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PREPARATÓRIA
INSS
TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
ÉTICA E CONDUTA PÚBLICA
REGIME JURÍDICO ÚNICO
NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL
NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO
LÍNGUA PORTUGUESA
RACIOCÍNIO LÓGICO
NOÇÕES DE INFORMÁTICA
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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INSS 3
Instituto Nacional do Seguro Social
NÍVEL MÉDIO
Conhecimentos gerais e específicos
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2015 Focus Concursos
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. Proibida a
reprodução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e
da editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográ-
ficos, reprográficos, microfílmicos, fotográficos, gráficos e outros. Essas proibições aplicam-se tam-
bém à editoração da obra, bem como às características gráficas.
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DIRETORIA EXECUTIVA DIREÇÃO EDITORIAL
Evaldo Roberto da Silva Pablo Jamilk Flores
Ruy Wagner Astrath Marcelo Adriano Ferreira
NÍVEL MÉDIO
Conhecimentos gerais e específicos
Publicado em Dezembro/2015
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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DE
TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
Prezado aluno,
Este material foi concebido para que você tivesse a oportunidade de entrar em contato com os
conteúdos necessários para realizar a prova do seu concurso. Muito esforço foi empregado para que
fosse possível chegar à síntese de conteúdos que aqui está proposta. Na verdade, esse material é o re-
sultado do trabalho dos escritores que se dedicam – há bastante tempo – à preparação de candidatos
para a realização de concursos públicos.
A sugestão é que você faça um estudo sistemático com o que está neste livro. Dito de outra ma-
neira: você não deve pular partes deste material, pois há uma ideia de unicidade entre tudo que está 7
aqui publicado. Cada exercício, cada capítulo, cada parágrafo, cada linha dos textos será fundamental
(serão fundamentais em sua coletividade) para que sua preparação seja plena.
Caso o seu objetivo seja a aprovação em um concurso público, saiba que partilhamos desse
mesmo objetivo. Nosso sucesso depende necessariamente do seu sucesso! Por isso, desejamos muita
força, concentração e disciplina para que você possa “zerar” os conteúdos aqui apresentados, ou seja,
para que você possa estudar tudo que verá aqui e compreender bem.
Desejamos que todo esse esforço se transforme em questões corretas e aprovações em
concursos.
Bons estudos!
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PROPOSTA DA APOSTILA PARA O CONCURSO DO INSS
O presente material tem como objetivo preparar candidatos para o certame do Instituto Nacional do Seguro
Social.
Com a finalidade de permitir um estudo autodidata, na confecção do material foram utilizados diversos re-
cursos didáticos, dentre eles, Dicas e Gráficos. Assim, o estudo torna-se agradável, com maior absorção dos assun-
tos lecionados, sem, contudo, perder de vista a finalidade de um material didático, qual seja uma preparação rápida,
prática e objetiva.
O presente material tem como objetivo o cargo de Técnico do Seguro Social, conforme o último edital publi-
cado em 2015:
Bons estudos!
Leonardo Alves
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Ética no Serviço Público 11
Curriculum:
Professor de Ética no Serviço Público, Conhe-
cimentos Bancários e Direito Regimental. For-
mado em Engenharia de Produção pela Uni-
versidade Pan-Americana de Ensino. Técnico
Judiciário Cumpridor de Mandados no Tribunal
de Justiça do Estado do Paraná. Envolvido com
concursos públicos desde 2009 é professor em
diversos estados do Brasil.
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SUMÁRIO
12
Ética no Serviço Público
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1. COMO ESTUDAR ÉTICA NO SERVIÇO A ética é construída por uma sociedade com base
nos valores históricos e culturais, ou seja, antecede qual-
PÚBLICO quer lei ou código.
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Conduta vem do latim conducta e é uma manifes-
Ética Profissional
tação do comportamento do indivíduo. É, de acordo com
o dicionário Melhoramentos (1997, p. 30), procedimento Conjunto de normas de conduta que deverão ser pos-
moral (bom ou mau). tas em prática no exercício de qualquer profissão. Se-
O dicionário Michaelis (2010) a define como Condu- ria a ação reguladora da ética agindo no desempenho
ção. Reunião de pessoas que são conduzidas para algum das profissões, fazendo com que o profissional respei-
lugar por ordem superior. Procedimento moral; compor- te seu semelhante quando no exercício da profissão
tamento. Comportamento consciente do indivíduo, in-
Capítulo 02 - Ética, Moral, Princípios e Valores
fluenciado pelas expectativas de outras pessoas. A ética profissional estuda e regula o relaciona-
E, ainda, segundo o Dicionário Brasileiro da Língua mento do profissional com sua clientela, visando à digni-
Portuguesa (2008, p. 141), conduta é ato de conduzir; con- dade humana e a construção do bem-estar no contexto
junto de pessoas conduzidas para algum lugar; procedi- sociocultural onde exerce sua profissão.
mento; comportamento. Um código de ética profissional oferece, implici-
É possível também encontrar definições doutriná- tamente, uma série de responsabilidades ao indivíduo.
rias, como as do autor Antônio Lopes de Sá (2001) no sen- Atinge todas as profissões e quando falamos de ética
tido de que a conduta do ser é a resposta a um estímulo profissional, estamos nos referindo ao caráter normativo
mental, ou seja, é uma ação seguidora de um comando do e até jurídico que regulamenta determinada profissão, a
cérebro e, ao se manifestar variável, também pode ser partir de estatutos e códigos específicos, assim, como a
observada e avaliada. ética médica, do advogado, engenheiro, administrador,
Valores são o conjunto de normas que corporifi- biólogo etc. Acontece que, em geral, as profissões apre-
cam um ideal de perfeição buscado pelos seres humanos: sentam a ética firmada em questões muito relevantes
solidariedade, verdade, lealdade, bondade etc. Essas ati- que ultrapassam o campo profissional em si.
tudes classificam a conduta como honesta ou desonesta. ATENÇÃO: É importante destacar a diferença entre
ética de responsabilidade e ética de convicção.
Valores Morais Na ética da convicção seguimos valores ou prin-
cípios absolutos – tais como não matar, não roubar, não
São conceitos que adquirimos ao longo da vida com mentir. Neste caso, a intenção é sempre mais importante
base nos ensinamentos e influencias que recebemos. do que o resultado concreto das nossas ações. É a ética da
Tais conceitos norteiam nossa forma de ver o mundo e moralidade do indivíduo.
de agir em sociedade impondo limites ao nosso com- A ética da responsabilidade, estabelecida por Ma-
16 portamento, uma vez que muitas vezes tais valores quiavel e aprimorada por Max Weber, leva em considera-
entram em conflito com nossos desejos. ção as consequências dos atos dos agentes, geralmente
políticos.
Ética no Serviço Público
Quando uma pessoa é eleita para um cargo públi- Para a ética da responsabilidade, serão morais as
co, a sociedade deposita nela confiança e espera que ela ações que forem úteis à comunidade, e imorais aquelas
cumpra um padrão ético. Assim, essa pessoa deve estar que a prejudicam, visando os interesses particulares.
ao nível dessa confiança e exercer a sua função seguindo
determinados valores, princípios, ideais e regras. Ética da convicção são as ações morais individuais
praticadas independente dos resultados alcançados.
Princípios No dizer de Kant, não há regulamento, é o dever pelo
dever. Por sua vez, ética de responsabilidade é a moral
São norteadores que orientam as pessoas em diver- do grupo, muito diferente da individual, pois aquela re-
sas situações. Cada sociedade forma seus princípios fere-se a decisões tomadas pelos governantes para o
ao longo da história. Os princípios são requisitos de bem-estar geral, embora, muitas vezes, possam pare-
otimização na aplicação das regras. cer erradas aos olhos da moral individual.
De igual forma, o servidor público deve assumir Sendo a ÉTICA INERENTE À VIDA HUMANA, sua
o compromisso de promover a igualdade social, de lutar importância é bastante evidenciada na vida profissional,
para a criação de empregos, desenvolver a cidadania e de porque cada profissional tem responsabilidades indivi-
robustecer a democracia. Para isso ele deve estar prepa- duais e responsabilidades sociais, pois envolve pessoas
rado para pôr em prática certas virtudes que beneficiem que dessas atividades se beneficiam.
o país e a comunidade a nível social, econômico e político. No âmbito empresarial, significa uma filosofia ou
Um profissional que desempenha uma função ética do serviço. Ou seja, é na medida em que o meu pro-
pública deve ser capaz de pensar de forma estratégica, duto, a maneira de produzi-lo e tudo mais que eu faço em
inovar, cooperar, aprender e desaprender quando neces- relação a ele representarem um serviço para o mercado,
sário, elaborar formas mais eficazes de trabalho. Infeliz- que minha empresa poderá obter um resultado econômi-
mente os casos de corrupção no âmbito do serviço públi- co válido. Aqui, o valor maior é a solidariedade, o objetivo
co são fruto de profissionais que não trabalham de forma maior é o crescimento do outro. O lucro, o benefício eco-
ética. nômico, é um subproduto.
Temos ainda a ética profissional. O indivíduo pre- Devemos esclarecer ainda que, todos os códigos de
cisa cumprir com suas responsabilidades e atividades da ética profissional, trazem em seu texto a maioria dos se-
profissão, seguindo os princípios determinados pela so- guintes princípios: honestidade no trabalho, lealdade na
ciedade e pelo seu grupo de trabalho. empresa, alto nível de rendimento, respeito à dignidade
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humana, segredo profissional, observação das normas tes. O pleno exercício da cidadania e da democracia es-
administrativas da empresa e muitos outros. tão associados a ideia de igualdade entre os indivíduos.
O conceito de cidadania está fortemente ligado ao de Ainda, segundo os filósofos, o que dá o conteúdo à or-
democracia. Na antiguidade clássica, ser cidadão era ganização social é a ética. Assim como a estética está
ter participação política. A palavra cidadão servia para relacionada com a construção do belo, com a busca
definir, na Grécia antiga, o indivíduo nascido na Pólis e da perfeição na arte, a ética está relacionada à busca
que tinha direitos políticos. Com o tempo o conceito de da perfeição na convivência social. O mundo ético é o
cidadania foi se ampliando para além dos direitos, hoje mundo bom. A ética é indispensável para o desenvol-
ela está associada aos direitos e deveres dos indivídu- vimento social. Há quem diga que ética é bem estar so-
os. Quando falamos de direitos e deveres, devemos en- cial. Giannetti, por exemplo, diz que sem ética a própria
tender como cidadania a preocupação e o exercício de sobrevivência fica comprometida
ações que garantam o desenvolvimento harmonioso
da sociedade e a preservação dos direitos alheios. Ser Os cidadãos em maioria desconhecem o histórico e
cidadão, não é simplesmente cobrar seus direitos, mas o contexto atual de seus próprios direitos fundamentais;
lutar para defender os interesses dos nossos semelhan- não reconhecem o valor da conquista de uma Constitui-
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ção democrática, o significado de res publica. (2008) está apoiada em quatro princípios:
Mas é possível formar o cidadão, para que ele te-
nha condições de reivindicar ética nas atuações políti-
cas? Como sugeriu Platão, podemos educar o indivíduo Governança Pública
no espírito das melhores leis?
