ou vantagem de qualquer espécie, para o cumpri-
à lei; mento da sua missão ou para, com a mesma finalidade,
A conduta do chefe também é tratada como assé- influenciar outro servidor.
dio sexual.
O assédio sexual ofende a honra, a imagem, a dig- QUESTÃO 03 (CESPE – 2012 – IBAMA – Técnico
nidade e a intimidade da pessoa. Destacam-se a presen- Administrativo) Uma psicóloga, funcionária concursa-
ça do assediado (vítima) e do assediador (agente), con- da e contratada em um órgão público, que, após atender
duta sexual, rejeição à conduta, reiteração da conduta e uma servidora do órgão, sugerir que essa servidora faça
relação de emprego ou de hierarquia. acompanhamento terapêutico em seu consultório parti-
Para que se caracterize assédio sexual, não é pre- cular, por achar que atender nas dependências do órgão é
ciso o contato físico. São várias as condutas que podem impróprio, estará agindo de maneira ética, já que se pron-
constituir a prática do assédio, desde expressões verbais tifica a ajudar a servidora.
ou escritas claras, comentário sutis, gestos, imagens etc.
A Lei n. 10.224, de 15 de maio de 2001, introduziu no QUESTÃO 04 (CESPE – 2012 - Técnico em Regula-
Código Penal o artigo 216-A, criminalizando o assédio ção da Atividade Cinematográfica e Audiovisual) O prin-
sexual nas relações de trabalho e de ascendência. Ela cípio da legalidade estrita é critério suficiente para regu-
define a prática do assédio como “Constranger alguém lar a conduta do servidor público.
com o intuito de obter vantagem ou favorecimento se-
xual, prevalecendo-se o agente da sua condição de su- QUESTÃO 05 (CESPE – 2013 – TJDF – Técnico Ju-
perior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício diciário) A respeito de ética no serviço público, julgue o
de emprego, cargo ou função”, e fixa pena de detenção de próximo item.
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No contexto da administração pública, a legitimi- atos verificados na conduta do dia-a-dia do servidor em
dade dos atos do servidor público, de acordo com a CF, sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom
relaciona-se, entre outros fatores, ao dever de probidade. conceito na vida funcional, podendo caracterizar, inclu-
sive, violação ao Código de Ética, o que será passível de
QUESTÃO 06 (CESPE – 211 – PREVIC – Técnico Ad- censura.
ministrativo) No que se refere a ética e conduta pública,
julgue o item a seguir. QUESTÃO 16 (NCE/UFRJ – 2008 – CVM) Segundo o
O cumprimento dos princípios administrativos — Decreto nº. 1.171 de 22 de junho de 1994 toda ausência in-
especialmente o da finalidade, o da moralidade, o do in- justificada do servidor de seu local de trabalho é um fator:
teresse público e o da legalidade — constitui um dever do suficiente para suspensão imediata por 30 dias e, na rein-
administrador e apresenta-se como um direito subjetivo cidência, suspensão por 90 dias.
de cada cidadão.
QUESTÃO 17 (CESPE – 2008 - Analista do Seguro
Capítulo 10 - Decreto 6.029/2007

QUESTÃO 07 (CESPE – 2013 - Técnico do Ministé- Social) Órgãos que exercem atribuições delegadas do po-
rio Público da União) No que se refere à ética no serviço der público devem criar comissões de ética.
público, julgue o item que se segue. Considere a seguinte
situação hipotética. QUESTÃO 18 (CESPE – 2008 - Analista do Seguro
O chefe de determinada repartição pediu a um su- Social) Na estrutura da administração, os integrantes de
bordinado, que estava de saída para comprar um lanche comissão de ética pública têm cargo equivalente ao de
em estabelecimento localizado no próprio órgão, que ministro de Estado no que se refere a hierarquia e remu-
fosse até o supermercado mais próximo comprar fraldas. neração.
Para agradar o chefe, o subordinado prontamente aten-
deu a solicitação. Nessa situação, o chefe não cometeu QUESTÃO 19 (CESPE – 2014 – MDIC) A fim de que
falta ética, pois o subordinado já estava de saída para sa- haja apuração de comprometimento ético, todos os ex-
tisfazer um interesse pessoal. pedientes encaminhados à Comissão de Ética Pública
da Presidência da República são considerados, a priori,
QUESTÃO 08 (CESPE – 2013 - Técnico do Ministério como reservados até a sua deliberação final.
Público da União) No que se refere à ética no serviço pú-
blico, julgue o item que se segue. QUESTÃO 20 (CESPE – 2010 – ANEEL) O conheci-
Ao colher, em seu local de trabalho, assinaturas em mento do dever está desvinculado da noção de ética, pois
um abaixo-assinado para pleitear a substituição do co- este é consequência da percepção, pelo sujeito, de que ele
38 ordenador de sua repartição, o servidor público não agirá é um ser racional e, portanto, está obrigado a obedecer
de maneira antiética, já que o direito de livre expressão ao seguinte imperativo categórico: a necessidade de res-
lhe é garantido por lei. peitar todos os seres racionais na qualidade de fins em si
Ética no Serviço Público

mesmos.
QUESTÃO 09 (CESPE – 2014 – SUFRAMA) O concei-
to de ética, que está vinculado aos valores sociais, sofre QUESTÃO 21 (CESPE – 2008 - Analista do Seguro
alterações com o passar do tempo, ao passo que a moral, Social) Caso um servidor público tenha cometido peque-
por estar relacionada à tradição de um povo, é imutável. nos deslizes de conduta comprovados por comissão de
sindicância que recomende a pena de censura, o relatório
QUESTÃO 10 (CESPE – 2013 – DEPEN – Agente Pe- da comissão de sindicância deve ser encaminhado para a
nitenciário Federal) A pena aplicável ao servidor público comissão de ética, pois é esta que tem competência para
pela comissão de ética é a pena de suspensão do serviço aplicar tal pena ao servidor.
público por, no máximo, trinta dias.
QUESTÃO 22 (CESPE – 2010 – Perito Médico Previ-
QUESTÃO 11 (CESPE – 2013 – DEPEN – Agente Pe- denciário do INSS) Uma perseguição sofrida por um ser-
nitenciário Federal) Para fins de apuração de comprome- vidor por parte de seu chefe imediato é motivo justo para
timento ético, a retribuição financeira pela prestação de a alteração no trato desse servidor com o público e com
serviço não constitui elemento indispensável para a ca- seus colegas de trabalho.
racterização do indivíduo como servidor público.
QUESTÃO 12 (INÉDITA) Caso haja alguma dúvida QUESTÃO 23 (CESPE – 2009 – Analista Técni-
quanto aspectos legais, a Comissão de Ética poderá ouvir co Administrativo) O imperativo do aprimoramento da
a área jurídica do órgão ou entidade. conduta ética do servidor público assumiu uma impor-
tância política inquestionável em nossos dias. De fato, a
QUESTÃO 13 (INÉDITA) A notificação ao investiga- opinião pública, manifestada de maneira espontânea ou
do pela Comissão de Ética deverá ocorrer no prazo de até condicionada pelos meios de comunicação, concorda que
30 dias. o grau de obediência a princípios éticos é muito baixo no
serviço público. Nesse sentido, as frequentes denúncias
QUESTÃO 14 (INÉDITA) Somente poderá provocar de corrupção estimularam na sociedade essa percepção.
a atuação da Comissão de Ética Pública agentes públicos Algumas pesquisas recentes de opinião revelam que o ci-
vinculados aos órgãos e entidades da Administração Pú- dadão brasileiro tem um conceito negativo a respeito da
blica Federal. conduta ética da classe política. Ainda que tais pesquisas
tenham se cingido à opinião sobre o universo parlamen-
QUESTÃO 15 (CESPE – 2002 – SENADO) Os fatos e tar, é lícito presumir que a mesma opinião negativa se es-

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tenda, ainda que em diferentes graus, à conduta ética nas QUESTÃO 28 (CESPE – 2009 – Assistente Técnico-
esferas dos Poderes Executivo e Judiciário. Pouco impor- -Administrativo) O princípio hierárquico do trabalho do
ta, para fins desta análise, se a opinião pública é fundada, servidor público não é totalmente compatível com a éti-
infundada ou meramente preconceituosa. Importante é ca, já que não é possível, ao mesmo tempo, cumprir or-
a opinião em si, pois revela um ceticismo intrínseco do dens, respeitar hierarquias e ser ético. O servidor público
povo em relação ao padrão ético do aparelho de Estado. deve manter-se fiel aos interesses corporativos do Esta-
João Geraldo Piquet Carneiro. Revista do Serviço do, ainda que, para tanto, tenha que sacrificar os direitos
Público. Ano 49, n.º 3, jul.-set./1998, p. 123 (com adapta- dos cidadãos.
ções).
Tendo o texto acima como referência inicial e con- QUESTÃO 29 (CESPE – 2009 – Assistente Técnico-
siderando o Código de Ética do Servidor Público, julgue o -Administrativo) O servidor público Juarez, ao atender o
seguinte item. cidadão Otávio, foi cortês, polido e contido, mantendo in-
O servidor público não pode permitir que perse- questionável autocontrole mesmo quando Otávio passou
guições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou a comportar-se de forma agressiva e a tentar humilhá-lo.

Capítulo 10 - Decreto 6.029/2007


interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o Juarez não reagiu aos ataques de Otávio nem o impediu
público, com os jurisdicionados administrativos ou com de depredar o patrimônio da sua repartição. Nessa situ-
colegas hierarquicamente superiores ou inferiores, o que ação, Juarez agiu adequadamente em face do comporta-
não significa que ele possa ser conivente com erro ou in- mento de Otávio.
fração às normas vigentes.
QUESTÃO 30 (CESPE – 2009 – Assistente Técni-
QUESTÃO 24 (CESPE – 2009 – Assistente Técnico- co-Administrativo) O servidor público Caio recusou-se
-Administrativo) A servidora pública Margarida vinha a obedecer ordem de seu chefe para executar um ato
observando, já há algum tempo, que seu colega de tra- vetado pelo código de ética do serviço público. Caio en-
balho, Sílvio, também servidor público lotado no mesmo tendeu que seu dever de respeitar a hierarquia não deve-
setor em que trabalha, vem retirando materiais, como ria suscitar-lhe o temor de representar contra qualquer
folhas de papel, borrachas, lápis e canetas, para compor a comprometimento indevido da estrutura em que se fun-
lista de material escolar de seus filhos, em função de gra- da o poder estatal, e que seria seu dever resistir a todas
ves dificuldades financeiras pelas quais vem passando. as pressões de superiores hierárquicos, de contratantes,
Margarida, após certificar-se que os materiais retirados interessados e outros que visassem obter quaisquer fa-
pelo colega não possuíam valor econômico expressivo, vores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência
sentiu-se compadecida com a situação em que Sílvio se de ações imorais, ilegais ou aéticas. Nessa situação, o en-
encontrava e, em razão disso, imbuída dos mais altos tendimento e a postura de Caio foram compatíveis com 39
sentimentos de solidariedade, absteve-se de levar tais os deveres fundamentais do servidor público.
fatos ao conhecimento de seu chefe. Nessa situação, o

Ética no Serviço Público


comportamento de Margarida tem respaldo legal no có- GABARITO
digo de ética do servidor, uma vez que esse instrumento
é claro ao rechaçar a delação, por classificá-la como ati- 01 02 03 04 05
tude desleal, desonesta e antiética. Errado Certo Errado Errado Certo
QUESTÃO 25 (CESPE – 2009 – Analista Técnico 06 07 08 09 10
Administrativo) As comissões de ética têm o encargo de Certo Certo Errado Errado Errado
orientar o servidor quanto à sua ética profissional, além
de aconselhá-lo no tratamento com as pessoas e com o 11 12 13 14 15
patrimônio público, competindo a elas conhecer concre- Certo Certo Errado Errado Certo
tamente acerca de imputação ou de procedimento sus-
cetível de censura. 16 17 18 19 20
Errado Certo Errado Certo Errado
QUESTÃO 26 (CESPE – 2009 – Analista Técnico
Administrativo) A função pública deve ser tida como um 21 22 23 24 25
exercício profissional que se integra à vida particular de Certo Errado Certo Errado Certo
cada servidor público. Por essa razão, tanto no exercício
do cargo ou da função que lhe compete, quanto fora dele, 26 27 28 29 30
o servidor público deve sempre nortear sua conduta pe- Certo Errado Errado Errado Certo
los primados da dignidade, do decoro, do zelo, da eficácia
e da consciência dos princípios morais, haja vista que os
fatos e os atos verificados na conduta do dia-a-dia em
sua vida privada podem acrescer ou diminuir o seu bom
conceito na vida funcional.
QUESTÃO 27 (CESPE/UnB Agente Administrativo
– MPS/2009) O Código de Ética do Servidor Público Civil
do Poder Executivo Federal serve para estimular o com-
portamento ético do servidor público, uma vez que é de
livre adesão.

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Regime Jurídico Único 41

Regime Jurídico Único


Autor:
Tiago Zanolla

Curriculum:
Professor de Ética no Serviço Público, Conhe-
cimentos Bancários e Direito Regimental. For-
mado em Engenharia de Produção pela Uni-
versidade Pan-Americana de Ensino. Técnico
Judiciário Cumpridor de Mandados no Tribunal
de Justiça do Estado do Paraná. Envolvido com
concursos públicos desde 2009 é professor em
diversos estados do Brasil.

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SUMÁRIO
1. CONCEITO DE AGENTES PÚBLICOS..................................................................................................................................................................... 43
2. FORMAS DE PROVIMENTO E VACÂNCIA DO CARGO PÚBLICO.......................................................................................................... 43
3. DIREITOS, DEVERES E PROIBIÇÕES DO SERVIDOR PÚBLICO E SEU REGIME DISCIPLINAR............................................... 51
4. O SERVIDOR PÚBLICO COMO AGENTE DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL; SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO SER-
VIÇO PÚBLICO................................................................................................................................................................................................................................74
Capítulo 01 - Conceito de Agentes Públicos

42
Regime Jurídico Único

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1. CONCEITO DE AGENTES PÚBLICOS
A expressão Agentes públicos abrange todas as
pessoas físicas que prestam serviços à Administração
Pública direta ou indireta, com ou sem vínculo empre-
gatício, mediante o pagamento ou não de remuneração.
Como podemos perceber, trata-se de conceito bastante
amplo.
Os agentes públicos podem ser classificados da se-

Capítulo 01 - Conceito de Agentes Públicos


guinte forma:
• agentes políticos;
• agentes administrativos: celetistas, temporá-
rios e estatutários;
• agentes honoríficos;
• agentes delegados; e
• agentes credenciados

IMPORTANTE: 2. FORMAS DE PROVIMENTO E VACÂNCIA


Nota-se que nem todos os doutrinadores classifi- DO CARGO PÚBLICO
cam os agentes públicos da forma apresentada acima. Há
a classificação que aponta para: agentes políticos; servi- A Lei n. 8.112/90 estabelece no art. 5º os requisitos
dores públicos: celetistas, temporários e estatutários; básicos para a investidura em cargo público, quais sejam:
militares; particulares em colaboração com o Poder Pú-
blico: requisição, conta própria e delegação. Essa classi-
ficação embora dita contemporânea não é a adotada em Requisitos básicos para ingresso em cargo público
geral nos concursos públicos. • a nacionalidade brasileira;
Não vamos, aqui, estudar cada uma das espécies • o gozo dos direitos políticos;
de agentes públicos. Para nós interessa saber onde se • a quitação com as obrigações militares e eleito-
enquadram os agentes administrativos, para que possa- rais;
mos identificar dentro desta estrutura os servidores ad- • o nível de escolaridade exigido para o exercício do
ministrativos do Ministério da Fazenda, em especial dos 43
cargo;
Assistentes Técnicos Administrativos. • a idade mínima de 18 anos;
Conforme esquematizamos acima, os agentes ad- • aptidão física e mental.

Regime Jurídico Único


ministrativos abrangem os empregados públicos (deno-
minados de celetistas), os servidores temporários e os
Se a pessoa preencher esses requisitos básicos po-
servidores estatutários.
derá concorrer a um cargo público e, se aprovado dentro
• empregados públicos: pessoas contratadas sob
do número de vagas ou se nomeado dentro do prazo de
o regime da legislação trabalhista (celetistas) por prazo
validade do concurso público, será provido em um cargo
indeterminado;
público.
• servidores temporários: são agentes contratados
de forma temporária, por excepcional interesse público,
para exercer função por prazo determinado; e Provimento
• servidores públicos estatutários: são servidores
contratados para exercerem funções administrativas, O provimento é o ato pelo qual o servidor público é
de apoio aos objetivos básicos do Estado, submetidos ao investido no cargo, emprego ou função.
regime comum estatutário. O provimento pode ser originário ou derivado.
Os servidores estatutários são os titulares de car-
go público e estão sujeitos ao regime jurídico definido em • Originário é o provimento realizado por inter-
seu estatuto. Cargo público é o conjunto de atribuições e médio da nomeação (conforme mencionamos
responsabilidades previstas na estrutura organizacio- acima) e pressupõe a inexistência de vínculo
nal que devem ser cometidas a um servidor. Cada ente anterior com a Administração; e
da federação possui, em regra, um estatuto que rege as • Derivado é o provimento que depende de um
relações de seus servidores. vínculo anterior com a Administração.
No âmbito do Poder Executivo Federal a lei de re-
gência dos servidores públicos é a Lei 8.112/1990, que As formas de provimento são:
será analisada adiante em nossos estudos.
Em suma, vejamos o quadro que segue: I – NOMEAÇÃO
A nomeação é definida como o ato administrativo
por meio do qual a Administração Pública dá ciência ao
aprovado em concurso público (para o caso de provimen-
to efetivo) ou designado (para os casos de provimento em
comissão) para que, querendo apresente os documentos

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Capítulo 02 - Formas de Provimento e Vacância do Cargo Público

necessários para tomar posse. pressos).


Segundo o art. 9º da Lei n. 8.112/90, a nomeação far- • Registre-se que a posse ocorrerá no prazo de
-se-á: 30 dias contados da publicação do ato de pro-
vimento, ou seja, da nomeação.
I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado
de provimento efetivo ou de carreira; • exercício é o efetivo desempenho das atribui-
II – em comissão, inclusive na condição de interino, ções do cargo público ou da função de confian-
para cargos de confiança vagos. ça.
O servidor ocupante de cargo em comissão ou de
natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, • Para o exercício o prazo de é 15 dias a contar da
interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuí- data da posse.
zo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em
que deverá optar pela remuneração de um deles durante II - PROMOÇÃO
o período da interinidade.
O art. 10 da Lei n. 8.112/90 disciplina para a nomea- Promoção é a forma de provimento pela qual o ser-
ção para cargo de carreira ou cargo isolado de provimen- vidor passa a um cargo de maior grau de responsabilida-
to efetivo depende de prévia habilitação em concurso de dentro da carreira a que pertence. Deve-se registrar
público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a or- que um dos requisitos para a promoção é a participação
dem de classificação e o prazo de sua validade. do servidor em cursos de aperfeiçoamento (art. 39, § 2º,
Em síntese: da CF).
A promoção não interrompe o tempo de exercício,
que é contado no novo posicionamento na carreira a par-
tir da data de publicação do ato que promover o servidor.

III - READAPTAÇÃO
A readaptação é a investidura do servidor em car-
go de atribuições e responsabilidades compatíveis com a
limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou
mental, verificada em inspeção médica. Assim dispõe o
44 art. 24, da Lei 8.112/1900:
Se julgado incapaz para o serviço público, o rea-
daptando será aposentado. A readaptação será efetivada
Regime Jurídico Único

em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação


exigida, nível de escolaridade e equivalência de venci-
mentos e, na hipótese de inexistência de cargo vago, o
servidor exercerá suas atribuições como excedente, até
a ocorrência de vaga.
Atenção:
Não se pode confundir NOMEAÇÃO com INVESTI-
DURA, POSSE e EXERCÍCIO. IV – REVERSÃO

• nomeação é a forma de provimento. Reversão


• investidura é uma operação de atos do Estado
e do interessado para permitir o legítimo pro- Reingresso no serviço Público do funcionário aposen-
vimento do cargo público. tado, quando insubsistentes os motivos da aposenta-
• posse é o ato que completa a investidura e que doria.
se dá com a assinatura do respectivo termo, no
qual deverão constar as atribuições, os deve- Reversão é o retorno à atividade de servidor apo-
res, as responsabilidades e os direitos ineren- sentado, em razão das seguintes situações:
tes ao cargo ocupado. Em síntese:
Quanto à posse, são previstas algumas regras im- • por invalidez, quando junta médica oficial de-
portantes: clarar insubsistentes os motivos da aposenta-
doria;
• No momento da posse o nomeado deverá apre- • no interesse da administração, desde que:
sentar declaração de bens e valores que com- • tenha solicitado a reversão;
põem o patrimônio do servidor; • a aposentadoria tenha sido voluntária;
• Deverá declarar, ainda, se exerce outro cargo • estável quando na atividade;
ou função no Poder Público, informando, em • a aposentadoria tenha ocorrido nos cin-
caso positivo, se há compatibilidade nos ter- co anos anteriores à solicitação;
mos previstos na Constituição; e • haja cargo vago.
• É possível a posse por intermédio de procura-
ção com poderes específicos (ou poderes ex- A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo
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Capítulo 02 - Formas de Provimento e Vacância do Cargo Público
resultante de sua transformação. O tempo em que o ser- da Administração perceberá, em substituição aos pro-
vidor estiver em exercício será considerado para con- ventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que
cessão da aposentadoria. voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza
O servidor que retornar à atividade por interesse pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.
Por fim, no caso de servidor aposentado que já ti-

45

Regime Jurídico Único


ver completado 70 (setenta) anos de idade, não é possível No primeiro caso, imaginemos um servidor já es-
a reversão. tável, que ocupa determinado cargo público, por exem-
plo, investigador de polícia, e que preste o concurso para
A reintegração é a reinvestidura do servidor es- delegado. Na hipótese de aprovação, ele iniciará o está-
tável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo re- gio para delegado. Em não sendo aprovado no estágio de
sultante de sua transformação, quando invalidada a sua delegado, esse investigador voltará para seu cargo de
demissão por decisão administrativa ou judicial, com o origem, por meio da recondução, já que foi inabilitado no
ressarcimento de todas as vantagens. estágio probatório relativo a outro cargo, qual seja, o de
Se outra pessoa ocupava o cargo, e também já for delegado.
estável, será reconduzida ao cargo de origem, sem direito Na segunda situação prevista na lei, o servidor é
a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em reconduzido ao seu cargo, porque outro servidor que o
disponibilidade, com remuneração proporcional ao tem- ocupava anteriormente e fora demitido, volta, por meio
po de serviço. da reintegração.
Se provido o cargo, o seu eventual ocupante será:
• reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, VII - APROVEITAMENTO
• aproveitado em outro cargo; O aproveitamento ocorre quando o servidor é co-
• posto em disponibilidade. locado em disponibilidade. O retorno à atividade desse
servidor far-se-á mediante aproveitamento obrigatório
VI - RECONDUÇÃO em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com
o anteriormente ocupado.
A recondução é definida como o retorno do servi-
dor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorre de:
Remoção e redistribuição
• inabilitação em estágio probatório relativo a A remoção e a redistribuição embora não consti-
outro cargo
tuam formas de provimento deve ser analisada em razão
• reintegração do anterior ocupante. de sua importância e para evitar confusões na hora da
prova.
Pelo dispositivo legal, a recondução engloba duas
situações: a do inabilitado em estágio probatório e a da Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou
reintegração do anterior ocupante. de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mu-
dança de sede. Ela pode ser:
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Capítulo 02 - Formas de Provimento e Vacância do Cargo Público

• de ofício, no interesse da Administração;


Preceitos para redistribuição
• a pedido, a critério da Administração;
• a pedido, para outra localidade, independente- • interesse da Administração;
mente do interesse da Administração:
• equivalência de vencimentos;
• manutenção da essência das atribuições do cargo;
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro,
• vinculação entre os graus de responsabilidade e
complexidade das atividades;
também servidor público, civil ou militar, de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
• mesmo nível de escolaridade, especialidade ou
habilitação profissional;
dos Municípios, que foi deslocado no interesse da Admi-
nistração;
• compatibilidade entre as atribuições do cargo e as
finalidades institucionais do órgão ou entidade.
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, com-
panheiro ou dependente que viva às suas expensas e
A redistribuição ocorrerá ex officio para ajusta-
conste do seu assentamento funcional, condicionada à
mento de lotação e da força de trabalho às necessidades
comprovação por junta médica oficial;
dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, ex-
c) em virtude de processo seletivo promovido, na
tinção ou criação de órgão ou entidade.
hipótese em que o número de interessados for superior
A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará
ao número de vagas, de acordo com normas preestabe-
mediante ato conjunto entre o órgão central do SIPEC
lecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam
(Central do Sistema de Pessoal Civil) e os órgãos e enti-
lotados.
dades da Administração Pública Federal envolvidos.
Nos casos de reorganização ou extinção de órgão
Em síntese:
ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desneces-
sidade no órgão ou entidade, o servidor estável que não
for redistribuído será colocado em disponibilidade, até
seu aproveitamento.
O servidor que não for redistribuído ou colocado
em disponibilidade poderá ser mantido sob responsabili-
dade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisório,
em outro órgão ou entidade, até seu adequado aprovei-
tamento.
46
Acumulação de cargos
Regime Jurídico Único

Em regra: veda-se a acumulação de cargos. O art.


37, XVI, da CF, contudo, estabelece as seguintes exceções,
desde que haja compatibilidade de horários:
• dois cargos de professor;
• um cargo de professor com outro técnico ou
científico;
• dois cargos ou empregos privativos de profis-
sionais de saúde, com profissões regulamen-
tadas.

Lembre-se:
Vale lembrar que os arts. 95, § único, e 128, § 5º, II,
d, da CF/88 estabelecem possibilidades de acumulação
para juízes e promotores com a função de magistério.
A redistribuição é o deslocamento de cargo de pro-
vimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro
geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Estágio probatório
Poder.
Para a redistribuição é necessário observar alguns O estágio probatório pode ser definido como um
preceitos: lapso de tempo no qual a aptidão e a capacidade do servi-
dor serão avaliadas de acordo com critérios de:
• assiduidade;
• disciplina;
• capacidade de iniciativa;
• produtividade;
• responsabilidade.
Para os servidores vitalícios, o prazo do estágio
probatório é de dois anos e, como já fora dito anterior-
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Capítulo 02 - Formas de Provimento e Vacância do Cargo Público
mente, só perdem o cargo em razão de sentença com
Formas de Vacância
trânsito em julgado.
Já no tocante aos demais servidores, existe uma • exoneração;
discussão controvertida acerca do prazo de duração do • demissão;
estágio probatório. • promoção;
A CF determina, no art. 41, que são estáveis após • readaptação;
três anos de efetivo exercício os servidores nomeados • aposentadoria;
para cargo de provimento efetivo em virtude de concur- • posse em outro cargo inacumulável;
so público. Por outro lado, a Lei n. 8.112/90 prescreve, no • falecimento.
art. 20, que servidor nomeado para cargo de provimento
efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de Por fim, vejamos os dispositivos da Lei 8.112/1990,
24 meses. cujo estudo é fundamental:

Fixe:
Título II - Do Provimento, Vacância, Remoção, Redis-
Deixando de lado a questão doutrinária, para fins tribuição e Substituição
de concurso público, deve-se adotar a previsão constitu- Capítulo I - Do Provimento
cional, de modo que a estabilidade ocorre apenas após 3
anos de efetivo exercício. Seção I - Disposições Gerais
É possível também a concessão de algumas licen- Art. 5º São REQUISITOS básicos para investidura
ças e afastamentos ao servidor em estágio probatório, em cargo público:
conforme determinam os art. 81, I a IV, 94, 95 e 96 da Lei n.
8.112/90. Nesses casos, o estágio ficará suspenso. Dentre I - a nacionalidade brasileira;
as licenças e afastamentos, têm-se:
• licença por motivo de doença; II - o gozo dos direitos políticos;
• licença por motivo de afastamento do cônjuge III - a quitação com as obrigações militares e eleito-
ou companheiro; rais;
• licença para o serviço militar; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício
• licença para a atividade política; do cargo;
• afastamento para exercício de mandato eleti-
vo; V - a idade mínima de dezoito anos;
47
• afastamento para estudo ou missão no exte- VI - aptidão física e mental.
rior;
• afastamento de servidor para servir em orga- § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exi-

Regime Jurídico Único


nismo internacional de que o Brasil participe gência de outros requisitos estabelecidos em lei.
ou com o qual coopere; § 2º Às pessoas portadoras de deficiência é asse-
• afastamento para participar de curso de for- gurado o direito de se inscrever em concurso público
mação decorrente de aprovação em concurso para provimento de cargo cujas atribuições sejam com-
para outro cargo na Administração Pública patíveis com a deficiência de que são portadoras; para
Federal. tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento)
das vagas oferecidas no concurso.
Vacância § 3º As universidades e instituições de pesqui-
sa científica e tecnológica federais poderão prover seus
A vacância é o ato pelo qual o servidor é desinves- cargos com PROFESSORES, TÉCNICOS E CIENTISTAS
tido do cargo, e isso pode decorrer em razão de: ESTRANGEIROS, de acordo com as normas e os procedi-
• exoneração; mentos desta Lei.
• demissão; Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á
• promoção; mediante ato da autoridade competente de cada Poder.
• readaptação; Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá
• aposentadoria; com a posse.
• posse em outro cargo inacumulável; Art. 8º São FORMAS DE PROVIMENTO de cargo pú-
• falecimento. blico:
I - nomeação;
Em síntese: II - promoção;
III – Revogado;
IV – Revogado;
V - readaptação;
VI - reversão;
VII - aproveitamento;
VIII - reintegração;
IX - recondução.

Seção II - Da Nomeação
Art. 9º A nomeação far-se-á:
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Capítulo 02 - Formas de Provimento e Vacância do Cargo Público

I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo iso- 6. afastamento para participação em Júri e outros
lado de provimento efetivo ou de carreira; serviços obrigatórios;
II - em comissão, inclusive na condição de interino, 7. licença à gestante, à adotante e à paternidade;
para cargos de confiança vagos. 8. licença para tratamento da própria saúde (máxi-
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em mo de 24 meses ao longo do serviço público);
comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado 9. licença por motivo de acidente em serviço ou do-
para ter exercício, interinamente, em outro cargo de con- ença profissional;
fiança, SEM prejuízo das atribuições do que atualmente 10. licença para capacitação;
ocupa, hipótese em que deverá OPTAR pela remuneração 11. licença por convocação do serviço militar;
de um deles durante o período da interinidade. 12. afastamento para descolamento para nova
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou car- sede;
go isolado de provimento efetivo depende de prévia ha- 13. afastamento para participação em competição
bilitação em concurso público de provas ou de provas e desportiva nacional ou convocação para integrar
títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de representação desportiva nacional
sua validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o in- § 3º A posse poderá dar-se mediante procuração
gresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, me- específica.
diante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as § 4º SÓ haverá posse nos casos de provimento de
diretrizes do sistema de carreira na Administração Pú- cargo por nomeação.
blica Federal e seus regulamentos. § 5º No ato da posse, o servidor apresentará decla-
ração de bens e valores que constituem seu patrimônio
Seção III - Do Concurso Público
e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo,
Art. 11. O concurso será de provas OU de provas e
emprego ou função pública.
títulos, podendo ser realizado em duas etapas, conforme
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se
dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de
a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo
carreira, condicionada a inscrição do candidato ao paga-
[30 dias].
mento do valor fixado no edital, quando indispensável ao
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de
seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele
prévia inspeção médica oficial.
expressamente previstas.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2
que for julgado apto física e mentalmente para o exercício
(dois ) anos, podendo ser prorrogado uma ÚNICA vez, por
do cargo.
48 IGUAL período.
Art. 15. EXERCÍCIO é o efetivo desempenho das
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições
atribuições do cargo público ou da função de confiança.
de sua realização serão fixados em edital, que será publi-
§ 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empos-
Regime Jurídico Único

cado no Diário Oficial da União E em jornal diário de grande


sado em cargo público entrar em exercício, contados da
circulação.
data da posse.
§ 2º NÃO se abrirá novo concurso enquanto houver
§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será
candidato aprovado em concurso anterior com prazo de
tornado sem efeito o ato de sua designação para função
validade não expirado.
de confiança, se não entrar em exercício nos prazos pre-
Seção IV - Da Posse e do Exercício vistos neste artigo, observado o disposto no art. 18.
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do res- § 3º À autoridade competente do órgão ou entidade
pectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os para onde for nomeado ou designado o servidor compete
deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao dar-lhe exercício.
cargo ocupado, que NÃO poderão ser alterados unilateral- § 4º O início do exercício de função de confiança
mente, por QUALQUER das partes, RESSALVADOS os atos coincidirá com a data de publicação do ato de designação,
de ofício previstos em lei. SALVO quando o servidor estiver em licença ou afastado
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias conta- por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá
dos da publicação do ato de provimento. no primeiro dia útil após o término do impedimento, que
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data NÃO poderá exceder a trinta dias da publicação.
de publicação do ato de provimento, em licença prevista Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o rei-
nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses nício do exercício serão registrados no assentamento in-
dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e dividual do servidor.
X do art. 102, o prazo será contado do término do impe- Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servi-
dimento. dor apresentará ao órgão competente os elementos ne-
cessários ao seu assentamento individual.
Hipóteses: Art. 17. A promoção NÃO interrompe o tempo de
1. licença por motivo de doença em pessoa da famí- exercício, que é contado no novo posicionamento na car-
lia; reira a partir da data de publicação do ato que promover
2. licença para prestar o serviço militar; o servidor.
3. licença para capacitação; Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro
4. afastamento de férias; município em razão de ter sido removido, redistribuído,
5. afastamento para participação em programa de requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá,
treinamento ou programa de pós-graduação stric- NO MÍNIMO, DEZ E, NO MÁXIMO, TRINTA DIAS de prazo,
to sensu no País; contados da publicação do ato, para a retomada do efe-

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Capítulo 02 - Formas de Provimento e Vacância do Cargo Público
tivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nes- Afastamentos e licenças permitidas ao servidor
se prazo o tempo necessário para o deslocamento para a em estágio probatório:
nova sede. 1. licença por motivo de doença em pessoa da fa-
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em li- mília;
cença ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este 2. licença por motivo de afastamento do cônjuge ou
artigo será contado a partir do término do impedimento. companheiro;
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos es- 3. licença para o serviço militar;
tabelecidos no caput. 4. licença para atividade política;
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de traba- 5. afastamento para o exercício de mandato eleti-
lho fixada em razão das atribuições pertinentes aos res- vo;
pectivos cargos, respeitada a duração máxima do traba- 6. afastamento para estudo ou missão no exterior;
lho semanal de quarenta horas e observados os limites 7. afastamento para participar de curso de forma-
mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, res- ção decorrente de aprovação noutro concurso para
pectivamente. a Administração Federal.
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função
de confiança submete-se a regime de integral dedicação § 5º O estágio probatório ficará suspenso durante
ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84,
convocado sempre que houver interesse da Administra- § 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em
ção [cumulação do cargo em comissão com cargo efetivo, curso de formação, e será retomado a partir do término
quando há compatibilidade de horário e local, declarado do impedimento.
pelas autoridades máximas a que subordina em cada Seção V - Da Estabilidade
uma das atividades]. Art. 21. O servidor habilitado em concurso públi-
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração co e empossado em cargo de provimento efetivo adqui-
de trabalho estabelecida em leis especiais. rirá estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois)
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nome- anos de efetivo exercício. [aplica-se a CRFB, que prevê 03
ado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a es- anos]
tágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em
durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de
avaliação para o desempenho do cargo, observados os processo administrativo disciplinar no qual lhe seja as-
seguinte fatores: segurada ampla defesa.
I - assiduidade; Seção VI - Da Transferência 49
II - disciplina; Art. 23. Revogado
III - capacidade de iniciativa; Seção VII - Da Readaptação

Regime Jurídico Único


IV - produtividade; Art. 24. Readaptação é a INVESTIDURA DO SER-
V- responsabilidade. VIDOR EM CARGO DE ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILI-
DADES COMPATÍVEIS COM A LIMITAÇÃO QUE TENHA
§ 1º 4 (QUATRO) MESES antes de findo o período do SOFRIDO EM SUA CAPACIDADE FÍSICA OU MENTAL VE-
estágio probatório, será submetida à homologação da RIFICADA EM INSPEÇÃO MÉDICA.
autoridade competente a avaliação do desempenho do § 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o re-
servidor, realizada por comissão constituída para essa adaptando será aposentado.
finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regu- § 2º A readaptação será efetivada em cargo de atri-
lamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da buições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de
continuidade de apuração dos fatores enumerados nos escolaridade e equivalência de vencimentos e, na hipó-
incisos I a V do caput deste artigo. tese de INEXISTÊNCIA de cargo vago, o servidor exercerá
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório suas atribuições como EXCEDENTE, até a ocorrência de
será exonerado OU, se estável, reconduzido ao cargo an- vaga.
teriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo Seção VIII - Da Reversão
único do art. 29. Art. 25. Reversão é o RETORNO À ATIVIDADE DE
§ 3º O servidor em estágio probatório PODERÁ SERVIDOR APOSENTADO:
exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou I - POR INVALIDEZ, QUANDO JUNTA MÉDICA OFI-
funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão CIAL DECLARAR INSUBSISTENTES OS MOTIVOS
ou entidade de lotação, e SOMENTE poderá ser cedido a DA APOSENTADORIA; ou
outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza II - NO INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO, desde
Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo- que:
-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis
6, 5 e 4, ou equivalentes. a) tenha solicitado a reversão;
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
poderão ser concedidas as licenças e os afastamentos c) estável quando na atividade;
previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem as- d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos
sim afastamento para participar de curso de formação anteriores à solicitação;
decorrente de aprovação em concurso para outro cargo e) haja cargo vago.
na Administração Pública Federal.
§ 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no car-
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Capítulo 02 - Formas de Provimento e Vacância do Cargo Público

go resultante de sua transformação. de do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Admi-


§ 2º O tempo em que o servidor estiver em exercí- nistração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveita-
cio será considerado para concessão da aposentadoria. mento em outro órgão ou entidade.
§ 3º No caso do inciso I [quando insubsistentes os Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento
motivos que levaram à aposentadoria], encontrando-se e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em
provido o cargo, o servidor exercerá suas atribuições exercício no prazo legal, SALVO doença comprovada por
como EXCEDENTE, até a ocorrência de vaga. junta médica oficial.
§ 4º O servidor que retornar à atividade por inte-
resse da administração perceberá, em substituição aos
proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que Capítulo II - Da Vacância
voltar a exercer, INCLUSIVE com as vantagens de natu- Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
reza pessoal que percebia anteriormente à aposentado- I - exoneração;
ria. II - demissão;
§ 5º O servidor de que trata o inciso II [no interesse III - promoção;
da administração] somente terá os proventos calculados IV - Revogado.
com base nas regras atuais SE permanecer pelo menos V - Revogado.
cinco anos no cargo. VI - readaptação;
§ 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto VII - aposentadoria;
neste artigo. VIII - posse em outro cargo inacumulável;
Art. 26. Revogado. IX - falecimento.
Art. 27. NÃO poderá reverter o aposentado que já
tiver completado 70 (setenta) anos de idade. Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a
pedido do servidor, OU de ofício.
Seção IX - Da Reintegração Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á:
Art. 28. A reintegração é a REINVESTIDURA DO I - quando não satisfeitas as condições do estágio
SERVIDOR ESTÁVEL NO CARGO ANTERIORMENTE OCU- probatório;
PADO, OU NO CARGO RESULTANTE DE SUA TRANSFOR- II - quando, tendo tomado posse, o servidor não en-
MAÇÃO, QUANDO INVALIDADA A SUA DEMISSÃO POR trar em exercício no prazo estabelecido.
DECISÃO ADMINISTRATIVA OU JUDICIAL, COM RESSAR- Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a
CIMENTO DE TODAS AS VANTAGENS. dispensa de função de confiança dar-se-á:
§ 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servi- I - a juízo da autoridade competente;
50 dor ficará em disponibilidade, observado o disposto nos II - a pedido do próprio servidor.
arts. 30 e 31. Parágrafo único. Revogado.
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu even-
tual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, SEM
Regime Jurídico Único

direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, Capítulo III - Da Remoção e da Redistribuição
ainda, posto em disponibilidade. Seção I - Da Remoção
Art. 36. Remoção é o DESLOCAMENTO DO SER-
Seção - Da Recondução VIDOR, A PEDIDO OU DE OFÍCIO, NO ÂMBITO DO MESMO
Art. 29. Recondução é o RETORNO DO SERVIDOR QUADRO, COM OU SEM MUDANÇA DE SEDE.
ESTÁVEL AO CARGO ANTERIORMENTE OCUPADO E DE- Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo,
CORRERÁ DE: entende-se por modalidades de remoção:
I - INABILITAÇÃO EM ESTÁGIO PROBATÓRIO RE- I - de ofício, no interesse da Administração;
LATIVO A OUTRO CARGO; II - a pedido, a critério da Administração;
II - REINTEGRAÇÃO DO ANTERIOR OCUPANTE. III - a pedido, para outra localidade, INDEPENDEN-
TEMENTE do interesse da Administração:
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo
de origem, o servidor será aproveitado em outro, obser- a) para acompanhar cônjuge ou companheiro,
vado o disposto no art. 30. também servidor público civil ou militar, de qual-
quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Seção XI - Da Disponibilidade e do Aproveitamento Federal e dos Municípios, que foi deslocado no in-
Art. 30. O RETORNO À ATIVIDADE DE SERVIDOR teresse da Administração;
EM DISPONIBILIDADE FAR-SE-Á MEDIANTE APROVEI- b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, com-
TAMENTO OBRIGATÓRIO EM CARGO DE ATRIBUIÇÕES E panheiro ou dependente que VIVA ÀS SUAS EX-
VENCIMENTOS COMPATÍVEIS COM O ANTERIORMENTE PENSAS e CONSTE DO SEU ASSENTAMENTO
OCUPADO. FUNCIONAL, condicionada à COMPROVAÇÃO POR
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil JUNTA MÉDICA OFICIAL;
determinará o imediato aproveitamento de servidor em c) em virtude de processo seletivo promovido, na
disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou hipótese em que o número de interessados for su-
entidades da Administração Pública Federal. perior ao número de vagas, de acordo com normas
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que
art. 37 [reorganização ou extinção de órgão nos casos de aqueles estejam lotados.
redistribuição, o servidor estável se não redistribuído
será colocado em disponibilidade], o servidor posto em Seção II - Da Redistribuição
disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilida- Art. 37. Redistribuição é o DESLOCAMENTO DE
CARGO DE PROVIMENTO EFETIVO, OCUPADO OU VAGO
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NO ÂMBITO DO QUADRO GERAL DE PESSOAL, PARA OU- Direitos e vantagens
TRO ÓRGÃO OU ENTIDADE DO MESMO PODER, com pré-
via apreciação do órgão central do SIPEC, observados os
O servidor público não aufere salários, mas: subsí-

Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor


seguintes preceitos:
dio ou vencimento ou remuneração.
I - interesse da administração;
II - equivalência de vencimentos;
III - manutenção da essência das atribuições do Subsídio
cargo;
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade O subsídio é o pagamento em parcela única, ser-
e complexidade das atividades; vindo para determinada categoria de agentes públicos.
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou Por força do art. 39, § 4º, da CF/88, receberão subsídios o
habilitação profissional; membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Mi-
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo nistros de Estado e os Secretários Estaduais e Munici-
e as finalidades institucionais do órgão ou entida- pais, sendo vedado o acréscimo de qualquer gratificação,

Público e Seu Regime Disciplinar


de. adicional, abono, prêmio, verba de representação ou ou-
tra espécie remuneratória.
§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para ajus- Existem outras categorias de servidores remune-
tamento de lotação e da força de trabalho às necessida- radas por subsídios, além das acima citadas, tais como:
des dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, integrantes da Defensoria Pública, membros da Advoca-
extinção ou criação de órgão ou entidade. cia Pública (procuradores federais, estaduais e munici-
§ 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se pais, advogados da União e de autarquias) e integrantes
dará mediante ato conjunto entre o órgão central do SI- das polícias federal, rodoviária federal, ferroviária fede-
PEC e os órgãos e entidades da Administração Pública ral e das polícias civis.
Federal envolvidos.
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de Vencimento e remuneração
órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua des-
necessidade no órgão ou entidade, o servidor estável que O vencimento é a retribuição pecuniária pelo exer-
não for redistribuído será colocado em disponibilidade, cício de cargo público, com valor fixado em lei. A remu-
até seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31. neração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das
§ 4º O servidor que NÃO for redistribuído ou co- vantagens pecuniárias estabelecidas em lei.
locado em disponibilidade poderá ser mantido sob res- O vencimento do cargo efetivo, acrescido das
ponsabilidade do órgão central do SIPEC, e ter exercício
51
vantagens de caráter permanente, é irredutível, sendo
provisório, em outro órgão ou entidade, até seu adequado assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de
aproveitamento. atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou

Regime Jurídico Único


entre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vanta-
Capítulo IV - Da Substituição gens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou fun- local de trabalho.
ção de direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Na- O vencimento, a remuneração e o provento não se-
tureza Especial terão substitutos indicados no regimento rão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos
interno ou, no caso de omissão, previamente designados casos de prestação de alimentos resultante de decisão
pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. judicial.
§ 1º O substituto assumirá automática e cumula- Em síntese:
tivamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício
do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza
Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou re-
gulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóte-
ses em que deverá optar pela remuneração de um deles
durante o respectivo período.
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercí-
cio do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de
Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impe-
dimentos legais do titular, SUPERIORES a trinta dias con-
secutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substi-
tuição, que excederem o referido período.
Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos
titulares de unidades administrativas organizadas em
nível de assessoria.

3. DIREITOS, DEVERES E PROIBIÇÕES DO A Lei n. 8.112/90 traz hipóteses em que o servidor


SERVIDOR PÚBLICO E SEU REGIME DISCI- perderá a remuneração e em que há a possibilidade de
PLINAR descontos.
O servidor perderá:
I – a remuneração do dia em que faltar ao serviço,

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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e

sem motivo justificado; para o exterior.


II – a parcela de remuneração diária, proporcional O art. 60 da Lei n. 8.112/90 determina que será con-
aos atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as con- cedida indenização de transporte ao servidor que reali-
cessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo zar despesas com a utilização de meio próprio de locomo-
na hipótese de compensação de horário, até o mês sub- ção para a execução de serviços externos, por força das
sequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em
imediata. regulamento.
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das
de caso fortuito ou de força maior poderão ser compen- despesas comprovadamente realizadas pelo servidor
sadas a critério da chefia imediata, sendo assim conside- com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem
radas como efetivo exercício. administrado por empresa hoteleira, no prazo de um mês
Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, após a comprovação da despesa pelo servidor.
nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou pro-
vento. Mediante autorização do servidor, poderá haver Gratificações e adicionais
consignação em folha de pagamento a favor de terceiros,
a critério da Administração e com reposição de custos, na Além do vencimento e das vantagens previstas na
forma definida em regulamento. lei, o art. 61 determina que serão deferidas aos servidores
as seguintes retribuições, gratificações e adicionais:
Seu Regime Disciplinar

Vantagens • retribuição pelo exercício de função de dire-


ção, chefia e assessoramento;
Além do vencimento, poderão ser pagas ao servi- • gratificação natalina;
dor as seguintes vantagens: • adicional pelo exercício de atividades insalu-
• indenizações; bres, perigosas ou penosas;
• gratificações • adicional pela prestação de serviço extraordi-
• adicionais. nário;
• adicional noturno;
Lembre-se: • adicional de férias;
• outros, relativos ao local ou à natureza do tra-
balho;
Vantagens Indenizações • gratificação por encargo de curso ou concurso.
52 Indenizações Não se incor- Ajuda de custo O art. 62 da lei prevê que, ao servidor ocupante de
poram cargo efetivo investido em função de direção, chefia ou
assessoramento, cargo de provimento em comissão ou
Regime Jurídico Único

Gratificações Diárias
de natureza especial, é devida retribuição pelo seu exer-
Incorporam- cício.
Adicionais Auxílio-moradia
-se A gratificação natalina corresponderá a 1/12 da re-
Transporte muneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro,
por mês de exercício no respectivo ano.
Indenizações Segundo o art. 68 da lei, os servidores que traba-
lhem com habitualidade em locais insalubres ou em con-
As indenizações não se incorporam ao vencimen- tato permanente com substâncias tóxicas, radioativas
to ou provento para qualquer efeito. Já as gratificações e ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o
os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento vencimento do cargo efetivo. O servidor que fizer jus aos
nos casos e condições indicados em lei. adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá
De acordo com o art. 51 da Lei n. 8.112/90, consti- optar por um deles.
tuem indenizações ao servidor: O serviço extraordinário será remunerado com
• ajuda de custo; acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à
• diárias; hora normal de trabalho. Somente será permitido servi-
• transporte; ço extraordinário para atender a situações excepcionais
• auxílio-moradia. e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 horas por
jornada.
A ajuda de custo destina-se a compensar as des- O serviço noturno, prestado em horário compre-
pesas de instalação do servidor que, no interesse do ser- endido entre 22 horas de um dia e horas do dia seguin-
viço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança te, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por
de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pa- cento), computando-se cada hora como cinquenta e dois
gamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o minutos e trinta segundos.
cônjuge ou companheiro, que detenha também a condi- O adicional de férias, de acordo com o art. 76 da lei,
ção de servidor, vir a ter exercício na mesma sede. corresponde a 1/3 da remuneração do período das férias.
As diárias e passagens destinam-se a indenizar as A Lei n. 11.314/2006 incluiu no art. 76-A a Gratifi-
parcelas de despesas extraordinárias com pousada, ali- cação por Encargo de Curso ou Concurso para o servidor
mentação e locomoção urbana, e são devidas ao servidor que:
que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual • atuar como instrutor em curso de formação, de
ou transitório para outro ponto do território nacional ou desenvolvimento ou de treinamento regular-
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
mente instituído no âmbito da Administração blica, não podendo ser relevada pela Administração.
Pública Federal; Com relação ao tempo de serviço, é contado para
• participar de banca examinadora ou de comis- todos os efeitos o tempo de serviço público federal, inclu-
são para exames orais, para análise curricular, sive o prestado às Forças Armadas. A apuração do tempo
para correção de provas discursivas, para ela- de serviço será feita em dias, que serão convertidos em
boração de questões de provas ou para julga- anos, considerado o ano como 365 dias.
mento de recursos intentados por candidatos; São considerados como de efetivo exercício os
• participar da logística de preparação e de re- afastamentos em virtude de (art. 102):
alização de concurso público envolvendo ati- I – férias;
vidades de planejamento, coordenação, su- II – exercício de cargo em comissão ou equivalente,
pervisão, execução e avaliação de resultado, em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados,
quando tais atividades não estiverem incluí- Municípios e Distrito Federal;
das entre as suas atribuições permanentes; III – exercício de cargo ou função de governo ou
• participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar administração, em qualquer parte do território nacional,
provas de exame vestibular ou de concurso por nomeação do Presidente da República;
público ou supervisionar essas atividades. IV – participação em programa de treinamento
regularmente instituído ou em programa de pós-gradu-
A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso ação stricto sensu no País, conforme dispuser o regula-

Seu Regime Disciplinar


não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor mento;
para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base V – desempenho de mandato eletivo federal, esta-
de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive dual, municipal ou do Distrito Federal, exceto para pro-
para fins de cálculo dos proventos da aposentadoria e das moção por merecimento;
pensões. VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
VII – missão ou estudo no exterior, quando auto-
rizado o afastamento, conforme dispuser o regulamento;
Direito de petição e tempo de serviço VIII – licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
O direito de petição assegurado constitucional-
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de
mente é previsto ao servidor de acordo com o disciplina-
vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tem-
do nos arts. 104 a 115 da Lei n. 8.112/90.
po de serviço público prestado à União, em cargo
É assegurado ao servidor o direito de requerer aos
de provimento efetivo;
Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse le-
c) para o desempenho de mandato classista ou
53
gítimo. O requerimento será dirigido à autoridade com-
participação de gerência ou administração em
petente para decidi-lo e encaminhado por intermédio
sociedade cooperativa constituída por servidores

Regime Jurídico Único


daquela a que estiver imediatamente subordinado o re-
para prestar serviços a seus membros, exceto para
querente.
efeito de promoção por merecimento;
Na hipótese de indeferimento, cabe pedido de re-
d) por motivo de acidente em serviço ou doença
consideração à autoridade que houver expedido o ato ou
profissional;
proferido a primeira decisão, não podendo ser renovado.
e) para capacitação, conforme dispuser o regula-
O art. 107 da Lei n. 8.112/90 determina que caberá
mento;
recurso: do indeferimento do pedido de reconsideração
f) por convocação para o serviço militar;
e das decisões sobre os recursos sucessivamente inter-
IX – deslocamento para a nova sede (...);
postos.
X – participação em competição desportiva nacio-
O recurso será dirigido à autoridade imediatamen-
nal ou convocação para integrar representação despor-
te superior à que tiver expedido o ato ou proferido a deci-
tiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto
são, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais
em lei específica;
autoridades. O prazo para interposição de pedido de re-
XI – afastamento para servir em organismo inter-
consideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar
nacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere.
da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão
Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e
recorrida.
disponibilidade (art. 103):
A juízo da autoridade competente, o recurso pode-
I – o tempo de serviço público prestado aos Esta-
rá ser recebido com efeito suspensivo e, em caso de pro-
dos, Municípios e Distrito Federal;
vimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os
II – a licença para tratamento de saúde de pessoal
efeitos da decisão retroagirão à data do ato impugnado.
da família do servidor, com remuneração, que exceder a
Com relação ao prazo prescricional do direito de
30 (trinta) dias em período de 12 (doze) meses;
requerer, a Lei n. 8.112/90 determina no art. 110:
III – a licença para atividade política (...);
• 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e IV – o tempo correspondente ao desempenho de
de cassação de aposentadoria ou disponibi-
mandato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital,
lidade, ou que afetem interesse patrimonial e
anterior ao ingresso no serviço público federal;
créditos resultantes das relações de trabalho;
V – o tempo de serviço em atividade privada, vin-
• 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, sal- culada à Previdência Social;
vo quando outro prazo for fixado em lei.
VI – o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
VII – o tempo de licença para tratamento da própria
O pedido de reconsideração e o recurso, quando
saúde que exceder o prazo a que se refere a alínea b do
cabíveis, interrompem a prescrição, que é de ordem pú-
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e

inciso VIII do art. 102. to Federal e dos Municípios, poderá haver exercício pro-
O tempo em que o servidor esteve aposentado será visório em órgão ou entidade da Administração Federal
contado apenas para nova aposentadoria. Será contado direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exer-
em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Arma- cício de atividade compatível com o seu cargo.
das em operações de guerra. É vedada a contagem cumu-
lativa de tempo de serviço prestado concomitantemente Da licença para o serviço militar
em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades
dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Municí- Ao servidor convocado para o serviço militar será
pio, autarquia, fundação pública, sociedade de economia concedida licença, na forma e nas condições previstas na
mista e empresa pública. legislação específica. Concluído o serviço militar, o servi-
dor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reas-
Licenças e afastamentos sumir o exercício do cargo.

O servidor tem direito de obter licenças, conforme Da licença para atividade política
determina o art. 81 da Lei n. 8.112/90. São elas:
• por motivo de doença em pessoa da família; O servidor terá direito a licença, sem remunera-
• por motivo de afastamento do cônjuge ou ção, durante o período que mediar entre a sua escolha em
companheiro; convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a
Seu Regime Disciplinar

• para o serviço militar; véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça


• para atividade política; Eleitoral.
• para capacitação; O servidor candidato a cargo eletivo na localidade
• para tratar de interesses particulares; onde desempenha suas funções e que exerça cargo de
• para desempenho de mandato classista. direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscali-
zação, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do
Da licença por motivo de doença em pessoa da registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral,
família até o décimo dia seguinte ao do pleito.
A partir do registro da candidatura e até o décimo
Poderá ser concedida licença ao servidor por moti- dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença,
vo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos fi- assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente
lhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente pelo período de três meses.
54 que viva a suas expensas e conste do seu assentamen-
to funcional, mediante comprovação por perícia médica Da licença para capacitação
oficial.
Regime Jurídico Único

A licença somente será deferida se a assistên- Após cada quinquênio de efetivo exercício, o ser-
cia direta do servidor for indispensável e não puder ser vidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se
prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remu-
mediante compensação de horário. neração, por até três meses, para participar de curso de
A licença poderá ser concedida a cada período de 12 capacitação profissional. Os períodos de licença não são
meses nas seguintes condições (art. 83, §§ 2º e 3º): acumuláveis.
I – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não,
mantida a remuneração do servidor; e Da licença para tratar de interesses particulares
II – por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não,
sem remuneração. A critério da Administração, poderão ser conce-
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será didas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que
contado a partir da data do deferimento da primeira li- não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de
cença concedida. assuntos particulares pelo prazo de até três anos conse-
A soma das licenças remuneradas e das licenças cutivos, sem remuneração. A licença poderá ser inter-
não remuneradas, incluídas as respectivas prorroga- rompida, a do qualquer tempo, a pedido servidor ou no
ções, concedidas em um mesmo período de 12 (doze) me- interesse do serviço.
ses, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos
incisos I e II do § 2º.
Da licença para o desempenho de mandato clas-
Da licença por motivo de afastamento do cônjuge sista
É assegurado ao servidor o direito à licença sem
Poderá ser concedida licença ao servidor para
remuneração para o desempenho de mandato em con-
acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado
federação, federação, associação de classe de âmbito
para outro ponto do território nacional, para o exterior ou
nacional, sindicato representativo da categoria ou enti-
para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Execu-
dade fiscalizadora da profissão, ou, ainda, para participar
tivo e Legislativo. A licença será por prazo indeterminado
de gerência ou administração em sociedade cooperativa
e sem remuneração.
constituída por servidores públicos para prestar servi-
No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou com-
ços a seus membros.
panheiro também seja servidor público, civil ou militar,
Somente poderão ser licenciados servidores elei-
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distri-
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
tos para cargos de direção ou representação nas referi- do cargo eletivo;
das entidades, desde que cadastradas no Ministério da b) não havendo compatibilidade de horário, será
Administração Federal e Reforma do Estado. A licença afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua re-
terá duração igual à do mandato, podendo ser prorroga- muneração.
da, no caso de reeleição, e por uma única vez. No caso de afastamento do cargo, o servidor con-
tribuirá para a seguridade social como se em exercí-
Do afastamento para servir a outro órgão ou en- cio estivesse. O servidor investido em mandato eletivo
ou classista não poderá ser removido ou redistribuído
tidade de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o
mandato.
O servidor poderá ser cedido para ter exercício em
outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Esta-
dos, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguin- Do afastamento para estudo ou missão no exte-
tes hipóteses: rior
I – para exercício de cargo em comissão ou função
de confiança; O servidor não poderá ausentar-se do país para es-
II – em casos previstos em leis específicas. tudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da
Na hipótese do número I, sendo a cessão para ór- República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e
gãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Seu Regime Disciplinar


Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou en- A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e, fin-
tidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos da a missão ou estudo, somente decorrido igual período,
demais casos. será permitida nova ausência.
No caso de o servidor cedido a empresa pública ou Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo
sociedade de economia mista, nos termos das respecti- não será concedida exoneração ou licença para tratar de
vas normas, optar pela remuneração do cargo efetivo ou interesse particular antes de decorrido período igual ao
pela remuneração do cargo efetivo acrescida de percen- do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento
tual da retribuição do cargo em comissão, a entidade ces- da despesa havida com seu afastamento. Essa disposição
sionária efetuará o reembolso das despesas realizadas não se aplica aos servidores da carreira diplomática.
pelo órgão ou entidade de origem. O afastamento de servidor para servir em organis-
A cessão far-se-á mediante portaria publicada no mo internacional de que o Brasil participe ou com o qual
Diário Oficial da União. Mediante autorização expressa do coopere dar-se-á com perda total da remuneração.
Presidente da República, o servidor do Poder Executivo 55
poderá ter exercício em outro órgão da Administração Do afastamento para participação em programa
Federal direta que não tenha quadro próprio de pessoal,
de pós-graduação “stricto sensu” no país

Regime Jurídico Único


para fim determinado e a prazo certo.
As cessões de empregados de empresa pública ou
O servidor poderá, no interesse da Administração,
de sociedade de economia mista, que receba recursos do
e desde que a participação não possa ocorrer simultane-
Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua
amente com o exercício do cargo ou mediante compen-
folha de pagamento de pessoal, independem das dis-
sação de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo,
posições contidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º do art. 93
com a respectiva remuneração, para participar em pro-
(Lei n. 8.112/90), ficando o exercício do empregado cedido
grama de pós-graduação stricto sensu em instituição de
condicionado a autorização específica do Ministério do
ensino superior no país.
Planejamento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de
Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade de-
ocupação de cargo em comissão ou função gratificada.
finirá, em conformidade com a legislação vigente, os pro-
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Ges-
gramas de capacitação e os critérios para participação
tão, com a finalidade de promover a composição da for-
em programas de pós-graduação no país, com ou sem
ça de trabalho dos órgãos e entidades da Administração
afastamento do servidor, que serão avaliados por um co-
Pública Federal, poderá determinar a lotação ou o exercí-
mitê constituído para este fim.
cio de empregado ou servidor.
Os afastamentos para realização de programas
de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos
Do afastamento para exercício de mandato eleti- servidores titulares de cargos efetivos no respectivo ór-
vo gão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestra-
do e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de
Ao servidor investido em mandato eletivo apli- estágio probatório.
cam-se as seguintes disposições, conforme art. 94 da Lei Os afastamentos para realização de programas de
n. 8.112/90: pós-doutorado somente serão concedidos aos servido-
I – tratando-se de mandato federal, estadual ou res titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou
distrital, ficará afastado do cargo; entidade há pelo menos quatro anos, incluído o período
II – investido no mandato de Prefeito, será afastado de estágio probatório.
do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remunera- Os servidores beneficiados pelos afastamentos te-
ção; rão que permanecer no exercício de suas funções, após
III – investido no mandato de vereador: o seu retorno, por um período igual ao do afastamento
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá concedido.
as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração Caso o servidor venha a solicitar exoneração do
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e

cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de ou de outrem, em detrimento da dignidade da


permanência, deverá ressarcir o órgão ou entidade dos função pública;
gastos com seu aperfeiçoamento. • participar de gerência ou administração de
sociedade privada, personificada ou não per-
Regime disciplinar dos servidores sonificada, exercer o comércio, exceto na qua-
lidade de acionista, cotista ou comanditário;
• atuar, como procurador ou intermediário,
Deveres do servidor junto a repartições públicas, salvo quando se
tratar de benefícios previdenciários ou assis-
Os deveres do servidor público no âmbito federal tenciais de parentes até o segundo grau, e de
estão previstos no art. 116 da Lei n. 8.112/90; são eles: cônjuge ou companheiro;
• exercer com zelo e dedicação as atribuições do • receber propina, comissão, presente ou van-
cargo; tagem de qualquer espécie, em razão de suas
• ser leal às instituições a que servir; atribuições;
• observar as normas legais e regulamentares; • aceitar comissão, emprego ou pensão de esta-
• cumprir as ordens superiores, exceto quando do estrangeiro;
manifestamente ilegais; • praticar usura sob qualquer de suas formas;
• atender com presteza: • proceder de forma desidiosa;
a) ao público em geral, prestando as informa- •
Seu Regime Disciplinar

utilizar pessoal ou recursos materiais da re-


ções requeridas, ressalvadas as protegidas por partição em serviços ou atividades particula-
sigilo; res;
b) à expedição de certidões requeridas para • cometer a outro servidor atribuições estra-
defesa de direito ou esclarecimento de situa- nhas ao cargo que ocupa, exceto em situações
ções de interesse pessoal; de emergência e transitórias;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pú- • exercer quaisquer atividades que sejam in-
blica; compatíveis com o exercício do cargo ou fun-
• levar ao conhecimento da autoridade superior ção e com o horário de trabalho e recusar-se a
as irregularidades de que tiver ciência em ra- atualizar seus dados cadastrais quando solici-
zão do cargo; tado.
• zelar pela economia do material e pela conser-
vação do patrimônio público;
56 • guardar sigilo sobre assunto da repartição; Responsabilidades
• manter conduta compatível com a moralidade
administrativa; O tema das responsabilidades do servidor é trata-
do na legislação nos arts. 121 a 126 da Lei n. 8.112/90.
Regime Jurídico Único

• ser assíduo e pontual ao serviço;


• tratar com urbanidade as pessoas e represen- As responsabilidades civil, penal e administrati-
tar contra ilegalidade, omissão ou abuso de va, conforme anteriormente dito, são independentes, ou
poder. seja, por um mesmo fato, o servidor poderá responder
nas três esferas.
O servidor responde civil, penal e administrativa-
Proibições do servidor mente pelo exercício irregular de suas atribuições. A res-
ponsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo,
O servidor, por força do art. 117 da Lei n. 8.112/90, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a
tem as seguintes proibições: terceiros. Tratando-se de dano causado a terceiros, res-
• ausentar-se do serviço durante o expediente, ponderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
sem prévia autorização do chefe imediato; regressiva.
• retirar, sem prévia anuência da autoridade A obrigação de reparar o dano estende-se aos su-
competente, qualquer documento ou objeto da cessores e contra eles será executada, até o limite do va-
repartição; lor da herança recebida. A responsabilidade penal abran-
• recusar fé a documentos públicos; ge os crimes e contravenções imputados ao servidor,
• opor resistência injustificada ao andamento de nessa qualidade.
documento e processo ou execução de serviço; A responsabilidade civil-administrativa resulta
• promover manifestação de apreço ou desa- de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho
preço no recinto da repartição; do cargo ou função. As sanções civis, penais e adminis-
• cometer a pessoa estranha à repartição, fora trativas poderão cumular-se, sendo independentes en-
dos casos previstos em lei, o desempenho de tre si. A responsabilidade administrativa do servidor
atribuição que seja de sua responsabilidade ou
será afastada no caso de absolvição criminal que negue
de seu subordinado;
a existência do fato ou sua autoria.
• coagir ou aliciar subordinados no sentido de
filiarem-se a associação profissional ou sindi-
cal, ou a partido político; Penalidades
• manter sob sua chefia imediata, em cargo ou
função de confiança, cônjuge, companheiro ou Três são as maneiras de desinvestidura do servi-
parente até o segundo grau civil; dor do cargo: a demissão, a exoneração e a dispensa.
• valer-se do cargo para lograr proveito pessoal A demissão ocorre pelo cometimento de falta gra-

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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
ve. A exoneração pode ser a pedido do interessado ou de sando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a de-
ofício, quando não satisfeitas as condições do estágio terminação.
probatório ou para os cargos em comissão. A dispensa Quando houver conveniência para o serviço, a pe-
ocorre em relação aos contratados pela CLT, quando não nalidade de suspensão poderá ser convertida em multa,
houver justa causa. na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de venci-
Sendo assim, trataremos neste tópico das penali- mento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a
dades aplicáveis ao servidor, que, de acordo com o art. 127, permanecer em serviço.
resumem-se em: Por fim, as penalidades de advertência e de sus-
• advertência; pensão terão seus registros cancelados, após o decurso
• suspensão; de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respecti-
• demissão; vamente, se o servidor não houver, nesse período, prati-
• cassação de aposentadoria ou disponibilidade; cado nova infração disciplinar. O cancelamento da pena-
• destituição de cargo em comissão e destitui- lidade não surtirá efeitos retroativos.
ção de função comissionada.
Demissão
Na aplicação das penalidades, serão considerados:
a natureza e a gravidade da infração cometida; os danos A demissão será aplicada nas hipóteses do art. 132
que dela provierem para o serviço público; as circuns- da Lei n. 8.112/90:

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tâncias agravantes ou atenuantes; e os antecedentes • crime contra a Administração Pública;
funcionais. • abandono de cargo;
O ato de imposição da penalidade mencionará • inassiduidade habitual;
sempre o fundamento legal e a causa da sanção discipli- • improbidade administrativa;
nar. • incontinência pública e conduta escandalosa,
na repartição;
Advertência • insubordinação grave em serviço;
• ofensa física, em serviço, a servidor ou a par-
A advertência será aplicada por escrito, nos casos ticular, salvo em legítima defesa própria ou de
de: outrem;
• ausentar-se do serviço durante o expediente, • aplicação irregular de dinheiros públicos;
sem prévia autorização do chefe imediato; • revelação de segredo do qual se apropriou em
• retirar, sem prévia anuência da autoridade razão do cargo; 57
competente, qualquer documento ou objeto da • lesão aos cofres públicos e dilapidação do pa-
repartição; trimônio nacional;
• recusar fé a documentos públicos; • corrupção;

Regime Jurídico Único


• opor resistência injustificada ao andamento de • acumulação ilegal de cargos, empregos ou
documento e processo ou execução de serviço; funções públicas;
• promover manifestação de apreço ou desa- • valer-se do cargo para lograr proveito pessoal
preço no recinto da repartição; ou de outrem, em detrimento da dignidade da
• cometer a pessoa estranha à repartição, fora função pública;
dos casos previstos em lei, o desempenho de • participar de gerência ou administração de
atribuição que seja de sua responsabilidade ou sociedade privada, personificada ou não per-
de seu subordinado; sonificada, exercer o comércio, exceto na qua-
• coagir ou aliciar subordinados no sentido de lidade de acionista, cotista ou comanditário;
filiarem-se a associação profissional ou sindi- • atuar, como procurador ou intermediário,
cal, ou a partido político; junto a repartições públicas, salvo quando se
• manter sob sua chefia imediata, em cargo ou tratar de benefícios previdenciários ou assis-
função de confiança, cônjuge, companheiro ou tenciais de parentes até o segundo grau, e de
parente até o segundo grau civil; cônjuge ou companheiro;
• recusar-se a atualizar seus dados cadastrais • receber propina, comissão, presente ou van-
quando solicitado; tagem de qualquer espécie, em razão de suas
• inobservar dever funcional previsto em lei, re- atribuições; aceitar comissão, emprego ou
gulamentação ou norma interna, que não jus- pensão de estado estrangeiro;
tifique imposição de penalidade mais grave. • praticar usura sob qualquer de suas formas;
• proceder de forma desidiosa;
Suspensão • utilizar pessoal ou recursos materiais da re-
partição em serviços ou atividades particula-
A suspensão será aplicada em caso de reincidên- res.
cia das faltas punidas com advertência e de violação das
demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a Cassação de aposentadoria e destituição do
penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (no- cargo em comissão
venta) dias.
É possível também no caso do servidor que, injus- Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade
tificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção do inativo que houver praticado, na atividade, falta puní-
médica determinada pela autoridade competente, ces-
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e

vel com a demissão. imediata, mediante sindicância ou processo administra-


A destituição de cargo em comissão exercido por tivo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ense-
infração sujeita às penalidades de suspensão e de demis- jar a imposição de penalidade de suspensão por mais de
são. 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria
Não poderá retornar ao serviço público federal o ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão,
servidor que for demitido ou destituído do cargo em co- será obrigatória a instauração de processo disciplinar.
missão nas seguintes situações: A sindicância pode ser conceituada como o meio
• crime contra a Administração Pública; sumário de apuração de infrações que possam ser ape-
• improbidade administrativa; nadas somente com advertência ou suspensão por até 30
• aplicação irregular de dinheiros públicos; dias.
• lesão aos cofres públicos e dilapidação do pa- A sindicância poderá resultar em:
trimônio nacional; • arquivamento do processo;
• corrupção. • aplicação de penalidade de advertência ou
suspensão de até 30 (trinta) dias;
Competência para aplicação de penalidades • instauração de processo disciplinar.

A competência para aplicação das penalidades Como medida cautelar e a fim de que o servidor não
Seu Regime Disciplinar

disciplinares segue a regra estabelecida no art. 141 da Lei venha a influir na apuração da irregularidade, a autorida-
n. 8.112/90, conforme abaixo: de instauradora do processo disciplinar poderá determi-
• Presidente da República, pelos Presidentes nar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo
das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
Federais e pelo Procurador-Geral da Repúbli- Quando o fato narrado não configurar evidente in-
ca, quando se tratar de demissão e cassação de fração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arqui-
aposentadoria ou disponibilidade de servidor vada, por falta de objeto.
vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou enti- O prazo para conclusão da sindicância não exce-
dade; derá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual
• autoridades administrativas de hierarquia período, a critério da autoridade superior.
imediatamente inferior àquelas mencionadas
acima quando se tratar de suspensão superior Processo administrativo disciplinar
a 30 (trinta) dias; Nenhuma pena poderá ser aplicada ao servidor
58 senão por sindicância ou processo administrativo disci-
• pelo chefe da repartição e outras autoridades
na forma dos respectivos regimentos ou regu- plinar, assegurando-se o contraditório e a ampla defesa.
lamentos, nos casos de advertência ou de sus- O art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal garante
Regime Jurídico Único

pensão de até 30 (trinta) dias; o contraditório e a ampla defesa em processo judicial ou


• pela autoridade que houver feito a nomeação, administrativo, não mencionando a sindicância, mas a
quando se tratar de destituição de cargo em esta se estende porque dela pode resultar a aplicação de
comissão. uma pena.
No que se refere à necessidade de presença de ad-
vogado no processo administrativo disciplinar, o Supre-
Prazo prescricional da ação disciplinar mo Tribunal Federal, por meio da Súmula Vinculante 5,
decidiu que:
Com relação ao prazo da ação disciplinar contra o
Súmula Vinculante 5: A falta de defesa técnica por
servidor, a lei no art. 142, determina:
advogado no processo administrativo disciplinar não
• 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis ofende a Constituição.
com demissão, cassação de aposentadoria ou
Portanto, no processo administrativo disciplinar,
disponibilidade e destituição de cargo em co-
não existe a obrigatoriedade de participação de advoga-
missão;
do.
• 2 (dois) anos, quanto à suspensão; O processo disciplinar é o instrumento destinado
• 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertên- a apurar responsabilidade de servidor por infração pra-
cia.
ticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha
relação com as atribuições do cargo em que se encontre
Processo administrativo disciplinar investido.
Sua condução se dará por comissão composta de
A Lei n. 8.112/90, a partir do art. 116, trata do regime três servidores estáveis designados pela autoridade
disciplinar do servidor público. Para aplicação de pena- competente e se desenvolve nas seguintes fases: instau-
lidades aos servidores, existem dois procedimentos de- ração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
finidos na lei: a sindicância e o processo administrativo inquérito administrativo, que compreende instrução, de-
disciplinar. Vejamos cada um deles. fesa e relatório e julgamento.
O prazo para a conclusão do processo disciplinar
Sindicância não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de pu-
blicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua
A autoridade que tiver ciência de irregularidade prorrogação por igual prazo, quando as circunstâncias o
no serviço público é obrigada a promover a sua apuração exigirem.

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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
Na fase do inquérito, a comissão promoverá a to- trícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos
mada de depoimentos, acareações, investigações e di- cargos, empregos ou funções públicas em situação de
ligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recor- acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vincu-
rendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a lação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do
permitir a completa elucidação dos fatos. correspondente regime jurídico.
É assegurado ao servidor o direito de acompanhar A comissão lavrará, até três dias após a publicação
o processo pessoalmente ou por intermédio de procura- do ato que a constituir, termo de indiciação em que serão
dor, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e transcritas as informações de que trata o parágrafo an-
contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de terior, bem como promoverá a citação pessoal do servi-
prova pericial. dor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata,
O presidente da comissão poderá denegar pedidos para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita,
considerados impertinentes, meramente protelatórios, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.
ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos. Apresentada a defesa, a comissão elaborará rela-
Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do tório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilida-
acusado, a comissão proporá à autoridade competente de do servidor, em que resumirá as peças principais dos
que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame,
da qual participe pelo menos um médico psiquiatra. indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o pro-
Reconhecida a responsabilidade do servidor, a cesso à autoridade instauradora, para julgamento.

Seu Regime Disciplinar


comissão indicará o dispositivo legal ou regulamentar No prazo de cinco dias, contados do recebimento do
transgredido, bem como as circunstâncias agravantes processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.
ou atenuantes. A opção pelo servidor até o último dia de prazo
No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebi- para defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se
mento do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua converterá automaticamente em pedido de exoneração
decisão. Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada do outro cargo.
da autoridade instauradora do processo, este será enca- Caracterizada a acumulação ilegal e provada a
minhado à autoridade competente, que decidirá em igual má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou
prazo. O julgamento acatará o relatório da comissão, sal- cassação de aposentadoria ou disponibilidade em rela-
vo quando contrário às provas dos autos. ção aos cargos, empregos ou funções públicas em regime
Quando o relatório da comissão contrariar as pro- de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou enti-
vas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motiva- dades de vinculação serão comunicados.
damente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou O prazo para a conclusão do processo administra-
isentar o servidor de responsabilidade. tivo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá
59
O servidor que responder a processo disciplinar só 30 dias, contados da data de publicação do ato que cons-
poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado volunta- tituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até 15

Regime Jurídico Único


riamente, após a conclusão do processo e o cumprimento dias, quando as circunstâncias o exigirem.
da penalidade acaso aplicada.
Processo sumário por abandono de cargo
Processo sumário por acumulação de cargo pú-
blico O abandono de cargo configura-se quando há au-
sência intencional do servidor ao serviço por mais de 30
No caso de acumulação ilegal de cargos, empregos dias consecutivos.
ou funções públicas, a Lei n. 8.112/90 estabelece um pro- Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao
cedimento sumário para a apuração da infração admi- serviço, sem causa justificada, por 60 dias, intercalada-
nistrativa cometida pelo servidor. mente, durante o período de 12 meses.
Sendo assim, detectada a qualquer tempo a acu- Na apuração de abandono de cargo ou inassidui-
mulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, dade habitual, também será adotado o procedimento su-
a autoridade competente notificará o servidor, por in- mário, observando-se especialmente que:
termédio de sua chefia imediata, para apresentar opção • a indicação da materialidade dar-se-á:
no prazo improrrogável de dez dias, contados da data da a) na hipótese de abandono de cargo, pela indica-
ciência, e, na hipótese de omissão, adotará procedimento ção precisa do período de ausência intencional do
sumário para a sua apuração e regularização imediata, servidor ao serviço superior a 30 dias;
cujo processo administrativo disciplinar se desenvolve- b)no caso de inassiduidade habitual, pela indica-
rá nas seguintes fases: ção dos dias de falta ao serviço sem causa justifi-
• instauração, com a publicação do ato que cada, por período igual ou superior a 60 dias inter-
constituir a comissão, a ser composta por dois caladamente, durante o período de 12 meses;
servidores estáveis, e simultaneamente indi- • após a apresentação da defesa, a comissão
car a autoria e a materialidade da transgressão elaborará relatório conclusivo quanto à ino-
objeto da apuração; cência ou à responsabilidade do servidor, em
• instrução sumária, que compreende indicia- que resumirá as peças principais dos autos,
ção, defesa e relatório; indicará o respectivo dispositivo legal, opina-
• julgamento. rá, na hipótese de abandono de cargo, sobre a
intencionalidade da ausência ao serviço supe-
A indicação da autoria dar-se-á pelo nome e ma- rior a 30 dias e remeterá o processo à autorida-
de instauradora para julgamento.
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e

Revisão do processo § 5º Nenhum servidor receberá remuneração infe-


rior ao salário mínimo.
O processo disciplinar poderá ser revisto, a qual- Art. 42. NENHUM servidor poderá perceber, men-
quer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem salmente, a título de remuneração, importância superior
fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar à soma dos valores percebidos como remuneração, em
a inocência do punido ou a inadequação da penalidade espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Po-
aplicada. deres, pelos Ministros de Estado [para os cargos do Poder
A simples alegação de injustiça da penalidade não Executivo], por membros do Congresso Nacional [para os
constitui fundamento para a revisão, que requer elemen- cargos do Poder Legislativo] e Ministros do Supremo Tri-
tos novos, ainda não apreciados no processo originário. bunal Federal [para os cargos do Poder Judiciário].
Em caso de falecimento, ausência ou desapare- Parágrafo único. Excluem-se do teto de remune-
cimento do servidor, qualquer pessoa da família poderá ração as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61
requerer a revisão do processo. No caso de incapacidade [não são considerados para fins do cálculo do teto os valo-
mental do servidor, a revisão será requerida pelo respec- res recebidos a título de: a) 13º; b) adicional pelo exercício
tivo curador. de atividades insalubres, perigosas ou penosas; c) adicio-
O requerimento de revisão do processo será dirigi- nal pela prestação de serviço extraordinário; d) adicional
do ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, noturno; e) gratificação por encargo de curso ou concurso;
se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente e f) demais adicionais relativos ao local ou natureza das
Seu Regime Disciplinar

do órgão ou entidade onde se originou o processo disci- atividades].


plinar. Art. 43. Revogado.
O julgamento caberá à autoridade que aplicou a Art. 44. O servidor perderá:
penalidade e o prazo é de 20 (vinte) dias, contados do re- I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço,
cebimento do processo, no curso do qual a autoridade jul- SEM motivo justificado;
gadora poderá determinar diligências. II - a parcela de remuneração diária, proporcio-
Julgada procedente a revisão, será declarada sem nal aos atrasos, ausências justificadas, RESSALVADAS
efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os as concessões de que trata o art. 97 [por exemplo, para
direitos do servidor, exceto em relação à destituição do doação de sangue e para alistamento eleitoral], e saídas
cargo em comissão, que será convertida em exoneração. antecipadas, SALVO na hipótese de compensação de ho-
Da revisão do processo não poderá resultar agravamento rário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser esta-
de penalidade. belecida pela chefia imediata.
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes
60 de caso fortuito ou de força maior poderão ser compen-
Para finalizar vejamos as disposições constantes
da Lei 8.112/1990: sadas a critério da chefia imediata, sendo assim conside-
radas como efetivo exercício.
Regime Jurídico Único

Art. 45. SALVO por imposição legal, ou mandado


Título III - Dos Direitos e Vantagens judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração
ou provento.
Capítulo I - Do Vencimento e da Remuneração § 1º Mediante autorização do servidor, poderá ha-
ver consignação em folha de pagamento em favor de
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária terceiros, a critério da administração e com reposição de
pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. custos, na forma definida em regulamento.
Parágrafo único. Revogado. § 2º O total de consignações facultativas de que
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efe- trata o § 1º não excederá trinta e cinco por cento da re-
tivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes muneração mensal, sendo cinco por cento reservados
estabelecidas em lei. exclusivamente para a amortização de despesas contra-
§ 1º A remuneração do servidor investido em fun- ídas por meio de cartão de crédito.
ção ou cargo em comissão será paga na forma prevista no Art. 46. As reposições e indenizações ao erário,
art. 62 [prevê a remuneração a estes servidores]. atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente
§ 2º O servidor investido em cargo em comissão de comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pen-
órgão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a sionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta
remuneração de acordo com o estabelecido no § 1º do art. dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado.
93 [quando ocorre a cessão do servidor a responsabilida- § 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior
de pelo pagamento será do cessionário, no caso de cessão ao correspondente a dez por cento da remuneração, pro-
de servidor federal para o serviço público estadual, dis- vento ou pensão.
trital ou municipal, nos demais casos a responsabilidade § 2º Quando o pagamento indevido houver ocorri-
pelo pagamento dos salários é do cedente]. do no mês anterior ao do processamento da folha, a re-
§ 3º O vencimento do cargo efetivo, ACRESCIDO posição será feita imediatamente, em uma única parcela.
DAS VANTAGENS DE CARÁTER PERMANENTE, é irredu- § 3º Na hipótese de valores recebidos em decorrên-
tível. cia de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipa-
§ 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para da ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida,
cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo serão eles atualizados até a data da reposição.
Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalvadas Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for
as vantagens de caráter individual e as relativas à natu- demitido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou
reza ou ao local de trabalho. disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias

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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
para quitar o débito. Parágrafo único. No afastamento previsto no in-
Parágrafo único. A NÃO quitação do débito no pra- ciso I do art. 93 [afastamento para exercício de cargo em
zo previsto implicará sua inscrição em dívida ativa. comissão em outro órgão], a ajuda de custo será paga pelo
Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento órgão cessionário, quando cabível.
não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exce- Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a aju-
to nos casos de prestação de alimentos resultante de de- da de custo quando, injustificadamente, NÃO se apresen-
cisão judicial. tar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.

Capítulo II - Das Vantagens Subseção II - Das Diárias


Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da
servidor as seguintes vantagens: sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto
I - indenizações; do território nacional ou para o exterior, fará jus a pas-
II - gratificações; sagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de
III - adicionais. despesas extraordinária com pousada, alimentação e
§ 1º As indenizações NÃO SE INCORPORAM ao ven- locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento.
cimento ou provento para qualquer efeito. § 1º A diária será concedida por dia de afastamen-
§ 2º As gratificações e os adicionais INCORPORAM- to, sendo DEVIDA PELA METADE quando o deslocamento
-SE ao vencimento ou provento, nos casos e condições não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União cus-

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indicados em lei. tear, por meio diverso, as despesas extraordinárias co-
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão com- bertas por diárias.
putadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de
quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob A diária concedida por dia de afastamento, será
o mesmo título ou idêntico fundamento. concedida pela metade em duas situações:
1. não exigir pernoite fora da sede; ou
Seção I - Das Indenizações 2. a União custear indiretamente as despesas (alo-
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor: jamento, veículo do órgão etc.).
I - ajuda de custo;
II - diárias; § 2º Nos casos em que o deslocamento da sede
III - transporte. constituir exigência permanente do cargo, o servidor
IV - auxílio-moradia. NÃO FARÁ JUS A DIÁRIAS.
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas § 3º Também NÃO FARÁ JUS A DIÁRIAS o servidor 61
nos incisos I a III do art. 51, assim como as condições para que se deslocar dentro da mesma região metropolitana,
a sua concessão, serão estabelecidos em regulamento. aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por
municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em

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áreas de controle integrado mantidas com países limí-
Subseção I - Da Ajuda de Custo trofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, enti-
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar dades e servidores brasileiros considera-se estendida,
as despesas de instalação do servidor que, no interes- SALVO se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que
se do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afasta-
mudança de domicílio em caráter permanente, VEDADO mentos dentro do território nacional.
o duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no Art. 59. O servidor que receber diárias e não se
caso de o cônjuge ou companheiro que detenha também afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a res-
a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma tituí-las integralmente, no prazo de 5 (CINCO) DIAS.
sede. Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retor-
§ 1º Correm por conta da administração as despe- nar à sede em prazo menor do que o previsto para o seu
sas de transporte do servidor e de sua família, compre- afastamento, restituirá as diárias recebidas em excesso,
endendo passagem, bagagem e bens pessoais. no prazo previsto no caput [EM 5 DIAS].
§ 2º À família do servidor que falecer na nova sede
são assegurados ajuda de custo e transporte para a loca-
lidade de origem, dentro do prazo de 1 (UM) ANO, contado Subseção III - Da Indenização de Transporte
do óbito. Art. 60. Conceder-se-á indenização de transpor-
§3º- Não será concedida ajuda de custo nas hipóte- te ao servidor que realizar despesas com a utilização de
ses de remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo meio próprio de locomoção para a execução de serviços
único do art. 36. externos, por força das atribuições próprias do cargo,
Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remu- conforme se dispuser em regulamento.
neração do servidor, conforme se dispuser em regula- Subseção IV - Do Auxílio-Moradia
mento, NÃO podendo exceder a importância correspon- Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarci-
dente a 3 (três) meses. mento das despesas comprovadamente realizadas pelo
Art. 55. NÃO será concedida ajuda de custo ao ser- servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospe-
vidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude dagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de
de mandato eletivo. um mês após a comprovação da despesa pelo servidor.
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao ser-
NÃO sendo servidor da União, for nomeado para cargo em vidor se atendidos os seguintes requisitos:
comissão, com mudança de domicílio. I - não exista imóvel funcional disponível para uso

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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e

pelo servidor; Ministro de Estado ocupado. (Incluído pela Lei nº 11.784,


II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocu- de 2008
pe imóvel funcional; § 1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro 25% (vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro
não seja ou tenha sido proprietário, promitente compra- de Estado.
dor, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no § 2º Independentemente do valor do cargo em co-
Município aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese missão ou função comissionada, fica garantido a todos
de lote edificado sem averbação de construção, nos doze os que preencherem os requisitos o ressarcimento até o
meses que antecederem a sua nomeação [OU SEJA, NÃO valor de R$ 1.800,00 (MIL E OITOCENTOS REAIS).
TENHA TIDO IMÓVEIS NO LOCAL ONDE EXERCE O CARGO Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, co-
NOS ÚLTIMOS 12 MESES]; locação de imóvel funcional à disposição do servidor ou
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servi- aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo
dor receba auxílio-moradia; pago por um mês.
V - o servidor tenha se mudado do local de resi-
dência para ocupar cargo em comissão ou função de con- Seção II - Das Gratificações e Adicionais
fiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores Art. 61. Além do vencimento e das vantagens pre-
- DAS, níveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de vistas nesta Lei, serão deferidos aos servidores as se-
Estado ou equivalentes; guintes retribuições, gratificações e adicionais:
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VI - o Município no qual assuma o cargo em comis- I - retribuição pelo exercício de função de direção,
são ou função de confiança não se enquadre nas hipóte- chefia e assessoramento;
ses do art. 58, § 3º [refere-se às regiões metropolitanas e II - gratificação natalina;
microrregiões], em relação ao local de residência ou do- III – Revogado
micílio do servidor; IV - adicional pelo exercício de atividades insalu-
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou te- bres, perigosas ou penosas;
nha residido no Município, nos últimos doze meses, aonde V - adicional pela prestação de serviço extraordi-
for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, nário;
DESCONSIDERANDO-SE PRAZO INFERIOR A SESSENTA VI - adicional noturno;
DIAS DENTRO DESSE PERÍODO; e VII - adicional de férias;
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do
alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo. trabalho.
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de ju- IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.
62 nho de 2006.
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será
considerado o prazo no qual o servidor estava ocupando Gratificações
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outro cargo em comissão relacionado no inciso V.


• retribuição pelo exercício de função
Requisitos para concessão do auxílio moradia: • 13º
1. não exista imóvel funcional; • adicional insalubridade, periculosidade ou peno-
2. o cônjuge não ocupe imóvel funcional; sidade
3. não tenha tido imóvel no local nos últimos 12 • hora extra
meses; • adicional noturno
4. não resida com pessoa que receba auxílio-mo- • adicional de férias
radia; • adicionais relativos ao local ou natureza do tra-
5. mudança para ocupar cargo em comissão ou balho
função de confiança DAS níveis 4, 5 ou 6; • gratificação por curso ou concurso
6. não assuma o cargo em local da região metropo-
litana da qual antes morava; Subseção I - Da Retribuição pelo Exercício de Fun-
7. não tenha residido no local nos últimos 12 meses ção de Direção, Chefia e Assessoramento
(não se consideram os dois últimos 2 meses); Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo in-
8. não vale para nomeação em cargo efetivo; e vestido em função de direção, chefia ou assessoramento,
9. deslocamento após 30.06.2006. cargo de provimento em comissão ou de Natureza Espe-
cial é devida retribuição pelo seu exercício.
Art. 60-C. O auxílio-moradia não será concedido Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a re-
por prazo superior a 8 (oito) anos dentro de cada período muneração dos cargos em comissão de que trata o inciso
de 12 (doze) anos. II do art. 9º.
Parágrafo único. Transcorrido o prazo de 8 (oito) Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pes-
anos dentro de cada período de 12 (doze) anos, o paga- soal Nominalmente Identificada - VPNI a incorporação
mento somente será retomado se observados, além do da retribuição pelo exercício de função de direção, chefia
disposto no caput deste artigo, os requisitos do caput do ou assessoramento, cargo de provimento em comissão
art. 60-B desta Lei, não se aplicando, no caso, o parágrafo ou de Natureza Especial a que se referem os arts. 3o e 10
único do citado art. 60-B. da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da Lei no
Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é LI- 9.624, de 2 de abril de 1998.
MITADO A 25% (VINTE E CINCO POR CENTO) do valor do Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste
cargo em comissão, função comissionada ou cargo de artigo somente estará sujeita às revisões gerais de re-
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
muneração dos servidores públicos federais. Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado
com acréscimo de 50% (CINQÜENTA POR CENTO) em re-
Subseção II - Da Gratificação Natalina lação à hora normal de trabalho.
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 Art. 74. Somente será permitido serviço extraordi-
(um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus nário para atender a situações excepcionais e temporá-
no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo rias, respeitado o limite máximo de 2 (DUAS) HORAS POR
ano. JORNADA.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15
(quinze) dias será considerada como MÊS INTEGRAL. Subseção VI - Do Adicional Noturno
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário
do mês de dezembro de cada ano. compreendido entre 22 (VINTE E DUAS) HORAS de um
Parágrafo único. Vetado. dia e 5 (CINCO) HORAS do dia seguinte, terá o valor-hora
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua grati- acrescido de 25% (VINTE E CINCO POR CENTO), compu-
ficação natalina, proporcionalmente aos meses de exer- tando-se cada HORA COMO CINQÜENTA E DOIS MINU-
cício, calculada sobre a remuneração do mês da exone- TOS E TRINTA SEGUNDOS.
ração. Parágrafo único. Em se tratando de serviço extra-
Art. 66. A gratificação natalina não será conside- ordinário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá
rada para cálculo de qualquer vantagem pecuniária. sobre a remuneração prevista no art. 73 [o adicional no-

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turno incide sobre a hora extraordinária].
Subseção III - Do Adicional por Tempo de Serviço
Art. 67. Revogado Subseção VII - Do Adicional de Férias
Art. 76. Independentemente de solicitação, será
Subseção IV - Dos Adicionais de Insalubridade, Peri- pago ao servidor, por ocasião das férias, um adicional
correspondente a 1/3 (UM TERÇO) da remuneração do
culosidade ou Atividades Penosas
período das férias.
Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitu-
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer
alidade em locais insalubres ou em contato permanen-
função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar
te com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de
cargo em comissão, a respectiva vantagem será conside-
vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do
rada no cálculo do adicional de que trata este artigo.
cargo efetivo.
§ 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insa- 63
lubridade e de periculosidade deverá optar por um deles Subseção VIII - Da Gratificação por Encargo de Curso
[não são cumulativos os adicionais de insalubridade, pe- ou Concurso
riculosidade e penosidade]. Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou

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§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou peri- Concurso é devida ao servidor que, em caráter eventual:
culosidade cessa com a eliminação das condições ou dos I - atuar como instrutor em curso de formação, de
riscos que deram causa a sua concessão. desenvolvimento ou de treinamento regularmente insti-
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade tuído no âmbito da administração pública federal;
de servidores em operações ou locais considerados pe- II - participar de banca examinadora ou de comis-
nosos, insalubres ou perigosos. são para exames orais, para análise curricular, para cor-
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactan- reção de provas discursivas, para elaboração de questões
te será afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, de provas ou para julgamento de recursos intentados por
das operações e locais previstos neste artigo, exercendo candidatos;
suas atividades em local salubre e em serviço não peno- III - participar da logística de preparação e de re-
so e não perigoso. alização de concurso público envolvendo atividades de
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades planejamento, coordenação, supervisão, execu ção e
penosas, de insalubridade e de periculosidade, serão ob- avaliação de resultado, quando tais atividades não esti-
servadas as situações estabelecidas em legislação espe- verem incluídas entre as suas atribuições permanentes;
cífica. IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devi- provas de exame vestibular ou de concurso público ou
do aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou supervisionar essas atividades.
em localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos § 1º Os critérios de concessão e os limites da grati-
termos, condições e limites fixados em regulamento. ficação de que trata este artigo serão fixados em regula-
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que mento, observados os seguintes parâmetros:
operam com Raios X ou substâncias radioativas serão I - o valor da gratificação será calculado em horas,
mantidos sob controle permanente, de modo que as do- observadas a natureza e a complexidade da atividade
ses de radiação ionizante não ultrapassem o nível máxi- exercida;
mo previsto na legislação própria. II - a retribuição NÃO poderá ser superior ao equi-
Parágrafo único. Os servidores a que se refere valente a 120 (CENTO E VINTE) HORAS de trabalho anu-
este artigo serão submetidos a exames médicos a cada ais, RESSALVADA situação de excepcionalidade, de-
6 (seis) meses. vidamente justificada e previamente aprovada pela
autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá
Subseção V - Do Adicional por Serviço Extraordiná- autorizar o ACRÉSCIMO DE ATÉ 120 (CENTO E VINTE) HO-
RAS de trabalho anuais;
rio
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e

III - o valor máximo da hora trabalhada correspon- rias:


derá aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior 1. calamidade pública;
vencimento básico da administração pública federal: 2. comoção interna;
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em 3. convocação para Júri;
se tratando de atividades previstas nos incisos I e II do 4. serviço militar;
caput deste artigo; 5. serviço eleitoral;
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se 6. necessidade de serviço declarada pela autorida-
tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput de máxima do órgão ou entidade.
deste artigo.
§ 2º A Gratificação por Encargo de Curso ou Con- Parágrafo único. O RESTANTE do período inter-
curso somente será paga se as atividades referidas nos rompido será gozado de uma só vez, observado o dispos-
incisos do caput deste artigo forem exercidas sem pre- to no art. 77.
juízo das atribuições do cargo de que o servidor for titu-
lar, devendo ser objeto de compensação de carga horária Capítulo IV - Das Licenças
quando desempenhadas durante a jornada de trabalho,
Seção I - Disposições Gerais
na forma do § 4º do art. 98 desta Lei.
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
§ 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou Con-
I - por motivo de doença em pessoa da família;
curso NÃO se incorpora ao vencimento ou salário do
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou com-
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servidor para qualquer efeito e NÃO poderá ser utilizada


panheiro;
como base de cálculo para quaisquer outras vantagens,
III - para o serviço militar;
inclusive para fins de cálculo dos proventos da aposenta-
IV - para atividade política;
doria e das pensões.
V - para capacitação;
VI - para tratar de interesses particulares;
Capítulo III - Das Férias VII - para desempenho de mandato classista.
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias,
que podem ser acumuladas, até o máximo de dois perí- § 1º A licença prevista no inciso I [doença em pes-
odos, no caso de NECESSIDADE DO SERVIÇO, RESSALVA- soa da família] do caput deste artigo bem como cada uma
DAS as hipóteses em que haja legislação específica. de suas prorrogações serão precedidas de exame por pe-
§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias se- rícia médica oficial, observado o disposto no art. 204 des-
rão exigidos 12 (doze) meses de exercício. ta Lei [no caso de licença médica inferior a 15 dias dentro
64 § 2º É VEDADO levar à conta de férias qualquer falta de 1 ano poderá ser dispensada a perícia].
ao serviço. § 2º Revogado
§ 3º As férias poderão ser parceladas em até três § 3º É VEDADO o exercício de ATIVIDADE REMUNE-
etapas, desde que assim REQUERIDAS pelo servidor, e no
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RADA durante o período da licença prevista no inciso I


INTERESSE da administração pública. deste artigo [doença em pessoa da família].
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (SES-
será efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respecti- SENTA) DIAS do término de outra da mesma espécie será
vo período, observando-se o disposto no § 1º deste artigo. considerada como prorrogação.
§ 1° e § 2° Revogados.
§ 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em
Seção II - Da Licença por Motivo de Doença em Pes-
comissão, perceberá indenização relativa ao período das
férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção de soa da Família
um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração su- Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor
perior a quatorze dias. por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos
§ 4º A indenização será calculada com base na re- pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou
muneração do mês em que for publicado o ato exonera- dependente que viva a suas expensas e conste do seu
tório. assentamento funcional, mediante COMPROVAÇÃO POR
§ 5º Em caso de parcelamento, o servidor recebe- PERÍCIA MÉDICA OFICIAL.
rá o valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da § 1º A licença somente será deferida se a assistên-
Constituição Federal quando da utilização do primeiro cia direta do servidor for indispensável e não puder ser
período. prestada simultaneamente com o exercício do cargo OU
Art. 79. O servidor que opera direta e permanente- mediante compensação de horário, na forma do disposto
mente com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 no inciso II do art. 44 [regra que prevê a compensação de
(VINTE) DIAS consecutivos de férias, POR SEMESTRE de horários até o mês subsequente de em acordo com chefia
atividade profissional, proibida em qualquer hipótese a imediata].
acumulação. § 2º A licença de que trata o caput, incluídas as
Parágrafo único. Revogado. prorrogações, poderá ser concedida a cada período de
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompi- doze meses nas seguintes condições:
das por motivo de calamidade pública, comoção interna, I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não,
convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por MANTIDA a remuneração do servidor; e
necessidade do serviço declarada pela autoridade máxi- II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não,
ma do órgão ou entidade. SEM remuneração.
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será
Hipóteses em que é possível a interrupção de fé- contado a partir da data do deferimento da primeira li-
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
cença concedida. muneração, por até três meses, para participar de curso
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licen- de capacitação profissional.
ças não remuneradas, incluídas as respectivas prorroga- Parágrafo único. Os períodos de licença de que tra-
ções, concedidas em um mesmo período de 12 (doze) me- ta o caput NÃO são acumuláveis.
ses, observado o disposto no § 3o, não poderá ultrapassar Art. 88. Revogado.
os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2º. Art. 89. Revogado.
Art. 90. Vetado.
Seção III - Da Licença por Motivo de Afastamento do
Cônjuge Seção VII - Da Licença para Tratar de Interesses Par-
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor ticulares
para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi des- Art. 91. A critério da Administração, poderão ser
locado para outro ponto do território nacional, para o ex- concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, DES-
terior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes DE QUE NÃO esteja em estágio probatório, licenças para
Executivo e Legislativo. o trato de assuntos particulares pelo prazo de até TRÊS
§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem ANOS consecutivos, SEM remuneração.
remuneração. Parágrafo único. A licença poderá ser interrompi-
§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou da, A QUALQUER TEMPO, a pedido do servidor ou no inte-
companheiro também seja servidor público, civil ou mi- resse do serviço.

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litar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício Seção VIII - Da Licença para o Desempenho de Man-
provisório em órgão ou entidade da Administração Fe-
dato Classista
deral direta, autárquica ou fundacional, desde que para o
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licen-
exercício de atividade compatível com o seu cargo.
ça sem remuneração para o desempenho de mandato em
confederação, federação, associação de classe de âmbito
Seção IV - Da Licença para o Serviço Militar nacional, sindicato representativo da categoria ou enti-
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço mili- dade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar
tar será concedida licença, na forma e condições previs- de gerência ou administração em sociedade cooperativa
tas na legislação específica. constituída por servidores públicos para prestar servi-
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o ser- ços a seus membros, observado o disposto na alínea c do
vidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para re- inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em re-
assumir o exercício do cargo. 65
gulamento e observados os seguintes limites:
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) asso-
Seção V - Da Licença para Atividade Política ciados, 2 (dois) servidores;

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Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem re- II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a
muneração, durante o período que mediar entre a sua es- 30.000 (trinta mil) associados, 4 (quatro) servidores;
colha em convenção partidária, como candidato a cargo III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil)
eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura pe- associados, 8 (oito) servidores.
rante a Justiça Eleitoral. § 1º Somente poderão ser licenciados os servido-
res eleitos para cargos de direção ou de representação
nas referidas entidades, desde que cadastradas no órgão
competente.
§ 2º A licença terá duração igual à do mandato, po-
dendo ser renovada, no caso de reeleição.

Capítulo V - Dos Afastamentos


Seção I - Do Afastamento para Servir a Outro Órgão
ou Entidade
§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na locali- Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exer-
dade onde desempenha suas funções e que exerça cargo cício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União,
de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fis- dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas
calização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao seguintes hipóteses:
do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, I - para exercício de cargo em comissão ou função
até o décimo dia seguinte ao do pleito. de confiança;
§ 2º A partir do registro da candidatura e até o déci- II - em casos previstos em leis específicas.
mo dia seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, § 1º Na hipótese do inciso I [cargo em comissão ou
assegurados os vencimentos do cargo efetivo, SOMENTE
função de confiança], sendo a cessão para órgãos ou enti-
pelo período de três meses.
dades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios,
o ÔNUS DA REMUNERAÇÃO será do órgão ou entidade
Seção VI - Da Licença para Capacitação cessionária, mantido o ÔNUS PARA O CEDENTE NOS DE-
Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, MAIS CASOS.
o servidor poderá, no interesse da Administração, afas- § 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa
tar-se do exercício do cargo efetivo, COM a respectiva re- pública ou sociedade de economia mista, nos termos das
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e

respectivas normas, optar pela remuneração do cargo § 1º A ausência não excederá a 4 (QUATRO) ANOS, e
efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acrescida finda a missão ou estudo, somente decorrido igual perío-
de percentual da retribuição do cargo em comissão, a en- do, será permitida nova ausência.
tidade cessionária efetuará o reembolso das despesas § 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste
realizadas pelo órgão ou entidade de origem. artigo NÃO será concedida exoneração ou LICENÇA PARA
§ 3º A cessão far-se-á mediante Portaria publicada TRATAR DE INTERESSE PARTICULAR antes de decorrido
no Diário Oficial da União. período igual ao do afastamento, RESSALVADA a hipóte-
§ 4º Mediante autorização expressa do Presidente se de ressarcimento da despesa havida com seu afasta-
da República, o servidor do Poder Executivo poderá ter mento.
exercício em outro órgão da Administração Federal direta § 3º O disposto neste artigo NÃO se aplica aos ser-
que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim deter- vidores da carreira diplomática.
minado e a prazo certo. § 4º As hipóteses, condições e formas para a auto-
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de emprega- rização de que trata este artigo, inclusive no que se refere
do ou servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ à remuneração do servidor, serão disciplinadas em regu-
1º e 2º deste artigo. lamento.
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública Art. 96. O afastamento de servidor para servir em
ou de sociedade de economia mista, que receba recursos organismo internacional de que o Brasil participe ou com
de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.
Seu Regime Disciplinar

folha de pagamento de pessoal, INDEPENDEM das dispo-


sições contidas nos incisos I e II e §§ 1º e 2º deste artigo, Seção IV - Do Afastamento para Participação em
ficando o exercício do empregado cedido condicionado
a autorização específica do Ministério do Planejamento, Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no País
Orçamento e Gestão, EXCETO nos casos de ocupação de Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Ad-
ministração, e desde que a participação não possa ocor-
cargo em comissão ou função gratificada.
§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e rer simultaneamente com o exercício do cargo ou me-
Gestão, com a finalidade de promover a composição da diante compensação de horário, afastar-se do exercício
força de trabalho dos órgãos e entidades da Adminis- do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para
tração Pública Federal, poderá determinar a lotação ou participar em programa de pós-graduação stricto sensu
o exercício de empregado ou servidor, INDEPENDENTE- em instituição de ensino superior no País.
MENTE da observância do constante no inciso I e nos §§ § 1º Ato do dirigente máximo do órgão ou entida-
1º e 2º deste artigo. de definirá, em conformidade com a legislação vigente,
66 os programas de capacitação e os critérios para partici-
pação em programas de pós-graduação no País, com ou
Seção II - Do Afastamento para Exercício de Manda- sem afastamento do servidor, que serão avaliados por
Regime Jurídico Único

to Eletivo um comitê constituído para este fim.


Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo § 2º Os afastamentos para realização de progra-
aplicam-se as seguintes disposições: mas de mestrado e doutorado somente serão concedidos
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou aos servidores titulares de cargos efetivos no respecti-
distrital, ficará AFASTADO DO CARGO; vo órgão ou entidade há pelo menos 3 (TRÊS) ANOS para
II - investido no mandato de Prefeito, será AFAS- mestrado e 4 (QUATRO) ANOS para doutorado, INCLUÍDO
TADO DO CARGO, sendo-lhe FACULTADO optar pela sua o período de estágio probatório, que NÃO tenham se afas-
remuneração; tado por licença para tratar de assuntos particulares para
III - investido no mandato de vereador: gozo de licença capacitação ou com fundamento neste
a) havendo COMPATIBILIDADE DE HORÁRIO, per- artigo nos 2 (DOIS) ANOS ANTERIORES à data da solicita-
ceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remu- ção de afastamento.
neração do cargo eletivo; § 3º Os afastamentos para realização de progra-
b) NÃO HAVENDO COMPATIBILIDADE DE HORÁRIO, mas de pós-doutorado somente serão concedidos aos
será AFASTADO DO CARGO, sendo-lhe FACULTADO optar servidores titulares de cargos efetivo no respectivo ór-
pela sua remuneração. gão ou entidade há pelo menos QUATRO ANOS, INCLUÍ-
§ 1º No caso de AFASTAMENTO do cargo, o servidor DO o período de estágio probatório, e que NÃO tenham se
CONTRIBUIRÁ PARA A SEGURIDADE SOCIAL como se em afastado por licença para tratar de assuntos particulares
exercício estivesse. ou com fundamento neste artigo, nos QUATRO ANOS an-
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou teriores à data da solicitação de afastamento.
classista não poderá ser removido ou redistribuído de
ofício para localidade diversa daquela onde exerce o
mandato.

Seção III - Do Afastamento para Estudo ou Missão no


Exterior
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País
para estudo ou missão oficial, sem AUTORIZAÇÃO do
Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder
Legislativo E Presidente do Supremo Tribunal Federal
[autorizações cumulativas].
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
Requisitos do afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu NO PAÍS
Mestrado titular do cargo a 3 desde que não
anos tenha se afastado
por motivos parti-
Doutorado titular do cargo a 4 culares há 2 anos deverá permanecer
anos incluído o estágio
em exercício pelo
probatório
Pós-doutorado titular do cargo a 4 desde que não período do curso
anos tenha se afastado
por motivos parti-
culares há 4 anos

§ 4º Os servidores beneficiados pelos afastamen- da a compensação de horário no órgão ou entidade que ti-
tos previstos nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo terão que per- ver exercício, respeitada a duração semanal do trabalho.
manecer no exercício de suas funções após o seu retorno § 2º Também será concedido horário especial ao
por um período igual ao do afastamento concedido. servidor PORTADOR DE DEFICIÊNCIA, quando compro-
§ 5º Caso o servidor venha a solicitar exoneração vada a necessidade por junta médica oficial, independen-

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do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período temente de compensação de horário.
de permanência previsto no § 4º deste artigo [período em § 3º As disposições do parágrafo anterior são ex-
que esteve afastado para o curso], deverá ressarcir o ór- tensivas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou depen-
gão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dente portador de deficiência física, exigindo-se, porém,
dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento. neste caso, compensação de horário na forma do inciso II
§ 6º Caso o servidor NÃO obtenha o título ou grau do art. 44.
que justificou seu afastamento no período previsto, apli- § 4º Será igualmente concedido horário especial,
ca-se o disposto no § 5º deste artigo, SALVO na hipótese vinculado à compensação de horário a ser efetivada no
comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe
do dirigente máximo do órgão ou entidade. atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A
§ 7º Aplica-se à participação em programa de pós- desta Lei [adicional por encargo de curso ou concurso
-graduação no Exterior [aplica-se o previsto neste dispo- participando do CURSO DE FORMAÇÃO ou da BANCA
sitivo], autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o dis- EXAMINADORA]. 67
posto nos §§ 1º a 6º deste artigo. Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede
no interesse da administração é assegurada, na localida-

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Capítulo VI - Das Concessões de da nova residência ou na mais próxima, MATRÍCULA
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor em instituição de ensino congênere, em qualquer época,
ausentar-se do serviço: INDEPENDENTEMENTE de vaga.
I - por 1 (UM) DIA, para doação de sangue; Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-
II - pelo período comprovadamente necessário -se ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados
para alistamento ou recadastramento eleitoral, limitado, do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos
em qualquer caso, a 2 (dois) dias; menores sob sua guarda, com autorização judicial.
III - por 8 (OITO) DIAS consecutivos em razão de :
a) casamento;
Horário especial
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, ma-
drasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda estudante comprovada compensar horários
ou tutela e irmãos. a incompatibilidade de
horários
Concessões portador de deficiência não há previsão de com-
pensação
1 dia doação de sangue
Participar de curso de compensar horários
2 dias alistar-se eleitor formação
8 dias casamento Participar de banca exa- compensar horários
8 dias falecimento do cônjuge, pais, minadora
madrasta, padrasto, filhos, entea-
dos, menor sob guarda ou tutela e Capítulo VII - Do Tempo de Serviço
irmãos Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo
de serviço público federal, inclusive o prestado às Forças
Art. 98. Será concedido horário especial ao servi- Armadas.
dor ESTUDANTE, quando comprovada a incompatibilida- Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita
de entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo em dias, que serão convertidos em anos, considerado o
do exercício do cargo. ano como de TREZENTOS E SESSENTA E CINCO DIAS.
§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigi- Parágrafo único. Revogado.
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e

Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas 11. licença em razão de acidente ou doença profis-
no art. 97, são considerados como de efetivo exercício os sional
afastamentos em virtude de: 12. licença para capacitação
I - férias; 13. licença por convocação para o serviço militar
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, 14. tempo despendido para deslocamento para a
em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, nova sede em razão de remoção, redistribuição, requisi-
Municípios e Distrito Federal; ção, cessão ou colocação em exercício provisório
III - exercício de cargo ou função de governo ou 15. participação em competição desportiva
administração, em qualquer parte do território nacional, 16. agastamento para servir organismo interna-
por nomeação do Presidente da República; cional.
IV - participação em programa de treinamento
regularmente instituído ou em programa de pós-gradu- Art. 103. Contar-se-á APENAS para efeito de apo-
ação stricto sensu no País, conforme dispuser o regula- sentadoria e disponibilidade:
mento; I - o tempo de serviço público prestado aos Esta-
V - desempenho de mandato eletivo federal, esta- dos, Municípios e Distrito Federal;
dual, municipal ou do Distrito Federal, EXCETO para pro- II - a licença para tratamento de saúde de pessoal
moção por merecimento; da família do servidor, COM REMUNERAÇÃO, que exce-
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; der a 30 (trinta) dias em período de 12 (doze) meses.
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VII - missão ou estudo no exterior, quando autori- III - a licença para atividade política, no caso do art.
zado o afastamento, conforme dispuser o regulamento; 86, § 2º [refere-se à licença entre o registro da candidatu-
VIII - licença: ra até o 10 dias após às aleições];
a) à gestante, à adotante e à paternidade; IV - o tempo correspondente ao desempenho de
b) para tratamento da própria saúde, ATÉ O LIMI- mandato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital,
TE DE VINTE E QUATRO MESES, cumulativo ao longo do ANTERIOR ao ingresso no serviço público federal;
tempo de serviço público prestado à União, em cargo de V - o tempo de serviço em atividade privada, vin-
provimento efetivo; culada à Previdência Social;
c) para o desempenho de mandato classista ou VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
participação de gerência ou administração em sociedade VII - o tempo de licença para tratamento da própria
cooperativa constituída por servidores para prestar ser- saúde que exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do
viços a seus membros, EXCETO para efeito de promoção inciso VIII do art. 102 [24 meses durante o serviço público].
por merecimento; § 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado
68 d) por motivo de acidente em serviço ou doença será contado apenas para nova aposentadoria.
profissional; § 2º Será contado em DOBRO O TEMPO DE SERVIÇO
e) para capacitação, conforme dispuser o regula- PRESTADO ÀS FORÇAS ARMADAS EM OPERAÇÕES DE
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mento; GUERRA.
f) por convocação para o serviço militar; § 3º É VEDADA a contagem cumulativa de tem-
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o po de serviço prestado concomitantemente em mais de
art. 18 [casos de servidor removido, redistribuído, requi- um cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes
sitado, cedido ou posto em exercício provisório]; da União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia,
X - participação em competição desportiva nacio- fundação pública, sociedade de economia mista e em-
nal ou convocação para integrar representação despor- presa pública.
tiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto
em lei específica; Capítulo VIII - Do Direito de Petição
XI - afastamento para servir em organismo inter- Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de re-
nacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere. querer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou in-
teresse legítimo.
São considerados como de efetivo exercício: Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade
1. férias; competente para decidi-lo e encaminhado por intermé-
2. exercício de cargo em comissão dio daquela a que estiver imediatamente subordinado o
3. exercício de cargos/função por nomeação do requerente.
Presidente Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autori-
4. participação de treinamento regularmente ins- dade que houver expedido o ato ou proferido a primeira
tituído ou programa de pós stricto sensu decisão, NÃO podendo ser renovado.
5. desempenho de mandato eletivo (exceto, para Parágrafo único. O requerimento e o pedido de re-
fins de promoção por merecimento) consideração de que tratam os artigos anteriores deve-
6. júri e serviços obrigatórios por lei rão ser despachados no prazo de 5 (CINCO) DIAS e decidi-
7. missão ou estudo do exterior; dos dentro de 30 (TRINTA) DIAS.
8. licença à gestante, à adotante e à paternidade Art. 107. Caberá recurso:
9. licença para tratamento da própria saúde (limi- I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
tado a 24 meses ao longo do tempo de serviço público II - das decisões sobre os recursos sucessivamente
prestado) interpostos.
10. licença para desempenho de mandato classis- § 1º O recurso será dirigido à autoridade imediata-
ta ou para participação de gerência ou administração em mente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a
cooperativa de servidores decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às de-
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
mais autoridades. manifestamente ilegais;
§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio V - atender com presteza:
da autoridade a que estiver imediatamente subordinado a) ao público em geral, prestando as informações
o requerente. requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
Art. 108. O PRAZO para interposição de pedido de b) à expedição de certidões requeridas para defe-
reconsideração OU de recurso é de 30 (TRINTA) DIAS, a sa de direito ou esclarecimento de situações de interesse
contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da pessoal;
decisão recorrida. c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência
em razão do cargo ao conhecimento da autoridade supe-
rior OU, quando houver suspeita de envolvimento desta,
ao conhecimento de outra autoridade competente para
apuração;
VII - zelar pela economia do material e a conserva-
ção do patrimônio público;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito IX - manter conduta compatível com a moralidade
suspensivo, A JUÍZO da autoridade competente. administrativa;
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido

Seu Regime Disciplinar


X - ser assíduo e pontual ao serviço;
de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão re- XI - tratar com urbanidade as pessoas;
troagirão à data do ato impugnado. XII - representar contra ilegalidade, omissão ou
Art. 110. O direito de requerer prescreve: abuso de poder.
I - em 5 (CINCO) ANOS, quanto aos atos de demis- Parágrafo único. A representação de que trata o
são e de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apre-
ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultan- ciada pela autoridade superior àquela contra a qual é for-
tes das relações de trabalho; mulada, assegurando-se ao representando ampla defe-
II - em 120 (CENTO E VINTE) DIAS, nos demais ca- sa.
sos, SALVO quando outro prazo for fixado em lei.
Parágrafo único. O prazo de prescrição será conta- Capítulo II - Das Proibições
do da data da publicação do ato impugnado OU da data da Art. 117. Ao servidor é proibido:
ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado. I - ausentar-se do serviço durante o expediente,
sem prévia autorização do chefe imediato; 69
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade
competente, qualquer documento ou objeto da reparti-
ção;

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III - recusar fé a documentos públicos;
IV - opor resistência injustificada ao andamento de
documento e processo ou execução de serviço;
V - promover manifestação de apreço ou desapre-
ço no recinto da repartição;
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora
dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição
que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de
quando cabíveis, INTERROMPEM A PRESCRIÇÃO. filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não po- partido político;
dendo ser relevada pela administração. VIII - manter sob sua chefia imediata, EM CARGO
Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é as- OU FUNÇÃO DE CONFIANÇA, cônjuge, companheiro ou
segurada vista do processo ou documento, na repartição, parente até o segundo grau civil;
ao servidor ou a procurador por ele constituído. IX - valer-se do cargo para lograr proveito pesso-
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a al ou de outrem, em detrimento da dignidade da função
qualquer tempo, quando eivados de ilegalidade. pública;
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos es- X - participar de gerência ou administração de
tabelecidos neste Capítulo, SALVO motivo de força maior. sociedade privada, personificada ou não personificada,
exercer o comércio, EXCETO na qualidade de acionista,
cotista ou comanditário;
Título IV - Do Regime Disciplinar XI - atuar, como procurador ou intermediário, jun-
to a repartições públicas, SALVO quando se tratar de be-
Capítulo I - Dos Deveres nefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até
Art. 116. São deveres do servidor: o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do XII - receber propina, comissão, presente ou van-
cargo; tagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
II - ser leal às instituições a que servir; XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de es-
III - observar as normas legais e regulamentares; tado estrangeiro;
IV - cumprir as ordens superiores, EXCETO quando
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e

XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; cal com o exercício de um deles, declarada pelas autori-
XV - proceder de forma desidiosa; dades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da re-
partição em serviços ou atividades particulares; Capítulo IV - Das Responsabilidades
XVII - cometer a outro servidor atribuições estra- Art. 121. O servidor responde civil, penal e admi-
nhas ao cargo que ocupa, EXCETO em situações de emer- nistrativamente pelo exercício irregular de suas atribui-
gência e transitórias; ções.
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam in- Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato
compatíveis com o exercício do cargo ou função e com o omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em
horário de trabalho; prejuízo ao erário ou a terceiros.
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais § 1º A indenização de prejuízo dolosamente causa-
quando solicitado. do ao erário somente será liquidada na forma prevista no
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso art. 46 [trata da forma de reposição de dinheiro ao erário],
X [vedação à participação de gerência/administração de na falta de outros bens que assegurem a execução do dé-
sociedade privada] do caput deste artigo NÃO se aplica bito pela via judicial.
nos seguintes casos: § 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, res-
I - participação nos conselhos de administração e ponderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, regressiva.
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direta ou indiretamente, participação no capital social ou § 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos
em sociedade cooperativa constituída para prestar ser- sucessores e contra eles será executada, até o limite do
viços a seus membros; e valor da herança recebida.
II - gozo de licença para o trato de interesses parti- Art. 123. A responsabilidade penal abrange os cri-
culares, na forma do art. 91 desta Lei [licença para trato de mes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qua-
assunto particular por período de até 3 anos, a servidor lidade.
estável e a critério da administração], observada a legis- Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa
lação sobre conflito de interesses. resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no de-
sempenho do cargo ou função.
Capítulo III - Da Acumulação Art. 125. As sanções civis, penais e administrati-
Art. 118. RESSALVADOS os casos previstos na vas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
Constituição, é VEDADA a acumulação remunerada de Art. 126. A responsabilidade administrativa do
70 cargos públicos. servidor será AFASTADA no caso de ABSOLVIÇÃO CRI-
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, MINAL que negue a existência do fato ou sua autoria.
empregos e funções em autarquias, fundações públicas, Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsa-
empresas públicas, sociedades de economia mista da bilizado civil, penal ou administrativamente por dar ci-
Regime Jurídico Único

União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e ência à autoridade superior ou, quando houver suspeita
dos Municípios. de envolvimento desta, a outra autoridade competente
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica para apuração de informação concernente à prática de
condicionada à comprovação da compatibilidade de ho- crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ain-
rários. da que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou
§ 3º Considera-se acumulação proibida a percep- função pública.
ção de vencimento de cargo ou emprego público efetivo
com proventos da inatividade, SALVO quando os cargos Capítulo V - Das Penalidades
de que decorram essas remunerações forem acumulá- Art. 127. São penalidades disciplinares:
veis na atividade. I - advertência;
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de II - suspensão;
um cargo em comissão, EXCETO no caso previsto no pa- III - demissão;
rágrafo único do art. 9º [hipótese em que o servidor ocu- IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
par cargo em comissão e é nomeado interinamente para V - destituição de cargo em comissão;
exercício de função de confiança, hipótese em que deve- VI - destituição de função comissionada.
rá optar pela remuneração ], nem ser remunerado pela Art. 128. Na aplicação das penalidades serão con-
participação em órgão de deliberação coletiva. sideradas a natureza e a gravidade da infração cometida,
Parágrafo único. O disposto neste artigo NÃO se os danos que dela provierem para o serviço público, as
aplica à remuneração devida pela participação em con- circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antece-
selhos de administração e fiscal das empresas públicas e dentes funcionais.
sociedades de economia mista, suas subsidiárias e con-
troladas, bem como quaisquer empresas ou entidades
em que a União, direta ou indiretamente, detenha parti-
cipação no capital social, observado o que, a respeito, dis-
puser legislação específica.
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei,
que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando
investido em cargo de provimento em comissão, ficará
AFASTADO DE AMBOS OS CARGOS EFETIVOS, SALVO na
hipótese em que houver compatibilidade de horário e lo-
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumula-
ção ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a au-
toridade a que se refere o art. 143 [autoridade responsável
pela apuração das irregularidades] notificará o servidor,
por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar
opção no prazo improrrogável de DEZ DIAS, contados da
data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará pro-
cedimento sumário para a sua apuração e regularização
imediata, cujo processo administrativo disciplinar se de-
senvolverá nas seguintes fases:
I - instauração, com a publicação do ato que cons-
tituir a comissão, a ser composta por DOIS servidores es-
táveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materia-
lidade da transgressão objeto da apuração;
Parágrafo único. O ato de imposição da penalida- II - instrução sumária, que compreende indiciação,
de mencionará sempre o fundamento legal e a causa da defesa e relatório;
sanção disciplinar. III - julgamento.
Art. 129. A ADVERTÊNCIA será aplicada por escrito, § 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I
nos casos de violação de proibição constante do art. 117,

Seu Regime Disciplinar


dar-se-á pelo nome e matrícula do servidor, e a materia-
incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcio- lidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções
nal previsto em lei, regulamentação ou norma interna, públicas em situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou
que não justifique imposição de penalidade mais grave. entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horá-
Art. 130. A SUSPENSÃO será aplicada em caso de rio de trabalho e do correspondente regime jurídico.
reincidência das faltas punidas com advertência e de § 2º A comissão lavrará, até três dias após a publi-
violação das demais proibições que não tipifiquem in- cação do ato que a constituiu, termo de indiciação em que
fração sujeita a penalidade de demissão, NÃO PODENDO serão transcritas as informações de que trata o parágrafo
EXCEDER DE 90 (NOVENTA) DIAS. anterior, bem como promoverá a citação pessoal do ser-
§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) vidor indiciado, OU por intermédio de sua chefia imediata,
dias o servidor que, INJUSTIFICADAMENTE, recusar-se a para, no prazo de CINCO DIAS, apresentar defesa escrita,
ser submetido a inspeção médica determinada pela au- assegurando-se-lhe vista do processo na repartição, ob-
toridade competente, cessando os efeitos da penalidade servado o disposto nos arts. 163 e 164 [citação por edital e
uma vez cumprida a determinação. revelia].
71
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a § 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará
penalidade de suspensão poderá ser convertida em mul- relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabi-

Regime Jurídico Único


ta, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de ven- lidade do servidor, em que resumirá as peças principais
cimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a dos autos, opinará sobre a licitude da acumulação em
permanecer em serviço. exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá
Art. 131. As penalidades de advertência e de sus- o processo à autoridade instauradora, para julgamento.
pensão terão seus registros cancelados, após o decurso § 4º No prazo de CINCO DIAS, contados do recebi-
de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respecti- mento do processo, a autoridade julgadora proferirá a
vamente, se o servidor não houver, nesse período, prati- sua decisão, aplicando-se, quando for o caso, o disposto
cado nova infração disciplinar. no § 3º do art. 167 [julgamento pela autoridade máxima do
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade órgão a que se encontra subordinado o servidor].
não surtirá efeitos retroativos. § 5º A OPÇÃO PELO SERVIDOR ATÉ O ÚLTIMO DIA
Art. 132. A DEMISSÃO será aplicada nos seguintes DE PRAZO PARA DEFESA CONFIGURARÁ SUA BOA-FÉ,
casos: hipótese em que se converterá automaticamente em pe-
I - crime contra a administração pública; dido de exoneração do outro cargo.
II - abandono de cargo; § 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada
III - inassiduidade habitual; a má-fé, aplicar-se-á a PENA DE DEMISSÃO, destituição
IV - improbidade administrativa; ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em re-
V - incontinência pública e conduta escandalosa, lação aos cargos, empregos ou funções públicas em regi-
na repartição; me de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou
VI - insubordinação grave em serviço; entidades de vinculação serão comunicados.
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a par- § 7º O prazo para a conclusão do processo adminis-
ticular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; trativo disciplinar submetido ao rito sumário não exce-
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; derá TRINTA DIAS, contados da data de publicação do ato
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação
razão do cargo; por até quinze dias, quando as circunstâncias o exigirem.
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do pa- § 8º O procedimento sumário rege-se pelas dispo-
trimônio nacional; sições deste artigo, observando-se, no que lhe for aplicá-
XI - corrupção; vel, subsidiariamente, as disposições dos Títulos IV e V
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou desta Lei.
funções públicas; Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a dispo-
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117. nibilidade do inativo que houver praticado, na atividade,

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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e

falta punível com a demissão.


Advertência Suspensão Demissão/
Art. 135. A destituição de cargo em comissão exer-
cassação da
cido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos
aposentadoria/
casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e
disponibilidade
de demissão.
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que tra- 1. ausentar-se 1. reincidência 1. crime contra a
ta este artigo, a exoneração efetuada nos termos do art. sem prévia em advertência administração
35 será convertida em destituição de cargo em comissão. autorização pública
Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em 2. recusar-se,
comissão, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 132 2. retirar da re- injustificada- 2. abandono de
[improbidade administrativa, aplicação irregular de re- partição objeto/ mente, a ins- cargo
cursos públicos, lesão ao cofres públicos e dilapidação do documento sem peção médica
patrimônio nacional e corrupção], implica a indisponibi- autorização (será por, no 3. inassiduidade
lidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo máximo 15 dias)
da ação penal cabível. 3. recusar fé 4. incontinên-
Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em a documento 3. demais pu- cia ou conduta
comissão, por infringência do art. 117, incisos IX e XI [usar público nições, que não escandalosa
do cargo para lograr proveito pessoal ou participar de ge- caracterizem
Seu Regime Disciplinar

rência/administração de sociedade privada], incompati- 4. resistência demissão 5. insubordina-


biliza o ex-servidor para nova investidura em cargo pú- injustificada ao ção grave em
blico federal, pelo PRAZO DE 5 (CINCO) ANOS. andamento de serviço
Parágrafo único. NÃO poderá retornar ao serviço processo
público federal o servidor que for demitido ou destituído 6. ofensa física
do cargo em comissão por infringência do art. 132, inci- 5. manifestação
sos I, IV, VIII, X e XI [crime contra a administração pública, de des/apreço 7. aplicação irre-
improbidade administrativa, aplicação irregular de re- gular de dinhei-
cursos públicos, lesão ao cofres públicos e dilapidação do 6. cometer a 3º ro público
patrimônio nacional e corrupção]. atribuição de
sua responsa- 8. revelação de
bilidade ou de segredo do qual
72 subordinado se apropriou em
razão do cargo
7. coagir/aliciar
subordinados a 9. lesão aos
Regime Jurídico Único

filiarem-se cofres públicos


e dilapidação
8. manter do patrimônio
parentes sob nacional
chefia imediata
(art. 2º grau) 10. corrupção

9. recursar a 11. acumulação


atualizar os da- ilegal de fun-
dos cadastrais ções

10. inobservân- 12. valer-se


cia do dever do cargo para
funcional pre- lograr proveito
visto em lei pessoal

13. participar
de gerência/
administração
de sociedade
privada;

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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
Advertência Suspensão Demissão/ Advertência Suspensão Demissão/
cassação da cassação da
aposentadoria/ aposentadoria/
disponibilidade disponibilidade
Não mais poderá retornar ao serviço público quem for
14. atuar como punido com:
procurador/ • crime contra a administração pública,
intermediário • improbidade administrativa,
junto a reparti- • aplicação irregular de recursos públicos,
ções públicas • lesão ao cofres públicos e dilapidação do patrimô-
nio nacional
15. receber di- • corrupção
nheiro em razão
das atribuições Ficará afastado do serviço público por período de 5
anos, quem:
16. aceitar • usar do cargo para lograr proveito pessoal
dinheiro ou em- • participar de gerência/administração de socieda-

Seu Regime Disciplinar


prego de Estado de privada
estrangeiro
Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência
17. praticar intencional do servidor ao serviço por MAIS DE TRINTA
usura DIAS CONSECUTIVOS.
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual
18. proceder de a falta ao serviço, sem causa justificada, por SESSENTA
forma desidiosa DIAS, interpoladamente, durante o período de doze me-
ses.
19. utilizar pes-
soal/recursos
Abandono de Cargo Inassiduidade Habitual
em proveito
próprio Ausência ao serviço por Falta ao serviço por 60 73
mais de 30 dias dias, durante 12 meses
não poderá ex-
ceder a 90 dias

Regime Jurídico Único


Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou
pode ser con- inassiduidade habitual, também será adotado o procedi-
vertida em mento sumário a que se refere o art. 133, observando-se
perda de 50% especialmente que:
da remunera- I - a indicação da materialidade dar-se-á:
ção, por dia de a) na hipótese de abandono de cargo, pela indica-
suspensão ção precisa do período de ausência intencional do servi-
dor ao serviço superior a trinta dias;
registro cance- registro cance- b) no caso de inassiduidade habitual, pela indica-
lado em 3 anos lado em 5 anos ção dos dias de falta ao serviço sem causa justificada, por
período igual ou superior a sessenta dias interpolada-
--- atos relativos a suspensão e de- mente, durante o período de doze meses;
missão implicam perda do cargo II - após a apresentação da defesa a comissão ela-
em comissão borará relatório conclusivo quanto à inocência ou à res-
ponsabilidade do servidor, em que resumirá as peças
para os cargos em comissão, haverá indisponibilidade principais dos autos, indicará o respectivo dispositivo
dos bens e ressarcimento ao erários, nos seguintes legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre a
casos: intencionalidade da ausência ao serviço superior a trin-
• improbidade administrativa, ta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora
• aplicação irregular de recursos públicos, para julgamento.
• lesão ao cofres públicos e dilapidação do patrimô-
nio nacional Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplica-
• corrupção das:
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes
das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais
e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar
de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibi-
lidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão,
ou entidade;
II - pelas autoridades administrativas de hierar-
quia imediatamente inferior àquelas mencionadas no in-
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Capítulo 04 - O Servidor Público como Agente de Desenvolvimento

ciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 Neste contexto, prestar serviço à população com quali-
(TRINTA) DIAS; dade e dedicação deve ser sempre a meta dos servidores
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades e estar entre seus objetivos.
na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, Segundo se depreende das disposições constitu-
nos casos de advertência ou de suspensão de ATÉ 30 cionais em vigor, servidores públicos são todos aqueles
Social; Saúde e Qualidade de Vida no Serviço Público

(TRINTA) DIAS; que mantêm vínculo de trabalho profissional com os ór-


IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, gãos e entidades governamentais, integrados em cargos
quando se tratar de destituição de cargo em comissão. ou empregos de qualquer delas: União, Estados, Distrito
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: Federal, Municípios e respectivas autarquias, fundações,
I - EM 5 (CINCO) ANOS, quanto às infrações puní- empresas públicas e sociedades de economia mista.
veis com demissão, cassação de aposentadoria ou dispo- Trata-se de designação genérica e abrangente in-
nibilidade e destituição de cargo em comissão; troduzida pela Carta de 1988, uma vez que, até a promul-
II - EM 2 (DOIS) ANOS, quanto à suspensão; gação da Constituição Federal hoje em vigor, prevalecia
III - EM 180 (CENTO E OITENTA) DIAS, quanto à ad- a denominação de funcionário público para identificação
vertência. dos titulares de cargos na administração direta, conside-
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data rando-os equiparados aos ocupantes de cargos nas au-
em que o fato se tornou conhecido. tarquias, aos quais se estendia o regime estatutário.
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal A partir, portanto, da Constituição de 1988, desa-
aplicam-se às infrações disciplinares capituladas tam- parece o conceito de funcionário público, passando-se
bém como crime. adotar a designação ampla de servidores públicos.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de A cada dia, o papel do servidor público não é ape-
processo disciplinar interrompe a prescrição, até a deci- nas o de ser estável. É muito mais do que isso, pois a sua
são final proferida por autoridade competente. atuação está necessariamente voltada para os anseios
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo da comunidade ou sociedade.
começará a correr a partir do dia em que cessar a inter- A estabilidade dos servidores somente se justifica
rupção. se ela assegura, de um lado, a continuidade e a eficiência
da Administração e, de outro, a legalidade e impessoali-
dade da gestão da coisa pública.
Prescrição em 5 anos • atos que importem A responsabilidade do servidor público é muito
demissão grande, tornando-se um privilégio por tratar-se de um
• atos que importem agente de transformação do Estado.
74 cassação de aposen- O servidor deve estar sempre a serviço do público
tadoria e, a partir desta lógica, listamos alguns princípios funda-
• atos que importem mentais à sua atuação:
Regime Jurídico Único

casssação da dispo- Agente de transformação a serviço da cidadania,


nibilidade o que se torna uma diferença marcante dos demais tra-
• atos que importem a balhadores;
destituição de cargo • Compromisso intransigente com a ética e com
em comissão os princípios constitucionais;
Prescrição em 2 anos • Atos que importem a • Atualização permanente e desenvolvimento
suspensão de novas competências;
• Capacidade de lidar com a diferença e a diver-
Prescrição em 180 dias • Atos que importem sidade;
advertência • Habilidade para atuar em diferentes contextos
e sob diversos comandos;
• Lidar com o que é de todos.
4. O SERVIDOR PÚBLICO COMO AGENTE O principal diferencial do servidor público é que
DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL; SAÚDE E este tem a oportunidade de servir à comunidade em que
QUALIDADE DE VIDA NO SERVIÇO PÚBLI- está inserido. Por isso, esta não pode ser vista como uma
profissão qualquer, e sim como um desafio de se cuidar do
CO que é de todos nós.
O cidadão quer um serviço público proporcionado
pelo Estado que funcione, e para isso exige servidores O mundo do trabalho
dedicados e preparados para fazerem o melhor com o ob-
jetivo de atenderem às suas necessidades. A reestruturação produtiva, a internacionalização
A prestação do serviço público é das mais impor- e abertura das economias e a integração mundial dos
tantes atividades de uma comunidade, de uma sociedade mercados são conformações econômico-político-so-
ou de uma nação. ciais que vêm causando profundas transformações nas
Nenhum país, estado ou município funciona sem relações de trabalho, conforme Merlo e Lapis (2007). Se-
seu quadro de servidores públicos, responsáveis pelos gundo estes autores, tais mudanças se ampliam a partir
diversos serviços colocados à disposição do cidadão. dos anos 1970, quando teve início a Terceira Revolução
Portanto, é de suma importância exaltar quem Tecnológica, que ainda está em curso.
executa o papel de prestador de serviço à sociedade. O trabalho ocupa grande parte da vida, permite o
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Capítulo 04 - O Servidor Público como Agente de Desenvolvimento
estabelecimento de relações e maior ou menor valori- a atividade administrativa dos serviços públicos do Es-
zação social. Antunes (2005) afirma que, no capitalismo tado transferida para outra entidade por ele criada: são
contemporâneo, o trabalho permanece com papel cen- as autarquias, as fundações e as empresas públicas. Nes-
tral nas relações sociais e na manutenção do capitalis- tes espaços denominados “instituições públicas”, atuam
mo, e que as transformações que aconteceram, como os trabalhadores do setor público ou servidores públicos.

Social; Saúde e Qualidade de Vida no Serviço Público


as da tecnologia e as da informática, apenas trouxeram Para Dallari (1989), “servidor público é quem trabalha
mudanças nas formas de exploração e acumulação do para a administração pública em caráter profissional,
capital. Pesquisas sobre essas novas relações de traba- não eventual, sob vínculo de subordinação e dependên-
lho apontam para um agravamento do adoecimento do cia, recebendo remuneração paga diretamente pelos co-
trabalhador: “As profundas transformações do modelo fres públicos” (pp. 15-17). O ingresso desse servidor no
econômico vêm atingindo, de forma acelerada e diferen- serviço público acontece de maneira formal, por meio de
ciada, sobretudo na última década, amplos setores da regras estabelecidas, mediante concurso público, como
população trabalhadora” (Gomez & Thedim-Costa, 1999, prescreve o artigo 37, inciso II, da Constituição da Repú-
p. 412). blica Federativa do Brasil (Brasil, 2006).
O mundo do trabalho atual preconiza uma no- No entanto, acompanhando as mudanças ocorri-
ção de competência que traz em seu bojo o aumento da das com a reestruturação produtiva, depois da década
pressão e da competição, além da exploração da subje- de 1970, surgem novas formas de ingresso no serviço pú-
tividade do indivíduo. De acordo com Machado (2007), blico, coexistindo uma variedade de categorias e formas
“dos trabalhadores, além do encargo de alimentar as diversas de vínculo empregatício, como o concursado, o
máquinas, passou-se a demandar a mobilização subje- ocupante de cargo de confiança e o prestador de serviço
tiva de seus recursos pessoais – saberes, capacidades e contratado por terceirização.
atitudes – como condição de participação e integração na
nova dinâmica produtiva” (p. 282). Sennett (1999) aborda Saúde do trabalhador
a flexibilização das relações de trabalho, que traz conse-
quências para o trabalhador – como a exigência de ser Percebemos que o tema saúde do trabalhador tem
polivalente, a perda de direitos trabalhistas e o aumento sido objeto de estudos e investimentos em setores que
da jornada de trabalho –, que, muitas vezes, são estendi- compreendem a necessidade de investir na promoção da
das ao espaço de fora do trabalho, gerando insegurança e saúde dos empregados, com o objetivo de obter melhoria
influenciando suas relações. no seu desempenho e no desempenho da organização.
Mendes e Araújo (2011) denunciam a perversão Conceitos como qualidade de vida, ergonomia e progra-
dos novos modelos de gestão e seus efeitos sobre a saú- mas de promoção da saúde têm sido introduzidos no co-
de dos trabalhadores, salientando o desamparo e a soli-
75
tidiano das organizações. Constata-se que vários fatores
dão, originados das falsas promessas da gestão pautada podem ter influência na saúde do trabalhador. Em conse-
na qualidade total, na ideologia da excelência e na lógica quência, ampliam-se os desafios e as dificuldades com

Regime Jurídico Único


produtivista: “Os modos de organização do trabalho, no relação a um programa nacional de segurança e saúde
contexto do capital flexível, têm conduzido à desestrutu- do trabalhador, seja este do setor privado ou do setor pú-
ração dos coletivos de trabalho, a uma carência de soli- blico: “Há avanços na universalidade e na descentraliza-
dariedade e confiança e a um enfraquecimento dos laços ção de saúde, especialmente com a municipalização das
sociais” (Mendes & Araújo, 2011, pp. 15-18). ações e dos serviços. Mas ainda estamos a passos lentos
Antunes (2005) aponta que a precarização das re- quanto ao acesso, em razão da imposição de obstáculos
lações de trabalho aliena e infelicita o ser social e que é para utilizar os serviços” (Brasil, 2011).
essencial o reconhecimento dessas relações para que o Saúde é um tema abrangente, que pode ser enfo-
trabalho exerça seu potencial emancipador. Compre- cado sob vários aspectos. Partimos do entendimento de
endemos que esses autores abordam a questão da cap- saúde com uma visão que ressalta os recursos sociais e
tura da subjetividade e da necessidade de compreensão pessoais e ultrapassa o conceito de ausência de doença.
dessas relações, de forma que articulam-se com Dejours Utilizamos, para fundamentar esse entendimento, con-
(1992), quando este analisa que a experiência no mundo tribuição de Christophe Dejours3, sobre a relação saúde e
do trabalho pode gerar o pior e o melhor, mas que isso de- trabalho. Ao estudar como algumas pessoas conseguem
pende da capacidade de pensar as relações entre subjeti- não adoecer nas relações de trabalho, ele argumenta que
vidade, trabalho e ação. existem algumas qualidades psíquicas que permitem
o desempenho de determinadas funções que evitam o
O mundo do trabalho do servidor público adoecimento (Dejours, 1992). Ele amplia a compreensão
sobre saúde e a relaciona ao trabalho, ao afirmar:
Objetivando conhecer as peculiaridades da admi- A saúde, então, não é um estado natural, mas uma
nistração pública e do mundo do servidor público, busca- construção intencional, na qual o trabalho ocupa lugar
mos uma compreensão da estrutura organizacional do importante. A construção da saúde está ligada a uma
Estado. série de relações. De um lado, as relações interindividu-
Meirelles (2008) explica que a estrutura da admi- ais, para a construção da saúde no registro do amor; de
nistração pública compreende a administração direta e outro, as relações intersubjetivas coletivas, no campo do
a administração indireta; a primeira compõe-se de ór- trabalho. A saúde de uma pessoa depende muito de seus
gãos com subordinação direta ao executivo, que são os colegas, assim como suas doenças. Nossa capacidade de
Ministérios, as Secretarias de Estado e as Secretarias resistir ou de ficar doente está intimamente relacionada
Municipais, respectivamente, das esferas federal, esta- à qualidade das relações de trabalho (Dejours, 1999, p. 98).
dual e municipal. A administração indireta compreende Nosso estudo parte da compreensão do processo
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Capítulo 04 - O Servidor Público como Agente de Desenvolvimento

saúde-doença do homem em sua relação com o trabalho às de atenção à saúde dos trabalhadores. Desse processo
como um fenômeno que sofre influência da cultura, da também resultou a 1ª Conferência Nacional de Saúde do
política, da economia e dos processos sociais mais am- Trabalhador (CNST) (1986), a Assembleia Nacional Cons-
plos, conforme visão de Dejours (1986), para quem a saú- tituinte e a Constituição Federal de 1988, a Lei Orgânica
de compreendida como um estado é um equívoco. Sato, da Saúde, de 1990 e a 2ª e a 3ª CNST. Com a criação do
Social; Saúde e Qualidade de Vida no Serviço Público

Lacaz, Bernardo (2006) e outros autores abordam igual- SUS em 1988, a partir de 1990, ocorreu a regulamentação
mente a questão da saúde/doença e qualidade de vida no da organização e do funcionamento dos serviços de saú-
trabalho com uma perspectiva ampliada, que ultrapassa de (Lacaz, 2005; Sato et al., 2006).
visões consideradas como limitadas: Toda essa construção trouxe grandes avanços
[...] a abordagem assistencialista e hegemônica não para a área de saúde do trabalhador, por permitir discus-
dá conta de enfrentar as causas reais e mais profundas sões e resultar em uma ampliação de conceitos e objeti-
das fontes de mal-estar dos trabalhadores... o modo mais vos. Uma vez definidos o arcabouço e as intenções para
apropriado para se construir uma concepção, baseada a área, o processo encaminhou-se no sentido da estru-
na realidade das organizações contemporâneas, é per- turação da área de atenção à saúde do trabalhador no
guntar aos próprios trabalhadores, a todos os que atuam SUS, sendo definida em 2002, pela Portaria 1.679/GM, a
numa dada organização (Ferreira, 2011, pp. 109-110). composição da Rede Nacional de Atenção Integral à Saú-
Considerando o atual mundo do trabalho, com de do Trabalhador no SUS (RENAST), que responde pela
relação ao trabalhador do serviço público, Domingues execução de ações curativas, preventivas, de promoção
Júnior (2005) avalia: “possuímos hoje um Estado muito e de reabilitação à saúde do trabalhador brasileiro. A RE-
mais complexo, abrangendo um sem número de ativida- NAST é composta por 178 Centros Estaduais e Regionais
des econômicas, que oferecem uma ampla gama de ris- de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST)5 e por
cos à saúde e à segurança do trabalhador no serviço pú- uma Rede Sentinela de serviços médicos e ambulatoriais
blico” (p. 55). Santos-Filho (2007) discute as adversidades de média e alta complexidade responsáveis por diagnos-
inerentes a esse setor: ticar os acidentes e as doenças relacionados ao trabalho
[...] a própria instabilidade e adversidades habitu- e por registrá-los no Sistema de Informação de Agravos
ais no trabalho no setor público [...] mobilizam e desesta- de Notificação – SINAN-NET (Brasil, 2010a). Componen-
bilizam os investimentos e interesses dos trabalhadores, te importante da área de atenção à saúde do trabalhador,
incessantemente provocando e desafiando [...] mesclan- a Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT), vincula-
do-se perspectivas e saídas “criativas”, “inventivas”, e da ao Ministério da Saúde, dirige ações de prevenção de
também desgastantes, geradoras de sofrimento (p. 2). agravos e promoção da saúde do trabalhador.6
A argumentação apresentada por esse autor so- Integrando atividades e setores, em maio de 2005,
76 bre “perspectivas e saídas criativas”, coexistindo com a Portaria Interministerial nº 800 publicou o texto-base
perspectivas e saídas “desgastantes”, articula-se com da minuta da Política Nacional sobre Saúde e Seguran-
Dejours (1992), ao referir-se à forma como os trabalhado- ça do Trabalho (PNSST). Esta política é desenvolvida em
Regime Jurídico Único

res enfrentam situações de angústia e insatisfação de- esfera interinstitucional pelo Ministério da Saúde, in-
correntes do trabalho. Entendemos que a existência de tegrada com o Ministério do Trabalho e Emprego e com
espaços de discussão e busca de compreensão são saí- o Ministério da Previdência Social. Compreende a aten-
das produtivas, enquanto algumas alternativas ampliam ção integral à saúde, a articulação intra e intersetorial, a
o sofrimento por serem produzidas defesas individuais, participação popular, o apoio a estudos e a capacitação de
como a competição entre os trabalhadores ou até o pro- recursos humanos (Brasil, 2010c).
cesso de culpabilizar-se por não conseguir lidar com as A Política Nacional sobre Saúde e Segurança do
situações e adoecer. Investigar junto ao servidor público Trabalho é descentralizada entre estados e municípios.
a percepção que este tem sobre o tema da saúde do ser- Na Bahia, a Secretaria da Saúde do Estado (SESAB) man-
vidor coincide com a proposta de Dejours, ao permitir que tém o Programa de Atenção à Saúde do Trabalhador e as
aconteça o processo de busca da compreensão por meio seguintes unidades a ela vinculadas: Diretorias Regio-
da fala. nais de Saúde (DIRES); Centro Estadual em Referência
Para uma maior compreensão do fenômeno anali- à Saúde do Trabalhador (CESAT), criado em 1988 para
sado, traçaremos um perfil da área de saúde do trabalha- atender às necessidades de assistência e prevenção de
dor no Brasil. doenças ocupacionais e acidentes de trabalho no âmbito
do estado; Núcleos de Saúde do Trabalhador (NUSAT), que
Políticas de saúde do trabalhador no Bra- existem em alguns municípios e representam o CESAT.
Buscamos, dessa forma, contextualizar a área de Saúde
sil do Trabalhador, para ampliar a visão sobre essa realida-
de, demarcando as políticas existentes e o funcionamen-
O conceito de saúde do trabalhador surgiu como
to dos serviços (Bahia, 2010).
uma prática instituinte, com a proposta de transformar e
compreender o processo saúde-doença nos trabalhado-
res, na década de 1980 (Sato et al., 2006), quando, segundo Políticas e discussões sobre a saúde do
Lacaz (2005), aconteceu o processo da Reforma Sanitária trabalhador do serviço público no Brasil
Brasileira4 e a sociedade debateu amplamente o conceito
de saúde. A relação do trabalho com a saúde foi reconhe- Buscando identificar novos referenciais sobre a
cida como uma questão de saúde pública, sendo incluída saúde do trabalhador do serviço público, identificamos
na Constituição de 1988 como responsabilidade do Sis- ações que estão sendo desenvolvidas no âmbito do fun-
tema Único de Saúde (SUS), com a determinação de in- cionalismo público federal. O Ministério de Planejamento
tegrar as ações de vigilância dos ambientes de trabalho lançou uma política que se expande entre os estados da
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Capítulo 04 - O Servidor Público como Agente de Desenvolvimento
federação: em 2009, foi instituído pelo Decreto nº 6833 ca, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica,
o SIASS – Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do prestada pelo Sistema Único de Saúde - SUS ou direta-
Servidor, que reúne áreas de recursos humanos de ór- mente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado
gãos do Poder Executivo, de órgãos federais dos estados o servidor, ou, ainda, mediante convênio ou contrato, na
e técnicos dos serviços de saúde, buscando construir forma estabelecida em regulamento.

Social; Saúde e Qualidade de Vida no Serviço Público


uma Política de Atenção à Saúde (Brasil, 2012a). Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou
Para implementar a política, disseminar informa- inativo, e de sua família compreende assistência médica,
ções e capacitar os profissionais da rede SIASS, foram hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá
realizados Encontros Nacionais de Atenção à Saúde do como diretriz básica o implemento de ações preventivas
Servidor – ENASS. Em outubro de 2012 aconteceu o IV voltadas para a promoção da saúde e será prestada pelo
ENASS, abordando temas como a capacitação em Qua- Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão
lidade de Vida no Trabalho – QVT para a promoção da ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, ou me-
saúde dos servidores e o fortalecimento do SIASS (Bra- diante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxí-
sil, 2012b). No estado da Bahia, existem unidades SIASS lio, mediante ressarcimento parcial do valor despendido
no Ministério da Fazenda e na Universidade Federal da pelo servidor, ativo ou inativo, e seus dependentes ou
Bahia – UFBA, em Salvador (Brasil, 2012c). pensionistas com planos ou seguros privados de assis-
Ao buscar aprofundar o conhecimento sobre o tência à saúde, na forma estabelecida em regulamento.
tema de saúde do servidor público, identificamos pes- § 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja
quisa da Universidade de Brasília (UNB), sobre gestão de exigida perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausên-
qualidade de vida no trabalho (QVT) no serviço público cia de médico ou junta médica oficial, para a sua realiza-
federal, que investigou as práticas de QVT em dez órgãos ção o órgão ou entidade celebrará, preferencialmente,
públicos federais e apontou que permanecem pouco ex- convênio com unidades de atendimento do sistema pú-
ploradas, sendo detectada uma abordagem de viés assis- blico de saúde, entidades sem fins lucrativos declaradas
tencialista, que tem no trabalhador a variável de ajuste de utilidade pública, ou com o Instituto Nacional do Se-
(Ferreira, Alves & Tostes, 2009). guro Social - INSS.
Foi criado no ano de 2007 o Laboratório de Psicodi- § 2º Na impossibilidade, devidamente justificada,
nâmica e Clínica do Trabalho (LPCT), na Universidade de da aplicação do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou
Brasília. O LPCT realiza pesquisas e desenvolve a clínica entidade promoverá a contratação da prestação de ser-
psicodinâmica do trabalho em empresas públicas e pri- viços por pessoa jurídica, que constituirá junta médica
vadas, com base na clínica do trabalho e da ação confor- especificamente para esses fins, indicando os nomes e
me postulada por Dejours (1992). Mendes e Araújo (2011) especialidades dos seus integrantes, com a comprovação
apresentam a trajetória brasileira dessa prática e assina- de suas habilitações e de que não estejam respondendo
77
lam que as experiências em organizações privadas e pú- a processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora da
blicas encontraram diversas limitações, mas que abrem profissão.

Regime Jurídico Único


a possibilidade de o trabalhador pensar nas relações de § 3o Para os fins do disposto no caput deste artigo,
trabalho e de perceber que tem um papel a desempenhar ficam a União e suas entidades autárquicas e fundacio-
nesse cenário. Outras produções realizadas no LPCT nais autorizadas a:
apontam que, no âmbito científico, a produção bibliográ- I - celebrar convênios exclusivamente para a
fica sobre QVT, na ótica dos trabalhadores, é incipiente prestação de serviços de assistência à saúde para os seus
(Ferreira, Antloga, Ferreira & Bergamaschi, 2009). servidores ou empregados ativos, aposentados, pensio-
nistas, bem como para seus respectivos grupos fami-
Objetivos liares definidos, com entidades de autogestão por elas
patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos efeti-
Conforme já explicitado, esta pesquisa objetiva vamente celebrados e publicados até 12 de fevereiro de
perceber como as políticas propostas são percebidas por 2006 e que possuam autorização de funcionamento do
servidores públicos de uma região do sudoeste da Bahia órgão regulador, sendo certo que os convênios celebra-
e, nesse sentido, como ações desenvolvidas no âmbito dos depois dessa data somente poderão sê-lo na forma
do funcionalismo público federal e as produções sobre da regulamentação específica sobre patrocínio de auto-
o tema da saúde do servidor alcançam estes servidores gestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no
das esferas municipal, estadual e federal. prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vigência desta Lei,
normas essas também aplicáveis aos convênios exis-
Vamos ver como esse tema é abordado pela Lei tentes até 12 de fevereiro de 2006; (Incluído pela Lei nº
8.112/1990 11.302 de 2006)
II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei
no 8.666, de 21 de junho de 1993, operadoras de planos e
Da Assistência à Saúde
seguros privados de assistência à saúde que possuam
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou
autorização de funcionamento do órgão regulador; (In-
inativo, e de sua família, compreende assistência médi-
cluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
ca, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica,
III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
prestada pelo Sistema Único de Saúde ou diretamente
§ 4º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servi-
§ 5º O valor do ressarcimento fica limitado ao total
dor, ou, ainda, mediante convênio, na forma estabelecida
despendido pelo servidor ou pensionista civil com plano
em regulamento.
ou seguro privado de assistência à saúde. (Incluído pela
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou
Lei nº 11.302 de 2006)
inativo, e de sua família, compreende assistência médi-
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Questão 5: CESPE - AA (ICMBio)/ICMBio/2014
Questões Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
Gabaritadas 32)
Julgue o item que se segue, com base nas disposições
Questão 1: CESPE - Admin (SUFRAMA)/SUFRA- da Lei n.º 8.112/1990 e da Lei n.º 9.784/1999.
MA/2014
Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a Considere que Pedro, técnico judiciário de um tribunal
32) de justiça, tenha tomado posse no cargo de analista do
Acerca de agentes administrativos, poderes adminis- ICMBio em 2011 e se aposentado voluntariamente, aos
trativos, improbidade administrativa e serviços pú- sessenta anos de idade, em 2012. Nessa situação hipo-
blicos, julgue o item seguinte. tética, se Pedro requerer sua reversão ao instituto em
2014, ainda que haja cargo vago e interesse da admi-
Considere a seguinte situação hipotética. nistração, sua solicitação deverá ser indeferida.

Em razão de uma reforma administrativa realizada Questão 6: CESPE - AA (ICMBio)/ICMBio/2014


pelo governo, determinados servidores estáveis tive- Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
ram seus cargos extintos por lei e foram colocados em 32)
disponibilidade. Após intensa negociação, meses de- Acerca do regime dos servidores públicos federais,
pois, eles reingressaram no serviço público em cargos julgue o item.
de atribuições e vencimentos compatíveis.
O servidor em exercício nomeado para cargo de pro-
Nessa situação hipotética, o reingresso desses servi- vimento efetivo está sujeito a estágio probatório pelo
dores se deu por recondução. período de três anos, durante o qual serão avaliadas
sua aptidão e sua capacidade para o desempenho do
Questão 2: CESPE - AnaTA SUFRAMA/SUFRAMA/ cargo, observando, entre outros fatores, a assiduidade
Geral/2014 e a responsabilidade a fim de adquirir estabilidade.
Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
32) Questão 7: CESPE - TA (ICMBio)/ICMBio/2014
Julgue o item que se segue, relativo aos agentes públi- Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
cos, aos poderes administrativos e à responsabilidade 32)
78 Com base na Lei n.º 8.112/1990 e na Lei n.º 9.784/1999,
civil do Estado.
julgue o item subsecutivo.
Se um candidato lograr êxito em concurso público,
Regime Jurídico Único

mas, dias antes da posse, for acometido por dengue Um técnico do ICMBio aprovado no estágio probató-
que o impossibilite de comparecer pessoalmente para rio somente perderá o cargo em virtude de sentença
o referido ato, a posse poderá dar-se mediante procu- judicial transitada em julgado ou de processo admi-
ração específica firmada pelo candidato. nistrativo disciplinar em que lhe sejam assegurados
a ampla defesa e o contraditório.
Questão 3: CESPE - Ag Adm (SUFRAMA)/SUFRA-
MA/2014 Questão 8: CESPE - TA (ICMBio)/ICMBio/2014
Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
32) 32)
Considerando que, no interesse da administração, um Com base na Lei n.º 8.112/1990 e na Lei n.º 9.784/1999,
servidor efetivo da SUFRAMA tenha sido removido julgue o item subsecutivo.
de ofício para outra localidade, julgue o item a seguir,
considerando que CF corresponde à Constituição Fe- Caso um técnico do ICMBio tenha tomado posse no
deral de 1988. seu cargo em 2013 e entre em gozo de licença para ati-
vidade política em 2014, o estágio probatório deverá
Ao servidor removido deverá ser concedido o pra- ser suspenso durante o período de afastamento.
zo de, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias para
entrar em exercício na outra localidade para onde foi Questão 9: CESPE - Ag Adm (CADE)/CADE/2014
removido. Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
32)
Questão 4: CESPE - AA (ICMBio)/ICMBio/2014 No que se refere aos agentes públicos, aos poderes ad-
Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a ministrativos e ao controle da administração pública,
32) julgue o item subsecutivo.
Julgue o item que se segue, com base nas disposições
da Lei n.º 8.112/1990 e da Lei n.º 9.784/1999. Considere que determinado servidor estável demiti-
do, após regular processo administrativo disciplinar,
Caso um analista do ICMBio tenha sido nomeado para por desvio de verbas públicas, comprove sua inocên-
determinado cargo em comissão no próprio instituto, cia por meio de ação judicial. Nesse caso, tendo sido a
não poderá ser nomeado, mesmo interinamente, para pena de demissão anulada no âmbito judicial, o servi-
outro cargo de confiança. dor deverá ser reintegrado ao cargo por ele anterior-

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mente ocupado.
Questão 10: CESPE - ERSTA (ANTAQ)/ANTAQ/Econo- Questão 15: CESPE - AJ TRE GO/TRE GO/Administra-
mico-Financeira/2014 tiva/2015
Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
32) 32)
Com relação aos agentes públicos, julgue o item a se- Acerca do regime jurídico dos servidores públicos ci-
guir. vis da União, no próximo item apresenta uma situação
hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.
Reintegração é o retorno do servidor aposentado à
atividade, no mesmo cargo em que tenha sido aposen- Ana, que está em licença por afastamento de seu ma-
tado ou em cargo equivalente. rido, e Júlio, que está de férias, são servidores do TRE/
GO e foram nomeados para ocupar cargos na admi-
Questão 11: CESPE - TA (ANTAQ)/ANTAQ/2014 nistração pública federal. Nessa situação, as posses
Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a dos dois servidores em seus novos cargos devem
32) ocorrer no prazo de trinta dias contados da publicação
A respeito dos agentes públicos, julgue o próximo dos respectivos atos de provimento nos cargos.
item.
Questão 16: CESPE - TJ TRE GO/TRE GO/Administrati-
Um dos requisitos de acessibilidade aos cargos públi- va/”Sem Especialidade”/2015
cos é a nacionalidade brasileira, não sendo permitida, Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
portanto, aos estrangeiros a ocupação de cargo na ad- 32)
ministração pública. A respeito da Lei n.º 8.112/1990, o item apresenta uma
situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser
Questão 12: CESPE - Ag Adm (SUFRAMA)/SUFRA- julgada.
MA/2014
Assunto: Remoção, redistribuição e substituição (Lei Alice, aprovada em concurso público para o cargo de
8.112 – arts. 36 a 39) técnico administrativo de um TRE, precisa acompa-
Considerando que, no interesse da administração, um nhar cirurgia de ente familiar que ocorrerá no mesmo
servidor efetivo da SUFRAMA tenha sido removido dia em que foi marcada sua posse. Nessa situação, Ali-
de ofício para outra localidade, julgue o item a seguir, ce poderá nomear, por procuração específica, alguém
considerando que CF corresponde à Constituição Fe- que a represente no ato da posse.
deral de 1988.
79
Questão 17: CESPE - TJ TRE GO/TRE GO/Administrati-
Com a remoção, o cargo que o servidor ocupava ante- va/”Sem Especialidade”/2015

Regime Jurídico Único


riormente será considerado vago. Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
32)
Questão 13: CESPE - Tec MPU/MPU/Apoio Técnico e A respeito da Lei n.º 8.112/1990, o item apresenta uma
Administrativo/Segurança Institucional e Transpor- situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser
te/2015 julgada.
Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
32) Em razão de uma reforma administrativa realizada
Acerca do regime jurídico dos servidores públicos fe- no âmbito do Poder Judiciário, os cargos ocupados
derais, julgue o item subsequente. por alguns servidores estáveis de determinado TRE
foram extintos, e esses servidores foram colocados
Os impedimentos, as proibições e os deveres previs- em disponibilidade. Nessa situação, o retorno dos ser-
tos na Lei n.º 8.112/1990 somente se aplicam ao servi- vidores à atividade pública poderá dar-se por recon-
dor público após a posse, momento em que ocorre a dução, caso em que eles passarão a ocupar cargos de
investidura no cargo. atribuições e vencimentos compatíveis com os ante-
riormente ocupados.
Questão 14: CESPE - AJ TRE GO/TRE GO/Administra-
tiva/2015 Questão 18: CESPE - TJ TRE GO/TRE GO/Administrati-
Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a va/”Sem Especialidade”/2015
32) Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
Acerca do regime jurídico dos servidores públicos ci- 32)
vis da União, no próximo item apresenta uma situação Acerca de ato administrativo e agentes públicos, jul-
hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. gue o item subsecutivo.

Flávia, analista judiciária do TRE/GO, acumula licita- Promoção e readaptação são formas de provimento
mente o cargo de analista e um cargo de professora em cargo público.
na rede pública de ensino em Goiânia. Por sua compe-
tência, foi convidada a ocupar cargo em comissão no Questão 19: CESPE - Cont (FUB)/FUB/2015
governo estadual de Goiás. Nesse caso, para ocupar Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
o cargo em comissão, Flávia deve afastar-se dos dois 32)
cargos efetivos. Maria, servidora pública federal estável, integrante

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de comissão de licitação de determinado órgão públi- Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
co do Poder Executivo federal, recebeu diretamente, 32)
no exercício do cargo, vantagem econômica indevida Julgue o seguinte item, referente ao regime jurídico
para que favorecesse determinada empresa em um dos servidores públicos federais.
procedimento licitatório. Após o curso regular do pro- Um cidadão aprovado no cargo de técnico legislativo
cesso administrativo disciplinar, confirmada a res- da Câmara dos Deputados que não possa comparecer
ponsabilidade de Maria na prática delituosa, foi apli- à sua posse por motivos de foro pessoal poderá tomar
cada a pena de demissão. posse mediante procuração específica.

Considerando essa situação hipotética, julgue o item a Resposta: certa.


seguir, com base na legislação aplicável ao caso. Comentário: A questão está correta pois a lei 8.112/90
prevê expressamente a possibilidade de que o servi-
Caso a penalidade aplicada seja posteriormente inva- dor tome posse por procuração. Esta é a leitura do ar-
lidada por meio de sentença judicial, Maria deverá ser tigo 13, § 3º.
reintegrada ao cargo anteriormente ocupado.

Questão 20: CESPE - Ass Adm (FUB)/FUB/2015


Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
32)
Com referência às disposições do regime jurídico dos
servidores públicos civis da União (Lei n.º 8.112/1990),
julgue o item que se segue.

Considere que determinado servidor público tenha


sido investido em novo cargo, compatível com as suas
limitações decorrentes de acidente de trânsito. Nes-
sa situação, é correto afirmar que o referido servidor
está em provimento originário.

80 Gabarito:
1 2 3 4 5
Regime Jurídico Único

Errado Certo Certo Errado Certo


6 7 8 9 10
Certo Certo Certo Certo Errado
11 12 13 14 15
Errado Errado Errado Errado Errado
16 17 18 19 20
Certo Errado Certo Certo Errado

Exercício
comentado
Questão Comentada: CESPE - Adm (FUB)/FUB/2015
Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
32)
Julgue o próximo item, relativo ao regime dos servi-
dores públicos federais.
São formas de provimento de cargo público: nomea-
ção, promoção, readaptação, reversão, aproveitamen-
to, reintegração e recondução.

Resposta: certo.
Comentário: Questão corretíssima conforme previ-
são expressa no artigo 8º da lei 8.112/90.

Questão comentada: CESPE - TL (CAM DEP)/CAM


DEP/Agente de Polícia Legislativa/2014

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Direito Constitucional 81

Direito Constitucional
Autor:
Adriano Marcos Marcon

Curriculum:
Graduado em direito pela Universidade Esta-
dual de Maringá (UEM). Possui pós-graduação
lato sensu em Direito do Estado (Constitucio-
nal, Tributário e Administrativo) pela Universi-
dade Estadual de Londrina (UEL) e em Direito
Civil e Processual Civil pela Faculdade de Ciên-
cias Sociais Aplicadas de Cascavel (UNIVEL). É
advogado e professor de cursos preparatórios
para concurso públicos há mais onze de anos.

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SUMÁRIO
1. DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS...........................................................................................................................................83
2. DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS.......................................................................................................................... 84
3. DOS DIREITOS SOCIAIS...............................................................................................................................................................................................93
4. DA NACIONALIDADE................................................................................................................................................................................................... 96
5. DOS DIREITOS POLÍTICOS......................................................................................................................................................................................... 98
6. GARANTIAS CONSTITUCIONAIS........................................................................................................................................................................ 100
7. DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA....................................................................................................103

82
Direito Constitucional

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1. DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDA- tituição Federal, os direitos e garantias ali expressos não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
MENTAIS por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que
a República Federativa do Brasil seja parte.
INTRODUÇÃO Assim, além daqueles previstos no “catálogo”, en-

Capítulo 01 - Dos Direitos e Garantias Fundamentais


contraremos direitos fundamentais em praticamente
Este material se destina especialmente àqueles todo o texto da Constituição Federal, além de outros mais
que pretendem participar do concurso público para o que decorrem dos tratados internacionais ratificados
cargo de Técnico do Seguro Social, do Instituto Nacional pelo Brasil.
do Seguro Social (INSS). Por isso, o seu conteúdo segue o
programa constante do edital do último concurso. TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HU-
As questões incluídas aqui, para testar e reforçar o
conhecimento da matéria foram extraídas de certames MANOS
anteriores, realizados pelas organizadoras que tradicio- O Supremo Tribunal Federal (STF) entende, con-
nalmente fazem as provas dos concursos do INSS. tudo, que apenas os tratados internacionais de direitos
Ainda, neste material o aluno encontrará questões humanos que sejam aprovados no rito do artigo 5º, pará-
comentadas, cujo objetivo é demonstrar a forma como o grafo 3º, da Constituição Federal é que podem se tornar
conteúdo é cobrado pelas bancas, além de eventual es- em nova fonte de direitos fundamentais.
pecificidade sobre o mesmo. Segundo o artigo 5º, parágrafo 3º, da Constituição
Federal, os tratados e convenções internacionais sobre
direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa
CONCEITO do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes
Os direitos fundamentais são aqueles direitos que, às emendas constitucionais, ou seja, ocuparão o mesmo
previstos na Constituição Federal (CF), tem por principal status normativo das demais normas constitucionais.
objetivo a manutenção de patamares mínimos, necessá- Atualmente, existem apenas dois documentos in-
rios à garantia de uma vida digna às pessoas. ternacionais com esse status, a Convenção Internacio-
São direitos que visam à proteção e à promoção da nal sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e o seu
dignidade da pessoa humana, a qual é fundamento da Protocolo Facultativo, promulgados internamente pelo
República (art. 1º, inciso III, da CF). Decreto n. 6.949, de 2009.

DIREITOS E GARANTIAS Exercícios 83


Direitos e garantias fundamentais não se confun-
comentados

Direito Constitucional
dem; aqueles representam os bens, os valores que são (FCC) De acordo com a Constituição Federal brasi-
socialmente relevantes e que precisam ser protegidos leira, os tratados e convenções internacionais sobre di-
(p. ex.: a liberdade de locomoção, a vida, a propriedade); reitos humanos serão equivalentes às
estas, por sua vez, possuem natureza instrumental, são
mecanismos de visam a proteção e efetividade dos direi- a) leis ordinárias, desde que aprovados, pelo Sena-
tos fundamentais (p. ex.: mandado de segurança, habeas do Federal, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
corpus, habeas data). respectivos membros.
As garantias fundamentais serão vistas em tópico
mais a frente. b) leis complementares, desde que aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
ORGANIZAÇÃO três quintos dos votos dos respectivos membros.

Na Constituição Federal de 1988, os Direitos e Ga- c) emendas constitucionais, desde que aprovados,
rantias Fundamentais constam, inicialmente, do Título II, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
artigos 5º a 17, divididos em cinco Capítulos: três quintos dos votos dos respectivos membros.
• Capítulo I – “Dos Direitos e Deveres Individuais
e Coletivos” (art. 5º); CERTO. Conforme dispõe o artigo 5º, parágrafo 3º,
• Capítulo II – “Dos Direitos Sociais” (arts. 6º a 11); da Constituição Federal.
• Capítulo III – “Da Nacionalidade” (arts. 12 e 13);
• Capítulo IV – “Dos Direitos Políticos” (arts. 14 a d) emendas constitucionais, se aprovados pelo
16); Congresso Nacional, em sessão conjunta, por três quin-
• Capítulo V – “Dos Partidos Políticos” (art. 17). tos dos votos dos respectivos membros.

e) emendas constitucionais, se aprovados, em


cada Casa do Congresso Nacional, por maioria absoluta
DICA: dos votos dos respectivos membros.
O rol de direitos fundamentais constante do
Título II, da Constituição Federal é conhecido
como “catálogo”. 1.5 CLÁUSULAS PÉTREAS
Conforme dispõe o artigo 5º, parágrafo 2º, da Cons- Dada a importância dos direitos e garantias funda-

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mentais, a Constituição Federal garante-lhes uma prote- posição jurídica de vantagem que o direito confere - dos
ção especial, em face de futuras alterações do seu texto. direitos fundamentais, segundo o artigo 5º, caput, da
Capítulo 02 - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Nos termos do artigo 60, parágrafo 4º, inciso IV, a Constituição Federal, os brasileiros e os estrangeiros re-
Constituição Federal estabelece que não será objeto de sidentes no País.
deliberação a proposta de emenda tendente a abolir os Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), contu-
direitos e garantias individuais. do, também os estrangeiros não residentes no País e as
O dispositivo cria, assim, uma vedação material pessoas jurídicas podem ser titulares de direitos funda-
– “cláusulas pétreas” – ao poder constituinte derivado mentais.
reformador, vedando a deliberação de qualquer proposta É claro que os estrangeiros não gozarão de todos os
de emenda constitucional que vise reduzir o âmbito ou direitos reservados aos brasileiros e, as pessoas jurídi-
suprimir os direitos e garantias individuais já existentes. cas, os mesmos direitos que possuem as pessoas físicas.
O fato de a Constituição Federal impor uma veda-
ção à supressão das normas de direitos fundamentais, Exercício
não significa que tais direitos sejam absolutos. Ou seja,
os direitos fundamentais podem sofrer limitações, de- comentado
correntes da análise de um caso concreto, via norma in-
(CESPE) Uma pessoa jurídica pode pleitear na jus-
fraconstitucional, desde que as mesmas respeitem o seu
tiça indenização por danos materiais e morais no caso de
núcleo essencial, preservem a matriz do direito.
violação à sua honra objetiva, representada por sua re-
putação e boa fama perante a sociedade.
Questões CERTO. A pessoa jurídica também é titular de direi-
Gabaritadas tos fundamentais, neste caso, o direito à honra objetiva
(art. 5º, inciso X, da CF).
(CESPE) Na CF, a classificação dos direitos e garan-
tias fundamentais restringe-se a três categorias: os di- DIREITO À VIDA
reitos individuais e coletivos, os direitos de nacionalida-
de e os direitos políticos.
Conceito
Resposta: ERRADO
O direito à vida é, sem sombra de dúvidas, o direito
(CESPE) A CF traz uma enumeração taxativa dos fundamental mais importante, pressuposto para o exer-
84 direitos fundamentais. cício dos demais.
Resposta: ERRADO O direito à vida humana abarca desde a garantia
da existência física, de que ninguém será privado de sua
Direito Constitucional

(CESPE) Os direitos fundamentais, considerados vida arbitrariamente (art. 5º, caput, da CF), passando pela
como cláusula pétrea das constituições, podem sofrer proteção da integridade física e mental (psíquica) das
limitações por ponderação judicial caso estejam em con- pessoas (art. 5º, inciso XLIX, da CF) até a garantia de uma
fronto com outros direitos fundamentais, por alteração vida com dignidade (art. 1º, inciso III e art. 170, da CF).
legislativa, via emenda constitucional, desde que, nesse Assim é que se veda a tortura, tratamento desu-
último caso, seja respeitado o núcleo essencial que os ca- mano ou degradante (art. 5º, inciso III, da CF) e a existên-
racteriza. cia de penas de trabalhos forçados ou cruéis (art. 5º, inciso
Resposta: CERTO XLVII, da CF), por importarem em agressão à integridade
física e moral das pessoas.
(CESPE) O catálogo de direitos fundamentais na CF Como decorrência do direito a uma vida com digni-
inclui, além dos direitos e garantias expressos em seu dade é que o Estado fica compelido a assegurar um míni-
texto, outros que decorrem do regime e dos princípios mo de condições materiais, por meio da garantia de direi-
por ela adotados, ou de tratados internacionais em que a tos fundamentais como o trabalho, a saúde, a assistência
República Federativa do Brasil seja parte. social.
Resposta: CERTO

Exercício
GABARITO comentado
1 2 3 4 (CESPE) O direito à vida compreende somente o di-
reito de uma pessoa de continuar viva.
Errado Errado Certo Certo
ERRADO. Inclui, também, o direito à integridade fí-
sica e moral e à vida digna.
2. DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS
E COLETIVOS Relatividade
Apesar de ser o direito fundamental mais impor-
tante, o direito à vida não é absoluto, o que significa que,
TITULARES em determinadas situações, o mesmo deverá ceder.
Assim, em primeiro lugar, dispõe o artigo 5º, inciso
São titulares – aqueles que são possuidores da XLVII, alínea “a”, da Constituição Federal que é vedada a
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pena de morte, salvo em caso de guerra declarada. instala no ventre materno. Assim, não se pode falar em
Ainda, na legislação infraconstitucional, o artigo vida humana em um zigoto in vitro.

Capítulo 02 - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos


128, do Código Penal (CP) prevê que não será punido o
aborto (interrupção não natural e forçada da gravidez) Eutanásia
praticado por médico:
I) se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Apesar de o direito à vida compreender o direito à
II se a gravidez resulta de estupro e o aborto é pre- uma vida com dignidade, não se admite, na atual ordem
cedido de consentimento da gestante ou, quando inca- jurídica a prática da eutanásia, da morte assistida.
paz, de seu representante legal. Inclusive, o auxílio ao suicídio é considerado crime
No artigo 128, inciso I, do CP encontramos o cha- contra a vida, nos termos do artigo 122, do Código Penal.
mado “aborto necessário ou terapêutico” (vida da mãe x
vida do feto). Já, no artigo 128, inciso II, do CP está previsto
o “aborto sentimental ou humanitário” (liberdade sexual DIREITO À LIBERDADE
da mulher x vida do feto).
No contexto dos Direitos e Garantias Fundamen-
tais (Título II), inserto nos Direitos e Deveres Individu-
DICA: ais e Coletivos (Capítulo I), da Constituição Federal (CF),
As hipóteses do artigo 128, do CP não se con- o direito à liberdade se coloca como um típico direito de
fundem com a possibilidade de interrupção da primeira dimensão, negativo, ou seja, sua observância
gravidez quando da constatação de um feto depende da não interferência do Estado e dos demais in-
anencefálico. No feto anencéfalo está caracterizada a tegrantes da sociedade, no exercício do mesmo, pelo seu
ausência parcial do encéfalo e do crânio, sendo consi- titular.
derado, por isso, um natimorto, sem possibilidade de O direito à liberdade possui diversos desdobra-
vida extrauterina. Segundo o Supremo Tribunal Fe- mentos, dos quais estudaremos, agora, apenas alguns,
deral (STF), no julgamento da ADPF n. 54, em 2012, é previstos no artigo 5º, da CF.
possível, então, a interrupção da gravidez no caso de
feto anencefálico, considerando não estar a conduta
tipificada como aborto, nos termos do artigo 124, do
Liberdade de ação
Código Penal. A hipótese aqui mencionada também
O direito à liberdade de ação – princípio da lega-
não pode ser confundida com uma permissão para o
lidade ou princípio da autonomia da vontade - decorre
aborto eugênico.
do quanto contido no artigo 5º, inciso II, da Constituição
Federal (CF), o qual dispõe que “ninguém será obrigado a 85
Exercício fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude
comentado de lei”.

Direito Constitucional
(FCC) A pena de morte, conforme estabelece a DICA:
Constituição Federal brasileira, Não devemos confundir o princípio da legali-
dade aqui previsto e dirigido aos particulares,
a) não poderá ser aplicada ao brasileiro nato ou na- com aquele do artigo 37, caput, da Constituição
turalizado. Federal, dirigido ao administrador público. Para este,
b) poderá ser substituída por prisão perpétua. o princípio da legalidade significa somente poder fa-
c) é proibida, sem qualquer exceção, por violar o di- zer aquilo que a lei determine ou permita.
reito fundamental à vida.
d) poderá ser aplicada em caso de guerra declara- A “lei” de que fala artigo 5º, inciso II, da CF, são as
da. espécies normativas do artigo 59, da Constituição Fede-
CERTO. Conforme dispõe o artigo 5º, inciso XLVII, ral, as chamadas normas “primárias”, ou seja, emendas
alínea “a”, da CF. à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis
delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e
e) poderá ser aplicada em caso de prática de crimes resoluções.
hediondos e de terrorismo. Assim, então e como regra, o particular pode fazer
tudo aquilo que a lei não o proíba.
Células-Tronco Embrionárias
Liberdade de manifestação do pensamento
O artigo 5º, da Lei n. 11.105, de 2005 (Lei de Biosse-
gurança) permite a utilização de células-tronco embrio- Prevê o artigo 5º, inciso IV, da Constituição Fede-
nárias obtidas de embriões humanos produzidos por ral (CF) que é livre a manifestação do pensamento, sendo
fertilização in vitro e não utilizados no respectivo proce- vedado o anonimato.
dimento para fins de pesquisa e terapia. A liberdade de manifestação do pensamento é es-
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3510, pécie do direito maior à liberdade de expressão, que in-
objetivou-se a declaração de inconstitucionalidade do clui, também, o direito à expressão da atividade intelec-
dispositivo, por violação ao direito à vida. tual, artística, científica e de comunicação (art. 5º, inciso
O Supremo Tribunal Federal (STF), no ano de 2008, IX, da CF).
julgou improcedente a ação, por entender que somente Assegura-se, aqui, o direito à livre manifestação
se pode falar em vida humana quando o ovo ou zigoto se do pensamento ou direito à opinião, que se constitui da
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faculdade que todos possuem de expressar um juízo de mos corretos e conduzirmos nossas vidas a partir deles.
valor, uma convicção, seja de forma escrita ou verbal. Ela é o gênero, do qual a liberdade de crença é a espécie.
Capítulo 02 - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

O direito à manifestação do pensamento não é, A liberdade de crença assegura, em primeiro lugar,


contudo, absoluto. o direito de ter uma religião, de professar uma fé, ou mes-
A primeira restrição ao exercício do direito consta mo de não querer professar nenhuma.
do próprio inciso IV, do artigo 5º, da CF, ou seja, a manifes- Garante-se, naquele dispositivo, também, a liber-
tação do pensamento não posse ser anônima, apócrifa, dade de culto (adoração da divindade), as liturgias (série
sem a precisa identificação de quem seja o seu autor. de atos públicos de adoração da divindade) e a proteção a
A razão para a restrição é muito simples. Como não quaisquer locais de culto.
há censura ou necessidade de licença prévia ao exercí- No contexto da liberdade de crença, o artigo 5º, in-
cio do direito de opinião, se de sua manifestação resultar ciso VII, da CF assegura, nos termos da lei, a prestação de
violação a direito de outrem, será assegurado a este o assistência religiosa nas entidades civis e militares de
direito de resposta, proporcional ao agravo, além da in- internação coletiva, como os hospitais, penitenciárias,
denização por dano material, moral ou à imagem (art. 5º, quartéis.
inciso V, da CF). Por fim, dispõe o artigo 5º, inciso VIII, da CF, que
Outra restrição decorre da ideia de sistema e da ninguém será privado de direitos por motivo de crença
necessidade de convivência das liberdades. Desta forma religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
o direito à manifestação do pensamento não pode abrigar invocar para eximir-se de obrigação legal a todos impos-
qualquer atitude reputada ilícita pelo sistema. O abuso no ta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada
seu exercício pode conduzir, assim, à responsabilização em lei.
civil ou criminal do agente. O dispositivo prevê aquilo que se conhece como
Neste sentido, o Supremo Tribunal Federal (STF) já “escusa de consciência”, garantindo que as pessoas pos-
decidiu que, “o direito à livre expressão não pode abrigar, sam se recusar (escusar) a cumprir, em virtude de suas
em sua abrangência, manifestações de conteúdo imoral convicções, uma obrigação a todos imposta, desde que
que implicam ilicitude penal. As liberdades públicas não cumpram a obrigação alternativa fixada na lei, se ela
são incondicionais, por isso devem ser exercidas de ma- existir.
neira harmônica, observados os limites definidos na pró- O não cumprimento da obrigação a todos imposta
pria CF” (STF, HC 82.424, DJ 19.03.2004). e da obrigação alternativa fixada na lei, acarreta a sus-
A manifestação anônima comporta uma exceção pensão dos direitos políticos (art. 15, inciso IV, da CF),
que deve ser mencionada. Segundo, também, o STF, “os como determinam, exemplificativamente, os artigos 4º,
escritos anônimos não podem justificar, só por si, desde parágrafo 2º, da Lei n. 8.239, de 1991 e 438, do Código de
86 que isoladamente considerados, a imediata instauração Processo Penal.
da persecutio criminis (...) nada impede, contudo, que o
Poder Público provocado por delação anônima (‘disque- DICA:
Direito Constitucional

-denúncia’, p. ex.), adote medidas informais destinadas Para algumas bancas de concurso, como o
a apurar, previamente, em averiguação sumária, ‘com CESPE/UnB, a hipótese enseja a perda dos di-
prudência e discrição’, a possível ocorrência de eventual reitos políticos.
situação de ilicitude penal, desde que o faça com o obje-
tivo de conferir a verossimilhança dos fatos nela denun-
ciados, em ordem a promover, então, em caso positivo, a
formal instauração da persecutio criminis, mantendo-
Exercício
-se, assim, completa desvinculação desse procedimento comentado
estatal em relação às peças apócrifas” (STF, Inq. 1957, DJ
11.11.2005). (FCC) Por motivo de convicção política, ao com-
pletar dezoito anos, Ernesto recusa-se a realizar seu
alistamento eleitoral, assim como a cumprir qualquer
Exercício prestação alternativa que se lhe queira exigir, ainda que
comentado prevista em lei. Nessa hipótese, a atitude de Ernesto é
(CESPE) A liberdade de manifestação do pensa- a) incompatível com a Constituição, pois ninguém
mento não constitui um direito absoluto. pode eximir-se de cumprir obrigação legal a todos im-
CERTO. É um direito relativo, assim como a maioria posta.
dos direitos fundamentais, comportando limitações. b) albergada pela Constituição, que prevê possibi-
lidade de objeção de consciência nesses exatos termos.
Liberdade de consciência e de crença c) passível de punição mediante imposição de pena
restritiva de liberdade, por se configurar atentado contra
Segundo a Constituição Federal (CF), artigo 5º, inci- a soberania do Estado brasileiro.
so VI, “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, d) causa para suspensão de seus direitos políticos,
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e em função da recusa de cumprimento de prestação alter-
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e nativa prevista em lei.
a suas liturgias”. CERTO. Conforme o artigo 5º, inciso VIII, da CF.
A liberdade de consciência nos permite possuir e) parcialmente compatível com a Constituição,
convicções intimas acerca dos valores morais, espiritu- pois esta permite recusa a cumprimento de prestação al-
ais, posicionamentos políticos, filosóficos, que entenda- ternativa, mas não da obrigação principal.
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Liberdade de exercício profissional Decreto-Lei n. 972, de 1969, ao exigir diploma de curso
superior para o exercício da profissão de jornalista, não

Capítulo 02 - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos


O artigo 5º, inciso XIII, da CF assegura ser “livre o foi recepcionado pela CF e, (b) que, o Estado não pode criar
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, aten- uma ordem ou um conselho profissional (autarquia) para
didas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. a fiscalização da profissão de jornalista.
Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), a nor- Ainda, no contexto, o artigo 5º, inciso XIV, da CF
ma aqui consubstanciada é de eficácia contida e de apli- assegura “a todos o acesso à informação e resguardado
cabilidade imediata, o que significa que, em princípio, o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profis-
podemos exercer qualquer trabalho, ofício ou profissão, sional”. Ressaltemos a proteção ao sigilo da fonte, quando
até que norma infraconstitucional venha a estabelecer isso for necessário ao exercício da liberdade de informa-
limites (relatividade). ção jornalística pelos profissionais respectivos.
Neste ponto devemos atentar para algumas im-
portantes decisões do STF sobre o assunto: Liberdade de locomoção
A liberdade de locomoção está prevista no artigo
“A vedação do exercício da atividade de advocacia por 5º, inciso XV, da CF, que prevê ser “livre a locomoção no
aqueles que desempenham, direta ou indiretamen- território nacional em tempo de paz, podendo qualquer
te, serviço de caráter policial, prevista no art. 28, V, pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou
da Lei 8.906/1994, não se presta para fazer qualquer dele sair com seus bens”.
distinção qualificativa entre a atividade policial e a O direito à liberdade de locomoção nos faculta, de
advocacia. (...) O que pretendeu o legislador foi esta- forma livre, a possibilidade de ir, de vir e permanecer, tra-
belecer cláusula de incompatibilidade de exercício zendo conosco os nossos bens.
simultâneo das referidas atividades, por entendê-lo Assim como os demais direitos fundamentais e em
prejudicial ao cumprimento das respectivas funções. regra, o direito à liberdade de locomoção não é absoluto,
(...) Elegeu-se critério de diferenciação compatível podendo ser restringido, por exemplo e conforme dispõe
com o princípio constitucional da isonomia, ante as o inciso XV, do artigo 5º, da CF, em tempo de guerra.
peculiaridades inerentes ao exercício da profissão de No entanto, aquele que sofrer ou estiver ameaçado
advogado e das atividades policiais de qualquer natu- de sofrer violência ou coação em sua liberdade de loco-
reza” (STF, ADI 3.541, DJE de 24-3-2014.). moção poderá utilizar-se do remédio constitucional do
habeas corpus (art. 5º, inciso LXVIII, da CF).
“Nem todos os ofícios ou profissões podem ser con- 87
dicionadas ao cumprimento de condições legais para Liberdade de reunião
o seu exercício. A regra é a liberdade. Apenas quando
houver potencial lesivo na atividade é que pode ser

Direito Constitucional
A liberdade de reunião está assegurada pelo ar-
exigida inscrição em conselho de fiscalização profis- tigo 5º, inciso XVI, da CF: “todos podem reunir-se pacifi-
sional. A atividade de músico prescinde de controle. camente, sem armas, em locais abertos ao público, inde-
Constitui, ademais, manifestação artística protegida pendentemente de autorização, desde que não frustrem
pela garantia da liberdade de expressão” (STF, RE n. outra reunião anteriormente convocada para o mesmo
414.426, DJE de 10-10-2011). local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade
competente”.
“O jornalismo é uma profissão diferenciada por sua A liberdade de reunião possui nítida feição coletiva
estreita vinculação ao pleno exercício das liberdades e se coloca como um direito “meio”, pois viabiliza o direito
de expressão e de informação. (...). Isso implica, logi- amplo à liberdade de expressão.
camente, que a interpretação do art. 5º, XIII, da Consti- Na reunião, a união, o agrupamento das pessoas se
tuição, na hipótese da profissão de jornalista, se faça, dá por período limitado, de forma não permanente.
impreterivelmente, em conjunto com os preceitos do Aqui, é importante que atentemos para a decisão
art. 5º, IV, IX, XIV, e do art. 220, da Constituição, que as- tomada pelo STF, na ADPF 187:
seguram as liberdades de expressão, de informação e
de comunicação em geral. (...) No campo da profissão
de jornalista, não há espaço para a regulação estatal “Concluiu-se que a defesa, em espaços públicos, da
quanto às qualificações profissionais. O art. 5º, IV, IX, legalização das drogas ou de proposta abolicionista
XIV, e o art. 220 não autorizam o controle, por parte a outro tipo penal (desde que não implique em incita-
do Estado, quanto ao acesso e exercício da profissão mento à prática de ações ilegais) não significaria ilícito
de jornalista. Qualquer tipo de controle desse tipo, penal (em especial, a “apologia de crime ou crimino-
que interfira na liberdade profissional no momento do so”, conforme o artigo 287, do CP), mas, ao contrário,
próprio acesso à atividade jornalística, configura, ao representaria o exercício legítimo do direito à livre
fim e ao cabo, controle prévio que, em verdade, carac- manifestação do pensamento, propiciada pelo exercí-
teriza censura prévia das liberdades de expressão e cio do direito de reunião.” (STF, ADPF 187, julgamento
de informação, expressamente vedada pelo art. 5º, IX, em 15-6-2011).
da Constituição. (...)” (STF, RE n. 511.961, DJE de 13-11-
2009). O direito também possui limitações, não é absolu-
to. Conforme se pode ver do dispositivo constitucional, o
Como consequência deste último julgamento, fi- seu exercício depende de que a reunião seja pacífica, que
cou consignado pelo STF que, (a) o artigo 4º, inciso V, do haja comunicação prévia a autoridade competente (para
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garantir a preferência, apenas) e que não se frustre outra de mandado de segurança coletivo por entidade de clas-
reunião, anteriormente marcada para o mesmo dia, local se em favor dos associados independe da autorização
Capítulo 02 - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

e hora. destes”.
A tutela do direito à liberdade de reunião é feita por
meio da propositura do mandado de segurança (art. 5º, Exercício
incisos LXIX e LXX, da CF).
comentado
Liberdade de associação (FCC) Cinco amigos, moradores de uma favela, de-
cidem criar uma associação para lutar por melhorias nas
A liberdade de associação também se coloca como condições de saneamento básico do local. Um político
um direito “meio”, de feição nitidamente coletiva. da região, sabendo da iniciativa, informa-lhes que, para
Diferentemente do que se dá no direito à liberdade tanto, será necessário obter, junto à Prefeitura, uma au-
de reunião, a associação importa na união estável, dura- torização para sua criação e funcionamento. Nesta hipó-
doura, permanente das pessoas. tese,
Na Constituição Federal há uma disciplina extensa
do direito, no artigo 5º, incisos XVII a XXI: a) os cinco amigos não conseguirão criar a asso-
ciação, pois a Constituição Federal exige um número mí-
nimo de dez integrantes para essa iniciativa.
“é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
b) a informação que receberam está errada, pois a
vedada a de caráter paramilitar”
Constituição Federal estabelece que a criação de asso-
ciações independe de autorização.
Lendo o dispositivo de outra forma, podemos con-
cluir que é possível criar qualquer associação, desde que CERTO. É o que dispõe o artigo 5º, inciso XVIII, da CF.
seu fim seja lícito. Associações paramilitares, não impor- c) após a criação da associação, os moradores da
ta o seu fim, são sempre vedadas. favela serão obrigados a se associarem.
d) o estatuto da associação poderá prever ativida-
des paramilitares, caso essa medida seja necessária para
“a criação de associações e, na forma da lei, a de coo- a proteção de seus integrantes.
perativas independem de autorização, sendo vedada a e) para iniciar suas atividades, a associação pre-
interferência estatal em seu funcionamento”. cisará, além da autorização da prefeitura, de um alvará
judicial.
88 O Estado somente pode atuar, “intervindo” de
qualquer forma nas associações, nos termos do inciso DIREITO À IGUALDADE
seguinte.
Direito Constitucional

Conceito
“as associações só poderão ser compulsoriamente
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por de- Em nosso sistema jurídico a igualdade (isono-
cisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsi- mia) se coloca como um verdadeiro princípio, balizando
to em julgado”. a criação e a aplicação de todo o Direito. Manifesta-se,
aquele princípio, em diversas regras (direitos de igualda-
Observe que a suspensão das atividades de uma de), previstas tanto no texto constitucional – em especial
associação pode ser determinada por decisão judicial no artigo 5º, do Capítulo I, do Título II, da Constituição Fe-
que não tenha transitado em julgado (p. ex.: uma tutela deral (CF) -, quanto nas leis.
antecipada liminar). A dissolução da associação depende, Segundo o STF, o princípio da igualdade, enquanto
contudo, que a decisão judicial que o determine já tenha postulado fundamental de nossa ordem político-jurídica,
transitado em julgado. não é suscetível de regulamentação ou de complementa-
• “ninguém poderá ser compelido a associar-se ção normativa (STF, MI 58, DJ 19-4-1991).
ou a permanecer associado”. A igualdade impõe, na clássica lição de Rui Barbo-
• Este dispositivo assegura o direito à liberdade sa, que a ordem jurídica, buscando sempre o justo, a jus-
de associação individual negativo. tiça, deve dar tratamento igual aos iguais e desigual aos
• “as entidades associativas, quando expres- desiguais, na exata medida em que estes se desigualam.
samente autorizadas, têm legitimidade para Assim, além de proibir comportamentos discri-
representar seus filiados judicial ou extrajudi- minatórios injustificados, o princípio da igualdade vai
cialmente”. permitir que a lei (em sentido amplo) possa estabelecer
vantagens a determinados grupos ou pessoas, desde que
Estamos diante da figura da representação pro- justificadas em face dos valores constitucionais.
cessual.
Não confundamos a representação com a subs- Igualdade na lei e igualdade perante a lei
tituição processual, quando a atuação da entidade não
depende de qualquer autorização dos associados, como A igualdade deve ser observada em dois momen-
ocorre no mandado de segurança coletivo (art. 5º, inciso tos, segundo nos aponta a doutrina e o Supremo Tribunal
LXX, da CF). Federal (STF).
Neste sentido, a Súmula 629, do STF: “A impetração A “igualdade na lei” atua no momento de confec-

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ção do Direito, determinando ao legislador que, em sua concretas verificadas em relação ao homem.
atividade, não introduza nas normas discriminações in- Neste sentido, para compensar preconceito arrai-

Capítulo 02 - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos


justificadas, arbitrárias. gado na sociedade é que a Carta Magna vai autorizar, no
A “igualdade perante a lei” (art. 5º, caput, da CF) artigo 7º, inciso XX, a proteção do mercado de trabalho da
está voltada ao aplicador do direito, que, diante de uma mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da
lei já elaborada, deve concretizá-la sem estabelecer dis- lei.
tinções não autorizadas entre aqueles que a ela devem se Ainda, reconhecendo que a maioria das mulheres
submeter. possui “dupla jornada”, a Constituição Federal, no arti-
go 201, parágrafo 7º, incisos I e II, assegurar-lhes-á apo-
2.4.3 Igualdade formal sentadoria aos 30 (trinta) anos de contribuição e aos 60
(sessenta) anos de idade, ao invés dos 35 (trinta e cinco)
Naquelas hipóteses em que a lei dispensar a todos anos de contribuição e 65 (sessenta e cinco) anos de idade
um tratamento igualitário, sem levar em conta quaisquer exigidos aos homens.
características pessoais, sociais, econômicas, estaremos Ainda, é a Constituição Federal que determina, no
diante do que se conhece como “igualdade formal”. artigo 37, inciso VIII, que a lei reservará percentual dos
Assim, por exemplo, prevê o artigo 5º, inciso I, da cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras
Constituição Federal (CF), que homens e mulheres são, de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
em princípio, iguais em direitos e obrigações. Neste contexto, por fim, o STF entende estar de
A Constituição Federal também veda, em seu ar- acordo com a CF, com a garantia da igualdade material, a
tigo 7º, inciso XXX, o estabelecimento de limite de idade reserva de vagas no processo de seleção de estudantes
(fator discriminatório) como critério de admissão a um das universidades públicas, com base em critério étnico-
emprego. Esta vedação se estende na admissão de servi- -racial (STF, ADPF 186, julgamento em 26-4-2012).
dores públicos, por força do artigo 39, parágrafo 3º, da CF. Exercício comentado
O direito a um igual tratamento pela lei, sem quais- (CESPE) O estabelecimento de regras distintas
quer distinções, comporta, no entanto, exceções, desde para homens e mulheres, quando necessárias para ate-
que razoáveis e justificadas. nuar desníveis, é compatível com o princípio constitucio-
Então, em princípio, a Constituição Federal impõe nal da isonomia e poderá ocorrer tanto na CF quanto na
um tratamento sem quaisquer diferenciações, na admis- legislação infraconstitucional.
são dos servidores públicos. CERTO. O nosso ordenamento jurídico admite me-
No entanto, o próprio parágrafo 3º, do artigo 39, da didas de ação afirmativa, objetivando a igualdade mate-
CF admite que a lei possa estabelecer requisitos diferen- rial.
89
ciados de admissão, quando a natureza do cargo o exigir.
Exercício
DICA: Os “requisitos diferenciados” devem comentado

Direito Constitucional
ser previstos em lei, não bastando apenas a
previsão no edital do concurso público. (FCC) A previsão constitucional que determina
a reserva de percentual dos cargos e empregos para as
Nesse sentido, o STF possui entendimento, con- pessoas portadoras de deficiência tem como objetivo,
solidado na Súmula 683, de que o “limite de idade para a precipuamente, promover o direito à
inscrição em concurso público só se legitima em face do
art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado a) vida.
pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”. b) liberdade individual.
Ainda, coaduna-se com a CF, segundo o STF, a exi- c) igualdade material
gência de altura mínima, desde que a mesma esteja pre- CERTO. O direito à igualdade material conduz a um
vista em lei e justificada em função da natureza e das tratamento desigual a pessoas/grupos em situações de-
atribuições do cargo a ser preenchido. siguais, buscando, com isso, a justiça.
d) segurança.
Igualdade material e) saúde coletiva.

Quando, no entanto, para alcançar a justiça for ne- DIREITO À PROPRIEDADE


cessário que a lei estabeleça distinções entre grupos ou
pessoas, prevendo vantagens para uns em relação aos
demais, estaremos diante da “igualdade material”. Conceito e âmbito de proteção
O objetivo destas medidas, chamadas de “discri-
Nos termos do Código Civil, artigo 1.228, o direito de
minação positiva”, de “ação afirmativa” é garantir uma
propriedade constitui-se das faculdades de usar, gozar e
igualdade de fato, substancial, social, a partir da conces-
dispor de uma coisa, de um bem, e o direito de reavê-la do
são de iguais oportunidades à grupos ou pessoas, margi-
poder de quem quer que injustamente a possua ou dete-
nalizadas socialmente ou hipossuficientes.
nha.
Assim é que, apesar de assegurar a igualdade de
No artigo 5º, inciso XXII, a Constituição Federal (CF)
direitos e obrigações entre homens e mulheres (art. 5º,
assegura o direito de propriedade como um direito fun-
inciso I, da CF), a própria Constituição Federal vai prever
damental de primeira dimensão e do qual pode ser titular
um tratamento mais favorável à mulher em determina-
tanto uma pessoa física quanto jurídica.
dos casos, visando minimizar ou anular as diferenças
A nossa Carta Magna assegura tanto o direito à
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propriedade de bens corpóreos, como a de bens incorpó- Como se pode ver, então, pelo mero uso do bem re-
reos. quisitado não há indenização.
Capítulo 02 - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Assim é que, no artigo 5º, inciso XXVII, a CF vai


prever que aos autores pertence o direito exclusivo Exercício
de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar. comentado
Assegura-se, aqui, o direito à propriedade intelectual, na
(CESPE) No caso de iminente perigo público, a au-
espécie propriedade autoral ou direito de autor.
toridade competente poderá usar de propriedade parti-
Também, o artigo 5º, inciso XXIX, da CF dispõe que
cular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se
a lei assegurará aos autores de inventos industriais pri-
houver dano.
vilégio temporário para sua utilização, bem como pro-
teção às criações industriais, à propriedade das marcas, CERTO. Conforme o artigo 5º, inciso XXV, da CF.
aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento Desapropriação
tecnológico e econômico do País. Assegura-se, aqui, o
direito à propriedade intelectual, na espécie propriedade A Constituição Federal dispõe de várias hipóteses
industrial. em que o proprietário poderá perder seu bem, móvel ou
A CF ainda vai prever especial proteção à peque- imóvel, por meio da desapropriação.
na propriedade rural, dispondo, em seu artigo 5º, inciso Assim, inicialmente, dispõe o artigo 5º, inciso XXIV,
XXVI, que a mesma, conforme definida em lei, desde que da CF, que a lei estabelecerá o procedimento para desa-
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para propriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade pro- interesse social, mediante justa e prévia indenização em
dutiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu dinheiro.
desenvolvimento. Nesta hipótese de desapropriação, por necessida-
de pública, utilidade pública ou interesse social, o Estado
Limitações deverá promover a justa e prévia indenização em dinhei-
ro.
O direito de propriedade, assim como os demais Nos artigos 182, parágrafo 4º e 184, a CF vai abortar
direitos fundamentais, não é absoluto. A própria Cons- as hipóteses de desapropriação de bens imóveis urbanos
tituição Federal estabelece diversas limitações. Outras, e rurais, respectivamente, em virtude de o seu proprietá-
90 ainda, podem ser encontradas na legislação infraconsti- rio ter descumprido a função social.
tucional. Conforme o artigo 182, parágrafo 4º, da CF fica fa-
cultado ao Poder Público municipal, mediante lei especí-
fica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos
Direito Constitucional

Função Social da Propriedade


da lei federal, do proprietário do solo urbano não edifica-
Dispõe o artigo 5º, inciso XXIII, da CF que toda a do, subutilizado ou não utilizado, que promova seu ade-
propriedade deverá atender a sua função social. quado aproveitamento, sob pena de, dentre outras me-
Enquanto limite, a função social exige que o exer- didas, desapropriação, com pagamento mediante títulos
cício do direito de propriedade se faça de forma a não da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
prejudicar (art. 1228, parágrafo 2º, do CC) e, também, a Senado Federal, com prazo de resgate de até 10 (dez) anos,
atender, em maior ou menor medida, certos interesses em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o
coletivos, como a preservação da flora, da fauna, das be- valor real da indenização e os juros legais.
lezas naturais, do equilíbrio ecológico e do patrimônio Nos termos do artigo 184, da CF, compete à União
histórico e artístico (art. 1228, parágrafo 1º, do CC). desapropriar, para fins de reforma agrária, o imóvel rural
A CF ainda estabelece, nos artigos 182, parágrafo 2º que não esteja cumprindo sua função social, mediante
e 186, os elementos caracterizadores do cumprimento da prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária,
função social pela propriedade urbana e rural, respecti- com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis
vamente. no prazo de até 20 (vinte) anos, a partir do segundo ano
de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
Por fim, o artigo 243, da CF vai trazer uma moda-
Requisição Administrativa lidade de desapropriação em que não há indenização ao
proprietário, a chamada “desapropriação confisco” ou
Segundo o artigo 5º, inciso XXV, da CF, no caso de expropriação.
iminente perigo público, a autoridade competente poderá Segundo o dispositivo, as propriedades rurais e ur-
usar de propriedade particular, assegurada ao proprietá- banas de qualquer região do País onde forem localizadas
rio indenização ulterior (posterior), se houver dano. culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração
O dispositivo está prevendo aquilo que se conhe- de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e
ce como requisição administrativa, que é uma espécie de destinadas à reforma agrária e a programas de habitação
“empréstimo forçado”, por meio do qual - diante de um popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem
perigo iminente e para fazer frente a ele - uma autorida- prejuízo de outras sanções previstas em lei.
de pública requisita (ato dotado de autoexecutoriedade)
bens móveis ou imóveis, devolvendo-os, posteriormente
e indenizando o seu proprietário, mas apenas se houver Direito de Herança
causado dano aos mesmos.
A herança representa o conjunto dos bens – corpó-
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reos e incorpóreos – que se forma com o falecimento da Porque o objeto de proteção é a intimidade, a vida
pessoa que era o seu proprietário. privada, o Supremo Tribunal Federal (STF) adota em seus

Capítulo 02 - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos


Esse conjunto de bens será transmitido aos her- julgados um conceito amplo de “casa” para o fim desta
deiros, legítimos e testamentários, por meio de uma sé- proteção. Assim, a “casa” representa todo compartimen-
rie de atos chamada de “sucessão”, prevista nos artigos to delimitado e separado, que alguém utilize com exclu-
1.784 a 2.027, do Código Civil. sividade, mesmo que temporariamente e ainda que para
Em primeiro lugar, a CF garante, no artigo 5º, inciso fins profissionais, não residenciais.
XXX, o direito de herança, ou seja, o direito dos herdeiros Então, conforme o dispositivo, o ingresso na “casa”
à propriedade dos bens deixados pelo “de cujus”. de alguém, como regra, somente pode se dar com o con-
Depois, no inciso XXXI, do artigo 5º, a CF prevê sentimento do seu morador.
que a sucessão de bens de estrangeiros situados no País Sem o consentimento do morador, contudo, é pos-
será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge sível penetrar em sua “casa” em quatro hipóteses: no
ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais caso de flagrante delito, de desastre, para prestar socor-
favorável a lei pessoal do “de cujos”, ou seja, do autor da ro, ou, durante o dia, por determinação judicial, para o
herança. cumprimento de ordem judicial.
Assim, segundo este dispositivo, em princípio apli-
cam-se as disposições constantes do Código Civil, a não DICA:
ser que sejam mais favoráveis aos herdeiros brasileiros a A autorização para violação do domicílio, aqui
legislação do país de origem do “de cujos”, sendo a mes- referida, somente pode emanar de uma auto-
ma aplicada. ridade judicial, de um juiz (“reserva de jurisdi-
ção”).
Exercício
comentado Exercício
comentado
(FCC) Christian, empresário alemão, vivia há anos
no Brasil com sua esposa brasileira e filhos brasileiros. (FCC) Em certo processo, foi determinado pelo M.M.
Faleceu em trágico acidente aéreo, deixando diversos juiz a busca e apreensão judicial de um veículo que se en-
bens no Brasil. A sucessão dos bens situados no Brasil, contra no interior da residência de Camila. Considerando
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, será re- que o veículo é de seu namorado, Feliciano, no tocante à
gulada violação de domicílio legal, sem o consentimento do mo-
rador, tratando-se de determinação judicial, o oficial de 91
a) pela lei brasileira ou pela lei pessoal dos pais do justiça que cumprirá o mandado
de cujus, caso esta última seja mais favorável.

Direito Constitucional
b) obrigatoriamente pela lei brasileira. a) somente poderá adentrar na residência de Ca-
c) obrigatoriamente pela lei pessoal do de cujus. mila com o consentimento de Feliciano, em razão da pro-
d) obrigatoriamente pela lei pessoal dos pais do de teção à dignidade familiar prevista na Constituição Fe-
cujus. deral.
e) pela lei brasileira ou pela lei pessoal do de cujus, b) poderá adentrar na residência, sem o consenti-
caso esta última seja mais favorável mento de Camila, em quaisquer horários seja durante o
CERTO. É o que determina o artigo 5º, inciso XXXI, dia ou durante a noite.
da CF. c) não poderá adentrar na residência, em qualquer
horário, sem o consentimento de Camila, uma vez que a
DIREITO À SEGURANÇA Constituição Federal protege a inviolabilidade domiciliar.
d) poderá adentrar na residência, sem o consenti-
O direito à segurança manifesta-se em diversas mento de Camila, somente entre as 6 e 22 horas.
disposições destinadas a garantir a estabilidade, a segu- e) poderá adentrar na residência, sem o consenti-
rança necessária, para que as pessoas possam buscar a mento de Camila, porém somente durante o dia.
realização dos seus objetivos, interesses pessoais e so- CERTO. Conforme o artigo 5º, inciso XI, da CF.
ciais.
Veremos algumas de suas manifestações, presen- Inviolabilidade das comunicações
tes no artigo 5º, do Capítulo I, do Título II, da Constituição
Federal (CF). O artigo 5º, inciso XII, da CF assegura ser “inviolá-
vel o sigilo da correspondência e das comunicações tele-
Proteção ao domicílio gráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo,
no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na for-
O artigo 5º, inciso XI, da CF dispõe que “a casa é ma que a lei estabelecer para fins de investigação crimi-
asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo pe- nal ou instrução processual penal”.
netrar sem consentimento do morador, salvo em caso de Protege-se, por meio do dispositivo, quatro formas
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, de comunicação, a correspondência, a telegráfica, de da-
durante o dia, por determinação judicial”. dos e telefônica.
Neste dispositivo está-se promovendo a proteção A Constituição Federal, naquele dispositivo, tra-
à intimidade, à vida privada das pessoas, cuja manifesta- ta de excepcionar apenas as comunicações telefônicas,
ção ocorre, principalmente, em seu domicílio. prevendo a possibilidade de sua violação desde que a
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mesma se dê por ordem judicial (“reserva de jurisdição”), sente ofensa ao dispositivo.
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer – Lei n.
Capítulo 02 - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

9.296, de 1996 - e, unicamente, para fins de investigação


criminal ou instrução processual penal. Questões
Isso não significa que as demais formas de comu- Gabaritadas
nicação sejam absolutas. Sua limitação pode constar da
legislação infraconstitucional, desde justificada consti- 1 (CESPE) Os direitos previstos na CF alcançam
tucionalmente, além de ser razoável, proporcional. tanto as pessoas naturais, brasileiras ou estrangeiras, no
território nacional, como as pessoas jurídicas.

Conforme entendimento do STF, a gravação de 2 (CESPE) No Brasil, é vedada a pena de morte em


conversa telefônica feita por um dos interlocutores, quaisquer situações.
mesmo sem conhecimento do outro, não constitui
interceptação telefônica – que pressupõe a existên- 3 (CESPE) É garantida a livre manifestação do pen-
cia de um terceiro alheio -, podendo ser realizada samento, ainda que na forma anônima.
independentemente do cumprimento dos requisitos
mencionados no dispositivo. 4 (CESPE) A casa é asilo inviolável do indivíduo, de
modo que ninguém pode nela penetrar sem o consenti-
Exercício mento do morador, salvo por determinação judicial; nes-
sa circunstância, a entrada poderá ocorrer em qualquer
comentado horário.
(CESPE) Apesar de a Constituição Federal de 1988
5 (CESPE) É incondicional o direito à reunião com
(CF) prever que o sigilo de correspondência é inviolável,
fins pacíficos em local aberto ao público.
admite-se a sua limitação infraconstitucional quando há
conflito com outro interesse de igual ou maior relevância.
6 (CESPE) Só a lei pode obrigar a pessoa a fazer ou
CERTO. Apesar da proteção constitucional (art. 5º, deixar de fazer alguma coisa.
inciso XII), o direito não é absoluto.
7 (CESPE) Se o poder público tiver a intenção de
2.6.3 Segurança das relações jurídicas condicionar o exercício de determinada profissão a cer-
tas exigências, e se tais exigências forem estabelecidas
92 No artigo 5º, inciso XXXVI, a Constituição Fede- mediante lei formal, elas serão constitucionais, pois o
ral promoverá uma proteção geral às relações jurídicas, Estado tem discricionariedade para eleger as restrições
vendando, como regra, que lei nova possa retroagir, pre- que entenda cabíveis para todos os ofícios ou profissões,
Direito Constitucional

judicando o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a desde que o faça por lei federal.
coisa julgada.
Esta previsão também consta do artigo 6º, do De- 8 (FCC) Em que pese a Constituição Federal asse-
creto-Lei n. 4.657, de 1942 (Lei de Introdução às normas gure a inviolabilidade de domicílio, é constitucional o in-
do Direito Brasileiro), o qual conceitua aqueles três ins- gresso
titutos.
Assim, reputa-se ato jurídico perfeito o já consu- I. da autoridade policial em escritório de advocacia
mado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou particular, de dia, sem o consentimento do responsá-
(p. ex.: um contrato de compra e venda). Consideram-se vel, munida de autorização judicial para realizar busca e
adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém apreensão de bens e documentos necessários à investi-
por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do gação de prática de crime cometido pelo advogado titular
exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-esta- da banca, não recaindo a busca e apreensão sobre a esfe-
belecida inalterável, a arbítrio de outrem (p. ex.: o preen- ra de direito de terceiros.
chimento de todos os requisitos para a aposentadoria). E, II. da autoridade administrativa de fiscalização tri-
chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial butária na sede de empresa privada, de dia, sem o con-
de que já não caiba recurso. sentimento do responsável e sem autorização judicial,
Neste contexto devemos conhecer o conteúdo da para realizar apreensão de livros, documentos e equi-
Súmula 654, do STF, a qual prevê que “A garantia da ir- pamentos necessários à lavratura de auto de infração e
retroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da CF, imposição de multa.
não é invocável pela entidade estatal que a tenha edita- III. da autoridade policial em residência familiar, de
do”. A súmula expressa o entendimento segundo o qual noite, sem o consentimento do responsável e sem auto-
o ente estatal que editou a lei que preveja sua aplicação rização judicial, para realizar prisão em flagrante delito.
retroativa, não pode alegar a proteção do artigo 5º, inciso IV. de Oficial de Justiça em residência familiar, de
XXXVI, da CF para se recusar a cumpri-la, o que seria um noite, sem o consentimento do morador, munido de auto-
contrassenso. rização judicial para a realização de penhora e avaliação
Ainda, é conhecido o entendimento do STF no sen- de bens.
tido de que não há, de parte do servidor público, direito
adquirido a regime jurídico, o que implica na possibilida- Está correto o que consta APENAS em
de, por exemplo, de mudança dos critérios para a conces- a) I, II e III.
são de um adicional ou gratificação, sem que isso repre- b) I, II e IV.

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c) I e III. Ainda, alguns daqueles direitos mencionados no
d) II e IV. artigo 7º são extensíveis aos servidores públicos, por for-
e) III e IV. ça do artigo 39, parágrafo 3º, da CF.

9 (FCC) Em relação ao direito de propriedade, a


Constituição Federal em seu art. 5°, Exercício
a) proscreveu o uso da propriedade particular pelo comentado
Poder Público de modo absoluto.
b) limita a função social da propriedade à pequena (FCC) A exigência, pela sociedade, dos chamados
propriedade rural, impedindo sua desapropriação. direitos sociais teve como marco a Revolução Indus-
c) ao assegurar o direito de propriedade impede trial no século XIX; tais direitos passaram a figurar nas
que o Poder Executivo Municipal desaproprie a proprie- constituições pela primeira vez no início do Século XX.
dade privada que cumpre sua função social. No Brasil, mais especificamente no termos do artigo 6º da
d) não aplica o conceito de propriedade a outra que Constituição Federal, é direito social

Capítulo 03 - Dos Direitos Sociais


não seja a propriedade de bens imóveis, os únicos que de-
vem atender à sua função social. a) a inadmissibilidade de obtenção de provas ilíci-
e) assegura simultaneamente o direito à proprie- tas no processo.
b) a proteção à maternidade e à infância.
dade e que esta cumprirá sua função social.
CERTO. Conforme o artigo 6º, da CF.
c) a garantia do direito à herança.
GABARITO d) o direito autoral pelo tempo que a lei fixar.
1 2 3 4 5 e) a garantia ao direito à propriedade.

Certo Errado Errado Errado Errado Seguro-desemprego


6 7 8 9
Dentre os inúmeros direitos mencionados no arti-
Certo Errado C E
go 7º, da CF ressaltemos, inicialmente, aquele do inciso II,
  o qual garante seguro-desemprego, em caso de desem-
prego involuntário.
3. DOS DIREITOS SOCIAIS O seguro desemprego é um benefício previdenciá-
Nos artigos 6º a 11, do Capítulo II, do Título II, da
rio, destinado a cobrir o risco social desemprego involun- 93
tário (art. 201, inciso III, da CF).
Constituição Federal (CF) encontraremos os direitos so- Apesar de ser benefício previdenciário, não é o
ciais, os quais são, em conhecida classificação, direitos de

Direito Constitucional
INSS que o administra, mas o Ministério do Trabalho e
segunda dimensão ou geração. Emprego (MTE).
Os direitos de segunda dimensão ou geração são
direitos que se caracterizam por serem positivos, ou seja,
por exigir do Estado um comportamento ativo na sua re- Salário Mínimo
alização.
O artigo 6º, da Constituição Federal relacionada 11 O artigo 7º, inciso IV, da CF garante o salário mí-
(onze) direitos sociais fundamentais: a educação, a saú- nimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
de, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o atender as necessidades vitais básicas do trabalhador e
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à ma- às de sua família com moradia, alimentação, educação,
ternidade e à infância e a assistência aos desamparados. saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
O direito social ao transporte foi inserido pela Emenda social, com reajustes periódicos que lhe preservem o po-
Constitucional n. 90, de 15 de setembro de 2015. der aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qual-
Nos demais artigos do Capítulo, no entanto, a quer fim.
Constituição Federal vai tratar de disciplinar apenas os Como está ali disposto, o salário mínimo é nacio-
direitos sociais que incidem nas relações de trabalho. nal. Aquilo que alguns conhecem como “salário mínimo
Aqueles direitos sociais, como direitos das pessoas, fora regional” nada mais é do que o piso salarial profissional,
das relações de trabalho serão disciplinados em outros previsto no inciso V, do artigo 7º, da CF e que é fixado pelos
dispositivos da Constituição Federal, em especial no Tí- Estados e Distrito Federal, por força da Lei Complementar
tulo VIII, da Ordem Social. n. 103, de 2000.
A proibição de utilização do salário mínimo como
indexador, como base-de-cálculo, visa evitar o “efeito
DIREITOS DOS TRABALHADORES cascata” que o aumento do seu valor provocaria na eco-
nomia. Neste sentido, a Súmula Vinculante n. 4, do STF:
No artigo 7º, da CF estão relacionados diversos di- “Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mí-
reitos sociais dos trabalhadores, empregados urbanos nimo não pode ser usado como indexador de base de cál-
e rurais. O rol daqueles direitos é exemplificativo, o que culo de vantagem de servidor público ou de empregado,
significa que outros podem vir a ser criados. nem ser substituído por decisão judicial”.
Aqueles direitos devem ser observados, inicial- Ainda, devemos conhecer o conteúdo da Súmula
mente, na relação de emprego. Contudo, por força do inci- Vinculante n. 16, do STF, a qual dispõe: “Os artigos 7º, IV,
so XXXIV, do artigo 7º, da CF, também o trabalhador avul- e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-
so goza dos mesmos.
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-se ao total da remuneração percebida pelo servidor pú- a) cinco anos, até o limite de três anos após a extin-
blico”. ção do contrato de trabalho.
b) três anos independentemente da extinção do
Salário-família contrato de trabalho.
c) três anos, até o limite de dois anos após a extin-
O artigo 7º, inciso XII, da CF assegura o salário-fa- ção do contrato de trabalho.
mília, pago em razão do dependente do trabalhador de d) cinco anos, até o limite de dois anos após a ex-
baixa renda nos termos da lei. tinção do contrato de trabalho.
O salário-família é um benefício previdenciário CERTO. Conforme o artigo 7º, inciso XXIX, da CF.
que cobre o risco social encargos de família. e) dez anos, até o limite de três anos após a extin-
Tem direito a ele, segundo a Lei n. 8.213, de 1991, os ção do contrato de trabalho.
segurados empregado, empregado doméstico e traba-
lhador avulso, de baixa renda e que tenham filho ou equi- Direitos dos trabalhadores domésticos
parado de até 14 (quatorze) anos de idade, ou inválido, de
Capítulo 03 - Dos Direitos Sociais

qualquer idade. No artigo 7º, da CF estão relacionados diversos di-


reitos sociais dos trabalhadores, empregados urbanos e
Licença gestante rurais. No parágrafo único, do artigo, alguns dos direitos
ali previstos – não todos - são estendidos aos emprega-
A licença gestante ou licença maternidade é asse- dos domésticos.
gurada, segundo o artigo 7º, inciso XVIII, da CF, sem pre- Considera-se empregado doméstico, todo aquele
juízo do emprego e do salário, com a duração de 120 (cento trabalhador que presta serviços de natureza contínua e
e vinte) dias. de finalidade não lucrativa, à pessoa ou à família, no âm-
Não podemos confundir a licença maternidade bito residencial destas e mediante remuneração (art. 1º,
(direito de índole trabalhista), aqui tratada, com o salário da Lei n. 5.859 de 1972).
maternidade, que é benefício previdenciário. Conforme prevê o dispositivo, sensivelmente al-
Por isso, a prorrogação de 60 (sessenta) dias na li- terado pela Emenda Constitucional n. 72, de 2013, são as-
cença maternidade, promovida pelo Programa “Empresa segurados à categoria dos trabalhadores domésticos os
Cidadã”, criado pela Lei n. 11.770, de 2008, não se estende direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV,
ao salário-maternidade. A empresa que aderir ao pro- XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV, XXVI, XXX, XXXI
grama paga aquela prorrogação e deduz o valor corres- e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei
94 pondente do imposto de renda devido, sem qualquer ônus e observada a simplificação do cumprimento das obriga-
para a Previdência Social. ções tributárias, principais e acessórias, decorrentes da
relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos
Direito Constitucional

Direito de ação nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua
integração à previdência social.
No inciso XXIX, do artigo 7º, da CF está assegura- Como se pode ver, dependem de regulamentação
do o direito de ação, quanto aos créditos resultantes das por norma infraconstitucional, para que possam produ-
relações de trabalho, com prazo prescricional de 5 (cinco) zir efeitos, os direitos previstos nos incisos I (relação de
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem
de 2 (dois) anos após a extinção do contrato de trabalho. justa causa), II (seguro-desemprego), III (fundo de garan-
Segundo o dispositivo, o trabalhador tem direito de tia do tempo de serviço), IX (remuneração do trabalho
buscar na justiça o cumprimento de seus direitos viola- noturno superior à do diurno), XII (salário-família), XXV
dos pelo empregador. Esse direito não é, contudo, eterno. (assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o
Assim, a partir do momento em que o direito tra- nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-
balhista é violado, nasce para o trabalhador o direito de -escolas) e XXVIII (seguro contra acidentes de trabalho).
buscar a justiça, até o prazo máximo de 5 (cinco) anos. A regulamentação exigida pelo dispositivo, para o
Mas, quando o contrato de trabalho finda, começa a ser exercício daqueles direitos foi, em grande parte, promo-
contado outro prazo, em paralelo, de 2 (dois) anos que, vida pela Lei Complementar n. 150, de 1o de junho de 2015.
quando completo, fulmina todo e qualquer direito do tra-
balhador, decorrente daquela relação de trabalho. LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO PROFISSIO-
NAL E SINDICAL
Exercício
No artigo 8º, caput, da CF estão assegurados dois
comentado direitos de feição coletiva, ou seja, a liberdade de asso-
ciação profissional e a liberdade de associação sindical.
(FCC) Priscila trabalha como empregada domés- Contudo, os incisos do artigo vão tratar de discipli-
tica na residência de Paula na cidade de Goiânia desde o nar apenas o direito à associação sindical, prevendo, ini-
ano de 2009. A empregadora deixou de pagar, no último cialmente que a lei não poderá exigir autorização do Es-
ano de 2012, verbas decorrentes de férias. Neste caso, nos tado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro
termos preconizados pela Constituição Federal de 1988, no órgão competente, vedadas ao Poder Público a inter-
Priscila terá ação, quanto aos créditos resultantes da sua ferência e a intervenção na organização sindical (inciso
relação de trabalho, com prazo prescricional de I).
O órgão competente para o registro do sindicato é o
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Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a quem incum- de 1989.
be velar, especialmente, pelo princípio da unicidade sin-
dical (Súmula 677, do STF), previsto no inciso II, onde está
dito que é vedada a criação de mais de uma organização
DIREITO POLÍTICO POSITIVO
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria O artigo 10, da CF assegura um direito político po-
profissional ou econômica, na mesma base territorial, sitivo, de participação dos trabalhadores e empregadores
que será definida pelos trabalhadores ou empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interes-
interessados, não podendo ser inferior à área de um Mu- ses profissionais ou previdenciários sejam objeto de dis-
nicípio. cussão e deliberação.
No inciso III, do artigo, a CF diz que ao sindicato
cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou indi-
viduais da categoria, inclusive em questões judiciais ou REPRESENTANTE DOS EMPREGADOS
administrativas. Aqui está autorizada a atuação do sin-
dicato como substituto processual, situação distinta da Conforme o artigo 11, da CF, nas empresas de mais

Capítulo 03 - Dos Direitos Sociais


representação processual prevista no artigo 5º, inciso de 200 (duzentos) empregados é assegurada a eleição de
XXI, da CF. um representante destes com a finalidade exclusiva de
Conforme o inciso IV, a assembleia geral fixará a promover-lhes o entendimento direto com os emprega-
contribuição que, em se tratando de categoria profissio- dores.
nal, será descontada em folha, para custeio do sistema Este representante não fala em nome do sindica-
confederativo da representação sindical respectiva, in- to da categoria e, também, não possui qualquer garantia
dependentemente da contribuição prevista em lei. provisória de emprego.
A contribuição fixada em assembleia da categoria,
destinada ao custeio do sistema confederativo só é exi- Exercício
gível dos filiados ao sindicato, conforme entendimento
contido na Súmula 666, do STF. À exceção da contribui-
comentado
ção sindical, prevista no artigo 579, da CLT – a qual é uma
(CESPE) No que se refere aos direitos sociais esta-
espécie tributária -, nenhuma outra contribuição criada
belecidos na CF, assinale a opção correta.
pelos sindicatos pode ser exigida de quem não é seu as-
sociado.
a) É garantida a criação de mais de uma organiza-
Ainda, estabelece o artigo 8º, da CF, que:
ção sindical, em qualquer grau, representativa de catego-
a) ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-
-se filiado a sindicato. Este é o direito à liberdade de asso-
ria profissional ou econômica, na mesma base territorial. 95
ciação individual negativo (inciso V); ERRADO. Conforme o artigo 8º, inciso II, da CF, é ve-
b) é obrigatória a participação dos sindicatos nas dada a criação de mais de uma organização sindical, em

Direito Constitucional
negociações coletivas de trabalho (inciso VI); qualquer grau, representativa de categoria profissional
c) o aposentado filiado tem direito a votar e ser vo- ou econômica, na mesma base territorial, que será defi-
tado nas organizações sindicais (inciso VII); nida pelos trabalhadores ou empregadores interessados,
d) é vedada a dispensa do empregado sindicalizado não podendo ser inferior à área de um Município.
a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até b) O aposentado filiado não terá direito a votar e ser
um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta votado nas organizações sindicais.
grave nos termos da lei (inciso VIII). ERRADO. Conforme o artigo 8º, inciso VII, da CF, o
aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
organizações sindicais.
Exercício
comentado c) O empregado doméstico tem direito ao seguro-
-desemprego, em caso de desemprego involuntário.
(CESPE) A criação de sindicatos independe de au-
CERTO. Conforme o artigo 7º, parágrafo único, da
torização estatal, ressalvado o registro no órgão compe-
CF.
tente, sendo vedado ao sindicato que represente a mesma
categoria profissional abranger a mesma base territorial
d) Só será obrigado a filiar-se ou a manter-se filia-
de outro.
do a sindicato o trabalhador que se enquadrar nas previ-
CERTO. Conforme o artigo 8º, incisos I e II, da CF. sões legais.
ERRADO. Conforme o artigo 8º, inciso V, da CF, nin-
DIREITO DE GREVE guém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a
sindicato.
No artigo 9º, da CF está assegurado o direito de gre-
ve aos trabalhadores que mantém vínculo de emprego. É e) Nas empresas com mais de cinquenta emprega-
um direito de manifestação coletiva. dos, é assegurada a eleição de um representante, com a
Conforme o artigo é assegurado o direito de greve, finalidade exclusiva de promover o entendimento direto
competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportuni- entre empregadores e empregados.
dade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por
ERRADO. Conforme o artigo 11, da CF, nas empresas
meio dele defender.
O exercício deste direito é regulado pela Lei n. 7.783, de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição

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de um representante destes com a finalidade exclusiva CONCEITO
de promover-lhes o entendimento direto com os empre-
gadores. No Título II, Capítulo III, artigos 12 e 13, a Constitui-
ção Federal (CF) vai tratar do direito fundamental à na-
cionalidade.
Questões A nacionalidade é um vínculo jurídico que liga uma
Gabaritadas pessoa a um Estado, fazendo da mesma um componente
do povo, atribuindo-lhe direitos e obrigações.
1 (CESPE) A realização de trabalho noturno, peri- A pessoa que não tenha uma nacionalidade é cha-
goso ou insalubre por menor de dezoito anos de idade é mada de apátrida ou heimatlos; aquele, contudo, que pos-
permitida desde que o empregador pague a esse traba- sui mais de uma nacionalidade é conhecido como polipá-
lhador adicional pecuniário. trida.
Por conta da disciplina constitucional, o povo bra-
2 (FCC) De acordo com a Constituição Federal, NÃO sileiro é composto de duas espécies de nacionais, os na-
constitui direito fundamental social: tos (nacionalidade primária ou originária) e os naturali-
Capítulo 04 - Da Nacionalidade

a) a educação. zados (nacionalidade secundária ou derivada).


b) o trabalho.
c) a moradia. BRASILEIROS NATOS
d) a crítica.
e) a saúde. Nos termos do artigo 12, inciso I, da CF são conside-
rados brasileiros natos:
3 (FCC) No tocante aos Direitos Sociais, é INCORRE- a) os nascidos na República Federativa do Brasil,
TO afirmar que são direitos dos trabalhadores urbanos e ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não este-
rurais, jam a serviço de seu país;
a) a irredutibilidade do salário, salvo o disposto em b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou
convenção ou acordo coletivo. mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço
b) o piso salarial proporcional à extensão e à com- da República Federativa do Brasil;
plexidade do trabalho. c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou
c) a assistência gratuita aos filhos e dependentes de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repar-
desde o nascimento até os 10 anos de idade em creches e tição brasileira competente ou venham a residir na Re-
96 pré-escolas. pública Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,
d) a jornada de 6 horas para o trabalho realizado depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade bra-
em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negocia- sileira.
Direito Constitucional

ção coletiva.
e) a proteção em face da automação, na forma da DICA: Até a Emenda Constitucional n. 54, de
lei. 2007, que alterou o dispositivo, a Constituição
exigia que a pessoa viesse a residir no País an-
4 (FCC) A Constituição brasileira de 1988 assegura tes da maioridade e, alcançada esta, optasse
à categoria dos trabalhadores domésticos o direito, den- pela nacionalidade brasileira.
tre outros, a
a) piso salarial proporcional à extensão e à com- A Constituição Federal se vale, no artigo 12, inciso
plexidade do trabalho. I, de dois critérios para a concessão na nacionalidade ori-
b) remuneração do serviço extraordinário supe- ginária, o territorial ou jus soli e o consanguíneo, ou jus
rior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal. sanguinis.
c) participação nos lucros ou resultados, desvincu-
lada da remuneração, e, excepcionalmente, participação
na gestão da empresa, conforme definido em lei. BRASILEIROS NATURALIZADOS
d) jornada de seis horas para o trabalho realizado
em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negocia- Conforme o artigo 12, inciso II, da CF são considera-
ção coletiva. dos brasileiros naturalizados:
e) proteção em face da automação, na forma da lei. a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalida-
  de brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
GABARITO idoneidade moral. A lei de que fala o dispositivo é o Es-
1 2 3 4 tatuto do Estrangeiro (Lei n. 6.815, de 1980). Ainda, estas
hipóteses de naturalização são conhecidas como ordiná-
Errado D C B rias, uma vez que, mesmo que o estrangeiro cumpra to-
dos os requisitos, o Brasil pode negar-lhe a naturalização,
dado se tratar de um ato de soberania estatal e, portanto,
discricionário;
4. DA NACIONALIDADE b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, re-
sidentes na República Federativa do Brasil há mais de
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, des-
de que requeiram a nacionalidade brasileira. Neste caso,
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uma vez requerida a naturalização, o Estado brasileiro deral, da carreira diplomática, de oficial das Forças Ar-
não pode se recusar a concedê-la. Por isso esta hipótese madas e de Ministro de Estado da Defesa.
é chamada de naturalização extraordinária. Segundo o artigo 5º, inciso LI, da CF, nenhum bra-
sileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
Exercícios comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpe-
comentados centes e drogas afins, na forma da lei.
Ainda, podem participar do Conselho da República,
(CESPE) O filho do embaixador da China no Brasil, segundo o artigo 89, inciso VII, da CF, seis cidadãos bra-
caso nasça em território nacional, é considerado brasi- sileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade,
leiro nato. sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois
ERRADO. Conforme o artigo 12, inciso I, alínea “a”, eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara
da CF, neste caso ele não adquire a nacionalidade brasi- dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada
leira. a recondução.
(FCC) Salomé nasceu em Portugal quando sua Por fim, conforme o artigo 222, da CF, a proprieda-

Capítulo 04 - Da Nacionalidade
mãe, brasileira, cursava doutorado na Universidade de de de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de
Coimbra. O pai de Salomé é português. Quanto à sua na- sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou natu-
cionalidade, Salomé ralizados há mais de dez anos.

a) jamais poderá adquirir a nacionalidade brasilei- PERDA DA NACIONALIDADE


ra.
b) adquirirá a nacionalidade brasileira desde que A Constituição Federal também vai tratar das hi-
venha a residir no Brasil antes de completar 18 anos. póteses em que, tanto um nato, quanto um naturalizado
c) poderá ser brasileira naturalizada, jamais nata. podem perder a nacionalidade brasileira.
d) somente poderia adquirir a nacionalidade brasi- Segundo o artigo 12, parágrafo 4º, da CF, será decla-
leira se sua mãe estivesse a serviço do Brasil, na época do rada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
seu nascimento. a) tiver cancelada sua naturalização, por sentença
e) poderá optar pela nacionalidade brasileira, em judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse na-
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, se vier cional;
a residir no Brasil. b) adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos de
CERTO. Conforme o artigo 12, inciso I, alínea “c”, da reconhecimento de nacionalidade originária pela lei es- 97
CF. trangeira ou de imposição de naturalização, pela norma
estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangei-
ro, como condição para permanência em seu território ou

Direito Constitucional
“QUASE” NACIONALIDADE para o exercício de direitos civis.

Dispõe o artigo 12, parágrafo 1º, da CF que, aos por- IDIOMA OFICIAL E SÍMBOLOS DA REPÚ-
tugueses com residência permanente no País, se houver BLICA
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos No artigo 13, da CF encontramos disposições não
na própria Constituição. relacionadas diretamente ao direito fundamental à na-
Naquele parágrafo está prevista uma hipótese, cionalidade, mas que, ainda assim, precisamos conhecer.
chamada pela jurisprudência e pela doutrina, de “quase Segundo o artigo, a língua portuguesa é o idioma
nacionalidade”, quando, mesmo sem adquirir a nacio- oficial da República Federativa do Brasil.
nalidade brasileira, ao português, que assim o requerer, Ainda, são símbolos da República Federativa do
ser-lhe-ão reconhecidos os mesmos direitos de que goza Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. Os
um brasileiro naturalizado. Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter,
contudo, símbolos próprios.
DIFERENÇAS ENTRE BRASILEIROS
Em regra, nos termos do artigo 12, parágrafo 2º, da
Exercício
CF, a lei não poderá estabelecer distinção entre brasilei- comentado
ros natos e naturalizados no que diz com o gozo, a titu-
laridade de direitos, salvo nos casos previstos na própria (CESPE) Em relação aos direitos de nacionalidade,
Carta Magna. assinale a opção correta considerando o disposto na CF.
Na Constituição Federal vamos encontrar quatro a) Considera-se brasileiro naturalizado o nascido
distinções autorizadas entre brasileiros natos e natura- no estrangeiro, de pai brasileiro e mãe estrangeira, se o
lizados. pai estiver a serviço da República Federativa do Brasil.
A primeira se encontra no próprio artigo 12, em seu ERRADO. Será brasileiro nato, conforme o artigo 12,
parágrafo 3º, que diz serem privativos de brasileiro nato, inciso I, alínea “b”, da CF.
os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República,
de Presidente da Câmara dos Deputados, de Presidente b) O Distrito Federal e os municípios poderão ter
do Senado Federal, de Ministro do Supremo Tribunal Fe- símbolos próprios.

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CERTO. Conforme o artigo 13, parágrafo 2º, da CF. 5. DOS DIREITOS POLÍTICOS
c) Aos portugueses com residência permanente CONCEITO
No Título II, Capítulo IV, artigos 14 a 16, da Consti-
no país, serão atribuídos os direitos inerentes a brasileiro
tuição Federal (CF) vamos encontrar um grupo de direitos
nato.
fundamentais que asseguram a participação das pesso-
ERRADO. Conforme dispõe o parágrafo 1º, do artigo as na vida e nos negócios do Estado, os direitos políticos.
12, da CF: “Aos portugueses com residência permanente Os direitos políticos expressam a forma de mani-
no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, festação da soberania popular (art. 1º, parágrafo único, da
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo CF).
os casos previstos nesta Constituição”. No mesmo Título II, Capítulo V, artigo 17, da CF está
d) Será declarada a perda da nacionalidade do bra- prevista a disciplina básica da instituição e atuação dos
sileiro que cometer crime contra a vida do presidente da Partidos Políticos.
República. Os direitos políticos são adquiridos com o alista-
Capítulo 05 - Dos Direitos Políticos

ERRADO. A CF não faz tal previsão. mento eleitoral. O brasileiro no gozo dos direitos políticos
e) É privativo de brasileiro nato o cargo de juiz de possui o status de cidadão.
direito. No texto constitucional são relacionados duas es-
ERRADO. A CF não faz tal previsão. pécies de direitos políticos. Os direitos políticos positi-
vos são aqueles que asseguram previsões jurídicas que
permitem a efetiva participação do cidadão no processo
Questões político, na gestão da coisa pública, do Estado. Já os direi-
Gabaritadas tos políticos negativos são previsões que impedem, jus-
tamente, a participação de certas pessoas no processo
1 (CESPE) A Constituição Federal determina que o político e na gestão do Estado.
brasileiro nato nunca será extraditado e que o brasilei-
ro naturalizado somente será extraditado no caso de ter DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS
praticado crime comum antes da naturalização.
São inúmeras as expressões constitucionais dos
2 (CESPE) São brasileiros natos os nascidos no es- direitos políticos positivos, dentre as quais destacamos
trangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira que esteja o direito de sufrágio, que pode ser ativo (direito de votar,
no exterior a serviço do Brasil ou de organização inter- capacidade eleitoral ativa) e passivo (direito de ser vota-
98 nacional. do, capacidade eleitoral passiva).
O direito de sufrágio ativo, de votar, segundo o ar-
3 (FCC) Salomé nasceu em Portugal quando sua tigo 14, parágrafos 1º e 2º, da CF:
Direito Constitucional

mãe, brasileira, cursava doutorado na Universidade de a) é obrigatório aos maiores de 18 (dezoito) anos;
Coimbra. O pai de Salomé é português. Quanto à sua na- b) é facultativo aos analfabetos, aos maiores de 70
cionalidade, Salomé (setenta) anos e aos maiores de 16 (dezesseis) e menores
de 18 (dezoito) anos;
a) jamais poderá adquirir a nacionalidade brasilei- c) é proibido aos estrangeiros e, durante o período
ra. do serviço militar obrigatório, aos conscritos.
b) adquirirá a nacionalidade brasileira desde que Já o exercício do direito de sufrágio passivo, de ser
venha a residir no Brasil antes de completar 18 anos. votado, depende do preenchimento cumulativo das se-
c) poderá ser brasileira naturalizada, jamais nata. guintes condições de elegibilidade (art. 14, parágrafo 3º,
d) somente poderia adquirir a nacionalidade brasi- da CF):
leira se sua mãe estivesse a serviço do Brasil, na época do a) a nacionalidade brasileira,
seu nascimento. b) o pleno exercício dos direitos políticos,
e) poderá optar pela nacionalidade brasileira, em c) o alistamento eleitoral,
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, se vier d) o domicílio eleitoral na circunscrição,
a residir no Brasil. e) a filiação partidária e,
f) a idade mínima de 35 (trinta e cinco) anos para
4 (FCC) São cargos privativos de brasileiros natos, Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; 30
EXCETO (trinta) anos para Governador e Vice-Governador de Es-
tado e do Distrito Federal; 21 (vinte e um) anos para Depu-
a) Presidência da República. tado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vi-
b) Presidência da Câmara dos Deputados. ce-Prefeito e juiz de paz e 18 (dezoito) anos para Vereador.
c) Presidência do Senado Federal.
d) Ministro do Tribunal Superior do Trabalho.
e) Ministro de Estado da Defesa.  Exercício
comentado
GABARITO (FCC) As idades mínimas de I - vinte e um, II - trin-
1 2 3 4 ta, e III - trinta e cinco anos são condições de elegibilida-
de, respectivamente, para
Errado Errado Certo D

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a) I -Prefeito/ II - Governador de Estado / III - Pre- prestação alternativa, nos termos do artigo 5º, inciso VIII,
sidente da República da CF;
CERTO. Conforme o artigo 14, parágrafo 3º, da CF. e) improbidade administrativa, nos termos do arti-
b) I -Prefeito / II - Deputado Federal / III - Presiden- go 37, parágrafo 4º, da CF.
te da República As hipóteses de perda e suspensão afastam o
c) I -Vereador / II- Deputado Federal/ III - Gover- exercício do direito de sufrágio ativo (votar) e, também,
nador de Estado passivo (ser votado).
d) I - Deputado Estadual/ II - Prefeito/ III - Gover-
nador de Estado Exercício
e) I - Deputado Estadual/ II -Prefeito / III - Senador
comentado
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS (CESPE) Assinale a opção em que é apresentada hi-

Capítulo 05 - Dos Direitos Políticos


pótese passível de perda ou suspensão de direitos políti-
Os direitos políticos negativos são disposições que cos, segundo a CF.
vão impedir a participação política e se constituem em
inelegibilidades e hipóteses de perda ou suspensão dos a) cancelamento da naturalização por sentença
direitos políticos. transitada em julgado
No artigo 14, da CF encontramos algumas hipóte-
CERTO. Conforme o artigo 15, da CF.
ses de inelegibilidades – as quais afastam o exercício do
b) aplicação de pena disciplinar de demissão a bem
direito de sufrágio passivo, de ser votado:
do serviço público ao servidor público estável
a) “São inelegíveis os inalistáveis e os analfabe-
c) incapacidade civil relativa
tos” (parágrafo 4º). Lembremos que, segundo o artigo 14,
d) comprovação de que o cidadão não é alfabetiza-
parágrafo 2º, da CF são inalistáveis os estrangeiros e os
do
conscritos;
e) mudança de domicílio para o exterior
b) “O Presidente da República, os Governadores de
Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os hou-
ver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos po- CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE DO MILI-
derão ser reeleitos para um único período subsequente” TAR
(parágrafo 5º);
c) “Para concorrerem a outros cargos, o Presiden- Conforme o parágrafo 8º, do artigo 14, da CF, o mili-
te da República, os Governadores de Estado e do Distrito tar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: 99
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos a) se contar menos de 10 (dez) anos de serviço de-
mandatos até seis meses antes do pleito” (parágrafo 6º). verá afastar-se da atividade;

Direito Constitucional
Esta hipótese é chamada de “desincompatibilização”; b) se contar mais de 10 (dez) anos de serviço será
d) “São inelegíveis, no território de jurisdição do ti- agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
tular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até automaticamente, no ato da diplomação, para a inativi-
o segundo grau ou por adoção, do Presidente da Repúbli- dade.
ca, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Fe-
deral, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO
dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de
mandato eletivo e candidato à reeleição” (parágrafo 7º). ELETIVO
A respeito desta inelegibilidade, dispõe o Supremo
Tribunal Federal (STF), na Súmula Vinculante n. 18, que “A A Constituição Federal prevê, em seu artigo 14, pa-
dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso rágrafos 10 e 11, uma ação específica que visa impugnar o
do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º, mandato eletivo recém conquistado.
do artigo 14, da Constituição Federal”. Conforme está disposto, o mandato eletivo pode-
Além das hipóteses acima mencionadas, segundo rá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de 15
o parágrafo 9º, do artigo 14, da CF, Lei complementar es- (quinze) dias contados da diplomação, instruída a ação
tabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
sua cessação, a fim de proteger a probidade administrati- fraude.
va, a moralidade para exercício de mandato considerada A ação de impugnação de mandato tramitará em
vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimi- segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei,
dade das eleições contra a influência do poder econômico se temerária ou de manifesta má-fé.
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI
O artigo 15, da CF prevê que é vedada a cassação de ELEITORAL
direitos políticos – ou seja, sua retirada arbitrária -, cuja
perda ou suspensão só se dará nos casos de: O artigo 16, da CF encerra o princípio da anteriori-
a) cancelamento da naturalização por sentença dade da lei eleitoral, o qual visa garantir segurança, esta-
transitada em julgado; bilidade ao processo eleitoral.
b) incapacidade civil absoluta; Assim, conforme dispõe o artigo, a lei que alterar o
c) condenação criminal transitada em julgado, en- processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publi-
quanto durarem seus efeitos; cação, não se aplicando, contudo, à eleição que ocorra até
d) recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
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1 (um) ano da data de sua vigência. objetivo de assegurar o direito à liberdade de locomoção
(art. 5º, inciso XV, da CF), ameaçado (preventivo) ou já le-
sionado (repressivo), por um ato ilegal ou praticado com
Questões abuso de poder.
Gabaritadas Na ação de habeas corpus vamos identificar três
figuras processuais: o impetrante, o impetrado e o pa-
1 (CESPE) Os direitos políticos são titularizados e ciente.
livremente exercidos por todos os brasileiros e garantem O impetrante é o autor da ação, podendo ser pes-
a participação na vida política e a influência nas decisões soa física ou jurídica (desde que em favor de uma pessoa
públicas. física), nacional ou estrangeira, com ou sem capacidade
Resposta: ERRADO civil ou processual. Não há a necessidade de constituir
Capítulo 06 - Garantias Constitucionais

advogado para a demanda, como se pode ver do artigo 1º,


2 (CESPE) A norma constitucional que consagra o parágrafo 1º, da Lei n. 8.906, de 1994.
princípio da anterioridade eleitoral não pode ser abolida O impetrado é o réu da ação, aquele que está ame-
por tratar-se de uma garantia individual fundamental do açando ou violando a liberdade de locomoção de alguém.
cidadão-eleitor. Pode figurar como réu tanto um agente estatal, quanto
Resposta: CERTO um particular.
O paciente é a vítima da ameaça ou lesão à liberda-
3 (CESPE) Suponha que José, casado com Míriam e de de locomoção. Só uma pessoa física pode ser titular do
prefeito de um município brasileiro, venha a falecer dois direito à liberdade de locomoção e, portanto, paciente em
anos após ter sido eleito. Nessa situação, Míriam pode se um habeas corpus.
candidatar e se eleger ao cargo antes ocupado por seu Segundo o artigo 5º, inciso LXXVII, da CF, a ação de
marido nas eleições seguintes ao falecimento. habeas corpus é gratuita, não há custas ou emolumentos.
O artigo 142, parágrafo 2º, da CF dispõe, no entanto,
Resposta: CERTO que não cabe habeas corpus em relação a punições disci-
plinares militares. O STF, interpretando a norma diz, con-
4 (CESPE) O analfabeto, embora inelegível, possui tudo, que cabe a medida se a mesma se volta, tão somen-
a faculdade de alistar-se e de votar. te, para os pressupostos de legalidade da punição, sem a
Resposta: CERTO apreciação de questões referentes ao mérito.

100 GABARITO Exercício


1 2 3 4 comentado
Direito Constitucional

Errado Certo Certo Certo (CESPE) Um estrangeiro residente no Brasil, após ir


ao jogo da final da Copa do Mundo de 2014, foi preso pela
  polícia, durante uma briga, na saída do estádio. Nessa si-
6. GARANTIAS CONSTITUCIONAIS tuação, independentemente da intervenção de qualquer
autoridade consular de seu país, o estrangeiro poderá
CONCEITO impetrar diretamente um pedido de habeas corpus.
CERTO. Sim, o HC pode ser impetrado também por
O Título II, da Constituição Federal (CF) traz direitos estrangeiros.
e garantias fundamentais. São previsões jurídicas dis-
tintas, que não podem ser confundidas. HABEAS DATA
Os direitos fundamentais representam os bens, os
valores que são socialmente relevantes e que precisam Dispõe o artigo 5º, inciso LXXII, da CF que se conce-
ser protegidos (p. ex.: a liberdade de locomoção, a vida, a derá habeas data (a) para assegurar o conhecimento de
propriedade). informações relativas à pessoa do impetrante, constan-
As garantias fundamentais, por sua vez, possuem tes de registros ou bancos de dados de entidades gover-
natureza instrumental, são mecanismos que visam a namentais ou de caráter público ou, (b) para a retificação
proteção e efetividade dos direitos fundamentais (p. ex.: (correção) de dados, quando não se prefira fazê-lo por
mandado de segurança, habeas corpus, habeas data). processo sigiloso, judicial ou administrativo.
Na sequência estudaremos algumas das garantias O habeas data é a ação judicial destinada a assegu-
fundamentais, os chamados “remédios” constitucionais, rar o conhecimento ou retificação de informações pesso-
presentes no artigo 5º, da Constituição Federal. ais, informações que pertencem ao autor da ação. Garan-
te o direito à liberdade de acesso a informações pessoais.
HABEAS CORPUS Não cabe habeas data para o conhecimento de informa-
ções de terceiros ou de interesse coletivo.
Conforme dispõe o artigo 5º, inciso LXVII, da CF, Segundo o artigo 1º, parágrafo único, da Lei n. 9.507,
“conceder-se-á ‘habeas-corpus’ sempre que alguém so- de 1997, considera-se de caráter público todo registro ou
frer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação banco de dados contendo informações que sejam ou que
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de
de poder”. uso privativo do órgão ou entidade produtora ou deposi-
O habeas corpus é a ação judicial proposta com o tária das informações. O réu na ação pode ser, assim, uma
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entidade pública ou privada. Exercício
O autor da ação pode ser pessoa física ou jurídica,
desde que relativamente a informações que lhes digam comentado
respeito.
Para a propositura da ação é necessária a recusa (FCC) O sindicato de determinada categoria de em-
(expressa ou tácita) de informações por aquele que a de- pregados, constituído em janeiro de 2013, pretende impe-
tém, conforme dispõe a Súmula 2, do Superior Tribunal trar mandado de segurança em favor dos direitos de par-
de Justiça (STJ) e artigo 8º, parágrafo único, inciso I, da Lei te de seus associados. No estatuto da entidade, consta a
n. 9.507, de 1997. previsão de que cabe ao sindicato atuar em juízo para a
Segundo o artigo 5º, inciso LXXVII, da CF, a ação de defesa dos interesses de seus associados e, por esse mo-
habeas data também é gratuita. tivo, o sindicato não pretende obter autorização especí-

Capítulo 06 - Garantias Constitucionais


fica deles para o ajuizamento da ação. Ademais, a defesa
do direito que será sustentado está dentre os objetivos do
MANDADO DE SEGURANÇA sindicato e não prejudicará os interesses de qualquer as-
sociado. Nessa situação, o sindicato,
Conforme o artigo 5º, inciso LXIX, da CF, o mandado
de segurança é concedido para proteger direito líquido e a) não poderá impetrar mandado de segurança,
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, uma vez que será necessária a autorização específica e
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder expressa dos associados, embora o mandado de segu-
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no rança pudesse ser impetrado em defesa de apenas uma
exercício de atribuições do Poder Público. parte deles.
O mandado de segurança é uma ação subsidiá- b) não poderá impetrar mandado de segurança,
ria, cabível para a proteção de qualquer direito líquido e uma vez que não pode defender apenas uma parte dos
certo (aquele que se pode comprovar de plano, ao propor associados, ainda que seja desnecessária a autorização
a ação) que não possa ser protegido pelo habeas corpus específica deles para que a ação seja proposta.
e pelo habeas data e que esteja ameaçado ou tenha sido c) não poderá impetrar mandado de segurança,
violado por ato ilegal ou com abuso de poder. uma vez que a entidade foi constituída há pouco mais de
O impetrado (réu), no mandado de segurança, so- um ano, não preenchendo o requisito temporal para que
mente pode ser uma autoridade pública ou agente de possa ingressar em juízo em defesa de seus associados.
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Pú- d) não poderá impetrar mandado de segurança,
blico. uma vez que apenas partido político com representação
O impetrante (autor) será a pessoa física ou jurídi- no Congresso Nacional e entidade de classe ou associa- 101
ca, titular do direito ameaçado ou lesionado. ção legalmente constituída e em funcionamento há pelo
O artigo 5º, inciso LXX, da CF disciplina o Mandado menos um ano têm legitimidade para propor mandado de
de Segurança Coletivo, o qual pode ser impetrado por (a)

Direito Constitucional
segurança coletivo.
partido político com representação no Congresso Nacio- e) poderá impetrar mandado de segurança, ainda
nal, (b) organização sindical, entidade de classe ou asso- que para a defesa dos direitos de parte dos associados e
ciação legalmente constituída e em funcionamento há mesmo sem deles obter autorização específica, não sen-
pelo menos um ano. do a data de constituição do sindicato um óbice ao ajuiza-
Diferente do mandado de segurança individual, o mento da ação.
mandado de segurança coletivo é ação proposta sempre
em defesa de interesses coletivos ou individuais homo- CERTO. Conforme o artigo 5º, inciso LXX, da CF e
gêneos, dos membros ou associados daquelas entidades, Súmula 630, do STF.
conforme prevê o artigo 21, da Lei n. 12.016, de 2009.
Os legitimados à propositura do mandado de se- MANDADO DE INJUNÇÃO
gurança coletivo atuam como substitutos processuais,
dispensando autorização expressa dos filiados ou asso- No contexto das ações, “remédios” constitucio-
ciados, como ocorre na representação processual (art. 5º, nais, o mandado de injunção será proposto sempre que a
inciso XXI, da CF). falta de norma regulamentadora torne inviável o exercí-
Ainda, conforme o entendimento expresso na Sú- cio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerro-
mula 630, do STF, “A entidade de classe tem legitimação gativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cida-
para o mandado de segurança ainda quando a pretensão dania (art. 5º, inciso LXXI, da CF).
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva Segundo a sua eficácia social, as normas constitu-
categoria”. cionais podem ser divididas em normas de eficácia plena,
contida e limitada.
DICA: As normas constitucionais de eficácia social limi-
Mandado de segurança ou habeas data? Quan- tada são aquelas que precisam de uma complementação
do o objetivo é conseguir apenas a informação, normativa para produzir efeitos, não bastando apenas a
propõe-se habeas data. Quando, no entanto, previsão constitucional. Sua aplicabilidade é, então, me-
precisarmos de um documento que ateste a veracidade diata, indireta ou diferida. Essa “complementação” nor-
da informação (declaração, certidão, etc.), propõe-se o mativa é feita, normalmente, por uma lei.
mandado de segurança. É, justamente, a demora injustificada dos poderes
públicos em editar tal norma, que justifica a propositura
do mandado de injunção, que pode ser individual ou co-
letivo.
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Se julgada procedente, a ação permite que o titular do cidadão deverá impetrar
do direito possa exercê-lo, imediatamente, valendo-se a) habeas corpus.
dos parâmetros estabelecidos na decisão e até que a nor- b) ação popular.
ma complementar seja editada. CERTO. Conforme o artigo 5o, inciso LXXIII, da CF.
Aqui é importante conhecermos a Súmula Vincu- c) mandado de segurança coletivo.
lante n. 33, do Supremo Tribunal Federal (STF), a qual foi d) habeas data.
aprovada após a propositura de inúmeros mandados de e) mandado de injunção.
injunção e visando, justamente, a redução do número de
ações: “Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as
regras do regime geral da previdência social sobre apo- DIREITO DE PETIÇÃO
sentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III
Capítulo 06 - Garantias Constitucionais

da Constituição Federal, até a edição de lei complementar Dentre as garantias fundamentais e para além das
específica”. ações constitucionais, vamos encontram um importante
mecanismo, o direito de petição, previsto no artigo 5º, in-
ciso XXXIV, alínea “a”, da CF, segundo o qual é assegura-
Exercício do a todos, independentemente do pagamento de taxas,
comentado o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
(CESPE) O mandado de injunção é impróprio para Por meio dele qualquer pessoa (física ou jurídica,
pleitear em juízo direito individual líquido e certo decor- nacional ou estrangeira) pode provocar os Poderes Pú-
rente de norma constitucional autoaplicável. blicos para, noticiando um fato, buscar a defesa de um
CERTO. Conforme o artigo 5º, inciso LXXI, da CF, a direito (individual ou coletivo), ameaçado ou lesionado,
propositura do MI somente se justifica diante de uma ilegalmente ou com abuso de poder.
norma constitucional não autoaplicável, ou seja, de uma O direito de petição não se confunde com o direito
norma de eficácia limitada. de ação (art. 5º, inciso XXXV, da CF), o qual permite buscar,
especificamente, o Estado Juiz, para resolver um conflito
de interesses.
AÇÃO POPULAR Não há uma forma pré-definida para o exercício do
direito que, segundo o dispositivo constitucional, é, tam-
Dispõe o artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição
bém, gratuito.
Federal, que “qualquer cidadão é parte legítima para
Neste sentido, a Súmula Vinculante n. 21, do STF
102 propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao pa-
dispõe que “É inconstitucional a exigência de depósito ou
trimônio público ou de entidade de que o Estado parti-
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibi-
cipe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
lidade de recurso administrativo”.
Direito Constitucional

ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo


comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência”. Exercício
A ação popular destina-se a proteção de direitos comentado
difusos, ou seja, o patrimônio público, a moralidade ad-
ministrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e (CESPE) Somente aos brasileiros e aos estrangei-
cultural. ros residentes no país é assegurado o direito de petição
Somente o cidadão pode propor a ação. Cidadão é o em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
brasileiro nato ou naturalizado que está no gozo de seus poder.
direitos políticos. O artigo 1º, parágrafo 3º, da Lei n. 4.717, de
ERRADO. A legitimidade para o exercício do direito
1965 dispõe, neste sentido, que a prova da cidadania, para
de petição é a mais ampla possível.
ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com
documento que a ele corresponda.
A propositura da ação popular é uma típica mani- Questões
festação dos direitos políticos positivos. Gabaritadas
Como dispõe o artigo 5º, inciso LXXIII, da Consti-
tuição Federal, salvo comprovada má-fé, a ação é isenta 1 (CESPE) O mandado de segurança coletivo pode
de custas judiciais e do ônus da sucumbência. ser impetrado por partido político que tenha representa-
ção no Congresso Nacional.
Exercício
2 (CESPE) A legitimidade para impetração de ha-
comentado beas corpus é universal, abrangendo a pessoa jurídica e
também aqueles que não possuem capacidade civil ple-
(CESPE) Ao constatar que o esgoto produzido em
na.
uma edificação que sediava um órgão da administração
pública era lançado diretamente no principal rio da cida-
3 (CESPE) O mandado de segurança coletivo impe-
de, um cidadão local, inconformado com tal situação de
trado por sindicato dispensa autorização prévia de sindi-
descaso com o meio ambiente, decidiu pleitear, pela via
calizados.
judicial, a obtenção de medida que protegesse o meio am-
biente da agressão constatada. Nessa situação hipotéti-
4 (CESPE) O direito de petição só se aplica ao judi-
ca, para requerer a medida protetiva pretendida, o referi-
ciário.
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Capítulo 07 -Da Organização do Estado: Da Administração Pública
GABARITO interesses públicos.

1 2 3 4 CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES PÚBLI-


Certo Certo Certo Errado CAS
No inciso I, do artigo 37, da CF está previsto que
7. DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: DA AD- os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
MINISTRAÇÃO PÚBLICA aos brasileiros que preencham os requisitos estabeleci-
dos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
CONCEITO Como se pode ver, têm acesso a cargos, empregos e fun-
ções públicas os brasileiros (natos e naturalizados) e os
No Título III (“Da Organização do Estado”), no Capí- estrangeiros; estes, no entanto, na forma disciplinada em
tulo VII, artigos 37 a 43, a Constituição Federal (CF) dispõe lei.
sobre a Administração Pública, ou seja, ali encontramos A investidura em cargo ou emprego público – não
o conjunto de normas que disciplinam o exercício das se menciona, aqui, a função pública - depende de aprova-
funções administrativas públicas e organizam os entes, ção prévia em concurso público de provas ou de provas
órgãos e agentes públicos encarregados de sua execu- e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do
ção. cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas
Na Seção I, daquele Capítulo, artigos 37 e 38, en- as nomeações para cargo em comissão declarado em lei
contramos “Disposições Gerais” acerca da Administra- de livre nomeação e exoneração (art. 37, inciso II, da CF).
ção Pública. Referidas disposições (regras e princípios) No inciso VIII, o artigo 37, da CF prevê uma medida
devem ser observadas por toda a administração públi- de ação afirmativa (“discriminação positiva”), dispondo
ca direta e indireta, de qualquer dos Poderes da União, que a lei (de cada ente federativo) reservará percentual
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 37, dos cargos e empregos públicos para as pessoas portado-
caput, da CF). ras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
O acesso aos cargos em comissão e às funções de
confiança independe da aprovação em concurso público
PRINCÍPIOS específico. Segundo o inciso V, do artigo 37, da CF, as fun-
ções de confiança, exercidas exclusivamente por servi-
No artigo 37, caput, da CF nos deparamos com cinco dores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comis-
princípios explícitos ou expressos, de observância obri- são, a serem preenchidos por servidores de carreira nos 103
gatória, para toda a administração pública: casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei,
a) princípio da legalidade: o administrador público destinam-se apenas às funções de direção, chefia e as-
somente pode fazer o que a lei permite, devendo agir nos

Direito Constitucional
sessoramento.
seus estreitos limites; A CF, em seu artigo 37, inciso IX, ainda permite a
b) princípio da impessoalidade: o administrador contratação por tempo determinado para atender à ne-
deve dar igual tratamento a todos os administrados, sem cessidade temporária de excepcional interesse público,
privilegiar ou discriminar injustificadamente a ninguém. nos termos da lei. A contratação geralmente se dá, neste
Ainda, a partir deste princípio, a atuação do administra- caso, após a realização de um processo seletivo simpli-
dor público deve, sempre, estar voltada a realização de ficado, e o contratado ocupará uma função pública tem-
interesses públicos, e não pessoais, particulares. Neste porária.
sentido, o parágrafo 1º, do artigo 37, da CF dispõe que a O prazo de validade do concurso público será de
publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam- até 2 (dois) anos, prorrogável uma vez, por igual período
panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, (art. 37, inciso III, da CF).
informativo ou de orientação social, dela não podendo Durante o prazo improrrogável previsto no edital
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem de convocação, aquele aprovado em concurso público de
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos; provas ou de provas e títulos será convocado com prio-
c) princípio da moralidade: exige do administrador ridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
público um comportamento ético, probo, honesto. Assim, emprego, na carreira (art. 37, inciso IV, da CF). Assim, não
além do respeito à lei, o administrador público deve con- se proíbe a realização de novo concurso na vigência do
formar-se com um padrão ético, decorrente de valores anterior, desde que os já aprovados sejam convocados
aceitos socialmente. Conforme o artigo 37, parágrafo 4º, com prioridade sobre os novos aprovados para assumir
da CF, os atos de improbidade administrativa importarão o cargo ou emprego.
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pú- Dispõe o parágrafo 2º, do artigo 37, da CF que, a não
blica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao observância da regra do concurso público e do seu prazo
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuí- de validade, leva à nulidade do ato e a punição da autori-
zo da ação penal cabível; dade responsável, nos termos da lei.
d) princípio da publicidade: exige de os atos da ad-
ministração sejam, em regra, públicos, de conhecimento
geral. Ainda, a publicidade de alguns atos administrati- SERVIDORES PÚBLICOS
vos é requisito de sua eficácia;
e) princípio da eficiência: impõe que os serviços No artigo 37, da CF, ainda encontramos inúmeras
públicos sejam prestados de forma célere e com perfei- disposições específicas a respeito dos servidores públi-
ção, atingindo resultados satisfatórios na realização dos cos.
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Capítulo 07 -Da Organização do Estado: Da Administração Pública

O artigo 37, inciso VI, da CF garante aos servidores da CF aplicam-se às empresas públicas e às sociedades
públicos civis, o direito à livre associação sindical. de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
No dispositivo seguinte (art. 37, inciso VII), a CF as- recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
segura aos servidores o direito de greve, que será exer- Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de
cido nos termos e nos limites definidos em lei específica. custeio em geral (art. 37, parágrafo 9º, da CF).
Também, para efeito daqueles limites remunera-
DICA: tórios, não serão computadas as parcelas de caráter in-
Segundo decidiu o Supremo Tribunal Federal denizatório previstas em lei (art. 37, parágrafo 11, da CF).
(STF), a partir do julgamento de alguns man- Ainda em relação à remuneração dos servidores
dados de injunção, até que seja editada referi- públicos, dispõe a CF:
da lei específica, e para garantir aos servidores a frui- a) os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo
ção daquele direito fundamental social, a greve pode e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pa-
ser exercida, respeitados, no que couberem, os parâ- gos pelo Poder Executivo (art. 37, inciso XII);
metros da Lei n. 7.783, de 1989. b) é vedada a vinculação ou equiparação de quais-
quer espécies remuneratórias, para o efeito de remune-
O direito à livre associação sindical e à greve são ração de pessoal do serviço público (art. 37, inciso XIII).
assegurados apenas aos servidores públicos civis, não Assim, por exemplo, o reajuste da remuneração do cargo
aos militares, sejam dos Estados ou da União (art. 42, pa- X, não pode estar vinculado aos reajustes do cargo Y;
rágrafo 1º e art. 142, parágrafo 3º, inciso IV, da CF). c) os acréscimos pecuniários percebidos por ser-
A remuneração e o subsídio dos servidores pú- vidor público não serão computados nem acumulados,
blicos, somente poderão ser fixados ou alterados por lei para fins de concessão de acréscimos ulteriores (art. 37,
específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, inciso XIV). A título de exemplo, para o cálculo da grati-
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data ficação X, não se pode incluir na base-de-cálculo os adi-
e sem distinção de índices (irredutibilidade real) (art. 37, cionais Y e Z;
inciso X). Neste sentido, a Súmula n. 679, do Supremo Tri- d) os vencimentos e os subsídios dos ocupantes de
bunal Federal (STF): “A fixação de vencimentos dos ser- cargos e empregos públicos são irredutíveis (irredutibili-
vidores públicos não pode ser objeto de convenção cole- dade nominal), ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV,
tiva”. do artigo 37 e os artigos 39, § 4º, 150, inciso II, 153, inciso
Tratando da remuneração dos servidores públicos, III, 153, § 2º, inciso I, da Constituição Federal (art. 37, inciso
o artigo 37, inciso XI, da CF fixa um limite geral à remu- XV).
neração e ao subsídio dos agentes públicos, além de sub- Estabelece o parágrafo 10, do artigo 37, da CF, é ve-
104 dada a percepção simultânea de proventos de aposen-
tetos para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Assim, (I) a remuneração e o subsídio dos ocupantes de tadoria decorrentes do artigo 40 ou dos artigos 42 e 142,
cargos, funções e empregos públicos da administração da CF, com a remuneração de cargo, emprego ou função
Direito Constitucional

direta, autárquica e fundacional, dos membros de qual- pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma da
quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fede- Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
ral e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões O inciso XVI, do artigo 37, da CF, prevê uma regra
ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulati- muito importante, a da inacumulabilidade remunerada
vamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de de cargos públicos, exceto, quando houver compatibi-
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio lidade de horários e observado o teto remuneratório do
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal inciso XI:
Federal (STF), aplicando-se como limite, (II) nos Municí- a) a de dois cargos de professor;
pios, o subsídio do Prefeito, e (III) nos Estados e no Distrito b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do científico;
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais c) a de dois cargos ou empregos privativos de pro-
e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio fissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a A proibição de acumular estende-se a empregos e
90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por funções e abrange autarquias, fundações, empresas pú-
cento) do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do blicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias,
STF, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e Poder Público (art. 37, inciso XVII, da CF).
aos Defensores Públicos. Quando a CF trata, em seu artigo 38, da situação do
Dispõe o parágrafo 12, do artigo 37, da CF, que fica servidor no exercício de mandato eletivo encontramos
facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu outra hipótese de acumulação.
âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições Assim, o servidor da administração direta e indi-
e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos reta, de qualquer dos Poderes,
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, li- a) no exercício de mandato eletivo federal, estadu-
mitado a 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco cen- al ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou
tésimos por cento) do subsídio mensal dos Ministros do função;
STF, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos sub- b) no exercício de mandato de Prefeito, será afas-
sídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Verea- tado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
dores. optar pela sua remuneração;
Os limites estabelecidos no inciso XI, do artigo 37, c) no exercício do mandato de vereador, havendo

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Capítulo 07 -Da Organização do Estado: Da Administração Pública
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de Exercício
seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remune-
ração do cargo eletivo, e, não havendo, será facultado op- comentado
tar pela sua remuneração.
Nestes casos, exigido o afastamento do servidor (CESPE) Autarquias, empresas públicas e socieda-
para o exercício do mandato, seu tempo de serviço será des de economia mista podem ser criadas por ato do Po-
contado para todos os efeitos legais, exceto para promo- der Executivo.
ção por merecimento. ERRADO. Conforme o artigo 37, inciso XIX, da CF,
Contudo, para efeito de benefício previdenciário, somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
no caso de afastamento, os valores serão determinados autorizada a instituição de empresa pública, de socieda-
como se no exercício estivesse. de de economia mista e de fundação.

Exercício RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO


comentado No parágrafo 6º, o artigo 37, da CF disciplina regras
para a responsabilidade civil ou extracontratual do Es-
(FCC) Cargos públicos, segundo a Constituição Fe- tado, dizendo que pessoas jurídicas de direito público e as
deral, de direito privado prestadoras de serviços públicos res-
ponderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
a) são preenchidos apenas por candidatos aprova- causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso
dos em concurso público de provas e títulos. contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
ERRADO. Os cargos em comissão são de livre no- Do dispositivo concluímos que a responsabilida-
meação e exoneração (art. 37, inciso V, da CF). de do Estado é – em relação à vítima - objetiva, ou seja,
não exige a apreciação dos elementos subjetivos (dolo ou
b) podem ser acumulados, inclusive de forma re- culpa) quando do dever de indenizar os danos causados a
munerada, na hipótese de serem dois cargos de professor terceiros (Teoria do Risco Administrativo).
com outro, técnico ou científico, desde que haja compati- O Estado tem, no entanto, o direito de regresso
bilidade de horários. contra o agente público causador do dano, mas, nesse
ERRADO. Nas hipóteses em que é possível a acu- caso, apenas se o mesmo agiu com dolo ou culpa.
mulação remunerada de cargos públicos, admitem-se, Segundo entendimento do Supremo Tribunal Fe-
no máximo, dois (art. 37, inciso XVI, da CF). deral (STF), também é objetiva a responsabilidade civil 105
do Estado no caso de danos causados a terceiro, mesmo
c) impedem que o servidor público civil exerça o não usuário do serviço público.

Direito Constitucional
direito à livre associação sindical.
ERRADO. O artigo 37, inciso VI, da CF garante ao Exercício
servidor público civil o direito à livre associação sindical. comentado
d) em nenhuma hipótese são acessíveis a estran- (CESPE) A teoria da responsabilidade civil objetiva
geiros. aplica-se às pessoas jurídicas de direito público, mas não
ERRADO. Conforme o artigo 37, inciso I, da CF, os às de direito privado, que, prestadoras, ou não, de servi-
cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos ços públicos, estão sujeitas à responsabilidade comum
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos do direito civil.
em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. ERRADO. Conforme o artigo 37, parágrafo 6º, da CF,
a responsabilidade objetiva abarca as pessoas jurídicas
e) não podem ter a remuneração fixada ou alterada de direito público e as de direito privado prestadoras de
por meio de convenção coletiva de trabalho. serviços públicos.
CERTO. Conforme o artigo 37, inciso X, da CF e Sú-
mula n. 679, do Supremo Tribunal Federal (STF). REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚ-
BLICOS
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
Na Seção II, daquele Capítulo VII, Título III, artigos
Referindo-se às entidades da administração indi- 39 a 41, da Constituição Federal (CF) encontramos inú-
reta, dispõe o artigo 37, inciso XIX, da CF que somente por meras normas acerca do regime jurídico dos servidores
lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a públicos.
instituição de empresa pública, de sociedade de econo-
mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação. DEFINIÇÕES
As sociedades de economia mista e as empresas
públicas que explorem atividade econômica em sentido Para o que aqui nos interessa e sem entrarmos em
estrito estão sujeitas ao regime jurídico próprio das em- grandes discussões doutrinárias, agente público é o gê-
presas privadas, conforme prevê o inciso II, parágrafo 1º, nero, que compreende todas aquelas pessoas físicas que
do artigo 173, da CF. prestam serviços ao Estado.
Servidor público é aquela pessoa que se vincula ao
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Capítulo 07 -Da Organização do Estado: Da Administração Pública

Estado por meio de um regime jurídico administrativo, ERRADO. Conferir o artigo 39, parágrafo 3º, e artigo
podendo ocupar um cargo público de provimento efetivo 7º, inciso XXV, da CF.
ou em comissão. d) o salário-família pago em razão do dependente
Já os empregados públicos são aqueles que pos- do trabalhador de baixa renda, nos termos da lei.
suem com o Estado um contrato de trabalho, regido pelas CERTO. Conferir o artigo 39, parágrafo 3º, e artigo 7º,
leis trabalhistas, dentre as quais a CLT. inciso XII, da CF.
As disposições constantes daquela Seção apli- e) o seguro contra acidentes de trabalho.
cam-se, em princípio, aos servidores ocupantes de car-
ERRADO. Conferir o artigo 39, parágrafo 3º, e artigo
gos públicos.
7º, inciso XXVIII, da CF.
Direitos sociais Regime de Previdência
O artigo 39, parágrafo 3º, da CF informa que se apli-
No artigo 40, a CF vai disciplinar o Regime Próprio
cam aos servidores ocupantes de cargo público os direi-
de Previdência Social dos servidores públicos, ocupantes
tos sociais elencados no artigo 7º, incisos IV, VII, VIII, IX,
de cargos efetivos.
XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX.
Segundo o disposto, aos servidores titulares de
Daqueles, destacamos o direito ao salário mínimo.
cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal
Ao tratar da garantia de percepção do salário-mínimo
e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações
pelo servidor público, o Supremo Tribunal Federal (STF)
é assegurado regime de previdência de caráter contri-
dispôs em sua Súmula Vinculante n. 16, que “Os artigos
butivo e solidário, mediante contribuição do respectivo
7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, re-
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pen-
ferem-se ao total da remuneração percebida pelo servi-
sionistas.
dor público”. Como consequência desta interpretação, o
Preliminarmente, atente para o fato que este regi-
salário ou vencimento-base do servidor pode ser inferior
me de previdência social é próprio, destinado apenas os
ao salário mínimo se o total da remuneração, os venci-
servidores públicos ocupantes de cargo de provimento
mentos forem de valor igual ao mínimo.
efetivo. Os demais agentes públicos filiam-se ao RGPS/
Ainda, quando, no inciso IV, do artigo 7º, da CF está
INSS.
dito que é vedada a vinculação do salário mínimo para
Neste regime - e diferentemente do que ocorre no
qualquer fim. Neste sentido, a Súmula Vinculante n. 4, do
RGPS/INSS (art. 195, inciso II, da CF) - há contribuição
STF dispõe que, “Salvo nos casos previstos na Constitui-
previdenciária incidente sobre os proventos de aposen-
106 ção, o salário mínimo não pode ser usado como indexador
tadoria e pensão.
de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de
Nos termos do parágrafo 1º, do artigo 40, da CF, o
empregado, nem ser substituído por decisão judicial”.
servidor abrangido por este regime será aposentado:
Também, conforme a Súmula Vinculante n. 15, do
Direito Constitucional

a) por invalidez permanente, sendo os proventos


STF, “O cálculo de gratificações e outras vantagens do
proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se de-
servidor público não incide sobre o abono utilizado para
corrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
se atingir o salário mínimo”.
doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;
Lembremos, contudo, que alguns direitos sociais,
b) compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de ida-
comuns aos trabalhadores empregados, previstos no ar-
de, com proventos proporcionais ao tempo de contribui-
tigo 7º, da CF não são estendidos aos servidores públicos,
ção;
tais como seguro-desemprego, FGTS, reconhecimento
c) voluntariamente, desde que cumprido tempo
das convenções e acordos coletivos de trabalho.
mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço
público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que se dará a
Exercício aposentadoria, observadas as seguintes condições:
comentado I) 60 (sessenta) anos de idade e 35 (trinta e cinco) de
contribuição, se homem, e 55 (cinquenta e cinco) anos de
(FCC) A CF/88 disciplina regras gerais relativas à idade e 30 (trinta) de contribuição, se mulher (aposenta-
Administração pública, dedicando relevante espaço aos doria voluntária por tempo de contribuição). Os requisi-
servidores públicos da Administração direta, aos quais tos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos
são estendidos alguns dos direitos garantidos aos traba- em cinco anos, para o professor que comprove exclusi-
lhadores privados urbanos e rurais previstos no artigo 7º vamente tempo de efetivo exercício das funções de ma-
da Lei Maior. Dentre eles está gistério na educação infantil e no ensino fundamental e
médio (art. 40, parágrafo 5º, da CF);
a) o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. II) 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem,
e 60 (sessenta) anos de idade, se mulher, com proventos
ERRADO. Conferir o artigo 39, parágrafo 3º, e artigo
proporcionais ao tempo de contribuição (aposentadoria
7º, inciso III, da CF.
voluntária por idade).
b) a jornada de 6 horas para trabalho realizado em
Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos
turno ininterrupto.
cargos acumuláveis, é vedada a percepção de mais de
ERRADO. Conferir o artigo 39, parágrafo 3º, e artigo uma aposentadoria à conta do regime de previdência
7º, inciso XIV, da CF. previsto no artigo 40, da CF.
c) a assistência gratuita aos filhos até 5 anos de
idade em creches e pré-escolas.

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Capítulo 07 -Da Organização do Estado: Da Administração Pública
Exercício Questões
comentado Gabaritadas
(CESPE) O servidor que ocupa apenas cargo tem- 1 (CESPE) Destinam-se apenas às atribuições de
porário de livre nomeação e exoneração, ao se aposentar, direção, chefia e assessoramento as funções de confian-
estará sujeito ao regime geral de previdência social. ça, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes
CERTO. Conforme vemos no artigo 40, da CF. de cargo efetivo bem como os cargos em comissão, a se-
rem preenchidos por servidores de carreira, nos casos,
Estabilidade nas condições e nos percentuais mínimos previstos em
lei.
Dentre os inúmeros direitos do servidor público, a
estabilidade é uma das mais importantes. A estabilida- 2 (CESPE) De acordo com a CF, os servidores no-
de garante, principalmente, que o servidor somente será meados para cargo de provimento efetivo em virtude de
demitido em virtude de uma justa causa. concurso público adquirem a estabilidade após dois anos
Conforme o artigo 41, da CF, são estáveis após 3 de efetivo exercício.
(três) anos de efetivo exercício os servidores nomeados
para cargo de provimento efetivo em virtude de concur- 3 (CESPE) Para o cálculo de benefício previdenciá-
so público. Os demais agentes públicos não têm direito à rio, o tempo de serviço do servidor afastado para investi-
estabilidade. dura em mandato eletivo continua a ser contado como se
Além do efetivo exercício das funções do cargo por em exercício estivesse.
3 (três) anos – estágio probatório -, como condição para
a aquisição da estabilidade é obrigatória a avaliação es- 4 (CESPE) A responsabilidade objetiva do Estado
pecial de desempenho por comissão instituída para essa dispensa a demonstração de nexo de causalidade entre
finalidade. a conduta do agente administrativo e o dano sofrido pela
O servidor público estável só perderá o cargo, (a) vítima.
em virtude de sentença judicial transitada em julgado,
(b) mediante processo administrativo em que lhe seja 5 (FCC) Servidor público aposentado no cargo pú-
assegurada ampla defesa e, (c) mediante procedimento blico de engenheiro estadual está em vias de ser nomea-
de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei do para o exercício de cargo público em comissão, priva-
complementar, assegurada ampla defesa. tivo de engenheiro, declarado por lei de livre nomeação e 107
Se invalidada por sentença judicial a demissão do exoneração. Nessa situação, à luz da Constituição Fede-
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocu- ral, o servidor
pante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de ori-

Direito Constitucional
gem, sem direito a indenização, aproveitado em outro a) não poderá exercer o cargo público em comis-
cargo ou posto em disponibilidade com remuneração são, ainda que renuncie aos proventos da aposentadoria,
proporcional ao tempo de serviço (art. 41, parágrafo 2º, da tendo em vista que servidor aposentado não pode ocupar
CF). cargo ou emprego público.
Eventualmente extinto o cargo ou declarada a sua b) não poderá exercer o cargo público em comis-
desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibili- são, ainda que renuncie aos proventos da aposentadoria,
dade, com remuneração proporcional ao tempo de servi- tendo em vista que servidor aposentado apenas pode
ço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo (art. ocupar emprego público.
41, parágrafo 3º, da CF). c) poderá exercer o cargo público em comissão e
perceber a respectiva remuneração cumulada com os
DICA: proventos da aposentadoria, tendo em vista que a veda-
Não confunda a estabilidade com a vitalicieda- ção constitucional à acumulação desses valores não se
de, garantia apenas dos membros do ministério aplica aos cargos em comissão declarados em lei de livre
público e da magistratura e que é adquirida, nomeação e exoneração.
d) poderá exercer o cargo público em comissão,
normalmente, após 2 (dois) anos de exercício. mas deverá optar por perceber a remuneração do cargo
público ou perceber os proventos da aposentadoria, sen-
Exercício do vedada a cumulação desses valores.
e) poderá exercer o cargo público em comissão,
comentado devendo perceber a respectiva remuneração, vedada
sua cumulação com os proventos da aposentadoria por
(CESPE) Em caso de extinção do cargo que ocupa, o
expressa disposição constitucional.
servidor estável possui o direito de ficar em disponibili-
dade até a sua reintegração em outro cargo.
6 (FCC) Os princípios constitucionais expressos da
ERRADO. Conforme o artigo 41, parágrafo 3º, da CF, Administração pública relacionados no art. 37 da Consti-
extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser- tuição Federal dizem respeito a:
vidor estável ficará em disponibilidade, com remunera-
ção proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado a) legalidade, irreversibilidade, moralidade, publi-
aproveitamento em outro cargo. Reintegração é outra cidade e executoriedade.
modalidade de provimento. b) legitimidade, imperatividade, modicidade, plu-
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Capítulo 07 -Da Organização do Estado: Da Administração Pública

ralidade e efetividade.
c) autoaplicabilidade, imperatividade, moralidade,
pluralidade e eficácia.
d) legalidade, impessoalidade, moralidade, publi-
cidade e eficiência.
e) legitimidade, legalidade, modicidade, pluralida-
de e executoriedade.

7 (FCC) Acerca das disposições gerais constitucio-


nais da Administração pública é correto afirmar que

a) o servidor público da Administração direta, au-


tárquica e fundacional, quando investido no mandato de
Prefeito, será afastado do cargo ou função e não poderá
optar pela sua remuneração.
b) os atos de improbidade administrativa importa-
rão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuí-
zo da ação penal cabível.
c) os concursos públicos terão prazo de validade de
3 anos, improrrogável, durante o qual o candidato apro-
vado naquele concurso será convocado com prioridade
sobre novos concursados.
d) é vedado ao servidor público militar o direito à
livre associação sindical, cabendo o controle da obser-
vância dos direitos trabalhistas ao Ministério Público do
Trabalho.
e) o servidor público da Administração direta, au-
tárquica e fundacional, quando no exercício de manda-
to eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, ficará
108 afastado de seu cargo ou função.
Direito Constitucional

1 2 3 4 5
Certo Errado Certo Errado C
6 7
D B

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Direito Administrativo 109

Direito Administrativo
Autor:
Adriel Sá

Curriculum:
Professor de Direito Administrativo, Admi-
nistração Pública e Administração Geral em
cursos preparatórios presenciais e à distância.
Servidor do Ministério Público da União - área
administrativa. Formado em Administração
pela Universidade Federal de Santa Catarina,
possuo especialização em Gestão Pública. Fui
militar das Forças Armadas por 11 anos, atu-
ando em diversas áreas, tais como, Recursos
Humanos, Comunicação Social e Licitações e
Contratos. Orientador de grupos focais de es-
tudos. Coautor do livro “Direito Administrativo
Facilitado” para concursos, pelo Grupo Edito-
rial Gen/Método.
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SUMÁRIO

1. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONCEITOS, ELEMENTOS, PODERES E ORGANIZAÇÃO; NATU-


REZA, FINS E PRINCÍPIOS. DIREITO ADMINISTRATIVO: CONCEITO, FONTES E PRINCÍPIOS..........................................................111
2. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO; ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA................................................... 120
3. AGENTES PÚBLICOS: ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÃO; PODERES, DEVERES E PRERROGATIVAS; CARGO, EMPREGO
E FUNÇÃO PÚBLICOS..............................................................................................................................................................................................................126
4. PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER HIERÁRQUICO; PODER DISCIPLINAR; PODER REGULAMENTAR; PODER
DE POLÍCIA; USO E ABUSO DO PODER........................................................................................................................................................................... 131
5. ATO ADMINISTRATIVO: VALIDADE, EFICÁCIA; ATRIBUTOS; EXTINÇÃO, DESFAZIMENTO E SANATÓRIA; CLASSI-
FICAÇÃO, ESPÉCIES E EXTERIORIZAÇÃO; VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE.........................................................................136
6. SERVIÇOS PÚBLICOS; CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE; FORMA, MEIOS E REQUI-
SITOS; DELEGAÇÃO: CONCESSÃO, PERMISSÃO, AUTORIZAÇÃO................................................................................................................. 148
7. CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO: CONTROLE ADMINISTRATIVO; CONTROLE JUDICIAL;
CONTROLE LEGISLATIVO; RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.......................................................................................................... 154
8. LEI Nº 8.429/92 E ALTERAÇÕES POSTERIORES..........................................................................................................................................166
9. LEI N° 9.784/99 E ALTERAÇÕES POSTERIORES (LEI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO)................................................... 174

110
Direito Administrativo

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1. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRA- tiva, exerce a FUNÇÃO JURISDICIONAL quando o Senado
processa e julga o Presidente da República nos CRIMES
ÇÃO PÚBLICA: CONCEITOS, ELEMENTOS, DE RESPONSABILIDADE (art. 52, I, CF/1988) ou os Minis-
PODERES E ORGANIZAÇÃO; NATUREZA, tros do Supremo Tribunal Federal pelos mesmos crimes

Capítulo 01 - Estado, Governo e Administração Pública


FINS E PRINCÍPIOS. DIREITO ADMINIS- (art. 52, II, CF/1988). Exerce também a FUNÇÃO ADMINIS-
TRATIVA quando organiza seus serviços internos (arts.
TRATIVO: CONCEITO, FONTES E PRINCÍ- 51, IV, e 52, XIII, CF/1988).
PIOS O Judiciário, afora sua função típica (função juris-
dicional), pratica atos no exercício de FUNÇÃO NORMA-
O estudo do Direito Administrativo requer a com- TIVA , como na elaboração dos regimentos internos dos
preensão básica dos conceitos de “Estado”, “Governo”, Tribunais (art. 96, I, ‘a’, CF/1988), e de FUNÇÃO ADMINIS-
“Administração Pública” e “administração pública”. TRATIVA , quando organiza os seus serviços (art. 96, I, ‘a’,
‘b’, ‘c’; art. 96, II, ‘a’, ‘b’, etc.).
ESTADO E GOVERNO Por fim, o Poder Executivo, ao qual incumbe pre-
cipuamente a função administrativa, desempenha tam-
Estado é um povo situado em determinado ter- bém FUNÇÃO ATÍPICA NORMATIVA, quando produz, por
ritório e sujeito a um governo. A figura do Estado só se exemplo, normas gerais e abstratas através de seu poder
faz presente a partir da constituição de três elementos: regulamentar (art. 84, IV, CF/1988), ou, ainda, quando edi-
POVO, TERRITÓRIO e GOVERNO (poder). ta medidas provisórias (art. 62, CF/1988) ou leis delega-
a) POVO: é o elemento humano, o conjunto de in- das (art. 68, CF/1988). Quanto à FUNÇÃO JURISDICIONAL,
divíduos unidos para formação da vontade geral do Es- o sistema constitucional pátrio vigente não deu margem
tado. Povo não se confunde com população, conceito de- a que pudesse ser exercida pelo Executivo.
mográfico que significa contingente de pessoas que, em Assim, um conceito fundamental para o termo
determinado momento, estão no território do Estado. É “Administração Pública” é:
diferente também de nação, conceito que pressupõe uma Administração Pública é o conjunto de órgãos e
ligação cultural entre os indivíduos; agentes estatais no exercício da função administrativa,
b) TERRITÓRIO: é a base geográfica do Estado, sua independentemente do Poder a que pertençam.
dimensão espacial; Já a mesma expressão, grafada com letras minús-
c) GOVERNO (poder): é o elemento condutor da or- culas, designa a atividade consistente na defesa concre-
ganização do Estado, ou seja, a sua cúpula diretiva. De ta do interesse público.
acordo com Alexandre Mazza, a concepção clássica con- Concessionários e permissionários de serviço pú-
blico exercem administração pública, mas não fazem 111
siderava que governo era sinônimo de Estado, isto é, a so-
matória dos três Poderes: Legislativo, Executivo e Judici- parte da Administração Pública.
ário. Atualmente, porém, governo, em sentido subjetivo, A expressão “Administração Pública” pode ser

Direito Administrativo
é a cúpula diretiva do Estado, responsável pela condução empregada em diferentes sentidos:
dos altos interesses estatais e pelo poder político, e cuja 1º – Administração Pública em sentido subjetivo,
composição pode ser modificada mediante eleições. Nes- orgânico ou formal: o conjunto de agentes, órgãos e en-
se sentido, pode-se falar em “governo FHC”, “governo tidades públicas que exercem a função administrativa.
Lula”. Na acepção objetiva ou material, governo é a ativi- Para identificarmos esse sentido, basta realizarmos a
dade diretiva do Estado. pergunta “quem exerce a atividade?”.
2º – Administração Pública em sentido objetivo,
material ou funcional, ou mais adequadamente “admi-
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA nistração pública” (com iniciais minúsculas): a atividade
estatal consistente em defender concretamente o in-
Administração Pública (com iniciais maiúsculas) teresse público. Para identificarmos esse sentido, basta
é um termo que designa o conjunto de órgãos e agentes realizarmos a pergunta “qual a atividade (função) exer-
estatais no exercício da função administrativa, indepen- cida?”.
dentemente se são pertencentes ao Poder Executivo, ao A doutrina identifica 4 (quatro) tarefas precípuas
Legislativo, ao Judiciário, ou a qualquer outro organismo (ou atividades finalísticas) da administração pública:
estatal (como Ministério Público e Defensorias Públicas). 1ª) O EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA: consiste na
As três principais funções do Estado são as seguin- limitação e no condicionamento, pelo Estado, da liberda-
tes: legislar, administrar e julgar, as quais, dão origem aos de e propriedade privadas em favor do interesse público;
“Poderes” constituídos (CF/1988, art. 2º): 2ª) A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS: fun-
ções positivas do Estado em atendimento às necessida-
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmô- des coletivas, como o oferecimento de transporte coleti-
nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. vo, água canalizada e energia elétrica;
3ª) A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES DE FOMENTO:
Leciona José dos Santos Carvalho Filho, que os incentivo a setores sociais específicos, estimulando o
Poderes estatais, embora tenham suas funções nor- desenvolvimento da ordem social e econômica.
mais (funções típicas), desempenham também funções 3ª) A INTERVENÇÃO: entendida como a regulamen-
que materialmente deveriam pertencer a Poder diverso tação e a fiscalização da atividade econômica de nature-
(funções atípicas), sempre, é óbvio, que a Constituição o za privada (art. 174 da CF/1988), a interferência do Estado
autorize. na propriedade privada (exemplos da desapropriação e
O Legislativo, por exemplo, além da função norma- do tombamento), bem assim a atuação do Estado direta-

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mente na ordem econômica (art. 173 da CF/1988). Como A lei costuma ser corretamente indicada como
regra, essa atuação dá-se por intermédio de empresas fonte escrita e primária para o Direito Administrativo.
públicas e de sociedades de economia mista, instituídas Porém, é necessário registrar que a expressão “primá-
e mantidas pelo Estado. ria” é aplicável para os veículos normativos aptos a criar
Capítulo 01 - Estado, Governo e Administração Pública

e extinguir direitos e obrigações. Incluem-se, na espécie,


DIREITO ADMINISTRATIVO a Constituição Federal e as leis em sentido estrito, como,
por exemplo, leis complementares e ordinárias (art. 59, II
e III, da CF, de 1988).
Conceito Ao lado das normas primárias, há outras normas
infralegais, também fontes escritas do Direito Adminis-
O conceito de Direito Administrativo diverge entre
trativo, contudo, secundárias, como é o caso dos regula-
seus diversos doutrinadores.
mentos e instruções normativas.
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, “direito ad-
A JURISPRUDÊNCIA é um conjunto de decisões ju-
ministrativo é o ramo do direito público que disciplina a
diciais reiteradas num mesmo sentido, a respeito de uma
função administrativa, bem como pessoas e órgãos que
matéria. Dessa forma, não se pode considerar “jurispru-
a exercem”.
dência” uma decisão judicial isolada.
Para Hely Lopes Meirelles, Direito Administrativo
Esclareça-se que a jurisprudência é fonte não es-
é o “conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem
crita do Direito Administrativo, impondo-se pela força
os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes
moral que possui junto à sociedade.
a realizar concreta, direta e imediatamente os fins dese-
A DOUTRINA significa o conjunto dos trabalhos
jados pelo Estado”.
dos estudiosos a respeito do Direito Administrativo, ou
Maria Sylvia Zanella Di Pietro define Direito Admi-
seja, os livros, os artigos, os pareceres, elaborados por
nistrativo como “o ramo do direito público que tem por
estudiosos desse ramo jurídico.
objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administra-
A doutrina é fonte escrita, não gerando direitos
tivas que integram a Administração Pública, a atividade
para os particulares, mas contribuindo para a formação
jurídica não contenciosa que exercer e os bens de que se
do nosso ramo jurídico. Assim, opiniões doutrinárias que
utiliza para a consecução de seus fins, de natureza públi-
sejam desconexas com as leis não podem ser considera-
ca”.
das como fontes para o Direito Administrativo. Entre as
Já o conceito de José dos Santos Carvalho Filho
leis e a doutrina, deve prevalecer o conteúdo das leis. A
destaca o Direito Administrativo como “o conjunto de
doutrina, contrária às leis, pode servir para clarear a ideia
normas e princípios que, visando sempre ao interesse
do legislador no caminho de aperfeiçoamento das leis.
112 público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e
Os COSTUMES são os comportamentos reiterados
órgãos do Estado e entre este e as coletividades a que de-
e tidos por obrigatórios pela consciência popular. No que
vem servir”.
diz respeito ao Direito Administrativo, o costume é de
Direito Administrativo

Para fins de concursos públicos, devemos estar


pouca relevância, tendo em vista a ênfase na aplicabili-
atentos à combinação de três elementos mencionados
dade do princípio da legalidade.
pelos referidos autores: a natureza de direito público; o
No entanto, ainda que de menor importância, o
complexo de princípios e normas; e a função administra-
costume constitui fonte para o Direito Administrativo,
tiva, que engloba os órgãos, agentes e pessoas da Admi-
sendo aplicado quando da deficiência da legislação, sem-
nistração.
pre segundo a lei (secundum legem) e para o preenchi-
mento de vácuo legislativo (praeter legem - “assunto não
Fontes regulado pela lei”) e nunca contra a lei (contra legem).
No que se refere aos PRINCÍPIOS, são os vetores
No Direito Administrativo, somente a LEI constitui fundamentais que inspiram todo o modo de a Adminis-
fonte primária; as demais fontes (secundárias) estão su- tração se conduzir. São de natureza pré-normativa, ou
bordinadas à lei: JURISPRUDÊNCIA, DOUTRINA, COSTU- seja, preexistem, inclusive, à produção das leis, e, bem
MES e PRINCÍPIOS. por isso, contam com a função de colaborar para a gené-
A LEI é considerada a primordial entre as fontes do tica – formação – das leis.
Direito Administrativo Brasileiro, geradora e extintiva Em razão da importância, o tema “princípios” será
de direitos e obrigações, impondo-se tanto à conduta dos detalhado em tópico próprio, com as abordagens que o
particulares, quanto à ação estatal. Por convivermos em assunto requer.
Estado de Direito, as leis obrigam, sobretudo, o próprio
Legislador e os aplicadores (Judiciário e Executivo).
Enquanto fonte, a lei tem um sentido amplo (lato
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
sensu), abrangendo todas as normas produzidas pelo Es-
tado que digam respeito, de alguma maneira, à atividade Introdução
administrativa. Com efeito, a lei abrange desde a maior de
todas - a Constituição Federal -, passando por leis com- Você já ouviu falar em “Código de Direito Admi-
plementares, ordinárias, delegadas, medidas provisórias nistrativo” ou “Código Administrativo Brasileiro”? Cer-
e outras normas com força de lei, como tratados interna- tamente que não! Isso porque o Direito Administrativo
cionais. No conceito amplo de lei, tomada na acepção de brasileiro não é codificado. E é nesse rumo que os PRIN-
fonte, devem ser considerados, também, os regulamen- CÍPIOS desempenham um papel relevante nesse ramo do
tos, as resoluções, os regimentos e as instruções, dentre direito, permitindo à Administração e ao Poder Judiciá-
outros. rio estabelecer o equilíbrio necessário entre os DIREITOS

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DOS ADMINISTRADOS e as PRERROGATIVAS DA ADMI- no desempenho de sua função jurisdicional.
NISTRAÇÃO. Já o regime jurídico de direito público funda-se na
José Cretella Júnior diz que princípios são as “pro- soberania estatal, no princípio da LEGALIDADE e na SU-
posições básicas, fundamentais, típicas que condicionam PREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO1. A autoridade pú-

Capítulo 01 - Estado, Governo e Administração Pública


todas as estruturações subsequentes. Princípios, neste blica só pode adotar, legitimamente, as condutas deter-
sentido, são os alicerces da ciência”. Portanto, são os va- minadas ou autorizadas pela ordem jurídica. A atuação
lores fundamentais de um sistema. do Estado na prática de atos de império INDEPENDE DA
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, “princípio é, CONCORDÂNCIA DO ADMINISTRADO, que apenas supor-
pois, por definição, mandamento nuclear de um sistema, tará as suas competências, como ocorre na desapropria-
verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se ção.
irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o espíri-
to e servindo de critério para exata compreensão e inteli-
gência delas, exatamente porque define a lógica e a racio-
nalidade do sistema normativo, conferindo-lhes a tônica
que lhe dá sentido harmônico”.
Para finalizar essa introdução ao tema, o mesmo
autor retromencionado enfatiza que “violar um princípio
é muito mais grave do que violar uma norma. A desaten-
ção ao princípio implica ofensa não apenas a um espe-
cífico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de
comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou incons-
titucionalidade, conforme o escalão do princípio violado, Pois bem! A expressão REGIME JURÍDICO DA AD-
porque representa insurgência contra todo o sistema, MINISTRAÇÃO é o gênero, que comporta como espécies
subversão de seus valores fundamentais” (grifou-se). o regime jurídico de direito privado e o regime jurídico
de direito público. Já a expressão REGIME JURÍDICO AD-
Regime Jurídico da Administração e Regi- MINISTRATIVO é o conjunto formado por todos os prin-
cípios e normas pertencentes ao Direito Administrativo,
me Jurídico Administrativo abrangendo apenas os traços que colocam a Administra-
ção Pública numa posição privilegiada, ou seja, alcançam
Inicialmente, precisamos destacar que a Adminis-
apenas o regime jurídico de direito público.
tração Pública submete-se tanto ao regime jurídico de
DIREITO PRIVADO ou a regime jurídico de DIREITO PÚ- 113
BLICO. O regime jurídico-administrativo compreende um
Vejamos o dispositivo constitucional adiante (gri- conjunto de regras e princípios que baliza a atuação do

Direito Administrativo
fou-se): Poder Público no exercício de suas funções de realiza-
ção do interesse público primário e secundário2 .
Art. 173. (...)
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empre-
sa pública, da sociedade de economia mista e de suas Supraprincípios ou Superprincípios do
subsidiárias que explorem atividade econômica de Direito Administrativo
produção ou comercialização de bens ou de prestação
de serviços, dispondo sobre: SUPRAPRINCÍPIOS ou SUPERPRINCÍPIOS são os
(...) princípios centrais dos quais derivam todos os demais
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas princípios e normas do Direito Administrativo. São dois
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações ci- os supraprincípios e, de acordo com os ensinamentos de
vis, comerciais, trabalhistas e tributários; Celso Antônio Bandeira de Mello, apresentam uma duali-
dade permanente no exercício da função administrativa:
Perceba que a CF/1988 definiu, a priori, o regime a) supremacia do interesse público sobre o privado
das empresas governamentais (Caixa Econômica Fede- (reflete os PODERES DA ADMINISTRAÇÃO); e
ral e Banco do Brasil, por exemplo) como de Direito Priva- b) indisponibilidade do interesse público (reflete os
do, não deixando, portanto, espaço para a adoção de regi- DIREITOS DOS ADMINISTRADOS).
me jurídico distinto. Por isso, reforça-se que nem sempre
o Estado se submete integralmente às normas de Direito Princípio da supremacia do interesse público
Público.
E quais as diferenças entre o regime de Direito Pri- Para Alexandre Mazza, a supremacia do interesse
vado e o regime de Direito Público? público sobre o privado, também chamada simplesmen-
Luís Roberto Barroso ensina que no regime jurídi-
co de direito privado, vigoram princípios como os da LI-
1 O interesse público, por dizer respeito ao coletivo, é aquele que se so-
VRE INICIATIVA e da AUTONOMIA DA VONTADE. As pes-
brepõe aos interesses individuais.
soas podem desenvolver qualquer atividade ou adotar
2 Em suma, o interesse público PRIMÁRIO é a razão de ser do Estado e
qualquer linha de conduta que não lhes sejam vedadas
cabe a este promover os interesses de toda a sociedade. Ex.: prestação
pela ordem jurídica. As relações jurídicas dependem do
de serviços públicos. O interesse público SECUNDÁRIO, por sua vez, é o
CONSENSO ENTRE AS PARTES. Violado um direito na es-
da pessoa jurídica de direito público que seja parte em uma determina-
fera privada, seu titular tem a faculdade de defendê-lo, e
da relação jurídica, que pode ser a União, o Estado-membro, o Distrito
para tanto, deverá ir a juízo requerer a atuação do Estado
Federal e os Municípios ou suas autarquias. Ex.: finanças públicas.
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te de princípio do interesse público ou da finalidade pú- Princípios expressos, explícitos ou
blica, princípio implícito na atual ordem jurídica, significa
que os interesses da coletividade são mais importantes constitucionais
que os interesses individuais, razão pela qual a Adminis-
Capítulo 01 - Estado, Governo e Administração Pública

Estes princípios estão diretamente previstos na


tração, como defensora dos interesses públicos, recebe
Constituição Federal. O dispositivo constitucional que
da lei poderes especiais não extensivos aos particulares
trata dos princípios administrativos é o art. 37 , caput, do
(posição de superioridade diante do particular). Em ter-
Texto de 1988 (grifou-se):
mos práticos, cria uma desigualdade jurídica entre a Ad-
ministração e os administrados. A administração pública direta e indireta de qualquer
São exemplos de aplicação do princípio da supre- dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
macia do interesse público: e dos Municípios obedecerá aos princípios de LEGALI-
• A desapropriação, traduzida na possibilidade de DADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE, PUBLICIDA-
transformar compulsoriamente propriedade privada em DE e EFICIÊNCIA.
pública;
• convocação de mesários para eleição; Perceba, pelos grifos, que os princípios constantes
• presença de cláusulas exorbitantes nos con- na Constituição da República são aplicáveis aos três ní-
tratos administrativos; e veis de governo da Federação. Para memorizar os nomes
• presunção de legitimidade dos atos adminis- dos cinco princípios mencionados no art. 374, caput, pode
trativos. ser usada a seguinte regra mnemônica:

Pelos exemplos citados, perceba que só existe a su-
premacia do interesse público PRIMÁRIO sobre o inte-
resse privado. O interesse patrimonial do Estado como
pessoa jurídica, conhecido como interesse público
SECUNDÁRIO, não tem supremacia sobre o interesse
do particular.

Princípio da indisponibilidade do interesse Passemos, então, ao estudo detalhado dos princí-


público pios diretamente previstos no art. 37, caput, da CF/1988.
114 O princípio da indisponibilidade do interesse pú-
blico enuncia que os agentes públicos não são donos do Princípio da legalidade
interesse por eles defendido. Assim, no exercício da fun-
Direito Administrativo

O princípio da legalidade significa a subordinação


ção administrativa os agentes públicos estão obrigados
da Administração Pública à vontade popular. Assim, a
a atuar, não segundo sua própria vontade, mas do modo
Administração Pública só pode praticar as condutas au-
determinado pela legislação. Como decorrência dessa
torizadas em lei.
indisponibilidade, não se admite que os agentes renun-
O princípio da legalidade é aplicável tanto à Admi-
ciem aos poderes legalmente conferidos, tampouco que o
nistração (sentido negativo) quanto aos administrados
Poder Público celebre acordos judiciais, ainda que bené-
(sentido positivo). O exercício da função administrativa
ficos, sem a expressa autorização legislativa.
não pode ser pautado pela vontade da Administração ou
São exemplos de aplicação do princípio da indispo-
dos agentes públicos, mas deve obrigatoriamente res-
nibilidade do interesse público:
peitar a vontade da lei. Diferentemente, também vale
• A contratação de obras e serviços mediante para o particular: se uma norma não proibir, o particular
licitação, quando não era o caso para tal dispo-
pode agir da maneira que melhor entender.
nibilidade.
• A necessidade, em regra, de aprovação em A famosa frase de Hely Lopes Meirelles enfatiza:
concurso público para ocupar cargo público. “Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo
que a lei não proíbe, na Administração Pública só é per-
Como exceções ao princípio da indisponibilidade do mitido fazer o que a lei autoriza”.
interesse público, dois exemplos podem ser mencio-
nados3:
1) no rito dos Juizados Especiais Federais, os represen-
tantes da Fazenda Pública são autorizados a conciliar
e transigir sobre os interesses discutidos na demanda
(art. 10, parágrafo único, da Lei 11.029/2001);
2) passou a ser permitida a utilização de mecanismos
privados para resolução de disputas, inclusive a arbi-
tragem, exclusivamente nos contratos de concessão 3
Na relação moderna entre Administração e administrado, não mais
de serviço público e nas parcerias público-privadas se admite a ideia da existência de princípios absolutos.
(arts. 23-A da Lei 8.987/95 e 11, III, da Lei 11.079/2004). 4
O rol de princípios constitucionais do Direito Administrativo não se
Nos demais contratos administrativos, o uso da arbi- esgota no art. 37, caput. Outros princípios administrativos expressos
tragem continua vedado. podem ser encontrados na CF/1988, tais como o da participação (art.
37, § 3º), o da celeridade processual (art. 5º, LXXVIII), o do devido pro-
cesso legal (art. 5º, LIV), dentre outros.
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público não pode imprimir pessoalidade associando sua
imagem pessoal a uma realização governamental.
CF/1988, art. 37, § 1º - A publicidade dos atos, progra-

Capítulo 01 - Estado, Governo e Administração Pública


mas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orien-
tação social, dela não podendo constar nomes, símbo-
los ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos.

Perceba que a presença de nomes, símbolos ou


imagens de agentes ou autoridades nas propagandas
governamentais compromete a noção de res publica e a
impessoalidade da gestão da coisa pública.
Ainda, sob o terceiro aspecto, a impessoalidade é
Ainda sobre o tema, destaca-se que o princípio da traduzida na atuação dos agentes públicos sendo impu-
legalidade é bem mais amplo do que a mera sujeição do tada ao Estado, significando um agir impessoal da Ad-
administrador à lei formal, pois se refere ao ordenamen- ministração. Assim, as realizações não devem ser atri-
to jurídico, às normas e aos princípios constitucionais, buídas à pessoa física do agente público, mas à pessoa
incluindo também as normas regulamentares por ele jurídica estatal a que estiver ligado.
editadas.
Por fim, ensina Celso Antônio Bandeira de Mello Princípio da moralidade
que a Constituição Federal prevê três institutos que alte-
ram o funcionamento regular do princípio da legalidade O princípio da moralidade administrativa exige
por meio da outorga de poderes jurídicos inexistentes em respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, ho-
situações de normalidade: nestidade e probidade incorporados pela prática diária ao
• a medida provisória (art. 62); conceito de boa administração.
• o estado de defesa (art. 136);
• o estado de sítio (arts. 137 a 139). A moralidade administrativa constitui requisito de
validade do ato administrativo.
Princípio da impessoalidade, finalidade ou isono- Certas formas de ação e modos de tratar com a coi-
mia 115
sa pública, ainda que não impostos diretamente pela lei,
passam a fazer parte dos comportamentos socialmente
O princípio da impessoalidade estabelece um de- esperados de um bom administrador público, incorpo-

Direito Administrativo
ver de imparcialidade na defesa do interesse público, rando-se gradativamente ao conjunto de condutas que o
impedindo discriminações e privilégios indevidamente Direito torna exigíveis.
dispensados a particulares no exercício da função ad- Importante distinção refere-se aos conceitos de
ministrativa. Em suma, a Administração tem que tratar boa-fé subjetiva e boa-fé objetiva.
todos os administrados sem discriminações, benéficas A boa-fé subjetiva, ou boa-fé crença ou boa-fé
ou detrimentosas. convicção consiste na investigação sobre vontade e in-
Diz Hely Lopes Meirelles que o princípio da im- tenção do indivíduo, especialmente para apurar o conhe-
pessoalidade “nada mais é do que o clássico princípio cimento ou o desconhecimento da ilicitude da conduta
da finalidade, o qual impõe ao administrador público que praticada. Fala-se que o agente atuou “de boa-fé”, tendo
só pratique o ato para seu fim legal. E o fim legal é unica- como noção contraposta a “má-fé”.
mente aquele que a norma de Direito indica expressa ou Já a boa-fé objetiva ou boa-fé conduta manifes-
virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal”. ta-se externamente por meio da investigação do com-
Como esclarece Lucas Rocha Furtado, o princípio portamento do agente, sendo irrelevante sua intenção.
da impessoalidade admite seu exame sob os seguintes Fala-se que o agente atuou “segundo a boa-fé”, tendo
aspectos: como noção contraposta a “ausência de boa-fé”, e não a
• Dever de isonomia por parte da Administração “má-fé”.
Pública; Outro merecido destaque está na Súmula Vincu-
• Dever de conformidade ao interesse público; lante 13 do STF, que trata do antinepotismo.
• Imputação dos atos praticados pelos agentes Nepotismo (do latim nepotis, sobrinho) funciona
públicos diretamente às pessoas jurídicas em como uma espécie de favoritismo, preferência, por al-
que atuam. guns. No Direito Administrativo Brasileiro, o nepotismo
Em relação ao primeiro aspecto, leciona Lucia Val- tem sido identificado pela nomeação de parentes para
le Figueiredo que é possível haver tratamento igual a de- cargos de chefia.
terminado grupo (que estaria satisfazendo o princípio da
igualdade); porém, se ditado por conveniências pessoais
do grupo e/ou do administrador (leias ausência de isono-
mia), está infringindo a impessoalidade.
Sobre o segundo aspecto, temos o desdobramento
do princípio da impessoalidade na vedação da promo-
ção pessoal de agentes ou autoridades. Assim, o agente
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a) a divulgação oficial do ato para conhecimento
público;
b) a exigibilidade do conteúdo do ato;
c) o início da produção de efeitos do ato adminis-
Capítulo 01 - Estado, Governo e Administração Pública

trativo;
d) o controle de legalidade do ato administrativo.
Ainda, o modo de dar-se a publicidade varia con-
Súmula Vinculante 13 forme o tipo de ato.
Na falta de disposição legal específica, a regra é
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente que atos externos ou internos com efeitos externos, por
em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro alcançarem particulares estranhos ao serviço público,
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor devam ser divulgados por meio de publicação em órgão
da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, oficial (diários oficiais).
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em Atos interna corporis dos órgãos/entidades admi-
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada nistrativos também necessitam ser divulgados, mas não
na administração pública direta e indireta em qualquer demandam publicação em diários oficiais. Por isso, mui-
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e tos órgãos acabam criando boletins internos, cuja função
dos Municípios, compreendido o ajuste mediante desig- principal é exatamente dar publicidade aos atos internos
nações recíprocas, viola a Constituição Federal. da instituição.
A referida súmula reforça o caráter imoral e ilegí- Por fim, registra-se que o próprio texto constitu-
timo da nomeação de parentes para cargos em comissão, cional definiu três exceções ao princípio da publicidade,
inclusive na MODALIDADE CRUZADA OU TRANSVERSA autorizando o sigilo nos casos de risco para:
(o parente de X é nomeado no gabinete de Y em troca da I) a segurança do Estado (art. 5º, XXXIII). Exemplo:
nomeação de um parente de Y no gabinete de X). informações militares;
Alexandre Mazza escreve que o impacto positivo II) a segurança da sociedade (art. 5º, XXXIII). Exem-
da norma foi fragilizado em função de dois fatores: plo: sigilo das informações sobre o interior de usina nu-
• ao fazer expressa referência a colaterais até o clear para evitar atentados terroristas;
terceiro grau, a Súmula Vinculante 13 legiti- III) a intimidade dos envolvidos (art. 5º, X). Exem-
mou a nomeação de primos; plo: processos administrativos disciplinares.
• o próprio Supremo Tribunal Federal ressal-
116 vou que a proibição não é extensiva a agentes Princípio da eficiência
políticos do Poder Executivo, como Ministros
de Estado e Secretários estaduais, distritais e O princípio da eficiência na Administração pública
municipais (Rcl 6650/PR). trata-se do melhor emprego dos recursos e meios (hu-
Direito Administrativo

Ainda, na Rcl 6702/PR, o STF considerou desne- manos, materiais e institucionais), para melhor satisfa-
cessária a edição de lei para que se tenha de observar o zer às necessidades coletivas num regime de igualdade
dever de conduta moral (grifou-se): dos usuários (José Afonso da Silva).
(...) A vedação do nepotismo não exige a edição de
lei formal para coibir a prática, uma vez que decorre di-
retamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da CF. Economicidade, redução de desperdícios, qualidade,
O cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado rapidez, produtividade e rendimento funcional são
do Paraná reveste-se, à primeira vista, de natureza ad- valores encarecidos pelo princípio da eficiência.
ministrativa, uma vez que exerce a função de auxiliar do
Portanto, a gestão de recursos públicos sem pre-
Legislativo no controle da administração pública. Apa-
ocupação de obter deles o melhor resultado possível, no
rente ocorrência de vícios que maculam o processo de
atendimento do interesse público, afronta o princípio da
escolha por parte da Assembleia Legislativa paranaense.
eficiência. Ao dever estatal de atuação eficiente corres-
ponde o direito dos usuários de serviço público a uma
Princípio da publicidade prestação com qualidade e rapidez.
Tal princípio é o mais recente de todos, sendo
O princípio da publicidade pode ser definido como o acrescentado no art. 37, caput, da Constituição Federal
dever de divulgação oficial dos atos administrativos. Tal pela Emenda 19/98, a nomeada emenda da Reforma Ad-
princípio encarta-se num contexto geral de livre acesso ministrativa, que procurou implementar o modelo de ad-
dos indivíduos a informações de seu interesse e de trans- ministração pública gerencial voltada para um controle
parência na atuação administrativa. de resultados na atuação estatal.
Pode-se concluir que o princípio da publicidade Segundo a lição de José dos Santos Carvalho Filho,
engloba: EFICIÊNCIA, EFICÁCIA e EFETIVIDADE são conceitos que
a) o princípio da transparência: abriga o dever de não se confundem.
prestar informações de interesse dos cidadãos e de não A EFICIÊNCIA seria o modo pelo qual se exerce
praticar condutas sigilosas; a função administrativa. A EFICÁCIA diz respeito aos
b) o princípio da divulgação oficial: exige a publica- meios e instrumentos empregados pelo agente. E a EFE-
ção do conteúdo dos atos praticados atentando-se para o TIVIDADE é voltada para os resultados de sua atuação.
meio de publicidade definido pelo ordenamento ou con- Como aplicação do princípio da eficiência, pode-
sagrado pela prática administrativa. mos exemplificar:
Pela publicidade dos atos administrativos, temos:
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a) o estágio probatório (art. 41 da CF/1988);
b) o contrato de gestão das agências executivas
(art. 37, § 8º, da CF/1988);
c) a duração razoável dos processos administrati-

Capítulo 01 - Estado, Governo e Administração Pública


vos (art. 5º, LXXVIII, da CF/1988); e
d) a reconsideração por parte da autoridade que
proferiu uma decisão objeto de recurso administrativo.
A Administração pode anular seus próprios atos,
Princípios implícitos, reconhecidos ou in- quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
fraconstitucionais deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direi-
Como afirmado, os princípios do Direito Adminis- tos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apre-
trativo não se esgotam no plano constitucional. Os dou- ciação judicial.
trinadores e a legislação infraconstitucional fazem refe- Em síntese, a Administração tem a prerrogativa de
rência a diversos outros princípios administrativos. policiar seus próprios atos, revogando aqueles inconve-
nientes e anulando aqueles ilegais.
A Lei 9.784/1999, que regula o processo adminis- Contudo, o art. 54 da Lei 9.784/1999 (Lei do Pro-
trativo no âmbito da Administração Pública Federal, ar- cesso Administrativo Federal) estabelece um limite
rola, além de alguns princípios constitucionais expres- temporal para a correção, ao dispor que o direito de a
sos, outros que compõem o rol de observância por parte Administração anular atos administrativos que tenham
da Administração Pública: legalidade; finalidade; mo- produzido efeitos favoráveis para os destinatários decai
tivação; razoabilidade; proporcionalidade; moralidade; em cinco anos a partir da data em que foram praticados,
ampla defesa; contraditório; segurança jurídica; interes- salvo comprovada má-fé.
se público e eficiência.
Igualdade
Finalidade pública
O princípio da igualdade decorre dos princípios da
Pelo princípio da finalidade pública, toda conduta legalidade e da impessoalidade, fundamentando-se no
da Administração deve dirigir-se para o interesse públi- art. 5º da CF/1988. De acordo com esse princípio, todos
co, ou seja, interesse de toda a sociedade. os cidadãos devem receber igual tratamento da Admi-
Na visão de Celso Antônio Bandeira de Mello, o nistração, sendo vedado que se estabeleça de modo de- 117
princípio da finalidade impõe ao administrador que sua sarrazoado qualquer privilégio, favoritismo ou desvalia
atuação vise sempre ao objetivo da norma, cingindo-se entre os administrados.

Direito Administrativo
a ela, para concluir que a finalidade, em verdade, não é Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que a
uma decorrência da legalidade, mas é inerente a esta, in- igualdade deve garantir o tratamento impessoal e iso-
tegrando-as. nômico entre iguais, isto é, “entre os que preenchem as
mesmas condições ou se encontram em situações com-
Responsabilidade civil do Estado paráveis”, sob pena de se impedir o bom e eficaz desem-
penho da atividade pública.
Por força do disposto no art. 37, § 6º, da Constitui-
ção Federal, as pessoas jurídicas de direito público e as de Especialidade
direito privado prestadoras de serviços públicos respon-
derão por danos causados a terceiros por seus agentes. O princípio da especialidade está ligado à ideia de
A responsabilidade civil do Estado aplica-se a descentralização administrativa, de eficiência. Assim, o
qualquer das funções públicas, e não somente aos danos Estado, ao criar pessoas jurídicas administrativas (au-
provenientes dos atos administrativos, independendo tarquias, por exemplo), como forma de descentralizar a
da existência de dolo ou culpa do agente público causa- prestação de serviços públicos, faz isso com a finalidade
dor direto do dano. Nesse ponto, acolheu a Constituição de especialização de funções.
Federal a responsabilidade objetiva do Estado, segundo Retira-se determinada tarefa do centro da Admi-
a qual, diante das inúmeras e variadas atividades da ad- nistração, em que há um amontoado de competências, e
ministração, existe a probabilidade de serem causados a redistribui para a periferia (entidades administrativas
danos a particulares e, assim sendo, como toda a coleti- descentralizadas).
vidade se beneficia das atividades administrativas, de-
ve-se também repartir o ônus do ressarcimento do dano
causado. Presunção de legitimidade ou de veracidade
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a presunção
Autotutela de legitimidade engloba dois aspectos: de um lado, a pre-
sunção de verdade (veracidade), que diz respeito à cer-
O princípio da autotutela é reconhecido expressa- teza dos fatos; de outro lado, a presunção da legalidade,
mente na Súmula 473 do STF. Vejamos: pois, se a Administração Pública se submete à lei, presu-
me-se, até prova em contrário, que todos os seus atos se-
jam verdadeiros e praticados com observância das nor-

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mas legais pertinentes. sideração quando da prática do ato.
Trata-se de presunção relativa de veracidade (ju- Para o autor, nos atos vinculados, a motivação não
ris tantum) que, como tal, admite prova em sentido con- tem que ser necessariamente prévia ou concomitante,
trário. Os efeitos lógicos de referida presunção são o de afinal, “o que mais importa é haver ocorrido o motivo pe-
Capítulo 01 - Estado, Governo e Administração Pública

inverter o ônus da prova e o da celeridade na produção de rante o qual o comportamento era obrigatório, passando
efeitos. para segundo plano a questão da motivação”. E, de fato,
Uma aplicação do referido princípio pode ser en- nestes casos, não há como o administrador “fabricar” o
contrada no art. 19, inc. II, da CF/1988, o qual veda à União, motivo, afinal, está delimitado previamente pelo legisla-
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios recusar dor.
fé aos documentos públicos. No entanto, para os atos discricionários, o autor
defende que “o ato não motivado está irremissivelmente
maculado de vício e deve ser fulminado por inválido”.
Probidade administrativa Destaca-se que há certos atos que dispensarão
motivação para sua prática. Nesse sentido, observemos o
A probidade diz respeito à integridade de caráter, art. 50 da Lei 9.784/1999, que determina ser necessária a
honradez, ou seja, conceito estreitamente correlaciona- motivação dos atos administrativos que:
do com o de moralidade administrativa.
De fato, a Constituição Federal dispensou trato di- I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
ferenciado à probidade. Vejamos o que prevê o § 4º do art. II – imponham ou agravem deveres, encargos ou san-
37: ções;
III – decidam processos administrativos de concurso
Os atos de improbidade administrativa importarão
ou seleção pública;
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de pro-
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimen-
cesso licitatório;
to ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
V – decidam recursos administrativos;
prejuízo da ação penal cabível.
VI – decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a
Segurança jurídica questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas
e relatórios oficiais;
A segurança jurídica é um princípio geral do direi- VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou
to, não se restringindo, portanto, ao Direito Administrati- convalidação de ato administrativo.
118 vo. Com base nele, as relações jurídicas, em determinado
momento, devem se estabilizar, não sendo mais alterá- Há conclusão lógica decorrente do dispositivo
veis na via administrativa. mencionado: se a lei determina que, nessas hipóteses, os
Apesar disso, é preciso alertar que a interpretação
Direito Administrativo

atos administrativos deverão ser motivados, em outras,


da segurança jurídica não pode ser absoluta, a ponto de evidentemente, poderão deixar de sê-lo. Com efeito, cite-
entrar em confronto com o princípio da legalidade, por -se a possibilidade de exoneração ad nutum (a qualquer
exemplo. tempo) de um servidor ocupante de cargo em comissão
(de chefia ou assessoramento) (p. ex.: Ministro de Estado),
Princípio da confiança e boa-fé para os quais a Administração é eximida de apresentar
motivação expressa.
Enquanto o princípio da confiança protege a boa-fé
do administrado, a boa-fé é princípio que tanto se aplica Razoabilidade
aos administrados (protegendo-os e impondo-os proce-
der com lealdade e honestidade) como à Administração O princípio da razoabilidade destaca-se como im-
Pública, quando determina que se atue com correção. portante instrumento de controle da atividade legisla-
O princípio da boa-fé pode ser notado sob dois as- tiva, bem como de aplicação no exercício da discricio-
pectos: subjetivo e objetivo. A crença de que os atos são nariedade administrativa, servindo como garantia da
legais e está-se agindo corretamente é a acepção subje- legitimidade da ação administrativa, evitando-se a prá-
tiva. A conduta leal e honesta do administrado e da Ad- tica de atos arbitrários e com desvio de finalidade.
ministração refere-se ao sentido objetivo. O princípio da razoabilidade permanece implícito
no texto constitucional, sendo reconhecido, entre outras
Motivação passagens, no art. 5º, inc. LXXVIII, introduzido com a EC
45/2004, o qual exige a duração razoável dos processos
A Administração tem o dever de motivar seus atos, judiciais e administrativos.
sejam eles discricionários, sejam vinculados. Assim, em
regra, a validade do ato administrativo depende do cará- Proporcionalidade
ter prévio ou da concomitância da motivação pela auto-
ridade que o proferiu com relação ao momento da prática A proporcionalidade pode ser traduzida como a
do próprio ato. adequabilidade entre os meios utilizados e os fins pre-
A motivação posterior dos atos deve ser apreciada tendidos (princípio da vedação de excesso). Se a conduta
com muita cautela. Para Celso Antônio Bandeira de Mello, do Administrador não respeita tal relação, será excessi-
este tipo de motivação pode ser fabricado com razões ló- va, portanto, desproporcional.
gicas, para se justificar e se alegar que se tomou em con- A ideia central da proporcionalidade é de que todos
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só são obrigados a suportar restrições em sua liberdade trolável”. Enfim, é a faculdade de os órgãos estatais fis-
ou propriedade, por iniciativa da Administração Pública, calizarem os atos lesivos ao interesse público, por ilegais,
se imprescindíveis ao atendimento do interesse público. ilegítimos ou ilícitos.
O princípio da razoabilidade tem relação próxima Perceba que o referido princípio, em um só tempo,

Capítulo 01 - Estado, Governo e Administração Pública


com o princípio da proporcionalidade. Há doutrinadores engloba o princípio da autotutela (prerrogativa de atua-
que defendem a tese de que a razoabilidade seria maior ção de ofício por parte da Administração), como também
que a proporcionalidade. o princípio do controle judicial dos atos (sistema de juris-
De certa forma, essa asserção é verdadeira, haja dição una ou única, previsto no art. 5º, XXXV, da CF/1988).
vista a razoabilidade também exigir a adequação entre
meios e fins, pelo que não estaria incorreto, numa prova
de concurso, afirmar que o princípio da proporcionalida- Juridicidade
de está contido, ou é uma decorrência da razoabilidade.
O princípio da juridicidade surge no contexto em
A razoabilidade é princípio dotado de forte carga de
que a Administração deve conjugar as regras e os prin-
abstração; já a proporcionalidade é princípio mais con-
cípios.
creto. Por exemplo: lei que exigisse a pesagem de botijão
Sintetizando, com a constitucionalização dos prin-
na frente do consumidor seria não razoável. Agora, a in-
cípios, a concepção de legalidade cedeu lugar à noção de
terdição de estabelecimento comercial com uso de força
juridicidade, segundo a qual a atuação do Estado deve
física imoderada seria desproporcional. Assim, a razoa-
estar em harmonia com o Direito, afastando a noção de
bilidade é vista no campo abstrato, já a proporcionalidade
legalidade estrita – com contornos superpostos à regra –,
refere-se a práticas de atos em si.
passando a compreender regras e princípios.
Portanto, a juridicidade, além de englobar a con-
Continuidade do serviço público formidade dos atos com as leis (princípio da legalidade),
requer que a produção dos atos estatais esteja em con-
O princípio da continuidade dos serviços públicos sonância com os princípios constitucionais expressos e
é assim enunciado por José Cretella Júnior: a atividade implícitos.
da Administração é ininterrupta, não se admitindo a pa-
ralisação dos serviços públicos. Com outras palavras, os
serviços públicos não podem sofrer solução de continui- Precaução
dade.
O princípio da precaução, de aplicação corrente no
Para a doutrina, o serviço contínuo não precisa ser
Direito Ambiental, remete-nos à ideia de que, na visuali- 119
diário; por exemplo, a Justiça Eleitoral não é um serviço
zação futura, ainda que remota, de eventuais danos, de-
diário, contudo, atende plenamente o princípio da conti-
vem ser adotadas medidas acautelatórias e protetivas do
nuidade, pois é intermitente e regular.
interesse público.

Direito Administrativo
Para José dos Santos Carvalho Filho, se determi-
Realidade nada ação acarreta risco para a coletividade, deve a Ad-
ministração adotar postura de precaução para evitar que
Para Diogo de Figueiredo Moreira Neto, o entendi- eventuais danos acabem por concretizar-se.
mento do princípio da realidade parte de considerações Semelhante cautela é de todo conveniente na me-
bem simples: o direito volta-se à convivência real entre dida em que se sabe que alguns tipos de danos, por sua
os homens e todos os atos partem do pressuposto de que gravidade e extensão, são irreversíveis ou, no mínimo,
os fatos que sustentam suas normas e demarcam seus de dificílima reparação.
objetivos são verdadeiros.
Nesse contexto, ainda segundo o autor, a ordem
jurídica não acolhe ficções ou presunções. A vivência do Subsidiariedade
direito não comporta fantasias, o irreal não pode ser a
` É sabido que os recursos públicos são reconhe-
fundamentação de um ato administrativo e também não
cidamente escassos, ao passo que as necessidades co-
pode ser o seu objetivo.
letivas tendem ao infinito. Portanto, não é possível – e
sequer prudente – que o Estado queira atuar sozinho no
Responsividade atendimento a todos os anseios sociais.
Ao contrário disso, a dinâmica dos Estados Moder-
Para Alexandre Mazza, pelo princípio da responsi- nos tem sido pela adoção de mecanismos de “parcerias”
vidade, a Administração Pública deve reagir adequada- com a Administração Privada, como as Parcerias Públi-
mente às demandas da sociedade. cas Privadas, os Contratos de Gestão e os Termos de Par-
Com base nesse moderno princípio, a sociedade, de ceria.
modo crescente, cobra o dever de prestar contas de seus Enfim, pelo princípio da subsidiariedade, o Esta-
representantes, e, com isso, que deem transparência da do afasta-se, parcialmente, da função de executor, para
boa e regular aplicação do dinheiro público. render-se ao fomento, à fiscalização e à regulação. Está-
-se, assim, diante do Estado subsidiário, que abre espa-
ços para o particular em áreas em que este seja autossu-
Sindicabilidade ficiente.
Para Odete Medauar, esse princípio é analisado em
A expressão “sindicabilidade”, por si só, revela- dois aspectos:
-nos o conteúdo do princípio. Ser sindicável é “ser con-
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Capítulo 02 - Organização Administrativa Da União; Administração

• VERTICAL: relaciona-se ao critério de distri- única pessoa jurídica, mantendo a vinculação hierárqui-
buição de competências entre a União e os ca.
Estados-membros e determina que só deva
haver intervenção da União quando estrita- Exemplos de desconcentração são os Ministérios da
mente necessário. União, as Secretarias estaduais e municipais, as dele-
• HORIZONTAL: significa que o poder público gacias de polícia, os postos de atendimento da Receita
só deve agir de forma residual. Tal princípio é Federal, as Subprefeituras, os Tribunais e as Casas
analisado em duas vertentes: a proximidade, Legislativas.
no sentido de que a atuação deve ser atribuída O instituto fundamental da desconcentração é o
ao órgão mais próximo do cidadão; e a sufici- “órgão público”, conceituado como um núcleo de compe-
ência, no sentido de que a execução da tarefa tências estatais sem personalidade jurídica própria. De
deve ser de atribuição daquele órgão que pos- acordo com o art. 1º, § 2º, I, da Lei 9.784/99, órgão é:
sa desempenhá-la com maior eficiência.
A unidade de atuação integrante da estrutura da
Administração direta e da estrutura da Administração
Função cogente indireta.
O princípio da função cogente é denominado, ain- A doutrina classifica as desconcentrações em di-
da, de princípio da obrigatoriedade. versas espécies:
De fato, “ser cogente” é “ser obrigatório”, “ser vin- a) desconcentração territorial ou geográfica: é
culante”. O exercício da atividade administrativa é para aquela em que as competências são divididas delimitan-
os administradores um múnus público, um encargo, um do as regiões onde cada órgão pode atuar. A característi-
Direta E Indireta.

dever. Os administradores são simples zeladores, cura- ca fundamental dessa espécie de desconcentração é que
dores da coisa pública, e não titulares do interesse públi- cada órgão público detém as mesmas atribuições mate-
co. Cabe-lhes atender às necessidades coletivas. riais dos demais, variando somente o âmbito geográfico
de sua atuação. Exemplos: Subprefeituras e Delegacias
Hierarquia de Polícia;
b) desconcentração material ou temática: é a dis-
Estabelece as relações de coordenação e subordi- tribuição de competências mediante a especialização de
nação entre órgãos da Administração Pública Direta. cada órgão em determinado assunto. Exemplo: Ministé-
A hierarquia é princípio imprescindível para a or- rios da União;
120 c) desconcentração hierárquica ou funcional: utili-
ganização administrativa. De acordo com Maria Sylvia
Zanella Di Pietro, “a subordinação hierárquica só existe za como critério para repartição de competências a rela-
relativamente às funções administrativas, não em rela- ção de subordinação entre os diversos órgãos. Exemplo:
Direito Administrativo

ção às legislativas e judiciais”. tribunais administrativos em relação aos órgãos de pri-


Segundo a autora, dessa subordinação decorrem meira instância.
prerrogativas para a Administração, como: a) rever atos
dos subordinados; b) delegar e avocar competências; c) CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
punir os subordinados.
  CENTRALIZAÇÃO é o desempenho de compe-
2. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA tências administrativas por uma única pessoa jurídi-
ca governamental. É o que ocorre, por exemplo, com as
UNIÃO; ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDI- atribuições exercidas diretamente pela União, Estados,
RETA. Distrito Federal e Municípios.
A DESCENTRALIZAÇÃO ocorre quando as compe-
A organização administrativa estuda a estrutura tências administrativas são exercidas por pessoas jurí-
interna da Administração Pública, os órgãos e pessoas dicas autônomas, criadas pelo Estado para tal finalidade.
jurídicas que a compõem. Exemplos: autarquias, fundações públicas, empresas
Para cumprir suas competências constitucionais, públicas e sociedades de economia mista.
a Administração dispõe de duas técnicas diferentes: a Convém destacar a diferença entre a descentrali-
DESCONCENTRAÇÃO e a DESCENTRALIZAÇÃO. zação política e a descentralização administrativa.
A descentralização política, também chamada de
CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO vertical, decorre da própria repartição de competências
estabelecidas pela Constituição, partindo-se da União
CONCENTRAÇÃO é o modo de cumprimento de (ente maior) até os Municípios (entes menores). A carac-
competências administrativas por meio de órgãos pú- terística fundamental da descentralização política é que
blicos despersonalizados e sem divisões internas em re- o ente descentralizado exerce suas atribuições por meio
partições ou departamentos. No campo administrativo, a de seu corpo legislativo.
atuação centralizada por meio de um único órgão (con- A descentralização administrativa, também cha-
centrada) é de aplicação teórica, haja vista as diversas mada de horizontal, ocorre quanto o ente político trans-
atribuições constitucionais dos entes políticos. fere competências no âmbito administrativo de mesmo
A DESCONCENTRAÇÃO é o modo de cumprimen- nível, como por exemplo, a criação de uma autarquia.
to de competências administrativas onde as atribuições O instituto fundamental da descentralização é a
são repartidas entre órgãos públicos pertencentes a uma “entidade”. Nos termos do art. 1º, § 2º, II, da Lei 9.784/99,
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Capítulo 02 - Organização Administrativa Da União; Administração
entidade é: que ocorre, por exemplo, com as competências da União
Federal exercidas pelos Ministérios;
A unidade de atuação dotada de personalidade jurídica III) descentralização concentrada: ocorre quando
própria. são atribuídas competências administrativas a pessoa
Tendo personalidade autônoma, tais entidades jurídica autônoma sem divisões internas. Exemplo: au-
respondem judicialmente pelos prejuízos causados por tarquia sem órgãos internos;
seus agentes públicos. IV) descentralização desconcentrada: é a situação
Com base na doutrina, são identificados quatro ti- surgida quando as competências administrativas são
pos de descentralização administrativa: descentraliza- atribuídas a pessoa jurídica autônoma dividida em ór-
ção por colaboração, descentralização por serviços, des- gãos internos. Exemplo: autarquia estruturada interna-
centralização territorial e descentralização social. mente em diversos órgãos e repartições.
a) A descentralização por colaboração verifica-se
quando a execução de um serviço público é transferida Desconcentração Descentralização
à pessoa jurídica de Direito Privado, ou mesmo à pessoa
física, por meio de contrato ou ato administrativo, con- Técnica administrativa Distribuição de compe-
servando o Poder Público a titularidade do serviço. tência
É o que ocorre, por exemplo, na concessão ou per-
missão de serviços públicos (formas de delegação de Ocorre no interior de uma Existe mais de uma pes-
serviços públicos), cujo regramento é encontrado na Lei pessoa jurídica soa jurídica ou física
8.987/1995 (lei geral das concessões e permissões de ser-
viços públicos).

Direta E Indireta.
b) A descentralização por serviços, também de-
Órgãos Entidades
nominada de descentralização funcional ou técnica, é
aquela em que o Poder Público cria uma pessoa jurídica Nem todos gozam de au- Todos têm autonomia ad-
de direito público ou privado, atribuindo-lhe, além da tonomia ministrativa
execução, a titularidade de determinado serviço público.
No Brasil, a descentralização por serviços dá-se Não têm patrimônio pró-
Têm patrimônio próprio
exclusivamente por lei. Por vezes, a lei, diretamente, cria prio
a entidade, correspondendo à figura das autarquias e das
fundações públicas de Direito Público. Por outras, a lei Regra: não têm capacida-
autoriza a instituição, correspondendo às fundações pú- de processual, por serem 121
blicas de direito privado; sociedades de economia mista; despersonalizados. Possuem capacidade
e empresas públicas. Exceção: alguns possuem processual e personali-

Direito Administrativo
c) A descentralização territorial ocorre quando personalidade jurídica dade jurídica
uma entidade local, geograficamente delimitada, é dota- (ex.: órgãos independen-
da de personalidade jurídica própria, de Direito Público, tes e autônomos)
com capacidade administrativa ampla. No Brasil, os ter-
ritórios federais são incluídos nessa modalidade de des-
centralização. ADMINISTRAÇÃO DIRETA
d) A descentralização social é caracterizada, es-
sencialmente, pela existência de novos mecanismos de De acordo com a CF/1988:
associação e parceria entre o Poder Público e a iniciati- Art. 37. A Administração Pública Direta e Indireta de
va privada. Rompe-se com a ideia de que o Estado deve, qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
com os próprios órgãos e entidades, arcar com todas as Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
atribuições públicas constitucionais e legais. Afasta-se, legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
enfim, o pressuposto de que o Poder Público deva ser o eficiência (...).
executor direto dos serviços públicos.
A Administração Direta se faz presente em todos
RELAÇÕES ENTRE DESCONCENTRAÇÃO os Poderes e, segundo José dos Santos Carvalho Filho,
E DESCENTRALIZAÇÃO corresponde ao “conjunto de órgãos que integram as pes-
soas federativas, aos quais foi atribuída a competência
Os institutos da desconcentração e descentrali- para o exercício, de forma centralizada, das atividades
zação possuem diferenciações independentes, ou seja, é administrativas do Estado”.
possível a combinação de quatro formas distintas de or- A Administração Direta corresponde a todos os órgãos,
ganização administrativa: desprovidos de personalidade, que sejam ligados à
I) centralização concentrada: quando a competên- própria pessoa política, seja ela federal, estadual, dis-
cia é exercida por uma única pessoa jurídica sem divisões trital ou municipal.
internas. Seria o caso, improvável na prática, de uma en-
tidade federativa que desempenhasse diretamente todas Os órgãos públicos pertencem a pessoas jurídicas,
as suas competências sem divisão em órgãos públicos; mas não são pessoas jurídicas. São divisões internas,
II) centralização desconcentrada: a atribuição ad- partes de uma pessoa governamental, daí receberem
ministrativa é cometida a uma única pessoa jurídica di- também o nome de repartições públicas.
vidida internamente em diversos órgãos públicos. É o Como não possuem personalidade própria, os ór-

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Capítulo 02 - Organização Administrativa Da União; Administração

gãos não podem ser acionados judicialmente para res- estrutura de Ministério.
ponder por prejuízos causados por seus agentes. Cabe à c) de controle: são aqueles responsáveis por acom-
pessoa jurídica a que o órgão pertence ser acionada judi- panhar e fiscalizar outros órgãos. Exemplo: Tribunal de
cialmente para reparação de danos. Contas da União.
No entanto, a doutrina e a jurisprudência reconhe-
cem casos raros de alguns órgãos públicos dotados de
capacidade processual especial. É o caso da Presidência - QUANTO À ESFERA DE AÇÃO:
da República e da Mesa do Senado. Essa capacidade pro-
a) centrais: são aqueles que exercem atribuições
cessual especial restringe-se basicamente à possibili-
em todo o território nacional , estadual ou municipal.
dade de tais órgãos realizarem a defesa de suas prerro-
Exemplos: Casas Legislativas, Ministérios, Secretarias
gativas em juízos, especialmente em sede de mandado
de Estado e de Município.
de segurança.
b) locais: atuam apenas sobre uma parte do terri-
Os órgãos públicos podem ser classificados da se-
tório, como as Delegacias Regionais da Receita Federal,
guinte forma:
as Delegacias de Polícia, os Postos de Saúde.
Os agentes públicos são verdadeiros veículos da
- QUANTO À POSIÇÃO ESTATAL OU HIERÁRQUI- expressão do Estado. Toda a conduta dos agentes é impu-
CA: tada ao órgão. Assim, surgem as 4 (quatro) teorias prin-
cipais:
a) independentes ou primários: aqueles originá- I) teoria da identidade: a primeira tentativa de ex-
rios da Constituição Federal e representativos da cúpula plicar o assunto afirmava que órgão e agente formam
dos Poderes Estatais, não sujeitos a qualquer subordina- uma unidade inseparável, de modo que o órgão público é
Direta E Indireta.