De acordo com Puig (1998, p.15), deve converter-se Relações Ética Conformidade
em um âmbito de reflexão individual e coletiva que per- Transparência Prestação Responsável de
mita elaborar racionalmente e autonomamente princí- Contas
pios gerais de valor, princípios que ajudem a defrontar-se
Capítulo 04 - Administração Pública e Ética
dividuais de todos os usuários do serviço público, sem tário (servidor-Lei 8.112) ou celetistas (empregado-CLT)
qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, da Administração Pública direta e indireta autárquica e
sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e fundacional sociedades de economia mista, das empre-
posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes sas públicas e aos servidores das Autarquias
dano moral; Aqui vai um esquema para você se orientar caso a
Fique atento as pegadinhas de prova. Por ser um questão traga algum órgão específico [rol não taxativo]:
Decreto e não uma Lei, o Código de Ética instituído pelo
1171, não é aplicável aos Estados e Municípios, nem aos
poderes Judiciário e Legislativo, bem como as Forças Ar-
madas.
público deve estar sempre atento às questões legais, jus- tição” poderão influenciar, negativamente ou positiva-
tas, convenientes e honestas. mente, no âmbito profissional.
Concluímos que, tanto a serviço, quanto “fora dele” Considera-se que os atos praticados pelo servidor
o servidor público está imbuído dessa postura ética (res- público no âmbito privado são associados de sua conduta
peitando os princípios da lei). pública, influenciando, portanto, seu conceito funcional
nem a prestação de serviços ao público.
III - A moralidade da Administração Pública não Cabe aqui uma complementação. Essa dita “profis-
se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser sionalização”, não é de exclusividade do servidor. O Po-
acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O der Público deve promover essa ‘evolução” do servidor.
equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do Para tanto, em 1998 foi inserido na Constituição Federal:
servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do
ato administrativo. § 2º A União (..) manterão escolas de governo para
a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos
Não basta ser moral, deve-se primar pelo bem co- (...).
mum, finalidade de qualquer ato administrativo, pois, ao
praticar um ato, não é o agente que o está praticando, mas Como registra a doutrina, “para a efetiva profissio-
sim a própria Administração Pública. nalização, é imprescindível ampliar os horizontes profis-
Novamente trazendo conceitos importantes do Di- sionais daquele que trabalha para a Administração” .
reito Administrativo:
VII - Salvo os casos de segurança nacional, inves-
22 Agentes Públicos são todos aqueles que, a qualquer tí-
tigações policiais ou interesse superior do Estado e da
Administração Pública, a serem preservados em proces-
tulo, executam uma função pública como prepostos do so previamente declarado sigiloso, nos termos da lei, a
Estado. São integrantes dos órgãos públicos, cuja von-
Ética no Serviço Público
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Capítulo 07 - Seção II - Dos Principais Deveres do Servidor Público
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu neamente, em ética e cumprimento dos deveres, propor-
local de trabalho é fator de desmoralização do serviço ciona o desenvolvimento socioeconômico do país.
público, o que quase sempre conduz à desordem nas re- O exercício compartilhado da atividade pública
lações humanas. sustenta seu sucesso duradouro. Para isso, é necessário,
haver um certo padrão de deveres para quem os execu-
Vamos combinar com o que diz o Regime Jurídico ta. No que diz respeito ao Decreto 1.171, há de se notar que
dos Servidores (lei 8112): o legislador pátrio, ao decretar o Código de Ética, preo-
cupou-se em enumerar os principais deveres, ou seja,
Art. 116. São deveres do servidor: é um rol não exaustivo. Isso quer dizer que, além destes
X - ser assíduo e pontual ao serviço; expressos na seção II, há outros deveres que devem ser
seguidos pelos servidores.
Art. 117. Ao servidor é proibido: Vamos a eles:
I - ausentar-se do serviço durante o expediente,
sem prévia autorização do chefe imediato; XIV - São deveres fundamentais do servidor públi-
co:
O código é direto ao mencionar a desmoralização a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo,
do serviço público e que isso conduz à desordem. Mas, função ou emprego público de que seja titular;
como isso ocorre?
Imagine você ir a uma repartição e chegando lá, o O termo “servidor público” é usado em sentido am-
servidor, sumiu! Está trabalhando, mas não está na mesa plo. Esse inciso “reforça” a tese dessa aplicação, pois, fala
dele. E você precisa do atendimento... o que vai acontecer.. em cargo, função ou emprego público.
passa 5, 10, 50 minutos e nada do servidor aparecer...é ló- Mas qual a diferença?
gico que você vai ficar é muito nervoso com essa espera....
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com Cargo: é o conjunto de atribuições e responsabilidades
a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e que possui um agente público, criado por lei (conjunto),
cada concidadão, colabora e de todos pode receber cola- em número determinado, com denominação própria e
boração, pois sua atividade pública é a grande oportuni- remunerado pelos cofres públicos. É o vínculo de tra-
dade para o crescimento e o engrandecimento da Nação. balho que liga a espécie de agente público servidor pú-
blico à Administração.
24 Esse inciso é mais uma postura a ser adotada pelo Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e
servidor do que propriamente uma regra ou proibição. E responsabilidades previstas na estrutura organizacio-
convenhamos, é lindo né? Veja: nal que devem ser cometidas a um servidor. (LEI Nº 8.112,
Ética no Serviço Público
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Capítulo 07 - Seção II - Dos Principais Deveres do Servidor Público
com a barriga, adiado, deixado para depois. Assim, ob- Imagine que eu pego uma citação e é endereçada
serve que mais uma vez o código menciona o “dano mo- a dois clientes: um deles advogado e o outro o acusado.
ral” ao usuário por “procrastinação” sem motivo. Oras, apesar do texto ser o mesmo, ao citar o acusado, nós
temos que usar palavras mais claras, objetivas, explicar
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a minuciosamente. E isso não é preconceito, isso é adap-
integridade do seu caráter, escolhendo sempre, quando tar-se a diferentes níveis de conhecimento e diferentes
estiver diante de duas opções a melhor e a mais vantajo- culturas.
sa para o bem comum;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum te-
Ser probo, reto, é ser íntegro, honesto, confiável. mor de representar contra qualquer comprometimento
Fique atento, pois, a questão pode trazer uma pegadinha, indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
dizendo que o servidor deve escolher a opção mais van-
tajosa a administração Pública, o que está incorreto. Vamos combinar a leitura desse item com a lei
8.112/90:
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, Art. 116. São deveres do servidor:
condição essencial da gestão dos bens, direitos e serviços XII - representar contra ilegalidade, omissão ou
da coletividade a seu cargo; abuso de poder.
Parágrafo único. A representação de que trata o in-
A prestação de contas é direito do cidadão. Sua re- ciso XII será encaminhada pela via hierárquica e aprecia-
cusa enseja violação ao principio da publicidade. Até por- da pela autoridade superior àquela contra a qual é formu-
que, espera-se uma atitude íntegra do servidor, e, sendo lada, assegurando-se ao representando ampla defesa.
essa atitude leal e justa, não há motivos para recusar a O servidor deve respeitar a hierarquia, porém, caso
prestação de contas. haja “abuso de poder” o mesmo deve representar ao su-
perior hierárquico daquele que está agindo com ilegali-
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços dade.
aperfeiçoando o processo de comunicação e contato com
o público; i) resistir a todas as pressões de superiores hierár-
quicos, de contratantes, interessados e outros que visem
Inciso simples, porém, quando você for servidor, obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevi-
perceberá que os próprios servidores tem dificuldade das em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas e
em obter informações. É corriqueiro ir a uma repartição denunciá-las; 25
e o servidor simplesmente dizer: “isso não é comigo”,
“não sei”, “veja em outro departamento”. Mas isso não é Pois é meu aluno, posso dizer que é corriqueiro
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exi-
princípios éticos que se materializam na adequada pres- gências específicas da defesa da vida e da segurança co-
tação dos serviços públicos; letiva;
Esse item vem complementar o anterior. Podemos É considerado antiético o servidor público fazer
entender que o objetivo “mestre” de uma conduta ética greve? O próprio decreto afirma que a greve, não afronta
é uma prestação de serviços eficientes, sem demoras, a ética, porém, no exercício deste direito, deve-se zelar
sem erros, visando atender aos desejos de cada cidadão. pela defesa da vida e da segurança coletiva.
Hã???
Pegadinha! CUIDADO! A prestação de serviços pú- l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de
blicos visa atender o BEM COMUM, ou seja, a COLETIVI- que sua ausência provoca danos ao trabalho ordenado,
DADE. refletindo negativamente em todo o sistema;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e Ser assíduo é ser pontual, aplicado. Esse dever, re-
atenção, respeitando a capacidade e as limitações in- flete as “boas maneiras” no ambiente de trabalho.
dividuais de todos os usuários do serviço público, sem
qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, m) comunicar imediatamente a seus superiores
sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público,
posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes exigindo as providências cabíveis;
dano moral;
O servidor público deve sempre comunicar a seus
O servidor deve tratar com respeito e presteza a superiores qualquer ato ou fato contrário aos interesses
todos os usuários, porém, ele deve ter a capacidade de se e princípios éticos da administração pública, mesmo em
adaptar a cada indivíduo. O que isso quer dizer? situações políticas e administrativas adversas.
Vamos a uma exemplo prático: Em minha função Perceba que, além de comunicar, o servidor deve
de oficial de justiça atendemos diversas pessoas, que, exigir as providências cabíveis.
costumeiramente chamamos de “clientes”.
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n) manter limpo e em perfeita ordem o local de tra- demonstra para com o servidor. Isso, porém, pode levar
balho, seguindo os métodos mais adequados à sua orga- a certos “abusos”, o quais, devem ser evitados. O poder
Capítulo 08 - Seção III - Das Vedações ao Servidor Público
nização e distribuição; tende a corromper, por isso, nada de deixar o cargo “subir
a cabeça”.
Isso é até meio que óbvio. Um local desorganizado
peca pela eficiência, pois, o ideal é “cada coisa em seu lu- v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua
gar”, e, “um lugar para cada coisa” é sinônimo de organi- classe sobre a existência deste Código de Ética, estimu-
zação. lando o seu integral cumprimento.
o) participar dos movimentos e estudos que se re- Hodiernamente, a grande maioria dos concursos
lacionem com a melhoria do exercício de suas funções, cobra o conhecimento do código de ética, porém, não só
tendo por escopo a realização do bem comum; devemos conhecer e fazer conhecer, mas também, esti-
mular o seu cumprimento.