ção hierárquica ou funcional. Exemplos: Casas Legislati- o próprio agente. O equívoco dessa concepção é evidente,
vas, Chefias do Executivo, Tribunais do Poder Judiciário, pois sua aceitação implica concluir que a morte do agente
Ministério Público e Tribunais de Contas; público causa a extinção do órgão;
b) autônomos: estão situados imediatamente II) teoria da representação: influenciada pela ló-
abaixo dos órgãos independentes, gozando de ampla au- gica do Direito Civil, a teoria da representação defende
tonomia administrativa, financeira e técnica e dotados que o Estado é como um incapaz, não podendo defender
de competências de planejamento, supervisão e controle pessoalmente seus próprios interesses. Assim, o agente
sobre outros órgãos. Exemplos: Ministérios, Secretarias público atuaria exercendo uma espécie de curatela dos
e Advocacia-Geral da União; interesses governamentais suprindo a incapacidade.
122 c) superiores: possuem competências diretivas e Essa teoria também falha na tentativa de explicar
decisórias, mas se encontram subordinados a uma che- o problema, na medida em que, sendo incapaz, o Estado
fia superior. Não têm autonomia administrativa ou finan- não poderia nomear seu representante, como ocorre com
Direito Administrativo

ceira. Exemplos: Gabinetes, Secretarias-Gerais, Procu- os agentes públicos;


radorias Administrativas e Coordenadorias; III) teoria do mandato: outra teoria concebida para
d) subalternos: são os órgãos comuns dotados de explicar o problema sustentava que entre o Estado e o
atribuições predominantemente executórias. Exemplo: agente público haveria uma espécie de contrato de re-
protocolos. presentação, de modo que o agente receberia uma dele-
gação para atuar em nome do Estado. O erro dessa con-
- QUANTO À ESTRUTURA: cepção está em não conseguir apontar em qual momento
e quem realizaria a outorga do mandato;
a) simples ou unitários: constituídos somente por IV) teoria da imputação volitiva: aceita pela una-
um centro de competências. Exemplo: Presidência da nimidade dos doutrinadores modernos, a teoria da im-
República; putação sustenta que o agente público atua em nome
b) compostos: constituídos por diversos órgãos do Estado, titularizando um órgão público (conjunto de
menores. Exemplo: Secretarias. competências), de modo que a atuação ou o comporta-
mento do agente no exercício da função pública é juridi-
camente atribuída(o) – imputada(o) – ao Estado.
- QUANTO À ATUAÇÃO FUNCIONAL:
a) singulares ou unipessoais: compostos por um
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
único agente. Exemplo: Prefeitura Municipal; Nos termos da CF/1988 (inc. XIX do art. 37), a Admi-
b) colegiados ou pluripessoais: constituídos por nistração Indireta ou Descentralizada do Estado é com-
vários membros. Exemplo: tribunal administrativo. posta por: autarquias, sociedades de economia mista,
empresas públicas e fundações públicas. Acrescenta-se
- QUANTO ÀS FUNÇÕES EXERCIDAS: que, com a Lei 11.107/2005 (Lei dos Consórcios Públicos), o
inc. IV do art. 41 do Código Civil de 2002 foi alterado, para
a) ativos: são os que produzem ações, os atos ne- inserir, ao lado das autarquias, as associações públicas.
cessários para o cumprimento dos fins da pessoa jurídica A Administração Pública Indireta ou Descentrali-
da qual fazem parte. Exemplos: Ministérios e Secretarias. zada é composta por pessoas jurídicas autônomas com
b) de consulta: produzem os pareceres e as opini- natureza de direito público ou de direito privado. A na-
ões necessárias para a tomada de decisão por parte dos tureza jurídica de direito público ou de direito privado
órgãos ativos. Exemplo: assessoria jurídica integrante da determina diversas características jurídicas especiais,

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Capítulo 02 - Organização Administrativa Da União; Administração
definindo qual o regime jurídico aplicável. zenda Pública em juízo, como prazos em dobro para re-
correr e em quádruplo para contestar, desnecessidade de
DIREITO PÚBLICO DIREITO PRIVADO adiantar custas processuais e de anexar procuração do
Autarquias Empresas públicas representante legal, dever de intimação pessoal, execu-
ção de suas dívidas pelo sistema de precatórios etc.;
Fundações públicas Sociedades de economia k) RESPONSABILIDADE OBJETIVA E DIRETA: as
mista autarquias respondem objetivamente, isto é, sem neces-
sidade de comprovação de culpa ou dolo, pelos prejuízos
Associações públicas Fundações governamen- causados por seus agentes a particulares. Além de obje-
tais tiva, a responsabilidade também é direta, porque é a pró-
pria entidade que deve ser acionada judicialmente para
Autarquias reparar os danos patrimoniais que causar. A Administra-
ção Direta (entidades federativas) só poderá ser acionada
O conceito doutrinário para as autarquias pode ser em caráter subsidiário, vale dizer, na hipótese de a autar-
sintetizado como o de pessoas jurídicas de direito público quia não possuir condições patrimoniais e orçamentá-
interno, pertencentes à Administração Pública Indireta, rias de indenizar a integralidade do valor da condenação;
criadas por lei específica para o exercício de atividades l) OUTRAS CARACTERÍSTICAS: além das caracte-
típicas da Administração Pública. rísticas mencionadas, as autarquias sofrem controle dos
O conceito legislativo de autarquia é apresentado tribunais de contas, têm o dever de observar as regras de
pelo art. 5º, I, do Decreto-Lei 200/67: contabilidade pública, estão sujeitas à vedação de acu-
mulação de cargos e funções públicas, devem realizar li-
Serviço autônomo, criado por lei, com personalidade citação e seus dirigentes ocupam cargos em comissão de

Direta E Indireta.
jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar livre provimento e exoneração.
atividades típicas da Administração Pública, que re- O autor José dos Santos Carvalho Filho sugere as
queiram, para seu melhor funcionamento, gestão ad- seguintes categorias de autarquias:
ministrativa e financeira descentralizada.
a) autarquias assistenciais: visam a promover au-
As autarquias possuem as seguintes característi- xílio a regiões menos desenvolvidas ou a catego-
cas: rias sociais específicas, para o fim de diminuir as
a) SÃO PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO: desigualdades regionais e sociais. Exemplo: SU-
significa dizer que o regime jurídico aplicável a tais enti- DENE – Superintendência do Desenvolvimento do
dades é o regime jurídico público, e não as regras de di- Nordeste;
123
reito privado; b) autarquias previdenciárias: voltadas para a ati-
b) SÃO CRIADAS E EXTINTAS POR LEI ESPECÍFICA: vidade de previdência social oficial. Exemplo: INSS

Direito Administrativo
a personalidade jurídica de uma autarquia surge com a (Instituto Nacional do Seguro Social);
publicação da lei que a institui, dispensando o registro c) autarquias culturais: dirigidas à educação e ao
dos atos constitutivos em cartório. Lei específica é a que ensino. Exemplo: UFSC (Universidade Federal de
trata exclusivamente da criação da autarquia; Santa Catarina);
c) SÃO DOTADAS DE AUTONOMIA GERENCIAL, OR- d) autarquias profissionais (ou corporativas): in-
ÇAMENTÁRIA E PATRIMONIAL: autonomia é capacidade cumbidas da inscrição de certos profissionais e
de autogoverno representando um nível de liberdade na de fiscalização de suas atividades. Exemplo: CRM
gestão de seus próprios assuntos, intermediário entre a (Conselho Regional de Medicina). Registre-se que
subordinação hierárquica e a independência. Assim, as alguns autores e o STJ costumam se referir aos
autarquias não estão subordinadas hierarquicamente à Conselhos como autarquias sui generis, afinal de-
Administração Pública Direta, mas sofrem um controle sempenham atividade típica de Estado (poder de
finalístico chamado de supervisão ou tutela ministerial; polícia), mas não se vinculam a qualquer órgão mi-
d) NÃO EXERCEM ATIVIDADE ECONÔMICA: autar- nisterial.
quias somente podem desempenhar atividades típicas Cabe ainda reforçar que a jurisprudência do STF
da Administração Pública, como prestar serviços públi- confirma a natureza autárquica dos Conselhos de
cos, exercer o poder de polícia ou promover o fomento; fiscalização profissional. No entanto, a Ordem dos
e) SÃO IMUNES A IMPOSTOS: por força do art. 150, Advogados do Brasil (OAB) é um caso todo particu-
§ 2º, da Constituição Federal, autarquias não pagam im- lar. Na visão do STF, a OAB não é autarquia.
postos sobre o patrimônio, renda e serviços, relativa- e) autarquias de controle: nessa categoria estão
mente às finalidades essenciais ou às que dela decorram; as agências reguladoras, que, regularmente, pos-
f) SEUS BENS SÃO PÚBLICOS: os bens pertencen- suem natureza autárquica. Têm a função primor-
tes às autarquias são revestidos dos atributos da impe- dial de controle sobre as pessoas que prestam
nhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade; serviços públicos ou atuam na área econômica
i) O REGIME NORMAL DE CONTRATAÇÃO É ESTA- por força de concessões e permissões de serviços
TUTÁRIO: em regra, os agentes públicos pertencentes às públicos. Exemplo: ANATEL (Agência Nacional de
autarquias ocupam cargos públicos, compondo a catego- Telecomunicações);
ria dos servidores públicos estatutários; f) autarquias associativas: são as “associações
j) POSSUEM AS PRERROGATIVAS ESPECIAIS DA públicas”, ou seja, os consórcios públicos, regidos
FAZENDA PÚBLICA: as autarquias possuem todos os pri- pela Lei 11.107/2005. Exemplos: consórcios públi-
vilégios processuais característicos da atuação da Fa- cos intermunicipais;

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Capítulo 02 - Organização Administrativa Da União; Administração

g) autarquias administrativas: essa é uma cate- des consorciadas podem optar entre duas naturezas dis-
goria residual, a ser composta pelas entidades que tintas para a pessoa jurídica criada após a celebração do
se destinam a várias atividades administrativas, contrato (art. 6º):
inclusive de fiscalização, quando essa atribuição a) CONSÓRCIO COM NATUREZA DE DIREITO PRI-
for da pessoa federativa a que estejam vinculadas. VADO SEM FINS ECONÔMICOS: basicamente submete-
Exemplo: INMETRO (Instituto Nacional de Metro- -se às regras da legislação civil, mas tem que seguir a
logia, Normalização e Qualidade Industrial). legislação administrativa quanto à licitação, celebração
de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal
Fundações públicas sob regime celetista. Os consórcios de direito privado não
integram a Administração;
Fundações públicas são pessoas jurídicas de direi- b) ASSOCIAÇÃO PÚBLICA: se as entidades consor-
to público interno, instituídas por lei específica median- ciadas optarem por conferir natureza jurídica de direito
te a afetação de um acervo patrimonial do Estado a uma público, a nova pessoa jurídica recebe a denominação de
dada finalidade pública. Exemplos: FUNAI e IBGE. associação pública. De acordo com a regra prevista no
Vejamos como o Decreto-Lei 200/67 conceitua a art. 6º da Lei 11.107/2005, a associação pública integra a
fundação pública (grifou-se): Administração Pública Indireta de todos os entes con-
sorciados. A associação pública poderá ser ao mesmo
tempo federal, estadual e municipal, integrando todas as
Art. 5º, II - A entidade dotada de personalidade jurídica esferas federativas das pessoas consorciadas.
de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtu- As associações públicas possuem alguns privilé-
de de autorização legislativa, para o desenvolvimento gios, também extensivos aos consórcios com natureza
de atividades que não exijam execução por órgãos ou de direito privado, tais como:
Direta E Indireta.

entidades de direito público, com autonomia adminis- a) poder de promover desapropriações e de insti-
trativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos tuir servidões – art. 2º, § 1º, II;
órgãos de direção, e funcionamento custeado por re- b) possibilidade de serem contratadas pela Admi-
cursos da União e de outras fontes. nistração Direta ou Indireta, com dispensa de licitação –
art. 2º, § 1º, III;
Grifou-se, pois, de acordo com o entendimento c) o dobro do limite para contratação direta por dis-
adotado pela maioria da doutrina e pela totalidade dos pensa de licitação em razão do valor – art. 24, I e II, Lei n.
concursos públicos, as fundações públicas são espécies 8.666/93.
de autarquias – autarquias fundacionais ou fundações
124 autárquicas (direito público) - revestindo-se das mes-
mas características jurídicas aplicáveis às entidades au- Empresas públicas
tárquicas. Podem exercer todas as atividades típicas da
O conceito legislativo de empresas públicas está
Direito Administrativo

Administração Pública, como prestar serviços públicos e


exercer poder de polícia. previsto no art. 5º, II, do Decreto-Lei 200/1967:
Sobre a área de atuação das fundações, diz a Cons-
tituição Federal (grifou-se): Entidades dotadas de personalidade jurídica de direito
Art. 37, XIX – somente por lei específica poderá ser cria- privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da
da autarquia e autorizada a instituição de empresa pú- União, criadas por lei para exploração de atividade eco-
blica, de sociedade de economia mista e de fundação, nômica que o Governo seja levado a exercer por força
cabendo à lei complementar, neste último caso, definir de contingência, ou de conveniência administrativa,
as áreas de sua atuação. podendo revestir-se de quaisquer das formas admiti-
das em direito.

Segundo a doutrina, empresas públicas são pes-


Associações públicas soas jurídicas de direito privado, criadas por autorização
legislativa, com totalidade de capital público e regime or-
O art. 241 da Constituição Federal prescreve que ganizacional livre. Exemplos: Empresa de Correios e Te-
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios légrafos – ECT e Caixa Econômica Federal – CEF.
disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os Apesar de o conceito legal ser bastante incidente
convênios de cooperação entre os entes federados, au- em provas, é preferível o conceito doutrinário pelas se-
torizando a gestão associada de serviços públicos, bem guintes razões:
como a transferência total ou parcial de encargos, servi- a) o capital de empresa pública dever ser exclu-
ços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos servi- sivamente público, e não “exclusivo da União”, podendo
ços transferidos. sua origem ser federal, distrital, estadual ou municipal;
Regulamentando a citada norma constitucional, b) empresas públicas não são criadas por lei, mas
a Lei 11.107/2005 disciplinou o instituto do consórcio pú- mediante autorização legislativa;
blico. Consórcio público é o negócio jurídico plurilateral c) atualmente, empresas públicas podem desem-
de direito público que tem por objeto medidas de mútua penhar dois tipos diferentes de atuações: exercer ativi-
cooperação entre entidades federativas, resultando na dades econômicas ou prestar serviços públicos.
criação de uma pessoa jurídica autônoma com natureza Possui a empresa pública as seguintes caracterís-
de direito privado ou de direito público. ticas:
A maior novidade do regime estabelecido pela Lei • criação autorizada por lei específica: a) pro-
11.107/2005 é a personificação dos consórcios. As entida-
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Capítulo 02 - Organização Administrativa Da União; Administração
mulgação de lei autorizadora; b) expedição de A entidade dotada de personalidade jurídica de direito
decreto regulamentando a lei; c) registro dos privado, criada por lei para a exploração de atividade
atos constitutivos em cartório e na Junta Co- econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas
mercial. A personalidade jurídica da empresa ações com direito a voto pertençam em sua maioria à
pública surge apenas com o registro de sua União ou à entidade da Administração Indireta.
constituição no cartório competente;
• todo capital é público: na empresa pública não Pelo conceito doutrinário, as sociedades de eco-
existe dinheiro privado integrando o capital nomia mista são pessoas jurídicas de direito privado,
social; criadas mediante autorização legislativa, com maioria
• forma organizacional livre: a empresa pública de capital público e organizadas obrigatoriamente como
pode adotar qualquer forma admitida pelo Di- sociedades anônimas. Exemplos: Petrobras e Banco do
reito Empresarial, tais como: sociedade anôni- Brasil.
ma, limitada e comandita; O conceito de sociedade de economia mista apre-
• demandas de competência da Justiça Federal, sentado pelo Decreto-Lei 200/1967 exige dois reparos:
se empresa pública federal: no caso de empre- a) é criada mediante autorização legislativa, e não
sa pública distrital, estadual ou municipal, em por lei;
regra, as demandas são julgadas em varas es- b) além de explorar atividades econômicas, podem
pecializadas da Fazenda Pública na justiça co- também prestar serviços públicos.
mum estadual; A sociedade de economia mista possui as seguin-
• sofre controle pelos Tribunais de Contas, Po- tes características:
der Legislativo e Judiciário; • criação autorizada por lei: a personalidade ju-
• dever de contratar mediante prévia licitação:

Direta E Indireta.
rídica surge com o registro dos atos constituti-
a empresa pública exploradora de atividade vos em cartório, não sendo criadas diretamen-
econômica não precisa licitar para a contra- te pela lei;
tação de bens e serviços relacionados direta- • a maioria do capital é público: na composição
mente com suas atividades finalísticas; do capital votante, pelo menos 50% mais uma
• obrigatoriedade de realização de concurso pú- das ações com direito a voto devem pertencer
blico; ao Estado. É obrigatória a presença de capital
• proibição de acumulação de cargos, empregos votante privado, sob pena de a entidade con-
ou funções públicas; verter-se em empresa pública;
• contratação de pessoal pelo regime celetista • forma de sociedade anônima: por expressa 125
de emprego público: com exceção dos dirigen- determinação legal, a sociedade de economia
tes, sujeitos ao regime comissionado (cargos deve ter obrigatoriamente a estrutura de S.A.;
“de confiança”); • demandas são julgadas na justiça comum es-

Direito Administrativo
• remuneração dos empregos não sujeita ao teto tadual: ainda que federal, a sociedade de eco-
constitucional: exceto se receber recursos pú- nomia mista demanda e é demandada perante
blicos para pagamento de despesas de pessoal a justiça estadual (art. 109 da CF/1988);
ou de custeio em geral; • sofre controle pelos Tribunais de Contas, Po-
• impossibilidade de falência: de acordo com o der Legislativo e Judiciário;
art. 2º, I, da Lei 11.101/2005; • dever de contratar mediante prévia licitação:
• se prestadora de serviço público: é imune a a empresa pública exploradora de atividade
impostos sobre o patrimônio, renda e servi- econômica não precisa licitar para a contra-
ços, relativamente às finalidades essenciais tação de bens e serviços relacionados direta-
ou às que dela decorram; os bens são públicos; mente com suas atividades finalísticas;
responde objetivamente (sem comprovação • obrigatoriedade de realização de concurso pú-
de culpa) pelos prejuízos causados; o Estado é blico;
responsável subsidiário pela quitação da con- • proibição de acumulação de cargos, empregos
denação indenizatória; e está sujeita à impe- ou funções públicas;
tração de mandado de segurança; • contratação de pessoal pelo regime celetista
• se exploradora de atividade econômica: não de emprego público: com exceção dos dirigen-
tem imunidade tributária; seus bens são pri- tes, sujeitos ao regime comissionado (cargos
vados; responde subjetivamente (com com- “de confiança”);
provação de culpa) pelos prejuízos causados; o • remuneração dos empregos não sujeita ao teto
Estado não é responsável por garantir o paga- constitucional: exceto se receber recursos pú-
mento da indenização; não se sujeita à impe- blicos para pagamento de despesas de pessoal
tração de mandado de segurança contra atos ou de custeio em geral;
relacionados à sua atividade-fim. • impossibilidade de falência: de acordo com o
art. 2º, I, da Lei 11.101/2005.
Sociedades de economia mista • se prestadora de serviço público: é imune a
impostos sobre o patrimônio, renda e servi-
O conceito legal de sociedade de economia mista ços, relativamente às finalidades essenciais
está previsto no art. 5º, III, do Decreto-Lei 200/1967: ou às que dela decorram; os bens são públicos;
responde objetivamente (sem comprovação
de culpa) pelos prejuízos causados; o Estado é
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Capítulo 03 - Agentes Públicos: Espécies E Classificação; Poderes,

responsável subsidiário pela quitação da con- tura.


Deveres E Prerrogativas; Cargo, Emprego E Função Públicos.

denação indenizatória; e está sujeita à impe- Quanto ao regime jurídico, a fundação pública de
tração de mandado de segurança. direito privado é regida por tal regime jurídico, com der-
• se exploradora de atividade econômica: não rogações parciais, no entanto, de normas de Direito Pú-
tem imunidade tributária; seus bens são pri- blico. Perceba que, nesse último caso, há um hibridismo
vados; responde subjetivamente (com com- quanto ao regime jurídico, pois, apesar de direito privado,
provação de culpa) pelos prejuízos causados; o devem, por exemplo, fazer concursos públicos para sele-
Estado não é responsável por garantir o paga- cionar seus empregados.
mento da indenização; não se sujeita à impe- E, por falar em regime de pessoal, temos que o re-
tração de mandado de segurança contra atos gime jurídico do pessoal das fundações de direito privado
relacionados à sua atividade-fim. é o regime celetista, com a contratação de empregados
públicos.
Empresas subsidiárias e empresas con- Assim, deve-se reconhecer a possibilidade de o Estado,
ao criar uma fundação, escolher qual o regime jurídico
troladas aplicável, decidindo livremente entre a instituição de
fundação pública, espécie do gênero autarquia, dotada
Empresas subsidiárias são pessoas jurídicas de di- de personalidade jurídica de direito público, ou optar
reito privado criadas para integrar um grupo empresarial pela criação de fundação governamental com regime de
encabeçado por uma holding (empresa-matriz) estatal. É direito privado.​
o caso da Petrobras, que atualmente possui cinco empre-
sas subsidiárias principais a ela vinculadas: Transpetro;
Petrobras Distribuidora; Petroquisa; Petrobras Biocom- 3. AGENTES PÚBLICOS: ESPÉCIES E CLAS-
bustível; e Gaspetro. SIFICAÇÃO; PODERES, DEVERES E PRER-
De acordo com o art. 37, XX, da CF/1988: ROGATIVAS; CARGO, EMPREGO E FUN-
ÇÃO PÚBLICOS.
(...) depende de autorização legislativa, em cada caso, a
criação de subsidiárias das entidades mencionadas no
inciso anterior, assim como a participação de qualquer
DEFINIÇÃO DE AGENTES PÚBLICOS
delas em empresa privada.
Para fins de concursos públicos, recorremos à Lei
Segundo entendimento do STF, é dispensável a au- 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), que as-
126 torização legislativa para a criação de empresas subsi- sim define agente público (art. 2º):
diárias, desde que haja previsão para esse fim na própria
lei que instituiu a empresa estatal matriz, tendo em vista Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta
Direito Administrativo

que a lei criadora é a própria medida autorizadora (ADIN Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamen-
1.649/DF). te ou sem remuneração, por eleição, nomeação, desig-
Em síntese, temos que: nação, contratação ou qualquer outra forma de inves-
• Empresas subsidiárias são criadas por autori- tidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função
zação legislativa e integram a Administração nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Pública indireta na qualidade de empresas pú-
blicas ou sociedades de economia mista, con- Perceba que não é necessário o sujeito exercer
forme estabelecido em seus atos institutivos. a função em caráter permanente para ser considerado
• Empresas controladas são pessoas jurídicas agente público. É o caso dos membros do júri, os quais
de direito privado adquiridas integralmente ou apenas temporariamente realizam a função pública. E,
com parcela de seu capital social assumido por ainda, não é condição necessária o sujeito ser remunera-
empresa estatal. Nesse caso, como a sua ins- do. Veja o exemplo dos integrantes das mesas eleitorais,
tituição realiza-se independentemente de au- os quais não recebem dinheiro, mas sim compensações
torização legislativa, as empresas controladas não pecuniárias por participarem das eleições.
não integram a Administração Pública.
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLI-
Fundações governamentais COS
Em conformidade com § 3º do art. 5.º do Decreto-lei
200/1967, as fundações públicas de Direito Privado ad- A doutrina apresenta as seguintes espécies de agentes
quirem sua personalidade com a inscrição da escritura públicos: políticos, administrativos, honoríficos, delega-
pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas dos e credenciados. 5
Jurídicas. Enfim, a lei autoriza a instituição, e o registro
consolida o início da personalidade jurídica. Agentes políticos
As fundações governamentais são conceitua-
das como pessoas jurídicas de direito privado, criadas Os agentes políticos são aqueles competentes pe-
mediante autorização legislativa, com a afetação de um
acervo de bens à determinada finalidade pública. Exem-
plo: Fundação Padre Anchieta, fundação governamental 5
Quanto aos militares, esses também são agentes públicos, mas de
do Estado de São Paulo mantenedora da Rádio e TV Cul- uma categoria específica, com regras que lhe são próprias.
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Capítulo 03 - Agentes Públicos: Espécies E Classificação; Poderes,
las mais altas diretrizes estabelecidas pelo Estado. Tais cas do regime celetista:

Deveres E Prerrogativas; Cargo, Emprego E Função Públicos.


agentes ocupam os mais elevados postos da Adminis- • unicidade normativa: à União compete
tração Pública, sejam cargos, funções, mandatos ou co- legislar privativamente sobre Direito do
missões. Contam com ampla liberdade funcional, sendo Trabalho. E, atualmente, todos os empre-
regidos por normas específicas. São exemplos unânimes gados de todas as entidades políticas são
entre os doutrinadores: regidos pela CLT;
• Membros do Legislativo (deputados, senado- • regime contratual ou bilateral: há relação
res e vereadores); de trabalho entre os empregados e a Ad-
• Chefes de Poder Executivo (Presidente da Re- ministração; e
pública, Governadores e Prefeitos); e • Justiça do Trabalho é competente para o
• Assessores diretos destes (ministros e secre- julgamento das ações envolvendo cele-
tários estaduais, municipais e distritais). tistas.
As principais características comuns dos agentes
políticos podem ser assim resumidas: • Agentes temporários (contratados para
• grande parte das competências é de extração atendimento a necessidades excepcionais e
constitucional, e temporárias, segundo o inc. IX do art. 37 da
• de regra, tais agentes não se submetem às re- CF/1988): não são servidores ou celetistas. Re-
gras comuns aplicáveis aos servidores públi- gem-se por contrato, porém, especial e de Di-
cos. É o caso dos juízes, os quais não se subme- reito Público.
tem ao estatuto dos servidores públicos civis,
a exemplo, na esfera federal, da Lei 8.112/1990. Agentes honoríficos
Agentes administrativos Os agentes honoríficos são aqueles cidadãos con-
vocados para colaborar transitoriamente com o Estado,
Os agentes administrativos constituem o maior em razão de sua condição cívica, sua honorabilidade ou
contingente dos agentes públicos, e são os que exercem de sua reconhecida capacidade profissional.
funções, cargos e empregos públicos, no mais das vezes, Não contam com vínculos empregatícios ou esta-
de caráter permanente. Não são membros de Poder do tutários, e, no mais das vezes, não recebem remuneração
Estado, sequer exercem atribuições políticas ou gover- por tal atividade. Aliás, esta é a principal característica
namentais. Tais agentes integram o quadro funcional dos dos honoríficos: de regra, não são remunerados em es-
entes da Federação, bem como o das entidades da Admi- pécie. Todavia, esses agentes podem receber compensa- 127
nistração Indireta, como autarquias e fundações. ções, a exemplo de folgas para aqueles que exerceram a
Os agentes administrativos ou servidores estatais função de mesários em eleições.
submetem-se à hierarquia funcional e ao regime jurídico

Direito Administrativo
São exemplos de agentes honoríficos: os jurados,
estabelecido pela entidade à qual pertencem. São servi- os mesários eleitorais e os comissários de menores.
dores estatais:
• Servidores estatutários (efetivos e comissio-
nados): sujeitam-se a regime jurídico-admi- A doutrina moderna também chama os agentes hono-
nistrativo, de natureza institucional, legal e ríficos de “particulares em colaboração com o Poder
unilateral, a exemplo dos servidores públi- Público” ou “agentes públicos requisitados”.
cos civis regidos, na esfera federal, pela Lei
8.112/1990.
Agentes delegados
São três as características do regime estatutário:
• pluralidade normativa: afinal, a compe- Os agentes delegados ou delegatários são particu-
tência legislativa para a edição do esta- lares que têm a competência para a execução de certas
tuto é reservada ao chefe do Executivo atividades, obras ou serviços públicos, por sua conta e
de cada um dos entes políticos; risco.
• vínculo legal e institucional: o regime ju- Tais agentes sujeitam-se às normas e à fiscaliza-
rídico administrativo dos servidores é de ção permanente do Estado, em especial do Poder Público
Direito Público, de natureza unilateral delegante (da Administração Direta e, conforme o caso,
(não há contrato de trabalho; há termo de das Agências Reguladoras). São exemplos de agentes:
posse); e concessionários, permissionários e autorizatários de
• foro de julgamento na Justiça Comum: os serviços públicos, os titulares de cartório, leiloeiros e tra-
litígios envolvendo estatutários são re- dutores oficiais.
solvidos na Justiça Estadual ou Federal,
conforme o caso.
À semelhança dos agentes honoríficos, os agentes de-
• Empregados (vulgarmente chamados de cele- legados são enquadrados pela doutrina moderna no
tistas): o regime jurídico é de natureza contra- grupo dos particulares em colaboração com o Poder
tual de Direito Privado. Regem-se pelas balizas Público.
da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

Em contraponto aos estatutários, são característi-


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Capítulo 03 - Agentes Públicos: Espécies E Classificação; Poderes,

Agentes credenciados ESPÉCIE CONCEITO EXEMPLOS


Deveres E Prerrogativas; Cargo, Emprego E Função Públicos.

Os agentes credenciados são os que recebem da Agentes São particula- Titulares de


Administração o dever de representá-la em determi- delegados res que têm a cartório e
nado ato ou de praticar determinada atividade, em mo- competência agentes das
mento ou tempo certo e mediante remuneração do Poder para a execução concessioná-
Público. de certas ati- rias de serviços
É o caso dos peritos credenciados pela Justiça, para vidades, obras públicos
que elaborem laudos necessários à tomada de decisão por ou serviços
parte do magistrado. Muitas vezes, o magistrado precisa públicos, por
determinar a indisponibilidade de bens de um particular sua conta e ris-
para a satisfação de eventual dívida. Nesse caso, ocorre a co. Tais agentes
designação de perito credenciado para a avaliação. sujeitam-se
às normas e
Quadro-resumo das espécies de agentes públi- à fiscalização
permanente do
cos Estado.
Agentes Aqueles que Peritos cre-
ESPÉCIE CONCEITO EXEMPLOS credenciados recebem da denciados da
Agentes Aqueles com- Chefes de Poder administração Justiça
políticos petentes pelas Executivo e o dever de re-
mais altas dire- Ministros presentá-la em
trizes estabele- determinado
cidas pelo Esta- ato ou de pra-
do. Tais agentes ticar determi-
ocupam os mais nada atividade,
elevados postos em momento
da Administra- ou tempo certo
ção Pública. e mediante re-
muneração do
128 Poder Público.
Agentes São os que Servidores
administrativos exercem fun- estatutários e
ções, cargos e celetistas
Direito Administrativo

empregos pú- CARGOS, EMPREGOS E FUNÇÕES


blicos, no mais
das vezes, de Conceitos iniciais
caráter perma-
nente. Inte- Os cargos públicos podem ser vistos como as mais
gram o quadro simples e indivisíveis unidades de competência a serem
funcional dos exercidas por um agente público. É um lugar inserido na
órgãos e enti- organização do serviço público, regido por norma própria
dades públicas. a ser preenchido por servidor público, efetivo ou em co-
Agentes Aqueles ci- Jurados e me- missão, com funções próprias e remuneração fixada em
honoríficos dadãos con- sários lei.
vocados para Perceba que os exclusivamente comissionados tam-
colaborar tran- bém ocupam cargos públicos, e, por isso, são, à seme-
sitoriamente lhança dos efetivos, servidores estatutários. Isso mes-
com o Estado. mo. Os comissionados não são empregados, logo, não
Não contam são regidos pela CLT, apesar de seguirem o Regime Ge-
com vínculos ral de Previdência Social (RGPS). É muito comum o con-
empregatícios cursando, no início de seus estudos, achar que, como o
ou estatutá- comissionado segue o RGPS, enquadra-se como em-
rios, e, no mais pregado e regido pela CLT. Cuidado!
das vezes, não
recebem remu- O cargo público efetivo difere do emprego público
neração por tal essencialmente no que se refere ao vínculo que une o seu
atividade. ocupante ao Estado. No caso do cargo público efetivo, o
vínculo é estatutário; no âmbito do emprego público, o
vínculo é contratual, sob a regência da CLT.
Os empregados públicos não gozam de estabilida-
de semelhante a dos servidores estatutários; no entanto,
são, igualmente, admitidos mediante concurso público,

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Capítulo 03 - Agentes Públicos: Espécies E Classificação; Poderes,
de provas ou provas e títulos, como estabelece o inc. II do Cargos vitalícios, efetivos e comissiona-

Deveres E Prerrogativas; Cargo, Emprego E Função Públicos.


art. 37 da CF/1988.
Ainda, os servidores estatutários sujeitam-se a dos
estágio probatório de 36 meses, ao passo que os empre-
gados, depois da posse, submetem-se a período de expe- Os cargos vitalícios são os de previsão constitu-
riência com duração de 90 dias (parágrafo único do art. cional. Segundo a CF/1988, depois de adquirida a vitali-
455 da CLT). ciedade, a perda do cargo só pode ser decretada por meio
Questão interessante refere-se à possibilidade de de processo judicial, com sentença transitada em julgado.
contratação sob o regime de emprego público pela Admi- São cargos que conferem a seus detentores maior
nistração Direta, Autárquica e Fundacional. independência funcional, e, por isso, são cercados de
Com a EC 19/1998, rompeu-se com a obrigatorie- maiores proteções. Os cargos vitalícios são listados, ta-
dade da adoção de regime jurídico único (caput do art. xativamente, na CF/1988, sendo inconstitucional a pre-
39 da CF/1988), conferindo-se à Administração maior tensão das Constituições dos Estados em estender a
flexibilidade para a “contratação” de seus servidores, vitaliciedade a outras carreiras, como delegados e defen-
que, no caso, poderia tanto submeter os novos servido- sores públicos.
res ao Estatuto como à CLT. Ocorre que o caput do art. 39 São agentes vitalícios: magistrados (inc. I do art.
da CF/1988 teve sua constitucionalidade apreciada pelo 95), membros do Ministério Público (alínea “a” do § 5º do
STF, em caráter liminar, na Ação Direta de Inconstitucio- art. 128) e membros dos Tribunais de Contas (§ 3º do art.
nalidade 2135/DF. 73). 7
Em tal julgado, o Supremo deferiu liminar para Já cargos efetivos são aqueles que geram a seus
suspender a vigência do dispositivo constitucional, em ocupantes a garantia da estabilidade no serviço público.
razão de aparente inconstitucionalidade no rito formal No entanto, apesar da relação, efetividade e esta-
de aprovação da Emenda. Assim, por conta das nuances bilidade são termos inconfundíveis entre si.
do processo de controle de constitucionalidade (efeitos A efetividade é um atributo do cargo e pode ser uti-
repristinatórios), com a suspensão da vigência do caput lizado para designar o servidor, assim que ele toma posse.
do art. 39 da CF/1988, voltou a vigorar a redação anterior, Por exemplo: assim que você passar no concurso público,
que dispunha: “sentará” em cargo efetivo. É um “local” na estrutura da
Administração que espera por uma pessoa que não vai se
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu- movimentar a todo instante, exercendo suas atribuições
nicípios instituirão, no âmbito de sua competência, re- de forma permanente.
gime jurídico único e planos de carreira para os servi- Por sua vez, a estabilidade é uma proteção no ser-
dores da administração pública direta, das autarquias viço público, adquirida pelos servidores detentores de 129
e das fundações públicas. cargos efetivos, depois de cumpridos requisitos cons-
titucionais necessários, como o decurso de três anos de

Direito Administrativo
Assim, com a cautelar proferida nos autos da ADI efetivo exercício.
2135/DF, não cabe mais a contratação de empregados Sobre o tema, o autor José dos Santos Carvalho Fi-
públicos pela Administração Direta e Indireta de Direito lho apresenta a seguinte síntese:
Público (leia-se: autarquias e fundações), retomando-se • efetividade com estabilidade: é o caso do ser-
a ideia de regime jurídico único. vidor, ocupante de cargo efetivo, que cumpriu
Por fim, temos a função pública, a qual pode ser os requisitos constitucionais de estabilidade;
definida como o conjunto de atribuições que não corres- • efetividade sem estabilidade: o servidor públi-
ponde a cargo ou a emprego públicos. No entanto, não se co efetivo que ainda não cumpriu as condições
pode dizer que as funções sejam excludentes em relação para a estabilidade;
aos cargos ou empregos públicos. De fato, na clássica as- • estabilidade sem efetividade: é o que ocorre
sertiva de Hely Lopes Meirelles, todo cargo tem função, com os servidores públicos civis alcançados
mas pode haver função sem cargo. pela regra do art. 19 do ADCT 8 (estabilização
Por isso, diz-se ser possível que a função não cor- constitucional); e
responda a cargo, porém, todo cargo deve ter funções. • sem estabilidade e sem efetividade: os empre-
Neste contexto, quando se fala em funções públicas, gados das empresas estatais, embora concur-
têm-se claras, pelo menos, três situações: sados, não são efetivos ou estáveis, à seme-
• A contratação temporária, que ocorre por ne- lhança dos estatutários.
cessidade temporária de excepcional interes- Os cargos em comissão não garantem qualquer
se público (inc. IX do art. 37 da CF/1988);
• O preenchimento de funções de confiança, re-
7
ferentes à chefia, assessoramento ou direção STF - Súmula 36: servidor vitalício está sujeito à aposentadoria com-
(inc. V do art. 37 da CF/1988); e pulsória, em razão da idade.
• Os serviços notariais e registro, exercidos em 8
Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distri-
caráter privado, a partir de delegação pelo Po- to Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das
der Público. Os tabeliães não titularizam car- fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Consti-
gos ou empregos públicos, exercem apenas tuição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido
funções públicas (art. 236 da CF/1988). admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considera-
dos estáveis no serviço público.
§ 1º O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo será con-
tado como título quando se submeterem a concurso para fins de efeti-
vação, na forma da lei.

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Capítulo 03 - Agentes Públicos: Espécies E Classificação; Poderes,

proteção aos ocupantes, os quais podem a qualquer mo- ao Ministério Público.


Deveres E Prerrogativas; Cargo, Emprego E Função Públicos.

mento, sem prévia motivação, ser desligados da Admi-


nistração (chamados de demissíveis ad nutum). O víncu- Classe, padrão, carreira, cargos isolados,
lo que liga o superior hierárquico ao comissionado é o de
confiança, e esta, uma vez rompida, autoriza a exonera- quadro funcional e lotação
ção sem motivação (ad nutum) do detentor do cargo.
Os cargos a serem ocupados por servidores públi-
Abre-se um parêntese para enfatizar que a exo-
cos organizados em carreira são distribuídos em classes
neração de cargo em comissão não se confunde com a
e padrões.
destituição do cargo. A destituição é aplicada aos casos
As classes constituem o agrupamento de cargos
de fatos puníveis com suspensão ou demissão.
da mesma profissão, com idênticas atribuições, respon-
Esclareça-se, no entanto, que essa liberdade de exone- sabilidades e vencimentos. Portanto, as classes consti-
ração não se aplica, na íntegra, se o ocupante do cargo tuem os “degraus” de crescimento em uma carreira.
comissionado for servidora gestante. Direito este ex- Já o padrão é a subdivisão de uma classe, ou seja,
tensível, pela LC 146/2014, a quem detiver a guarda do dentro das classes, temos os padrões.
filho, nos casos em que ocorrer o falecimento da geni-
tora.

Os cargos em comissão destinam-se apenas às


ATRIBUIÇÕES DE CHEFIA, DIREÇÃO E ASSESSORAMEN-
TO, sendo exceção ao princípio do concurso público. A se-
guir, façamos a leitura do inc. V do art. 37 da CF/1988:
V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente
por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos
em comissão, a serem preenchidos por servidores de
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos
previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de Quando um servidor ocupante de cargo organiza-
direção, chefia e assessoramento. do em carreira muda de classe, é promovido; quando ele
muda de padrão, sem mudar classe, é progredido.
Perceba que as funções de confiança são sempre
exercidas por servidores ocupantes de cargos efetivos ,
130 não havendo a possibilidade, portanto, de assunção por
pessoas estranhas à estrutura formal do Estado. Já a
posse em cargos em comissão pode ser viabilizada por
Direito Administrativo

particulares.

Criação e extinção de cargos públicos


O instrumento utilizado para a criação de car-
gos públicos é a lei, como previsto no inc. X do art. 48 da
CF/1988. Como a criação de cargos públicos dá-se por lei,
a extinção ou transformação10 ocorrem, igualmente, por
lei, como consequência do princípio da simetria jurídica Por sua vez, a carreira é o agrupamento de classes
ou paralelismo das formas. É dizer, como se faz, desfa- de uma mesma profissão ou atividade, organizadas sob o
z-se. Se o cargo público é criado por lei, por lei deve ser fundamento da hierarquia. Para o ingresso em uma car-
extinto ou transformado. reira referente a cargos efetivos, o provimento deverá ser
Quanto à criação, temos uma exceção. As Casas originário (a ocorrer por nomeação), devendo ser prece-
Legislativas podem criar cargos públicos e extingui-los, dido de concurso público, nos termos do inc. II do art. 37
em suas respectivas estruturas, mediante resoluções. da CF/1988.
Essa permissão constitucional é, hoje, de pouca validade, De outra parte, há cargos que não se encontram
afinal, a remuneração de tais cargos é matéria sujeita à organizados em carreira, sendo únicos em sua categoria.
reserva legal. Tais cargos são chamados de cargos isolados. Um exem-
Quanto à extinção, também temos uma exceção. O plo destes é o cargo de ministro.
inc. VI do art. 84 da CF/1988 possibilita que, por decreto Quadro funcional é o somatório de cargos organi-
autônomo, cargos públicos sejam extintos, com o detalhe zados em carreiras, cargos isolados, e, ainda, das funções
de que devem estar vagos. de um mesmo órgão ou Poder. Imagine um trem de metrô,
Esclareça-se, também, que a competência para em que as cadeiras são os cargos públicos, e todo o con-
deflagrar o processo legislativo de criação de cargos é re- junto de cadeiras é o quadro funcional.
servada aos chefes do Executivo (art. 61, § 1º, inc. II, “a”, da
CF/1988), mas se e somente se os cargos forem da estru-
tura do Poder Executivo. Ante a independência dos Po-
deres (art. 2º da CF/1988), caberá ao Poder Judiciário en- 10
Quanto à transformação, vem-se admitindo, por decreto autônomo
caminhar o projeto de lei para a criação dos cargos de sua
(inc. VI do art. 84 da CF/1988), a transformação de cargos públicos, des-
própria estrutura, prerrogativa está também extensível
de que não ocorra aumento de despesas.
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Provimento de cargos públicos Provimento por reingresso

O provimento é o ato ou fato administrativo me- Por fim, o provimento por reingresso é a situação
diante o qual uma pessoa assume o cargo público, ou seja, em que o servidor está fora do cargo que ocupava e a ele
é o ato de “preenchimento” de “lugar” vago na estrutura retorna.
da Administração. Pela reintegração, o servidor estável retorna ao
O provimento é classificado em originário e deri- cargo público depois de ver invalidado o ato demissório,
vado. por decisão judicial ou administrativa, conforme o caso.
Para o autor José dos Santos Carvalho Filho, o pro- Na recondução, o servidor estável retoma o cargo
vimento originário ou autônomo é aquele em que o pre- anterior quando houver: inabilitação em novo estágio
enchimento do cargo dá início a uma relação estatutá- probatório, desistência do estágio probatório e retorno ao
ria nova, seja porque o titular não pertencia ao serviço cargo do anterior ocupante por reintegração.
No aproveitamento, o servidor estável retorna da

Capítulo 04 - Poderes Administrativos


público anteriormente, seja porque pertencia a quadro
funcional regido por estatuto diverso do que rege o cargo disponibilidade11 remunerada com proventos proporcio-
agora provido, como é o caso do detetive, sujeito a estatu- nais ao tempo de serviço.
to dos policiais, nomeado para o cargo de Defensor Públi- Por fim, na reversão, o servidor estável ou não re-
co, sujeito a estatuto diverso. torna ao cargo porque os motivos que ensejaram a apo-
A única forma originária de provimento de cargo sentadoria por invalidez não mais subsistem.
público é a nomeação.
Por seu turno, o provimento derivado é aquele em Vacância de cargos públicos
que o cargo é preenchido por alguém que já tenha vínculo
anterior com outro cargo, sujeito ao mesmo estatuto. Se, A vacância é o movimento inverso do provimento.
por exemplo, o servidor é titular do cargo de Assistente Enquanto o provimento remete-nos à ideia de cargo pre-
nível A e, por promoção, passa a ocupar o cargo de Assis- enchido, a vacância é a situação em que o cargo público
tente nível B, o provimento é derivado. está vago, sem ocupante, tornando-o passível de ser pro-
Nomeação x Posse vido por alguém.
A nomeação é o primeiro provimento. A posse é o ato Entre outras, são formas tradicionais de vacância:
formal em que o candidato nomeado firma o compro- exoneração, demissão, readaptação, aposentadoria, pro-
misso de exercer o cargo, ou seja, é o ato solene em que moção e falecimento.
o candidato declara “aceitar o cargo”. Perceba que nem sempre a vacância importa a ex-
tinção do vínculo estatutário, como no caso da promoção. 131
A forma derivada de provimento divide-se em: Destas, esclareça-se que a exoneração e a demis-
vertical, horizontal e por reingresso. são são as de maior incidência nos concursos públicos.

Direito Administrativo
A demissão é uma penalidade decorrente do co-
Provimento vertical metimento de infração funcional, achando-se prevista
em lei e no Código Penal.
Como o próprio nome denuncia, na forma vertical, A exoneração, por sua vez, é destituída de caráter
o servidor é ascendido dentro da carreira, pelo tempo ou punitivo. Dá-se a pedido do servidor (a exemplo do desli-
por merecimento. Atualmente, a promoção a é única for- gamento voluntário de cargo comissionado) ou de ofício
ma admitida pelo ordenamento jurídico, corresponden- (caso do servidor que não cumpriu os requisitos do está-
do à mudança de classe dentro da própria carreira, com a gio probatório, daquele que tomou posse, mas não entrou
adição de vencimentos e de responsabilidades. em exercício dentro do prazo legal, bem como do servidor
Em relação à ascensão ou transposição, o STF a que incorrer, de boa-fé, em acumulação ilícita de cargos).
declarou inconstitucional por burla ao princípio do con-
curso público, e correspondia à passagem de cargo situ- 4. PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER
ado na classe mais elevada de uma carreira para cargo da HIERÁRQUICO; PODER DISCIPLINAR; PO-
classe inicial de carreira diversa; e como vimos, isso não DER REGULAMENTAR; PODER DE POLÍ-
pode mais ocorrer.
CIA; USO E ABUSO DO PODER
Provimento horizontal INTRODUÇÃO
A readaptação é a única forma de provimento ho- Nos estudos sobre o Regime Jurídico Administra-
rizontal, pois o STF declarou a inconstitucionalidade da tivo, visualizamos dois princípios, os chamados supra-
transferência. A readaptação dá-se com a passagem do princípios ou superprincípios, os quais apresentam uma
servidor para cargo diverso do que ocupava, haja vista a dualidade permanente no exercício da função adminis-
existência de limitações físicas ou sensíveis. É chamada trativa:
de horizontal, pois o servidor deverá ser alocado em car- a) supremacia do interesse público sobre o privado
go compatível em termos de complexidade e remunera- (reflete os PODERES DA ADMINISTRAÇÃO): significa que
ção.
11
A disponibilidade não é nada mais que estar sem trabalhar. Dá-se em
razão da extinção do cargo ou da declaração de sua desnecessidade. É
prerrogativa aplicável exclusivamente aos servidores estáveis.
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os interesses da coletividade são mais importantes que neira, a lei faculta ao administrador a liberdade de adotar
os interesses individuais, razão pela qual a Administra- uma dentre duas ou mais condutas hábeis, a qual deverá
ção, como defensora dos interesses públicos, recebe da estar alinhada ao melhor atendimento do interesse pú-
lei poderes especiais não extensivos aos particulares. blico. Resulta-se, assim, o juízo discricionário por parte
b) indisponibilidade do interesse público (reflete os do responsável pelo ato.
direitos dos administrados e os DEVERES DA ADMINIS-
TRAÇÃO): significa que os agentes públicos não são do-
nos do interesse por eles defendido. Assim, no exercício O poder discricionário não se exerce acima ou além
da função administrativa os agentes públicos estão obri- da lei, mas como toda e qualquer atividade executória
gados a atuar, não segundo sua própria vontade, mas do com sujeição a ela.
modo determinado pela legislação. O autor Celso Antônio Bandeira de Mello descrimi-
A regra é de que os poderes administrativos sejam na as inúmeras explicações apresentadas pelos admi-
concedidos por lei, destinando-se a instrumentalizar
Capítulo 04 - Poderes Administrativos

nistrativistas para a existência de competências discri-


o administrador público para o atingimento do objetivo cionárias:
finalístico a que se presta o Estado: a satisfação dos inte- a) intenção deliberada do legislador: para alguns
resses públicos. autores, a discricionariedade é uma técnica utilizada in-
Por outro lado, impõe-se aos agentes públicos, de tencionalmente pelo legislador para transferir ao admi-
modo geral, uma série de deveres, que correspondem, nistrador público a escolha da solução mais apropriada
em certa medida, a poderes-deveres. Por protegerem para atender a finalidade da norma;
interesses de todos, os agentes públicos encarregam-se b) impossibilidade material de regrar todas as situ-
de variados deveres, por exemplo, o de AGIR, o de OBE- ações: ao legislador seria impossível disciplinar adequa-
DIÊNCIA, o de PRESTAR CONTAS, o de LEALDADE, o de damente a grande variedade de circunstâncias concre-
EFICIÊNCIA, o de FIDELIDADE e o de PROBIDADE (conduta tas relacionadas ao exercício da função administrativa,
ética). sendo mais razoável conferir competências flexíveis
passíveis de adaptação à realidade dos fatos;
BINÔMIO PODER-DEVER: se determinado servidor co- c) inviabilidade jurídica da supressão da discricio-
mete corrupção passiva ou abandona o cargo (ausên- nariedade: no regime da Tripartição de Poderes, o legis-
cia intencional por mais de 30 dias consecutivos), tem lador está impedido de esgotar no plano da norma a dis-
a Administração a prerrogativa de apurar a infração e ciplina de todas as situações concretas pertinentes aos
de aplicar a punição (poder disciplinar). Será essa apu- assuntos administrativos, à medida que isso implicaria
132 ração da infração uma prerrogativa ou faculdade? Pode o esvaziamento das atribuições do Poder Executivo e a
o administrador escolher entre punir ou não punir o ruptura de sua independência funcional;
servidor? Claro que não! Temos aí o que chamamos de d) impossibilidade lógica de supressão da dis-
Direito Administrativo

poder-dever de agir. cricionariedade: por fim, o último e mais importante


fundamento da discricionariedade é a impossibilidade
PODER VINCULADO lógica de o legislador excluir competências discricioná-
rias, porque a margem de liberdade característica desse
Os atos vinculados ou regrados são aqueles em que instituto reside na imprecisão e na indeterminação dos
todos os elementos que os compõem encontram expres- conceitos empregados pela lei para definir competên-
sa previsão legal; ou seja, o órgão/entidade responsável cias. Sempre que o legislador outorga uma competência,
pela prática do ato não goza de liberdade para implemen- é obrigado a fazê-lo por meio de dispositivos legais tra-
tação dos atos vinculados. duzidos em conceitos jurídicos, cujo grau de imprecisão
Onde houver vinculação, o agente público é um determina inevitavelmente a natureza discricionária da
simples executor da vontade legal. A liberdade de ação do competência atribuída.
administrador é mínima. Um exemplo de poder vincula-
do é o da servidora pública que deu à luz um filho. Perce- Quando a lei afirma que a Administração deve proibir
ba que aqui não há margem de liberdade de ação para a o uso de “trajes indecentes” em certos ambientes, a in-
Administração indeferir a licença gestante, e indeferir a determinação inerente ao conceito de traje indecente
licença paternidade do pai, se igualmente servidor públi- abre margem de liberdade para o agente público ava-
co. liar em quais casos a proibição deve ser aplicada.

PODER DISCRICIONÁRIO O poder discricionário tem sua relevância no que


chamamos de conceitos jurídicos imprecisos e indeter-
O poder discricionário é aquele em que o legisla- minados empregados pelo legislador, como por exemplo,
dor atribui certa competência à Administração Pública, “boa-fé”, “bons costumes”, “interesse público”, “solução
reservando uma margem de liberdade para que o agen- adequada”, “decisão razoável”. Cada um dos conceitos
te público, diante da situação concreta, possa selecionar
entre as opções predefinidas qual a mais apropriada para 12
Segundo Hely Lopes Meirelles, são elementos sempre vinculados ou
defender o interesse público. regrados: a COMPETÊNCIA, a FINALIDADE e a FORMA. E essa é a posi-
Não é difícil perceber a impossibilidade de a lei pre- ção majoritária da doutrina, e, por isso, a linha seguida nos concursos
ver todas as condutas a serem adotadas pelos adminis- públicos. Entretanto, na opinião de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, são
tradores públicos, em face das situações concretas que elementos sempre vinculados: a competência e a finalidade em senti-
se apresentam e que exigem pronta solução. Dessa ma- do estrito, apenas.
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mencionados pode adquirir significados diferentes nas ministração é obrigada a punir seu agente. É um dever
leis ou diante das situações concretas. vinculado. Mas a escolha da punição é discricionária. As-
Na visão da maior parte dos estudiosos, a discri- sim, o poder disciplinar é vinculado quanto ao dever de
cionariedade é resumida nos termos “conveniência” e punir e discricionário quanto à escolha da pena aplicável.
“oportunidade”. A conveniência indica em que condições Vejamos um exemplo na Lei 8.112/1990.
vai se conduzir o agente (o modo de agir deste); a oportu- O art. 127 da Lei 8.112/1990 prevê seis penalidades
nidade, ao momento em que a atividade deve ser produ- diferentes para faltas funcionais cometidas por servi-
zida. dores públicos federais: a) advertência; b) suspensão; c)
Ainda, importante destacar que a discricionarie- demissão; d) cassação da aposentadoria ou disponibili-
dade refere-se ao conteúdo dos atos administrativos, ou dade; e) dest ituição de cargo em comissão; f) destituição
seja, dois de seus elementos, o MOTIVO e o OBJETO. Veja- de função comissionada.
mos isso mais detalhadamente. A aplicação de qualquer uma dessas penalidades
Os elementos ou requisitos do ato administrativo EXIGE instauração de prévio processo administrativo

Capítulo 04 - Poderes Administrativos


são cinco: competência, finalidade, forma, motivo e ob- com garantia de contraditório e ampla defesa, sob pena
jeto. Para a doutrina majoritária, os três primeiros são de nulidade da punição.
sempre vinculados, ou seja, sobre estes o agente não Note que uma das punições previstas pela lei é a
possui liberdade quanto à decisão e à forma de agir12. demissão. Dentre as hipóteses para aplicação desta, en-
Assim, a discricionariedade, quando existente, contra-se a insubordinação grave em serviço (inc. VI do
diz respeito aos dois últimos, motivo e objeto, que cons- art. 132). Mas o que seria uma insubordinação “grave”? A
tituem, em essência, o mérito administrativo, presente lei não a define, tratando-se de um conceito jurídico in-
nos atos discricionários. determinado, o que gera a discricionariedade da Admi-
Por fim, admite-se o controle judicial sobre o exer- nistração ao interpretá-lo.
cício do poder discricionário, exceto quanto ao mérito do Noutra passagem (art. 130), a lei diz que a suspen-
ato administrativo. Isso porque o mérito do ato discricio- são será aplicada nos casos de reincidência das faltas
nário constitui o núcleo da função típica do Poder Exe- puníveis com advertência e de violação das demais proi-
cutivo, sendo incabível permitir que o Poder Judiciário bições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade
analise o juízo de conveniência e oportunidade da atua- de demissão, não podendo exceder de 90 dias. No entan-
ção administrativa, sob pena de violação da Tripartição to, quantos seriam os dias para cada infração? É nesse
de Poderes. sentido que, mais uma vez, existe discricionariedade no
exercício do poder disciplinar.
O Poder Judiciário pode analisar a discricionarieda- 133
de, por exemplo, nos possíveis casos de contradição a PODER HIERÁRQUICO
princípios, como moralidade e eficiência, por exemplo,
Poder hierárquico é o de que dispõe a Administra-

Direito Administrativo
ou os que forem desproporcionais ou não pautados em
critérios previstos em lei, sem que isso configure inva- ção14 para distribuir e escalonar as funções de seus ór-
são ao mérito do ato controlado. gãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabe-
Ainda, alguns julgados têm reforçado a possibilidade lecendo a relação de subordinação entre os servidores do
de controle judicial sobre a implementação de políticas seu quadro de pessoal.
públicas. Entretanto, as decisões restringem-se a acei- É um poder interno e permanente. O poder hierár-
tar um controle de legalidade e razoabilidade na eleição quico é interno à medida que não se aplica a particulares.
das prioridades em que devam ser aplicadas as verbas É permanente por não possuir caráter episódico.
públicas. Trata-se, em última análise, de uma revisão Junto ao poder hierárquico (até em decorrência
judicial de decisões violadoras de princípios adminis- deste) anda o poder disciplinar, entendido como a possi-
trativos, e não exatamente de controle específico do bilidade de a Administração aplicar sanções àqueles que,
mérito das decisões adotadas pela Administração Pú- submetidos à ordem interna, descumpram as ordens ad-
blica. vindas da hierarquia posta.
Com efeito, de nada valeria falar em hierarquia se o
PODER DISCIPLINAR superior não pudesse aplicar punições aos infratores ad-
ministrativos que lhe são subordinados.
A DELEGAÇÃO e a AVOCAÇÃO são dois institutos
O poder disciplinar consiste na possibilidade de relacionados ao poder hierárquico.
a Administração aplicar punições aos agentes públicos A DELEGAÇÃO distribui temporariamente a com-
que cometam infrações funcionais.
Trata-se de poder interno, não permanente e dis-
cricionário. 13
Determinada empresa é prestadora de serviços de limpeza no prédio
Interno porque somente pode ser exercido sobre
de um órgão da Administração Pública. Após várias paralisações na
agentes público, nunca em relação a particulares, exce-
execução do contrato, o órgão público decidiu pela aplicação de multa
to quando estes forem contratados da Administração13.
à empresa. Teremos, nesse caso, um particular sendo sancionado com
É não permanente à medida que é aplicável apenas se e
base no poder disciplinar, embora não componha o quadro adminis-
quando o servidor cometer falta funcional. É discricioná-
trativo do Estado.
rio porque a Administração pode escolher, com alguma 14
A despeito de as relações hierárquicas serem inerentes ao Poder
margem de liberdade, qual a punição mais apropriada a
Executivo, onde ocorrer o desempenho da função administrativa po-
ser aplicada ao agente público.
derá se dar uma relação hierárquica, mesmo no âmbito dos Poderes
Importante frisar que, constatada a infração, a Ad-
Legislativo e Judiciário.
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petência, representando um movimento centrífugo. Executivo editarem atos administrativos gerais e abs-
Delegar consiste na transferência do exercício de atri- tratos, ou gerais e concretos, expedidos para dar fiel exe-
buições de um órgão a outro no aparelho administrativo. cução à lei.
Não é admitida com relação a atos políticos, bem como De acordo com Alexandre Mazza, o poder regula-
de um Poder para outro, salvo nos casos constitucional- mentar enquadra-se em uma categoria mais ampla de-
mente previstos. nominada poder normativo, que inclui todas as diversas
Para atender a conveniências técnicas, sociais, categorias de atos gerais.
econômicas, jurídicas ou territoriais, é possível a quem
detém a competência legal distribuir transitoriamente
parcela de suas atribuições.
Nos termos do art. 12 da Lei n. 9.784/99, um órgão
administrativo ou seu titular poderão delegar parte da
sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que
Capítulo 04 - Poderes Administrativos

estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados,


quando for conveniente, em razão de circunstâncias de
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Trata-se de transferência sempre provisória por-
que a delegação pode ser revogada a qualquer tempo pela
autoridade delegante.
É obrigatória a publicação em meio oficial dos atos
de delegação ante o seu caráter formal. O ato de delega-
ção obrigatoriamente especificará as matérias e poderes
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração
e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo O fundamento constitucional da competência re-
conter ressalva de exercício da atribuição delegada. gulamentar está previsto em seu art. 84, IV:
Além disso, conforme disposto no art. 14, § 3º, da
Lei 9.784/99, as decisões adotadas por delegação consi-
deram-se praticadas pelo delegado. Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Re-
Por fim, cabe destacar que a própria legislação as- pública:
severa que três competências administrativas são inde- (...)
legáveis: IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem
134 • a EDIÇÃO DE ATO DE CARÁTER NORMATIVO: como expedir decretos e regulamentos para sua fiel
os atos normativos inerentes às funções de execução;
comando dos órgãos públicos baixam regras
Direito Administrativo

gerais válidas para todo o quadro de agentes. Embora frequentemente confundidos, o conceito
Sua natureza é incompatível com a possibili- de decreto não é exatamente igual ao de regulamento:
dade de delegação; aquele constitui uma forma de ato administrativo; este
• a DECISÃO EM RECURSOS ADMINISTRATIVOS: representa o conteúdo do ato. Decreto é o veículo intro-
a justificativa é a preservação da garantia do dutor do regulamento. O certo é que decretos e regula-
duplo grau, impedindo que a mesma autori- mentos são atos administrativos e, como tal, encontram-
dade que praticou a decisão recorrida receba, -se em posição de inferioridade diante da lei, sendo-lhes
por delegação, a competência para analisar o vedado criar obrigações de fazer ou deixar de fazer aos
recurso; particulares, sem fundamento direto na lei (art. 5º, II, da
• as MATÉRIAS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA CF/1988).
DO ÓRGÃO OU AUTORIDADE: são casos em que As duas espécies de regulamentos mais cobradas
a própria natureza da matéria recomenda o em provas são as seguintes:
exercício da competência somente pelo órgão a) regulamentos administrativos ou de organiza-
habilitado diretamente pela legislação. ção: são aqueles que disciplinam questões internas de
estruturação e funcionamento da Administração Públi-
A AVOCAÇÃO concentra a competência de manei- ca ou relações jurídicas de sujeição especial do Poder Pú-
ra centrípeta. Avocar é a possibilidade que tem o superior blico perante particulares; e
de trazer para si as funções exercidas por um subalterno. b) regulamentos executivos: são os regulamentos
É medida excepcional, que só pode ser realizada à luz de comuns expedidos sobre matéria anteriormente disci-
permissivo legal e que desonera o subordinado com rela- plinada pela legislação permitindo a fiel execução da lei.
ção a qualquer responsabilidade referente ao ato pratica-
do pelo superior. Decretos autônomos
Ao contrário da delegação, a avocação só pode ser
realizada dentro de uma mesma linha hierárquica, deno- A regra é de que os decretos não podem inovar no
minando-se avocação vertical. ordenamento jurídico, pois são atos normativos esclare-
cedores das leis. Entretanto, temos uma exceção consti-
PODER REGULAMENTAR tucional: os decretos autônomos .
Os decretos autônomos foram reintroduzidos em
Decorrente do poder hierárquico, o poder regula- nossa ordem jurídica por intermédio da Emenda Consti-
mentar consiste na possibilidade de os Chefes do Poder tucional 32/2001. A partir da promulgação desta, compe-

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te ao Presidente da República dispor, mediante decreto, quer atividades estatais de fiscalização.
sobre (art. 84, VI): A doutrina conceitua o poder de polícia em duas
acepções:
• poder de polícia em SENTIDO AMPLO: inclui
a) organização e funcionamento da administração fe- qualquer limitação estatal à liberdade e pro-
deral, quando não implicar aumento de despesa nem priedade privadas, englobando restrições le-
criação ou extinção de órgãos públicos; gislativas e limitações administrativas.
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando va- • poder de polícia em SENTIDO ESTRITO: inclui
gos. somente as limitações administrativas à li-
Ressalte-se que, a despeito do que estabelece a berdade e propriedade privadas, deixando de
alínea “a”, a criação e extinção de Ministérios e órgãos da fora as restrições impostas por dispositivos
Administração Pública continua a depender de lei (art. 88 legais. Basicamente, envolve atividades admi-
nistrativas de fiscalização e condicionamento

Capítulo 04 - Poderes Administrativos


da CF/1988, princípio da reserva legal).
São duas situações distintas: tratando-se de orga- da esfera privada de interesse, em favor da co-
nização ou funcionamento da administração federal (alí- letividade.
nea “a”), a competência é do Presidente da República, por Antes de prosseguirmos, cumpre diferenciarmos a
meio de decreto autônomo, delegável, nos termos do art. POLÍCIA ADMINISTRATIVA (o poder de polícia de que es-
84, parágrafo único, da CF/1988; já a criação ou extinção tamos tratando) da POLÍCIA JUDICIÁRIA.
de Ministérios é matéria a ser tratada em lei. A polícia administrativa é atividade da Adminis-
A competência é privativa dos Chefes do Executivo tração que tem início e fim no âmbito da função admi-
e, em princípio, indelegável. Tal privatividade, enunciada nistrativa, levada a efeito por entidades e órgãos admi-
no art. 84, caput, da Constituição Federal, é coerente com nistrativos, incidindo basicamente sobre as liberdades e
a regra prevista no art. 13, I, da Lei n. 9.784/99, segundo a propriedades dos indivíduos.
qual não pode ser objeto de delegação a edição de atos de Já a polícia judiciária é aquela que atua junto à fun-
caráter normativo. ção jurisdicional do Estado, sendo executada por órgãos
Entretanto, o parágrafo único do art. 84 da Cons- de segurança (Polícia Federal, por exemplo), referindo-se
tituição Federal prevê a possibilidade de o Presidente da ao indivíduo, ou seja, aquele que poderia cometer um ilí-
República delegar aos Ministros de Estado, ao Procura- cito penal.
dor-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União. O poder de polícia pode se dar de maneira NEGATI-
Por fim, embora a previsão constitucional desti- VA ou POSITIVA. Ocorre, na maioria das vezes, de forma
negativa, onde o Estado atua de forma restritiva na au-
ne-se ao Presidente da República, esclareça-se que os
tonomia dos particulares. Contudo, o exercício do poder
135
demais entes políticos poderão expedir decretos autô-
nomos, observando-se o princípio da simetria, desde que de polícia pode levar à exigência de obrigações positi-
vas do Estado com relação ao particular. Exemplo disso

Direito Administrativo
promovam a alteração em suas Constituições e Leis Or-
gânicas, conforme o caso. é o cumprimento de certos requisitos para a obtenção da
carteira de habilitação, obrigando ao particular a fazer os
exames e as horas-aula de trânsito.
PODER DE POLÍCIA O poder de polícia pode ser classificado em ORI-
GINÁRIO ou DELEGADO (outorgado). O poder de polícia
Dos poderes da Administração, o poder de polícia originário é aquele exercido pelas pessoas políticas que
é o único com uma definição legal. Seu conceito é encon- integram o Estado (União, Estados, Distrito Federal e Mu-
trado no CTN: nicípios). O poder de polícia delegado é aquele exercido
pelas entidades componentes da Administração Indire-
ta, com personalidade jurídica de direito público, em de-
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da corrência de delegação legal do órgão estatal a qual per-
Administração Pública que, limitando ou disciplinan- tence.
do direito, interesse ou liberdade, regula a prática de
ato ou abstenção de fato, em razão de interesse públi-
co concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqui-
lidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direi-
tos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do
poder de polícia quando desempenhado pelo órgão Dentro do contexto de poder de polícia originário
competente nos limites da lei aplicável, com observân- ou delegado, temos o que a doutrina convencionou cha-
cia do processo legal e, tratando-se de atividade que a mar de fases ou ciclo do poder de polícia.
lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de De acordo com Diogo Figueiredo Moreira Neto, o
poder. poder de polícia possui quatro fases ou ciclos, que cor-
respondem ao modo de atuação: a ORDEM DE POLÍCIA
Em suma, o poder de polícia representa uma ativi- (legislação); o CONSENTIMENTO DE POLÍCIA; a FISCALI-
dade estatal restritiva dos interesses privados, limitando ZAÇÃO DE POLÍCIA e a SANÇÃO DE POLÍCIA.
a liberdade e a propriedade individual em favor do inte- A ORDEM DE POLÍCIA é o preceito legal, a satisfa-
resse público. A noção de poder de polícia engloba quais- ção da reserva constitucional, apresentada de duas for-
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Capítulo 05 - Ato Administrativo: Validade, Eficácia; Atributos; Extinção,
Desfazimento e Sanatória; Classificação, Espécies e Exteriorização...

mas: negativo absoluto, quando são vedadas certas for- além do permitido na lei e dos seus limites de
mas de exercício de atividades e de uso da propriedade atuação. Pode haver também a violação da re-
privada, impondo-se restrições; negativo com reserva de gra de competência se ele se apropriar de com-
consentimento, quando são vedadas determinadas for- petência que a Administração ou ele próprio
mas de exercício de atividades e de uso da propriedade não dispunha;
privada, sem o consentimento prévio e expresso da Ad- • Desvio de poder ou de finalidade: quando o
ministração, impondo-se condicionamentos. Nestes dois agente pratica o ato por motivo ou com fins di-
casos, o instrumento de atuação administrativa do poder versos do previsto na lei.
de polícia é a limitação. • Omissão de poder: constata a inércia da Admi-
O CONSENTIMENTO DE POLÍCIA é o ato adminis- nistração em fazer o que lhe compete, injusti-
trativo de anuência (expresso ou implícito), que possi- ficadamente.
bilita a utilização da propriedade pelo particular ou o
exercício da atividade privada, quando o legislador te- 5. ATO ADMINISTRATIVO: VALIDADE, EFI-
nha exigido controle prévio da compatibilidade do uso do
bem ou do exercício da atividade com o interesse público. CÁCIA; ATRIBUTOS; EXTINÇÃO, DESFAZI-
A FISCALIZAÇÃO DE POLÍCIA se fará para a verifi- MENTO E SANATÓRIA; CLASSIFICAÇÃO,
cação do cumprimento das ordens de polícia, como tam- ESPÉCIES E EXTERIORIZAÇÃO; VINCU-
bém para se observar os abusos que possam existir na LAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE.
utilização de bens e nas atividades que foram consenti-
das pela Administração. Esta fiscalização pode ser pre-
ventiva ou repressiva e pode ser iniciada de ofício ou ser INTRODUÇÃO
provocada.
A SANÇÃO DE POLÍCIA é a submissão coercitiva O início da atuação da Administração Pública, de
do infrator a medidas inibidoras impostas pela Adminis- regra, requer a prévia expedição do ato administrativo
tração, sempre que falhar a fiscalização preventiva e for que lhe sirva de fundamento.
verificada a ocorrência de infrações às ordens de polícia. O ato administrativo é o ato jurídico típico do Direi-
A sanção deve sempre ser criada por lei, não podendo ser to Administrativo, diferenciando-se das demais catego-
institu ída por decreto ou outro ato de natureza infrale- rias de atos por seu peculiar regime jurídico.
gal. Não há conceito legal de ato administrativo; assim,
sua definição é tratada pela doutrina. Uma possível defi-
nição é a seguinte: a norma concreta, emanada do Estado,
136 Para o STJ (REsp 759759/DF), somente os atos relativos ou por quem esteja no exercício da função administrati-
ao consentimento e à fiscalização são delegáveis, pois va, que tem por finalidade criar, modificar, extinguir ou
aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do declarar relações jurídicas entre o Estado e o adminis-
Direito Administrativo

poder de coerção do Poder Público. trado, suscetível de ser examinada pelo Poder Judiciário.
Por ser constante objeto de cobranças em provas,
Quanto aos meios de atuação, o poder de polícia vejamos alguns conceitos doutrinários:
pode ser PREVENTIVO, como as atividades de fiscaliza- Celso Antônio Bandeira de Mello: “declaração do
ção (vistoria, licença, autorização) ou REPRESSIVO, como Estado, ou de quem lhe faça as vezes, no exercício de
nas atividades de interdição de estabelecimento, apre- prerrogativas públicas, manifestada mediante providên-
ensão e destruição de mercadorias e internação compul- cias jurídicas complementares da lei a título de lhe dar
sória de indivíduos drogados. cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade por
Quanto à competência, tem a regra de que a ativi- órgãos jurisdicionais”.
dade de polícia administrativa compete a quem legisla Hely Lopes Meirelles: “toda manifestação unilate-
sobre a matéria, sem que se afaste, contudo, a possibili- ral de vontade da Administração Pública que, agindo nes-
dade de competência concorrente entre os entes políti- sa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar,
cos, quando da coincidência de interesses. transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou im-
Quanto à natureza jurídica, o poder de polícia é, por obrigações aos administrados ou a si própria”.
eminentemente, DISCRICIONÁRIO. No entanto, há ca- Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “declaração do Es-
sos excepcionais em que manifestações decorrentes do tado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos
poder de polícia adquirem natureza VINCULADA, como imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
nos casos das licenças, atos administrativos vinculados direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
e tradicionalmente relacionados com o poder de polícia. José dos Santos Carvalho Filho: “a exteriorização
da vontade dos agentes da Administração Pública ou de
USO E ABUSO DO PODER seus delegatários, nesse condição, que, sob regime de di-
reito público, vise à produção de efeitos jurídicos, com o
O uso do poder é uma prerrogativa do agente pú- fim de atender ao interesse público”.
blico, quando esse só pode fazer o que a lei determina, ou Pelos conceitos apresentados, podemos traçar as
seja, não pode ir contra, tampouco além da lei. seguintes características gerais do ato administrativo:
O abuso de poder, por sua vez, corresponde a um • provém do Estado ou de quem esteja investido
desvio de conduta, à inobservância por parte do agente em prerrogativas estatais;
público, de seu poder-dever de agir. Pode configurar-se • é exercido no uso de prerrogativas públicas,
por meio de três formas: sob regência do direito público;
• Excesso de poder: ocorre quando o agente vai • trata-se de declaração jurídica unilateral, me-

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Capítulo 05 - Ato Administrativo: Validade, Eficácia; Atributos; Extinção,
Desfazimento e Sanatória; Classificação, Espécies e Exteriorização...
diante manifestação que produz efeitos de di- • NEM TODO ATO JURÍDICO PRATICADO PELA
reito; ADMINISTRAÇÃO É ATO ADMINISTRATIVO;
• sujeita-se a exame de legitimidade por órgão • NEM TODO ATO ADMINISTRATIVO É PRATI-
jurisdicional, por não apresentar caráter de CADO PELA ADMINISTRAÇÃO.
definitividade. De acordo com Alexandre Mazza, são espécies de
atos da Administração:
FATO ADMINISTRATIVO a) atos políticos ou de governo: não se caracte-
rizam como atos administrativos porque são pratica-
dos pela Administração Pública com ampla margem de
A doutrina diferencia ato administrativo de fato discricionariedade e têm competência extraída direta-
administrativo. A origem da distinção vem do Direito Ci- mente da Constituição Federal. Exemplos: declaração de
vil. guerra, decreto de intervenção federal, indulto, medida
Segundo os civilistas, fato jurídico em sentido am- provisória, veto a projeto de lei e indulto;
plo é qualquer acontecimento da vida relevante para o b) atos meramente materiais: consistem na pres-
Direito, como a morte, por exemplo. Divide-se em: tação concreta de serviços, faltando-lhes o caráter pres-
• fatos jurídicos em sentido estrito: fatos natu- critivo próprio dos atos administrativos. Exemplos: poda
rais; de árvore, varrição de rua e cirurgia em hospital público;
• atos jurídicos em sentido amplo (fatos huma- c) atos legislativos e jurisdicionais: são praticados
nos): acontecimentos voluntários decorrentes excepcionalmente pela Administração Pública no exer-
do querer individual. Dividem-se em: cício de função atípica. Exemplo: medida provisória;
»» atos jurídicos em sentido estrito: efeitos de- d) atos regidos pelo direito privado ou atos de ges-
terminados pela lei; e tão: constituem casos raros em que a Administração Pú-
»» negócios jurídicos: manifestações de vonta- blica ingressa em relação jurídica submetida ao direito
de capazes de produzir efeitos jurídicos que-
privado ocupando posição de igualdade perante o parti-
ridos pelas partes.
cular, isto é, destituído do poder de império. Exemplo: lo-
cação imobiliária e contrato de compra e venda;
Perceba que o que importa para o estudo dos atos
e) contratos administrativos: são vinculações ju-
administrativos é a diferença entre fatos jurídicos em
rídicas bilaterais, distinguindo-se dos atos administra-
sentido estrito e atos jurídicos em sentido amplo.
tivos que são normalmente prescrições unilaterais da
O fato administrativo pode ser um evento da natu-
Administração. Exemplos de contratos administrativos:
reza (fato administrativo natural) ou um comportamen-
concessão de serviço público e parceria público-privada.
to voluntário (fato administrativo voluntário). Ou seja, 137
os fatos administrativos podem ser decorrentes de atos
administrativos, mas nada impede que derivem também SILÊNCIO ADMINISTRATIVO

Direito Administrativo
de condutas administrativas não formalizadas em atos
administrativos. No Direito Privado, o silêncio importa, de regra, a
concordância tácita, considerando-se os usos e as cir-
cunstâncias normais (art. 111 do Código Civil de 2002). No
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO entanto, no mundo administrativo, o silencia é assunto
repleto de discussões doutrinárias.
A Administração Pública, no exercício de suas di- No entanto, para a DOUTRINA MAJORITÁRIA (e
versificadas tarefas, pratica algumas modalidades de para as questões de provas), o silêncio não é propriamen-
atos jurídicos que não se enquadram no conceito de atos te ato administrativo, mas sim fato administrativo, o qual
administrativos. Daí, nem todo ato da Administração é pode gerar consequências jurídicas como a prescrição e a
ato administrativo. decadência. Falta ao silêncio algo que é essencial ao con-
Vejamos os dois entendimentos doutrinários dis- ceito de ato administrativo: a declaração de vontade; e o
tintos sobre o conceito de atos da Administração: silêncio é o oposto disso: é ausência de manifestação. E
a) CORRENTE MINORITÁRIA: defendida por Maria não há ato sem a declaração de vontade.
Sylvia Zanella Di Pietro, considera que os atos da Admi-
nistração são todos os atos jurídicos praticados pela Ad-
ministração Pública, incluindo os atos administrativos; MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO
b) CORRENTE MAJORITÁRIA: adotada por Celso
Antônio Bandeira de Mello, Diógenes Gasparini, José dos Mérito é a margem de liberdade que os atos discri-
Santos Carvalho Filho e, principalmente, por todos os cionários recebem da lei para permitir aos agentes públi-
concursos públicos, essa segunda concepção considera cos escolher, diante da situação concreta, qual a melhor
que atos da Administração são atos jurídicos praticados maneira de atender ao interesse público.
pela Administração Pública que não se enquadram no Essa margem de liberdade pode residir no motivo
conceito de atos administrativos, como os atos legislati- ou no objeto do ato discricionário.
vos expedidos no exercício de função atípica, os atos po- Trata-se de um juízo de conveniência e oportu-
líticos definidos na Constituição Federal, os atos regidos nidade que constitui o núcleo da função típica do Poder
pelo direito privado e os atos meramente materiais. Executivo, razão pela qual é vedado ao Poder Judiciário
Portanto, se existem atos administrativos prati- controlar o mérito do ato administrativo.
cados fora dos domínios da Administração Pública, como Por oportuno, percebe-se, na doutrina e jurispru-
ocorrem com aqueles expedidos por concessionários e dência, uma tendência de relativização do controle judi-
permissionários, é possível concluir que: cial dos atos administrativos discricionários.
Assim, embora permaneça válida para fins de con-
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Capítulo 05 - Ato Administrativo: Validade, Eficácia; Atributos; Extinção,
Desfazimento e Sanatória; Classificação, Espécies e Exteriorização...

curso a afirmativa de que ao Poder Judiciário não é dado administrativa não se extingue, exceto por vonta-
o exame do mérito do ato administrativo, admite-se a de legal;
apreciação judicial sobre a legalidade do uso da discricio- f) delegável: em regra, a competência administra-
nariedade e dos limites de opção do agente administrati- tiva pode ser transferida temporariamente me-
vo, sobretudo em face dos novos princípios norteadores diante delegação ou avocação. Porém, são indele-
da atividade administrativa e de teorias que permitem a gáveis: competências exclusivas, a edição de atos
aferição da LEGALIDADE DO ATO DISCRICIONÁRIO. normativos e a decisão de recursos (art. 13 da Lei
9.784/1999).
Finalidade: é o objetivo de interesse público pre-
O juízo de conveniência e oportunidade, presente no tendido com a prática do ato. Sempre que o ato for pra-
ato discricionário, compreende o mérito administra- ticado visando a defesa de interesse alheio ao interesse
tivo, mas não afasta a necessidade de submissão do público, será nulo por desvio de finalidade.
agente público ao princípio da legalidade e ao atendi- A finalidade não se confunde com o objeto:
mento do interesse público.

Em contraponto ao mérito administrativo está a Finalidade Objeto


vinculação. Quando a lei estabelece que, diante de de-
terminados requisitos, a Administração deve agir de tal Resultado Mediato Resultado Imediato
ou qual forma, não dando margem à discricionariedade,
estamos diante do ato vinculado. Invariável: sempre o inte- Variável: cada ato, um
resse público objeto distinto
ELEMENTOS, REQUISITOS OU PRESSU-
POSTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
Na licença-gestante, o interesse público a ser alcança-
Apesar de divergências doutrinárias, para efeito do é sua finalidade (dentre outras, a proteção à infância
de concursos públicos devemos nos basear na corrente e o direito à lactância - natureza mediata. Já o objeto da
defendida por Hely Lopes Meirelles, baseada no art. 2º da licença-gestante é permitir o afastamento da servido-
Lei 4.717/1965, segundo o qual “são nulos os atos lesivos ra durante o período de proteção e lactância (natureza
ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo an- imediata).
terior, nos casos de: a) incompetência; b) vício de forma; c)
ilegalidade do objeto; d) inexistência dos motivos; e) des- Forma: envolve o modo de exteriorização e os pro-
138 vio de finalidade”. cedimentos prévios exigidos na expedição do ato admi-
De acordo com essa corrente, os requisitos do ato nistrativo. Em regra, os atos administrativos deverão ob-
administrativo são (COMFIFORMOB): servar a forma escrita, admitindo-se excepcionalmente
Direito Administrativo

a) COMPETÊNCIA (sujeito); atos gestuais, verbais ou expedidos visualmente por


b) FINALIDADE máquinas, como é o caso dos semáforos.
c) FORMA; Vejamos o que dispõe a Lei 9.784/1999 (grifou-se):
d) MOTIVO; e
e) OBJETO (conteúdo). Art. 22. Os atos do processo administrativo não depen-
COMPETÊNCIA, FORMA e FINALIDADE são requi- dem de forma determinada, a não ser quando a lei ex-
sitos vinculados. Já MOTIVO e OBJETO são discricioná- pressamente a exigir.
rios, já que podem comportar margem de liberdade para
atuação da Administração. Motivo: é a situação de fato e o fundamento jurídico
Competência ou sujeito: para que o ato seja válido, que autorizam a prática do ato. Exemplo: a ocorrência da
é preciso verificar se foi praticado pelo agente compe- infração é o motivo da multa de trânsito.
tente segundo a legislação para a prática da conduta. No A situação de fato ou pressuposto de fato é o moti-
Direito Administrativo, é sempre a lei que define as com- vo real, o que realmente ocorreu; o fundamento jurídico
petências conferidas a cada agente, limitando sua atua- ou pressuposto de direito é a norma legal que descreve a
ção àquela seara específica de atribuições. Assim, com- situação que levará a Administração Pública a agir.
petência administrativa é o poder atribuído ao agente da O motivo não se confunde com motivação, que é a
Administração para o desempenho de suas funções. explicação por escrito das razões que levaram à prática
A competência administrativa possui as seguintes do ato.
características: A Administração tem o dever de motivar a maior
a) sempre decorrente de lei: sua definição é esta- parte dos atos administrativos; isso porque é inimaginá-
belecida pela lei, estando sua alteração fora do al- vel um Estado Democrático de Direito em que os cidadãos
cance das partes; não conheçam os motivos pelos quais são adotadas as
b) improrrogável: diante da falta de uso, a compe- decisões administrativas.
tência não se transfere a outro agente; O destaque em “maior parte” deve-se à circuns-
c) inderrogável ou irrenunciável: a Administração tância de que certos atos dispensarão motivação para
não pode abrir mão de suas competências porque sua prática. Nesse contexto, o art. 50 da Lei 9.784/1999
são conferidas em benefício do interesse público; determina ser necessária a motivação dos seguintes atos
d) obrigatoriedade: o exercício da competência ad- administrativos:
ministrativa é um dever para o agente público;
e) incaducável ou imprescritível: a competência

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I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; que exigia concurso, mas foi provido por nomeação po-
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou san- lítica.
ções; Segundo jurisprudência majoritária, se o funcio-
III - decidam processos administrativos de concurso nário agir de boa-fé, ignorando a irregularidade de sua
ou seleção pública; condição, em nome da segurança jurídica e da proibição
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de de o Estado enriquecer sem causa, seus atos são manti-
dos válidos e a remuneração não precisa ser restituída.
processo licitatório; Assim, os atos do funcionário de fato são simplesmen-
V - decidam recursos administrativos; te anuláveis com eficácia ex nunc, sendo suscetíveis de
VI - decorram de reexame de ofício; convalidação.
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a Comprovada, porém, a má-fé, caracterizada pela
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas ciência da ilegalidade na sua investidura, os atos são nu-
e relatórios oficiais; los e a remuneração já percebida deve ser devolvida aos
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou cofres públicos.
convalidação de ato administrativo. d) incompetência: de acordo com o art. 2º, parágra-
fo único, “a”, da Lei 4.717/1965, a incompetência fica ca-
Quando os motivos que levaram à prática de um racterizada quando o ato não se incluir nas atribuições
ato forem expostos, deverão ser reais e adequados, am- legais do agente que o praticou. A incompetência torna
parando-se em razões de interesse público, sob pena de anulável o ato, autorizando sua convalidação.
invalidação do ato amparado em motivo falso ou inexis- 2) Quanto à finalidade: o defeito passível de atin-
tente, dentro do que a doutrina conhece como TEORIA gir o ato administrativo é o desvio de finalidade, que se
DOS MOTIVOS DETERMINANTES. verifica quando o agente pratica o ato visando fim di-
Objeto ou conteúdo: é o conteúdo do ato, a ordem verso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na
por ele determinada, ou o resultado imediato pretendido regra de competência (art. 2º, parágrafo único, “e”, da Lei
ao se expedi-lo. Todo ato administrativo tem por objeto a 4.717/1965).
criação, modificação ou comprovação de situações jurí- 3) Quanto à forma: consiste na omissão ou na ob-
dicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujei- servância incompleta ou irregular de formalidades in-
tas à ação da Administração Pública. dispensáveis à existência ou seriedade do ato (art. 2º, pa-
rágrafo único, “b”, da Lei 4.717/1965). O defeito na forma
torna anulável o ato administrativo, sendo possível sua
O objeto não se confunde com a finalidade. O objeto é convalidação.
aquilo que se pretende de forma imediata, enquanto 4) Quanto ao motivo: ocorre quando houver inexis-
139
que, de forma mediata, a finalidade tem a ver com a sa- tência do motivo - quando a matéria de fato ou de direito,
tisfação do interesse público. em que se fundamenta o ato, é materialmente inexisten-

Direito Administrativo
te ou juridicamente inadequada - ou falsidade do motivo
- quando o motivo alegado não corresponde àquele efeti-
Vícios nos elementos do ato administrativo vamente ocorrido.

Os vícios são defeitos que acarretam a invalidação


dos atos. Com base na identificação dos requisitos do ato Se a Administração pune um funcionário, mas este
administrativo, temos o seguinte: não praticou qualquer infração, o motivo é inexistente;
1) Quanto à competência ou sujeito: podem ocorrer se ele praticou infração diversa, o motivo é falso.
quatro defeitos principais quanto à competência para a
prática do ato administrativo: 5) Quanto ao objeto ou conteúdo: nesse requisito, o
a) usurpação de função pública: é o mais grave de- ato administrativo pode ter dois defeitos principais:
feito atinente ao requisito do sujeito, ocorrendo quando a) objeto materialmente impossível: ocorre quan-
ato privativo da Administração é praticado por particular do o ato exige uma conduta irrealizável. Exemplo:
que não é agente público. Exemplos: auto de prisão expe- decreto proibindo a morte. É causa de inexistência
dido por quem não é delegado, multa de trânsito lavrada do ato administrativo;
por particular e sentença prolatada por candidato repro- b) objeto juridicamente impossível: a ilegalidade
vado no concurso da magistratura. A usurpação de fun- do objeto ocorre quando o resultado do ato importa
ção pública é crime tipificado no art. 328 do Código Penal, violação de lei, regulamento ou outro ato normati-
constituindo causa de inexistência do ato administrati- vo (art. 2º, parágrafo único, “c”, da Lei 4.717/1965). É
vo; o defeito que torna nulo o ato quando seu conteúdo
b) excesso de poder: ocorre quando a autoridade determina um comportamento contrário à ordem
pública, embora competente para praticar o ato, ultra- jurídica. Porém, quando o comportamento exigido
passa os limites de sua competência exagerando na for- constituir crime, o ato torna-se inexistente.
ma de defender o interesse público. Exemplo: destruição,
pela fiscalização, de veículo estacionado em local proibi- ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
do. O excesso de poder causa nulidade da atuação admi-
nistrativa; Os atos administrativos são revestidos de atribu-
c) funcionário de fato: exerce função de fato o in- tos decorrentes da supremacia do interesse público so-
divíduo que ingressou irregularmente no serviço público bre o privado. A doutrina mais moderna faz referência a
em decorrência de vício na investidura. Exemplo: cargo cinco atributos:

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• presunção de legitimidade (legalidade ou ve-


racidade); Autoexecutoriedade
• imperatividade (coercibilidade);
• exigibilidade; A autoexecutoriedade permite que a Administra-
• autoexecutoriedade; e ção Pública realize a execução dos atos administrativos
• tipicidade. ou de dispositivos legais, usando a força física se preciso
for para desconstituir situação violadora da ordem jurí-
Presunção de legitimidade dica.
A autoexecutoriedade difere da exigibilida-
O atributo da presunção de legitimidade, também de à medida que esta aplica uma punição ao particular
conhecido como presunção de legalidade ou presunção (exemplo: multa de trânsito), mas não desconstitui ma-
de veracidade, significa que o ato administrativo, até pro- terialmente a irregularidade (o carro continua parado no
va em contrário, é considerado válido. local proibido), representando uma coerção indireta. Já
Portanto, a presunção de legitimidade autoriza a a autoexecutoriedade, além de punir, desfaz concreta-
imediata execução do ato administrativo, mesmo que ei- mente a situação ilegal, constituindo mecanismo de co-
vado de vícios ou defeitos. erção direta.

A presunção de legitimidade é atributo aplicável a to- A autoexecutoriedade é atributo de apenas duas ca-
dos os atos administrativos e atos da Administração. tegorias de atos administrativos: a) aqueles com tal
atributo conferido por lei, a exemplo do fechamento de
No entanto, essa presunção não é absoluta (juris restaurante pela vigilância sanitária; b) os atos prati-
et de jure), mas sim relativa (juris tantum), podendo ser cados em situações emergenciais cuja execução ime-
afastada diante de prova inequívoca da ilegalidade do diata é indispensável para a preservação do interesse
ato. O ônus de provar o eventual defeito incumbe a quem público, a exemplo da dispersão pela polícia de mani-
alega. Daí afirmar-se que a presunção de legitimidade festação que se converte em onda de vandalismo.
inverte o ônus da prova, não cabendo ao agente público
demonstrar que o ato por ele praticado é válido, mas ao
particular provar a ilegalidade do ato. Tipicidade
A tipicidade diz respeito à necessidade de o ato
140 A rigor, os atributos da presunção de validade (ou legi- administrativo corresponder a figuras definidas previa-
timidade) e da presunção de veracidade dos atos admi- mente pela lei, aptas a produzir determinados resultados.
nistrativos não significam exatamente a mesma coisa. A tipicidade proíbe a produção de atos administrativos
Direito Administrativo

A primeira indica a conformidade do ato com o orde- unilaterais inominados (sem nomes).
namento jurídico, ao passo que a segunda representa a De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro, esse
adequação do ato à realidade dos fatos. atributo representa uma garantia para o administrado,
pois impede que a Administração pratique atos dotados
de imperatividade e executoriedade, vinculando unila-
Imperatividade teralmente o particular, sem que haja previsão legal.
Ainda, diz a autora que, pela tipicidade, também
O atributo da imperatividade deriva do chamado fica afastada a possibilidade de ser praticado ato total-
poder extroverso do Estado15, e significa que o ato ad- mente discricionário, pois a lei, ao prever o ato, já define
ministrativo pode criar unilateralmente obrigações aos os limites em que a discricionariedade poderá ser exer-
particulares, independentemente da anuência desses. cida.

A imperatividade é atributo da maioria dos atos admi- A tipicidade é aplicável a todos os atos administrativos.
nistrativos, não estando presente nos atos enunciati-
vos, como certidões e atestados, nem nos atos nego-
ciais, como permissões e autorizações.

Exigibilidade
A exigibilidade consiste no atributo que permite
à Administração aplicar punições aos particulares por
violação da ordem jurídica, sem necessidade de ordem
judicial. A exigibilidade, portanto, resume-se ao poder
de aplicar sanções administrativas, como multas, adver-
tências e interdição de estabelecimentos comerciais.

A exigibilidade é atributo presente na maioria dos atos 15


Capacidade de a Administração Pública criar deveres para si e tam-
administrativos, mas ausente nos atos enunciativos.
bém para terceiros.
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Quadro comparativo dos atributos do ato administrativo

Atributo Síntese Abrangência Observação


PRESUNÇÃO DE LEGITI- O ato é válido até prova Todos os atos adminis- Presunção relativa que inverte
MIDADE em contrário. trativos + atos da Admi- o ônus da prova.
nistração.
IMPERATIVIDADE O ato cria unilateral- Maioria dos atos Admi- Deriva do poder extroverso
mente obrigações ao nistrativos
particular.
EXIGIBILIDADE Aplicação de sanções Maioria dos atos admi- Pune, mas não desfaz a ilega-
Administrativas. nistrativos. lidade.
AUTOEXECUTORIEDADE Execução material que Alguns atos administra- Só quando a lei prevê ou em
desconstitui a ilegali- tivos situações emergenciais.
dade.
TIPICIDADE Respeito às finalidades Todos os atos adminis- Proíbe atos atípicos ou inomi-
Específicas. trativos. nados.

PERFEIÇÃO, VIGÊNCIA, VALIDADE, EFI- que lhe são inerentes (eficaz);


CÁCIA E EXEQUIBILIDADE • PERFEITO, INVÁLIDO e EFICAZ: cumprido o ci-
clo de formação (perfeito), o ato, ainda que con-
O ato perfeito é aquele que esgota todas as fases trário à ordem jurídica (inválido), encontra-se
necessárias à sua produção, completando o ciclo neces- produzindo os efeitos que lhe são inerentes
sário à sua formação, tais como assinatura e publicação. (eficaz). 141
Em resumo, o ato perfeito é aquele que já foi produzido, ou • PERFEITO, VÁLIDO e INEFICAZ: cumprido o ciclo
seja, é o que já existe. de formação (perfeito), encontra-se em conso-

Direito Administrativo
O ato vigente é aquele que passa a existir no mun- nância com a ordem jurídica (válido), contudo,
do jurídico, até o instante em que desaparece, ao ser des- ainda não se encontra disponível para a pro-
feito por outro ato, ou por haver completado o tempo de dução dos efeitos que lhe são próprios, por de-
duração que recebeu ao ser editado. pender de evento futuro para lhe dar eficácia
O ato válido é aquele que está em conformidade (ineficaz).
com a lei, ou seja, é válido o ato que se adequar às exigên- • PERFEITO, INVÁLIDO e INEFICAZ: cumprido o
cias do sistema normativo. Ato praticado de forma con- ciclo de formação (perfeito), o ato encontra-se
trária à lei é, portanto, inválido. em desconformidade com a ordem jurídica (in-
O ato eficaz é aquele apto à produção dos efeitos válido), ao tempo que não pode produzir seus
que lhe são inerentes, não estando a depender de quais- efeitos, por se encontrar na dependência de
quer tipos de eventos futuros. Ou seja, ato eficaz é aquele algum evento futuro necessário à produção de
que não depende de nada para produzir efeitos típicos ou seus efeitos (ineficaz), enfim, está pendente do
próprios. implemento.
O ato exequível é aquele que a Administração pos-
sui a efetiva disponibilidade para coloca-lo em operação.
Um exemplo explica a diferença entre um ato eficaz e
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINIS-
exequível: TRATIVOS
Há uma infinidade de classificações propostas ao
O município “X” autoriza, em maio, a realização de festa ato administrativo; isso se justifica pelas semelhanças
de rua para o mês de dezembro próximo. Nesse caso, o e diferenças no regime jurídico aplicável a cada espécie.
ato, apesar de eficaz, é inoperante, ou seja, inexequível. Ainda, é importante destacar que uma classificação não
exclui outras; em síntese, um ato pode ser enquadrado
Conjugando os conceitos de perfeição, validade e em mais de uma classificação.
eficácia, a doutrina aponta quatro combinações possí- Vamos analisar algumas das classificações, tendo
veis. O ato administrativo pode ser: em vista os mais importantes critérios doutrinários.
• PERFEITO, VÁLIDO e EFICAZ: quando cumpriu Quanto ao grau de liberdade, os atos administrati-
seu ciclo de formação (perfeito), encontra-se vos podem ser VINCULADOS ou DISCRICIONÁRIOS.
em conformidade com a ordem jurídica (vá- Atos VINCULADOS são aqueles praticados pela
lido) e disponível para a produção dos efeitos Administração sem (ou mínima) margem de liberdade,

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pois a lei já define todos os aspectos da conduta. Exemplo: mos) ou INDIVIDUAIS.


licença para construir. Atos GERAIS (regulamentares) são atos que al-
Os atos vinculados não podem ser revogados por- cançam a todos que se encontrem na mesma situação
que não possuem mérito (juízo de conveniência e opor- abstrata e, portanto, não há destinatário determinado.
tunidade) relacionado à prática do ato. Entretanto, devem Possuem, por isso, as características de abstração e im-
ser anulados por vício de legalidade. pessoalidade. Exemplo: edital de concurso.
Atos DISCRICIONÁRIOS são aqueles praticados Os atos gerais ganham publicidade por meio da
pela Administração dispondo de margem de liberdade publicação na imprensa oficial. Não havendo meio de pu-
para que o agente público decida, diante do caso concre- blicação nos jornais, devem ser afixados em locais públi-
to, qual a melhor maneira de atingir o interesse público. cos para conhecimento geral.
Exemplo: decreto expropriatório. Atos COLETIVOS (plúrimos) são atos expedidos em
Os atos discricionários, por possuírem mérito ad- função de um grupo definido de destinatários. Exemplo:
ministrativo (juízo de conveniência e oportunidade) po- alteração no horário de funcionamento de um órgão pú-
dem ser revogados por razões de interesse público e de- blico. A publicidade é atendida com a simples comunica-
vem ser anulados na hipótese de vício de legalidade. ção aos interessados.
Destaca-se que os atos discricionários estão su- Atos INDIVIDUAIS são aqueles direcionados a um
jeitos a amplo controle de legalidade perante o Judiciário. destinatário determinado. Exemplo: promoção de servi-
Ao juiz é proibido somente revisar o mérito do ato discri- dor público. A exigência de publicidade é cumprida com a
cionário. comunicação ao destinatário.
Por fim, a expressão “discricionariedade” não é Quanto à estrutura ou natureza de conteúdo, os
sinônima para a expressão “arbitrariedade”. Arbitrário atos administrativos podem ser CONCRETOS ou ABS-
é o ato praticado fora dos padrões da legalidade, exorbi- TRATOS (normativos).
tando os limites de competência definidos pela lei. O ato Atos CONCRETOS são atos que regulam apenas um
discricionário, ao contrário, é exercido dentro dos limites caso, esgotando-se após a primeira aplicação. Exemplo:
da legalidade. ordem de demolição de um imóvel com risco de desabar.
Quanto à formação de vontade, os atos adminis- Atos ABSTRATOS (normativos) são aqueles que se
trativos podem ser SIMPLES, COMPOSTOS e COMPLE- aplicam a uma quantidade indeterminável de situações
XOS. concretas, não se esgotando após a primeira aplicação.
Atos SIMPLES são aqueles que resultam da mani- A competência para expedição de atos normativos
festação de um único órgão, seja singular (simples sin- é indelegável, de acordo com o art. 13, I, da Lei 9.784/1999).
gulares) ou colegiado (simples colegiais ou coletivos). Exemplo: regulamento do IPI.
142 Exemplo: declaração de comissão parlamentar de inqué- Quanto ao alcance, os atos administrativos podem
rito. São atos que se desenvolvem no interior de um único ser INTERNOS ou EXTERNOS.
órgão (interna corporis). Atos INTERNOS são os que: produzem efeitos den-
Direito Administrativo

Atos COMPOSTOS são aqueles praticados por um tro da Administração, vinculando somente órgãos e
único órgão, mas que dependem da verificação, vis- agentes públicos. A publicidade é atendida com o ciente
to, aprovação, anuência, homologação ou “de acordo” dos interessados. Exemplos: portaria ministerial.
por parte de outro, como condição de exequibilidade. A Atos EXTERNOS são os atos que produzem efeitos
manifestação do segundo órgão é secundária ou com- perante terceiros. Exemplo: fechamento de estabeleci-
plementar. Exemplo: auto de infração lavrado por fiscal mento.
e aprovado pela chefia (ato confirmatório). Em suma, a Quanto à prerrogativa ou objeto, os atos adminis-
existência, a validade e a eficácia dos atos compostos de- trativos podem ser DE IMPÉRIO, DE GESTÃO ou DE EXPE-
pendem da manifestação do primeiro órgão (ato princi- DIENTE.
pal), mas a execução fica pendente até a manifestação do Atos de IMPÉRIO são atos praticados pela Admi-
outro órgão (ato secundário). nistração em posição de superioridade, usando de sua
Atos COMPLEXOS são os atos administrativos for- supremacia sobre o administrado ou sobre o servidor,
mados pela conjugação de vontades de mais de um órgão impondo-lhes atendimento obrigatório. Exemplo: inter-
ou agente. Diferentemente dos atos compostos, em que a dição de atividade.
manifestação do segundo órgão possui condição de exe- Atos de GESTÃO são aqueles expedidos pela Admi-
quibilidade, nos atos complexos a manifestação do últi- nistração em posição de igualdade perante o particular,
mo órgão é elemento de existência. sem usar de sua supremacia e regidos pelo direito priva-
Assim, somente após ela, o ato torna-se perfei- do. Exemplos: locação de imóvel.
to, ingressando no mundo jurídico. Com a integração da Atos de EXPEDIENTE são atos de simples trami-
vontade do último órgão ou agente, é que o ato passa a ser tação, que dão andamento a processos administrativos.
atacável pela via judicial ou administrativa. Exemplo: in- São atos de rotina interna praticados por agentes subal-
vestidura de Ministro do Supremo Tribunal Federal. ternos sem competência decisória e sem forma especial.
Um exemplo bastante clássico em provas é o da Exemplo: numeração dos autos de processo.
aposentadoria do servidor público. Na visão do STF, o ato Quanto à manifestação de vontade, os atos admi-
de aposentadoria é complexo, uma vez que emitido pelo nistrativos podem ser UNILATERAIS ou BILATERAIS.
órgão de lotação do servidor, mas sujeito à apreciação de Atos UNILATERAIS são atos que dependem de so-
legalidade (atividade de registro) pelo Tribunal de Contas mente uma vontade. Exemplo: licença para construir.
competente (inc. III do art. 71 da CF/1988). Atos BILATERAIS são os que dependem da anuên-
Quanto aos destinatários, os atos administrativos cia das duas partes. Exemplo: contrato administrativo.
podem ser GERAIS (regulamentares), COLETIVOS (plúri- Quanto ao conteúdo, os atos administrativos po-

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dem ser AMPLIATIVOS ou RESTRITIVOS. tos formais levíssimos que não produzem qualquer con-
Atos AMPLIATIVOS são aqueles que aumentam a sequência na validade do ato. Exemplo: portaria publica-
esfera de interesse do particular. Exemplo: autorização. da com nome de “decreto”.
São atos administrativos destituídos de imperati- Quanto à exequibilidade, os atos administrativos
vidade, exigibilidade e executoriedade. podem ser PERFEITOS, IMPERFEITOS, PENDENTES e
Atos RESTRITIVOS são os que limitam a esfera de CONSUMADOS (exauridos).
interesse do destinatário. Exemplo: sanções administra- Atos PERFEITOS são os atos que atendem a todos
tivas. os requisitos para sua plena exequibilidade.
Quanto aos efeitos, os atos administrativos podem Atos IMPERFEITOS são aqueles incompletos na
ser CONSTITUTIVOS, EXTINTIVOS (desconstitutivos), sua formação. Exemplo: ordem não exteriorizada.
DECLARATÓTIOS (enunciativos), ALIENATIVOS, MODIFI- Atos PENDENTES são aqueles que, embora perfei-
CATIVOS ou ABDICATIVOS. tos, estão sujeitos à condição ou termo para que come-
Atos CONSTITUTIVOS são aqueles que criam no- cem a produzir efeitos. Exemplo: permissão outorgada
vas situações jurídicas. Exemplo: admissão de aluno em para produzir efeitos daqui a doze meses.
escola pública. Atos CONSUMADOS (exauridos) são atos que pro-
Atos EXTINTIVOS (desconstitutivos) são os que duziram todos os seus efeitos. Exemplo: edital de con-
extinguem situações jurídicas. Exemplo: demissão de curso após a posse de todos os aprovados.
servidor. Quanto à retratabilidade, os atos administrativos
Atos DECLARATÓRIOS (enunciativos) são atos que podem ser IRREVOGÁVEIS, REVOGÁVEIS, SUSPENSÍVEIS
visam preservar direitos e afirmar situações preexisten- e PRECÁRIOS.
tes. Exemplo: certidão. Atos IRREVOGÁVEIS são aqueles insuscetíveis de
Atos ALIENATIVOS são os que realizam a transfe- revogação, tais como os atos vinculados, os exauridos, os
rência de bens ou direitos a terceiros. Exemplo: venda de geradores de direito subjetivo e os protegidos pela imu-
bem público. tabilidade da decisão administrativa. Exemplo: lança-
Atos MODIFICATIVOS são atos que alteram situa- mento tributário (ato vinculado).
ções preexistentes. Exemplo: alteração do local de reu- Atos REVOGÁVEIS são atos sujeitos à possibilida-
nião. de de extinção por revogação. Exemplo: autorização para
Atos ABDICATIVOS são aqueles em que o titular bar instalar mesas sobre a calçada.
abre mão de um direito. Exemplo: renúncia à função pú- Atos SUSPENSÍVEIS são aqueles praticados pela
blica. Administração com a possibilidade de ter os efeitos in-
Quanto à situação jurídica que criam, os atos ad- terrompidos temporariamente diante de situações ex-
ministrativos podem ser REGRA, SUBJETIVOS ou CON- cepcionais. Exemplo: autorização permanente para cir-
143
DIÇÃO. co, com possibilidade de suspensão quando o local for
Atos-REGRA são atos que criam situações gerais, cedido para outro evento ou utilizado para outros fins.

Direito Administrativo
abstratas e impessoais, não produzindo direito adquiri- Atos PRECÁRIOS são atos expedidos pela Ad-
do e podendo ser revogados a qualquer tempo. Exemplo: ministração Pública para criação de vínculos jurídicos
regulamento. efêmeros e temporários, passíveis de desconstituição a
Atos SUBJETIVOS são os que criam situações par- qualquer momento pela autoridade administrativa dian-
ticulares, concretas e pessoais. Podem ser modificados te de razões de interesse público superveniente. Pela sua
pela vontade das partes. Exemplo: contrato. própria natureza, não geram direito adquirido. Exemplo:
Atos-CONDIÇÃO são atos praticados quando al- autorização para instalação de banca de jornal em calça-
guém se submete a situações criadas pelos atos-regra, da.
sujeitando-se a alterações unilaterais. Exemplo: aceita-
ção de cargo público. ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
Quanto à eficácia, os atos administrativos podem
ser VÁLIDOS, NULOS, ANULÁVEIS, INEXISTENTES ou IR- Apesar de a sistematização adiante exposta ser
REGULARES. a mais conhecida (Hely Lopes Meirelles), é certo que ela
Atos VÁLIDOS são atos praticados pela autoridade não é consenso entre os doutrinadores. No entanto, por
competente que atendem a todos os requisitos exigidos ser a mais cobrada em provas de concursos, vamos nos
pela ordem jurídica. ater a essa divisão.
Atos NULOS são aqueles expedidos em desconfor- Atos NORMATIVOS são aqueles que contêm co-
midade com as regras do sistema normativo. Possuem mandos, em regra, gerais e abstratos para viabilizar o
defeitos insuscetíveis de convalidação, especialmente cumprimento da lei. Para alguns autores, tais atos seriam
nos requisitos do objeto, motivo e finalidade. Exemplo: leis em sentido material. São exemplos de atos normati-
ato praticado com desvio de finalidade. vos:
Atos ANULÁVEIS são os praticados pela Adminis- Decretos: atos resultantes da manifestação de
tração Pública com vícios sanáveis na competência ou vontade dos chefes do Executivo (Presidente da Repúbli-
na forma. Admitem convalidação. Exemplo: ato praticado ca, Governadores e Prefeitos). Essa espécie não se con-
por servidor incompetente. funde com o decreto legislativo previsto no inciso VI do
Atos INEXISTENTES são aqueles atos que possuem art. 59 da Constituição Federal, o qual equivale, do ponto
um vício gravíssimo no ciclo de formação, impeditivo da de vista formal, à lei, já que resulta do Poder Legislativo e
produção de qualquer efeito jurídico. Exemplo: ato prati- se compreende no processo de elaboração das leis.
cado por usurpador de função pública. Destaque-se que os chamados decretos regula-
Atos IRREGULARES são atos portadores de defei- mentares ou de execução (inc. IV do art. 84 da CF/1988)
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Desfazimento e Sanatória; Classificação, Espécies e Exteriorização...

são indelegáveis, enquanto os autônomos podem ter cício de certas tarefas, como sindicâncias ou processos
suas matérias objeto de delegação (inc. VI do art. 84). Para administrativos disciplinares (portarias de nomeação).
melhor visualização, vejamos as aludidas disposições Algumas ostentam caráter normativo, e, nessa condição,
constitucionais (grifou-se): também podem ser enquadradas como atos dessa natu-
reza (normativos).
Circulares: é o instrumento de que se valem as au-
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Re- toridades para transmitir ordens internas uniformes a
pública: seus subordinados.
(...) Ordens de serviço: determinações especiais diri-
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem gidas aos responsáveis por obras ou serviços públicos
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel autorizando seu início, ou contendo imposições de ca-
execução; ráter administrativo, ou especificações técnicas sobre o
(...) modo e forma de sua realização (Hely Lopes Meirelles).
VI - dispor, mediante decreto, sobre: Também são utilizadas para transmitir determinações
a) organização e funcionamento da administração fe- a subordinados, quanto ao modo de conduzir certa tare-
deral, quando não implicar aumento de despesa nem fa. Exemplo: cabe a expedição de ordem de serviço para
criação ou extinção de órgãos públicos; determinar que um servidor do fisco realize auditoria em
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando va- instituição privada e o modo (uso das técnicas) que deva
gos; agir.
(...) Atos NEGOCIAIS são os atos que manifestam a
Parágrafo único. O Presidente da República poderá de- vontade da Administração em concordância com o inte-
legar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e resse de particulares. Possuem algumas características
XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Pro- comuns, tais como, a) todos dependem da concordância
curador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da do Poder Público; b) dependem do pedido do interessado
União, que observarão os limites traçados nas respec- (não são conferidos de ofíci o); e c) são necessários para
tivas delegações. legitimar a atividade a ser desenvolvida pelo interessado.
Regulamentos: são atos privativos do Poder Exe- De acordo com José dos Santos Carvalho Filho, por
cutivo que especificam mandamentos da lei e são postos meio dos atos negociais, o particular, com a anuência da
em vigência, em regra, por decretos. Em síntese, são atos Administração, poderá fazer algo que, antes, não poderia.
dependentes de outros, aos quais servem de “apêndice”. Daí também serem nominados de atos de consentimen-
to. São exemplos de atos negociais:
144 Instruções normativas: são atos administrativos
Licença: tem por objeto uma atividade material.
expedidos pelos Ministros de Estado para a execução das
leis, decretos ou regulamentos. É ato vinculado e definitivo, não podendo, em regra, ser
revogada. Só em condições excepcionais, a licença pode-
Direito Administrativo

Regimentos: são atos normativos de atuação in-


terna, dado que se destinam a reger o funcionamento de rá ser revogada, como, por exemplo, licença para obra de
órgãos colegiados e de corporações legislativas. construção ainda não iniciada.
Resoluções: são atos emanados de autoridades de Permissões: têm por objeto o uso de bem público.
elevado escalão administrativo, como Ministros e Secre- Autorização: pode ter por objeto o uso de bem pú-
tários de Estado ou Município, ou de algumas pessoas ad- blico, serviço de utilidade pública ou atividades mate-
ministrativas ligadas ao Governo. Constituem matérias riais. A doutrina considera que, dos atos negociais, mais
das resoluções todas as que se inserem na competência precário de todos é a autorização, a qual não gera quais-
específica dos agentes ou pessoas jurídicas responsáveis quer direitos de permanência da atividade desenvolvida.
por sua expedição. É possível a expedição de resoluções
também por órgãos colegiados, como as Câmaras de Co- LICENÇAS PERMISSÕES AUTORIZAÇÕES
ordenação do MPF, que formulam certas decisões por tal
espécie normativa. Têm por objeto Têm por objeto Têm por objeto
As resoluções não podem contrariar os regula- uma atividade o uso de bens o uso de bens
mentos e regimentos e são expedidas por outras autori- material. públicos. públicos, pres-
dades, que não o chefe do Executivo. tação de servi-
Não se confunde essa espécie de ato administrati- ços de utilidade
vo com a resolução referida no art. 59, inc. VII, da Consti- pública ou ativi-
tuição Federal (processo legislativo). dade material.
Deliberações: são atos oriundos, em regra, de ór-
gãos colegiados, como conselhos, comissões e tribunais São vinculadas. São discricio- São discricio-
administrativos. nárias. nárias.
Atos ORDINATÓRIOS são manifestações internas Não são revogá- São revogáveis. São revogáveis.
da Administração decorrentes do poder hierárquico, que veis (regra).
disciplinam o funcionamento de órgãos e a conduta de
agentes públicos. São exemplos de atos ordinatórios:
Admissão: é o ato vinculado pelo qual o Poder Pú-
Portarias: são editadas pelos chefes de órgãos em
blico defere ao interessado uma atividade de seu interes-
geral, sem qualquer ligação direta com autoridade es-
se, tal como no ingresso em instituição de ensino público,
pecificada. As portarias trazem determinações gerais
após a aprovação em exame vestibular. Por ser ato vin-
ou especiais aos que a elas se submetem. São utilizadas
culado, a admissão não pode ser negada a alguém que te-
também para se designar agentes públicos para o exer-
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Desfazimento e Sanatória; Classificação, Espécies e Exteriorização...
nha direito a ela. Os pareceres facultativos, de outra forma, permi-
Protocolo: é o ato negocial pelo qual o Poder Públi- tem à autoridade competente demandá-los ou não.
co acerta com o particular a realização de determinado Os pareceres, de regra, não vinculam a autoridade
empreendimento ou atividade ou a abstenção de certa responsável pela tomada de decisão. Todavia, em alguns
conduta, no interesse recíproco da Administração e do casos, o parecer pode contar com efeito vinculante. É o
administrado signatário. O protocolo é um ato bifrontal, caso dos pareceres expedidos pela Advocacia-Geral da
pois para a Administração prevalecerá o Direito Público, União, quando ratificados pelo Presidente da República,
e, para o particular, o Direito Privado. e da hipótese de aposentadoria por invalidez, pois, para
Aprovação: por intermédio da aprovação, a Admi- esta, a Administração Pública deverá seguir a opinião da
nistração dá a possibilidade de alguém praticar certo ato junta médica oficial.
ou concorda com algum que já fora praticado. Pode, então, Atos PUNITIVOS são os que aplicam sanções a par-
ser prévia ou a posteriori. É ato discricionário e se refere ticulares ou servidores que pratiquem condutas irregu-
tanto ao exame de legalidade, quanto da conveniência e lares. São exemplos de atos punitivos:
oportunidade da prática de um ato. Multa: é toda imposição pecuniária a que se sujeita
Homologação: é ato de controle, de natureza vin- o administrado, incluindo não só as multas administrati-
culada, expedido por uma autoridade que examina os vas propriamente, mas também as fiscais;
atos anteriormente produzidos pela própria Administra- Interdição de atividade: é o ato que veda a prática
ção ou mesmo por particulares, os quais, sem a homolo- de outros atos ou a utilização de bens;
gação, não produzirão maiores efeitos jurídicos. Por sua Destruição de coisas: é o ato sumário da Adminis-
natureza (de controle e vinculada), a homologação não dá tração pelo qual se inutilizam alimentos, substâncias,
margem de apreciação de conveniência e oportunidade objetos ou instrumentos imprestáveis ou nocivos ao
por parte da autoridade incumbida de procedê-la; por- consumo ou ainda proibidos por lei.
tanto, ou homologa o que fora anteriormente produzido,
ou simplesmente não a realiza. A doutrina aponta que há Síntese das espécies de ato administrativo
diferença substancial com relação à aprovação, pois a
homologação só pode se dar a posteriori. Outra diferença
com relação à aprovação é que esta é ato discricionário, e Atos Comandos gerais e abstratos para
a homologação é vinculada. normativos aplicação da lei.
Atos ENUNCIATIVOS são atos que certificam ou
atestam uma situação existente, não contendo mani- Atos Disciplinam órgãos e agentes públicos.
festação de vontade da Administração Pública. O STF, ordinatórios
acompanhando parte da doutrina, entende que os atos
145
Atos Vontade da Administração em concor-
enunciativos são meros atos da Administração e não negociais dância com particulares.
propriamente atos administrativos. São exemplos de

Direito Administrativo
atos enunciativos: Atos enun- Certificam ou atestam uma situação
Certidões: são cópias ou fotocópias fiéis e autenti- ciativos existente.
cadas extraídas de livros, processos ou documentos em
poder da Administração e de interesse do administrado Atos Aplicam punições a agentes e particu-
requerente. A obtenção de certidões em repartições pú- punitivos lares.
blicas é direito constitucionalmente assegurado, confor-
me se vê na alínea b do inc. XXXIV do art. 5º da CF/1988. EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
Não havendo prazo, as certidões terão de ser ex-
pedidas no prazo de 15 dias, improrrogáveis, contados da
EFICAZ
data do registro do pedido, sob pena de responsabilidade
O ato administrativo é praticado, produz efeitos e
da autoridade omissa quanto à emissão do ato.
desaparece. Seu ciclo vital encerra-se de diversas ma-
Atestados: constituem uma declaração da Admi-
neiras, conhecidas como formas de extinção do ato ad-
nistração referente a uma situação de que tem conheci-
ministrativo.
mento em razão de atividade de seus órgãos. A diferença
As diversas modalidades extintivas do ato admi-
essencial com relação à certidão é que o fato ou situação
nistrativo eficaz podem ser assim sintetizadas:
constante do atestado não consta de livro ou arquivo da
Extinção natural: também chamada de extinção
Administração.
ipso iuri pelo cumprimento integral de seus efeitos, ocor-
Parecer: constitui manifestação de órgão técnico,
re quando o ato administrativo produz todos os efeitos
de caráter opinativo, em regra, sobre assuntos submeti-
que ensejaram sua prática, ocorrendo exaurimento inte-
dos a sua manifestação. São atos internos da Adminis-
gral de sua eficácia.
tração consultiva, isto é, a responsável por atender as
Extinção subjetiva: ocorre quando desaparece o
indagações que lhe forem formuladas.
destinatário/sujeito do ato. Exemplo: extinção da per-
Os pareceres podem ser obrigatórios ou facultati-
missão concedida a taxista que vem a óbito.
vos. No primeiro caso, a autoridade é obrigada a deman-
Extinção objetiva: ocorre com a extinção do obje-
dar a opinião do parecerista, em virtude de disposição da
to. Exemplo: extinção de permissão de uso de terreno de
norma nesse sentido. É o que acontece, por exemplo, em
marinha, que acabou invadido pelo mar.
processos licitatórios, nos quais a autoridade responsá-
Extinção por implemento de condição resolutiva
vel deve, obrigatoriamente, demandar a opinião da área
ou termo final: o ato é extinto quando sobrevém o evento
jurídica do órgão a respeito da legalidade das minutas de
preordenado a cessar sua aplicabilidade. Exemplo: tér-
editais (parágrafo único do art. 38 da Lei nº 8.666/1993).
mino do prazo de validade da habilitação para conduzir
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Desfazimento e Sanatória; Classificação, Espécies e Exteriorização...

veículos.
Extinção por renúncia: ocorre quando o próprio
beneficiário abre mão da situação proporcionada pelo O motivo da revogação é a superveniência de fato novo
ato. Exemplo: exoneração de cargo a pedido do ocupante. impondo outro juízo sobre o interesse público relativo
Cassação: é a retirada do ato quando o destina- ao ato praticado. Portanto, o ato revocatório deve ser
tário descumpriu condições que deveriam permanecer fundamentado, apresentando-se qual foi o fato super-
atendidas a fim de dar continuidade à situação jurídica. veniente justificador da revogação, sob pena de anula-
Exemplo: habilitação para dirigir cassada porque o con- ção administrativa ou judicial.
dutor ficou cego. A doutrina alguns atos considerados irrevogáveis.
Caducidade ou decaimento: quando o ato perde Assim, não podem ser revogados os seguintes atos:
seus efeitos jurídicos em razão de norma jurídica super- • EXAURIDOS OU CONSUMADOS: com o funda-
veniente que impede a permanência da situação ante- mento de que o efeito da revogação é não re-
riormente consentida. Exemplo: perda do direito de uti- troativo, a retroação para alcançar os efeitos
lizar imóvel com fins comerciais com a aprovação de lei passados;
transformando a área em exclusivamente residencial. • VINCULADOS: a revogação tem por fundamen-
Contraposição: ocorre com a expedição de um se- tos razões de mérito, aspectos de conveniência
gundo ato, fundado em competência diversa, cujos efei- e de oportunidade, inexistentes, portanto, nos
tos são contrapostos aos do ato inicial, produzindo sua atos vinculados. Entretanto, há situações ex-
extinção. Exemplo: ato de nomeação de um funcionário cepcionais em que se admite a revogação de
extinto com a exoneração. ato vinculado, a exemplo da licença de obra de
construção, quando esta não tiver sido inicia-
INVALIDAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO da, conforme entendimento do STF;
• GERADORES DE DIREITOS ADQUIRIDOS: con-
A invalidação é um gênero que comporta as espé- forme previsto na jurisprudência do STF (Sú-
cies “anulação” e “revogação” mula 473);
• INTEGRANTES DE UM PROCEDIMENTO ADMI-
Revogação NISTRATIVO: porque a prática do ato sucessivo
acarreta a preclusão do ato anterior, a exemplo
Revogação é a extinção do ato administrativo per- da celebração de contrato administrativo, que
feito e eficaz, com eficácia ex nunc, praticada pela Admi- impede a revogação do ato de adjudicação.
146 nistração Pública e fundada em razões de interesse pú- • ATOS ENUNCIATIVOS: porque os efeitos são
blico (conveniência e oportunidade). prefixados pelo legislador, como os atestados,
Todo ato válido nasce com a presunção relativa de os pareceres e as certidões,;
• COMPLEXOS: como tais atos são formados pela
Direito Administrativo

estar em conformidade com interesse público. No entan-


to, em um dado momento, pode o ato se tornar inconve- conjugação de vontades de órgãos diversos, a
niente e inoportuno. Por isso, deve-se preservar os efei- vontade de um dos órgãos não pode desfazer
tos produzidos pelo ato até a data de sua revogação. Daí, um ato para o qual a lei impõe a integração de
a revogação produz efeitos futuros, não retroativos, ex vontades para sua formação.
nunc ou proativos16.
Nesse sentido, temos (grifou-se): Anulação

Lei 9.784/1999, art. 53: A Administração deve anular Anulação é a extinção de um ato ilegal, determi-
seus próprios atos, quando eivados de vício de legali- nada pela Administração ou pelo Judiciário, com eficácia
dade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou retroativa, pois há vício no ato, relativo à legalidade ou à
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. legitimidade.
O ato nulo já nasce contrariando o ordenamento
Com o mesmo teor (grifou-se): jurídico. Assim, a anulação18 deve desconstituir os efeitos
desde a data da prática do ato administrativo defeituoso.
É por isso que a anulação produz efeitos retroativos, pas-
Súmula 473 do STF: A administração pode anular seus sados, ex tunc ou pretéritos19.
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam Apesar de os efeitos da anulação de um ato ad-
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revo-
gá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em to-
16
dos os casos, a apreciação judicial. A doutrina admite a possibilidade de indenização aos particulares
prejudicados pela revogação, desde que tenha ocorrido a extinção an-
Por envolver questão de mérito, a revogação só tes do prazo eventualmente fixado para permanência da vantagem.
pode ser praticada pela Administração Pública, e não 17
O ato revocatório deve ter, obrigatoriamente, a mesma forma do ato
pelo Poder Judiciário. No entanto, essa é uma afirmação revogado.
genérica, pois a revogação é de competência da mesma 18
Assim como na revogação, o ato anulatório deve observar a mesma
autoridade que praticou o ato revogado. Logo, quando Ju- forma utilizada para a prática do ato anulado.
diciário e o Legislativo praticam atos administrativos no 19
Em princípio, a anulação de ato administrativo não gera dever de in-
exercício de função atípica, a revogação pode ser por eles denizar o particular prejudicado, exceto se comprovadamente sofreu
determinada 17. dano especial para a ocorrência do qual não tenha colaborado.
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Capítulo 05 - Ato Administrativo: Validade, Eficácia; Atributos; Extinção,
Desfazimento e Sanatória; Classificação, Espécies e Exteriorização...
ministrativo retroagirem à data da prática do ato ilegal,
admite-se a produção de efeitos válidos em relação a
terceiro de boa-fé, podendo o ato anulado ensejar, por
exemplo, uma ação de reparação de dano. Quadro comparativo entre revogação e anulação
Nesse sentido, temos (grifou-se):
ITEM REVOGAÇÃO ANULAÇÃO
Lei 9.784/1999, art. 53: A Administração deve anular
seus próprios atos, quando eivados de vício de legali- Motivo Conveniência e Ilegalidade
dade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Competência Somente a Ad- Administração
ministração e Poder Judici-
Com o mesmo teor (grifou-se): ário

Súmula 473 do STF: A administração pode anular seus Efeitos Não retroativos Retroativos (ex
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam (ex nunc) tunc)
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revo- Natureza Decisão discri- Decisão vincu-
gá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, cionária lada
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em to-
dos os casos, a apreciação judicial. Alcance Atos discricio- Atos vinculados
nários e atos discricio-
Em que pese o uso do verbo “poder” na jurispru- nários
dência do Supremo Tribunal Federal, o entendimento
doutrinário é de que a Administração “deve” anular seus Prazo Não há 5 anos
atos ilegais. Daí, conclui-se que a anulação é um dever da
Administração, e não uma simples faculdade. CONVALIDAÇÃO
Ao contrário da revogação, a competência para
anular é tanto da Administração (de ofício ou por provo- Convalidação ou sanatória é uma forma de suprir
cação) quanto do Poder Judiciário (por provocação). defeitos leves do ato para preservar sua eficácia. A con-
Os fundamentos da anulação administrativa são o validação tem natureza vinculada (corrente majoritária),
poder de autotutela e o princípio da legalidade, tendo pra- constitutiva, secundária e eficácia ex tunc.
zo decadencial de cinco anos para ser decretada. O fundamento da convalidação é a preservação da
147
segurança jurídica e da economia processual, evitando-
-se que o ato viciado seja anulado e, em decorrência, seus

Direito Administrativo
Lei 9.784/99, art. 54: O direito da Administração de
anular os atos administrativos de que decorram efeitos efeitos sejam desconstituídos.
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, O art. 55 da Lei 9.784/1999 disciplina a convalida-
contados da data em que foram praticados, salvo com- ção nos seguintes termos:
provada má-fé.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acar-
Já a anulação judicial é decorrente do controle ex- retarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
terno exercido sobre a atividade administrativa e se su- terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis
jeita ao prazo prescricional de cinco anos. poderão ser convalidados pela própria Administração.

Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Existem três espécies de convalidação:
Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação a) ratificação: quando a convalidação é realizada
contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja pela mesma autoridade que praticou o ato;
qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos b) confirmação: quando a convalidação é realizada
contados da data do ato ou fato do qual se originarem. por outra autoridade;
c) saneamento: nos casos em que o particular é
A doutrina considera que a anulação não pode ser quem promove a sanatória do ato.
realizada quando: O objeto da convalidação pode ser tanto um ato
• ultrapassado o prazo legal; administrativo discricionário como vinculado, com de-
• houver consolidação dos efeitos produzidos; feitos na COMPETÊNCIA ou na FORMA. Portanto, defeitos
• for mais conveniente para o interesse público no objeto, motivo ou finalidade são insanáveis, obrigando
manter a situação fática já consolidada do que a anulação do ato.
determinar a anulação (teoria do fato consu- • Vício de COMPETÊNCIA: em regra, é convalidá-
mado); vel; no entanto, se a competência é exclusiva e
• houver possibilidade de convalidação. o ato for praticado por outra autoridade, o ato
é nulo.
• Vício de FINALIDADE: NÃO é convalidável. O
ato praticado desviado de sua finalidade não
pode ser aproveitado.
• Vício de FORMA: em regra, é convalidável; no
entanto, se a forma for essencial, ou seja, for-
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Capítulo 06 - Serviços Públicos; Conceito, Classificação, Regulamentação e
Controle; Forma, Meios e Requisitos; Delegação: Concessão, Permissão...

ma necessária à validade do ato, o ato é nulo. direta de atividade econômica ocorrerá por meio das em-
• Vício de MOTIVO: NÃO é convalidável. O vício presas públicas e sociedades de economia mista.
de motivo ocorre quando a matéria de fato ou Já o campo dos SERVIÇOS PÚBLICOS é próprio do
de direito é materialmente inexistente ou ina- Estado, somente se admitindo prestação de serviços pú-
dequada ao resultado pretendido. blicos por particulares quando houver expressa delega-
• Vício de OBJETO: NÃO é convalidável. Há, na ção estatal, como ocorre nas concessões e permissões.
doutrina, quem defenda que, em se tratando de
objeto plúrimo, é possível a convalidação.
CONCEITO DE SERVIÇO PÚBLICO
CONVERSÃO De acordo com José dos Santos Carvalho Filho, ser-
viço público é “toda atividade prestada pelo Estado ou por
Conversão é o aproveitamento de ato defeituoso seus delegados, basicamente sob regime de direito públi-
como ato válido de outra categoria. Exemplo: contrato de co, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e
concessão outorgado mediante licitação em modalida- secundárias da coletividade”.
de diversa da concorrência convertido em permissão de Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, serviço público
serviço público. é “toda atividade material que a lei atribui ao Estado para
O ato de conversão é constitutivo, discricionário e que a exerça diretamente ou por meio de seus delegados,
com eficácia ex tunc. com o objetivo de satisfazer concretamente às necessi-
dades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente
público”.
6. SERVIÇOS PÚBLICOS; CONCEITO, Já para Hely Lopes Meirelles, “serviço público é
CLASSIFICAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO E todo aquele prestado pela Administração ou por seus de-
legados, sob normas e controles estatais, para satisfazer
CONTROLE; FORMA, MEIOS E REQUISI- necessidades sociais essenciais ou secundárias da cole-
TOS; DELEGAÇÃO: CONCESSÃO, PERMIS- tividade ou simples conveniências do Estado”.
SÃO, AUTORIZAÇÃO. Ainda, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello,
“serviço público é toda atividade de oferecimento de uti-
DOMÍNIO ECONÔMICO X SERVIÇO PÚBLI- lidade e comodidade material destinada à satisfação da
coletividade em geral, mas fruível singularmente pelos
CO administrados, que o Estado assume como pertinente a
148 seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faça
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu uma as vezes, sob regime de Direito Público – portanto, con-
divisão clara entre dois setores de atuação: o DOMÍNIO sagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições
ECONÔMICO (arts. 170 a 174) e o SERVIÇO PÚBLICO (arts.
Direito Administrativo

especiais –, instituído em favor dos interesses definidos


175 e 176). como públicos no sistema normativo”.
O DOMÍNIO ECONÔMICO ou ordem econômica é o Alexandre Mazza, numa análise dos conceitos aci-
campo de atuação próprio dos particulares, tendo como ma indicados, identifica alguns elementos comuns capa-
fundamentos a valorização do trabalho humano e a livre zes de apontar as características fundamentais do servi-
iniciativa. ço público:
São princípios da ordem econômica (art. 170): • é uma atividade material: significa que o ser-
viço público é uma tarefa exercida no plano
a) soberania nacional; concreto pelo Estado, e não simplesmente uma
b) propriedade privada; atividade normativa ou intelectual;
c) função social da propriedade; • é de natureza ampliativa: ao contrário do po-
d) livre concorrência; der de polícia, o serviço público não representa
e) defesa do consumidor; limitação ou restrição imposta ao particular.
f) defesa do meio ambiente, inclusive mediante tra- Pelo contrário. O serviço público é uma atua-
tamento diferenciado conforme o impacto ambiental ção ampliativa da esfera de interesses do par-
dos produtos e serviços e de seus processos de elabo- ticular, consistindo no oferecimento de van-
ração e prestação; tagens e comodidades aos usuários. O serviço
g) redução das desigualdades regionais e sociais; público é sempre uma prestação em favor do
h) busca do pleno emprego; particular, e não contra o particular;
i) tratamento favorecido para as empresas de pequeno • é prestado diretamente pelo Estado ou por
porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham seus delegados: o serviço público, como regra,
sua sede e administração no País. é prestado diretamente pelo Estado. Porém,
por opção do legislador, a prestação poderá ser
O Estado atua no domínio econômico como agente delegada a particulares, por meio de conces-
normativo e regulador. A exploração direta de atividade são ou permissão, caso em que os particulares
econômica pelo Estado, ressalvados os casos previstos assumem a prestação, responsabilizando-se
na Constituição Federal, só será permitida quando ne- direta e objetivamente pelos eventuais danos
cessária aos imperativos da segurança nacional ou à re- causados aos usuários;
levante interesse coletivo (art. 173). • sob regime de direito público: os serviços
Nessas hipóteses, a atuação estatal na exploração públicos têm toda a sua disciplina normati-
va baseada nos princípios e regras do Direito
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Capítulo 06 - Serviços Públicos; Conceito, Classificação, Regulamentação e
Controle; Forma, Meios e Requisitos; Delegação: Concessão, Permissão...
Administrativo. Entretanto, é possível notar, O único critério admitido pela doutrina moderna para
pelos conceitos acima apresentados, que al- conceituação do serviço público é o critério formal,
guns autores falam em regime parcialmente com base no qual a definição de quais atividades serão
público, admitindo a incidência de algumas serviços públicos repousa na simples vontade do legis-
regras de direito privado, tais como as normas lador ou do constituinte, não importando se a atividade
de defesa do consumidor. É importantíssimo é ou não essencial para a sociedade.
lembrar que o art. 7º da Lei das Concessões (Lei
n. 8.987/95) admite expressamente a aplicabi-
lidade subsidiária das regras do Código de De-
Titularidade do serviço público
fesa do Consumidor (Lei 8.078/1990) no que diz
Serviço público só pode, por definição, ser titula-
respeito aos direitos do usuário;
rizado por pessoa jurídica de direito público. Assim, ob-
• com vistas à satisfação de necessidades es-
servada a repartição de competências determinada pela
senciais ou secundárias da coletividade: como
Constituição e pela legislação, a titularidade de serviços
regra, a transformação, por vontade do legis-
públicos somente pode ser atribuída à União, Estados,
lador, de uma atividade em serviço público é
Distrito Federal, Municípios, Territórios, autarquias, as-
baseada na sua relevância social. Porém, nada
sociações públicas ou fundações públicas.
impede que algumas atividades sem tanta im-
Por isso, os instrumentos normativos de delega-
portância para a sociedade sejam qualificadas
ção de serviços públicos, como concessão e permissão,
como serviços públicos. Assim, a relevância
transferem apenas a prestação temporária, nunca dele-
social não é condição suficiente ou necessária
gam a titularidade do serviço público.
para a transformação de certa atividade em
serviço público. No fundo, desde que observa-
dos certos parâmetros constitucionais, a defi- O exercício dos serviços públicos pode ser delegado a
nição de quais são os serviços públicos depen- entidades públicas ou privadas, por meio de concessão
de exclusivamente da vontade do legislador. ou permissão, mantendo-se a titularidade com o Poder
Público.
Serviços públicos uti universi e uti singuli
Mesmo no caso das pessoas jurídicas de direito
O conceito estabelecido nos termos UTI UNIVERSI e privado pertencentes à Administração Indireta, não há
UTI SINGULI engloba os serviços de fruição geral e os ser- transferência do serviço público em si. Empresas públi-
viços de fruição individual, respectivamente. cas e sociedades de economia mista prestadoras de ser-
viços públicos, embora pertencentes ao Estado, nunca
149
Como os serviços públicos UTI UNIVERSI, ou ser-
viços gerais, não criam vantagens particularizadas para detêm a titularidade do serviço, na medida em que titu-
cada usuário, torna-se impossível estabelecer um valor larizam somente a prestação do serviço público.

Direito Administrativo
justo que possa ser cobrado do beneficiário como remu-
neração pela prestação. Daí por que os serviços públicos A Empresa de Correios e Telégrafos – ECT, sendo em-
uti universi não podem ser dados em concessão nem re- presa pública federal de direito privado, não tem a titu-
munerados pela cobrança de taxas (são indivisíveis). Tais laridade do serviço postal, titularizando somente a sua
serviços são prestados diretamente pelo Estado e a sua prestação. Isso porque o serviço postal é titularizado
prestação é custeada pela receita proveniente de impos- pela União (art. 21, X, CF/1988).
tos.
Atividade jurisdicional, varrição de ruas, ilumina-
ção pública, coleta de lixo, limpeza pública, etc. COMPETÊNCIA PARA PRESTAÇÃO DO
Por sua vez, os serviços públicos UTI SINGULI, ou
serviços individuais, são prestados de modo a criar be- SERVIÇO PÚBLICO
nefícios individuais a cada usuário, podendo ser conce-
didos e custeados pela cobrança de taxas. A Constituição Federal de 1988 atribuiu diversos
serviços públicos à União, aos Estados, aos Municípios e
ao Distrito Federal. A regra é de que a prestação dos ser-
Energia residencial, água canalizada, transporte cole- viços públicos segue o princípio da predominância do
tivo, telefonia fixa, etc. interesse. Vejamos como foi feita a divisão de competên-
A segurança pública não pode ser usada como exemplo cias.
de serviço público uti universi, pois é atividade limita- - UNIÃO (art. 21, X a XII):
dora da esfera de interesses do particular. Assim, a se- a) manter o serviço postal e o correio aéreo nacio-
gurança pública é exemplo de manifestação do poder nal;
de polícia. b) explorar, diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão, os serviços de telecomunica-
A noção de serviço público é utilizada pela doutri-
ções, nos termos da lei;
na em sua acepção estrita, que compreende somente as
c) explorar, diretamente ou mediante autorização,
atividades estatais passíveis de fruição individualizada
concessão ou permissão, os serviços de radiodifusão so-
pelos usuários.
nora, e de sons e imagens;
d) explorar, diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão, os serviços e instalações de
energia elétrica e o aproveitamento energético dos cur-
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Capítulo 06 - Serviços Públicos; Conceito, Classificação, Regulamentação e
Controle; Forma, Meios e Requisitos; Delegação: Concessão, Permissão...

sos de água, em articulação com os Estados onde se situ- Administração e aos seus delegados privados
am os potenciais hidroenergéticos; o dever de prestar o serviço do modo exigido
e) explorar, diretamente ou mediante autorização, pela legislação e pelo contrato, e não segundo
concessão ou permissão, a navegação aérea, aeroespa- os critérios e preferências do prestador.
cial e a infraestrutura aeroportuária; • Princípio da OBRIGATORIEDADE: o Estado tem
f) explorar, diretamente ou mediante autorização, o dever jurídico de promover a prestação do
concessão ou permissão, os serviços de transporte fer- serviço público, não sendo essa prestação uma
roviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras simples faculdade discricionária.
nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou • Princípio da ATUALIZAÇÃO, modernidade ou
Território; adaptabilidade: a técnica empregada na pres-
g) explorar, diretamente ou mediante autorização, tação do serviço público, embora não tenha
concessão ou permissão, os serviços de transporte rodo- de ser a mais avançada disponível, precisa
viário interestadual e internacional de passageiros; mostrar-se compatível com o estágio de de-
h) explorar, diretamente ou mediante autorização, senvolvimento tecnológico vigente à época
concessão ou permissão, os portos marítimos, fluviais e da prestação. Em termos práticos, o princípio
lacustres. da atualização proíbe o retrocesso da técnica.
i) executar os “serviços” de polícia marítima, aero- Assim, por exemplo, o princípio da atualidade
portuária e de fronteiras; proíbe a substituição, no serviço de transporte
j) explorar os “serviços” e instalações nucleares de de passageiros, do ônibus por bondes com tra-
qualquer natureza. ção animal. Nesse sentido, o art. 6º, § 2º, da Lei
- ESTADOS (art. 25, § 2º): 8.987/1995 afirma que “a atualidade compre-
a) explorar diretamente, ou mediante concessão, ende a modernidade das técnicas, do equipa-
os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei. mento e das instalações e a sua conservação,
bem como a melhoria e expansão do serviço”.
- MUNICÍPIOS (art. 30): • Princípio da UNIVERSALIDADE ou GENERA-
a) organizar e prestar, diretamente ou sob regime LIDADE: a prestação do serviço público deve
de concessão ou permissão, os serviços públicos de in- ser estendida à maior quantidade possível de
teresse local, incluído o de transporte coletivo, que tem usuários.
caráter essencial; • Princípio da MODICIDADE DAS TARIFAS: signi-
b) prestar, com cooperação técnica e financeira da fica que o valor exigido do usuário a título de
União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da remuneração pelo uso do serviço deve ser o
150 população. menor possível, reduzindo-se ao estritamen-
DISTRITO FEDERAL (art. 32, § 1º): te necessário para remunerar o prestador com
a) atribuídas as competências legislativas reser- acréscimo de pequena margem de lucro. Daí
Direito Administrativo

vadas aos Estados e Municípios. Pode-se afirmar, com o nome “modicidade”, que vem de “módico”,
base nessa norma, que cabe ao Distrito Federal prestar isto é, algo barato, acessível. Como o princípio
todos os serviços públicos de competência estadual e é aplicável também na hipótese de serviço re-
municipal. munerado por meio de taxa, o mais apropriado
seria denominá-lo princípio da modicidade da
Existem serviços públicos de titularidade comum en- remuneração. Tal princípio é um instrumen-
tre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, como to para atender à universalidade na medida
saúde, educação, previdência social e assistência so- em que, quanto menor o valor exigido, maior
cial. Tais serviços, chamados ainda de serviços so- a quantidade de usuários beneficiados pela
ciais, também podem ser prestados por particulares prestação. Com o objetivo de reduzir ao máxi-
mediante autorização estatal. Porém, só serão consi- mo o valor da tarifa cobrada do usuário, a le-
derados serviços públicos propriamente ditos quando gislação brasileira prevê alguns mecanismos
prestados pelo Estado. jurídicos especiais, como a existência de fon-
tes alternativas de remuneração do prestador
(exemplo: espaços publicitários explorados
pelo concessionário ao lado da rodovia) e a de-
PRINCÍPIOS DO SERVIÇO PÚBLICO finição do menor valor da tarifa como um dos
critérios para decretar o vencedor da concor-
A prestação de serviços públicos, além de estar
rência pública que antecede a outorga da con-
submetida à incidência de todos os princípios gerais do
cessão de serviços públicos (arts. 9º e 11 da Lei
Direito Administrativo, conta com outros princípios es-
8.987/1995).
pecíficos. São eles:
• Princípio da ADEQUAÇÃO: de acordo com o • Princípio da CORTESIA: significa que o serviço
e as informações de interesse do usuário de-
disposto no art. 6º, § 1º, da Lei 8.987/1995, ser-
vem ser prestados com polidez e educação.
viço adequado é o que satisfaz as condições de
regularidade, continuidade, eficiência, segu-
• Princípio da TRANSPARÊNCIA: o usuário tem
direito de receber do poder concedente e da
rança, atualidade, generalidade, cortesia na
concessionária informações para defesa de
sua prestação e modicidade das tarifas (art. 6º,
interesses individuais ou coletivos (art. 7º, III,
§ 1º, da Lei 8.987/1995). Nota-se, portanto, que a
da Lei 8.987/1995).
adequação constitui verdadeiro princípio geral
da prestação dos serviços públicos, impondo à
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Capítulo 06 - Serviços Públicos; Conceito, Classificação, Regulamentação e
Controle; Forma, Meios e Requisitos; Delegação: Concessão, Permissão...
• Princípio da CONTINUIDADE: significa que a b) com o auxílio de particulares: os prestadores
prestação do serviço público não pode sofrer são selecionados por procedimento licitatório, ce-
interrupção, devendo ser promovida de forma lebrando contrato de prestação de serviços. Exem-
contínua e intermitente. Porém, o § 3º do art. 6º plo: coleta de lixo feita por empresa terceirizada. A
da Lei n. 8.987/95 disciplinou o alcance do refe- prestação direta com auxílio de particulares é feita
rido princípio nos seguintes termos: sempre em nome do Estado, e não em nome próprio
pelo prestador, razão pela qual, havendo prejuízo
decorrente da prestação, a responsabilidade pela
Não se caracteriza como descontinuidade do serviço reparação é exclusiva do Estado.
a sua interrupção em situação de emergência ou após
prévio aviso, quando: I – motivada por razões de ordem 2) PRESTAÇÃO INDIRETA POR OUTORGA: quando a
técnica ou de segurança das instalações; e, II – por prestação de serviços públicos é realizada por meio de
inadimplemento do usuário, considerado o interesse pessoas jurídicas especializadas criadas pelo Estado. É
da coletividade. o que ocorre com as autarquias, fundações públicas, as-
sociações públicas, empresas públicas e sociedades de
• Assim, pondo fim à grande polêmica quan- economia mista.
to à legitimidade do corte do fornecimento do A remuneração paga pelo usuário ao prestador tem
serviço em caso de falta de pagamento, a Lei natureza de taxa. A responsabilidade pela reparação de
de Concessões admite expressamente que danos decorrentes da prestação de serviços outorgados
o inadimplemento é causa de interrupção da é objetiva e direta do prestador, e não da Administração
prestação de serviço, desde que observada a direta. Porém, o Estado responde subsidiariamente pelo
necessidade de prévio aviso. valor da indenização na hipótese de o orçamento da au-
• Princípio da IGUALDADE: os serviços públi- tarquia, fundação, associação pública, empresa pública
cos devem ser prestados de modo isonômico ou sociedade de economia mista não serem suficientes
a todos os usuários, sem privilégios ou discri- para suportar o montante indenizatório.
minações. Com base no mesmo princípio, de- Exemplo: serviço postal exercido pela Empresa de
ve-se dar tratamento especial a usuários em Correios e Telégrafos.
condições faticamente diferenciadas, como 3) PRESTAÇÃO INDIRETA POR DELEGAÇÃO: é reali-
ocorre nos casos de transporte público adap- zada, após regular licitação, por meio de concessionários
tado para portadores de deficiência e das tari- e permissionários, desde que a deleção tenha previsão
fas mais reduzidas para usuários economica- em lei específica (concessão) ou autorização legislativa
mente hipossuficientes. (permissão). Prestação indireta por delegação só pode 151
• Princípio da MOTIVAÇÃO: todas as decisões ocorrer em relação a serviços públicos uti singuli.
relacionadas com a prestação do serviço de- A responsabilidade por danos causados a usuários

Direito Administrativo
vem ser fundamentadas. ou terceiros em razão da prestação do serviço é direta e
• Princípio do CONTROLE: as condições de pres- objetiva do concessionário ou permissionário, respon-
tação do serviço público estão sujeitas a fis- dendo o Estado somente em caráter subsidiário. Nota-se,
calização por parte da própria Administração portanto, que as regras aplicáveis ao serviço delegado
(controle interno) e pela via judicial (controle continuam sendo de direito público. A remuneração paga
externo). pelo usuário tem natureza jurídica de tarifa ou preço pú-
• Princípio da REGULARIDADE: a prestação do blico.
serviço deve observar as condições e horários Exemplos: rodovia dada em concessão, transporte
adequados diante dos interesses da coletivi- aéreo de passageiros, telefonia fixa e radiodifusão sono-
dade, sem atrasos ou intermitências. ra (rádios) ou de sons e imagens (emissoras de televisão).
• Princípio da EFICIÊNCIA: o serviço público
deve ser prestado buscando a melhor qualida- RESPONSABILIDADE DO PRESTADOR DE
de e os mais altos índices de aproveitamento
possíveis. SERVIÇOS PÚBLICOS
• Princípio da SEGURANÇA: a prestação do ser-
viço não pode colocar em risco a integridade A responsabilidade patrimonial do prestador de
dos usuários ou a segurança da coletividade. serviços públicos é sempre objetiva por danos causados
a usuários ou a terceiros, não importando se a prestação
está a cargo do próprio Estado, entidades da Administra-
FORMAS DE PRESTAÇÃO ção indireta, concessionários ou permissionários.
A exceção está nos danos por omissão, quando as
A prestação do serviço público pode se dar de di- condutas omissivas ensejam responsabilidade subjeti-
versas formas: va.
1) PRESTAÇÃO DIRETA: é aquela realizada pelo pró-
prio Estado (Administração Pública direta). Se houver FORMAS DE REMUNERAÇÃO
cobrança em troca da prestação direta, a remuneração
terá natureza tributária de taxa. A prestação direta pode O ordenamento jurídico brasileiro prevê basica-
ser realizada de dois modos: mente três formas de remuneração para a prestação de
a) pessoalmente pelo Estado: quando promovi- serviços públicos:
da por órgãos públicos da Administração Direta. 1) TARIFA: também chamada de preço público, é a
Exemplo: varrição de ruas; remuneração paga pelo usuário quando serviço público
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Capítulo 06 - Serviços Públicos; Conceito, Classificação, Regulamentação e
Controle; Forma, Meios e Requisitos; Delegação: Concessão, Permissão...

uti singuli é prestado indiretamente, por delegação, nas e lucro para o prestador. Exemplo: venda de refeições a
hipóteses de concessão e permissão. preços populares por empresa pública municipal.
A tarifa é uma contrapartida sem natureza tribu- Já para Celso Antônio Bandeira de Mello, os servi-
tária, mas de cunho privado-contratual. Não sendo tri- ços públicos podem ser divididos em quatro categorias:
buto, está dispensada do cumprimento dos princípios da a) serviços de prestação obrigatória e exclusiva do
legalidade e da anterioridade, razão pela qual pode ser Estado: são aqueles que somente podem ser prestados
majorada por ato administrativo do poder concedente, e diretamente pelo Estado ou por entidades estatais, não
a exigência será realizada imediatamente, sem necessi- admitindo delegação a particulares. São casos em que o
dade de observância do intervalo de não surpresa carac- Estado tem que prestar sozinho o serviço. Exemplo: ser-
terístico da anterioridade tributária. viço postal e correio aéreo nacional;
Exemplo de serviço público remunerado por tarifa: b) serviços que o Estado tem obrigação de prestar
o valor do pedágio cobrado nas rodovias exploradas por e obrigação de conceder: são casos em que a Constituição
particulares. determina a prestação pelo Estado e simultaneamente a
2) TAXA: é uma contrapartida tributária utilizada delegação a particulares. Em tais hipóteses, o Estado tem
nas hipóteses de prestação direta pelo Estado de serviço que prestar junto com particulares. Exemplo: radiodifu-
público uti singuli. Também serão remunerados por ta- são sonora (rádio) e de sons e imagens (televisão);
xas os serviços públicos outorgados a pessoas jurídicas c) serviços que o Estado tem obrigação de prestar,
da Administração indireta, como autarquias, empresas mas sem exclusividade: é o caso dos serviços de saúde e
públicas e sociedades de economia mista. educação, que, quando prestados pelo Estado, são servi-
Em razão de sua natureza tributária, as taxas so- ços públicos. Neles, o Estado não pode admitir prestação
mente podem ser criadas ou majoradas por meio de lei somente por particulares;
(art. 150, I, CF/1988), e sua cobrança está submetida ao in- d) serviços que o Estado não é obrigado a prestar,
tervalo mínimo imposto pelo princípio da anterioridade mas, não os prestando, terá de promover-lhes a presta-
(art. 150, III, b e c, CF/1988). ção, mediante concessão ou permissão: trata-se de ser-
Exemplo de serviço público remunerado por taxa: viços que devem obrigatoriamente ser prestados pelo
serviço postal prestado pelos correios. Estado ou por particulares. Exemplo: fornecimento de
3) IMPOSTO: no caso de serviços públicos uti uni- gás canalizado.
versi, não se pode falar propriamente em remuneração,
mas em prestação custeada pelas receitas provenientes DIREITOS DO USUÁRIO
de impostos.
Exemplo: serviço de limpeza e conservação de lo- Nos termos do disposto no art. 7º da Lei 8.987/1995,
152 gradouros públicos. são direitos e obrigações dos usuários, além daqueles es-
tabelecidos no Código de Defesa do Consumidor:
CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLI- a) receber serviço adequado;
Direito Administrativo

COS b) receber do poder concedente e da concessioná-


ria informações para a defesa de interesses individuais
Segundo Hely Lopes Meirelles, os serviços públi- ou coletivos;
cos podem ser classificados a partir de variados critérios: c) obter e utilizar o serviço, com liberdade de es-
1) quanto à ESSENCIALIDADE: colha entre vários prestadores de serviços, quando for o
a) serviços públicos propriamente ditos: são priva- caso, observadas as normas do poder concedente;
tivos do Poder Público por serem considerados indispen- d) levar ao conhecimento do Poder Público e da
sáveis e necessários para sobrevivência do grupo social concessionária as irregularidades de que tenham co-
e do próprio Estado. Exemplo: defesa nacional; nhecimento, referentes ao serviço prestado;
b) serviços de utilidade pública: sua prestação não e) comunicar às autoridades competentes os atos
é indispensável para a sociedade, mas conveniente e ilícitos praticados pela concessionária na prestação do
oportuna na medida em que facilita a vida do indivíduo. serviço;
Exemplo: energia elétrica; f) contribuir para a permanência das boas condi-
2) quanto à ADEQUAÇÃO: ções dos bens públicos por meio dos quais lhes são pres-
a) serviços próprios do Estado: são aqueles vincu- tados os serviços.
lados às atribuições essenciais do Poder Público, sendo Importante frisar que as concessionárias estão
em regra prestados diretamente pelo Estado, de modo obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, dentro
gratuito ou mediante baixa remuneração. Exemplo: saú- do mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais
de pública; para escolherem os dias de vencimento de seus débitos
b) serviços impróprios do Estado: aqueles que não (art. 7ºA da Lei 9.897/1995).
afetam substancialmente as necessidades da coletivi-
dade, razão pela qual podem ter a prestação outorgada a
entidades estatais descentralizadas ou delegada a parti-
culares. Exemplo: telefonia fixa.
3) quanto à FINALIDADE:
a) serviços administrativos: prestados para aten-
der necessidades internas da Administração. Exemplo:
imprensa oficial;
b) serviços industriais: consistem na exploração
de atividades econômicas pelo Estado, produzindo renda
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Capítulo 06 - Serviços Públicos; Conceito, Classificação, Regulamentação e
Controle; Forma, Meios e Requisitos; Delegação: Concessão, Permissão...
CONCESSÃO, PERMISSÃO E AUTORIZA- ço ao poder concedente pelo término do con-
trato;
ÇÃO • encampação: retorno antes do término do con-
trato, mediante indenização (desapropriação);
De acordo com a Constituição Federal de 1988 (gri- • caducidade: por inadimplência ou decisão ju-
fou-se): dicial (há indenização).
• anulação: invalidação do contrato de conces-
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, di- são por ilegalidade. Não há indenização.
retamente ou sob regime de concessão ou permissão,
sempre através de licitação, a prestação de serviços A Lei 8.987/1995, que dispõe sobre o regime de con-
públicos. cessão e permissão da prestação de serviços públicos
Parágrafo único. A lei disporá sobre: previsto no art. 175 da Constituição Federal, conceitua a
I – o regime das empresas concessionárias e permis- PERMISSÃO de serviço público da seguinte forma:
sionárias de serviços públicos, o caráter especial de
seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condi- Art. 2º, IV - Delegação, a titulo precário, mediante licita-
ções de caducidade, fiscalização e rescisão da conces- ção, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder
são ou permissão; concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre
II – os direitos dos usuários; capacidade para seu desempenho, por sua conta e ris-
III – política tarifária; co.
IV – a obrigação de manter serviço adequado.

A Lei 8.987/1995, que dispõe sobre o regime de con-


A permissão é um ato precário e discricionário, na
cessão e permissão da prestação de serviços públicos
qual o poder público transfere a alguém o desempenho
previsto no art. 175 da Constituição Federal, assim con- de um serviço público, proporcionando ao permissioná-
ceitua a CONCESSÃO de serviço público: rio a possibilidade de cobrança de tarifa ao usuário.
Apesar de a permissão de serviço público ser con-
Art. 2º, II - A delegação de sua prestação, feita pelo po- siderada um ato unilateral, o art. 40 da mesma lei informa
der concedente, mediante licitação, na modalidade que a permissão será formalizada mediante contrato de
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empre- adesão, que observará os termos desta Lei, das demais
sas que demonstre capacidade para seu desempenho, normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive
por sua conta e risco e por prazo determinado. quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do 153
contrato pelo poder concedente)
Em síntese, o Estado delega a alguém o exercício Vejamos as principais características da permis-

Direito Administrativo
de um serviço público e este aceita prestá-lo em nome do são:
poder público e regulado pelo Poder Concedente, assu- • depende de licitação, sob qualquer modalida-
mindo todo o risco e remunerando-se pela cobrança de de;
tarifa diretamente do usuário do serviço e tendo a garan- • pode ser formalizada com pessoa física ou
tia de um equilíbrio econômico financeiro. pessoa jurídica, não podendo ser celebrada
Vejamos as principais características da conces- com consórcios de empresas, os quais não têm
são: personalidade jurídica;
• exige autorização legislativa; • a capacidade de desempenho será demonstra-
• sua regulamentação ocorre por meio de decre- da durante a licitação, mais especificamente
to; na fase da habilitação;
• a delegação exige licitação na modalidade • a própria permissionária responde pelos pre-
“concorrência”20; juízos causados a terceiros, mas a Administra-
• não pode ser formalizada com pessoa física, ção pode ser chamada a responder em caráter
mas apenas pessoa jurídica; entretanto, pode subsidiário (depois de esgotadas as forças da
ser celebrada com ente despersonalizado, concessionária);
como é o caso dos consórcios de empresas, os • pode ser revogada sem indenização, exceto
quais não têm personalidade jurídica; quando estiver fixado em lei o prazo de vigên-
• não transfere a titularidade, mas apenas a cia da permissão (permissão condicionada).;
execução dos serviços; • se revogada ou alterada, pode dar causas para
• o contrato pode ser alterado unilateralmen- indenização;
te pelo poder concedente, que pode retornar o • é ato unilateral, ou seja, é ato administrativo e
serviço, mediante indenização. não contrato;
• encerrando o contrato, os direitos e bens do • discricionariedade é a liberdade que a lei con-
serviço voltam ao poder concedente; cede para o gestor decidir com parâmetros de
• a alteração de tarifa se faz por decreto;
• o concessionário tem garantia de rentabilida-
de assegurada. 20
Nas privatizações havidas no âmbito do Programa Nacional de De-
sestatização, é possível o uso da modalidade de licitação leilão (§ 3º do
A extinção da concessão ocorre por: art. 4º da Lei 9.491/1997). Com a venda das ações, o Estado transfere o
• advento do termo contratual: retorno do servi- controle acionário para particulares, os quais passam à condição de
prestadores de serviços públicos.
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Administrativo; Controle Judicial; Controle Legislativo; Responsabilidade ...
Capítulo 07 - Controle e Responsabilização da Administração: Controle

conveniência e oportunidade observados os


Caracterís- Concessão Permissão Autoriza-
interesses públicos;
ticas ção
• precariedade significa que a permissão pode
ter fim a qualquer momento;
• é intuitu persona, ou seja, possui a função de NATUREZA Contrato Contrato Ato admi-
características pessoais e relevantes do con- adminis- adminis- nistrativo
tratado; trativo trativo
• os riscos dos serviços são do permissionário e (adesão)
o controle é da Administração, que pode inter-
vir no serviço; LICITAÇÃO Modalida- Qualquer Não exige
• não assegura exclusividade, exceto se constar de concor- modalida-
em cláusula. rência de
• danos causados a terceiros é responsabilidade
do permissionário; VÍNCULO Perma- Preca- Preca-
• a administração pode ser responsabilizada nência riedade e riedade e
pela culpa na escolha ou na fiscalização do revogabili- revogabili-
executor dos serviços. dade dade
DELEGA- Pessoas Pessoas Pessoas
A doutrina diverge quanto à possibilidade de dele- ÇÃO jurídicas jurídicas jurídicas
gação de prestação de serviços públicos mediante auto- ou con- ou físicas ou físicas
rização. Apesar disso, para fins de concursos públicos, a sórcio de
AUTORIZAÇÃO é uma das formas de prestação de servi- empresas
ços públicos.
A autorização é o ato administrativo discricioná-
rio e precário pelo qual o poder público torna possível ao 7. CONTROLE E RESPONSABILIZAÇÃO DA
particular a realização de certa atividade, serviço ou uti- ADMINISTRAÇÃO: CONTROLE ADMINIS-
lização de determinados bens particulares ou públicos, TRATIVO; CONTROLE JUDICIAL; CONTRO-
de seu exclusivo ou predominante interesse, que a lei
condiciona à aprovação prévia da Administração.
LE LEGISLATIVO; RESPONSABILIDADE
Como exemplo de autorização temos o serviço de CIVIL DO ESTADO.
segurança particular.
154 Vejamos as principais características da autoriza- CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLI-
ção: CA
• é unilateral, ou seja, ato administrativo e não
Direito Administrativo

contrato;
• há discricionariedade no interesse particular;. Introdução
• é precária, pois pode ter fim a qualquer mo-
mento; A atuação da Administração Pública se sujeita,
• é intuitu persona. dentre outros, ao princípio da indisponibilidade do inte-
resse público. Isso significa dizer que o titular do patri-
Por fim, vejamos um quadro que resume as prin- mônio público é o povo, enquanto que a Administração
cipais características das concessões, permissões e au- Pública apenas o administra.
torizações: Ainda, temos que a Administração Pública (por
meio de seus agentes) só atua, direta ou indiretamente,
no interesse da coletividade. Essa atuação, por sua vez, é
regida pela legislação, que atribui competências e limites
aos agentes públicos no exercício de tais atribuições.
É nesse contexto que encontramos os instrumen-
tos jurídicos de fiscalização sobre a atuação dos agentes,
órgãos e entidades componentes de toda a Administra-
ção Pública: o CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

21
Outro importante mecanismo de controle que se destaca é o chama-
do CONTROLE SOCIAL ou POPULAR, ou seja, o controle exercido pelos
cidadãos, por meio de instrumentos colocados à sua disposição. Ape-
sar dessa ressalva, esse tipo de controle não é, ainda, instância decisó-
ria ou executiva, mas sim consultiva (de regra), por meio da qual a Ad-
ministração colhe informações para uma decisão de sua incumbência.

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Administrativo; Controle Judicial; Controle Legislativo; Responsabilidade ...
Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle
José dos Santos Carvalho Filho afirma que os meca- antes da formação do ato controlado. Exemplo, o manda-
nismos de controle sobre a Administração Pública têm do de segurança (preventivo) impetrado para impedir a
como objetivos fundamentais garantir o respeito aos prática de ato ilegal;
direitos subjetivos dos usuários e assegurar a obser- b) CONTROLE CONCOMITANTE ou SUCESSIVO:
vância das diretrizes constitucionais da Administra- promovido concomitantemente ao desenvolvimento
ção. do ato controlado. Assim como o controle prévio, possui
caráter preventivo, pois permite coibir irregularidades
Cabe, nesse momento, destacar o art. 2º da CF/1988 tempestivamente. Como exemplo, temos a fiscalização
(grifou-se): de obra pública durante a sua execução;
c) CONTROLE POSTERIOR, CORRETIVO ou A POS-
TERIORI: é realizado após a prática do ato controlado.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmô- Assim, visa corrigir irregularidades e verificar o respon-
nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. sável que lhe tenha dado causa. Citam-se, como exem-
plos, a ação popular proposta visando anular ato lesivo ao
Essa independência e harmonia, no entanto, é re- patrimônio público e chamados “atos sujeito a registros”,
lativizada pelas disposições constitucionais que autori- que demandam a apreciação de Tribunal de Contas com-
zam a interferência de um Poder sobre o outro21, permi- petente.
tindo-se que se contenham possíveis abusos (SISTEMA
DE FREIOS E CONTRAPESOS).
Quanto ao alcance ou extensão:
a) CONTROLE INTERNO: realizado por um Poder
O tema “Controle da Administração” não alcança as sobre seus próprios órgãos e agentes. Como exemplo, te-
funções típicas dos demais Poderes e órgãos autôno- mos o controle das chefias sobre os subordinados;
mos, mas apenas suas funções administrativas. b) CONTROLE EXTERNO: quando o órgão fiscaliza-
dor está fora do âmbito do Poder controlado. Exemplo: ato
Por fim, destacamos que o controle da Administra- da Administração anulado por sentença judicial.
ção Pública é tema que remonta ao Decreto-lei 200/1967, Quanto à natureza:
ou seja, bem anterior à Carta Política de 1988 (grifou-se): a) CONTROLE DE LEGALIDADE: verifica a compa-
tibilidade da atuação administrativa com as normas do
Art. 6º As atividades da Administração Federal obede- ordenamento jurídico. Pode ser exercido pela própria
cerão aos seguintes princípios fundamentais: Administração ou pelo Poder Judiciário. Exemplo: anula-
a) planejamento; b) coordenação; c) descentralização; ção de contrato administrativo por violar termos da Lei 155
d) delegação de competência; e) controle. de Licitações e Contratos (Lei 8.666/1993);
b) CONTROLE DE MÉRITO: é o controle que analisa

Direito Administrativo
a conveniência e oportunidade dos atos do órgão contro-
Classificação das formas de controle lado; logo, somente a própria Administração pode exer-
cer esse controle, não se admitindo controle do mérito de
A doutrina classifica as formas de controle da Ad- atos administrativos (elementos MOTIVO e FORMA) pelo
ministração em diversos critérios. Poder Judiciário, exceto quanto aos atos praticados pelo
próprio Judiciário no exercício de função atípica. Exem-
Quanto ao órgão ou natureza do controlador22: plo: revogação de ato administrativo.
a) CONTROLE ADMINISTRATIVO OU INTERNO: é o
controle no âmbito da própria Administração (poder de
autotutela). O recurso hierárquico é um exemplo; O Poder Judiciário pode analisar os possíveis casos de
b) CONTROLE LEGISLATIVO OU PARLAMENTAR: contradição a princípios, como moralidade e eficiência,
é aquele realizado pelos órgãos legislativos, com auxí- por exemplo, ou os que forem desproporcionais ou não
lio dos Tribunais de Contas. Como exemplo, citam-se as pautados em critérios previstos em lei, sem que isso
CPI’s (Comissões Parlamentares de Inquérito); configure invasão ao mérito do ato controlado.
c) CONTROLE JUDICIAL: é o controle promovido, de
regra, por provocação da parte interessada, por meio de Quanto ao âmbito:
ações junto ao Poder Judiciário. Como exemplo, temos os a) CONTROLE POR SUBORDINAÇÃO: é aquele rea-
mandados de segurança e as ações civis públicas. lizado por autoridade hierarquicamente superior àquele
que praticou o ato controlado. Destaca-se que as entida-
STF – AI 832901/RJ des descentralizadas (leia-se Administração Indireta)
Não viola o princípio da separação dos poderes o con- não estão submetidas à sujeição hierárquica em relação
trole pelo Poder Judiciário de ato administrativo eivado ao Poder Central (leia-se Administração Direta). Exem-
de ilegalidade ou abusividade, o qual envolve a verifi- plo desse controle á a anulação, pelo Presidente da Re-
cação da efetiva ocorrência dos pressupostos de fato e pública, de ato praticado por Ministro de Estado. Vigora
direito, podendo o Judiciário atuar, inclusive, nas ques- 22
tões atinentes à proporcionalidade e à razoabilidade. Por ser a classificação mais exigida em concursos públicos, esse cri-
tério será detalhado em tópicos específicos.
23
O poder de autotutela da Administração não é ilimitado. Na esfera
Quanto ao momento de exercício ou oportunidade:
federal, por exemplo, temos o prazo decadencial de cinco anos. Ultra-
a) CONTROLE PRÉVIO, PREVENTIVO ou A PRIORI: é
passado esse prazo, sem manifestação do Poder Público, ocorrerá a
o controle com caráter preventivo, orientador, realizado
convalidação tácita do ato, salvo se comprovada má-fé.
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Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle

aqui o poder de autotutela23, que é o poder decorrente da Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independen-
hierarquia existente nas relações de subordinação entre temente do pagamento de taxas:
os órgãos integrantes de uma mesma estrutura de Poder. a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
b) CONTROLE POR VINCULAÇÃO: é o controle de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
exercido pela Administração Direta sobre as entidades b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
descentralizadas. Por ser a relação existente, entre o para defesa de direitos e esclarecimento de situações
órgão supervisor e a entidade supervisionada, de mera de interesse pessoal;
vinculação, há aqui o que a doutrina chama de tutela ad- (...)
ministrativa (supervisão ministerial ou controle finalís- LV - aos litigantes, em processo judicial ou administra-
tico). Temos, como exemplo, o poder de fiscalização do tivo, e aos acusados em geral são assegurados o con-
Ministério da Previdência Social sobre a autarquia INSS, traditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
vinculada à sua pasta. inerentes;

Quanto à iniciativa: Sobre o tema, vejamos a seguinte súmula vincu-


a) CONTROLE DE OFÍCIO: é o controle realizado lante:
sem necessidade de provocação da parte interessada. É
exemplo a instauração de processo disciplinar para apu- Súmula Vinculante 21
rar falta funcional de servidor público; É inconstitucional a exigência de depósito ou arrola-
b) CONTROLE PROVOCADO: é aquele que depen- mento prévios de dinheiro ou bens para admissibilida-
de da iniciativa da parte interessada. Como exemplo, as de de recurso administrativo.
ações constitucionais para controle judicial da Adminis-
tração Pública. Não obstante a essa previsão, salienta-se que des-
pesas referentes a cópias do processo e outros asseme-
lhados podem ser cobradas.
Ainda, no tocante aos recursos administrativos,
precisamos recordar os SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
DE JURISDIÇÃO.
Não vigora entre nós a existência de duas jurisdi-
ções (o chamado sistema contencioso francês). No orde-
namento pátrio temos a contribuição do sistema inglês,
156 em que o critério de definitividade é traço formal do Po-
der Judiciário (sistema de jurisdição una ou única).
Em suma, as decisões adotadas pelas instâncias
Direito Administrativo

administrativas (ressalvado o mérito administrativo)


podem ser sindicadas pelo Poder Judiciário. No entanto,
há duas situações em que, primeiro, a via administrativa
deve ser exaurida para que se possa levar a matéria para
a via judicial: Justiça Desportiva e impetração de Recla-
mação junto ao STF.
Um terceiro caso, de indefinição, é a necessidade
do esgotamento da instância administrativa para a im-
petração de habeas data. No entanto, as bancas organi-
zadoras têm sustentado a necessidade de prévio exau-
rimento das vias administrativas para o ajuizamento
desse remédio constitucional.
Pois bem, sigamos com nosso estudo.
No âmbito dos recursos administrativos, ganha
Controle administrativo ou interno notoriedade o direito de petição, mencionado no art. 5º,
XXXIV, “a”. Tal direito importa na possibilidade que têm
O controle administrativo é fundamentado no po- os cidadãos em geral de postular aos órgãos públicos em
der de autotutela que a Administração tem de rever seus busca daquilo que considerem justo.
próprios atos. Desse controle, gerado por iniciativa da São modalidades do direito de petição: a represen-
própria Administração ou quando essa é provocada, re- tação, a reclamação administrativa, o pedido de reconsi-
sulta a anulação, revogação ou convalidação de atos ad- deração, os recursos hierárquicos próprios e impróprios
ministrativos. e a revisão.
A representação é, segundo Hely Lopes Meirelles,
Recursos administrativos “a denúncia formal e assinada de irregularidades inter-
nas ou de abuso de poder na prática de atos da Adminis-
De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro, re- tração feita por quem quer que seja à autoridade compe-
cursos administrativos são todos os meios que podem tente para conhecer e coibir a ilegalidade apontada”.
utilizar os administrados para provocar o reexame do Lecionam Cyonil Borges e Adriel Sá que o fato pe-
ato pela Administração Pública, possuindo duplo funda- culiar da representação é que ela, muitas vezes, é iden-
mento constitucional: tificada como um instrumento a ser usado por alguém

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Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle
que, em razão de seu ofício, toma conhecimento de uma quica em relação a quem praticou o ato. Tal modalidade
irregularidade. de recurso só pode ser interposta mediante expressa
A reclamação administrativa, ainda citando os en- previsão legal. É exemplo o recurso encaminhado ao Mi-
sinamentos do saudoso Hely Lopes Meirelles, “é a oposi- nistério da Previdência Social contra decisão da autar-
ção expressa a atos da Administração que afetem direi- quia INSS.
tos ou interesses legítimos do administrado. O direito de Por fim, o instituto da revisão, que é o direito de
reclamar é amplo e se estende a toda pessoa física ou ju- petição de que se utiliza o servidor público, punido pela
rídica que se sentir lesada ou ameaçada de lesão pessoal Administração, para reexame da decisão, em caso de
ou patrimonial por atos ou fatos administrativos”. surgirem fatos novos suscetíveis de demonstrar a sua
inocência.
Na Lei 8.112/1990, está expresso que a revisão não
O artigo 103-A, § 3º, da Constituição Federal, acres- autoriza a agravação da pena, devendo concluir, se julga-
centado pela Emenda Constitucional nº 45/04 e regu- da procedente, pela redução ou cancelamento da pena.
lamentado pela Lei 11.417/2006. prevê modalidade de Também, a Lei 9.784/1999 estabelece que da revisão do
reclamação administrativa que pode ser proposta, pe- processo não poderá resultar agravamento da sanção.
rante o Supremo Tribunal Federal, depois de esgotadas
as vias administrativas, quando a decisão proferida
pela Administração Pública contrariar o enunciado de Coisa julgada administrativa e prescrição
súmula vinculante. Se a reclamação for julgada proce- administrativa
dente, a decisão do Supremo Tribunal Federal é de cum-
primento obrigatório para a autoridade administrativa Apesar de expressões típicas do direito processual
que praticou o ato contrário à súmula, bem como para civil e penal, ambas possuem relevância no Direito Ad-
ministrativo.
a autoridade competente para decidir o recurso admi- No meio judicial, coisa julgada é decisão judicial de
nistrativo. De acordo com o dispositivo constitucional, que já não caiba recurso (art. 6°, § 3°, da Lei de Introdução
se a reclamação for julgada procedente, o Supremo Tri- às Normas do Direito Brasileiro).
bunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará Nas palavras de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a
a decisão judicial impugnada determinando que outra coisa julgada pode ser formal e material.
seja proferida com ou sem aplicação da súmula, confor- Coisa julgada formal caracteriza-se pela imutabi-
me o caso. De forma um pouco diferente, o artigo 64-B lidade da sentença, dentro do processo em que foi profe-
da Lei nº 9. 784, acrescentado pela Lei nº 11.417, determi- rida, por não ser cabível mais qualquer recurso. Já a coisa
na que, “acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a re- julgada material equivale à autoridade da sentença, que 157
clamação fundada em violação de enunciado da súmu- passa a fazer lei entre as partes.
la vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e Como sabemos, o critério de definitividade é traço

Direito Administrativo
ao órgão competente para o julgamento do recurso, que formal do Poder Judiciário; logo, a coisa julgada material
deverão adequar as futuras decisões administrativas não está presente no âmbito administrativo.
em casos semelhantes, sob pena de responsabiliza- Assim, a maneira mais simples de definir a coisa
ção pessoal nas esferas cível, administrativa e penal”. julgada administrativa é a adotada por Diógenes Gaspa-
Conjugando os dois dispositivos, tem-se que entender rini, segundo o qual, ocorre quando inexiste, no âmbito
que, se o Supremo Tribunal Federal julgar procedente a administrativo, possibilidade de reforma da decisão ofe-
reclamação, ele anulará o ato e dará ciência à autorida- recida pela Administração Pública.
de prolatora da decisão e ao órgão competente para jul- Vejamos alguns exemplos de coisa julgada admi-
gar o recurso, os quais, nas futuras decisões, deverão nistrativa:
obedecer à súmula sob pena de responsabilidade civil, a) quando a decisão administrativa se torna irre-
administrativa e penal (Maria Sylvia Zanella Di Pietro). vogável por razões de mérito (oportunidade e conveni-
ência);
O pedido de reconsideração é, de acordo com Ma- b) quando há perda, pela Administração, do prazo
ria Sylvia Zanella Di Pietro, o direito “pelo qual o interes- de decadência para rever os atos ilegais favoráveis ao in-
sado requer o reexame do ato à própria autoridade que o teressado (nos termos do art. 54 da Lei 9.784/1999);
emitiu”. Vejamos um exemplo previsto no art. 106 da Lei c) quando ocorre a prescrição na esfera judicial; e
8.112/1990: d) quando há decisão proferida pelo Poder Judiciá-
rio, com força de coisa julgada material.
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade
que houver expedido o ato ou proferido a primeira de- Assim como no conceito de coisa julgada, a pres-
cisão, não podendo ser renovado. crição administrativa difere da prescrição judicial. Nes-
sa, é a ocorrência da perda do direito de ação. Já a prescri-
O recurso hierárquico próprio é aquele encami- ção administrativa possui diversas conotações:
nhado à autoridade superior à que praticou o ato. Esse re- a) a perda, pelo administrado, do prazo para recor-
curso pode ser interposto sem necessidade de previsão rer de decisão administrativa;
legal, pois é inerente à organização escalonada da Admi- b) a perda, pela Administração Pública, do prazo
nistração. Como exemplo, temos o recurso contra ato de para rever os próprios atos; e
autuação dirigido à chefia do setor de fiscalização. c) a perda do prazo para punir.
O recurso hierárquico impróprio é dirigido à auto-
ridade que não ocupa posição de superioridade hierár-

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Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle

Controle legislativo ou parlamentar Art. 48, X - Cabe ao Congresso Nacional legislar sobre
criação e extinção de Ministérios e órgãos da adminis-
O controle legislativo é realizado pelos órgãos le- tração pública;
gislativos (leia-se TITULARIDADE do Congresso Nacio- (...)
nal, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa Art. 49, V - É da competência exclusiva do Congresso
e das Câmaras Municipais), com auxílio dos Tribunais de Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo
Contas. Sua abrangência inclui o controle direito ou polí- que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
tico sobre o próprio exercício da função administrativa e delegação legislativa;
o controle indireto ou técnico-financeiro sobre a gestão (...)
dos gastos públicos dos três Poderes. Art. 50 - A Câmara dos Deputados e o Senado Federal,
Observe o art. 70 da CF/1988, a seguir (grifou-se): ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Mi-
nistro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos dire-
tamente subordinados à Presidência da República para
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamen-
prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto
tária, operacional e patrimonial da União e das enti-
previamente determinado, importando crime de res-
dades da administração direta e indireta, quanto à le-
ponsabilidade a ausência sem justificação adequada;
galidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
(...)
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presiden-
sistema de controle interno de cada Poder.
te da República nos crimes de responsabilidade, bem
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa físi-
como os Ministros de Estado e os Comandantes da Ma-
ca ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
rinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mes-
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e va-
ma natureza conexos com aqueles;
lores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, (...)
em nome desta, assuma obrigações de natureza pecu- Art. 58, § 3º - As comissões parlamentares de inquérito,
niária. que terão poderes de investigação próprios das autori-
dades judiciais, além de outros previstos nos regimen-
Os grifos acima nos faz lembrar o critério de con- tos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara
trole quanto ao alcance ou extensão: dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
separadamente, mediante requerimento de um terço
a) CONTROLE INTERNO: realizado por um Poder
158 sobre seus próprios órgãos e agentes. Como exemplo, te-
de seus membros, para a apuração de fato determinado
e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
mos o controle das chefias sobre os subordinados; encaminhadas ao Ministério Público, para que promo-
b) CONTROLE EXTERNO: quando o órgão fiscaliza-
Direito Administrativo

va a responsabilidade civil ou criminal dos infratores;


dor está fora do âmbito do Poder controlado. Exemplo: ato Art. 71, § 1º - § 1º No caso de contrato, o ato de sustação
da Administração anulado por sentença judicial. será adotado diretamente pelo Congresso Nacional,
Note que a CF/1988 nomina de controle externo a que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as me-
fiscalização exercida pelo Congresso Nacional sobre a didas cabíveis.
Administração Pública, em contraponto ao controle in-
terno constituído no âmbito de cada Poder. Logo, temos
que a principal característica do controle legislativo é CONTROLE DIRETO OU POLÍTICO – ÓRGÃOS LEGISLATIVOS
aquele exercido por órgão externo aos que administram
os recursos públicos. Vimos que a abrangência do controle legislativo
Vejamos os dispositivos constitucionais que apre- inclui o controle direito ou político (exercício da função
sentam os mais importantes instrumentos de controle administrativa) e o controle indireto ou técnico-finan-
legislativo: ceiro (gestão dos gastos públicos).
Em suma, o controle político está diretamente re-
lacionado à atuação dos órgãos legislativos, enquanto
que o controle técnico-financeiro se enquadra nas fina-
lidades dos Tribunais de Contas.
Sistematizando, temos o seguinte:

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controle do Poder Judiciário.
Entretanto, vejamos a seguinte jurisprudência
(grifou-se):

STF - Súmula 347


O Tribunal de Contas, no exercício de suas atri-
buições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e
dos atos do poder público.

Ainda assim, a apreciação da constitucionalidade


refere-se ao controle difuso, incidental, ou seja, em casos
concretos e em matéria da sua competência, não poden-
do atuar no controle de constitucionalidade em abstrato.
Outro importante destaque é o fato de que os Tri-
bunais de Contas não podem determinar a quebra do si-
gilo bancário dos que se submetam a sua jurisdição.
Vejamos os Tribunais de Contas atualmente exis-
tentes no Brasil:
• 01 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, órgão au-
Vejamos alguns exemplos de controle político xiliar do Congresso Nacional;
(grifou-se); • 26 TRIBUNAIS DE CONTAS DOS ESTADOS, ór-
gãos auxiliares das Assembleias Legislativas;
• 01 TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FE-
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Na- DERAL, órgão auxiliar da Câmara Legislativa
cional: Distrital;
(...) • 04 TRIBUNAIS DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS,
V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que órgãos auxiliares das Câmaras Municipais
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de de- (Bahia, Ceará, Goiás e Pará).
legação legislativa; • 02 TRIBUNAIS DE CONTAS MUNICIPAIS (Rio de
(...) Janeiro de São Paulo).
IX – julgar anualmente as contas prestadas pelo Presi- 159
dente da República e apreciar os relatórios sobre a exe- A diferença entre os Tribunais de Contas dos Mu-
cução dos planos de governo; nicípios e os Tribunais de Contas Municipais está no fato

Direito Administrativo
de que os primeiros são órgãos técnicos estaduais, res-
Sobre o julgamento das contas prestadas pelo Pre-
ponsáveis pelo controle externo de todos os municípios
sidente da República, merece detalhamento a hipótese
do Estado. Os segundos são órgãos municipais que exer-
de inércia do chefe do Poder Executivo federal (grifou-
cem o controle externo somente no âmbito do Município
-se):
no qual foram instituídos.

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Depu-


A CF/1988 reconheceu a existência somente de TCMs
tados:
em dois municípios brasileiros: São Paulo (TCMSP) e
(...)
Rio de Janeiro (TCMRJ), sendo vedada a criação de no-
II – proceder à tomada de contas do Presidente da Re-
vos tribunais, conselhos ou órgãos de contas munici-
pública, quando não apresentadas ao Congresso Na-
pais, além dos dois já existentes (art. 31, § 4º).
cional dentro de sessenta dias após a abertura da ses-
são legislativa; No julgamento da ADI 867/94, com origem no Ma-
ranhão, sob relatoria do Ministro Marco Aurélio, o Su-
premo Tribunal Federal reconheceu a possibilidade de os
CONTROLE INDIRETO OU TÉCNICO-FINANCEIRO - TRIBU-
NAIS DE CONTAS 24
Apesar do termo “auxiliar”, o Tribunal de Contas não é propriamente
um órgão auxiliar do CN. O STF reconheceu que os Tribunais de Contas
Os Tribunais de Contas são importantes auxilia- “ostentam posição eminente na estrutura constitucional brasileira,
res24 do Poder Legislativo25 no controle externo das atua- não se achando subordinados, por qualquer vínculo de ordem hierár-
ções administrativas. Em síntese, pode-se dizer que eles quica, ao Poder Legislativo, de que não são órgãos delegatórios nem or-
têm competência para fiscalização de quaisquer entida- ganismos de mero assessoramento técnico. A competência institucio-
des públicas ou privadas que utilizem dinheiro público, nal dos Tribunais de Contas não deriva, por isso mesmo, de delegação
incluindo as contas do Ministério Público, do Poder Le- dos órgãos do Poder Legislativo, mas traduz emanação que resulta,
gislativo e do Poder Judiciário. primariamente, da própria Constituição da República. Doutrina. Pre-
As Cortes de Contas possuem NATUREZA ADMI- cedentes” (ADI 4190/RJ).
NISTRATIVA, isso porque, no Brasil, vigora o sistema de 25
O entendimento do STF é no sentido de não alocar os Tribunais de
jurisdição uma ou única (art. 5º, XXXV, da CF/1988). Logo, Contas entre os órgãos do Poder Legislativo; no entanto, parte da dou-
os Tribunais são ÓRGÃOS TÉCNICOS, não jurisdicionais, trina aduz que as Cortes de Contas são órgãos de controle financeiro
sendo todas as suas decisões administrativas sujeitas ao integrantes do Poder Legislativo das diversas esferas da Federação.

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Estados criarem, além de seus TCEs, Tribunais de Contas Federal ou a Município;


dos Municípios, órgãos estaduais para fiscalização muni- VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso
cipal. Isso porque, segundo consta da ementa do referido Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer
julgado: “O artigo 31 da Carta da República é conducente das respectivas Comissões, sobre a fiscalização con-
a concluir-se que os Estados-membros têm o poder de tábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimo-
criar e extinguir Conselhos ou Tribunais de Contas dos nial e sobre resultados de auditorias e inspeções reali-
Municípios. A expressão onde houver inserta no primei- zadas;
ro parágrafo alberga a existência presente e futura de VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalida-
tais órgãos, sendo que o óbice à criação ficou restrito à de de despesa ou irregularidade de contas, as sanções
atividade municipal”. previstas em lei, que estabelecerá, entre outras comi-
A competência entre os Tribunais de Contas se ve- nações, multa proporcional ao dano causado ao erário;
rifica, de regra, pela origem dos recursos. IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote
De acordo com o art. 71 da CF/1988, compete ao as providências necessárias ao exato cumprimento da
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO: lei, se verificada ilegalidade;
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Pre- X - sustar, se não atendido, a execução do ato impug-
sidente da República, mediante parecer prévio que nado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados
deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu e ao Senado Federal;
recebimento; XI - representar ao Poder competente sobre irregulari-
II - julgar as contas dos administradores e demais res- dades ou abusos apurados.
ponsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da ad-
ministração direta e indireta, incluídas as fundações e Ao TCU compete julgar as contas dos administra-
sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público dores e demais responsáveis por dinheiros, bens e va-
federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, lores públicos da ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuí- incluídas as FUNDAÇÕES E SOCIEDADES instituídas e
zo ao erário público; mantidas pelo Poder Público federal, e as CONTAS da-
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos queles que derem causa a perda, extravio ou outra ir-
de admissão de pessoal, a qualquer título, na adminis- regularidade de que resulte prejuízo ao erário (art. 71, II,
tração direta e indireta, incluídas as fundações institu- CF/1988 e art. 1º, I, Lei 8.443/1992).
ídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as no- Perceba que as empresas públicas e as sociedades
meações para cargo de provimento em comissão, bem de economia mista, integrantes da administração indire-
160 como a das concessões de aposentadorias, reformas e ta, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não
pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime
alterem o fundamento legal do ato concessório; celetista.
Sobre os incisos IX e X do art. 71 retromencionado,
Direito Administrativo

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos De-


putados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de apesar de a CF/1988 não ter atribuído competência para a
inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, sustação de uma licitação, cabe à Corte de Contas Federal
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, sustar a sua execução (leia-se SUSPENDER), caso perce-
nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, ba graves irregularidades no procedimento.
Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no
inciso II; Os Tribunais de Contas possuem competência para
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supra- atuar no controle do mérito das políticas públicas. Isso
nacionais de cujo capital social a União participe, de porque a análise por parte dos Tribunais de Contas diz
forma direta ou indireta, nos termos do tratado cons- respeito, entre outros aspectos, à legitimidade e à eco-
titutivo; nomicidade. Além disso, o art. 70 da CF/1988 menciona
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repas- a operacionalidade como um dos critérios a serem uti-
sados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou lizados em suas fiscalizações.
outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito
Percebe-se que o rol de atribuições constitucio-
nais do TCU é extenso, e, por simetria, dos demais Tribu-
nais de Contas. Assim, sugerimos a memorização do que
NÃO COMPETEM a esses Tribunais de Contas:

INCOMPETÊNCIA das Cortes de Contas:


• Julgar as contas do Presidente da República,
Governadores e Prefeitos;
• Apreciar a legalidade, para fins de registro, das
nomeações de servidores comissionados;
• Executar suas próprias decisões de aplicação

26
Exemplos de atos interna corporis são os regimentos de Tribunais e
de Casas Legislativas.

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Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle
de multa; dução de prova documental pré-constituída, ou seja, im-
• Quebrar sigilo fiscal, bancário e telefônico; possibilita a dilação probatória, que em síntese significa
• Sustar, como regra, contratos administrativos. a produção de outros meios de prova para fundamentar a
pretensão do impetrante.
Por fim, algumas considerações pertinentes: Quanto ao uso do mandado de segurança, mere-
• As decisões tomadas pelos Tribunais de Con- cem destaques os seguintes entendimentos jurispru-
tas têm força de título executivo extrajudicial denciais do Supremo Tribunal Federal:
(art. 71, § 3º, CF/1988). • Não cabe mandado de segurança contra lei em
• A Corte de Contas federal é composta por NOVE tese (Súmula 266).
MINISTROS, escolhidos da seguinte forma (art. • Não cabe mandado de segurança contra ato
73, § 2º, CF/1988): judicial passível de recurso ou correição (Sú-
»» Três (um terço) pelo Presidente da Repúbli- mula 267).
ca, com aprovação do Senado Federal, sendo • Não cabe mandado de segurança contra deci-
que a escolha de um desses é livre, enquanto são judicial com trânsito em julgado (Súmula
a dos outros dois deve ser feita alternada- 268).
mente entre Auditores (Ministros-substitu- • Mandado de segurança não é substitutivo de
tos) e membros do MPTCU, segundo critérios ação de cobrança (Súmula 269).
de antiguidade e merecimento, escolhidos
em lista tríplice apresentada pelo próprio II) MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (art. 5º,
Tribunal; LXX, CF/1988 e Lei 12.016/2009): o mandado de seguran-
»» •Seis (dois terços) pelo Congresso Nacional, ça coletivo pode ser impetrado por partido político com
todos de escolha livre, sem necessidade de representação no Congresso Nacional e por organização
aprovação posterior pelo Senado Federal. sindical, entidade de classe ou associação legalmente
• Os demais Tribunais de Contas possuem a constituída e em funcionamento há pelo menos um ano,
composição disposta no art. 75 da CF/1988: em defesa dos interesses de seus membros ou associa-
SETE CONSELHEIROS. dos.
• Todas essas autoridades têm status de magis- O detalhe aqui é o fato de que o prazo mínimo de
trados, já que exercem a função de judicatura funcionamento (01 ano) é exigência restrita às ASSOCIA-
de contas. ÇÕES.
• Junto ao Tribunal de Contas funcionará um
Ministério Público, que não se confunde com
o Ministério Público da União ou Ministério De acordo com a jurisprudência do STF, as associações, 161
Público dos Estados. O MP que atua junto ao quando impetram mandado de segurança coletivo em
TCU possui natureza “especial”, com membros favor de seus filiados, atuam como substitutos proces-

Direito Administrativo
próprios. suais, não dependendo, para legitimar sua atuação em
Juízo, de autorização expressa de seus associados, nem
Controle judicial de que a relação nominal desses acompanhe a inicial do
mandamus (MS 23.769/BA).
O controle judicial das atividades administrativas
é realizado sempre mediante provocação, podendo ser III) HABEAS CORPUS (art. 5º, LXVIII, CF/1988): cabí-
prévio ou posterior. Como o Brasil adota o modelo inglês vel sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
da jurisdição una, e não o modelo francês do contencioso sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomo-
administrativo, todas as causas são decididas pelo Poder ção, por ilegalidade ou abuso de poder.
Judiciário, mesmo aquelas que envolvam interesse da IV) AÇÃO POPULAR (art. 5º, LXXIII, CF/1988 e Lei
Administração. 4.717/1965): proposta por qualquer cidadão, visando anu-
Em síntese, o Poder Judiciário deverá apreciar lar ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que
qualquer lesão ou ameaça a direito, mesmo que o autor o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
da lesão seja o poder público. E no caso, as ações judiciais ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
de controle sobre a Administração podem ser utilizadas autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais
tanto em caso de lesão efetiva quanto na hipótese de e do ônus da sucumbência.
ameaça a direito ou interesse do particular. Extrai-se da previsão constitucional que uma pes-
Segundo a doutrina, os únicos limites importantes soa jurídica não pode propor ação popular (STF - Súmula
ao controle judicial das atividades administrativas dizem 365). Para os efeitos desse tipo de ação, cidadão é o brasi-
respeito aos atos políticos e aos atos interna corporis26. leiro, nato ou naturalizado, no gozo dos direitos políticos,
As mais importantes ações de controle judicial da ou seja, que tem a possibilidade de, ao menos, votar nos
Administração Pública são: processos eleitorais.
I) MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL (art. 5º, Maria Sylvia Zanella Di Pietro explica que, a rigor,
LXIX, CF/1988 e Lei 12.016/2009): impetrado para pro- basta a qualidade de eleitor, uma vez que o art. 1º, § 3º, da
teger direito líquido e certo, não amparado por habeas Lei 4.717/1965, exige que a prova da cidadania, para in-
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilega- gresso em juízo, seja feita com o título eleitoral ou com
lidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agen- documento que a ele corresponda. Excepcionalmente,
te de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder poderá ser ajuizada por estrangeiro, mas não qualquer
Público. estrangeiro, apenas o português equiparado (§ 1º do art.
O mandado de segurança somente admite a pro- 12, CF/1988).
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Administrativo; Controle Judicial; Controle Legislativo; Responsabilidade ...
Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle

V) MANDADO DE INJUNÇÃO (art. 5º, LXXI, CF/1988): RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO


a ser impetrado sempre que falta de norma regulamen-
tadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas inerentes à naciona- INTRODUÇÃO
lidade, à soberania e à cidadania.
As ações dos entes políticos – como União, Esta-
Para o STF, a falta da norma regulamentadora deve
dos, Municípios e Distrito Federal – concretizam-se por
estar revestida de certa abusividade. Julgado proceden-
intermédio de pessoas físicas, e, segundo a teoria do ór-
te, o mandado de injunção ordenará a expedição da lei re-
gão, os atos praticados por meio desses agentes públicos
gulamentadora ou de qualquer outro ato administrativo
devem ser imputados à pessoa jurídica de Direito Público
indispensável para viabilizar o exercício dos direitos e
a que pertencem.
garantias constitucionais.
Nesse contexto, é natural considerar que o Estado
São situações em que NÃO CABE O MANDADO DE
responde pelos prejuízos patrimoniais causados pelos
INJUNÇÃO:
agentes públicos a particulares, em decorrência do exer-
• se já existe norma regulamentadora do direito cício da função administrativa.
previsto na Constituição;
• se a norma regulamentadora que falta diz res-
peito a direito previsto em normas infracons- Um policial militar do Estado da Paraíba, durante pe-
titucionais; ríodo de folga, em sua residência, tem um desenten-
• se não foram regulamentados os efeitos de dimento com sua companheira e lhe desferiu um tiro
medida provisória não convertida em lei pelo com uma arma pertencente à corporação. Nesse caso,
Congresso Nacional (isso porque a medida não há responsabilidade civil do Estado, pois o dano foi
provisória é norma infraconstitucional). causado por policial fora de suas funções.

VI) HABEAS DATA (art. 5º, LXXII, CF/1988 e Lei Haja vista a natureza patrimonial dos prejuízos
9.507/1997): visando assegurar o conhecimento, retifica- ensejadores dessa reparação, conclui-se que tal respon-
ção ou contestação de informações relativas à pessoa do sabilidade é CIVIL.
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados Por vincular-se a danos sofridos em relações jurí-
de entidades governamentais ou de caráter público. dicas de sujeição geral - pessoas sem especial vincula-
Devemos lembrar que as bancas têm considera- ção contratual com o Estado -, a responsabilidade é EX-
do a necessidade de exaurimento da via administrativa TRACONTRATUAL.
para que se possa levar a matéria à apreciação judicial Os danos indenizáveis podem ser materiais, mo-
162 rais ou estéticos.
por habeas data. Ou seja, a impetração do habeas data
apenas tem cabimento quando a informação ou retifica- O tema da responsabilidade civil do Estado é disci-
ção for negada. plinado pelo art. 37, § 6º, da Constituição Federal (grifou-
Direito Administrativo

-se):
VII) AÇÃO CIVIL PÚBLICA (art. 129, III, CF/1988 e Lei
7.347/1985): proposta para proteção de direitos difusos ou
coletivos, como meio ambiente, defesa do consumidor, As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
ordem urbanística, bens e direitos de valor artístico, in- privado prestadoras de serviços públicos responderão
fração à ordem econômica e à ordem urbanística. pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causa-
São legitimados para a propositura de ação civil rem a terceiros, assegurado o direito de regresso con-
pública: a) o Ministério Público; b) a Defensoria Pública; c) tra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; d)
a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de O grifo no § 6º do art. 37 da CF/1988 reforça a ideia
economia mista; e) a associação que atenda aos requisi- de que essa responsabilidade civil é objetiva, sob a mo-
tos estabelecidos na Lei 7.347/1985; f) o Conselho Federal dalidade do risco administrativo.
da OAB (art. 54, XIV, Lei 8.906/1994).
VIII) AÇÃO DE IMPROBIDADE (art. 37, § 4º, CF/1988 EVOLUÇÃO HISTÓRICA
e Lei 8.429/1992): os agentes públicos que praticarem
condutas tipificadas na Lei 8.429/1992 estarão sujeitos à Até chegar ao estágio atual, a teoria da responsa-
aplicação das sanções de suspensão dos direitos políti- bilidade do Estado passou por três fases principais:
cos, devolução de bens, multa civil, perda da função pú- 1ª) teoria da irresponsabilidade estatal;
blica, indisponibilidade dos bens, proibição de contratar 2ª) teoria da responsabilidade subjetiva;
com o Estado e ressarcimento integral do dano. 3ª) teoria da responsabilidade objetiva.
IX) PROCESSO DE RESPONSABILIDADE ADMINIS-
TRATIVA, CIVIL E PENAL POR ABUSO DE AUTORIDADE (Lei TEORIA DA IRRESPONSABILIDADE ESTATAL
4.898/1965): direito exercido por meio de petição dirigida
a) à autoridade superior que tiver competência legal para Também chamada de teoria feudal, regalista ou
aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respecti- regaliana, a teoria da irresponsabilidade do Estado era
va sanção; ou b) ao órgão do Ministério Público que tiver própria dos Estados Absolutistas nos quais a vontade
competência para iniciar processo-crime contra a auto- do Rei tinha força de lei. Assim, a exacerbação da ideia
ridade culpada. de soberania impedia admitir que os súditos pudessem
pleitear indenizações por danos decorrentes da atuação

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Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle
governamental. risco.
Essa inerrância dos governantes foi sintetizada Quem presta um serviço público assume o risco
em duas frases que resumiam bem o espírito do período: dos prejuízos que eventualmente causar, independente-
“o rei não erra” (“the king can do no wrong” ou “le roi ne mente da existência de culpa ou dolo.
peut mal faire”) e “aquilo que agrada ao príncipe tem for- Via de regra, a adoção da teoria objetiva transfe-
ça de lei” (“quod principi placuit habet legis vigorem”). re o debate sobre culpa ou dolo para a ação regressiva a
O período da irresponsabilidade estatal começou ser intentada pelo Estado contra o agente público, após a
a ser superado por influência do direito francês. Em 17 de condenação estatal na ação indenizatória.
fevereiro de 1800, foi promulgada uma lei francesa dis- Para a teoria objetiva, o pagamento da indenização
ciplinando o ressarcimento de danos advindos de obras é efetuado somente após a comprovação, pela vítima, de
públicas. três requisitos: 1) ato; 2) dano; 3) nexo causal.
Mas o grande evento que motivou a superação da Duas correntes internas disputam a primazia
teoria da irresponsabilidade foi a decisão de 8 de feverei- quanto ao modo de compreensão da responsabilidade
ro de 1873, tomada pelo Tribunal de Conflitos na França, objetiva: TEORIA DO RISCO INTEGRAL e TEORIA DO RISCO
conhecida como Aresto Blanco.
ADMINISTRATIVO.
Em 8 de fevereiro de 1873, o Tribunal analisou o
A teoria do risco integral é uma variante radical da
caso da menina Agnès Blanco que, brincando nas ruas da
responsabilidade objetiva, sustentando que a compro-
cidade de Bordeaux, foi atingida por um pequeno vagão
vação de ato, dano e nexo é suficiente para determinar a
da Companhia Nacional de Manufatura de Fumo.
condenação estatal em qualquer circunstância.
O pai da criança entrou com ação de indenização
Já a teoria do risco administrativo, variante adota-
fundada na ideia de que o Estado é civilmente respon-
da pela Constituição Federal de 1988, reconhece a exis-
sável pelos prejuízos causados a terceiros na prestação
tência de algumas excludentes ao dever de indenizar.
de serviços públicos. O Aresto Blanco foi o primeiro posi-
Enfatizando, a Constituição Federal de 1988 adotou
cionamento definitivo favorável à condenação do Estado
a teoria objetiva na variação do risco administrativo (art.
por danos decorrentes do exercício das atividades admi-
37, § 6º).
nistrativas.

TEORIA DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA EVOLUÇÃO DA RESPONSABILIDADE ESTATAL


NO DIREITO POSITIVO BRASILEIRO
Conhecida também como teoria da responsabi-
lidade com culpa, teoria intermediária, teoria mista ou As Constituições Federais de 1824 e 1891 não fa- 163
teoria civilista, a teoria da responsabilidade subjetiva foi ziam qualquer referência à responsabilização estatal por
a primeira tentativa de explicação a respeito do dever es- prejuízos causados a particulares. Havia somente dispo-
tatal de indenizar particulares por prejuízos decorrentes sitivos prevendo a responsabilidade do funcionário pú-

Direito Administrativo
da prestação de serviços públicos. blico em caso de abuso ou omissão.
Indispensável para a admissibilidade da respon- Algumas leis, entretanto, mencionavam uma
sabilização estatal foi uma nova concepção política cha- responsabilidade solidária entre o Estado e o funcioná-
mada de teoria do fisco. A teoria do fisco sustentava que rio por danos causados na prestação de serviços, como
o Estado possuía dupla personalidade: uma pessoa sobe- transporte ferroviário e correios.
rana, infalível, encarnada na figura do monarca e, por- As Constituições de 1934 e 1937 reforçaram a apli-
tanto, insuscetível a condenação indenizatória; e outra, cação da teoria subjetiva e estabeleceram a responsabi-
pessoa exclusivamente patrimonial, denominada “fis- lidade solidária entre a Fazenda Pública e o funcionário
co”, capaz de ressarcir particulares por prejuízos decor- por prejuízos decorrentes de negligência, omissão ou
rentes da atuação de agentes públicos. abuso no exercício de seus cargos.
A teoria subjetiva apoia-se na lógica do direito ci- Divisor de águas no direito brasileiro, a Constitui-
vil, na medida em que o fundamento da responsabilidade ção de 1946 passou a adotar a teoria objetiva por força de
é a noção de CULPA. Daí a necessidade de a vítima com- seu art. 194:
provar, para receber a indenização, a ocorrência simultâ-
nea de quatro requisitos: 1) ato; 2) dano; 3) nexo causal; 4) As pessoas jurídicas de direito público interno são ci-
culpa ou dolo. vilmente responsáveis pelos danos que os seus funcio-
Assim, para a teoria subjetiva é sempre necessário nários, nessa qualidade, causem a terceiros.
demonstrar que o agente público atuou com intenção de Parágrafo único. Caber-lhes-á ação regressiva contra
lesar (dolo), com culpa, erro, falta do agente, falha, atraso, os funcionários causadores do dano, quando tiver ha-
negligência, imprudência, imperícia. vido culpa destes.
Excepcionalmente, a teoria subjetiva ainda é apli-
cável no direito público brasileiro, em especial quanto A partir da Constituição Federal de 1946 a discus-
aos danos por omissão e na ação regressiva. são sobre culpa ou dolo foi deslocada da ação indenizató-
ria para a ação regressiva intentada pelo Estado contra o
TEORIA DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA agente público.
A Constituição Federal de 1967, em seu art. 105,
A teoria objetiva, também chamada de teoria da acrescentou a necessidade de comprovação de culpa ou
responsabilidade sem culpa ou teoria publicista, afasta a dolo para responsabilização do agente público na ação
necessidade de comprovação de culpa ou dolo do agente regressiva. Com isso, tornou-se claro que a responsabili-
público e fundamenta o dever de indenizar na noção de dade do Estado é objetiva, mas o agente público responde
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Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle

subjetivamente pelos prejuízos que causar no exercício vítima.


da função administrativa. Na verdade, a culpa concorrente é fator de mitiga-
A Constituição Federal de 1969 nada acrescentou ção ou causa atenuante da responsabilidade. Diante da
ao tema. necessidade de discussão sobre culpa ou dolo, nos casos
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 37, § 6º, de culpa concorrente aplica-se a teoria subjetiva.
estabelece que “as pessoas jurídicas de direito público b) força maior: é um acontecimento involuntário,
e as de direito privado prestadoras de serviços públicos imprevisível e incontrolável que rompe o nexo de cau-
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qua- salidade entre a ação estatal e o prejuízo sofrido pelo
lidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de re- particular. Exemplo: erupção de vulcão que destrói vila
gresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. de casas. Já no caso fortuito, o dano é decorrente de ato
A referência inovadora às “pessoas jurídicas de di- humano ou de falha da Administração. Exemplo: rompi-
reito privado prestadoras de serviços públicos” implica a mento de adutora. O caso fortuito não exclui a responsa-
conclusão de que, com o texto de 1988, a responsabilida- bilidade estatal.
de objetiva é garantia do usuário, independentemente de c) culpa de terceiro: ocorre quando o prejuízo pode
quem realize a prestação do serviço público. ser atribuído à pessoa estranha aos quadros da Admi-
Assim, temos que: nistração Pública. Exemplo: prejuízo causado por atos de
• RESPONSABILIDADE OBJETIVA: pessoas jurídi- multidão. Mas, no dano provocado por multidão, o Estado
cas de direito público responderão pelos danos responde se restar comprovada sua culpa.
que seus agentes causarem a terceiros; Apesar de, atualmente, a regra ser a responsabi-
lidade objetiva na modalidade risco administrativo, a
• RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: pessoas jurí- teoria do risco integral é aplicável no Brasil em algumas
dicas de direito privado prestadoras de servi- situações:
ço público responderão pelos danos que seus a) acidentes de trabalho (infortunística): nas rela-
agentes causarem a terceiros; e ções de emprego público, a ocorrência de eventual aci-
• RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: responsabili- dente de trabalho impõe ao Estado o dever de indenizar
dade do agente público - a Constituição Fede- em quaisquer casos, aplicando-se a teoria do risco inte-
ral prevê a utilização de ação regressiva contra gral.
o agente, mas somente nos casos de culpa ou b) seguro obrigatório para automóveis (DPVAT):
dolo. o pagamento da indenização do DPVAT é efetuado me-
diante simples prova do acidente e do dano decorrente,
independentemente da existência de culpa, haja ou não
164 Em 15 de agosto de 2006, o SFT passou a rejeitar a pro-
resseguro, abolida qualquer franquia de responsabilida-
positura de ação indenizatória per saltum diretamente
contra a pessoa física do agente público, ao argumento de do segurado (art. 5º da Lei 6.194/1974);
c) dano nuclear: alguns administrativistas e as
Direito Administrativo

de que a ação regressiva constitui garantia em favor do


agente público no sentido de não ser acionado pela ví- provas de concursos públicos têm defendido a aplicação
tima para ressarcimento de prejuízo causado no exer- da teoria do risco integral para reparação de prejuízos
cício de função pública (RE 327.904/SP). decorrentes da atividade nuclear, que constitui monopó-
O Supremo Tribunal Federal, alinhando-se à doutrina lio da União (art. 177, V, CF/1988).
majoritária, tem entendimento de que a responsabili-
dade dos concessionários de serviço público é objetiva Características do dano indenizável
para danos causados a usuários e a terceiros não usu-
ários (RE 591.874/MS). De acordo com a doutrina, para que o dano seja in-
denizável deve possuir duas características: ser ANOR-
A regra é de que a responsabilidade objetiva ocorra MAL e ESPECÍFICO.
na modalidade risco administrativo. Porém, essa moda- Dano ANORMAL é aquele que ultrapassa os incon-
lidade admite 3 (três) excludentes: venientes naturais e esperados da vida em sociedade.
a) culpa exclusiva da vítima: quando o prejuízo é Exemplo de dano normal: funcionamento de feira livre
consequência da intenção deliberada do próprio preju- em rua residencial.
dicado. São casos em que a vítima utiliza a prestação do Dano ESPECÍFICO é aquele que alcança destinatá-
serviço público para causar um dano a si própria. Exem- rios determinados, ou seja, que atinge um indivíduo ou
plos: suicídio em estação do Metrô; pessoa que se joga na uma classe delimitada de indivíduos. Exemplo de dano
frente de viatura para ser atropelada. geral: aumento no valor da tarifa de ônibus.
Diferente da culpa exclusiva, temos a chamada Presentes os dois atributos, considera-se que o
culpa concorrente, em que a vítima e o agente público dano é antijurídico, produzindo o dever de pagamento de
provocam, por culpa recíproca, a ocorrência do prejuízo indenização pela Fazenda Pública.
(concausas). Exemplo: acidente de trânsito causado por-
que a viatura e o carro do particular invadem ao mesmo Responsabilidade por atos lícitos
tempo a pista alheia.
Nos casos de culpa concorrente, a questão se resol- Em regra, os danos indenizáveis derivam de con-
ve com a produção de provas periciais para determinar dutas contrárias ao ordenamento. Porém, há situações
o maior culpado. Da maior culpa, desconta-se a menor, em que a Administração Pública atua em conformidade
realizando um processo denominado compensação de com o direito e, ainda assim, causa prejuízo a particula-
culpas. A culpa concorrente não é excludente da respon- res. Exemplo: obras para asfaltamento de rua diminuindo
sabilidade estatal, como ocorre com a culpa exclusiva da a clientela de estabelecimento comercial.
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Administrativo; Controle Judicial; Controle Legislativo; Responsabilidade ...
Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle
Se o prejuízo for causado em decorrência de obra Nessas vinculações diferenciadas, o ente público
pública, o Estado é responsável pelo ressarcimento inte- tem o dever de garantir a integridade das pessoas e bens
gral do dano, aplicando-se a teoria objetiva. Entretanto, custodiados. Por isso, a responsabilidade estatal é objeti-
se a lesão patrimonial decorreu de culpa exclusiva do va inclusive quanto a atos de terceiros.
empreiteiro contratado pelo Estado para execução da Os exemplos mais comuns são: o preso morto na
obra, é o empreiteiro que detém a responsabilidade pri- cadeia por outro detento; a criança vítima de briga dentro
mária, devendo ser acionado diretamente pela vítima de escola pública; bens privados danificados em galpão
com aplicação da teoria subjetiva, respondendo o Estado da Receita Federal.
em caráter subsidiário. Em todas essas hipóteses, o Estado tem o dever de
indenizar a vítima do dano, mesmo que a conduta lesiva
Responsabilidade por omissão não tenha sido praticada por agente público.
Cabe, porém, advertir que a responsabilidade es-
A responsabilidade por omissão ocorre nos casos tatal é objetiva na modalidade do risco administrati-
em que o Estado deixa de agir e, devido a tal inação, não vo, razão pela qual a culpa exclusiva da vítima e a força
consegue impedir um resultado lesivo. Os exemplos en- maior excluem o dever de indenizar.
volvem prejuízos decorrentes de assalto, enchente, bala
perdida, queda de árvore, buraco na via pública, etc. Ação regressiva
Tais casos têm em comum a circunstância de ine-
xistir um ato estatal causador do prejuízo. Uma vez reconhecida a responsabilidade do Es-
Atualmente, o entendimento da doutrina e STF é tado, a este caberá o desconto amigável da indenização
pela responsabilidade SUBJETIVA. devida na folha de pagamento do agente público, ou, se
Ressalta-se que os danos por omissão são indeni- frustrada a composição amigável, acionar judicial e re-
záveis somente quando configurada omissão dolosa ou gressivamente o agente causador do dano.
omissão culposa. A ação regressiva é proposta pelo Estado contra o
Na omissão dolosa, o agente público encarregado agente público causador do dano, nos casos de culpa ou
de praticar a conduta decide omitir-se e, por isso, não evi- dolo (art. 37, § 6º, da CF). Sua finalidade é a apuração da
ta o prejuízo. responsabilidade pessoal do agente público. Tem como
Já na omissão culposa, a falta de ação do agente pressuposto já ter sido o Estado condenado na ação inde-
público não decorre de sua intenção deliberada em omi- nizatória proposta pela vítima.
tir-se, mas deriva da negligência na forma de exercer Sobre a questão do prazo para propositura da ação
a função administrativa. Exemplo: policial militar que regressiva predomina o entendimento, baseado no art. 165
adormece em serviço e, por isso, não consegue evitar 37, § 5º, da Constituição Federal, de que a ação regressiva
furto a banco privado. é IMPRESCRITÍVEL.
Aplicando-se a teoria subjetiva, considerando a Entretanto, quando se tratar de dano causado por

Direito Administrativo
hipossuficiência decorrente da posição de inferioridade agente ligado a empresas públicas, sociedades de econo-
da vítima diante do Estado, deve ser observada a inver- mia mista, fundações governamentais, concessionários
são no ônus da prova relativa à culpa ou dolo, de modo a e permissionários, isto é, para pessoas jurídicas de direi-
restar ao Estado a comprovação de que não agiu com cul- to privado, o prazo é de três anos (art. 206, § 3º, V, do CC)
pa ou dolo. contados do trânsito em julgado da decisão condenatória.
Para o exercício do direito de regresso, o Poder Pú-
TESE DA “RESERVA DO POSSÍVEL” blico tem duas opções: a clássica AÇÃO REGRESSIVA e a
DENUNCIAÇÃO À LIDE.
Nem toda omissão é fonte de ilegalidade. José dos Sobre a AÇÃO REGRESSIVA, o Supremo Tribunal
Santos Carvalho Filho faz menção à reserva do possível, Federal entende que a ação de indenização há de ser pro-
para sustentar que nem todas as metas governamentais movida contra a pessoa jurídica causadora do dano e não
podem ser alcançadas, especialmente pela costumeira contra o agente público, em si, que só responderá perante
escassez de recursos financeiros. Essas omissões são a pessoa jurídica que fez a reparação, mas mediante ação
genéricas e, portanto, não acarretam a responsabilidade regressiva.
civil do Estado. No entanto, parte majoritária da doutrina discorda
Essa exceção, em que se aplica a tese da reserva do do STF. Para essa corrente, o fato de ser atribuída respon-
possível, é admitida em situações em que seja demons- sabilidade objetiva a pessoa jurídica não significa exclu-
trada a impossibilidade real de atuação do Estado em ra- são do direito de agir diretamente contra aquele agente
zão das limitações orçamentárias. Assim, se existem re- do Poder Executivo que tenha causado o dano.
cursos públicos, mas se optou pela utilização em outros O autor Celso Antônio Bandeira de Mello, por
fins, não voltados à realização dos direitos fundamentais, exemplo, registra que a vítima pode propor ação de in-
não é legítima a arguição da tese da reserva do possível. denização contra o agente, contra o Estado ou contra
ambos, como responsáveis solidários, no caso de dolo ou
culpa. Esse, também, é o entendimento do STJ.
Relações de custódia
É comum nas provas de concursos públicos inda-
gar-se sobre danos causados a pessoas e bens submeti-
dos a relações de sujeição especial, conhecidas também
como relações de custódia.

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Fique atento se o examinador faz referência expressa Responsabilidade por atos legislativos e
à lição doutrinária ou ao STJ, pois, sendo omisso, siga jurisdicionais
o posicionamento do STF, para quem a ação civil de
responsabilidade deve ser proposta apenas contra o
Capítulo 08 - Lei Nº 8.429/92 e Alterações Posteriores

A doutrina admite a possibilidade de condenação


Estado, e só regressivamente contra o agente público. do Estado em decorrência de prejuízos derivados em atos
jurídicos de outras naturezas.
Sobre a DENUNCIAÇÃO À LIDE, essa significa, de Na prática de atos pelo Estado-legislador e Estado-
maneira simples, trazer alguém para um processo judi- -juiz, não cabe, a priori, a responsabilização do Estado.
cial. No entanto, em relação aos atos legislativos típi-
Na prática, funciona assim: o Estado comparece ao cos, a doutrina e a jurisprudência têm admitido, por ex-
processo, e sugere ao juiz trazer ao polo passivo o agente ceção, a responsabilização do Estado em três hipóteses:
público, por ter este agido com dolo ou culpa. O juiz au- • Leis de efeitos concretos;
toriza a intervenção do agente no processo, e sentencia • Leis declaradas inconstitucionais; e
a favor do particular, condenando o Estado e o agente • Omissão legislativa.
público, porém competindo a este o dever de indenizar o Quanto aos atos judiciais típicos, a atual Consti-
Estado, em regresso. tuição estabelece que o Estado indenize o condenado por
A aplicação do instituto da denunciação à lide é po- erros judiciários, assim como o que ficar preso além do
lêmica na ação de responsabilidade civil do Estado. Na ju- tempo fixado na sentença (responsabilização criminal).
risprudência do STF, não se admite a denunciação à lide.
Para o STJ, a denunciação à lide se insere na seara da dis-
cricionariedade do denunciante. Para a doutrina, sim ou 8. LEI Nº 8.429/92 E ALTERAÇÕES POSTE-
não, a depender de alguns requisitos. RIORES
E para as provas de concursos, que é o que interes-
sa? Se o enunciado não fizer menção ao STJ ou doutrina, IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
siga em absoluto o entendimento do STF, segundo o qual
a denunciação à lide não se aplica na responsabilidade ci- Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes
vil do Estado. públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício
de mandato, cargo, emprego ou função da administração
Por didática, observe o esquema abaixo: pública direta, indireta ou fundacional e dá outras provi-
dências.
166 Visão STF Visão Doutrina Visão STJ
DEFINIÇÃO
Ação de indeni- Posição majo- A vítima PODE
Direito Administrativo

zação promovi- ritária: a ação propor ação de O ato de improbidade é a conduta desonesta com a
da pelo parti- de indenização indenização coisa pública, sendo um ilícito de natureza civil. Sobre o
cular contra a contra a pessoa contra o agente, tema, dispõe o § 4º do art. 37 da CF/1988 (grifou-se):
pessoa jurídica jurídica PODE contra o Esta-
(princípio da incluir, como do ou contra
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importa-
impessoalida- parte, o agen- ambos, como
rão a suspensão dos direitos políticos, a perda da fun-
de) te causador responsáveis
ção pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarci-
do dano - HÁ solidários
mento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
possibilidade de
sem prejuízo da ação penal cabível.
litisconsórcio
passivo A parte final em destaque é para enfatizar que,
além da improbidade administrativa, aquele que trans-
NÃO HÁ pos- Posição mino- O litisconsórcio gredir o ordenamento jurídico poderá ser responsabili-
sibilidade de ritária: a ação passivo é facul- zado penalmente.
litisconsórcio de indenização tativo Fica o entendimento: o ato de improbidade é de ta-
passivo contra a pessoa manha repercussão para a boa imagem da Administra-
jurídica DEVE ção que, por mais que o prejuízo seja mínimo, não pode
incluir, como deixar de ser apurado, aplicando-se as sanções que a
Agente respon- parte, o agen- conduta determine.
de perante o te causador
Estado em ação
regressiva
do dano - HÁ Competência para Legislar sobre Impro-
obrigação de
litisconsórcio
bidade Administrativa
passivo
O § 4º do art. 37 da CF/1988 exige a edição de lei para
estabelecer a forma e a gradação das consequências do
ato de improbidade administrativa, sem, no entanto, de-
terminar a origem da lei, se federal, estadual, distrital ou
municipal.
Ocorre que as matérias veiculadas na Lei

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8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa (LIA) - ou sem remuneração, com ou sem caráter de permanên-
são, em sua maioria, de natureza civil e política, sendo, cia nos quadros da Administração, sejam responsáveis
portanto, de competência privativa da União, nos termos pela execução dos fins da Administração.
do inc. I do art. 22 da CF/1988:

Capítulo 08 - Lei Nº 8.429/92 e Alterações Posteriores


Os agentes honoríficos, como membros do juri, não são
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: remunerados e não se agregam à estrutura estatal de
I - direito CIVIL, comercial, penal, processual, ELEITO- forma permanente, mas nem por isso deixam de ser
RAL, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do tra- agente público.
balho;
Além dos agentes públicos, os terceiros também
No entanto, há tópicos da competência legislativa podem ser sujeito ativo da prática de ato de improbidade.
comum dos demais entes políticos. Como exemplo, te- Sobre o tema, dispõe o art. 3º da LIA:
mos o art. 13 da LIA, o qual determina a apresentação da
declaração de bens e rendas para a posse e exercício em
cargo público. As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber,
Em síntese: há disposições na lei de natureza na- àquele que, mesmo não sendo agente público, induza
cional, pois, apesar de editadas pela União, alcançam e ou concorra para a prática do ato de improbidade ou
obrigam a todos os entes políticos; e, ainda, há matérias dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
que podem ser disciplinadas por todos os entes federa- No entanto, ao ser beneficiado pela improbidade, o
dos. Abaixo, um quadro-resumo: terceiro só será responsabilizado se tiver agido com dolo
(leia-se “de má-fé”), enfim, se tiver ciência da ilicitude do
Lei 8.429/1992 ato.
Neste caso, por não haver um agente público en-
Âmbito Nacional Competência Comum volvido, não coube ao MP ingressar com a ação de im-
probidade, restando-lhe a via alternativa da ação civil
Arts. 1º a 3º (sujeitos ativo Art. 13 (declaração de pública.
e passivo) bens) Interessante é que, por poderem ser beneficiadas
Arts. 9º a 11 (dos atos de § 3º do art. 14 (normas pelo ato de improbidade, as pessoas jurídicas também
improbidade) sobre processo podem responder por tal espécie de ilícito, ainda que de-
administrativo) sacompanhadas de seus sócios.
Questão controvertida diz respeito à aplicação da 167
Art. 12 (das penas) Parágrafo único do art. LIA aos agentes políticos. Para o STF, aqueles que se su-
20 (afastamento cautelar jeitam à lei de crime de responsabilidade não se subme-

Direito Administrativo
do agente público) tem às determinações da lei de improbidade, uma vez
que os regimes de responsabilização são distintos e não
Art. 14 (direito de podem concorrer entre si.
representação) Aos demais agentes políticos, a LIA é aplicada nor-
malmente, como no caso dos Prefeitos e dos Governado-
Art. 19 (ilícito penal) res.
Art. 23 (prescrição)
A ação de improbidade administrativa, por sua natu-
Sujeito ativo (art. 1º) reza civil, é julgada no juízo de 1ª instância: justiça fe-
deral ou estadual, conforme o caso. Porém, para o STF,
Inicialmente, esclareça-se que a finalidade princi- o julgamento dos atos de improbidade praticados por
pal da Lei 8.429/1992 não é promover o ressarcimento ou seus próprios Ministros é de competência do Supremo,
recomposição do prejuízo ao erário, mas sim identificar o isso porque a decisão de improbidade, pelo juízo de 1ª
sujeito ativo e a este aplicar a devida penalidade. instância, não pode acarretar a perda do cargo. Idênti-
O sujeito ativo é aquele que pratica ou deixa de pra- co raciocínio foi adotado pelo STJ para concluir que os
ticar o ato, causando prejuízo ao erário, enriquecimento Governadores, por ato de improbidade, devem ser pro-
ilícito ou/e ferindo princípios da Administração. Pela de- cessados e julgados no STJ.
finição da LIA, o agente público deve ser entendido em
sentido amplo, indo além dos qualificados “servidores Sujeito passivo (arts. 2º e 3º)
públicos” em sentido estrito. Vejamos o art. 2º da Lei:
O sujeito passivo é a pessoa jurídica que sofre o ato
de improbidade administrativa.
Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo
A Lei de Improbidade resguarda toda a Adminis-
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
tração direta e indireta, e, ainda, aquelas em que o Estado
remuneração, por eleição, nomeação, designação, con-
haja concorrido com mais de cinquenta por cento do pa-
tratação ou qualquer outra forma de investidura ou
trimônio ou da receita anual. São reconhecidos, pela dou-
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas enti-
trina, como SUJEITOS PASSIVOS PRINCIPAIS.
dades mencionadas no artigo anterior.
Já o parágrafo único do dispositivo indica que es-
Perceba q ue a LIA abrange todos aqueles que, com tão, igualmente, sujeitos às penalidades da Lei os atos

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contra o patrimônio de entidades ou de órgãos em que o I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem mó-
Estado concorra com menos de cinquenta por cento do vel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica,
patrimônio ou da receita anual. São reconhecidos, pela direta ou indireta, a título de comissão, percentagem,
doutrina, como SUJEITOS PASSIVOS SECUNDÁRIOS. gratificação ou presente de quem tenha interesse, dire-
Capítulo 08 - Lei Nº 8.429/92 e Alterações Posteriores

Nesse caso, as penalidades ficam limitadas à sanção pa- to ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por
trimonial referente às contribuições dos cofres públicos. ação ou omissão decorrente das atribuições do agente
público;
TIPOLOGIA (ARTS. 9º A 11) II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
Os tipos de improbidade são três: móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas
I) os que IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO: entidades referidas no art. 1° por preço superior ao va-
aqui, o fundamental é entender que o ato de improbidade lor de mercado;
importará auferir qualquer tipo de vantagem patrimo- III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
nial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
função, emprego ou atividade (art. 9º). público ou o fornecimento de serviço por ente estatal
por preço inferior ao valor de mercado;
II) os que IMPORTAM LESÃO AO ERÁRIO: causar
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos,
lesão ao erário em razão de qualquer ação ou omissão,
máquinas, equipamentos ou material de qualquer na-
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio,
tureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o
haveres público (art. 10) – o destaque é para que se atente
trabalho de servidores públicos, empregados ou ter-
à parte fundamental neste tipo de ato de improbidade: a
perda patrimonial para o erário. ceiros contratados por essas entidades;
III) os que ATENTAM CONTRA PRINCÍPIOS DA ADMI- V - receber vantagem econômica de qualquer natu-
NISTRAÇÃO (art. 11). reza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a
prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico,
Atos de improbidade que importam enri- de contrabando, de usura ou de qualquer outra ativida-
de ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
quecimento ilícito
Perceba que o inciso V é o único que admite o ato
168 Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa im- de improbidade pela mera aceitação da promessa. E, na
portando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo espécie, só os agentes públicos que tenham a atribuição
de vantagem patrimonial indevida em razão do exer- para o combate a tais práticas é que podem responder por
improbidade administrativa.
Direito Administrativo

cício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade


nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e nota-
damente: (...)

Atente que há algo muito próprio na hipótese: o re-


cebimento de vantagem indevida por parte do infrator.
Além disso, para o STJ é necessário o dolo por parte do
sujeito ativo.
No art. 9º da LIA, temos uma lista do que pode con-
figurar enriquecimento ilícito. Assim, a leitura do dispo-
sitivo é obrigatória para podermos entendê-lo. Vejamos,
então, o que pode gerar enriquecimento ilícito:

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VI - receber vantagem econômica de qualquer nature- Atos de improbidade que importam preju-
za, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre ízo ao erário
medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer
outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qua-

Capítulo 08 - Lei Nº 8.429/92 e Alterações Posteriores


lidade ou característica de mercadorias ou bens forne- Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa
cidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão,
desta lei; dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, des-
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de vio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos
mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à lei, e notadamente:
evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade Note que seja ato comissivo ou omissivo, doloso ou
de consultoria ou assessoramento para pessoa física culposo, que enseje perda patrimonial, desvio, apropria-
ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atin- ção, dilapidação de bens, até mesmo desperdício de bem
gido ou amparado por ação ou omissão decorrente das público, enquadrar-se-á como ato de improbidade. Para
atribuições do agente público, durante a atividade; as provas de concursos públicos, o destaque maior é para
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a modalidade culposa desta espécie de improbidade.
a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer A lista de atos que causam prejuízo ao erário é
natureza; imensa. De qualquer forma, é necessário reproduzi-la. O
X - receber vantagem econômica de qualquer nature- destaque está nos incisos VII e XVI a XXI, para os quais se
za, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, têm em janeiro de 2016 o marco inicial de vigência:
providência ou declaração a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa fí-
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta sica ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores in-
lei; tegrantes do acervo patrimonial das entidades men-
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou cionadas no art. 1º desta lei;
valores integrantes do acervo patrimonial das entida- II - permitir ou concorrer para que pessoa física
des mencionadas no art. 1° desta lei. ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou va-
lores integrantes do acervo patrimonial das entidades
Por fim, cabe destacar que a doutrina considera mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das 169
que os casos acima não são exaustivos. formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à
São elementos essenciais para a configuração do espécie;
enriquecimento ilícito:

Direito Administrativo
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao
• PERCEPÇÃO DE VANTAGEM PATRIMONIAL: ex- ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
ceção feita ao inc. V do art. 9º da LIA, se não assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patri-
houve efetivo recebimento de qualquer vanta- mônio de qualquer das entidades mencionadas no art.
gem, não há enriquecimento ilícito; 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e
• VANTAGEM SER INDEVIDA: se o agente público regulamentares aplicáveis à espécie;
ganhou na loteria, não há enriquecimento ilí- IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou
cito. Só as vantagens não autorizadas em lei é locação de bem integrante do patrimônio de qualquer
que geram improbidade administrativa; das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a
prestação de serviço por parte delas, por preço inferior
• CONDUTA DOLOSA: não existe a possibilidade ao de mercado;
de o agente público se enriquecer ilicitamente
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou
“sem querer”; por isso, não se admite a conduta
locação de bem ou serviço por preço superior ao de
culposa; e
mercado;
• PRESENÇA DE NEXO CAUSAL ENTRE A VAN- VI - realizar operação financeira sem observân-
TAGEM INDEVIDA E A FUNÇÃO PÚBLICA: o au- cia das normas legais e regulamentares ou aceitar ga-
ferimento da vantagem patrimonial indevida rantia insuficiente ou inidônea;
deve ocorrer em razão do exercício do cargo, VII - conceder benefício administrativo ou fiscal
emprego ou função, ou a pretexto de exercê-la. sem a observância das formalidades legais ou regula-
mentares aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou
dispensá-lo indevidamente; (Lei 13.019/2014)
X - ordenar ou permitir a realização de despesas
não autorizadas em lei ou regulamento;
X - agir negligentemente na arrecadação de tri-
buto ou renda, bem como no que diz respeito à conser-
vação do patrimônio público;

São elementos essenciais para a configuração do


prejuízo ao erário:

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• PERDA PATRIMONIAL: a lesão ao erário deve I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regula-
ser real e efetiva, não se admitindo o prejuízo mento ou diverso daquele previsto, na regra de compe-
presumido; tência;
• CONDUTA DOLOSA OU CULPOSA: o ato, ainda II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
Capítulo 08 - Lei Nº 8.429/92 e Alterações Posteriores

que só culposo, importará em improbidade ad- de ofício;


ministrativa; III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência
• ILEGALIDADE DA CONDUTA FUNCIONAL: não é em razão das atribuições e que deva permanecer em
suficiente que a conduta seja culposa, é preci- segredo;
so que seja ilegal. Por exemplo: não incorre em IV - negar publicidade aos atos oficiais;
improbidade o policial federal que, por impru- V - frustrar a licitude de concurso público;
dência, envolve-se em acidente de trânsito, VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a
ou o servidor que derruba, negligentemente, a fazê-lo;
impressora da repartição; e VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento
de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor
• PRESENÇA DE NEXO CAUSAL ENTRE A PERDA
de medida política ou econômica capaz de afetar o pre-
PATRIMONIAL E O EXERCÍCIO DA FUNÇÃO PÚ- ço de mercadoria, bem ou serviço;
BLICA: a conduta funcional deve ser o motivo VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fis-
do dano. calização e aprovação de contas de parcerias firmadas
pela administração pública com entidades privadas.
Atos de improbidade que atentam contra princí-
Para o STJ, para que se configure esse ato de im-
pios da Administração Pública probidade, é imprescindível a existência de má-fé (dolo,
conduta intencional).
O art. 4° da LIA determina que os agentes públicos São elementos essenciais para a configuração do
de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar ato que atente contra princípios da Administração:
pela estrita observância dos princípios de legalidade, im-
pessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos as- • CONDUTA DOLOSA: para o STJ, exige-se a pre-
suntos que lhe são afetos. sença de conduta livre e consciente para que o
O art. 11 é responsável por nos fornecer a listagem ato de improbidade se configure;
exemplificativa de atos de improbidade ofensivos aos • OFENSA A PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
princípios da Administração Pública. O destaque aqui PÚBLICA: devem ser observados não apenas
170 está no inciso VIII, para o qual se tem em janeiro de 2016 o os princípios expressos do texto constitucio-
marco inicial de vigência: nal, mas também os princípios implícitos ou
reconhecidos. Não há necessidade da compro-
Direito Administrativo

vação de prejuízo ao erário ou enriquecimento


ilícito para sua configuração; e

PENALIDADES PELA PRÁTICA DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA


ENRIQUECIMENTO PREJUÍZO AO ERÁRIO ATOS CONTRA
ILÍCITO (EI) (PAE) PRINCÍPIOS DA
ADMINISTRAÇÃO
Conduta ação ação ou omissão ação ou omissão
Elemento subjetivo dolo dolo ou culpa dolo
Perda dos bens e valores sempre se for o caso não aplicável
acrescidos
Ressarcimento ao erário quando houver sempre quando houver
Perda da funçãopública aplicável aplicável aplicável
Suspensão dos direitos- de 8 a 10 anos de 5 a 8 anos de 3 a 5 anos
políticos
Multa civil até 3 vezes o valor do EI até 2 vezes o valor do até 100 vezes a remunera-
(PAE) ção do agente
Proibição de contratar por 10 anos por 5 anos por 3 anos
com o Poder Público

27
Em concursos públicos, é muito comum as bancas organizadoras in-
verterem perda por suspensão, e vice-versa.

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• NEXO CAUSAL. juízo ao erário. Registre-se que o dever de ressarcir o
erário pode ser transmitido aos sucessores ou herdeiros
PENALIDADES (ART. 12) daquele que causar prejuízo ao erário até o limite do valor
da herança recebida.

Capítulo 08 - Lei Nº 8.429/92 e Alterações Posteriores


De início, destaca-se que a própria Constituição Na aplicação da penalidade, o juiz ou Tribunal in-
Federal, ao tratar da improbidade administrativa, fixa, de cumbido do julgamento do processo levarão em conta a
modo genérico, sanções aplicáveis. É o que prevê o § 4º do gravidade da conduta (o dano causado), bem como o pro-
art. 37: veito do agente, de forma a ajustar a penalidade à neces-
sidade da reprimenda que o caso requereu.
Os atos de improbidade administrativa importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pú- Destaque-se, ainda, que a CF/1988 menciona no
blica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao dispositivo a expressão “forma e gradação previstas em
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem pre- Lei”. Podemos traçar um quadro-resumo das sanções
juízo da ação penal cabível. decorrentes dos atos de improbidade, apontando as pe-
nalidades previstas na CF/1988 e aquelas previstas no
Além das consequências constitucionais, a Lei art. 12 da Lei 8.429/1992:
8.429/1992 previu, ainda, a multa civil, a proibição para Nos termos do art. 12 da LIA, na fixação das penas,
contratar ou licitar e a vedação de receber benefícios e o juiz levará em conta a gravidade do fato, a extensão do
incentivos fiscais. dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido
A seguir, vejamos as penalidades previstas no re- pelo agente, e, por consequência, as cominações poderão
gramento constitucional e na LIA. ser aplicadas isolada ou cumulativamente.
Ainda, informa-se que uma só conduta pode ofen-
Direitos políticos der simultaneamente as disposições dos arts. 9º, 10 e 11.

Não há perda ou cassação dos direitos políticos. Há


suspensão do direito político por um período, que pode O agente público obtém vantagem econômica ilícita
variar de três a dez anos, conforme a gravidade da con- (enriquecimento ilícito) para favorecer empresa em
duta do infrator. Segundo a LIA, é necessário o trânsito licitação pública (princípios da Administração), sendo
em julgado da sentença civil condenatória para que ocor- contratada por preços superiores ao de mercado (pre-
ra a suspensão dos direitos políticos (art. 20). juízo ao erário). Neste caso, a conduta mais grave ab-
sorve a de menor gravidade, logo, no caso concreto, o
agente público responderia por enriquecimento ilícito. 171
Perda da função pública
Como consequência da suspensão dos direitos po-

Direito Administrativo
líticos, o agente público perderá o cargo, afinal, uma das
DECLARAÇÃO DE BENS (ART. 13)
condições para o exercício da função pública é a regula- Dentre as múltiplas determinações que constam
ridade dos direitos políticos. À semelhança da suspensão da LIA, uma ganha especial atenção em concursos públi-
dos direitos políticos, a perda da função pública depende cos, a seguir:
de sentença irrecorrível.27
Nos termos da LIA, a perda do cargo depende de
sentença judicial transitada em julgado. Isso não quer Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam
dizer que a Administração Pública estaria impedida de condicionados à apresentação de declaração dos bens
demitir o servidor público por infração disciplinar que e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim
constitua ato de improbidade administrativa. Vigora o de ser arquivada no serviço de pessoal competente.
princípio da independência entre as instâncias admi-
nistrativa e judicial penal e civil, de modo que o servidor A declaração de rendimentos, que deverá ser atua-
pode ser demitido administrativamente, sem que haja lizada anualmente e na data em que o agente público dei-
processo judicial prévio. É condição necessária, no en- xar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função,
tanto, que lei estatutária preveja, expressamente, a in- permitirá o acompanhamento da evolução patrimonial
fração disciplinar como improbidade administrativa (na do agente público.
esfera federal, a Lei 8.112/1990 prevê a demissão no caso Para suprir esta exigência, o agente público poderá
de improbidade – inc. IV do art. 132). apresentar cópia da declaração anual de bens apresen-
tada à Receita Federal na conformidade da legislação do
Indisponibilidade de bens imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza,
com as necessárias atualizações.
É verdadeira “medida cautelar”, e não penalidade. O legislador determinou a demissão, a bem do ser-
Todavia, a decretação da indisponibilidade não pode ser viço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, ao
feita administrativamente, uma vez que depende da ação agente público que se recusar a prestar declaração dos
do Ministério Público para tanto (caput do art. 7º). bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar fal-
sa.
Por fim, esclareça-se que a declaração de rendi-
Ressarcimento ao erário mentos deverá compreender os bens imóveis, móveis,
dinheiro e qualquer outra espécie de bens e valores pa-
Deve ser feito no exato valor do quantum do pre- trimoniais, localizado no País ou no exterior. E, quando
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for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do ação, tendo, ainda, a possibilidade de interpor agravo de
cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas instrumento.
que vivam sob a dependência econômica do declarante, Esclareça-se que, quando o MP não intervir no
excluídos apenas os objetos e utensílios de uso domés- processo como parte, atuará obrigatoriamente como
Capítulo 08 - Lei Nº 8.429/92 e Alterações Posteriores

tico. fiscal da lei (custus legis), sob pena de nulidade de todo o


processo. No entanto, esclareça-se que, para o STJ, só ha-
Procedimento administrativo e processo verá nulidade absoluta se comprovado efetivo prejuízo
decorrente de sua ausência, aplicando-se o princípio da
judicial (arts. 14 a 23) instrumentalidade das formas.
Agora, se a ação for ajuizada pelo Ministério Públi-
Do art. 14 a 23, a Lei de Improbidade traz importan- co, o § 3º do art. 17 da LIA prevê que a pessoa jurídica pode:
tes disposições acerca do rito administrativo e judicial. (i) abster-se de contestar o pedido, (ii) atuar ao lado do
Vamos às análises. autor, tornando-se litisconsorte ativa do MP, desde que
A norma informa que qualquer pessoa poderá re- útil ao interesse público e (iii) assumir o polo passivo da
presentar à autoridade administrativa competente para ação, e, por conseguinte, contestar o pedido.
que seja instaurada investigação destinada a apurar a A LIA permite ao juiz, a qualquer tempo, sentenciar
prática de ato de improbidade. a ação sem julgamento de mérito quando reconhecer a
O documento deve ser escrito ou reduzido a termo, sua inadequação, na forma do seu art. 17, § 11.
assinado, com a qualificação do representante, as infor-
mações sobre o fato e sua autoria e a indicação das pro-
vas de que tenha conhecimento. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inade-
Caso estas formalidades não sejam observadas, a quação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o pro-
representação será rejeitada pela autoridade adminis- cesso sem julgamento do mérito.
trativa, em despacho fundamentado. Isso, contudo, não
impede a representação ao Ministério Público. Ainda, segundo a LIA, é expressamente vedada
a transação, acordo ou conciliação, em ações de impro-
bidade. Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “a norma se
A Lei 8.429/1992, em sua literalidade, não dá espa- justifica pela relevância do patrimônio público, seja eco-
ço para denúncias anônimas, afinal, o representante nômico, seja moral, protegido pela ação de improbidade.
deve estar devidamente qualificado. No entanto, na Trata-se de aplicação do princípio da indisponibilidade do
jurisprudência do STJ e do STF, admite-se a denún- interesse público”.
172 cia/delação anônima/apócrifa, com ressalvas: (i) os A sentença que julgar procedente ação civil de re-
escritos anônimos não podem justificar, por si só ou paração de dano ou decretar a perda dos bens acrescidos
isoladamente, a instauração da investigação; (ii) nada ilicitamente ao patrimônio do infrator determinará o pa-
impede que o Poder Público adote medidas informais,
Direito Administrativo

gamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em fa-


discretamente, de modo a apurar a possível ocorrência vor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
de eventual situação de ilicitude, conferindo a certe-
za da delação anônima; (iii) a imputação não pode ter
por único fundamento causal documentos ou escritos MEDIDAS CAUTELARES
anônimos.
Na LIA, são previstas três medidas cautelares:
Por outro lado, atendidos os requisitos da repre- • a indisponibilidade de bens (art. 7º);
sentação, a autoridade determinará a imediata apuração • o sequestro (art. 16); e
dos fatos que, caso se refiram a servidores federais, será • o afastamento temporário do cargo, emprego
processada, na esfera federal, na forma da Lei 8.112/1990; ou função (parágrafo único do art. 20).
para o caso de militares, devem ser observados os regu- A partir dos ensinamentos do Direito Processual
lamentos disciplinares específicos. Civil, chega-se à conclusão de que, para a concessão da
Se instaurado processo administrativo, a comis- medida cautelar, há a necessidade de dois requisitos fun-
são responsável deve dar conhecimento da apuração ao damentais: o “fumus boni iuris” (plausibilidade do direito
Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas, alegado) e o “periculum in mora” (fundado receio de que
os quais, caso queiram, podem designar representante uma das partes, antes do julgamento do processo, cause
para acompanhar o curso do processo. ao direito da parte contrária lesão grave ou de difícil re-
A ação judicial de improbidade é de rito ordiná- paração). Preenchidos tais requisitos, o juiz não tem dis-
rio, ou seja, seguirá os trâmites comuns de um processo cricionariedade para conceder ou não a liminar, o ato de
dessa natureza. A ação principal deve ser proposta pelo concessão é vinculado.
Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada,
dentro de 30 dias da efetivação da medida cautelar, se for Indisponibilidade dos bens (art. 7º)
o caso.
Antes de o juiz receber a petição inicial, ordena- A indisponibilidade significa impossibilidade de
rá a intimação do réu para que, no prazo de quinzedias, alienação de bens e pode se concretizar por diversas for-
apresente defesa prévia, a qual poderá levar ao indeferi- mas, quais sejam, o bloqueio de contas bancárias, aplica-
mento da petição inicial. Por sua vez, o juiz tem o prazo ções financeiras e o registro da inalienabilidade imobili-
impróprio de trintadias para acolher ou rejeitar a defesa ária. Sobre o tema, dispõe o art. 7º da Lei:
prévia. Uma vez rejeitada a defesa prévia e recebida a
petição inicial, cita-se o réu para que possa contestara

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Capítulo 09 - Lei N° 9.784/99 E Alterações Posteriores (Lei do Pro-
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao Afastamento do agente público do exercício do cargo,
patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, emprego ou função (parágrafo único do art. 20)
caberá a autoridade administrativa responsável pelo
inquérito representar ao Ministério Público, para a in- A LIA permite o afastamento do agente público do
disponibilidade dos bens do indiciado. exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o remuneração, quando a medida se fizer necessária à ins-
caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o trução processual (parágrafo único do art. 20):
integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo
patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos di-
A indisponibilidade dos bens é providência cau- reitos políticos só se efetivam com o trânsito em julga-
telar, ou seja, não é medida punitiva, que será tomada do da sentença condenatória.
para se garantir a eficácia em futura decisão de mérito do Parágrafo único. A autoridade judicial ou administra-
processo judicial. Essa medida deve ser adotada judicial- tiva competente poderá determinar o afastamento do
mente, a partir da ação do Ministério Público competente agente público do exercício do cargo, emprego ou fun-
para a apuração ou a requerimento da pessoa jurídica in- ção, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se
teressada, a partir de sua representação judicial. fizer necessária à instrução processual.
Para o STJ, o MP não precisa individualizar os bens
sobre os quais pretende fazer recair a medida constritiva. Para o STJ, a interpretação do dispositivo impõe

cesso Administrativo)
A individualização de bens é necessária para o sequestro cautela e temperamento. Para o afastamento cautelar,
de bens (art. 16). por ser medida extrema, exige-se prova incontrover-
Por vezes, a simples literalidade da norma não está sa de que a permanência do agente público no exercício
sendo suficiente para a resolução das questões de con- de suas funções públicas poderá ensejar dano efetivo à
cursos públicos. Nesse sentido, o parágrafo único do art. instrução do processo, como obstruir o livre acesso a do-
7º é expresso ao mencionar que a indisponibilidade de cumentos existentes no âmbito das repartições e órgãos.
bens ocorre quando dos atos de improbidade que acarre- Como decorrência da independência entre as ins-
tem prejuízo ao erário ou enriquecimento ilícito. Ocorre tâncias, a autoridade administrativa poderá instaurar
que, para o STJ, a indisponibilidade de bens pode recair processo administrativo disciplinar (PAD), com o obje-
também sobre o patrimônio do réu de modo suficiente a tivo de apurar a suposta infração disciplinar do agente
garantir o integral pagamento de eventual multa civil. público. No âmbito do PAD (e não instrução processual),
Nesse contexto, o agente público, ao ferir exclusivamen- a autoridade poderá decretar o afastamento preventivo
do servidor, pelo prazo de 60 dias, prorrogáveis por igual
173
te princípios, está sujeito à multa civil de até 100 vezes
a remuneração, e, por consequência, os bens acham-se período (Lei 8.112/1990).
sujeitos à decretação de indisponibilidade. Agora, uma vez iniciada a ação de improbidade

Direito Administrativo
perante o Poder Judiciário, apenas a autoridade judicial
é competente para, na instrução processual, afastar o
Sequestro (art. 16) agente público do cargo, emprego ou função. E, neste
caso, a LIA não prevê qualquer prazo, cabendo ao juiz fi-
O sequestro é a medida processual que recai sobre xá-lo, considerando as peculiaridades da causa.
coisas certas e determinadas, não alcançando, portanto,
indiscriminadamente o patrimônio do agente público.
Destina-se a viabilizar o perdimento dos bens e valores,
DISPOSIÇÕES PENAIS (ARTS. 19 A 22)
acrescidos ilegalmente pelo agente, em favor da pessoa
Nos termos do art. 19 da LIA:
jurídica estatal prejudicada. Assim, distintamente da in-
disponibilidade, que recai sobre os bens adquiridos antes
ou depois do ato ímprobo, o sequestro incide exclusiva- Art. 19. Constitui crime a representação por ato de im-
mente sobre os bens adquiridos a partir e em razão do ato probidade contra agente público ou terceiro beneficiá-
de improbidade. rio, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Sobre o tema sequestro, a LIA dispõe: Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante
está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos ma-
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilida-
teriais, morais ou à imagem que houver provocado.
de, a comissão representará ao Ministério Público ou à
procuradoria do órgão para que requeira ao juízo com- Não há dúvida de que a LIA quer evitar denúncias
petente a decretação do sequestro dos bens do agente vazias, utilizadas tão só com o intuito de prejudicar o
ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou cau- agente público. Bem por isso, nestes casos, além da san-
sado dano ao patrimônio público. ção penal e multa, o denunciante está sujeito a indenizar
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem
com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Proces- que houver provocado.
so Civil. Por sua vez, o art. 21 da LIA prevê que a aplicação
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, das penalidades independe:
o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e apli-
cações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior,
nos termos da lei e dos tratados internacionais.

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Capítulo 09 - Lei N° 9.784/99 E Alterações Posteriores (Lei do Pro-

gislação relaciona-se com a noção de legitimidade pelo


procedimento, segundo a qual, no moderno Estado de
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público; Direito, a validade das decisões praticadas pelos órgãos
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de e agentes governamentais está condicionada ao cumpri-
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Con- mento de um rito procedimental preestabelecido.
tas. Interessante o observar que são aplicáveis ao pro-
No caso do inc. I, por conta do ato de improbidade cesso administrativo os dois aspectos modernos do:
que importará lesão a princípios da Administração Pú- a) DEVIDO PROCESSO LEGAL FORMAL: consistente
blica; já na hipótese do inc. II, a questão é de indepen- na obrigatoriedade de observância do rito para a tomada
dência das instâncias: os Tribunais de Contas são cortes de decisão;
administrativas, às quais não se subordinam as institui- b) DEVIDO PROCESSO LEGAL MATERIAL OU SUBS-
ções judiciais. TANTIVO: a decisão final do processo deve ser razoável e
proporcional.
PRESCRIÇÃO (ART. 23) Além do devido processo legal, o art. 5º, LV, da
Constituição Federal prescreve que aos litigantes, em
A prescrição é definida como a perda da pretensão processo judicial ou administrativo, são assegurados o
de agir. É aplicação da máxima de que “o direito não so- contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos
corre aquele que dorme”. Portanto, se o Estado deixar de a ela inerentes.
cesso Administrativo)

acionar judicialmente o agente público por determinado


lapso de tempo, a sua inércia importará a ocorrência de LEI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FE-
prescrição. Sobre o tema, a LIA estabelece:
DERAL
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções
previstas nesta lei podem ser propostas: Com o objetivo de regulamentar a disciplina cons-
I - até cinco anos após o término do exercício de man- titucional do processo administrativo, foi promulgada a
dato, de cargo em comissão ou de função de confiança; Lei 9.784, de 29 de janeiro de 1999, estabelecendo “nor-
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei espe- mas básicas sobre o processo administrativo no âmbito
cífica para faltas disciplinares puníveis com demissão da Administração Federal direta e indireta, visando, em
a bem do serviço público, nos casos de exercício de car- especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao
go efetivo ou emprego. melhor cumprimento dos fins da Administração”.
174 Trata-se de uma lei aplicável exclusivamente ao
Perceba que os prazos são diversos, a depender da âmbito da União, possuindo natureza jurídica de lei fede-
natureza do vínculo com a Administração. ral na medida em que não vincula Estados, Distrito Fede-
Se o vínculo é precário (como é caso dos comissio-
Direito Administrativo

ral e Municípios. A Lei n. 9.784/99 também é aplicável ao


nados, detentores de mandato eletivo e agentes tempo- Legislativo e ao Judiciário quando atuarem no exercício
rários), a LIA foi expressa ao estabelecer o prazo de cinco de função atípica.
anos para a ação ser levada a efeito, a contar do término
do exercício do cargo ou mandato.
Por sua vez, para vínculos permanentes (cargos ou
Processo e procedimento administrativo
empregos efetivos), a LIA não estabeleceu o prazo, reme-
É possível constatar que muitos doutrinadores uti-
tendo às legislações específicas, sendo o prazo de pres-
lizam as expressões “processo administrativo” e “proce-
crição, na espécie, igual àquele previsto para as faltas
dimento administrativo” como sinônimas.
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço
Porém, tecnicamente as duas locuções possuem
público.
significados diferentes.
Processo é uma relação jurídica, razão pela qual
9. LEI N° 9.784/99 E ALTERAÇÕES POS- “processo administrativo” significa o vínculo jurídico
TERIORES (LEI DO PROCESSO ADMINIS- entre a Administração e o usuário, estabelecido para a
TRATIVO) tomada de uma decisão. Ao passo que procedimento ad-
ministrativo é a sequência ordenada de atos tendentes à
tomada da decisão.
PROCESSO ADMINISTRATIVO NA Para o contexto de provas e concursos públicos, é
CF/1988 recomendável utilizar a nomenclatura “processo admi-
nistrativo” por se tratar da terminologia empregada pela
O princípio do devido processo legal está enuncia- Lei 9.784/1999.
do no art. 5º da Constituição Federal:
Princípios do processo administrativo
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus
bens sem o devido processo legal. O art. 2º, parágrafo único, da Lei 9.784/1999 enu-
mera os “critérios” ou princípios informadores do pro-
A obrigatoriedade do devido processo não só é cesso administrativo. São eles:
aplicável inicialmente à seara jurisdicional mas também • LEGALIDADE: definida como o dever de atua-
vincula a Administração Pública e o Poder Legislativo. ção conforme a lei e o direito;
A exigência de observar-se um processo previsto na le-
• FINALIDADE: atendimento a fins de interesse
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Capítulo 09 - Lei N° 9.784/99 E Alterações Posteriores (Lei do Pro-
geral, vedada a renúncia total ou parcial de po- quia em dois ou mais Estados da Federação.
deres ou competências, salvo autorização em
lei; Direitos do administrado
• IMPESSOALIDADE: objetividade no atendi-
mento do interesse público, vedada a promo- O termo “administrado” é utilizado em diversos
ção pessoal de agentes ou autoridades; dispositivos da Lei do Processo Administrativo. Porém,
• MORALIDADE: atuação segundo padrões éti- o emprego de tal nomenclatura vem caindo em desuso,
cos de probidade, decoro e boa-fé; isso porque transmite uma impressão de que o particular
é objeto da atuação da Administração, é simplesmente
• PUBLICIDADE: divulgação oficial dos atos ad- “administrado” pelo Estado, e não um sujeito titular de
ministrativos, ressalvadas as hipóteses de si- direitos e deveres.
gilo previstas na Constituição; Por isso, teria sido mais apropriado falar em usu-
• RAZOABILIDADE ou PROPORCIONALIDADE: ário ou cidadão, terminologias mais condizentes com o
adequação entre meios e fins, vedada a impo- papel, que os particulares exercem, de partícipes do pro-
sição de obrigações, restrições e sanções em cesso decisório da Administração Pública moderna.
medida superior àquelas estritamente neces- Sem prejuízo de outros que lhes sejam assegura-
sárias ao atendimento do interesse público; dos, os usuários possuem os seguintes direitos (art. 3º):
• OBRIGATÓRIA MOTIVAÇÃO: indicação dos

cesso Administrativo)
pressupostos de fato e de direito que determi- I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servi-
narem a decisão; dores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos
• SEGURANÇA JURÍDICA: observância das for- e o cumprimento de suas obrigações;
malidades essenciais à garantia dos direitos II - ter ciência da tramitação dos processos administra-
dos administrados, bem como interpretação tivos em que tenha a condição de interessado, ter vista
da norma administrativa da forma que melhor dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e
garanta o atendimento do fim público a que se conhecer as decisões proferidas;
dirige, vedada a aplicação retroativa de nova III - formular alegações e apresentar documentos an-
interpretação; tes da decisão, os quais serão objeto de consideração
• INFORMALISMO: adoção de formas simples, pelo órgão competente;
suficientes para propiciar adequado grau de IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado,
certeza, segurança e respeito aos direitos dos salvo quando obrigatória a representação, por força de
lei. 175
administrados;
• GRATUIDADE: proibição de cobrança de despe-

Direito Administrativo
sas processuais, ressalvadas as previstas em
lei;
Deveres do administrado
• OFICIALIDADE ou IMPULSO OFICIAL: impulsão, Nos termos do art. 4º da Lei 9.784/1999, são deveres
de ofício, do processo administrativo, sem pre- do administrado, perante o Poder Público, sem prejuízo
juízo da atuação dos interessados; de outros previstos em ato normativo:
• CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA: garantia
dos direitos à comunicação, à apresentação de
alegações finais, à produção de provas e à in- I - expor os fatos conforme a verdade;
terposição de recursos, nos processos de que II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
possam resultar sanções e nas situações de III - não agir de modo temerário;
litígio. IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e
colaborar para o esclarecimento dos fatos.
Conceitos de órgão, entidade e autoridade
Para os fins da Lei 9.784/1999, o art. 1º, § 2º, estabe-
Instauração do processo
lece três definições importantes: A Administração Pública, ao contrário do Poder
a) órgão: a unidade de atuação integrante da estru- Judiciário, constitui um organismo estatal dinâmico, po-
tura da Administração direta e da estrutura da Adminis- dendo sempre agir de ofício, isto é, sem necessidade de
tração indireta; provocação.
b) entidade: a unidade de atuação dotada de perso- Por isso, o art. 5º da Lei n. 9.784/99 afirma que o
nalidade jurídica; processo administrativo pode iniciar-se DE OFÍCIO ou A
c) autoridade: o servidor ou agente público dotado PEDIDO DO INTERESSADO.
de poder de decisão. Como regra, o requerimento do interessado deve
Perceba que os órgãos integram a estrutura da Ad- ser formulado por escrito, sendo obrigatória a indicação
ministração Direta e Indireta. Isso só reforça que o pro- dos seguintes elementos:
cesso de desconcentração (criação de órgãos) pode ocor-
rer no processo de descentralização. Enfim, é possível
existir um órgão no interior de uma entidade da Admi-
nistração Indireta, como as superintendências de autar-
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Capítulo 09 - Lei N° 9.784/99 E Alterações Posteriores (Lei do Pro-

Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo ca- constituem exceções à regra geral da indelegabilidade de
sos em que for admitida solicitação oral, deve ser for- competências administrativas.
mulado por escrito e conter os seguintes dados: Por fim, cabe ressaltar que o processo administra-
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; tivo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor
II - identificação do interessado ou de quem o represen- grau hierárquico para decidir (art. 17 da Lei 9.784/1999).
te;
III - domicílio do requerente ou local para recebimento Impedimentos e suspeição no processo
de comunicações; administrativo
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de
seus fundamentos; Para garantir a imparcialidade na tomada das de-
V - data e assinatura do requerente ou de seu repre- cisões administrativas, a Lei 9.784/1999 define regras de
sentante. IMPEDIMENTO e de SUSPEIÇÃO aplicáveis aos agentes
públicos que atuarão nos processos administrativos.
A Administração está proibida de recusar sem Fica IMPEDIDO de atuar em processo administra-
motivo o recebimento de documentos (art. 6º, parágrafo tivo o servidor ou autoridade que (art. 18):
único, da Lei 9.784/1999).

Legitimados para o processo administra- I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;


cesso Administrativo)

tivo II - tenha participado ou venha a participar como peri-


to, testemunha ou representante, ou se tais situações
O art. 9º da Lei 9.784/1999 define como legitimados ocorrem quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e
no processo administrativo: afins até o terceiro grau;
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titu- III - esteja litigando judicial ou administrativamente
lares de direitos ou interesses individuais ou no exercí- com o interessado ou respectivo cônjuge ou compa-
cio do direito de representação; nheiro.
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm di-
reitos ou interesses que possam ser afetados pela deci- Já os casos de SUSPEIÇÃO relacionam-se com a
são a ser adotada; condição da autoridade ou servidor que tenha amizade
III - as organizações e associações representativas, no íntima ou inimizade notória com algum dos interessados
ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes
176 tocante a direitos e interesses coletivos;
e afins até o terceiro grau.
IV - as pessoas ou as associações legalmente constitu-
ídas quanto a direitos ou interesses difusos. Nos termos do art. 21 da Lei 9.784/1999, o indefe-
rimento de alegação de suspeição poderá ser objeto de
Direito Administrativo

Importante destacar que a capacidade, para fins de recurso, sem efeito suspensivo.
processo administrativo, é conferida aos maiores de de-
zoito anos, ressalvada previsão especial em ato normati- Forma, tempo e lugar dos atos do processo
vo próprio (art. 10 da Lei 9.784/1999).
A regra geral é que os atos do processo administra-
Da competência tivo não dependem de forma determinada, exceto quan-
do a lei expressamente a exigir, devendo ser produzidos
Nos termos do art. 11 da Lei n. 9.784/99, a compe- por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua rea-
tência administrativa é irrenunciável e deve ser exercida lização e a assinatura da autoridade responsável.
pelo órgão legalmente habilitado para seu cumprimento, Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma
exceto nos casos de DELEGAÇÃO e AVOCAÇÃO. somente será exigido quando houver dúvida de autenti-
Na DELEGAÇÃO, um órgão administrativo ou seu cidade.
titular transferem temporariamente parte da sua com- Os atos do processo administrativo devem ser re-
petência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não alizados em dias úteis, no horário normal de funciona-
lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for mento da repartição na qual tramitar o processo.
conveniente, em razão de circunstâncias de índole téc- Salvo disposição legal em contrário, os atos das
nica, social, econômica, jurídica ou territorial. autoridades e dos administrados participantes do pro-
Em nenhuma hipótese, podem ser objeto de dele- cesso devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo
gação: motivo de força maior.
• a edição de atos de caráter normativo; Quanto ao lugar, os atos do processo devem ser
• a decisão de recursos administrativos; realizados de preferência na sede do órgão competente,
• as matérias de competência exclusiva do ór- cientificando-se o interessado se outro for o local de re-
gão ou autoridade. alização.

A delegação é revogável a qualquer tempo por Comunicação dos atos


vontade unilateral da autoridade delegante.
Na AVOCAÇÃO, o órgão ou seu titular chamam O órgão competente promoverá a intimação do in-
para si, em caráter excepcional e temporário, competên- teressado para ciência de decisão ou a efetivação de dili-
cia atribuída a órgão hierarquicamente inferior. gências. A intimação deverá conter (art. 26, § 1º):
Assim, pode-se concluir que delegação e avocação
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Capítulo 09 - Lei N° 9.784/99 E Alterações Posteriores (Lei do Pro-
I - identificação do intimado e nome do órgão ou enti- Dever de decidir
dade administrativa;
II - finalidade da intimação; Obviamente, a Administração Pública tem o dever
III - data, hora e local em que deve comparecer; de emitir decisão expressa nos processos administrati-
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou vos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de
fazer-se representar; sua competência. Não teria sentido ordenamento jurídi-
V - informação da continuidade do processo indepen- co pátrio garantir o direito de petição aos administrados
dentemente do seu comparecimento; sem que houvesse, a cargo da Administração, o correlato
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais perti- dever de decidir.
nentes. Encerrada a instrução de processo administrativo,
a Administração tem o prazo de até trinta dias para deci-
A intimação pode ser efetuada mediante ciência dir, salvo prorrogação por igual período expressamente
no processo, por via postal com aviso de recebimento, por motivada.
telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciên-
cia do interessado. Já no caso de interessados indetermi- Desistência
nados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a inti-
mação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
Importante destacar que o desatendimento da in- O art. 51 da Lei 9.784/1999 afirma que o interessado
timação não importa o reconhecimento da verdade dos poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou

cesso Administrativo)
fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Por- parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a
tanto, nos processos administrativos, não há os efeitos direitos disponíveis.
típicos da revelia.
Recursos administrativos
Instrução do processo Todas as decisões adotadas em processos admi-
A instrução do processo, realizada para comprovar nistrativos podem ser objeto de recurso quanto a ques-
os fatos alegados, é promovida de ofício, sem prejuízo do tões de legalidade e de mérito, devendo o recurso ser di-
direito dos interessados de propor atuações probatórias. rigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não
São inadmissíveis no processo administrativo as a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à
provas obtidas por meios ilícitos. autoridade superior.
Aplicando a mesma regra geral válida para os pro- O recurso administrativo tramitará no máximo 177
cessos judiciais, cabe ao interessado o ônus de provar os por três instâncias administrativas, salvo disposição le-
fatos que tenha alegado. gal diversa (art. 57 da Lei 9.784/1999).
Os recursos administrativos podem ser interpos-

Direito Administrativo
Somente poderão ser recusadas, mediante decisão
fundamentada, as provas propostas pelos interessados tos pelos seguintes legitimados (art. 58):
quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias. I - os titulares de direitos e interesses que forem parte
Na hipótese em que deva ser obrigatoriamente ou- no processo;
vido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indireta-
no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou mente afetados pela decisão recorrida;
comprovada necessidade de maior prazo. III - as organizações e associações representativas, no
Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de tocante a direitos e interesses coletivos;
ser emitido no prazo fixado, o processo não terá segui- IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou in-
mento até a respectiva apresentação, responsabilizan- teresses difusos.
do-se quem der causa ao atraso. Já no caso de um pare-
cer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no Como regra geral, o prazo para interposição de re-
prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser curso administrativo é de dez dias, contado a partir da ci-
decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabi- ência ou divulgação oficial da decisão recorrida, devendo
lidade de quem se omitiu no atendimento. ser decidido, exceto se a lei não fixar prazo diferente, no
Após o encerramento da instrução, o interessado prazo máximo de trinta dias.
terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez Salvo disposição legal em contrário, o recurso não
dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. tem efeito suspensivo.
Se o órgão de instrução não for competente para O recurso não será conhecido quando interposto
emitir a decisão final, deverá elaborar relatório indicando (art. 63):
o pedido inicial e o conteúdo das fases do procedimento e
formulará proposta de decisão, objetivamente justifica-
da, encaminhando o processo à autoridade competente. I - fora do prazo;
Portanto, o ato final do processo administrativo II - perante órgão incompetente;
normalmente não é a decisão, mas o relatório a ser enca- III - por quem não seja legitimado;
minhado para a autoridade competente para decidir. IV - após exaurida a esfera administrativa.

Processos administrativos de que resultem san-


ções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou
de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias

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relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da Empresa pública e sociedade de economia mista são
sanção aplicada (art. 65 da Lei 9.784/1999). entidades da administração indireta com personali-
dade jurídica de direito privado.
Permissão da reformatio in pejus
Questão 4: CESPE - Ag Adm (MDIC)/MDIC/2014
O art. 64 da Lei 9.784/1999 assevera que “o órgão Assunto: Administração Indireta
competente para decidir o recurso poderá confirmar, Acerca da organização administrativa e dos atos ad-
modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a de- ministrativos, julgue o item a seguir.
cisão recorrida, se a matéria for de sua competência”.
Desse modo, pode-se constatar que o dispositivo Adotando-se o critério de composição do capital, po-
não proíbe a reformatio in pejus nos processos admi- dem-se dividir as entidades que compõem a admi-
nistrativos, isto é, não há impedimento a que a decisão nistração indireta em dois grupos: um grupo, formado
do recurso agrave a situação do recorrente, exigindo-se pelas autarquias e fundações públicas, cujo capital é
apenas que ele seja cientificado para que formule suas exclusivamente público; e outro grupo, constituído
alegações antes da decisão. pelas sociedades de economia mista e empresas pú-
blicas, cujo capital é formado pela conjugação de capi-
tal público e privado.
Prazos
Questão 5: CESPE - Ag Adm (MTE)/MTE/2014
Os arts. 66 e 67 da Lei 9.784/1999 disciplinam a Assunto: Administração Indireta
contagem de prazos nos processos administrativos. O Decreto n.º 5.063/2004 aprovou a estrutura regi-
A regra geral do art. 66 assegura que os prazos co- mental do MTE, órgão vinculado à administração fe-
meçam a correr a partir da data da cientificação oficial, deral. Compõem sua estrutura as superintendências
excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo- regionais do trabalho e emprego, a Fundação Jorge
-se o do vencimento. Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Tra-
Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro balho (FUNDACENTRO), entidade vinculada, dotada
dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não de personalidade jurídica própria.
houver expediente ou este for encerrado antes da hora
normal. Considerando as informações acima, julgue o próxi-
Os prazos expressos em dias contam-se de modo mo item acerca da organização administrativa do Es-
contínuo. Já os prazos fixados em meses ou anos contam- tado.
178 -se de data a data. Se no mês do vencimento não houver
o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como As empresas públicas são entidades integrantes do
termo o último dia do mês. quadro da administração direta dotadas de persona-
Direito Administrativo

Salvo motivo de força maior devidamente com- lidade jurídica própria.


provado, os prazos processuais não se suspendem.
Questão 6: CESPE - Ag Adm (MTE)/MTE/2014
Assunto: Administração Indireta
Questões O Decreto n.º 5.063/2004 aprovou a estrutura regi-
mental do MTE, órgão vinculado à administração fe-
Gabaritadas deral. Compõem sua estrutura as superintendências
regionais do trabalho e emprego, a Fundação Jorge
Questão 1: CESPE - TA (ICMBio)/ICMBio/2014 Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Tra-
Assunto: Administração Direta (órgãos públicos) balho (FUNDACENTRO), entidade vinculada, dotada
No que diz respeito à legislação administrativa, julgue de personalidade jurídica própria.
o item subsecutivo.
Considerando as informações acima, julgue o próxi-
Existem órgãos da administração direta atuando na mo item acerca da organização administrativa do Es-
administração federal, estadual e municipal. tado.

Questão 2: CESPE - TJ STJ/STJ/Administrativa/2015 A FUNDACENTRO compõe a administração indireta


Assunto: Administração Direta (órgãos públicos) da União.
Julgue o item a seguir, acerca dos conceitos de Estado,
governo e administração pública. Questão 7: CESPE - TA (ICMBio)/ICMBio/2014
Assunto: Administração Indireta
A Presidência da República integra a administração No que diz respeito à legislação administrativa, julgue
pública federal direta. o item subsecutivo.

Questão 3: CESPE - Ag Adm (SUFRAMA)/SUFRA- As autarquias integram a administração indireta e,


MA/2014 por isso, não possuem patrimônio.
Assunto: Administração Indireta
Com relação aos sujeitos que exercem a atividade ad- Questão 8: CESPE - Ag Adm (CADE)/CADE/2014
ministrativa, julgue o item abaixo. Assunto: Administração Indireta
Acerca de organização administrativa e ato adminis-

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trativo, julgue o item a seguir.
As entidades administrativas, como as autarquias,
Dada a autonomia a eles conferida pela Constituição são pessoas jurídicas de direito público interno, de-
Federal de 1988 (CF), todos os entes federativos, in- tentoras de autonomia política e financeira e de au-
cluindo-se os municípios, podem criar entidades da torregulação.
administração indireta.
Questão 14: CESPE - Tec MPU/MPU/Apoio Técnico e
Questão 9: CESPE - Tec APU (TC-DF)/TC-DF/2014 Administrativo/Segurança Institucional e Transpor-
Assunto: Administração Indireta te/2015
A respeito da organização administrativa, julgue o Assunto: Administração Indireta
próximo item. Julgue o item a seguir, de acordo com o regime jurídico
das autarquias.
Os municípios, assim como os estados-membros, po-
derão ter sua administração indireta, em razão da au- Autarquia é entidade dotada de personalidade jurídica
tonomia a eles conferida pela CF. própria, com autonomia administrativa e financeira,
não sendo possível que a lei institua mecanismos de
Questão 10: CESPE - Tec APU (TC-DF)/TC-DF/2014 controle da entidade pelo ente federativo que a criou.
Assunto: Administração Indireta
Com relação ao direito administrativo, julgue o item Questão 15: CESPE - Tec MPU/MPU/Apoio Técnico e
subsequente. Administrativo/Segurança Institucional e Transpor-
te/2015
Em virtude do princípio da reserva legal, a criação dos Assunto: Administração Indireta
entes integrantes da administração indireta depende Julgue o item a seguir, de acordo com o regime jurídico
de lei específica. das autarquias.

Questão 11: CESPE - TJ (TJ CE)/TJ CE/Judiciária/2014 As autarquias responderão objetivamente pelos da-
Assunto: Administração Indireta nos provocados por seus agentes a terceiros, ainda
No que se refere à administração direta e à indireta, que se comprove que esses agentes tenham agido
à centralizada e à descentralizada, assinale a opção com prudência, perícia e cuidados exigidos.
correta.
a) Trata-se de administração indireta quando o Esta- Questão 16: CESPE - Tec MPU/MPU/Apoio Técnico e
do, a fim de obter maior celeridade e eficiência, exerce Administrativo/Segurança Institucional e Transpor-
179
algumas de suas atividades de forma desconcentra- te/2015
da. Assunto: Administração Indireta

Direito Administrativo
b) As empresas públicas e as sociedades de econo- Julgue o item a seguir, de acordo com o regime jurídico
mia mista são integrantes da administração indireta, das autarquias.
independentemente de prestarem serviço público ou
de exercerem atividade econômica de natureza em- O instrumento adequado para a criação de autarquia é
presarial. o decreto, pois o ato é de natureza administrativa e de
c) Toda pessoa integrante da administração indireta iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo.
está vinculada a determinado órgão da administração
direta, fato que decorre do princípio da especificidade. Questão 17: CESPE - TJ TRE GO/TRE GO/Administrati-
d) Em virtude do princípio da separação dos poderes, va/”Sem Especialidade”/2015
a administração pública direta é exercida exclusiva- Assunto: Administração Indireta
mente pelo Poder Executivo, o qual é incumbido da Acerca dos conceitos ligados à organização adminis-
atividade administrativa em geral. trativa, julgue o item seguinte.
e) A criação de empresa pública e de sociedade de
economia mista depende de autorização legislativa, As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito
porém, o mesmo não ocorre às suas subsidiárias. público.

Questão 12: CESPE - TA (ANTAQ)/ANTAQ/2014 Questão 18: CESPE - TJ TRE GO/TRE GO/Administrati-
Assunto: Administração Indireta va/”Sem Especialidade”/2015
Acerca da organização da administração pública, jul- Assunto: Administração Indireta
gue o item seguinte. Com relação a licitações, julgue o item que se segue.

Para a criação de entidades da administração indi- Com exceção das sociedades de economia mista, que
reta, como sociedades de economia mista, empresas — devido à participação da iniciativa privada em seu
públicas e organizações sociais, é necessária a edição capital — seguem regras próprias, os órgãos da admi-
de lei formal pelo Poder Legislativo. nistração indireta estão sujeitos à regra de licitar.

Questão 13: CESPE - TA (ANTAQ)/ANTAQ/2014 Questão 19: CESPE - Ag Adm (SUFRAMA)/SUFRA-


Assunto: Administração Indireta MA/2014
Acerca da organização da administração pública, jul- Assunto: Poder Regulamentar
gue o item seguinte. A legislação concede à administração poderes extra-

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ordinários, necessários para que o Estado alcance os Gabarito
seus fins. Em relação aos poderes da administração
pública, julgue o item seguinte. 1 2 3 4 5
Certo Certo Certo Errado Errado
Poder regulamentar é o poder que a administração
possui de editar leis, medidas provisórias, decretos e 6 7 8 9 10
demais atos normativos para disciplinar a atividade Certo Errado Certo Certo Certo
dos particulares.
11 12 13 14 15
Questão 20: CESPE - Ag Adm (CADE)/CADE/2014 B Errado Errado Errado Certo
Assunto: Poder Regulamentar
No que se refere aos agentes públicos, aos poderes ad- 16 17 18 19 20
ministrativos e ao controle da administração pública, Errado Errado Errado Errado Errado
julgue o item subsecutivo.
21 22 23
Existem casos em que mesmo existindo lei específica Certo Errado Errado
sobre determinada matéria, cumpre à administração
criar mecanismos para aplicá-la. Nessas hipóteses,
surge o poder regulamentar, que confere à adminis-
tração a prerrogativa de editar atos gerais para alterar
e complementar as leis.

Exercício
comentado

Questão Comentada: CESPE - Tec MPU/MPU/Apoio


Técnico e Administrativo/Segurança Institucional e
Transporte/2015
Assunto: Estabilidade e estágio probatório
180 Acerca do regime jurídico dos servidores públicos fe-
derais, julgue o item subsequente.
O servidor público federal estável, habilitado em con-
Direito Administrativo

curso público e empossado em cargo de provimento


efetivo, só perderá o cargo em virtude de sentença ju-
dicial transitada em julgado.

Resposta: errado.
Comentário: Esta questão está errada pois contraria
expressamente o disposto no artigo 41 da CF a qual
prevê ainda a perda do cargo mediante processo ad-
ministrativo ou por procedimento de avaliação perió-
dica de desempenho.

Questão Comentada : CESPE - Ass Adm (FUB)/


FUB/2015
Assunto: Estabilidade e estágio probatório
Com referência às disposições do regime jurídico dos
servidores públicos civis da União (Lei n.º 8.112/1990),
julgue o item que se segue.
Se um servidor público estiver em estágio probatório,
o seu cargo não poderá ser extinto, já que isso resulta-
ria na perda da função pública desse servidor.

Resposta: errado.
Comentário: A questão está errada pois o cargo do
servidor em estágio probatório poderá ser extinto
conforme prevê a sumula 22 do Supremo Tribunal Fe-
deral.

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Língua Portuguesa 181

Língua Portuguesa
Autor:
Pablo Jamilk

Curriculum:
Professor de Língua Portuguesa, Redação e
Redação Oficial. Formado em Letras pela Uni-
versidade Estadual do Oeste do Paraná. Mestre
em Letras pela Universidade Estadual do Oeste
do Paraná. Doutorando em Letras pela Univer-
sidade Estadual do Oeste do Paraná. Especia-
lista em concursos públicos, é professor em
diversos estados do Brasil.

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SUMÁRIO

1. COMO ESTUDAR LÍNGUA PORTUGUESA.........................................................................................................................................................183


2. MORFOLOGIA................................................................................................................................................................................................................. 184
Capítulo 01 - Como estudar Língua Portuguesa?

3. SINTAXE.............................................................................................................................................................................................................................193
4. ACENTUAÇÃO GRÁFICA..........................................................................................................................................................................................197
5. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL .......................................................................................................................................................... 198
6. CRASE.................................................................................................................................................................................................................................201
7. COLOCAÇÃO PRONOMINAL...................................................................................................................................................................................202
8. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL ........................................................................................................................................................................204
9. PONTUAÇÃO ..................................................................................................................................................................................................................207
10. ORTOGRAFIA...............................................................................................................................................................................................................209
11. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS............................................................................................................................................................................. 211
12. ESTILÍSTICA: FIGURAS DE LINGUAGEM........................................................................................................................................................214
13. REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS........................................................................................................................................ 215

182
Língua Portuguesa

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1. COMO ESTUDAR LÍNGUA PORTUGUESA a origem de outro.
Ex.: interessante, quadrado, alemão.

Introdução Advérbio: termo que imprime uma circunstância


sobre verbo, adjetivo ou advérbio.
A parte inicial desse material se volta para a orien- Ex.: mal, bem, velozmente.

Capítulo 01 - Como estudar Língua Portuguesa?


tação a respeito de como estudar os conteúdos dessa dis-
ciplina. É preciso que você faça todos os apontamentos Conjunção: termo de função conectiva que pode
necessários, a fim de que sua estratégia de estudo seja criar relações de sentido.
produtiva. Vamos ao trabalho! Ex.: mas, que, embora.
Teoria: recomendo que você estude teoria em 30
% do seu tempo de estudo. Quer dizer: leia e decore as re- Interjeição: termo que indica um estado emotivo
gras gramaticais. momentâneo.
Prática: recomendo que você faça exercícios em Ex.: Ai! Ufa! Eita!
40% do seu tempo de estudo. Quem quer passar tem que
conhecer o inimigo, ou seja, a prova. Numeral: termo que indica quantidade, posição,
Leitura: recomendo que você use os outros 30% multiplicação ou fração.
para a leitura de textos de natureza variada. Assim, não Ex.: sete, quarto, décuplo, terço.
terá problemas com interpretação na prova.
Preposição: termo de natureza conectiva que im-
Níveis de análise da língua: prime uma relação de regência.
Ex.: a, de, em, para.
• Fonético / Fonológico: parte da análise que es-
tuda os sons, sua emissão e articulação. Pronome: termo que retoma ou substitui outro no
texto.
• Morfológico: parte da análise que estuda a es- Ex.: cujo, lhe, me, ele.
trutura e a classificação das palavras.
Substantivo: termo que nomeia seres, ações ou
• Sintático: parte da análise que estuda a função conceitos da língua.
das palavras em uma sentença. Ex.: pedra, Jonas, fé, humanidade.

Verbo: termo que indica ação, estado, mudança de


183
• Semântico: parte da análise que investiga o
significado dos termos. estado ou fenômeno natural e pode ser conjugado.
Ex.: ler, parecer, ficar, esquentar.

Língua Portuguesa
• Pragmático: parte da análise que estuda o sen-
tido que a expressões assumem em um con- A partir de agora, estudaremos esses termos mais
texto. pontualmente. Apesar disso, já posso antecipar que os
conteúdos mais importantes e mais cobrados em con-
Exemplos: anote os termos da análise. cursos são: advérbios, conjunções, preposições, prono-
O aluno fez a prova. mes e verbos.
Morfologicamente falando, temos a seguinte aná-
lise: Artigo
O = artigo.
Aluno = substantivo. Termo que define ou indefine um substantivo, par-
Fez = verbo. ticularizando-o de alguma forma. Trata-se da partícula
A = artigo. gramatical que precede um substantivo.
Prova = substantivo.
Classificação:
Sintaticamente falando, temos a seguinte análise: • Definidos: o, a, os, as.
O aluno = sujeito. • Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Fez a prova = predicado verbal.
A prova = objeto direto. EMPREGO DO ARTIGO:

Morfologia: classes de palavras 1 – Definição ou indefinição de termo.


Ex.: Ontem, eu vi o aluno da Sandra.
Iniciemos o nosso estudo pela Morfologia. Assim, é Ex.: Ontem, eu vi um aluno da Sandra.
mais simples para construir uma base sólida para a refle-
xão sobre a Língua Portuguesa. 2 – Substantivação de termo:
Ex.: O falar de Juliana é algo que me encanta.
Artigo: termo que particulariza um substantivo.
Ex.: o, a, um, uma. 3 – Generalização de termo (ausência do artigo)
Ex.: O aluno gosta de estudar.
Adjetivo: termo que qualifica, caracteriza ou indica Ex.: Aluno gosta de estudar.

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4 – Emprego com “todo”: não faz parte do substantivo, portanto restringe o seu
Ex.: O evento ocorreu em toda cidade. sentido.
Ex.: O evento ocorreu em toda a cidade. Ex.: cachorro inteligente, menina dedicada.

5 – Como termo de realce: Explicativo: adjetivo que exprime característica


Ex.: Aquela menina é “a” dentista. que já faz parte do substantivo, portanto explica o seu
sentido.
Observação: mudança de sentido pela flexão: Ex.: treva escura, animal mortal.
Ex.: O caixa / A caixa.
Ex.: O cobra / A cobra. Classificação quanto à expressão
Objetivo: indica caraterística, não depende da sub-
Questões jetividade.
Ex.: Roupa verde.
Gabaritadas
Subjetivo: indica qualidade, depende de uma aná-
(IBFC) Veja as três palavras que seguem. Complete lise subjetiva.
as lacunas com o artigo.___ púbis;___cal;__mascote. Ex.: Menina interessante.
Capítulo 02 - Morfologia

Em concordância com o gênero das palavras apre-


sentadas, assinale abaixo a alternativa que completa, Gentílico: indica origem
correta e respectivamente, as lacunas. Ex.: Comida francesa.
a) o/a/a
b) a/a/o. Adjetivo x locução adjetiva
c) o/o/a
d) a/o/o Essencialmente, a distinção entre um adjetivo e
uma locução adjetiva está na formação desses elemen-
tos. Um adjetivo possui apenas um termo, ao passo que
Resposta: A a locução adjetiva possui mais de um termo. Veja a dife-
rença:

184 (MB) Assinale a opção em que a palavra destacada • Ela fez a sua leitura do dia.
é um artigo. • Ela fez a sua leitura diária.
a) Foi a pé para casa.
Língua Portuguesa

b) O aluno fez a prova a lápis. Adjetivo Locução adjetiva


c) Chegamos a São Paulo no inverno.
d) Convidaram a mãe para as férias. A
e) Não a deixaram de fora da festa.
abdômen abdominal
Resposta: D abelha apícola
abutre vulturino
2. MORFOLOGIA
açúcar sacarino
Adjetivo
águia aquilino
Podemos tomar como definição de adjetivo a se- alma anímico
guinte sentença “termo que qualifica, caracteriza ou in-
dica a origem de outro”. Vejamos os exemplos: aluno discente

• Casa vermelha. anjo angelical


• Pessoa eficiente. ano anual
• Caneta alemã.
arcebispo arquiepiscopal
Veja que “vermelha” indica a característica da
casa; “eficiente” indica uma qualidade da pessoa; e “ale- aranha aracnídeo
mã” indica a origem da caneta. No estudo dos adjetivos,
o mais importante é identificar seu sentido e sua classi- asno asinino
ficação. audição ótico, auditivo

Classificação quanto ao sentido


Restritivo: adjetivo que exprime característica que

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B E
baço esplênico estrela estelar
bispo episcopal F
boca bucal, oral fábrica fabril
bode hircino face facial
boi bovino falcão falconídeo
bronze brônzeo, êneo farinha farináceo
C fera ferino
cabeça cefálico ferro férreo
cabelo capilar fígado figadal, hepático

Capítulo 02 - Morfologia
cabra caprino filho filial
campo campestre, bucólico ou fogo ígneo
rural
frente frontal
cão canino
G
carneiro arietino
gado pecuário
Carlos Magno carolíngio
gafanhoto acrídeo
cavalo cavalar, equino, equídeo
ou hípico garganta gutural

chumbo plúmbeo gato felino


185
chuva pluvial gelo glacial
gesso típseo

Língua Portuguesa
cidade citadino, urbano
cinza cinéreo guerra bélico

coelho cunicular H

cobra viperino, ofídico homem viril, humano

cobre cúprico I

coração cardíaco, cordial idade etário

crânio craniano ilha insular

criança pueril, infantil irmão fraternal

D intestino celíaco, entérico

dedo digital inverno hibernal, invernal

diamante diamantino, adamantino irmão fraternal, fraterno

dinheiro pecuniário J

E junho junino

elefante elefantino L

enxofre sulfúrico lado lateral

esmeralda esmeraldino lago lacustre

esposos esponsal laringe laríngeo

estômago estomacal, gástrico leão leonino

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L P
lebre leporino paixão passional
leite lácteo, láctico pâncreas pancreático
lobo lupino pântano palustre
lua lunar, selênico pato anserino
M pedra pétreo
macaco simiesco, símio, macacal peixe písceo ou ictíaco
madeira lígneo pele epidérmico, cutâneo
mãe maternal, materno pescoço cervical
manhã matutino, matinal pombo colombino
Capítulo 02 - Morfologia

mar marítimo porco suíno, porcino


marfim ebúrneo, ebóreo prata argênteo ou argentino
mármore marmóreo predador predatório
memória mnemônico professor docente
mestre magistral prosa prosaico
moeda monetário, numismático proteína protéico
monge monacal, monástico pulmão pulmonar
morte mortífero, mortal, letal pus purulento
186
N Q
nádegas glúteo quadris ciático
Língua Portuguesa

nariz nasal R
neve níveo, nival raposa vulpino
noite noturno rio fluvial
norte setentrional, boreal rato murino
nuca occipital rim renal
núcleo nucleico rio fluvial
O rocha rupestre
olho ocular, óptico, oftálmico S
orelha auricular selo filatélico
osso ósseo serpente viperino, ofídico
ouro áureo selva silvestre
outono outonal sintaxe sintático
ouvido ótico sonho onírico
ovelha ovino sul meridional, austral
P T
paixão passional tarde vesperal, vespertino
pai paternal, paterno T

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Resposta: D
terra telúrico, terrestre ou
terreno
(VUNESP) Indique o verso em que ocorre um adje-
terremotos sísmico tivo antes e outro depois de um substantivo:

tecido têxtil a) O que varia é o espírito que as sente


b) Mas, se nesse vaivém tudo parece igual
tórax torácico c) Tons esquivos e trêmulos, nuanças
touro taurino d) Homem inquieto e vão que não repousas!
e) Dentro do eterno giro universal
trigo tritício
Resposta: e
U
umbigo umbilical Advérbio
urso ursino Trata-se de palavra invariável, que imprime uma
V circunstância sobre verbo, adjetivo ou advérbio. É impor-

Capítulo 02 - Morfologia
tante saber reconhecer os advérbios em uma sentença,
vaca vacum portanto anote esses exemplos e acompanhe a análise.

veia venoso
• Verbo.
velho senil • Adjetivo.
• Advérbio.
vento eóleo, eólico
Categorias adverbiais: essas categorias resu-
verão estival mem os tipos de advérbio, mas não essencialmente todos
víbora viperino os sentidos adverbiais.

vidro vítreo ou hialino • Afirmação: sim, certamente, claramente etc.


• Negação: não, nunca, jamais, absolutamente.
virgem virginal • Dúvida: quiçá, talvez, será, tomara. 187
virilha inguinal
• Tempo: agora, antes, depois, já, hoje, ontem.
• Lugar: aqui, ali, lá, acolá, aquém, longe.

Língua Portuguesa
visão óptico ou ótico • Modo: bem, mal, depressa, debalde, rapida-
mente.
vontade volitivo • Intensidade: muito, pouco, demais, menos,
mais.
voz vocal • Interrogação: por que, como, quando, onde,
aonde, donde.
• Designação: eis.
Cuidados importantes ao analisar um adjetivo:
• Pode haver mudança de sentido:
• Homem pobre X Pobre homem. Advérbio x Locução Adverbial

Na primeira expressão, a noção é de ser desprovido A distinção entre um advérbio e uma locução ad-
de condições financeiras; na segunda, a ideia e de indiví- verbial é igual à distinção entre um adjetivo e uma locu-
duo de pouca sorte ou de destino ruim. ção adjetiva, ou seja, repousa sobre a quantidade de ter-
mos. Enquanto só há um elemento em um advérbio; em
uma locução adverbial, há mais de um elemento. Veja os
exemplos:
Questões
Gabaritadas • Aqui, deixaremos a mala. (Advérbio)
• Naquele lugar, deixaremos a mala. (Locução
(CESGRANRIO) Em “Ele me observa, incrédulo”, a adverbial)
palavra que substitui o termo destacado, sem haver al- • Sobre o móvel da mesa, deixaremos a mala.
teração de sentido, é: (Locução adverbial)

a) feliz
b) inconsciente Questões
c) indignado
d) cético Gabaritadas
e) furioso
(FCC) Érico Veríssimo nasceu no Rio Grande do Sul
(Cruz Alta) em 1905, de família de tradição e fortuna que

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repentinamente perdeu o poderio econômico.
Categoria Conjunção Exemplo
O advérbio grifado na frase acima tem o sentido de:
Alternativa Ou, ora...ora, Ora Márcio
a) à revelia. quer...quer, estudava, ora
b) de súbito. seja...seja. escrevia seus
c) de imediato. textos.
d) dia a dia.
C Capítulo Capítulo 02 - Morfologia - Ortografia

e) na atualidade. Conclusiva Logo, portanto, Mariana estava


assim, então, doente; não
Resposta: B pois (após o poderia vir, pois,
verbo). ao baile.
Explicativa Que, porque, Traga o deter-
(AOCP) A expressão destacada que NÃO indica pois (antes do gente, porque
tempo é verbo), por- preciso lavar
quanto. essa louça.
a) “...mortes entre os jovens, especialmente nos
países...”
b) “...Mais recentemente, me admiro com a cora- Subordinativas
gem...”
c) “...diagnosticar precocemente doenças men- Ligam termos com dependência sintática:
tais.” Integrantes: Introduzem uma ORAÇÃO SUBORDI-
d) “...O que temos até então é um manual...” NADA SUBSTANTIVA.
e) “...um milhão de pessoas morrem anualmente...”
Ex.: É fundamental que o país mude sua política.
Ex.: Maria não disse se faria a questão.
Resposta: A
Adverbiais: Introduzem ORAÇÃO SUBORDINADA

ADVERBIAL.
Conjunção São 9 tipos de conjunção:

188
Pode-se definir a conjunção como um termo inva- • Causal: já que, uma vez que, como, porque.
riável, de natureza conectiva que pode criar relações de • Comparativa: como, tal qual, mais (do) que.
sentido (nexos) entre palavras ou orações. Usualmente, • Condicional: caso, se, desde que, contanto que.
as provas costumam cobrar as relações de sentido ex- • Conformativa: conforme, segundo, consoante.
Língua Portuguesa

pressas pelas conjunções, desse modo, o recomendável • Consecutiva: tanto que, de modo que, de sorte que.
é empreender uma boa classificação e memorizar algu- • Concessiva: embora, ainda que, mesmo que, apesar
mas tabelas de conjunção. de que, conquanto.
• Final: para que, a fim de que, porque.
Classificação das conjunções • Proporcional: à medida que, à proporção que, ao pas-
so que.
• Temporal: quando, sempre que, mal, logo que.
Coordenativas
Ex.: Já que tinha dinheiro, resolveu comprar a motocicle-
Ligam termos sem dependência sintática. Isso ta.
quer dizer que não desempenham função sintática uns
em relação aos outros.

Ex.: Machado escreveu contos e poemas. Questões


Ex.: Drummond escreveu poemas e entrou para a Gabaritadas
história.
(FCC) Ainda que já tivesse uma carreira solo de
sucesso [...], sentiu que era a hora de formar seu próprio
grupo.
Categoria Conjunção Exemplo Outra redação para a frase acima, iniciada por “Já
tinha uma carreira...” e fiel ao sentido original, deve gerar
Aditiva E, nem, não só... Pedro assistiu
o seguinte elo entre as orações:
mas também, ao filme e fez
bem como, um comentário
a) de maneira que.
como também. logo após.
b) por isso.
Adversativa Mas, porém, A criança caiu c) mas.
contudo, entre- no chão, todavia d) embora.
tanto, todavia, não chorou. e) desde que.
no entanto.
Resposta: C
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(FCC) Segundo ele, a mudança climática contribuiu ACIDENTAIS
para a ruína dessa sociedade, uma vez que eles depen- • Salvo.
diam muito dos reservatórios que eram preenchidos pela • Exceto.
chuva. • Mediante.
A locução conjuntiva grifada na frase acima pode • Tirante.
ser corretamente substituída pela conjunção: • Segundo.
• Consoante.
a) quando.
b) porquanto.
c) conquanto.
d) todavia. Questões
e) contanto. Gabaritadas
(FJG) A preposição existente em “identificar uma
Resposta: B
mentira contada por e-mail” relaciona dois termos e es-
tabelece entre eles determinada relação de sentido. Essa
(FCC) Embora alguns desses senhores afortuna- mesma ideia está presente em:
dos ocasionalmente emprestassem seus livros, eles o

Capítulo 02 - Morfologia
faziam para um número limitado de pessoas da própria a) As histórias que nascem por mãos humanas são
classe ou família. muitas vezes pura falsidade.
Mantêm-se a correção e as relações de sentido es- b) A pesquisa reforçou o que já se sabia: na internet,
tabelecidas no texto, substituindo-se Embora (2º pará- frequentemente, se vende gato por lebre.
grafo) por c) Consumiu-o por semanas a curiosidade de estar
cara a cara com sua amiga virtual.
a) Contudo. d) Alguns deveriam ser severamente penalizados,
b) Desde que. por inventarem indignidades na rede.
c) Porquanto.
d) Uma vez que
Resposta: A
e) Conquanto.

Resposta: E (CEPERJ) “Cada um destes fatores constitui, para 189


as Nações Unidas, os desafios iminentes que exigem res-
Preposição postas da humanidade” (7º parágrafo). Nessa frase, a pre-
posição “para” possui valor semântico de:

Língua Portuguesa
Trata-se de palavra invariável, com natureza tam-
bém conectiva, que exprime uma relação de sentido. A a) conformidade
preposição possui uma característica interessante que é b) comparação
a de “ser convidada” para povoar a sentença, ou seja, ela c) finalidade
surge em uma relação de regência (exigência sintática). A d) explicação
regência pode ser de duas naturezas: e) direção
• Verbal (quando a preposição é “convidada”
pelo verbo) Resposta: A
• Nominal (quando a preposição é “convidada”
por substantivo, adjetivo ou advérbio)
Exemplos: Pronome
O cidadão obedeceu ao comando.
(Regência verbal) O conteúdo sobre pronomes é um dos mais impor-
A necessidade de vitória o animava. tantes (senão o mais) dentro da parte relacionada à Mor-
(Regência nominal) fologia. É muito comum haver questões que exijam sua
identificação, sua interpretação e sua análise funcional.
Além disso, muitos examinadores gostam de cobrar as
Classificação noções de “referenciação”, que – basicamente – significa
perceber a que elemento o pronome faz alusão.
As preposições podem ser classificadas em: Por definição, pode-se dizer que o pronome é um
termo que substitui ou retoma algo na sentença.
ESSENCIAIS Ex.: Comprei um carro e ele estragou logo depois.
• A, ante, até, após, Vamos iniciar uma classificação dos pronomes, a
• Com, contra, fim de facilitar nosso estudo.
• De, desde,
• Em, entre,
• Para, per, por, perante, Classificação
• Sem, sob, sobre, • Pessoais;
• Trás. • De tratamento;
• Demonstrativo;
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• Relativos; Nos estudos de Colocação Pronominal, um dos ca-
• Interrogativos; sos – a ênclise (pronome após o verbo) – exige especial
• Indefinidos; atenção para a estrutura da sentença.
• Possessivos. Se a palavra terminar em R, S ou Z: use lo, la, los ou
las.
PESSOAIS • Soltar o pensamento.
São os pronomes relacionados às pessoas do dis- • Soltá-lo.
curso:
1ª pessoa = Quem fala. Se a palavra terminar em ÃO, ÕE ou M: use no, na,
2ª pessoa = Para quem se fala. nos ou nas.
3ª pessoa = Sobre quem se fala. • Compram as roupas.
• Compram-nas.
Caso Reto Caso Oblíquo
Pronome de tratamento
Átonos Tônicos
É o tipo de pronome empregado para criar algum
Eu Me Mim, comigo tipo de circunstância cerimoniosa. São exemplos de pro-
nomes de tratamento:
Capítulo 02 - Morfologia

Tu Te Ti, contigo • Vossa Senhoria.


Ele, ela O, a, lhe, se Si, consigo • Vossa Majestade.
• Vossa Excelência.
Nós Nos Nós, conosco
Vós Vos Vós, convosco Observação: há uma distinção de emprego dos prono-
mes de tratamento que costuma ser alvo de questões.
Eles, elas Os, as, lhes, se Si, consigo

Vossa Excelência: para o tratamento direto com a


Funções pronominais pessoa.
Ex.: Vossa Excelência gostaria de um rascunho?
A depender de como são empregados, os pronome Sua Excelência: para o tratamento não direto, ou
190 seja, quando se fala sobre a pessoa.
podem possuir diferentes funções sintáticas. Veja:
1 - Função de sujeito: Ex.: Eu falei a respeito de Sua Excelência ontem,
Nós compramos o carro. (sujeito do verbo “com- mas ele não ouviu.
Língua Portuguesa

prar”)
Pronome Demonstrativo
2 - Função de complemento:
Pegue a toalha e a traga aqui. (complemento do Pronome que aponta para algo no espaço, no tem-
verbo “trazer”) po ou no texto.

3 - Função de adjunto:
Ela levou-me as canetas. (adjunto adnominal do Masculino Feminino Neutro
termo “canetas”) Este Esta Isto
EMPREGO DE “O, A E LHE” Esse Essa Isso

Esse conteúdo é muito frequente em provas de Aquele Aquela Aquilo


concursos, portanto convém entende-lo.

O, A: termos diretos. Exemplos:


Retomam elementos não introduzidos por prepo- • A saída para a crise é esta: interromper a espe-
sição. culação.
• Interromper a especulação: essa é a saída para
Lhe: termo indireto. a crise.
Retoma elemento introduzido por preposição. • Manuel e Jorge chegaram: este com uma maçã;
Exemplo aquele com um pão.
• Minha irmã devolveu a carta para Jonas.
• Minha irmã a devolveu para Jonas. Outros demonstrativos
• Minha irmã lhe devolveu a carta. Olho vivo para esses pronomes, pois costumam
• Minha irmã devolveu-lha. aparecer associados a pronomes relativos.
• O / A (aquilo / aquela)
EMPREGO DE “O” E “A” NA ÊNCLISE • Ele dirá o que for verdade.
• Tal / semelhante (permutáveis por outros de-

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monstrativos) Pronomes Possessivos
• Nunca vi tal pessoa passando por aqui.
Essencialmente indicam posse. Podem também
Pronome Relativo indicar aproximação ou familiaridade. É preciso obser-
var seu emprego para não gerar ambiguidade nas sen-
É o tipo de pronome que promove uma relação en- tenças.
tre: • Meu, minha (s)
• Substantivo e verbo. • Teu, tua (s)
• Pronome e verbo. • Seu, sua (s)
• Substantivo e substantivo. • Nosso, nossa (s)
• Pronome e substantivo. • Vosso, vossa (s)
• Seu, sua (s)
Vejamos quais são os pronomes relativos da lín-
gua. Não esqueça de anotar as informações pertinentes
a cada pronome. Questões
Que: Gabaritadas
• A matéria de que gosto é Gramática.
(FUNDEP) Assinale a alternativa em que o empre-

Capítulo 02 - Morfologia
O qual: go do pronome pessoal segue a norma padrão.
• Eis a mãe do menino, a qual passou a noite co-
migo. a) Manda ele fazer o serviço sozinho.
b) Sinto muito, mas não posso lhe ajudar.
Quem: c) Há muito trabalho para mim fazer.
• O indivíduo com quem briguei sumiu. d) Entre mim e você não há mais nada.

Quanto: Resposta: D
• Ele fez tudo quanto pôde.
(FCC) Ao se substituir um elemento de determina-
Onde: do segmento do texto, o pronome foi empregado de modo
• O país onde ocorreu o evento está em crise. INCORRETO em:
191
Cujo: a) e mantém seu ser = e lhe mantém
• Ele falou da pessoa cuja mãe surgiu anterior- b) é dedicado [...] a uma mulher = lhe é dedicado
mente.

Língua Portuguesa
c) reviver acontecimentos passados = revivê-los
d) para criar uma civilização comum = para criá-la
Pronomes Indefinidos e) que provê o fundamento = que o provê

Esses pronomes servem para esvaziar um refe- Resposta: A


rente. Veja alguns exemplos:
• Alguém Substantivo
• Algum
• Ninguém É a palavra variável que nomeia seres, conceitos,
• Nenhum sentimentos ou ações presentes na língua. Podemos
• Tudo classificar os substantivos da seguinte maneira.
• Nada
• Cada Quanto à existência:
• Qualquer • Concreto: pessoa, casa, fada, Deus, carro.
• Abstrato: vingança, amor, caridade.
Mudança de sentido
Quanto à designação:
Atenção: a depender da posição do pronome, pode • Próprio: João, Jonas, Fundação José Clemente.
haver mudança de sentido. • Comum: homem, dia, empresa.
• Algum amigo X Amigo algum
Quanto à composição:
Pronomes interrogativos • Simples: roupa, casa, sol.
• Composto: guarda-roupas, passatempo, gi-
Servem para criar uma interrogação direta ou in- rassol.
direta.
• Que você deseja? Quanto à derivação:
• Qual é seu nome? • Primitivo: motor, dente, flor.
• Quem trouxe o carro aqui? • Derivado: mocidade, motorista, dentista.
• Quanto de coragem você tem? • Como partitivos: gole, punhado, maioria, mi-
noria.
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• Como coletivos: enxame, vara, corja, esqua- Terminação Variação Exemplo
drilha, esquadra.
N ES Abdômen - ab-
Os substantivos próprios são sempre concretos dômenes
e devem ser grafados com iniciais maiúsculas. Porém,
alguns substantivos próprios podem vir a se tornar co- S (oxítonos) ES Inglês - ingleses
muns, pelo processo de derivação imprópria que, geral-
mente, ocorre pela anteposição de um artigo e a grafia AL, EL, OL, UL IS Tribunal - tri-
do substantivo com letra minúscula. (um judas, para de- bunais
signar um indivíduo traidor / um panamá, para citar o IL (oxítonos) S Barril - barris
exemplo do chapéu que possui esse estilo).
As flexões dos substantivos podem se dar em gê- IL (paroxítonos) EIS Fóssil - fósseis
nero, número e grau.
ZINHO, ZITO S Anelzinho -
aneizinhos
Gênero dos substantivos
Quanto à distinção entre masculino e feminino, os Alguns substantivos são grafados apenas no plu-
substantivos podem ser: ral:
Capítulo 02 - Morfologia

Biformes: quando apresentam uma forma para o • alvíssaras;


masculino e outra para o feminino (gato, gata, homem, • anais;
mulher). • antolhos;
Uniformes: quando apresentam uma única forma • arredores;
para ambos os gêneros. Nesse caso, eles estão divididos • belas-artes;
em: • calendas;
Epicenos: usados para animais de ambos os sexos • cãs;
(macho e fêmea) - besouro, jacaré, albatroz. • condolências;
Comum de dois gêneros: aqueles que designam • esponsais;
pessoas. Nesse caso, a distinção é feita por um elemento • exéquias;
ladeador (artigo, pronome) - terrícola, estudante, dentis- • fastos;
ta, motorista; • férias;
Sobrecomuns: apresentam um só gênero gramati- • fezes;
192 • núpcias;
cal para designar pessoas de ambos os sexos - indivíduo,
vítima, algoz; • óculos;
Em algumas situações, a mudança de gênero alte- • pêsames;
Língua Portuguesa

ra também o sentido do substantivo:


O cabeça (líder) / A cabeça (parte do corpo). O plural dos substantivos compostos será tratado
no capítulo sobre Flexão Nominal. Esta é apenas uma in-
trodução.
O número dos substantivos
Tentemos resumir as principais regras de forma- O Grau do substantivo
ção do plural nos substantivos.
AUMENTATIVO / DIMINUTIVO

Terminação Variação Exemplo Analítico: quando se associam os adjetivos ao


substantivo.
Vogal ou diton- Acréscimo do ‘s’ Barco - barcos Ex: carro grande, pé pequeno;
go
M NS Pudim - pudins Sintético: quando se adiciona ao substantivo sufi-
xos indicadores de grau.
ÃO (primeiro ÕES Ladrão - ladrões Ex: carrão, pezinho.
caso)
ÃO (segundo ÃES Pão - pães Sufixos
caso)
Aumentativos: -ázio, -orra, -ola, -az, -ão, -eirão,
ÃO (terceiro S Cidadão - cida- -alhão, -arão, -arrão, -zarrão;
caso) dãos Diminutivos: -ito, -ulo-, -culo, -ote, -ola, -im,
-elho, -inho, -zinho (o sufixo -zinho é obrigatório quando
R ES Mulher - mu- o substantivo terminar em vogal tônica ou ditongo: cafe-
lheres zinho, paizinho);
O aumentativo pode exprimir tamanho (casarão),
Z ES Cartaz - carta- desprezo (sabichão, ministraço, poetastro) ou intimidade
zes (amigão); enquanto o diminutivo pode indicar carinho (fi-
lhinho) ou ter valor pejorativo (livreco, casebre), além das

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noções de tamanho (bolinha). Bom dia!
Alguns substantivos que se empregam apenas no Até logo!
plural: Estudo para o concurso!
• as algemas
• as alvíssaras Oração: frase que se organiza em torno de uma for-
• as arras (bens, penhor) ma verbal!
• as cadeiras (ancas) Língua Portuguesa é o máximo!
• as calças
• as calendas (1º dia do mês romano) Período: conjunto de orações. O período pode ser:
• as Canárias (ilhas) • Simples: que possui apenas uma oração (ora-
• as cãs (cabelos brancos) ção absoluta).
• as cócegas • Composto: que possui mais de uma oração.
• as condolências • Misto: que possui mais de um processo de
• as costas composição de período.
• as custas
• as damas (jogo) A principal parte do estudo da Sintaxe está em es-
• as endoenças (solenidades religiosas) tudar os termos da oração, ou seja, do período simples,
• as exéquias (pompas, honras, cerimônias fú- pois tudo se articula a partir dele. Portanto, vamos come-
nebres) çar fazendo uma divisão dos termos da oração.
• as férias

Capítulo 03 - Sintaxe
• as fezes TERMOS DA ORAÇÃO
• as finanças
• as hemorroidas
• as matinas (breviário de orações matutinas) Essenciais Integrantes Acessórios
• as nádegas Sujeito Complementos Adjunto Adno-
• as núpcias Verbais minal
• as olheiras
• as palmas (aplausos) Predicado Complemento Adjunto Adver-
• as pantalonas Nominal bial
• as primícias (começos, prelúdios, primeiros
frutos) Agente da Pas- Aposto
• as profundas siva 193
• as trevas
• as vísceras Predicativo do Vocativo

Língua Portuguesa
• os afazeres Sujeito
• os anais Predicativo do
• os antolhos Objeto
• os apetrechos ou os petrechos
• os arredores Anote os mais importantes e centralize seus estu-
• os Bálcãs dos neles!
• os confins
• os esponsais (contrato de casamento ou noi-
vado) Sujeito
• os esposórios (presente de núpcias)
• os Estados Unidos Termo sobre o qual se declara ou se constata algo.
• os fastos (anais) Lembre-se de que o sujeito não precisa ser uma pessoa
• os idos ou um ser animado. Como termo da sentença, pode ser
• os manes (almas) até mesmo uma oração inteira. Vejamos os tipos de su-
• os parabéns jeito:
• os pêsames 1.Sujeito simples: apenas 1 núcleo.
• os picles Substantivo:
• os suspensórios Ex.:Surgiram boatos sobre a crise.
• os víveres
Pronome:
Ex.: Você precisa de orientação.

Expressão substantivada:
3. SINTAXE Ex.: O falar alheio prejudica a vida.
A sintaxe é a parte da Gramática normativa que 2. Sujeito Composto: mais de 1 núcleo:
estuda a função dos termos em um período. Para enten- Ex.: Joelma e Márcia adentraram a sala.
der melhor o que isso quer dizer, é preciso fazer uma dis-
tinção entre frase, oração e período. Vejamos: 3. Sujeito Oculto: retoma-se pelo verbo.
Ex.: Pedro saiu cedo, mas não retornou.
Frase: sentença dotada de sentido.
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Perceba que há uma diferença entre sujeito sin- • Estado: ser, estar, parecer.
tático e sujeito semântico. Estamos trabalhando com • Mudança de estado: ficar, tornar-se.
a classificação sintática do sujeito. O sujeito semântico • Fenômeno natural: chover, ventar, nevar.
será o referente da frase.
4. Sujeito indeterminado: comumente nos casos a Algo muito importante, no estudo dos verbos, é sua
seguir. classificação. Por isso, vamos ao trabalho!
Verbo na 3ª pessoa do plural, sem referente:
Ex.: Entraram na sala do presidente. Classificação
VTI, VL ou VI + SE:
Ex.: Precisa-se de guerreiros. Relacional: exprime estado ou mudança de estado.
Fica-se feliz na riqueza. Decore a lista com esses verbos.
Vive-se bem no Brasil. • Ser
• Estar
5. Sujeito inexistente: também chamado de oração • Continuar
sem sujeito, ocorre com verbos impessoais! • Andar
Verbo que denota fenômeno natural: • Parecer
Ex.: Nevou em Cascavel. • Permanecer
Verbo “Haver” (empregado no sentido de existir, • Ficar
ocorrer ou acontecer): • Tornar-se
Capítulo 03 - Sintaxe

Ex.: Havia pessoas estudando.


Verbo “Haver”, “Fazer” ou “Ir” (no sentido de tempo Nocional: indica ação ou fenômeno natural. Como
transcorrido). essa categoria é extensa, o conveniente é dividi-la para
Ex.: Faz dez dias que a vi aqui. facilitar a compreensão.
6. Sujeito Oracional: oração subordinada substan- Intransitivo: não necessita de complemento.
tiva subjetiva. Ex.: Chegar, sair, viver, morrer.
Ex.: É necessário que você estude. A criança nasceu.
Ex.: Convém que façamos essa prova.
Transitivo: necessita de complemento. A depender
Os casos de sujeito oracional são muito cobrados do tipo de relação entre o verbo e o complemento, é pos-
em prova. sível fazer ainda mais divisões. Veja:
194
• Direto: não necessita de preposição.
Predicado Ex.: Comprar, fazer, falar, ouvir, escrever.
• Indireto: necessita de preposição.
Língua Portuguesa

Definimos predicado como “aquilo que se declara Ex.: Crer (em), obedecer (a), necessitar (de)
ou se constata a respeito do sujeito”. Há três naturezas de
predicado. Bitransitivo: 2 tipos de complemento: um direto e
Verbal: que exige um verbo nocional. um indireto.
Nominal: que exige um verbo relacional e um pre- Ex.: Dar, doar, envolver, pagar.
dicativo.
Verbo-nominal: que exige um verbo nocional e um Vozes verbais
predicativo.
Exemplos: A noção de voz do verbo está relacionada à atitude
• O aluno é inteligente. (Predicado Nominal) que ele exprime. Isso quer dizer que deve ser feita uma
• Eu farei a prova. (Predicado Verbal) análise semântica da forma verbal, para poder entender
• Eu farei a prova entusiasmado. (Predicado em que voz ela foi aplicada.
Verbo-Nominal). 1.Ativa: deve possuir um sujeito agente.
2.Passiva: deve possuir um sujeito paciente.
Termos integrantes 3.Reflexiva: deve possuir um sujeito ao mesmo
tempo agente e paciente.
Os termos integrantes auxiliam na estruturação 4.Recíproca: deve possuir um verbo que exprima
das sentenças, preste atenção à relação desses termos ação mútua.
para com os termos essenciais da oração.
Voz ativa: foco no sujeito agente. Anote os papéis
Verbo de sujeito agente e afetado!
Ex.: O corretor vende casas.
Estamos diante do coração de muitas das análi- Eu comprarei aquela casa.
ses que podem ser feitas em uma sentença: o verbo. Essa Meu aluno está fazendo uma atividade.
classe de palavras é especial, porque muitas questões
costumam envolver, mesmo que indiretamente, o co- Voz passiva: há dois tipos de voz passiva. A VP
nhecimento a seu respeito. Vejamos a definição: analítica (maior) e a sintética (menor).
• Verbo é a palavra que exprime: 1.Analítica: sujeito paciente + locução verbal +
• Ação: correr, jogar, pular. agente da passiva. Preste atenção para o fato de
o verbo auxiliar “ser” entrar na jogada da locução
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verbal. Faremos a conjugação da primeira pessoa dos verbos
Ex.: Casas são vendidas pelo corretor. “amar”, “vender” e “partir”, a fim de que seja possível es-
Aquela casa será comprada por mim. tudar algumas particularidades da conjugação.
Uma atividade está sendo feita por meu aluno.
2.Sintética: verbo + se + sujeito paciente. Preste 1.Modo Indicativo: exprime ideia de certeza.
atenção à função da palavra “se” = partícula apas- • Presente: amo, vendo, parto.
sivadora / pronome apassivador. • Pretérito Perfeito: amei, vendi, parti.
Ex.: Vendem-se casas. • Pretérito Imperfeito: amava, vendia, partia
Comprar-se-á aquela casa. • Pretérito Mais-que-perfeito: amara, vendera,
Está-se fazendo uma atividade. partira.
• Futuro do presente: amarei, venderei, partirei.
Voz Reflexiva: nesse caso, o sujeito será o agente e • Futuro do pretérito: amaria, venderia, partiria.
o paciente da mesma ação. O pronome “se” será chamado
de pronome reflexivo (morfologicamente) e, sintatica- 2. Modo Subjuntivo: exprime ideia de hipótese.
mente, receberá o nome de objeto direto – pois é a função • Presente (que): ame, venda, parta.
que desempenha na frase. • Pretérito Imperfeito (se): amasse, vendesse,
Ex.: A menina rabiscou-se com a caneta. partisse.
• Futuro (quando): amar, vender, partir.
Voz Recíproca: nesse caso, o verbo deve exprimir

Capítulo 03 - Sintaxe
uma ação mútua. Obrigatoriamente, haverá mais de um 3. Modo imperativo: exprime ideia de ordem, pedi-
elemento envolvido na ação. do ou súplica.
Ex.: Os candidatos se ofenderam no debate. Não há primeira pessoa.

Questões Montagem do imperativo:


Gabaritadas
AFIRMATIVO
(FCC) Transpondo-se para a voz passiva o seg- 2ª do singular e 2ª do plural –s do final da palavra.
mento sublinhado na frase os partidários de quem sub- O resto: Presente do Subjuntivo.
juga acabam por demonizar a reação do subjugado, ele NEGATIVO: SEM FRESCURA!
deverá assumir a seguinte forma: Não + presente do subjuntivo.
Ex.: verbo falar. 195
a) acabam demonizando.
b) acabam sendo demonizados.
Presente Imperativo Presente Imperativo

Língua Portuguesa
c) acabará sendo demonizada.
do Afirmativo do Negativo
d) acaba por ter sido demonizado.
Indicativo Subjuntivo
e) acaba por ser demonizada.
Falo - Fale -
Resposta: E
Falas Fala tu Fales Não fales
tu
(FCC) Transpondo-se para a voz passiva o seg- Fala Fale você Fale Não fale
mento sublinhado em É possível que os tempos moder- você
nos tenham começado a desfavorecer a solução do jeiti-
nho, a forma obtida deverá ser: Falamos Falemos Falemos Não fale-
nós mos nós
a) tenha começado a ser desfavorecida.
b) comecem a desfavorecer. Falais Falai vós Faleis Não faleis
c) terá começado a ser desfavorecida. vós
d) comecem a ser desfavorecidos.
Falam Falem Falem Não falem
e) estão começando a se desfavorecer.
vocês vocês
Resposta: A
Formas nominais do verbo
São formas que fazem o verbo parecer algo do gru-
Tempos e modos verbais po nominal. Vejamos suas terminações e seus sentidos.
Infinitivo: terminados em –R. Exemplo: amar, ven-
Nessa parte, estudaremos a construção dos tem-
der, partir.
pos e dos modos verbais nas formas de conjugação. É
Gerúndio: terminados em –NDO. Exemplo: aman-
importante que você fique atento às desinências (formas
do, vendendo, partindo.
que finalizam) os verbos. Facilita enormemente o pro-
Particípio: terminados em –ADO ou –IDO: amado,
cesso de aprendizagem.
vendido, partido.
Vamos relembrar a conjugação de alguns verbos.

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Complementos verbais Adjunto adverbial

Objeto direto: termo que completa o sentido de um Termo que imprime circunstância sobre verbo, ad-
verbo e não necessita de preposição. jetivo ou advérbio. Na verdade, é o nome sintático do ad-
Ex.: Alguém cortou a árvore. vérbio ou da locução adverbial.
Maria disse que faria a prova. (Complemento Ver- Com afinco, o candidato estudou Gramática por
bal Oracional) dias. (Modo / Tempo)
Ex.: Amanhã será o grande dia! (Tempo)
Objeto indireto: termo que completa um VTI.
Ex.: O aluno necessita de explicações. Aposto

Complemento nominal Termo que explica, resume, especifica, enumera


ou distribui um referente – com o qual estabelece iden-
Termo que completa o sentido de um substantivo, tificação semântica.
de um adjetivo ou de um advérbio! Fique de olho aberto • Explicativo:
para o fato de que o complemento nominal é um termo José de Alencar, romancista brasileiro, escreveu
de natureza indireta, ou seja, ele é preposicionado ou ex- “Lucíola”.
presso por um termo que (em essência) possui uma pre-
• Resumitivo:
Capítulo 03 - Sintaxe

posição:
• O acesso à água é difícil naquele lugar. Jonas perdeu o carro, a casa, a família, tudo.
• Josué estava consciente da vitória.
• O professor agiu contrariamente ao esperado. • Especificativo:
O jogador Marco Manco fez o comentário.

Agente da passiva • Enumerativo:


Busco duas coisas na vida: sucesso e felicidade.
Termo ao qual se atribui a ação da voz passiva ana-
lítica (lembre-se da estrutura da voz passiva analítica): • Distributivo:
O discurso foi proferido pelo orador. (Perceba que Os alunos chegaram ao local: Márcio, primeiro;
é o orador que pratica a ação expressa pelo verbo apas- Juca, depois.
196 sivado)
• Oracional: também chamado de Oração Su-
Predicativo do sujeito bordinada Substantiva Apositiva.
Língua Portuguesa

Desejo apenas isto: que você aprenda Língua Por-


tuguesa.
Termo que pertence ao predicado, mas que qua-
lifica o sujeito. É um tipo de caracterização que se faz do
sujeito. Vocativo
Ex.: O aluno está animado.
Eu fiz a prova empolgado. Trata-se de uma interpelação que indica o interlo-
cutor, ou seja, indica com quem se fala.
Termos acessórios • Meu amigo, chegou a hora de estudar!

Os termos acessórios são aqueles que aumentam Predicativo do objeto


a informação ou a especificidade a respeito de algum re-
ferente frasal. Isso quer dizer que, estruturalmente, eles Qualificação do objeto que é atribuída pelo sujeito
não são “essenciais” (que obviedade!). Se a banca quiser da sentença.
retirar o termo acessório, o que muda, em regra, é o sen- • Os alunos chamaram o professor de idiota.
tido. Vejamos quais são esses termos: (Perceba que são os alunos – sujeito – que atri-
buem essa característica ao professor – objeto)
Adjunto adnominal

Termo que particulariza o núcleo de uma expres- Questões


são nominal. Usualmente, artigos, pronomes, adjetivos, Gabaritadas
locuções adjetivas e numerais costumam desempenhar
essa função. (FCC) ... o culto que a aristocracia do seu país dedi-
• O aluno fez uma prova fácil. cava a tudo o que era francês...
• O aluno do curso fez aquela prova. O segmento que possui a mesma função sintática
• Três alunos farão a minha prova. do grifado acima está também grifado em:

a) ... a morfologia e a sintaxe alemãs teriam afini-


dades com as gregas.
b) ... a afirmação é geralmente atribuída a Heideg-
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ger, filósofo cujo tema precípuo é o ser. princípios que o antecedem e se relacionam com a pró-
c) Estranho é que haja franceses ou brasileiros... pria estrutura das palavras. Esses antecedentes são a
d) O latim foi a língua da filosofia e da ciência na Eu- prosódia e os encontros vocálicos.
ropa...
e) ... a superficialidade que atribui ao pensamento Antecedentes:
ocidental moderno... Prosódia: distribuição da sílaba tônica na pronún-
cia da palavra.
Resposta: C Oxítonas (última sílaba tônica): cajá, fubá, rapé.
Paroxítonas (penúltima sílaba tônica): imagem,
(FCC) ... o culto que a aristocracia do seu país dedi- casa, carro.
cava a tudo o que era francês... Proparoxítonas (antepenúltima sílaba tônica): ca-
O segmento que possui a mesma função sintática davérico, esquelético, mágico.
do grifado acima está também grifado em: Encontros vocálicos:
Hiato: separação do encontro vocálico. Piano; saú-

Capítulo 04 - Acentuação gráfica


a) ... a morfologia e a sintaxe alemãs teriam afini- va.
dades com as gregas. Ditongo: encontro vocálico (semivogal + vogal /
b) ... a afirmação é geralmente atribuída a Heideg- vogal + semivogal) que não se separa. Céu, chapéu.
ger, filósofo cujo tema precípuo é o ser. Tritongo: encontro vocálico que não se separa (se-
c) Estranho é que haja franceses ou brasileiros... mivogal + vogal + semivogal) Uruguai, Paraguai.
d) O latim foi a língua da filosofia e da ciência na Eu-
ropa... Regras de acentuação
e) ... a superficialidade que atribui ao pensamento
ocidental moderno... 1. Proparoxítonas: todas são acentuadas:
Teleférico, hipotético, amazônico.
Resposta: C
2. Paroxítonas: devemos observar duas regras
(FCC) Donos de uma capacidade de orientação nas aqui:
brenhas selvagens [...], sabiam os paulistas como... a) Não são acentuadas as terminadas em: a, e, o, m
O segmento em destaque na frase acima exerce a (seguidos ou não de s).
mesma função sintática que o elemento grifado em: Cama, chefe, bolo, imagem.
b) São acentuadas as terminadas em: r, n, l, x, ps, us, 197
a) Nas expedições breves serviam de balizas ou i(s), om(ons), um(uns), ã(s), ão(s) e ditongos:
mostradores para a volta. Caráter, hífen, tórax, bíceps, próprio.

Língua Portuguesa
b) Às estreitas veredas e atalhos [...], nada acres-
centariam aqueles de considerável... 3. Oxítonas: são acentuadas as terminadas em:
c) Só a um olhar muito exercitado seria perceptível • A(s): fará, maracujás.
o sinal. • E(s): sopé, jacaré.
d) Uma sequência de tais galhos, em qualquer flo- • O(s): cipó, abricó.
resta, podia significar uma pista. • Em, Ens: também, parabéns.
e) Alguns mapas e textos do século XVII apresen-
tam-nos a vila de São Paulo como centro... 4. Monossílabos tônicos: são acentuados os termi-
nados em:
• A(s): lá, já, cá, má.
Resposta: D • E(s): pé, ré, Sé.
• O(s): pó, dó, mó, só.
(FCC) ...a pintura se torna também o registro da
mudança cromática da paisagem com o passar das horas. 5. Acentuação de Hiatos: são acentuadas as letras
O elemento em destaque acima possui a mesma “i” e “u” – sozinhas ou seguidas de s, quando formarem
função sintática que o grifado em: hiato na palavra.
• Saúde, saúva, egoísta,
a) Nenhum artista quer fazer o que já fizeram...
b) Nada me alegra mais do que deparar com uma
obra de arte... Obs.: não são acentuados os hiatos dessa nature-
c) ...o surgimento do novo é inerente à própria cria- za
ção artística. Seguidos de nh: tainha, bainha.
d) ...que facilitaram a ida das pessoas ao campo... Paroxítonos antecedidos de ditongo: Bocaiuva, feiura.
e) ...houve momentos em que a necessidade do Com “i” ou “u” duplicados: vadiice, uuçango.
novo levou a um salto qualitativo. Observação da observação: se a palavra tiver essas le-
tras duplicas; mas for proparoxítona, o acento ainda vai
Resposta: A ocorrer. É o caso de “friíssimo”.

6. Ditongos abertos: eu, ei, oi. Preste atenção, por-


4. ACENTUAÇÃO GRÁFICA que essa regra mudou eu função do Novo Acordo Orto-
gráfico. Agora, são acentuados os ditongos abertos quan-
O conteúdo de acentuação está pautado em alguns
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do forem: (IESES) O acento diferencial é usado para diferen-
• Oxítonos: chapéu, tonéis, lençóis. ciar palavras homógrafas. Esse tipo de acento ocorre em
• Monossilábicos: céu, rói, réis. qual das alternativas? Assinale-a.

7. Formas verbais com hífen: deve-se pensar em a) Amém.


cada parte da palavra separadamente, como se possuís- b) Sábia.
se um padrão tonal para cada pedaço (antes e depois do c) Pôde.
hífen): d) Pública.
Capítulo 05 - Concordância verbal e nominal

• Convencê-lo.
• Dizer-lhe. Resposta: C
• Aplicá-la-íamos.
(FCC) Recebem acento gráfico pela mesma razão
8. Verbos “TER” e “VIR”: quando empregados na 3ª que o justifica na palavra obediência:
pessoa do singular (Presente do Indicativo), não recebem
acento. a) provisória e princípio.
Quando na 3ª do plural (Presente do Indicativo), re- b) caráter e público.
cebem o acento circunflexo. c) ordinárias e ninguém.
• Ele tem, ele vem. d) ignorância e só.
• Eles têm, eles vêm. e) além e monetário.
9. Derivados de “TER” e “VIR” empregados na 3ª
pessoa do singular: devem ser grafados com acento agu- Resposta: A
do.
• Ele mantém / Ele convém. 5. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
• Empregados na 3ª pessoa do plural: devem ser
grafados com acento circunflexo.
• Eles mantêm / Eles convêm. Conceituação

10. Acentos diferenciais: são empregado para dis- “Concordar”, de uma maneira geral, significa mo-
tinguir palavras. dificar as palavras de modo de elas se relacionem harmo-
- Alguns permanecem: niosamente em uma sentença. Essa harmonia está rela-
198 • Pôr / Por cionada à flexão das palavras.
• Pôde / Pode Concordar - deixar igual.
• Fôrma / Forma • Gênero: masculino e feminino.
Língua Portuguesa

• Número: singular e plural.


11. Outros desaparecem em função do Novo Acordo • Pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.
Ortográfico:
• Pelo: antigamente havia a forma “pêlo”. Os casos mais incidentes são os de concordância
• Pera: antigamente havia a forma “pêra”. de número.
• Polo: antigamente havia a forma “pólo”.
• Para: antigamente havia a forma “pára”. Distinção importante:
• Concordância Verbal: análise da relação entre
Alterações do Novo Acordo Ortográfico sujeito e verbo.
Ex.: Minhas alunas devem fazer aquela prova.
Não são acentuados ditongos abertos paroxítonos: • Concordância Nominal: análise da relação en-
• Ideia, jiboia, boia, assembleia. tre os termos do grupo nominal – substantivo,
• OO / EE paroxítonos não recebem mais acento: artigo, adjetivo, pronome e numeral.
• Voo, enjoo, veem, leem. Ex.: “As pessoas boas devem amar seus inimi-
Trema: não é mais eV’mpregado em palavras da Língua gos.”(Seu Madruga)
Portuguesa.
• Tranquilo, equidade, sanguíneo.
Concordância verbal

Questões Regras de Concordância Verbal


Gabaritadas Regra Geral (regra do Sujeito Simples): o verbo con-
corda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
(CESPE) O emprego de acento gráfico em “água”, • Ocorreram manifestações ao longo do país.
“distância” e “primário” justifica-se pela mesma regra de
acentuação. Regra do Sujeito Composto: há duas possibilidades
claras:
( ) Certo ( ) Errado a) Sujeito anteposto ao verbo: verbo no plural
Ex.: Brasil e China hão de sediar o evento.
Resposta: certo.
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b) Sujeito posposto ao verbo: verbo no plural ou
concorda com o referente mais próximo: Questões
Ex.: Chegou / chegaram Manoel e sua família. Gabaritadas
Regra do Sujeito Oracional: verbo deve ficar no sin- (FCC) O verbo indicado entre parênteses deverá
gular. flexionar-se de modo a concordar com o termo sublinha-
• É necessário que haja superávit primário. do na frase:
• Convém que o aluno estude Gramática.

Capítulo 05 - Concordância verbal e nominal


a) As soluções postas em prática pelo jeitinho bra-
Regras relativas à Construção do Sujeito: sileiro não (deixar) de intrigar os estrangeiros, que não
Sujeito construído com expressão partitiva segui- entendem tamanha informalidade.
da de nome no plural: verbo no singular ou no plural. b) Mesmo os brasileiros a quem que não (ocorrer)
Ex.: Grande parte dos jogadores fez / fizeram uma valer-se do jeitinho sabem reconhecê-lo como uma prá-
preparação intensa. tica social até certo ponto legítima.
c) Os avanços da tecnologia, sobretudo os da infor-
mática, (conspirar) contra a prática tradicional do jeiti-
Sujeito construído com expressão que indica nho brasileiro.
quantidade aproximada seguida de numeral: verbo con- d) Acredita-se que a transparência dos meios de
corda com o substantivo que estiver na expressão. comunicação (tender) a se converter numa espécie de
Ex.: Cerca de 50 % das pessoas gabaritaram a pro- inimiga mortal da informalidade.
va. e) Informalidade, sistema de favor, jeitinho, muitas
Cerca de 50% do povo gabaritou a prova. são as denominações que se (aplicar) a um mesmo fenô-
meno social.
Sujeito construído com substantivo plural: duas Resposta: D
possibilidades.
a) Sem artigo ou com artigo no singular: verbo no
singular. Há mais algumas regras de concordância para es-
Ex.: Minas Gerais exporta cultura. tudarmos. Fique firme e leia os próximos casos.
Ex.: O Amazonas é vasto.
Pronome “Que” (como sujeito da oração): verbo
b) Com artigo no plural: verbo no plural.
Ex.: Os Estados Unidos entraram no conflito.
concorda com o referente do pronome. 199
Ex.: O indivíduo que vir esses indícios deve procu-
rar ajuda.

Língua Portuguesa
Regras com Verbos impessoais Ex.: As mulheres que estudam crescem na vida.

Pronome “Quem” (como sujeito de oração): verbo


É muito comum haver questões a respeito desses
fica na 3ª pessoa do singular.
verbos impessoais. A sugestão é memorizar e buscar
Ex.: Foram os bandeirantes quem explorou a área.
compreender os casos em que o verbo deverá permane-
São os homens quem destruiu o planeta.
cer no singular.
Haver (no sentido de existir, ocorrer e acontecer):
verbo fica no singular. Verbos acompanhados da palavra “SE”
• Há meios de conseguir a vitória.
• Deve haver livros importantes na minha es- Quando se trabalha com verbos acompanhados da
tante. palavra “se”, o maior compromisso é desvendar a função
da palavra “se”. A partir de então, torna-se mais fácil a
Haver, fazer ou ir (no sentido de tempo transcorri- análise da concordância. Veja os casos seguintes.
do): verbo fica no singular.
• Há duas semanas, comecei a estudar para o a) Se – partícula apassivadora / pronome apassi-
concurso. vador: verbo concorda com o sujeito paciente:
• Faz três meses que iniciei minha preparação. • Vendem-se sapatos.
• Vai para três anos que não pego nos cadernos. • Ofereceram-se prêmios ao vencedor da corri-
da.
Regra do verbo “ser” (indicando tempo ou distân- • Sabe-se que há problemas no país.
cia): o verbo concorda com o predicativo.
• Daqui até ali são 60 metros. b) Se – índice de indeterminação do sujeito: verbo
• De Cascavel até São Paulo, é uma hora de avião. fica na 3ª pessoa do singular.
• Hoje é dia 20 de dezembro. • Visava-se a cargos importantes para o con-
• Amanhã serão 25 de março. curso.
• Não se fica famoso sem esforço.
Vamos praticar algumas das regras aprendidas. • Vive-se feliz em algumas partes do mundo.

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Concordância nominal • Seguem anexas as imagens descritas.
• Seguem apensos os documentos.
A Concordância Nominal investiga a relação entre • Seguem inclusas as provas.
os termos do grupo nominal. Para quem não se lembra de
quais são esses termos, basta ver o seguinte esquema: Obs.: A expressão “em anexo” é invariável:
• seguem em anexo as comprovações de renda;
• é necessário, é proibido, é permitido. Casos em que
há verbo de ligação + um predicativo variável. Só
Capítulo 05 - Concordância verbal e nominal

variam se houver na sentença um determinante à


esquerda do núcleo do sujeito;
• é necessária a vinda antecipada/ É necessário
chegar cedo.

É evidente que existem muitíssimas regras de


concordância. Aqui encontramos algumas das mais re-
correntes em provas de concurso público. Com o estudo
regrado e paciente, você será capaz de entender todas
essas regras e reconhecê-las nos questionamentos. O
principal é manter o foco e estudar sempre!
Além de saber quais são esses termos, é conve-
niente também lembrar quais são as palavras por natu-
reza invariáveis (que não flexionam) da língua.
Questões
Palavras invariáveis da Língua: Gabaritadas
Preposição
Interjeição
Conjunção (FCC) As normas de concordância verbal estão ple-
Advérbio. namente observadas na frase:

Regras de concordância nominal a) Costumam-se criticar os defeitos das coisas an-


200 tigas, sem se atentarem aos perigos que deriva da má uti-
Regra Geral: o adjetivo, o numeral, o pronome e o lização das novas.
artigo concordam em gênero e número com o substanti- b) Os vários processos de exclusão social, aos quais
se aludem no texto, provam que carece de compreensão
Língua Portuguesa

vo a que se referem.
• O primeiro momento árduo por que passei foi e tolerância os rumos da nossa história.
aquele mencionado por você. c) Não se atribuam às tecnologias mais avançadas
• É preciso atentar para alguns casos especiais. o ônus de serem também nocivas, já que toda a respon-
sabilidade cabe a quem as manipulam.
d) Caso não venha a faltar às novas tecnologias um
Casos especiais autêntico padrão ético, não haveremos de temer as con-
sequências que decorrerem de seu emprego.
Atente para esses casos, pois eles tendem a ser e) Muita gente, na vertigem dos dias atuais, pas-
sorrateiros. sam a criticar sem razão as novas tecnologias, às quais
Palavra “bastante”. Para não errar seu emprego, não cabem ser responsáveis por seus efeitos.
basta entender a diferença de classificação morfológica:
Resposta: D
Advérbio: invariável.
Ex.:Meu irmão estudou bastante.
(FEPESE) Apenas uma das alternativas abaixo não
Pronome indefinido: variável. atende às regras de concordância verbal previstas em
Ex.: Meu irmão estudou bastantes matérias. relação à norma culta da língua portuguesa.
Assinale a alternativa que apresenta desvio da
Adjetivo: variável. norma.
Ex.: Havia indícios bastantes sobre o caso.
A palavra “menos”: invariável, por ser um advér- a) És tu quem deve ficar com o livro de contos.
bio. b) Os jurados acreditavam que nem um, nem outro
Ex.: Havia menos mulheres no festival. estava com a razão.
c) Espera-se que 90% dos candidatos ao cargo de
A palavra “meio”: depende da classificação. diretor compareça à reunião.
Advérbio: Aquela menina parece meio abatida. d) Uma parte considerável dos candidatos não
Numeral: Nhonho comeu meia melancia. atendeu às exigências do edital.
e) Uma das coisas que mais o irritam é a falta de
Anexo, incluso e apenso: são termos variáveis e inteligência dos funcionários.
devem concordar com o substantivo. Resposta: C

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(VUNESP) Feitas as adequações necessárias, a re- 4. Diante de alguns pronomes: (pessoais, de trata-
escrita do trecho – O Marco Civil garante a inviolabilida- mento, indefinidos, interrogativos)
de e o sigilo das comunicações. – permanece correta, de A Sua Excelência, dirigimos um comunicado.
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em:
A inviolabilidade e o sigilo das comunicações... 5. Em expressões com palavras repetidas.
Cara a cara, dia a dia, mano a mano.
a) ... mantêm-se garantidos pelo Marco Civil.
b) ... mantém-se garantidos pelo Marco Civil. 6. Diante de topônimos que não admitem o artigo.
c) ... mantêm-se garantido pelo Marco Civil. Agripino viajará a São Paulo.
d) ... mantém-se garantidas pelo Marco Civil. Veja que há uma observação em relação a essa re-
e) ... mantêm-se garantidas pelo Marco Civil. gra!
Resposta: A
7. Diante da palavra “casa” (no sentido de “lar”).
(VUNESP) Assinale a alternativa em que a concor- O menino voltou a casa para falar com a mãe.
dância está de acordo com a norma-¬padrão da língua Veja que há uma observação em relação a essa re-
portuguesa. gra!

a) Os pesquisadores apresentam opiniões diversa 8. Diante da palavra “terra” (no sentido de “solo”).
a respeito da evolução humana. Muito virão a terra após navegar.
b) Apesar das análises estatísticas, o resultado dos

Capítulo 06- Crase


estudos ainda é inconclusivo. Veja que há uma observação em relação a essa re-
c) Os pesquisadores continuam determinado, em gra!
busca de provar suas teorias.
d) Continuam as pesquisa com a finalidade de se 9. Diante de numerais cardinais referentes a subs-
provarem as teorias defendidas. tantivos não determinados pelo artigo.
e) Os meios dos quais cientistas se valem para cor- O presidente iniciou a visita a quatro regiões de-
roborar suas teses é muito variado. vastadas.
Resposta: B
Casos obrigatórios
6. CRASE Deve-se emprega o acento grave: 201
1. Locução adverbial feminina: à vista, à noite, à es-
Crase é o nome do fenômeno linguístico em que se querda, à direta.
pronuncia o som de duas vogais em apenas uma emis-

Língua Portuguesa
são sonora. Na verdade, trata-se de uma união, como o 2. Expressão (masculina ou feminina) com o sen-
próprio nome grego “krásis” O acento grave indicativo de tido de “à moda de”: gol à Pelé, cabelos à Sansão, poema à
crase (`) deve ser empregado em contrações da preposi- Bilac, conto à Machado.
ção “a” com:
3. Locução prepositiva: à vista de, à beira de, à mer-
a) O artigo definido feminino: cê de.
O homem foi à reunião descrita na ata.
4. Locução conjuntiva proporcional: à medida que,
b) Os pronomes “aquele”, “aquela” ou “aquilo”. à proporção que.
Referimo-nos àquele assunto mencionado.
5. Para evitar ambiguidade:
c) O pronome demonstrativo “a”: Ama a mãe a filha.
Tenho uma calça semelhante à que você tem.
6. Diante de “madame”, “senhora” e “senhorita”:
Essa é a parte da teoria, a partir de agora, é possível Enviaremos uma carta à senhorita.
segmentar a matéria em três tipos: casos proibitivos, ca-
sos obrigatórios e casos facultativos. 7. Diante da palavra “distância” (quando estiver
determinada):
Casos proibitivos O acidente se deu à distância de 100 metros.