Ou seja, o servidor deve participar dos treinamen-
tos que objetivem a melhora do exercício de suas fun- 8. SEÇÃO III - DAS VEDAÇÕES AO SERVI-
ções. Um servidor bem treinado é sinônimo de serviço
público bem prestado. DOR PÚBLICO
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas O Código de Ética trata também de condutas “ve-
adequadas ao exercício da função; dadas”, as quais, de forma geral, correspondem a condu-
tas que são qualificadas como crimes contra a Adminis-
Isso não quer dizer que você deva ir de terno e gra- tração Pública, como atos de improbidade administrativa
vata ao trabalho, porém, também não deva ir de shorts, ou como infrações disciplinares de natureza grave, pre-
chinelo etc (meninas, cuidado com o comprimento da vistas no Estatuto do Servidor Público (Lei nº 8.112/1990).
saia..ok?). A boa aparência (e isso não quer dizer que você
deve ser bonito) é tão importante quanto estar qualifi- XV - É vedado ao servidor público;
cado para atender. Quem não tem uma boa apresentação a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades,
no atendimento, não terá chance de mostrar suas qualifi- tempo, posição e influências, para obter qualquer favore-
cações e aptidões para o atendimento (sua competência). cimento, para si ou para outrem;
26 q) manter-se atualizado com as instruções, as nor- Um exemplo recente do uso inapropriado da fun-
mas de serviço e a legislação pertinente ao órgão onde ção, foi da Sra. Marta Suplici, à época ministra do Turismo:
exerce suas funções; “Não foi exatamente tranquilo o início do voo 455
da Air France que na terça-feira passada decolou de São
Ética no Serviço Público
r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as Paulo para Paris. A responsável pela trepidação foi Marta
instruções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, Suplicy, que ia para a China, com escala em Paris. Ao em-
tanto quanto possível, com critério, segurança e rapidez, barcar, o casal Marta e Luis Favre relaxou e decidiu não
mantendo tudo sempre em boa ordem. passar pela revista de bagagem de mão feitas por raios
X. Os Favres furaram a fila da Polícia Federal. Vários pas-
Estes itens, retratam uma série de posturas a se- sageiros se revoltaram. Marta respondeu que, no Brasil,
rem adotadas pelo servidor. Perceba que o servidor deve para as autoridades não valem as exigências que reca-
estar atualizado com a legislação pertinente, o que, inclu- em sobre os passageiros comuns. Os passageiros não
sive, influência no correto cumprimento de suas tarefas. relaxaram com a explicação. Continuaram a reclamar,
mesmo com todos já embarcados. Deu-se, então, o inusi-
s) facilitar a fiscalização de todos os atos ou servi- tado: o comandante do Boeing 777 saiu do avião, chamou
ços por quem de direito; a segurança e disse que não decolaria até que todos os
passageiros passassem suas bagagens pelo raio X. Mar-
Esse item retrata que, todos os servidores, sem ex- ta Suplicy deixou seu assento na primeira classe (Favre
ceção, devem zelar pelo seu ambiente de trabalho, assim, estava na executiva) e dignou-se fazer o que o coman-
como as condutas de seus colegas. dante pediu. Nesse instante, os passageiros “relaxaram e
gozaram. (Revista “VEJA” de 26 de março de 2008)
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas O uso do cargo para obter vantagens indevidas
funcionais que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê- pode ainda ser enquadrado como crime de corrupção
-lo contrariamente aos legítimos interesses dos usuários passiva nos termos do código penal. Vejamos:
do serviço público e dos jurisdicionados administrativos;
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para ou-
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua trem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem in-
interesse público, mesmo que observando as formalida- devida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
des legais e não cometendo qualquer violação expressa
à lei; Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
Seria a famosa “carteirada”. A depender do cargo
ocupado, é impressionante o respeito que a sociedade § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em con-
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sequência da vantagem ou promessa, o funcionário re- responsabilizar subordinado que cometeu infração no
tarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pra- exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não
Essa conduta pode configurar crime contra a hon- XII - receber propina, comissão, presente ou van-
ra (calúnia, difamação e injúria) e, também, resultar em tagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
ação de indenização por danos morais, cuja responsabi- h) alterar ou deturpar o teor de documentos que
lidade pode ser imputada ao poder público ou ao próprio deva encaminhar para providências;
servidor (José Morais).
Essa conduta pode configurar crime de falsidade
c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, ideológica previsto no art. 299 do Código Penal:
conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou
ao Código de Ética de sua profissão; Art. 299 - Omitir, em documento público ou parti-
cular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir
É dever do servidor comunicar as superiores se ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia
constatar algo errado ou estranho. A conduta omissiva ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação
(deixar de fazer) pode configurar crime de condescen- ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
dência criminosa. Do código penal:
Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o
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documento é público, e reclusão de um a três anos, e mul- n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora
ta, se o documento é particular. dele habitualmente;
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, Poxa professor! Quer dizer que vou passar no Con-
e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsi- curso, ganhar meu rico dinheirinho e não vou poder be-
Capítulo 09 - Das Comissões de Ética – Decreto 1.171
rial de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição po atenta violentamente contra a moral, a honestidade e
de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta a dignidade da pessoa humana.
lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados
ou terceiros contratados por essas entidades. p) exercer atividade profissional aética ou ligar o
E infração disciplinar de natureza grave, prevista seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso.
no art. 117, inciso XVI, da Lei nº 8.112/1990.
Um servidor, por exemplo, não pode ter seu nome
Art. 117. Ao servidor é proibido: ligado a um comércio de produtos piratas.
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gãos e entidades da Administração Pública Federal dire- enquanto que os órgãos consultivos são aqueles que
ta e indireta devem constituir Comissões de Ética. Essas emitem pareceres, opiniões, conselhos que por sua vez
comissões, que tenham sido criadas no âmbito do Poder são transmitidos aos órgãos deliberativos para auxilia-
Executivo Federal, compõem o Sistema de Gestão da Éti- rem os órgãos deliberativos na sua tomada de decisão.”
ca do Poder Executivo Federal. Ele ainda assevera que estes órgãos têm então
Em entidades ou órgãos distribuídos geografica- uma função auxiliar na relação com os órgãos deliberati-
mente pelo país a criação de subcomissões de ética pode vos e tem uma função complementar no sistema.
ser de grande valia para assegurar proximidade aos ser-
vidores. Nesse caso, às subcomissões pode ser cometido
o exercício de todas as atribuições da Comissão, desde Todo aquele que investir em função pública ou celebrar
que reservada a esta o poder revisor de ofício das orien- contrato de trabalho, NO ATO DA POSSE deverá pres-
tações e decisões exaradas. tar compromisso solene de acatamento das regras ob-
Compete ao Sistema de Gestão da Ética: servadas no Código de Conduta da Alta Administração
Federal pelo Código de Ética Profissional do Servidor
Capítulo 10 - Decreto 6.029/2007
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Para memorizar:
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ATENÇÃO: Os eventuais códigos de ética próprios
COMISSÃO DE ÉTICA COMISSÃO DE ÉTICA
das empresas estatais e demais órgãos e entidades de-
PÚBLICA (Art. 4º) SETORIAL (Art. 7º)
vem estar alinhados com o Decreto 1.171/94 e, portanto,
II - administrar a aplica- II - aplicar o Código de as propostas para elaboração e aperfeiçoamento dos có-
ção do Código de Conduta Ética Profissional do digos de ética próprios também devem encaminhados
da Alta Administração Servidor Público Civil do para a CEP.
Federal, devendo: Poder Executivo Federal, A CEP conta com uma Secretaria-Executiva, vin-
aprovado pelo Decreto culada à Casa Civil da Presidência da República, à qual
1.171, de 1994, devendo: compete prestar o apoio técnico e administrativo aos
trabalhos da Comissão. Serão vinculadas administrati-
a) submeter ao Presiden- a) submeter à Comissão vamente à instância máxima desse órgão e quem a pre-
te da República medidas de Ética Pública propos- side é um servidor ou empregado do quadro permanente
para seu aprimoramento; tas para seu aperfeiçoa- da entidade ou órgão, ocupante de cargo de direção com-
Capítulo 10 - Decreto 6.029/2007
de que trata o Decreto no seminação, capacitação cutivo deverá ser pessoa diversa dos membros da Co-
1.171, de 1994; e treinamento sobre as missão devido à existência de vinculação administrativa
normas de ética e disci- da Secretaria-Executiva à instância máxima do órgão ou
plina; entidade.
A escolha do Secretário-Executivo da Comissão
IV - coordenar, avaliar e III - representar a respec- de Ética pode recair sobre servidor, civil ou militar da re-
supervisionar o Sistema tiva entidade ou órgão na serva, que ocupe exclusivamente cargo em comissão de
de Gestão da Ética Pú- Rede de Ética do Poder assessoramento superior, pois integrante do quadro per-
blica do Poder Executivo Executivo Federal a que manente do órgão, conforme definido pela Lei 3780/60.
Federal; se refere o art. 9o; e O cargo ou função do secretário-executivo da Co-
missão de Ética deve ser compatível com a estrutura do
V - aprovar o seu regi- IV - supervisionar a
órgão ou função, entendendo-se essa compatibilidade
mento interno; e observância do Código de
como cargo ou função de nível suficiente que lhe permita
Conduta da Alta Admi-
a necessária interlocução hierárquica para o exercício de
VI - escolher o seu Presi- nistração Federal e co-
suas obrigações.
dente. municar à CEP situações
O chefe da referida Secretaria deve conhecer bem
que possam configurar
a organização e seus processos e ter capacidade geren-
descumprimento de suas
cial para dar consequência às decisões da Comissão de
normas.
Ética, ocupando cargo ou função compatível da estrutura
da organização.
Vejam que a CEP tem o papel de esclarecer sobre Os membros das Comissões de Ética exercerão
dúvidas oriundas das próprias normas e nos casos que suas atividades com a garantia do mandato e de que do
não estarão presentes nas normas poderá decidir. exercício de suas atribuições não lhes resultará nenhum
As dúvidas levantadas sobre a aplicação do Decre- dano ou prejuízo, sendo responsabilidade do titular da
to 1171/94 devem ser resolvidas pela Comissão de Ética entidade ou órgão assegurar as condições necessárias
do próprio órgão ou entidade, cabendo à Comissão de Éti- ao trabalho.
ca Pública atender às dúvidas dessas Comissões ou se Cada Comissão de Ética, que trata o Decreto 1.171,
manifestar em caso de interpretações divergentes. terá também uma Secretaria Executiva, chefiada por um
A infração de natureza ética cometida por membro servidor ou empregado do quadro permanente, e vincu-
de Comissão de Ética Setorial será apurada pela Comis- lada administrativamente à instância máxima da enti-
são de Ética Pública. dade ou órgão em que estiver instalada. Como já vimos,
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a função da Secretaria Executiva é dar cumprimento ao III - independência e imparcialidade dos seus
plano de trabalho aprovado pela Comissão, além de dar membros na apuração dos fatos, com as garantias asse-
o apoio técnico e material necessário ao cumprimento de guradas neste Decreto.
suas atribuições. Sobre o inciso I que trata sobre a proteção à honra
Os chefes das secretarias executivas serão servi- e a imagem da pessoa investigada, o art. 5º, inciso X, da
dores ou empregados do quadro permanente da entidade Constituição Federal de 1988, estabelece que são inviolá-
ou órgão, ocupante de cargo de direção compatível com veis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
sua estrutura, alocado sem aumento de despesas. pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação.