Não se pode empregar o acento grave: Casos facultativos


1. Diante de palavra masculina:
Ele fazia menção a dissídio trabalhista. Pode-se empregar facultativamente o acento gra-
ve:
2. Diante de palavra com sentido indefinido: 1. Após a preposição “até”:
O homem não assiste a filmes medíocres. Caminharemos até a sala do diretor.
3. Diante de verbos: 2. Diante de pronome possessivo feminino:
Os meninos estavam dispostos a estudar Gramá- Ninguém fará menção a sua citação.
tica.
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3. Diante de substantivo próprio feminino:
Houve uma homenagem a Cecília.
(VUNESP) Assinale a alternativa que completa a
4. Diante da palavra “Dona”. frase a seguir, apresentando o emprego correto do sinal
Enviamos a correspondência a Dona Nádia. indicativo de crase.

Para as partidas no campo de futebol, estabele-


Para memorizar: ceu-se uma nova regra – palavrão é falta – imposta...
1.Diante de pronome, crase passa fome.
2.Diante de masculino, crase é pepino. a) à times dos bairros vizinhos.
3.Diante de ação, crase é marcação. b) à pessoas que frequentam o local.
4.Vou à, volto da = crase há; vou a, volto de = crase pra c) à turma de peladeiros.
quê? d) à todos os moradores.
Capítulo 07- Colocação pronominal

5. “A”no singular + palavra no plural = crase nem a pau. e) à uma comunidade onde há muitas crianças.
6.Com pronome de tratamento = crase é um tormento.
7.Adverbial, feminina e locução = manda crase, meu ir-
mão. Resposta: C
8. A + aquele = crase nele.
9. Palavras repetidas = crases proibidas. 7. COLOCAÇÃO PRONOMINAL
10. Palavra determinada = crase liberada.
11. Se for “à moda de” = crase vai vencer! A colocação pronominal, também pode ser cha-
12. Diante de pronome pessoal = crase faz mal! mada de toponímia ou de tmese e se trata do estudo da
13. Com hora exata = crase é mamata! posição do Pronome Oblíquo Átono em uma sentença.
14. Trocando “a” por “ao” = crase nada mal! Caso você não se lembre dos pronomes oblíquos, segue
15. Trocando “a” por “o” = crase se lascou! a lista:

Essas regras ajudam, contudo não resolvem todo


o problema! Não seja preguiçoso e estude todos os casos
particularmente. Tabela dos Oblíquos

Regra do Boi Te
202 O, a, lhe, se
Anote o procedimento para aplicar a Regra do Boi.
Nos
Língua Portuguesa

Questões Vos,
Gabaritadas
Os, as, lhes, se.
(CESPE) Em “a preços”, estaria correto o emprego
do sinal indicativo de crase.
Resposta: errado. Posições dos pronomes – Casos de colocação
Próclise: pronome antes do verbo.
A participação e o lugar da mulher na história fo- • Não me avisaram sobre o evento.
ram negligenciados pelos historiadores e, por muito tem- Mesóclise: pronome no meio do verbo.
po, elas ficaram à sombra de um mundo dominado pelo • Denunciá-lo-emos às autoridades.
gênero masculino.
Ênclise: pronome após o verbo.
(CESPE) O acento indicativo de crase em “à som- • Vista-se e vamos até o local.
bra” poderia ser omitido sem prejuízo da correção gra-
matical do texto, visto que seu emprego é opcional no Apossínclise: intercalação de palavras entre pro-
contexto em questão. nome e verbo.
Resposta: errado. • A mulher o já não via como marido.
A partir de agora, você precisa memorizar os casos
(IESES) Em qual das alternativas o sinal de crase é de colocação e buscar empregá-los nas questões. Ante-
facultativo? cipando, as regras mais incidentes em concursos são as
de próclise.
a) Dirigi-me à Laura para saber como ela atendia
os contribuintes. Regras de próclise: essas regras são as mais fortes!
b) O sapato tinha detalhes à italiana. 1) Palavras ou expressões negativas:
c) Suas publicações são semelhantes às minhas. - Não lhe devemos explicações.
d) Fiz menção à teoria citada por você.
2) Conjunção subordinativa:
Resposta: A - Necessito de que o alertem a respeito da prova.
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questionarem se o pronome pode ser “deslocado” na sen-
3) Pronome relativo: tença, sem problemas para a construção gramatical. Há
- Os conceitos de que discordo são daquele imbecil. apenas dois casos.
1) Sujeito expresso próximo ao verbo.
4) Pronomes Indefinidos: - Aquela senhorita se refere (-se) ao mendigo.
-Tudo me parecia estranho.
2) Verbo no infinitivo antecedido por “não” ou por
5) Pronomes interrogativos: preposição.
- Que te parece essa situação toda? - Todo sabemos que ao se acostumar(-se) com a
vida, tendemos ao comodismo.
6) Advérbios:
- Nunca o levaria para aquele lugar.

Capítulo 07- Colocação pronominal


7) “Em” + gerúndio: Questões
- Em se desculpando pela ofensa, ele poderá sair.
Gabaritadas
8) Verbo no particípio:
(CESPE) No segmento “isso então nem se fala” (l.8),
- As meninas me haviam questionado sobre a pro-
a posição do pronome “se” justifica-se pela presença de
va.
palavra de sentido negativo.
- As meninas haviam-me questionado sobre a
prova.
( ) Certo ( ) Errado
- As meninas haviam me questionado sobre a pro-
va. Resposta: certo.

9) Sentenças optativas:
- Deus lhe pague! (CESPE) Na oração “ele se destacou entre os cole-
gas” (l.11), é obrigatório o uso do pronome “se” em posição
Regras de mesóclise: essas regras são as mais fra- pré-verbal, devido ao fator atrativo exercido pelo ele-
cas. mento que o antecede.
1) Verbo conjugado no futuro do presente do indica-
tivo: ( ) Certo ( ) Errado
- Notificá-lo-emos em razão de tal injúria.
203
Resposta: errado.
2) Verbo conjugado no futuro do pretérito do indi-

Língua Portuguesa
cativo: (CESPE) O pronome átono ‘se’, em ‘não se trata’, po-
- Informá-la-ia quando retornasse de viagem. deria, opcionalmente, ocorrer após o verbo, escrevendo-
-se não trata-se, sem comprometer a fidelidade do texto
Nota: se houver algum caso de próclise nessas fra- à norma da língua na modalidade escrita formal.
ses acima, a regra de mesóclise há de ceder lugar para a
próclise. Como disse anteriormente, as palavras “atrati- ( ) Certo ( ) Errado
vas” são mais fortes.
Resposta: errado.
Regras de ênclise:
1) Início de sentença: não se inicia sentença com
pronome oblíquo átono. (FUNCAB) Assinale a opção em que o pronome
- Faz-se muito com a dedicação. oblíquo foi corretamente colocado.

2) Verbo no infinitivo impessoal: a) Ninguém avisou-me sobre isso.


- É fundamental esforçar-se para novos rumos. b) Quem contou-te o que aconteceu?
c) A pessoa que ajudou-me era muito simpática.
3) Verbo no gerúndio: d) Quando nos viu, deu uma freada e parou.
- Mariana saiu desculpando-se pela situação. e) Não aproxime-se do alambrado.
Resposta: D
4) Verbo no imperativo afirmativo:
- Tragam-me o livro solicitado!
(FCC) Estão plenamente adequados o emprego e a
5) Verbo no infinitivo + preposição “a” + pronomes colocação dos pronomes na frase:
“o” ou “a”.
O lenhador saiu pela floresta a procurá-la apressa- a) Ao falar sobre viagens de metrô e avião, lhes no-
damente. tou o autor certa semelhança, o que o permitiu estabele-
cer algumas analogias entre as mesmas.
Colocação facultativa b) Ninguém sabe por que ele se vale tanto do celu-
lar, utilizando-lhe mesmo em viagens rápidas de metrô.
Memorize esses casos! É muito comum as bancas c) Olhando as nuvens pela janela do avião, vemo-

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-las passar como se as afugentassem as asas da aerona- Aspiramos ao cargo mais alto.
ve.
d) Uma viagem por dentro de nós - somente reali- Chegar / Ir: são verbos intransitivos
zamo-na quando dispostos a ficar sós conosco mesmos. • Preposição “a” (destino).
e) A razão por que ela não dispõe-se à prática da in- Chegaremos ao local mencionado.
teriorização é o receio de que isso obrigue-lhe a enfren- Irei ao salão horas mais tarde.
tar seus fantasmas. • Preposição “em” (estaticidade).
Resposta: C Cheguei no trem à estação.
Irei no carro de Marina.
8. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL Ir a / para
Capítulo 08- Regência verbal e nominal

Chamar: é VTD e admite as seguintes construções:


• Eu chamei seu nome.
Regência é a parte da Sintaxe que estuda a relação • Eu chamei por seu nome.
entre as palavras e seus possíveis complementos. Pode- • Eu chamei o concorrente de derrotado.
-se dividi-la em duas partes fundamentais: • Eu lhe chamei derrotado.
Regência Verbal: relação entre o verbo e seus pos- Corroborar: é um VTD.
síveis complementos. • A pesquisa corroborou a tese apresentada.
Ex.: O menino assistia ao jogo de seus amigos.
Esquecer / Lembrar
Regência Nominal: relação entre substantivo, ad- • Sem pronome, sem preposição:
jetivo ou advérbio e seus possíveis complementos. • Esqueceram os compromissos.
Exemplos: • Lembraram os compromissos.
Substantivo: não havia acesso aos documentos • Com pronome, com preposição.
naquele estabelecimento. • Esqueceram-se dos compromissos.
Adjetivo: Maria tem orgulho de seus filhos. • Lembraram-se dos compromissos.
Advérbio: O candidato mora longe de sua cidade
natal. Ensinar
• Algo a alguém.
Na realidade, o estudo da regência leva tempo e de- Ensinei Gramática a meus alunos.
204 pende muito da leitura. Ocorre que, em grande parte das • Alguém a “verbo”.
questões, há verbos que são mais incidentes. Esses com- O menino ensinou seu amigo a jogar futebol.
põem os “casos fundamentais de estudo”. Isso é o que fa-
Língua Portuguesa

remos a partir de então. Implicar


• VTD: acarretar.
Principais casos de regência verbal: Cada escolha implica uma renúncia.

Agradar: • VTI (com): rivalizar.


• VTD: acariciar. José implicava com as ideias de seu chefe.
A garota agradava seu animal de estimação.
• VTDI: envolver.
• VTI (a): contentar. Implicamos muito dinheiro na negociação.
O aluno agradou ao professor com seu desempe-
nho. Respire fundo! Não desanime! Siga para alguns
exercícios!
Assistir:
• VTD: ajudar.
O professor assistiu seus alunos.

• VTI (a): ver. Questões


O ministro assistiu à apresentação do evento. Gabaritadas
• VTI (a): pertencer. (FUNDEP) Nos trechos a seguir, os verbos subli-
Assiste ao homem o direito à vida. nhados são transitivos diretos, EXCETO em:
• VI (em): morar. a) Você poderá não ficar rico, mas será feliz. Prova-
Assistiremos em Manaus até o dia da prova. velmente, nada lhe faltará, porque se paga melhor àque-
Aspirar les que fazem o trabalho bem feito do que àqueles que fa-
zem o mínimo necessário.
• VTD: sorver b) Eu respeito muito mais os altruístas que fazem
À tarde, aspirava o perfume das flores. aquilo que tem de ser feito do que os egoístas que só que-
rem “fazer o que gostam”.
• VTI (a): ter em vista, desejar. c) É uma arrogância intelectual que se ensina nas
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universidades brasileiras e um insulto aos sapateiros e O arqueiro visava o alvo vermelho.
aos trabalhadores dizer que eles não ajudam os outros. • VTI (a): objetivar.
d) Se algo vale a pena ser feito na vida, vale a pena Aquele rapaz visava ao cargo de gerente.
ser bem feito. Viva com esse objetivo.
Resposta: D Regência nominal

(IADES) Considerando as diferentes redações para Substantivos Adjetivos Advérbios


a oração “Planaltina conta ainda com diversos pontos tu- Admiração por Acessível a, Longe de
rísticos” (linha 15), nas quais o verbo original foi substi- para

Capítulo 08- Regência verbal e nominal


tuído por outro, apenas uma delas está de acordo com as
regras prescritas pela norma-padrão acerca da regência Aversão a, por Acostumado Perto de
verbal. Com base nessa informação, assinale a alternati- com, a
va correta.
Capacidade de, Ávido por, de
a) Planaltina dispõe ainda com diversos pontos tu- para
rísticos.
b) Planaltina lembrou ainda dos diversos pontos Obediência a Fácil de
turísticos. Ojeriza a, por, de Favorável a
c) Planaltina referiu-se ainda aos diversos pontos
turísticos.
d) Planaltina esqueceu-se ainda os diversos pon-
tos turísticos.
e) Planaltina se simpatiza ainda com diversos pon- Questões
tos turísticos. Gabaritadas
Resposta: C
(FCC) Nos pampas, há uma tendência de que ocorra
Morar / Residir (em): VI o inverso ... (2º parágrafo)
• O local em que moro aparenta ser antigo. A expressão sublinhada acima deverá preencher
• Namorar: VTD corretamente a lacuna que se encontra em:
• Juliana namora seu amigo de infância. 205
a) Havia, entre os especialistas, a preocupação ......
Obedecer / desobedecer: VTI (a) não fosse possível tomar medidas preventivas contra os
desastres naturais naquela região.

Língua Portuguesa
Não se deve desobedecer aos princípios éticos.
b) Estudos mapeiam as perspectivas de um cená-
Pagar: verbo bitransitivo rio climático ...... preocupa os órgãos responsáveis pelo
O menino pagou a conta ao dono da venda. bem-estar da população.
c) Estão sendo destacadas algumas medidas ...... as
Perdoar: verbo bitransitivo autoridades possam trabalhar para evitar maiores danos
Eu perdoarei a dívida aos meus devedores. às vítimas de catástrofes ambientais.
d) Cientistas se debruçam sobre um quadro climá-
Preferir: verbo bitransitivo. (Não é possível refor- tico preocupante, ...... se observam manifestações extre-
çar esse verbo) mas cada vez mais frequentes.
A mulher preferia o livro ao computador. e) Uma preocupação constante, ...... se referem os
ambientalistas, baseia-se no aumento das emissões de
Querer: VTD. gases poluentes na atmosfera.
Quero um bom resultado na prova. Resposta: A
Quando no sentido de desejar bem, usa-se com ob-
jeto direto preposicionado. (FUNCAB) Assinale a alternativa em que a frase
Eu quero bem a meus alunos. segue a norma culta da língua quanto à regência verbal.

Responder: VTI (a): a) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.


Responda às perguntas anteriores. b) Eu esqueci do seu nome.
c) Você assistiu à cena toda?
Simpatizar / Antipatizar: VTI (com) d) Ele chegou na oficina pela manhã.
Eu não simpatizo com essa música. e) Sempre obedeço as leis de trânsito.
Resposta: C
Suceder:
• VTI: substituir. (VUNESP) Considerando o emprego do pronome
Este governo sucedeu ao regime anterior. relativo e a regência verbal, assinale a alternativa cuja
• VI: ocorrer. frase está correta, segundo a norma-padrão da língua
Sucederam eventos terríveis. portuguesa.
• Visar:
• VTD: mirar.
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a) Há gritos nas arquibancadas, que ficam os es- é que, durante a leitura, você tenha a capacidade de per-
pectadores. ceber as preposições que aparecem ali, povoando o en-
b) O narrador era fã de Domingos, cujas “tiradas” torno desses termos. Desse modo, a noção de regência
admirava. fica mais intuitiva para quem está lendo. Veja os exem-
c) Ficaram conhecidas as bicicletas de Leônidas, plos seguintes:
que se refere o narrador.
d) Os espanhóis defendem as touradas, cujas são
uma espécie de retrato psicológico do país. Substantivos Adjetivos Advérbios
e) Para o narrador, o campo de futebol é o lugar o Admiração por Acessível a, Longe de
qual se pode divertir e viver. para
Capítulo 08- Regência verbal e nominal

Resposta: B
Aversão a, por Acostumado Perto de
Continuaremos nosso estudo de regência com os com, a
próximos exemplos. Fique atento!
Morar / Residir (em): VI Capacidade de, Ávido por, de
O local em que moro aparenta ser antigo. para
Obediência a Fácil de
Namorar: VTD
Juliana namora seu amigo de infância. Ojeriza a, por, de Favorável a

Obedecer / desobedecer: VTI (a) Bem, agora é hora de praticar o que aprendeu! For-
Não se deve desobedecer aos princípios éticos. ça, guerreiro!

Pagar: verbo bitransitivo


O menino pagou a conta ao dono da venda. Questões
Perdoar: verbo bitransitivo Gabaritadas
Eu perdoarei a dívida aos meus devedores.
(FCC) Nos pampas, há uma tendência de que ocorra
Preferir: verbo bitransitivo. (Não é possível refor- o inverso ... (2º parágrafo)
A expressão sublinhada acima deverá preencher
206 çar esse verbo) corretamente a lacuna que se encontra em:
A mulher preferia o livro ao computador.

Querer: VTD. a) Havia, entre os especialistas, a preocupação ......


Língua Portuguesa

Quero um bom resultado na prova. não fosse possível tomar medidas preventivas contra os
Quando no sentido de desejar bem, usa-se com ob- desastres naturais naquela região.
jeto direto preposicionado. b) Estudos mapeiam as perspectivas de um cená-
Eu quero bem a meus alunos. rio climático ...... preocupa os órgãos responsáveis pelo
bem-estar da população.
Responder: VTI (a): c) Estão sendo destacadas algumas medidas ...... as
Responda às perguntas anteriores. autoridades possam trabalhar para evitar maiores danos
às vítimas de catástrofes ambientais.
Simpatizar / Antipatizar: VTI (com) d) Cientistas se debruçam sobre um quadro climá-
Eu não simpatizo com essa música. tico preocupante, ...... se observam manifestações extre-
mas cada vez mais frequentes.
Suceder: e) Uma preocupação constante, ...... se referem os
• VTI: substituir. ambientalistas, baseia-se no aumento das emissões de
Este governo sucedeu ao regime anterior. gases poluentes na atmosfera.
• VI: ocorrer. Resposta: A
Sucederam eventos terríveis.
(FUNCAB) Assinale a alternativa em que a frase
Visar: segue a norma culta da língua quanto à regência verbal.
• VTD: mirar.
O arqueiro visava o alvo vermelho. a) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
• VTI (a): objetivar. b) Eu esqueci do seu nome.
Aquele rapaz visava ao cargo de gerente. c) Você assistiu à cena toda?
d) Ele chegou na oficina pela manhã.
e) Sempre obedeço as leis de trânsito.
Regência nominal
Resposta: C
Para a regência nominal, seria necessário – no mí- (VUNESP) Considerando o emprego do pronome
nimo – um dicionário, o que verdadeiramente costuma relativo e a regência verbal, assinale a alternativa cuja
ser publicado. Na verdade, essa tabela abaixo demonstra frase está correta, segundo a norma-padrão da língua
apenas alguns casos de regência nominal. O importante portuguesa.
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a) Há gritos nas arquibancadas, que ficam os es- j) separar algumas orações coordenadas
pectadores. - Júlio usou suas estratégias, mas não venceu o
b) O narrador era fã de Domingos, cujas “tiradas” desafio.
admirava.
c) Ficaram conhecidas as bicicletas de Leônidas, Vírgula + E
que se refere o narrador.
d) Os espanhóis defendem as touradas, cujas são Existem muitos mitos sobre o emprego da vírgula
uma espécie de retrato psicológico do país. com o conectivo “e”. É preciso saber que há casos em que
e) Para o narrador, o campo de futebol é o lugar o a vírgula será bem empregada. Como os posteriores:
qual se pode divertir e viver. 1. Para separar orações coordenadas com sujeitos
Resposta: B distintos:
Minha professora entrou na sala, e os colegas co-
meçaram a rir.
9. PONTUAÇÃO
2) Polissíndeto:
O conteúdo de pontuação é importantíssimo nas Luta, e luta, e luta, e luta, e luta: é um filho da pátria.
provas de concurso público, principalmente porque os
3) Conectivo “e” com o valor semântico de “mas”:

Capítulo 09 - Pontuação
falantes desconhecem a maioria das regras. Para que
seja possível entender esse conteúdo propriamente, é re- Os alunos não estudaram, e passaram na prova.
comendável ter uma boa noção de Sintaxe.
A pontuação é feita por meio de sinais que indicam 4) Para enfatizar o elemento posterior:
as pausas e as melodias da fala. O sinal mais importante A menina lhe deu um fora, e ainda o ofendeu.
e mais cobrado em provas é o da vírgula. Estudemos mais
profundamente. Regra de ouro
Fique atento para a regra fundamental de emprego da
1. Vírgula – indica uma pequena pausa na senten- vírgula. Uma das mais cobradas em concursos.
ça. Não se emprega vírgula entre:
Emprega-se para: Sujeito e verbo.
a) separar termos que possuem mesma função Verbo e objeto (na ordem direta da sentença).
sintática no período: Para facilitar a memorização dos casos de emprego da
- João, Mariano, César e Pedro farão a prova. vírgula, lembre-se de que: 207
- Li Goethe, Nietzsche, Montesquieu, Rousseau e A vírgula é:
Merleau-Ponty. Desloca

Língua Portuguesa
Enumera
b) isolar o vocativo: Explica
- Força, guerreiro! Enfatiza
Isola
c) isolar o aposto explicativo: Separa
- José de Alencar, o autor de Lucíola, foi um roman-
cista brasileiro.
Agora é hora de praticar o que você aprendeu! Va-
d) mobilidade sintática: mos lá!
- Temeroso, Amadeu não ficou no salão.
- Na semana anterior, ele foi convocado a depor.
- Por amar, ele cometeu crimes. Questões
Gabaritadas
e) separar expressões explicativas, conjunções e
conectivos: O respeito às diferentes manifestações culturais é
- isto é, ou seja, por exemplo, além disso, pois, po- fundamental, ainda mais em um país como o Brasil, que
rém, mas, no entanto, assim, etc. apresenta tradições e costumes muito variados em todo
o seu território. Essa diversidade é valorizada e preser-
f) separar os nomes dos locais de datas: vada por ações da Secretaria da Identidade e da Diversi-
- Cascavel, 10 de março de 2012. dade Cultural (SID), criada em 2003 e ligada ao Ministério
da Cultura.
g) isolar orações adjetivas explicativas:
- O Brasil, que busca uma equidade social, ainda (CESPE) A retirada da vírgula após “Brasil” man-
sofre com a desigualdade social. teria a correção gramatical e os sentidos do texto, visto
que, nesse caso, o emprego desse sinal de pontuação é
h) separar termos enumerativos: facultativo.
- O palestrante falou sobre fome, tristeza, desem- ( ) Certo ( ) Errado
prego e depressão. Resposta: Errado.
i) omitir um termo: A primeira concebe a missão institucional das po-
- Pedro estudava pela manhã; Mariana, à tarde.
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lícias em termos bélicos, atribuindo-lhes o papel de com- gula e menor do que um ponto final.
bater os criminosos, que são convertidos em inimigos in-
ternos. A política de segurança é, então, formulada como Usa-se para:
estratégia de guerra, e, na guerra, medidas excepcionais a) separar itens que aparecem enumerados:
se justificam. Instaura-se, adotando-se essa concepção, Uma boa dissertação apresenta:
uma política de segurança de emergência e um direito - coesão;
penal do inimigo. - coerência;
- progressão lógica;
(CESPE) O emprego da vírgula logo após “crimino- - riqueza lexical;
sos” justifica-se por isolar oração de caráter explicativo. - concisão;
( ) Certo ( ) Errado - objetividade; e
Resposta: certo. - aprofundamento.

(ESAF) Assinale a opção que justifica corretamen- b) separar um período que já se encontra dividido
te o emprego de vírgulas no trecho abaixo. por vírgulas:
É neste admirável e desconcertante mundo novo - Queria ter o marido novamente; mudar não que-
que se encontram os desafios da modernidade, a mudan- ria, porém.
ça de paradigmas culturais, a substituição de atividades
Capítulo 09 - Pontuação

profissionais, as transformações em diversas áreas do c) separar partes do texto que se equilibram em


conhecimento e os contrastes cada vez mais acentuados importância:
entre as gerações de seres humanos. - O Capitalismo é a exploração do homem pelo ho-
(Adaptado de Zero Hora (RS), 31/12/2013) mem; o Socialismo é exatamente o contrário.
As vírgulas
Dois-pontos – indicam algum tipo de apresenta-
a) isolam elementos de mesma função sintática
componentes de uma enumeração. ção.
b) separam termos que funcionam como apostos.
c) isolam adjuntos adverbiais deslocados de sua São usados quando:
posição tradicional. a) Discurso direto (ou em citações):
d) separam orações coordenadas assindéticas. Senhor Barriga exclamou:
e) isolam orações intercaladas na oração principal. - Tinha que ser o Chaves!
208
Resposta: A b) Se pretende introduzir uma enumeração:
- Quero apenas duas coisas: que o aluno entenda
Língua Portuguesa

(VUNESP) No período – Meu Deus, me protege, me essa matéria e que ele passe no concurso.
guia, me salva! – (1.º parágrafo), a vírgula que separa a ex-
pressão Meu Deus está empregada com a mesma função c) Introduzir sentença comprobatória à anterior:
que na passagem: Caos e revolta na cidade: cobrança de impostos
abusiva faz o povo se rebelar.
a) Ao sair do escritório, com o negócio fechado,
dona Irene... (2.º parágrafo)
b) ... até orgulhosa de haver cumprido a missão, na Aspas – indicativo de destaque.
cidade. (2.º parágrafo)
c) O marido, na cama, foi despertado pelo puxão São usadas para indicar:
nervoso... (7.º parágrafo) a) Citação literal:
d) Mas você não levou relógio nenhum, filha. (11.º “A mente do homem é como uma távola rasa” –
parágrafo) disse o filósofo.
e) Sujeito assustado, aquele ladrão! (12.º parágrafo)
b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias:
Resposta: D “Peace” foi o que escreveram na faixa.
Ficava “desmorrendo” com aquela feitiçaria.
Após estudar a vírgula, já é possível passar ao “Estou sentido uma treta”.
estudo dos demais sinais principalmente cobrados nas
provas de concurso. c) Indicar o sentido não usual de um termo.
Energia “limpa” custa caro.
Ponto final – pausa total.
d) Indicar título de obra.
a) É usado ao final de frases para indicar uma pau- “Serafim Ponte Grande” é uma obra do Modernis-
sa total: mo Brasileiro.
- Vou desligar o telefone.
b) Em abreviaturas: e) Indicar ironia
- Sr., a. C., Ltda., num., adj., obs. Ele é um grande “pensador” da humanidade.

Ponto-e-vírgula – pausa maior do que uma vír- Reticências (...)

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São usadas para indicar supressão de um trecho, ral” por dois-pontos.
interrupção na fala, ou dar ideia de continuidade ao seg- b) A substituição dos dois-pontos depois de “sim-
mento. bólico” pelo sinal de ponto-e-vírgula.
(...) c) A substituição do sinal de ponto-e-vírgula de-
O amor na humanidade é uma mentira! pois de “nacional” pela conjunção e.
É. E é por isso que na minha lira (...) d) A inserção de uma vírgula depois de “construir”.
- Então, ele entrou na sala e... e) A retirada da vírgula depois de “ponta”.
Oi, galera! Resposta: E
Eu até acho você aceitável, mas...

Parênteses Num país territorialmente gigante, em que a cen-


São usados quando se quer explicar melhor algo sura restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a
que foi dito ou para fazer simples indicações. Internet tende a se tornar a ferramenta de maior integra-
Não posso mais fazer a inscrição (o prazo expirou). ção nacional ao aproximar moradores urbanos e rurais,
que falam dialetos variados, mas que têm apenas um tipo
Travessão de escrita. A China ganha 100 novos internautas por mi-
1 - Indica a fala de um personagem no discurso di- nuto. É o segundo país com mais usuários online no mun-
reto. do - cerca de 162 milhões -, atrás apenas dos Estados Uni-

Capítulo 10 - Ortografia
íntia disse:
C dos da América (EUA), onde há quase 200 milhões.
- Amigo, preciso pedir-lhe algo. Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adapta-
ções).
2 - Isola um comentário no texto (sentença inter-
ferente). (CESPE) Preservam-se a correção gramatical e a
Aquela pessoa – eu já havia falado isso – acabou de coerência textual ao se retirarem os sinais de travessão,
mostrar que tem péssimo caráter. inserindo-se uma vírgula logo após “mundo”.
3 - Isola um aposto na sentença. ( ) Certo ( ) Errado
M inha irmã – a dona da loja – ligou para você.
Resposta: certo.
4 - Reforçar a parte final de um enunciado:
Para passar no concurso você deve estudar muito
– muito mesmo! 10. ORTOGRAFIA 209

É evidente que há muitos casos de pontuação. Es- Definição

Língua Portuguesa
ses que você estudou serão os mais cobrados em sua
prova. Agora é hora de exercitar. A ortografia é a parte da Gramática que estuda a
escrita correta das palavras. O próprio nome da discipli-
na já designa tal função. É oriunda das palavras gregas
Questões ortho que significa “correto” e graphos que significa “es-
crita”.
Gabaritadas O Alfabeto atualmente possui 26 letras (inclusão
de K, W e Y)
Leia o texto a seguir para responder à questão.
Exemplos do emprego dessas letras:
Enquanto o patrimônio tradicional continua sen-
Em abreviaturas e em símbolos de uso internacio-
do responsabilidade dos Estados, a promoção da cultura
nal: Kg – quilograma / w – watt
moderna é cada vez mais tarefa de empresas e órgãos
Em palavras estrangeiras de uso internacional,
privados. Dessa diferença derivam dois estilos de ação
nomes próprios estrangeiros e seus derivados: Kremlin,
culturala). Enquanto os governos pensam sua política em
Kepler, Darwin, Byron, byroniano.
termos de proteção e preservação do patrimônio histó-
rico, as iniciativas inovadoras ficam nas mãos da socie-
dade civil, especialmente daqueles que dispõem de poder Emprego de “e” e “i”
econômico para financiar arriscando. Uns e outros bus-
cam na arte dois tipos de ganho simbólicob): os Estados, Emprega-se a letra “e” em:
legitimidade e consenso ao aparecer como represen- 1. Palavras formadas com o prefixo ante- (que sig-
tantes da história nacionalc); as empresas, obter lucro nifica antes, anterior):
e construird)através da cultura de pontae), renovadora, • Antebraço, antevéspera, antecipar, antedilu-
uma imagem “não interessada” de sua expansão econô- viano etc.
mica.
(Nestor Garcia Canclini, Culturas Híbridas, p. 33, 2. A sílaba final de formas conjugadas dos verbos
com adaptações) terminados em –OAR e –UAR (quando estiverem no sub-
juntivo):
ESAF) Assinale a alteração na pontuação que pro- • Garoe (Garoar)
voca incoerência textual ou erro gramatical no texto. • Continue (continuar)
• Pontue (pontuar)
a) A substituição do ponto final depois de “cultu-
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Retroceder – retrocesso
3. A lgumas palavras, por sua origem: arrepiar, ca- b) A correlação gred – gress:
deado, creolina, desperdiçar, desperdício, destilar, disen- Agredir – agressão, agressivo
teria, empecilho, indígena, irrequieto, mexerico, mimeó- Progredir – progressão, progresso
grafo, orquídea, quase, sequer, seringa, umedecer etc. c) A correlação prim – press:
Imprimir – impressão, impresso
Empregaremos o “i” Oprimir – opressão, opressor
Reprimir – repressão, repressivo
1. Palavras formadas com o prefixo anti- (que sig- d) A correlação meter – miss:
nifica contra): Submeter – submissão
• Antiaéreo, anticristo, antitetânico, anti-infla- Intrometer – intromissão
matório.
Emprego do SC
2. A sílaba final de formas conjugadas dos verbos
terminados em –AIR, -OER e –UIR: Grafaremos com sc palavras que são termos em-
• Sai (sair) prestados do latim:
• Cai(cair) Adolescente, adolescência, consciente, crescer,
• Diminui (diminuir) descer, fascinar, fescenino.
Capítulo 10 - Ortografia

• Mói (moer)
Grafia da letra “s” com som de “z”
3. Os ditongos AI, OI, ÓI, UI:
a) Pai, foi, herói, influi. Escreveremos com “s”:
1 - Terminações –ês, -esa, -isa, que indicam nacio-
4. As seguintes palavras: aborígine, chefiar, crânio, nalidade, título ou origem.
criar, digladiar, displicência, escárnio, implicante, imper- Japonês, japonesa
tinente, impedimento, inigualável, lampião, pátio, peni- Marquês, marquesa
cilina, privilégio, requisito etc. Camponês, camponesa

Obs.: o Novo Acordo Ortográfico explica que, agora, 2 - Após ditongos.


escreve-se com “i” antes de sílaba tônica. Veja alguns Causa, coisa, lousa, Sousa
210 exemplos: acriano (admite-se, por ora, acreano), rosia-
no (de Guimarães Rosa), camoniano, nietzschiano (de 3 - As formas dos verbos pôr e querer e de seus
Nietzsche) etc. compostos.
Língua Portuguesa

Eu pus, nós pusemos, pusésseis etc.


Orientações sobre a grafia do fonema /s/ Eu quis, nós quisemos, quisésseis etc.

Podemos representar o fonema /s/ por: 4 - As terminações –oso e –osa, que indicam qua-
S: ansioso, cansar, diversão, farsa. lidade.
SS: sucesso, assar, carrossel, discussão. Gostoso, garboso, fervorosa, talentosa
C, Ç: cetim, cimento, açoite, açúcar.
SC, SÇ: crescimento, adolescente, ascensão, cons- 5 - O prefixo trans-
ciência, nasço, desça Transe, transação, transamazônico.
X: próximo, auxiliar, auxílio, sintaxe. O s tem som de /z/ quando aparece entre duas vo-
XC, XS: exceção, exceder, exsudar, excepcional. gais.

• Grafaremos com s: 6 - Em diminutivos cujo radical termine em s


a) A correlação nd – ns: Rosa – rosinha
Pretender – pretensão, pretenso, pretensioso. Teresa – Teresinha
Expandir – expansão, expansivo. Lápis – lapisinho
b) A correlação rg – rs: 7 - A correlação d – s
Aspergir – aspersão Aludir – alusão, alusivo
Imergir – imersão Decidir – decisão, decisivo
Submergir– Submersão Defender – defesa, defensivo
c) A correlação rt – rs:
Divertir – diversão 8 - Verbos derivados de palavras cujo radical ter-
Inverter – inversão mina em s
d) O sufixo –ense Análise – analisar
Cascavelense, cearense, maranhense. Presa – apresar
• Grafaremos com ss: Êxtase – extasiar
a) A correlação ced – cess: Português – aportuguesar
Ceder – cessão
Interceder – intercessão 9 - Os substantivo com os sufixos gregos –esse,
isa, -ose
Catequese, diocese, poetisa, virose. (obs.: “catequi-
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zar” com “z”) terminado espaço, tempo e suporte de divulgação. Isso
quer dizer que há características próprias que fazem os
10 - Os nomes próprios textos serem agrupados em tipos, daí a noção de tipo-
Baltasar, Heloísa, Isabel, Isaura, Luísa, Sousa, Te- logia. Há muita discussão acadêmica a respeito de quais
resa. sejam as tipologias e suas características; aqui, no en-
tanto, vamos nos limitar a entender os princípios básicos
11 - As palavras: análise, cortesia, hesitar, reses, de análise dessas estruturas.
vaselina, avisar, defesa, obséquio, revés, vigésimo, be- Primeiramente, é necessário observar o critério de
souro, fusível, pesquisa, tesoura, colisão, heresia, quero- predominância. Isso quer dizer que vamos analisar um
sene, vasilha. texto por aquilo que ele mais apresenta: se apresenta fa-
Esses são apenas alguns poucos casos de orto- tos, se apresenta ações, se apresenta opiniões, cada item
grafia. Essa matéria exige muita dedicação e muita paci- permite classificar as tipologias em:
• Narração: tipo de texto que está centrado nas

Capítulo 11 - Interpretação de textos


ência. Para praticar seus conhecimentos, passemos aos
exercícios. ações de personagens.
• Descrição: tipo de texto que está focado em
apresentar características de algo ou de al-
Questões guém.
Dissertação: tipo de texto que se preocupa em apre-
Gabaritadas sentar conceitos e opiniões sobre determinado fato ou
assunto.
(Instituto AOCP)Assinale a alternativa cuja grafa • Charge: texto que mistura linguagem verbal
da palavra esteja adequada. (escrita) e não verbal (desenhada), a fim de
estabelecer algum tipo de crítica ou opinião a
a) Administrassão. respeito de algo definido no espaço e no tempo.
b) Orssamento. • Texto instrucional: texto que apresenta ins-
c) Conpanheiro. truções sobre como fazer algo. Exemplos são
d) Pesquiza. receitas, manuais ou guias.
e) Ansiedade. Dentre as tipologias mais cobradas, destacam-se:
Resposta: E
Texto narrativo
(FUNCAB)“...ao criar um espaço de DISCUSSÃO...” 211
(§ 7) • Foco nas ações: portanto, preste atenção ao
No trecho acima, o termo em destaque está corre- emprego dos verbos. Usualmente, os verbos

Língua Portuguesa
tamente grafado com SS. Das opções abaixo, aquela em são empregados no pretérito perfeito do indi-
que os três vocábulos também são escritos com SS é: cativo.
• Personagens: são os indivíduos que praticam
a) submi__ão / exce__ão / sece__ão. as ações da narração. Uma dica interessante é
b) posse__ão / compre__ão / obse__ão. atentar para suas características e o compor-
c) intromi__ão / emi__ão / encena__ão. tamento que demonstram.
d) ere__ão / progre__ão / opre__ão. • Espaço: é o local em que as ações ocorrem. Se
e) viola__ão / suce__ão / admi__ão. houver mais de um lugar, chamamos de espa-
ço aberto; se houver ação em apenas um lugar,
Resposta: B chamamos de espaço fechado.
• Tempo: pode ser bem marcado (cronológico);
11. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS não marcado e desregrado (psicológico); ou
não marcado, mas linear (tempo da narrativa).
O conteúdo de interpretação de textos costuma • Ação: o que motiva a narração. Praticamente é
ser muito incidente em provas de concurso. Para cada o papel de cada personagem.
base textual, cerca de 4 ou 5 questões desse assunto são • Narrador: voz que narra as ações. Pode ser
cobradas. Nem sempre o candidato entende o que deve personagem (protagonista ou coadjuvante) ou
responder, ou mesmo o texto que acabou de ler. Isso é o ainda estar fora da estória narrada.
que torna essa parte tão importante: a dificuldade que a
maioria do povo tem para interpretar textos. Texto descritivo:
Fundamentalmente, o problema se centra no há-
bito de leitura, que poucos têm. Como não praticam a Foco nas características: portanto, abundam os
leitura, as pessoas dificilmente reconhecem uma tipolo- adjetivos e os verbos de ligação.
gia textual, uma inferência ou uma analogia. Pensando Descrição objetiva: é realizada sem transparecer
nisso, vamos dividir o conteúdo em partes menores e, de sentimentos, principalmente com adjetivos caracteriza-
modo sucinto, solucionar os problemas de interpretação. dores.
Descrição subjetiva: é realizada transparecendo
Tipologia Textual sentimentos, principalmente com adjetivos qualificado-
res.
Todo texto é concebido para ser veiculado em de-

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Texto dissertativo Dicas de organização de leitura
1. Ler mais de uma vez o texto: para ter certeza do
O texto é dito dissertativo, quando carreia opini- tema e de como o autor trabalha com o assunto.
ões, argumentos, teses e pontos de vista. Há duas orien- 2. Atentar para a relação entre os parágrafos: ana-
tações fundamentais para classifica-lo. lisar se há conexão entre eles e como ela é feita. Se há ex-
Dissertativo-expositivo: é o tipo de texto que não plicação, contradição, exemplificação etc.
busca persuadir o leitor, apenas informar ou explicar 3. Entender o comando da questão: ler com atenção
algo. Esse tipo de texto é muito comum em reportagens o que se pede para responder adequadamente.
ou notícias de jornal. 4. Destacar as palavras de alerta: palavras como
Dissertativo-argumentativo: é o tipo de texto que “sempre”, “nunca”, “exclusivamente”, “somente” podem
levanta uma tese a respeito de algo e tenta convencer mudar toda a circunstância da questão, portanto elas de-
o leitor dessa tese, ou seja, busca a persuasão de quem vem ser destacadas e analisadas.
Capítulo 11 - Interpretação de textos

lê. Para isso, o texto dissertativo argumentativo possui 5. Limitar a interpretação: cuidado para não inter-
uma estratégia argumentativa, que costuma ser alvo dos pretar mais do que o texto permite. Antes de afirmar ou
questionamentos da banca. negar algo, deve-se buscar o texto como base.
6. Buscar o tema central dos textos: é muito comum
Leitura e interpretação de textos que haja questões a respeito do tema do texto. Para cap-
tá-lo de maneira mais objetiva, atente para os primeiros
Muito da interpretação de textos está relacionado parágrafos que estão escritos.
com a capacidade de reconhecer os assuntos do texto e 7. Buscar a ancoragem das inferências: uma infe-
as estratégias de desenvolvimento de uma base textual. rência é uma conclusão sobre algo lido ou visto. Para que
Para que isso seja possível, convém tomar três providên- seja possível inferir algo, deve haver um elemento (ân-
cias: cora) que legitime a interpretação proposta pelo exami-
• Eliminação dos vícios de leitura: para concen- nador.
trar-se melhor na leitura. Agora é hora de pôr a mão na massa e fazer alguns
• Organização: para entender o que se pode ex- exercícios!
trair da leitura.
• Conhecimento da tradição da banca: para op-
tar pelas respostas que seguem o padrão co- Exercícios
mum da banca examinadora. comentados
212
Vícios de leitura
Aprendo porque amo
Língua Portuguesa

• Movimento: consiste em não conseguir estudar, Recordo a Adélia Prado: “Não quero faca nem quei-
ler, escrever etc. sem ficar arrumando algum subterfúgio jo; quero é fome”. Se estou com fome e gosto de queijo, eu
para distrair-se. Comer, beber, ouvir música, ficar no sofá, como queijo... Mas e se eu não gostar de queijo? Procu-
brincar com o cachorro são coisas que devem ser evita- ro outra coisa de que goste: banana, pão com manteiga,
das no momento de estudar. chocolate... Mas as coisas mudam de figura se minha na-
• Apoio: o vício do apoio é péssimo para a leitura, morada for mineira, gostar de queijo e for da opinião que
pois diminui a velocidade e a capacidade de aprofunda- gostar de queijo é uma questão de caráter. Aí, por amor à
mento do leitor. Usar dedo, régua, papel ou qualquer coisa minha namorada, eu trato de aprender a gostar de queijo.
para “escorar” as linhas significa que você está com sé- Lembro-me do filme “Assédio”, de Bernardo Ber-
rios problemas de concentração. tolucci.A história se passa numa cidade do norte da Itália
• Garoto da borboleta: se você possui os vícios ou da Suíça. Um pianista vivia sozinho numa casa imen-
anteriores, certamente é um “garoto da borboleta”. Isso sa que havia recebido como herança. Ele não conseguia
quer dizer que você se distrai por qualquer coisa e que o cuidar da casa sozinho nem tinha dinheiropara pagar
mínimo ruído é suficiente para acabar com o seu fluxo de uma faxineira. Aí ele propôs uma troca: ofereceu moradia
leitura. Já deve ter acontecido: terminou de ler uma pági- para quem se dispusesse a fazer os serviços de limpeza.
na e se perguntou: “que foi mesmo que eu li”. Pois é, você Apresentou-se uma jovem negra, recém-vinda da
só conseguirá se curar se começar a se dedicar para obter África, estudante de medicina. Linda! A jovem fazia me-
o melhor de uma leitura mais aprofundada. dicina ocidental com a cabeça, mas o seu coração esta-
va na música da sua terra, os atabaques, o ritmo, a dan-
Organização leitora ça. Enquanto varria e limpava, sofria ouvindo o pianista
tocando uma música horrível: Bach, Brahms, Debussy...
Aconteceu que o pianista se apaixonou por ela. Mas ela
• Posto: trata-se da informação que se obtém pela não quis saber de namoro. Achou que se tratava de assé-
leitura inicial. dio sexual e despachou o pianista falando sobre o horror
• Pressuposto: trata-se da informação acessada da música que ele tocava.
por meio do que não está escrito. O pobre pianista, humilhado, recolheu-se à sua
• Subentendido: trata-se da conclusão a que se desilusão, mas uma grande transformação aconteceu:
chega ao unir posto e pressuposto. ele começou a frequentar os lugares onde se tocava mú-
Veja o exemplo abaixo: sica africana. Até que aquela música diferente entrou
• Cientistas dizem que pode haver vida extra- no seu corpo e deslizou para os seus dedos. De repente,
terreste em algum lugar do espaço. a jovem de vassoura na mão começou a ouvir uma mú-
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sica diferente, música que mexia com o seu corpo e suas e da poesia — o amor faz a magia de ligar coisas separa-
memórias... E foi assim que se iniciou uma estória de das, até mesmo contraditórias. Pois a gente não guarda e
amor atravessado: ele, por causa do seu amor pela jovem, agrada uma coisa que pertenceu à pessoa amada? Mas a
aprendendo a amar uma música de que nunca gostara, “coisa” não é a pessoa amada! “É sim!”, dizem poesia, psi-
e a jovem, por causa do seu amor pela música africana, canálise e magia: a “coisa” ficou contagiada com a aura
aprendendo a amar o pianista que não amara. Sabedoria da pessoa amada.
da psicanálise: frequentemente, a gente aprende a gostar
de queijo por meio do amor pela namorada que gosta de
queijo... Notícia de Jornal (Fernando Sabino)
Isso me remete a uma inesquecível experiência Leio no jornal a notícia de que um homem morreu
infantil. Eu estava no primeiro ano do grupo A profes- de fome. Um homem de cor branca, 30 anos presumíveis,
sora era a dona Clotilde. Ela fazia o seguinte: sentava-se pobremente vestido, morreu de fome, sem socorros, em

Capítulo 11 - Interpretação de textos


numa cadeira bem no meio da sala, num lugar onde todos pleno centro da cidade, permanecendo deitado na calça-
a viam — acho que fazia de propósito, por maldade —, de- da durante 72 horas, para finalmente morrer de fome.
sabotoava a blusa até o estômago, enfiava a mão dentro Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos
dela e puxava para fora um seiolindo, liso, branco, aquele e comentários, uma ambulância do Pronto Socorro e
mamilo atrevido... E nós, meninos, de boca aberta... Mas uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem
isso durava não mais que cinco segundos, porque ela logo prestar auxílio ao homem, que acabou morrendo de fome.
pegava o nenezinho e o punha para mamar. E lá ficáva-
mos nós, sentindo coisas estranhas que não entendía- (IBFC) No primeiro parágrafo da crônica, há uma
mos: o corpo sabe coisas que a cabeça não sabe. espécie de resumo do fato narrado, que depois, ao longo
Terminada a aula, os meninos faziam fila junto à dos demais, será ampliado, com a revelação de circuns-
dona Clotilde, pedindo para carregar sua pasta. Quem tâncias mais específicas sobre a morte do homem. Sendo
recebia a pasta era um felizardo, invejado. Como diz o assim, em linhas gerais, podemos inferir que, entre o pri-
velho ditado, “quem não tem seio carrega pasta”... Mas meiro parágrafo do texto e os demais, há uma relação que
tem mais: o pai da dona Clotilde era dono de um botequim poderia ser sintetizada como:
onde se vendia um doce chamado “mata-fome”, de que
nunca gostei. Mas eu comprava um mata-fome e ia para a) Hipótese – Confirmação
casa comendo o mata-fome bem devagarzinho... Poeti- b) Fato – Causa
camente, trata-se de uma metonímia: o “mata-fome” era c) Condição – Fato
o seio da dona Clotilde... d) Síntese – Conclusão
Ridendo dicere severum: rindo, dizer as coisas sé- e) Consequência – Conclusão
213
rias... Pois rindo estou dizendo que frequentemente se Resposta: B
aprende uma coisa de que não se gosta por se gostar da

Língua Portuguesa
pessoa que a ensina. E isso porque — lição da psicanálise
e da poesia — o amor faz a magia de ligar coisas separa- A disseminação do vírus H1N1, causador da gri-
das, até mesmo contraditórias.Pois a gente não guarda e pe denominada Influenza A, ocorre, principalmente, por
agrada uma coisa que pertenceu à pessoa amada? Mas a meio das gotículas expelidas na tosse e nos espirros, do
“coisa” não é a pessoa amada! “É sim!”, dizem poesia, psi- contato com as 4 mãos e os objetos manipulados pelos
canálise e magia: a “coisa” ficou contagiada com a aura doentes e do contato com material gastrointestinal. O
da pessoa amada. período de incubação vai de dois a sete dias, mas a maio-
[...] ria dos pacientes pode espalhar o vírus 7 desde o primei-
A dona Clotilde nos dá a lição de pedagogia: quem ro dia de contaminação, antes mesmo do surgimento dos
deseja o seio, mas não pode prová-lo, realiza o seu amor sintomas, e até aproximadamente sete dias após seu de-
poeticamente, por metonímia: carrega a pasta e come saparecimento. Adverte-se, pois, que as precauções com
“mata-fome”... 10 secreções respiratórias são de importância decisiva,
motivo pelo qual são recomendados cuidados especiais
ALVES, R. O desejo de ensinar e a arte de aprender. com a higiene e o isolamento domiciliar ou hospitalar, se-
SãoPaulo: Fundação Educar, 2007. p. 30. gundo a gravidade 13 de cada caso.
(CESGRANRIO) Por meio da leitura integral do tex- (CESPE) Esse texto é predominantemente disser-
to, é possível inferir que o gosto pelo conhecimento tativo.
(A) é inerente a todos os indivíduos. Resposta: certo.
(B) se constitui num processo de afetividade.
(C) tem o desinteresse por consequência. 12. ESTILÍSTICA: FIGURAS DE LINGUAGEM
(D) se vincula ao desejo efêmero de ensinar.
(E) se forma a partir da autonomia do sujeito. A Estilística é o ramo da linguística que estuda a
manipulação da língua, inclusive para seu uso estético.
Resposta: B
Em sentido lato, trabalha com os sentidos possí-
Justificativa:
veis das elocuções.
Ridendo dicere severum: rindo, dizer as coisas sé-
rias... Pois rindo estou dizendo que frequentemente se
Figuras de Linguagem
aprende uma coisa de que não se gosta por se gostar da
pessoa que a ensina. E isso porque — lição da psicanálise
• Recursos para transformar o conteúdo das
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mensagens.
• Alteração do sentido. a) O equilíbrio ou desequilíbrio depende do am-
• Função poética da linguagem. biente familiar.
• Não ficam restritas à Literatura. b) Temos medo de sair às ruas.
c) Nestes dias começamos a ter medo também
1 – Metáfora: trata-se de um tipo de comparação dentro dos shoppings.
subentendida, sem utilizar conjunções comparativas. d) Somos esse novelo de dons.
Capítulo 12 - Estetilística: Figuras de linguagem

Ex.: A corrupção é um câncer. e) As notícias da imprensa nos dão medo em geral.


Ex.: Meu aluno é fera. Resposta: D
Ex.: As lágrimas que verteu foram mágoas pas-
sadas. No verso “Essa dor doeu mais forte”, pode-se per-
ceber a presença de uma figura de linguagem denomina-
2 – Metonímia: trata-se de um tipo de substituição da:
com efeito expressivo. Alguns exemplos de metonímia
são: a) ironia
a) De parte pelo todo: b) pleonasmo
• Todos os olhos da sala me olhavam. c) comparação
b) Continente pelo conteúdo: d) metonímia
• Bebeu duas garrafas de conhaque.
c) Autor pela obra: Resposta: B
• Eu nunca havia lido Tomás Antônio Gonzaga.
d) Efeito pela causa: Ao dizer que os shoppings são “cidades”, o autor do
• Jacira inalou a morte naquela sala. texto faz uso de um tipo de linguagem figurada denomi-
e) Matéria pelo objeto: nada .
• Onde estão as minhas pratas?
f) Marca pelo produto: a) metonímia.
• Eu tive de comprar uma Gilette. b) eufemismo
g) O símbolo pela coisa: c) hipérbole.
• Naquele ano, caiu a coroa espanhola. d) metáfora.
e) catacrese.
3 – Prosopopeia, ou personificação: trata-se da fi- Resposta: D
214 gura que atribui características humanas a seres não
humanos ou características animadas a seres não ani- Em relação às figuras de linguagem, assinale a al-
mados. ternativa que apresenta uma metonímia.
Língua Portuguesa

Exemplos:
O vento vem beijar-me a face. a) Ouço Mozart desde criança.
E a noite grita em minha mente. b) Ele esperou muito tempo por seu doce abraço.
Naquele dia, os crisântemos sorriram para ela. c) Sua boca é um túmulo.
d) A perna da mesa estava quebrada.
4 – Antítese: consiste na tentativa de aproximar e) O ator famoso bateu as botas hoje.
palavras com sentidos contrários. Resposta: A
Ex.: “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, De-
pois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras
morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria.” 13. REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS
(Gregório de Matos) OFICIAIS
Por definição, é possível dizer que redação ofi-
5 – Pleonasmo: é uma repetição que pode ser clas- cial redação oficial é “a maneira pela qual o Poder Público
sificada de duas formas: redige atos normativos e comunicações”. Essa definição
a) Pleonasmo lírico: ajuda a entender que há uma sistematização para os pro-
Ex.: Lutaram a luta dos lutadores. cedimentos de serviço na Administração Pública.
Dentre os documentos que servem de base para entender
b) Pleonasmo vicioso (deve ser evitado): a documentação oficial, podemos destacar os seguintes:
Ex.: subir para cima, descer para baixo, hemorra-
gia de sangue, elo de ligação, goteira no teto etc. Aspectos da Correspondência Oficial

O propósito primeiro de qualquer comunicação


Questões consiste em transmitir uma informação. A depender da
Gabaritadas relação entre as partes comunicadoras, surgem as dis-
tinções entre tipos de comunicação. A comunicação ofi-
A linguagem por meio da qual interagimos no nos- cial difere das demais pelos critérios fundamentais de
so dia a dia pode revestir-se de nuances as mais diversas: formalidade e de rigor na produção dos textos.
pode apresentar-se em sentido literal, figurado, metafó- Há previsão da natureza comunicativa do ex-
rico. A opção em cujo trecho utilizou-se linguagem me- pediente oficial no artigo 37, da CF, o qual ensina que “a
tafórica é
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administração pública direta, indireta ou fundacional, de Para que o tratamento nas comunicações oficiais
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito seja considerado, de fato, como impessoal, necessita-se,
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de dentre outras características:
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e • da ausência de impressões individuais de quem co-
eficiência (...)”. Isso se estende para a comunicação, que munica: o que quer dizer que é vetado ao emissor da

Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais


deve ter como princípios a impessoalidade e a publicida- comunicação introduzir juízos de qualquer natureza
de de seus atos normativos. a respeito daquilo que está comunicando;
Vale mencionar que, apesar de o texto oficial • da impessoalidade de quem recebe a comunicação,
possuir padrões específicos para sua formatação, a buro- com duas possibilidades: ela pode ser dirigida a um
cracia comunicativa deve ser evitada, ou seja, não existe cidadão, sempre concebido como público, ou a outro
uma linguagem da redação oficial, não há um “burocra- órgão público. Nos dois casos, temos um destinatário
tês” para a redação de expediente. concebido de forma homogênea e impessoal. O que
Os elementos da comunicação estão divididos da significa que deve ser evitado qualquer tipo de inti-
seguinte maneira: midade na comunicação;
• do caráter impessoal do próprio assunto tratado: se
o universo temático das comunicações oficiais se
restringe a questões que dizem respeito ao interesse
público, desse modo, não é possível fazer uso da co-
municação oficial para finalidade particular.
Note-se que, se na comunicação houver prono-
Ou seja: mes que indiquem primeira pessoa, não haverá rompi-
• alguém que comunique (emissor); mento da noção de impessoalidade, contanto que o pro-
• algo a ser comunicado (mensagem); pósito da comunicação seja público.
• alguém que receba essa comunicação (receptor). Algumas questões exigem que o candidato ana-
No caso da redação oficial, o comunicador é o lise o tipo de comunicação e a adequação do texto aos
Serviço Público (este ou aquele Ministério, Secretaria, princípios da RCO. Nesse momento, é muito importante
Departamento, Divisão, Serviço, Seção); aquilo que é pensar a respeito do critério de impessoalidade.
comunicado é sempre algum assunto relativo às atri-
buições do órgão que expede a comunicação; o receptor Uso do Padrão Culto da Linguagem
ou destinatário dessa comunicação pode ser o públi-
co, o conjunto dos cidadãos, ou outro órgão público, do
Executivo ou dos outros Poderes da União. O uso do padrão culto da linguagem está rela- 215
cionado essencialmente com a correção gramatical do
Por meio disso, fica evidente também que as
texto. Essencialmente, mas não apenas. Existem outras
comunicações oficiais são necessariamente unifor-

Língua Portuguesa
características que devem ser levadas em consideração
mes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço
nesse tópico:
Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio
Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um • Evitar o uso de uma linguagem restrita a determina-
dos grupos, tais como gírias, regionalismos e jargões
órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou institui-
técnicos.
ções tratados de forma homogênea (o público).
• Evitar coloquialismos.
• A linguagem técnica deve ser empregada apenas
Documentos Norteadores da Comunicação Ofi- em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso
cial indiscriminado.
• Lembrar que não existe “padrão oficial de linguagem”.
• Manual de Redação da Presidência da República. • Usar o estrangeirismo de forma consciente.
• Manual de Redação do Senado Federal. • Usar neologismos com critério.
• Manual de Redação da Câmara dos Deputados. • Observar as regras da gramática formal.
• Empregar um vocabulário comum ao conjunto dos
É necessário levar em consideração a orienta- usuários do idioma.
ção que esses documentos trazem, porque a cobrança • Evitar preciosismos.
nas provas está relacionada às normas que os manuais
veiculam. Clareza
Deve-se retirar o preconceito com que algumas
pessoas tratam esse assunto, pois a matéria é fácil, ape- Consiste, basicamente, no modo com a mensa-
sar de exigir um pouco de memorização. A capacidade de gem é transmitida. Não se concebe um texto oficial obs-
analisar regras fundamentais de escrita será essencial curo ou de difícil entendimento. Para que haja clareza na
para acertar as questões de prova. mensagem, a observação dos itens relativos ao uso do
Vejamos, a partir de agora, quais são os princí- padrão culto da linguagem é imprescindível, bem como
pios da Redação Oficial. a formalidade e a padronização documental, que serão
1. Impessoalidade vistos posteriormente.
A fim de compreender o que é IMPESSOALIDADE Na revisão de um expediente, deve-se ava-
na comunicação oficial, é preciso associar esse conceito liar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu
ao conceito de impessoalidade que se identifica como um destinatário.
dos princípios da Administração Pública.
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Concisão • Juízes;
• Auditores da Justiça Militar.
Consiste em exprimir o máximo de ideias com o mínimo O vocativo a ser empregado em comunicações
de palavras, para, desse modo, agilizar a comunicação dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor,
oficial. Devem ser evitadas redundâncias, explicações seguido do cargo respectivo:
• Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais

desnecessárias e partes que não façam parte da matéria


da comunicação. • Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso
Nacional,
• Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo
Formalidade e Uniformidade Tribunal Federal.
As demais autoridades serão tratadas com o vo-
São dois aspectos muito próximos, uma vez que, ao falar cativo Senhor, seguido do cargo respectivo:
de Administração Pública e redação de documentos que • Senhor Senador,
lhe são relativos, é preciso entender a necessidade de ha- • Senhor Juiz,
ver uma padronização na comunicação oficial. • Senhor Ministro,
Pensando nisso, o Manual de Redação da Presidência da • Senhor Governador,
República estabelece uma formatação especifica para No envelope, o endereçamento das comuni-
cada tipo de correspondência ou documento. Isso quer cações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa
dizer que há um rito específico para cada tipo de docu- Excelência, terá a seguinte forma:
mento, sendo que tal rito envolve desde o formato do do-
cumento até os itens dele constantes. Exemplo 1:
A Sua Excelência o Senhor
Os Vocativos e Pronomes de Tratamento mais Fulano de Tal
Ministro de Estado da Justiça
Utilizados 70064-900 – Brasília. DF
Com o objetivo de respeitar o princípio da for- Exemplo 2:
malidade na redação oficial, o emprego dos pronomes de A Sua Excelência o Senhor
tratamento deve observado. Estabelecido por secular Senador Fulano de Tal
tradição, o emprego dos pronomes de tratamento está Senado Federal
relacionado ao cargo que o indivíduo ocupa. Além dis- 70165-900 – Brasília. DF
216 so, é preciso entender que há um vocativo que deve ser Exemplo 3:
empregado com os pronomes de tratamento em alguns A Sua Excelência o Senhor
expedientes: Fulano de Tal
Língua Portuguesa

Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: Juiz de Direito da 10a Vara Cível
a) Do Poder Executivo: Rua ABC, no 123
• Presidente da República; 01010-000 – São Paulo. SP
• Vice-Presidente da República;
• Ministros de Estado*; Em comunicações oficiais, está abolido o uso do
• Governadores e Vice-Governadores de Estado e do tratamento digníssimo (DD), pois seria redundante, uma
Distrito Federal; vez que “dignidade” é um pressuposto para os cargos em
• Oficiais-Generais das Forças Armadas; questão.
• Embaixadores; Vossa Senhoria é empregado para as demais au-
• Secretários-Executivos de Ministérios e demais toridades e para particulares. O vocativo adequado é:
ocupantes de cargos de natureza especial; • Senhor Fulano de Tal,
• Secretários de Estado dos Governos Estaduais; No envelope, deve constar do endereçamento:
• Prefeitos Municipais. Ao Senhor
Fulano de Tal
* Nos termos do Decreto no 4.118, de 7 de fevereiro de Rua dos Grãos, no 69
2002, art. 28, parágrafo único, são Ministros de Estado, 12345-000 – Cascavel. PR
além dos titulares dos Ministérios: o Chefe da Casa Ci- Como se depreende do exemplo acima, fica dis-
vil da Presidência da República, o Chefe do Gabinete de pensado o emprego do superlativo ilustríssimo para
Segurança Institucional, o Chefe da Secretaria-Geral da as autoridades que recebem o tratamento de Vossa
Presidência da República, o Advogado-Geral da União e o Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do prono-
Chefe da Corregedoria-Geral da União. me de tratamento Senhor.
b) Do Poder Legislativo: Acrescente-se que doutor não é forma de trata-
• Deputados Federais e Senadores; mento, e sim título acadêmico. Apesar de haver tradição
• Ministros do Tribunal de Contas da União; no ramo do Direito, as comunicações oficiais dispensam o
• Deputados Estaduais e Distritais; seu uso.
• Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais; Mencionemos, ainda, a forma Vossa
• Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais. Magnificência, empregada por força da tradição, em
c) Do Poder Judiciário: comunicações dirigidas a reitores de universidade.
• Ministros dos Tribunais Superiores; Corresponde-lhe o vocativo “Magnífico Reitor”.
• Membros de Tribunais; Os pronomes de tratamento para religiosos, de
acordo com a hierarquia eclesiástica, são:
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• Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Nome
Papa. O vocativo correspondente é “Santíssimo Ministro de Estado da Justiça
Padre”.
• Vossa Eminência ou Vossa Eminência Caso não haja espaço na página, recomenda-se
Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais. não deixar a assinatura em página isolada do expedien-

Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais


Corresponde-lhe o vocativo: te. Por isso, é necessário transferir ao menos a última
»» Eminentíssimo Senhor Cardeal; frase anterior ao fecho para a última página.
»» Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor
Cardeal.
• Vossa Excelência Reverendíssima é usado em co- Vossa Excelência Poder Executivo;
municações dirigidas a Arcebispos e Bispos; Poder Legislativo;
• Vossa Reverendíssima ou Vossa Senhoria Poder Judiciário;
Reverendíssima para Monsenhores, Cônegos e su-
periores religiosos; Vossa Senhoria Demais autoridades e
• Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clé- particulares
rigos e demais religiosos;
Vossa Magnificência Reitores de
Concordância dos termos relacionados aos pro- Universidade
nomes de tratamento Vossa Santidade Papa
Vossa Eminência ou
Lembre-se, sempre, de que a concordância ver-
bal na correspondência oficial, independente do vocativo Vossa Eminência Cardeais
adotado, é realizada como se o pronome fosse a palavra Reverendíssima
“você”. Além disso, o a concordância nominal deve ser
Vossa Excelência
feita como gênero da pessoa, não da palavra. Arcebispos e Bispos
Exemplo: Reverendíssima
• Vossa Senhoria está convidado para o evento (Diretor Vossa Reverendíssima Monsenhores,
de Repartição).
• Vossa Excelência está convocada para a reunião ou Vossa Senhoria Cônegos e superiores
(Diretora de Comissão). Revendíssima religiosos
Vossa Reverência Sacerdotes, clérigos e 217
Os Fechos Adequados para Cada Correspondên- demais religiosos
cia

Língua Portuguesa
Resumo para os Fechos:
O fecho das comunicações oficiais possui, além
da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o A dica é a seguinte:
destinatário. São divididos, para sintetizar, em apenas • Se o cara for superior, é preciso ter respeito!
dois fechos simples: • Se o cara for igual ou inferior, você quase não dá
Para autoridades superiores, inclusive o atenção!
Presidente da República:
• Respeitosamente, Normas Gerais para Elaboração para Documen-
Para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia
inferior: tos Oficiais
• Atenciosamente,
Atenção: ficam excluídas dessa fórmula as co- As normas que se seguem foram retiradas do
municações dirigidas a autoridades estrangeiras, que Manual de Redação da Presidência da Republica:
atendem a rito e tradição próprios, devidamente discipli- 1. Utilize as espécies documentais, de acordo com as fi-
nados no Manual de Redação do Ministério das Relações nalidades expostas nas estruturas dos modelos que
Exteriores. serão expostos;
2. Utilize os pronomes de tratamento, os vocativos, os
Identificação do signatário destinatários e os endereçamentos corretamente;
À exceção das comunicações assinadas pelo 3. Utilize a fonte do tipo Times New Roman de corpo:
Presidente da República, todas as demais comunicações • 12 no texto em geral;
oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que • 11 nas citações;
as expede, abaixo do local de sua assinatura. O modelo de • 10 nas notas de rodapé.
identificação é o seguinte: 4. Para símbolos que não existem na fonte Times New
Roman pode-se utilizar as fontes:
(espaço para assinatura) • Symbol;
Nome • Wingdings.
Chefe do Departamento do Exemplo da Assinatura 5. É obrigatório constar, a partir da segunda página, o
número da página;
(espaço para assinatura) 6. Os ofícios, memorandos e seus anexos poderão ser
impressos em ambas as faces do papel. Neste caso,
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as margens esquerda e direita terão as distâncias in- • Ressaltar o sentido de uma palavra quando não ha-
vertidas nas páginas pares (“margem espelho”); bitual, principalmente nos casos de derivação impró-
No caso de Comunicação Interna – como exem- pria – Exemplos: Existem alguns “porquês” a respei-
plo do MEMORANDO -, o destinatário deverá ser identi- to da situação;
ficado pelo cargo, não necessitando do nome de seu ocu- • Evidenciar o valor – irônico ou afetivo de um termo
Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais

pante. Exceto para casos em que existir um mesmo cargo – Exemplos: Esse “probleminha” custou a empresa.
para vários ocupantes, sendo necessário, então, um vo- »» As aspas simples (‘ ’) são utilizadas quando,
cativo composto pelo cargo e pelo nome do destinatário em qualquer uma das circunstâncias men-
em questão. cionadas, surge dentro de uma citação que já
Exemplo: foi introduzida por aspas.
Ao Senhor Assessor Negrito
Juca Duarte
Quando um documento estiver respondendo à
Usado para:
solicitação de outro documento, deve-se fazer referência
à espécie, ao número e à data ao qual se refere. • Transcrição de entrevistas.
O tema ou assunto que motiva a comunicação • Indicação de títulos ou subtítulos.
deve ser introduzido no primeiro parágrafo, seguido do • Ênfase em termos do texto.
detalhamento e conclusão. Se houver mais de uma ideia
contida no texto, deve-se tratar dos diferentes assuntos Maiúsculas
em parágrafos distintos.
A referência ao ano do documento deve ser feita após a Emprega-se letra maiúscula no início de senten-
espécie e número do expediente, seguido de sigla do ór- ças, bem como nos títulos de obras de arte ou de natureza
gão que o expede. técnico-científica. Além desses usos, convencionou-se o
Exemplo: emprego nas seguintes circunstâncias:
Ofício nº 33/2009-DAI/TCE • substantivos que indicam nomes próprios e de so-
brenomes (Pablo Jamilk) de cognomes (Alexandre,
Destaques o Greve); de alcunhas (o Batata); de pseudônimos
Existem maneiras de criar “pontos de aten- (Alberto Caeiro); de nomes dinásticos (os Médici);
ção” dentro do texto. Esses recursos sãos os destaques. • topônimos (Rio Grande do Sul, Itália);
Vejamos os principais: • regiões (Nordeste, Sul);
218 Itálico • nomes de instituições culturais, profissionais e
Por convenção, usa-se o recurso do itálico em de empresa (Fundação Carlos Chagas, Associação
• títulos de livros, Brasileira de Normas Técnicas);
• de periódicos, • nome de divisão e de subdivisão das Forças Armadas
Língua Portuguesa

• de peças, (Exército, Polícia Militar);


• de óperas, • nome de período e de episódio histórico (Idade
• de música, Moderna, Estado Novo);
• de pintura, • nome de festividade ou de comemoração cívica
• de escultura, (Natal, Dia dos Pais);
• nomes de eventos, • designação de nação política organizada, de conjun-
• estrangeirismos citados no corpo do texto. to de poderes ou de unidades da Federação (golpe de
Lembre-se, porém, de que, na grafia de nome de Estado, Estado de São Paulo);
instituição estrangeira, não se pode usar o itálico. • nome de pontos cardeais (Sul, Norte, Leste, Oeste);
Observação: se o texto já estiver todo escrito em • nome de zona geoeconômica e de designações de or-
itálico, a marcação que destaca as palavras e locuções de dem geográfica ou político-administrativa (Agreste,
outros idiomas que não foram adaptadas ao português, Zona da Mata, Triângulo Mineiro);
pode ser feito por meio de um recurso que se chama “re- • nome de logradouros e de endereço (Av. Tancredo
dondo”, ou seja, o contrário do itálico, grafar a palavra Neves, Rua Carlos Gomes);
normalmente sem o recurso em questão. • nome de edifício, de monumento e de estabelecimen-
O itálico é utilizado na grafia de nomes científi- to público (edifício Coimbra, Estádio do Pacaembu,
cos, de animais e vegetais (Exemplos: Canis Familiaris, Aeroporto de Viracopos, Igreja do São Tomé);
Zea Mays). Finalmente, também é possível sua utilização, • nome de imposto e de taxa (Imposto sobre a
desde que sem exageros, na escrita de palavras e/ou de Propriedade de Veículos Automotores);
expressões às quais se queira enfatizar, recurso tal que • nome de corpo celeste, quando designativo astronô-
pode ser substituído pelas aspas. mico (“A Terra gira em torno do Sol”);
• nome de documento ao qual se integra um nome pró-
prio (Lei Áurea, Lei Afonso Arinos).
Aspas •
As duplas (“ ”) são utilizadas para: Minúsculas
• Introduzir citações diretas cujos limites não ultra-
passem três linhas; Além de sempre usada na grafia dos termos que
• Evidenciar neologismos. Por exemplo: “macaquea- designam as estações do ano, os dias da semana e os me-
ção”; “printar”; ses do ano, a letra minúscula (comumente chamada de

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caixa-baixa – Cb), é também usada na grafia de: Ex.:
• cargos e títulos nobiliárquicos (rei, dom); dignitários a)
(comendador, cavaleiro); axiônimos correntes (você, b)
senhor); culturais (reitor, bacharel); profissionais c)
(ministro, médico, general, presidente, diretor); ecle-

Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais


siásticos (papa, pastor, freira); Os itens enumerados também podem aparecer
• gentílicos e de nomes étnicos (alemães, paulistas, em linha: a), b), c).
italianos); Os elementos da enumeração são, usualmente,
• nome de doutrina e de religiões (catolicismo, encerrados com ponto-e-vírgula até o penúltimo item,
protestantismo); pois o último elemento deverá ser finalizado por ponto
• nome de grupo ou de movimento político e religioso final. Caso o trecho anunciativo termine com um ponto
(petistas, evangélicos); final, os itens que o sucedem serão grafados com a inicial
• na palavra governo (governo Lula, governo de Minas maiúscula, bem como serão finalizados com ponto final.
Gerais);
• nos termos designativos de instituições, quando es- Grafia de Numerais
ses não estão integrados no nome delas – Exemplos:
O Conselho Nacional de Segurança tem por objetivo
A orientação geral para a grafia de numerais é a
(…), porém, esse conselho não abdica de...
de que sejam escritos com algarismos arábicos. Porém,
• nome de acidente geográfico que não seja parte inte- em algumas situações especiais é regra grafá-los, no
grante do nome próprio: rio Amazonas, serra do Mar,
texto, por extenso. Eis algumas dessas situações:
cabo Norte (mas, Cabo Frio, Rio de Janeiro, Serra do
Salitre);
• De zero a nove: três quadras, quatro mil;
• prefixo, Exemplos: ex-Ministro da Saúde, ex-Presi- • Dezenas redondas: trinta pessoas, sessenta milhões;
dente do Senado; • Centenas redondas: quatrocentos mil, oitocentos tri-
lhões, duzentas mulheres.
• nome de derivado: hegeliano, kantiano; • Em todos os casos, porém, só se usam palavras quan-
• pontos cardeais, quando indicam direção ou limite: o do não há nada nas ordens ou nas classes inferiores
norte de São Paulo, o sul do Paraná.
(Exemplos: 10 mil, mas 10.200 e não 10 mil e duzentos).
• Acima do milhar, no entanto, dois recursos são
Siglas e Acrônimos possíveis:
• Aproximação de número fracionário, como em 33,8
Sigla é a representação de um nome por meio de milhões; 219
suas letras iniciais – Exemplos: IPVA, CEP, INSS. Apesar • Desdobramento dos dois primeiros termos, como em
de obedecer às mesmas regras dispostas para as siglas, 33 milhões e 789 mil.

Língua Portuguesa
os acrônimos são distintos em sua formação, ou seja, Os ordinais são grafados por extenso de primeiro
são palavras constituídas pelas primeiras letras ou sí- a décimo, os demais devem ser representados de forma
labas de outras palavras – Exemplo: Telebras, Petrobras, numérica, com algarismos: quarto, sexto, mas 18º, 27º etc.
Transpetro.
Regras: O Padrão Ofício
• Costuma-se não se colocar ponto nas siglas;
• São grafadas em caixa-alta as siglas compostas ape- No que diz respeito à Redação Oficial, as questões
nas de consoante: FGTS;
de concurso costumam focalizar o conteúdo relativo ao
• São grafadas em caixa-alta as siglas que, apesar de Padrão Ofício. Portanto, é muito importante entender
compostas de consoante e de vogal, são pronuncia-
como ele se estrutura e o que as bancas podem cobrar a
das mediante a acentuação das letras: IPTU, IPVA,
seu respeito. Nesse momento, é importante seguir pre-
DOU;
cisamente o que o Manual de Redação da Presidência da
• São grafados em caixa alta e em caixa-baixa os com- República ensina.
postos de mais de três letras (vogais e consoantes)
Estrutura de correspondência no Padrão Ofício:
que formam palavra, ou seja, os acrônimos: Bacen,
Cohab, Petrobras, Embrapa. a. Tipo e número do expediente, seguido da sigla do
órgão que o expede.
• Siglas e acrônimos devem vir precedidos de res- Exemplos:
pectivo significado e de travessão em sua primei-
ra ocorrência no texto (Exemplos: Diário Oficial da • Mem. 123/2014-MME
União– DOU). • Aviso 123/2013- MPOG
• Of. 123/2012-MF
b. Local e data em que foi assinado, por extenso, com
Enumerações alinhamento à direita.
Tradicionalmente, as enumerações são introdu- Exemplo:
zidas pelo sinal de dois-pontos, seguidas dos elementos Brasília, 19 de outubro de 2014.
enumerados que devem aparecer introduzidos por al- c. Assunto: resumo do teor do documento.
gum tipo de marcador. O mais comum é o marcador feito Exemplos:
com letras minúsculas em ordem alfabética seguidas de • Assunto: Solicitação de fundos.
parênteses. d. Destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem
se dirige a comunicação. No caso do ofício, deve-se
incluir também o endereço.
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e. Texto: nos casos em que não for de mero encami- invoca o destinatário (v. 2.1 Pronomes de Tratamento), se-
nhamento de documentos, o expediente deve conter guido de vírgula.
a seguinte estrutura: Exemplos:
• Introdução, que se confunde com o parágrafo de Excelentíssimo Senhor Presidente da República
abertura, na qual é apresentado o assunto que mo- Senhora Ministra
Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais

tiva a comunicação. Lembre-se de que o texto deve Senhor Chefe de Gabinete


primar por concisão, clareza e objetividade, portanto, Devem constar do cabeçalho ou do rodapé do ofí-
não e aceitável que se incluam itens redundantes ou cio as seguintes informações do remetente:
retóricos nesse texto. – nome do órgão ou setor;
• Desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se – endereço postal;
o texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, – telefone e endereço de correio eletrônico.
elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o
que confere maior clareza à exposição; Aviso
• Conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente re-
apresentada a posição recomendada sobre o assunto.
Os avisos são atos que competem aos Ministros
Os parágrafos do texto devem ser numerados,
de Estado que dizem respeito a assuntos relativos aos
exceto nos casos em que estes estejam organizados em
seus ministérios. Os avisos são expedidos exclusiva-
itens ou títulos e subtítulos.
mente por Ministros de Estado, Secretário-Geral da
Quando se tratar de um encaminhamento de do-
Presidência da República, Consultor-Geral da República,
cumentos a estrutura é a seguinte:
• Introdução: deve iniciar com referência ao expedien- Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Chefe do
te que solicitou o encaminhamento. Se a remessa Gabinete Militar da Presidência da República e pelos
do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar Secretários da Presidência da República, para autorida-
com a informação do motivo da comunicação, que é des de mesma hierarquia. Note-se o ensinamento sobre
encaminhar, indicando a seguir os dados comple- avisos do MRPR: o aviso é expedido exclusivamente por
tos do documento encaminhado (tipo, data, origem Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierar-
ou signatário, e assunto de que trata), e a razão pela quia. Usualmente, as bancas costumam mudar uma pa-
qual está sendo encaminhado, segundo a seguinte lavra nessa sentença: trocar “aviso” por “ofício”.
fórmula:
“Em resposta ao Aviso nº 50, de 2 de fevereiro de MODELO DE AVISO
2014, encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 77, de 3 de mar- BASEADO NO MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA
220 ço de 2013, do Departamento Geral de Infraestrutura, que DA REPÚBLICA
trata da requisição do servidor Fulano de Tal.”
ou
Língua Portuguesa

“Encaminho, para análise e pronunciamento, a


anexa cópia do telegrama no 13, de 1o de fevereiro de 2005,
do Presidente da Confederação Nacional de Agricultura,
a respeito de projeto de modernização de técnicas agrí-
colas na região Nordeste.”
• Desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar
fazer algum comentário a respeito do documento que
encaminha, poderá acrescentar parágrafos de de-
senvolvimento; em caso contrário, não há parágra-
fos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero
encaminhamento.
f. Fecho: respeitosamente (para autoridades de hie-
rarquia superior) ou atenciosamente (para autorida-
des de hierarquia igual ou inferior) (dependendo do
destinatário);
g. Assinatura do autor da comunicação;
h. Identificação do signatário.
Os expedientes que se assemelham pela estru-
tura de diagramação (o padrão ofício) são o aviso, o ofício
e o memorando – ressalvadas as suas particularidades.

Documentos Ofício
Os documentos a seguir devem ser estudados, É o tipo mais comum de comunicação oficial. Uma
memorizados e vividos, para não perder questão alguma vez que se trata de um documento da correspondência
nas provas. oficial, só pode ser expedido por órgão público, em objeto
Vejamos a orientação do MRPR sobre AVISO e de serviço. O destinatário do ofício, além de outro órgão
OFÍCIO: público, também pode ser um particular. O conteúdo do
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o mo- ofício costuma ser matéria administrativa. Lembre-se
delo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que
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de que o ofício é documento eminentemente externo.

Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais


Requerimento

O requerimento é um tipo de pedido, em que o


signatário pede algo que pense ser justou legal. Qualquer
221
indivíduo que tenha interesse no serviço público pode se
valer de um requerimento, que será dirigido a uma auto-

Língua Portuguesa
ridade competente para tomar conhecimento, analisar e
solucionar o caso, podendo ser escrito ou datilografado
(digitado).
• Estrutura:
Apesar de não haver muita normatização a res-
peito do requerimento (ele não está no MRPR), é possível
distinguir alguns elementos fundamentais. Os elemen-
tos constitutivos do requerimento são:
a. Vocativo: indica a autoridade a quem se dirige a co-
municação. Alinhado à esquerda, sem parágrafo,
identificando a autoridade e não a pessoa em si;
b. Texto: O nome do requerente em maiúsculas, sua
Memorando qualificação (nacionalidade, estado civil, idade, resi-
dência, profissão etc.), o objeto do requerimento com
a indicação dos respectivos fundamentos legais e
É uma modalidade de comunicação eminente- finalidade do que se requer. Quando o requerimento
mente interna, que ocorre entre unidades administrati- é dirigido à autoridade do órgão em que o requeren-
vas de um mesmo órgão, as quais podem estar hierarqui- te exerce suas atividades, basta, por exemplo, citar
camente em mesmo nível ou em níveis diferentes. O uso nome, cargo, lotação, número de matrícula ou regis-
corrente do memorando deve-se a sua simplicidade e a tro funcional. Deve primar pela concisão;
sua rapidez, isso quer dizer que é uma comunicação cé- c. Fecho: há fórmulas específicas para o fecho do re-
lere. Ultimamente, o memorando vem sendo substituído querimento. Algumas delas são:
pelo correio eletrônico.
Quanto à forma, o memorando segue o modelo do
• Pede e aguarda de ferimento - P. e A. D.
padrão ofício, todavia com uma distinção: o destinatário
• Termos em que pede deferimento
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Veja um mo-
• Espera deferimento - E. D.
delo de Memorando.
• Aguarda deferimento - A. D.
d. Local e data;
e. Assinatura.

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4. A ata deve apresentar um registro fiel dos fatos ocor-
ridos em uma sessão. Em razão disso, sua linguagem
MODELO DE REQUERIMENTO deve primar pela clareza, precisão e concisão.
Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais

Parecer

O parecer é o pronunciamento fundamentado,


com caráter opinativo, de autoria de comissão ou de re-
lator designado em Plenário, sobre matéria sujeita a seu
exame. É constituído das seguintes partes:
a. Designação: número do processo respectivo, no alto,
no centro do papel (Processo nº). Esse item não está
presente em todos os pareceres, necessariamente.
b. Título: denominação do ato, seguido de número de
ordem (Parecer nº).
c. Ementa: resumo do assunto do parecer. Deve ser
concisa, escrita a dois espaços do título.
d. Texto: que consta de:
• introdução (histórico);
• esclarecimentos (análise do fato);
• conclusão do assunto, clara e objetiva.
e. Fecho: que compreende:
• local e/ou denominação do órgão (sigla);
• data;
• assinatura (nome e cargo de quem emite o parecer).
MODELO DE PARECER

222
Língua Portuguesa

Ata

A ata é o documento que possui como finalidade


o registro de ocorrências, resoluções e decisões de as-
sembleias, reuniões ou sessões realizadas por comissões
conselhos, congregações corporações ou outras entida-
des.
• Estrutura da ata:
a. Dia, mês, ano e hora (por extenso).
b. Local da reunião.
c. Pessoas presentes, devidamente qualificadas.
d. Presidente e secretário dos trabalhos.
e. Ordem do dia (discussões, votações, deliberações
etc).
f. Fecho.
Observações:
1. Não há disposição geral quanto à quantidade de pes-
soas que deve assinar a ata, no entanto, em algumas
circunstâncias ela é apenas assinada pelos membros
que presidiram a sessão (presidente e secretário). O
mais comum é que todos os participantes da sessão
assinem o documento.
2. A ata é documento de valor jurídico. Por isso, deve ser
redigida de modo que não sejam possíveis alterações
posteriores à assinatura. Os erros são ressalvados,
no texto, com a expressão “digo” e, após a redação
com a expressão “em tempo”. Atestado
3. Não há parágrafos ou alíneas em uma ata. Deve-se
redigir tudo em apenas um parágrafo, evitando os Atestado é o documento mediante o qual a auto-
espaços em branco. ridade comprova um fato ou uma situação de que tenha
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conhecimento em razão do cargo que ocupa ou da função CONSTANTES DESTE CARTÓRIO, NÃO LOGREI EN-
que exerce. CONTRAR AÇÃO MOVIDA CONTRA FULANO DE TAL,
• Generalidades: RG 954458234, NO PERÍODO DE 01/2000 ATÉ A PRE-
O atestado é simplesmente uma comprovação SENTE DATA.
d.

Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais


de fatos ou situações comuns, possíveis de modificações Data de sua expedição: EM 16/05/2014.
frequentes. Tratando se de fatos ou situações permanen- e. Assinatura: O ESCRIVÃO:
tes e que constam nos arquivos da Administração, o do-
cumento apropriado para comprovar sua existência é a Apostila
certidão. O atestado é mera declaração a repeito de algo,
ao passo que a certidão é uma transcrição.
Apostila é o aditamento (acréscimo de infor-
• Partes do atestado: mações) a um ato administrativo anterior, para fins de
a. Título ou epígrafe:denominação do ato (atestado), retificação ou atualização. A apostila tem por objeto a
centralizada na página.
correção de dados constantes em atos administrativos
b. Texto: exposição do objeto da atestação. Pode se de- anteriores ou o registro de alterações na vida funcional
clarar, embora não seja obrigatório, a pedido de quem
de um servidor, tais como promoções, lotação em outro
e com que finalidade o documento é emitido.
setor, majoração de vencimentos, aposentadoria, rever-
c. Local e data: cidade, dia, mês e ano da emissão do ato, são à atividade etc.
podendo se, também, citar, preferentemente sob for-
Normalmente, a apostila é feita no verso do documento a
ma de sigla, o nome do órgão onde a autoridade sig-
que se refere. Pode, no entanto, caso não haja mais espa-
natária do atestado exerce suas funções.
d. Assinatura: nome e cargo ou função da autoridade ço para o registro de novas alterações, ser feita em folha
que atesta. separada (com timbre oficial), que se anexará ao docu-
mento principal. É lavrada como um termo e publicada
em órgão oficial.
Partes:
São, usualmente, as seguintes:
a) Título denominação do documento (apostila).
b) Texto desenvolvimento do assunto.
c) Data, às vezes precedida da sigla do órgão.
d) Assinatura nome e cargo ou função da autorida-
de.
APOSTILA 223
O funcionário a quem se refere o presente Ato
passou a ocupar, a partir de 12 de dezembro de 2012, a

Língua Portuguesa
classe de Professor ............. ....... código EC do Qua-
dro único de Pessoal Parte Permanente, da Universida-
de Federal do Paraná, de acordo com a relação nominal
anexa ao Decreto nº XXXXX, de 28 de junho de 1977, pu-
bli¬cado no Diário Oficial de 21 de julho de 1977.
César Petrarca (Diretor de Campus).

Declaração

A declaração deve ser fornecida por pessoa cre-


denciada ou idônea que nele assume a responsabilidade
sobre uma situação ou a ocorrência de um fato. Portanto,
é uma comprovação escrita com caráter de documento.
A declaração pode ser manuscrita em papel al-
maço simples (tamanho ofício) ou digitada/dati-logra-
fada. Quanto ao aspecto formal, divide se nas seguintes
partes:
a. Timbre impresso como cabeçalho, contendo o nome
Certidão do órgão ou empresa. Atualmente a maioria das em-
presas possui um impresso com logotipo. Nas de¬-
clarações particulares usa se papel sem timbre.
Certidão é o ato pelo qual se procede à publicida-
de de algo relativo à atividade Cartorária, a fim de que, so- b. Título deve se colocá lo no centro da folha, em cai-
xa-alta.
bre isso, não haja dúvidas. Possui formato padrão próprio,
termos essenciais que lhe dão suas características. Exige c. Texto deve se iniciá lo a cerca de quatro linhas do tí-
tulo. Dele deve constar:
linguagem formal, objetiva e concisa.
Termos essenciais de uma certidão: • Identificação do emissor. Se houver vários emis-
so¬res, é aconselhável escrever, para facilitar: os
a. Afirmação: CERTIFICO E DOU FÉ QUE, abaixo assinados.
b. Identificação do motivo de sua expedição: A PEDIDO
DA PARTE INTERESSADA, • O verbo atestar ou declarar deve aparecer no pre-
sente do indicativo, terceira pessoa do singular ou do
c. Ato a que se refere: REVENDO OS ASSENTAMENTOS
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plural. da água para consumo
• Finalidade do documento em geral costuma se usar humano e seu padrão de
o termo “para os devidos fins”, mas também pode se potabilidade.
especificar: “para fins de trabalho”, “para fins esco-
lares”, etc. O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das
Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais

• Nome e dados de identificação do interessado. Esse atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo
nome pode vir em caixa alta, para facilitar a visua- único do art. 87 da Constituição, e
lização. Considerando a Lei nº 6.437, de 20 de agosto de
• Citação do fato a ser atestado. 1977, que configura infrações à legislação sanitária fede-
ral e estabelece as sanções respectivas;
d. Local e data deve se escrevê los a cerca de três linhas Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro
do texto. de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção,
e. Assinatura assina se a cerca de três linhas abaixo proteção e recuperação da saúde, a organização e o fun-
do local e data. cionamento dos serviços correspondentes;
Considerando a Lei nº 9.433, de 1º de janeiro de
MODELO DE DECLARAÇÃO 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídri-
cos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recur-
sos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Cons-
tituição e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de
1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de
1989;
Considerando a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005,
que dispõe sobre normas gerais de contratação de con-
sórcios públicos;
Considerando a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de
2007, que estabelece diretrizes nacionais para o sanea-
mento básico, altera as Leis nºs 6.766, de 19 de dezembro
de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho
de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e revoga a Lei nº
6.528, de 11 de maio de 1978;
ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA
224
Telegrama
Língua Portuguesa

Definição e Finalidade
Portaria Com o fito de uniformizar a terminologia e sim-
plificar os procedimentos burocráticos, passa a receber
o título de telegrama toda comunicação oficial expedida
São atos pelos quais as autoridades competentes por meio de telegrafia, telex, etc.
determinam providências de caráter administrativo, dão Por tratar-se de forma de comunicação dispen-
instruções sobre a execução de leis e de serviços, defi- diosa aos cofres públicos e tecnologicamente superada,
nem situações funcionais e aplicam medidas de ordem deve restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas si-
disciplinar. tuações que não seja possível o uso de correio eletrônico
Basicamente, possuem o objetivo de delegar ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, tam-
competências, designar membros de comissões, criar bém em razão de seu custo elevado, esta forma de comu-
grupos-tarefa, aprovar e discriminar despesas, homolo- nicação deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e
gar concursos (inscrições, resultados etc). Clareza).
Partes (estrutura): Forma e Estrutura
a. Numeração (classificação): número do ato e data de Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma
expedição. e a estrutura dos formulários disponíveis nas agências
b. Título: denominação completa (em caracteres mai- dos Correios e em seu sítio na Internet.
úsculos, preferencialmente) da autoridade que ex- Exposição de Motivos
pede o ato. Definição e Finalidade
c. Fundamentação: citação da legislação básica em que Exposição de motivos é o expediente dirigido ao
a autoridade apóia sua decisão, seguida do termo re- Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:
solve. Eventualmente, pode ser substituída por “no a. informá-lo de determinado assunto;
uso de suas atribuições”. b. propor alguma medida; ou
d. Texto: desenvolvimento do assunto. c. submeter a sua consideração projeto de ato norma-
e. Assinatura: nome da autoridade que expede o ato. tivo.
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao
PORTARIA Nº 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011 Presidente da República por um Ministro de Estado.
Dispõe sobre os procedi- Nos casos em que o assunto tratado envolva mais
mentos de controle e de de um Ministério, a exposição de motivos deverá ser as-
vigilância da qualidade sinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa
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razão, chamada de interministerial. b. no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida
Forma e Estrutura ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar o
Formalmente, a exposição de motivos tem a problema, e eventuais alternativas existentes para
apresentação do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O equacioná-lo;
anexo que acompanha a exposição de motivos que pro- c. na conclusão, novamente, qual medida deve ser to-

Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais


ponha alguma medida ou apresente projeto de ato nor- mada, ou qual ato normativo deve ser editado para
mativo, segue o modelo descrito adiante. solucionar o problema.
A exposição de motivos, de acordo com sua fina- Deve, ainda, trazer apenso o formulário de ane-
lidade, apresenta duas formas básicas de estrutura: uma xo à exposição de motivos, devidamente preenchido, de
para aquela que tenha caráter exclusivamente informa- acordo com o seguinte modelo previsto no Anexo II do
tivo e outra para a que proponha alguma medida ou sub- Decreto no 4.176, de 28 de março de 2002.
meta projeto de ato normativo. Anexo à Exposição de Motivos do (indicar nome
No primeiro caso, o da exposição de motivos que do Ministério ou órgão equivalente) no , de de de 200.
simplesmente leva algum assunto ao conhecimento do 1. Síntese do problema ou da situação que reclama pro-
Presidente da República, sua estrutura segue o modelo vidências
antes referido para o padrão ofício.

Exemplo de Exposição de Motivos de caráter informativo


2. Soluções e providências contidas no ato normativo
ou na medida proposta

3. Alternativas existentes às medidas propostas


Mencionar:
• se há outro projeto do Executivo sobre a matéria;
• se há projetos sobre a matéria no Legislativo;
• outras possibilidades de resolução do problema
4. Custos
225
Mencionar:
• se a despesa decorrente da medida está prevista na
lei orçamentária anual; se não, quais as alternati-

Língua Portuguesa
vas para custeá-la;
• se é o caso de solicitar-se abertura de crédito ex-
traordinário, especial ou suplementar;
• valor a ser despendido em moeda corrente;
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido
somente se o ato proposto for medida provisória ou
projeto de lei que deva tramitar em regime de urgên-
cia)
Mencionar:
• se o problema configura calamidade pública;
• por que é indispensável a vigência imediata;
• se se trata de problema cuja causa ou agrava-
mento não tenham sido previstos;
• se se trata de desenvolvimento extraordinário
de situação já prevista.

6. Impacto sobre o meio ambiente (sempre que o ato ou


medida proposta possa vir a tê-lo)

Já a exposição de motivos que submeta à consi-


deração do Presidente da República a sugestão de algu- 7. Alterações propostas
ma medida a ser adotada ou a que lhe apresente projeto
de ato normativo – embora sigam também a estrutura Texto atual Texto proposto
do padrão ofício –, além de outros comentários julga-
dos pertinentes por seu autor, devem, obrigatoriamente,
apontar:
a. na introdução: o problema que está a reclamar a ado-
ção da medida ou do ato normativo proposto;

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8. Síntese do parecer do órgão jurídico Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensa-
• Com base em avaliação do ato normativo ou da me- gens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder
dida proposta à luz das questões levantadas no item Legislativo para informar sobre fato da Administração
10.4.3. Pública; expor o plano de governo por ocasião da abertu-
A falta ou insuficiência das informações presta- ra de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional
Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais

das pode acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos matérias que dependem de deliberação de suas Casas;
Jurídicos da Casa Civil, a devolução do projeto de ato nor- apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comunicações
mativo para que se complete o exame ou se reformule a de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e
proposta. da Nação.
O preenchimento obrigatório do anexo para as Minuta de mensagem pode ser encaminhada pe-
exposições de motivos que proponham a adoção de al- los Ministérios à Presidência da República, a cujas asses-
guma medida ou a edição de ato normativo tem como fi- sorias caberá a redação final.
nalidade: Forma e Estrutura
a. permitir a adequada reflexão sobre o problema que As mensagens contêm:
se busca resolver; a. a indicação do tipo de expediente e de seu número,
b. ensejar mais profunda avaliação das diversas cau- horizontalmente, no início da margem esquerda:
sas do problema e dos efeitos que pode ter a adoção Mensagem nº
da medida ou a edição do ato, em consonância com as b. vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e
questões que devem ser analisadas na elaboração de o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da
proposições normativas no âmbito do Poder Execu- margem esquerda;
tivo (v. 10.4.3.). Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado
c. conferir perfeita transparência aos atos propostos. Federal,
Dessa forma, ao atender às questões que devem c. o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
ser analisadas na elaboração de atos normativos no âm- d. o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto,
bito do Poder Executivo, o texto da exposição de motivos e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a
e seu anexo complementam-se e formam um todo coeso: margem direita.
no anexo, encontramos uma avaliação profunda e direta A mensagem, como os demais atos assinados
de toda a situação que está a reclamar a adoção de certa pelo Presidente da República, não traz identificação de
providência ou a edição de um ato normativo; o problema seu signatário.
a ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, Exemplo de Mensagem
seus efeitos e seus custos; e as alternativas existentes.
226 O texto da exposição de motivos fica, assim, reservado à
demonstração da necessidade da providência proposta:
por que deve ser adotada e como resolverá o problema.
Língua Portuguesa

Nos casos em que o ato proposto for questão de


pessoal (nomeação, promoção, ascensão, transferência,
readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração,
recondução, remoção, exoneração, demissão, dispensa,
disponibilidade, aposentadoria), não é necessário o en-
caminhamento do formulário de anexo à exposição de
motivos.
Ressalte-se que:
»»a síntese do parecer do órgão de assessoramento
jurídico não dispensa o encaminhamento do pare-
cer completo;
»»o tamanho dos campos do anexo à exposição de
motivos pode ser alterado de acordo com a maior
ou menor extensão dos comentários a serem ali
incluídos.
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha
presente que a atenção aos requisitos básicos da redação
oficial (clareza, concisão, impessoalidade, formalidade,
padronização e uso do padrão culto de linguagem) deve
ser redobrada. A exposição de motivos é a principal mo-
dalidade de comunicação dirigida ao Presidente da Re-
pública pelos Ministros. Além disso, pode, em certos ca-
sos, ser encaminhada cópia ao Congresso Nacional ou ao
Poder Judiciário ou, ainda, ser publicada no Diário Oficial
da União, no todo ou em parte.

Mensagem
Definição e Finalidade
É o instrumento de comunicação oficial entre os
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Fax mensagem de correio eletrônico tenha valor documen-
tal, i. é, para que possa ser aceito como documento origi-
Definição e Finalidade nal, é necessário existir certificação digital que ateste a
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-si- identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais


mile) é uma forma de comunicação que está sendo menos
usada devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado
para a transmissão de mensagens urgentes e para o en- Questões
vio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há Gabaritadas
premência, quando não há condições de envio do docu-
mento por meio eletrônico. Quando necessário o original, Questão 1: CESPE - Ag Adm (SUFRAMA)/SUFRAMA/2014
ele segue posteriormente pela via e na forma de praxe. Assunto: Pronomes de Tratamento (Redação oficial)
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo Mem. 1/CGAPI
com cópia xerox do fax e não com o próprio fax, cujo pa- Em 30 de janeiro de 2014.
pel, em certos modelos, se deteriora rapidamente.
Forma e Estrutura Ao Senhor Coordenador-geral de Projetos Industriais da
Os documentos enviados por fax mantêm a for- SUFRAMA
ma e a estrutura que lhes são inerentes.
É conveniente o envio, juntamente com o docu- Assunto: Sugestão de novas reuniões com a Delegacia da
mento principal, de folha de rosto, i. é., de pequeno formu- Receita Federal do Brasil
lário com os dados de identificação da mensagem a ser
enviada, conforme exemplo a seguir: Comunico que o encontro com os auditores da Delegacia
da Receita Federal do Brasil, ocorrido em 27/1/2014, em
Manaus, cumpriu o objetivo de demonstrar os principais
passos adotados pela SUFRAMA, para a importação de
insumos.

Como é do conhecimento de Vossa Senhoria, eventos


como esse estreitam as relações entre os dois órgãos e
visam, também, à melhoria do atendimento no serviço
público, com benefício direto ao contribuinte. Assim, su-
giro que novas reuniões com esse órgão sejam marcadas, 227
a fim de se fortalecer o controle de entrada de insumos
importados, o que garantirá também maior eficiência no

Língua Portuguesa
atendimento ao público.

Respeitosamente,
Correio Eletrônico
Sicrano
Definição e finalidade Técnico da Coordenação-Geral de Acompanhamento de
O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo Projetos
custo e celeridade, transformou-se na principal forma de Industriais da SUFRAMA
comunicação para transmissão de documentos.
Forma e Estrutura Com base no documento hipotético apresentado acima
Um dos atrativos de comunicação por correio e nos preceitos do Manual de Redação da Presidência da
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa defi- República, julgue o item subsequente.
nir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se
evitar o uso de linguagem incompatível com uma comu- Caso quisesse conferir mais formalidade e polidez ao do-
nicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunica- cumento, o técnico deveria ter utilizado os tratamentos
ções Oficiais). Doutor, Ilustríssimo ou Digníssimo, para se dirigir ao co-
O campo assunto do formulário de correio eletrô- ordenador-geral.
nico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
organização documental tanto do destinatário quanto do Questão 2: CESPE - AnaTA MDIC/MDIC/2014
remetente. Assunto: Pronomes de Tratamento (Redação oficial)
Para os arquivos anexados à mensagem deve Levando em consideração as normas constantes do Ma-
ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A nual de Redação da Presidência da República, julgue o
mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer seguinte item.
informações mínimas sobre seu conteúdo..
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso Em “Vossa Excelência deve estar satisfeita com os resul-
de confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve tados das negociações”, o adjetivo estará corretamente
constar da mensagem pedido de confirmação de recebi- empregado se dirigido a ministro de Estado do sexo mas-
mento. culino, pois o termo “satisfeita” deve concordar com a lo-
Valor documental cução pronominal de tratamento “Vossa Excelência”.
Nos termos da legislação em vigor, para que a
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Questão 3: CESPE - TA (ICMBio)/ICMBio/2014 sam frequentar as oficinas.
Assunto: Pronomes de Tratamento (Redação oficial)
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, 3. Devo mencionar, por fim, que a participação dos fun-
cionários nas oficinas é obrigatória, pois o novo sistema
Comunico a Vossa Excelência o envio das Mensagens SM já entrará em funcionamento no dia 20 de julho do cor-
número 106, de 2013, nas quais informo a promulgação rente ano. Nessa data, todos já deverão conhecê-lo e sa-
Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais

dos Decretos Legislativos n.º 27 e 29, 2012, relativos à ex- ber como operá-lo.
ploração de petróleo no litoral brasileiro.
Atenciosamente,
Brasília, 28 de março de 2013. (espaço para assinatura)
[nome do signatário]
Considerando o documento apresentado acima, julgue o Chefe do Setor de Tecnologia
item a seguir, com base no Manual de Redação da Presi-
dência da República. Com base no disposto no Manual de Redação da Presi-
dência da República, julgue o item que se segue, a respei-
Por ser o receptor do texto o presidente do Senado Fede- to da correspondência oficial hipotética Xxx. 1032/SeTec,
ral, o termo “Vossa Excelência” foi adequadamente em- anteriormente apresentada, na qual o remetente e o des-
pregado. tinatário são funcionários de igual nível hierárquico de
um mesmo órgão da administração pública.
Questão 4: CESPE - APF/PF/2014
Assunto: Pronomes de Tratamento (Redação oficial) Dada a presença, no texto, do pronome de tratamento
Com referência à adequação da linguagem ao tipo de do- “Vossa Senhoria”, estaria adequada a substituição, no
cumento e à adequação do formato do texto ao gênero, segundo parágrafo da correspondência em apreço, da
julgue o seguinte item. forma verbal “libere” por libereis e do trecho “todos os
funcionários do seu setor” por todos os funcionários do
A forma de tratamento “Vossa Excelência” é adequada vosso setor.
para se dirigir a um secretário de segurança pública es-
tadual. Questão 7: CESPE - AnaTA MDIC/MDIC/2014
Assunto: Vocativos (Redação oficial)
Questão 5: CESPE - AA (ANTAQ)/ANTAQ/Ciências Con- Levando em consideração as normas constantes do Ma-
tábeis/2014 nual de Redação da Presidência da República, julgue o
228 Assunto: Pronomes de Tratamento (Redação oficial) seguinte item.
Considerando aspectos estruturais e linguísticos das
correspondências oficiais, julgue o item que se segue, de O texto das comunicações oficiais dirigidas a ministro de
Língua Portuguesa

acordo com o Manual de Redação da Presidência da Re- Estado deve ser precedido pelo vocativo “Senhor Minis-
pública. tro”.

O tratamento Digníssimo deve ser empregado para todas Questão 8: CESPE - Cont (MTE)/MTE/2014
as autoridades do poder público, uma vez que a dignidade Assunto: Vocativos (Redação oficial)
é tida como qualidade inerente aos ocupantes de cargos Com base nos preceitos do Manual de Redação da Presi-
públicos. dência da República, julgue o item a seguir.

Questão 6: CESPE - AJ TRE GO/TRE GO/Administrati- Em comunicações entre chefes de poder, empregam-se
va/2015 o vocativo Excelentíssimo Senhor, seguido do respectivo
Assunto: Pronomes de Tratamento (Redação oficial) cargo, e o fecho Atenciosamente.
Xxx. 1032/SeTec
Questão 9: CESPE - TBN (CEF)/CEF/Administrativa/2014
Goiânia, 15 de janeiro de 2015. Assunto: Vocativos (Redação oficial)
Com base nas normas constantes no Manual de Redação
Ao Senhor Chefe do Setor de Documentação da Presidência da República, julgue o item que se segue.

Assunto: Oficinas de apresentação do novo sistema ope- Em comunicações oficiais endereçadas a senador da Re-
racional pública, deve-se empregar o vocativo Excelentíssimo
Senhor Doutor.
1. Como é sabido, recentemente adquirimos um novo sis-
tema operacional. Como se trata de um sistema muito Questão 10: CESPE - TA (ANATEL)/ANATEL/Administra-
diferente do anterior, informo a Vossa Senhoria que o Se- tivo/2014
tor de Tecnologia (SeTec) oferecerá, entre os dias 26 e 30 Assunto: Vocativos (Redação oficial)
de janeiro deste ano, uma série de oficinas práticas para Em relação às correspondências oficiais, julgue o seguin-
apresentação desse novo sistema aos funcionários. te item.

2. Por essa razão, solicito que, no período acima indicado, O vocativo Prezado colega é adequado para compor um
Vossa Senhoria libere todos os funcionários do seu setor memorando, modalidade de comunicação entre unida-
duas horas antes do fim do expediente para que eles pos- des administrativas de um mesmo órgão, mas não um

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ofício, que se destina à comunicação externa.
Brasília, 28 de março de 2013.
Questão 11: CESPE - AnaTA SUFRAMA/SUFRAMA/Ge-
ral/2014 Considerando o documento apresentado acima, julgue o
Assunto: Fechos item a seguir, com base no Manual de Redação da Presi-
Com base nos preceitos do Manual de Redação da Presi- dência da República.

Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais


dência da República, julgue o item a seguir.
Caso o emissor do documento fosse um senador da Re-
Nos expedientes oficiais destinados ao governador do pública, um possível fecho adequado seria: Renovo meus
estado do Amazonas, devem ser utilizados o pronome de protestos da mais alta estima e consideração.
tratamento Vossa Excelência e o fechoRespeitosamente,
independentemente do nível hierárquico do emissor do Questão 14: CESPE - TBN (CEF)/CEF/Administrativa/2014
documento. Assunto: Fechos
Com base nas normas constantes no Manual de Redação
Questão 12: CESPE - Ag Adm (SUFRAMA)/SUFRA- da Presidência da República, julgue o item que se segue.
MA/2014
Assunto: Fechos Deve-se empregar o fecho Atenciosamente em comuni-
Mem. 1/CGAPI cação oficial enviada a ministro de Estado pelo presiden-
Em 30 de janeiro de 2014. te da República.

Ao Senhor Coordenador-geral de Projetos Industriais da Questão 15: CESPE - Ag Adm (CADE)/CADE/2014


SUFRAMA Assunto: Fechos
À luz do disposto no Manual de Redação da Presidência
Assunto: Sugestão de novas reuniões com a Delegacia da da República a respeito da redação de correspondências
Receita Federal do Brasil oficiais, julgue o item seguinte.

Comunico que o encontro com os auditores da Delegacia Embora não haja uma forma rígida para a estrutura do
da Receita Federal do Brasil, ocorrido em 27/1/2014, em correio eletrônico, deve-se empregar nesse documento
Manaus, cumpriu o objetivo de demonstrar os principais linguagem compatível com as regras da comunicação
passos adotados pela SUFRAMA, para a importação de oficial. Assim, em correio eletrônico destinado a um con-
insumos. selheiro do CADE, por exemplo, é permitido o emprego do
vocativo Prezado Senhor Conselheiro e do fechoCordial-
229
Como é do conhecimento de Vossa Senhoria, eventos mente.
como esse estreitam as relações entre os dois órgãos e

Língua Portuguesa
visam, também, à melhoria do atendimento no serviço Questão 16: CESPE - AnaTA (CADE)/CADE/2014
público, com benefício direto ao contribuinte. Assim, su- Assunto: Fechos
giro que novas reuniões com esse órgão sejam marcadas, Convido Vossa Senhoria a participar de audiência públi-
a fim de se fortalecer o controle de entrada de insumos ca sobre os impactos concorrenciais da importação de
importados, o que garantirá também maior eficiência no pré-forma de garrafas PET (uma peça em forma de tubo
atendimento ao público. que é posteriormente inflada para chegar à embalagem
final de PET), a se realizar em 10 de fevereiro, às 10h, no
Respeitosamente, edifício-sede do CADE. O objetivo da audiência pública é
discutir os aspectos técnicos dessa cadeia para auxiliar a
Sicrano análise deste Conselho.
Técnico da Coordenação-Geral de Acompanhamento de
Projetos O mercado de embalagens PET é afetado pelo Regime de
Industriais da SUFRAMA Origem do MERCOSUL, que garante tratamento tarifário
preferencial às mercadorias vindas dos países partici-
Com base no documento hipotético apresentado acima pantes do bloco. O setor também é influenciado pelo re-
e nos preceitos do Manual de Redação da Presidência da gime aduaneiro especial chamado de drawback, previsto
República, julgue o item subsequente. no Decreto-Lei n.º 37. Esse instrumento prevê incentivos
tributários para a importação de insumos de produtos a
Quando enviar documento de mesma natureza ao técni- serem exportados pelo Brasil.
co, o coordenador-geral deverá empregar o fecho Aten-
ciosamente. Respeitosamente,

Questão 13: CESPE - TA (ICMBio)/ICMBio/2014 (espaço para assinatura)


Assunto: Fechos Fulano de Tal
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, Servidor do CADE

Comunico a Vossa Excelência o envio das Mensagens SM À luz do Manual de Redação da Presidência da República
número 106, de 2013, nas quais informo a promulgação (MRPR), julgue o item a seguir, com base no documento
dos Decretos Legislativos n.º 27 e 29, 2012, relativos à ex- apresentado acima, adaptado da Internet: <www.cade.
ploração de petróleo no litoral brasileiro. gov.br>.

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O fecho “Respeitosamente” indica que o destinatário do 16 17 18 19 20
documento ocupa posição hierárquica superior à do re- Certo Certo Certo Errado Certo
metente da comunicação oficial.
Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais

Questão 17: CESPE - Ag Adm (PF)/PF/2014


Assunto: Fechos
Julgue o item subsequente, a respeito do padrão ofício em
comunicações oficiais, conforme o Manual de Redação da
Presidência da República.

O fecho Respeitosamente não é empregado no aviso; o fe-


cho Atenciosamente é empregado tanto no aviso quanto
no ofício.

Questão 18: CESPE - Adm (PF)/PF/2014


Assunto: Fechos
Senhor Ministro,

Convido Vossa Excelência a participar da sessão de en-


cerramento do Fórum Nacional da Educação Básica, a se
realizar em 18 de maio de 2014, às 20 horas, no auditório
do Ministério da Educação, localizado na Esplanada dos
Ministérios, nesta capital.

Considerando o fragmento de comunicação oficial acima,


julgue o item a seguir, com base no Manual de Redação da
Presidência da República.

Caso o remetente dessa comunicação seja um ministro


de Estado, o fecho adequado será Atenciosamente.
230
Questão 21: CESPE - APF/PF/2014
Assunto: Fechos
Língua Portuguesa

Com referência à adequação da linguagem ao tipo de do-


cumento e à adequação do formato do texto ao gênero,
julgue o seguinte item.

O fecho “Respeitosamente”, por sua formalidade e im-


pessoalidade, pode ser empregado em qualquer tipo de
expediente, independentemente do seu subscritor e do
seu destinatário.

Questão 22: CESPE - TA (ANTAQ)/ANTAQ/2014


Assunto: Fechos
Com base no Manual de Redação da Presidência da Re-
pública, julgue o item a seguir, acerca de aspectos gerais
da redação oficial.

O fecho é um elemento da estrutura das comunicações


oficiais que tem como funções básicas sinalizar o final da
correspondência e saudar aquele a quem ela se destina.

1 2 3 4 5
Errado Errado Certo Certo Errado
6 7 8 9 10
Errado Certo Errado Errado Errado
11 12 13 14 15
Errado Certo Errado Certo Errado

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Raciocínio Lógico 231

Raciocínio Lógico
Autor:
Evaldo Roberto

Curriculum:
Formado em Administração de empresas
(1998) e MBA em gestão de negócios (2000) na
Unoeste.
SUMÁRIO

1. PROPOSIÇÕES................................................................................................................................................................................................................233
2. TEORIA DOS CONJUNTOS....................................................................................................................................................................................... 241
3. PORCENTAGEM.............................................................................................................................................................................................................246

232
Raciocínio Lógico

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1. PROPOSIÇÕES tença aberta passe a ser uma proposição.

Os Quantificadores Lógicos são:


Definições ∀: TODO; para todo; qualquer que seja;
∃: ALGUM; existe; existe pelo menos um;
Proposição é toda sentença declarativa (declara- ∄: NENHUM; não existe.
ção) que pode ser classificada (valoradas) em V (verda-
deiro) ou F (falso). Exemplificando:
“Ele é bombeiro” é uma sentença aberta (não é
As proposições têm alguns elementos que são ca- proposição – você não sabe quem é “Ele” e por isso não
racterísticos dela, como: sujeito definido, verbo e sentido tem como classificar a sentença).
completo – são esses elementos que possibilitam a valo- Agora usando o quantificador:
ração da proposição. Z: “Todos eles são bombeiros”, essa sentença é uma
proposição, pois o sujeito foi definido para “todos eles”
São exemplos de proposições: o que faz ser possível classificar a sentença e, portanto,
A: Rui é empresário. torna-a uma proposição (o simples fato do uso do quan-
p: Tania coordena o curso de português. tificador já garante a transformação da sentença aberta

Capítulo 01 - Proposições
b: Ricardo passou no concurso para agente peni- em proposição).
tenciário
Q: Jane mora em São Paulo.
Exercício
Obs. 1: Não são proposições: Perguntas, Exclama- comentado
ções, Ordens, Frases sem Verbo e as Sentenças Abertas
(aquelas cujo sujeito não esta definido o que impede sua (FJG - RIO – 2013)
classificação), mas as sentenças abertas podem se tornar A alternativa que apresenta uma sentença que, do
proposições. ponto de vista lógico, pode ser considerada uma propo-
Obs. 2: As letras “A”, “p”, “b”, “Q”, e qualquer letra sição é:
do alfabeto maiúscula ou minúscula, servem para re- a) Quantas multas você já levou?
presentar (simbolizar) as proposições (alguns autores b) Meu Deus!
dirão que as letras minúsculas servem para representar c) Vou passar nesse concurso.
proposições simples e as maiúsculas para representar as d) Faça uma boa prova. 233
proposições compostas, mas isso não é regra)
Resolução: a alternativa A é uma pergunta, a alter-
Valores lógicos das proposições

Raciocínio Lógico
nativa B uma exclamação e a alternativa D uma ordem.
Portanto a alternativa correta é a letra C (o sujeito está
Os valores lógicos que uma proposição pode rece- definido – apesar de oculto).
ber são Verdadeiro (V) ou Falso (F), mas apenas um deles,
de acordo com os princípios que veremos adiante., Negação de Proposição
Princípios ou Propriedades Básicas das Proposi- Negar uma proposição consiste em mudar o seu
ções valor, ou seja, ao negar uma proposição verdadeira ela fi-
cará falsa e vice-versa. Além da mudança do valor outra
São três os princípios básicos das proposições, na característica da negação das proposições é a negação da
ordem de importância ou prioridade: ação relacionada ao sujeito.
Princípio da Não-Contradição: uma proposição não
pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo. Para indicar que uma proposição foi negada (e teve
Princípio da Identidade: uma proposição verdadei- seu valor modificado) usa-se os símbolos da negação
ra sempre será verdadeira e uma falsa sempre será falsa. junto das letras que simbolizam as proposições. Os sím-
Princípio do Terceiro Excluído: a uma proposição só bolos mais usados da negação são: “~” ou “¬”. Outros sím-
pode ser dado um dos dois valores lógicos, ou o de verda- bolos menos usuais podem aparecer nas questões como:
deiro ou o de falso, não existindo outra possibilidade. “’” ou “¯” (A’ ou A ̅).

Sentenças Abertas e Quantificadores Lógicos Exemplificando para um melhor entendimento:


M: Gabriel dançou com Maria (se for Verdadeira)
Conforme dito anteriormente as Sentenças Aber- ~M: Gabriel não dançou com Maria (será Falsa)
tas (com sujeito indefinido) não são proposições, mas
podem se tornar, bastando para isso que o sujeito seja w: Tiago está doente (se for Falsa)
definido, o que possibilitará a classificação da, agora, ¬w: Tiago está saudável (saudável = não doente)
proposição. Essa definição do sujeito será feita com o uso (será Verdadeira)
dos Quantificadores Lógicos, que são operadores lógicos
usados exatamente para essa finalidade – quantificar ou Dupla Negação: negar uma proposição que já está
qualificar o sujeito, definindo-o e fazendo com que a sen- negada implica em voltar para a proposição original.

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Tipos de Proposição a) a ↔ b
b) a → b
As proposições podem ser Simples ou Compostas, c) a∨b
mas apenas desses dois tipos. d) a∨b
e) a∧b.
A diferenciação é feita baseada em três caracterís- Resolução: a alternativa correta é a letra B, pois
ticas, presença ou não de Conectivos Lógicos, Divisão da ainda que não tenha aparecido uma parte do conectivo, o
Proposição e Quantidade de Verbos. Em resumo, as pro- “então” por si só já garante que o conectivo utilizado foi o
posições compostas têm conectivos lógicos, podem ser condicional, cujo símbolo está na letra B.
divididas e têm mais de um (1) verbo principal; já as pro-
posições simples não têm conectivos lógicos, não podem Valores Lógicos das Proposições Compostas =
ser divididas e têm apenas um (1) verbo principal. Tabela Verdade
Conectivos lógicos Para atribuir valores as proposições compostas,
dependemos dos valores das proposições simples que
Os conectivos lógicos são operadores lógicos que a compõem e do conectivo utilizado, pois para cada co-
servem para unir proposições simples e formar proposi- nectivo tem-se um valor diferente. Sendo assim a tabela
Capítulo 01 - Proposições

ções compostas. verdade serve para atribuir o valor de uma proposição


São eles: composta quando não sabemos os valores das proposi-
ções simples.
Conectivo Símbolo Nome Sinônimos A primeira coisa a se observar na tabela verdade
E ᴧ Conjunção Mas, Po- é o numero de linhas que ela terá e isso depende do nu-
rem, Nem mero de proposições simples que compõem a proposição
(e não) composta. O numero de linhas da tabela verdade é igual
a 2n, cujo “n” corresponde ao numero de proposições
OU v Disjunção simples. Esse número de linhas tem relação direta com
todas as relações possíveis entre os valores lógicos das
OU, OU v Disjunção proposições simples, por exemplo, com duas proposições
exclusiva simples, tem-se 4 linhas já que as proposições podem ser
234 SE, ENTÃO Condicio- Quando, as duas verdadeiras, uma verdadeira e a outra falsa ou as

nal Como, Pois, duas falsas.
Por que
Raciocínio Lógico

SE, E SO- ↔ Bicondicio- A B


MENTE SE nal V V
V F
Obs.: alguns autores consideram a negação como
um conectivo, mas a principal ideia do operador de nega- F V
ção é a mudança do valor da proposição e não a criação de F F
uma nova proposição.

Exemplos:
S: Carlos passou no concurso da prefeitura (prop. A segunda coisa a ser considerada na tabela é o
simples) preenchimento do seu cabeçalho, que segue as seguin-
t: Isabela ama raciocínio lógico (prop. simples) tes regras:
D: Se o macaco come banana, então os pássaros 1º: as proposições simples e suas negações (se hou-
voam (prop. composta) ver negações)
h: Joao nasceu em Belém ou morou em Recife. 2º: os ( ), [ ] e { }, igual as expressões numéricas
3º: as conjunções e disjunções, na ordem em que
aparecer
Exercício 4º: os condicionais
comentado 5º: os bicondicionais e disjunções exclusivas*
6º: a última coluna da tabela será a coluna de toda
(QUADRIX – 2014) a proposição.
Sejam dadas as proposições a e b:
a: O paciente está com sobrepeso. Agora exemplificando, pela proposição:
b: O paciente precisa fazer dieta.
Assinale a alternativa que contém a tradução, para
a LINGUAGEM SIMBÓLICA, da seguinte proposição:
“O paciente está com sobrepeso, então o paciente
precisa fazer dieta”.
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A B C ~B C↔~B AvB AvBᴧ(C↔~B) A B A→B
V V V F V V V
V V F F V F F
V F V V F V V
V F F V F F V
F V V F
F V F F • Valor lógico da disjunção exclusiva (v) = co-
nectivo “ou, ou”.
F F V V A disjunção exclusiva só é verdadeira se as propo-
sições que a compõem têm valores contrários
F F F V

A B AvB

Capítulo 01 - Proposições
Obs.: os valores das proposições simples você já
pode colocar, mas apenas preste atenção para que te- V V F
nham todas as relações possíveis de valores entre essas V F V
proposições, conforme a exemplificação.
F V V
• Valor lógico da conjunção (ᴧ) = conectivo “e”.
A conjunção só é verdadeira se todas as proposi- F F F
ções que a compõem são verdadeiras.

• Valor lógico do bicondicional (↔) = conectivo


A B AᴧB “se, e somente se”.
O bicondicional só é verdadeiro se as proposições
V V V que a compõem têm valores iguais.
V F F 235
F V F A B A↔B

Raciocínio Lógico
F F F V V V
V F F
• Valor lógico da disjunção (v) = conectivo “ou”.
A disjunção só é falsa se todas as proposições que a F V F
compõem forem falsas.
F F V

A B AvB
V V V Exercício
comentado
V F V
F V V (CESPE – 2013)
Considerando todas as possíveis valorações V ou
F F F F das proposições simples P e Q, a quantidade de valo-
rações V na tabela-verdade da proposição (P∧Q)∨(~Q)→[
P∨(~Q)] é igual a:
• Valor lógico do condicional (→) = conectivo “se,
então”. a) 1
O condicional só é falso se o “antecedente” for ver- b) 2
dadeiro e o “consequente” for falso. ANTECEDENTE (con- c) 3
dição suficiente) = proposição que está entre o “se” e o d) 4
“então” ou antes do símbolo do conectivo; CONSEQUEN- e) 0.
TE (condição necessária) = proposição que está depois do Resposta: desenhando a tabela verdade da propo-
“então” ou do símbolo do conectivo. sição temos:

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existentes e preste atenção às informações nelas conti-
P Q ~Q PᴧQ (P∧Q)∨(~Q) P∨(~Q) (P∧Q)∨(~Q) das.
→[ P∨(~Q)] 1) P ᴧ Q = Q ᴧ P (na conjunção basta trocar as propo-
V V F V V V V sições simples de lugar)
2) P v Q = Q v P (na disjunção basta trocar as propo-
V F V F V V V sições simples de lugar)
3) P→Q = ~Q→~P (no condicional tem que trocar as
F V F F F F V proposições de lugar e nega-las)
F F V F V V V 4) P→Q = ~P v Q (outra equivalência do condicional
consiste em trocar o condicional por uma disjunção, ne-
gar apenas o antecedente e manter o consequente como
está)
Olhando a última coluna da tabela e contando a
Desenhando as tabelas verdades você poderá
quantidade de valores verdadeiros temos a resposta na
confirmar essas informações (também chamadas de re-
alternativa de letra D.
gras por alguns autores).
Obs.: numa prova não precisa desenhar a tabela
Tautologias, Contradições e Contingências verdade para verificar se as proposições são equivalen-
Capítulo 01 - Proposições

tes, basta verificar se as “regras” foram seguidas.


• Tautologia é a proposição composta que é
sempre e/ou toda verdadeira, independente
dos valores lógicos das proposições simples P Q ~P ~Q PᴧQ QᴧP PvQ QvP P→Q ~Q→~P ~PvQ
que a compõem. Um exemplo é a questão que V V F F V V V V V V V
comentada acima.
V F F V F F V V F F F

P Q ~Q PᴧQ (P∧Q)∨(~Q) P∨(~Q) (P∧Q)∨(~Q) F V V F F F V V V V V


→[ P∨(~Q)] F F V V F F F F V V V
V V F V V V V
5) P v Q = Q v P (na disjunção exclusiva basta trocar
V F V F V V V as proposições simples de lugar)
6) P v Q = ~P v ~Q (também na disjunção exclusiva
236 F V F F F F V basta negar as proposições simples)
F F V F V V V 7) P v Q = ~Q v ~P (ainda na disjunção exclusiva tro-
ca-se as proposições de lugar e nega-as)
Raciocínio Lógico

8) P v Q = (P ᴧ ~Q) v (~P ᴧ Q) (por fim na disjunção ex-


clusiva tem-se a prova da exclusividade)
• Contradição é a proposição composta que é
sempre e/ou toda falsa, independente dos va-
lores lógicos das proposições simples que a P Q ~P ~Q PᴧQ QᴧP PvQ QvP P→Q ~Q→~P ~PvQ
compõem. Por exemplo, a proposição (~PvQ) v
V V F F F F F F F F F
(~Q→~P)
V F F V V F V V V V V

P Q ~P ~Q ~PvQ ~Q→~P (~PvQ) v F V V F F V V V V V V


(~Q→~P)
F F V V F F F F F F F
V V F F V V F
V F F V F F F 9)P↔Q = Q↔P (no bicondicional basta trocar as
proposições simples de lugar)
F V V F V V F
10) P↔Q = ~P↔~Q (também no bicondicional basta
F F V V V V F negar as proposições simples)
11) P↔Q = ~Q↔~P (ainda na disjunção exclusiva tro-
ca-se as proposições de lugar e nega-as)
12) P↔Q = (P→Q) ᴧ (Q→P) (por fim no bicondicional
Contingencia é a proposição composta que é não aparece o condicional para os dois lados)
é tautologia nem contradição.

Equivalências Lógicas
Proposições equivalentes são proposições iguais,
e conceitualmente tem-se que as proposições compos-
tas são equivalentes quando são formadas pelas mesmas
proposições simples e suas tabelas verdades são iguais.
Veja agora as principais equivalências logicas

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P Q ~P ~Q P→Q Q→P P↔ Q↔ ~P ↔ ~Q (P→Q) P Q ~Q P→Q ~( Pᴧ ~P ᴧ
Q P ~Q ↔ ᴧ P→Q) ~Q ~Q
~P (Q→P)
V V F V F F F
V V F F V V V V V V V

V F F V F V F F F F F V F V F V V F

F V V F V F F F F F F F V F V F F F
F F V V V V V V V V V F F V V F F V

4) ~ (P v Q) = P ↔ Q
Obs.: as equivalências em que ocorre apenas a tro- 5) ~ (P v Q) = ~P v Q
ca de posições das proposições simples são chamadas 6) ~ (P v Q) = P v ~Q
de reciprocas, já as em que apenas nega as proposições (para negar a disjunção exclusiva basta troca-la
simples são chamadas de contrárias e nas que troca as por um bicondicional, ou negar apenas uma das proposi-
proposições simples de lugar e nega-as são chamadas de ções que a compõem).
contrapositivas.

Capítulo 01 - Proposições
• Negações de proposições compostas: tam- P Q ~P ~Q Pv ~( P v P↔ ~P v Pv
bém são equivalências lógicas, mas na ideia da Q Q) Q Q ~Q
negação – mudança de valor – e tem “regras” V V F F F V V V V
próprias, vejam:
1) ~(P ᴧ Q) = ~P v ~Q (para negar a conjunção – e – V F F V V F F F F
basta trocar pela disjunção – ou – e negar as proposições
que a compõem). F V V F V F F F F
F F V V F V V V V
P Q ~P ~Q PᴧQ ~( ~P v
PᴧQ) ~Q 7) ~ P ↔ Q = (P v Q)
8) ~ (P ↔ Q) = ~P ↔ Q
V V F F V F F 9) ~ (P ↔ Q) = P ↔ ~Q 237
(para negar o bicondicional basta troca-lo por uma
V F F V F V V disjunção exclusiva, ou negar apenas uma das proposi-
ções que a compõem).

Raciocínio Lógico
F V V F F V V
F F V V F V V
P Q ~P ~Q P↔ ~( P Pv ~P P↔
Q ↔ Q) Q ↔Q ~Q
2) ~ (P v Q) = ~P ᴧ ~Q (para negar a disjunção – ou – V V F F V F F F F
basta trocar pela conjunção – e – negar as proposições
que a compõem). V F F V F V V V V
F V V F F V V V V
P Q ~P ~Q PvQ ~( ~P ᴧ
PvQ) ~Q F F V V V F F F F

V V F F V F F
• Propriedades das Conjunções e Disjunções:
V F F V V F F outro tipo de equivalência lógica que vale a
F V V F V F F pena “decorar” as “regras”:
1) Associativa
F F V V F V V (P ᴧ Q) ᴧ R = P ᴧ (Q ᴧ R)
(P v Q) v R = P v (Q v R)
(quando se tem o mesmo conectivo a ordem das
3) ~ (P→Q) = P ^ ~Q (para negar o condicional – se, proposições não faz diferença).
então – troca-o pela conjunção – e – e nega-se apenas o
consequente).
P Q R PᴧQ QᴧR (P ᴧ Q) P ᴧ (Q ᴧ
ᴧR R)
V V F F V F F
V V V V V V V
V V F V F F F

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P Q R PᴧQ QᴧR (P ᴧ Q) P ᴧ (Q ᴧ Exercício
ᴧR R) comentado
V F V F F F F (VUNESP – 2014)
V F F F F F F Considere a afirmação: “Se passei no exame, então
estudei muito e não fiquei nervoso”. Do ponto de vista ló-
F V V F V F F gico, uma afirmação equivalente a essa é:
F V F F F F F a) Se estudei muito, então não fiquei nervoso e
passei no exame.
F F V F F F F
b) Se passei no exame, então não estudei muito e
F F F F F F F fiquei nervoso.
c) Passei no exame porque quem estuda muito só
pode passar.
2) Distributiva d) Se não fiquei nervoso, então passei no exame ou
estudei muito.
e) Se fiquei nervoso ou não estudei muito, então
Capítulo 01 - Proposições

P ᴧ (Q v R) = (P ᴧ Q) v (P ᴧ R)
não passei no exame
Resolução: uma das equivalências do condicional
P Q R Qv P ᴧ (Q (P ᴧ (P ᴧ R) (P ᴧ Q) é com o próprio condicional em que troca-se as proposi-
R v R) Q) v (P ᴧ ções de lugar e nega-as; já a negação da conjunção é uma
R) disjunção além da negação das proposições que a com-
põem. Sendo assim a alternativa que satisfaz essas “re-
V V V V V V V V
gras” é a letra E.
V V F V V V F V
Relação entre os quantificadores lógicos – TODO,
V F V V V F V V
ALGUM e NENHUM – e representação dos princi-
V F F F F F F F pais enunciados
238 F V V V F F F F
As relações entre os quantificadores são tanto de
F V F V F F F F equivalência como de negação, vamos elencar aqui as
principais e que mais são cobradas nas provas.
Raciocínio Lógico

F F V V F F F F
1) Equivalências:
F F F F F F F F “TODO A é B” = “NENHUM A não é B”;
“NENHUM A é B” = “TODO A não é B”
P v (Q ᴧ R) = (P v Q) ᴧ (P v R) “TODO A é B” = “ALGUM B é A”;
“TODO A é B” = “Se A, então B”;
P Q R Qᴧ P v (Q (P v (P v (P v Q)
R ᴧ R) Q) R) ᴧ (P v
R) 2) Negação:
~(TODO A é B) = ALGUM A não é B;
V V V V V V V V ~( NENHUM A é B) = ALGUM A é B.

V V F F V V V V Obs.: por serem equivalentes às todas as relações


são bidirecionais, ou seja, por exemplo: a negação de “AL-
V F V F V V V V GUM A é B” é “NENHUM A é B”.
V F F F V V V V
• Representação do enunciados
F V V V V V V V 1) TODO A é B
F V F F F V F F
F F V F F F V F
F F F F F F F F

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2) ALGUM A é B e ALGUM A não é B São proposições apenas as frases corresponden-
tes aos itens

A) I e IV.
B) II e III.
C) III e IV.
D) I, II e III.
E) I, II e IV.

A respeito de lógica proposicional, julgue os itens


subsequentes.

3) NENHUM A é B 2. A sequência de frases a seguir contém exata-


mente duas proposições.
- A sede do TRT/ES localiza-se no município de Ca-
riacica.
- Por que existem juízes substitutos?

Capítulo 01 - Proposições
- Ele é um advogado talentoso.

3. Nas sentenças abaixo, apenas A e D são propo-


sições.
A: 12 é menor que 6.
B: Para qual time você torce?
C: x + 3 > 10.
Exercício D: Existe vida após a morte.
comentado
4. Entre as frases apresentadas a seguir, identifica-
(VUNESP – 2014) das por letras de A a E, apenas duas são proposições.
Considere a afirmação: “Nem todos os técnicos A: Pedro é marceneiro e Francisco, pedreiro.
gostam de informática e todos os chefes de seção sabem B: Adriana, você vai para o exterior nessas férias?
que isso acontece”. Uma afirmação que corresponde à C: Que jogador fenomenal!
negação lógica da afirmação anterior é: D: Todos os presidentes foram homens honrados.
239
E: Não deixe de resolver a prova com a devida aten-
a) Todos os técnicos gostam de informática e exis- ção.

Raciocínio Lógico
te algum chefe de seção que não sabe que isso acontece.
b) Nenhum técnico gosta de informática e nenhum 5. Com relação às frases a seguir, identificadas por
chefe de seção sabe que isso acontece. letras de A a D, todas são proposições simples e mais de
c) Pelo menos um técnico gosta de informática e uma delas é V.
algum chefe de seção não sabe que isso acontece. A: A Lua é um planeta.
d) Nenhum técnico gosta de informática ou ne- B: O sistema de governo no Brasil é o parlamenta-
nhum chefe de seção sabe que isso acontece. rista.
e) Todos os técnicos gostam de informática ou C: Todo número natural é o quadrado de um núme-
existe algum chefe de seção que não sabe que isso acon- ro real.
tece. D: Os conjuntos dos números pares e dos números
Resolução: a negação da conjunção (E) é uma primos são disjuntos.
disjunção (OU) além da negação das proposições, e a ne-
gação de ALGUM A não é B (nem todos) é TODO A é B e de A respeito de lógica de proposições, julgue os itens
TODO A é B é ALGUM A não é B. Logo a reposta certa esta subsequentes.
na alternativa de letra E.
6. A frase “Pedro e Paulo são analistas do SEBRAE”
Questões de concursos para resolução e fixação é uma proposição simples.
do assunto (TODAS DO CESPE – ANOS DIVER- 7. Toda proposição lógica pode assumir no mínimo
SOS) dois valores lógicos.

1. Acerca de proposições, considere as seguintes 8. A negação da proposição “2 + 5 = 9” é a proposição


frases. “2 + 5 = 7”.
I. Os Fundos Setoriais de Ciência e Tecnologia são
instrumentos de financiamento de projetos. 9. A proposição “Ninguém ensina a ninguém” é um
II. O que é o CT-Amazônia? exemplo de sentença aberta.
III. Preste atenção ao edital!
IV. Se o projeto for de cooperação universidade- A respeito de lógica proposicional, julgue os itens
-empresa, então podem ser pleiteados recursos do fundo subsequentes.
setorial verde amarelo. 10. A proposição “No Brasil, 20% dos acidentes de

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trânsito ocorrem com indivíduos que consumiram bebi- eliminar obstáculos de infraestrutura e as ineficiências
da alcoólica” é uma proposição simples. no trânsito de mercadorias e ampliar a publicação de in-
formações envolvendo exportação e importação, então o
11. A proposição “Quando um indivíduo consome Brasil reduzirá o custo do comércio exterior.
álcool ou tabaco em excesso ao longo da vida, sua proba-
bilidade de infarto do miocárdio aumenta em 40%” pode P2: Se o Brasil reduzir o custo do comércio exterior,
ser corretamente escrita na forma (PvQ)→R, em que P, Q e aumentará o fluxo de trocas bilaterais com outros países.
R sejam proposições convenientemente escolhidas
C: Se o Brasil reduzir o nível de desconfiança nas
12. Se P, Q e R forem proposições simples e se T for instituições públicas, aumentará o fluxo de trocas bilate-
a proposição composta falsa [Pᴧ(¬Q)]→R, então, necessa- rais com outros países.
riamente, P, Q e R serão proposições verdadeiras.
A partir dessas proposições, julgue os itens se-
Julgue os próximos itens, considerando os conec- guintes a respeito de lógica sentencial.
tivos lógicos usuais ¬, ᴧ, v, →, ↔ e que P, Q e R representam 20. Se a proposição C e a proposição “O Brasil au-
proposições lógicas simples. mentou o fluxo de trocas bilaterais com outros países”
13. Sabendo-se que, para a construção da tabela forem verdadeiras, então a proposição “O Brasil reduziu o
Capítulo 01 - Proposições

verdade da proposição (PvQ)↔(QᴧR), a tabela mostrada nível de desconfiança nas instituições públicas” também
abaixo normalmente se faz necessária, é correto afirmar será verdadeira.
que, a partir da tabela mostrada, a coluna corresponden-
te à proposição (PvQ)↔(QᴧR) conterá, de cima para baixo 21. Se a proposição “O Brasil reduziu o custo do co-
e na sequência, os seguintes elementos: V F F F V F F F. mércio exterior” for verdadeira, então a proposição P1
também será verdadeira, independentemente do valor
lógico das demais proposições simples que constituem a
P Q R (PvQ)↔(QᴧR) proposição P1.
V V V
22. A proposição P2 é logicamente equivalente à
V V F proposição “O Brasil não reduz o custo do comércio exte-
rior, ou aumentará o fluxo de trocas bilaterais com outros
V F V países”.
240 V F F 23. A proposição P2 é logicamente equivalente à
F V V proposição “Se o Brasil não aumentar o fluxo de trocas
bilaterais com outros países, não reduzirá o custo do co-
Raciocínio Lógico

F V F mércio exterior”.
F F V 24. Proposições são sentenças que podem ser jul-
gadas somente como verdadeiras ou falsas. A esse res-
F F F
peito, considere que p represente a proposição simples
“É dever do servidor promover o atendimento cordial a
14. A proposição [(¬P)vQ]↔{¬[Pᴧ(¬Q)]} é uma tauto-
clientes internos e externos”, que q represente a propo-
logia.
sição simples “O servidor deverá instruir procedimentos
administrativos de suporte gerencial” e que r represente
15. A proposição [P→(QᴧR)]↔{[(¬P)vQ]ᴧ[(¬P)vR]} é
a proposição simples “É tarefa do servidor propor alter-
uma tautologia.
nativas e promover ações para o alcance dos objetivos
da organização”. Acerca dessas proposições p, q e r e das
Considerando a proposição “Se Paulo não foi ao
regras inerentes ao raciocínio lógico, assinale a opção
banco, ele está sem dinheiro”, julgue os itens seguintes.
correta.
16. Se as proposições “Paulo está sem dinheiro”
e “Paulo foi ao banco” forem falsas, então a proposição
A) ~(p v q v r) é equivalente a ~p ᴧ ~q ᴧ ~r.
considerada será verdadeira.
B) p → q é equivalente a ~p → ~q.
C) p ᴧ (q v r) é equivalente a p ᴧ q ᴧ r.
17. A proposição em apreço equivale à proposição
D) ~(~( ~ r )) ↔ r.
“Paulo foi ao banco e está sem dinheiro”.
E) A tabela-verdade completa das proposições
simples p, q e r tem 24 linhas.
18. A proposição considerada equivale à proposi-
ção “Se Paulo não está sem dinheiro, ele foi ao banco”.
Nos termos da Lei n.º 8.666/1993, “É dispensável a
realização de nova licitação quando não aparecerem in-
19. A negação da referida proposição pode ser ex-
teressados em licitação anterior e esta não puder ser re-
pressa pela proposição “Paulo não foi ao banco e ele não
petida sem prejuízo para a administração”. Considerando
está sem dinheiro”.
apenas os aspectos desse mandamento atinentes à lógi-
ca e que ele seja cumprido se, e somente se, a proposição
Considere as seguintes proposições:
nele contida, — proposição P — for verdadeira, julgue os
P1: Se o Brasil reduzir as formalidades burocráti-
itens seguintes.
cas e o nível de desconfiança nas instituições públicas,
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25. O gestor que dispensar a realização de nova li-
citação pelo simples fato de não ter aparecido interessa- 06 07 08 09 10
do em licitação anterior descumprirá a referida lei. C E E E C

26. Supondo-se que a proposição P e as proposi-


11 12 13 14 15
ções “A licitação anterior não pode ser repetida sem pre- C E E C C
juízo para a administração” e “É dispensável a realização 16 17 18 19 20
de nova licitação” sejam verdadeiras, é correto concluir
que também será verdadeira a proposição “Não aparece- E E C C E
ram interessados em licitação anterior”. 21 22 23 24 25
27. A proposição P é equivalente a “Se não aparece- C C C A E
ram interessados em licitação anterior e esta não puder 26 27 28 29 30

Capítulo 02 - Teoria dos Conjuntos


ser repetida sem prejuízo para a administração, então é
dispensável a realização de nova licitação”. E C E C C
31 32 33 34
28. A negação da proposição “A licitação anterior
não pode ser repetida sem prejuízo para a administra- E C C C
ção” está corretamente expressa por “A licitação anterior
somente poderá ser repetida com prejuízo para a admi-
nistração”. 2. TEORIA DOS CONJUNTOS
29. A negação da proposição “Não apareceram in- Definições
teressados na licitação anterior e ela não pode ser repeti-
da sem prejuízo para a administração” está corretamen- Conjunto é todo agrupamento ou reunião de ele-
te expressa por “Apareceram interessados na licitação mentos. Um conceito primário cuja ideia não deve ser
anterior ou ela pode ser repetida sem prejuízo para a ad- uma problemática para a disciplina. Um bom exemplo
ministração”. para a definição de conjuntos é determinar qual o con-
junto das cores da bandeira do Brasil, e o elementos desse
A respeito de lógica proposicional, julgue os itens conjunto serão: Verde, Amarelo, Azul e Branco.
subsequentes.
30. A negação da proposição “existe um triângulo
241
Conjunto Unitário é aquele que tem apenas um ele-
equilátero e não isósceles” pode ser escrita como “todo mento. Por exemplo, o conjunto dos números primos pa-
triângulo equilátero é isósceles”. res, que tem apenas um único elemento que é o número 2.

Raciocínio Lógico
31. A negação da afirmação Todas as famílias da Conjunto Vazio é aquele que tem nenhum elemen-
rua B são preferenciais é Nenhuma família da rua B é pre- to, como é o caso do conjunto formado pelos elementos
ferencial. numéricos que pertencem ao alfabeto (lembrando que o
alfabeto é composto apenas por letras).
32. A proposição “Todos os esquizofrênicos são
fumantes; logo, a esquizofrenia eleva a probabilidade de Conjunto Universo é aquele que tem todos os ele-
dependência da nicotina” é equivalente à proposição “Se mentos disponíveis para serem utilizados nas operações
a esquizofrenia não eleva a probabilidade de dependên- com conjuntos. Um bom exemplo de conjunto universo
cia da nicotina, então existe esquizofrênico que não é fu- é o alfabeto que é o conjunto universo de todas as letras
mante”. (vogais e consoantes).

Considere a seguinte proposição: “Ninguém será Subconjuntos são partes de um conjunto. Por
considerado culpado ou condenado sem julgamento.” exemplo, as vogais são um subconjunto do alfabeto, pois
Julgue os itens que se seguem, acerca dessa proposição. fazem parte do mesmo; já as consoantes também são um
33. A proposição “Existe alguém que será conside- subconjunto do alfabeto.
rado culpado ou condenado sem julgamento” é uma pro-
posição logicamente equivalente à negação da proposi- Simbologia
ção acima.
Os símbolos são algo muito utilizado em conjuntos
34. “Todos serão considerados culpados e conde- e os principais são:
nados sem julgamento” não é uma proposição logica- ∈ = pertence, e está relacionado ao elemento em
mente equivalente à negação da proposição acima. relação ao conjunto;
∉ = não pertence;
⊂ = está contido, e está relacionado ao subconjunto
GABARITO em relação ao conjunto;
⊄ = não está contido;
01 02 03 04 05 ⊃ = contêm, e está relacionado ao conjunto em re-
A E C C E lação aos elementos e aos subconjuntos;
⊅ = não contêm;
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∅ = conjunto vazio; • União: A ⋃ B
⋃ = união; A = {a, e, i, o, u}
⋂ = interseção; B = {a, b, c, d, e}
- = diferença A ⋃ B = {a, b, c, d, e, i, o, u}

Em diagramas seria:
Representação
Os conjuntos podem ser representados por diagra-
mas ou entre chaves e a nomenclatura dos conjuntos são
letras maiúsculas do alfabeto, veja:
• Conjunto dos algarismos:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}
Capítulo 02 - Teoria dos Conjuntos

• Conjunto das vogais:


B

Conjunto das Partes


É o total de subconjuntos de um conjunto. Divide- • Interseção: M ⋂ N
-se em subconjuntos próprios e não próprios e tem seu M = {1, 2, 3, 4, 5}
valor igual a 2n (dois elevado a n), cujo “n” corresponde N = {2, 4, 6, 8}
ao número de elementos do conjunto principal. M ⋂ N = {2, 4}
Por exemplo, num conjunto com 4 elemento o con-
junto das partes corresponde a 16 subconjuntos, que são: Em diagramas seria:

242 M = {2, 4, 6, 8}
Conjunto das partes de M = {∅}, {2}, {4}, {6}, {8}, {2, 4},
{2, 6}, {2, 8}, {4, 6}, {4, 8}, {6, 8}, {2, 4, 6}, {2, 4, 8}, {2, 6, 8}, {4, 6, 8},
Raciocínio Lógico

{2, 4, 6, 8} = 16 subconjuntos.

Saiba que os subconjuntos {∅} e {2, 4, 6, 8} são os


chamados subconjuntos não próprios, um por não ter
elementos de M e o outro por ser exatamente igual a M,
mas as propriedades ou leis dos conjuntos garante que os
mesmos são subconjuntos de qualquer conjunto, já que:
“o conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto”
e “todo conjunto é subconjunto de si mesmo”. Agora os
outros subconjuntos são considerados os subconjuntos
próprios do conjunto M.
Obs.: não confunda ∅ = conjunto vazio, com {∅} =
subconjunto vazio, os dois são informações completa-
mente diferentes. • Diferença: P - Q
P = {verde, amarelo, azul, branco, preto}
Operações com Conjuntos Q = {azul, vermelho, branco}
P - Q = {verde, amarelo, preto} → elementos exclu-
As três operações básicas e principais com e dos sivos de P
conjuntos são a União, a Interseção e a Diferença. A União Se fosse Q – P ficaria:
está relacionada a TODOS os elementos de todos os con- Q – P = {vermelho} → elemento exclusivo de Q
juntos, também associada ao conectivo OU; já a Interse-
ção está relacionada apenas aos elementos que são CO- Em diagramas seria:
MUNS a mais de um conjunto, e é associada ao conectivo
E; por fim a diferença está associada aos elementos que
são EXCLUSIVOS de um determinado conjunto. Pres-
te atenção, pois essas operações podem acontecer com
qualquer quantidade de conjuntos, sendo mais comum
acontecer, nas questões de provas, com dois ou três con-
juntos. Exemplificando para ficar mais fácil, veja:

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P-Q seções comece sempre a resolver a questão pelas maio-
res interseções e faça as devidas diferenças de valores,
quando for o caso, para que você não erre uma questão.

Exercício
comentado
(FGV - 2015)
Em uma empresa de porte médio, 217 funcionários
têm casa própria ou carro ou as duas coisas. Se 189 têm
carro e 63 têm casa própria, o número de funcionários
Q–P
que têm carro mas não têm casa própria é:

Capítulo 02 - Teoria dos Conjuntos


a) 124
b) 138
c) 144
d) 148
e) 154

Resolução: calculando o número de funcionários


que tem casa e carro, fica:
n(A ⋃ B) = n(A) + n(B) – n(A ⋂ B)
217 = 189 + 63 – x
Complementar de um Conjunto X = 252 – 217
X = 35
O complementar de um conjunto é a diferença en-
tre o conjunto universo e determinado conjunto – que Agora retirando dos 189 que tem carro os 35 que
podemos chamar de A. Por exemplo, o complementar também tem casa resta 154 funcionários que tem carro
dos números pares são os números ímpares, pois de to- mas não tem casa. Graficamente seria:
dos os números existentes (conjunto universo) se forem
retirados os números pares o que sobra são os números
ímpares. 243
CA = Universo – A

Raciocínio Lógico
Em diagramas seria:

Questões de concursos para resolução e fixação


do assunto
1. (FJG - RIO) Um paciente é diagnosticado com uma
Número de Elementos da União de Conjuntos determinada doença, se e somente se, apresentar os sin-
tomas A e B. Entre 324 pessoas examinadas, verificou-se
O número de elementos da união de conjuntos está que:
relacionado a disposição dos conjuntos e será dados pe- - 157 pessoas apresentaram o sintoma A;
las fórmulas: - 201 apresentaram o sintoma B;
n(A ⋃ B) = n(A) + n(B) – n(A ⋂ B) → quando forem - 49 não apresentaram nenhum desses dois sinto-
dois conjuntos mas.
Ou O número de pessoas examinadas que efetiva-
n(A ⋃ B ⋃ C) = n(A) + n(B) + n(C) – n(A ⋂ B) – n(A ⋂ C) mente contraíram a doença foi igual a:
– n(B ⋂ C) + n(A ⋂ B ⋂ C) → quando forem três conjuntos.
a) 83
Informações importantes sobre a Teoria dos Con- b) 85
juntos c) 87
d) 89
Em Teoria de Conjuntos é muito importante à in-
terpretação das informações e a construção da resolução 2. (FUNIVERSA) Dos 200 papiloscopistas aprova-
das questões. Preste atenção se as informações são ex- dos no concurso, 120 são homens e 80 são mulheres. Dos
clusivas de um determinado conjunto ou se faz parte de 200, sabe-se que 130 são bacharéis em química, 100 são
mais de um conjunto. Quando a questão envolver inter- bacharéis em física e 60 têm as duas formações. Das mu-

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lheres, 40 são bacharéis em química, 30 são bacharéis em a) 21 pessoas gostam somente de jogar basquete.
física e 15 têm as duas formações. Nesse caso, é correto b) 14 pessoas gostam de jogar somente futebol.
afirmar que a quantidade de papiloscopistas homens que c) O total de pessoas que gostam de somente um
não têm nenhuma dessas duas formações é igual a dos dois é igual a 33.
d) 36 pessoas não gostam nem de basquete e nem
a) 1. de futebol.
b) 2.
c) 3. 7. (VUNESP) Na sala de embarque de um aeroporto,
d) 4. há, no total, 400 passageiros com as cidadanias A, B ou
e) 5. C, apenas. Seis passageiros têm exatamente as três cida-
danias. Em se tratando de passageiros com exatamente
3. (FUNIVERSA) Dos 253 candidatos aprovados, duas cidadanias, sabe-se que somente 80 têm as cidada-
em determinado concurso público, nas diversas áreas nias A e B, somente 21 têm as cidadanias B e C, e somente
Capítulo 02 - Teoria dos Conjuntos

do cargo de assistente de gestão administrativa, 140 já fi- 41 têm as cidadanias C e A. Sabe-se, também, que o nú-
zeram algum curso de informática, 120 já fizeram algum mero de passageiros com apenas a cidadania B é igual
curso de inglês e 80 não fizeram nenhum curso de infor- ao número de passageiros com apenas a cidadania C. Se
mática nem de inglês. Assim, a quantidade desses candi- nessa sala há exatamente 339 passageiros com a cidada-
datos aprovados que fizeram os dois cursos, isto é, curso nia A, então é verdade que o número de passageiros com
de informática e curso de inglês, é a cidadania B e o número de passageiros com a cidadania
C são, respectivamente,
a) inferior a 80.
b) superior a 80 e inferior a 85. a) 142 e 97.
c) superior a 85 e inferior a 90. b) 139 e 102.
d) superior a 90 e inferior a 95. c) 127 e 88.
e) superior a 95. d) 118 e 79.
e) 105 e 123.
4. (FCC) Em um grupo de 32 homens, 18 são altos, 22
são barbados e 16 são carecas. Homens altos e barbados
que não são carecas são seis. Todos homens altos que são Uma pesquisa sobre o objeto de atividade de 600
carecas, são também barbados. Sabe-se que existem 5 empresas apresentou o seguinte resultado:
244 homens que são altos e não são barbados nem carecas. • 5/6 dessas empresas atuam no mercado de
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não transporte fluvial de cargas;
são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens • 1/3 dessas empresas atuam no mercado de
que são carecas e não são altos e nem barbados. Dentre transporte fluvial de passageiros;
Raciocínio Lógico

todos esses homens, o número de barbados que não são • 50 dessas empresas não atuam com transpor-
altos, mas são carecas é igual a te fluvial, nem de cargas, nem de passageiros;
Com base nessa situação hipotética e sabendo-se
a) 4. que as 600 empresas pesquisadas se enquadram em, pelo
b) 7. menos, uma das 3 opções acima, julgue o item a seguir.
c) 13.
d) 5. 8. (CESPE) O número de empresas que atuam so-
e) 8. mente no mercado de transporte fluvial de passageiros
é superior ao número de empresas que não atuam com
5. (FUNIVERSA) Dos 50 detentos de um presídio, 17 transporte fluvial, nem de cargas, nem de passageiros.
cometeram o crime de latrocínio, 32 cometeram o crime
de estupro e 25 cometeram o crime de estupro, mas não o 9. (UPENET) De um grupo de 42 visitantes em um
de latrocínio. Nesse caso, é correto afirmar que museu, 35 compraram pinturas, 20, esculturas, e 5 não
compraram nem pintura nem escultura. Quantos com-
a) 40 detentos cometeram ou o crime de latrocínio praram, apenas, pinturas?
ou o crime de estupro.
b) 15 detentos cometeram o crime de latrocínio, a) 2
mas não o de estupro. b) 7
c) 5 detentos cometeram os crimes de latrocínio e c) 15
de estupro. d) 17
d) 45 detentos cometeram um ou os dois crimes e) 30
(latrocínio e estupro).
e) 8 detentos não cometeram nem o crime de latro- 10. (VUNESP) Em relação aos conjuntos A, B e C e a
cínio nem o de estupro. um total de 58 elementos que pertencem a eles, sabe-se:
que nenhum elemento pertence simultaneamente aos
6. (IBFC) Num grupo de 120 pessoas sabe-se que 72 três conjuntos; que 13 elementos pertencem simultane-
gostam de jogar basquete, 65 gostam de jogar futebol e 53 amente aos conjuntos A e B; que 3 elementos pertencem
gostam dos dois. Nessas circunstâncias, é correto afir- simultaneamente aos conjuntos A e C; que 2 elementos
mar que: pertencem simultaneamente aos conjuntos B e C; que o
número de elementos que pertencem apenas ao conjunto

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C é 5 unidades a mais do que aqueles que pertencem ape- a) 80%.
nas ao conjunto B; que o número de elementos que per- b) 40%.
tencem apenas ao conjunto A é 1 unidade a menos do que c) 60%.
aqueles que pertencem apenas ao conjunto B. d) 50%.
O número de elementos que pertencem apenas ao e) 70%.
conjunto C é igual a
15. (IBFC) Em uma entrevista para saber se as pes-
a) 46. soas utilizariam os produtos A, B ou C, chegou-se a se-
b) 31. guinte conclusão: 229 pessoas utilizariam o produto A,
c) 24. 223 utilizariam o produto B, 196 utilizariam o produto C,
d) 17. 79 utilizariam os produtos A e B, 89 os produtos A e C, 69
e) 12. os produtos B e C, 37 os três produtos e 53 nenhum dos
três. Nessas condições, é correto afirmar que:

Capítulo 02 - Teoria dos Conjuntos


11. (FUNDEP) Em um colégio com 300 alunos, 180
estudam inglês e 160 estudam espanhol. Quantos alunos a) 275 pessoas utilizariam somente um dos produ-
estudam simultaneamente os dois idiomas? tos.
b) 112 pessoas utilizariam somente o produto C.
a) 20. c) 225 pessoas utilizariam os produtos A e C, mas
b) 40. não utilizariam o produto B
c) 60. d) 500 pessoas foram entrevistadas
d) 80.
16. (FGV) Em uma pesquisa de mercado para o lan-
12. (CONSULPLAN) Numa pesquisa realizada com çamento de uma nova marca de sucos, setenta pessoas
100 pessoas sobre a forma de se locomoverem para o tra- foram entrevistadas e deviam responder se gostavam
balho, constatou-se que: dos sabores graviola e açaí. Trinta pessoas responderam
• 45 usam ônibus; que gostavam do sabor graviola e cinquenta pessoas res-
• 51 usam automóvel; ponderam que gostavam do sabor açaí.
• 32 usam moto; Sobre as setenta pessoas entrevistadas, é correto
• 18 usam ônibus e automóvel; concluir que
• 22 usam ônibus e moto;
• 15 usam automóvel e moto; a) no máximo vinte não gostam de graviola nem de
245
• 6 usam os três meios de transporte. açaí.
Analisando os dados apresentados, conclui-se que b) no mínimo dez não gostam de graviola nem de
o número de pessoas que NÃO utiliza nenhum dos três açaí.

Raciocínio Lógico
meios de transporte mencionados é c) no máximo dez gostam dos dois sabores.
d) no mínimo trinta gostam dos dois sabores.
a) 17. e) no máximo vinte gostam dos dois sabores.
b) 21.
c) 23. A respeito das auditorias realizadas pelos audito-
d) 26. res A1, A2 e A3 de um tribunal de contas, concluiu- se que:
• A1 realizou 70 auditorias;
13. (QUADRIX) O total de alunos de uma escola é • A3 realizou 75 auditorias;
igual a 1500, que, em uma pesquisa, afirmaram gostar • A1 e A3 realizaram, juntos, 55 auditorias;
de matemática ou geografia. Qual é o número de alunos • A2 e A3 realizaram, juntos, 30 auditorias;
que gostam de matemática, sabendo-se que 800 alunos • A1 e A2 realizaram, juntos, 20 auditorias;
gostam apenas de geografia e 200 alunos gostam das 2 • das auditorias que não foram realizadas por
disciplinas (matemática e geografia) ao mesmo tempo? A1, somente 18 foram realizadas por A2;
• A1, A2 e A3 realizaram, juntos, 15 auditorias.
a) 700 Com base nessas informações, julgue os itens a se-
b) 500 guir.
c) 900 17. (CESPE) 5 auditorias foram realizadas apenas
d) 1300 por A3.
e) 600 18. (CESPE) 23 auditorias não foram realizadas por
A1.
14. (FCC) Em uma grande empresa, 50% dos empre- 19. (CESPE) Mais de 100 auditorias foram realiza-
gados são assinantes da revista X, 40% são assinantes das.
da revista Y e 60% são assinantes da revista Z. Sabe-se 20. (CESPE) 20 auditorias foram realizadas apenas
que 20% dos empregados assinam as revistas X e Y, 30% por A1.
assinam as revistas X e Z, 20% assinam as revistas Y e Z
e 10% não assinam nenhuma das revistas. Considerando
que existam somente as revistas X, Y e Z, obtém-se que Uma entrevista foi realizada com 46 empregados
a porcentagem dos empregados que assinam mais que de uma empresa, entre os quais 24 eram do sexo mas-
uma revista é igual a culino e 22, do feminino. Com base nessas informações,

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julgue os itens seguintes. Exercício
21. (CESPE) Considerando que os empregados en- comentado
trevistados dessa empresa pratiquem tênis ou ciclismo e
que, na entrevista, tenha sido constatado que 30 funcio- (IBFC - 2014)
nários gostam de praticar tênis e 28 gostam de ciclismo, Marisa foi ao mercado com R$ 100,00 e gastou 120%
é correto afirmar que a quantidade de empregados dessa de 35% dessa quantia. Nessas condições o valor que Ma-
empresa que gostam de praticar tênis e ciclismo é maior risa recebeu de troco foi:
que 10.
a) R$58,00
b) R$42,00
GABARITO c) R$8,00
01 02 03 04 05 d) R$24,00
Resolução: calculando 120% de 35% tem-se:
A E C A E
120/100 × 35/100 = 4200/10000 = 42/100, que, se já
06 07 08 09 10 comparado aos R$ 100,00, dá exatamente R$ 42,00. Logo
Marisa gastou 42 reais e recebeu de troco (preste atenção
Capítulo 03 - Porcentagem

D C E D D
que a questão está pedindo o troco) 58 reais (100 – 42 =
11 12 13 14 15 58). Portanto a alternativa correta é a letra B.
B B A D C
Lucro e Prejuízo
16 17 18 19 20
A C C E E São resultados de movimentações de compra e
venda de mercadorias. Identificando os termos temos:
21 C = CUSTO: quanto é gasto na compra.
C V = VENDA: quanto se ganha na venda.
L = LUCRO: quando a venda foi maior do que o custo.
L=V–C
3. PORCENTAGEM P = PREJUIZO: quando o custo foi maior do que o
venda.
246 Definições P=C–V

Obs.: para calcular as questões de lucro e prejuízo


basta colocar o LUCRO ou o PREJUIZO em função da taxa
Raciocínio Lógico

Porcentagem nada mais é do que a aplicação da


taxa percentual a determinado valor, ou de outra manei- percentual e prestando atenção para saber se os mesmos
ra, qual a parte do “todo” se está querendo. foram praticados em cima do CUSTO ou da VENDA.

A taxa percentual pode ser expressa de 3 formas:


com o símbolo da porcentagem – 20% – em forma de fra- Exercício
ção centesimal (cujo denominador é o 100) – 20/100 – ou comentado
em números decimais – 0,20.
(FUNIVERSA – 2009)
Para calcular porcentagem uma forma bem prati- Uma revendedora de automóveis usados tem a po-
ca e rápida é fazer uma regra de três simples e direta, mas lítica de revender o veículo adquirido com 15% de lucro
também pode ser feita multiplicando o “todo” pela fração sobre o valor da venda. Um veículo foi adquirido por R$
centesimal ou pelo numero decimal. 24.000,00. Assinale a alternativa que apresenta o inter-
valo em que está o valor, em reais, de venda do veículo.
Por exemplo:
• 18% de 250 = 18/100 x 250 = 4500/100 = 45 a) 24.000 - 25.000
• 13% de 400 = 0,13 x 400 = 52 b) 25.000 - 26.000
• 22% de 1800 = 1800 --- 100% c) 26.000 - 27.000
X --- 22% d) 27.000 - 28.000
100X = 39600 e) 28.000 - 29.000.
X = 39600/100 Resolução: calculando o lucro na VENDA do veicu-
X = 396 lo, fica:
C = 24.000
Outra coisa que você pode vislumbrar na porcen- L=V–C
tagem é o fator de multiplicação que você usara nas situ- 15%V = V – C
ações de acréscimos e decréscimos. Veja: 0,15V – V = -24.000
Um acréscimo de 25% sobre determinado valor -0,85V = -24.000 (-1)
implica que esse valor será multiplicado por 1,25 (1 + 0,25), V = 24.000/0,85
já um decréscimo de 10% implica que o valor será multi- V = 28.235,30.
plicado por 0,9 (1 – 0,1) Sendo assim a reposta certa está na alternativa de

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letra E. à vista, depois de um desconto de 25% do valor total da
compra. O valor, em reais, que João pagaria, pela mesma
Questões de concursos para resolução e fixação compra, sem o desconto, seria:
do assunto a) R$ 450,00
b) R$ 650,00
1. (PM-MG) Antônio recebeu uma promoção na
c) R$ 700,00
empresa que trabalha e teve um aumento de 40% no seu
d) R$ 750,00
salário. Dois meses depois, todos os funcionários da em-
e) R$ 800,00
presa receberam um aumento de 10%, inclusive Antônio.
Qual foi o aumento percentual de Antônio?
6. (FCC) Do salário mensal de Miguel, 10% são gas-
tos com impostos, 15% com moradia, 25% com transporte
a) 54%
e alimentação e 10% com seu plano de saúde. Daquilo que
b) 55%
resta, 3⁄8 são usados para pagar a mensalidade de sua
c) 52%
faculdade, sobrando ainda R$ 900,00 para o seu lazer e
d) 50%
outras despesas. O gasto mensal de Miguel com moradia,

Capítulo 03 - Porcentagem
em reais, é igual a
2. (FGV) Francisco estava devendo R$ 2.100,00 à
operadora do cartão de crédito, que cobra taxa mensal
a) 210,00
de juros de 12%. No dia do vencimento pagou R$ 800,00
b) 360,00
e prometeu não fazer nenhuma compra nova até liquidar
c) 450,00
com a dívida. No mês seguinte, no dia do vencimento da
d) 540,00
nova fatura pagou mais R$ 800,00 e, um mês depois, fez
e) 720,00
mais um pagamento terminando com a dívida. Sabendo
que Francisco havia cumprido a promessa feita, o valor
7. (FUNCAB) Sabendo que o salário do porteiro de
desse último pagamento, desprezando os centavos, foi
um condomínio é R$ 950,00, calcule o valor do salário que
de:
irá receber esse porteiro após um aumento de 12,5%.
a) R$ 708,00
a) R$ 1.064,25
b) R$ 714,00
b) R$ 1.068,75
c) R$ 720,00
c) R$ 1.066,85
d) R$ 728,00
d) R$ 1.073,50
247
e) R$ 734,00
e) R$ 1.069,70

Raciocínio Lógico
3. (VUNESP) Uma pessoa comprou um produto
8. (COPESE) Uma turma de formandos, ao organi-
exposto na vitrine por um valor promocional de 20% de
zar o baile de formatura, analisa duas propostas para a
desconto sobre o preço P do produto. Como ela pagou em
escolha da banda responsável pela animação do evento:
dinheiro, teve mais 10% de desconto sobre o valor promo-
a) a Banda A tocaria por um valor fixo de R$1.300,00;
cional. Então, essa pessoa pagou, sobre o preço P do pro-
b) a Banda B tocaria por um valor fixo de R$ 600,00
duto, um valor igual a
mais 20% do valor arrecadado na venda dos in-
gressos, mais 20% do valor arrecadado com a ven-
a) 0,28P.
da de refrigerantes.
b) 0,03P.
Considerando a venda de 400 ingressos individu-
c) 0,7P
ais e uma arrecadação de R$ 1.500,00 com a venda de re-
d) 0,3P.
frigerantes. Para que o valor da contratação da Banda B
e) 0,72P.
fique igual ao valor de contratação da Banda A, o valor do
cada ingresso deve ser de
4. (VUNESP) Do valor total recebido pela venda de
um terreno, Ricardo separou 20% para custear uma pe-
a) R$ 3,00.
quena reforma em sua casa e reservou o restante para a
b) R$ 4,00.
compra de um carro novo. Sabe-se que 60% do valor se-
c) R$ 5,00.
parado para a reforma foi usa­do na compra de material de
d) R$ 6,00.
construção, e o restante, no pagamento da mão de obra.
e) R$ 7,00.
Sabendo-se que Ricardo gas­tou R$ 6.000,00 com a mão
de obra empregada na reforma, pode-se afirmar que,
9. (CESGRANRIO) Segundo dados do Instituto Na-
para a compra do carro novo, Ricardo reservou
cional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na
Amazônia nos 12 meses entre agosto de 2010 e julho de
a) R$ 50.000,00.
2011 foi o menor registrado desde 1988. No período ana-
b) R$ 65.000,00.
lisado, esse desmate atingiu cerca de 6.230 km2 quando,
c) R$ 60.000,00.
nos 12 meses imediatamente anteriores, esse número foi
d) R$ 75.000,00.
equivalente a 7.000 km2 , o que corresponde a uma queda
e) R$ 70.000,00.
de 11%.
Disponível em: http://oglobo.globo.com/OGlobo/
5. (FUNCAB) João comprou todos os presentes de
pais/. Acesso em: 05 dez. 2011. Adaptado.
Natal dos seus filhos numa única loja e pagou R$ 600,00
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Supondo que a informação fosse o inverso, ou c) 90%.
seja, se o desmatamento tivesse aumentado de 6.230 d) 12%.
km2 para 7.000 km2 , o percentual de aumento teria sido, e) 30%.
aproximadamente, de
14. (CESPE) Na compra de 2 frascos de tira-man-
a) 12,36% chas, cada um deles ao custo de R$ 9,00; 6 frascos de lim-
b) 87,64% pador multiuso, cada um deles ao custo de R$ 2,00; 4 litros
c) 111% de desinfetante, cada um deles ao custo de R$ 1,50; e de 6
d) 11% unidades de esponja dupla face, cada uma delas ao cus-
e) 89% to de R$ 2,00; um cliente pagou com 3 notas de R$ 20,00,
tendo recebido R$ 19,20 de troco. Nesse caso, o cliente re-
10. (CESGRANRIO) O preço de um produto sofreu cebeu desconto de
exatamente três alterações ao longo do primeiro trimes-
tre de 2011. A primeira alteração foi devida a um aumento a) 13%.
de 10%, dado em janeiro, sobre o preço inicial do produto. b) 14%.
Em fevereiro, um novo aumento, agora de 20%, foi dado c) 15%.
sobre o preço que o produto possuía no final de janeiro. d) 16%.
Capítulo 03 - Porcentagem

A última alteração sofrida pelo preço do produto foi, no- e) 12%.


vamente, devida a um aumento, de 10%, dado em março
sobre o preço do final de fevereiro. 15. (CESGRANRIO) Até agosto de 2010, a prestação
A variação do preço do produto acumulada no pri- do apartamento de João correspondia a 25% do seu salá-
meiro trimestre de 2011, relativamente ao seu preço ini- rio. Em setembro do mesmo ano, João foi promovido e, por
cial, foi de isso, recebeu 40% de aumento. Entretanto, nesse mesmo
mês, a prestação de seu apartamento foi reajustada em
a) 58,4% 12%. Sendo assim, o percentual do salário de João desti-
b) 45,2% nado ao pagamento da prestação do apartamento passou
c) 40% a ser
d) 35,2%
e) 13,2% a) 16%
b) 20%
248 ações.11. (INEP) Uma pessoa aplicou certa quantia em
No primeiro mês, ela perdeu 30% do total do in-
c) 24%
d) 28%
vestimento e, no segundo mês, recuperou 20% do que e) 35%.
havia perdido. Depois desses dois meses, resolveu tirar o
Raciocínio Lógico

montante de R$ 3 800,00 gerado pela aplicação. A quantia 16. (FCC) Quando congelado, um certo líquido au-
inicial que essa pessoa aplicou em ações corresponde ao menta seu volume em 5%. Esse líquido será colocado em
valor de um recipiente de 840 mL que não sofre qualquer tipo de
alteração na sua capacidade quando congelado. A quan-
a) R$ 4 222,22. tidade máxima de líquido, em mililitros, que poderá ser
b) R$ 4 523,80. colocada no recipiente para que, quando submetido ao
c) R$ 5 000,00. congelamento, não haja transbordamento, é igual a
d) R$ 13 300,00.
e) R$ 17 100,00. a) 818.
b) 798.
12. (CESGRANRIO) Pensando em aumentar as ven- c) 820.
das, certo supermercado lançou uma promoção: o cliente d) 800.
comprava 5 kg de arroz e pagava o preço de 4 kg. Quem e) 758.
aproveitou essa promoção recebeu um desconto, em re-
lação ao preço normal do arroz, de Gabarito
a) 10% 1 2 3 4 5
b) 12% A E E C E
c) 16%
d) 20% 6 7 8 9 10
e) 25%. D B C A B
13. (CESPE) Se a agência dos Correios de uma pe- 11 12 13 14 15
quena cidade presta, diariamente, 40 atendimentos em C D E C B
média, e se, em razão de festas na cidade, a média de
atendimentos diários passar a 52, então, nesse caso, ha- 16
verá um aumento percentual de atendimentos de D
a) 40%.
b) 52%.