O cargo ou função do secretário-executivo da Além disso, O pacto de São José da Costa Rica (Con-
Comissão de ética deve ser tal que não se configure venção Interamericana de Direitos Humanos), vigente
em empecilho para o cumprimento de suas funções em nosso país, reconhece a proteção à honra no art. 11,
diretamente, sem que tenha questionado seu nível dispondo que “toda pessoa tem direito ao respeito de sua
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Devido a importância e cobrança corriqueira em troladoria-Geral da União ou unidade específica do Siste-
provas, vamos rever o conceito de agente público, desta ma de Correição do Poder Executivo Federal de que trata
vez trazido pelo Decreto 6.029: o Decreto n o 5.480, de 30 de junho de 2005, para exame de
Parágrafo único. Entende-se por agente público, eventuais transgressões disciplinares; e
para os fins deste Decreto, todo aquele que, por força de III - recomendação de abertura de procedimento
lei, contrato ou qualquer ato jurídico, preste serviços de administrativo, se a gravidade da conduta assim o exigir.
natureza permanente, temporária, excepcional ou even-
tual, ainda que sem retribuição financeira, a órgão ou en- Qualquer procedimento instaurado para apuração
tidade da administração pública federal, direta e indireta. de prática em desrespeito às normas éticas será manti-
do como “chancela reservado” até a conclusão e decisão.
Processo de Apuração Ética Concluída a investigação e após a deliberação da CEP ou
da Comissão de Ética do órgão ou entidade, os autos do
O processo de apuração de prática de ato em des- procedimento deixarão de ser reservados.
Capítulo 10 - Decreto 6.029/2007
respeito ao preceituado no Código de Conduta da Alta A chancela “reservado” refere-se ao grau de si-
Administração Federal e no Código de Ética Profissio- gilo que pode ser atribuído a informações na Adminis-
nal do Servidor Público Civil do Poder Executivo Fede- tração Pública. Atualmente o sigilo é tratado na lei n°
ral será instaurado, de ofício ou em razão de denúncia 12.527/2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação.
fundamentada, respeitando-se, sempre, as garantias do A informação classificada no grau reservado permane-
contraditório e da ampla defesa, pela Comissão de Ética ce sigilosa por no máximo 5 anos. De qualquer forma, o
Pública ou Comissões de Ética, conforme o caso, que no- próprio Decreto determina que os autos deixaram de ser
tificará o investigado para manifestar-se, por escrito, no considerados reservados após a conclusão da investiga-
prazo de dez dias. ção e a deliberação da CEP ou da Comissão de Ética.
A qualquer pessoa que esteja sendo investigada é
assegurado o direito de saber o que lhe está sendo impu-
tado, de conhecer o teor da acusação e de ter vista dos au-
tos, no recinto das Comissões de Ética, mesmo que ainda
não tenha sido notificada da existência do procedimento Na hipótese de os autos estarem instruídos com
investigatório. O investigado tem o direito de obter cópia documento acobertado por sigilo legal, o acesso a esse
dos autos e de certidão do seu teor. tipo de documento somente será permitido a quem deti-
Feita a denúncia FUNDAMENTADA, ou seja, aque- ver igual direito perante o órgão ou entidade originaria-
34 la que que se fundamenta em algo que já é comprovado, mente encarregado da sua guarda.
que já possui concretude, o investigado será notificado e Para resguardar o sigilo de documentos que as-
deverá no PRAZO MÁXIMO DE 10 DIAS manifestar-se por sim devam ser mantidos, as Comissões de Ética, depois
de concluído o processo de investigação, providenciarão
Ética no Serviço Público
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SE DE PROFERIR DECISÃO SOBRE MATÉRIA DE SUA vidor público perante a comunidade deve ser entendido
COMPETÊNCIA alegando omissão do Código de Conduta como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como
da Alta Administração Federal, do Código de Ética Pro- cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho
fissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo pode ser considerado como seu maior patrimônio.
Federal ou do Código de Ética do órgão ou entidade. Não GABARITO DA QUESTÃO: ERRADO
havendo dispositivo legal nesses diplomas, a lacuna será
suprida pela analogia e invocação aos princípios da lega- QUESTÃO 03 (CESPE - 2011 - FUB - Cargos de Ní-
lidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efici- vel Médio) Suponha que Ana, servidora de uma funda-
ência. ção pública, tente convencer seu colega André, também
Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comissão servidor público, a aceitar de um empresário gratificação
de Ética competente deverá ouvir previamente a área pelos serviços prestados, e ele, indignado, rechace a pro-
jurídica do órgão ou entidade. posta, dizendo-lhe que nada mais fez que cumprir seus
Sobre as decisões das Comissões de Ética leiamos deveres. Suponha, ainda, que, alguns dias depois, André
o artigo 18 do Decreto: aceite do referido empresário uma oferta de emprego
tiva que deve ser julgada considerando os princípios éti- lares. Veja o que diz o código de ética:
cos do serviço público. XV - E vedado ao servidor público;
Marcos é servidor público e, todos os dias, sai para c) ser, em função de seu espírito de solidariedade,
bares com amigos e ingere grande quantidade de bebida conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou
alcoólica. Por conta disso, Marcos é conhecido por em- ao Código de Ética de sua profissão;
briagar-se habitualmente, e, ainda que isso não interfira Bruno, através de sua atitude omissiva, também
na sua assiduidade ao serviço, tem afetado reiterada- contrariou outro item o código. Veja:
mente a sua pontualidade, situação que Marcos busca XIV - São deveres fundamentais do servidor pú-
compensar trabalhando além do horário de expediente. blico:
Nesse caso, o comportamento de Marcos não pode m) comunicar imediatamente a seus superiores
ser considerado incompatível com o serviço público. todo e qualquer ato ou fato contrário ao interesse público,
COMENTÁRIOS: O inciso I do Decreto 1.171 diz que exigindo as providências cabíveis;
o servidor deve ser ético tanto dentro quanto fora da re- GABARITO: INCORRETO
partição.
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a cons- QUESTÃO 08 (CESPE – 2008 – TST) Ricardo, ser-
ciência dos princípios morais são primados maiores que vidor público, enquanto participava da preparação de
devem nortear o servidor público, seja no exercício do um edital de licitação para contratação de fornecimen-
36 cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício to de refeições para o órgão em que trabalha, antecipou
da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, compor- algumas das regras que iriam fazer parte do edital para
tamentos e atitudes serão direcionados para a preserva- Carlos, dono de uma empresa de fornecimento de mar-
ção da honra e da tradição dos serviços públicos. mitas, famosa pela boa qualidade e ótimos preços dos
Ética no Serviço Público
Estar, “normalmente”, bêbado, mesmo fora do ser- seus produtos, a fim de que esse pudesse adequar alguns
viço, é conduta reprovável e vedada pelo referido código. procedimentos de sua empresa ao edital. A iniciativa de
Vejamos: Ricardo deveu-se somente ao fato de ele conhecer bem
XV - É vedado ao servidor público; os produtos da empresa de Carlos, não lhe trazendo qual-
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora quer vantagem pecuniária.
dele habitualmente; Nessa situação, é correto afirmar que Ricardo agiu
Portanto, o comportamento de Marcos é incompa- em prol do interesse coletivo e que a sua atitude não fere
tível com o serviço público. a ética no serviço público.
GABARITO DA QUESTÃO: INCORRETO COMENTÁRIOS: O Decreto 1.171 veda expressa-
mente tal conduta:
QUESTÃO 07 (CESPE – 2008 – TST) Há algum tem- XV - É vedado ao servidor público;
po, Bruno, servidor público responsável pelo controle do m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas
material de expediente do setor em que trabalha, ob- no âmbito interno de seu serviço, em benefício próprio,
serva que Joana, servidora pública lotada nesse mesmo de parentes, de amigos ou de terceiros;
setor, utiliza recursos materiais da repartição em ativi- No serviço público, não tem essa de “fazer algo
dades particulares. Em razão de seu espírito de solidarie- contrário aos regramentos em benefício do interesse
dade e da amizade que nutre por Joana, Bruno se abstém coletivo”. Não caia nessa. Por mais que pareça o melhor,
de levar ao conhecimento do chefe do setor os atos prati- cabe ao servidor público agir no estrito cumprimento das
cados por sua colega de trabalho. atividades próprias de suas funções.
Nessa situação, Bruno age de forma correta, pois GABARITO DA QUESTÃO: INCORRETO
compete ao chefe detectar, por si mesmo, quaisquer ir- QUESTÃO 09 (CESPE – 2008 – TST) Todos os servi-
regularidades no setor, caracterizando ofensa à ética o dores públicos, independentemente da função assumida
servidor público denunciar colega de trabalho. e do órgão ao qual estão vinculados, devem cumprir a lei
COMENTÁRIOS: Vamos analisar a questão sob a incondicionalmente.
atitude de cada servidor: COMENTÁRIOS: O servidor público deve desempe-
JOANA: A atitude de Joana é condenável pelo códi- nhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou empre-
go de ética. Utilizar materiais em atividades particulares go público de que seja titular. O princípio da Legalidade
é a mesma coisa que retirar algum bem da repartição. dentro da Administração Pública restringe a atuação em
Além disso, exercer atividades particulares, é situação aquilo que é permitido por lei, de acordo com os meios e
estranha ao serviço. Vejamos os incisos corresponden- formas que por ela estabelecidos e segundo os interesses
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públicos. um a dois anos para o assediador. Portanto, atualmente
Hely Lopes Meirelles assim define: “A legalidade, o assédio sexual é considerado crime quando praticado
como princípio de administração (CF, art. 37, caput), sig- nas relações de trabalho e de ascendência inerentes ao
nifica que o administrador público está, em toda a sua exercício de emprego, cargo ou função.
atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às Agora, a servidora deveria ter tido uma conduta
exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ética: a de representar contra o chefe (inciso XIV, alíneas
ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se h, i e m do decreto 1171/94), quais sejam:
a responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme XIV - São deveres fundamentais do servidor pú-
o caso”. blico:(...)
Na Administração Pública, não há espaço para li- h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum
berdades e vontades particulares, deve, o agente público, temor de representar contra qualquer comprometimen-
sempre agir com a finalidade de atingir o bem comum, os to indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal;
interesses públicos, e sempre segundo àquilo que a lei lhe i) resistir a todas as pressões de superiores hierár-
QUESTÃO 07 (CESPE – 2013 - Técnico do Ministé- Social) Órgãos que exercem atribuições delegadas do po-
rio Público da União) No que se refere à ética no serviço der público devem criar comissões de ética.
público, julgue o item que se segue. Considere a seguinte
situação hipotética. QUESTÃO 18 (CESPE – 2008 - Analista do Seguro
O chefe de determinada repartição pediu a um su- Social) Na estrutura da administração, os integrantes de
bordinado, que estava de saída para comprar um lanche comissão de ética pública têm cargo equivalente ao de
em estabelecimento localizado no próprio órgão, que ministro de Estado no que se refere a hierarquia e remu-
fosse até o supermercado mais próximo comprar fraldas. neração.
Para agradar o chefe, o subordinado prontamente aten-
deu a solicitação. Nessa situação, o chefe não cometeu QUESTÃO 19 (CESPE – 2014 – MDIC) A fim de que
falta ética, pois o subordinado já estava de saída para sa- haja apuração de comprometimento ético, todos os ex-
tisfazer um interesse pessoal. pedientes encaminhados à Comissão de Ética Pública
da Presidência da República são considerados, a priori,
QUESTÃO 08 (CESPE – 2013 - Técnico do Ministério como reservados até a sua deliberação final.
Público da União) No que se refere à ética no serviço pú-
blico, julgue o item que se segue. QUESTÃO 20 (CESPE – 2010 – ANEEL) O conheci-
Ao colher, em seu local de trabalho, assinaturas em mento do dever está desvinculado da noção de ética, pois
um abaixo-assinado para pleitear a substituição do co- este é consequência da percepção, pelo sujeito, de que ele
38 ordenador de sua repartição, o servidor público não agirá é um ser racional e, portanto, está obrigado a obedecer
de maneira antiética, já que o direito de livre expressão ao seguinte imperativo categórico: a necessidade de res-
lhe é garantido por lei. peitar todos os seres racionais na qualidade de fins em si
Ética no Serviço Público
mesmos.
QUESTÃO 09 (CESPE – 2014 – SUFRAMA) O concei-
to de ética, que está vinculado aos valores sociais, sofre QUESTÃO 21 (CESPE – 2008 - Analista do Seguro
alterações com o passar do tempo, ao passo que a moral, Social) Caso um servidor público tenha cometido peque-
por estar relacionada à tradição de um povo, é imutável. nos deslizes de conduta comprovados por comissão de
sindicância que recomende a pena de censura, o relatório
QUESTÃO 10 (CESPE – 2013 – DEPEN – Agente Pe- da comissão de sindicância deve ser encaminhado para a
nitenciário Federal) A pena aplicável ao servidor público comissão de ética, pois é esta que tem competência para
pela comissão de ética é a pena de suspensão do serviço aplicar tal pena ao servidor.
público por, no máximo, trinta dias.
QUESTÃO 22 (CESPE – 2010 – Perito Médico Previ-
QUESTÃO 11 (CESPE – 2013 – DEPEN – Agente Pe- denciário do INSS) Uma perseguição sofrida por um ser-
nitenciário Federal) Para fins de apuração de comprome- vidor por parte de seu chefe imediato é motivo justo para
timento ético, a retribuição financeira pela prestação de a alteração no trato desse servidor com o público e com
serviço não constitui elemento indispensável para a ca- seus colegas de trabalho.
racterização do indivíduo como servidor público.
QUESTÃO 12 (INÉDITA) Caso haja alguma dúvida QUESTÃO 23 (CESPE – 2009 – Analista Técni-
quanto aspectos legais, a Comissão de Ética poderá ouvir co Administrativo) O imperativo do aprimoramento da
a área jurídica do órgão ou entidade. conduta ética do servidor público assumiu uma impor-
tância política inquestionável em nossos dias. De fato, a
QUESTÃO 13 (INÉDITA) A notificação ao investiga- opinião pública, manifestada de maneira espontânea ou
do pela Comissão de Ética deverá ocorrer no prazo de até condicionada pelos meios de comunicação, concorda que
30 dias. o grau de obediência a princípios éticos é muito baixo no
serviço público. Nesse sentido, as frequentes denúncias
QUESTÃO 14 (INÉDITA) Somente poderá provocar de corrupção estimularam na sociedade essa percepção.
a atuação da Comissão de Ética Pública agentes públicos Algumas pesquisas recentes de opinião revelam que o ci-
vinculados aos órgãos e entidades da Administração Pú- dadão brasileiro tem um conceito negativo a respeito da
blica Federal. conduta ética da classe política. Ainda que tais pesquisas
tenham se cingido à opinião sobre o universo parlamen-
QUESTÃO 15 (CESPE – 2002 – SENADO) Os fatos e tar, é lícito presumir que a mesma opinião negativa se es-
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tenda, ainda que em diferentes graus, à conduta ética nas QUESTÃO 28 (CESPE – 2009 – Assistente Técnico-
esferas dos Poderes Executivo e Judiciário. Pouco impor- -Administrativo) O princípio hierárquico do trabalho do
ta, para fins desta análise, se a opinião pública é fundada, servidor público não é totalmente compatível com a éti-
infundada ou meramente preconceituosa. Importante é ca, já que não é possível, ao mesmo tempo, cumprir or-
a opinião em si, pois revela um ceticismo intrínseco do dens, respeitar hierarquias e ser ético. O servidor público
povo em relação ao padrão ético do aparelho de Estado. deve manter-se fiel aos interesses corporativos do Esta-
João Geraldo Piquet Carneiro. Revista do Serviço do, ainda que, para tanto, tenha que sacrificar os direitos
Público. Ano 49, n.º 3, jul.-set./1998, p. 123 (com adapta- dos cidadãos.
ções).
Tendo o texto acima como referência inicial e con- QUESTÃO 29 (CESPE – 2009 – Assistente Técnico-
siderando o Código de Ética do Servidor Público, julgue o -Administrativo) O servidor público Juarez, ao atender o
seguinte item. cidadão Otávio, foi cortês, polido e contido, mantendo in-
O servidor público não pode permitir que perse- questionável autocontrole mesmo quando Otávio passou
guições, simpatias, antipatias, caprichos, paixões ou a comportar-se de forma agressiva e a tentar humilhá-lo.
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Regime Jurídico Único 41
Curriculum:
Professor de Ética no Serviço Público, Conhe-
cimentos Bancários e Direito Regimental. For-
mado em Engenharia de Produção pela Uni-
versidade Pan-Americana de Ensino. Técnico
Judiciário Cumpridor de Mandados no Tribunal
de Justiça do Estado do Paraná. Envolvido com
concursos públicos desde 2009 é professor em
diversos estados do Brasil.
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SUMÁRIO
1. CONCEITO DE AGENTES PÚBLICOS..................................................................................................................................................................... 43
2. FORMAS DE PROVIMENTO E VACÂNCIA DO CARGO PÚBLICO.......................................................................................................... 43
3. DIREITOS, DEVERES E PROIBIÇÕES DO SERVIDOR PÚBLICO E SEU REGIME DISCIPLINAR............................................... 51
4. O SERVIDOR PÚBLICO COMO AGENTE DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL; SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA NO SER-
VIÇO PÚBLICO................................................................................................................................................................................................................................74
Capítulo 01 - Conceito de Agentes Públicos
42
Regime Jurídico Único
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1. CONCEITO DE AGENTES PÚBLICOS
A expressão Agentes públicos abrange todas as
pessoas físicas que prestam serviços à Administração
Pública direta ou indireta, com ou sem vínculo empre-
gatício, mediante o pagamento ou não de remuneração.
Como podemos perceber, trata-se de conceito bastante
amplo.
Os agentes públicos podem ser classificados da se-
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Capítulo 02 - Formas de Provimento e Vacância do Cargo Público
III - READAPTAÇÃO
A readaptação é a investidura do servidor em car-
go de atribuições e responsabilidades compatíveis com a
limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou
mental, verificada em inspeção médica. Assim dispõe o
44 art. 24, da Lei 8.112/1900:
Se julgado incapaz para o serviço público, o rea-
daptando será aposentado. A readaptação será efetivada
Regime Jurídico Único
45
Lembre-se:
Vale lembrar que os arts. 95, § único, e 128, § 5º, II,
d, da CF/88 estabelecem possibilidades de acumulação
para juízes e promotores com a função de magistério.
A redistribuição é o deslocamento de cargo de pro-
vimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro
geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Estágio probatório
Poder.
Para a redistribuição é necessário observar alguns O estágio probatório pode ser definido como um
preceitos: lapso de tempo no qual a aptidão e a capacidade do servi-
dor serão avaliadas de acordo com critérios de:
• assiduidade;
• disciplina;
• capacidade de iniciativa;
• produtividade;
• responsabilidade.
Para os servidores vitalícios, o prazo do estágio
probatório é de dois anos e, como já fora dito anterior-
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Capítulo 02 - Formas de Provimento e Vacância do Cargo Público
mente, só perdem o cargo em razão de sentença com
Formas de Vacância
trânsito em julgado.
Já no tocante aos demais servidores, existe uma • exoneração;
discussão controvertida acerca do prazo de duração do • demissão;
estágio probatório. • promoção;
A CF determina, no art. 41, que são estáveis após • readaptação;
três anos de efetivo exercício os servidores nomeados • aposentadoria;
para cargo de provimento efetivo em virtude de concur- • posse em outro cargo inacumulável;
so público. Por outro lado, a Lei n. 8.112/90 prescreve, no • falecimento.
art. 20, que servidor nomeado para cargo de provimento
efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de Por fim, vejamos os dispositivos da Lei 8.112/1990,
24 meses. cujo estudo é fundamental:
Fixe:
Título II - Do Provimento, Vacância, Remoção, Redis-
Deixando de lado a questão doutrinária, para fins tribuição e Substituição
de concurso público, deve-se adotar a previsão constitu- Capítulo I - Do Provimento
cional, de modo que a estabilidade ocorre apenas após 3
anos de efetivo exercício. Seção I - Disposições Gerais
É possível também a concessão de algumas licen- Art. 5º São REQUISITOS básicos para investidura
ças e afastamentos ao servidor em estágio probatório, em cargo público:
conforme determinam os art. 81, I a IV, 94, 95 e 96 da Lei n.