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Noções de Informática 249

Noções de Informática
Autor:
Vitor Krewer

Curriculum:
Formado em Processos Gerenciais e gradu-
ando em Tecnologia da Informação. Cursou
Direito pela Universidade da Grande Dourados
(UNIGRAN) e Filosofia pela Universidade Esta-
dual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Envoldi-
do na área de concursos públicos como profes-
sor, editor e gestor no Focus Concursos desde
2012.
SUMÁRIO

1. COMO ESTUDAR INFORMÁTICA..........................................................................................................................................................................251


2. INTERNET E REDES DE COMPUTADORES......................................................................................................................................................251
3. TECNOLOGIAS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS ASSOCIADOS À INTERNET E INTRANET.254
4. FERRAMENTAS E APLICATIVOS DE NAVEGAÇÃO, CORREIO ELETRÔNICO, GRUPOS DE DISCUSSÃO, BUSCA E
PESQUISA......................................................................................................................................................................................................................................262
Capítulo 01 - Como estudar Informática?

5. UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INFORMÁTICA............................................... 278


6. CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS PARA EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTA-
ÇÕES UTILIZANDO-SE A SUÍTE DE ESCRITÓRIO LIBREOFFICE....................................................................................................................287
7. CONCEITOS BÁSICOS DE UTILIZAÇÃO DO SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS................................................................... 311

250
Noções de Informática

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1. COMO ESTUDAR INFORMÁTICA • Quando o assunto for Hardware e Software, mui-
tos termos em inglês são utilizadas, além é claro as abre-
viações e siglas dos mesmos, é importante não confundir
INTRODUÇÃO um com o outro e destacar a diferença entre função, con-
ceitos e suas classificações.
A parte inicial desta apostila é voltada para a • Os Navegadores (browser) possuem praticamen-
orientação de como estudar os tópicos de informática e, te as mesmas funções, sendo assim, você deve aprender

Capítulo 02 - Internet e redes de computadores


para isso, é necessário que você utilize métodos como fa- todas e decorar as diferenças. Muitas vezes é nelas que
zer apontamentos e observações relacionados aos tópi- a questão estará se pautando para levar o “concurseiro”
cos em que houver mais dificuldade de assimilação, feito desatento ao erro.
isso, suas anotações se tornaram uma poderosa estraté- O conteúdo presente neste material é focado no úl-
gia de estudo em termos de produtiva. timo edital, sendo cobrando os seguintes itens:
É muito comum muitos “concurseiros” relacio-
narem informática como uma disciplina fácil de ser es- 1. Conceitos de Internet e intranet.
tudada, mas, difícil de ser entendida, fato que se deve ao 2. Conceitos básicos e modos de utilização de tecno-
vocabulário próprio que, na maioria das vezes faz uso de logias, ferramentas, aplicativos e procedimentos
termos em inglês para dar nome, funcionalidade, recur- de informática.
sos e componentes relacionados a área. 3. Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
Pensando nisso, o presente material foi elabora- edição de textos, planilhas e apresentações utili-
do com base no último edital e focado nestas facilidades zando-se a suíte de escritório LibreOffice.
e dificuldades dos alunos, que na maioria das vezes, são 4. Conceitos e modos de utilização de sistemas ope-
usuários da informática num mundo cada vez mais co- racionais Windows 7 e 10.
nectado. 5. Noções básicas de ferramentas e aplicativos de na-
Sobre como estudar informática, vamos elencar vegação e correio eletrônico.
alguns pontos fundamentais para a fixação da matéria, 6. Noções básicas de segurança e proteção: vírus,
lembrando que no dia da prova você não terá um com- worms e derivados.
putador para lembrar o local dos arquivos e os botões a
serem clicados, então a melhor forma de aprender infor- O conteúdo foi organizado respeitando a ordem
mática é fazendo uso dela enquanto estuda. Vamos à al- dos tópicos do edital, organizado da forma mais didática
guns itens: possível, visando otimizar o tempo de estudo.
• Enquanto estiver estudando, principalmente
quando se tratar de programas específicos como o pró- 2. INTERNET E REDES DE COMPUTADO- 251
prio sistema operacional, seja ele Windows e Linux, na- RES
vega entre as opções e funcionalidades descritas. O se-

Noções de Informática
gredo da memorização de comandos na informática é a INTRODUÇÃO
prática.
• Durante o estudo da matéria, é de suma impor- Uma Rede é uma interligação de vários compu-
tância elaborar suas próprias notas de aula, o que pode e tadores e dispositivos através de uma conexão, seja ela
deve ser feito utilizando a ferramenta Word 2010, editor cabeamento ou sem fio, com o objetivo de que todos os
de texto utilizado nesta apostila. Fazendo uso dos recur- dispositivos conectados a ela possam compartilhar in-
sos de edição descrito ficará cada vez mais fácil memori- formações e recursos, como mensagens, arquivos e ou-
zar a localização e função dos itens cobrados na prova. tros dados.
• Programas como o MS Excel tem o objetivo de Temos contato com as redes por meio da utilização
fornecer instruções para que os cálculos sejam feitos, de vários tipos de aplicações, principalmente no âmbito
portanto, quando estiver estudando as funções, tenha comerciais e doméstico.
aberto, se possível, o programa para criar suas próprias Podemos citar o caso de uma rede local com cinco
fórmulas ou utilizar a de provas anteriores. Só existe computadores que precisa utilizar uma mesma impres-
uma forma de aprender Excel, e esta forma é fazendo isso sora, podendo o usuário instalar em um único computa-
dele. dor e optar em compartilhá-la com usuários da rede, fato
• O presente material não tem a função de torna-lo que irá economizar a compra de diversas impressoras,
um técnico de informática, mas fornece todo o aparato sem contar o fator custo de manutenção, recarga de ton-
necessário para responder as questões dos concursos, ners e cartuchos.
portanto, em alguns momentos novas palavras serão Várias empresas fazem uso de servidores, com o
apresentadas, cada um com seu significado e contexto objetivo de armazenar informações ou softwares de sis-
tornando necessário anotar e estudar com frequência. temas ou de aplicação com dados de clientes, fornecedo-
• No decorrer no conteúdo vários termos e pará- res, funcionários e listas de estoques de produtos ou toda
grafos estarão destacados, isso ocorre para dar mais ên- o histórico acadêmico de um aluno. Em tese, servidor
fase ao conteúdo descrito, sendo recorrente em provas consistem basicamente de um computador conectado à
ou essencial para a compreensão da matéria, portanto, rede, podendo estar na rede interna (intranet) da empre-
tome nota e faça você anotações. sa ou data center (interno ou externo).
• O conteúdo relacionado a redes de computadores, Toda a dinâmica da rede nasceu do seguinte pres-
pragas virtuais, protocolos são extremamente recorren- suposto: imagine que e os dados de uma empresa são
tes pelas bancas em provas e concursos, fique atento aos muito valiosos e necessários para o seu funcionamento,
conceitos e as diferenças entre eles. sendo assim, pensar na ideia de que estes dados este-
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jam armazenados em um único computador acessado de A comunicação pode ser feita por linhas telefô-
maneira isolada é inadmissível, fato que se dá pela mobi- nicas, cabos, satélite ou comunicação sem fios como é o
lidade dentro do contexto das empresas e seus colabora- caso do WIFI (wireless).
dores, portanto, os dados são armazenados e disponibili-
zados por níveis de acesso para os usuários credenciados
no servidor, que nada mais é que um computador conec-
tado à rede. Em suma os outros computadores interliga-
Capítulo 02 - Internet e redes de computadores

dos na rede poderiam acessar o servidor e dar sequên-


cia aos trabalhos de onde estiver, sem a necessidade de
estar fisicamente a empresa, ou até mesmo fazendo uso
do próprio computador corporativo. Tudo isso vem de
encontro com a revolução que a computação na nuvem
está fazendo com as novas gerações de computadores e
sistemas groupware de trabalho colaborativo, sem con-
tar com a expansão da ideia de HomeOffice, o colaborador
que desempenha suas funções em casa. Toda a dinâmi- Quando o assunto é relacionado a redes, internet
ca da computação em rede possibilidade que estações e derivados, alguns termos sempre estarão presentes e,
cliente de trabalho (computador do funcionário) posso visando otimizar o estudo da matéria, iremos abordar os
ser substituída sem que haja backups trabalhosos e dis- principais conforme itens abaixo:
pendiosos, poupando tempo ocioso.
As redes podem ser de diferentes tipos, como ve- Internet é definida como sendo a rede mundial de com-
remos, e suas características irão determinar em qual putadores ou ainda uma “Rede de Redes ou um conjun-
tipo ela irá enquadrar-se, sendo o fator geográfico rele- to de redes em escala mundial.
vante do momento da classificação, sem contar o número
de computadores conectados. Ela conexão pode ser por Download é o processo pelo qual informações são
meio de redes de empresas que ficam em salas ou até transferidas de um servidor da Internet para o computa-
mesmo prédios diferentes ou ainda outros continentes dor cliente (computador do usuário).
e, mesmo assim, estarem conectados à rede e comparti- Upload é o processo pelo qual informações são
lhados mensagens, arquivos e outros itens, fato que pos- transferidas do computador cliente para um servidor da
sibilitou o surgimento dos serviços de streaming e onde- Internet.
mand, formas de transmitir áudio e vídeo gravado ou tem Site (também chamado de sítio da Web) é um con-
252 tempo real; tudo graças a tecnologia das redes. junto de páginas web, acessíveis geralmente pelo proto-
Para ser ainda mais convincente sobre a propor- colo HTTP na Internet.
ção que a computação em rede propicia, pensa nas redes Home Page é um termo utilizado para designar a
Noções de Informática

utilizadas por instituições financeiras que funcionam em página inicial de um site –a primeira página que é exi-
tempo real 24 horas por dia, 7 dias por semana por meio bida quando acessamos o diretório raiz de um site, como
de vários computadores e caixas eletrônicos interligados www.focusconcursos.com.br. Nesse caso, a página ini-
e a disposição de seus clientes. cial é definida no servidor web, nos casos de direciona-
mento entre pastas de servidor, ou nas configurações do
DEFINIÇÃO navegador do usuário.
Domínio é um endereço único e exclusivo que é
Podemos conceituar e descrever as redes de com- utilizado para identificar sites na Internet. Uma vez que
putadores como a capacidade de comunicação entre dois uma organização tenha sido designada com um domínio,
os mais computadores, possibilitando a troca de infor- este será atribuído somente para ela. No exemplo <http://
mações e arquivos por meios de aplicações; sendo regido www.focusconcursos.com.br>, tem-se o domínio focus-
por protocolos, ou seja, a comunicação possui regras de concursos.com.br.
como as coisas devem funcionar.
Nas redes de computadores temos duas partes: PROTOCOLOS
• Física: consiste nos equipamentos que serão
utilizados para que haja a comunicação entre Para que comunicação entre dispositivos tenha
os dispositivos. Esta parte envolve o elemento sucesso, é necessário um conjunto de regras que deter-
hardware, ou seja, as peças físicas do compu- mine como esta comunicação irá funcionar, e ainda quais
tador como placas de rede, cabo, emissão de as funções de compartilhamento e acesso que estes dis-
sinais (como é o caso do Wifi) e demais equipa- positivos conectados terão acesso.
mentos que integram uma quantidade maior Estas regras são chamadas de protocolos e são uti-
de computadores. lizadas na comunicação em rede, seja de computadores
• Lógica: sempre que você ler está palavra em ou em outros sistemas de telecomunicações.
uma questão; sua referência é a parte abstrata Para este momento iremos abordar os principais
do computador, ou seja, o software e lingua- protocolos e suas funções e características cobradas nas
gem de programação utilizada para que seja provas de concursos.
possível a comunicação entre os computado-
res. Como estamos estudando redes de com-
putadores, a parte lógica relacionada as redes
é chamada de protocolos.
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Definição É similar a um estacionamento com vagas nume-
radas, os carros podem ate ocupar a vaga de outros, mas
Protocolo de comunicação é um conjunto de regras não podem utilizar simultaneamente o mesmo espaço.
preestabelecidas para que os computadores possam co- Todos os dispositivos conectados tem uma identidade
municar-se entre si, seja numa intranet ou na internet. própria e não podem utilizar a mesma numeração. Quan-
Para que a comunicação seja bem-sucedida, é indispen- do acontece isso, damos o nome de conflito de IP.
sável que os dois polos utilizem a mesma linguagem. Como mencionado no início deste tópico, o TCP/IP

Capítulo 02 - Internet e redes de computadores


Os protocolos são utilizados em outros tipos de co- é uma família de protocolos, e alguns são mais cobrados
municações. Há uma variedade de protocolos, cada um em provas de concursos como é o caso do HTTP, HTTPS,
com suas particularidades. FTP e SMTP.
Cada protocolo possui uma porta, ou seja, para a
troca de informações é necessário um ponto físico (har- HTTP (HYPERTEXT TRANSFERPROTOCOL)
dware) e um lógico (software) para que haja a conexão
entre os dispositivos numa determinada rede. Para cada É um protocolo da camada de aplicação utilizado
porta há uma numeração que identifica a conexão. pelo browser para realizar a transferência de hipertexto
Os protocolos são divididos por camadas, mas es- (páginas da web).
pecificamente o TCP/IP, “o pai de todas as camadas”. Nas Sendo o navegador (browser) um programa que
provas e concursos os principais protocolos cobrados são interpreta a linguagem de programação de um site, po-
TCP/IP. HTTP e HTTPS, FTP, SMTP, POP e IMAP. Todos per- demos dizer que o HTTP é o conjunto de regras para a tro-
tencentes a camada “Aplicação”; camada de alto nível, ou ca de arquivos como texto, imagens, som, vídeo e outros
seja, está mais próxima do usuário em suas tarefas diá- arquivos na Web.
rias. Toda página da internet está armazenada em um
servidor, sendo assim, para acessar o conjunto de ar-
Principais Protocolos quivos deste servidor, utilizamos este protocolo para o
navegador acessar todo o conteúdo disponibilizado. O
navegador é um cliente Web, sendo sua função a de en-
TCP/IP viar requisições (pedidos), interpretando os arquivos e
“abrindo” a página Web com todos os recursos disponi-
TCP (Transmission Control Protocol) é um proto-
bilizados.
colo de controle de transporte: significa que ele faz um
controle de tudo que envia de forma a não deixar que
uma mensagem chegue incompleta ao destino; Não confunda HTTP com HTML. O primeiro é um pro- 253
IP (Internet Protocol) é um protocolo da camada de tocolo e o segundo é uma linguagem de programação
rede que é responsável pelo roteamento de pacotes, ou utilizada nas páginas Web.

Noções de Informática
seja, a escolha do melhor caminho (rota) para que os da-
dos sejam entregues de forma mais rápida. Sua função é
de endereçamento para computadores conectados a rede HTTPS
mundial de computadores, possibilitando a interconexão
entre os mesmos. Graças as esses dois que a internet se É um protocolo formado pela junção de dois outros
tornou viável. protocolos: HTTP e SSL. Sendo assim, realiza a função de
Cada site remete a um servidor, sendo cada servi- ambos: visualização de hipertexto e criptografia.
dor um computador conectado a internet, possui um en-
dereço de IP composto por uma sequência numérica.
Exemplo: 127.025.25.82 FTP (FILE TRANSFER PROTOCOL)
Na internet, cada endereço de IP está associado a
um nome, como http://www.focusconcursos.com.br. O Trata-se de um protocolo de transferência de ar-
responsável por descobrir, traduzir ou usando o próprio quivos que possibilita o Upload e o Download de arquivos
termo técnico “resolver”, portanto, “linkar” o nome ao na internet utilizando o browser ou um software cliente.
número do IP é chamado de DNS (Domain Name System). E um método simples de transferência de arqui-
O DNS é um sistema que gerencia os nomes utiliza- vos entre computadores nas redes, seja na intranet ou
dos na internet e faz a associação entre número de IP e o na internet. O FTP e utilizado por desenvolvedores Web
nome (endereço web). para enviar arquivos para seus respectivos servidores
TCP/IP: O TCP/IP não é apenas um protocolo, tra- e quando é realizado o download (baixar) de arquivo da
ta-se de um conjunto de protocolos. É integrado o pro- Internet.
tocolo de transporte junto ao de roteamento de pacotes. Devido as limitações dos servidores, quanto ao ta-
Cada conexão possui um número de IP e cada número manho dos arquivos anexados por email, que atualmen-
desses remete a um dispositivo conectado a uma rede. A te tem a limitação de 25MB (pode variar entre os forne-
Internet utiliza como padrão o protocolo TCP/IP. cedores), o FTP é amplamante utilizado para o envio de
O protocolo TCP/IP e regido pelas normas e pa- arquivos maiores.
drões internacionais, sendo compatível com a maioria O FTP pode ser utilizado a partir de linhas de co-
dos sistemas operacionais modernos. mando pelo PROMPT (CMD) do Windows, navegadores
Na rede TCP/IP, e fato que os dispositivos possuam (browsers) ou fazendo uso de softwares aplicativos es-
uma identificação de endereço lP, tendo cada máquina pecíficos como o o FileZila. O protocolo FTP, por padrão,
um número próprio, o que a diferencia das outras na rede. utiliza a porta 21 como conexão.

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Capítulo 03 - Tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos

SMTP (SIMPLE MAIL TRANSFERPROTOCOL) SERVIÇOS DA INTERNET


O SMTP é o protocolo de envio de e-mail. Não exis- Dentre os serviços disponibilizados pela Internet,
te um outro protocolo que tenha essa mesma função, por um dos mais importantes é a World Wide Web (Teia de Al-
isso, caso seja perguntado qual é o protocolo de envio de
associados à internet e intranet serviços da internet

cance Mundial ou WWW), sendo muitas vezes confundi-


e-mail, a resposta certa será SMTP. do com a própria Internet, contendo várias modalidades
de serviços disponibilizados para o usuário, sendo cada
POP3 (POST OFFICE PROTOCOL) um deles provido de características e protocolos a serem
seguidos; um verdadeiro emaranhado de linguagens de
O protocolo POP3 é um dos protocolos de recebi- programação.
mento de e-mail. Permite que o cliente de e-mail transfi- Blog é um serviço que está cada vez mais popular
ra todas as mensagens que estão na caixa de entrada do na Web. É a abreviação do termo Weblog. Trata-se de um
servidor de e-mails para o computador cliente. diário virtual de fácil edição, mesmo por pessoas que não
tenham conhecimento de HTML (linguagem de marca-
IMAP (INTERNET MESSAGE ACCESS PROTOCOL) ção de hipertexto).
Chat é popularmente conhecido como Bate-Papo e
O IMAP, assim como o POP3 é um protocolo de re- nada mais é do que conversação em tempo real em que
cebimento de e-mail, porém, não realiza a transferência é necessário que os interlocutores estejam on-line para
das mensagens do servidor para o computador cliente. que as mensagens sejam recebidas.
Educação a distância (EaD) é a modalidade de en-
sino que permite que o aprendiz não esteja fisicamente
CONCEITO DE URL presente em um ambiente formal de ensino-aprendiza-
gem.
Consiste num endereço de um recurso disponível Fórum de discussão é uma ferramenta para pági-
em uma rede, rede internet ou intranet. O termo trata se nas de Internet destinada a promover debates através de
de uma abreviação do inglês e significa Uniform Resour- mensagens publicadas abordando uma mesma questão.
ce Locator, já em português é conhecido por Localizador Comércio eletrônico (e-commerce) é um tipo de
Padrão de Recursos. transação comercial feita especialmente através de um
Resumindo, URL é um endereço virtual com um equipamento eletrônico (computador).
caminho que indica onde está o que o usuário procura, Redes sociais é uma estrutura social composta por
sendo ele um arquivo, uma máquina, uma página, um pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários
254 site, uma pasta etc. Url também pode ser o link ou en- tipos de relações, que partilham valores e objetivos.
dereço de um site. URL é composta de um protocolo, que Para navegar na WWW é preciso estar conectado
pode ser HTTP, FTP. na Internet e possuir um programa capaz de traduzir os
Noções de Informática

comandos existentes nos documentos em HTML para


O que são Sites? uma forma visual. Estes programas são os Navegadores
Internet (Browsers), como o Microsoft Internet Explorer,
Site é o conjunto de páginas web, criadas atra- Mozilla Firefox e Google Chrome.
vés de hipertextos acessíveis geralmente pelo protoco-
lo HTTP na internet. Os sites contêm em seu conteúdo TIPOS DE REDE QUANTO AO TAMANHO
“LINKS”, que são uma ligação entre documentos contidos
na internet. Lan (local área network) – uma rede que liga com-
putadores próximos (normalmente em um mesmo pré-
INTRANET dio ou, no máximo, entre prédios próximos) e podem ser
ligados por cabos apropriados (chamados cabos de rede).
Rede de computadores privada e que atende so- Ex: Redes de computadores das empresas em geral.
mente à uma empresa ou instituição. Utiliza todos os Man (metropolitan area network) – redes metro-
protocolos da Internet e todos os serviços dessa última politanas, um pouco maior que uma rede LAN, compu-
também podem ser implantados numa Intranet. tadores ligados remotamente (distante por quilômetros),
dentro de uma mesma cidade.
Wan (wide area network) – são redes extensas, os
EXTRANET computadores estão ligados (centenas de quilômetros)
entre diferentes estados, países ou continentes. Ex: A In-
Tem-se uma Extranet, quando se estende a Intra-
ternet
net de uma empresa de forma a permitir que uma pessoa
que não faz parte do quadro de funcionários, tenha aces-
so à mesma.
A intranet utiliza todos os protocolos e todos os
serviços da internet

3. TECNOLOGIAS, FERRAMENTAS, APLI-


CATIVOS E PROCEDIMENTOS ASSOCIA-
DOS À INTERNET E INTRANET
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Capítulo 03 - Tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos
Equipamentos de rede com fio
HUB

associados à internet e intranet serviços da internet


Sua função é a de um centralizador de conexões
capaz de interconectar diversos computadores em uma
rede. Este equipamento trabalha por difusão das infor-
mações, ou seja, os chamados broadcast. O HUB recebe
o pacote e o redistribui para todas as maquinas da rede.
A entrega da informação acontece da seguinte ma-
neira: o computador X envia um arquivo para Y, porém,
na rede há o computador Z, V, Z. Neste caso é enviado uma
requisição perguntando para todos os computadores até
encontrar o computador Y.

É por meio de equipamentos como o roteador que


os usuários se conectam pela internet. A internet chega
até o usuário através de um hardware chamado MODEN
(como o ADSL) e é encaminhado para o roteador deter-
minar as rotas para os dispositivos. Portanto, o roteador
cria rotas de conexões entre os usuários e as redes de
computadores conectados à internet.

SWITCH Redes sem fio (wireless)


Trata-se da evolução do HUB. Este equipamento Uma rede sem fio refere-se a uma rede de com-
trabalha de modo a criar canais exclusivos de informa- putadores sem a necessidade do uso de cabos. Temos a
ção entre as estações de rede, ou seja, ele não distribui a conexão de dados feito através de um dispositivo de har-
informação para todas as maquinas da rede. dware capaz de receber os dados via cabo e replicar via 255
Neste caso, quando a informação é encaminhada ondas que se propagam no espaço.
para o computador Y, este receberá diretamente, sem a

Noções de Informática
necessidade de replicar requisições perguntando quem é WI-FI
o computador Y. Sua capacidade de tráfego é maior que
o HUB, evitando o congestionamento de tráfego entre os Seu acesso se dá por um ponto de acesso conheci-
dispositivos. do como Hotspot, e é possível acessar qualquer dispositi-
vo por sua rede.
Essa transmissão se dá da seguinte forma: a partir
de um ponto no qual há uma internet tradicional, é insta-
lado uma antena e um rádio de transmissão que envia si-
nal em alta frequência para determinada distância. Essa
difusão pode ser aberta (qualquer um acessa, sem senha)
ou fechada (é necessário obter o código de acesso).

MODO INFRAESTRUTURA- PONTOS DE ACESSO


(ACESSPOINT)

ROTEADOR Pontos de acesso são dispositivos de rede sem fio


que permitem um ou mais clientes sem fio utilizar o dis-
Equipamento capaz de interligar as maquinas de positivo como um concentrador central (acesspoint ou
uma rede. A sua grande diferença dos demais é a sua ca- roteador wireless). Ao usar um ponto de acesso, todos os
pacidade de escolher a melhor rota para entregar os pa- clientes comunicam-se através do ponto de acesso.
cotes de dados entre as maquinas da rede.
HOTSPOT
Um hotspot é qualquer local em que o acesso a uma
rede Wifi, tipicamente com acesso à Internet, é disponibi-
lizada ao público. Você pode encontrar hostpots em aero-
portos, hotéis, shopping centers, etc.

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Capítulo 03 - Tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos

TOPOLOGIA DAS REDES Antes de enviar dados pela rede, é verificado se há


tráfego na rede, evitar colisão de dados. A conexão deve
Topologia de rede é a disposição entre os compo- estar fechada em ambas as pontas para garantir o canal
nentes de uma rede, portanto, está associada a forma de comunicação. A topologia em Barramento é utilizadas
como as comunicações são realizadas entre os dispo- nas redes com conexão por cabo coaxial. É bem comum e
associados à internet e intranet serviços da internet

sitivos. A topologia é dividida em física e lógica entre os possui alto poder de expansão.
ativos de Redes; sendo cada dispositivo conector de rede
um ativo. Os ativos de rede mais conhecidos são o Switch
e o Hub.
Sobre a topologia física, podemos defini-la como
a forma em que computadores estarão disposto fisica-
mente, ou seja, como será feita a ligação dos computado-
res com os ativos de redes.
A relação de comunicação entre os computadores e
ao fluxo de informações, temos a topologia lógica, forma
como serão controladas as comunicações na rede. Em- Anel
bora a rede esteja disposta fisicamente de uma maneira,
o software que irá controlar o fluxo das informações por Os computadores estão conectados em formando
meio de protocolos de rede, irá determinar os caminhos de um anel, fazendo com que um pacote especial circule
percorridos pelos pacotes que trafegam pela rede. Os dois a rede continuamente. Quando o computador necessitar
tipos de topologias lógicas são: se comunicar, retira o pacote especial da rede e envia a
Broadcast: o nó envia seus dados a todos os nós es- mensagem que quer enviar. Após o envio, coloca o pacote
palhados pela rede (Ethernet). especial novamente na rede, possibilitando maior con-
Token: um sinal de Token controla o envio de dados trole na comunicação e evitando colisão.
pela rede (Token Ring). Um dos pontos negativos desta forma de topolo-
Ao enviarmos informações de um computador gia é o fato de a rede ficar muito tempo sem transmitir
para outro através da rede; é necessário o preparo des- por conta do tráfego do pacote especial e do controle dos
ta informação para trafegar na rede. A informação em si computadores que estão transmitindo. Essa topologia é
é dividida em várias partes, dependendo do tamanho do utilizada logicamente nas redes Token Ring.
arquivo. O objetivo da divisão em pacotes é evitar o con-
256 gestionamento na rede e, sendo a informação dividida,
passará parte a parte para o computador destinado a re-
ceber a informação que, montará o arquivo novamente.
Cada pedaço deste arquivo dividido, dá-se o nome de pa-
Noções de Informática

cote.
Sobre a topologia física dos computadores conec-
tados, temos quatro principais formas de topologias de
redes. São elas:

1. Ponto a Ponto
2. Barramento; Estrela
3. A nel;
4. Estrela ou Ring. Nesta forma de topologia há um centralizador das
comunicações, local onde os dados são propagados entre
origem e destino. O centralizador (ativo de rede) conhece
Ponto a Ponto o endereço dos dispositivos que estão interligados. Esse é
o padrão utilizado na principalmente nas redes LAN.
É a forma de disposição mais simples, unindo dois
computadores por meio de transmissão qualquer. A par-
tir dela é possível formar novas topologias, incluindo no-
vos nós em sua estrutura.

Barramento CERTIFICAÇÃO E ASSINATURA DIGITAL


Na topologia de Barramento todos os nós estão co- Certificado Digital
nectados a uma barra que é compartilhada entre todos
os processadores, podendo o controle ser centralizado ou O Certificado Digital associa a identidade de um ti-
distribuído. tular a um par de chaves eletrônicas (uma pública e outra
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Capítulo 03 - Tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos
privada) que, usadas em conjunto, fornecem a compro- remetente, sendo assim o destinatário de posse da cha-
vação da identidade da pessoa que assina. ve pública do remetente poderá decriptar o hash. Dessa
São elementos comuns dos certificados digitais: maneira garantimos a procedência, pois somente o re-
• Informação de atributo: É a informação sobre o metente possui a chave privada para codificar o hash que
objeto que é certificado. No caso de uma pes- será aberto pela sua chave pública. Já a hash, gerada a

associados à internet e intranet serviços da internet


soa, isto pode incluir seu nome, nacionalidade partir da informação original, protegido pela criptografia,
e endereço e-mail, sua organização e o depar- garantirá a integridade da informação.
tamento da organização onde trabalha. Um certificado de chave pública, normalmente de-
• Chave de informação pública: É a chave públi- nominado apenas de certificado, é uma declaração assi-
ca da entidade certificada. O certificado atua nada digitalmente que vincula o valor de uma chave pú-
para associar a chave pública à informação de blica à identidade da pessoa, ao dispositivo ou ao serviço
atributo, descrita acima. A chave pública pode que contém a chave particular correspondente. A maior
ser qualquer chave assimétrica, mas usual- parte dos certificados de uso comum se baseia no padrão
mente é uma chave RSA. de certificado X.509v3, aplicados em criptografia de cha-
• Assinatura da Autoridade em Certificação ve pública - método de criptografia no qual duas chaves
(CA): A CA assina os dois primeiros elementos diferentes são usadas: uma chave pública para cripto-
e, então, adiciona credibilidade ao certificado. grafar dados e uma chave particular para descriptogra-
Quem recebe o certificado verifica a assina- fá-los. A criptografia de chave pública também é chama-
tura e acreditará na informação de atributo e da de criptografia assimétrica.
chave pública associadas se acreditar na Au- Os certificados podem ser emitidos para diversos
toridade em Certificação. Dentre os atributos fins como, por exemplo, a autenticação de usuários da
do certificado deve estar a Data de Validade. Web, a autenticação de servidores Web, email seguro,
segurança do protocolo Internet (IPSec), segurança de
O Certificado Digital pode ser usado em uma gran- camada de transporte do protocolo TCP/IP e assinatura
de variedade de aplicações, como comércio eletrônico, de código.
groupware (Intranet’s e Internet) e transferência eletrô- Normalmente, os certificados contêm as seguintes
nica de fundos. informações:
Dessa forma, um cliente que compre em um sho- • O valor da chave pública da entidade
pping virtual, utilizando um Servidor Seguro, solicitará • As informações de identificação da entidade,
o Certificado de Identidade Digital deste Servidor para como o nome e o endereço de email
verificar: a identidade do vendedor e o conteúdo do Cer- • O período de validade (tempo durante o qual o 257
tificado por ele apresentado. Da mesma forma, o servidor certificado é considerado válido)
poderá solicitar ao comprador seu Certificado de Identi- • Informações de identificação do emissor
dade Digital, para identificá-lo com segurança e precisão. • A assinatura digital do emissor, que atesta a

Noções de Informática
Caso qualquer um dos dois apresente um Certifi- validade do vínculo entre a chave pública da
cado de Identidade Digital adulterado, ele será avisado do entidade e as informações de identificação da
fato, e a comunicação com segurança não será estabele- entidade.
cida.
O Certificado de Identidade Digital é emitido e as- Um certificado só é válido pelo período de tempo
sinado por uma Autoridade Certificadora Digital (Certifi- nele especificado; cada certificado contém datas Válido
cate Authority). Para tanto, esta autoridade usa as mais de e Válido até, que definem os prazos do período de vali-
avançadas técnicas de criptografia disponíveis e de pa- dade. Quando o prazo de validade de um certificado ter-
drões internacionais (norma ISO X.509 para Certificados mina, a entidade do certificado vencido deve solicitar um
Digitais), para a emissão e chancela digital dos Certifica- novo certificado.
dos de Identidade Digital. Se for preciso desfazer o vínculo declarado em um
certificado, esse pode ser revogado pelo emissor. Cada
Assinatura Digital emissor mantém uma lista de certificados revogados,
que pode ser usada pelos programas quando a validade
A assinatura digital busca resolver dois proble- de um determinado certificado é verificada.
mas não garantidos apenas com uso da criptografia para Uma das principais vantagens dos certificados
codificar as informações: a Integridade e a Procedência. é que os hosts não têm mais que manter um conjunto
Ela utiliza uma função chamada one-way hash function, de senhas para entidades individuais que precisam ser
também conhecida como: compression function, crypto- autenticadas para obterem acesso. Em vez disso, o host
graphic checksum, message digest ou fingerprint. Essa simplesmente deposita confiança em um emissor de cer-
função gera uma sequencia de símbolos única (hash) so- tificados.
bre uma informação, se esse valor for o mesmo tanto no Quando um host, como um servidor Web seguro,
remetente quanto destinatário, significa que essa infor- designa um emissor como uma autoridade raiz confiá-
mação não foi alterada. vel, ele confia implicitamente nas diretivas usadas pelo
Mesmo assim isso ainda não garante total inte- emissor para estabelecer os vínculos dos certificados
gridade, pois a informação pode ter sido alterada no seu que emite. Na prática, o host confia no fato de que o emis-
envio e um novo hash pode ter sido Planilhasulado. Para sor verificou a identidade da entidade do certificado. Um
solucionar esse problema, é utilizada a criptografia assi- host designa um emissor como uma autoridade raiz con-
métrica com a função das chaves num sentido inverso, fiável colocando o certificado auto-assinado do emissor,
onde o hash é criptografado usando a chave privada do que contém a chave pública do emissor, no armazena-

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Capítulo 03 - Tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos

mento de certificado da autoridade de certificação raiz necessário para que o vírus insira seus códigos malicio-
confiável do computador host. As autoridades de certifi- sos dentro do computador.
cação intermediárias ou subordinadas serão confiáveis Basicamente os vírus se dividem em três classes:
somente se tiverem um caminho de certificação válido • Polimórficos: sua forma de altera a cada nova
de uma autoridade de certificação raiz confiável. infecção, ou seja, altera sua sequência de bytes
associados à internet e intranet serviços da internet

no código, tornado difícil a remoção por pro-


NOÇÕES DE VÍRUS E AMEAÇAS VIRTUAIS gramas antivírus.
• Vírus de boot – Alojam-se no setor de boot de
Com o crescimento do acesso aos meios digitais e disquetes e no Master Boot Record (MBR) do
o compartilhamento de informações via redes; fica evi- disco rígido.
dente a necessidade de tornar este imenso tráfego de in- • Vírus de programa – Normalmente, utilizam
formações seguro. extensões executáveis como:
Com a expansão da internet e a criação de novas • Principais extensões: cmd, bat, scr, exe, vbs,
aplicações, é notório que cada vez mais a adesão a cha- ws.
mada “computação na nuvem”, sistema que torna os da-
dos de milhões de usuários, possibilitando o acesso de Cavalo de Tróia (Trojan)
qualquer computador.
É neste cenário que a figura dos chamados hacke- Segundo os relatos da mitologia grega, o “Cavalo
rs e crackers toma proporções dentre de um contexto de de Tróia” foi um presente dados pelos gregos para obter
globalização, uma vez que, suas atividades visam roubar, acesso à cidade de Tróia. A estátua do cavalo serviu de
fraudar e acessar dados alheios com objetivos que vão esconderijo para os soldados que, durante a noite, abri-
desde a exposição do usuário até o roubo de valores por ram os portões da cidade dando assim livre-acesso a en-
meio ao acesso de contas bancárias. trada dos gregos e a conquista de Tróia. Deste mito nas-
Cada vez mais vemos em noticiários e páginas de ceram os termos “Presente de Grego” e “Cavalo de Tróia”.
internet notícias de usuários, até mesmo celebridades, Para informática, um Cavalo de Tróia (Trojan) con-
que tiveram informações como fotos e vídeos divulgados siste num programa que, além de executar funções para
sem autorização na internet. as quais foi aparentemente projetado, também executa
Sendo assim, iremos abordar neste material as outras funções normalmente maliciosas e sem o conhe-
principais formas e características utilizadas para pre- cimento do usuário.
judicar os usuários. Estes meios possuem várias faces e Algumas das funções ocultas que podem ser exe-
258 cada uma delas é importante distinguir pois, como as- cutadas por um cavalo de Tróia são:
sunto presente em todas as provas de concursos, as ban- • Alteração ou destruição de arquivos;
cas gostam de confundir o concurseiro alternando os ti- • Furto de senhas e outras informações sensí-
pos de pragas virtuais e suas características. veis como números de cartões de crédito;
Noções de Informática

Começa agora nossa jornada ao mundo de hackers, • Inclusão de backdoors para permitir que um
crackers, vírus e as táticas empregadas para o acesso a atacante tenha total controle sobre o compu-
dados privados e sigilosos. tador.

Malware Por definição, o cavalo de Tróia diferencia se do vírus e


do worm por não se replicar, infectar outros arquivos,
Para o público em geral, todos os danos que arqui- ou propagar cópias de si mesmo automaticamente.
vos maliciosos causam aos computadores é dado o nome
de vírus, porém, este termo faz parte de uma subcatego- Normalmente um cavalo de tróia é um único ar-
ria de um extenso leque de códigos maliciosos, cujo obje- quivo que possibilita ser explicitamente executado.
tivo varia conforme o tipo, método e finalidade. Em suma, Há casos onde um cavalo de tróia contenha um
Malware e uma combinação para Malicious Software; vírus ou worm. Mas, mesmo nestes casos, é possível
traduzindo significa programa malicioso. distinguir as ações realizadas como consequência da
Nesta aula iremos abordar as principais pragas execução do cavalo de tróia propriamente dito daquelas
virtuais cobradas nos principais concursos. relacionadas ao comportamento de um vírus ou worm.

Vírus Worm
Podemos definir vírus como um programa ou tre- É um programa que tem a possibilidade de se pro-
chos de códigos que se instala no computador sem o co- pagar automaticamente pelas redes, sua função é enviar
nhecimento ou consentimento do utilizador. Uma das cópias de si mesmo de computador para computador.
características dos vírus e a sua existência estar em Difere do vírus, pois o worm não precisa ser exe-
arquivos que dependem primordialmente de execução. cutado para se propagar, não infectando arquivos, sendo
São aqueles arquivos que precisam que o usuário acione ele o próprio arquivo. Sua propagação se dá por meio da
por meio de cliques do mouse ou da tecla ENTER. É como busca de vulnerabilidades existentes ou falhas na confi-
aquele arquivos anexado a e-mails informando de inti- guração de softwares instalados em computadores.
mações judiciais ou ainda de supostos depósitos bancá-
rios.
Ao clicar no arquivo, o usuário executa o comando

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Capítulo 03 - Tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos
Bots Windows) que vasculham os seus arquivos acessados
na Internet para copiar dados como número de cartão de
Os chamados Bots utilizam a mesma forma de crédito, senha de contas de bancos acessados por web-
funcionamento utilizada pelos Worm, ou seja, sua pro- mail, entre outros.
Tipos de spywares:

associados à internet e intranet serviços da internet


pagação é automática e não exige que o usuário execute
nenhum comando para que o funcionamento aconteça, • Keylogger: sua função é capturar informações
porém, a principal diferença está no monitoramento feito do teclado e enviar ao seu autor. Muitos bancos
pelo invasor. tem utilizado o mouse e teclados virtuais para
Enquando o Worm simplesmente cria várias có- evitar este tipo de praga.
pias e “inunda” o armazenamento do computador, cau- • Screenlogger: o objetivo deste spyware é cap-
sando lentidão, o Bots envia informações para o invasor turar informações via tela e as envia ao seu
e torna o computador um “zumbi”, fazendo uso de recur- autor.
sos da máquina para outros ataques. Sua entrada acon-
tece principalmente por vulnerabilidades e falhas pre- Ransomwares
sentes em softwares instalados no computador.
Esta forma de ataque é muito utilizada para criar Vamos imaginar a seguinte situação:
uma rede de computadores zumbis, tornando possível a “Você recebeu um e-mail de alguém conhecido,
utilização de diversas máquinas para ataques de nega- um amigo ou familiar, e consta um anexo. O e-mail infor-
ção de serviço, meio pelo qual o invasor ataca sites ou ou- ma que são fotos pessoais disponibilizadas na internet
tros computadores conectados à rede através do envio de e, devido a mensagem que consta você devide realizar o
inúmeras requisições de acesso. O mecanismo simulado download e abrir o arquivo e, ao executar o arquivo, um
a tentativa simultânea de vários usuários tentado aces- pequeno programa se aloja no computador, integrando os
sar o mesmo serviço, causando lentidão e derrubando a recursos do sistema operacional.”
conexão na maioria das vezes. Em algumas provas você Este cenário hipotético descrito, representa a for-
poderá encontrar o termo botnet, uma referência a este ma como muitos códigos maliciosos são instalados em
tipo de ataque, pois, faz a junção das palavras Bot (deri- nossos computadores e, no caso dos Ransomwares não
vada de robot) com net (derivada de network, termo em é diferente.
inglês para rede). Os Ransomwares são programas maliciosos que
Além disso, os invasores usam os próprios compu- ao infectar, criptografam todo ou parte das informações
tadores das vítimas como meio para enviar de milhares armazenadas em seu disco rígido (HD), tornando inviável
de e-mail com phishing ou spam. o acesso ao conteúdo por parte do usuário. 259
Feito isso, os criadores do programa, exigem paga-
Backdoors (Porta dos Fundos) mento para a devolução dos dados da vítima.

Noções de Informática
Em vários sistemas pode se encontrar falhas de Adwares
segurança que podem permitir a invasão por um cracker,
possibilitando total controle da máquina. Alguns cra- São conhecidos por trazerem para a tela do usuá-
ckers utilizam-se de um Backdoor para instalar vírus ou rio algum tipo de propaganda. Em sua grande maioria, os
programas maliciosos conhecidos como malware. adwares são programas desenvolvidos por empresas co-
Basicamente trata-se de um Backdoor que possa merciais que os anexam a programas de livre download.
ser explorado através da Internet, mas o termo pode ser É muito comum no processo de instalação dos sof-
usado de forma mais ampla para designar formas furti- twares denominados free (livre, gratuito), a indexação de
vas de se obter informações privilegiadas em sistemas outros programas.
de todo tipo.
Na maioria dos casos que envolvem ataque por Spams
crackers procura se garantir uma maneira de retornar
ao computador comprometido, sem precisar faz uso de São e-mails enviados sem o consentimento do
todos os métodos empregados no ato da invasão. Geral- proprietário da conta. É comum serem usados em propa-
mente a intenção do cracker é poder retornar ao compu- gandas e campanhas de marketing, correntes de fé, fal-
tador comprometido sem ser notado. sas ideologias, ajuda a outrem, entre muitos.
A esses programas de retorno ao computador
comprometido, utilizando-se serviços criados ou modi-
ficados para este fim, dá-se o nome de Backdoor. Hoaxes
Trata-se de boatos disseminados por correio ele-
Spyware trônico cujo objetivo é assustar os usuários que recebem
a mensagem. Um exemplo sobre essa brincadeira e o en-
Spywares e Adwares são às vezes confundidos, vio de uma mensagem alerta para um novo e ainda des-
porém, é importante frisarmos que são diferentes. conhecido vírus de computador, que está sendo espalha-
Software de computador que recolhe a informação do por toda rede.
sobre o usuário do computador e transmite essa infor- O usuário é infectado enquanto a mensagem esti-
mação a uma entidade externa sem o conhecimento ou ver sendo lida ou ainda clicando em determinada tecla ou
o consentimento informado do usuário. São programas link de conteúdo externo. O criado da mensagem hoax,
similares a um vírus (pois, às vezes, se auto instalam no geralmente cita empresas como Visa, Mastercard, Mi-
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Capítulo 03 - Tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos

crosoft, IBM como detentoras da informação, dando sen- pularização da conexão banda larga, aumentaram o nú-
timento de segurança ao usuário inexperiente. mero de usuários na rede e, consequentemente, a abun-
dância de sites ofertando a possibilidade de donwload de
Phishing aplicações. Portanto, cuidado ao visualizar mensagens
informando que é necessário atualizar programas ou
associados à internet e intranet serviços da internet

O phishing ou phishing scam é uma forma de en- ofertando aplicações.


ganar os usuários de computador com o objetivo de ob-
ter informações pessoais ou financeiras através de uma Ataque de Senhas
mensagem de email ou site fraudulento; seu termo vem
da ideia de “pescar” informações sigilosas dos usuários. Praticamente todos os serviços disponíveis na
Um scam típico de phishing online tem início com uma rede exigem que o usuário cadastre uma forma de auten-
mensagem de email que aparentemente pode ser identi- ticação no sistema e a forma mais comum é a criação de
ficada como uma nota oficial de uma fonte confiável (ins- senhas de acesso.
tituição financeira, SERASA, Receita Federal). No email, Desde de os primórdios da computação a neces-
os destinatários são redirecionados a um site fraudulen- sidade de senhas se fez presente nos serviços; veja pelo
to em que são guiados a preencher formulários com suas próprio sistema operacional, sendo a primeira barreira
informações pessoais, como número de conta ou senha. de acesso a sua área de trabalho. Com o avanço e o de-
O principal objetivo desta forma de fraude e ob- senvolvimento de novas formas de autenticação como
ter dados como dados bancários, números de cartão de detecção facial, biometria e dispositivos físicos de acesso
credito ou ainda senhas de acesso a conta de e-mails de como Tokens, a senhas começaram a se tornar uma al-
instituições financeiras. Atualmente o phishing teve um ternativa.
sucessor, o Pharming, um programa de computador bai- Dentro do estudo da segurança da informação é
xado da internet e executado pelo usuário, possibilitan- item obrigatório o estudo de algo chamado engenharia
do roubo de informações contidas dentro da utilização do social, forma de explorar as fraquezas humanas e sociais
sistema operacional. para obter dados necessários na construção de informa-
Com certeza você já deve ter recebido um e-mail ções. É muitas vezes utilizando está técnica que frauda-
informando que seria necessário recadastrar seus da- dores conseguem dados para formular possíveis senhas
dos bancários ou alterar sua senha de e-mail devido a de acesso.
mudanças no serviço. Na maioria das vezes o usuário é O ataque as senhas não é algo novo e muito disso
direcionado para uma página falsa, porém, com caracte- já foi demonstrado no cinema com filmes como “A Senha:
260 risticas que levam o confundir com a página verdadeira. Swordfish”. Sendo assim, iremos abordar os principais
O phishing apresenta duas formas clássicas, por- métodos utilizados para atacar as senhas dos usuários e
tanto, memorize! Mensagem de e-mail com anexos ou conseguir acesso a suas aplicações de serviços.
links para download de arquivos compactados (.zip e
Noções de Informática

.rar) que contém códigos maliciosos desenvolvidos para ATAQUE DE DICIONÁRIO


furtar informações do computador da vítima. No próprio
corpo da mensagem contém um formulário para preen- Está forma empregada utiliza banco de dados de
chimento com dados do usuário; dados que serão envia- palavras, símbolos e números ou ainda qualquer tipo de
dos para os fraudadores. permutações para chegar a senha do usuário. Seu foco é
na velocidade de comparação utilizando-se das chama-
Pharming das Wordlists (listas de palavras) para computação de
possibilidades e na maioria dos casos, os programas que
Quem já estudou um pouco sobre as redes e seu usam este recursos incluem em seu arcenal programas
funcionamento sabe que todo site na verdade é um en- que converter os caracteres presentes nas lista na mes-
dereço de ip, cadastrado num gigantesco banco de dados, ma forma de criptografia empregado na geração das se-
direcionado ao nome do site. Este nome do site é regido nhas. Quando o programa consegue decodificar a senha
pelo DNS (Domain Name Server). temos o chamado crack, ou seja, quebramos a senha.
Cada site da internet para funcionar precisa ser ar- Um exemplo de programa que utilize este recurso
mazenado em um computador conectado a rede, e para e o Hydra, software aplicativo disponível para sistemas
cada computador conectado na rede existe um IP atribu- operacionais baseados em Linux e presente em distri-
ído. Todo IP atribuído possui um DNS. buiçoes Linux dedicadas a testes de penetração, audito-
Sendo assim, a técnica do Pharming consiste em ria forense e analise de redes como é o caso do Kali Linux
sequestrar ou contaminar o DNS para direcionar o usuá- e do BackBox. Estes sistemas operacionais dedicados a
rio ao um site falso, ou seja, você acredita que o está aces- área de segurança são chamados de Pen Testing.
sando uma página, porém, está navegando em águas
obscuras. FORÇA-BRUTA
Os fraudadores chamados de Phishers, utilizam de
códigos maliciosos para sobrepor a barra de endereço e O método da força-bruta utiliza os mesmos meios
status do navegador com o objetivo de enganar o usuá- do ataque por dicionário, porem, seu foco está na repeti-
rio. Outra técnica envolve uma janela pop-up, ou seja, no ção de combinações até chegar a senha, porém, o método
próprio site será exibido uma janela onde será solicitado em si é extremamente lento devido ao uso de combina-
que o usuário insira dados bancários ou pessoais para ções consecutivas de caracteres comparados como aab,
poder acessar aplicação. aac, aBc etc.
Com o aumento da velocidade de internet e a po-
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Capítulo 03 - Tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos
Enquanto o ataque por dicionário possibilita a diversar maneiras e, na maioria das vezes, a porta de en-
combinação e permutação de infinitas possibilidades, trada é a própria inexperiência do usuário. Seguindo com
incluindo sistemas de conversão criptografada, o méto- explicação sobre os diversos tipos de invasão, vamos en-
do da força-bruta é do tipo “uma hora acha”, ou seja, irá tender o funcionamento de outra forma de furto controle
fazer uso de recursos por comparação, indiferente se é de recursos, são os chamados rootkits.

associados à internet e intranet serviços da internet


uma senha possível. Quem já estudou sobre o Linux está familiarizado
com o termo Root, cujo significado é Raiz, sendo o mais
Sniffing alto nível de acesso aos recursos do sistema operacional.
O usuário Root pode literalmente fazer qualquer altera-
A necessidade de conexão é indiscutível nos atu- ção, seja em aplicações ou no próprio sistema operacio-
ais dias, e com isso e crescente o disponibilidade de redes nal. No Windows chamamos de administrador.
em locais públicos ou até mesmo a liberação de pontos de Os rootkits utilizam mecanismos para manter o
acesso dentro das empresas, possibilitando funcionários acesso do invasor ao nível de root (administrador), po-
e clientes usufruirem de conexão com a internet. dendo ele fazer qualquer alteração ou envio de dados.
Todo dispositivo conectado a rede, seja ele compu- Podemos dizer que ele é um dos mais perigosos, fato que
tador, tablet ou smartphone, recebe e envia uma série de atribuímos as suas funcionalidades:
informações através desta rede e, pensando nisso, pes- • ocultar atividades e informações implantadas
soas mal-intecionadas instalaram softwares que tem a pelo invasor.
missão de escutar a rede, ou seja, monitorar o tráfego de • inclusão de backdoors para possibilitar o re-
informações entre dispositivos. torno do invasor a máquina infectada.
Esta forma de fraude, ou ainda poderíamos chamar • utilização de programas que apagam os cha-
de furto, é chamada de Sniffing e seu uso é feito através mados logs, registros de atividades no compu-
dos protocolos de rede como a pilha TCP/IP e seus com- tador, ocultando totalmente sua movimenta-
panheiros da chamada camada de aplicação. Utilizando ção dentro da máquina do usuário.
os dados trafegados por protocolos como o FTP, SMTP, • Sniffers, programas de captura de pacotes,
POP3 e IMAP o sniffer captura pacotes enviados entre possibilitando o acesso a senhas e dados que
máquinas da rede. não fazem uso de algum tipo de criptografia.
Estes softwares utilizam da ausência de cifragem • Scanners, programas que mapeiam potenciais
nos pacotes transmitidos via protocolo TCP/IP, sendo vulnerabilidades.
possível identificar senhas e dados de acesso dos servi-
ços utilizados pelos usuários da rede monitorada. Os pro- APLICATIVOS PARA SEGURANÇA 261
gramas que fazem este tipo de captura e monitoramento
são chamados de Sniffers, farejadores ou Capturadores Aplicativos para segurança têm como objetivo
de pacotes. manter o computador onde está instalada, livre de pra-

Noções de Informática
A única dificuldade neste método é a necessidade gas virtuais e ameaças que possam causar danos e aces-
de o computador “capturador” estar instalado entre duas so a informações pessoais.
máquina numa rede, ou seja, entre dois ou mais dispositi-
vos conectados numa rede Wifi, o agente deverá primeiro Antivírus
quebrar a senha de acesso e depois começar, por meio do
programa capturador, a armazenar e computar os paco- Aplicativos antivírus são programas distribuídos
tes transmitidos. gratuitamente (licença free ou shareware) ou versões
mais completas que são vendidas por empresas da área.
Hijacker Sua função é manter o computador livre de pro-
gramas e/ou arquivos que possam causar danos ou fur-
Nos últimos tempos esta forma de ameaça virtu- tar e distribuir informações do usuário. Possuem módulo
al vem ganhando destaque, sendo sua principal função de escaneamento e geralmente sistemas de monitora-
e a de sequestrar o navegador. Podemos defini-los como mento contínuo.
Spywares invasores silenciosamente instalam-se com- Os principais antivírus do mercado são:
putador por meio de protocolos ActiveX ou na instalação
de programas freeware e suspeitos. Firewall
Os Hijackers alteram a página inicial, e instalam
barras de ferramentas que na maioria das vezes impe- Sistema de proteção de uma rede que tem por ob-
dem o usuário de acessa determinados sites, como pági- jetivo aplicar políticas de segurança a pontos de acesso,
nas de softwares antivírus. sua tradução significa “muro de fogo”. É um software ou
componente dedicado, que visa a proteção de uma rede
Rootkits contra invasões externas e acessos não autorizados. O
firewall está presente tanto em computadores domésti-
Após estudarmos vários tipos de códigos mali- cos quando nas grandes corporações.
ciosos, acredito que você já tenha percebido que, desde O firewall pode ser do tipo filtros de pacotes, proxy
a criação do cavalo de tróia, as formas de infectar com- de aplicações, etc. Os firewalls são geralmente associa-
putadores e o furto de informações dos usuários atingiu dos a redes TCP/IP.
um certo “requinte de crueldade”, ou seja, um simples ar-
quivo aberto escondido dentro de um trojan pode agir de

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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-

utilizados por empresas e usuários.


O acesso aos sites é feito por meio de uma URL, ou
link como muitos costumam dizer, digitada na barra de
endereço de um navegador; feito isso o navegador irá
acessar o conteúdo armazenado em um servidor e que
está endereçado por meio desta URL.
Em tese, os navegadores disponíveis no merca-
trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa

do possuem os mesmos recursos, se diferenciando em


pequenas coisas, mostrando o direcionamento que os
desenvolvedores querem dar ao seu software. O Inter-
net Explorer é o navegador padrão do Windows desde
as primeiras versões, portanto, sendo desenvolvido pela
Microsoft; já o Google Chrome é o navegador mais jovem
do mercado, tendo sua carreira começado em 2008, vem
liderando o ranking dos navegadores desde 2010.
Para facilitar o aprendizado, iremos trabalhar os
principais termos utilizados nos navegadores, ou seja,
ANTI-SPYWARE existe um vocabulário comum que descreve ferramen-
tas e modos de navegação.
Spyware são programas ou aplicações cujo objeti- Browser (termo em inglês) ou navegador são pro-
vo é, infiltrar dentro do computador do usuário e extrair gramas utilizados para acessar páginas e conteúdos
informações pessoais, sem o seu conhecimento nem o disponibilizados pela internet. Ele tem a função de trans-
seu consentimento, e encaminha-las para o autor do ata- mitir a informação armazenada num servidor até o com-
que putador que acessa seu endereço na Web.
Atualmente há vários vírus que transportam Os principais navegadores utilizados são:
spywares. Sua ação está basicamente em roubar certos
dados confidenciais dos usuários como dados bancários,
montagem e envio de registros das atividades do usuá-
rio, roubar determinados arquivos ou outros documen-
tos pessoais.
262
Programas anti-spyware
Todas as páginas de internet são construídas atra-
Noções de Informática

Esses programas assemelham se em muitos pon- vés de uma linguagem de programação que tem o intuito
tos aos antivírus; muitos antivírus já possuem sistemas de transmitir a informação de forma organizada e gráfica
de detecção de spywares como função no modo de esca- ao usuário.
neamento do sistema. Veja algumas das linguagens utilizadas:
Esses programas fazem a varredura do sistema e
eliminam os arquivos indesejados do sistema, sejam e
modo automático, seja por escaneamento manual. Po-
rém, é importante ressaltar que há spywares que são de-
tectados por alguns programas e não por outros.

4. FERRAMENTAS E APLICATIVOS DE NA-


VEGAÇÃO, CORREIO ELETRÔNICO, GRU-
POS DE DISCUSSÃO, BUSCA E PESQUISA
A principal função do navegador (browser) é tra-
A tarefa do navegador é ler as informações cons-
zer informações que estão armazenadas em recursos da
truídas por esta linguagem e transmitir de forma gráfica
Internet para o usuário. Sua função é interpretar a lin-
o conteúdo na forma como ele foi organizado.
guagem de programação utilizada, tornando o conteúdo
O código fonte, assim como é chamado por usu-
visível.
ários e programadores, pode ser visto clicando sobre a
A tarefa do navegador é ler as informações cons-
página como botão direito do mouse e selecionado o item
truídas por esta linguagem e transmitir de forma gráfica
código fonte ou inspecionar elemento, podendo variar de
o conteúdo na forma como ele foi organizado.
navegador para navegador.
O código fonte, assim como é chamado por usu-
Para entendermos o funcionamento e utilidades
ários e programadores, pode ser visto clicando sobre a
dos navegadores iremos estudar o Internet Explorer,
página como botão direito do mouse e selecionado o item
Google Chrome e o Mozilla Firefox, pois, são os navega-
código fonte ou inspecionar elemento, podendo variar de
dores mais cobrados em provas e concursos:
navegador para navegador.
Para entendermos o funcionamento e utilidades
dos navegadores iremos estudar o Google Chrome e o
Internet Explorer; atualmente são os navegadores mais
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
Mozilla Firefox: O Firefox é um nave- INTERNET EXPLORER 11
gador baseado na filosofia open source.
Diz-se que um software é open source Neste momento, a versão mais atual do Internet
quando o seu código fonte é público, não Explorer é a versão 11, e será esta a ser trabalhada no
proprietário. decorrer da aula, porém, as funcionalidades básicas de
navegação são as mesmas desde a versão 8 e trabalha-
remos questões de concursos anteriores que possuem as

trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa


funcionalidades em comum.
Google Chrome: Navegador lançado em Na imagem a seguir podemos visualizar um pano-
2008 pelo Google. rama geral do navegador.
Alguns termos são comuns em provas e concursos
e fazem referência a forma e os recursos utilizados pelos
usuários durante o uso dos navegadores. Vamos elencar
alguns dos principais:
Abas: atualmente os navegadores modernos pos-
sibilitam ao usuário abrirem várias páginas web em uma
única janela da aplicação. Essa função é possível abrin-
do novas abas no navegador. No passado, para cada site
visitado pelo usuário, era necessário iniciar uma nova
seção do navegador, ou seja, você precisava iniciar uma
outra janela do navegador para poder navegar em múl-
tiplos sites.
Complementos e Extensões: possibilidade de adi-
cionar aplicações complementares ao navegador. Estas
aplicações funcionam como programas que integram
funcionalidades ao navegador, como leitores de PDF, Barra de Ferramentas
player de videos, captura de tela dentre outros.
Sincronização: é a funcionalidade que alguns na-
vegadores possuem de sincronizar o histórico, favoritos,
senhas e preferências dos usuários, por meio de uma lo-
gin e senha. O usuário cria uma conta de sincronização
263
e habilita a funcionalidade no navegador. Atualmente
temos como exemplos de navegadores que incluem esta

Noções de Informática
função o Mozilla FireFox, Google Chrome e Opera.
Pop-ups: é um recurso utilizado pelos sítios que
mostra uma nova página sobre a página atual. É um re-
curso geralmente utilizado para marketing. Assim, os
navegadores implementaram mecanismos debloqueio a
estas páginas.
Navegação InPrivate ou Anônima: permite que na-
vegar na Web sem deixar o histórico de navegação salvo
no navegador. Isso ajuda a impedir que outras pessoas
que usam o computador identifiquem quaisquer sites vi-
sitados.

Cookies: arquivo de texto muito pequeno colocado Botões “Voltar” e “Avançar”: Localiza-
em sua unidade de disco rígido por um servidor de pági- da na parte superior do navegador, a
nas da Web. Basicamente ele é seu “cartão de identifica- barra de ferramentas dispõe dos bo-
ção” e não pode ser executado como código ou transmitir tões “Voltar” e “ Avançar” onde o usu-
vírus; ele é exclusivamente seu e pode ser lido somente ário pode utilizar para navegar em páginas já acessadas
pelo servidor que o forneceu. A finalidade do cookie é ou em uso.
informar ao servidor que você retornou àquela página
da Web. Um cookie ajuda economizando tempo. Se você
personaliza páginas ou registra-se para produtos ou
serviços, um cookie ajuda a lembrar quem você é.
Favoritos ou Bookmarks(marcadores): permitem
que você visite as suas páginas da web prediletas com Barra de Endereços
apenas um clique. Quando algum site é incluido na lista
de favoritos, um botão é colocado na barra de favoritos É o local do navegador onde será inserido o ende-
na parte superior da janela do seu navegador. Clique no reço, chamada de URL, para acessar o site desejado. Nela
botão para abrir. constará além da página principal do site, bem como, os
Históricos: registro de sites visitados pelos usuá- caminhos das páginas acessadas dentro do site confor-
rios. me exemplo:
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-

Página Principal: http://www.focusconcursos. arquivos, até a configuração do navegador.


com.br
Link de Máteriais: http://www.focusconcursos.
com.br/?pg=materiais

Nota-se que no caso do link para materiais consta


o endereço da página principal seguido do caminho para
trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa

o página dentro do domínio principal (/?pg=materiais).

Página Principal (HOME PAGE): tendo com ícone


o desenho de uma casa, a página principal será o site
configurado pelo usurário como a primeira pagina a ser
exibida quando o navegador for iniciado.
Para configurar a página principal do navegador
basta clicar no ícone de” Ferramentas” localizado no ca-
beçalho do navegador, ao lado do ícone de “Favoritos” .
Após clicar será aberta um menu com opções. Clique em Por padrão, a barra de Menus fica oculta quando
“Opções de Internet”. o navegador é iniciado, porém, para podermos visuali-
zar basta utilizar a tecla Alt que logo em seguida a barra
Opções de Internet irá aparecer. Caso o usuário queria que a barra fique fixa
no navegador. Clique em Exibir>>Barra de Ferramen-
Neste item o usuário terá várias opções relaciona- tas>>Barra de Menus.
das ao navegador como por exemplo:
• Definir a Página Incial (Home Page) Barra de Favoritos
• Excluir o histórico de navegação ou configurar
o para o navegador não armazenar mais as pá-
ginas ao ser fechado.
• Definições relacionadas a segurança.
264 • Privacidade A barra Favoritos é utilizada para criar “atalhos”
• Conteúdo. para sites que o usuário tenha interesse de armazenar na
barra de favoritos.
Noções de Informática

Adicionando links à barra Favoritos


A barra Favoritos fornece acesso conveniente aos
sites que você visita com mais frequência. Veja como adi-
cionar links à barra Favoritos para suas páginas da Web
favoritas.
1. Para abrir o Internet Explorer, clique no botão
Iniciar. Na caixa de pesquisa, digite Focus Concursos e,
na lista de resultados, clique em Focus Concursos.
2. Acesse a página que você deseja adicionar à bar-
ra de Favoritos.
3. Siga um destes procedimentos:
Arraste o ícone da página da Web da barra de en-
dereços para a barra Favoritos.
Arraste o link da página da Web diretamente até a
barra Favoritos.
Clique no botão Adicionar à Barra de Favoritos.

Barra de Menus
A barra de menus é o campo que contém todas as
funções do navegador, desde abertura de novas abas e

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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
Histórico • Uma nova janela irá ser aberta. Selecione quais
os dados você deseja excluir e, em seguida, cli-
O histórico consiste nas páginas visitadas ante- que no botão “Excluir”.
riormente pelo usuário. No histórico contará um registro
das páginas navegadas. Outra forma de acessar o histó- Lista de Atalhos
rico de navegação é pela “Barra de Menus” clicando no
botão “Editar” e em seguida selecionando “Barra do Ex-

trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa


plorer” e após “Histórico”. Adicionar o site atual aos favo- Ctrl+D
Os navegadores dispõem de atalhos para acessar ritos
ferramentas e utilidades. Para acessar o “Histórico” bas-
ta clicar em Ctrl+H conforme exemplo abaixo: Fechar a guia Ctrl+W
Ir para a home page Alt+Home
Excluir o histórico de navegação Ctrl+Shift+Delete
Obter ajuda e suporte F1
Abrir o histórico de navegação Ctrl+H
Abrir uma nova guia Ctrl+T
Abrir uma nova janela de Nave- Ctrl+Shift+P
gação InPrivate
Imprimir a página atual Ctrl+P
Atualizar a página F5
Alternar entre guias Ctrl+Tab
Exibir os downloads Ctrl+J
ARQUIVOS DE INTERNET TEMPORÁRIOS
Abrir uma consulta de pesquisa Ctrl+E
Após o usuário realizar a navegação em sites, é na barra de endereços 265
possível limpar os dados e todo o conteúdo armazenado Abrir uma consulta de pesquisa Alt+Enter
temporariamente. Existem algumas formas de realizar em uma nova guia

Noções de Informática
o procedimento e para isso iremos seguir alguns passos
básicos conforme descrito abaixo: Abrir a barra de endereços (para Ctrl+Seta para
exibir o histórico, os favoritos e baixo
MÉTODO 1 os provedores de pesquisa)

• Clique no botão Ferramentas >> Opções da Pesquisar usando texto copiado Ctrl+Shift+L
Internet. Ampliar (+ 10%) Ctrl+Sinal de
• No item “Histórico de Navegação” você irá cli- adição
car no botão “Excluir”.
• Uma nova janela irá ser aberta. Selecione quais Reduzir (- 10%) Ctrl+Sinal de sub-
os dados você deseja excluir e, em seguida, cli- tração
que no botão “Excluir”.
Aplicar zoom de 100% Ctrl+0
MÉTODO 2
• Por padrão, a barra de menus não está sendo GOOGLE CHROME
visualizada, para que ela seja exibida clique na
tecla Alt ou no botão direito do mouse sobre a
barra de títulos.
• Clique botão Ferramentas >>Excluir His-
tórico de Navegação
• Uma nova janela irá ser aberta. Selecione quais
os dados você deseja excluir e, em seguida, cli- O Chrome é o navegador
que no botão “Excluir”. criado pela Google em 2008 e, dentre os navegadores dis-
poníveis no mercado, é o mais novo, porém, em termos
MÉTODO 3 de utilização vem dominando o cenário mundial. É muito
rápido e leve, possibilitando ao usuário integrar funcio-
• Clique no botão Ferramentas >> Seguran- nalidades através de extensões disponíveis na Chrome
ça>>Excluir Histórico de Navegação WebStore.

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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-

Principais Funcionalidades
Abas: utilização de várias páginas web em uma
única janela da aplicação. Essa função é possível abrindo
novas abas no navegador.
trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa

Habilitando a navegação anônima, o usuário não


irá deixar de ser “rastreado” pelos serviços de busca e
Extensões: possibilidade de adicionar aplicações
operadora de internet. Esta opção apenas não irá regis-
complementares ao navegador. Estas aplicações funcio-
trar o histórico, senhas e palavras utilizadas durante o
nam como programas que integram funcionalidades ao
período em que o usuário estiver navegando na internet.
navegador, como leitores de PDF, player de videos, captu-
Atualmente o único navegador que propicia certo anoni-
ra de tela dentre outros.
mato durante a navegação é o navegador TOR.
Favoritos: permitem que você visite as suas pági-
nas da web prediletas com apenas um clique. Quando al-
gum site é incluído na lista de favoritos, um botão é colo-
cado na barra de favoritos na parte superior da janela do
seu navegador. Clique no botão para abrir. Para adicionar
os favoritos no Chrome você deve clicar na estrela
localizada na barra de endereços.

Históricos: registro de sites visitados pelo usuário.


Durante a navegação, o Chrome irá armazenar uma lista
266 de sites visitados.
Sincronização: é a funcionalidade de sincronizar o
Configurações
Noções de Informática

histórico, favoritos, senhas e preferências dos usuários,


por meio de uma login e senha realizado com uma conta
Através do ícone você poderá ter acesso as
do Google (@gmail.com). No Google Chrome está funcio-
principais configurações do Chrome, como abrir novas
nalidade está associada a ideia de armazenamento na
janelas e abas, consultar o histórico e os arquivos baixa-
nuvem (Google Drive).
dos da internet (Download).
No item “Configurações” você terá acesso aos re-
cursos relacionados as preferências de usuário como
qual página inicial deverá ser exibida, locais em que os
arquivos deverão ser armazenados após a finalização do
download, além das preferências de salvar ou não as se-
nhas utilizadas em sites durante a seção.

Navegação Anônima (Nova Janela Anônima): per-


mite que navegar na Web sem deixar o histórico de na-
vegação salvo no navegador. Isso ajuda a impedir que
outras pessoas que usam o computador identifiquem
quaisquer sites visitados.

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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
Lista de Atalhos Ctrl+W ou Ctrl+F4 Fecha a guia ou o pop-up
atual.
l+N Abre uma nova janela. Clicar em uma guia com o Fecha a guia em que você
Ctrl+T Abre uma nova guia. botão do meio do mouse clicou.
(ou rolar o mouse).
Ctrl+Shift+N Abre uma nova janela

trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa


no modo de navegação Clicar com o botão direito Exibe seu histórico de
anônima. do mouse ou clicar e navegação na guia.
manter pressionada a
Pressionar Ctrl+O e sele- Abre um arquivo do seu seta "Voltar" ou "Avan-
cionar arquivo. computador no Google çar" na barra de ferra-
Chrome. mentas do navegador.
Pressionar Ctrl e clicar Abre o link em uma nova Pressionar Backspace ou Vai para a página ante-
em um link. Ou clicar em guia em segundo plano. Alt e a seta para esquerda rior no seu histórico de
um link com o botão do ao mesmo tempo. navegação da guia.
meio do mouse (ou rolar o
mouse). Pressionar Shift+Backs- Vai para a próxima pá-
pace ou Alt e a seta para a gina no seu histórico de
Pressionar Ctrl+Shift Abre o link em uma nova direita ao mesmo tempo. navegação da guia.
e clicar em um link. Ou guia e alterna para a guia
pressionar Shift e clicar recém-aberta. Pressionar Ctrl e clicar Abre o destino do botão
em um link com o botão na seta "Voltar", na seta em uma nova guia em
do meio do mouse (ou "Avançar" ou no botão segundo plano.
rolar o mouse). "Ir" na barra de ferra-
mentas. Ou clicar em um
Pressionar Shift e clicar Abre o link em uma nova dos botões com o botão
em um link. janela. do meio do mouse (ou
rolar o mouse).
Ctrl+Shift+T Reabre a última guia que
você fechou. O Google Clicar duas vezes na área Maximiza ou minimiza a
Chrome lembra as dez em branco na barra de janela. 267
últimas guias fechadas. guias.

Noções de Informática
Arrastar um link para Abre o link na guia. Alt+Home Abre sua página inicial
uma guia. na janela atual.
Arrastar um link para Abre o link em uma nova
uma área em branco na guia. MOZILLA FIREFOX
barra de guias.
Arrastar uma guia para Abre a guia em uma nova
fora da barra de guias. janela.
Desenvolvido pela Mozilla Fou-
Arrastar uma guia para Abre a guia na janela já ndation, o Firefox é um dos navegadores mais utilizados
fora da barra de guias e existente. do mercado, sendo continua a cobrança nas provas de
em uma janela já exis- concursos, portanto, é importante que seja estudado sua
tente. interface gráfica e as principais funcionalidades. Com
quase 11 anos de vida, o navegador teve seu surgimen-
Pressionar Esc ao arras- Retorna a guia para sua to possível com a liberação do código de outro navegador
tar uma guia. posição original. famoso no passado, o NetScape.
Ctrl+1 a Ctrl+8 Alterna para a guia Sendo um navegador Open Source (Código Aberto),
no número de posição é multiplataforma, ou seja, possui versão para Windows,
especificado na barra de Linux e Mac OS e possui centenas de colaboradores em
guias. seu projeto, cujo objetivo é desenvolver um navegador
seguro, leve e com uma gama extensa de complementos.
Ctrl+9 Alterna para a última No ranking mundial da chamada “guerra de navegado-
guia. res”, possui a terceira colocação com aproximadamente
20% de todos os usuários da internet.
Ctrl+Tab ou Ctrl+PgDown Alterna para a próxima Ao contrário do Internet Explorer, o Firefox não é
guia. identificável pela sua versão, apesar de as bancas utili-
Ctrl+Shift+Tab ou Ctrl+P- Alterna para a guia an- zarem como referência no enunciado de várias questões,
gUp terior. sendo desenvolvido no formato Rolling Release, formato
este, que possibilita a liberação de atualizações sequen-
Alt+F4 ou Ctrl + Shift + W Fecha a janela atual. ciais para os usuários.

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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-

Atualmente os navegadores possui pouca diferen-


ça entre si, sendo a interface gráfica a principal diferen-
cial, pois, no processo de desenvolvimento fatores como
segurança, complementos, estabilidade e usabilidade
são levados em consideração e seguem as regras do mer-
cado e as necessidades dos sistemas operacionais. Abor-
Complementos
daremos as principais funcionalidades.
trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa

Por padrão, o Firefox exibe apenas o botão


“Voltar” em sua interface gráfica, porém, dando início a
Possibilidade de adicionar extensões e modi-
navegação e consequentemente a criação de histórico,
ficar a aparência do cabeçalho do navegador. Similar ao
o navegador passar a exibir o botão avançar conforme
Chrome, estas aplicações funcionam como programas
imagem a seguir:
que integram funcionalidades ao navegador, como leito-
res de PDF, player de vídeos dentre outros.
Barra de Menus
Seguindo a mesma linha do Internet Explorer, por
padrão o Firefox não exibe a barra de menus em sua con-
figuração inicial. Para visualizar o usuário deve utilizar
a tecla Alt e, caso tenha interesse em que a barra fique
fixa no navegador, utilize a sequência: Exibir>>Barra de
Ferramentas>>Barra de Menus conforme mostra a figura
abaixo:

Firefox Sync
Funcionalidade de sincronizar o histórico, favori-
tos, senhas e preferências dos usuários, por meio de uma
login e senha realizado com uma conta do Firefox Sync.
268
Noções de Informática

Barra de Endereço Nova Janela Privativa


O Firefox possui integrado a sua barra de endereço
um sistema que, conforme o usuário digita as primeiras
letras, busca no histórico de navegação os sites mais vi-
sitados e mostra como sugestão. Outro elemento é o real- Permite navegar na Web sem deixar histó-
ce nos endereços confiáveis. rico de navegação salvo. Isso ajuda a impedir que outras
pessoas que usam o computador identifiquem quaisquer
sites visitados. Esta função está presente em todos os
navegadores atuais, porém, o nome pode variar, mas a
função é a mesma.

Abas
Algumas bancas utilizam o termo “Guia”. Sua fun-
ção é abrir várias instancias de navegação.

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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
Configurações
Através do ícone você poderá ter acesso as
principais configurações, como abrir novas janelas e
abas, consultar o histórico e os arquivos baixados da in-
ternet (Download).

trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa


Favoritos
Quando algum site é incluído na lista de favoritos,
um botão é colocado na barra de favoritos, ou pasta caso
o usuário opte em não visualizar a barra de favoritos, na
parte superior da janela do seu navegador.

Com as últimas atualizações do Firefox, o acesso


as configurações ficaram similares ao Chrome, sendo a
navegação feita por categorias como Geral, Pesquisar,
Conteúdo, Aplicativos (item relacionado aos comple-
mentos), privacidade, segurança, Sync e Avançado.

269

Noções de Informática
Históricos
O histórico de navegação do Firefox é similar ao
Internet Explorer, fazendo o uso de lista agrupadas por
data, site, número de visita dentre outros. Novidades
Seu acesso é feito pela tecla de atalho Ctrl+H, sendo
visualizada no canto esquerdo do navegador conforme
demonstra a imagem abaixo:

Na imagem acima, podemos visualizar os ícones


relativos aos Downloads e a Página Inicial (Home Page),
porém, notamos uma novidade com a presença do ícone
do novo serviço apresentado pela Mozilla. Trata-se do Fi-
refox Hello.
Este serviço possibilita o bate-papo com vídeo
chamada sem a necessidade de programas como Skype,
Hangout dentre outros; sendo necessário apenas o usuá-
rio clicar no botão Hello para iniciar a aplicação.

Outra forme de acessar o histórico é pela barra de


Menus ou utilizando o botão localizado no canto di-
reito do navegador. Sua função é acessar as configura-
ções do navegador e, dentre elas, o histórico.

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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-

Ao clicar em Iniciar uma conversa, será exibida CORREIO ELETRÔNICO


uma caixa com a imagem da câmera conectada e dois bo-
tões para encaminhar o link de acesso a vídeo chamada Com o avanço da informática e da necessidade de
por e-mail ou ainda copiar o link para encaminhar para comunicação instantânea, nasce à ideia de correio ele-
outro usuário. Utilizando qualquer uma das opções será trônico (e-mail), possibilitando assim o envio de mensa-
possível estabelecer conexão. gens e arquivos via mensagens instantâneas entre usu-
ários conectados a uma rede.
trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa

Seguindo está linha o correio eletrônico veio for-


necer um serviço da Internet que possibilite o envio e
recebimento de mensagens eletrônicas por meio de um
serviço. A utilização deste serviço é feita por meio de
uma “conta” num determinado servidor de e-mail.
Os serviços de e-mail não são restritos apenas a
internet, sendo utilizado dentro das chamadas intranet
ou mesmo numa rede local pois, a utilização de protoco-
los é a mesma para todas as conexões.
O acesso as contas de e-mail, ou até mesmo a uti-
lização dos recursos do correio eletrônico pode ser feita
via navegador; neste caso temos o Webmail, e pelos cha-
mados programas gerenciadores ou clientes de e-mail.
Este último tem a função de comunicação com o servi-
dor de e-mail e fornece recursos de gerenciamento on e
off-line, além de recursos adicionais pertinentes a cada
Lista de Atalhos software disponibilizado pelo desenvolvedor.
Em provas de concursos, temos a cobrança dos
Abaixo veremos algumas combinações de teclas principais gerenciadores de e-mail disponíveis; abaixo
de atalho para acessar funcionalidades do Firefox. temos uma lista dos mais utilizados atualmente:
• Microsoft Office Outlook
• Microsoft Outlook Express;
Voltar Alt + Backspace • Mozilla Thunderbird;
270 Avançar Alt + Shift + Backspace • Zimbra;
• Kmail (Linux);
Início Alt + Home • Windows Live Mail;
• Evolution (Linux).
Noções de Informática

Abrir ficheiro Ctrl + O


Em provas de concursos, geralmente a cobrança é
Recarregar F5 feito sobre as funcionalidades do OUTLOOK e THUNDER-
Ctrl + R BIRD, sendo possível a referência de outros programas
Recarregar (com sobre- Ctrl + F5 caso o sistema operacional cobrado contenha o softwa-
posição de cache) Ctrl + Shift + R re como padrão. Neste caso citado temos a presença do
Outlook Express como padrão do Windows XP e o Kmail
Parar Esc e Evolution nas distribuições Linux como é o caso do
Ubuntu, Fedora, RedHat, Debian dentre outras.
Imprimir Ctrl + P O Thunderbird, programa desenvolvida pela Mo-
Guardar página como Ctrl + S zilla, é multiplataforma, estando disponível em versão
para Windows e Linux.
Ampliar (aumentar zoom) Ctrl + +
Conceito de Correio Eletrônico
Reduzir (zoom) Ctrl + -
Repor (zoom) Ctrl + 0 Analisando as premissas descritas acima pode-
mos conceituar correio eletrônico como um método que
Eliminar Del permite anexar, enviar e receber mensagens através
de sistemas eletrônicos de comunicação, sendo o termo
Colar Ctrl + V e-mail aplicado tanto aos sistemas que utilizam a In-
Colar (como texto sim- Ctrl + Shift + V ternet e se baseiam nos protocolos POP3, IMAP e SMTP,
ples) como aqueles sistemas utilizados em meios corporati-
vos, conhecidos como intranets.
Refazer Ctrl + Y A leitura das mensagens, necessita que o usuário
obrigatoriamente esteja conectado ou “logado” na sua
Selecionar tudo Ctrl + A conta de e-mail. Os serviços de e-mail mais utilizados
são Hotmail (atual Outlook.com), Gmail (Google), Yahoo.
Anular Ctrl + Z A maioria dos serviços de e-mail abarcam em seu leque
funções de armazenamento na nuvem e ferramentas
colaborativas como bate-papo e aplicações de escritório
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
para desenvolvimento de textos, planilhas e apresenta-
ções. O Hotmail foi adquirido pela Mi-
crosoft, integrando o leque de
serviços da empresa, o que oca-
Formas de Utilização sionou a migração gradativa do
nome do serviço, juntamente
O acesso aos serviços relacionados ao correio ele- com outros serviços, como é o
trônico pode ser feita por meio do Webmail, gerencia- caso do Messenger que passou a

trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa


mento acessado por meio de um navegador (browser) e fazer parte do Skype.
por programas gerenciadores de e-mails, os chamados Com uma conta do Outlook
clientes de e-mail como é o caso do Outlook, Thunderbird, (Hotmail) é possível acessar to-
Zimbra e tantos outros disponibilizados no mercado. dos os serviços disponibilizados
pela Microsoft.
Webmail A interface web do Outlook
tem acompanhado, e em mui-
O acesso é feito pelo navegador do usuário, na tos casos antecipado, a interface
maioria das vezes é indiferente qual será utilizado, pos- gráfica do Windows, demonstrando uma total sincronia
sibilitando a conexão por meio de um endereço eletrôni- entre o desenvolvimento dos produtos da Microsoft. A
co (www.outlook.com). É solicitado ao usuário que insira ideia é a simplicidade e fluidez do programa. Na imagem
seus dados de acesso e logo em seguido será exibida o abaixo vemos uma imagem sendo redigida no Outlook.
gerenciador de e-mail disponibilizado pelo serviço, não
sendo necessário nenhum programa adicional para a
utilização.
As mensagens não são armazenadas no computa-
dor utilizado para o acesso da interface web, portanto, é
indispensável conexão como servidor, seja por meio da
internet ou acesso à intranet.

GMAIL
O Gmail é um serviço de e-mail fornecido pela Goo- 271
gle e parte integrante do pacote de funcionalidades que a
gigante das buscas oferece aos seus usuários. Com uma

Noções de Informática
interface limpa e fluida, torna a experiência de navega-
ção mais leve e rápida.
Com uma conta do Gmail o usuário tem acesso aos
serviços de armazenamento na nuvem chamado Google
Drive, além de acessar e baixar aplicativos através de um
smartphone com Android por meio da PlayStore.
Atualmente o Google tem desenvolvido uma nova
plataforma, totalmente a parte, chamada Inbox, criando
uma nova forma de utilizar o webmail, serviço que mes-
cla sistema de tarefas, envio de e-mails rápidos, agrupa-
Outlook mento de mensagens por assuntos.
Os usuários do Google têm 15GB de armazenamen-
to gratuito para compartilhar arquivos e fotos entre o
serviço de e-mail, Google Drive e Fotos do Google+, sendo
possível realizar a expansão deste espaço de armazena-
mento por meio da contratação do serviço adicional.
Uma conta do Google permite o login em várias
aplicações usando a mesma conta, como o YouTube, Goo-
gle+, o navegador Google Chrome, além de ferramentas
de monitoramento como o Google Analytics e Google
Trends, além de serviços como Hangouts, Agenda, Maps,
Earth e Street View.
A Google desenvolve focada na ideia de compu-
tação na nuvem, demonstra tal afirmação por meio do
item sincronização, ou seja, todos os recursos podem ser
acessados de qualquer lugar.

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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-

Atualmente todos os serviços listados tem inte-


gração com sistemas de troca de mensagens instantâ-
neas, os chamados Bate-papos.
• Outlook > Skype
• Gmail > Hangouts
• Yahoo > Yahoo Messenger
trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa

Cliente de e-mail
A utilização de programas como o Outlook e Thun-
derbird, o chamado cliente de e-mail, irá realizar a cone-
xão com o servidor de e-mail e armazenar as mensagens
para a caixa de entrada do usuário, além de disponibili-
zar a opção de sincronizar outras pastas armazenadas
no servidor. Usando está opção, as ações do usuário serão
sincronizadas com a caixa postal do servidor, portanto,
operações como apagar, enviar, anexar terão efeito dire-
to no servidor, estando também disponíveis no webmail,
caso o usuário queira acessar depois por outro meio.
O cliente de e-mail possui a vantagem de trabalhar
no chamado modo off-line, sendo totalmente possível a
realização de operações sem conexão e, posteriormente,
sincronizar a caixa postal.
As tarefas pendentes ficam armazenadas na CAI-
XA DE SAÍDA, aguardando conexão com o servidor.

272

YAHOO
Noções de Informática

Logo atrás dos serviços do Outlook (Hotmail) e


Gmail, o Yahoo vem como um dos mais utilizados pelos
usuários; com sua interface de fácil utilização, apresenta
ferramentas semelhantes em relação aos outros aplica-
tivos de webmail, com a mesma integração a todos os re-
cursos disponibilizados pela plataforma do Yahoo.

PROTOCOLOS
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): O SMTP é o
protocolo de envio de e-mail. Não existe um outro pro-
tocolo que tenha essa mesma função, por isso, caso seja
perguntado qual é o protocolo de envio de e-mail, a res-
posta certa será SMTP.
Protocolo de transferência de correio simples
(SMTP) tem a função de transferência de mensagens,
Ao escolher um serviço de e-mail, é importante sendo amplamente usado em instalações da maioria dos
verificar dados como: servidores de e-mail, seja do governo, educação ou ini-
• Capacidade de armazenamento. ciativa privada, portanto, padrão para enio de mensa-
• Ferramentas de trabalho na nuvem (editores gens.
de texto, planilhas) O Simple Mail Transfer Protocol é um protocolo da
• Serviço de armazenamento de arquivos chamada “camada de aplicação”, na maioria dos casos,
• Disponibilidade de integração com dispositi- SMTP opera em conjunto com o serviço de protocolo de
vos móveis controle de transmissão, o TCP, que fornece a camada de
• Corretor Ortográfico. transporte confiável ao serviço.
• Gerenciamento de contatos POP3 (Post Office Protocol): O protocolo POP3 é um
• Filtro de spam e detecção de ameaças virtuais. dos protocolos de recebimento de e-mail. Permite que o
• Interface gráfica do gerenciador web. cliente de e-mail transfira todas as mensagens que estão
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
na caixa de entrada do servidor de e-mails para o com- Mensagem
putador cliente.
O acesso por meio do POP, os conteúdos arma- Tendo o usuário escolhido qual servidor de e-mail
zenados nas pastas de e-mail são baixada, sejam elas integra de melhor maneira as funcionalidades deseja-
mensagens ou arquivos anexados no servidor, salvan- das; será feito a inscrição do servidor e o e-mail definido
do localmente no computador do usuário, sendo padrão obedecerá a forma conta@domínio ou host, será possível
a exclusão de uma cópia das mensagens no servidor, ao enviar ou receber e-mails. Todo e-mail para ser caracte-

trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa


menos que seja configurado para manter cópia no servi- rizado como tal deverá conter o @ entre o nome da conta
dor. escolhida e o domínio/host.
Esta configuração é recomendada para usuários
que necessitem acessar os e-mails em apenas um com-
putador, ou possuem conexão de internet com baixa lar-
gura de banda.
Havendo necessidade de exclusão de uma conta
configurada como POP nos programas clientes de e-mail,
todas as mensagens, baixadas da caixa de entrada, serão
perdidas, com poucas chances de serem recuperadas,
caso o servidor de e-mail não conte com sistema de ba-
ckup periódico.
IMAP (Internet Message Access Protocol): O IMAP,
assim como o POP3 é um protocolo de recebimento de
e-mail, porém, não realiza a transferência das mensa-
gens do servidor para o computador do usuário, sendo
um protocolo online que realiza a conexão com o ser-
vidor, realizando a continua sincronização das mensa-
gens, pastas e arquivos anexados e, após esse processo
ser concluído, mantém a conexão para que as alterações
e novas mensagens recebidas sejam atualizadas prati-
camente em tempo real. Sua ideia assemelha-se com a A mensagem sendo redigida, com ou sem anexo,
concepção de computação e armazenamento na nuvem, fica a cargo do servidor de e-mail a missão de enviar ao
ou seja, o programa cliente fornece um “espelho” do que destinatário; ficando a cargo do protocolo SMTP (Simple
está no computador. Mail Transfer Protocol) realizar a conexão com o domínio 273
Tendo acesso a todas as pastas da conta configu- do endereço de e-mail para concluir o processo de envio.
rada no programa cliente de e-mail, deixa o status das A mensagem será arquivada na pasta de itens EN-

Noções de Informática
mensagens igual ao servidor como no programa. VIADOS, caso a mensagem de fato tenha sido enviado, ou
Recomendado para usuários quem necessitam co- irá constar na pasta CAIXA DE SAÍDA em casos do não
nexão com seus e-mails em mais de um local, e os mes- envio.
mo tempo, com a necessidade de estarem sempre com o A forma como será especificado os destinatários
mesmo status. também é um critério essencial na manipulação de men-
Principais programas de correio eletrônico: sagens no correio eletrônico. É apresentada por abre-
• Mozilla Thunderbird viações que podem variar de um programa para outro,
• Outlook podendo ainda ser utilizado siglas que remetem ao signi-
• Zimbra ficado inglês do termo. Abaixo iremos verificar a corres-
pondida correta:
O acesso IMAP é melhor para usuários que pos-
suem uma boa (e sem quedas) conexão com a Internet,
se seja, tenha suporte ao uma boa banda larga. O espaço FORMAS DE INSERIR DESTINATÁRIOS
de armazenamento da conta de email é utilizado A con- DESTINATÁRIO DESCRIÇÃO
figuração por meio do POP é utilizada para casos em que
a conexão não seja estável e de boa largura, além de dis- To: Para: Consiste no destinatário principal
ponibilidade de espaço em disco. Ao contrário do IMAP, o da mensagem. Pode contar vários
POP tem o diferencial de o espaço de armazenamento da destinatários ou ainda listas de
conta de email seja menor. endereços.

FERRAMENTAS E LINGUAGENS DO COR-


REIO ELETRÔNICO
Para que usuários possam fazer uso das ferra-
mentas de correio eletrônicos, não importando o aplica-
tivo utilizado, devemos nos familiarizar com alguns con-
ceitos básicos relacionados.

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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-

FORMAS DE INSERIR DESTINATÁRIOS FORMAS DE RESPONDER A REMETENTES


DESTINATÁRIO DESCRIÇÃO DESTINATÁRIO DESCRIÇÃO
CC: Cc: Ao encaminhar uma mensagem, o Responder Ao receber uma mensagem o usu-
usuário pode inserir um endereço ário pode respondê-la, criando as-
de e-mail para que seja encami- sim uma conversa com o usuário
trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa

nhada uma cópia a outro usuário. destinatário. Sendo assim, todas


Os destinatários poderão visua- as aplicações de correio eletrônico
lizar a quem foi encaminhado a possuem a função “Responder”
cópia do e-mail. A sigla CC vem o onde o usuário encaminha a res-
termo Carbon Copy; traduzindo posta da mensagem, se houver.
significa cópia carbonada, porém,
em português é comum o uso do Responder Nos casos de haver vários desti-
termo “com cópia”. natários incluídos na mensagem, o
usuário pode optar em responder
BCC: Cco pode se encaminhar uma cópia da o e-mail encaminhando cópia a
mensagem (e-mail) sem que os todos os relacionados.
destinatários saibam a quem foi
encaminhada a cópia. A sigla quer Encaminhar Tendo a mensagem chego na
dizer “Com Cópia Oculta”. A sigla “Caixa de Entrada”, o usuário pode
em inglês utilizada é BCC, fazendo optar em encaminha-la para outro
referência o termo Blind Carbon destinatário.
Copy, ou seja, cópia carbonada
oculta. Os aplicativos de correio eletrônico fornecem op-
ções de formatação do texto incluído na mensagem; al-
Todos os e-mails encaminhados para destinatá- guns disponibilizam recursos avançados que possibili-
rios especificados como Para e Cc ficaram visíveis a to- tam a inclusão de imagens no corpo do e-mail, fazendo
dos aqueles que receberem a mensagem, ao contrário uso do formato HTML para disponibilizar a mensagem.
dos destinatários que foram incluídos como Cco. Os des-
tinatários incluídos com Cco (com cópia oculta) não terão HTML é abreviação para o termo inglês HyperText
274 acesso a lista dos destinatários da mensagem, função Markup Language, que em tradução para o português
essencial para não expor desnecessariamente os conta- significa Linguagem de Marcação de Hipertexto. Tra-
tos de e-mail do usuário remetente. ta-se de uma linguagem de marcação muito utilizada
Noções de Informática

Após determinar os destinatários da mensagem, para a produção de páginas Web. Documentos HTML
levando em consideração as formas de visibilidade des- são interpretados por navegadores (browser) e por
critas; outras ações são possíveis na hora de redigir a aplicações configuradas para isso. É utilizado também
mensagem, como é o caso da opção de incluir anexos a em correio eletrônico para fornecer mensagens mais
mensagem. elaboradas e com recursos de interatividade.
ANEXOS são arquivos carregados junto a mensa-
gem, sendo encaminhados juntamente por e-mail, po- As ferramentas variam de acordo com o programa
dendo ser arquivos de texto, como Word, planilhas do cliente de e-mail e da interface utilizada no webmail.
Excel dentre outros. Importante mencionar que a maio-
ria dos servidores de e-mails possuem restrições quan- Estrutura e Organização
to ao tamanho dos arquivos encaminhados. Ao criar um
e-mail, indiferente a aplicação utilizada, há o botão “ane-
xar” onde o usuário ao clicar, se depara com uma caixa ESTRUTURA DAS PASTAS
de diálogo para localizar o arquivo. Feito a seleção via na-
vegação de diretórios e pastas, basta dar duplo clique que PASTA DESCRIÇÃO
uma cópia do arquivo será carregada junto a mensagem.
Arquivos extensos tem sido enviado por meio de Caixa de Entrada Todo correio eletrônico possuem
links de compartilhamento fornecidos por aplicações de uma caixa de entrada, sendo
armazenamento na nuvem. nela o local de entrega de todas
ENVIAR, este é o momento de transmitir a mensa- as mensagens encaminhadas
gem a outro usuário. Ao encaminhar seja mensagens ou por usuários a outros usuários.
arquivos a outros destinatários via internet, fazemos o Caixa de Saída: Mostra todas as mensagens que
chamado Upload. Ao contrário do download, onde “bai- estão ou estão aguardando co-
xamos” conteúdo da rede, o upload transmite ao servidor nexão para serem enviadas aos
via web o conteúdo. Toda vez que o usuário “posta” uma destinatários.
foto no Facebook, ele faz o upload na imagem nos servi-
dores da empresa. Enviados Armazena todos os e-mails já
enviados para os destinatários

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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
alguns servidores de e-mail.
ESTRUTURA DAS PASTAS
PASTA DESCRIÇÃO Thunderbird
Excluídos/Lixeira Itens excluídos pelo usuário

trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa


Spam/Lixo Ele- Está pasta tem a função de
trônico armazenar todos os e-mais con-
siderados pelos filtros de spam
como maliciosos ou duvidosos. O Thunderbird é um cliente de e-mails desenvolvi-
do e mantido pela Mozilla Foundation, a mesma empre-
sa que desenvolve o Firefox. Sua função é a de gerenciar
PROGRAMAS CLIENTES DE E-MAIL e-mails de usuários. Trata-se de um concorrente direto
ao Outlook e Zimbra.
Movido pela necessidade de movimentar arquivos O Thunderbird por ser desenvolvido juntamente
e acessar mensagens de maneira off-line, os aplicativos com o Firefox, a interface gráfica e o acesso as funciona-
chamados de clientes de e-mail, tem a função de acessar lidades coincidem em vários pontos.
as informações do usuário via protocolos de envio e re- Abaixo iremos seguir passo-a-passo para confi-
cebimento. Com o programa devidamente configurado, gurar uma conta de e-mail.
as mensagens são acessadas por meio pelo programa, Assim como o Firefox, a Barra de Menus fica oculta
sendo armazenadas via cache no computador do usuário em sua configuração inicial e utilizando a tecla Alt o usu-
e realizando a contínua sincronização com o servidor de ário terá acesso a todos os recursos.
e-mail. 1. Pressione a tecla Alt e logo em seguida navegue
Podemos definer cliente de e-mail como um pro- pelo menu seguindo a sequência Arquivo>>Novo>> Con-
grama (software) de computador que possibilita ao usu- figurar uma nova conta de Email.
ário enviar, e receber, além de personalizar mensagens
de e-mail.
Como toda tecnologia, os programas clientes de
e-mail possuem vantagens e desvantagens em relação
ao serviço de webmail. Vamos analisar alguns deles:
275
Vantagens
• Ler e escrever e-mail no formato offline;

Noções de Informática
• Armazenar e-mail no computador de forma
local (HD);
• Possibilidade de fazer uso de múltiplas contas
de correio electrónico ao mesmo tempo e no
mesmo aplicativo;
• Utilização e administração de lista de contatos
detalhada, os chamados de catálogos de con-
tatos;
• Enviar e receber mensagens em formato en-
criptadas;
• Envio posterior de mensagens elaboradas no
formato off-line, sendo as mesmas armazena-
das na chamada Caixa de Saída;
• Bloqueio contra SPAM;
• Elaboração, envio e recebimento de e-mail em 2.Neste campo você deve incluir as seguintes in-
formato HTML automaticamente, permitindo formações:
mensagens com visual mais elaboração ou • Seu nome (Nome da Conta)
com objetivo de propaganda. • Endereço de email:
• Senha:
Desvantagens
• Ocupar espaço em HD, necessitando de sincro-
nização para a troca de mensagens armazena-
das nas pastas;
• Usuários não autorizados, e que tenham aces-
so ao computador, podem verificar conteúdo
armazenado localmente;
• Alguns clientes de e-mail são proprietários
e exigem o pagamento de uma licença; um
exemplo é o Outlook da Microsoft;
• Eventuais problemas de compatibilidades com
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa

Nela você terá que incluir as seguintes opções:


• Recebimento: IMAP ou POP3
• Nome do Servidor
• Forma de envio
• Portas utilizadas para as opções anteriores.
3. Após a inclusão dos dados de acesso, aguarde
para que o Thunderbird possa checar as informações e
carregar. Outlook 2007

276
Noções de Informática

4.Feito isso, haverá duas alternativas:


Concluir: usar as configurações de e-mail utiliza- 
das pelo servidor, como é o caso de Hotmail, Google e ou- O Outlook 2007 é um gerenciador de correio eletrô-
tros. nico que faz parte do pacote Office, sendo um dos aplica-
tivos mais utilizados devido a integração que possui com
Configuração Manual: esta opção é utilizada para outras aplicações como Word, Excel e PowerPoint.
e-mail com domínios e servidores próprios como conta- Em seu pacote também há aplicações para geren-
to@focusconcursos.com.br. Utilizando a opção de confi- ciamento de calendários, contatos, tarefas e notas, pos-
guração manual o usuário terá acesso aos campos para sibilitando assim ao usuário uma experiência funcional
inserção dos dados relacionados aos protocolos SMTP, para organização de rotinas.
IMAP E POP3. O Outlook por ser um software proprietário da Mi-
Caso seja selecionada a opção de configuração crosoft, possui uma excelente integração com contas da
manual, o usuário irá visualizar a seguinte tela: Hotmail, Msn, Live por ser ela a proprietário dos servido-
res de email.
Para adicionar uma conta de email o usuário deve
acessar menu item Ferramentas>Configurações de Con-
ta conforme conta abaixo:

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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
um website especializado em buscar e listar páginas da
internet a partir de palavras-chave indicadas pelo usu-
ário.
É projetado para encontrar informações armaze-
nadas em um sistema computacional.
Os mecanismos de busca ajudam a reduzir o tempo
necessário para encontrar informações e a quantidade

trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa


de informações que precisa ser consultada.
Hoje temos vários sites especializados em listas si-
tes que ofereçam toda forma de informação ao usuário; o
principal deles é o Google.
O Google é um serviço que foi criado a partir de um
projeto de doutorado dos então estudantes Larry Page e
Sergey Brin da Universidade de Stanford em 1996. Surgiu
devido à frustração dos seus criadores com os sites de
Feito isso o usuário irá inserir os dados como pode- busca da época e teve por objetivo construir um site de
mos ver na imagem: busca mais avançado, rápido e com maior qualidade de
links.
Atualmente a Google está além de um site de bus-
cas, oferecendo serviços para seus usuários como email,
navegador, grupos de discussão e muitos outros. Tam-
bém oferta vários serviços Business ao meio corporati-
vo, bem como, sistemas pagos de indexação de conteúdo
preferencial e anúncios a empresas contratantes do ser-
viço.
Outros gigantes das buscas são Bing, Yahoo e Ask.
No dia 28 de Maio, a Microsoft anunciou o seu novo
sistema de busca, o Bing (codinome de teste Kumo), que
substituiria o Live Search. No dia 1 de Junho, dois dias an-
tes do previsto o sistema já estava no ar. O concorrente
direto do Google é o Bing da Microsoft.
277
Mecanismos de Pesquisa

Noções de Informática
Após isso o usuário irá clicar em “Avançar”; o pro-
grama irá fazer a conexão como servidor de email e en-
caminhar um email de teste. Feito isso está pronto a con-
figuração.
• Conteúdo entre aspas: o comando “entre as-
GRUPOS DE DISCUSSÃO pas” efetua a busca pela ocorrência exata de
tudo que está entre as aspas, agrupado da
Grupos de discussão ou lista de discussão são de- mesma forma.
nominados como uma ferramenta gerenciável utilizada • Sinal de subtração: este comando procura to-
através da internet onde grupos de pessoas trocam men- das as ocorrências que você procurar, exce-
sagens via email. Alguns sites fornecem também a tro- to as que estejam após o sinal de subtração. É
ca de mensagens online de forma instantânea como é o chamado de filtro (ex: baixaki -download)
caso dos chats (bate-papo). • OR (ou): OR serve para fazer uma pesquisa al-
Hoje há na internet vários sites que oferecem es- ternativa. No caso de “Carro (vermelho OR ver-
tes serviços, sendo os mais utilizados os Google Groups, de)” (sem as aspas), Google irá procurar Carro
Yahoo Grupos dentre outros. vermelho e Carro verde. É necessário usar os
O funcionamento consiste no cadastramento parênteses e OR em letra maiúscula.
do grupo, após isso é feito a inclusão de membros. Uma • Define: comando para procurar definições de
mensagem de um membro inscrito é enviada para o gru- qualquer coisa na internet (define:abacate).
po e em consequência a mesma é automaticamente dire- • Info: info serve para mostrar as informações
cionada para a caixa postal de cada um dos cadastrados. que o Google tem sobre algum site (info:www.
Atualmente os grupos de discussão contam com eujafui.com.br).
ferramentas de Cloud Computing, ou seja, além do ser- • Palavra-chave + site: procura certa palavra
viço de mensagens, pode se armazenar arquivos na “nu- dentro de um site específico (download si-
vem” e fazer uso de aplicativos te:www.baixaki.com.br).
• Time: pesquisa o horário das principais cida-
des do mundo (ex: time:newyork).
BUSCA E PESQUISA NA INTERNET. • Planilhasuladora: serve para efetuar contas
matemáticas com o Google (ex: 10 / 2).
Sítio de busca, mecanismo de busca, ou buscador é
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Capítulo 05 - Utilização de ferramentas, aplicativos e procedimentos

• Conversão de moedas: serve para comparar o os notebooks hardwares como monitor, teclado, e caixas
atual valor de duas moedas (ex: 7dollar in real). acústicas totalmente integrados, formando uma única
peça. Outro ponto é o fato de possuírem autonomia elé-
trica por meio de uma bateria recarregável.
5. UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS, APLI- Outro ponto importante é a presença de um dis-
CATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INFOR- positivo que substitui o mouse do desktop, chamado de
MÁTICA touchpad; hardware constituído por uma superfície sen-
sível ao toque onde o usuário posiciona o ponteiro na tela
HARDWARE por meio de movimentos dos dedos. Sendo acompanha-
do de dois botões com as mesmas funções dos botões do
As principais provas de concursos têm cobrado os mouse.
tópicos relacionados a hardware, sendo um dos tópicos
de base para o estudo da informática.
Todo computador é constituído de componentes e
peças que se conectam e se comunicam entre si, levan-
do instruções e devolvendo informações para o usuário.
Este elemento físico denominado de hardware é nosso
assunto a ser estudado.
Os dispositivos de hardware podem ser considera-
dos desde peças esparsas de componentes de um com-
putador do tipo de DESKTOP até NOTEBOOKS e todos os
dispositivos portáteis relacionados a ideia de compu-
Definição
de informática

tação móvel, como é o caso de smartphones, tablets e


smartwatches (relógios inteligentes).
Podemos conceituar hardware como componen-
Tipos de Computadores e dispositivos tes físicos que de um sistema computacional. Seu con-
junto ou agrupamento de unidades funcionais como
Os dispositivos relacionados a computação podem Processador, memória principal, unidades de armaze-
ser do tipo: namento e dispositivos de entrada e saída é chamado de
Desktop: conceito desenvolvido para simbolizar a computador, ou seja, tudo aquilo que você “pode tocar”.
278 ideia de “área de trabalho”, sendo um computador do tipo A soma de todos os componentes de Hardware de
DESKTOP um microcomputador que se associa a ideia da um computador são conectados e trabalham conforme
utilização em uma mesa; é aquele computador que pos- uma arquitetura base, portanto, a forma como é feita co-
municação destes componentes segue um padrão, esse
Noções de Informática

sui um monitor, gabinete (com todos os componentes


de hardware dentro), mouse, teclado e geralmente uma padrão nos chamamos de arquitetura dos computadores.
conexão com a rede. É muito utilizado em escritórios e Sua definição vem de encontro com outro elemento, o
casas, sendo os primeiros formatos associados a compu- chamado software; enquanto o hardware é a parte física,
tação portátil desenvolvida pela Apple e IBM no início dos ou software é o elemento lógico, ou seja, não podemos to-
anos 1980; denominada de computação pessoal. Como car. São os programas do computador.
mencionado, os computadores desktop são modulares A utilização e interação dos computadores possui
e seus componentes podem ser facilmente melhorados três elementos:
ou substituídos, os chamados upgrades de hardware; es- • Físico: Hardware
tando disponíveis em gabinetes dos mais variados esti- • Lógico/Abstrado: Software
los. • Operador: Peopleware ou usuário.
Com o advento dos notebooks, os desktops tive-
ram uma grande queda na compra e utilização, porém, Componentes físicos que somados possibilitam o
com o avanço e popularização dos denominados gamers, processamento de dados, resultando em informações,
voltaram com ao mercado devido a já mencionada versa- tornando viável e a interação usuário/máquina.
tilidade na complementação e melhoria dos componen-
tes de hardware. Os principais componentes de hardware são:
• Placa-mãe
• Processadores
• Memória Principal ou RAM
• Unidades de Armazenamento
• Periféricos de Entrada e Saída (Teclado, Mouse
e Monitor)
• Fonte de Energia

Organização dos Computadores


Embora os computadores sejam concebidos como
Notebook: a grande distinção entre os notebooks e algo “moderno”, sua história de desenvolvimento come-
os desktops está no conceito de portabilidade dos, tendo ça no início de século passado; sendo a forma de como são
organizados e estruturados, remonta aos anos 40.
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Capítulo 05 - Utilização de ferramentas, aplicativos e procedimentos
A chamada Arquitetura dos computadores foi ela- de um computador. A partir dos próximos tópicos, come-
borada por John von Neumann (1903-1957), matemático çaremos o estudo dos componentes mais relevantes.
húngaro, idealizador da arquitetura básica de funcio-
namento dos computadores. Mesmo sendo considerada
historicamente como antiga, sua arquitetura continua Tipos de Hardware
sendo a base para a criação dos mais modernos compu-
O computador é composto por várias peças, tendo
tadores atuais, incluindo tablets e smartphones, afim de
cada uma delas sua função especifica no funcionamento
contas, sua capacidade de processamento se iguala a de
do computador. Pensando nisso, será abordado cada um
muitos computadores do padrão Desktop e Notebook.
dos elementos relacionados aos itens de hardware de um
computador.

Von Neumann idealizou a comunicação dos com-


ponentes seguindo a seguintes estrutura:

de informática
Dispositivos de entrada, como teclado e mouse
enviaram instruções ao computador, dando início aos
chamados processos, sendo posteriormente devolvidos
aos usuários como informação, resultados que serão
exibidos pelos dispositivos de saída como monitores, e
impressora.
Uma CPU (Central Processing Unit, ou Unidade
Central de Processamento), o cérebro do sistema; cons-
tituída por uma ULA (Unidade Lógica e Aritmética), cuja 279
função será a de realizar cálculos; e uma Unidade de Con-
trole, gerenciadora da comunicação da CPU com os com-
PLACA MÃE
ponentes externos. Os dois elementos listados, ULA e UC

Noções de Informática
A placa-mãe é o componente responsável por co-
são partes integrantes dos processadores, somados aos
nectar e interligar todos os outros componentes do com-
registradores, pequenas unidades de memória integra-
putador; possibilitando a comunicação entre processa-
das cuja função é realizar seus cálculos internamente.
dor com memória RAM, unidades de armazenamento, e
Outro elemento importante é a unidade de memó-
dispositivos de saída. Trata se de um circuito impresso
ria, na qual dados e instruções utilizadas pelo processa-
responsável por interconectar os componentes.
dor serão armazenados temporariamente.
A conexão é realizada através de sockets (proces-
Andrew Tanenbaum, criador de sistemas opera-
sador), slots (memória principal ou RAM) e conectores ou
cionais e grande perito em computação. Redesenhou a
portas para demais componentes de armazenamento
arquitetura de von Neumann, demonstrando a presença
(HD) e entrada e saída (Teclado, Mouse e Monitores).
de dois elementos: os registradores e o barramento.
Socket: dispositivo mecânico destinado a conectar
o processador(CPU) por meio de um componente elétrico
que realiza a comunicação por meio de uma placa de cir-
cuito impresso; o chamado barramento.
Slots: sua função é conectar as memórias princi-
pais ou memória RAM a placa mãe.
Conectores e Portas: A placa-mãe possibilita in-
terligar novos dispositivos por meio de conectores e por-
tas. Por elas podemos conectar dispositivos de armaze-
namento e dispositivos de entrada e saída.
As portas que conectam novos dispositivos ao
computador, como portas USB, serial e paralelas, são
chamadas de Drive. Algumas bancas tentam confundir
Drive (Hardware) com Driver (Software). O último tem a
A ilustração de Tanenbaum demonstra o barra- função de fazer funcionar o primeiro; trata se de um sof-
mento como canal de comunic ação entre os dispositivos tware de sistema (programa) que faz a comunicação en-
de um computador, presente através de circuitos inte- tre a máquina e o sistema operacional.
grados das placa-mãe.
Enfim, para prosseguirmos no estudo do hardwa-
re, é necessário compreender os principais componentes
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Capítulo 05 - Utilização de ferramentas, aplicativos e procedimentos

BARRAMENTO desenvolvem processadores com mais núcleos (cores) e


com maior capacidade.
É o caminho utilizado para haver a comunicação As instruções são trabalhadas pela ótica de duas
entre os dispositivos conectados a uma placa-mãe. Sua arquiteturas dos processadores: a RISC e a CISC.
transmissão é compartilhada ou exclusiva de determi- Os processadores RISC, sigla que significa Redu-
nado componente. Em resumo, são vias de comunicação ced Instruction Set Computer, temo característica operar
para a transmissão de informação utilizando circuitos com um conjunto muito menor de instruções, sendo as-
impressos na placa-mãe. sim, os programadores têm a missão de desenvolver os
seus programas com o foco na combinação de instruções
simples para operar tarefas complexas.
Em contrapartida, os processadores do tipo CISC,
sigla que significa Complex Instruction Set Computer,
operam um conjunto complexo (maior) de instruções,
tendo o programador maior facilidade na construção de
programas que exigem tarefas complexas, pois é pre-
sente neste tipo de processador, instruções mais com-
plexas para operar algumas tarefas.
Atualmente os processadores são “mistos”, ou
seja, há uma combinação sendo chamado de RCISC. Os
processadores considerados RISC utilizam algumas ins-
truções complexas, bem como os processadores CISC
utilizam algumas instruções simples.
de informática

Vale mencionar que os processadores da Intel e


AMD (maiores fabricantes do mercado) utilizando o CISC.

PROCESSADORES DE 32 BITS E 64 BITS


PROCESSADOR É comum lermos nas especificações de vários
programas o indicativo 32 bits e 64 bits. Os computado-
O processador é o componente que recebe os da- res podem possuir processadores que trabalhavam com
280 dos da memória RAM e processa por meio de instruções “palavras” de 32 ou 64 bits. Para o termo “Palavra”, pode-
dadas pelo sistema. Após o processamento dos dados, os mos definir como o tamanho máximo de bits que o pro-
mesmos são devolvidos em forma de informação. Sua cessador pode operar de uma vez só, sendo indiferente
função é ser o “cérebro do computador”. Também pode o tipo de operação que será executado; se de soma, sub-
Noções de Informática

ser chamado de CPU, termo em inglês que significa Uni- tração, etc. Por exemplo: um processador de 32 bits tem
dade Central de Processamento. É responsável por reali- capacidade de lidar com “pacotes” que armazenam até 32
zar os cálculos necessários. bits. Para se comunicar com a memória RAM, o processa-
Sua principal função é controlar e executar instru- dor irá utilizar esta “palavra” para determinar os cami-
ções contidas na memória principal através de operações nhos de memória e, fazendo uso de uma “palavra” de 32
básicas como somar, subtrair, comparar e movimentar bits, levando em consideração que o computador opera
dados. É basicamente composto por Unidade de Controle, em binário (0 ou 1), implica em ler memórias de até 4GB
Unidade Lógica e Aritmética, e registradores. (Gigabytes) de RAM.
Os computadores modernos, com seu contínuo
avanço, evidenciaram o fato de ser insustentável ope-
rar somente com a “palavra” de 32bits, sendo assim, foi
desenvolvida a arquitetura x64, com palavras de 64bits,
resolvendo o problema de memória, permitindo com até
16TB (Terabytes) de memória RAM.
No momento da compra de um computador, é im-
portante analisar qual arquitetura do processador, sendo
fator relevante ao desempenho e da versão do sistema
operacional.
Os processadores que utilizam a arquitetura de
hardware de 64 bits são compatíveis com software de 32
bits, porém, o inverso não é verdadeiro; o mesmo se apli-
ca aos softwares do tipo aplicativo em relação ao sistema
PROCESSADORES RISC E CISC operacional.
Sobre a velocidade de processamento, é impor-
Todo os dados enviados para processamento são tante salientar que não é apenas a velocidade do proces-
trabalhados dentro da ULA do processador, através do sador que determina o desempenho da máquina, sendo
auxílio dos registradores, porém, indiferente da comple- referência a velocidade utilizada para efetuar cálculos
xidade do software, todo processador opera um conjunto internos.
limitado de instruções. Com base nisso, os fabricantes São fatores determinantes na velocidade e desem-
penho dos processadores:
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Capítulo 05 - Utilização de ferramentas, aplicativos e procedimentos
• O clock da memória, velocidade na troca dados
com a memória RAM;
• Capacidade de armazenamento da memória Questão
cache; Gabaritada
• Capacidade de armazenamento da RAM, velo-
cidade do disco rígido; Memória do computador que perde todas as infor-
• Software utilizado; cada sistema operacional mações contidas nela quando o computador é desligado:
pode apresentar performance diferente, por-
tanto, temos o fator lógico como influência. a) Pendrive.
b) Disco Rígido.
Considerando condições iguais, podemos dizer c) RAM.
que: d) BIOS
• Maior o clock do processador, mais rápida é; Resposta: C
• Mais núcleos (core) presentes no processador,
melhor é a performance; Memória ROM: sigla para Read Only Memory ou
• Maior for a Capacidade de armazenamento da memória somente leitura, são do tipo não volátil, ou seja,
memória cache, mais rápido será o processa- ao contrário da memória RAM, não é possível gravar no-
dor. vos dados, apenas o processador irá realizar a leitura dos
dados contidos permanentemente nela. Os dados con-
PROCESSADORES ARM tidos neste tipo de memória não são perdidos quando o
computador é desligado, podendo ser acessadas toda vez
Atualmente os dispositivos móveis como smar- que o sistema for iniciado.

de informática
tphones e tablets tem ganhado a preferências dos usu- O principal exemplo de memória ROM é a chama-
ários, fato devido ao fato de ser portáteis e realizarem a da BIOS, sigla para Basic Input Output System ou Sistema
maioria das tarefas que um computador do tipo desktop Básico de Entrada e Saída. Consiste num pequeno chip
ou notebook faria. Estes dispositivos são construídos que contém um software responsável por controlar o uso
com a mesma arquitetura dos computadores, porém, dos dispositivos e manter informações de data e hora.
com elementos mais compactos. Esses processadores Sua fonte de energia é uma pequena bateria conectada
não possuam a mesma performance dos x86 ou x64, po- na placa-mãe.
rém, também podem ser multicore. A maioria das bancas gosta de utilizar os temos
volátil e não volátil para definir a forma como os dados 281
Memórias são carregados pelo computador. Portanto, não esqueça:
Volátil é leitura/gravação e não volátil apenas leitura.
Memória Cache: considerada como uma área de

Noções de Informática
Dispositivos que armazenam dados ou instruções, armazenamento temporário, este tipo de memória tem a
com o objetivo de transmiti-las ao processador (no caso função de acelerara transferência de dados. É tida como
da memória RAM) ou armazenar permanentemente da- ultrarrápida e consiste no armazenamento de dados
dos. As memórias são classificadas como principal e se- mais utilizados pelo processador.
cundária; o primeiro tipo é composto pelas memórias de Memória Virtual: é uma forma de utilização de uni-
acesso rápido e o segundo tipo são as chamadas unida- dades de armazenamento (memórias secundárias) no
des de armazenamento. caso HD’s, cartão de memória e pendrives, como socorro
Há vários tipos de memórias, cuja variação é de- no caso de as memórias principais terem chegado no seu
terminada por fatores como proximidade e comunicação limite de armazenamento.
com o processador, capacidade de armazenamento. Registradores: memórias de altíssima velocidade,
Memória principal: RAM sigla para Random Ac- integradas ao processador. Utilizada para a realização in-
cess Memory ou memória de acesso randômico ou alea- terna de cálculos pela ULA (Unidade Lógica Aritmética).
tória. É volátil possibilitando a leitura e escrita de dados, A capacidade de armazenamento varia de acordo com
sendo considerada uma memória de acesso rápido. Os cada processador, sendo sua ordem de medição estar na
dados contidos neste tipo de memória são perdidos após casa dos bytes. Este tipo de memória é de alto curso.
o desligamento do computador.
Este tipo de memória carrega as instruções e as
transmite ao processador por meio de um barramento e Questão
o processador, por sua vez, as devolve em forma de infor- Gabaritada
mação. Os sistemas operacionais são carregados direta-
mente na memória RAM. Sobre os componentes de hardware de um micro-
Muita atenção! Algumas bancas gostam fazer per- computador, assinale a opção que indica a principal fun-
guntas indicando que os sistemas e programas de um ção da memória cache.
computador são carregados no HD ou disco rígido. Como a) Agilizar o processamento.
veremos, as unidades de armazenamento são considera- b) Converter formatos de dados.
das memórias secundárias e de acesso lento, não sendo c) Executar a multitarefa preemptiva.
necessárias para a execução de um programa (softwa- d) Armazenar dados de forma permanente.
re). Qualquer programa, seja de qualquer tipo, sempre são e) Implementar o mecanismo da memória virtual.
carregados na memória RAM ou Memória Principal. Resposta: A

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Capítulo 05 - Utilização de ferramentas, aplicativos e procedimentos

Levando em consideração aos apontamentos fei- zinha, configurando como componente indispensável o
tos sobre cada memória, é notório que existem diversos processador e a memória RAM para acessar o Setup.
níveis de memória, sendo fator classificatórios elemen- Já o CMOS, abreviação de Complementary Metal-
tos como proximidade e comunicação com o processa- -Oxide Semiconductor, designação em inglês que pode
dor, capacidade de armazenamento e custo. ser traduzida como Semicondutor Complementar de
óxido-metal, é um tipo de memória complementar, cuja
função é armazenar as informações configuradas para a
BIOS funcionar, sendo necessário que seu funcionamen-
to não seja interrompido, o CMOS utiliza uma pequena
bateria para manter estas informações, mesmo após o
desligamento do computador ou a remoção do cabo de
energia da tomada.
de informática

Para fixar melhor as características de cada me-


mória, veja a tabela abaixo:
TIPO VELOCIDADE VOLATIBILIDADE
Registrador Altíssima Sim
Cache Muito Alta Sim Chipset
282 RAM Alta Sim É um conjunto de chips cuja função é controlar a
forma como os vários componentes conectados a pla-
ca-mãe se comunicam. Ele distribui e aloca as tarefas
Secundária Média/Baixa Não
Noções de Informática

conforme as instruções são encaminhadas pelo sistema.


Possui circuitos integrados chamados ponte: ponte norte
TIPO LOCAL ARMAZENAMENTO e ponte sul.
A ponte Norte ou North Bridge também chamada
Registrador Processador Bytes de MHC, sigla para Memory Controller Hub, é responsável
Cache Processador KB/MB por gerenciar as memórias, transferência de dados entre
dispositivos de armazenamento como HDs e drives de
RAM Slots na Gigabytes CD/DVD ROM; o barramento PCI (conector utilizada para
Placa-mãe conectar novos componentes a placa-mãe). Está ligado
diretamente ao processador.
Secundária Conexão GB/TB A ponte Sul ou South Bridge tem conexão com a
externa BIOS e o chip responsável pelo mouse e teclado, portas
offboard seriais, paralelas e USB.
É comum estar presente em algumas provas de
BIOS e CMOS concursos o termo interface. Este termo faz referência
a conexão de dispositivos de entrada e saída que inte-
A BIOS, abreviação para Basic Input/ Output Sys- ragem como usuário, portanto, interface é sinônimo de
tem, designação em inglês que pode ser traduzida como portas. Interface USB = Porta USB.
Sistema Básico de Entrada e Saída, é um pequeno pro-
grama, portanto um software gravado em uma memória Dispositivos de Armazenamento
do tipo ROM (não volátil) pelo fabricante da placa-mãe.
Toda vez que um computador é ligado, a BIOS inicializa a Os dispositivos de armazenamento são comu-
os componentes conectados, realizando uma “varredu- mente chamados de memórias secundárias e sua princi-
ra” nas memórias, discos rígidos e dispositivos de entra- pal função e armazenar permanentemente os dados sal-
da e saída. Após esta verificação da BIOS que o sistema vos pelo usuário. Após o computador ter sido desligado os
operacional do é inicializado. dados não são perdidos e podem ser acessados e modifi-
O processador é programado para procurar e exe- cados novamente após o sistema ter sido religado. É um
cutar o BIOS a cada nova inicialização do computador, tipo de memória de acesso lento.
sendo sua função processar da mesma forma que qual- Exemplos de dispositivos de armazenamentos:
quer outro software. A placa-mãe em si não funciona so- • HD’s ou Disco Rígido
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Capítulo 05 - Utilização de ferramentas, aplicativos e procedimentos
• Pendrive Paralela: porta com transmissão mais lenta de da-
• Cartão de Memória dos é amplamente utilizada para impressoras matriciais.
• Leitoras de CD/DVD Atualmente seu uso é restrito a impressoras do tipo ma-
tricial.
Fonte de Energia USB: sigla para Universal Serial Bus é uma inter-
face que possibilita a maior transmissão de dados e de
Todo computador precisa de uma fonte de alimen- maneira mais célere. Sua grande característica é a tec-
tação de energia para poder funcionar, sendo assim, po- nologia Plug and Play e a possibilidade de conectar vários
demos definir a fonte de energia de um computador como dispositivos ao computador além de fornecer energia.
um dispositivo elétrico do computador que fornece ele-
tricidade para todos os seus componentes, tornando vi- COMPONENTES ONBOARD
ável o funcionamento do hardware de forma adequada.
De forma resumida, poderíamos definir a fonte como o São componentes que estão diretamente conecta-
hardware cuja principal função é a alimentação é con- dos a placa-mãe, não sendo possível ser retirados ou mo-
versão da tensão alternada fornecida pela rede elétrica dificados pelo usuário. Em tese a maioria das placa-mãe
vinda da tomada (o chamado CA ou AC) em tensão con- comercializadas possui componentes de vídeo, áudio e
tínua (chamada CC ou DC); convertendo os 110 V ou 220 V rede na forma onboard.
alternados da rede elétrica convencional para as tensões O usuário poderá utilizar os slots, conectores e
contínuas utilizadas pelos componentes do computador, barramentos para expandir o número de dispositivos co-
que são em geral: +3,3 V, +5 V, +12 V e -12 V. nectados a placa-mãe, como é o caso de placas de vídeo e
Em geral podemos dizer que existem dois tipos som.
elementares de fonte de alimentação:

de informática
• Linear;
• Chaveada. COMPONENTES OFFBOARD
Trata se de componentes conectados a placa-mãe
As fontes de alimentação do tipo lineares recebem
por meio de um barramento ou conector. Um exemplo
os 110 V ou 220 V da rede elétrica e, com auxilio de um
são as placas de vídeo conectadas no barramento PCI
transformador, reduzem a tensão para 12 V, por exem-
(Periferical Component Interconect).
plo. A tensão reduzida, que continua alternada, passa por
Exemplos:
um circuito de retificação, que é composto por uma série
de diodos, transformando a tensão alternada em tensão • Placa de Video
• Placa de Som 283
pulsante.
Em seguida acontece a filtragem, que é realizada • Placas de Rede
por um capacitor eletrolítico que transforma esta tensão • Dispositivos de Captura

Noções de Informática
pulsante em quase contínua. Como a tensão contínua ob-
tida após o capacitor oscilar, um estágio de regulação de
tensão é necessário, feito por um diodo chamado zener Questão
(normalmente com a ajuda de um transistor de potência) Gabaritada
ou ainda por um circuito integrado regulador de tensão.
Após todo este processo acontece a fase de saída, São exemplos típicos de componentes on-board,
que é realmente contínua. que vêm diretamente conectados aos circuitos da placa
mãe de um microcomputador atual:

a) monitor, vídeo e som.


b) disco rígido, mouse e rede.
c) CD-ROM, disco rígido e mouse.
d) vídeo, som e rede.
e) CD-ROM, vídeo e som
Resposta:D

Conexões e Interfaces PERIFÉRICOS OU DISPOSITIVOS DE ENTRADA E


SAÍDA E/S
Como vimos anteriormente, vários componentes A principal função de um dispositivo de entrada é
são conectados ao computador por meio de interfaces ou a interação entre usuário e a máquina, possibilitando a
as chamadas portas. Ainda há quem use o termo Drive. troca de instruções/informações.
Pense na palavra INTERFACE, entre duas faces:
TIPOS DE PORTAS Computador ↔ Usuário

Serial: Primeiras interfaces utilizadas em compu- TIPOS DE PERIFÉRICOS


tadores. Os dados eram transmitidos em seres para se-
rem processados pelo computador. Sua forma de trans- DISPOSITIVOS DE ENTRADA
missão de dados é mais lenta.

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Capítulo 05 - Utilização de ferramentas, aplicativos e procedimentos

Recebem os dados diretamente do usuário por ( ) Mouse


meio de comandos e instruções e os convertem em ( ) Monitor
eventos dentro do computador como é o caso de teclado, ( ) Teclado
mouse e de scanners, onde o usuário envia dados a se- ( ) Scanner
rem processados pelo computador. Em síntese, eles emi- ( ) Webcam
tem comandos para o sistema operacional. Exigem uma ( ) Data Show
resposta imediata.
Exemplos: Assinale a alternativa em que os dispositivos es-
• Teclado tão na ordem CORRETA.
• Mouse
• Scanner a) S, E, S, E, E, E, S
• Webcam b)E, E, S, S, E, S, E
• Leitor Biométrico c) E, S, E, S, S, S, E
• Câmeras Digitais d) S, E, S, E, S, E, S
e) E, S, E, S, E, S, E
DISPOSITIVOS DE SAÍDA Resposta: A

Consistem em dispositivos que apresentam e SOFTWARE


transmite ao usuário dados processados e transforma-
dos em informação. É o mecanismo utilizado pela máqui- Todo computador é composto por componentes fí-
na para demonstrar as instruções realizadas através de sicos, parte que denominamos de hardware, porém, para
resultados. É o caso do monitor, dispositivo onde é proje- que esse emaranhado de peças eu conexões tenham uti-
de informática

tada a interface gráfica de um software; ou ainda temos lidade é necessário que o computador tenha uma parte
placa de som que transmite os algoritmos que compõe lógica, ou seja, programas que executem tarefas. Progra-
um arquivo de música para o usuário de forma proces- mas que tornem o computador funcional.
sada. Está parte lógica e abstrata é chamada de softwa-
Exemplo: re e funciona integrada com o hardware; um nem outro
• Placa de Video possui utilidade para o usuário se não forem usados con-
• Placa de Som juntamente.
• Projetores
284 • Data Show Conceito
Alguns dispositivos podem ser considerados de
Para Pressman “Software é (1) instruções (pro-
entrada e saída, como é o caso das placas de rede onde o
Noções de Informática

gramas de computador), que quando executadas, produ-


computador tem um tráfego de informações enviadas e
zem a função e o desempenho desejados; (2) estruturas
recebidas através de uma rede.
de dados que possibilitam que os programas manipu-
Outra novidade são os monitores touchscreen;
lem adequadamente a informação; e (3) documentos que
por ser sensível ao toque, são considerados de entrada
descrevem a operação e o uso dos programas”. Em outras
(intruções são encaminhadas a cada toque) e de saída (a
palavras o software é o elemento lógico do computador,
projeção das informações na tela).
ou seja, trata-se do fator não físico; o total oposto do Har-
dware. Ao contrário do Hardware, o Software não se des-
TECNOLOGIA PLUG AND PLAY gasta com o tempo.
(Físico)Hardware ≠ Software (abstrato)
Com o advento da tecnologia desenvolvida nas Dois exemplos clássicos de software são os siste-
portas USB, vários periféricos são automaticamente de- mas operacionais, tal como, Windows e Linux e suítes de
tectados pelo sistema operacional sem a necessidade escritório como o pacote Microsoft Office e o LibreOffice.
de o computador ser reiniciado. Essa tecnologia trouxe Após concluída a instalação de um software na
avanços em termos de dispositivos de entrada e saída. unidade de armazenamento, não será necessário a in-
serção do programa a cada execução, seu acionamento
Questão será feito no momento em que o computador for carrega-
do, no caso de sistemas operacionais, ou ainda o usuário
Gabaritada executá-lo através da interfase gráfica por meio de um
ícone.
Quanto aos componentes de um computador, na Cuidado! Embora os softwares sejam armaze-
parte de hardware, temos os dispositivos de entrada e nados nas unidades como HD, pendrive e CD/DVD; todo
saída. Utilizando o conceito de que dispositivos de entra-
software é executado e carregado na memória principal
da codificam a informação que entra em dados que pos-
(RAM), onde as instruções serão recebidas e encaminha-
sam ser processados pelo sistema digital do computador
das para o processador.
e que dispositivos de saída decodificam os dados em in-
formação que pode ser entendida pelo usuário, marque
com “E” os dispositivos de entrada e com “S” os disposi- Tipos de Software
tivos de saída.
( ) Impressora O software, enquanto elemento abstrato e lógi-
co do computador, possui “utilidades” e funções para o
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Capítulo 05 - Utilização de ferramentas, aplicativos e procedimentos
usuário e pensando nisso vamos entender como eles são b) BIOS é o nome dado a programas (softwares),
classificados. Abordaremos os principais tipos de sof- quando são armazenados na memória RAM.
twares cobrados pelas bancas e como eles são cobrados. c) Memória ROM é uma memória virtual criada
pelo sistema operacional, utilizando o espaço livre no
SOFTWARE DE SISTEMA disco rígido (HD).
d) Firmware é o conjunto de instruções operacio-
Responsável pelo funcionamento dos computado- nais programadas diretamente no hardware de um equi-
res. Trate-se dos sistemas operacionais que fornecem a pamento eletrônico.
comunicação entre o hardware e os softwares aplicati- e) Cache é um tipo de chip de memória de compu-
vos. Sua função é tornar a linguagem “feia” da máquina tador que mantém seus dados quando a energia é desli-
em interface legível a usuários. Sua função é tornar pos- gada ou em uma falha do Sistema Operacional
sível a interação entre o máquina e o usuário. Resposta: D

SISTEMAS OPERACIONAIS FIRMWARE


Para Capron e Johnson (2004), sistema operacional Dentro da categoria software de sistema, temos os
é um conjunto de programas que se encontra entre o sof- chamados firmware. É um pequeno software armazena-
tware aplicativo e o hardware; é o software fundamental mento em chips de memória cuja a função é fornecer ins-
que controla todos os recursos de hardware e software. truções diretamente para o hardware. O exemplo mais
Três funções principais: cobrado de firmware é a BIOS (Basic Input Output Syst-
1. gerenciar os recursos do computador, como pro- m).A BIOS é um pequeno sistema de entrada e saída que é
cessador, memória, unidades de disco, impressoras e ou- carrega as funções básicas do hardware no momento em

de informática
tros; que o computador é ligado. É instalado na memória tipo
2. Interação com o usuário por meio de uma inter- ROM.
face (gráfica ou linha de comenado), podendo haver a uti-
lização dos recursos de hardware e os softwares aplica- DRIVERS
tivos;
3. oferecer recursos e uma interface para que os São pequenos softwares que que realizam a comu-
softwares aplicativos se comuniquem com o hardware e nicação entre o sistema operacional e os dispositivos de
também entre si. hardware. Quando adicionamos um novo componente ao
computador, é necessário a instalação do driver para que 285
Os três principais sistemas operacionais são Win- o componente seja reconhecido pelo sistema operacio-
dows, Linux e Mac OS. nal.

Noções de Informática
Os sistemas operacionais possuem um Kernel, o
núcleo do sistema operacional é a parte mais importan-
te deste conjunto de programas. Sua função é gerenciar Cuidado! As bancas gostam de confundir o candidato
todos os recursos da máquina, controlando o sistema e com os termos drive e driver.
carregando para a memória outros programas do siste- Drive: físico, entrada ou porta de um componente.
ma operacional. Driver: software que possibilita a comunicação do novo
Em todos os computadores o núcleo do sistema componente com o sistema operacional.
operacional é carregado para a memória principal (RAM)
quando o computador é ligado, tornando-o disponível.
Este processo é chamado de inicialização (boot, SOFTWARE APLICATIVO
booting ou bootstrap) do sistema. Quando o computador
é ligado, um pequeno programa localizado em um chip São programas que permitem aos usuários de-
no computador realiza alguns testes de componentes de sempenharem uma ou multiplas tarefas, em qualquer
hardware e depois carrega o núcleo da unidade de arma- meio em que possa haver automatização por meio de
aplicações. Resumindo, são as aplicações utilizadas den-
zenamento(HD). tro do sistema operacional para desempenhar alguma
tarefa; nesta categoria entram os editores de texto como
Questão o MS Word e Writer do pacote LibreOffice e Navegadores
Gabaritada de Internet como o Google Chrome e o Mozilla Firefox.
Programas mais simples como a calculadora, Bloco de
Acerca de sistema operacional e programas utili- Notas também são softwares aplicativos.
tários em microcomputadores, julgue o próximo item. Os sistemas operacionais possuem alguns sof-
Os programas utilitários são considerados parte twares aplicativos básicos, mas a grande maioria é inde-
do software de sistema, mas não fazem parte do sistema pendente e deve ser instalada posteriormente.
operacional instalado no microcomputador.
Em relação aos conceitos de Hardware e Software, GROUPWARE
assinale a alternativa correta.
Software colaborativo utilizando para grupos de
a) Microsoft Excel é um software livre utilizado trabalho onde sua principal função é compartilhar cole-
para execução de cálculos. tivamente tarefas e resultados, observando a total inte-

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Capítulo 05 - Utilização de ferramentas, aplicativos e procedimentos

ração nas equipes de trabalho. COMERCIAL – COPYRIGHT - PROPRIETÁRIO


Geralmente sistemas como esses possuem e-mail,
agenda colaborativa, bate-papo e Wiki. Essa licença está associada ao fato de o software
Havendo vários tipos e compilações de softwares, possuir um contrato de licenciamento de uso de softwa-
alguns pagos (chamados de proprietários) onde o usuá- re, pois, são aplicações pelos quais o usuário paga um va-
rio deve pagar para adquirir e instalar o programa, ou- lor de licenciamento para poder utilizar.
tros considerados como softwares livres, onde o usuário Exemplo disso sãos os sistemas operacionais e de
pode ter acesso livre ao aplicativo e seu código fonte. Es- aplicações da família Windows e Office da Microsoft.
tas formas de classificar a forma como os softwares são
distribuídos é chamada de Licenças. Nos próximos itens SOFTWARE LIVRE
veremos os principais tipos de licenças cobrados pelas
bancas. É aquele que visa a liberdade dos usuários sejam
particulares, ou organizações e empresas, de modo a
Licenças conceder a liberdade de controle na execução e adapta-
ção a sua computação e processamento de dados às ne-
GNU GENERAL PUBLIC LICENSE cessidades do usuário.
O usuário não necessita de qualquer permissão,
Licença para software livre idealizada por pois não estão restritos nas atividades por meio de licen-
Richard Matthew Stallman em 1989 e ba- ças proprietárias restritivas, ou requisitos de concordar
seia-se em quatro “liberdades”. São elas: com cláusulas restritivas.
Executar o programa, para qualquer pro-
pósito.
de informática

Estudar o funcionamento do programa e


adaptá-lo conforme suas necessidades,
sendo assim, é de caráter fundamental o acesso ao códi-
go-fonte para esta liberdade.
Redistribuir cópias.
Aperfeiçoar o programa, e distribuir as melhorias OPEN SOURCE
com o objetivo beneficiar a comunidade.
Um exemplo expressivo desta forma de licença são Em termos práticos, o software de código aberto
286 os sistemas operacionais baseados no Kernel do Linux tem as mesmas características do software livre, porém,
como é o caso do Ubuntu, Linux Mint, Fedora e Debian. os autores podem fazer restrições quanto sua a distribui-
ção. Outro ponto importante é que os softwares desen-
volvidos nesta categoria podem incluir outros progra-
Noções de Informática

mas que não seja de código aberto ou livre.


FREE BSD
FREEWARE

Software que permite a utilização sem a


obrigatoriedade de pagamento de licenças
de uso. Porém, não devemos não confundir
com software livre, pois o uso é gratuito, e
Grande parte dos programas que utilizam a licen- não livre, ou seja, pode não ter código aber-
ça GPL, devem disponibilizar as modificações feitas no to e pode acompanhar licenças restritivas,
código à comunidade e o código fonte deve sempre estar limitando o uso comercial, a redistribuição
disponível. Sob está licença ainda podemos dizer que é não autorizada, a modificação não autorizada ou outros
permitido criar aplicações comerciais dos programas e tipos de restrições.
vendê-las, mas todo o código fonte deve ser disponibi-
lizado junto com o programa, dando assim liberdade ao
usuário para executar modificações. SHAREWARE
Seguindo está linha de pensamento a licença BSD
é um pouco mais flexível, pois, ela afirma que os créditos O shareware se difere do freeware, pelo fato de o
dos autores originais devem ser mantidos, porém, não usuário pagar para acessar todas as funcionalidades do
determina formas de limitar o uso do código. Sendo as- software, porém, poderá utilizar a aplicação de maneira
sim, ao desenvolver uma aplicação comercial de um sof- limitada por um tempo limitado de uso gratuito.
tware sob esta licença, o usuário não tem obrigação de Em vista de tudo que foi tratado até o momento
disponibilizar o código fonte ou ainda de liberar qualquer sobre Hardware e Software, como poderíamos distingui-
tipo de satisfação. -los de maneira rápida e fácil?
Um exemplo clássico de BSD é o MacOS X, sistema
operacional proprietário desenvolvido pela Apple com Medições de Memória
base no código do FreeBSD.
Os dados ao serem armazenados são automati-
camente transformados em linguagem de computador.
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para edição
Estes dados são quantificados pelo computador preen- se mostravam descontentes com o rumo dado pela Ora-
chendo assim espaço no disco rígido ou mídia onde são cle desde que a empresa adquiriu a Sun Microsystems, a
salvos. principal patrocinadora do projeto. Após a decisão da co-
A unidade básica de medida utilizada é chamada munidade brasileira de fechar a Associação BrOffice.org,
de byte. Medimos o tamanho de arquivos em bytes. a comunidade adotou o nome LibreOffice, nome adotado
A quantidade de armazenamento tem aumentado mundialmente pelo projeto.
a cada avanço da tecnologia e com isso é usado múltiplos Portanto, a suíte que contém as mais recentes atu-
de bytes para expressar quantidades maiores de infor- alizações do projeto é o LibreOffice, apesar de haver um
mação. “concorrente” chamado Apache OpenOffice, suíte que
utiliza repositórios comuns do código fonte, porém, é
mantido pela Apache Software Foundation.
UN TERMO QUANTIDADE Os arquivos gerados pelos programas pela suíte de

de textos, planilhas e apresentações


KB kilobyte 1.024 bytes aplicativos segue, por padrão, o formato ODF, possuindo
vários subformato quanto a extensão, tendo por função a
MB megabyte 1.024 KB de identificar o aplicativo que gerou o arquivo, tendo uma
associação entre extensão e aplicativo. A extensão é for-
GB gigabyte 1.024MB mada por três letras a partir do (.) no nome do arquivo. No
sistema operacional da família Windows, a extensão tem
TB terabyte 1.024 GB um papel importante para a manipulação do arquivo, coi-
sa que nos sistemas Linux se torna menos relevante.
As extensões de arquivos mais utilizados pelos
6. CONCEITOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO documentos do OpenDocument são:
DE APLICATIVOS PARA EDIÇÃO DE TEX- .odt para Processadores De Texto (text)
.ods para Planilhas Eletrônicas (spreadsheets)
TOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES .odp para Apresentações em Slides (presentations)
UTILIZANDO-SE A SUÍTE DE ESCRITÓRIO .odg para Editor de imagens (graphics)
LIBREOFFICE. .odf para Equações Matemáticas (formulae)
.odm para Documentos-Mestre (master)
BROFFICE WRITER O aplicativo de documento de texto é um software
Processador de textos usado para elaboração de traba-
BrOffice é o nome utilizado no Brasil para a suíte lhos com formatação mais sofisticada, porém, nosso foco
é o concurso público e o que será abordado são os itens
287
de escritório gratuita e de código aberto OpenOffice.org.
O BrOffice, assim como o OpenOffice e derivados, incluía relacionados a formatar, Inserir tabelas, Exibir-cabeça-
seis aplicações: lho e rodapé, Arquivo-configurar página e impressão,

Noções de Informática
Ferramentas, ortografia e gramática.

APLICATIVO SIMILAR NO FUNÇÃO Área de Trabalho


OFFICE
WRITER MS Word Texto
CALC MS Excel Planilhas
IMPRESS MS PowerPoint Apresentação
DRAW Sem Referência Desenho Veto-
rial
BASE MS Access Banco de Dados
MATH Sem Referência Equações

Como destacado na planilha, aplicações como o


Draw e Math não possuem programa similar na suíte do
Office, estando presentes apenas na familia OpenOffice.
O MS Word possui uma função chamada de Microsoft
Equation que tem funções muito parecidas com o Math,
porém, é integrado ao editor de texto.
O BrOffice.org, como projeto independente, foi des-
continuado e passou a ser conhecido apenas como BrOf-
fice, a partir da versão 3.3. A mudança no nome aconteceu
devido à bifurcação do projeto original, o OpenOffice.org,
que atualmente culminou no LibreOffice, projeto ao qual
o BrOffice, e tantas outras suítes adeptas do mesmo có-
digo fonte, aderiram a partir de então. Com o objetivo de
desenvolvimento mais avançado, boa parte dos desen- Acima podemos visualizar a área de trabalho do
volvedores do projeto migraram para o LibreOffice, que aplicativo com sua área de edição é suas várias barras,
é mantido pela The Document Foundation, uma vez que contendo ícones e botões específicos, além da régua e
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para

funções de zoom. • Selecionar estilos;


• Tipo de fonte;
Barra de Títulos
• Tamanho da fonte;
Podemos visualizar em suas extremidades dois • Negrito, itálico e sublinhado;
conjuntos de informações. À esquerda, encontram-se: • Opções de alinhamento de texto;
o ícone que define o módulo em uso, o nome do arquivo • Inserção de marcadores e numeração;
aberto e a identificação de qual aplicativo está sendo uti- • Alinhamento do parágrafo pela função de Re-
lizado.
edição de textos, planilhas e apresentações

À direita, encontram-se os seguintes botões: cuo de Texto;


Minimizar – remove o arquivo em uso da área de • Cor da fonte;
edição, remetendo-o para a barra de tarefas. Nesta barra, • Realçar texto;
surge um botão com o nome do arquivo referido.
Restaurar <> Maximizar – são excludentes entre
• Cor do plano de fundo.
Todas as funções descritas na barra de objeto são
si, isto é, apenas um deles fica ativo década vez. Permite
atalhos das funções elencadas nas ferramentas e fun-
que a área de trabalho assuma, ou não, toda a área dispo-
ções agrupadas na barra de menus, tendo como função
nível do monitor.
agilizar a edição do texto, porém, funcionando apenas
Fechar – fecha o arquivo corrente. Caso a última
como acesso rápido e não como mecanismo de configu-
modificação não tenha sido salva, abre-se um quadro di-
rações mais completas.
álogo com três opções: salvar, rejeitar ou cancelar.

Barra de Ferramentas ou Funções Régua

A régua mostra as posições de margens, tabula-


ção, tendo como função orientar o usuário quanto o ali-
nhamento do texto e medidas de cabeçalho e rodapé,
Diferente do pacote Office da Microsoft, as suítes da estando ligada a função de margens e posição dos itens
família open source não trabalha com sistema de guias relacionados a formatação do texto.
ou abas, porém, para agilizar a edição dos documentos, Outra utilidade da régua é na alteração do tipo de
possui uma série de botões com funções de formatação, tamanho da página, tornando mais visível a área a ser
288 edição e inserção de elementos durante o trabalha com utilizada na edição de texto.
arquivos de texto. Todas as funções são atalhos de fer- Clicando com o botão direito do mouse sobre a ré-
ramentas que podem ser acessados pela barra de menus. gua, permitirá ao usuário definir o sistema unitário ado-
Um das grandes diferenças em relação ao Word é a pre-
Noções de Informática

tado, como milímetros, centímetros, polegadas, pontos,


sença do botão que da acesso a abertura de outros apli- diferente do pacote da Microsoft que tem por padrão a
cativos do BrOffice como o Calc e Impress e o botão para medida por centímetros. Sua utilização é muito eviden-
exportar em PDF. te, tornando de suma importância quanto a orientação do
usuário ao se alterar o nível de zoom.
Botão BrOffice: tem a função de abrir ou-
tros aplicativos da suíte sem a necessidade de localizar
o ícone no sistema operacional. Quando selecionado qual
aplicativo será aberto, o Writer não é fechado, funcio-
nando como um atalho as aplicações. Está função não é
Barra de Menus
presente no pacote da Microsoft Office.

Exportar para PDF: tem a função de conver-


ter o arquivo em PDF, funcionando como uma impressora A barra de menus agrupa e organiza todas as fun-
virtual, função que está presente em todos os aplicati- ções de edição e organização do BrOffice, indiferente
vos da BrOffice, OpenOffice e LibreOffice, sendo um dife- quais dos aplicativos estejam sendo usados. Pode haver a
rencial da suíte. Nos programas do MS Office, a opção de inserção de novos itens no momento em que alguns ele-
converter o documento em PDF pode ser feito pelo Menu mentos do texto estão sendo editados, similar ao pacote
Arquivo, opção exportar ou usando o atalho F12 e sele- MS Office, porém, sem o recurso das guias e abas, portan-
cionar a extensão de arquivo PDF. to, muito similar a versão 2003 da suíte da Microsoft.
Todas as funções serão dos menus do BrOffice se-
rão trabalhadas a partir dos itens da Barra de Menus.

Barra de Objetos

A barra de objetos tem é composto por funções de


edição rápida, onde o usuário seleciona itens básicos de
formatação de texto como:

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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
mais ou menos tempo, além do recurso de recuperação
Menu Arquivo caso o programa venha apresentar problemas em sua
execução.
Salvar: atualiza o documento que foi gravado com
as últimas modificações. Disponível na Barra de Funções
por meio de um atalho com ícone de disquete. Porém, se
o documento em edição nunca tenha sido previamente
gravado, abra-se a opção Salvar como por meio de uma
caixa de diálogo com as seguintes opções:

edição de textos, planilhas e apresentações


• Salvar em: local onde o documento será salvo.
• Nome do arquivo: determina como o arquivo
será salvo.
• Salvar como tipo: possibilita ao usuário esco-
lher o formato de documento existente, optan-
do pelo .doc e .docx, do MSWord, ou fazer uso
da extensão odt. A extensão padrão, portanto
nativa, é o formato odt.
Salvar tudo: efetua gravação de todos os docu-
mentos abertos; estando disponível somente quando
mais de um documento estiver aberto.
Recarregar: realiza a substituição do documento
em edição pela versão mais recentemente salva do ar-
quivo em uso.
Versões: Criação de histórico das modificações
efetuadas em um documento, ao longo da edição. O co-
mando Salvar nova versão viabiliza a criação de uma
nova versão, e o comando Comparar mostra as diferen-
ças entre a versão em edição e uma das versões exibidas
da caixa de diálogo.
O menu arquivo é a interface entre suas diversas Exportar: salva o documento com outro nome e/ou
aplicações, contendo ferramentas e configurações com em outra localização, além do formato do arquivo, isto é,
a extensão a ele associado. As principais extensões para
289
facilidades para criação, armazenamento, impressão,
finalização, ou seja, todas as funções de entrada e saída exportação são XHTML e PDF.
de dados e documentos. Será trabalhado cada item na or- Exportar como PDF: Salva o documento em for-

Noções de Informática
dem apresentada no programa. mato PDF. Esta função é referência no BrOffice, possuin-
Novo: criação de novos arquivos, sendo possível do um botão da barra de ferramentas. Está função não
gerar novos documentos de todos os outros aplicativos possui um botão similar no MS Word, sendo necessário
da suíte BrOffice. utilizar a tecla F12 e selecionar o formando ou navegando
Abrir: função de localizar arquivos em formato de pelo menu Arquivos.
texto para serem abertos na área de edição do progra- Enviar: uma caixa de contexto é aberta contendo
ma. Comando acessível através do botão Abrir, na Barra diversas opções, sendo as mais utilizadas:
de Funções. Uma caixa de diálogo dá acesso aos locais de • Envio de documentos por e-mail;
armazenamento de documentos e outros arquivos. • Conversão do documento para PDF e envia o re-
Documentos recentes: será visualizada por meio sultado por e-mail;
de um menu os últimos arquivos abertos, adotando um • Conversão em documento do MSWord.
sistema de histórico de documentos abertos similar ao Propriedades: caixa de diálogo associada à seção
adotado no Windows e MS Office. Sua função é agilizar a Geral, contendo informações do documento.
localização e abertura de documentos mais utilizados e Modelos: consiste em arquivos contendo diversos
recentemente abertos. parâmetros relativos ao tipo de documento a ser criado,
Assistentes: recurso utilizado facilitar a criação de simplificado a elaboração de memorandos, cartas, etc.
documentos padronizados como cartas, mensagens de Possibilita ir diretamente a determinado arquivo ou ado-
fax, memorandos, agendas, apresentações, páginas da tar um modelo existente para a criação deum novo do-
web, formulários, etc, estando cada modelo disponível cumento.
com formatação pronta para utilização. Visualizar Página: similar a função “Visualizar
Fechar: encerra a edição do documento, utilizando Impressão” do MS Office, esta função fornece ao usuário
uma caixa de diálogo para informar o usuário caso não uma pré-visualização, em tela, da aparência do docu-
tenha sido feita a gravação das últimas alterações. Caso mento quando impresso. Para retornar à área de edição,
não tenha sido salvo o arquivo, será aberto uma caixa clique em no botão Fechar Visualização.
de diálogo com as opções Salvar, Descartar ou Cancelar. Imprimir: dá início ao processo de impressão por
Todo editor de texto ou programa das chamadas suítes meio de uma caixa de diálogo.
de escritório possui um sistema que salva automatica- Para visualizar o que será impresso, você dispõe
mente os dados após um período de tempo, por exemplo, das seguintes opções:
muitos têm a configuração de salvar as alterações a cada • Imprimir tudo: imprime todas as páginas do
10 minutos, podendo ser modificado pelo usuário para documento;

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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para

• Imprimir páginas: incluir quais páginas a se- com a imagem de uma tesoura).
rem impressas por meio de um hífen para Colar especial: aplica, no documento aberto, o con-
definir um intervalo de páginas. Use ponto e teúdo da área de transferência de acordo com as opções
vírgula para determinar as páginas indepen- de formatação selecionadas.
dentes, por exemplo, as páginas 3, 4, 6, 10 serão Selecionar texto: tem a função de separar textos
impressas se você introduzir, na lacuna, os se- de objetos como imagens, desenhos, gráficos, possibili-
guintes caracteres: 1-4;9. tando a cópia ou transferência somente do texto. Dentro
• Indique a quantidade de páginas a serem im- dos editores de texto, tudo que não for considerado texto
pressa e inicie a impressão. é designado como um objeto.
edição de textos, planilhas e apresentações

Configuração de Impressora: este item dará aces- Selecionar tudo: seleciona todo o conteúdo do do-
so a uma caixa de diálogo para realizar as mudanças de cumento em edição.
impressoras, caso tenha mais de uma, e definir opções Alterações: possibilita analisar as modificações
como o tamanho do papel, a orientação da impressão, efetuadas no documento em uso, sendo ativado ou desa-
dentre outros. tivado.
Sair: diferente do comando “Fechar”, que afeta o • Registrar: registra as alterações no documen-
documento em edição, este comando encerra também o to.
próprio BrOffice, portanto, todos os documentos abertos • Proteger registros: salvar o documento com
serão encerrados, e caso um deles apresente alterações proteção por senha.
ainda não salvas, será exibido por meio de uma caixa de • Mostrar: com esta opção marcada, as modifi-
diálogo a opção de atualizar a sua gravação. cações feitas aparecem em destaque, subli-
nhadas e em vermelho.
Menu Editar • Aceitar ou rejeitar: Permite aceitar ou não as
modificações, listando-as por ação e por data.
Esta opção também aciona, automaticamente, o
recurso Mostrar.
• Comentário: Permite acrescentar comentário
às modificações efetuadas.
• Mesclar documento: caixa de diálogo que per-
mite integrar as modificações efetuadas em
uma cópia ao documento original.
Comprar documento: tem a função de comprar
290 documentos, clicando no item será aberto uma caixa de
diálogo para selecionar qual documento será comparado.
Localizar e substituir: localiza palavras, termos
Noções de Informática

ou trechos no texto, possibilitando, se necessário, sua


substituição. Para efetuar uma busca, clique em Editar>
Localizar e Substituir, ou ative o botão com a figura de
um binóculo na barra de objetos ou ferramentas, dando
comando para abrir a caixa de diálogo. No campo Substi-
tuir, digite o que vai ser usado, em caso de substituição, a
caixa de diálogo permite adequar a busca ao seu objetivo.
Autotexto: completa a digitação de palavras do
texto durante a digitação, sendo utilizado para organizar
ocorrências comuns no documento em edição.
Trocar banco de dados: fornece a possibilidade de
modificar e realizar o acesso a dados constantemente
utilizados em banco de dados.
Nota de Rodapé/ Nota de fim: inserir notas de ro-
Desfazer ou Repetir: desfazer a última modifica- dapé no final do documento, fazendo referência a ele-
ção; para repetir a edição, selecione Repetir. mentos do texto.
Cortar: Retira do documento em edição uma área, Entrada Bibliográfica: o BrOffice é um poderoso
moldura ou texto selecionado. O conteúdo “recortado” editor de texto, sendo utilizado para elaboração de tra-
é armazenado na área de transferência, ou clipboard do balhos acadêmicos e documentos oficiais, tornando pos-
sistema operacional, podendo ser reutilizado. sível a citação de livros e outros documentos consultados
Copiar: Semelhante à função “recortar”, porém durante o trabalho.
deixa o original intacto e apenas copia a parte seleciona- Hyperlink: inserir link em palavras ou frases do
da para a área de transferência. texto para que, no momento em que for clicado, direcio-
Colar: Aplica, no ponto onde o cursor estiver po- nar o usuário para outra pasta ou página de internet.
sicionado, o conteúdo da área de transferência (texto, Vínculos: função de edição das propriedades de
figura, tabela, etc) Pode ser acionado por meio de teclas cada vínculo no documento em edição. Isto inclui o cami-
atalho, ou através de dois outros procedimentos: nho para o arquivo de origem, ou seja, seu funcionamen-
• Via menu: selecione Editar >> Colar. to é semelhante a função de hyperlinks, sendo muito útil
• Via barra de funções: selecione o botão colar quando exportado para documentos PDF.
(ícone de uma prancheta; é o segundo ícone, após o ícone Plug-in: são programas auxiliar instalados como

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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
complementos ao BrOffice. Geralmente são semelhan- Sombrear campos: habilita o sombreamento nos
tes a extensões dos navegadores. No MS Office temos o campos onde o atributo tenha sido estabelecido por sele-
exemplo dos plug-ins dos programas que trabalham com ção (por exemplo, para destaque dos marcadores).
o formato PDF. Nomes de Campo: tem a função de alternar a exi-
Mapa de imagem: ferramentas rápidas que viabili- bição entre o nome e conteúdo dos campos existentes no
zam pequenas edições na imagem ou gráficos. documento. Exemplo: Campo: Data-Fixo<> 09 Out 15.
Objetos: dentro do menu “Inserir” consta a opção Caracteres não imprimíveis: consiste na exibição
de inserir objetos dentro do texto; tendo como opção de de elementos de formatação que não serão impressos no
inserir plug-ins, gráficos, áudio, vídeo dentre outros. Por- documento. Sua função é auxiliar no momento da for-

edição de textos, planilhas e apresentações


tanto, objetos são elementos recursivos e interativos ao matação do documento e localizar itens como marcas de
texto e somente será possível editar quando houver um espaço e tabulações.
objeto inserido, caso contrário, esta opção fica desabili- Parágrafos Ocultos: habilita a exibição de pará-
tada. grafos ocultos.
Fonte de Dados: Permite acessar, criar ou modifi-
Menu Exibir car e gerenciar bancos de dados do documento.
Navegador: recurso que, quando acionado, facilita
o acesso a qualquer parte do documento em edição, me-
morizando as posições dos objeto no texto. Tem a mesma
função da opção Ir do Microsoft Word.
Tela Inteira: Permite alternar a forma de visualiza-
ção entre Normal e Tela Inteira, sendo sua maior função
fornecer uma visão panorâmico do documento ao usuá-
rio, sendo muito semelhante a utilizada nos navegadores
por meio da tecla F11. Para retornar ao modo de exibição
normal, clique no botão que aparece no extremo esquer-
do superior da tela.
Zoom: modificar a escala de visualização da página
em edição.

Menu Inserir
291

Noções de Informática
O menu Exibir possui um leque de configurações
da área de trabalho do BrOffice. A configuração padrão
é definida na primeira utilização do BrOffice, porém, sua
modificação pode acontecer a qualquer momento.
Layout de Impressão: Modelo de layout que vem
por padrão no BrOffice.
Layout da Web: a área de edição do BrOffice com o
layout de uma página de internet. Esta função não utiliza
um layout de impressão e sua utilização é feita para es-
crever uma linguagem de programação como o HTML.
Barra de Ferramentas: o usuário pode definir, quais
serão as barras que estarão visíveis e aparecerão na área
de trabalho durante a edição do documento.
Barra de Status: localizada na parte inferior na ja-
nela da aplicação, habilita a exibição da barra localizada
no extremo inferior da área de edição e proporciona in-
formações sobre: página corrente/total, taxa de zoom, A função deste menu é fornecer comandos neces-
modo (inserir/sobrescrever) e idioma. sários para inserir diversos elementos durante a edição
Régua: habilita a régua horizontal no topo da área de um texto como notas, fotos, gráficos, tabelas, dentre
de edição. outros.
Limites do texto: uma moldura será visualizada Quebra Manual: similar a função Quebra do Micro-
pelo usuário em torno do texto na área de edição, indi- soft Word, temos pontos de quebra de página, linha colu-
cando os limites da área a ser trabalhada. na, ou seja, são locais onde é necessário uma modificação

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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para

no fluxo de texto normal na edição. apresentação dessas notas, que tanto podem
As quebras são inseridas normalmente pelo du- situar-se no fim das seções como no final da
rante a edição, sendo atualizadas quando ocorrerem mo- obra que está sendo editada.
dificações, porém, nada impede que o usuário estabeleça Hyperlink: É um vínculo que associa algo existen-
de forma manual, inserindo um ponto de quebra em um te no texto do documento ativo a outro local, que tanto
local específico de seu trabalho, quer seja no final de um pode estar na internet como no próprio sistema local.
capítulo ou quando a aparência de um parágrafo for pre- Para utilizar este recurso, inicialmente selecione a parte
judicada por uma quebra automática. do texto que ancorará o vínculo e preencha os campos de
Campos: esta função pode ser acessada por meio configurações adicionais, definindo o tipo de vínculo (In-
edição de textos, planilhas e apresentações

de um menu exibido na lateral ao passar o mouse ou cli- ternet, FTP ou Telnet).


cando no botão Outros Será aberto uma caixa de diálogo Defina o “alvo” no comando Destino. Ao acionar o
com uma coleção de campos que podem ser inseridos. botão que se encontra a direita do referido campo, surge
O BrOffice atualiza os campos automaticamente; uma caixa de diálogo com diversas opções: Tabelas, Mol-
caso necessário. A relação dos tipos de comandos dispo- duras de texto, Imagens, Objetos OLE, Categorias, Títulos
níveis: e Marcadores de texto. Os itens assinalados por um sinal
• Data: Insere a data atual. positivo contém alvos, com os quais o vínculo pode ser
• Hora: Insere a hora atual, no formato hh;mm;ss. estabelecido. Basta selecionar um deles, acionar o mouse
• Número de Página: Insere em um local do do- sobre Aplicar e em seguida, em Fechar.
cumento a numeração de página, que será atu- A palavra do texto inicialmente selecionada apa-
alizado sequencialmente a cada nova página, rece sublinhada. Ao passar sobre ela o ponteiro do mouse
estando este campo presente em um cabeça- assume o formato de uma pequena mão ou luva, indican-
lho ou rodapé do documento. do a possibilidade de se estabelecer uma conexão.
• Total de Páginas: Insere número total de pági- Cabeçalho: Torna possível definir o cabeçalho das
nas do documento em edição, sendo atualiza- páginas do documento. Quando este recurso é acionado
do a cada nova página adicionada. Inserir >> Cabeçalho >> Padrão, surge uma linha para di-
• Assunto: Insere o assunto descrito do item gitação do texto a ser usado como cabeçalho.
propriedades do arquivo. Para eliminar um cabeçalho, selecione o texto
• Título: Insere o título descrito no item proprie- dele e siga os passos já descritos. O programa indicará se
dades do arquivo. o texto se o texto deve ser realmente apagado. Em caso
• Autor: Insere o autor descrito no item proprie- positivo, clique em OK.
dades do arquivo. Rodapé: Processo semelhante ao da criação de
292 • Outros: Abre caixa de diálogo com todas as op- cabeçalhos, para definição dos rodapés das páginas do
ções disponíveis para inserir um campo gené- documento. Quando este recurso é acionado Inserir >>
rico no documento. A caixa de diálogo que dis- Rodapé >> Padrão, faz surgir uma linha para digitação do
Noções de Informática

põe de seis guias: Banco de Dados, Documento, texto a ser usado como rodapé. Para eliminar um rodapé,
Referência cruzada, Funções, Informações do selecione o texto dele e proceda de forma semelhante à
documento e Variáveis. descrita no item anterior.
Caracteres Especiais: lista todos os caracteres Legenda: Acrescenta um texto numerado ao objeto
existentes para cada fonte disponível no editor. Muitos selecionado: Gráfico, Tabela, Figura, Desenho ou Moldura.
caracteres por não estarem vinculados a teclas próprias, Existem várias opções de numeração, de reinício de nu-
precisam de um mecanismo de inserção. No BrOffice é meração e deposição relativa. Também podemos atribuir
utilizado o nome Caracteres ao invés de fonte, sendo os legendas a objetos indexados.
caracteres especiais semelhantes a Símbolos no Micro- Marcador: Insere um lembrete vinculado na posi-
soft Word. ção do cursor. Esta posição será acessível com facilidade
Marca de Formatação: possibilidade de inserir através do recurso Navegador. Esta marcação pode ser
marcas de formatação como espaço inseparável, hífen identificada da forma que se desejar, através de nomes,
inseparável ou hífen opcional. numeração, etc. Quando um lembrete é selecionado den-
Seção: Esta facilidade permite criar seções no do- tro do navegador, o cursor se desloca para o ponto onde o
cumento em edição, as quais podem ser personalizadas texto associado se encontra.
e formatadas independentemente. Por exemplo, cabeça- Referência: Esta facilidade lhe permite inserir
lhos e rodapés podem se referir ao nome da seção e, por- campos referenciados a outros, em seu documento. Re-
tanto, identificarem os capítulos de um livro; as páginas ferências cruzadas são campos referenciados no mesmo
podem ser numeradas a partir do início de uma seção. documento ou em documentos atrelados a um docu-
Pode-se ainda, criar um caminho para uma seção vin- mento base. A vantagem do uso referências ou campos
culado a outro arquivo. A caixa de diálogo possui cinco referenciados é que você não precisa ajustar o documen-
guias, sendo que as descrições das guias Seção, Colunas, to a cada modificação introduzida.
Recuos, Plano de Fundo e Notas de Rodapé/Notas de Fim. Um exemplo simples que ilustra o processo. Se
• Seção: Nesta guia, você pode atribuir o nome você deve apresentar em uma carta, o nome do remeten-
e a seção que será criada, criar vínculos com te no cabeçalho e no final (abaixo da assinatura), referen-
outros arquivos, pode definir condições de cie o nome do final ao do cabeçalho e não terá que digitá-
proteção contra gravação e até mesmo ocultar -lo duas vezes. Lista de fornecedores, clientes, produtos,
seção. etc., podem se beneficiar desta facilidade.
• Notas de Rodapé/Notas de Fim: Esta guia per- Anotação: Insere uma anotação na posição do
mite estabelecer condições para numeração e cursor, a qual fica assinalada por um pequeno retângulo

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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
amarelo. Para inserir uma anotação: Figura: Serve para importação de imagens. Ofere-
• Posicione o cursor no ponto em que deseja fa- ce duas opções:
zer a inserção. a. De um arquivo; Permite usar material já arma-
• Acione o mouse sobre Inserir >> Nota, para zenado.
abrir a área de edição. b. Objeto: Recurso que controla a inserção de vá-
• Edite a nota e opcionalmente, dê informações rios tipos de objetos:
sobre o autor. c. Objeto OLE: Esse tipo de objeto pode ser edita-
• Clique em OK. do quando se ativa a sua fonte por meio de um
Para ler ou editar novamente a nota, dê um clique duplo clique.

edição de textos, planilhas e apresentações


duplo sobre o retângulo e mantenha ali o mouse, a fim d. Plug-in: Insere esse tipo de objeto.
de ativar a exibição automática da nota. A anotação não e. Som e vídeo: Abre caixa de diálogo para sele-
será impressa. ção de arquivos deste tipo a serem inseridos.
Índices e tabelas: Este comando abre um menu de f. Fórmula: Abre o OpenOffice Math.
contexto com os seguintes itens: g. Gráfico: Abre caixa de diálogo que permite vi-
Entrada: Para criar uma entrada em um índice, ini- sualizar os dados disponíveis ou criar um grá-
cialmente selecione um trecho do documento (pode ser fico no ponto onde se encontra o cursor.
uma palavra, um parágrafo, etc. No caso de nosso exem- Quadro Flutuante: Permite inserir uma moldura no
plo, é um resultado). Em seguida, abra o menu de contex- documento. Recurso utilizado para criação de páginas de
to Inserir >> Índices e Tabelas e escolha o tipo de índice internet.
desejado. Arquivo: Este comando possibilita inserir no docu-
Você pode definir se formatação daquele parágra- mento em edição, o conteúdo de outro documento. Note
fo (ou palavra) será adotada em todos os parágrafos que que a caixa de diálogo associada é idêntica ao comando
possuírem formatação idêntica, dentro do documento, o Abrir do menu Arquivo.
que facilita em muito a criação do índice. Introduza os da-
dos e clique em OK. Podemos criar índices dos seguintes Menu Formatar
tópicos:
• Alfabético
• Tabela de conteúdos
• Definido pelo usuário.
Índices e sumários: Recurso para inserção de índi-
ces e tabelas formatados conforme necessidades espe-
cíficas.
293
A quantidade de opções para tipos de índice é
grande. Como o procedimento de criação é típico, anali-

Noções de Informática
saremos somente a opção Índice de Conteúdo.
Criando um Índice de Conteúdo (Índice): A melhor
forma de gerar um índice é aplicar estilos pré-definidos a
elementos do parágrafo que você deseja incluir no índice,
por exemplo: Nível 1 para capítulos, Nível 2 para seções e
assim sucessivamente. Em seguida:
a. Clique no documento a ser indexado e escolha:
Inserir >> Índices >> Índice/Sumário.
b. Em Tipo, selecione Sumário.
c. Selecione a opção que desejar e clique OK.
Atualizando um Índice de Conteúdo (Índice)
Para atualizar um índice de conteúdo, execute
uma das sequências abaixo:
a. Pressione botão direito sobre o índice/sumá-
rio e aparecerá a opção atualizar.
b. Depois selecione atualizar todos e pressione
OK.
Entrada bibliográfica: Criação de índice com os da-
dos existentes em uma base de dados.
Quadro: Insere uma moldura no texto, com várias
opções de plano de fundo, cor, imagem, etc. Além das op- Reúne os comandos de formatação de todos os
ções padrão, também é possível empregar uma imagem componentes editáveis.
ou motivo escolhido pelo usuário. Formatação Padrão: Este recurso restaura os pa-
Tabela: Sua função é inserir tabelas criadas no drões originais de formatação em um parágrafo que te-
OpenOffice Planilhas. Comande Inserir >> Tabela ou acio- nha sido formatado de outra forma.
ne o botão da barra de ferramentas principal, para abrir Caractere: Todos os comandos referentes à forma-
uma caixa de diálogo. Defina o número de linhas e colu- tação de caracteres estão também disponíveis na barra
nas no campo Tamanho. de objetos de texto.
Régua Horizontal: Permite a inserção/retirada de A caixa de diálogo associada dispõe de cinco guias
uma régua na posição horizontal. e do recurso de pré-visualização, que auxilia na escolha
da opção mais adequada. Sempre que você realizar al-
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para

guma modificação, selecione OK para ativá-la, Cancelar Plano de fundo: Aplica um plano de fundo ao pará-
para abandonar ou Redefinir para revalidar as definições grafo que pode ser constituído de uma cor sólida ou por
anteriores. É possível definir: imagens retiradas de arquivos.
Fonte: Marcadores e numerações: Possibilita escolher o
• Fonte: Escolhe a fonte que vai ser utilizada, tipo de marcador ou numeração para destaque no pará-
permitindo definir: grafo. Dispõe das guias: Marcadores, Tipo de Numeração,
• Tipo: Afeta a aparência das letras, tais como: Estrutura de Tópicos, Figura, Posição e Opções.
negrito, itálico, etc. Página: Recurso que engloba atributos de forma-
• Tamanho da fonte: Define o tamanho da letra, tação das páginas, (tamanho, cor, cabeçalhos e rodapés,
edição de textos, planilhas e apresentações

em pontos. notas de rodapé, etc). Oferece opções de disposição, tipo


• Idioma: Define o idioma padrão. e afastamento do conteúdo das linhas que compõem as
Efeitos de Fonte: bordas. Além disto, admite diversos estilos de sombras
• Cor da fonte: Define a cor do corpo da letra. com cores variadas.
• Efeitos: Tem as opções maiúsculas, minúscu- Página: Permite adotar uma configuração pré-de-
las, título e caixa alta. finida ou personalizada, de acordo comas dimensões do
• Relevo: Nesse item, podemos deixar o texto papel a ser usado na impressão ou com suas preferências
em alto ou baixo relevo. pessoais.
• Sobre linha: Deixe o texto um pouco acima dos Plano de fundo: Possibilita escolher uma cor ou
demais. uma imagem como plano de fundo, que será aplicada em
• Tachado: Deixa um pequeno efeito com traço todo o texto.
no meio do texto. Cabeçalho: Configura um cabeçalho segundo os
• Sublinhado: Deixa um traço embaixo do texto seguintes parâmetros: espaçamento, autoajuste da altu-
Posição: permite alterar: ra, ajuste dinâmico da altura, etc. O botão Mais faz abrir
• A posição relativa do carácter em relação ao uma caixa de diálogo para definição de bordas e planos
texto, com as opções normal, sobrescrito e de fundo.
subscrito. Rodapé: Definição idêntica à do item anterior.
• A rotação do carácter em relação ao texto. Bordas: Formata um padrão de bordas para todas
• O espaçamento do carácter. as páginas.
Hyperlink: Menu de contexto que dispõe de duas Notas de rodapé: Formata as notas de rodapé cria-
opções: Hyperlink e estilos de caractere. das em Notas de Rodapé/Notas de Fim. Este recurso dis-
Plano de fundo: Possibilita definir uma cor de fun- põe de várias opções de formatação, como separadores,
294 do a ser aplicada sob o que está sendo digitado, contri- espessura das linhas, etc.
buindo para destacar trechos do texto. Colunas: Tem caixa de diálogo que é bastante in-
Parágrafo: Caixa de diálogo disposto em oito guias, tuitiva e completa. Você ainda pode modificar um estilo
Noções de Informática

discriminadas abaixo: O parágrafo a ser formatado deve adotando uma formatação de coluna.
ser previamente selecionado (algumas das opções são Seções: Você pode modificar as seções anterior-
dotadas de pré-visualização e o estilo de um parágrafo mente criadas através deste recurso.
pode ser registrado como estilo de página): Estilos e formatação: A caixa de diálogo associada
Recuos e espaçamento: Determina a posição do a este comando permite aplicar estilos de formatação a
parágrafo em relação às margens, bem como de algumas objetos ou áreas do texto. É ancorável e pode permane-
de suas linhas em relação às outras. Estabelece as dis- cer oculto, quando conveniente. A criação de novos es-
tâncias entre as linhas e entre os parágrafos do texto. tilos pode ser feita pelo processo de arrastar-e-soltar(a
Alinhamento: Controla a posição do texto, bem área que contém a formatação a ser preservada pode ser
como o alinhamento vertical em relação ao restante do transportada para dentro do designer com o mouse, após
texto. Caso deseje, você pode registrar um tipo de pará- ser selecionada). Abre-se uma janela para digitação do
grafo, a fim de aproveitara mesma formatação em outros título do estilo recém-criado).
parágrafos. Autocorreção: corrigir de forma automática, pala-
Fluxo do Texto: Formata as palavras com a op- vras que algumas vezes escrevemos de forma errada.
ção de divisão silábica automática, que permite definir Âncoras: Permite alternar entre as opções de an-
o número de caracteres nas extremidades das linhas e a coramento. O ícone Alterar âncora é visível somente
quantidade de hifens consecutivos. Permite, ainda, con- quando um objeto, tal como uma figura ou um campo de
trolar quebras de páginas ou colunas através do controle controle ou um quadro for selecionado.
de linhas “órfãs e viúvas”. Quebra automática: Esse recurso somente fun-
Estrutura de Tópicos e Numeração: Permite definir ciona, quando estiver um objeto selecionado, principal-
uma numeração para parágrafos e linhas do texto, sepa- mente uma figura. Temos as seguintes opções: Desativar
rando por seções, se necessário. a quebra automática deum texto, Quebra automática de
Tabulação: Define o tipo e a posição das tabula- texto, Quebra automática de página ideal, Quebra auto-
ções, bem como o tipo de carácter empregado no preen- mática através no plano de fundo, Contorno, Editar con-
chimento opcional do espaço tabulado. torno, Primeiro parágrafo e Editar.
Capitulares: Formata os capítulos do texto, poden- Alinhamento: Essa opção também está disponível
do criar destaques no início de cada capítulo. na Barra de Formatação, existem quatro tipos de alinha-
Bordas: Atribui bordas ao parágrafo, oferecendo mentos: À esquerda, Centralizado, À direita e Justificado.
opções de disposição (lateral, inteiro, etc), sombreamen- Dispor: Coloca o objeto em diversas posições,
to, cor da linha de contorno e cor da sombra projetada.