8.112/90. Nesses casos, o estágio ficará suspenso. Dentre I - a nacionalidade brasileira;
as licenças e afastamentos, têm-se:
• licença por motivo de doença; II - o gozo dos direitos políticos;
• licença por motivo de afastamento do cônjuge III - a quitação com as obrigações militares e eleito-
ou companheiro; rais;
• licença para o serviço militar; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício
• licença para a atividade política; do cargo;
• afastamento para exercício de mandato eleti-
vo; V - a idade mínima de dezoito anos;
47
• afastamento para estudo ou missão no exte- VI - aptidão física e mental.
rior;
• afastamento de servidor para servir em orga- § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exi-
Seção II - Da Nomeação
Art. 9º A nomeação far-se-á:
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Capítulo 02 - Formas de Provimento e Vacância do Cargo Público
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo iso- 6. afastamento para participação em Júri e outros
lado de provimento efetivo ou de carreira; serviços obrigatórios;
II - em comissão, inclusive na condição de interino, 7. licença à gestante, à adotante e à paternidade;
para cargos de confiança vagos. 8. licença para tratamento da própria saúde (máxi-
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em mo de 24 meses ao longo do serviço público);
comissão ou de natureza especial poderá ser nomeado 9. licença por motivo de acidente em serviço ou do-
para ter exercício, interinamente, em outro cargo de con- ença profissional;
fiança, SEM prejuízo das atribuições do que atualmente 10. licença para capacitação;
ocupa, hipótese em que deverá OPTAR pela remuneração 11. licença por convocação do serviço militar;
de um deles durante o período da interinidade. 12. afastamento para descolamento para nova
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou car- sede;
go isolado de provimento efetivo depende de prévia ha- 13. afastamento para participação em competição
bilitação em concurso público de provas ou de provas e desportiva nacional ou convocação para integrar
títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de representação desportiva nacional
sua validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o in- § 3º A posse poderá dar-se mediante procuração
gresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, me- específica.
diante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as § 4º SÓ haverá posse nos casos de provimento de
diretrizes do sistema de carreira na Administração Pú- cargo por nomeação.
blica Federal e seus regulamentos. § 5º No ato da posse, o servidor apresentará decla-
ração de bens e valores que constituem seu patrimônio
Seção III - Do Concurso Público
e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo,
Art. 11. O concurso será de provas OU de provas e
emprego ou função pública.
títulos, podendo ser realizado em duas etapas, conforme
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se
dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de
a posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo
carreira, condicionada a inscrição do candidato ao paga-
[30 dias].
mento do valor fixado no edital, quando indispensável ao
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de
seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele
prévia inspeção médica oficial.
expressamente previstas.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2
que for julgado apto física e mentalmente para o exercício
(dois ) anos, podendo ser prorrogado uma ÚNICA vez, por
do cargo.
48 IGUAL período.
Art. 15. EXERCÍCIO é o efetivo desempenho das
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições
atribuições do cargo público ou da função de confiança.
de sua realização serão fixados em edital, que será publi-
§ 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empos-
Regime Jurídico Único
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Capítulo 02 - Formas de Provimento e Vacância do Cargo Público
tivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nes- Afastamentos e licenças permitidas ao servidor
se prazo o tempo necessário para o deslocamento para a em estágio probatório:
nova sede. 1. licença por motivo de doença em pessoa da fa-
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em li- mília;
cença ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este 2. licença por motivo de afastamento do cônjuge ou
artigo será contado a partir do término do impedimento. companheiro;
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos es- 3. licença para o serviço militar;
tabelecidos no caput. 4. licença para atividade política;
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de traba- 5. afastamento para o exercício de mandato eleti-
lho fixada em razão das atribuições pertinentes aos res- vo;
pectivos cargos, respeitada a duração máxima do traba- 6. afastamento para estudo ou missão no exterior;
lho semanal de quarenta horas e observados os limites 7. afastamento para participar de curso de forma-
mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, res- ção decorrente de aprovação noutro concurso para
pectivamente. a Administração Federal.
§ 1º O ocupante de cargo em comissão ou função
de confiança submete-se a regime de integral dedicação § 5º O estágio probatório ficará suspenso durante
ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84,
convocado sempre que houver interesse da Administra- § 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em
ção [cumulação do cargo em comissão com cargo efetivo, curso de formação, e será retomado a partir do término
quando há compatibilidade de horário e local, declarado do impedimento.
pelas autoridades máximas a que subordina em cada Seção V - Da Estabilidade
uma das atividades]. Art. 21. O servidor habilitado em concurso públi-
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração co e empossado em cargo de provimento efetivo adqui-
de trabalho estabelecida em leis especiais. rirá estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois)
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nome- anos de efetivo exercício. [aplica-se a CRFB, que prevê 03
ado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a es- anos]
tágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em
durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de
avaliação para o desempenho do cargo, observados os processo administrativo disciplinar no qual lhe seja as-
seguinte fatores: segurada ampla defesa.
I - assiduidade; Seção VI - Da Transferência 49
II - disciplina; Art. 23. Revogado
III - capacidade de iniciativa; Seção VII - Da Readaptação
direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, Capítulo III - Da Remoção e da Redistribuição
ainda, posto em disponibilidade. Seção I - Da Remoção
Art. 36. Remoção é o DESLOCAMENTO DO SER-
Seção - Da Recondução VIDOR, A PEDIDO OU DE OFÍCIO, NO ÂMBITO DO MESMO
Art. 29. Recondução é o RETORNO DO SERVIDOR QUADRO, COM OU SEM MUDANÇA DE SEDE.
ESTÁVEL AO CARGO ANTERIORMENTE OCUPADO E DE- Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo,
CORRERÁ DE: entende-se por modalidades de remoção:
I - INABILITAÇÃO EM ESTÁGIO PROBATÓRIO RE- I - de ofício, no interesse da Administração;
LATIVO A OUTRO CARGO; II - a pedido, a critério da Administração;
II - REINTEGRAÇÃO DO ANTERIOR OCUPANTE. III - a pedido, para outra localidade, INDEPENDEN-
TEMENTE do interesse da Administração:
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo
de origem, o servidor será aproveitado em outro, obser- a) para acompanhar cônjuge ou companheiro,
vado o disposto no art. 30. também servidor público civil ou militar, de qual-
quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Seção XI - Da Disponibilidade e do Aproveitamento Federal e dos Municípios, que foi deslocado no in-
Art. 30. O RETORNO À ATIVIDADE DE SERVIDOR teresse da Administração;
EM DISPONIBILIDADE FAR-SE-Á MEDIANTE APROVEI- b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, com-
TAMENTO OBRIGATÓRIO EM CARGO DE ATRIBUIÇÕES E panheiro ou dependente que VIVA ÀS SUAS EX-
VENCIMENTOS COMPATÍVEIS COM O ANTERIORMENTE PENSAS e CONSTE DO SEU ASSENTAMENTO
OCUPADO. FUNCIONAL, condicionada à COMPROVAÇÃO POR
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil JUNTA MÉDICA OFICIAL;
determinará o imediato aproveitamento de servidor em c) em virtude de processo seletivo promovido, na
disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou hipótese em que o número de interessados for su-
entidades da Administração Pública Federal. perior ao número de vagas, de acordo com normas
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que
art. 37 [reorganização ou extinção de órgão nos casos de aqueles estejam lotados.
redistribuição, o servidor estável se não redistribuído
será colocado em disponibilidade], o servidor posto em Seção II - Da Redistribuição
disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilida- Art. 37. Redistribuição é o DESLOCAMENTO DE
CARGO DE PROVIMENTO EFETIVO, OCUPADO OU VAGO
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NO ÂMBITO DO QUADRO GERAL DE PESSOAL, PARA OU- Direitos e vantagens
TRO ÓRGÃO OU ENTIDADE DO MESMO PODER, com pré-
via apreciação do órgão central do SIPEC, observados os
O servidor público não aufere salários, mas: subsí-
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
Gratificações Diárias
de natureza especial, é devida retribuição pelo seu exer-
Incorporam- cício.
Adicionais Auxílio-moradia
-se A gratificação natalina corresponderá a 1/12 da re-
Transporte muneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro,
por mês de exercício no respectivo ano.
Indenizações Segundo o art. 68 da lei, os servidores que traba-
lhem com habitualidade em locais insalubres ou em con-
As indenizações não se incorporam ao vencimen- tato permanente com substâncias tóxicas, radioativas
to ou provento para qualquer efeito. Já as gratificações e ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o
os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento vencimento do cargo efetivo. O servidor que fizer jus aos
nos casos e condições indicados em lei. adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá
De acordo com o art. 51 da Lei n. 8.112/90, consti- optar por um deles.
tuem indenizações ao servidor: O serviço extraordinário será remunerado com
• ajuda de custo; acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à
• diárias; hora normal de trabalho. Somente será permitido servi-
• transporte; ço extraordinário para atender a situações excepcionais
• auxílio-moradia. e temporárias, respeitado o limite máximo de 2 horas por
jornada.
A ajuda de custo destina-se a compensar as des- O serviço noturno, prestado em horário compre-
pesas de instalação do servidor que, no interesse do ser- endido entre 22 horas de um dia e horas do dia seguin-
viço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança te, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por
de domicílio em caráter permanente, vedado o duplo pa- cento), computando-se cada hora como cinquenta e dois
gamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o minutos e trinta segundos.
cônjuge ou companheiro, que detenha também a condi- O adicional de férias, de acordo com o art. 76 da lei,
ção de servidor, vir a ter exercício na mesma sede. corresponde a 1/3 da remuneração do período das férias.
As diárias e passagens destinam-se a indenizar as A Lei n. 11.314/2006 incluiu no art. 76-A a Gratifi-
parcelas de despesas extraordinárias com pousada, ali- cação por Encargo de Curso ou Concurso para o servidor
mentação e locomoção urbana, e são devidas ao servidor que:
que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual • atuar como instrutor em curso de formação, de
ou transitório para outro ponto do território nacional ou desenvolvimento ou de treinamento regular-
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
mente instituído no âmbito da Administração blica, não podendo ser relevada pela Administração.
Pública Federal; Com relação ao tempo de serviço, é contado para
• participar de banca examinadora ou de comis- todos os efeitos o tempo de serviço público federal, inclu-
são para exames orais, para análise curricular, sive o prestado às Forças Armadas. A apuração do tempo
para correção de provas discursivas, para ela- de serviço será feita em dias, que serão convertidos em
boração de questões de provas ou para julga- anos, considerado o ano como 365 dias.
mento de recursos intentados por candidatos; São considerados como de efetivo exercício os
• participar da logística de preparação e de re- afastamentos em virtude de (art. 102):
alização de concurso público envolvendo ati- I – férias;
vidades de planejamento, coordenação, su- II – exercício de cargo em comissão ou equivalente,
pervisão, execução e avaliação de resultado, em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados,
quando tais atividades não estiverem incluí- Municípios e Distrito Federal;
das entre as suas atribuições permanentes; III – exercício de cargo ou função de governo ou
• participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar administração, em qualquer parte do território nacional,
provas de exame vestibular ou de concurso por nomeação do Presidente da República;
público ou supervisionar essas atividades. IV – participação em programa de treinamento
regularmente instituído ou em programa de pós-gradu-
A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso ação stricto sensu no País, conforme dispuser o regula-
inciso VIII do art. 102. to Federal e dos Municípios, poderá haver exercício pro-
O tempo em que o servidor esteve aposentado será visório em órgão ou entidade da Administração Federal
contado apenas para nova aposentadoria. Será contado direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exer-
em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Arma- cício de atividade compatível com o seu cargo.
das em operações de guerra. É vedada a contagem cumu-
lativa de tempo de serviço prestado concomitantemente Da licença para o serviço militar
em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades
dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Municí- Ao servidor convocado para o serviço militar será
pio, autarquia, fundação pública, sociedade de economia concedida licença, na forma e nas condições previstas na
mista e empresa pública. legislação específica. Concluído o serviço militar, o servi-
dor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reas-
Licenças e afastamentos sumir o exercício do cargo.
O servidor tem direito de obter licenças, conforme Da licença para atividade política
determina o art. 81 da Lei n. 8.112/90. São elas:
• por motivo de doença em pessoa da família; O servidor terá direito a licença, sem remunera-
• por motivo de afastamento do cônjuge ou ção, durante o período que mediar entre a sua escolha em
companheiro; convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a
Seu Regime Disciplinar
A licença somente será deferida se a assistên- Após cada quinquênio de efetivo exercício, o ser-
cia direta do servidor for indispensável e não puder ser vidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se
prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remu-
mediante compensação de horário. neração, por até três meses, para participar de curso de
A licença poderá ser concedida a cada período de 12 capacitação profissional. Os períodos de licença não são
meses nas seguintes condições (art. 83, §§ 2º e 3º): acumuláveis.
I – por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não,
mantida a remuneração do servidor; e Da licença para tratar de interesses particulares
II – por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não,
sem remuneração. A critério da Administração, poderão ser conce-
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será didas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que
contado a partir da data do deferimento da primeira li- não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de
cença concedida. assuntos particulares pelo prazo de até três anos conse-
A soma das licenças remuneradas e das licenças cutivos, sem remuneração. A licença poderá ser inter-
não remuneradas, incluídas as respectivas prorroga- rompida, a do qualquer tempo, a pedido servidor ou no
ções, concedidas em um mesmo período de 12 (doze) me- interesse do serviço.
ses, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos
incisos I e II do § 2º.
Da licença para o desempenho de mandato clas-
Da licença por motivo de afastamento do cônjuge sista
É assegurado ao servidor o direito à licença sem
Poderá ser concedida licença ao servidor para
remuneração para o desempenho de mandato em con-
acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado
federação, federação, associação de classe de âmbito
para outro ponto do território nacional, para o exterior ou
nacional, sindicato representativo da categoria ou enti-
para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Execu-
dade fiscalizadora da profissão, ou, ainda, para participar
tivo e Legislativo. A licença será por prazo indeterminado
de gerência ou administração em sociedade cooperativa
e sem remuneração.
constituída por servidores públicos para prestar servi-
No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou com-
ços a seus membros.
panheiro também seja servidor público, civil ou militar,
Somente poderão ser licenciados servidores elei-
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distri-
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
tos para cargos de direção ou representação nas referi- do cargo eletivo;
das entidades, desde que cadastradas no Ministério da b) não havendo compatibilidade de horário, será
Administração Federal e Reforma do Estado. A licença afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua re-
terá duração igual à do mandato, podendo ser prorroga- muneração.
da, no caso de reeleição, e por uma única vez. No caso de afastamento do cargo, o servidor con-
tribuirá para a seguridade social como se em exercí-
Do afastamento para servir a outro órgão ou en- cio estivesse. O servidor investido em mandato eletivo
ou classista não poderá ser removido ou redistribuído
tidade de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o
mandato.
O servidor poderá ser cedido para ter exercício em
outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Esta-
dos, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguin- Do afastamento para estudo ou missão no exte-
tes hipóteses: rior
I – para exercício de cargo em comissão ou função
de confiança; O servidor não poderá ausentar-se do país para es-
II – em casos previstos em leis específicas. tudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da
Na hipótese do número I, sendo a cessão para ór- República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e
gãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Presidente do Supremo Tribunal Federal.
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
ve. A exoneração pode ser a pedido do interessado ou de sando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a de-
ofício, quando não satisfeitas as condições do estágio terminação.
probatório ou para os cargos em comissão. A dispensa Quando houver conveniência para o serviço, a pe-
ocorre em relação aos contratados pela CLT, quando não nalidade de suspensão poderá ser convertida em multa,
houver justa causa. na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de venci-
Sendo assim, trataremos neste tópico das penali- mento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a
dades aplicáveis ao servidor, que, de acordo com o art. 127, permanecer em serviço.
resumem-se em: Por fim, as penalidades de advertência e de sus-
• advertência; pensão terão seus registros cancelados, após o decurso
• suspensão; de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respecti-
• demissão; vamente, se o servidor não houver, nesse período, prati-
• cassação de aposentadoria ou disponibilidade; cado nova infração disciplinar. O cancelamento da pena-
• destituição de cargo em comissão e destitui- lidade não surtirá efeitos retroativos.
ção de função comissionada.
Demissão
Na aplicação das penalidades, serão considerados:
a natureza e a gravidade da infração cometida; os danos A demissão será aplicada nas hipóteses do art. 132
que dela provierem para o serviço público; as circuns- da Lei n. 8.112/90:
A competência para aplicação das penalidades Como medida cautelar e a fim de que o servidor não
Seu Regime Disciplinar
disciplinares segue a regra estabelecida no art. 141 da Lei venha a influir na apuração da irregularidade, a autorida-
n. 8.112/90, conforme abaixo: de instauradora do processo disciplinar poderá determi-
• Presidente da República, pelos Presidentes nar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo
das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.
Federais e pelo Procurador-Geral da Repúbli- Quando o fato narrado não configurar evidente in-
ca, quando se tratar de demissão e cassação de fração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arqui-
aposentadoria ou disponibilidade de servidor vada, por falta de objeto.
vinculado ao respectivo Poder, órgão, ou enti- O prazo para conclusão da sindicância não exce-
dade; derá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual
• autoridades administrativas de hierarquia período, a critério da autoridade superior.
imediatamente inferior àquelas mencionadas
acima quando se tratar de suspensão superior Processo administrativo disciplinar
a 30 (trinta) dias; Nenhuma pena poderá ser aplicada ao servidor
58 senão por sindicância ou processo administrativo disci-
• pelo chefe da repartição e outras autoridades
na forma dos respectivos regimentos ou regu- plinar, assegurando-se o contraditório e a ampla defesa.
lamentos, nos casos de advertência ou de sus- O art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal garante
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
Na fase do inquérito, a comissão promoverá a to- trícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos
mada de depoimentos, acareações, investigações e di- cargos, empregos ou funções públicas em situação de
ligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recor- acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vincu-
rendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a lação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do
permitir a completa elucidação dos fatos. correspondente regime jurídico.
É assegurado ao servidor o direito de acompanhar A comissão lavrará, até três dias após a publicação
o processo pessoalmente ou por intermédio de procura- do ato que a constituir, termo de indiciação em que serão
dor, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e transcritas as informações de que trata o parágrafo an-
contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de terior, bem como promoverá a citação pessoal do servi-
prova pericial. dor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata,
O presidente da comissão poderá denegar pedidos para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita,
considerados impertinentes, meramente protelatórios, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição.
ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos. Apresentada a defesa, a comissão elaborará rela-
Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do tório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilida-
acusado, a comissão proporá à autoridade competente de do servidor, em que resumirá as peças principais dos
que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame,
da qual participe pelo menos um médico psiquiatra. indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o pro-
Reconhecida a responsabilidade do servidor, a cesso à autoridade instauradora, para julgamento.
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
para quitar o débito. Parágrafo único. No afastamento previsto no in-
Parágrafo único. A NÃO quitação do débito no pra- ciso I do art. 93 [afastamento para exercício de cargo em
zo previsto implicará sua inscrição em dívida ativa. comissão em outro órgão], a ajuda de custo será paga pelo
Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento órgão cessionário, quando cabível.
não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora, exce- Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a aju-
to nos casos de prestação de alimentos resultante de de- da de custo quando, injustificadamente, NÃO se apresen-
cisão judicial. tar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
VI - o Município no qual assuma o cargo em comis- I - retribuição pelo exercício de função de direção,
são ou função de confiança não se enquadre nas hipóte- chefia e assessoramento;
ses do art. 58, § 3º [refere-se às regiões metropolitanas e II - gratificação natalina;
microrregiões], em relação ao local de residência ou do- III – Revogado
micílio do servidor; IV - adicional pelo exercício de atividades insalu-
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou te- bres, perigosas ou penosas;
nha residido no Município, nos últimos doze meses, aonde V - adicional pela prestação de serviço extraordi-
for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, nário;
DESCONSIDERANDO-SE PRAZO INFERIOR A SESSENTA VI - adicional noturno;
DIAS DENTRO DESSE PERÍODO; e VII - adicional de férias;
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do
alteração de lotação ou nomeação para cargo efetivo. trabalho.
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de ju- IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.
62 nho de 2006.
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será
considerado o prazo no qual o servidor estava ocupando Gratificações
Regime Jurídico Único
respectivas normas, optar pela remuneração do cargo § 1º A ausência não excederá a 4 (QUATRO) ANOS, e
efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acrescida finda a missão ou estudo, somente decorrido igual perío-
de percentual da retribuição do cargo em comissão, a en- do, será permitida nova ausência.
tidade cessionária efetuará o reembolso das despesas § 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste
realizadas pelo órgão ou entidade de origem. artigo NÃO será concedida exoneração ou LICENÇA PARA
§ 3º A cessão far-se-á mediante Portaria publicada TRATAR DE INTERESSE PARTICULAR antes de decorrido
no Diário Oficial da União. período igual ao do afastamento, RESSALVADA a hipóte-
§ 4º Mediante autorização expressa do Presidente se de ressarcimento da despesa havida com seu afasta-
da República, o servidor do Poder Executivo poderá ter mento.
exercício em outro órgão da Administração Federal direta § 3º O disposto neste artigo NÃO se aplica aos ser-
que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim deter- vidores da carreira diplomática.
minado e a prazo certo. § 4º As hipóteses, condições e formas para a auto-
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de emprega- rização de que trata este artigo, inclusive no que se refere
do ou servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ à remuneração do servidor, serão disciplinadas em regu-
1º e 2º deste artigo. lamento.
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública Art. 96. O afastamento de servidor para servir em
ou de sociedade de economia mista, que receba recursos organismo internacional de que o Brasil participe ou com
de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.