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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
os nomes são bem intuitivos como: Trazer para frente,
Avançar um, Voltar um e Enviar para trás. Menu Ferramentas
Inverter: Inverte o objeto horizontalmente e verti-
calmente.
Agrupar: Reúne dois objetos transformando eles
num único objeto.
Objeto: Realizada diversas configurações de objeto
como alteração de posição e tamanho e linha.

edição de textos, planilhas e apresentações


Menu Tabela

Ortografia e Gramática: Também pode ser aciona-


do pela tecla de atalho F7. Esta opção, sublinha as pala-
vras em desacordo com os padrões ortográficos registra- 295
dos. Uma vez atingido o final do documento, o programa
pergunta se devemos retornar ao início, para completar
a verificação.

Noções de Informática
Idioma: Além do idioma português, poderemos
utilizar outras opções de idiomas, caso elas estejam ins-
taladas. Por exemplo, se eu trabalho com tradução de do-
cumentos, essa opção é excelente para facilitar na corre-
Este menu contém diversas facilidades para cria- ção do idioma estrangeiro.
ção de tabelas, invés de importar tabelas do OpenOffice Contagem de Palavras: Essa opção permite contar
Planilhas, poderemos fazer diretamente dentro do Ope- palavras, espaços e caracteres selecionados ou não.
nOffice Documento de Texto Writer. Numeração da Estrutura de Tópicos: Facilidade
Inserir: Permite a inserção de tabelas. Depois de idêntica àquela encontrada nas guias Opções e no tópico
inserir tabelas, as opções linhas e colunas estarão dispo- Marcadores e Numeração, do menu Formatar. É um mé-
níveis. todo de numeração aplicável aos títulos do texto, possi-
Excluir: Faz o processo inverso, ou seja, exclui li- bilitando a numeração hierárquica de capítulos, seções,
nhas, colunas e tabelas. Selecione o que você pretende parágrafos, etc. É possível determinar a forma como es-
excluir e selecione esta opção. ses vários títulos serão numerados.
Selecionar: Permite a seleção de linhas, colunas, Numeração de Linhas: Formata e habilita a exibi-
células ou toda a tabela para posterior formatação. ção de numeração referente às linhas do texto. Este re-
Mesclar células: Quando preciso juntar duas ou curso facilita a referência a qualquer parte do texto, prin-
mais células, ativo esta opção. cipalmente durante a sua edição.
Autoajustar: Esta função arruma a tabela, quando Notas de Rodapé/Notas de Fim: Oferece opções de
ela está toda desconfigurada, com vários tipos de linhas tipo de numeração, localização e ainda, o tipo de símbolo
e colunas. adotado para assinalar a nota. Possui duas guias, similar
Converter: Existem 2 opções de conversões, a pri- ao Notas de Rodapé/Notas de Fim do menu Inserir.
meira converte o texto selecionado em tabela e a segun- Galeria: Selecionando essa opção, abrirá uma cai-
da, converte a tabela, por exemplo, colocamos uma lista xa de diálogo. Você poderá selecionar figuras da galeria
de palavras em ordem alfabética e depois precisamos re- e incluí-las no documento de edição. Selecione o botão
mover a tabela, para isso, usamos o comando De tabela Novo Tema a fim de abrir uma área de edição específica,
para texto. na qual será inserido o arquivo (ou os arquivos) que irá
integrar o novo tema da Galeria. Clique em OK, para con-
cluir a operação.
Banco de dados bibliográficos: Apresenta a base de
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para

dados bibliográfica referente ao texto ou ao autor de vá- Ctrl+2 Aplica o estilo de parágrafo
rios livros. Título 2
Assistente de Mala Direta: Esta facilidade permi-
te-lhe juntar um documento com dados de uma fonte de Ctrl+3 Aplica o estilo de parágrafo
dados, criando um documento único. Título 3
Atualizar: Atualiza os dados que variam com o Ctrl+4 Aplica o estilo de parágrafo
tempo ou com as variáveis contidas no documento, tais Título 4
como: Campos (data, hora, etc.), Índice atual e bem como a
formatação da página. O contrário, Atualizar Tudo, efetua Ctrl+5 Aplica o estilo de parágrafo
edição de textos, planilhas e apresentações

a atualização completa. Título 5


Opções de autocorreção: Tem a mesma função do Ctrl + tecla mais Calcula o texto selecionado e
item Autocorreção do menu Formatar. copia o resultado para a área
Personalizar: Esse recurso permite a personaliza- de transferência.
ção de menus, barras de ferramentas e de status, teclas
Ctrl+Hífen(-) Hifens personalizados;
de atalho e especificação de tarefas para as macros exis-
hifenização definida pelo
tentes. Na aba Menu, que também é válido com relação às
usuário.
outras abas (Teclado, Barra de Ferramentas e Eventos).A
guia Eventos permite modificar o comportamentos do Ctrl+Shift+sinal de Traço incondicional (não
OpenOffice, ao ser proposto um determinado evento. São menos (-) utilizado na hifenização)
recursos utilizáveis por usuários experientes. Ctrl+sinal de Executar campo de macro
Opções: Este comando abre um uma caixa de di- multiplicação *
álogo contendo tópicos de configuração do OpenOffice. (somente no teclado
Praticamente todos os recursos disponíveis estão lista- numérico)
dos, com suas possíveis opções.
Ctrl+Shift+Espaço Espaços incondicionais.
Esses espaços não serão
Teclas de atalho do Broffice Writer usados para hifenização nem
serão expandidos se o texto
Diferente da suíte da Microsoft Office, as teclas de estiver justificado.
atalho do BrOffice e suítes open source não são portadas
para a língua portuguesa, portanto, as combinações fa- Shift+Enter Quebra de linha sem
296 zem referência aos termos em inglês, como é o caso da mudança de parágrafo
tecla de atalho Ctrl+A que tem a letra A como indicação do Ctrl+Enter Quebra manual de página
termo inglês ALL que traduzindo significa tudo ou todo,
ou seja, comando para selecionar todo o texto. Ctrl+Shift+Enter Quebra de coluna em textos
Noções de Informática

O exemplo mostrar bem a diferença pois, a mesma com várias colunas


combinação de teclas de atalho no MS Office irá abrir um Alt+Enter Insere um novo parágrafo
documento; sendo a combinação ideal para selecionar o sem numeração numa lista.
texto o conjunto Ctrl+T. Não funciona se o cursor
Porém, vale ressaltar que a combinação de teclas estiver no fim da lista.
pode ser personalizada através do menu Ferramentas,
Alt+Enter Insere um novo parágrafo
item Personalizar, subitem Teclado.
antes ou depois de uma seção
TECLAS DE ATALHO EFEITO ou antes de uma tabela.
Ctrl+A Selecionar tudo Seta para a esquerda Move o cursor para a
esquerda
Ctrl+J Justificar
Shift+Seta para a Move o cursor para a
Ctrl+D Sublinhado duplo esquerda esquerda com seleção
Ctrl+S Salva o documento Ctrl+Seta para a Vai para o início da palavra
Ctrl+E Centralizado esquerda
Ctrl+H Localizar e substituir Ctrl+Shift+Seta para a Seleciona à esquerda, uma
esquerda palavra de cada vez
Ctrl+Shift+P Sobrescrito
Seta para a direita Move o cursor para a direita
Ctrl+L Alinha à esquerda
Shift+Seta para a direita Move o cursor para a direita
Ctrl+R Alinhar à direita
com seleção
Ctrl+Shift+B Subscrito
Ctrl+Seta para a direita Vá para o início da próxima
Ctrl+Y Refaz a última ação palavra
Ctrl+0 (zero) Aplica o estilo de parágrafo Ctrl+Shift+Seta para a Seleciona à direita, uma
Padrão direita palavra de cada vez
Ctrl+1 Aplica o estilo de parágrafo
Título 1

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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
Seta para cima Move o cursor uma linha Ctrl+Del+Shift Exclui o texto até o fim da
acima frase
Shift+Seta para cima Seleciona linhas de baixo Ctrl+Shift+Backspace Exclui o texto até o início da
para cima frase
Ctrl+Seta para cima Move o cursor para o começo Ctrl+Tab Próxima sugestão com
do parágrafo anterior Completar palavra
CtrlShift+Seta para Seleciona até o começo automaticamente

edição de textos, planilhas e apresentações


cima do parágrafo. Ao repetir, Ctrl+Shift+Tab Utiliza a sugestão anterior
estende a seleção até o início com Completar palavra
do parágrafo anterior automaticamente
Seta para baixo Move o cursor uma linha Ctrl+Alt+Shift+V Cola o conteúdo da área de
para baixo transferência como texto
Shift+Seta para baixo Seleciona linhas de cima sem formatação.
para baixo Ctrl + clique duplo ou Utilize esta combinação para
Ctrl+Seta para baixo Move o cursor para o final do Ctrl + Shift + F10 encaixar ou desencaixar
parágrafo. rapidamente a janela do
Navegador, a janela Estilos
CtrlShift+Seta para Seleciona até o fim do e Formatação ou outras
baixo parágrafo. Ao repetir, janelas
estende a seleção até o fim do
próximo parágrafo
Home Vai até o início da linha LIBREOFFICE CALC
Home+Shift Vai e seleciona até o início de
uma linha O Calc é um editor de planilhas similar ao Micro-
End Vai até o fim da linha soft Excel, sendo amplamente utilizado para trabalho
com informações numéricas relacionadas a dados:
End+Shift Vai e seleciona até o fim da • Financeira.
linha • Estatística. 297
Ctrl+Home Vai para o início do • Relativa à data e hora.
documento • Todos os tipos de números que puderem ser in-
troduzidos em uma planilhas.

Noções de Informática
Ctrl+Home+Shift Vai e seleciona o texto até o Editores de planilhas tem a função de analisar o
início do documento resultado ou impacto dos dados inseridos nas células,
Ctrl+End Vai para o fim do documento oferecem auxílio na organização de lista de dados como
Ctrl+End+Shift Vai e seleciona o texto até o média das últimas provas e simulados, além é claro de
fim do documento auxiliar na elaboração de planos de estudo.
Para desenvolver trabalhos do tipo cálculo, o Calc
Ctrl+PageUp Alterna o cursor entre o texto é uma das melhores alternativas do mercado, lembran-
e o cabeçalho do que existem vários programas de planilha diferentes
Ctrl+PageDown Alterna o cursor entre o texto disponíveis para computadores pessoais, cada um com
e o rodapé as mesmas funcionalidades básicas e outras exclusivas..
Sobre planilhas, podemos dizer que uma planilha
Insert Ativa / Desativa modo de é uma lista formada por células, dividas em linhas e co-
inserção luna. Sua lista pode conter praticamente qualquer tipo
PageUp Move uma página da tela de dados como texto, números e até mesmo dias e horas.
para cima Você pode pegar qualquer um dos números na sua lista e
Shift+PageUp Move uma página da tela usá-los para calcular novos números. Você pode classifi-
para cima com seleção car os itens da sua lista, ordenar por valor ou ordem alfa-
bética entre outros. Você pode transformar os números
PageDown Move uma página da tela de suas planilhas em gráficos de vários formatos.
para baixo A grande maioria dos comandos utilizados no Calc
Shift+PageDown Move uma página da tela é idêntica a comandos existentes no Writer, portan-
para baixo com seleção to, onde quando for necessário utilizar ferramentas do
menu Arquivo, Editar, será utilizado as mesmas funções
Ctrl+Del Exclui o texto até o fim da básicas como Exportar, Copiar, Colar, Salvar e Salvar
palavra como. O Calc tem por padrão salvar os arquivos em edi-
Ctrl+Backspace Em uma lista: exclui um ção no formato ODs, porém, tem ampla compatibilidade
parágrafo vazio na frente do com os formatos XLS e XLSX do Excel.
parágrafo atual Uma planilha no Calc constitui-se de 1024 colunas
rotuladas de A à Z, de AA à ZZ e até AAA à AMJ, totalizan-
do 1.048.576 linhas e 1.073.741.824 de células. Uma plani-
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para

lha tem como sua unidade a célula, que é a unidade bási- Barra de Objetos
ca para introdução e manipulação de valores inseridos. A
célula pode ser compreendida como uma área de edição O Calc possui diversas funções na barra de objetos
unitária. referente a edição do conteúdo de texto inserido nas ce-
lular, além de formas de identificar como os dados devem
Área de Trabalho ser entendidos dentro de uma célula, como determinar
que números serão identificados como moeda, contábil
Á área de trabalho é o local onde todas as opções ou porcentagem:
edição de textos, planilhas e apresentações

de edição e inserção estão disponíveis ao usuário junta-


mente como as pastas de trabalho, planilha e células.
• Nome e tamanho da fonte
• Negrito, itálico e sublinhado
• Alinhar a esquerda, ao centro, direita e justifi-
cado.
• Mesclar células
• Formato numérico: Moeda
• Formato numérico: Porcentagem
• Formato numérico: Adiciona casa decimal
• Formato numérico: Exclui casa decimal
• Diminuir recuo
• Aumentar recuo
• Bordas: determina as cores, espessura e ou-
tras configurações das bordas de uma célula.
Por padrão as celular aparecem como ponto de
referência, sendo totalmente transparentes
em uma impressão.
• Cor do plano de fundo
Trabalhando com Calc, é preciso saber diferenciar • Cor da fonte
os elementos que se está trabalhando, pois, é comum os • Alterar linhas da grade para a planilha atual:
usuários chamarem tudo relacionado ao Excel de “Plani- Retira linhas e colunas da planilha.
298
lha”, fato que tem levado ao erro ao resolver questões de
provas e concursos. Barra de Fórmulas
Vamos aos principais termos:
Noções de Informática

Esta é uma barra do Calc, com a função de locali-


Nome dado a um arquivo de tra- zação e edição de células. Em sua linha de entrada, é pos-
balho no Calc que, por padrão, sível edição dos textos ou fórmulas a serem inseridas
possui três planilhas. Portanto, numa célula.
Pasta de trabalho
não criamos ou salvamos uma
planilha, mas uma pasta de tra-
balho com uma ou mais planilhas. Sendo o conteúdo de uma célula o resultado de
uma fórmula, o resultado aparece na própria célula, mas
É o nome dado às “folhas” que na barra de fórmulas o que se vê é a fórmula da qual esse
existem dentro de um arquivo do resultado se origina.
Planilha
Calc ou o nome dado a cada "folha" A barra de fórmulas é composta por alguns com-
contida numa Pasta de Trabalho. ponentes que serão detalhados abaixo>
Em uma planilha, os dados são ar- Caixa de Nome: área selecionada da planilha. Caso
mazenados em caixas pequenas uma única célula esteja selecionada, a caixa de texto lo-
chamadas células. Uma planilha calizada à esquerda na barra de fórmulas indicará o local
é dividida em colunas e linhas, da célula, porém, se mais de uma célula estiver selecio-
sendo as colunas etiquetadas por nada, formará uma área definida ao nomear-se a célula
letras (A, B, C, D, ...) e as linhas por da linha acima e à esquerda, e a esquerda da linha abaixo
números (1, 2, 3, 4, ...), possibilitan- e à direita.
do a combinação letra (coluna) e Assistente de Funções: contém uma caixa de diá-
Célula
número (linha), o que resulta no logo associada com a função de edição de fórmulas com-
endereço ou nome das células, plexas. Pode acionar a tecla de atalho Ctrl +F12 ou Inserir
por exemplo, a célula localizada >> Função.
na coluna A e primeira linha é a Soma [Σ]: Clicando em Soma a célula ativa será pre-
“A1”, a célula localizada na colu- enchida com o valor da soma dos conteúdos da sequência
na B e na terceira linha é a “B3”. A de células acima ou à esquerda dela. Havendo a interrup-
distribuição é simular a de um ta- ção da sequência com uma célula vazia, a soma também
buleiro de xadrez. se deterá nessa célula.
Função [=]: inicialmente será inserido um sinal de

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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
igual na linha de entrada e na célula selecionada, sendo
exibida na caixa de texto da área da planilha a palavra
“Soma”. Clicando no botão, as seguintes funções mate-
máticas: Soma, Média, SE, Máximo, Mínimo e Mês surgem
no menu de contexto deste comando. Selecionando-se
uma funções, aparecerá o resultado da função aplicada à
série de dados selecionada, na célula indicada.
Linha de Entrada: caixa de texto à direita na barra
de fórmulas onde será inserira valores, fórmulas ou tex-

edição de textos, planilhas e apresentações


tos em uma célula.
Texto: Se a célula seguinte à direita estiver vazia,
o texto ocupará tantas delas quantas forem necessárias.
Se houver conteúdo nessa(s) célula(s), o texto será trun-
cado dentro da célula onde foi introduzido e uma peque-
na seta à direita desta célula indicará que o referido texto
não pode ser exibido na íntegra.
Números: Três símbolos (###) aparecerão na célu-
la em substituição ao número.
Havendo espaço e caso esteja selecionada a opção
Geral, ao invés dos símbolos será exibida a notação cien-
tífica do referido número.
• Se o resultado de uma fórmula for impossível,
aparecerá a mensagem “Err509”.
• Caso não haja dados suficientes para a solução
de uma fórmula, aparecerá a palavra “VALOR”.

Linhas
Na lateral esquerda do Calcl hà uma numeração
vertical. Está numeração é chamada de Linhas.

Colunas
Ao abrir o Calc o usuário se depara com uma linha
299
em ordem alfabética na horizontal; estes elementos que
utilizam a ordem alfabética (A, B,C...) são chamados de

Noções de Informática
Colunas.

Operadores
Os operadores são utilizados na elaboração das
fórmulas, independentemente as funções utilizadas.

Menu Arquivo

O menu Arquivo é idêntico ao de todos os aplicati-


vos da suíte LibreOffice.

Menu Editar

Similar em vários pontos com o Menu Editar do


Writer, portanto, será detalhado apenas as função que se
diferenciam
Barra de Menus Colar: Exatamente como no caso da cópia, também
a colagem é realizada por células ou conjunto de células.
Alguns dos menus têm componentes idênticos aos Na linha de entrada, pode-se também colar parte do con-
do Writer, motivo pelo qual deixaremos de analisar este teúdo de uma célula em outra. Caso você pretenda colar
componente, apenas indicando o local onde a primeira um grupo composto por várias células copiadas ante-
ocorrência ocorre. riormente, deve aplicar esse material a partir da célula
situada mais acima e à esquerda na área em que pretende
executar a colagem.
Colar Especial: o item Colar Tudo da área de Sele-
ção corresponde à colagem normal do item anterior e se

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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para

apresenta ativo por padrão à esquerda, desabilita este renciam.


comando e faz abrir as demais opções da área, que são Quebra de Página: semelhante ao Writer, este re-
intuitivas e que facilitarão seu trabalho de edição. curso possibilita apenas a aplicação da quebra em linhas
Preencher: opções para preenchimento das cé- e colunas.
lulas selecionadas: Abaixo, Direita, Superior, Esquerda, Células: inserção de novas células na planilha. A
Planilha e Séries. O preenchimento será feito com base posição e a quantidade devem ser definidas previamen-
nos dados existentes na(s) célula(s) inicial(is).Selecione te, selecionando-se a área correspondente na planilha.
as células a serem preenchidas e clique na opção dese- Linha: insere acima da célula ativa superior, uma
jada. Os dados podem ser números, textos ou fórmulas. quantidade de linhas em branco idêntica à quantidade
edição de textos, planilhas e apresentações

Preencher Séries: opção é utilizada quando se selecionada.


pretende preencher o conteúdo de células adjacentes Colunas: insere uma quantidade de colunas em
segundo determinadas condições. Normalmente, pre- branco idêntica à quantidade selecionada, à esquerda da
encher uma célula corresponde a copiar nesta célula o célula ativa mais à esquerda.
conteúdo de outra. O comando Preencher é suficiente Planilha: Insere novas planilhas do documento.
no caso de fórmulas e valores relativos, porém, quando Sua caixa de diálogo permite definira quantidade de pla-
se trata de valores fixos, teremos apenas a repetição do nilhas a serem incluídas, bem como seus nomes e posi-
valor da célula inicial. Com comando Preencher Séries, ção. Permite também importar planilhas de outro arqui-
você pode estabelecer certas condições incrementais de vo e estabelecer vínculos entre planilhas.
preenchimento, a partir de um valor inicial. Planilha do Arquivo: inserir dentro da planilha
Excluir Conteúdo: uma vez selecionada uma célula atual outra planilha.
ou num grupo de células na planilha ativa, este comando Vincular a Dados Externos: inserção ativa de da-
apaga seu conteúdo, mantendo a sua posição em rela- dos provenientes de outro documento. Estes dados po-
ção às demais células. O comando Excluir Tudo (também dem provir tanto de sites como simples arquivos.
acionado pela tecla [Del]), é empregado para eliminar Função: Idêntico ao comando Assistente: Funções
todo o conteúdo. na Barra de Fórmulas.
Excluir Células: Exclui da planilha tudo o que es- Lista de Funções: exibe uma lista de funções idên-
tiver selecionado (célula, linha ou coluna). Difere do co- tica à de Assistente. Funções, porém seu quadro de na-
mando acima por transferir o conteúdo das células ime- vegação pode ser ancorado na área de edição, para ser
diatamente abaixo (ou à direita, conforme o caso) para chamado a qualquer momento. Faz abrir, no lado direito
o espaço vago. Assim, sucessivamente, cada célula da da área de edição, um quadro de navegação que exibe as
linha (ou da coluna) afetada ocupará o espaço da anterior. funções disponíveis. No topo da barra, o botão [▼] abre
300 Planilha: possibilita a edição de uma planilha como um menu de contexto que permite escolher as catego-
um todo e dispõe das seguintes opções: rias das funções. Um duplo clique na função desejada vai
• Copiar/Mover: abre uma caixa de diálogo que incluí-la na célula ativa, o que também se consegue por
Noções de Informática

permite a mudança de posição relativa da pla- meio do botão [fx].


nilha ativa na sequência de planilhas do mes- Nomes: possibilita dar nomes a diferentes seções
mo documento ou sua cópia para subsequente de sua planilha, de modo a facilitara navegação e a agili-
colagem em outro documento. zar a pesquisa de informações específicas.
• Seleção: Formata apenas a parte selecionada
do texto. Menu Formatar
• Delete: Exclui a parte da planilha selecionada.
• Excluir Quebra Manual: exclui uma quebra
Similar em vários pontos com o Menu do Writer,
manual inserida na planilha.
portanto, será detalhado apenas as função que se dife-
renciam.
Menu Exibir Formatação Padrão: Mesma função disponibiliza-
das no Writer e outros aplicativos da suíte LibreOffice
Possui a mesma disposição de ferramentas do Células: disponibiliza todas as opções de forma-
Writer, porém, algumas das funções deste menu são do tação, além de aplicar atributos às células selecionadas.
tipo “vai-e-volta”, acione-se uma vez para ativar e uma Também pode ser acionada pela tecla de atalho Ctrl + 1.
segunda vez para desativar. Será abordado somente os A caixa de diálogo contém guias. As primeiras afetam o
que contém novas ferramentas. formato ao texto e já foram descritas no Writer.
Normal: Mostra o layout normal na planilha Uma célula protegida não permite edição; esta é
Visualizar Quebra de Página: mostra quebra de pá- uma maneira eficiente de inibir a modificação não-auto-
gina. rização de dados da planilha.
Barra de Fórmulas: exibe a barra de fórmulas den- Por padrão, todas as células estão marcadas para
tro da planilha. serem protegidas, e o usuário deve desprotegê-las ma-
Realce de Valor: exibe o conteúdo da célula em co- nualmente, uma por uma, ou por área de planilha, usando
res diferentes, a depender de seu tipo. o comando agora apresentado.
Selecione a área de planilha que pretende despro-
Menu Inserir teger e acione: Formatar >> Células >> Proteção de Célula.
Na caixa de diálogo associada, clique para des-
marcar Protegido, o que afetará apenas as células sele-
Similar em vários pontos com o Menu do Writer, cionadas. Você poderá editar as células escolhidas e mais
portanto, será detalhado apenas as função que se dife- nenhuma.
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
A guia Proteção de Células também possibilita dentes.
ocultar, durante a impressão, tanto fórmulas completas • Remover todos os rastros: Remove todas as
como determinadas células ou fórmulas. Pratique um setas rastreadoras da planilha.
pouco comesse comando, a fim de assimilar bem os seus • Rastrear erro: Desenha setas rastreadoras que
recursos. unem a célula ativa a todas as células prece-
Planilha: Permite renomear, ocultar ou exibir a dentes, causando um valor de erro em uma cé-
planilha ativa. lula selecionada.
Mesclar células: Clicando em Mesclar e Centrali- • Marcar dados inválidos: Marca todas as célu-
zar Células, você pode mesclar células selecionadas, cujo las na planilha que contém valores fora das re-

edição de textos, planilhas e apresentações


conteúdo será automaticamente unificado em uma única gras de validação.
célula. Para desfazer à fusão acesse a caixa de diálogo e • Atualizar rastros: redesenha todos os rastros
clique em Remover. na planilha. Quando os rastros são redesenha-
Página: engloba atributos de formatação de pági- dos, as fórmulas modificadas são levadas em
nas, tais como: tamanho, cor, cabeçalhos e rodapés, sen- consideração.
do ao do Writer com diversos comandos idênticos. • Atualizar automaticamente: atualiza automa-
Intervalo de Impressão: determina uma área a ser ticamente todos os traços na planilha toda vez
impressa em cada planilha, sendo viável definir a im- que você modifica uma fórmula.
pressão de determinada linha ou coluna, em todas as • Modo de preenchimento: ativa o modo de pre-
páginas. Caso não seja especificado um intervalo, o pro- enchimento do Detetive. O ponteiro do mouse
grama imprime toda a planilha. São opções disponíveis: se transformará em um símbolo especial e,
• Definir: define a célula ativa ou as células se- quando você clicar em qualquer célula, será
lecionadas como intervalo de impressão. A exibido um rastreamento que mostra as suas
seleção pode ser feita com o mouse ou com o células precedentes. Para sair desse modo,
teclado; a área ficará demarcada por linhas pressione a tecla Esc ou clique no comando
verticais e horizontais. Sair do modo de preenchimento no menu de
• Adicionar: acrescenta a seleção corrente a ou- contexto.
tras definições anteriores. Atingir meta: abra uma caixa de diálogo para es-
• Remover: Elimina áreas demarcadas manual- pecificar um valor alvo pela célula selecionada. Uma vez
mente. Se forem removidas todas as quebras concluída a pesquisa, será exibido um resultado que pode
de página de todas as planilhas, a área de im- ser aplicado diretamente àquela célula. A caixa apresen-
pressão passará a abranger todas as planilhas ta as seguintes caixas de texto:
existentes. • Célula de fórmula: Exibe a fórmula contida na
301
• Editar: são editáveis: O intervalo de impressão, célula.
e a existência ou não de linhas e/ou colunas • Valor desejado: Espaço para digitação do valor

Noções de Informática
repetidas em todas as páginas a serem im- a ser atingido.
pressas. A caixa de diálogo permite a variação • Célula variável: Permite introduzir a referên-
destes parâmetros segundo as seguintes op- cia da célula que contém o valor a ser ajustado,
ções: nenhum, planilha inteira, definido pelo para atingir o valor alvo.
usuário e seleção. Solver: permite resolver problemas de pequena e
Formatação Condicional: atribuir condições pre- média complexidade.
definidas pelo usuário ao estilo de formatação de uma Compartilhar documento: permite a edição da
célula. mesma planilha por vários usuários, para que isso ocor-
Controles: adicionar caixas de seleção, botões, ta- re, depois de acessar este item inclua os dados no menu
belas mostrando registros de dados e outros controles a Ferramentas > Opções> Dados do usuário.
um documento. Proteger documento: habilita/desabilita a prote-
ção de todas as células da planilha ativa (Proteger Pla-
Menu Ferramentas nilha) ou de todas as planilhas de documentos (Proteger
Documentos). Para utilizar corretamente este recurso e
conseguir proteger certas células da planilha e desprote-
Similar em vários pontos com o Menu do Writer,
ger outras, é necessário, após a ativação da proteção, de-
portanto, será detalhado apenas as função que se dife-
finir quais as células que deverão ser desprotegidas com
renciam.
o comando: Formatar >> Células >> Proteção de Células
Detetive: permite a realização automática de audi-
retirando-se a marcação da caixa de seleção “Protegida”
toria entre dados e fórmulas contidos na planilha.
das células selecionadas, pode-se ainda definir uma se-
• Rastrear precedentes: esta função mostra o
nha de proteção.
relacionamento entre a célula atual que con-
Conteúdo da Célula: altera a forma pela qual os da-
tém a fórmula e as células usadas na fórmula.
dos são inseridos nas células, sendo.as duas primeiras
• Remover precedentes: exclui um nível de se-
opções referem-se ao preenchimento (atualização), de
tas de rastreamento que foram inseridas com
células que contém fórmulas; elas poderão ser recalcula-
o comando Rastrear precedentes.
das e preenchidas manual ou automaticamente.
• Rastrear dependentes: desenha setas rastrea-
Recalcular: atualiza manualmente os cálculos das
doras que unem a célula ativa às fórmulas que
fórmulas usadas Esta opção é útil quando, em planilhas
utilizam os valores da célula ativa.
grandes, você perde muito com recálculo automático de
• Remover dependentes: exclui um nível de se-
todas as células, a cada inserção de dados.
tas rastreadoras criadas com Rastrear depen-
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para

Auto calcular: atualiza as células da planilha auto- Teclas de Atalho do Calc


maticamente, à medida que alterações são introduzidas.
Auto entrada: estando ativa, o programa oferece
sugestões para complementar o que é digitado com pala- TECLAS DE FUNÇÃO
vras inseridas anteriormente. ATALHO
Ctrl+Home Move o cursor para a primeira célula
Menu Dados na planilha (A1).
Este menu é exclusivo do Calc e contem recursos Ctrl+End Move o cursor para a última célula
edição de textos, planilhas e apresentações

disponíveis para a organização e a manipulado automá- que contém dados na planilha.


tica dos dados de um documento. Home Move o cursor para a primeira célula
Definir Intervalo: definir uma área de dados, po- da linha atual.
dendo ser utilizado para atribuir um nome ou criar um
conjunto de dados a ser utilizado em determinadas ope- End Move o cursor para a última célula
rações como: ordenação dos campos, filtragem de dados, da linha atual.
etc. A primeira linha de dados pode torna-se o cabeçalho. Shift+Home Seleciona todas as células desde a
Selecionar intervalo: possibilita selecionar a área atual até a primeira célula da linha.
de dados criada na operação anterior.
Classificar: ordena os dados da coluna ou linha, ad- Shift+End Seleciona todas as células desde a
mitindo níveis de ordenação dotados de condições espe- atual até a última célula da linha.
cíficas individuais. Shift+Page Up Seleciona as células desde a atual
Critérios de Ordenação: admite até três níveis de até uma página acima na coluna ou
ordenação, cada um com diversas opções: numérica ou extende a seleção existente uma
alfa numérica, crescente ou decrescente. página para cima.
Opções: definir alguns parâmetros especí- S h i f t + P a g e Seleciona as células desde a atual
ficos da tabela a serem satisfeitos, dentre os quais Down até uma página abaixo na coluna
destacamos: O intervalo contém rótulos da coluna. ou extende a seleção existente uma
Uma vez ativado, vai converter os dizeres da pri- página para baixo.
meira linha da área de dados em cabeçalho das co-
lunas. Por exemplo, no momento da classificação, Ctrl+Seta para a Move o cursor para o canto esquer-
302 em vez de aparecer “Coluna B”, apareceria o nome esquerda do do intervalo de dados atual. Se a
dado à coluna B. coluna à esquerda da célula que con-
Filtro: destina-se a ocultar os registros de uma tém o cursor estiver vazia, o cursor
tabela que não satisfaçam a determinadas condições ou se moverá para a esquerda da próxi-
Noções de Informática

que não correspondam a valores preestabelecidos. ma coluna que contenha dados.


Subtotais: permite a apresentação automática dos Ctrl+Seta para a Move o cursor para o canto direito
subtotais referentes a cada valor distinto do campo sele- direita do intervalo de dados atual. Se a co-
cionado, podendo apresentar subtotais em até três gru- luna à direita da célula que contém
pos de valores. o cursor estiver vazia, o cursor se
Validade: impõe condições que restringem a digi- moverá para a direita da próxima
tação de valores nas células selecionadas. A guia Critérios coluna que contenha dados.
estabelece o critério de validação escolhido. A guia Ajuda
de Entrada permite a digitação de um texto explicativo Ctrl+Seta para Move o cursor para o canto supe-
de quais valores podem ser utilizados no preenchimento cima rior do intervalo de dados atual. Se
da célula. Este recurso impõe condições que restringem a a linha acima da célula que contém
digitação de valores nas células selecionadas. A Alerta de o cursor estiver vazia, o cursor se
Erro permite a digitação de um texto explicativo do erro moverá para cima da próxima linha
cometido na tentativa de preenchimento ad célula, bem que contenha dados.
como sua possibilidade de correção. Ctrl+Seta para Move o cursor para o canto inferior
Operações Múltiplas: viabiliza a execução múlti- cima do intervalo de dados atual. Se a
plas na área selecionada. A caixa de diálogo associada linha abaixo da célula que contém
permite escolher fórmulas e selecionar linhas e colunas. o cursor estiver vazia, o cursor se
Consolidar: executa operações múltiplas, porém, moverá para baixo da próxima linha
pode combinar dados de diversas áreas independentes, que contenha dados.
inclusive de diferentes planilhas. A partir desses dados, Ctrl+Shift+Seta Seleciona todas as células contendo
será calculada uma nova área. dados da célula atual até o fim do
Atualizar Intervalo: atualiza um intervalo que ha- intervalo contínuo das células de
via sido inserido na planilha proveniente de um banco de dados, na direção da seta pressiona-
dados externo. Os dados da planilha serão atualizados de da. Um intervalo de células retangu-
acordo com os novos dados existentes. lar será selecionado se esse grupo
de teclas for usado para selecionar
linhas e colunas ao mesmo tempo.

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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
Ctrl+Page Up Move uma planilha para a esquerda. F2 Troca para o modo de edição e coloca
Na visualização de impressão: Move o cursor no final do conteúdo da
para a página de impressão anterior célula atual. Pressione novamen-
Ctrl+Page Down Move uma planilha para a direita. te para sair do modo de edição. Se
Na visualização de impressão: Move o cursor estiver em uma caixa de
para a página de impressão seguin- entrada de uma caixa de diálogo
te. que possui o botão Encolher, a caixa
de diálogo ficará oculta e a caixa de
Alt+Page Up Move uma tela para a esquerda.

edição de textos, planilhas e apresentações


entrada permanecerá visível. Pres-
Alt+Page Down Move uma página de tela para a sione F2 novamente para mostrar a
direita. caixa de diálogo inteira.
Shift+Ctrl+Page Adiciona a planilha anterior à sele- Ctrl+F2 Abre o Assistente de funções.
Up ção de planilhas atual. Se todas as Shift+Ctrl+F2 Move o cursor para a Linha de en-
planilhas de um documento de pla- trada onde você pode inserir uma
nilha forem selecionadas, esta com- fórmula para a célula atual.
binação de teclas de atalho somente
selecionará a planilha anterior. Ctrl+F3 Abre a caixa de diálogo Definir
Torna atual a planilha anterior. nomes.

Shift+Ctrl+Page Adiciona a próxima planilha à sele- F4 Mostra ou oculta o Explorador de


Down ção de planilhas atual. Se todas as Banco de dados.
planilhas de um documento de pla- Shift+F4 Reorganiza as referências relativas
nilha forem selecionadas, esta com- ou absolutas (por exemplo, A1, $A$1,
binação de teclas de atalho somente $A1, A$1) no campo de entrada.
selecionará a próxima planilha. F5 Mostra ou oculta o Navegador.
Torna atual a próxima planilha.
Shift+F5 Rastreia dependentes.
Ctrl+ * onde (*) é o sinal de multiplicação no
teclado numérico Shift+F7 Rastreia precedentes.
Seleciona o intervalo de dados que Shift+Ctrl+F5 Move o cursor da Linha de entrada
contém o cursor. Um intervalo é um para a caixa Área da planilha.
intervalo de células contíguas que 303
contém dados e é delimitado por F7 Verifica a ortografia na planilha
linhas e colunas vazias. atual.

Noções de Informática
Ctrl+ / onde (/) é o sinal de divisão no tecla- Ctrl+F7 Abre o Dicionário de sinônimos se a
do numérico célula atual contiver texto.
Seleciona o intervalo de fórmulas de F8 Ativa ou desativa o modo de seleção
matriz que contém o cursor. adicional. Nesse modo, você pode
Ctrl+tecla de Insere células (como no menu Inse- usar as teclas de seta para estender
adição rir - Células) a seleção. Você também pode clicar
em outra célula para estender a
Ctrl+tecla de Exclui células (tal como no menu seleção.
subtração Editar - Excluir células)
Ctrl+F8 Realça células que contém valores.
Enter ( num in- Move o cursor uma célula para
tervalo selecio- baixo no intervalo selecionado. Para F9 Recalcula as fórmulas modificadas
nado) especificar a direção do movimento na planilha atual.
do cursor, selecione Ferramentas - Ctrl+Shift+F9 Recalcula todas as fórmulas em
Opções - LibreOffice Calc - Geral. todas as planilhas.
Ctrl+ ` (consulte Exibe ou oculta as fórmulas em vez Ctrl+F9 Atualiza o gráfico selecionado.
a nota abaixo dos valores em todas as células. F11 Abre a janela Estilos e formatação
desta tabela) para você aplicar um estilo de for-
Ctrl+F1 Exibe a anotação anexada na célula matação ao conteúdo da célula ou à
atual planilha atual.
Shift+F11 Cria um modelo de documento.
Shift+Ctrl+F11 Atualiza os modelos.
F12 Agrupa o intervalo de dados selecio-
nado.
Ctrl+F12 Desagrupa o intervalo de dados
selecionado.

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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para

Alt+Seta para Aumenta a altura da linha atual (so- Alt e o caractere Copia ou move o campo atual para a
baixo mente no Modo de compatibilidade sublinhado na área "Coluna".
legada do OpenOffice.org). palavra "Colu-
Alt+Seta para Diminui a altura da linha atual (so- na"
cima mente no Modo de compatibilidade Alt e o caractere Copia ou move o campo atual para a
legada do OpenOffice.org). sublinhado na área "Dados".
Alt+Seta para a Aumenta a largura da coluna atual. palavra "Dados"
direita Ctrl+Seta para Move o campo atual uma casa para
edição de textos, planilhas e apresentações

Alt+Seta para a Diminui a largura da coluna atual. cima cima.


esquerda Ctrl+Seta para Move o campo atual uma casa para
Alt+Shift+Tecla Otimiza a largura da coluna ou o ta- cima baixo.
de seta manho da linha com base na célula Ctrl+Seta para a Move o campo atual uma casa para a
atual. esquerda esquerda.
trl+1 (não use o Abre a caixa de diálogo Formatar Ctrl+Seta para a Move o campo atual uma casa para
teclado numé- células direita a direita.
rico) Ctrl+Home Move o campo atual para a primeira
Ctrl+Shift+1 (não Duas casas decimais, separador de casa.
use o teclado milhar Ctrl+End Move o campo atual para a última
numérico) casa.
C t r l + S h i f t + 2 Formato exponencial padrão Alt+O Exibe as opções do campo atual.
(não use o tecla-
do numérico) Delete Remove o campo atual da área.
C t r l + S h i f t + 3 Formato de data padrão
(não use o tecla-
do numérico) LIBREOFFICE IMPRESS
C t r l + S h i f t + 4 Formato monetário padrão
304 (não use o tecla- Introdução
do numérico)
C t r l + S h i f t + 5 Formato de porcentagem padrão O Impress é um programa de apresentação de sli-
Noções de Informática

(não use o tecla- (duas casas decimais) des similar ao Microsoft Power Point, com rescursos si-
do numérico) milares e outros totalmente próprios e desenvolvidos
pela comunidade. O programa faz parte da suíte LibreOf-
C t r l + S h i f t + 6 Formato padrão fice e será abordada de forma direta e resumida, focando
(não use o tecla- no conteúdo abordado em programas e concursos.
do numérico) Um das diferenças em termos de editoração do
Tab Altera o foco movendo-se para a Impress em relação ao Writer é que no editor de texto, a
frente nas áreas e nos botões da edição de desenhos, imagens e formas não ocorre direta-
caixa de diálogo. mente na área de edição, sendo objetos que devem estar
Shift+Tab Altera o foco movendo-se para trás em molduras próprias. No Impress, textos e desenhos de-
nas áreas e nos botões da caixa de vem ser incorporados a molduras, para serem inseridos.
diálogo. Outra diferença são os modos de edição deste módulo:
• Modo Normal: modo de exibição principal,
Seta para cima Move o foco um item para cima na onde são criados e editados os slides. Exibe o
área da caixa de diálogo atual. documento que esta sendo editado.
Seta para baixo Move o foco um item para baixo na • Modo Estrutura de Tópicos: são exibidas de
área da caixa de diálogo atual. forma panorâmica todas as páginas da apre-
sentação no formato de lista, permitindo a edi-
Seta para a es- Move o foco um item para a esquer- ção de títulos e mostrando as principais infor-
querda da na área da caixa de diálogo atual. mações de cada slide.
Seta para a di- Move o foco um item para a direita • Modo Notas: exibe uma área de texto do slide,
reita na área da caixa de diálogo atual. com o objetivo de inserir e visualizar anota-
Home Seleciona o primeiro item na área da ções realizadas e usar durante uma palestra
caixa de diálogo atual. ou aula.
• Modo Folheto: exibe de um a seis slides em
End Seleciona o último item na área da uma única página. Exibe as páginas em for-
caixa de diálogo atual. mato reduzido facilitando alterar o tamanho
Alt e o caractere Copia ou move o campo atual para a da página de impressão, possibilitando impri-
sublinhado na área "Linha". mir numa única página vários slides.
palavra "Linha" • Modo Classificador de Slides: exibe quantidade
de slide total de uma apresentação.
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
Criando um arquivo. Área de Trabalho

Todo aplicativo da suíte do LibreOffice, ao clicar no


botão Arquivo > Novo >, será exibido um menu com a pos-
sibilidade de criação de arquivos de todos os progamas
inclusos da suíte e, para criação de uma nova apresenta-
ção, é necessário escolher a opção Apresentação.
A caixa de diálogo deste passo apresenta como

edição de textos, planilhas e apresentações


opções o Transição de Slides e o Tipo de Apresentação, e
considera a apresentação como um todo. Portanto, o que
aqui for escolhido valerá para todos os slides da apresen-
tação.

Criando uma Apresentação a Partir de um Mode-


lo
Conforme mostra a figura acima, podemos visu-
O uso de modelos torna ágil a execução e cria- alizar barras que apresentam alguns atalhos a ferra-
ção de novas apresentações, facilitando a nossa tarefa, mentas de edição e composição dos slides, tendo em seu
sendo uma apresentação pré-configurada, portanto, a leque, complementos que podem ser acessados através
edição se restringe a introduzir os dados específicos da dos recursos da barra de menus.
apresentação que será criada. Escolha o modelo-base de Para entendermos o vocabulário básico do progra-
sua apresentação, que será pré-visualizado na caixa de ma de apresentações, é relevante fixar três conceitos que
diálogo à direita da área de trabalho. Uma vez configu- não devem ser confundidos.
rado todos parâmetros, clique em Criar para acessar, na Página: é onde os slides são compostos, sendo à
etapa final, a área de trabalho do Impress. área de edição o local onde a apresentação será desen-
volvida. Dentro de uma página constam o slide e as ano-
Gravação de apresentações tações.
Slide: é a parcela da página que será exibida du-
rante a apresentação.
O LibreOffice, por padrão, utiliza o formato pró- Anotações: compõe a página onde são realizadas
prio para salvamento, sendo a extensão ODP seleciona- 305
anotações, tando a respeito do slide como da própria
da. Pode se utilizar a tecla de atalho Ctrl+S ou utilizar o apresentação. As anotações não serão exibidas durante
menu Arquivo>Salvar ou Salvar Como. Outro detalhe im- a apresentação.

Noções de Informática
portante é sua total compatibilidade com o Power Point,
sendo possível selecionar o formato ppt ou pptx.
Barra de Ferramentas Principal
Exportar
Seus botões são atalhos para recursos como a in-
clusão de textos e figuras e são inseridos pelo ao selecio-
Este recurso converte diretamente o formato da nar quais delas deverão constar na área de trabalho. Um
página do documento, ou de objetos selecionados dentro clique sobre determinado botão ativa a exibição de novas
do slide, para outros formatos como: funcionalidades alterando o conteúdo da barra de obje-
• Documento HTML, tos.
• JPEG,
• SVM/WMF/PICT/MET,
• BMP,
• GIF, Seus botões são atalhos para recursos como a in-
• EPS, clusão de textos e figuras e são inseridos pelo ao selecio-
• PNG, nar quais delas deverão constar na área de trabalho. Um
• PBM, clique sobre determinado botão ativa a exibição de novas
• PPM, funcionalidades alterando o conteúdo da barra de obje-
• PGM tos.
• SWF
Barra de Títulos

Podemos visualizar em suas extremidades dois


conjuntos de informações. À esquerda, encontram-se:
o ícone que define o módulo em uso, o nome do arquivo
aberto e a identificação de qual aplicativo está sendo uti-
lizado.
À direita, encontram-se os seguintes botões:
Minimizar – remove o arquivo em uso da área de
edição, remetendo-o para a barra de tarefas. Nesta barra,
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para

surge um botão com o nome do arquivo referido.


Restaurar <> Maximizar – são excludentes entre si,
isto é, apenas um deles fica ativo década vez. Permite que
a área de trabalho assuma, ou não, toda a área disponível
do monitor.
Fechar – fecha o arquivo corrente. Caso a última
modificação não tenha sido salva, abre-se um quadro di-
álogo com três opções: salvar, rejeitar ou cancelar.
edição de textos, planilhas e apresentações

Barra de Menus

A barra de menus agrupa e organiza todas as fun-


ções de edição e organização do LibreOffice, indiferente
quais dos aplicativos estejam sendo usados. No Impress,
o leque de opções é um pouco mais extenso do que em
aplicativos como o Writer e Draw, contendo várias op-
ções para inserção de elementos no slide e nas formas
de apresentação do conteúdo, porém, botões como Abrir,
Novo, Exportar, dentre outros, possuem funcionalidades
comuns em todos os aplicativos da suíte LibreOffice.
Abaixo teremos um panorama de cada um dos
principais menus da Barra de Menus:

306
Noções de Informática

O menu arquivo é a interface entre suas diversas


aplicações, contendo ferramentas e configurações com
facilidades para criação, armazenamento, impressão,
finalização, ou seja, todas as funções de entrada e saída
de dados e documentos. Será trabalhado cada item na or-
dem apresentada no programa.
Novo: criação de novos arquivos, sendo possível
gerar novos documentos de todos os outros aplicativos
da suíte LibreOffice.
Abrir: função de localizar arquivos em formato de
texto para serem abertos na área de edição do progra-
ma. Comando acessível através do botão Abrir, na Barra
de Funções. Uma caixa de diálogo dá acesso aos locais de
armazenamento de documentos e outros arquivos.
Documentos recentes: será visualizada por meio
de um menu os últimos arquivos abertos, adotando um
sistema de histórico de documentos abertos similar ao
adotado no Windows e MS Office. Sua função é agilizar a
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
localização e abertura de documentos mais utilizados e Possibilita ir diretamente a determinado arquivo ou ado-
recentemente abertos. tar um modelo existente para a criação deum novo do-
Assistentes: recurso utilizado facilitar a criação de cumento.
documentos padronizados como cartas, mensagens de Visualizar Página: similar a função “Visualizar
fax, memorandos, agendas, apresentações, páginas da Impressão” do MS Office, esta função fornece ao usuário
web, formulários, etc, estando cada modelo disponível uma pré-visualização, em tela, da aparência do docu-
com formatação pronta para utilização. mento quando impresso. Para retornar à área de edição,
Fechar: encerra a edição do documento, utilizando clique em no botão Fechar Visualização.
uma caixa de diálogo para informar o usuário caso não Imprimir: dá início ao processo de impressão por

edição de textos, planilhas e apresentações


tenha sido feita a gravação das últimas alterações. Caso meio de uma caixa de diálogo.
não tenha sido salvo o arquivo, será aberto uma caixa Para visualizar o que será impresso, você dispõe
de diálogo com as opções Salvar, Descartar ou Cancelar. das seguintes opções:
Todo editor de texto ou programa das chamadas suítes • Imprimir tudo: imprime todas as páginas do
de escritório possui um sistema que salva automatica- documento;
mente os dados após um período de tempo, por exemplo, • Imprimir páginas: incluir quais páginas a se-
muitos têm a configuração de salvar as alterações a cada rem impressas por meio de um hífen para
10 minutos, podendo ser modificado pelo usuário para definir um intervalo de páginas. Use ponto e
mais ou menos tempo, além do recurso de recuperação vírgula para determinar as páginas indepen-
caso o programa venha apresentar problemas em sua dentes, por exemplo, as páginas 3, 4, 6, 10 serão
execução. impressas se você introduzir, na lacuna, os se-
Salvar: atualiza o documento que foi gravado com guintes caracteres: 1-4;9.
as últimas modificações. Disponível na Barra de Funções • Indique a quantidade de páginas a serem im-
por meio de um atalho com ícone de disquete. Porém, se pressa e inicie a impressão.
o documento em edição nunca tenha sido previamente Configuração de Impressora: este item dará aces-
gravado, abra-se a opção Salvar como por meio de uma so a uma caixa de diálogo para realizar as mudanças de
caixa de diálogo com as seguintes opções: impressoras, caso tenha mais de uma, e definir opções
• Salvar em: local onde o documento será salvo. como o tamanho do papel, a orientação da impressão,
• Nome do arquivo: determina como o arquivo dentre outros.
será salvo. Sair: diferente do comando “Fechar”, que afeta o
• Salvar como tipo: possibilita ao usuário esco- documento em edição, este comando encerra também o
lher o formato de documento existente, op- próprio LibreOffice, portanto, todos os documentos aber-
tando pelo .ppt e .pptx, do Power Point, ou fazer tos serão encerrados, e caso um deles apresente altera-
307
uso da extensão odp. A extensão padrão, por- ções ainda não salvas, será exibido por meio de uma cai-
tanto nativa, é o formato odp. xa de diálogo a opção de atualizar a sua gravação.

Noções de Informática
Salvar tudo: efetua gravação de todos os docu-
mentos abertos; estando disponível somente quando Menu Editar
mais de um documento estiver aberto.
Recarregar: realiza a substituição do documento
Seus comandos são idênticos aos dos outros apli-
em edição pela versão mais recentemente salva do ar-
cativos da suíte, exceto:
quivo em uso.
• Pontos
Versões: Criação de histórico das modificações
• Pontos de Colagem
efetuadas em um documento, ao longo da edição. O co-
• Excluir
mando Salvar nova versão viabiliza a criação de uma
nova versão, e o comando Comparar mostra as diferen-
ças entre a versão em edição e uma das versões exibidas Menu Exibir
da caixa de diálogo.
Exportar como PDF: Salva o documento em forma- Mestre: alterna para uma das várias exibições
to PDF. Esta função é referência no LibreOffice, possuindo mestre, onde é possível adicionar elementos que deverão
um botão da barra de ferramentas. Está função não pos- serexibidos em todos os slides da apresentação.
sui um botão similar no MS Power Point em suas versões Cor/Escala de Cinza: nesta opção, pode-se variar
anteriores a 2010, sendo necessário utilizar a tecla F12 e as cores de apresentação do slide, que podem ser (Cor,
selecionar o formando ou navegando pelo menu Arqui- Escala de Cinza e Preta e Branco).
vos. Painel de Slides: exibição em miniatura dos slides
Enviar: uma caixa de contexto é aberta contendo no canto esquerdo da tela.
diversas opções, sendo as mais utilizadas: Barra de Ferramentas: o usuário pode definir, quais
• Envio de documentos por e-mail; serão as barras que estarão visíveis e aparecerão na área
• Conversão do documento para PDF e envia o de trabalho durante a edição das páginas e slides.
resultado por e-mail; Barra de Status: disposta na parte inferior na ja-
• Conversão em apresentação do Power Point. nela do Impress, habilita a exibição da barra localizada
Propriedades: caixa de diálogo associada à seção no extremo inferior da área de edição e proporciona in-
Geral, contendo informações do documento. formações sobre: página corrente/total, taxa de zoom,
Modelos: consiste em arquivos contendo diversos modo (inserir/sobrescrever) e idioma.
parâmetros relativos ao tipo de documento a ser criado, Régua: habilita a visualização da régua horizontal
simplificado a elaboração de memorandos, cartas, etc. no topo da área de edição.
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para

Grade: exibe pontos no fundo da apresentação. quando isto acontece, o menu Inserir se modifica, bem
Guias: especifica as opções de exibição para guias. como a barra de ferramentas principal. Esta se converte
Existem três opções: em barra de ferramentas de gráficos, para facilitar a sua
• Exibir Guias: exibe ou oculta guias que podem edição e/ou formatação.
ser utilizadas para alinhar objetos em uma pá- Como o gráfico já aparece em edição, pode ser ma-
gina. nipulado conforme necessário. Os botões da barra de
• Alinhar Guias: alinha automaticamente os ob- ferramentas principal para gráfico têm as seguintes fun-
jetos nas guias verticais e horizontais. ções: inserir linha ou coluna, eliminar linha ou coluna,
• Guias para frente: exibe as guias na frente dos trocar a posição de linhas ou colunas, ordenar linhas ou
edição de textos, planilhas e apresentações

objetos no slide ou na página. colunas e ordenar por coluna.


Anotações: tem a mesma funcionalidade da op- Quadro Flutuante: permite inserir uma moldura no
ções Notas. documento, sendo um recurso mais utilizado para cria-
Cabeçalho e Rodapé: possui função similar ao Wri- ção de páginas de internet.
ter, editando e inserindo informações de texto ou ima-
gem no cabeçalho e rodapé da apresentação. Menu Formatar
Zoom: modificar a escala de visualização da página
em elaboração da apresentação.
Similar ao menu Formatar do Writer, o Impress
trás em seu leque de opções boa parte das funcionalida-
Menu Inserir des, aliadas a algumas especificar para apresentação de
slides. Vamos a elas:
Slide: sua caixa de diálogo permite escolher o tipo Formatação Padrão: retorna os padrões da forma-
de slide a ser inserido, entre várias pré-formatações. tação.
Duplicar Slide: o slide atual será duplicado. Caractere: similar às ferramentas associadas ao
Expandir Slide: cria um novo slide a partir de cada item “Fonte” no MS Word, elenca comandos referentes à
ponto superior da estrutura de tópicos formatação de caracteres disponíveis na barra de objetos
Slide de Resumo: cria um novo slide com uma lista de texto, porém, é possível visualizar opções avançadas
demarcadores contendo os títulos dos slides seguintes em relação as disponibilizadas na barra.
ao slide selecionado. O slide de resumo é inserido atrás do Parágrafo: esta opção irá acionar uma caixa de
último slide. diálogo com oito guias distribuídas, cada uma com suas
Número de Página: insere em um local do docu- respectivas funções discriminada abaixo. Será abordado
308 mento a numeração de página, que será atualizado se- os tópicos de maior recorrência em concursos.
quencialmente a cada nova página, estando este campo • Recuos e espaçamento: irá determina a po-
presente em um cabeçalho ou rodapé do documento. sição do parágrafo em relação às margens do
Noções de Informática

Data e Hora: Idem ao BrOffice Documento de Texto Writer documento em edição, além de algumas de
Writer. suas linhas em relação às outras e estabelecer
Campos: esta função pode ser acessada por meio as distâncias entre as linhas e entre os pará-
de um menu exibido na lateral ao passar o mouse ou cli- grafos do texto.
cando no botão Outros Será aberto uma caixa de diálogo • Alinhamento: está formatação irá determinar
com uma coleção de campos que podem ser inseridos. o alinhamento em relação aos objetos selecio-
Caractere Especial: lista todos os caracteres exis- nados em relação aos demais.
tentes para cada fonte disponível no editor. Muitos carac- • Tabulação: configurações de tabulação afetam
teres por não estarem vinculados a teclas próprias preci- o recuo de todo o além de como o recuo de par-
sam de um mecanismo de inserção. tes de um parágrafo. Quando realizamos tal
Hiperlink: trata-se de um vínculo que uma palavra configuração, definimos o tipo e a posição das
ou frase no texto ativo a outro local, podendo ser dire- tabulações, o tipo de carácter empregado no
cioonado a uma página na internet como um pasta arma- preenchimento opcional do espaço tabulado.
zenada no computador ou rede local. Para fazer uso desta Marcadores e numerações: está configuração dis-
função, selecione a parte do texto que será utilizada para põe ao usuário escolher elementos como o tipo de mar-
criar o vínculo e preencha os campos de configurações cador ou numeração para destaque no parágrafo. Dentre
adicionais. Muito útil quando for necessário vincular ar- as opções temos as guias: Marcadores, Tipo de Numera-
quivos multimídia a uma apresentação. ção, Estrutura de Tópicos, Figura, Posição e Opções.
Imagem animada: recurso utilizado para inserir Página: esta opção oferece a configuração de re-
imagens com algum tipo de animação. curso que englobam atributos de formatação das pági-
Figura: sua função é a de importação de imagens, nas, tamanho e plano de fundo.
oferecendo a inserção de imagem de um arquivo já ar- Alterar caixa: modifica as letras para minúsculas
mazenado no computador. ou maiúsculas.
Tabela: inserir tabelas nos slides, determinando Posição e tamanho: realiza o ajuste as proprieda-
número de linhas e colunas des de layout e ancoragem do texto existente em um de-
Objeto: oferece a capacidade de inserir em um slide senhou ou caixa de texto. Permite a definição de: ponto
vários outros tipos de objetos como documentos Writer, base, controle de rotação da moldura, inclinação e raio de
Fórmulas matemáticas, ou mesmo uma outra apresen- curvatura do canto.
tação. Linha: Formatação de linhas, através de um qua-
Gráfico: Ao ser ativado, este comando faz apare- dro diálogo que dispões de três guias:
cer um quadro com a visualização do gráfico. Note que, • Linha: define cor, largura e transparência.
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
• Estilos de linha: Muda o tipo (traços ou pontos), tintos, e não quer que todos os slides sejam apresentados.
largura, números, comprometimento e espa- Barra Lateral
çamento.
• Estilos de setas: Altera o tipo de seta aplicada
Aqui ficam concentrados em formato de acesso rá-
nas extremidades da linha.
pido dentro do Impress, alguns elementos de formatação:
Área: permite configurar a área da página. A caixa
• Layout: forma como a informação será dispos-
de diálogo apresenta sete guias. Eis uma lista das princi-
ta na apresentação.
pais características de cada uma das guias:
• Transição de Slides: Personaliza a transição
• Área: Define as cores de preenchimento e suas

edição de textos, planilhas e apresentações


entre os slides de uma apresentação, afetan-
características.
do a direção e o sentido de deslocamento na
• Sombra: Insere efeitos de sombras nas figuras.
tela, controlando a inserção de sons entre as
• Transparência: Modifica a saturação da cor de
transições. Neste item é possível determinar
fundo do slide.
a velocidade da apresentação, podendo deter-
• Cores: Controle a manipulação das cores.
minar quando inicia e terminada cada slides.
• Hachuras: Possibilita a inclusão de cores tra-
• Animação personalizada: Você pode animar
cejadas. Bitmaps: Possibilita preencher a áre-
objetos de desenho, de texto e imagens dentro
acom figuras em bitmaps.
do seu slide para tornara apresentação mais
Texto: Possibilita formatar áreas de texto no inte-
interessante. Você pode reunir vários objetos
rior de um slide
de seu slide em uma sequencia de imagens
• Texto: Define a posição do texto.
onde elese modifica.
• Animação do Texto: Permite a edição de efei-
• Galeria: inclue uma série de imagem para se-
tos de animação.
rem utilizadas durante a composição dos sli-
Recortar imagem: Permite cortar a imagem em
des.
partes menores.
• Páginas Mestres: São os moldes padronizados
Modelo de slide: São configurações existentes de
que o Impress nos oferece, podem ser baixados
slides.
outros planos de fundo na internet ou criados
Layout de slide: Abre o painel layout de slide no
pelo próprio usuário.
painel tarefas.
• Navegador: exibe em forma de lista simples
Estilos e formatação: Idem ao Documento de Texto.
todos os slides de uma apresentação.
Agrupar: Ao manipular diversas figuras simulta-
neamente, pode ser necessário tratá-las como se fossem
um único objetos, mantenha a tecla (Shift) pressionada
309
enquanto aciona o mouse sobre cada um deles. O menu
de contexto associado apresenta quatro opções:

Noções de Informática
• Agrupar: Reunir vários objetos num só bloco.
• Desagrupar: Separar os referidos objetos.
• Editar: Editar um dos objetos agrupados como
se estivessem separados.
• Sair: Abandonar o modo editar.

Apresentação de Slides

Este menu contem as configurações relacionadas


a uma apresentação, além de conter todos os comandos
para iniciar uma apresentação.
Apresentação de slides: Este comando dá início à
apresentação ou podemos ainda utilizar a tecla F5 como
atalho.
Configurações da apresentação de slides: exibe
um quadro de diálogo que permite a definição do slide
inicial da apresentação, apresenta a lista Tipo, que inclui:
Padrão, Janela e Automático e opções intuitivas de exi-
bição.
Cronometrar: Uma apresentação é iniciada com TECLAS DE ATALHO FUNÇÃO
este recurso ativo, um pequeno cronômetro surge na F2 Editar o texto.
parte esquerda inferior da tela, com a função de controlar
o tempo gasto durante a apresentação. F3 Entrar no grupo
Interação: Define uma opção ao um objeto dentro Ctrl+F3 Sair do grupo
do slide. Shift+F3 Duplicar
Exibir Slide: Apresentação slide oculto.
Ocultar Slide: Oculta slide selecionado. F4 Posição e tamanho
Apresentação personalizada de slides: seleciona F5 Exibir apresentação de
os slides a serem apresentados. Muitas vezes o usuário slides.
precisa exibir a mesma apresentação para públicos dis-
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para

Ctrl+Shift+F5 Navegador Shift+Ctrl+ K Dividir o objeto seleciona-


F7 Verificação ortográfica do. Essa combinação fun-
cionará apenas em um ob-
Ctrl+F7 Dicionário de sinônimos jeto que tenha sido criado
F8 Editar pontos. pela combinação de dois
ou mais objetos.
Ctrl+Shift+F8 Ajustar o texto ao quadro.
Ctrl+ tecla de adição Trazer para a frente.
F11 Estilos e formatação
Shift+Ctrl + tecla mais Trazer para frente.
edição de textos, planilhas e apresentações

Esc Finalizar a apresentação.


Ctrl + tecla menos Enviar para trás.
Barra de espaço ou seta Reproduzir o próximo
para direita ou seta para efeito (se houver, caso Shift+Ctrl + tecla menos Enviar para o fundo.
baixo ou Page Down ou contrário ir para o próxi- Ctrl+Hífen(-) Hifens personalizados;
Enter ou Return ou N mo slide). hifenização definida pelo
Alt+Page Down Ir para o próximo slide sem usuário.
reproduzir os efeitos. Ctrl+Shift+Sinal de menos Traço incondicional (não
[número] + Enter Digite o número de um sli- (-) utilizado na hifenização)
de e pressione Enter para Ctrl+Shift+Barra de espa- Espaços incondicionais.
ir para o slide. ços Os espaços incondicio-
Seta para a esquerda ou Reproduz o efeito anterior nais não são utilizados na
seta para cima ou Page Up novamente. Se não houver hifenização e não se ex-
ou Backspace ou P efeito anterior nesse slide, pandem se o texto estiver
exibir slide anterior. justificado.
Alt+Page Up Ir para o slide anterior sem Shift+Enter Quebra de linha sem mu-
reproduzir os efeitos. dança de parágrafo
Home Saltar para o último slide Seta para a esquerda Move o cursor para a es-
da apresentação. querda
End Saltar para o último slide Shift+Seta para esquerda Mover cursor com seleção
310 da apresentação. para a esquerda
Ctrl+ Page Up Ir para o slide anterior. Ctrl+Seta para a esquerda Ir para o início da palavra
Noções de Informática

Ctrl+ Page Down Ir para o próximo slide. Ctrl+Shift+Seta para a es- Selecionar palavra a pala-
querda vra para a esquerda
B ou . Exibir tela em preto até o
próximo evento de tecla Seta para a direita Move o cursor para a di-
ou da roda do mouse. reita
W ou , Exibir tela em branco até Shift+Seta para a direita Move o cursor com seleção
o próximo evento de tecla para a direita
ou da roda do mouse. Ctrl+Seta para a direita Ir para o início da palavra
Tecla de adição (+) Mais zoom. seguinte
Tecla de subtração (-) Menos zoom. Ctrl+Shift+Seta para a di- Seleciona palavra a pala-
reita vra para a direita
Tecla de multiplicação (×) Ajustar a página à janela.
(teclado numérico) Seta para cima Move o cursor para cima
uma linha
Tecla de divisão(÷) (teclado Aplicar mais zoom na se-
numérico) leção atual. Shift+Seta para cima Seleciona linhas para cima
Shift+Ctrl+G Agrupar os objetos sele- Ctrl+Seta para cima Move o cursor para o início
cionados. do parágrafo anterior
Shift+Ctrl+Alt+A Desagrupar o grupo sele- Ctrl+Shift+Seta para cima Seleciona até ao inicio do
cionado. parágrafo. Ao repetir, es-
tende a seleção até o início
Ctrl+ clique Entre em um grupo para do parágrafo anterior
que você possa editar os
objetos individuais do Seta para baixo Move o cursor para baixo
grupo. Clique fora do grupo uma linha
para retornar à exibição Shift+Seta para baixo Seleciona linhas para bai-
normal. xo
Shift+Ctrl+ K Combinar os objetos sele-
cionados.

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Ctrl+Seta para baixo Move o cursor para o final Alt+Shift+clique Selecionar o objeto que
do parágrafo. Ao repetir, está na frente do objeto
move o cursor até ao final atualmente selecionado.

Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema


do parágrafo seguinte. Shift+clique Seleciona os itens adja-
CtrlShift+Seta para baixo Seleciona até ao final do centes ou um trecho de
parágrafo. Ao repetir, es- texto. Clique no início de
tende a seleção até ao final uma seleção, vá para o fim
do parágrafo seguinte da seleção e mantenha
Home Ir para o início da linha pressionada a tecla Shift
enquanto clica.
Shift+Home Ir e selecionar até o início
de uma linha Shift+arrastar (ao redi- Mantenha pressionada a
mensionar) tecla Shift enquanto ar-
End Ir para o fim da linha rasta um objeto para re-
Shift+End Ir e selecionar até ao final dimensioná-lo mantendo
da linha suas proporções.
Ctrl+Home Ir para o inicio do bloco de Tecla Tab Selecionar os objetos na
texto do slide ordem em que foram cria-
dos.

operacional windows
Ctrl+Shift+Home Ir e selecionar até ao inicio
do bloco de texto do slide Shift+Tab Selecionar objetos na or-
dem inversa em que foram
Ctrl+End Ir para o final do bloco de criados.
texto do slide
Escape Sair do modo atual.
Ctrl+Shift+End Ir e selecionar até ao final
do bloco de texto do slide Enter Ativa um objeto de espaço
reservado em uma nova
Ctrl+Del Exclui o texto até ao final apresentação (somente se
da palavra o quadro estiver selecio-
Ctrl+Backspace Exclui o texto até o início nado).
da palavra. Ctrl+Enter Move para o próximo ob-
Numa lista: exclui um pa- 311
jeto de texto no slide.
rágrafo vazio na frente do Se não houver objetos de
parágrafo atual texto no slide, ou se você

Noções de Informática
Ctrl+Shift+Del Exclui o texto até ao final chegou ao último objeto de
da frase texto, um novo slide será
inserido após o slide atual.
Ctrl+Shift+Backspace Exclui o texto até o início
O novo slide usará o mes-
da frase
mo layout do atual.
Tecla de seta Move o objeto selecionado
PageUp Alternar para o slide an-
ou a exibição da página na
terior. Sem função no pri-
direção da seta.
meiro slide.
Ctrl+ tecla Seta Mover pela exibição da
PageDown Alternar para o próximo
página.
slide. Sem função no últi-
Shift + arrastar Limita o movimento do mo slide.
objeto selecionado no sen-
tido horizontal ou vertical.
Ctrl+ arrastar (com a opção Mantenha pressionada 7. CONCEITOS BÁSICOS DE UTILIZAÇÃO
Copiar ao mover ativa) a tecla Ctrl e arraste um DO SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS
objeto para criar um cópia
desse objeto. SISTEMAS OPERACIONAIS
Tecla Alt Mantenha pressionada a
tecla Alt para desenhar ou A maioria dos usuários de hoje está familiarizada,
redimensionar objetos ar- ao utilizar o computador, com uma interface gráfica dis-
rastando do centro do ob- posta por uma área de trabalho, ícones, pastas e muitos
jeto para fora. outros recursos gráficos responsáveis por uma experi-
Tecla Alt+clique Selecionar o objeto que ência funcional, porém, um sistema operacional é muito
está atrás do objeto atual- mais do que isso.
mente selecionado. Segundo Tanembaum “O Sistema Operacional é
um programa responsável por controlar o funcionamen-
to do computador, como um gerente dos vários recursos
disponíveis do sistema”. Sendo assim, um sistema ope-

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racional é responsável por tornar a linguagem da máqui- Enterprise. A última é destinada as necessidades dos
na acessível ao usuário. usuários e professionais de Tecnologia da Informação e
O sistema operacional é composto por camadas, áreas afins.
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema

sendo ele mesmo apenas um intermediador entre elas, O sistema operacional Windows é:
operando no chamado módulo núcleo, ou seja, um me- • Multitarefa: Constitui característica própria do
diador entre o físico e o abstrato. Windows 7. Um sistema operacional multita-
Um sistema operacional é algo complexo, traba- refa permite trabalhar com diversos progra-
lhoso de se fazer e desenvolver; em vista disso eles pos- mas ao mesmo tempo (Word, Excelentre ou-
suem uma vida longa e as alterações que se sucedem tros abertos todos ao mesmo tempo).
entre uma versão e outra, consistem muitas vezes de
apenas uma mudança na organização gráfica de algu- • Multiusuário: Revela a capacidade de criar di-
versos perfis de usuários. Controle de Conta
mas funcionalidades e na inclusão de novas.
de Usuário (UAC) do Windows 7: permite im-
O sistema operacional Windows segue esta mes-
plementar quatro níveis de controle ao usuá-
ma tendência sendo o Windows 95/98/Me basicamente
rio que acessa o sistema por meio da conta de
o mesmo sistema e o Windows NT/2000/XP/Vista um
Administrador (com acesso privilegiado ao
sistema semelhante em sua sequência, porém, diferente
sistema:
em relação às versões anteriores.
Outra característica dos sistemas operacionais
Portanto fica a dica: os sistemas possuem as mesmas modernos, e o Windows 7 não ficaria de fora, é a funcio-
funcionalidades em si, os sucessores (lançamentos) nalidade de sempre notificar ou notificar-me somente
operacional windows

agregam novas, mas dificilmente excluem funções po- quando programas tentarem fazer alterações no meu
pulares entre os usuários computador; Notificar-me somente quando programas
tentarem fazer alterações no meu computador (não es-
maecer minha área de trabalho). A tecnologia Plug And
WINDOWS 7 Play (PnP) segue esta ideia, referindo-se à instalação
automática dos itens de hardware, sem a necessidade de
Versão lançada posteriormente ao Vista, o desligar o computador para iniciar sua instalação.
Windows 7 tornou-se dominante no mer-
cado, corrigindo falhas (bugs) das versões Versões
anteriores e aprimorando ainda mais a
experiência do usuário em relação a usa- O Windows 7 possui seis versões, sendo Starter,
312 bilidade. Home Basic, Home Premium, Professional, Ultimate e
Consiste numa série de sistemas operacionais Enterprise, sendo a última destinada as necessidades
produzidos pela Microsoft, destinados para o uso em dos usuários e professionais de Tecnologia e áreas afins.
Noções de Informática

computadores pessoais, computadores domésticos e


empresariais, notebooks Windows 7 Starter
Seu lançamento para empresas foi realizado no dia
22 de julho de 2009, já os usuários domésticos tiverem de O Windows 7 Starter Edition é a edição do Windows
aguardar até às 00:00 horas do dia 22 de outubro de 2009, 7 que possui o mínimo de funcionalidades. Fatores como
menos de 3 anos depois do lançamento de seu predeces- temas do Windows Aero não fazem parte desta edição.
sor, Windows Vista. Sua distribuição e feito apenas para computadores que
O Windows 7 possui seis versões, sendo Starter, rodam sistemas operacionais 32 bits. Customizações,
Home Basic, Home Premium, Professional, Ultimate e

Recursos Starter Home Basic Home Premium Professional Ultimate Entreprise

Pesquisa Instantânea SIM SIM SIM SIM SIM SIM

Lista de Atalhos SIM SIM SIM SIM SIM SIM

Aero Shake SIM SIM SIM SIM

Windows Media Center SIM SIM SIM SIM

Windows Média Streaming SIM SIM SIM SIM

Windows Touch SIM SIM SIM SIM

Grupo Doméstico SIM SIM SIM SIM

Aero SIM SIM SIM SIM

Conexões em Domínio SIM SIM SIM

Windows XP Mode SIM SIM SIM

Pacote de Idiomas SIM SIM

BitLocker SIM SIM

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como é o caso do papel de parede e o estilo visual, não é • Gadgets sobre o desktop;
modificável pelo usuário. • Novos papéis de parede, ícones;
• Conceito de bibliotecas,

Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema


Windows 7 Home Basic • Integração entre Windows Media Player e
Windows Explorer
O Windows 7 Home Basic é direcionada para o uso • Faixas nos programas incluídos com o Win-
doméstico e possuir várias restrição geográfica de ati- dows (Paint e WordPad, por exemplo), como no
vação, que requer que os usuários ativem o Windows Microsoft Office 2010;
dentro de certas regiões ou países. É uma versão básica • Aceleradores no Internet Explorer 8 e 9;
e muito comum na aquisição de computadores montados • Aperfeiçoamento no uso da placa de vídeo e
para usuários domésticos. memória RAM;
• Diferença entre as versões e seus recursos:
Mas afinal, o que são esses recursos? Vamos co-
Windows 7 Home Premium mentar cada um deles:
1. Pesquisa Instantânea: possibilita ao usuário en-
Versão totalmente direcionada ao mercado do- contrar arquivos em qualquer pasta local de arma-
méstico, possuindo os recursos básicos para uma ex- zenamento do computador.
periência do usuário como Windows Media Center, Win- 2. Lista de Atalhos: o usuário pode ter acesso rápi-
dows Aero e controles de touch screen. do a aplicativos.

operacional windows
3. Aero Shake: o usuário tem a opção de minimizar
Windows 7 Professional todos os programas com um sacudir de mouse.
4. Windows Media Center: consiste basicamente
Versão destinada aos usuários finais ou ainda de numa biblioteca digital, possibilitando inclusive
empresas de pequeno porte. Ela possui as mesmas ca- graver programas de TV para o computador.
racterísticas do Windows 7 Home Premium e ainda a 5. Windows Média Streaming: dá a possibilidade de
capacidade de participar em um domínio do Windows o usuário ter acesso de qualquer local do conteúdo
Server, ou seja, havendo servidores há a possibilidade de de mídia.
conectar a máquina a ele. Além disso, incluem operações 6. Windows Touch: suporte a dispositivos sensíveis
como um servidor do serviço de terminal, Encrypting File ao toque.
System, modo de apresentação. 7. Grupo Doméstico: possibilita ao usuário criar re-
des entre computadores para o compartilhamento
de arquivos e impressoras.
313
Windows 7 Enterprise 8. Aero: interface gráfica que dispõe de tema para
personalizar o computador, dando suporte a trans-

Noções de Informática
Versão focada no segmento corporativo sendo parência de janelas de aplicativos.
vendida por meio do licenciamento por volume. Entre as 9. Conexões em Domínio: conexões corporativas
Características adicionais como suporte para pacotes da dentro de um ambiente de rede
interface multilíngue de usuário (MUI), BitLocker e su- 10. Modo de Compatibilidade: possibilidade de ins-
porte a aplicativos UNIX estão inclusos a empresa que talar programas no modo de compatibilidade.
adquirir uma licença de Software Assurance com a Mi- 11. Pacote de Idiomas: dá ao usuário a possiblida-
crosoft. Não está disponível no comércio ou em OEM, sou de de instalar diferentes idiomas para o Windows.
seja, não são comercializados aos consumidores finais. Atualmente o Windows está disponível em 35 idio-
Sua comercialização é feita através de outras empresas mas.
que montam os produtos finai, no caso computadores e 12. BitLocker: recursos que visa a criptografia dos
os vendem as empresas. dados, protegendo o usuário de perdas ou roubos.

Windows 7 Ultimate
Área de trabalho (Desktop)
O Windows 7 Ultimate é a versão que possui todas
as funcionalidades da versão Enterprise, porém, seu foco
é o usuários domésticos. Usuários do Windows 7 Home
Premium e do Windows 7 Professional tem a opção de
atualizar para o Windows 7 Ultimate através do paga-
mento de uma taxa usando o Windows Anytime Upgrade.
Recursos e melhorias adicionados em relação às
versões anteriores:
• Interface gráfica aprimorada, com nova barra
de tarefa
• Suporte para telas touch screen e multi-táctil
(multi-touch);
• Internet Explorer 8;
• Novo menu Iniciar;
• Nova barra de ferramentas;
• Leitura nativa de Blu-Ray e HD DVD;
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A área de trabalho é a principal área exibida na tela minados programas e das configurações do computador.
quando você liga o computador e faz logon no Windows.
Ela serve de superfície para o seu trabalho, como se fosse
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema

o tampo de uma mesa real. Quando você abre programas


ou pastas, eles são exibidos na área de trabalho. Nela,
também é possível colocar itens, como arquivos e pastas,
e organizá-los como quiser.

Gadgets
Os gadgets são miniprogramas que oferecem vi- A barra de tarefas pode ser posicionada na área de
sualização instantânea de informações e acesso fácil a trabalho de quatro maneiras: inferior, superior, esquerda
ferramentas usadas com frequência. ou direita. Se a banca mencionar qualquer outra forma,
está errada. Não é possível posicionar a barra de tarefas
de outra maneira.

Menu Iniciar
operacional windows

314
]
Noções de Informática

O menu Iniciar é o portão de entrada para pro-


gramas, pastas e configurações do computador. Ele se
chama “menu”, pois oferece uma lista de opções, exata-
mente como o menu de um restaurante. E como a palavra
“iniciar” já diz, é o local onde você iniciará ou abrirá itens.

Barra de tarefas
A barra de tarefas é aquela barra longa horizontal
na parte inferior da tela. Diferentemente da área de tra-
balho, que pode ficar obscurecida devido às várias jane-
las abertas, a barra de tarefas está quase sempre visível.
Ela possui três seções principais:
Botão iniciar, que abre o Menu Iniciar.
A seção intermediária mostra quais programas e
arquivos estão abertos e permite que você alterne rapi-
damente entre eles.
A área de notificação, que inclui um relógio e ícones
(pequenas imagens) que comunicam o status de deter-
Use o menu Iniciar para fazer as seguintes ativida-
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des comuns: Partes de uma janela
Iniciar programas;
Abrir pastas usadas com frequência; Embora o conteúdo de cada janela seja diferente,

Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema


Pesquisar arquivos, pastas e programas; todas as janelas têm algumas coisas em comum. Em pri-
Ajustar configurações do computador; meiro lugar, elas sempre aparecem na área de trabalho,
Obter ajuda com o Windows sistema operacional; a principal área da tela. Além disso, a maioria das janelas
Desligar o computador; e possuem as mesmas partes básicas.
Fazer logoff do Windows ou alternar para outra Partes de uma janela típica:
conta de usuário
Barra de título - exibe o nome do documento e do
programa (ou o nome da pasta, se você estiver tra-
Questões balhando em uma pasta).
Gabaritadas Botões Minimizar, Maximizar e Fechar – esses bo-
tões permitem ocultar a janela, alargá-la para pre-
Considere as seguintes afirmações sobre a barra encher a tela inteira e fechá-la, respectivamente
de tarefas do Windows 7: (mais detalhes sobre eles em breve).
I. Posso movê-la para qualquer uma das extremi- Barra de menus -contém itens nos quais você pode
dades da tela e também posicioná-la no meio, dividindo a clicar para fazer escolhas em um programa. Con-
área de trabalho em duas partes. sulte Usando menus, botões, barras e caixas.

operacional windows
II. Posso mudar a ordem dos ícones dos programas
Barra de rolagem -permite rolar o conteúdo da ja-
que estão minimizados, apenas clicando e arrastando os
nela para ver informações que estão fora de visão
para a posição desejada.
no momento.
III. Posso adicionar a barra de ferramentas “Ende-
reço” e navegar na Internet a partir da barra de tarefa. Bordas e cantos - é possível arrastá-los com o pon-
IV. Em algumas edições do Windows 7, se eu apon- teiro do mouse para alterar o tamanho da janela.
tar o mouse para o botão “Mostrar área de trabalho”, as
janelas abertas ficarão transparentes. Se eu clicar nes- MOVENDO UMA JANELA
se botão, as janelas abertas serão minimizadas. Se clicar
novamente, as janelas voltarão a sua posição inicial. Para mover uma janela, aponte para sua barra de
Está correto o que consta APENAS em título com o ponteiro do mouse. Em seguida, arraste a
janela para o local desejado. (arrastar significa apontar
a) II, III e IV. para um item, manter pressionado o botão do mouse, 315
b) I, II e III. mover o item com o ponteiro e depois soltar o botão do
c) I e II. mouse).

Noções de Informática
d) II e III.
e) I e III. Ocultando uma janela
Gabarito: A Minimizar uma janela é o mesmo que ocultá-la. Se
você deseja tirar uma janela temporariamente do cami-
Janelas nho sem fechá-la, minimize-a.

Sempre que você abre um programa, um arquivo Para minimizar uma janela, clique em seu botão
ou uma pasta, ele aparece na tela em uma caixa ou mol- “Minimizar”. A janela desaparecerá da área de trabalho
dura chamada janela. e ficará visível somente como um botão na barra de ta-
refas, aquela barra longa horizontal na parte inferior da
tela.

ALTERANDO O TAMANHO DE UMA JANELA


Para que uma janela ocupe a tela inteira, clique
em seu botão “Maximizar” ou clique duas vezes
na barra de título da janela.

Para retornar uma janela maximizada ao tama-


nho anterior, clique em seu botão “Restaurar” (ele
é exibido no lugar do botão Maximizar) ou clique
duas vezes na barra de título da janela.
Para redimensionar uma janela (torná-la menor
ou maior), aponte para qualquer borda ou canto da jane-
la. Quando o ponteiro do mouse mudar para uma seta de
duas pontas (veja a figura abaixo) arraste a borda ou o
canto para encolher ou alargar a janela.
Observação. Não é possível redimensionar uma
janela maximizada. Você deve primeiro restaurá-la ao
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tamanho anterior. Embora a maioria das janelas possa
ser maximizada e redimensionada, existem algumas ja-
nelas que têm tamanho fixo, como as caixas de diálogo.
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema

FECHANDO UMA JANELA


O fechamento de uma janela a remove da área
de trabalho e da barra de tarefas. Para fechar
uma janela, clique em seu botão “Fechar”.
Observação. Se você fechar um documento sem
salvar as alterações feitas, aparecerá uma mensagem
dando-lhe a opção de salvar as alterações.

Conceitos de pastas, diretórios, arquivos e


atalhos ARQUIVOS
Dentro de um sistema operacional Windows a na- É o que compõe o computador enquanto software.
vegação de pastas acontece por meio do Windows Ex- Cada programa, desde o sistema operacional até um sim-
operacional windows

plorer onde há exibição de pastas do sistema através de ples texto é compostos de arquivos. Cada dado é salvo em
listas hierarquizadas na parte esquerda, além de possi- seu arquivo correspondente. Existem arquivos simples
bilitar ao usuário a visualização dos discos e as pastas como fotos, vídeos, imagens e músicas, assim como ar-
que estão dentro deles. quivos que fazem parte de um programa específico, sen-
Ao abrir uma pasta, no topo da janela, podemos do escritos numa linguagem de programação correspon-
utilizar a barra de ferramentas para auxiliar a navegação dente a aplicação.
e fazer o uso de recursos como os “Modos de Exibição”
para determinar como o conteúdo deverá ser exibido.

316
Noções de Informática

PASTAS
Possuem função de organizar tudo o que está den-
tro de cada unidade. Em si, as pastas não contêm infor-
mação propriamente dita, e sim arquivos ou mais pastas.

DIRETÓRIOS
Consiste numa estrutura utilizada para organizar
arquivos ou um arquivo que contém referências a outros
arquivos dentro do sistema operacional. Sua função é a
de organizar o disco rígido (HD) e outras mídias (Pendri-
ves, CD, DVDS etc).
EXTENSÕES
Trata-se de representação do tipo de programa ao
qual pertence o arquivo (por exemplo, .doc e .pdf).

ATALHOS
É uma maneira rápida de abrir um arquivo, pasta
ou programa. Um atalho em si não tem conteúdo algum,
sendo sua única função “chamar o arquivo, pasta ou pro-
grama” que queremos e que está armazenado em outro
local.

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Geralmente os atalhos ficam localizados na área de
trabalho, e podem ser identificados por uma flecha indi-
cativa presente no ícone. Um exemplo fácil de memorizar

Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema


é o menu “Iniciar”, pois, nada mais é do que um índice de
atalhos. Caso um atalho seja apagado, o arquivo original
continuará intacto.

BIBLIOTECAS
Um novo modo de exibição da estrutura de arma-
zenamento de arquivos, chamada de biblioteca, dá aces-
Janelas e Caixas de Diálogo são representações so a vários locais de armazenamento a partir de uma
gráficas de um conjunto de opções para um comando ou única janela. As bibliotecas são pastas virtuais que não
programa.

operacional windows
estão fisicamente presentes no disco rígido, mas que exi-
bem o conteúdo de várias pastas como se os arquivos es-
FORMAS DE COPIAR E MOVER ARQUIVOS tivessem armazenados juntos em um só lugar!

Existem diversas formas de copiar e mover arqui-


vos dentro do Sistema Operacional Windows 7.
Através do botão direito do mouse;
Através das opções copiar, recortar e colar do
menu Editar; e
Através dos botões de copiar, recortar e colar da
barra de ferramentas.
317
ÁREA DE TRANSFERÊNCIA/CLIPBOARD

Noções de Informática
A Área de Transferência é uma área de armaze-
namento temporário de informações que você copiou ou
moveu de um lugar e planeja usar em algum outro lugar.
Você pode selecionar texto ou elementos gráficos e, em
seguida, usar os comandos recortar (Ctrl+ X) ou copiar
(Ctrl+ C) para mover sua seleção para a Área de Transfe-
rência, onde ela será armazenada até que você use o co-
mando colar(Ctrl+ V) para inseri-la em algum outro lugar.
Por exemplo, você pode copiar uma seção de texto de um
site e, em seguida, colar esse texto em uma mensagem ÍCONE
de e-mail. Ícones são imagens pequenas que representam
arquivos, pastas, programas e outros itens.
WINDOWS EXPLORER
O aplicativo Windows Explorer é o gerenciador
nativo de pastas e arquivos do Windows desde as suas
primeiras versões. Pode ser encontrado através do Menu
Iniciar ou utilizando a combinação de teclar de atalho
Winkey+E.
Como no computador tudo se resume a um emara-
nhado de pastas e arquivos; nada mais que justo ter uma Modos de Exibição
aplicação que gerencie todo este conteúdo. Ícones Extra grandes.
Ícones Grandes,
Ícones Médios,
Ícones Pequenos,
Lista,
Detalhes,
Lado a Lado, e
Conteúdo.

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Após analisarmos e aprendermos as funcionalidades e ra de tarefas, por padrão constará um ícone de acesso ao
conceitos sobre o gerenciamento de arquivos e pastas, Painel de Controle como mostra a imagem abaixo:
veja como isto poderá ser cobrado na sua prova!
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema

No Windows Explorer, é possível


a) renomear um arquivo sem movê-lo, mesmo estando
ele aberto.
b) mesclar documentos do Word, comparando as alte-
rações realizadas em versões diferentes.
c) copiar um documento do Microsoft Excel e salvá-lo
como documento do Word.
d) copiar um arquivo para outra pasta, mesmo estando
ele aberto.
e) mover um arquivo de uma pasta para a área de tra-
balho, mesmo estando ele aberto.

BOTÃO DA BARRA DE TAREFAS


operacional windows

Para fazer uma janela minimizada aparecer no-


vamente na área de trabalho, clique em seu respectivo
botão da barra de tarefas. A janela aparecerá exatamente
como estava antes de ser minimizada. Para obter mais Forma de Exibição
informações sobre a barra de tarefas, consulte A barra de
tarefas (visão geral).
Logo que o Painel de Controle é acessado, por pa-
drão, a forma de visualização dos ícones é agrupada por
Painel de controle categorias, porém, o usuário pode optar por visualizar os
itens por meio de ícones grandes ou pequenos.
A principal função do painel de controle e gerir to-
318 dos os recursos do computador, sejam eles relacionados
a hardware ou software. Através do Painel de Controle o
usuário pode alterar as configurações do Windows e rea-
lizar reparos necessários no sistema operacional, muitos
Noções de Informática

causados por instalações mal-sucedidas ou por pragas e


ameaças virtuais. Nesta aula abordaremos alguns pon-
tos chaves no painel de controle.

MEIOS DE ACESSO
O acesso ao Painel de Controle pode ser feito de
duas maneiras:
1.Tecla de Atalho Winkey (tecla com logo do Win-
dows)+Pause.
Será exibida inicialmente as informações do siste-
ma e os recursos de hardware presente no computador,
como processador e memória e qual tipo de sistema ope-
racional está instalado, ou seja, 32 bits ou 64 bits. Nesta
mesma tela, no canto esquerda, você irá visualizar um
link chamado “Início do Painel de Controle”. Clique nele e
você será redirecionado.
Lembrando que sistemas com até 2GB de memória SISTEMA
RAM devem utilizar sistema 32 bits e a partir disto é ex-
tremamente necessário utilizar o sistema de 64 bits. O item SISTEMA irá exibir as informações básicas
2. Navegando pelo Menu Iniciar localizado na bar- sobre o computador como versão dos sistema operacio-
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nal, edição e informações básicas sobre o processador e a
memória RAM disponível no computador.
Outro detalhe presente no Windows 7 é a presen-

Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema


ça de um sistema de avaliação que exibe uma pontua-
ção baseada na “potência” dos recursos disponíveis. A
pontuação final é sempre determinada pela avaliação do
item de hardware com menor índice.
Além destas informações, o usuário irá identificar
o nome do computador dentro da sua rede doméstica ou
local (LAN). No exemplo apresentado abaixo o nome do
computador é MKT1.

operacional windows
DATA E HORA
As principais funções deste item é:
Alterar a data e a hora atuais do computador;
Alterar o fuso-horário do computador;
Configurar o computador para atualizar o horário
de verão automático ou não.
Escolher se o computador ira sincronizar a hora 319
CONTAS DE USUÁRIO com um servidor de horários disponível na Internet.
A principal função de uma conta de usuário é de-

Noções de Informática
terminar os níveis de acesso as configurações do sistema
e o grau de alterações que o usuário poderá fazer, incluin-
do a possibilidade ou não de instalar e remover softwares
aplicativos. Em resumo é a forma como o usuário intera-
ge com o computador e o personaliza sua interface gráfi-
ca e área de trabalho.
No Windows 7 temos presente três tipos de contas.
Cada tipo dá um nível diferente de controle sobre o com-
putador. Vamos a elas:
Administrador: fornece a acesso a maioria das
configurações de um computador. Por padrão, quando
configuramos o sistema operacional, logo após o término
da instalação ou formatação, é a primeira conta de usuá- PROGRAMAS E RECURSOS
rio criada, incluindo privilégios de alterar qualquer ele-
mento no sistema operacional. Você pode perceber este Para adicionar ou remover programa, após clicar
nível de interação clicando com o botão direito do mouse nesta opção clique num programa que deseja excluir, em
em qualquer ícone relacionada a software, pois você irá seguida clique em alterar/remover.
visualizar o item “Executar como Administrador”. Caso o É exibido em forma de lista e contém informações
usuário não for administrador do sistema, será solicita- como:
do uma senha para a execução do mesmo, caso o sistema • Data de instalação
esteja configurado para tal maneira. • Nome da empresa que desenvolve o software.
Padrão: destinadas ao uso diário por usuários que • Tamanho ocupado em disco.
não tenham permissões de alterar configurações es- • Versão do Software.
sencial do sistema e instalar ou desinstalar programas.
Lembre-se, o Windows 7 é um sistema operacional mul-
tiusuário.
Contas de Criança: destinada aos pais que dese-
jam monitorar ou determinar limites de uso do compu-
tador de seus filhos. Suas funcionalidades estão ligadas
as configurações de Proteção para a Família do Windows.

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pelo usuário.
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema
operacional windows

OPÇÕES DE ENERGIA
Esta opção fornece forma de configurar o padrão
de funcionamento do computador para o formato de bai-
xo consumo de energia ou privilegiar o desempenho da
máquina, definindo padrões de tempo de desligamento
para monitores e ou dispositivos no momento em que o
REGIÃO E IDIOMA
computador ficar ocioso. Nesta opção há também opções
O Windows é um sistema operacional usado mun-
relacionadas ao tempo para entrar em estado de espera(-
320 dialmente e, nesta opção você irá visualizar o idioma pa-
suspender) e hibernação. Sua utilização é mais comum
drão da interface gráfica. Sendo assim é possível alterar
em Notebooks quando estão sendo alimentados por ba-
o idioma a ser exibido nos textos de assistentes, caixas
teria.
de diálogo, menus e outros itens na interface do usuário.
Noções de Informática

É possível instalar vários pacotes de idioma no


sistema operacional, sendo viável alternar entre eles. Os
pacotes podem ser encontrados no computador, site da
Microsoft e no DVD de instalação Windows.
Para instalar um novo idioma, siga as seguintes
instruções:
Abra o item Região e Idioma clicando no botão Ini-
ciar , em Painel de Controle.
Clique na guia Teclados e Idiomas.
No campo “Idioma de exibição”, clique em Insta-
lar/desinstalar idiomas e siga as etapas informadas pelo
sistema. O ícone será exibido caso você não seja ad-
ministrador do sistema, sendo necessário informar uma
senha de administrador ou sua confirmação, digitando a
senha e fornecendo a confirmação.

OPÇÕES DE PASTAS
Sua função é disponibilizar ao usuário a possibili-
dade de configurar as opções de visualização de ícones,
pastas, barras de ferramentas, além de permitir o usuário
de visualizar as extensões do arquivos no gerenciador de
pastas (Windows Explorer), tornando viável a alteração
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Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema
operacional windows
DISPOSITIVOS E IMPRESSORAS
Exibe as impressoras instaladas, instala, confi-
gura e remove drive de impressoras, dispositivos para
jogos, opções do mouse, scanners, câmeras, modens e
aparelhos de telefone. 321

Noções de Informática
FIREWALL DO WINDOWS WINDOWS UPDATE
Um firewall pode ajudar a impedir que hackers ou
Atualizações são adições ao software capazes de
softwares mal-intencionados (como worms) obtenham
evitar ou corrigir problemas, aumentar a segurança do
acesso ao seu computador através de uma rede ou da
computador ou melhorar seu desempenho. É recomen-
Internet. Um firewall também pode ajudar a impedir o
dado que a atualização automática do Windows seja ati-
computador de enviar software mal-intencionado para
vada para que o Windows possa instalar atualizações de
outros computadores.
segurança e outras, importantes ou recomendadas, para
o seu computador, à medida que sejam disponibilizadas.

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Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema

Acessórios do Windows
Os acessórios do Windows são ferramentas que explorer Abre o Windows Explorer.
acompanham o sistema operacional desde a sua insta-
lação e tem por objetivo proporcionar ao usuário aplica- Planilhas Abre a Planilhasuladora.
tivos básicos para desempenhar tarefas simples como
regedit Abre o programa de Controle de
digitar textos, fazer cálculos através de uma Planilhasu-
Registros do Windows.
ladora ou compor um simples desenho.
É encontrado no Menu Iniciar> na aba > Todos os msconfig Abre o programa de configuração da
Programas, pasta > Acessórios. Inicialização do Sistema Windows,
operacional windows

Além das ferramentas mencionadas anteriormen- permitindo escolher qual programa


te, os acessórios trazem ferramentas básicas para à con- deve ou não ser carregado com o
figuração do sistema e de aplicativos de saída, como é o Windows.
caso de projetores. Juntamente com isso dispõe de apli-
cações para limpar o sistema de pequenas falhas e des- notepad Abre o Bloco de Notas.
fragmentar unidades de disco além de outros.
O Bloco de notas é diferente do Wordpad, este últi- cmd Abre o Prompt de Comando do Win-
mo permite agregar ao texto uma série de formatações dows.
que o outro aplicativo não permite, pois trata-se de uma iexplore Abre o Internet Explorer.
aplicação mais simples
Charmap Mapa de caracteres que mostra os
322 caracteres disponíveis no micro
Chkdsk Checagem de discos rígidos
Noções de Informática

timedate.cpl Atualização de Data e hora do sis-


tema
freecell Jogo de cartas
iexpress Instalação complexa de programas
logoff Faz o logoff da sessão aberta
EXECUTAR
ncpa.cpl Abre as conexões de rede
O menu Executar tem como função iniciar aplica- osk Teclado virtual
ções de maneira mais rápida.
A forma mais fácil de abrir a janela de comando é a services.msc Gerenciador de serviços do sistema
combinação de teclas WinKey + R. operacional
Uma das inovações do Windows 7, em relação as
versões anteriores, é a junção da função “Executar” com taskmgr Gerenciador de serviços do sistema
o campo de “Busca”. O usuário tem a opção de, por exem- operacional
plo, digitar comandos como cmd para abrir o prompt de inetcpl.cpl Propriedades da internet, alteração
comando. de página inicial, segurança, priva-
Abaixo podemos ver a imagem da janela “Execu- cidade, conexões, conteúdo e outros
tar” e em seguida uma pequena lista de comandos para
acessar recursos do Windows 7. control Painel de Controle
winver Mostra a versão do Windows
firewall.cpl Abre as configurações de Firewall
shutdown -s Desliga o computador

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Combinação de teclas no Windows 7 Combinação de teclas no Windows 7
F1 Abre a Ajuda do Windows. Windows + P Abre uma janela que permite ao

Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema


usuário escolher qual tela utili-
Ctrl+Alt+Delete Abre o Gerenciador de Tarefas. zar, ou os dois ao mesmo tempo
Windows + D Minimiza todas as janelas (mos- (duplicar) etc. Se uma tela adicio-
tra a Área de trabalho) ou, caso nal for conectada.
esteja exibindo a área de traba- F3 Buscar arquivo
lho, maximiza as janelas abertas.
Windows + L Bloqueia o computador.
Ctrl+A Seleciona Todos os arquivos e
pastas.
F2 Renomear arquivo ou pasta. O Windows 7 trouxe algumas novidades no quesi-
to segurança. Vejamos, ainda, alguns programas impor-
Windows + U Abre a Central de Acesso a Ferra- tantes:
mentas Comuns Windows Defender: é um software antispyware in-
cluído no Windows e executado automaticamente ao ser
Windows + F Abre a janela de Pesquisar
ativado. O uso do software antispyware pode ajudá-lo a

operacional windows
Windows + R Abre o comando Executar proteger seu computador contra spyware e outros possí-
veis softwares indesejados.
Windows + E Abre o Windows Explorer (por Firewall do Windows: a missão do firewall do Win-
padrão o Meu computador.) dows é ajudar a impedir que hackers ou softwares mal-
Ctrl + Esc Ativa o Menu Iniciar -intencionados (como worms) obtenham acesso ao seu
computador através de uma rede ou da Internet, portan-
Alt+F4 Fecha a janela atual. to, seu funcionamento é o de um filtro. Um firewall tam-
bém pode ajudar a impedir o computador de enviar sof-
Alt+Tab Permite alternar rapidamente tware mal-intencionado para outros computadores.
entre as janelas abertas.
Windows Update: atualizações são adições ao sof-
Alt+Esc Semelhante ao Alt+Tab, pula tware capazes de evitar ou corrigir problemas, aumentar
automaticamente para a última a segurança do computador ou melhorar seu desempe- 323
janela aberta. nho. É recomendado que a atualização automática do
Windows seja ativada para que o Windows possa instalar

Noções de Informática
Alt+ esquerda Volta para a pasta anterior (o atualizações de segurança e outras, importantes ou re-
mesmo que clicar no botão Vol- comendadas, para o seu computador, à medida que sejam
tar). disponibilizadas.
Alt+ direita Avança para a pasta seguinte
(o mesmo que clicar no botão
Avançar)
Ctrl+Shift+N Criação de nova pasta
Windows + M Minimiza todas as janelas
Windows + U Abre o Gerenciador de utilitários
Windows + Pause Abre as “Propriedades do siste-
[Break] ma”
Windows + G Exibe todos os gadgets e selecio-
na um deles (de forma parecida
com Alt + Tab).
Ctrl + L Seleciona a barra de endereço no
navegador.
Alt + P Mostra ou esconde a janela de
pré-visualização
Windows + X Abre o Windows Mobility Center

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Destinada ao setor móvel englobando dispositivos
Windows 10 de tela pequena sensíveis ao toque, como smartphones e
tablets; está disponível gratuitamente para atualização
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema

para usuários do Windows Phone 8.1, contando com os


mesmos aplicativos da versão Home, além de uma versão
otimizada do Office, contendo os aplicativos Word, Excel
e Powerpoint, além de já trazer as aplicações do Skype.

Windows 10 Pro

Semelhante a Home, essa versão é destinada


para computadores desktops, notebooks, tablets e dis-
positivos 2 em 1, porém, a principal diferença esta em
determindas funcionalidades que não estão presentes
na versão mais básica. Essa é a versão é destinada para
pequenas empresas, devido a recursos para segurança
O Windows 10 é um sistema operacional multipla- digital, suporte remoto, produtividade e uso de sistemas
taforma lançado em 29 de julho de 2015 com o objetivo de baseados na nuvem.
unificar a utilização de vários dispositivos que rodem o A versão Pro trará as seguintes funcionalidades:
operacional windows

sistema, oferecendo uma experiência de total integração 1. Menu Iniciar personalizável


aos usuários. 2. Windows Defender e firewall do Windows
Adotando uma nova postura em relação às ver- 3. Inicialização rápida com Hiberboot e InstantGo
sões anteriores, a Microsoft anunciou que o Windows 10 4. Suporte a TPM
será um sistema operacional que receberá diversas atu- 5. Economia de bateria
alizações ao longo do tempo, tornando o acesso dos usu- 6. Ingresso de domínio
ários mais rápido as novas implementações. Este novo 7. Gerenciamento de política de grupo
perfil se dá a mudança de foco, o sistema passou a ser de- 8. Internet Explorer em Modo Comercial (EMIE)
senvolvido e vendido como um serviço e não mais como 9. Assigned Acess 8.1
um produto. 10. Área de trabalho remota
A Microsoft disponibilizou sete edições do novo 11. Hyper-V Cliente
324 sistema operacional que irão cobrir diversas faixas de 12. Fácil atualização de Home para Education Edi-
público, seja doméstico ou corporativo. Abaixo veremos tion
quais serão as 7 versões do Windows 10, assim como suas 13. Sideload de aplicativos de linha de negócios
funcionalidades e ferramentas.
Noções de Informática

14. Gerenciamento de dispositivos móveis


15. Capacidade de ingressar no Active Directory
Windows 10 Home do Azure com logon único em aplicativos hos-
pedados na nuvem
Versão mais simples, destinada aos usuários do- 16. Windows Store for Business
mésticos que utilizam computadores desktops, note- 17. Criptografia do Dispositivo
books, tablets e dispositivos 2 em 1, como computadores 18. Microsoft Passport
híbridos. O Windows 10 Home terá a maioria dos funcio- 19. Proteção de dados corporativos
nalidades lançadas como: 20. BitLocker
• Cortana como assistente pessoal (em merca- 21. Windows Update
dos selecionados); 22. Windows Update for Business
• Navegador Microsoft Edge, o recurso Conti- 23. Current Branch for Business
nuum para os aparelhos compatíveis;
• Windows Hello (reconhecimento facial, íris e Windows 10 Enterprise:
digitais para autenticação);
• Streaming de jogos do Xbox On; Desenvolvida sobre o Wndows 10 Pro, é direcio-
• Apps universais, como Photos, Maps, Mail, Ca- nada ao mercado corporativo e conta com recursos de
lendar, Music e Vídeo. segurança digital que são prioridade para perfis corpo-
• Criptografia do Dispositivo rativos. Essa edição estará disponível através do pro-
• Microsoft Passport grama de Licenciamento por Volume, facilitando a vida
• Windows Update dos consumidores que têm acesso à essa ferramenta. O
• Menu Iniciar personalizável Windows Update for Business estará disponível nesta
• Windows Defender e firewall do Windows versão, juntamente com o Long Term Servicing Branch,
• Inicialização rápida com Hiberboot e Instant- como uma opção de distribuição de updates de seguran-
Go1 ça para situações e ambientes críticos.
• Suporte a TPM2 1. Menu Iniciar personalizável
• Economia de bateria 2. Windows Defender e firewall do Windows
3. Inicialização rápida com Hiberboot e InstantGo
Windows 10 Mobile 4. Suporte a TPM
5. Economia de bateria
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6. Ingresso de domínio 23. Criptografia do Dispositivo
7. Gerenciamento de política de grupo 24. Microsoft Passport
8. Internet Explorer em Modo Comercial (EMIE) 25. Proteção de dados corporativos

Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema


9. Assigned Acess 8.1 26. BitLocker
10. Área de trabalho remota 27. Credential Guard
11. Hyper-V Cliente 28. Windows Update
12. Acesso direto 29. Windows Update for Business
13. Criador do Windows To Go 30. Current Branch for Business
14. AppLocker
15. BranchCache Windows 10 Mobile Enterprise
16. Controle da tela inicial com Política de grupo
17. Fácil atualização de Home para Education Edi-
Projetado para smartphones e tablets do setor
tion
corporativo.
18. Sideload de aplicativos de linha de negócios
19. Gerenciamento de dispositivos móveis
20. Capacidade de ingressar no Active Directory Windows 10 IoT Core
do Azure com logon único em aplicativos hos-
pedados na nuvem Direcionada para o setor de IoT (Internet of Things)
21. Windows Store for Business a chamada internet das coisas, tratando se da intenção de

operacional windows
22. Controle UX granular interligar todos os dispositivos à rede. A Microsoft tem a
23. Criptografia do Dispositivo ambição que haverá edições do Windows 10 baseadas no
24. Microsoft Passport Enterprise e Mobile Enterprise direcionado a dispositivos
25. Proteção de dados corporativos como caixas eletrônicos, terminais de autoatendimento,
26. BitLocker máquina de atendimento para o varejo e robôs indus-
27. Credential Guard triais. Essa versão IoT Core será focada em dispositivos
28. Windows Update pequenos e de baixo custo, mercado que vem ganhando
29. Windows Update for Business força com hardwares como o Rapsberry Pi e Arduino.
30. Current Branch for Business
31. Long Term Servicing Branch
INTRODUÇÃO
Windows 10 Education 325
O Windows 10 veio com a missão de ser o suces-
sor da versão 8.1 e continuar com a principal proposta
Desenvolvido sob o Windows 10 Enterprise, é uma da Microsoft: unificar todos os dispositivos que utilizem

Noções de Informática
versão Educacional, sendo direcionada para atender as o Windows numa única experiência, ou seja, as funções
necessidades do meio. Os funcionários, administradores, e recursos de navegação utilizados no computador será
professores e estudantes poderão fazer uso dos recursos a mesma de smartphones e tablets. Portanto, uma das
desse sistema operacional que terá seu método de dis- grandes novidades da nova versão está no fato de que
tribuição baseado através da versão acadêmica de licen- ele será uma plataforma unificada. Em termos práticos, o
ciamento de volume. objetivo da desenvolvedora é aproximar muito os aplica-
1. Menu Iniciar personalizável tivos produzidos para as plataformas existentes.
2. Windows Defender e firewall do Windows Todo este contexto de usabilidade irá trazer aos
3. Inicialização rápida com Hiberboot e InstantGo desenvolvedores independentes maior abrangência com
4. Suporte a TPM seus aplicativos, ou seja, softwares produzidos para um
5. Economia de bateria determinado aparelho poderá ser facilmente portado
6. Ingresso de domínio para outros, tendo ainda mais facilidade na atualização
7. Gerenciamento de política de grupo e na distribuição. Outro detalhe foi a unificação da loja de
8. Internet Explorer em Modo Comercial (EMIE) aplicativos, podendo o usuário usufruir dos aplicativos
9. Assigned Acess 8.1 no celular, tablet e computador.
10. Área de trabalho remota Em termos de navegação prática e recursos, po-
11. Hyper-V Cliente demos dizer com propriedade que houve uma mescla da
12. Acesso direto versão 7 e da 8.1, tornando sua aceitação muito maior do
13. Criador do Windows To Go que a sua antecessora, sem contar do retorno do clássico
14. AppLocker menu Iniciar, marca registrada da família Windows des-
15. BranchCache de sua versão 95, a primeira com interface gráfica popu-
16. Controle da tela inicial com Política de grupo larizada.
17. Fácil atualização de Home para Education Edi- Será abordado as principais novidades e as imple-
tion mentações realizadas pela Microsoft com foco prático
18. Sideload de aplicativos de linha de negócios para provas. Um dos possíveis motivos que levaram a
19. Gerenciamento de dispositivos móveis adoção desta versão do sistema operacional é a dispo-
20. Capacidade de ingressar no Active Directory nibilização das atualizações das antigas versões para a
do Azure com logon único em aplicativos hos- nova, além dos novos computadores já acompanharem o
pedados na nuvem novo sistema operacional.
21. Windows Store for Business
22. Controle UX granular
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O QUE MUDOU? xados no menu inicial e o tamanho dos ícones.
4. Retornos das Janelas: os aplicativos da loja de
Com a proposta de integrar cada vez mais os dispo- aplicativos na Microsoft não irão mais rodas
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema

sitivos, a Microsoft inclui a possibilidade de alternar a vi- em tela cheia, mas com a tradicional barra de
sualização dos recursos conforme o dispositivo utilizado títulos e as opções de minimizar, maximizar e
e, o mais interessante de tudo, foi a volta do menu Iniciar fechar.
no formato tradicional, porém, agregando as chamadas 5. Configurações: com o intuito de unificação en-
Live Tiles do Windows 8/8.1, possibilitando ao usuário tre dispositivos, foi criado o item “Configura-
customizar o tamanho do menu e se o mesmo deve ser ções”, cujo objetivo a médio prazo, é substituir
visualizado em tela inteira como era na sua versão ante- totalmente o painel de controle, agrupando de
cessora. Outra mudança foi o retorno da área de trabalho modo mais intuitivo as ferramentas e opções
(desktop) como tela padrão ao iniciar o sistema operacio- de configurações do Windows.
nal, fato que se deve a grande insatisfação dos usuários 6. Computação na Nuvem: não foi nenhuma novi-
nas versões anteriores. dade com o lançamento do Windows 8 e 8.1 que
A Microsoft trouxe com o Windows 10 uma nova o foco da Microsoft estava na total integração
interface, mas também uma nova forma de desenvol- de serviços a sua conta do Hotmail, Outlook,
ver e interagir com seus consumidores; com esta nova Live e Msn. Com o Windows 10 isso fica mui-
versão foi anunciada o fim do sistema operacional como to claro de que o projeto não foi abandonado,
conhecemos e, nas palavras dos responsáveis, será o tendo os serviços do próprio Office integrar ao
operacional windows

último Windows. Isto significa que o Windows recebe- Windows e OneDrive, além de um novo serviço
rá atualizações continuas, não sendo mais permitido ao de música chamado de Groove Music, similar
usuário desativar a instalação de atualizações, tornando ao Google Play e Spotify.
o sistema Rolling Release, ou seja, todas as novidades se- 7. Nome de funções e ferramentas: com a ideia de
rão implementadas sem restringi-las a uma nova versão. contínua melhoria, várias ferramentas foram
Para tornar mais didático as novidades do Win- melhoradas, remodeladas e até mesmo alte-
dows 10, abaixo iremos elencar as novidades. rado o nome, como é o caso da opções relacio-
1. Volta da área de trabalho como padrão: quando nados a alteração de cores do sistema, papel de
o sistema é inicializado, não será mais exibido parede.
por padrão as live tiles, mas a tradicional área 8. Campo de Pesquisa : outra grande novidade foi
de trabalho com seus ícones, barra de tarefas e a disponibilização de um sistema integrado de
pesquisa na barra de tarefas, possibilitando a
326 notificações.
busca de arquivos e programas na web e em
2. Múltiplos desktops: novidade portada do
mundo Linux, como o encontrado nos siste- arquivos e pastas locais. Na versão americana
já foi disponibilizado a assistente pessoal Cor-
Noções de Informática

mas operacionais Ubuntu, Linuxmint dentre


outros, o Windows, possibilita ao usuário ter tana, sistema de voz onde o usuário solicita ao
várias área de trabalho em funcionamento, computador o que deseja que seja pesquisado
cada uma dela com seus programas em exe- e a mesma retorna com a resposta. No Brasil
cução de forma independente, ou seja, o usu- ainda não foi disponibilizado esta opção, sen-
ário poderá organizar melhor seu ambiente de do a pesquisa feita através de texto digitado na
trabalho sem lotar sua barra de tarefas com área.
programas em execução. A alternância dos 9. Microsoft Edge: um novo navegador foi de-
áreas de trabalho pode ser feita pelo ícone fi- senvolvido exclusivamente para o Windows
xado na barra de tarefa. Este botão é chama- 10 com a missão de substituir do Internet Ex-
do de Task View, podendo visualizar tudo que plorer; este navegador é o Edge. Com logo que
está em execução na área de trabalho lembra seu antecessor, o Edge trouxe diver-
sas funcionalidades focadas não somente em
desktops, mas em smartphones e Tablets, com
recurso como o de salvar printscreens com
anotações e marcações dos usuários. É impor-
tante mencionar que o Internet Explorer não
foi removido do Windows, podendo ser aces-
sado pelo Menu Iniciar, mas perdeu o posto de
navegador padrão.
10. Compartilhar rede Wi-Fi com contatos sem
disponibilizar a senha: a novidade fica por con-
ta do recurso Sensor de Wi-Fi acessado pelas
Configurações > Rede e Internet > Gerenciar
configurações de Wi-Fi. Esta ferramenta pos-
sibilita ao usuário disponibilizar aos contatos
cadastrados do Outlook.com, Skype, conectar
as redes wifi compartilhadas. Se algum dos
3. Personalizar o Menu Iniciar: com a integração contatos estiver usando um dispositivo com
entre Live Tiles e o tradicional Menu, o usuário Windows 10, seja desktop ou Windows Phone,
pode escolher quais programas devem ser fi- ele se conectará automaticamente ao Wi-Fi

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compartilado sem a necessidade de revelar a
senha. As senhas do Wi-Fi são armazenadas
num arquivo criptografado em um servidor

Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema


da Microsoft, que é descriptografado quando
o contato entra na área de cobertura do Wi-Fi.

Abaixo veremos as principais mudanças:


1. Integração com o OneDrive: o explorador de
arquivos trouxe por padrão, querendo o usu-
ário ou não, a integração com o serviço de ar-
mazenamento na nuvem da Microsoft, poden-
do o usuário se conectar ou não. É importante

operacional windows
salientar que para que o serviço seja utilizado,
o usuário deverá conectar o Windows a sua
conta da Microsoft, o que ocasionará a sincro-
nização não só de arquivos, mas de todas as
configurações e preferências de outros dis-
positivos, além da integração com as versões
2013 e 2016 do Office, caso elas estejam insta-
lados no computador.
2. Acesso Rápido: sucessor do item “favoritos”,
11. Fixar janelas no canto da tela: no Windows este campo mostra as pastas mais acessadas
10 é possível manter até quatro janelas lado a no computador, além de possibilitar ao usuá-
lado em diferentes quadrantes. Para ter acesso rio fixar as pastas de sua preferência, função
basta arrastar as janelas abertas até os cantos que pode ser feita clicando no botão direito do
327
da tela, ou utilizar o atalho Windows + setas di- mouse sob a pasta que deseja que seja fixada
recionais. na lateral. Por padrão, itens como Área de Tra-

Noções de Informática
12. Integração com recursos do Outlook: no Win- balho, Downloads, Documentos e Imagens fi-
dows 10, ao conectar com uma conta da Micro- cam fixados.
soft, todos os contatos, email e calendários do 3. Este Computador: nas versões anteriores,
usuário será inteiramente sincronizado com o como o Windows 7, era chamado de “Meu Com-
computador, tendo os aplicativos recebido di- putador”, porém, integrou as “Bibliotecas” e a
versas melhorias em termos de interface em exibição dos discos e partições do computador.
relação a versão anterior. No campo direito de visualização é possível ao
usuário acessar de forma imediata as pastas e
EXPLORADOR DE ARQUIVOS arquivos modificados e utilizados com frequ-
ência.
Durante todos os anos em que o Windows foi de-
senvolvido e comercializado, uma das grandes e mar-
cantes ferramentas foi o Windows Explorer, gerenciador
de arquivos padrão do Windows e que ao longo do tempo
foi recebendo melhorias de navegação e novas funciona-
lidades, o que continuou no Windows 10, porém, o nome
foi deixado para a história, assumindo na versão em por-
tuguês o nome Explorador de Arquivos.
Uma das grandes novidades do Windows Vista e 7
foi o conceito de agrupar os arquivos por meio de biblio-
tecas, o que continuou, porém, a forma como as pastas e
arquivos foi disposta na tela mudou drasticamente con-
forme podemos visualizar na imagem abaixo:

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O Windows 10 trouxe uma novidade chamada de
Central de Ações, localizada no lado direito do desktop
na barra de tarefas, fornece um fluxo de todas as notifi-
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema

cações de qualquer aplicativo ou do sistema operacional.


Clique no ícone de notificações, no canto inferior direito
da tela, ou deslize a partir da borda direita para acessá-
-la. Um detalhe que não pode passar despercebido é que o
novo Windows trouxe implementações no sistema ope-
racional que tem a missão de “caçar” arquivos maliciosos
e notificar o usuário pela Central de Notificações.
Já foi diversas vezes mencionados o ideal de in-
tegração de aplicativos, e como podemos ver na Central
de notificações, é por meio dela que podemos visualizar
diversas configurações como habilitar conexões Wifi e
de Bluetooth, permitir que o sistema operacional detecte
sua localização, além de escolher se a forma com o Win-
dows será exibida, ou seja, modo tablet ou desktop.

CONFIGURAÇÕES
operacional windows

A ferramenta “Configurações” tem o objetivo de


substituir gradativamente o painel de controle, elencan-
do todas as funcionalidades necessárias para realizar a
customizações do sistema, dispositivos conectados, re-
des sem fio, personalização visual, perfis, idiomas, recur-
sos de acessibilidade, opções de privacidade e ferramen-
tas de backup, recuperação e atualização, indiferente ao
MENU INICIAR dispositivo, desde que estejam utilizando o Windows 10,
indiferente qual versão ou aparelho; sem contar na inter-
Uma das grandes polêmicas para os usuários do face mais amigável e com ícones autoexplicativos e ca-
328 Windows foi a súbita e inesperada ausência do menu ini- tegorizados, aliado a um design minimalista e unificado
ciar na versão 8 e 8.1, e quando é feito a menção do menu, entre todos os dispositivos.
esperamos o da sua versão clássica que tem acompa- O acesso pode ser feito de duas maneiras: pelo
Noções de Informática

nhado o sistema operacional desde a versão 95, pois, Menu Iniciar > Configurações ou ainda pela Central de
acostumados a trabalhar de uma forma padrão durante Notificações, clicando no ícone Todas as Configurações.
nada menos que 17 anos, é realmente meio frustrante que Abaixo temos a figura que mostra um panorama
ele tenha desaparecido, algo que não foi “consertado” no geral do painel de configurações com os principais recur-
Windows 8.1. sos.
É possível personaliza-lo fixando aplicativos e
programas, movendo e reagrupando os blocos, chama-
das de Live Tiles.É possível redimensionar os ícones dos
aplicativos fixados por meio de Live Tiles, ou redimensio-
nar o menu Iniciar para aumentá-lo horizontalmente.
É possível acessar o Explorador de Arquivos, Con-
figurações e outros aplicativos usados com frequência
do lado esquerdo do menu Iniciar e para acessar todos os
aplicativos e programas, selecione Todos os aplicativos.

Central de Notificações

• Sistema: possibilita realizar configurações


relacionadas a notificações, criptografia, ar-
mazenamento, economia de bateria, além de
dados do sistema.
• Dispositivos: faz uma lista dos dispositivos
conectados ao Windows, como impressoras,
smartphones ou telas de projeção.
• Rede e Internet: todas as configurações rela-
cionadas a como o dispositivo se conecta as
redes locais e a internet, além de fornecer fer-
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ramentas de conexão a VPN (Virtual Private Tecla do logotipo do Alternar áreas de trabalho
Network). Windows +Ctrl+Seta para virtuais criadas à direita
• Personalização: customização da aparência da a direita

Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema


área de trabalho, papel de parede, cores dentre
outras opções como tela de bloqueio do com- Tecla do logotipo do Alternar áreas de trabalho
putador. Windows +Ctrl+Seta para virtuais criadas à
• Contas: usuários do computador sejam eles lo- a esquerda esquerda
cais ou via conta da Microsoft. Como todo sis- Tecla do logotipo do Fechar a área de trabalho
tema operacional moderno, o Windows é múl- Windows +Ctrl+F4 virtual que você está
tiplos usuários. usando
• Hora e Idioma: configurações de hora e data,
além do idioma do sistema e opções de intera- Shift+clique em um botão Abrir um aplicativo ou
ção com o computador. da barra de tarefas abrir rapidamente outra
• Facilidade de Acesso: ferramentas que auxi- instância de um aplicativo
liam o acesso como narrador, lupa, alto con- Ctrl+Shift+clique em um Abrir um aplicativo como
traste entre outras opções. botão da barra de tarefas um administrador
• Privacidade: dados relacionados a quais dados Shift+clique com o botão Mostrar o menu da janela
o usuário deseja compartilhar como localiza- direito do mouse em um do aplicativo
ção dentre outros dispositivos.
botão da barra de tarefas

operacional windows
• Atualização e Segurança: perfis de configu-
ração relacionados a atualização do sistema Shift+clique com o botão Mostrar o menu da janela
operacional, além de itens de backup e recu- direito do mouse em um do grupo
peração do sistema, os chamados pontos de botão da barra de tarefas
restauração. agrupado
Ctrl+clique em um botão da Alternar as janelas do
TECLAS DE ATALHO NO WINDOWS 10 barra de tarefas agrupado grupo
Shift direita por oito Ativar e desativar as
Com as diversas novidades e funcionalidades tra- segundos teclas do Filtro
zidas pelo novo sistema operacional da Microsoft, tam- Alt esquerda+Shift Ativar ou desativar o Alto
bém novas combinações de teclas de atalho foram dis- esquerda+Print Screen Contraste
ponibilizadas para os usuários. Abaixo algumas serão 329
listadas com o objetivo de facilitar o acesso aos recur- Alt esquerda+Shift Ativar ou desativar as
sos e, principalmente, pelas bancas gostarem de cobrar esquerda+Num Lock teclas do mouse

Noções de Informática
combinações de teclas nas provas de concursos. Shift cinco vezes Ativar ou desativar as
teclas de aderência
Ctrl+C (ou Ctrl+Insert) Copiar o item selecionado
Num Lock por cinco Ativar ou desativar as
Ctrl+X Recortar o item
segundos teclas de alternância
selecionado
Tecla do logotipo do Abrir a Central de
Ctrl+V (ou Shift+Insert) Colar o item selecionado
Windows +U Facilidade de Acesso
Ctrl+Z Desfazer uma ação
Alt+Tab Alternar aplicativos
abertos Questões
Alt+F4 Fechar o item ativo ou sair Comentada
do aplicativo ativo
Tecla do logotipo do Bloquear seu computador
Windows +L ou mudar de conta CESPE - TJ TRE MS/TRE MS/Administrativa/ Con-
tabilidade/2013 (adaptado)
Tecla do logotipo do Exibir e ocultar a área de Assunto: Windows 7
Windows +D trabalho
Tecla do logotipo do Abrir a Central de ações
Windows +A
Tecla do logotipo do Abrir pesquisa
Windows +S
Tecla do logotipo do Abrir a Cortana no modo
Windows +C de escuta
Tecla do logotipo do Abrir a Visão de tarefas
Windows +Tab
Tecla do logotipo do Adicionar uma área de Com relação ao sistema operacional Windows e à
Windows +Ctrl+D trabalho virtual figura acima, que mostra uma janela padrão do Windows,
julgue os itens que se seguem.

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01. É possível selecionar simultaneamente os dois permite que o fundo de um texto seja pintado com cor di-
ícones contidos na pasta aplicando-se um cli- ferenciada, de forma similar a um marcador de texto.
que com o botão direito no ícone ou no ícone CESPE - Sold (CBM CE)/CBM CE/2014
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema

. No que se refere às redes de computadores e ao


02. Ao se aplicar um clique duplo no ícone, o arqui- Google Chrome, julgue o item a seguir.
vo associado a esse ícone será aberto. 09. Em uma rede que utiliza o modelo cliente/ser-
03. CESPE - Tec (BACEN)/BACEN/Área 1 - Suporte vidor, um computador com atributos de servidor pode
Técnico-Administrativo/2013 atender a diversos clientes em uma mesma empresa.
CESPE - TJ TRE MS/TRE MS/Administrativa/Con-
tabilidade/2013

A figura acima ilustra uma lista que é exibida, no aplica-


tivo para uso de correio eletrônico Mozzilla Thunderbird,
operacional windows

no processo de edição e envio de mensagens de email.


Com relação ao funcionamento da opção Cco para
a transmissão de uma mensagem no citado aplicativo,
julgue o item a seguir.
10. A mensagem será recebida por todos os deten-
Considerando a figura acima, que apresenta uma tores de endereços de email listados no campo corres-
planilha em edição no LibreOffice Calc, julgue os itens a pondente a essa opção; entretanto, somente os destina-
seguir. tários cujos endereços eletrônicos estejam listados no
Para se copiar a planilha em um relatório em edi- campo correspondente à opção Cc: poderão ver os emails
ção no LibreOffice Writer ou em uma apresentação no de cada destinatário incluído no campo correspondente
LibreOffice Impress, é suficiente selecioná-la, pressionar à opção Cco:.
simultaneamente as teclas + , clicar o local onde se de- CESPE - TJ CNJ/CNJ/Apoio Especializado/ Progra-
330 seja apresentá-la, clicar Editar e, em seguida, clicar Colar. mação de Sistemas/2013
04. Considerando a figura acima, que apresenta A respeito de redes de computadores, julgue o item
uma planilha em edição no LibreOffice Calc, julgue o item subsequente.
Noções de Informática

a seguir. 11. Em uma pesquisa na Internet por meio do sí-


Para ajustar a célula E3 de modo que todo o conte- tio de busca Google, caso a frase associada ao assunto
údo nela presente seja apresentado em uma única linha, seja digitada entre asteriscos, o Google irá procurar pela
é suficiente dar duplo clique entre os títulos das colunas ocorrência exata, respeitando a mesma ordem da frase.
E e F. CESPE - TA (ICMBio)/ICMBio/2014
05. Considerando a figura acima, que apresenta Com relação a gerenciamento de informações e a
uma planilha em edição no LibreOffice Calc, julgue o item aplicativos para segurança, julgue os itens subsequen-
a seguir. tes.
Os arquivos criados no LibreOffice Calc não estão 12. Um firewall filtra o tráfego de entrada e saída
sujeitos à contaminação por vírus, mais frequente em ar- entre a rede interna e a externa.
quivos do sistema operacional Windows. 13. As verificações de antivírus em um arquivo
06. Considerando a figura acima, que apresenta ocorrem com base na comparação entre o nome do ar-
uma planilha em edição no LibreOffice Calc, julgue o item quivo e o banco de dados de vacinas, visto que os antiví-
a seguir. rus não possuem recursos para analisar o conteúdo dos
A média da coluna Hoje da planilha pode ser calcu- arquivos.
lada usando-se a seguinte fórmula: =MÉDIA(D4;D7). CESPE - Ag Adm (SUFRAMA)/SUFRAMA/2014
07. CESPE - Tec MPU/MPU/Administrativo/2010 A respeito de segurança da informação, julgue o
(Adaptada) item subsequente.
No que se refere ao LibreOffice, julgue o próximo 14. O Microsoft Windows 7 Ultimate possui ori-
item. ginariamente um aplicativo de firewall, o qual permite
Para facilitar a publicação de arquivos na Internet, verificar informações provenientes da Internet, bloque-
usuários do aplicativo Impress podem visualizar uma ando ou permitindo que elas cheguem ao computador
apresentação de slides em forma de arquivo HTML por do usuário. Um firewall pode ainda ajudar a impedir que
meio da opção Visualizar no Navegador da Web, disponí- hackers ou worms obtenham acesso ao computador por
vel no menu Arquivo. meio de uma rede de computadores.
08. CESPE - AJ TRE GO/TRE GO/Administrati- CESPE - TJ TRE MS / TRE MS / Administrativa /
va/2015 (Adaptada) Contabilidade / 2013 (adaptado)
Julgue o próximo item, acerca da edição de textos Com relação a segurança da informação, julgue os
e planilhas. itens que se seguem.
No LibreOffice, a opção Marcador do menu Inserir 15. O princípio da privacidade diz respeito à garan-
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tia de que um agente não consiga negar falsamente um de navegação Microsoft Internet Explorer e Mozilla Fire-
ato ou documento de sua autoria. fox.
16. O princípio da confiabilidade diz respeito à ga- 26. Nas versões recentes do Mozilla Firefox, há um

Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema


rantia da identidade de uma pessoa física ou jurídica ou recurso que mantém o histórico de atualizações instala-
de um servidor com quem se estabelece uma transação. das, no qual são mostrados detalhes como a data da ins-
17. O princípio do não repúdio diz respeito à garan- talação e o usuário que executou a operação.
tia de que os dados só serão acessados por pessoas auto- CESPE - Ag Adm (MDIC)/MDIC/2014
rizadas, que normalmente são detentoras de logins e(ou) Julgue o item a seguir, referente a programas de
senhas que lhes concedem esses direitos de acesso. navegação, programas de correio eletrônico e sítios de
18. O princípio da integridade diz respeito à garan- busca e pesquisa na Internet.
tia de que uma informação não seja alterada durante o 27. Apesar de o Mozilla Firefox apresentar alguns
seu trajeto do emissor para o receptor ou durante o seu motores de busca disponíveis para o usuário, é possível
armazenamento. incluir novos motores de busca disponibilizados por sí-
CESPE - Ag Adm (MDIC)/MDIC/2014 tios na Web.
Julgue o item a seguir, referente a programas de CESPE - TL (CAM DEP)/CAM DEP/Agente de Polícia
navegação, programas de correio eletrônico e sítios de Legislativa/2014
busca e pesquisa na Internet. A respeito de conceitos e aplicativos usados na In-
19. Ao utilizar o Mozilla Thunderbird como ferra- ternet, julgue o item a seguir.
menta de correio eletrônico, o usuário pode manter uma 28. Os cookies são arquivos gravados no computa-

operacional windows
pasta Inbox compartilhada entre todas as suas contas de dor do usuário utilizados pelos servidores web para gra-
correio eletrônico. var informações de navegação na Internet.
20. CESPE / TEM / Agente Administrativo / 2014 CESPE - TJ TJDFT/TJDFT/2013
Acerca de sistema operacional e do editor de texto Acerca de redes de computadores e segurança da
BrOffice Writer, julgue os itens a seguir. informação, julgue o item subsequente.
No aplicativo Writer, para alterar a cor da fonte de 29. Nas empresas, um mesmo endereço IP é, geral-
um caractere no documento em edição, o usuário pode mente, compartilhado por um conjunto de computado-
utilizar o menu Formatar e, em seguida, escolher a opção res, sendo recomendável, por segurança, que dez com-
Fonte. putadores, no máximo, tenham o mesmo endereço IP.
30. CESPE / PC-BA / Delegado de Polícia /2013
CESPE - TJ STF/STF/Administrativa/”Sem Espe- (ADAPTADA)
cialidade”/2013 Considerando aspectos gerais de informática, jul-
Considerando que, em uma rede, o computador de gue os itens subsequentes.
331
um usuário tenha sido infectado por um worm que con- O formato ODT, utilizado em plataformas de edição
segue se replicar em sistemas falhos pelas portas 137 e de textos do LibreOffice, é nativamente adotado na pla-

Noções de Informática
138, julgue o item subsequente. taforma de edição de textos do Windows.
21. Antivírus modernos e atualizados podem de-
tectar worms se sua assinatura for conhecida GABARITO
22. CESPE / IBAMA / Analista Administrativo
/2013 1 2 3 4 5
Considerando um texto em edição no Write, julgue Errado Certo Certo Errado Errado
os itens que se seguem.
Ao salvar o arquivo em edição no Write, é impor- 6 7 8 9 10
tante escolher a extensão .TMP para garantir a realiza- Errado Certo Errado Certo Errado
ção do becape automático.
23. Uma cópia do arquivo da planilha pode ser ar- 11 12 13 14 15
mazenada mediante a utilização do recurso Salvar Como Errado Certo Errado Certo Errado
ou dos recursos Copiar e Colar do Windows Explorer.
CESPE - Tec APU (TC-DF)/TC-DF/2014 16 17 18 19 20
Julgue o item seguinte, acerca de Internet, navega- Errado Errado Certo Certo Errado
dores e segurança da informação.
24. O Internet Explorer armazena um histórico de 21 22 23 24 25
endereços das páginas visitadas pelo usuário, o que faci- Certo Errado Certo Certo Certo
lita a digitação ou a localização das páginas para futuros
acessos. 26 27 28 29 30
CESPE - TJ TJDFT/TJDFT/2013 Errado Certo Certo Errado Errado
Com relação ao ambiente Windows e a aplicativos
de edição de textos e de navegação na Internet, julgue o
item seguinte.
25. Uma URL contém o nome do protocolo utilizado
para transmitir a informação ou arquivo e informações
de localização da máquina onde esteja armazenada uma
página web.
CESPE - Ag Adm (PF)/PF/2014
Julgue o item subsequente, relativo aos programas

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Vários Autores.Guia do Iniciante do LibreOffice 3.3.
Publicado em 16 de novembro de 2011. Baseado no Li-
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema

breOffice 3.3. Acessado dia 23/12/2015 através do link:


https://wiki.documentfoundation.org/images/3/3e/
0100GS3-GuiadoIniciante-ptbr.pdf
Gustavo Buzzatti Pacheco. Guia de introdução às
funções do LibreOffice Calc. Acessado através do link
https://wiki.documentfoundation.org/images/9/95/
Guia_de_Introdu%C3%A7%C3%A3o_%C3%A0s_Fun%-
C3%A7%C3%B5es_do_LibreOffice_Calc.pdf
TANENBAUM, Andrew S. Sistemas operacionais:
projeto e implementacao, trad. Joao Tortello (contem cd-
-rom). Porto Alegre: Bookman, 2008. 3.ed 990p
TANENBAUM, Andrew S. Organizacao estruturada
de computadores, trad. Daniel Vieira. Sao Paulo: Pearson,
2013. 6ed. 605p
TANENBAUM, Andrew S. Redes de computadores,
trad. Daniel Vieira. Sao Paulo: Pearson, 2014 Sao Paulo:
operacional windows

Pearson, 2014. 5ed.582p.


Vários Autores. Hacker Inside Top Secret. 5 Volu-
mes. Editora Terra. 2003
Capela Marques, Paulo; Jesus, Carla. Fundamental
do Windows 7. Fca Editora. 2012
Torres, Gabriel. Hardware. EDITORA Novaterra.
2013

332
Noções de Informática

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Direito Previdenciário 333

Direito Previdenciário
Autor:
Prof. Adriano Marcos Marcon

Curriculum:
Graduado em direito pela Universidade Esta-
dual de Maringá (UEM). Possui pós-graduação
lato sensu em Direito do Estado (Constitucio-
nal, Tributário e Administrativo) pela Universi-
dade Estadual de Londrina (UEL) e em Direito
Civil e Processual Civil pela Faculdade de Ciên-
cias Sociais Aplicadas de Cascavel (UNIVEL). É
advogado e professor de cursos preparatórios
para concurso públicos há mais de onze anos.

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SUMÁRIO

1. SEGURIDADE SOCIAL................................................................................................................................................................................................335
2. CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL...................................................................................................................................................340
3. FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL...............................................................................................................................................342
4. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL..................................................................................................................................................353
5. PRESTAÇÕES DO RGPS.............................................................................................................................................................................................359

334
Direito Previdenciário

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1. SEGURIDADE SOCIAL
Conceituação
1. O estudo da Previdência Social passa, antes, sem
sombra de dúvidas, pela abordagem da Seguridade So-
cial, da qual aquela é uma de suas políticas.
A Seguridade Social está colocada na Constituição
Federal, em seu Título VIII, no Capítulo II, compreendendo
os artigos 194 a 204.
O conceito de Seguridade Social pode ser encon-
trado no artigo 194, caput, da Constituição Federal: “A
seguridade social compreende um conjunto integrado de Devemos mencionar, ainda, que a previdência
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, social, a assistência social e a saúde são direitos sociais
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à

Capítulo 01 - Seguridade Social


fundamentais, conforme dispõe o artigo 6º, caput, da
previdência e à assistência social.” Constituição Federal (CF).
Aquele conceito é repetido, praticamente nos mes-
mos termos, no artigo 1º, da Lei n. 8.212, de 1990, a qual
organiza a Seguridade Social e estabelece o seu Plano de
Origem e evolução legislativa no Brasil
Custeio.
1. Neste tópico vamos conhecer alguns eventos e
A Seguridade Social é, assim, uma política pública
fatos que antecederam e desenharam a atual Seguridade
maior, composta da Saúde, da Previdência Social e da As-
Social.
sistência Social:
Assim, em ordem cronológica, temos:

335

Direito Previdenciário

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Capítulo 01 - Seguridade Social

336
Direito Previdenciário

2. Dentre as inúmeras alterações promovidas na tituição Federal é “direito de todos e um dever do Estado”,
atual Seguridade Social – em especial na Previdência So- garantido mediante políticas sociais e econômicas, com
cial -, devemos mencionar ao menos aquelas da Emenda medidas, ações e serviços voltados para a redução do ris-
Constitucional n. 20, de 15 de dezembro de 1998, a qual (a) co de doenças e de outros agravos e para a promoção, a
extinguiu a aposentadoria por tempo de serviço, criando proteção e a recuperação da saúde (art. 196, da CF). Toda a
no seu lugar a aposentadoria por tempo de contribuição, população tem direito de acesso irrestrito às ações e ser-
(b) manteve a aposentadoria por tempo de contribuição viços de Saúde, independentemente de qualquer contri-
proporcional apenas como regra de transição, (c) deter- buição direta.
minou, na organização da Previdência Social, a obrigato- Nos termos do artigo 2º, da Lei n. 8.212, de 1991, as
riedade de observância de critérios para preservação do atividades de Saúde são de relevância pública e sua orga-
equilíbrio financeiro e atuarial e, (d) incluiu os aposenta- nização obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes:
dos na gestão da Seguridade Social que era, antes, tripar- a) acesso universal e igualitário;
tite, passando a ser quadripartite. b) provimento das ações e serviços através de rede
regionalizada e hierarquizada, integrados em sistema
Organização único;
c) descentralização, com direção única em cada
1. Conforme estabelece o artigo 5º, da Lei n. 8.212, esfera de governo;
de 1991, as ações nas áreas de Saúde, Previdência Social e d) atendimento integral, com prioridade para as
Assistência Social serão organizadas em Sistema Nacio- atividades preventivas;
nal de Seguridade Social (SNSS). e) participação da comunidade na gestão, fiscali-
Apesar de as três grandes políticas de Seguridade zação e acompanhamento das ações e serviços de saúde;
Social possuírem pontos em comum, cada uma de suas f) participação da iniciativa privada na assistência
áreas será objeto de lei específica, a qual regulamentará à saúde, obedecidos os preceitos constitucionais.
sua organização e funcionamento (art. 9º, da Lei n. 8.212, Em vista dos princípios setoriais supra e do quanto
de 1991). previsto na Constituição Federal, podemos apontar como
características das políticas de Saúde a universalidade, a
2. A SAÚDE, prevista nos artigos 196 a 200, da Cons- igualdade de acesso e a gratuidade.

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Segundo dispõe o artigo 203, da Constituição Fe-
3. A PREVIDÊNCIA SOCIAL, disposta nos artigos deral são objetivos da Assistência Social:
201 e 202, da Constituição Federal é, por sua vez, um se- (a) a proteção à família, à maternidade, à infân-
guro destinado à cobertura de certos infortúnios, de si- cia, à adolescência e à velhice;
tuações sociais que prejudicam ou acabam inviabilizan- (b) o amparo às crianças e adolescentes caren-
do a capacidade de auto-sustento dos trabalhadores e de tes;
seus dependentes. (c) a promoção da integração ao mercado de tra-
A Previdência Social constitui-se como um seguro balho;
público, de natureza coletiva, de filiação obrigatória e que (d) a habilitação e reabilitação das pessoas por-
exige contribuição direta dos seus beneficiários. Dife- tadoras de deficiência e a promoção de sua integração
rentemente, então, da Saúde e da Assistência Social, para à vida comunitária;
ter direito às prestações da Previdência Social é neces- (e) a garantia de um salário mínimo de benefício
sário contribuir, pagar por elas. mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que
Nos termos do artigo 201, da Constituição Federal comprovem não possuir meios de prover à própria ma-
e artigo 1º, da Lei n. 8.212, de 1991 este seguro cobrirá os nutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme

Capítulo 01 - Seguridade Social


riscos sociais incapacidade, idade avançada, tempo de dispuser a lei.
serviço (hoje, tempo de contribuição), encargos de famí-
lia, reclusão, morte e desemprego involuntário. O direito às prestações assistenciais independe de
Conforme o artigo 3º, parágrafo único da Lei n. contribuição direta dos beneficiários, ou seja, o acesso às
8.212, de 1991, são princípios setoriais de Previdência So- mesmas também é gratuito, assim como ocorre com as
cial: prestações da Saúde.
a) universalidade de participação nos planos pre- Conforme o artigo 4º, da Lei n. 8.212, de 1991, a orga-
videnciários, mediante contribuição; nização da Assistência Social obervará as seguintes di-
b) valor da renda mensal dos benefícios, substitu- retrizes: (a) descentralização político-administrativa; (b)
tos do salário de contribuição ou do rendimento do traba- participação da população na formulação e controle das
lho do segurado, não inferior ao do salário mínimo; ações em todos os níveis.
c) cálculo dos benefícios considerando-se os salá- Dentre os inúmeros benefícios assistenciais, va-
rios de contribuição, corrigidos monetariamente; mos encontrar o Benefício de Prestação Continuada
d) preservação do valor real dos benefícios; (BPC), disciplinado nos artigos 20 a 21-A, da Lei n. 8.742,
e) previdência complementar facultativa, custea- de 1993 (LOAS), regulamentado pelo Decreto n. 6.214, de
da por contribuição adicional. 2007 e administrado pelo INSS.
Observemos, ainda, que a Previdência Social se or-
337
ganiza em 02 (dois) regimes, ou seja, em duas “espécies” 4.1 O BPC é a garantia de um salário-mínimo men-
de seguro público: o Regime Geral de Previdência Social sal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta

Direito Previdenciário
(RGPS) – art. 201, da CF - e os Regimes Próprios de Pre- e cinco) anos ou mais, que comprovem não possuir meios
vidência Social (RPPS´s) – art. 40, da CF -, estes destina- de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por
dos apenas aos servidores públicos que ocupam cargo de sua família.
provimento efetivo. Nos termos do artigo 20, parágrafo 2º, da LOAS
ATENÇÃO! Originalmente, o artigo 202, da Cons- “considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
tituição Federal tratava da forma de cálculo de alguns impedimentos de longo prazo – aquele que produz efeitos
benefícios previdenciários, as aposentadorias. Com a pelo prazo mínimo de 2(dois) anos - de natureza física,
Emenda Constitucional n. 20, de 1998, o artigo foi altera- mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação
do para passar a tratar do regime de previdência privada com diversas barreiras, podem obstruir sua participação
complementar que, contudo, não se encaixa no conceito plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
de previdência social. com as demais pessoas”.
A administração do Regime Geral de Previdência A família, aqui considerada, é composta pelo re-
Social (RGPS) é feita pelo Instituto Nacional do Seguro querente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na au-
Social (INSS), uma autarquia federal, vinculada ao Minis- sência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos
tério da Previdência Social (MPS). solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tu-
O INSS está organizado segundo o disposto no De- telados, desde que vivam sob o mesmo teto (art. 20, pará-
creto n. 7.556, de 2011, o qual informa que cabe à autarquia grafo 1º, da LOAS).
“promover o reconhecimento de direito ao recebimento Considera-se incapaz de prover a manutenção
de benefícios administrados pela Previdência Social” da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda
(art. 1º). mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salá-
rio-mínimo (art. 20, parágrafo 3º, da LOAS). ATENÇÃO! A
4. A ASSISTÊNCIA SOCIAL, prevista nos artigos 203 remuneração da pessoa com deficiência, na condição de
e 204, da Constituição Federal é uma política voltada para aprendiz não será considerada para fins deste cálculo, ou
o atendimento aos necessitados, a partir da prestação de seja, não integra a renda mensal familiar.
certos benefícios e serviços visando à garantia de condi- Este benefício é administrado e concedido pelo
ções mínimas de subsistência. INSS. Apesar disso a sua natureza continua sendo a de
benefício assistencial e não previdenciário.

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Princípios constitucionais legislador ordinário.

1. No parágrafo único, do artigo 194, da Constitui- ERRADO. Segundo o STF, o princípio estampado no
ção Federal encontramos 7 (sete) princípios - ou objeti- artigo 194, parágrafo único, inciso IV, da Constituição
vos - expressos - ou explícitos - da Seguridade Social, os Federal, apenas garante a irredutibilidade nominal. A
quais orientam indistintamente a Saúde, a Previdência irredutibilidade real somente é assegura aos benefí-
Social e a Assistência Social. cios previdenciários, por força do artigo 201, parágrafo
Observemos que a Lei n. 8.212, de 1991 relaciona, 4º, da Constituição Federal.
também, aqueles, além de outros princípios/diretrizes
setoriais, específicos de cada uma das políticas da Segu- 1.5 O princípio da equidade na forma de participa-
ridade Social. ção do custeio determina que aqueles que contribuem
para a manutenção das prestações da Seguridade So-
1.1 O princípio da universalidade da cobertura e do cial deverão fazê-lo de forma equânime, conforme suas
atendimento informa que as prestações de toda a Segu- capacidades. Trata-se de estabelecer uma igualdade
Capítulo 01 - Seguridade Social

ridade Social, ou seja, da Saúde, da Previdência Social e material em matéria de custeio, onde os desiguais são
da Assistência Social, devem cobrir o maior número pos- tratados com desigualdade, na exata medida em que se
sível de riscos sociais existentes e atender a todos os que desigualam.
delas necessitem. Assim, é que, (a) o produtor, o parceiro, o meeiro e
o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como
1.2 O princípio da uniformidade e equivalência dos os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades
benefícios e serviços às populações urbanas e rurais im- em regime de economia familiar, sem empregados per-
põe que as prestações da Seguridade Social devem ter as manentes, contribuirão para a Seguridade Social me-
mesmas características e qualidades, tanto para as po- diante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da
pulações urbanas quanto para as rurais. comercialização da produção e não sobre o salário de
contribuição (art. 195, parágrafo 8º, da CF) e, (b) as contri-
1.3 O princípio da seletividade e distributividade buições devidas pelo empregador, empresa e entidade a
na prestação dos benefícios e serviços determina que na ela equiparada poderão ter alíquotas ou bases de cálculo
criação das prestações de Seguridade Social dever-se-á diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utili-
selecionar antes aqueles riscos sociais mais urgentes, zação intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou
concedendo os benefícios e serviços correspondentes, da condição estrutural do mercado de trabalho (art. 195,
primeiramente, àquelas pessoas mais necessitadas. parágrafo 9º, da CF).
338
DICA: Exercício
comentado
Direito Previdenciário

Como exemplo da aplicação deste princípio,


na maioria das vezes as bancas de concurso
costumam citar o benefício previdenciário (CESPE) As contribuições para a seguridade social,
do salário-família que, hoje, somente pode ser fruído devidas pelo empregador podem ter alíquotas e ba-
pelos segurados empregado, empregado doméstico e ses de cálculo diferenciadas em razão da atividade
trabalhador avulso. econômica, da utilização intensiva da mão de obra, do
porte da empresa ou da condição estrutural do mer-
1.4 O princípio da irredutibilidade do valor dos be- cado de trabalho.
nefícios garante que o valor inicialmente fixado para os
benefícios, não será reduzido. É o que se chama de irredu- CERTO. Conforme prevê o artigo 195, parágrafo 9º, da
tibilidade nominal. Não se trata de garantir, contudo, por Constituição Federal, em um exemplo da aplicação
meio deste princípio, a irredutibilidade real, que, segundo do princípio da equidade na forma de participação no
o Supremo Tribunal Federal (STF), somente está prevista custeio (art. 194, parágrafo único, inciso V, da CF).
para os benefícios previdenciários, dado o que dispõe o
artigo 201, parágrafo 4º, da Constituição Federal. 1.6 O princípio da diversidade da base de finan-
ATENÇÃO! Para confundir os candidatos as bancas ciamento diz que a Seguridade Social será financiada a
de concurso costumam afirmar que o princípio em ques- partir de várias fontes - tributárias ou não -, com o ob-
tão garante a irredutibilidade do valor dos benefícios e jetivo de não sobrecarregar apenas um segmento social,
serviços. Note que os serviços são prestações não pecu- garantindo, também, uma maior estabilidade, maior se-
niárias – ou seja, não são entregues em dinheiro -, não gurança financeira.
havendo razão para se lhes garantir a irredutibilidade.
1.7 O princípio do caráter democrático e descentra-
Exercício lizado da administração, mediante a gestão quadriparti-
comentado te, com participação dos trabalhadores, dos empregado-
res, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados
informa que os representantes daqueles quatro segmen-
(CESPE) Conforme a jurisprudência do STF, a irredu- tos participarão das decisões dos órgãos colegiados em
tibilidade do valor dos benefícios é garantida consti- matéria de Seguridade Social e, que a sua administração
tucionalmente, seja para assegurar o valor nominal, será atribuída a mais de uma entidade, nos âmbitos na-
seja para assegurar o valor real dos benefícios, inde- cional, estadual e municipal.
pendentemente dos critérios de reajuste fixados pelo
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4. Hierarquia
Exercício
comentado As fontes formais estão distribuídas em uma
ordem de hierarquia, com a Constituição Federal e as
Emendas Constitucionais no topo, seguidas das leis or-
(CESPE) De acordo com a CF, a gestão administra- dinárias, complementares e medidas provisórias – cha-
tiva da seguridade social deve ser tripartite, ou seja, for- madas de normas primárias – e, na sequência, os decre-
mada por trabalhadores, empregadores e governo. tos, instruções normativas, portarias, etc. – chamados de
normas secundárias.
ERRADO. Nos termos do artigo 194, parágrafo úni- Desta forma, a Instrução Normativa não pode dis-
co, inciso VII, da Constituição Federal, constitui princípio por diferente daquilo que está previsto no Decreto, na Lei
ou objetivo da Seguridade Social, o caráter democrático e na Constituição Federal; o que disposto no Decreto, não
e descentralizado da administração, mediante gestão pode contrariar a Lei e a Constituição Federal; por sua
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos vez, a Lei que contrarie o quanto previsto na Constituição
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos

Capítulo 01 - Seguridade Social


Federal será considerada inconstitucional e, portanto,
colegiados. inválida.

Legislação previdenciária 5. Vigência


1. Conteúdo Uma norma de Direito Previdenciário tem vigên-
cia, ou seja, passa a ser obrigatória, normalmente, a par-
Por “legislação previdenciária” devemos entender tir de sua publicação no órgão oficial, como, por exemplo,
todo o conjunto de normas que tratam do financiamento o Diário Oficial da União.
e das prestações de Seguridade Social e não só aquelas Nos termos do artigo 1º, da Lei de Introdução às
relacionadas à Previdência Social. normas do Direito Brasileiro (LINDB), salvo disposição
A legislação previdenciária e as relações daí surgi- contrária – ou seja, se a norma nada previr -, a lei começa
das são objeto de estudo do Direito Previdenciário. a vigorar em todo o país 45 (quarenta e cinco) dias depois
As Leis n. 8.212, de 1991, n. 8.213, de 1991 e o Decreto de oficialmente publicada.
n. 3.048, de 1999 são exemplos de legislação previdenci- CUIDADO! As leis que criam as contribuições so-
ária. ciais ou aumentam o seu valor entram em vigor na data
de sua publicação, como regra, mas só poderão ser exigi- 339
2. Fontes das após decorridos 90 (noventa) dias daquela.
A vigência de uma norma termina no dia em que

Direito Previdenciário
As “fontes” formais do Direito Previdenciário nada outra lei venha modificá-la ou revogá-la (art. 2º, da LIN-
mais são do que os instrumentos que contém as normas DB).
correspondentes, ou seja, as leis, os decretos, etc.
As principais fontes do Direito Previdenciário – e 6. Interpretação, integração e aplicação das nor-
para o que aqui nos interessa – são, a Constituição Fede- mas previdenciárias
ral, as Leis n. 8.212, de 1991, n. 8.213, de 1991 e n. 8.742, de
1993, o Decreto n. 3.048, de 1999 e a Instrução Normativa Interpretar uma norma é encontrar o seu signifi-
INSS/PRES n. 77, de 2015. cado e o seu alcance, visando à sua aplicação, ou seja, à
A competência para legislar sobre Seguridade So- regulação de uma determinada situação concreta.
cial é privativa da União (art. 22, XXIII, da CF. No entanto, é A interpretação das normas de direito previdenci-
concorrente entre os entes da Federação (União, Distrito ário deve ser aquela voltada à concretização de seus fins
Federal, Estados e Municípios) a competência para legis- sociais (art. 5º, da LINDB). Devemos lembrar que a saúde,
lar sobre previdência social (arts. 24, XII e 30, II, da CF). a previdência social e a assistência social são direitos so-
ciais fundamentais (art. 6º, da CF).
3. Autonomia A integração (complementação) ocorre somente
no caso de haver uma lacuna, uma omissão da lei. A inte-
Por possuir princípios, normas e conceitos pró- gração deve se dar por meio da aplicação da analogia, dos
prios, o Direito Previdenciário é considerado um ramo costumes e dos princípios próprios e daqueles gerais do
autônomo em relação aos demais, como o Direito do Tra- direito (art. 4º, da LINDB).
balho, o Direito Civil, o Direito Tributário. Como exemplo hipotético do uso da integração, se
Assim, a título de exemplo, o fato de o novo Códi- a legislação previdenciária não conceituasse o “idoso”,
go Civil, aprovado em 2002, ter reduzido a maioridade para o fim de concessão do benefício de prestação conti-
civil, de 21 (vinte e um), para 18 (dezoito) anos (art. 5º, do nuada assistencial (art. 20, da Lei n. 8.742, de 1993), visan-
CC), não alterou a “maioridade previdenciária”, que con- do garantir a efetividade da norma e a entrega daquele,
tinuou sendo aos 21 (vinte e um) anos, conforme vemos “emprestaríamos” do Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741, de
no artigo 16, da Lei n. 8.213, de 1991. 2003, art. 1º) aquela definição.
Ainda, o conceito de “empresa”, para fins previ-
denciários (art. 14, da Lei n. 8.213, de 1991) é distinto da-
quele que vige no direito empresarial (art. 966, do CC).

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2. CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SO- auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais
fatos geradores de contribuições sociais previdenciá-
CIAL rias”.
As penas aplicadas são de reclusão, de 2 (dois) a 5
1. Nesta oportunidade vamos dar uma rápida olha- (cinco) anos, e multa.
da nos crimes mais comuns cometidos em face dos inte- Aqui, também, extingue-se a punibilidade se o
resses da Seguridade Social. Todos os tipos penais aqui agente, espontaneamente, declara e confessa as contri-
mencionados estão previstos no Código Penal.
Capítulo 02 - Crimes Contra a Seguridade Social

buições, importâncias ou valores e presta as informa-


ções devidas à previdência social, na forma definida em
2. Apropriação indébita previdenciária (art. 168- lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.
A, do CP) Faculta-se ao juiz deixar de aplicar a pena ou apli-
car somente a de multa se o agente for primário e de bons
Comete o crime previsto no artigo, aquele que antecedentes, desde que o valor das contribuições de-
“Deixar de repassar à previdência social as contribui- vidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
ções recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal estabelecido pela previdência social, administrativa-
ou convencional”. mente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas
Ainda, incide no tipo quem deixar de: execuções fiscais.
a) “recolher, no prazo legal, contribuição ou outra Ainda, se o empregador não é pessoa jurídica e sua
importância destinada à previdência social que tenha folha de pagamento mensal não ultrapassa R$ 4.117,35
sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a (quatro mil cento e dezessete reais e trinta e cinco centa-
terceiros ou arrecadada do público”; vos), o juiz poderá reduzir a pena de um terço até a meta-
b) “recolher contribuições devidas à previdência de ou aplicar apenas a de multa.
social que tenham integrado despesas contábeis ou cus-
tos relativos à venda de produtos ou à prestação de ser- 4. Inserção de dados falsos em sistema de infor-
viços”;
c) “pagar benefício devido a segurado, quando as
mações (art. 313-A, do CP)
respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsa- Comete o crime, o funcionário autorizado que in-
dos à empresa pela previdência social”. serir ou facilitar, a inserção de dados falsos, alterar ou
As penas aplicadas são de reclusão, de 2 (dois) a 5 excluir indevidamente dados corretos nos sistemas in-
(cinco) anos, e multa. formatizados ou bancos de dados da Administração Pú-
340 No entanto, se o agente espontaneamente declara, blica com o fim de obter vantagem indevida para si ou
confessa e efetua o pagamento das contribuições, im- para outrem ou para causar dano.
portâncias ou valores e presta as informações devidas É uma infração penal que somente pode ser pra-
à previdência social, na forma definida em lei ou regula-
Direito Previdenciário

ticada por funcionário público autorizado a manusear o


mento, antes do início da ação fiscal, a punibilidade é ex- sistema informatizado ou o banco de dados, ou seja, é um
tinta. crime próprio.
Ainda, ao juiz é facultado deixar de aplicar a pena As penas são de reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze)
ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e anos, e multa.
de bons antecedentes, desde que:
a) “tenha promovido, após o início da ação fiscal e
antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contri- 5. Falsificação de documento público (art. 297, do
buição social previdenciária, inclusive acessórios” ou, CP)
b) “o valor das contribuições devidas, inclusive
acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela Incide no tipo aquele que “Falsificar, no todo ou em
previdência social, administrativamente, como sendo o parte, documento público, ou alterar documento público
mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais”. verdadeiro”.
Também comete o crime aquele que insere ou faz
3. Sonegação de contribuição previdenciária (art. inserir:
337-A, do CP) a) “na folha de pagamento ou em documento de
informações que seja destinado a fazer prova perante a
Incide no tipo aquele que “Suprimir ou reduzir con- previdência social, pessoa que não possua a qualidade de
tribuição social previdenciária e qualquer acessório, me- segurado obrigatório”;
diante as seguintes condutas”: b) “na Carteira de Trabalho e Previdência Social do
a) “omitir de folha de pagamento da empresa ou de empregado ou em documento que deva produzir efeito
documento de informações previsto pela legislação pre- perante a previdência social, declaração falsa ou diversa
videnciária segurados empregado, empresário, traba- da que deveria ter sido escrita”;
lhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equi- c) “em documento contábil ou em qualquer outro
parado que lhe prestem serviços”; documento relacionado com as obrigações da empresa
b) “deixar de lançar mensalmente nos títulos pró- perante a previdência social, declaração falsa ou diversa
prios da contabilidade da empresa as quantias descon- da que deveria ter constado”.
tadas dos segurados ou as devidas pelo empregador ou Aquele que omite, nos documentos menciona-
pelo tomador de serviços”; dos supra, o nome do segurado e seus dados pessoais, a
c) “omitir, total ou parcialmente, receitas ou lucros remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de
prestação de serviços, incorre nas mesmas penas.
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As penas são de reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, 2) (CESPE) A seguridade social brasileira, apesar
e multa. de ser fortemente influenciada pelo modelo do Estado do
No entanto, se o agente é funcionário público, e co- bem-estar social, não abrange todas as políticas sociais
mete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a do Estado brasileiro.
pena de sexta parte.
Apenas para os efeitos penais, equiparam-se a do- 3) (CESPE) A Constituição de 1824 determinou
cumento público o emanado de entidade paraestatal, o a criação do Montepio Geral dos Servidores do Estado

Capítulo 02 - Crimes Contra a Seguridade Social


título ao portador ou transmissível por endosso, as ações (MONGERAL), caracterizado como sistema mutualista,
de sociedade comercial, os livros mercantis e o testa- pelo qual várias pessoas se associavam e se cotizavam
mento particular. para a cobertura de certos riscos, a partir da divisão do
encargo entre todos.
6. Modificação ou alteração não autorizada de
4) (CESPE) A primeira norma a instituir no Brasil
sistema de informações (art. 313-B, do CP) a previdência social foi a denominada Lei Eloy Chaves,
pela qual foram criadas as caixas de aposentadorias e
O funcionário público que modificar ou alterar sis-
pensões, em âmbito nacional, para os trabalhadores das
tema de informações ou programa de informática sem
várias empresas de estradas de ferro existentes no país.
autorização ou solicitação de autoridade competente, co-
mete a infração penal aqui prevista.
5) (CESPE) A previdência social atende, entre ou-
É uma infração penal que somente pode ser pra-
tros, a cobertura de eventos de doença, invalidez, morte
ticada por funcionário público e, por isso, classificada
e idade avançada: a proteção ao trabalhador em situação
como crime próprio.
de desemprego involuntário; a pensão por morte do se-
As penas cominadas são de detenção, de 3 (três)
gurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e
meses a 2 (dois) anos, e multa.
dependentes.
As referidas penalidades são aumentadas de um
terço até a metade se da modificação ou alteração resulta
6) (CESPE) As ações e serviços públicos de saúde
dano para a Administração Pública ou para o adminis-
integram uma rede regionalizada e hierarquizada, que
trado.
constitui um sistema único, organizado de acordo com
as diretrizes de descentralização, atendimento integral e
7. Estelionato (art. 171, do CP) participação da comunidade.
Aquele que obtiver, “para si ou para outrem, van- 7) (CESPE) A assistência social, como uma das
341
tagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou manten- ações integrantes da seguridade social, deve prover os
do alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer mínimos sociais, por meio de iniciativas do poder público

Direito Previdenciário
outro meio fraudulento”, comete estelionato e fica sujeito e da sociedade com o propósito de garantir o atendimen-
às penas de reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. to às necessidades básicas, vedado o pagamento de qual-
O artigo mencionado ainda prevê inúmeras outras quer benefício pecuniário.
condutas equiparadas, às quais se aplicam as mesmas
penas. 8) (CESPE) A seguridade social compreende um
No parágrafo 3º, do artigo 171, do Código Penal há conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes
previsão de uma causa de aumento de pena que nos inte- públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direi-
ressa. Segundo o dispositivo “A pena aumenta-se de um tos relativos à saúde, à previdência e à assistência social,
terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade sendo que a universalidade da cobertura e do atendi-
de direito público ou de instituto de economia popular, mento, bem como a uniformidade e equivalência dos be-
assistência social ou beneficência”. nefícios e serviços às populações urbanas e rurais estão
Assim, se o crime tem como sujeito passivo o INSS, entre os objetivos em que se baseia a organização da se-
há a aplicação da causa de aumento mencionada. guridade social no Brasil.
Neste sentido, a Súmula n. 24, do Superior Tribu-
nal de Justiça (STJ): “Aplica-se ao crime de estelionato, 9) (CESPE) A meta da universalidade da cobertura
em que figure como vítima entidade autárquica da pre- e do atendimento a que se refere a CF é a de que as ações
vidência social, a qualificadora do parágrafo 3º, do art. 171 destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à
do Código Penal”. previdência e à assistência social alcancem todas as
pessoas residentes no país, sem nenhuma distinção.

Questões 10) (CERTO) A seguridade social obedece aos prin-


Gabaritadas cípios da seletividade e da distributividade na prestação
dos benefícios e serviços.

1) (CESPE) Nos termos da CF, a seguridade social 11) (CESPE) A instituição de alíquotas ou bases de
compreende um conjunto integrado de ações de inicia- cálculos diferentes, em razão da atividade econômica ou
tiva dos poderes públicos e da sociedade destinadas a do porte da empresa, entre outras situações, apesar de,
assegurar, exclusivamente, os direitos relativos à previ- aparentemente, infringir o princípio tributário da isono-
dência e à assistência social. mia, de fato atende ao comando constitucional da equi-
dade na forma de participação no custeio da seguridade

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social. dade, de forma direta e indireta, nos termos da lei.

12) (CESPE) Entre os objetivos em que se baseia a


organização da seguridade social no Brasil inclui-se o DICA:
caráter democrático e descentralizado da administração, Aqui se está pondo em prática o princípio da
mediante gestão tripartite, com participação dos traba- diversidade da base de financiamento, con-
Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social

lhadores, dos empregadores e do governo nos órgãos co- forme prevê o artigo 194, parágrafo único, in-
legiados. ciso VI, da Constituição Federal.
13) (CESPE) O princípio do caráter democrático da O financiamento indireto será feito por meio de re-
administração da seguridade social preconiza que sua cursos reservados nos orçamentos da União, dos Estados,
gestão será quadripartite, com a participação da União, do Distrito Federal e dos Municípios. Conforme dispõe o
dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. parágrafo 1º, do artigo 195, da Constituição Federal, as re-
ceitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
14) (CESPE) O direito previdenciário constitui ramo destinadas à Seguridade Social constarão dos respecti-
autônomo da ciência jurídica, para fins didáticos, con- vos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
templando um número significativo de normas, concei- Nos termos do artigo 8º, da Lei n. 8.212, de 1991, as
tos e princípios próprios. propostas orçamentárias anuais ou plurianuais da Segu-
ridade Social serão elaboradas por Comissão integrada
15) (CESPE) No crime de sonegação de contribuição por 3 (três) representantes, sendo 1 (um) da área da saú-
previdenciária, o juiz poderá deixar de aplicar a pena ou de, 1 (um) da área da previdência social e 1 (um) da área de
aplicar somente a de multa se o agente for primário e de assistência social.
bons antecedentes, e desde que o agente tenha promovi- Já o financiamento direto será feito por meio de
do, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a de- contribuições sociais,
núncia, o pagamento da contribuição social previdenciá- (I) do empregador, da empresa e da entidade a ela
ria, inclusive acessórios. equiparada na forma da lei, as quais incidirão sobre (a) a
folha de salários e demais rendimentos do trabalho pa-
gos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que
GABARITO lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (b)
a receita ou o faturamento; (c) lucro;
342 1 2 3 4 5 (II) do trabalhador e dos demais segurados da pre-
Errado Certo Errado Certo Certo vidência social, não incidindo contribuição sobre apo-
sentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de
6 7 8 9 10 Previdência Social (RGPS).
Direito Previdenciário

Certo Errado Certo Certo Certo ATENÇÃO! De todos os beneficiários da Segurida-


11 12 13 14 15 de Social (Saúde, Previdência Social, Assistência Social),
apenas os segurados da Previdência Social fazem con-
Certo Errado Errado Certo Certo tribuições, auxiliam no financiamento direto. São se-
gurados da Previdência Social, (a) aqueles chamados de
obrigatórios, os trabalhadores empregado, empregado
doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e
3. FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE especial) e (b) os facultativos (arts. 12 e 14, da Lei n. 8.212,
de 1991).
SOCIAL 2.1 As contribuições sociais são subespécie das
contribuições especiais (art. 149, da CF) que, por sua vez,
DISCIPLINA CONSTITUCIONAL são espécie do gênero tributo. Assim, às mesmas apli-
cam-se alguns princípios constitucionais tributários,
1. Nesta oportunidade estudaremos o financia- dos quais destacamos o da preexistência de custeio total
mento da Seguridade Social, iniciando pelas disposições e o da anterioridade nonagesimal.
constitucionais, as quais dizem respeito ao custeio da- O princípio da preexistência de custeio total em
quela como um todo (Saúde, Previdência Social e Assis- relação ao aumento, extensão e criação de benefícios
tência Social) e que devem ser observadas por todos os e serviços de Seguridade Social (ou princípio da con-
entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Mu- trapartida) está previsto no artigo 195, parágrafo 5º, da
nicípios). Constituição Federal e significa que, para o aumento, a
extensão ou a criação de qualquer benefício ou serviço
DICA: da Seguridade Social deverá haver a previsão antecipa-
Observe que a Seguridade Social (Saúde, Pre- da da sua fonte de custeio total, dos recursos necessários
vidência Social e Assistência Social) não vai para tanto.
ser financiada apenas por receitas decorren- O princípio da anterioridade nonagesimal (ou no-
tes de tributos. ventena) previsto no artigo 195, parágrafo 6º, da Cons-
tituição Federal significa que as contribuições sociais
2. Nos termos do artigo 195, da Constituição Fede- somente podem ser exigidas após o decurso de 90 (no-
ral, a Seguridade Social será financiada por toda a socie- venta) dias da data da publicação da lei que as houver
instituído ou majorado. Prestemos atenção ao fato de que
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aquele dispositivo expressamente afasta a aplicação às gor, alteradas por disposições posteriores, as quais serão
contribuições sociais, do “princípio da anterioridade de referidas neste trabalho.
exercício financeiro”, do artigo 150, inciso III, alínea “b”,
da Constituição Federal. RECEITAS DA UNIÃO
Ainda, nos termos do parágrafo 4º, do artigo 195, da
Constituição Federal, a lei poderá instituir outras fontes 1. Conforme podemos ver do artigo 16, da Lei n.

Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social


destinadas a garantir a manutenção ou expansão da se- 8.212, de 1991, as “receitas da União” correspondem à
guridade social, obedecido o disposto no artigo 154, inci- parcela de receita tributária (de outros tributos que não,
so I, ou seja, desde que por meio de lei complementar. é claro, as contribuições sociais) que o ente federativo
União reserva, a qual vai compor um orçamento específi-
FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL EM co (art. 165, parágrafo 5º, inciso III, da CF) e que é destinada
ÂMBITO FEDERAL ao financiamento de toda a Seguridade Social, em âmbito
federal.
1. As imposições do artigo 195, da Constituição Fe- A Lei não determina, contudo, um montante fixo
deral devem ser observadas no financiamento da Segu- ou mínimo para esta fonte de receita.
ridade Social em todos os níveis federativos, União, Esta- Além de atuar como uma das financiadoras, a
dos, Distrito Federal e Municípios. União também é responsável pela cobertura de even-
Na Lei n. 8.212, de 1991 vamos encontrar, basica- tuais insuficiências financeiras da Seguridade Social,
mente, as disposições relativas ao custeio da Seguridade quando decorrentes do pagamento de benefícios de pres-
Social em nível federal. Esta é a conhecida lei do Plano de tação continuada da Previdência Social (art. 16, parágrafo
Custeio (PC). único, da Lei n. 8.212, de 1991).
A regulamentação dessa lei é feita pelo Decreto
n. 3.048, de 1999, o Regulamento da Previdência Social
(RPS).
RECEITAS DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
Dispõe o artigo 11, da Lei n. 8.212, de 1991 que, no
âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é com- Receitas das contribuições sociais das empresas
posto das receitas (a) da União, (b) das contribuições so-
ciais e (c) de outras fontes. 1. Principalmente nos artigos 22 e 23, da Lei n. 8.212,
Constituem contribuições sociais: de 1991 (Plano de Custeio - PC) vamos encontrar a disci-
a) as das empresas, incidentes sobre a remunera- plina das contribuições sociais que estão a cargo das em-
ção paga ou creditada aos segurados a seu serviço; presas. 343
b) as das empresas, incidentes sobre faturamento ATENÇÃO ao conceito de empresa utilizado no di-
e lucro; reito previdenciário e previsto no artigo 15, inciso I, da Lei

Direito Previdenciário
c) as dos empregadores domésticos; n. 8.212, de 1991, segundo o qual, considera-se empresa “a
d) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu sa- firma individual ou sociedade que assume o risco de ati-
lário-de-contribuição; vidade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou
e) as incidentes sobre a receita de concursos de não, bem como os órgãos e entidades da administração
prognósticos. pública direta, indireta e fundacional”.
O montante da contribuição social obedece, em re- Ainda, nos termos do parágrafo único, daquele ar-
gra, a fórmula: cs (contribuição social) = al (alíquota) x bc tigo, equiparam-se à empresa, para os fins desta Lei, “o
(base-de-cálculo). contribuinte individual em relação a segurado que lhe
ATENÇÃO! A Lei n. 8.212, de 1991 prevê algumas alí- presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou
quotas e bases-de-cálculo que já não estão mais em vi- entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão

CONTRIBUIÇÃO CONTRIBUINTE ALÍQUOTA BASE DE CÁLCULO


22,5% Total das remunerações pagas, devidas ou credita-
Instituições Fi- das a qualquer título, durante o mês, aos segurados
nanceiras empregados, trabalhadores avulsos e contribuin-
tes individuais.
5% (neste percen- Receita bruta dos espetáculos desportivos de
tual também está que participem em todo território nacional em
Destinada à Associações
incluída a contri- qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos
Previdência Desportivas com
buição ao SAT) internacionais, e de qualquer forma de patrocínio,
Social Equipe de Futebol
licenciamento de uso de marcas e símbolos, publi-
Profissional.
cidade, propaganda e de transmissão de espetácu-
los desportivos.
Agroindústria 2,5% Receita bruta da comercialização da produção.
Empregador Rural 2% Receita bruta proveniente da comercialização da
Pessoa Física sua produção.

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diplomática e a repartição consular de carreira estran- des de previdência privada abertas e fechadas. Assim, as
geiras”. instituições financeiras acabam fazendo aquela contri-
Veja que o conceito previdenciário de empresa in- buição com alíquota de 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco
clui pessoas jurídicas com fins lucrativos ou não, os ór- décimos por cento).
gãos e entidades da administração pública direta e indi- Já as associações desportivas que mantém equi-
reta, entes despersonalizados e até pessoas físicas. pe de futebol profissional, ao invés das alíquotas acima,
Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social

de 20% (vinte por cento) sobre as remunerações dos em-


2. As empresas e equiparadas fazem, então, uma pregados e trabalhadores avulsos e, aquelas de 1% (um
primeira contribuição social, destinada especificada- por cento), 2% (dois por cento) e 3% (três por cento), ao
mente ao financiamento da Previdência Social, a qual SAT/GILRAT – vista na sequência -, realizam contribui-
tem as seguintes alíquotas e bases de cálculo (art. 22, in- ção única, corresponde a 5% (cinco por cento) da receita
ciso I, do PC): bruta, decorrente dos espetáculos desportivos de que
participem em todo território nacional em qualquer mo-
dalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e de
CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTA BASE DE qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de
CÁLCULO marcas e símbolos, publicidade, propaganda e de trans-
Total das re- missão de espetáculos desportivos (art. 22, parágrafo 9º,
munerações do PC).
pagas, devidas A agroindústria, ou seja, o produtor rural pessoa
ou creditadas a jurídica, cuja atividade econômica seja a industrialização
qualquer título, de produção própria ou de produção própria e adquirida
durante o mês, de terceiros, no lugar daquela alíquota e base de cálculo,
20% faz uma contribuição com alíquota de 2,5% (dois inteiros
aos segurados
empregados e e cinco décimos por cento) sobre a receita bruta decor-
trabalhadores rente da comercialização da produção, em substituição
avulsos que lhe aos 20% (vinte por cento) sobre a remuneração dos em-
Destinada à pregados e trabalhadores avulsos (art. 22-A, do PC).
Previdência prestem servi-
ços. Já contribuição do empregador rural pessoa físi-
Social ca (art. 25, do PC), em substituição à contribuição supra,
Total das remu- relativamente aos empregados e trabalhadores avulsos,
nerações pagas é de 2% (dois por cento) da receita bruta proveniente da
344 comercialização da sua produção.
ou creditadas a
qualquer título, Vejamos, no quadro abaixo, os regimes especiais
20% no decorrer mencionados:
Direito Previdenciário

do mês, aos Por fim, para o consórcio simplificado de produ-


segurados tores rurais (art. 25-A, do PC), a contribuição devida,
contribuintes em relação à remuneração paga, devida ou creditada ao
individuais. trabalhador rural por ele contratado, é substituída pela
contribuição que fazem os respectivos produtores rurais
integrantes do consórcio (art. 22-B, do PC).
É IMPORTANTE que saibamos que a base de cálcu-
lo sobre a qual é apurada a contribuição da empresa não
4. Ainda, está a cargo das empresas, a contribuição
está sujeita a um teto, como ocorre com as contribuições
destinada ao financiamento da aposentadoria especial e
dos segurados. Assim, se a empresa possui um empre-
dos benefícios decorrentes de acidente do trabalho. Esta
gado com salário de R$ 10.000,00, é sobre todo este valor
contribuição destina-se à cobertura do risco de acidente
que incidirá a alíquota de 20% (vinte por cento), para apu-
do trabalho e, por isso, conhecida como contribuição ao
rar a contribuição devida.
Seguro de Acidentes do Trabalho (SAT).
A nomenclatura hoje utilizada, após alteração le-
3. Por força principalmente do princípio da equi-
gislativa, informa se tratar de contribuição em virtude do
dade na forma de participação no custeio (art. 194, pará-
Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa decorren-
grafo único inciso V, da CF), a Lei irá prever algumas hi-
te dos Riscos Ambientais do Trabalho (GILRAT). Ambos
póteses de tratamento diferenciado, para determinados
os termos são, contudo, utilizados.
contribuintes.
Para financiar especificadamente os benefícios de
Assim, em primeiro lugar, o parágrafo 1º, do artigo
decorrem de acidente do trabalho, a lei prevê as seguin-
21, da Lei n. 8.212, de 1991 estabelece uma contribuição
tes alíquotas e bases de cálculo (art. 22, inciso II, da Lei n.
adicional de 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cen-
8.212, de 1991):
to) em relação às alíquotas anteriores – de 20% (vinte por
cento) -, para os bancos comerciais, bancos de investi-
mentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas,
sociedades de crédito, financiamento e investimento, so-
ciedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras,
distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empre-
sas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito,
empresas de seguros privados e de capitalização, agen-
tes autônomos de seguros privados e de crédito e entida-
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bruta decorrente da comercialização da produção.
CONTRI- ALÍQUOTA BASE DE CÁLCULO
A contribuição do empregador rural pessoa física
BUIÇÃO
(art. 25, do PC), em substituição à contribuição supra, é de
1% (para as em- Total das remu- 0,1% (um décimo por cento), da receita bruta proveniente
presas em cuja nerações pagas da comercialização da sua produção.
atividade prepon- ou creditadas, no Os regimes especiais de contribuição ao SAT/GIL-

Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social


derante o risco decorrer do mês, RAT ficam assim resumidos:
de acidentes do aos segurados em-
trabalho –RAT, pregados e traba-
CONTRI- CONTRI- ALÍQUOTA BASE DE
seja considerado lhadores avulsos.
BUIÇÃO BUINTE CÁLCULO
leve)
0,1% Receita
2% (para as em- Total das remu-
bruta da
presas em cuja nerações pagas Agroindús-
comercia-
atividade prepon- ou creditadas, no tria
lização da
SAT/GIL- derante o risco decorrer do mês,
produção.
RAT de acidentes do aos segurados em-
trabalho –RAT, pregados e traba- SAT/GIL- 0,1% Receita
seja considerado lhadores avulsos. RAT bruta pro-
médio) Emprega-
veniente da
dor Rural
comercia-
3% (para as em- Total das remu- Pessoa
lização da
presas em cuja nerações pagas Física
sua produ-
atividade prepon- ou creditadas, no
ção.
derante o risco decorrer do mês,
de acidentes do aos segurados em-
6. O financiamento específico do benefício de apo-
trabalho –RAT, pregados e traba-
sentadoria especial é feito a partir de uma contribuição
seja considerado lhadores avulsos.
adicional ao SAT/GILRAT.
médio)
Apenas para que nos situemos, nos termos do ar-
tigo 57, caput, da Lei n. 8.213, de 1991 (Plano de Benefícios
A relação de atividades preponderantes e corres-
da Previdência Social - PB), a aposentadoria especial é 345
pondentes graus de risco (RAT), organizada conforme a
benefício devido, inicialmente, ao segurado empregado e
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE),
trabalhador avulso, que tiver trabalhado sujeito a condi-
consta do Anexo V, do Decreto n. 3.048, de 1999 (Regula-
ções especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade

Direito Previdenciário
mento da Previdência Social - RPS).
física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco)
anos de contribuição.
4.1 Aquelas alíquotas supra podem ser reduzidas
As “condições especiais” são o resultado da expo-
ou majoradas, conforme o seu maior ou menor investi-
sição do trabalhador aos agentes nocivos, físicos, quími-
mento em medidas de prevenção de acidentes do traba-
cos ou biológicos relacionados no Anexo IV, do Decreto n.
lho, conforme prevê o artigo 10, da Lei n. 10.666, de 2003.
3.048, de 1999.
Segundo aquele dispositivo, “A alíquota de con-
Aquela contribuição adicional possui as seguintes
tribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao fi-
alíquotas e bases de cálculo (art. 57, parágrafos 6º e 7º, do
nanciamento do benefício de aposentadoria especial ou
PB):
daqueles concedidos em razão do grau de incidência de
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambien-
tais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta
por cento, ou aumentada, em até cem por cento, confor-
me dispuser o regulamento, em razão do desempenho da
empresa em relação à respectiva atividade econômica,
apurado em conformidade com os resultados obtidos a
partir dos índices de frequência, gravidade e custo, cal-
culados segundo metodologia aprovada pelo Conselho
Nacional de Previdência Social”.
Regulamentando o dispositivo, o artigo 202-A, do
Decreto n. 3.048, de 1999 cria o Fator Acidentário de Pre-
venção (FAP), consistente em um multiplicador variável,
num intervalo contínuo de cinco décimos (0,5000) a dois
inteiros (2,0000), a ser aplicado à respectiva alíquota.

5. Aqui, também, verificam-se regimes diferencia-


dos de tributação.
Assim, a agroindústria, ao invés das alíquotas aci-
ma, contribui, em substituição, com uma alíquota única
de 0,1% (um décimo por cento), incidente sobre a receita

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prestação de serviços, conforme a atividade exercida
CONTRI- HIPÓTESE ALÍQUOTA BASE DE
pelo cooperado permita a concessão da aposentadoria
BUIÇÃO CÁLCULO
especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco)
12% Total das anos de contribuição, respectivamente.
remunera-
ções pagas 7. A contribuição social da empresa, incidente so-
bre a receita bruta (base de cálculo), destinada ao finan-
Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social

ou credi-
tadas, no ciamento geral da Seguridade Social (COFINS) (art. 23,
decorrer inciso I, da Lei n. 8.212, de 1991), criada pela Lei Comple-
Aposenta- mentar n. 70, de 1991, possui alíquota básica de 3% (três
do mês, aos
doria Espe- por cento), no regime de tributação cumulativo ou, de
segurados
cial aos 15 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento), no regime de
emprega-
anos tributação não-cumulativo.
dos e tra-
balhadores
avulsos 8. Já a contribuição incidente sobre o lucro líquido
sujeitos às (base de cálculo), também destinada ao financiamento
condições geral da Seguridade Social (CSLL) (art. 23, inciso II, da Lei
especiais. n. 8.212, de 1991), criada pela Lei n. 7.689, de 1988, possui
alíquota básica de 9% (nove por cento).
9% Total das
remunera- Receitas das contribuições sociais do emprega-
ções pagas
ou credi- dor doméstico
tadas, no
decorrer 1. Considera-se empregador doméstico, aquela
Aposenta- pessoa ou família, que admite a seu serviço, sem finali-
Adicional do mês, aos
doria Espe- dade lucrativa, empregado doméstico (art. 15, inciso II, da
ao SAT/ segurados
cial aos 20 Lei n. 8.212, de 1991).
GILRAT emprega-
anos A Lei Complementar n. 150, de 1º de junho de 2015
dos e tra-
balhadores instituiu o regime unificado de pagamento de tributos, de
avulsos contribuições e dos demais encargos do empregador do-
346 sujeitos às méstico (Simples Doméstico), prevendo nova alíquota de
condições contribuição social, alterando o artigo 24, da Lei n. 8.212,
especiais. de 1991.
Direito Previdenciário

Assim, hoje, a contribuição do empregador domés-


6% Total das tico, destinada à Previdência Social, é de 8% (oito por cen-
remunera- to) do salário de contribuição do empregado doméstico a
ções pagas seu serviço.
ou credi- O empregador doméstico ainda contribui, nos ter-
tadas, no mos da Lei Complementar n. 150, de 2015, com a alíquota
decorrer de 0,8% (oito décimos por cento), sobre o salário de con-
Aposenta- tribuição do empregado doméstico, para o financiamento
do mês, aos
doria Espe- do SAT/GILRAT.
segurados
cial aos 25 Assim, para melhor visualização:
emprega-
anos
dos e tra-
balhadores
avulsos CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTA BASE DE CÁLCULO
sujeitos às Destinada à 8% Salário de contri-
condições Previdência buição do empre-
especiais. Social gado doméstico.
6.1 Por força do artigo 1º, da Lei n. 10.666, de 2003, o 0,8% Salário de contri-
contribuinte individual, cooperado filiado à cooperativa SAT/GILRAT buição do empre-
de trabalho ou de produção, também tem direito ao be- gado doméstico.
nefício.
Para tanto, a contribuição efetivada pela Coopera-
tiva de Produção, possui as mesmas alíquotas acima, in-
cidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada
ao contribuinte individual que é seu filiado.
Por sua vez, a empresa que toma serviços presta-
dos por contribuinte individual filiado a Cooperativa de
Trabalho, fará uma contribuição adicional de 9% (nove
por cento), 7% (sete por cento) ou 5% (cinco por cento),
incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de

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Exercício prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador
ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato
comentado ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho
ou sentença normativa;
(CESPE) Rita foi contratada para trabalhar na residên- b) para o segurado empregado doméstico, a remu-
cia de Zuleica, em atividade sem fins lucrativos, me- neração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência
diante o recebimento de um salário mínimo por mês. Social, observadas as normas a serem estabelecidas em

Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social


Nessa situação hipotética, a contribuição destinada à regulamento para comprovação do vínculo empregatício
seguridade social a cargo de Zuleica será de 20% sobre e do valor da remuneração;
o total das remunerações pagas, devidas ou credita- c) para o segurado contribuinte individual, a re-
das, a qualquer título, no decorrer do mês, à segurada. muneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo
exercício de sua atividade por conta própria, durante o
ERRADO. Nos termos do artigo 24, da Lei de Plano de mês, observados os limites mínimo e máximo fixados
Custeio, alterada pela Lei Complementar n. 150, de pela legislação;
2015, a contribuição do empregador doméstico é de 8% d) para o segurado facultativo, o valor por ele de-
(oito por cento) do salário de contribuição do empre- clarado, observados os limites mínimo e máximo fixados
gado doméstico a seu serviço. pela legislação.

Receitas das contribuições sociais dos se- 2.2 Parcelas integrantes e parcelas não in-
gurados da Previdência Social tegrantes
1. Disposições Gerais Aqui trataremos de identificar aquelas parce-
las que estão abrangidas – ou não – pelo conceito supra
Já tivemos a oportunidade de estudar que, de todos mencionado e, que, portanto, integram ou não, o salário
os beneficiários da Seguridade Social (Saúde, Previdên- de contribuição.
cia Social, Assistência Social), apenas os segurados da Devemos ter em mente que, como regra, integra-
Previdência Social fazem contribuições, auxiliam no fi- rão o salário de contribuição – e, portanto, a base de cál-
nanciamento direto. culo das contribuições dos segurados – aquelas parcelas
Como estamos tratando, aqui, do financiamento recebidas como contraprestação pelo serviço prestado.
da Seguridade Social em âmbito federal, nos interessam Ficam de fora aqueles valores que possuem caráter inde-
apenas as contribuições dos segurados – obrigatórios nizatório, ressarcitório. 347
e facultativos - do Regime Geral de Previdência Social Assim, integram o salário de contribuição, (a) o to-
(RGPS). tal das diárias pagas, quando excedente a 50% (cinquen-

Direito Previdenciário
São segurados obrigatórios do RGPS, os trabalha- ta por cento) da remuneração mensal, (b) o valor da com-
dores empregado, empregado doméstico, contribuinte pensação pecuniária a ser paga no âmbito do Programa
individual, trabalhador avulso e especial (arts. 12 e 14, da de Proteção ao Emprego (PPE), (c) o valor das horas-ex-
Lei n. 8.212, de 1991). tras. Ainda, são considerados salário de contribuição, (d)
As contribuições dos segurados do RGPS, não o salário-maternidade e (e) o décimo terceiro salário.
possuem alíquotas e bases de cálculo uniformes, como
veremos. A base de cálculo das contribuições dos segu- Exercício
rados empregado, empregado doméstico, contribuinte comentado
individual, trabalhador avulso e facultativo é o salário
de contribuição. O segurado especial possui como base (CESPE) Conforme entendimento do STF, não há inci-
de cálculo de sua contribuição obrigatória a receita bruta dência de contribuição previdenciária nos benefícios
proveniente da comercialização da sua produção. do RGPS, incluído o salário-maternidade.
ATENÇÃO ao fato de que a contribuição dos segura- ERRADO. O benefício previdenciário do salário-ma-
dos do RGPS fica limitada ao valor máximo do salário de ternidade é o único a servir de base de cálculo para
contribuição fixado em lei, o qual também representa o as contribuições, ou seja, ele é considerado salário de
teto do valor dos benefícios pagos pelo RGPS. contribuição, nos termos do artigo 28, parágrafo 2º, do
Plano de Custeio.
2. Salário de contribuição
2.1 Conceito No parágrafo 9º, do artigo 28, da Lei n. 8.212, de 1991 en-
Nos termos do artigo 28, da Lei n. 8.212, de 1991, en- contraremos uma série de parcelas não integrantes do
tende-se por salário de contribuição: salário de contribuição, as quais devem ser lidas com
a) para os segurados empregado e trabalhador bastante atenção. Segundo aquele, não integram o salá-
avulso, a remuneração auferida em uma ou mais em- rio de contribuição, exclusivamente:
presas, assim entendida a totalidade dos rendimentos a) os benefícios da previdência social, nos termos e limi-
pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o tes legais, salvo o salário-maternidade;
mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja b) as ajudas de custo e o adicional mensal, recebidos
a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais pelo aeronauta nos termos da Lei n. 5.929, de 1973;
sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorren- c) a parcela “in natura” recebida de acordo com os pro-
tes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente gramas de alimentação aprovados pelo Ministério do
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Trabalho e Emprego, nos termos da Lei n. 6.321, de 1976; da agroindústria canavieira, de que trata o artigo 36, da
d) as importâncias recebidas a título de férias indeni- Lei n. 4.870, de 1965;
zadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o o) o valor das contribuições efetivamente pago pela
valor correspondente à dobra da remuneração de férias pessoa jurídica relativo a programa de previdência
de que trata o artigo 137, da Consolidação das Leis do complementar, aberto ou fechado, desde que disponível
Trabalho (CLT); à totalidade de seus empregados e dirigentes, observa-
Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social

e) as importâncias, dos, no que couber, os artigos 9º e 468, da CLT;


previstas no inciso I, do artigo 10, do Ato das Disposições p) o valor relativo à assistência prestada por serviço
Constitucionais Transitórias (ADCT/CF); médico ou odontológico, próprio da empresa ou por ela
relativas à indenização por tempo de serviço, anterior conveniado, inclusive o reembolso de despesas com
a 5 de outubro de 1988, do empregado não optante pelo medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, despe-
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); sas médico hospitalares e outras similares, desde que
recebidas a título da indenização de que trata o artigo a cobertura abranja a totalidade dos empregados e diri-
479, da CLT; gentes da empresa;
recebidas a título da indenização de que trata o artigo 14, q) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e
da Lei n. 5.889, de 1973; outros acessórios fornecidos ao empregado e utilizados
recebidas a título de incentivo à demissão; no local do trabalho para prestação dos respectivos ser-
recebidas a título de abono de férias, na forma dos arti- viços;
gos 143 e 144, da CLT; r) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do
recebidas a título de ganhos eventuais e os abonos ex- empregado e o reembolso creche pago em conformida-
pressamente desvinculados do salário; de com a legislação trabalhista, observado o limite má-
recebidas a título de licença prêmio indenizada; ximo de seis anos de idade, quando devidamente com-
recebidas a título da indenização de que trata o artigo 9º, provadas as despesas realizadas;
da Lei n. 7.238, de 1984; s) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de es-
f) a parcela recebida a título de vale transporte, na for- tudo, que vise à educação básica de empregados e seus
ma da legislação própria. Nos termos da Lei n. 7.418, de dependentes e, desde que vinculada às atividades de-
1985, o vale transporte deve ser entregue ao empregado senvolvidas pela empresa, à educação profissional e
na forma de utilidade (cartão, passe, etc.) e não em di- tecnológica de empregados, nos termos da Lei n. 9.394,
nheiro. Assim, segundo a Lei de Plano de Custeio, se o de 20 de dezembro de 1996, e
vale transporte é dado em dinheiro, o valor correspon- »» não seja utilizado em substituição de parcela salarial,
dente integra o salário de contribuição. Contudo, apesar e
348 do que dispõe a lei, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o »» o valor mensal do plano educacional ou bolsa de es-
Superior Tribunal de Justiça (STJ), entendem que, ainda tudo, considerado individualmente, não ultrapasse
que o vale transporte seja dado em dinheiro, tal fato não 5% (cinco por cento) da remuneração do segurado a
Direito Previdenciário

afasta a natureza indenizatória do mesmo, o que signifi- que se destina ou o valor correspondente a uma vez
ca que, em qualquer hipótese, ele não integrará o salário e meia o valor do limite mínimo mensal do salário
de contribuição. ATENÇÃO! Se a banca não mencionar de contribuição, o que for maior;
o entendimento do STF ou do STJ, a resposta à questão t) a importância recebida a título de bolsa de aprendi-
deve seguir o que está previsto na Lei de Plano de Cus- zagem garantida ao adolescente até quatorze anos de
teio; idade, de acordo com o disposto no artigo 64, da Lei n.
g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusi- 8.069, de 1990;
vamente em decorrência de mudança de local de traba- u) os valores recebidos em decorrência da cessão de di-
lho do empregado, na forma do artigo 470, da CLT; reitos autorais;
h) as diárias para viagens, desde que não excedam a v) o valor da multa prevista no parágrafo 8º, do artigo
50% (cinquenta por cento) da remuneração mensal; 477, da CLT;
i) a importância recebida a título de bolsa de comple- x) o valor correspondente ao vale-cultura.
mentação educacional de estagiário, quando paga nos
termos da Lei n. 11,788, de 2008; 2.3 Limites mínimo e máximo
j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, Apreendido o conceito e identificadas as principais
quando paga ou creditada de acordo com lei específica; parcelas integrantes do salário de contribuição, precisa-
k) o abono do Programa de Integração Social (PIS) e do mos saber que nem todo o seu valor servirá como base de
Programa de Assistência ao Servidor Público (PASEP); cálculo da contribuição devida.
l) os valores correspondentes a transporte, alimenta- Existe, assim, um limite máximo, um teto (art. 28,
ção e habitação fornecidos pela empresa ao empregado parágrafo 5º, da Lei n. 8.212, de 1991), a partir do qual não
contratado para trabalhar em localidade distante da de há contribuição e que é fixado, normalmente, anualmen-
sua residência, em canteiro de obras ou local que, por te, sendo, hoje, de R$ 4.663,75, conforme determinado
força da atividade, exija deslocamento e estada, obser- pela Portaria Interministerial MPS/MF n. 13, de 9 de ja-
vadas as normas de proteção estabelecidas pelo Minis- neiro de 2015.
tério do Trabalho e Emprego; ATENÇÃO ao fato de que o teto do salário de contri-
m) a importância paga ao empregado a título de com- buição também é, em regra, o limite máximo do valor dos
plementação ao valor do auxílio-doença, desde que este benefícios pagos pelo RGPS.
direito seja extensivo à totalidade dos empregados da Já o limite mínimo, o valor de piso do salário de
empresa; contribuição (art. 28, parágrafo 3º, do PC; art. 214, pará-
n) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador grafo 3º, do Decreto n. 3.048, de 1999):
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a) para os segurados empregado, empregado do- valor de um salário mínimo.
méstico e trabalhador avulso, corresponde ao piso sala- CERTO. Conforme prevê o artigo 20, da Lei de Plano de
rial, legal ou normativo, da categoria ou, inexistindo este, Custeio.
ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou
horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efeti- 4. Contribuições sociais dos segurados contri-
vo durante o mês.
buinte individual e facultativo

Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social


b) para os segurados contribuinte individual e fa-
cultativo o piso é, sempre, o valor do salário mínimo.
Como vimos, o salário de contribuição do contri-
buinte individual corresponde à remuneração auferi-
2.4 Proporcionalidade
da em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua
O tema da proporcionalidade está relacionado
atividade por conta própria, durante o mês. O salário de
ao limite mínimo, ao piso do salário de contribuição que
contribuição do segurado facultativo será o valor por ele
deve respeitar, normalmente, o salário mínimo nacional
declarado, escolhido.
(art. 7º, inciso IV, da CF).
Nos dois casos, contudo, devem ser observados os
Mas apenas os segurados empregado, empregado
limites mínimo e máximo fixados pela legislação, ou seja,
doméstico e trabalhador avulso podem efetuar contri-
R$ 788,00 e R$ 4.663, 75 (Portaria Interministerial MPS/
buição, tendo como base de cálculo um salário de contri-
MF n. 13, de 9 de janeiro de 2015).
buição menor que o salário mínimo, “tomado no seu valor
Nos termos do artigo 21, da Lei n. 8.212, de 1991, a
mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo
alíquota básica de contribuição dos segurados contri-
de trabalho efetivo durante o mês”.
buinte individual e facultativo será de 20% (vinte por
Assim, por exemplo, o empregado que possui con-
cento), sobre o respectivo salário de contribuição.
trato de trabalho a meio período ou que sofreu descontos
Contudo, estes segurados podem optar por não
relativos a faltas ao serviço, fazendo com que a remune-
receber o benefício de aposentadoria por tempo de con-
ração correspondente, no mês, fosse paga em valor infe-
tribuição, hipótese em que a base de cálculo para a ser o
rior ao salário mínimo.
limite mínimo mensal do salário de contribuição e a alí-
quota é reduzida a 11% (onze por cento).
2.5 Reajustamento
Ainda, o segurado contribuinte individual, consi-
Conforme prevê o artigo 28, parágrafo 5º, da Lei n.
derado microempreendedor individual (MEI), nos termos
8.212, de 1991, os valores do salário de contribuição se-
da Lei Complementar 123, de 2006, optando pela exclusão
rão reajustados na mesma época e com os mesmos índi-
do benefício de aposentadoria por tempo de contribuição,
ces que os do reajustamento dos benefícios de prestação
continuada da Previdência Social.
sua base de cálculo para a ser o limite mínimo mensal do 349
salário de contribuição e a alíquota é reduzida a 5% (cinco
por cento).
3. Contribuições sociais dos segurados emprega-

Direito Previdenciário
Também, o segurado facultativo, sem renda pró-
do, empregado doméstico e trabalhador avulso pria, que se dedique exclusivamente ao trabalho domés-
tico no âmbito de sua residência (dona-de-casa), desde
Nos termos do artigo 20, da Lei n. 8.212, de 1991, a que pertencente a família de baixa renda, optando pela
contribuição do segurado empregado, inclusive o do- exclusão do benefício de aposentadoria por tempo de
méstico, e a do trabalhador avulso é calculada mediante contribuição, sua base de cálculo para a ser o limite míni-
a aplicação da correspondente alíquota sobre o seu salá- mo mensal do salário de contribuição e a alíquota é redu-
rio de contribuição mensal, de forma não cumulativa, de zida a 5% (cinco por cento). Considera-se de baixa renda,
acordo com a seguinte tabela: para este fim, a família inscrita no Cadastro Único para
Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), cuja
renda mensal seja de até 2 (dois) salários mínimos.
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTA (%) Por fim, o contribuinte individual que prestar ser-
Até R$1.399,12 8% viço a uma ou mais empresas, poderá deduzir, da sua
contribuição mensal, quarenta e cinco por cento da con-
De R$ 1.399,13 até R$ 2.331,88 9% tribuição da empresa, efetivamente recolhida ou decla-
rada, incidente sobre a remuneração que esta lhe tenha
De R$ 2.331,89 até R$ 4.663,75 11% pago ou creditado, limitada a dedução a 9% (nove por
cento) do respectivo salário de contribuição. Ou seja, sua
Os valores dos salários de contribuição acima são contribuição terá alíquota de 11% (onze por cento), sobre a
aqueles estabelecidos pela Portaria Interministerial remuneração efetivamente recebida.
MPS/MF n. 13, de 9 de janeiro de 2015.

Exercício
comentado
(CESPE) Rita foi contratada para trabalhar na residên-
cia de Zuleica, em atividade sem fins lucrativos, me-
diante o recebimento de um salário mínimo por mês.
Nessa situação hipotética, a contribuição destinada à
seguridade social a cargo de Rita será de 8% sobre o
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Para melhor visualização:
Estabelece o artigo 25, da Lei n. 8.212, de 1991, que
SEGURADO ALÍQUOTA BASE DE CÁLCULO o segurado especial contribuirá para o financiamento da
20% Remuneração aufe- seguridade social com alíquota de 2% (dois por cento) in-
rida em uma ou mais cidente sobre a receita bruta proveniente da comerciali-
empresas ou pelo zação da sua produção.
Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social

Contribuinte O segurado especial ainda fará uma contribuição


exercício de sua ativi-
Individual ao SAT/GILRAT, de 0,1% (um décimo por cento) da receita
dade por conta pró-
(comum) bruta proveniente da comercialização da sua produção.
pria, durante o mês,
respeitado os limites ATENÇÃO! Além da contribuição obrigatória acima,
mínimo e máximo. o segurado especial poderá contribuir, facultativamente,
na forma do artigo 21, da Lei n. 8.212, de 1991, ou seja, po-
20% O valor por ele de- derá efetuar uma contribuição com alíquota de 20% (vin-
Facultativo clarado, respeitado te por cento) sobre o salário de contribuição, respeitados
(comum) os limites mínimo e os seus valores mínimo e máximo (art. 25, parágrafo 1º, da
máximo. Lei n. 8.212, de 1991).
Contribuinte 11% Limite mínimo mensal
Individual e do salário de contri- RECEITAS DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
Facultativo buição. DE CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS
(opção pela
exclusão da 1. Mencionada fonte de custeio está prevista no ar-
aposentadoria tigo 26, da Lei n. 8.212, de 1991 e regulamentada no artigo
por tempo de 212, do Decreto n. 3.048, de 1999.
contribuição) Consideram-se concursos de prognósticos todo e
qualquer concurso de sorteio de números ou quaisquer
Contribuinte 5% Limite mínimo mensal outros símbolos, loterias e apostas de qualquer natureza
Individual/ do salário de contri- no âmbito federal, estadual, do Distrito Federal ou muni-
MEI (opção buição. cipal, promovidos por órgãos do Poder Público ou por so-
pela exclusão ciedades comerciais ou civis.
da aposen- A contribuição aqui tratada constitui-se:
350 tadoria por a) da renda líquida dos concursos de prognósticos
tempo de con- realizados pelos órgãos do Poder Público destinada à se-
tribuição) guridade social de sua esfera de governo;
Direito Previdenciário

b) de 5% (cinco por cento) sobre o movimento glo-


Facultativo/“- 5% Limite mínimo mensal
bal de apostas em prado de corridas; e
Dona-de-ca- do salário de contri-
c) de 5% (cinco por cento) sobre o movimento glo-
sa” (opção pela buição.
bal de sorteio de números ou de quaisquer modalidades
exclusão da
de símbolos.
aposentadoria
Considera-se renda líquida, o total da arrecadação,
por tempo de
deduzidos os valores destinados ao pagamento de prê-
contribuição)
mios, de impostos e de despesas com administração.
Contribuinte 11% Remuneração paga ou O movimento global das apostas corresponde ao
Individual creditada pela empre- total das importâncias relativas às várias modalidades
(presta servi- sa. de jogos, inclusive o de acumulada, apregoadas para o
ços a empre- público no prado de corrida, subsede ou outra depen-
sas) dência da entidade. Já o movimento global de sorteio de
números diz com o total da receita bruta, apurada com a
venda de cartelas, cartões ou quaisquer outras modali-
Exercício dades, para sorteio realizado em qualquer condição.
comentado
(CESPE) O contribuinte individual que trabalhe por
ARRECADAÇÃO E RECOLHIMENTO DAS
conta própria — sem vinculação a pessoa jurídica, CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS À SEGU-
portanto — e o segurado facultativo que optarem pelo RIDADE SOCIAL
regime simplificado de recolhimento — com arreca-
dação baseada na alíquota de 11% — não terão direito a Competência do INSS e da Secretaria da Receita
aposentar-se por tempo de contribuição.
CERTO. É o que prevê o artigo 21, parágrafo 2º, inciso I, Federal do Brasil.
do Plano de Custeio.
1. Desde a sua criação, em 1990, competia ao INSS
a análise e concessão dos benefícios previdenciários e, a
arrecadação das contribuições sociais previdenciárias.
Com a Lei n. 11.098, de 2005 criou-se a Secretaria
Contribuições sociais do segurado especial da Receita Previdenciária (SRP), vinculada diretamente
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ao Ministério da Previdência Social (MPS), a qual passou “a”, da Lei n. 8.212, de 1991; art. 4º, da Lei n. 10.666, de 2003);
a exercer as funções relacionadas à arrecadação das re- b) a recolher (obrigação principal) as contribuições
ceitas previdenciárias, retirando-as, portanto, da com- supra, mais aquelas que são de sua responsabilidade, in-
petência do INSS. cidentes sobre a remuneração entregue àqueles segura-
Em 2007, com a Lei n. 11.457, a SRP é extinta e a fun- dos, até o dia 20 (vinte), do mês subsequente ao da com-
ção arrecadatória passa para a Secretaria da Receita Fe- petência. Em não havendo expediente bancário na data,

Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social


deral do Brasil (SRFB), subordinada ao Ministério da Fa- o recolhimento deve ser feito até o dia útil imediatamente
zenda (MF). anterior (art. 30, inciso I, alínea “b”, da Lei n. 8.212, de 1991;
Nos termos do artigo 2º, desta Lei, cabe à Secreta- art. 216, inciso I, alínea “b”, do Decreto n. 3.048, de 1999);
ria da Receita Federal do Brasil (SRFB) planejar, executar, c) a preparar (obrigação acessória) folhas de paga-
acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributa- mento das remunerações pagas ou creditadas a todos os
ção, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e nor-
das contribuições sociais previstas no artigo 11, da Lei n. mas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade
8.212, de 1991 e das contribuições instituídas a título de Social (art. 32, inciso I, da Lei n. 8.212, de 1991);
substituição. d) lançar (obrigação acessória) mensalmente, em
Inclusive, todas as obrigações (principais e aces- títulos próprios de sua contabilidade, de forma discri-
sórias) relativas às contribuições supra, serão cumpridas minada, os fatos geradores de todas as contribuições, o
perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB). montante das quantias descontadas, as contribuições da
Ao INSS compete, hoje, basicamente a análise e empresa e os totais recolhidos (art. 32, inciso II, da Lei n.
concessão dos benefícios previdenciários e, segundo o 8.212, de 1991);
artigo 5º, da Lei n. 11.457, de 2007, também: e) prestar (obrigação acessória) à Secretaria da
a) emitir certidão relativa a tempo de contribuição; Receita Federal do Brasil (SRFB) todas as informações
b) gerir o Fundo do Regime Geral de Previdência cadastrais, financeiras e contábeis de seu interesse, na
Social; forma por ela estabelecida, bem como os esclarecimen-
c) calcular o montante das contribuições sociais e tos necessários à fiscalização (art. 32, inciso III, da Lei n.
emitir o correspondente documento de arrecadação, com 8.212, de 1991);
vistas no atendimento conclusivo para concessão ou re- f) declarar (obrigação acessória) à Secretaria da
visão de benefício requerido. Receita Federal do Brasil (SRFB) e ao Conselho Curador
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (CCFGTS), na
forma, prazo e condições estabelecidos por esses órgãos,
Obrigações da empresa e demais contribuintes e dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e
os prazos para o recolhimento valores devidos da contribuição previdenciária e outras
351
informações de interesse do INSS ou do Conselho Cura-
1. Sabemos que as contribuições sociais são uma dor do FGTS (art. 32, inciso IV, da Lei n. 8.212, de 1991);

Direito Previdenciário
espécie de tributo. g) comunicar (obrigação acessória), mensalmen-
Em matéria tributária existem duas modalidades te, aos empregados, por intermédio de documento a ser
de obrigações básicas, impostas pela legislação aos con- definido em regulamento, os valores recolhidos sobre o
tribuintes ou responsáveis, ou seja, obrigações princi- total de sua remuneração ao INSS (art. 32, inciso VI, da Lei
pais e acessórias. n. 8.212, de 1991).
Nos termos do artigo 113, do Código Tributário Na-
cional (CTN), a “obrigação principal surge com a ocorrên- 1.2 O empregador doméstico é obrigado a arreca-
cia do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo dar (obrigação acessória) e a recolher (obrigação princi-
ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com pal) a contribuição do segurado empregado a seu servi-
o crédito dela decorrente”. Já a “obrigação acessória de- ço, assim como a parcela a seu cargo, até o dia 7(sete) do
corre da legislação tributária e tem por objeto as presta- mês seguinte ao da competência (art. 30, inciso V, da Lei
ções, positivas ou negativas, nela previstas no interesse n. 8.212, de 1991).
da arrecadação ou da fiscalização dos tributos”.
Em síntese, as obrigações principais dizem respei- 1.3 Ainda, os segurados contribuinte individual e
to ao dever de recolher, pagar os tributos; as obrigações facultativo estão obrigados a recolher (obrigação princi-
acessórias impõem ao contribuinte um fazer ou não fa- pal) sua contribuição, por iniciativa própria, até o dia 15
zer, que interessa à arrecadação ou fiscalização dos tri- (quinze) do mês seguinte ao da competência. Não haven-
butos. do expediente bancário na data, o recolhimento poderá
Na Lei n. 8.212, de 1991 vamos encontrar inúme- ser efetuado até o dia útil imediatamente posterior (art.
ras obrigações, principais e acessórias, relacionadas às 30, inciso II, da Lei n. 8.212, de 1991; art. 216, inciso II, do De-
contribuições sociais ali disciplinadas. Ao tratarmos das creto n. 3.048, de 1999).
obrigações principais, abordaremos, também, o prazo Fica facultado aos segurados contribuinte indivi-
para o seu cumprimento. dual e facultativo, cujos salários de contribuição sejam
iguais ao valor de um salário mínimo, optarem pelo reco-
1.1 Assim, nos termos da legislação, a empresa é lhimento trimestral das contribuições previdenciárias,
obrigada: com vencimento no dia 15 (quinze) do mês seguinte ao de
a) a arrecadar (obrigação acessória) as contribui- cada trimestre civil, prorrogando-se o vencimento para
ções dos segurados empregados, trabalhadores avulsos o dia útil subsequente quando não houver expediente
e contribuintes individuais a seu serviço, descontando- bancário no dia quinze (art. 216, parágrafo 15, do Decreto
-as da respectiva remuneração (art. 30, inciso I, alínea n. 3.048, de 1999).

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RECEITAS DE OUTRAS FONTES
1.4 O segurado especial está obrigado ao recolhi-
mento (obrigação principal) da contribuição a seu cargo, 1. O artigo 27, da Lei n. 8.212, de 1991 relaciona uma
até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da operação série de outras fontes de receita da Seguridade Social e
de venda ou de consignação da produção. Não havendo que não podem ser confundidas com as contribuições
expediente bancário na data, o recolhimento deverá ser sociais, pois não se tratam de tributos.
efetuado até o dia útil imediatamente anterior (art. 30, in-
Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social

Assim, constituem outras receitas da Seguridade


ciso X, do PC; art. 216, inciso IV, do RPS). Social:
a) as multas, a atualização monetária e os juros
Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atuali- moratórios;
zação monetária. b) a remuneração recebida por serviços de arreca-
dação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros;
1. Como vimos, os contribuintes da Seguridade So- c) as receitas provenientes de prestação de outros
cial possuem inúmeras obrigações, principais e acessó- serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens;
rias. d) as demais receitas patrimoniais, industriais e
O recolhimento daquelas contribuições fora dos financeiras;
prazos ali mencionados fica sujeito à incidência de corre- e) as doações, legados, subvenções e outras recei-
ção monetária, juros e multa, nos termos do artigo 35, da tas eventuais;
Lei n. 8.212, de 1991. f) 50% (cinquenta por cento) de todo e qualquer
Este dispositivo remete ao artigo 61, da Lei n. 9.430, bem de valor econômico apreendido em decorrência do
de 1996, o qual dispõe que os débitos para com a União, de- tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da explo-
correntes de tributos e contribuições administrados pela ração de trabalho escravo;
Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), não pa- g) 40% (quarenta por cento) do resultado dos lei-
gos nos prazos previstos na legislação específica, serão lões dos bens apreendidos pelo Departamento da Receita
acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de 0,33% Federal;
(trinta e três centésimos por cento), por dia de atraso, até h) 50% do valor total do prêmio do seguro obrigató-
o limite de 20% (vinte por cento). A multa será calculada rio de danos pessoais causados por veículos automotores
a partir do primeiro dia subsequente ao do vencimento de vias terrestres. As companhias seguradoras que man-
do prazo previsto para o pagamento da contribuição até têm o seguro obrigatório deverão repassar o percentual à
o dia em que ocorrer o seu pagamento. seguridade social, o qual será destinado ao Sistema Único
352 Sobre os débitos (principal mais multa) incidirão de Saúde (SUS), para custeio da assistência médico-hos-
juros de mora calculados à taxa referencial do Sistema pitalar dos segurados vitimados em acidentes de trânsito.
Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), a partir do pri-
Direito Previdenciário

meiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo,


até o mês anterior ao do pagamento e, de 1% (um por cen- Questões
to) no mês de pagamento. ATENÇÃO ao fato de que a taxa Gabaritadas
SELIC é composta de percentual de juros e de correção
monetária.
1. (CESPE) A seguridade social tem como únicas
Decadência e Prescrição fontes de custeio, além dos recursos advindos dos orça-
mentos da União, dos estados, do DF e dos municípios, as
1. A decadência e a prescrição são efeitos do trans- contribuições do empregador e do trabalhador.
curso de certo tempo previsto em lei e que acarretam,
respectivamente, a perda da possibilidade de se cons- 2. (CESPE) É perfeitamente admissível que se es-
tituir um direito e a perda da possibilidade de exigir um tabeleça uma base única de financiamento para a segu-
direito constituído na justiça. ridade social, desde que a administração do sistema se
Em atenção ao entendimento contido na Súmula mantenha democrática e descentralizada.
Vinculante n. 8, do Supremo Tribunal Federal (STF), que
considerou inconstitucionais os prazos fixados na Lei n. 3. (CESPE) Conforme a Lei Orgânica de Seguridade
8.212, de 1991, aplicam-se às contribuições sociais os pra- Social, a seguridade social possui, entre seus princípios
zos de decadência e prescrição previstos no Código Tri- e diretrizes, a irredutibilidade do valor dos benefícios,
butário Nacional (CTN). e, como forma de garantir esse preceito, o seu financia-
Assim, o direito da União (que é o ente federativo mento deve ser realizado por duas fontes — receitas da
titular das contribuições sociais) de constituir o crédito União e contribuições sociais das empresas empregado-
tributário decorrente das contribuições sociais extin- ras.
gue-se após 5 (cinco) anos, contados da ocorrência do
fato gerador (art. 150, parágrafo 4º, do CTN). E, uma vez 4. (CESPE) A seguridade social é financiada por
devidamente constituído o crédito tributário, não tendo toda a sociedade, de forma indireta, nos termos da lei,
sido o mesmo quitado, a ação judicial para a sua cobrança mediante recursos provenientes dos orçamentos da
“prescreve em cinco anos, contados da data da sua cons- União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
tituição definitiva” (art. 174, do CTN).
5.
(CESPE) Caso um aposentado pelo RGPS, por
questões econômicas, tiver de retornar ao trabalho, nes-

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sa situação, apesar de continuar sendo segurado obri- sequente.
gatório, ele não recolherá qualquer contribuição, pois a
Constituição Federal lhe dá imunidade. A fim de estimular investimentos destinados a
diminuir os riscos ambientais no trabalho, o Ministério
6. (CESPE) Para o empregado doméstico, conside- da Previdência e Assistência Social poderá alterar o en-
ra-se salário de contribuição a remuneração registrada quadramento de empresa que demonstre a melhoria das
na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas condições do trabalho, com redução dos agravos à saú-

Capítulo 04- Regime Geral de Previdência Social


as disposições normativas pertinentes. de do trabalhador, obtida por meio de investimentos em
prevenção e em sistemas gerenciais de risco.
7. (CESPE) Não integram o salário de contribuição
os benefícios pagos, na forma da lei, pelo RGPS, salvo o GABARITO
salário maternidade.
1 2 3 4 5
8. (CESPE) As diárias pagas integram o salário de Errado Errado Errado Certo Errado
contribuição pelo seu valor total, quando excedentes a
50% da remuneração mensal. 6 7 8 9 10
Certo Certo Certo Errado Certo
9. (CESPE) Integram o salário de contribuição que
equivale à remuneração auferida pelo empregado, as 11 12 13 14 15
parcelas referentes ao salário e às férias, ainda que inde- Errado Errado Certo Certo Certo
nizadas.

10. (CESPE) As contribuições previdenciárias das


empresas incidem sobre a remuneração paga, devida ou 4. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SO-
creditada aos segurados e demais pessoas físicas a seu CIAL
serviço, com ou sem vínculo empregatício.

11. (CESPE) As gorjetas não integram o salário de


INTRODUÇÃO
contribuição do segurado empregado filiado ao RGPS,
1. Vimos que a Previdência Social brasileira, dis-
assim como também não o integra a parcela recebida a
posta nos artigos 201 e 202, da Constituição Federal é um
título de vale transporte.
seguro, destinado à cobertura de certos infortúnios, de 353
situações sociais que prejudicam ou acabam inviabili-
12. (CESPE) No caso de empregado doméstico, a
zando a capacidade de auto-sustento dos trabalhadores
contribuição previdenciária do empregador é de 20% so-

Direito Previdenciário
e de seus dependentes.
bre a remuneração paga ao empregado, da mesma forma
A Previdência Social se organiza em 02 (dois) regi-
que ocorre com as empresas em geral.
mes, ou seja, em duas “espécies” de seguro público: o Re-
gime Geral de Previdência Social (RGPS) – art. 201, da CF
13. (CESPE) Rita foi contratada para trabalhar na
- e os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS´s) –
residência de Zuleica, em atividade sem fins lucrativos,
art. 40, da CF -, estes destinados apenas aos servidores
mediante o recebimento de um salário mínimo por mês.
públicos que ocupam cargo de provimento efetivo.
Nessa situação hipotética, a contribuição destinada à se-
A administração do Regime Geral de Previdência
guridade social a cargo de Rita será de 8% sobre o valor de
Social (RGPS) é feita pelo Instituto Nacional do Seguro
um salário mínimo.
Social (INSS), autarquia federal, vinculada ao Ministério
da Previdência Social (MPS).
14. (CESPE) O financiamento dos benefícios decor-
Neste primeiro tópico estudaremos, basicamente,
rentes dos riscos ambientais do trabalho é feito mediante
quem são os beneficiários do RGPS, relacionados no arti-
a aplicação de percentual sobre o total da remuneração
go 11, da Lei n. 8.213, de 1991, o Plano de Benefícios (PB) e
paga, devida ou creditada ao segurado empregado da
no artigo 9º, do Decreto n. 3.048, de 1999, o Regulamento
empresa. O enquadramento no correspondente grau de
da Previdência Social (RPS)
risco é feito pelo empregador para oportuna verificação
pela fiscalização do INSS de acordo com a atividade pre-
ponderante da empresa, assim considerada a atividade BENEFÍCIÁRIOS DO RGPS
com maior número de segurados.
1. O Regime Geral de Previdência Social (RGPS)
15. (CESPE) Com o Decreto n.º 6.042/2007, a previ- possui como beneficiários, os segurados e os dependen-
dência social criou mecanismos que permitem aumentar tes (art. 10, do PB). Os segurados dividem-se, em obriga-
ou diminuir as alíquotas de contribuição previdenciária tórios e facultativos.
das empresas, conforme os percentuais de acidentes
e(ou) grau de risco a que expõem seus trabalhadores. Es-
ses instrumentos, fator acidentário de prevenção (FAP) e
nexo técnico epidemiológico previdenciário (NTEP), fize-
ram que as empresas instaladas no país redobrassem a
atenção quanto aos riscos a que seus empregados estão
expostos. A respeito do FAP e do NTEP, julgue o item sub-

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geira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros des-
sas missões e repartições, excluídos o não brasileiro sem
residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado
pela legislação previdenciária do país da respectiva mis-
são diplomática ou repartição consular;
f) o brasileiro civil que trabalha para a União no ex-
terior, em organismos oficiais internacionais dos quais
Capítulo 04- Regime Geral de Previdência Social

o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado


e contratado, salvo se amparado por regime próprio de
previdência social;
g) o brasileiro civil que presta serviços à União no
2. São segurados obrigatórios, todos os trabalha- exterior, em repartições governamentais brasileiras, lá
dores, pessoas físicas, com 16 (dezesseis) anos ou mais, domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que
que exerçam uma atividade remunerada e que não se fi- tratam os artigos 56 e 57 da Lei n. 11.440, de 29 de dezem-
liem, em relação a ela, a um RPPS. bro de 2006, este desde que, em razão de proibição legal,
não possa filiar-se ao sistema previdenciário local;
ATENÇÃO para o menor aprendiz, que já pode se fi- h) o bolsista e o estagiário que prestam serviços a
liar a partir dos 14 (quatorze) anos de idade (art. 7º, inciso empresa, em desacordo com a Lei n. 11.788, de 25 de se-
XXXIII, da CF). tembro de 2008. ATENÇÃO! Se o estagiário mantém um
contrato nos termos do que dispõe a legislação mencio-
DICA: nada, ele não será enquadrado em nenhuma das catego-
Você já deve ter percebido que os segurados rias de segurado obrigatório. Poderá, contudo, filiar-se ao
da Previdência Social estão relacionados na RGPS como segurado facultativo;
Lei n. 8.212, de 1991 – como contribuintes – e, i) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou
na Lei n. 8.213, de 1991. Contudo, a relação trazida pelo Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocu-
Decreto n. 3.048, de 1999 – Regulamento da Previdên- pante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado
cia Social (RPS) - é mais ampla e deve ser lida com em lei de livre nomeação e exoneração;
atenção. j) o servidor do Estado, Distrito Federal ou Municí-
pio, bem como o das respectivas autarquias e fundações,
Os segurados obrigatórios dividem-se em cinco ocupante de cargo efetivo, desde que, nessa qualidade,
categorias: não esteja amparado por regime próprio de previdência
354 a) empregado (art. 11, inciso I, do PB; art. 9º, inciso social;
I, do RPS). k) o servidor contratado pela União, Estado, Dis-
Os segurados desta categoria normalmente de- trito Federal ou Município, bem como pelas respectivas
Direito Previdenciário

sempenham sua atividade remunerada a partir de um autarquias e fundações, por tempo determinado, para
contrato de trabalho, mediante subordinação e em cará- atender a necessidade temporária de excepcional in-
ter permanente (não eventual). teresse público, nos termos do inciso IX, do artigo 37, da
São exemplos de segurados desta categoria: Constituição Federal;
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou l) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou
rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua subor- Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocu-
dinação e mediante remuneração, inclusive como diretor pante de emprego público;
empregado; m) o escrevente e o auxiliar contratados por titular
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho de serviços notariais e de registro a partir de 21 de no-
temporário, por prazo não superior a três meses, prorro- vembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime
gável, presta serviço para atender a necessidade transi- Geral de Previdência Social, em conformidade com a Lei
tória de substituição de pessoal regular e permanente ou n. 8.935, de 18 de novembro de 1994;
a acréscimo extraordinário de serviço de outras empre- n) o empregado de organismo oficial internacional
sas, na forma da legislação própria; ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quan-
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e con- do coberto por regime próprio de previdência social;
tratado no Brasil para trabalhar como empregado no ex- o) o trabalhador rural contratado por produtor ru-
terior, em sucursal ou agência de empresa constituída ral pessoa física, na forma do artigo 14A, da Lei n. 5.889,
sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de
no País; natureza temporária por prazo não superior a dois meses
d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e con- dentro do período de um ano.
tratado no Brasil para trabalhar como empregado em Perceba que praticamente todos os exemplos da-
empresa domiciliada no exterior com maioria do capital dos, apresentam aquelas características supra mencio-
votante pertencente a empresa constituída sob as leis nadas (contrato de trabalho, subordinação e permanên-
brasileiras, que tenha sede e administração no País e cujo cia). Há, contudo, segurados incluídos nesta categoria
controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titu- pela lei, mas que não possuem algumas daquelas carac-
laridade direta ou indireta de pessoas físicas domicilia- terísticas.
das e residentes no País ou de entidade de direito público Exemplo muito cobrado é o do “exercente de man-
interno; dato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que
e) aquele que presta serviço no Brasil a missão di- não vinculado a regime próprio de previdência social”.
plomática ou a repartição consular de carreira estran- Enquadram-se aqui o Presidente da República, o Gover-

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nador, o Prefeito, o deputado federal, estadual e distrital e atividade de extração mineral garimpo, em caráter per-
o vereador, os quais não mantém um contrato de traba- manente ou temporário, diretamente ou por intermédio
lho e não trabalham sob subordinação, mas, ainda assim, de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utili-
são considerados segurados empregados. zados a qualquer título, ainda que de forma não contínua;
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para
Exercícios organismo oficial internacional do qual o Brasil é mem-
bro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo
comentados

Capítulo 04- Regime Geral de Previdência Social


quando coberto por regime próprio de previdência social;
e) o titular de firma individual urbana ou rural;
(CESPE) Howard, cidadão norte-americano, domi- f) o diretor não empregado e o membro de conselho
ciliado no Brasil, foi aqui contratado pela empresa de administração na sociedade anônima;
brasileira X, para trabalhar, por tempo indetermina- g) todos os sócios, nas sociedades em nome coleti-
do, em sua filial situada no Canadá. A maior parte do vo e de capital e indústria;
capital votante dessa filial canadense é da empresa h) o sócio gerente e o sócio cotista que recebam re-
X, constituída sob as leis brasileiras e com sede e ad- muneração decorrente de seu trabalho e o administrador
ministração no Brasil. Nessa situação, Howard deverá não empregado na sociedade por cotas de responsabili-
estar, necessariamente, vinculado ao RGPS como se- dade limitada, urbana ou rural;
gurado empregado. i) o associado eleito para cargo de direção em co-
CERTO. Conforme a previsão constante do artigo 9º, operativa, associação ou entidade de qualquer natureza
inciso I, alínea “c”, do Regulamento da Previdência ou finalidade, bem como o síndico ou administrador elei-
Social. to para exercer atividade de direção condominial, desde
que recebam remuneração;
(CESPE) A pessoa física que presta serviço, no Bra- j) quem presta serviço de natureza urbana ou ru-
sil, a missão diplomática ou a repartição consular de ral, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem
carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados é relação de emprego;
segurada obrigatória da previdência social, na quali- k) a pessoa física que exerce, por conta própria, ati-
dade de empregado. vidade econômica de natureza urbana, com fins lucrati-
CERTO. Conforme prevê o artigo 11, inciso I, alínea “d”, vos ou não;
do Plano de Benefícios. l) o cooperado de cooperativa de produção que,
nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa
b) empregado doméstico (art. 11, inciso II, do PB; mediante remuneração ajustada ao trabalho executado;
art. 9º, inciso II, do RPS). m) o Micro Empreendedor Individual (MEI), de que
355
Os segurados desta categoria normalmente de- tratam os artigos 18A e 18C, da Lei Complementar n. 123,
sempenham sua atividade remunerada a partir de um de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento

Direito Previdenciário
contrato de emprego, mediante subordinação e em cará- dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples
ter permanente (não eventual), contratados por pessoa Nacional, em valores fixos mensais.
ou família, para trabalhar em atividades sem fins lucra- Aqui, também, encontraremos hipóteses de segu-
tivos e no âmbito residencial daquelas. rados que não possuem as características supra mencio-
Assim, a cozinheira, a arrumadeira, o jardineiro, a nadas (ausência de contrato de trabalho e subordinação,
governanta, o motorista particular, dentre outros. eventualidade; trabalho com autonomia). O exemplo
ATENÇÃO! O conceito de “empregado doméstico” mais lembrado é o do “ministro de confissão religiosa e o
utilizado aqui é aquele da legislação previdenciária. A membro de instituto de vida consagrada, de congregação
definição constante do artigo 1º, da Lei Complementar n. ou de ordem religiosa”, o qual é enquadrado, ainda assim,
150, de 1º de junho de 2015 é utilizada somente no âmbito como contribuinte individual.
do direito do trabalho.
c) contribuinte Individual (art. 11, inciso V, do PB;
art. 9º, inciso V, do RPS). Exercícios
Os segurados desta categoria normalmente de-
sempenham sua atividade remunerada sem ter firmado comentados
um contrato de trabalho, com ausência de subordinação
e em caráter eventual, ou, trabalham por conta própria. (CESPE) Conforme entendimento do STJ, síndico de
Pertencem a esta categoria: condomínio que receber remuneração pelo exercício
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explo- dessa atividade será enquadrado como contribuinte
ra atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter individual do RGPS, ao passo que o síndico isento da
permanente ou temporário, em área, contínua ou des- taxa condominial, por não ser remunerado direta-
contínua, superior a quatro módulos fiscais ou, quando mente, não será considerado contribuinte do RGPS.
em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais ou ati- ERRADO. A isenção da taxa condominial é uma forma
vidade pesqueira ou extrativista, com auxílio de empre- de remuneração e, assim, o síndico de condomínio,
gados ou por intermédio de prepostos; neste caso, também deverá se filiar obrigatoriamente
b) aquele membro do grupo familiar, que possui ao RGPS, na condição de contribuinte individual.
outra fonte de renda, fora das exceções previstas em lei e
que, assim, deixa de ser enquadrado como segurado es- d) trabalhador avulso (art. 11, inciso VI, do PB; art.
pecial; 9º, inciso VI, do RPS).
c) a pessoa física, proprietária ou não, que explora Os segurados desta categoria normalmente de-

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sempenham sua atividade remunerada sem ter firmado Assim, para continuarem a ser enquadrados nesta
um contrato de trabalho, com ausência de subordinação categoria de segurado e receberem tratamento legal “es-
e em caráter eventual, a distintos tomadores, com a in- pecial”, o grupo familiar a que faz parte o produtor rural
termediação obrigatória do Órgão Gestor de Mão de Obra e o pescador artesanal, não pode se utilizar de trabalho
(OGMO) ou do sindicato da categoria. de terceiros. Pode, no entanto, e de forma excepcional,
A esta categoria pertencem: utilizar-se de empregados contratados por prazo deter-
a) o trabalhador que exerce atividade portuária de minado ou de trabalhador eventual, à razão de, no má-
Capítulo 04- Regime Geral de Previdência Social

capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, vigi- ximo, 120 (cento e vinte) pessoas por dia, no ano civil, em
lância de embarcação e bloco; períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo
b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qual- equivalente em horas de trabalho, não sendo computado
quer natureza, inclusive carvão e minério; nesse prazo o período de afastamento em decorrência da
c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para percepção de auxílio-doença.
carga e descarga de navios); Ainda, aqueles segurados não podem desenvolver
d) o amarrador de embarcação; outras atividades. Não descaracteriza a condição de se-
e) o ensacador de café, cacau, sal e similares; gurado especial, contudo:
f) o trabalhador na indústria de extração de sal; a) a outorga, por meio de contrato escrito de par-
g) o carregador de bagagem em porto; ceria, meação ou comodato, de até 50% (cinquenta por
h) o prático de barra em porto; cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a
i) o guindasteiro; 4 (quatro) módulos fiscais, desde que outorgante e outor-
j) o classificador, o movimentador e o empacotador gado continuem a exercer a respectiva atividade, indivi-
de mercadorias em portos. dualmente ou em regime de economia familiar;
e) segurado especial (art. 11, inciso VII, do PB; art. 9º, b) a exploração da atividade turística da proprie-
inciso VII, do RPS). dade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de
São segurados especiais os trabalhadores que 120 (cento e vinte) dias ao ano;
desempenham sua atividade remunerada por contra c) a participação em plano de previdência comple-
própria, que residem no imóvel rural ou em aglomerado mentar instituído por entidade classista a que seja asso-
urbano ou rural próximo a ele, que trabalhem individu- ciado em razão da condição de trabalhador rural ou de
almente ou em regime de economia familiar, na condição produtor rural em regime de economia familiar;
de: d) ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar
(i) produtor rural, seja proprietário, usufrutuá- que tem algum componente que seja beneficiário de pro-
rio, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgado, grama assistencial oficial de governo;
356 comodatário ou arrendatário rurais, que explore ativida- e) a utilização pelo próprio grupo familiar, na ex-
de agropecuária, em área de até 4 (quatro) módulos fis- ploração da atividade, de processo de beneficiamento ou
cais ou, de seringueiro ou extrativista vegetal, fazendo industrialização artesanal, na forma do parágrafo 11, do
Direito Previdenciário

dessas atividades o principal meio de vida; artigo 25, da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991;
(ii) pescador artesanal ou a este assemelhado f) a associação em cooperativa agropecuária ou de
que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de crédito rural;
vida; g) a incidência do Imposto sobre Produtos Indus-
(iii) cônjuge ou companheiro, bem como filho trializados (IPI), sobre o produto das atividades desen-
maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equipa- volvidas nos termos do parágrafo 12, do artigo 11, da Lei
rado, do produtor e do pescador, que, comprovadamente, n. 8.213, de 1991.
trabalhem com o grupo familiar respectivo. Também, deixa de ser segurado especial àquele
que possuir outra fonte de rendimento, salvo se decor-
Nos termos do artigo 11, parágrafo 1º, do Plano de rente:
Benefícios, entende-se como regime de economia fami- a) de benefício de pensão por morte, auxílio-a-
liar a atividade em que o trabalho dos membros da famí- cidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do
lia é indispensável à própria subsistência e ao desenvol- menor benefício de prestação continuada da Previdência
vimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido Social;
em condições de mútua dependência e colaboração, sem b) de benefício previdenciário pela participação
a utilização de empregados permanentes. em plano de previdência complementar, instituído nos
Os trabalhadores enquadrados nesta categoria termos do inciso IV, do parágrafo 8º, do artigo 11, da Lei n.
são, principalmente, aqueles pequenos produtores rurais 8.213, de 1991;
e pescadores artesanais, os quais fazem das respectivas c) do exercício de atividade remunerada em pe-
atividades o seu principal - e, por vezes, o único - meio de ríodo não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou
subsistência. Ainda, normalmente trabalham sozinhos intercalados, no ano civil, observado o disposto no pará-
ou em regime de economia familiar, sem ajuda de tercei- grafo 13, do artigo 12, da Lei n.8.212, de 1991;
ros. d) do exercício de mandato eletivo de dirigente
Por tais razões e em vista dos princípios da sele- sindical de organização da categoria de trabalhadores
tividade e distributividade na prestação dos benefícios rurais;
e serviços e, da equidade na forma de participação no e) do exercício de mandato de vereador, do Muni-
custeio (art. 194, parágrafo único, incisos III e V, da CF), cípio em que desenvolve a atividade rural ou de dirigen-
os mesmos recebem um tratamento “especial”, notada- te de cooperativa rural constituída, exclusivamente, por
mente no que diz com a sua contribuição social, que é sig- segurados especiais, observado o disposto no parágrafo
nificativamente menor que a dos demais segurados. 13, do artigo 12, da Lei n. 8.212, de 1991;

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f) de parceria ou meação outorgada na forma e salvo se filiado a regime previdenciário de país com o
condições estabelecidas acima; qual o Brasil mantenha acordo internacional;
g) da atividade artesanal desenvolvida com maté- k) o segurado recolhido à prisão, sob regime fe-
ria prima produzida pelo respectivo grupo familiar, po- chado ou semiaberto que, nesta condição, preste serviço,
dendo ser utilizada matéria prima de outra origem, desde dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empre-
que a renda mensal obtida na atividade não exceda ao sas, com ou sem intermediação da organização carcerá-
menor benefício de prestação continuada da Previdência ria ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal

Capítulo 04- Regime Geral de Previdência Social


Social; por conta própria.
h) de atividade artística, desde que em valor men- Atente, ainda, ao fato de que é vedada a filiação ao
sal inferior ao menor benefício de prestação continuada Regime Geral de Previdência Social (RGPS), na qualidade
da Previdência Social. de segurado facultativo, de pessoa participante de Re-
gime Próprio de Previdência Social (RGPS), salvo na hi-
Exercício pótese de afastamento sem vencimento e desde que não
permitida, nesta condição, contribuição ao respectivo
comentado Regime Próprio.
(CESPE) O fato de um dos integrantes do seu núcleo
familiar desempenhar atividade urbana não impli-
Exercícios
ca, por si só, a descaracterização do trabalhador rural comentados
como segurado especial, devendo-se proceder à aná-
lise do caso concreto. (CESPE) Aquele que, como contrapartida pelo de-
CERTO. Conforme podemos ver do artigo 11, parágrafo sempenho das atividades de síndico do condomínio edi-
8º, do Plano de Benefícios, existem atividades outras lício onde resida, seja dispensado do pagamento da taxa
que podem ser desempenhadas pelo membro do gru- condominial, sem receber qualquer outro tipo de remu-
po familiar e que não o descaracterizam como segu- neração, enquadra-se como segurado facultativo do
RGPS.
rado especial. ERRADO. O entendimento jurisprudencial é o de
que esta é uma forma de remuneração e, por isso, o sín-
3. São segurados facultativos (art. 13, do PB; art. 11, dico se filia obrigatoriamente ao RGPS, como segurado
do RPS) do RGPS, aquelas pessoas que, com 16 (dezesseis) contribuinte individual.
anos ou mais, não exerçam atividade remunerada que os
obrigue à filiação a um regime de previdência social e que 357
(CESPE) O bolsista remunerado que se dedica em
resolvam se filiar e contribuir voluntariamente. tempo integral à pesquisa e o segurado recolhido à pri-
ATENÇÃO! O artigo 13, da Lei n. 8.213, de 1991 ainda são sob regime fechado — e que, nesta condição, exerça
menciona a idade limite de 14 (quatorze) anos. Contudo,

Direito Previdenciário
atividade artesanal por conta própria dentro da unidade
por força das alterações promovidas pela Emenda Cons- prisional — são segurados obrigatórios do RGPS.
titucional n. 20, de 1998, a idade mínima para a filiação ao ERRADO. Como podemos ver do artigo 11, do Regu-
RGPS, como facultativo, é aos 16 (dezesseis) anos, confor- lamento da Previdência Social, ambos são considerados
me prevê o artigo 11, do Decreto n. 3.048, de 1999. segurados facultativos.
Podem filiar-se facultativamente ao RGPS:
a) a dona-de-casa; 4. Os dependentes (art. 16, do PB; arts. 16 e 17, do
b) o síndico de condomínio, quando não remune- RPS) são aquelas pessoas que dependem economica-
rado. CUIDADO ao fato de que a isenção da taxa condo- mente (total ou parcialmente) do segurado e que vão ter
minial é considerada uma forma de remuneração, o que direito às prestações do RGPS enquanto este se mantiver
obrigaria o síndico, neste caso, a filiar-se, obrigatoria- filiado.
mente, como contribuinte individual; Os dependentes são divididos em três classes, em
c) o estudante; ordem de preferência:
d) o brasileiro que acompanha cônjuge que presta a) o cônjuge, a companheira, o companheiro e o fi-
serviço no exterior; lho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21
e) aquele que deixou de ser segurado obrigatório (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência in-
da previdência social; telectual ou mental que o torne absoluta ou relativamen-
f) o membro de conselho tutelar, de que trata o ar- te incapaz, assim declarado judicialmente, pertencem à
tigo 132, da Lei n. 8.069, de 1990, quando não esteja vincu- Classe I.
lado a qualquer regime de previdência social; Sua dependência econômica em relação ao segu-
g) o bolsista e o estagiário que prestam serviços à rado é presumida.
empresa de acordo com a legislação; O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho,
h) o bolsista que se dedique em tempo integral a mediante declaração do segurado e desde que compro-
pesquisa, curso de especialização, pós-graduação,mes- vada – exclusivamente neste caso - a dependência eco-
trado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que nômica na forma estabelecida no Regulamento da Previ-
não esteja vinculado a qualquer regime de previdência dência Social;
social; Considera-se companheira ou companheiro, a
i) o presidiário que não exerce atividade remune- pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o
rada nem esteja vinculado a qualquer regime de previ- segurado ou com a segurada, de acordo com o parágrafo
dência social; 3º, do artigo 226, da Constituição Federal;
j) o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, b) os pais pertencem à Classe II.
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Sua dependência econômica em relação ao filho prego, desde que, em função deles, o menor
segurado deve ser comprovada; com dezesseis anos completos tenha econo-
mia própria;
c) o irmão não emancipado, de qualquer condição, »» da concessão de emancipação, pelos pais, ou
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha de um deles na falta do outro, mediante ins-
deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou trumento público, independentemente de ho-
relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, mologação judicial, ou por sentença do juiz,
Capítulo 04- Regime Geral de Previdência Social

pertence à Classe III. ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos


Sua dependência econômica em relação ao irmão completos;
segurado deve ser comprovada. d) para os dependentes em geral:
Adicionando ao quadro visto no início do tópico, os »» pela cessação da invalidez;
grupos de dependentes, temos a seguinte visualização: »» pelo falecimento.
5. A partir das definições supra acerca dos segura-
dos obrigatórios e facultativos, podemos concluir que são
excluídos do RGPS, que não podem se filiar a ele, basica-
mente, aqueles trabalhadores que já estejam vinculados
a um Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) e os
estrangeiros sem residência permanente no país.
Assim, por exemplo:
a) o servidor civil ocupante de cargo efetivo ou o
militar da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, bem como o das respectivas autarquias e
fundações, desde que amparados por RPPS (art. 12, do
PB). Mas, ATENÇÃO. Caso o servidor ou o militar venham
a exercer, concomitantemente, uma ou mais atividades
abrangidas pelo RGPS, tornar-se-ão segurados obrigató-
rios em relação a essas atividades;
b) o empregado de organismo oficial internacional
Exercício ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, quando co-
berto por RPPS (art. 11, inciso I, alínea “i”, do PB);
358 comentado c) o brasileiro civil que trabalha para a União, no
exterior, em organismos oficiais brasileiros ou interna-
(CESPE) A dependência econômica do irmão menor de cionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, quando
Direito Previdenciário

vinte e um anos de idade na condição de dependente segurado na forma da legislação vigente do país do do-
do segurado é presumida para fins de obtenção de be- micílio (art. 11, inciso I, alínea “e”, do PB).
nefício previdenciário.
ERRADO. Conforme dispõe o artigo 16, parágrafo 4º, do 6. No contexto do estudo dos beneficiários do RGPS,
Plano de Benefícios, a dependência econômica do ir- a filiação é o vínculo que se estabelece entre pessoas que
mão deve ser comprovada, não sendo presumida. contribuem para a previdência social e esta, do qual de-
correm direitos e obrigações (art. 20, do RPS). Desta for-
A existência de dependente de qualquer das clas- ma, só os segurados (obrigatórios e facultativos) é que se
ses anteriores, exclui do direito às prestações os das filiam; os dependentes, não. É com a filiação que nasce a
classes seguintes. qualidade de segurado.
Nos termos do artigo 17, do Regulamento da Previ- Mas, em que momento a filiação acontece? Segun-
dência Social, a perda da qualidade de dependente – NÃO do o parágrafo 1º, do artigo 20, do RPS, a filiação à previ-
confunda com as hipóteses de perda da qualidade de se- dência social decorre automaticamente do exercício de
gurado - ocorre: atividade remunerada para os segurados obrigatórios e
a) para o cônjuge, pela separação judicial ou di- da inscrição formalizada com o pagamento da primeira
vórcio, enquanto não lhe for assegurada a prestação de contribuição para o segurado facultativo.
alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por Observemos, ainda, que todo aquele que exercer,
sentença judicial transitada em julgado; concomitantemente, mais de uma atividade remunerada
b) para a companheira ou companheiro, pela ces- sujeita ao RGPS é obrigatoriamente filiado em relação a
sação da união estável com o segurado ou segurada, en- cada uma delas (art. 12, parágrafo 2º, do PB).
quanto não lhe for garantida a prestação de alimentos; Também o aposentado pelo RGPS que estiver
c) para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida
completarem vinte e um anos de idade, salvo se inváli- por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa
dos, desde que a invalidez tenha ocorrido antes, atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata
»» de completarem vinte e um anos de idade; a Lei n. 8.212, de 1991, para fins de custeio da seguridade
»» do casamento; social.
»» do início do exercício de emprego público efe- Observe, por fim, que o servidor público, civil ou
tivo; militar, filiado ao seu Regime Próprio de Previdência So-
»» da constituição de estabelecimento civil ou cial (RPPS), se vier a exercer, concomitantemente, uma
comercial ou da existência de relação de em- ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral de Pre-

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vidência Social (RGPS), tornar-se-á segurado obrigatório
em relação a essas atividades. 10. (CESPE) O servidor, civil ou militar, amparado
A inscrição, por sua vez e em relação ao segurado, por regime próprio, que venha a exercer, concomitan-
consiste no ato pelo qual ele é cadastrado (identificado) temente, uma ou mais atividades abrangidas pelo RGPS
no RGPS, mediante comprovação dos dados pessoais e de não precisa contribuir em relação a essas atividades, pois
outros elementos necessários e úteis a sua caracteriza- elas já possuem cobertura previdenciária.
ção. Já a inscrição do dependente do segurado será pro-
movida quando do requerimento do benefício a que tiver 11. (CESPE) É presumida, por força de lei, a depen-
direito, mediante a apresentação de uma série de docu- dência econômica dos pais do segurado para fins de atri-
mentos previstos no RPS (art. 22, do RPS). buição da qualidade de dependentes.

Questões 12. (CESPE) O companheiro e a companheira, desde


que comprovem a existência de união estável, integram
Gabaritadas o rol de dependentes da primeira classe, o que lhes per-

Capítulo 05- Prestações do RGPS


mite receber pensão por morte ou auxílio-reclusão, con-
1. (CESPE) O servidor público ocupante de cargo em
forme o caso.
comissão, sem vínculo efetivo com a União, autarquias
ou fundações públicas federais, é segurado obrigatório
13. (CESPE) A dependência econômica do irmão
do RGPS na condição de empregado.
menor de vinte e um anos de idade na condição de depen-
dente do segurado é presumida para fins de obtenção de
2. (CESPE) O bolsista que se dedique, em tempo in-
benefício previdenciário.
tegral, a pesquisa, em curso de especialização, pós-gra-
duação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior,
14. (CESPE) De acordo com o disposto na Lei n.º
desde que não esteja vinculado a qualquer regime de
8.213/1991, filho maior de vinte e um anos de idade não
previdência social, será considerado segurado obrigató-
portador de invalidez ou qualquer deficiência mantém a
rio do RGPS.
condição de dependente do segurado do RGPS até com-
pletar vinte e quatro anos, desde que seja estudante uni-
3. (CESPE) Indivíduo que exerce, de forma autô-
versitário.
noma, atividade de contador devidamente reconhecida
pelo órgão de classe é considerado, de acordo com a le-
15. (CESPE) A vinculação ao regime previdenciário
gislação previdenciária, segurado facultativo.
geral exclui o brasileiro civil que presta serviços à União
no exterior, em repartições governamentais brasileiras,
359
4. (CESPE) Será filiado obrigatório do RGPS, na con-
desde que tenha domicílio e tenha sido contratado no ex-
dição de segurado empregado, o trabalhador temporário
terior.

Direito Previdenciário
que presta serviço de natureza urbana ou rural, em ca-
ráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de
emprego. GABARITO
1 2 3 4 5
5. (CESPE) A pessoa física que presta serviço no
Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de Certo Errado Errado Errado Certo
carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados é se- 6 7 8 9 10
gurada obrigatória da previdência social, na qualidade de
empregado. Errado Certo Certo Certo Errado
11 12 13 14 15
6. (CESPE) É segurado obrigatório da Previdência
Social, como empregado, o membro de instituto de vida Errado Certo Errado Errado Errado
consagrada.

7. (CESPE) É segurado obrigatório da previdência 5. PRESTAÇÕES DO RGPS


social o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil
para trabalhar como empregado em sucursal de empresa Introdução
nacional no exterior.
1. O Regime Geral de Previdência Social (RGPS)
8. (CESPE) É considerado segurado empregado da promove a cobertura dos riscos sociais (6) incapacidade,
previdência social o brasileiro civil que trabalha para a idade avançada, tempo de contribuição, encargos fami-
União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou liares, prisão e morte do segurado (arts. 1º e 9º, parágrafo
internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, único, do PB), a partir da entrega de determinadas pres-
ainda que domiciliado e contratado fora do Brasil, salvo tações.
se segurado na forma da legislação do país do domicílio. Disciplina a concessão das prestações do RGPS, a
Lei n. 8.213, de 1991, conhecida como lei do Plano de Be-
9. (CESPE) Um aposentado por regime de previdên- nefícios (PB) da Previdência Social, regulamentada,
cia social dos militares que venha a exercer atividade também, pelo Decreto n. 3.048 de 1999, o Regulamento da
remunerada abrangida pelo Regime Geral da Previdên- Previdência Social (RPS).
cia Social deve ser considerado segurado obrigatório em Nos termos do artigo 18, do PB, as prestações cons-
relação a essa atividade.
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tituem-se em benefícios (10) e serviços (2). outro benefício vedado pela lei.
Os benefícios são prestações de natureza pecuni-
ária (um determinado valor). Assim: 2. As prestações do RGPS somente serão entregues
se forem verificadas, primeiramente, a ocorrência dos
• aposentadoria por invalidez, riscos sociais vistos acima.
• aposentadoria por idade, Os riscos cobertos pelo RGPS compreendem, in-
• aposentadoria por tempo de contribuição, clusive, aqueles decorrentes de acidente do trabalho (art.
• aposentadoria especial, 18, do PB).
• auxílio-doença, Nos termos do artigo 19, da Lei n. 8.213, de 1991 con-
• auxílio-acidente, sidera-se acidente do trabalho típico ou tipo, aquele “que
• auxílio-reclusão, ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou
• salário-família, de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho
• salário-maternidade, e dos segurados (especiais), provocando lesão corporal ou
• pensão por morte. perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
Capítulo 05- Prestações do RGPS

redução, permanente ou temporária, da capacidade para


Para facilitar a compreensão do tema façamos o trabalho”.
uma relação entre os riscos sociais cobertos e os seus O artigo 20, da Lei n. 8.213, de 1991 ainda considera
respectivos benefícios: acidente do trabalho a aquisição, pelo segurado, de uma
doença profissional ou de uma doença do trabalho.
Segundo o artigo 20, inciso I, da Lei n. 8.213, de 1991,
RISCO SOCIAL BENEFÍCIO a doença profissional é “aquela produzida ou desenca-
Incapacidade Auxílio-doença deada pelo exercício do trabalho peculiar à determinada
Aposentadoria por invalidez atividade”.
Auxílio-acidente As doenças profissionais são consequências natu-
rais de certas profissões e são desenvolvidas em condi-
Idade avançada Aposentadoria por idade ções de exposição a agentes químicos, físicos ou biológi-
cos relacionados no Anexo II, do Decreto n. 3.048, de 1999.
Tempo de contribui- Aposentadoria por tempo de Já a doença do trabalho é, nos termos do artigo 20,
ção contribuição inciso II, da Lei n. 8.213, de 1991 “a adquirida ou desenca-
Aposentadoria especial deada em função de condições especiais em que o traba-
lho é realizado e com ele se relacione diretamente”.
360 São doenças que, apesar de relacionadas também
Encargos familiares Salário-maternidade no Anexo II, do Decreto n. 3.048, de 1999, não são pecu-
Salário-família liares a determinadas profissões e que podem atingir
Direito Previdenciário

Prisão do segurado Auxílio-reclusão qualquer pessoa, mas que o segurado vem a contrair em
virtude das condições especiais em que o trabalho é re-
Morte do segurado Pensão por morte alizado.
Ainda, no artigo 21, da Lei n. 8.213, de 1991 encon-
O dependente somente recebe os benefícios de tramos diversas situações consideradas acidente do tra-
pensão por morte e auxílio-reclusão. Os demais benefí- balho por equiparação como, por exemplo:
cios são pagos apenas aos segurados. • “o acidente ligado ao trabalho que, embora não
Os serviços são, por outro lado, prestações de na- tenha sido a causa única, haja contribuído di-
tureza não pecuniária, um “fazer” cumprido pela Previ- retamente para a morte do segurado, para re-
dência Social. São apenas dois, o serviço social e a rea- dução ou perda da sua capacidade para o tra-
bilitação profissional. Os serviços são devidos tanto aos balho, ou produzido lesão que exija atenção
segurados, quanto aos dependentes. médica para a sua recuperação”;
• “o acidente sofrido pelo segurado no local e
ATENÇÃO! O aposentado pelo Regime Geral de no horário do trabalho, em consequência de:
Previdência Social (RGPS), que permanecer em ativida- (...) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo
de sujeita a este Regime, ou a ele retornar, apesar de ser praticado por terceiro ou companheiro de tra-
obrigado a contribuir, não fará jus a prestação alguma da balho”;
Previdência Social, em decorrência do exercício dessa • “o acidente sofrido pelo segurado ainda que
atividade, exceto ao salário-família, salário-maternida- fora do local e horário de trabalho: (...) no per-
de e à reabilitação profissional, quando empregado. curso da residência para o local de trabalho ou
deste para aquela, qualquer que seja o meio de
locomoção, inclusive veículo de propriedade
Disposições gerais acerca dos benefícios do segurado”. Este é o conhecido “acidente de
/Condições gerais trajeto” ou “de percurso”.
No entanto, não são consideradas doenças do tra-
1. Cada prestação possui uma série de condições, balho, (a) a doença degenerativa, (b) a inerente a grupo
gerais e específicas, que devem ser observadas para a etário, (c) a que não produza incapacidade laborativa e,
sua concessão. Vejamos, agora, as primeiras, as condi- (d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante
ções gerais, ou seja, o risco social, a qualidade de segu- de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação
rado, o cumprimento da carência e a não acumulação de de que é resultante de exposição ou contato direto deter-

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minado pela natureza do trabalho. d) por até 12 (doze) meses após o livramento, para o
Nos termos do artigo 22, da Lei n. 8.213, de 1991 a segurado detido ou recluso;
empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar e) por até 12 (doze) meses após a cessação das con-
o acidente do trabalho à Previdência Social até o primei- tribuições para aquele que se desvincular de Regime
ro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, Próprio de Previdência Social.
de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa Este prazo será prorrogado para até 24 (vinte e
variável entre o limite mínimo e o limite máximo do sa- quatro) meses se a pessoa já tiver pago mais de 120 (cen-
lário de contribuição, sucessivamente aumentada nas to e vinte) contribuições mensais sem interrupção que
reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência So- acarrete a perda da qualidade de segurado;
cial. f) por até 06 (seis) meses após a cessação das con-
Na falta de comunicação do acidente pela empresa tribuições para o segurado Facultativo;
ou pelo empregador doméstico, poderão formalizá-la o g) por até 03 (três) meses após o licenciamento,
próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindi- para o segurado incorporado às Forças Armadas para
cal competente, o médico que o assistiu ou qualquer au- prestar serviço militar.

Capítulo 05- Prestações do RGPS


toridade pública. Durante os “períodos de graça” acima, os bene-
Considera-se como dia do acidente, no caso de do- ficiários mantém o direito à proteção previdenciária e
ença profissional ou do trabalho: (a) a data do início da podem receber - à exceção do salário-família - todos os
incapacidade laborativa para o exercício da atividade demais benefícios do RGPS, caso os riscos sociais se ve-
habitual ou, (b) o dia da segregação compulsória ou, (c) o rifiquem.
dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este
efeito o que ocorrer primeiro (art. 23, do PB). Exercícios
3. Tendo ocorrido o risco social coberto pelo RGPS,
comentados
para ter direito às prestações previdenciárias o segurado
ainda deve ter mantida esta condição, ou seja, deve haver (CESPE) Em regra, mantêm a qualidade de segurado
a qualidade de segurado. Se perdida a qualidade de segu- por até doze meses, independentemente de contribui-
rado os beneficiários não farão mais jus às prestações, ções, o segurado empregado, o avulso, o doméstico e o
mesmo que o risco social coberto tenha se verificado. facultativo.
ERRADO. Conforme prevê o artigo 15, inciso VI, do Pla-
3.1 É com a filiação que nasce a qualidade de segu- no de Benefícios, mantém a qualidade de segurado,
rado, ou seja, o direito à proteção previdenciária. até 6 (seis) meses após a cessão das contribuições, o
Vimos que a filiação ao RGPS decorre, automati- segurado facultativo. 361
camente, do exercício de atividade remunerada para os
segurados obrigatórios e da inscrição, formalizada com o (CESPE) Marcelo, após um período em que realizou

Direito Previdenciário
pagamento da primeira contribuição, para os segurados oitenta e quatro contribuições mensais ao RGPS, per-
facultativos. maneceu sem contribuir durante sete meses e, em
Assim, normalmente, o segurado mantém o direito seguida, voltou a realizar as contribuições por um pe-
à cobertura previdenciária enquanto estiver no exercí- ríodo de quarenta e oito meses, após o qual as contri-
cio de atividade remunerada ou contribuindo para a pre- buições cessaram novamente. Nessa situação hipo-
vidência. tética, o período de graça a que Marcelo tem direito se
estenderá por, pelo menos, vinte e quatro meses após
3.2 Contudo, mesmo não havendo exercício de ati- a última cessação das contribuições, uma vez que ele
vidade remunerada ou o recolhimento de contribuição, a pagou mais de cento e vinte contribuições mensais ao
qualidade de segurado se mantém de forma extraordi- RGPS, ainda que não consecutivamente.
nária: CERTO. Conforme encontramos no artigo 15, parágra-
a) sem limite de prazo, para aquele que está em fo 1º, do Plano de Benefícios.
gozo de qualquer benefício previdenciário;
b) por até 12 (doze) meses após a cessação de be- 3.3 A perda da qualidade de segurado ocorrerá,
nefício por incapacidade ou após a cessação das contri- conforme prevê o artigo 14, do Decreto n. 3.048, de 1999:
buições, para o segurado que deixar de exercer atividade “no dia seguinte ao do vencimento da contribuição
remunerada abrangida pela previdência social ou estiver do contribuinte individual relativa ao mês imediatamente
suspenso ou licenciado sem remuneração. posterior ao término daqueles prazos”
Este prazo será prorrogado para até 24 (vinte e Ainda, dita o artigo 102 da Lei 8.213, de 1991 que “a
quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 perda da qualidade de segurado importa em caducidade
(cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção dos direitos inerentes a essa qualidade”
que acarrete a perda da qualidade de segurado. No entanto, em algumas poucas situações previs-
Os dois prazos supra - de 12 ou de 24 meses – serão tas na lei, a perda da qualidade de segurado não vai im-
ainda acrescidos de mais 12 (doze) meses para o segura- plicar no desaparecimento de todos os direitos inerentes
do desempregado, desde que comprovada essa situação a essa condição.
pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho Assim,
e Emprego (MTE); a) as contribuições anteriores à perda da qualidade
c) por até 12 (doze) meses após cessar a segrega- de segurado poderão ser computadas para efeito de ca-
ção, para o segurado acometido de doença de segregação rência depois que o segurado contar, a partir da nova fi-
compulsória; liação ao RGPS com, no mínimo 1/3 (um terço) do número

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de contribuições exigidas para o cumprimento da carên- Nos termos do artigo 25, da Lei n. 8.213, de 1991, a
cia definida para o benefício previdenciário a ser requeri- “concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral
do (art. 24, parágrafo único, da Lei n. 8.213, de 1991); de Previdência Social depende dos seguintes períodos de
carência”:
Exercício a) auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12
(doze) contribuições mensais;
comentado b) aposentadoria por idade, aposentadoria por
tempo de contribuição e aposentadoria especial: 180
(CESPE) Ricardo, segurado facultativo do RGPS, havia (cento e oitenta) contribuições mensais;
recolhido dez contribuições mensais quando, devido c) salário-maternidade para os segurados con-
a problemas financeiros, teve de deixar de recolher tribuinte individual e facultativo: 10 (dez) contribuições
novas contribuições durante nove meses. Após se mensais. Em caso de parto antecipado, o período de ca-
restabelecer financeiramente, Ricardo voltou a con- rência será reduzido em número de contribuições equi-
tribuir, mas, após quatro meses de contribuição, ele valente ao número de meses em que o parto foi anteci-
Capítulo 05- Prestações do RGPS

foi acometido por uma doença que o incapacitou para pado;


o trabalho durante vinte dias. Nessa situação, embo- d) salário-maternidade para o segurado especial:
ra a doença de Ricardo exija carência para o gozo do 10 (dez) meses de exercício de atividade rural, ainda que
benefício de auxílio-doença, este perceberá o referido de forma descontínua. Em caso de parto antecipado, o
auxílio devido ao fato de ter readquirido a qualidade período de carência será reduzido em número equivalen-
de segurado a partir do recolhimento de um terço do te ao de meses em que o parto foi antecipado.
número de contribuições exigidas para o gozo do au- No entanto, independe de período de carência a
xílio-doença. concessão (art. 26, da Lei n. 8.213, de 1991):
ERRADO. A questão confunde a aquisição da qualidade a) da pensão por morte, do auxílio-reclusão, do sa-
de segurado com o requisito carência. Assim, Ricardo lário-família e do auxílio-acidente;
readquiriu a qualidade de segurado no momento em b) do auxílio-doença e da aposentadoria por inva-
que voltou a contribuir e, a partir do recolhimento de lidez, nos casos de acidente de qualquer natureza ou cau-
um terço do número de contribuições exigidas para o sa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos
gozo do benefício pretendido, ele resgatou as contri- casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acome-
buições anteriores à perda da qualidade de segurado, tido de alguma das doenças e afecções especificadas em
para efeito de carência (art. 24, parágrafo único, do lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdên-
Plano de Benefícios). cia Social, atualizada a cada 3 (três) anos, de acordo com
362 b) não será considerada a perda da qualidade de os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiên-
segurado para a concessão das aposentadorias por tem- cia ou outro fator que lhe confira especificidade e gravi-
po de contribuição, especial e por idade, desde que, neste dade que mereçam tratamento particularizado;
Direito Previdenciário

último caso o segurado conte com, no mínimo, o tempo c) do salário-maternidade para os segurados em-
de contribuição correspondente ao exigido para efeito de pregado, trabalhador avulso e empregado doméstico;
carência na data do requerimento do benefício (art. 3º, da d) do serviço social e da reabilitação profissional.
Lei n. 10.666, de 2003); O período de carência tem início, ou seja, começa a
c) a perda da qualidade de segurado “não prejudi- ser contado (art. 27, do PB):
ca o direito à aposentadoria para cuja concessão tenham a) para os segurados empregado, empregado do-
sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legisla- méstico e trabalhador avulso, a partir do início de ativi-
ção em vigor à época em que estes requisitos foram aten- dade remunerada, ou seja, da filiação ao RGPS;
didos” (art. 102, parágrafo 1º, da Lei n. 8.213, de 1991). b) para os segurados contribuinte individual, es-
pecial e facultativo, a partir da data do efetivo recolhi-
3.4 O restabelecimento da qualidade de segurado mento da primeira contribuição sem atraso, não sendo
ocorre quando o segurado obrigatório retoma o exercício consideradas para este fim, as contribuições recolhidas
de uma atividade remunerada ou volta a contribuir, no com atraso referentes a competências anteriores.
caso do segurado facultativo.

4. Ocorrido o risco social e havendo a qualidade de


Exercícios
segurado, para a concessão do benefício previdenciário é comentados
necessário verificar ainda se foi cumprida a carência.
Período de carência é, nos termos do artigo 24, da (CESPE) O salário-maternidade pago à segurada em-
Lei n. 8.213, de 1991 o tempo correspondente ao “núme- pregada, à segurada empregada doméstica e à segu-
ro mínimo de contribuições mensais indispensáveis para rada avulsa, o auxílio-reclusão e o salário-família
que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a prescindem de carência.
partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas CERTO. Conforme prevê o artigo 26, do Plano de Bene-
competências”. fícios.
Para o segurado especial, contudo, “considera-se
período de carência o tempo mínimo de efetivo exercício
de atividade rural, ainda que de forma descontínua, igual (CESPE) Desde que tenha sido intercalado com o exer-
ao número de meses necessário à concessão do benefí- cício de atividade laborativa, o período em que o se-
cio requerido” (art. 26, parágrafo 1º, do Decreto n. 3.048, de gurado se beneficiar de auxílio-doença deverá ser
1999). considerado para fins de cômputo de carência e para

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o cálculo do tempo de contribuição na concessão de siderado para o cálculo do salário de benefício.
aposentadoria por invalidez, conforme entendimento Ainda, não será considerado, para o cálculo do sa-
do STF. lário de benefício, o aumento dos salários de contribuição
CERTO. Normalmente, conta-se como tempo de con- que exceder o limite legal, inclusive o voluntariamente
tribuição e para efeito de carência, aqueles meses em concedido nos 36 (trinta e seis) meses imediatamente an-
que o segurado exerceu atividade remunerada e, con- teriores ao início do benefício, salvo se homologado pela
sequentemente, contribuiu para a Previdência Social. Justiça do Trabalho, resultante de promoção regulada
No entanto e conforme o artigo 55, inciso II, do Plano por normas gerais da empresa, admitida pela legislação
de Benefícios, conta-se como tempo de contribuição, do trabalho, de sentença normativa ou de reajustamento
o período em que o segurado esteve em gozo de auxí- salarial obtido pela categoria respectiva.
lio-doença ou aposentadoria por invalidez, desde que Também, é importante mencionar que, se no pe-
o mesmo esteja situado (intercalado) entre dois perío- ríodo básico de cálculo, o segurado tiver recebido bene-
dos de efetivo exercício de atividade remunerada fícios por incapacidade, sua duração será contada, con-
siderando-se como salário de contribuição, no período,

Capítulo 05- Prestações do RGPS


5. Além de preencher todos os requisitos gerais o salário de benefício que serviu de base para o cálculo
vistos acima, para o recebimento da prestação pretendi- da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases
da, o beneficiário não pode estar usufruindo outro bene- dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor
fício previdenciário que a lei considera inacumulável. de 1 (um) salário mínimo.
Ressalvados os casos de direito adquirido é proibi-
do o recebimento conjunto dos seguintes benefícios (art. 2. Para a aposentadoria por idade e da aposentado-
124, da Lei n. 8.213, de 1991 e art. 167, do Decreto n. 3.048, ria por tempo de contribuição, o salário de benefício con-
de 1999): siste na média aritmética simples dos maiores salários
• qualquer aposentadoria com auxílio-doença; de contribuição (exceto o décimo terceiro salário ou gra-
• mais de uma aposentadoria; tificação natalina) do segurado, correspondentes a 80%
• salário maternidade e auxílio-doença; (oitenta por cento) de todo o período contributivo, multi-
• mais de um auxílio-acidente; plicado pelo fator previdenciário (art. 29, inciso I, do PB).
• mais de uma pensão deixada por cônjuge ou Para a aposentadoria por idade a multiplicação
companheiro, ressalvado o direito de opção pelo fator previdenciário é, contudo, facultativa (art. 7º,
pela mais vantajosa; da Lei n. 9.876, de 1999).
• qualquer aposentadoria com auxílio-acidente;
• qualquer beneficio de prestação continuada da Exercício 363
Previdência Social (exceto pensão por morte e
auxílio-acidente) com o seguro-desemprego. comentado

Direito Previdenciário
(CESPE) O fator previdenciário só incidirá na apo-
Exercício sentadoria por idade quando a sua aplicação for mais
comentado vantajosa ao segurado.
CERTO. É o que se pode concluir a partir da leitura do
É vedada a cumulação da pensão por morte de tra- artigo 7º, da Lei n. 9.876, de 1999 e do artigo 181-A, do
balhador rural com o benefício da aposentadoria por Regulamento da Previdência Social.
invalidez, uma vez que ambos os casos apresentam
pressupostos fáticos e fatos geradores análogos. 2.1 O fator previdenciário consiste em um índice
ERRADO. A legislação não veda a cumulação de pen- que será usado para descobrir o salário de benefício da
são por morte com a aposentadoria por invalidez. aposentadoria por tempo de contribuição e da aposenta-
doria por idade.
/Salário de benefício Na sua apuração levam-se em consideração os fa-
tores idade, expectativa de sobrevida e o tempo de con-
1. Conforme dispõe o artigo 31, do Decreto n. 3.048, tribuição do segurado ao se aposentar (art. 29, parágrafo
de 1999, o salário de benefício é o valor básico utilizado 7º, do PB).
para cálculo da renda mensal de alguns dos benefícios de Para efeito de cálculo do fator previdenciário, ao
prestação continuada da Previdência Social, inclusive os tempo de contribuição do segurado devem ser adiciona-
regidos por normas especiais. dos, ainda (a) 5 (cinco) anos, quando se tratar de mulher
O salário de benefício é, assim, a base de cálculo ou, (b) 5 (cinco) ou 10 (dez) anos, quando se tratar, respec-
utilizada para se apurar o valor dos benefícios previden- tivamente, de professor ou professora, que comprovem
ciários, à exceção do salário-família, do salário-mater- exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções
nidade, do auxílio-reclusão e da pensão por morte. de magistério na educação infantil, no ensino funda-
Conforme prevê o parágrafo 3º, do artigo 29, do Pla- mental e médio (art. 29, parágrafo 9º, do PB).
no de Benefícios, serão considerados para cálculo do sa- O artigo 29-C, da Lei n. 8.213, de 1991 prevê, no en-
lário de benefício, os ganhos habituais do segurado em- tanto, que o segurado que preencher o requisito para a
pregado, a qualquer título, sob a forma de moeda corrente aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar
ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contribui- pela não incidência do fator previdenciário, no cálculo
ções previdenciárias, exceto o décimo terceiro salário de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma
(gratificação natalina). Ou seja, há contribuição incidente de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as
sobre o décimo terceiro salário, mas o mesmo não é con- frações, na data de requerimento da aposentadoria, for:

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a) igual ou superior a 95 (noventa e cinco) pontos,
se homem, observando o tempo mínimo de contribuição /Renda mensal do benefício
de 35 (trinta e cinco) anos;
b) igual ou superior a 85 (oitenta e cinco) pontos, se 1. A renda mensal do benefício é o valor que será
mulher, observado o tempo mínimo de contribuição de efetivamente pago ao segurado e ao dependente.
30 (trinta) anos. Os benefícios previdenciários que possuem como
Observe que, as somas de idade e de tempo de con- base de cálculo o salário de benefício têm a incidência
tribuição acima serão majoradas em um ponto nas se- de um determinado percentual sobre este, para apurar o
guintes datas: 31 de dezembro de 2018; 31 de dezembro de valor da renda mensal (art. 39, do RPS). Assim,
2020; 31 de dezembro de 2022; 31 de dezembro de 2024; 31 • a renda mensal do auxílio-doença é equiva-
de dezembro de 2026. lente a 91% (noventa e um por cento) do salário
Assim, por exemplo, a partir de 31 de dezembro de de benefício anteriormente apurado;
2018, o segurado homem poderá optar pela não incidên- • a renda mensal do auxílio-acidente é equiva-
cia do fator previdenciário no cálculo de sua aposenta-
Capítulo 05- Prestações do RGPS

lente a 50% (cinquenta por cento) do salário de


doria, quando o total resultante da soma de sua idade e benefício apurado, para o auxílio-doença que
de seu tempo de contribuição for igual ou superior a 96 lhe antecedeu;
(noventa e seis) pontos. • a renda mensal da aposentadoria por invali-
Para efeito de aplicação do que prevê o artigo 29- dez, da aposentadoria por tempo de contribui-
C, caput, da Lei n. 8.213, de 1991, o tempo mínimo de con- ção e da aposentadoria especial é equivalente
tribuição do professor e da professora que comprovarem a 100% (cem por cento) do salário de benefício
exclusivamente tempo de efetivo exercício de magisté- anteriormente apurado;
rio na educação infantil e no ensino fundamental e médio • a renda mensal da aposentadoria por idade é
será de, respectivamente, 30 (trinta) e 25 (vinte e cinco) equivalente a 70% (setenta por cento) do salá-
anos, e serão acrescidos cinco pontos à soma da idade rio de benefício anteriormente apurado, mais
com o tempo de contribuição. 1% (um por cento) deste para cada grupo de 12
(doze) contribuições mensais do segurado, até
3. Para o cálculo da aposentadoria por invalidez, o máximo de 30% (trinta por cento), não po-
da aposentadoria especial, do auxílio-doença e do au- dendo ultrapassar, contudo, 100% do salário de
xílio-acidente, o salário de benefício consiste na média benefício.
aritmética simples dos maiores salários de contribuição O salário-família, o salário-maternidade, a pensão
(exceto o décimo terceiro salário ou gratificação nata- por morte e o auxílio-reclusão possuem a renda mensal
364 lina), correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo calculada de outra forma.
o período contributivo. Aqui não há a aplicação do fator
previdenciário (art. 29, inciso II, do PB). 2. Conforme o artigo 33, da Lei n. 8.213, de 1991, a
Direito Previdenciário

renda mensal dos benefícios de prestação continuada do


4. O salário de benefício do segurado especial que RGPS, que substituir o salário de contribuição ou o ren-
não contribuiu de forma facultativa (art. 25, parágrafo 1º, dimento do trabalho do segurado, não terá valor inferior
da Lei n. 8.212, de 1991), consiste no valor equivalente ao ao do salário mínimo e não poderá ser, ainda, superior ao
salário-mínimo (art. 29, parágrafo 6º, do PB). limite máximo do salário de contribuição, ressalvado,
• o caso do aposentado por invalidez que neces-
5. Todos os salários de contribuição utilizados no sitar da assistência permanente de outra pes-
cálculo do salário de benefício serão corrigidos mês a soa e que receberá um acréscimo de 25%(vinte
mês, de acordo com a variação integral do Índice Nacio- e cinco por cento), ainda que o valor da aposen-
nal de Preço ao Consumidor (INPC) apurado pela Funda- tadoria atinja o limite máximo legal. As situa-
ção Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ções que dão direito àquela majoração estão
referente ao período decorrido a partir da primeira com- previstas no Anexo I, do Decreto n. 3.048, de
petência do salário de contribuição que compõe o perí- 1999;
odo básico de cálculo até o mês anterior ao do início do • o caso do salário-maternidade das seguradas
benefício, de modo a preservar o seu valor real, conforme empregada e trabalhadora avulsa, o qual terá
preveem os artigos 29-B, da Lei n. 8.213, de 1991 e 33, do renda mensal igual à remuneração integral
Decreto n. 3.048, de 1999. destas, mesmo que seja ultrapassado o limite
Para fins de apuração do salário de benefício de máximo legal dos benefícios do RGPS (art. 7º,
qualquer aposentadoria precedida de auxílio-acidente, o inciso XVIII, da CF). Contudo, o valor da renda
valor mensal deste benefício será somado ao salário de mensal nestes casos deve respeitar o teto re-
contribuição do segurado antes da aplicação da correção muneratório estabelecido no artigo 37, inciso
monetária prevista em lei, não podendo o total apurado XI, da Constituição Federal, conforme deter-
ser superior ao limite máximo do salário de contribuição mina o artigo 248, da Constituição Federal.
(art. 31, do PB).
Em qualquer hipótese o valor do salário de benefí- 3. É devido o abono anual (gratificação natalina
cio não será inferior ao de um salário mínimo, nem supe- ou décimo terceiro salário) ao segurado e ao dependen-
rior ao limite máximo do salário de contribuição na data te do RGPS que, durante o ano recebeu auxílio-doença,
de início do benefício (art. 29, parágrafo 2º, da Lei n. 8.213, auxílio acidente, aposentadoria, salário-maternidade,
de 1991). pensão por morte ou auxílio-reclusão, calculado, no que
couber, da mesma forma que a gratificação de natal dos
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trabalhadores, tendo por base o valor da renda mensal órgãos de última instância recursal administrativa.
do benefício do mês de dezembro de cada ano, conforme Ao Conselho Pleno (CP) compete, principalmente,
asseguram os artigos 40, da Lei n. 8.213, de 1991 e 120, do (a) uniformizar, em tese, a jurisprudência administrativa
Decreto n. 3.048, de 1999. previdenciária, mediante emissão de enunciados e, (b)
O único benefício do RGPS em relação ao qual não uniformizar, no caso concreto, as divergências jurispru-
há o pagamento da gratificação natalina é, portanto, o sa- denciais entre as Juntas de Recursos nas matérias de sua
lário-família. alçada ou entre as Câmaras de Julgamento, em sede de
recurso especial, mediante a emissão de resolução.
4. O reajustamento do valor dos benefícios do RGPS
é assegurado pelo artigo 201, parágrafo 4º, da Constitui-
ção Federal, como forma de lhes preservar o valor real. Benefícios do RGPS
Nos termos do artigo 41-A, da Lei n. 8.213, de 1991 os rea- Auxílio-doença
justes observarão os seguintes requisitos:
• preservação do valor real do benefício; 1. O auxílio-doença (arts. 59 a 64, do PB; arts. 71 a

Capítulo 05- Prestações do RGPS


• serão proporcionais à data de início ou do últi- 80, do RPS) é devido ao segurado que ficar incapacitado
mo reajustamento do benefício; para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por
• serão anuais, na mesma data de reajuste do mais de 15 (quinze) dias consecutivos, seja em virtude de
salário mínimo; doença ou de acidente de qualquer natureza ou causa, in-
• terão como índice o INPC/IBGE. clusive o do trabalho.
ATENÇÃO! Não será devido auxílio-doença ao se-
Recursos das Decisões Administrativas gurado que se filiar ao RGPS, já portador da doença ou da
lesão invocada como causa para o benefício, salvo quan-
1. Ainda, temos que conhecer um pouco do pro- do a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou
cedimento estabelecido para a interposição de recurso agravamento dessa doença ou lesão.
administrativo, pelo beneficiário, em face das decisões Todos os segurados (obrigatórios e facultativo)
relativas aos benefícios e para a defesa de seus direitos. têm direito ao benefício.
Assim, inicialmente, dispõe o artigo 126, da Lei n. A carência é de 12 (doze) contribuições mensais.
8.213, de 1991 que, das decisões do Instituto Nacional do Dispensa-se a carência, contudo, nos casos de acidente
Seguro Social (INSS), nos processos de interesse dos be- de qualquer natureza ou causa e de doença profissional
neficiários caberá recurso para o Conselho de Recursos ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que,
da Previdência Social (CRPS), conforme dispuser o Regu- após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das do- 365
lamento. enças e afecções especificadas em lista elaborada pelos
No entanto, a propositura, pelo beneficiário, de Ministérios da Saúde e da Previdência Social a cada três

Direito Previdenciário
ação judicial que tenha por objeto idêntico pedido sobre anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação,
o qual versa o processo administrativo importa renúncia mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe confira es-
ao direito de recorrer na esfera administrativa e desis- pecificidade e gravidade que mereçam tratamento par-
tência do recurso interposto. ticularizado.
O auxílio-doença, inclusive o decorrente de aci-
2. O Decreto n. 3.048, de 1999, nos artigos 305 a 310 dente do trabalho, consistirá numa renda mensal cor-
promove a disciplina dos recursos. Repetindo o disposto respondente a 91% (noventa e um por cento) do salário de
na Lei n. 8.213, de 1991, o artigo 305, do Decreto informa benefício.
que das decisões do INSS, nos processos de interesse dos ATENÇÃO! Por força das alterações produzidas
beneficiários, caberá recurso para o CRPS. pela Lei n. 13.135, de 2015, para benefícios com data de
afastamento do trabalho a partir de 1º de março de 2015, a
2.1 O Conselho de Recursos da Previdência Social renda mensal inicial não poderá exceder a média aritmé-
(CRPS), integrante da estrutura do Ministério da Previ- tica simples dos últimos 12 (doze) salários de contribui-
dência Social (MPS) é órgão colegiado de controle juris- ção, inclusive em caso de remuneração variável, ou, se
dicional das decisões do Instituto Nacional do Seguro So- não alcançado o número de 12 (doze), a média aritmética
cial (INSS), nos processos de interesse dos beneficiários simples dos salários de contribuição existentes.
e das empresas, nos casos previstos na legislação (art. 1º, O benefício é devido (tem início):
da Portaria MPS n. 548, de 2011). a) ao segurado empregado, a partir do 16º (décimo
A estrutura do CRPS compreende, basicamente, o sexto) dia do efetivo afastamento da atividade, se reque-
Conselho Pleno, quatro Câmaras de Julgamento e vinte e rido até 30 (trinta) dias daquele. A partir da data do re-
nove Juntas de Recurso. querimento, se o mesmo for formulado mais de 30 (trinta)
dias após a data do afastamento. Durante os primeiros 15
2.2 Em face de decisão proferida pelo INSS cabe, (quinze) dias consecutivos ao do afastamento da ativida-
inicialmente e no prazo de 30 (trinta) dias, a interposição de, por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao
do recurso ordinário, dirigido às Juntas de Recursos (JR). segurado empregado o seu salário integral;
Interposto o recurso, o INSS pode reformar sua de- b) aos demais segurados, a partir da data do início
cisão, deixando, no caso de reforma favorável ao interes- da incapacidade, se requerido até 30 (trinta) dias após
sado, de encaminhar o recurso à instância competente. aquela. A partir da data do requerimento, se o mesmo for
Das decisões proferidas no julgamento do recur- feito após 30 (trinta) dias do início da incapacidade.
so ordinário caberá, também no prazo de 30 (trinta) dias, O segurado empregado, inclusive o doméstico, em
recurso especial dirigido às Câmaras de Julgamento (CJ), gozo de auxílio doença será considerado pela empresa e
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pelo empregador doméstico como licenciado. A empresa
que garantir ao segurado licença remunerada ficará obri-
AUXÍLIO-DOENÇA
gada a pagar-lhe durante o período de auxílio-doença a A carência do benefício 12 contribuições mensais.
eventual diferença entre o valor deste e a importância é de...
garantida pela licença (art. 63, do PB). A renda mensal do 91% do salário de benefício.
Conforme estabelece o artigo 77, do Regulamento benefício é de...
da Previdência Social, o segurado em gozo de auxílio-
-doença está obrigado, independentemente de sua ida-
de e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se
Aposentadoria por invalidez
a exame médico a cargo da previdência social, processo
1. A aposentadoria por invalidez (arts. 42 a 47, do PB;
de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e
arts. 43 a 50, do RPS) é benefício que cobre o risco social
tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgi-
incapacidade que, neste caso, deve ser total e permanen-
co e a transfusão de sangue, que são facultativos.
te. O benefício será concedido ao segurado acometido
O benefício cessa, primeiramente, com a recupe-
Capítulo 05- Prestações do RGPS

de incapacidade permanente, para o exercício de toda e


ração da capacidade para o trabalho (para a habitual ou
qualquer atividade que garanta a sua subsistência.
para outra qualquer). O segurado que, durante o gozo do
Devemos lembrar que a doença ou lesão de que o
auxílio doença vier a exercer atividade que lhe garanta
segurado já era portador ao filiar-se ao RGPS não lhe con-
subsistência, sem ter sido previamente declarado re-
ferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando
cuperado pelo INSS, poderá ter o benefício cancelado a
a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou
partir do retorno à atividade (art. 60, parágrafo 6º, do PB).
agravamento dessa doença ou lesão.
O benefício ainda cessa pela sua transformação em apo-
Todos os segurados do RGPS tem direito ao bene-
sentadoria por invalidez ou auxílio-acidente e, claro, pela
fício.
morte do segurado.
São exigidas, a título de carência, 12 (doze) con-
Se concedido novo benefício, decorrente da mes-
tribuições mensais. Ainda, dispensa-se a carência para
ma doença, dentro de 60 (sessenta) dias contados da ces-
a aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de
sação do benefício anterior, a empresa fica desobrigada
qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou
do pagamento relativo aos 15 (quinze) primeiros dias de
do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após
afastamento, prorrogando-se o benefício anterior e des-
filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças
contando-se os dias trabalhados, se for o caso (art. 75,
e afecções especificadas em lista elaborada pelos Minis-
parágrafo 3º, do RPS).
térios da Saúde e da Previdência Social, de acordo com os
Se o segurado empregado, por motivo de doença,
366 afastar-se do trabalho durante 15 (quinze) dias, retor-
critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência,
ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade
nando à atividade no décimo sexto dia, e se dela voltar a
que mereçam tratamento particularizado.
se afastar dentro de 60 (sessenta) dias desse retorno, em
Direito Previdenciário

A renda mensal do benefício, inclusive o decor-


decorrência da mesma doença, fará jus ao auxílio doença
rente de acidente do trabalho é de 100% (cem por cento)
a partir da data do novo afastamento. Se, no entanto, se
do salário de benefício, exceto para o segurado especial,
o retorno à atividade tiver ocorrido antes de 15 (quinze)
cujo valor é de 1 (um) salário mínimo.
dias do afastamento, o segurado fará jus ao auxílio-do-
O valor da aposentadoria por invalidez do segu-
ença a partir do dia seguinte ao que completar aquele pe-
rado que necessitar da assistência permanente de outra
ríodo (art. 75, parágrafos 4º e 5º, do RPS).
pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento). As
O auxílio-doença do segurado que exercer mais
hipóteses que dão direito a este acréscimo estão elenca-
de uma atividade abrangida pela previdência social será
das no Anexo I, do Decreto n. 3.048, de 1999. Este acrés-
devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o
cimo será devido (a) ainda que o valor da aposentadoria
exercício de uma delas. O auxílio-doença será concedi-
atinja o limite máximo legal; (b) será recalculado quando
do em relação à atividade para a qual o segurado estiver
o benefício que lhe deu origem for reajustado e, (c) cessa-
incapacitado, considerando-se para efeito de carência
rá com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao
somente as contribuições relativas a essa atividade (art.
valor da pensão.
73, do RPS).
O benefício tem início:
Quando o segurado que exercer mais de uma ati-
a) a partir do dia imediato ao da cessação do auxí-
vidade se incapacitar definitivamente para uma delas,
lio-doença se houve sua concessão anterior;
deverá o auxílio-doença ser mantido indefinidamente,
b) ao segurado empregado a partir do 16º dia do efe-
não cabendo sua transformação em aposentadoria por
tivo afastamento da atividade, se requerido até 30 (trin-
invalidez, enquanto essa incapacidade não se estender
ta) dias daquele. Se requerido após este prazo, o benefício
às demais atividades (art. 74, do RPS).
passa a ser devido da data do requerimento;
AUXÍLIO-DOENÇA c) aos demais segurados, a partir da data do início
da incapacidade, se requerido até 30 (trinta) dias após
Cobre o risco social... incapacidade para o trabalho aquela. Se o requerimento é feito após o trigésimo dia, o
ou para a atividade habitual, benefício passa a ser devido da data do requerimento.
por mais de 15 (quinze) dias. O benefício exige, para a sua concessão, a incapa-
Têm direito ao todos os segurados, cidade total e permanente (o que não significa definitivi-
benefício... obrigatórios e facultativo. dade). Há, então, a possibilidade de recuperação do segu-
rado.
Ocorrendo a recuperação total do aposentado den-
tro de 5 (cinco) anos a partir do início da aposentadoria
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por invalidez ou do auxílio-doença que o antecedeu sem ção, ao segurado quando, após consolidação das lesões
interrupção, decorrentes de acidente de qualquer natureza, resulta-
• o benefício cessará de imediato para o empre- rem sequelas que impliquem redução da capacidade para
gado que tiver direito de retornar à função que o trabalho que habitualmente exercia.
desempenhava na empresa quando se apo- Os “tipos de sequela” que dão direito ao auxílio-
sentou, ou -acidente estão relacionadas no Anexo III, do Decreto n.
• após tantos meses quantos forem os anos de 3.048, de 1999.
duração do auxílio-doença e da aposentadoria ATENÇÃO! A perda da audição, em qualquer grau,
por invalidez, para os demais segurados. somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente,
No entanto, ocorrendo a recuperação total após 5 quando, além do reconhecimento de causalidade entre o
(cinco) anos a partir do início da aposentadoria por in- trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na re-
validez ou do auxílio-doença que o antecedeu sem in- dução ou perda da capacidade para o trabalho que habi-
terrupção, ou a recuperação parcial, ou ainda, quando o tualmente exercia.
segurado for declarado apto para o exercício de trabalho

Capítulo 05- Prestações do RGPS


Segundo o artigo 104, parágrafo 4º, do Regulamen-
diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria to da Previdência Social, não dá direito ao benefício o
será mantida, sem prejuízo da volta à atividade caso,
• no seu valor integral, durante 6 meses conta- a) que apresente danos funcionais ou redução da
dos da data em que for verificada a recupera- capacidade funcional sem repercussão na capacidade
ção da capacidade e, laborativa e,
• com redução de 50%, no período seguinte de 6 b) de mudança de função, mediante readaptação
meses e, profissional promovida pela empresa, como medida pre-
• com redução de 75% também por igual período ventiva, em decorrência de inadequação do local de tra-
de 6 meses, ao término do qual cessará defini- balho.
tivamente. Têm direito ao benefício apenas os segurados em-
Salvo as hipóteses acima mencionadas, o aposen- pregado, empregado doméstico, trabalhador avulso e es-
tado por invalidez que retorna voluntariamente à ativi- pecial, dado serem os únicos a verter contribuições es-
dade terá sua aposentadoria cancelada automaticamen- pecífica para o SAT/GILRAT.
te, a partir da data do retorno. Não se exige carência em nenhuma hipótese.
O segurado que retornar à atividade poderá reque- A renda mensal do benefício, inclusive o decorren-
rer, a qualquer tempo, novo benefício, tendo este proces- te de acidente do trabalho é de 50% (cinquenta por cento)
samento normal. do salário de benefício que deu origem ao auxílio-doença 367
que o antecedeu. CUIDADO! Esta é um das poucas hipóte-
Exercício ses em que o benefício previdenciário pode ter valor infe-
comentado

Direito Previdenciário
rior ao salário mínimo.
O benefício é devido (início) a contar do dia seguin-
(CESPE) Os beneficiários de aposentadoria por invali- te ao da cessação do auxílio-doença e até (término) a
dez do Regime Geral de Previdência Social devem se véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data
submeter a perícia médica anualmente, qualquer que do óbito do segurado.
seja a sua idade. No caso de reabertura do auxílio-doença por aci-
ERRADO. Nos termos do artigo 46, parágrafo único, do dente de qualquer natureza, o qual tenha dado origem a
Regulamento da Previdência Social, os exames mé- auxílio-acidente, este será suspenso até a cessação do
dico-periciais a que está obrigado o aposentado por auxílio-doença reaberto, quando, então, será reativado.
O benefício é pago independentemente de qual-
invalidez, realizam-se bienalmente. quer remuneração ou rendimento auferido pelo aciden-
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ tado, vedada, no entanto, sua acumulação com qualquer
aposentadoria. O valor mensal do auxílio-acidente inte-
Cobre o risco social... incapacidade para o grará o salário de contribuição para fins de cálculo do sa-
exercício de qualquer lário de benefício de qualquer aposentadoria.
atividade que garanta a
subsistência do segurado.
Têm direito ao benefício... todos os segurados, AUXÍLIO-ACIDENTE
obrigatórios e facultativo. Cobre o risco social... incapacidade parcial,
A carência do benefício é 12 contribuições mensais. decorrente de
de... acidente de qualquer
natureza que, após
A renda mensal do 100% do salário de a consolidação das
benefício é de... benefício. lesões, deixar sequelas
definitivas.
Auxílio-acidente Têm direito ao benefício... »» empregado
»» e m p r e g a d o
1. O auxílio-acidente (art. 86, do PB; art. 104, do RPS)
d o m é s t i c o
também é benefício que cobre o risco social incapacidade
trabalhador avulso
parcial, mas permanente.
»» especial
O auxílio-acidente será concedido como indeniza-
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odo não superior a 15 (quinze) meses.
AUXÍLIO-ACIDENTE Veja que a percepção do salário-maternidade está
A carência do benefício é não é exigida. condicionada ao efetivo afastamento do segurado do
de... trabalho ou da atividade desempenhada, sob pena de
A renda mensal do 50% do salário de suspensão do benefício.
benefício é de... benefício que deu Por fim, observemos que o salário-maternidade
origem ao auxílio- não pode ser acumulado com benefício por incapacida-
doença que o de, como o auxílio-doença, por exemplo. Quando ocorrer
antecedeu. incapacidade em concomitância com o período de paga-
mento do salário-maternidade, o benefício por incapa-
cidade, conforme o caso, deverá ser suspenso enquanto
perdurar o referido pagamento, ou terá sua data de início
Salário-maternidade adiada para o primeiro dia seguinte ao término do perío-
do do salário-maternidade.
Capítulo 05- Prestações do RGPS

1. O salário-maternidade é benefício que cobre o


risco social encargos de família e está previsto nos ar-
tigos 71 a 73, da Lei n. 8.213, de 1991 e artigos 93 a 103, do SALÁRIO-MATERNIDADE
Decreto n. 3.048, de 1999. Cobre o risco social... encargos de família,
O benefício requer, para a sua concessão, a ocor- decorrente de parto, de
rência de parto, de adoção ou obtenção de guarda para adoção ou da obtenção
fins de adoção de criança. de guarda para fins de
Tem direito ao benefício todos os segurados do adoção de criança.
RGPS.
Será devido à segurada durante 120 (cento e vinte) Têm direito ao benefício... todos os segurados do
dias, com início no período entre 28 (vinte e oito) dias an- RGPS.
tes do parto e a data de ocorrência deste. A carência do benefício é não é exigida dos
Será devido à segurada e ao segurado que adotar de... segurados empregado,
ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança, empregado doméstico e
também pelo período de 120 (cento e vinte) dias. trabalhador avulso.
ATENÇÃO! O salário-maternidade é devido à se-
gurada e ao segurado, independentemente de a mãe bio- é de 10 meses de efetiva
368 lógica ter recebido o mesmo benefício quando do nasci- atividade rural, para o
mento da criança. segurado especial.
Em casos excepcionais, os períodos de repouso
Direito Previdenciário

anterior e posterior ao parto podem ser aumentados de é de 10 contribuições


mais 2 (duas) semanas, mediante atestado médico espe- mensais, para os
cífico. segurados contribuinte
Em caso de aborto não criminoso, comprovado individual e facultativo.
mediante atestado médico, a segurada terá direito ao sa-
lário-maternidade correspondente a 2 (duas) semanas. A renda mensal do igual à remuneração
No caso de falecimento da segurada ou segura- benefício é de... integral, para os
do que fizer jus ao recebimento do salário-maternidade, segurados empregado e
o benefício será pago, por todo o período ou pelo tempo trabalhador avulso.
restante a que teria direito, ao cônjuge ou companheiro
sobrevivente que tenha a qualidade de segurado, exceto igual ao último salário
no caso do falecimento do filho ou de seu abandono. de contribuição, para o
Para os segurados empregado, empregado domés- segurado empregado
tico e trabalhador avulso a carência é dispensada. Para o doméstico.
segurado especial será de 10 (dez) meses de efetiva ati-
vidade rural. Para os segurados contribuinte individual correspondente a 1/12,
e facultativo, a carência é de 10 (dez) contribuições men- da soma dos 12 últimos
sais. salários de contribuição,
A renda mensal do benefício, apurados em um período
• para os segurados empregado e trabalhador não superior a 15 meses,
avulso, será igual à sua remuneração integral. para os segurados
Neste caso o valor do benefício pode ser supe- contribuinte individual e
rior ao valor teto dos benefícios do RGPS; facultativo.
• para o segurado empregado doméstico, será
igual ao seu último salário de contribuição; de um salário mínimo,
• para o segurado especial é de um salário-mí- para o segurado especial.
nimo;
• para os segurados contribuinte individual e
facultativo, 1/12 da soma dos 12 (doze) últimos
salários de contribuição apurados em um perí-

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Salário-família SALÁRIO-FAMÍLIA
1. O salário-família (arts. 65 a 70, do PB; arts. 81 a 92, Têm direito ao benefício... »» empregado
do RPS), também é benefício que se destina a cobrir o ris- »» e m p r e g a d o
co social encargos de família. doméstico
Neste caso, a sua concessão fica condicionada à »» trabalhador avulso
existência de filhos ou equiparados de até 14 (quatorze) A carência do benefício é não é exigida.
anos de idade ou inválidos, de qualquer idade. de...
Somente tem direito ao benefício os segurados
empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso A renda mensal do será de R$ 37,18, por filho
de baixa renda, ou seja, aqueles cuja remuneração men- benefício é de... ou equiparado, para o se-
sal seja igual ou inferior a R$ 1.089, 72. gurado com remuneração
Este é um dos poucos benefícios que o segurado já mensal de até R$ 725,02.
aposentado pelo RGPS tem direito. Assim, o aposentado

Capítulo 05- Prestações do RGPS


por invalidez ou por idade e os demais aposentados com será de R$ 26,20, por filho
65 (sessenta e cinco) anos ou mais de idade, se do sexo ou equiparado, para o se-
masculino, ou 60 (sessenta) anos ou mais, se do feminino, gurado cuja renda mensal
terão direito ao salário-família, pago juntamente com a seja de R$ 725,03 até R$
aposentadoria. 1.089,72.
Não se exige carência.
A renda mensal do benefício, por filho ou equipa- Aposentadoria por tempo de contribuição
rado, será de R$ 37,18, para o segurado com remuneração
mensal de até R$ 725,02; será, no entanto, de R$ 26,20, 1. A aposentadoria por tempo de contribuição, pre-
para o segurado cuja renda mensal seja de R$ 725,03 até vista nos artigos 52 a 56, da Lei n. 8.213, de 1991, regula-
R$ 1.089,72. mentada nos artigos 56 a 63, 70-A a 70-I, do Decreto n.
As cotas do salário família serão pagas pela em- 3.048, de 1999, cobre o risco social tempo de contribuição.
presa ou pelo empregador doméstico, mensalmente, jun- ATENÇÃO! Com a Emenda Constitucional n. 20, de
to com o salário, efetivando-se a compensação quando 15 de dezembro de 1998, o benefício deixa de se chamar
do recolhimento das contribuições por aqueles. “aposentadoria por tempo de serviço”, para adotar a atu-
Quando o pai e a mãe são segurados, naquelas con- al nomenclatura. A mudança objetivou reforçar a ne-
dições, ambos têm direito ao benefício. cessidade de que haja o cumprimento de efetivo tempo 369
O pagamento do benefício tem início a partir da de contribuição para o recebimento do benefício. Ainda,
data da apresentação da certidão de nascimento do filho com aquela emenda, a aposentadoria por tempo de ser-
ou, da documentação relativa ao equiparado ou ao invá- viço proporcional deixou de existir enquanto regra per-

Direito Previdenciário
lido. manente, restando revogados os artigos 52 e 53, da Lei n.
Para continuar recebendo o benefício, os segura- 8.213, de 1991.
dos devem apresentar, anualmente, o atestado de vaci- A aposentadoria por tempo de contribuição tem
nação obrigatória e, semestralmente, a comprovação de como requisito específico o implemento de 35 (trinta e
frequência do filho ou equiparado à escola. O empregado cinco) anos de contribuição para o homem e 30 (trinta)
doméstico, contudo, deve apresentar apenas a certidão anos de contribuição para a mulher.
de nascimento. ATENÇÃO para aqueles períodos considerados no
O benefício cessa, tempo de contribuição, para efeito de concessão do be-
• com o desemprego do segurado; nefício, previstos no artigo 55, da Lei n. 8.213, de 1991.
• quando o filho ou o equiparado completam 14 a) o tempo intercalado em que esteve em gozo de
anos de idade, salvo se inválidos, a contar do auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez;
mês seguinte ao da data do aniversário; b) o tempo de contribuição efetuada como segura-
• com a morte do filho ou equiparado, a contar do do facultativo;
mês seguinte ao do óbito; c) o tempo de serviço referente ao exercício de
• pela recuperação da capacidade do filho ou mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde
equiparado inválido, a contar do mês seguinte que não tenha sido contado para efeito de aposentadoria
ao da cessação da incapacidade. por outro regime de previdência social;
A cota do salário família não será incorporada, d) o tempo de contribuição efetuado por segurado
para qualquer efeito, ao salário do trabalhador ou a outro depois de ter deixado de exercer atividade remunerada
benefício previdenciário. que o enquadrava como segurado obrigatório do RGPS;
SALÁRIO-FAMÍLIA e) o tempo de contribuição efetuado com base nos
artigos 8º e 9º, da Lei n. 8.162, de 1991, pelo segurado em-
Cobre o risco social... encargos de família, pregado que ocupava cargo em comissão, sendo tais con-
decorrente da existência tribuições computadas para efeito de carência.
de filhos ou equiparados Ainda, o tempo de serviço do segurado trabalha-
de até 14 anos de idade dor rural, anterior à data de início de vigência da Lei n.
ou inválidos, de qualquer 8.213, de 1991, será computado independentemente do
idade. recolhimento das contribuições a ele correspondentes,
exceto para efeito de carência, conforme dispuser o Re-
gulamento da Previdência Social (RPS).
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A comprovação do tempo de contribuição, inclu- ajustados e os respectivos períodos serão somados após
sive mediante justificação administrativa ou judicial, conversão, conforme as tabelas abaixo, considerando o
só produzirá efeito quando baseada em início de prova grau de deficiência preponderante:
material, não sendo admitida prova exclusivamente tes-
temunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior MULHER
ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento da TEMPO A MULTIPLICADORES
Previdência Social (RPS). CONVER-
TER
Para 20 Para 24 Para 28 Para 30
Por força da Constituição Federal (art. 201, pará-
grafo 8º, da CF), a lei dá tratamento favorecido aos pro- De 20 1,00 1,20 1,40 1,50
fessores e às pessoas com deficiência (PcD´s).
Assim, a aposentadoria por tempo de contri- anos
buição do professor que comprove, exclusivamente, De 24 0,83 1,00 1,17 1,25
tempo de efetivo exercício em função de magistério na anos
Capítulo 05- Prestações do RGPS

educação infantil, no ensino fundamental ou no ensi-


no médio, será devida ao professor aos 30 (trinta) anos De 28 0,71 0,86 1,00 1,07
de contribuição e à professora aos 25 (vinte e cinco) anos
anos de contribuição. CUIDADO! Considera-se função
de magistério a exercida por professor em estabele- De 30 0,67 0,80 0,93 1,00
cimento de educação básica em seus diversos níveis e anos
modalidades, incluídas, além do exercício da docência,
as funções de direção de unidade escolar e as de coor- HOMEM
denação e assessoramento pedagógico (art. 56, pará-
grafos 1º e 2º do RPS).
TEMPO A MULTIPLICADORES
CONVER-
TER
Para 25 Para 29 Para 33 Para 35
Exercício
De 25 1,00 1,16 1,32 1,40
comentado
anos
(CESPE) A todos os indivíduos que tenham exercido De 29 0,86 1,00 1,14 1,21
exclusivamente a função de magistério, em qualquer anos
370 nível de ensino, e iniciado a carreira profissional em
2001, é garantida a redução em cinco anos dos requi- De 33 0,76 0,88 1,00 1,06
sitos de idade e de tempo de contribuição para fins de anos
Direito Previdenciário

aposentadoria voluntária.
ERRADO. Nos termos do artigo 201, parágrafo 8º, da De 35 0,71 0,83 0,94 1,00
Constituição Federal, somente o professor que com- anos
prove exclusivamente tempo de efetivo exercício das
funções de magistério, na educação infantil e no ensi- O grau de deficiência preponderante será aquele
no fundamental e médio é que tem direito à redução, em que o segurado cumpriu maior tempo de contribui-
em 5 (cinco) anos, do tempo de contribuição – não há ção, antes da conversão, e servirá como parâmetro para
redução “da idade” -, para a aposentadoria voluntária definir o tempo mínimo necessário para a aposentadoria
por tempo de contribuição. por tempo de contribuição da PcD e para a conversão.
Quando o segurado contribuiu alternadamente na
A aposentadoria por tempo de contribuição da pes- condição de pessoa sem deficiência e com deficiência, os
soa com deficiência (PcD), cumprida a carência, é devida: respectivos períodos poderão ser somados, após aplica-
a) aos 25 anos de tempo de contribuição na condi- ção da conversão supra mencionada.
ção de pessoa com deficiência, se homem, e 20 anos, se Conforme estabelece o Regulamento da Previdên-
mulher, no caso de segurado com deficiência grave; cia Social (RPS), fica facultado ao segurado com defici-
b) aos 29 anos de tempo de contribuição na condi- ência optar pela percepção de qualquer outra espécie de
ção de pessoa com deficiência, se homem, e 24 anos, se aposentadoria do RGPS que lhe seja mais vantajosa. Ain-
mulher, no caso de segurado com deficiência moderada; da, a critério do INSS, o segurado com deficiência deve-
c) aos 33 anos de tempo de contribuição na condi- rá, a qualquer tempo, submeter-se a perícia própria para
ção de pessoa com deficiência, se homem, e 28 anos, se avaliação ou reavaliação do grau de deficiência.
mulher, no caso de segurado com deficiência leve. Têm direito ao benefício os segurados empregado,
Considera-se pessoa com deficiência (PcD) aquela empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte
que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, individual e facultativo. O segurado especial passa a ter
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação direito ao benefício se fizer, além da contribuição obriga-
com diversas barreiras, podem obstruir sua participação tória, também aquela facultativa mencionada no artigo
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições 25, parágrafo 1º, da Lei n. 8.212, de 1991.
com as demais pessoas (arts. 70-D, parágrafo 3º, do RPS). O benefício exige, a título de carência, a comprova-
Para o segurado que, após a filiação ao RGPS, tor- ção de 180 (cento e oitenta) contribuições mensais.
nar-se PcD ou tiver seu grau deficiência alterado, os pa- A renda mensal do benefício é de 100% do salário-
râmetros mencionados acima serão proporcionalmente -de-benefício.
O benefício é devido (tem início) (a) ao empregado
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e ao empregado doméstico, a partir da data do desliga- co) anos exposto a condições especiais que prejudiquem
mento do emprego ou da data do requerimento, se não a saúde ou a integridade física.
houver desligamento ou se o mesmo somente for feito As “condições especiais” são o resultado da expo-
após 90 dias deste. Aos (b) demais segurados o benefício sição permanente – não eventual, nem intermitente -, do
é devido a partir da data do requerimento. segurado, aos agentes nocivos – químicos, físicos ou bio-
O benefício cessa com a morte do segurado. lógicos – mencionados no Anexo IV, do Decreto n. 3.048,
de 1999.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE Considera-se tempo de trabalho permanente
CONTRIBUIÇÃO aquele que é exercido de forma não ocasional nem inter-
Cobre o risco social... de 35 anos para o homem mitente, no qual a exposição do empregado, do trabalha-
e, de 30 anos para a dor avulso ou do cooperado, ao agente nocivo, seja indis-
mulher. sociável da produção do bem ou da prestação do serviço.
Para o segurado que houver exercido duas ou mais
atividades sujeitas a condições especiais prejudiciais à

Capítulo 05- Prestações do RGPS


de 30 anos para o
professor e, de 25 anos saúde ou à integridade física, sem completar em qualquer
para a professora, em delas o prazo mínimo exigido para a aposentadoria espe-
função de magistério, na cial, os respectivos períodos de exercício serão somados
educação infantil, ensino após conversão, devendo ser considerada a atividade
fundamental ou médio. preponderante para efeito de enquadramento e segundo
a tabela abaixo:
de 25 anos, se homem, TODOS OS SEGURADOS
e 20 anos, se mulher, no
caso de segurado com TEMPO A MULTIPLICADORES
deficiência grave; CONVER-
TER
Para 15 Para 20 Para 25
de 29 anos, se homem,
e 24 anos, se mulher, no
De 15 - 1,33 1,67
caso de segurado com anos
deficiência moderada; De 20 0,75 - 1,25
anos
de 33 anos, se homem, 371
e 28 anos, se mulher, no De 25 0,60 0,80 -
caso de segurado com anos

Direito Previdenciário
deficiência leve.
ATENÇÃO! Apesar de as hipóteses que viabilizam
Têm direito ao benefício... »» empregado a concessão da verba trabalhista adicional de insalu-
»» e m p r e g a d o bridade, previstas na Norma Regulamentadora n. 15, do
doméstico Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), terem certa se-
»» trabalhador avulso melhança com aquelas que vão permitir a aposentado-
»» cotribuinte ria especial (conforme o Anexo IV, do RPS), elas não são
individual iguais. Assim, o recebimento do adicional de insalubri-
»» facultativo dade pelo trabalhador não implica, necessariamente, no
direito à aposentadoria especial.
O segurado especial Apenas tem direito ao benefício os segurados em-
passa a ter direito pregado, trabalhador avulso e contribuinte individual -
ao benefício se fizer, que presta serviços por meio de cooperativa de trabalho
além da contribuição ou de produção -, expostos àqueles agentes nocivos.
obrigatória, também O benefício exige, a título de carência, a comprova-
aquela facultativa ção de 180 (cento e oitenta) contribuições mensais.
mencionada na Lei de A renda mensal do benefício é de 100% do salário
Plano de Custeio. de benefício.
A carência do benefício é 180 contribuições O benefício é devido (a) ao empregado, a partir da
de... mensais. data do desligamento do emprego ou da data do reque-
rimento, se não houver desligamento ou se o mesmo so-
A renda mensal do 100% do salário de mente for feito após 90 dias deste. Aos (b) demais segura-
benefício é de... benefício. dos o benefício é devido a partir da data do requerimento.
Atente ao fato de que o tempo de trabalho exerci-
Aposentadoria especial do sob condições especiais, que sejam ou venham a ser
consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade físi-
1. A aposentadoria especial, prevista nos artigos ca será somado, após a respectiva conversão, ao tempo
57 e 58, da Lei n. 8.213, de 1991, regulamentada nos arti- de trabalho exercido em atividade comum, para efeito
gos 64 a 70, do RPS, também cobre o risco social tempo de de concessão de qualquer benefício, de acordo com a se-
contribuição. Para ter direito ao benefício é necessário o guinte tabela:
trabalho durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cin-
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De 25 0,60 0,80 1,00 1,16 1,32
TEMPO A MULTIPLICADORES anos
CONVER-
TER
MULHER (Para HOMEM (Para 35) De 29 0,52 0,69 0,86 1,00 1,14
30) anos
De 15 2,00 2,33 De 33 0,45 0,61 0,76 0,88 1,00
anos anos
De 20 1,50 1,75
O segurado aposentado que retornar ou continuar
anos no exercício de atividade ou operação que o sujeite aos
De 25 1,20 1,40 agentes nocivos constantes do Anexo IV, do Decreto n.
3.048, de 1999, terá a aposentadoria cancelada.
anos
Capítulo 05- Prestações do RGPS

O benefício cessa com a morte do segurado.

Segundo o disposto no artigo 70-F, do Regulamen- Exercício


to da Previdência Social, a redução do tempo de contri- comentado
buição da Pessoa com Deficiência (PcD), para efeito da
concessão da aposentadoria por tempo de contribuição, (CESPE) Conforme entendimento do STF, o direito à
não poderá ser acumulada, no mesmo período contribu- aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposi-
tivo, com a redução aplicada aos períodos de contribuição ção do trabalhador a agente nocivo à sua saúde, de
relativos a atividades exercidas sob condições especiais modo que, se o equipamento de proteção individual
que prejudiquem a saúde ou a integridade física. for realmente capaz de neutralizar a nocividade, não
No entanto, fica garantida a conversão do tempo haverá respaldo à concessão constitucional de apo-
de contribuição cumprido em condições especiais que sentadoria especial.
prejudiquem a saúde ou a integridade física do segurado, CERTO. No julgamento do ARE n. 664.335, o STF enten-
inclusive da pessoa com deficiência, para fins da aposen- deu que o direito à aposentadoria especial pressupõe
tadoria por tempo de contribuição, se resultar mais favo- a efetiva exposição do trabalhador a agente nocivo a
rável ao segurado, conforme tabela abaixo: sua saúde, de modo que se o Equipamento de Proteção
372 MULHER Individual (EPI) for realmente capaz de neutralizar a
nocividade, não haverá respaldo à concessão de apo-
TEMPO MULTIPLICADORES sentadoria especial.
A CON-
Direito Previdenciário

VER-
Para Para Para Para Para
TER 15 20 24 25 28 APOSENTADORIA ESPECIAL
Cobre o risco social... tempo de contribuição
De 15 1,00 1,33 1,60 1,67 1,87
(15, 20 ou 25 anos) com
anos exposição a condições
De 20 0,75 1,00 1,20 1,25 1,40 especiais que prejudicam
a saúde ou a integridade
anos física.
De 24 0,63 0,83 1,00 1,04 1,17 Têm direito ao benefício... »» empregado
anos »» trabalhador avulso
»» contribuinte
De 25 0,60 0,80 0,96 1,00 1,12
individual, que
anos presta serviço
De 28 0,54 0,71 0,86 0,89 1,00 por meio de
cooperativas de
anos trabalho ou de
produção.
HOMEM
A carência do benefício é 180 contribuições men-
TEMPO MULTIPLICADORES de... sais.
A CON-
VER-
Para Para Para Para Para A renda mensal do 100% do salário de bene-
15 20 25 29 33 benefício é de... fício.
TER
De 15 1,00 1,33 1,67 1,93 2,20
anos Aposentadoria por idade
De 20 0,75 1,00 1,25 1,45 1,65
1. A aposentadoria por idade, prevista nos artigos
anos 48 a 51, da Lei n. 8.213, de 1991, regulamentada nos artigos
51 a 55, 70-A a 70-I, do Decreto n. 3.048, de 1999 promove a

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cobertura do risco social idade avançada. ção prevista na legislação trabalhista, considerada como
O direito ao benefício surge com o implemento de data da rescisão do contrato de trabalho a imediatamen-
65 (sessenta e cinco) anos de idade para o homem e de 60 te anterior à do início da aposentadoria.
(sessenta) anos de idade para a mulher. O benefício cessa com a morte do segurado.
Aqui, também, por força da Constituição Federal
(art. 201, parágrafo 1º, da CF), a lei dá tratamento favore- APOSENTADORIA POR IDADE
cido aos trabalhadores rurais, garimpeiros e às pessoas Cobre o risco social... de 65 anos, se homem, e
com deficiência (PcD´s). de 60 anos, se mulher.
Desta forma, os trabalhadores rurais (sejam eles
empregados, contribuintes individuais, trabalhadores de 60 anos, se homem,
avulsos ou segurados especiais) e o garimpeiro (que tra- e 55 anos, se mulher, no
balhe em regime de economia familiar) podem se apo- caso de trabalhadores
sentar com 60 (sessenta) anos, o homem, e 55 (cinquenta rurais ou garimpeiros.
e cinco) anos de idade, a mulher (art. 48, parágrafo 1º, do

Capítulo 05- Prestações do RGPS


PB). de 60 anos, se homem, e
Já aposentadoria por idade da pessoa com deficiên- de 55 anos, se mulher, no
cia (PcD), cumprida a carência, é devida ao segurado aos caso de PcD.
60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cinquenta e
cinco) anos de idade, se mulher.
Têm direito ao benefício... todos os segurados,
Neste caso, a PcD deve contar com, no mínimo, 180
obrigatórios e
(cento e oitenta) contribuições mensais, cumpridos na
facultativo.
condição de pessoa com deficiência, independentemente
do grau. A carência do benefício é 180 contribuições men-
Considera-se pessoa com deficiência (PcD) aquela de... sais.
que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, A renda mensal do 70% do salário de bene-
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação benefício é de... fício, mais 1% deste, por
com diversas barreiras, podem obstruir sua participação grupo de 12 contribuições,
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições não podendo ultrapassar
com as demais pessoas. 100% do salário de bene-
Para fins da aposentadoria por idade da PcD é as- fício.
segurada a conversão do período de exercício de ativida-
de sujeita a condições especiais que prejudiquem a saúde
373
ou a integridade física, cumprido na condição de pessoa
Pensão por morte
com deficiência, exclusivamente para efeito de cálculo

Direito Previdenciário
1. A pensão por morte (arts. 74 a 79, do PB; arts. 105 a
do valor da renda mensal, vedado o cômputo do tempo
115, do RPS) é o benefício da previdência social que cobre
convertido para fins de carência.
o risco social morte do segurado. A morte pode ser real ou
Conforme estabelece o Regulamento da Previdên-
presumida. Será presumida, quando ausente (a ausência
cia Social (RPS), fica facultado ao segurado com defici-
é declarada judicialmente) ou desaparecido (em virtude
ência optar pela percepção de qualquer outra espécie de
de catástrofe, acidente ou desastre) o segurado.
aposentadoria do RGPS que lhe seja mais vantajosa. Ain-
Têm direito ao benefício os dependentes de todos
da, a critério do INSS, o segurado com deficiência deve-
os segurados. A pensão é devida ao conjunto dos depen-
rá, a qualquer tempo, submeter-se a perícia própria para
dentes do segurado, rateada em partes iguais, observada
avaliação ou reavaliação do grau de deficiência.
a preferência entre as Classes.
Têm direito ao benefício todos os segurados.
Não terá direito à pensão por morte, após o trânsito
O benefício exige, a título de carência, a comprova-
em julgado, o condenado pela prática de crime doloso de
ção de 180 (cento e oitenta) contribuições mensais.
que tenha resultado a morte do segurado. Ainda, perde o
A renda mensal do benefício será de 70% (setenta
direito à pensão por morte o cônjuge, o companheiro ou
por cento) do salário de benefício, mais 1% (um por cento)
a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simu-
deste, por grupo de 12 (doze) contribuições, não podendo
lação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a
ultrapassar 100% (cem por cento) do salário de benefício.
formalização desses com o fim exclusivo de constituir
O segurado especial tem direito ao benefício no valor de 1
benefício previdenciário, apuradas em processo judicial
(um) salário mínimo, apenas.
no qual será assegurado o direito ao contraditório e à am-
O benefício é devido (a) ao empregado e ao empre-
pla defesa.
gado doméstico, a partir da data do desligamento do em-
Não há carência para o benefício.
prego ou da data do requerimento, se não houver desliga-
A renda mensal do benefício é de 100% (cem por
mento ou se o mesmo somente for feito após 90 (noventa)
cento) do valor da aposentadoria que o segurado recebia
dias deste. Aos (b) demais segurados o benefício é devido
ou daquela que teria direito, acaso estivesse aposentado
a partir da data do requerimento.
por invalidez na data do seu falecimento. Os dependentes
A aposentadoria por idade pode ser requerida pela
do segurado especial têm direito ao benefício no valor de
empresa, desde que o segurado empregado tenha cum-
1 (um) salário mínimo, apenas.
prido o período de carência e completado 70 (setenta)
O benefício é devido:
anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 (sessenta e
cinco) anos, se do sexo feminino, sendo compulsória,
• da data da decisão judicial, no caso de ausência
do segurado;
caso em que será garantida ao empregado a indeniza-
• da data do fato, quando do desaparecimento do
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segurado, se requerido até 30 (trinta) dias, ou respondente a 91% da média aritmética simples dos
da data do requerimento, se posterior; maiores salários de contribuição de Pedro.
• da data do óbito do segurado, se requerido até ERRADO. Nos termos do artigo 75, do Plano de Benefí-
90 (noventa) dias, ou da data do requerimento, cios, do Plano de Benefícios, a renda mensal do benefí-
se posterior. cio de pensão por morte equivale a 100% (cem por cen-
• to) do valor da aposentadoria que o segurado falecido
O direito à percepção de cota individual da pensão recebia ou daquela que teria direito, acaso estivesse
cessa: aposentado por invalidez na data do seu falecimento.
• com a morte do pensionista;
• para filho, pessoa a ele equiparada ou irmão, de
ambos os sexos, ao completar 21 (vinte e um) anos PENSÃO POR MORTE
de idade, salvo se for inválido ou com deficiência; Cobre o risco social... morte do segurado.
• para filho ou irmão inválido, pela cessação da in-
validez; Têm direito ao benefício... os dependentes de
Capítulo 05- Prestações do RGPS

• para cônjuge ou companheiro: todos os segurados,


• se inválido ou com deficiência, pela cessação respeitada a ordem das
da invalidez ou pelo afastamento da deficiên- Classes.
cia, respeitados os períodos mínimos abaixo; A carência do benefício é não é exigida.
• em 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que de...
o segurado tenha vertido 18 (dezoito) contri-
A renda mensal do 100% do valor da aposen-
buições mensais ou se o casamento ou a união
benefício é de... tadoria que o segurado
estável tiverem sido iniciados em menos de 2
recebia ou daquela que
(dois) anos antes do óbito do segurado;
teria direito, acaso es-
• transcorridos os seguintes períodos, estabe-
tivesse aposentado por
lecidos de acordo com a idade do dependente
invalidez na data do seu
na data de óbito do segurado, se o óbito ocorrer
falecimento.
depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições
mensais e pelo menos 2 (dois) anos após o iní-
cio do casamento ou da união estável ou, ainda, Auxílio-reclusão
se o óbito decorrer de acidente de qualquer na-
tureza, independentemente da quantidade de 1. O auxílio-reclusão (art. 80, do PB; arts. 116 a 119,
374 contribuições e tempo de casamento ou união do RPS) promove a cobertura do risco social prisão do se-
estável: gurado.
o 3 (três) anos/dependente com menos de Têm direito ao benefício os dependentes de todos
Direito Previdenciário

21 (vinte e um) anos de idade; os segurados de baixa renda (salário de contribuição


o 6 (seis) anos/dependente entre 21 (vinte igual ou inferior a R$ 1.089,72), que cumprem pena pri-
e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; vativa de liberdade em regime fechado ou semi-aber-
o 10 (dez) anos/dependente entre 27 (vinte to, presos provisoriamente ou internados (medida sócio
e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; educativa aplicada aos menores de 16 a 18 anos).
o 15 (quinze) anos/dependente entre 30 O benefício é devido ao conjunto dos dependentes
(trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; do segurado – rateada em partes iguais -, observada a
o 20 (vinte) anos/dependente entre 41 preferência entre as Classes.
(quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos Não há carência para o benefício.
de idade; A renda mensal é de 100% (cem por cento) do valor
o Vitalícia/dependente com 44 (quarenta e da aposentadoria que o segurado teria direito se estives-
quatro) ou mais anos de idade. se aposentado por invalidez na data da reclusão. Os de-
pendentes do segurado especial têm direito ao benefício
A cota parte daquele cujo direito à pensão ces- no valor de 1 (um) salário mínimo, apenas.
sar será revertida em favor dos demais dependentes da Para que os dependentes possam pleitear o bene-
mesma Classe. fício, no momento em que é recolhido à prisão o segura-
Com a extinção da cota do último pensionista, o do não pode estar recebendo remuneração da empresa,
benefício é encerrado. nem estar em gozo de auxílio-doença ou aposentadoria.
O requerimento do benefício deverá ser instruído
com certidão do efetivo recolhimento do segurado à pri-
Exercício são.
comentado A data de início do benefício será fixada na data do
efetivo recolhimento do segurado à prisão, se requerido
(CESPE) Pedro mantém vínculo com o Regime Geral até 30 (trinta) dias depois desta, ou na data do requeri-
da Previdência Social (RGPS) há doze anos e quatro mento, se posterior.
meses, em função do exercício de atividade laboral na Para a manutenção do benefício é necessária a
condição de empregado de empresa privada urbana. apresentação trimestral de atestado de que o segurado
Pedro é viúvo e mora em companhia de seu único fi- continua detido ou recluso, firmado pela autoridade com-
lho, Jorge, de dezenove anos de idade. Se Pedro vier a petente.
falecer no presente mês, seu filho Jorge terá direito a Nos termos do artigo 80, da Lei n. 8.213, de 1991, o
pensão por morte, que consiste em renda mensal cor-
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auxílio-reclusão será devido nas mesmas condições da A carência do benefício é os dependentes de todos
pensão por morte, o que implica em reconhecer-lhe as hi- de... os segurados de baixa
póteses em que o benefício cessa. renda, respeitada a ordem
Primeiramente, o pagamento da cota individual do das Classes.
benefício cessa:
• com a morte do dependente; A renda mensal do não é exigida.
• para filho, pessoa a ele equiparada ou irmão, de benefício é de...
ambos os sexos, ao completar 21 (vinte e um) 100% do valor da aposen-
anos de idade, salvo se for inválido ou com de- tadoria que o segurado
ficiência; teria direito se estivesse
• para filho ou irmão inválido, pela cessação da aposentado por invalidez
invalidez; na data da reclusão.
• para cônjuge ou companheiro:
• se inválido ou com deficiência, pela ces-

Capítulo 05- Prestações do RGPS


Serviços do RGPS
sação da invalidez ou pelo afastamento da defi-
ciência, respeitados os períodos mínimos abai- 1. Os serviços são prestações não pecuniárias do
xo; RGPS, o que significa que não são entregues em dinheiro.
• em 4 (quatro) meses, se a prisão ocorrer Podem gozar deles todos os beneficiários, segura-
sem que o segurado tenha vertido 18 (dezoito) dos e dependentes.
contribuições mensais ou se o casamento ou a Não é exigido período mínimo de carência.
união estável tiverem sido iniciados em menos
de 2 (dois) anos antes da prisão do segurado; 2. O serviço social (art. 88, do PB; art. 161, do RPS) é
• transcorridos os seguintes períodos, es- uma atividade auxiliar da Previdência Social e visa pres-
tabelecidos de acordo com a idade do depen- tar ao beneficiário (segurado e dependente), orientação e
dente na data da prisão do segurado, se a prisão apoio no que concerne à solução dos problemas pessoais
ocorrer depois de vertidas 18 (dezoito) contri- e familiares e à melhoria da sua inter-relação com o ór-
buições mensais e pelo menos 2 (dois) anos gão previdenciário, para a solução de questões referentes
após o início do casamento ou da união está- a benefícios, bem como, quando necessário, à obtenção
vel ou, ainda, se a prisão decorrer de acidente de outros recursos sociais da comunidade.
de qualquer natureza, independentemente da Será dada prioridade, no entanto, ao atendimento
quantidade de contribuições e tempo de casa-
mento ou união estável:
a segurados em benefício por incapacidade temporária e 375
atenção especial a aposentados e pensionistas.
o 3 (três) anos/dependente com menos de Para assegurar o efetivo atendimento aos benefi-
21 (vinte e um) anos de idade;

Direito Previdenciário
ciários, poderão ser utilizados mecanismos de interven-
o 6 (seis) anos/dependente entre 21 (vinte ção técnica, ajuda material, recursos sociais, intercâmbio
e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; com empresas, inclusive mediante celebração de convê-
o 10 (dez) anos/dependente entre 27 (vinte nios, acordos ou contratos, ou pesquisa social.
e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade;
o 15 (quinze) anos/dependente entre 30 3. Os serviços de habilitação e reabilitação profis-
(trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; sional (arts. 89 a 93, do PB; arts. 136 a 141, do RPS) deverão
o 20 (vinte) anos/dependente entre 41 proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou to-
(quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos talmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de de-
de idade; ficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação
o Vitalícia/dependente com 44 (quarenta e profissional e social indicados para participar do merca-
quatro) ou mais anos de idade. do de trabalho e do contexto em que vive.
A cota parte daquele cujo direito ao benefício ces- ATENÇÃO! As pessoas portadoras de deficiência
sar será revertida em favor dos demais dependentes da que não sejam seguradas ou dependentes serão atendi-
mesma Classe. das mediante celebração de convênio de cooperação téc-
Há cessação por completo do benefício: nico financeira.
• com a fuga, soltura ou a morte do segurado; A reabilitação profissional compreende:
• com a extinção da cota do último dependente a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e
e, instrumentos de auxílio para locomoção quando a perda
• com o recebimento de aposentadoria ou auxí- ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada
lio-doença, pelo segurado. por seu uso e dos equipamentos necessários à habilita-
ção e reabilitação social e profissional;
b) a reparação ou a substituição dos aparelhos
AUXÍLIO-RECLUSÃO mencionados no inciso anterior, desgastados pelo uso
Cobre o risco social... prisão do segurado. normal ou por ocorrência estranha à vontade do benefi-
ciário;
Têm direito ao benefício... c) o transporte do acidentado do trabalho, quando
necessário.
A reabilitação profissional é devida em caráter
obrigatório aos segurados, inclusive aposentados e, na

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medida das possibilidades da Previdência Social, aos 6. (CESPE) A perda da qualidade de segurado não
seus dependentes. prejudica o direito à aposentadoria se todos os requisitos
Concluído o processo de habilitação ou reabili- para a sua concessão já tiverem sido preenchidos e es-
tação social e profissional, a Previdência Social emitirá tiverem de acordo com a legislação em vigor à época em
certificado individual, indicando as atividades que pode- que esses requisitos foram atendidos.
rão ser exercidas pelo beneficiário, nada impedindo que
este exerça outra atividade para a qual se capacitar. 7. (CESPE) É permitido que o segurado do RGPS re-
Objetivando a (re)inserção ao mercado de trabalho, ceba conjuntamente os benefícios de aposentadoria por
o artigo 93, da Lei n. 8.212, de 1991 impõe à empresa com tempo de contribuição e auxílio doença acidentário, des-
100 (cem) ou mais empregados, que preencha de 2% (dois de que estes decorram de diferentes contingências.
por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com be-
neficiários reabilitados ou pessoas portadoras de defici- 8. (CESPE) A gratificação natalina dos aposentados
ência, habilitadas, na seguinte proporção: e pensionistas tem por base a média aritmética simples
dos valores dos proventos recebidos durante o ano.
Capítulo 05- Prestações do RGPS

Até 200 empregados 2%;


De 201 a 500 3%; 9. (CESPE) A concessão do benefício de auxílio-do-
De 501 a 1.000 4%; ença, em regra, exige período de carência de doze con-
De 1.001 em diante 5%. tribuições mensais. Todavia, a lei prevê casos em que a
concessão do referido benefício independe de carência,
A eventual dispensa de trabalhador reabilitado entre os quais se inclui a situação na qual o segurado ve-
ou de deficiente habilitado ao final de contrato por prazo nha a ser vítima de moléstia profissional ou do trabalho.
determinado de mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada,
no contrato por prazo indeterminado, só poderá ocorrer 10. (CESPE) Para a concessão dos benefícios de
após a contratação de substituto de condição semelhan- aposentadoria por invalidez e auxílio-doença em decor-
te. rência de acidente do trabalho, a legislação de regência
do RGPS dispensa o cumprimento do período de carência,
dado que se trata de evento não programável.
Questões 11. (CESPE) A incidência do fator previdenciário
Gabaritadas sobre o cálculo das aposentadorias por tempo de contri-
buição contribui para a diminuição de aposentadorias de
376 segurados muito jovens, bem como para o equilíbrio atu-
1. (CESPE) Equipara-se a acidente do trabalho o arial do sistema previdenciário.
acidente sofrido pelo segurado na prestação espontânea
Direito Previdenciário

de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou 12. (CESPE) Na data do reajustamento, o valor dos
proporcionar proveito, ainda que fora do local e horário de benefícios do RGPS não poderá exceder o limite máximo
trabalho do salário de benefício, respeitados os direitos adquiri-
dos, salvo no caso da aposentadoria por invalidez, quan-
2. (CESPE) A doença adquirida em função de con- do o segurado necessitar da assistência permanente de
dições especiais em que o trabalho seja realizado será outra pessoa, situação em que o valor será acrescido de
considerada acidente do trabalho ainda que não produza 25%, ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite
incapacidade laborativa. máximo.
3. (CESPE) O cidadão em gozo de benefício previ- 13. (CESPE) Considere que um indivíduo, antes de
denciário mantém a qualidade de segurado, sem limite aderir ao regime geral de previdência social, estivesse
de prazo, independentemente de contribuições. enfermo de uma moléstia incapacitante para o trabalho.
Nessa situação, se não tiver havido posterior progressão
4. (CESPE) Alzira, estudante, filiou-se facultativa- ou agravamento da enfermidade, tal doença não dará a
mente ao regime geral de previdência social, passando a esse indivíduo o direito de obter a aposentadoria por in-
contribuir regularmente. Em razão de dificuldades finan- validez.
ceiras, Alzira deixou de efetuar esse recolhimento por
oito meses. Nessa situação, Alzira não deixou de ser se- 14. (CESPE) A legislação previdenciária veda a con-
gurada, uma vez que a condição de segurado permanece cessão do auxílio-acidente quando o segurado, mesmo
por até doze meses após a cessação das contribuições. sendo vítima de acidente de qualquer natureza, apresen-
tar danos funcionais ou redução da capacidade funcional
5. (CESPE) Considere que Albertina tenha trabalha- sem repercussão na capacidade laborativa.
do como empregada da empresa FC Máquinas Ltda. du-
rante o período de junho/1992 a dezembro/2003, quan- 15. (CESPE) A concessão do auxílio-acidente, res-
do foi demitida. Ainda desempregada, em junho/2006, trita ao segurado empregado, ao trabalhador avulso e ao
sofreu um atropelamento que a incapacitou tempora- segurado especial, depende da ocorrência de acidente de
riamente para o trabalho. Nessa situação, Albertina não qualquer natureza, com produção de sequela definitiva e
terá direito ao recebimento de auxílio doença porque já efetiva redução da capacidade de trabalho do segurado
perdeu a qualidade de segurada. em decorrência dessa sequela.

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16. (CESPE) Caso Maria comprove necessitar de
assistência permanente de outra pessoa, ela fará jus ao
valor da aposentadoria por ela recebida acrescido de 25%,
ainda que ultrapasse o teto de pagamento de benefícios
do RGPS, acréscimo que cessará com sua morte, visto que
não é incorporável ao valor da pensão a ser paga a seus GABARITO
dependentes.
1 2 3 4 5
17. (CESPE) Pedro, segurado da previdência social, Certo Errado Certo Errado Errado
foi dado como incapaz e insuscetível de reabilitação para
o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência. 6 7 8 9 10
Nessa situação, tendo sido cumprida a carência exigida, Certo Errado Errado Certo Certo
Pedro terá direito à aposentadoria por invalidez após o
gozo de, no mínimo, dois anos de auxílio-doença. 11 12 13 14 15

Capítulo 05- Prestações do RGPS


Certo Certo Certo Certo Certo
18. (CESPE) A todos os indivíduos que tenham
exercido exclusivamente a função de magistério, em 16 17 18 19 20
qualquer nível de ensino, e iniciado a carreira profissio- Certo Errado Errado Errado Errado
nal em 2001, é garantida a redução em cinco anos dos re-
quisitos de idade e de tempo de contribuição para fins de 21 22 23 24
aposentadoria voluntária. Errado Certo Errado Errado

19. (CESPE) O professor que comprovar tempo ex-


clusivo de dedicação ao magistério na educação funda-
mental e nos ensinos médio e superior terá direito a re-
gra especial de aposentadoria, consistente na redução de
cinco anos nos requisitos fixados para a aposentadoria
por tempo de contribuição.

20. (CESPE) Pedro mantém vínculo com o Regime


Geral da Previdência Social (RGPS) há doze anos e qua-
tro meses, em função do exercício de atividade laboral
377
na condição de empregado de empresa privada urbana.
Pedro é viúvo e mora em companhia de seu único filho,

Direito Previdenciário
Jorge, de dezenove anos de idade. Com referência a essa
situação hipotética, julgue o seguinte item. Se Pedro vier
a falecer no presente mês, seu filho Jorge terá direito a
pensão por morte, que consiste em renda mensal corres-
pondente a 91% da média aritmética simples dos maiores
salários de contribuição de Pedro.

21. (CESPE) A aposentadoria especial será devida


apenas ao segurado que tiver trabalhado por, pelo me-
nos, vinte e cinco anos sujeito a condições especiais que
lhe prejudiquem a saúde ou a integridade física.

22. (CESPE) Segundo a jurisprudência do STF, de-


ve-se utilizar, como parâmetro para a concessão do be-
nefício de auxílio-reclusão, a renda do segurado preso, e
não, a de seus dependentes.

23. (CESPE) O auxílio-reclusão será devido, nas


mesmas condições da pensão por morte, aos dependen-
tes do segurado recolhido à prisão, exceto se esta se deu
em decorrência do cometimento de crime hediondo.

24. (CESPE) A previdência social atenderá, nos


termos da lei, ao pagamento de auxílio-reclusão aos de-
pendentes do segurado do RGPS, independentemente da
renda do referido segurado.

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