Seu Regime Disciplinar
§ 4º Os servidores beneficiados pelos afastamen- da a compensação de horário no órgão ou entidade que ti-
tos previstos nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo terão que per- ver exercício, respeitada a duração semanal do trabalho.
manecer no exercício de suas funções após o seu retorno § 2º Também será concedido horário especial ao
por um período igual ao do afastamento concedido. servidor PORTADOR DE DEFICIÊNCIA, quando compro-
§ 5º Caso o servidor venha a solicitar exoneração vada a necessidade por junta médica oficial, independen-
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas 11. licença em razão de acidente ou doença profis-
no art. 97, são considerados como de efetivo exercício os sional
afastamentos em virtude de: 12. licença para capacitação
I - férias; 13. licença por convocação para o serviço militar
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, 14. tempo despendido para deslocamento para a
em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, nova sede em razão de remoção, redistribuição, requisi-
Municípios e Distrito Federal; ção, cessão ou colocação em exercício provisório
III - exercício de cargo ou função de governo ou 15. participação em competição desportiva
administração, em qualquer parte do território nacional, 16. agastamento para servir organismo interna-
por nomeação do Presidente da República; cional.
IV - participação em programa de treinamento
regularmente instituído ou em programa de pós-gradu- Art. 103. Contar-se-á APENAS para efeito de apo-
ação stricto sensu no País, conforme dispuser o regula- sentadoria e disponibilidade:
mento; I - o tempo de serviço público prestado aos Esta-
V - desempenho de mandato eletivo federal, esta- dos, Municípios e Distrito Federal;
dual, municipal ou do Distrito Federal, EXCETO para pro- II - a licença para tratamento de saúde de pessoal
moção por merecimento; da família do servidor, COM REMUNERAÇÃO, que exce-
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; der a 30 (trinta) dias em período de 12 (doze) meses.
Seu Regime Disciplinar
VII - missão ou estudo no exterior, quando autori- III - a licença para atividade política, no caso do art.
zado o afastamento, conforme dispuser o regulamento; 86, § 2º [refere-se à licença entre o registro da candidatu-
VIII - licença: ra até o 10 dias após às aleições];
a) à gestante, à adotante e à paternidade; IV - o tempo correspondente ao desempenho de
b) para tratamento da própria saúde, ATÉ O LIMI- mandato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital,
TE DE VINTE E QUATRO MESES, cumulativo ao longo do ANTERIOR ao ingresso no serviço público federal;
tempo de serviço público prestado à União, em cargo de V - o tempo de serviço em atividade privada, vin-
provimento efetivo; culada à Previdência Social;
c) para o desempenho de mandato classista ou VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
participação de gerência ou administração em sociedade VII - o tempo de licença para tratamento da própria
cooperativa constituída por servidores para prestar ser- saúde que exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do
viços a seus membros, EXCETO para efeito de promoção inciso VIII do art. 102 [24 meses durante o serviço público].
por merecimento; § 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado
68 d) por motivo de acidente em serviço ou doença será contado apenas para nova aposentadoria.
profissional; § 2º Será contado em DOBRO O TEMPO DE SERVIÇO
e) para capacitação, conforme dispuser o regula- PRESTADO ÀS FORÇAS ARMADAS EM OPERAÇÕES DE
Regime Jurídico Único
mento; GUERRA.
f) por convocação para o serviço militar; § 3º É VEDADA a contagem cumulativa de tem-
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o po de serviço prestado concomitantemente em mais de
art. 18 [casos de servidor removido, redistribuído, requi- um cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes
sitado, cedido ou posto em exercício provisório]; da União, Estado, Distrito Federal e Município, autarquia,
X - participação em competição desportiva nacio- fundação pública, sociedade de economia mista e em-
nal ou convocação para integrar representação despor- presa pública.
tiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto
em lei específica; Capítulo VIII - Do Direito de Petição
XI - afastamento para servir em organismo inter- Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de re-
nacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere. querer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou in-
teresse legítimo.
São considerados como de efetivo exercício: Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade
1. férias; competente para decidi-lo e encaminhado por intermé-
2. exercício de cargo em comissão dio daquela a que estiver imediatamente subordinado o
3. exercício de cargos/função por nomeação do requerente.
Presidente Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autori-
4. participação de treinamento regularmente ins- dade que houver expedido o ato ou proferido a primeira
tituído ou programa de pós stricto sensu decisão, NÃO podendo ser renovado.
5. desempenho de mandato eletivo (exceto, para Parágrafo único. O requerimento e o pedido de re-
fins de promoção por merecimento) consideração de que tratam os artigos anteriores deve-
6. júri e serviços obrigatórios por lei rão ser despachados no prazo de 5 (CINCO) DIAS e decidi-
7. missão ou estudo do exterior; dos dentro de 30 (TRINTA) DIAS.
8. licença à gestante, à adotante e à paternidade Art. 107. Caberá recurso:
9. licença para tratamento da própria saúde (limi- I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
tado a 24 meses ao longo do tempo de serviço público II - das decisões sobre os recursos sucessivamente
prestado) interpostos.
10. licença para desempenho de mandato classis- § 1º O recurso será dirigido à autoridade imediata-
ta ou para participação de gerência ou administração em mente superior à que tiver expedido o ato ou proferido a
cooperativa de servidores decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às de-
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
mais autoridades. manifestamente ilegais;
§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio V - atender com presteza:
da autoridade a que estiver imediatamente subordinado a) ao público em geral, prestando as informações
o requerente. requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
Art. 108. O PRAZO para interposição de pedido de b) à expedição de certidões requeridas para defe-
reconsideração OU de recurso é de 30 (TRINTA) DIAS, a sa de direito ou esclarecimento de situações de interesse
contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da pessoal;
decisão recorrida. c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência
em razão do cargo ao conhecimento da autoridade supe-
rior OU, quando houver suspeita de envolvimento desta,
ao conhecimento de outra autoridade competente para
apuração;
VII - zelar pela economia do material e a conserva-
ção do patrimônio público;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito IX - manter conduta compatível com a moralidade
suspensivo, A JUÍZO da autoridade competente. administrativa;
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido
XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; cal com o exercício de um deles, declarada pelas autori-
XV - proceder de forma desidiosa; dades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da re-
partição em serviços ou atividades particulares; Capítulo IV - Das Responsabilidades
XVII - cometer a outro servidor atribuições estra- Art. 121. O servidor responde civil, penal e admi-
nhas ao cargo que ocupa, EXCETO em situações de emer- nistrativamente pelo exercício irregular de suas atribui-
gência e transitórias; ções.
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam in- Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato
compatíveis com o exercício do cargo ou função e com o omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em
horário de trabalho; prejuízo ao erário ou a terceiros.
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais § 1º A indenização de prejuízo dolosamente causa-
quando solicitado. do ao erário somente será liquidada na forma prevista no
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso art. 46 [trata da forma de reposição de dinheiro ao erário],
X [vedação à participação de gerência/administração de na falta de outros bens que assegurem a execução do dé-
sociedade privada] do caput deste artigo NÃO se aplica bito pela via judicial.
nos seguintes casos: § 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, res-
I - participação nos conselhos de administração e ponderá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, regressiva.
Seu Regime Disciplinar
direta ou indiretamente, participação no capital social ou § 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos
em sociedade cooperativa constituída para prestar ser- sucessores e contra eles será executada, até o limite do
viços a seus membros; e valor da herança recebida.
II - gozo de licença para o trato de interesses parti- Art. 123. A responsabilidade penal abrange os cri-
culares, na forma do art. 91 desta Lei [licença para trato de mes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qua-
assunto particular por período de até 3 anos, a servidor lidade.
estável e a critério da administração], observada a legis- Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa
lação sobre conflito de interesses. resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no de-
sempenho do cargo ou função.
Capítulo III - Da Acumulação Art. 125. As sanções civis, penais e administrati-
Art. 118. RESSALVADOS os casos previstos na vas poderão cumular-se, sendo independentes entre si.
Constituição, é VEDADA a acumulação remunerada de Art. 126. A responsabilidade administrativa do
70 cargos públicos. servidor será AFASTADA no caso de ABSOLVIÇÃO CRI-
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, MINAL que negue a existência do fato ou sua autoria.
empregos e funções em autarquias, fundações públicas, Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsa-
empresas públicas, sociedades de economia mista da bilizado civil, penal ou administrativamente por dar ci-
Regime Jurídico Único
União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e ência à autoridade superior ou, quando houver suspeita
dos Municípios. de envolvimento desta, a outra autoridade competente
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica para apuração de informação concernente à prática de
condicionada à comprovação da compatibilidade de ho- crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ain-
rários. da que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou
§ 3º Considera-se acumulação proibida a percep- função pública.
ção de vencimento de cargo ou emprego público efetivo
com proventos da inatividade, SALVO quando os cargos Capítulo V - Das Penalidades
de que decorram essas remunerações forem acumulá- Art. 127. São penalidades disciplinares:
veis na atividade. I - advertência;
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de II - suspensão;
um cargo em comissão, EXCETO no caso previsto no pa- III - demissão;
rágrafo único do art. 9º [hipótese em que o servidor ocu- IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
par cargo em comissão e é nomeado interinamente para V - destituição de cargo em comissão;
exercício de função de confiança, hipótese em que deve- VI - destituição de função comissionada.
rá optar pela remuneração ], nem ser remunerado pela Art. 128. Na aplicação das penalidades serão con-
participação em órgão de deliberação coletiva. sideradas a natureza e a gravidade da infração cometida,
Parágrafo único. O disposto neste artigo NÃO se os danos que dela provierem para o serviço público, as
aplica à remuneração devida pela participação em con- circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antece-
selhos de administração e fiscal das empresas públicas e dentes funcionais.
sociedades de economia mista, suas subsidiárias e con-
troladas, bem como quaisquer empresas ou entidades
em que a União, direta ou indiretamente, detenha parti-
cipação no capital social, observado o que, a respeito, dis-
puser legislação específica.
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei,
que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando
investido em cargo de provimento em comissão, ficará
AFASTADO DE AMBOS OS CARGOS EFETIVOS, SALVO na
hipótese em que houver compatibilidade de horário e lo-
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumula-
ção ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, a au-
toridade a que se refere o art. 143 [autoridade responsável
pela apuração das irregularidades] notificará o servidor,
por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar
opção no prazo improrrogável de DEZ DIAS, contados da
data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará pro-
cedimento sumário para a sua apuração e regularização
imediata, cujo processo administrativo disciplinar se de-
senvolverá nas seguintes fases:
I - instauração, com a publicação do ato que cons-
tituir a comissão, a ser composta por DOIS servidores es-
táveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materia-
lidade da transgressão objeto da apuração;
Parágrafo único. O ato de imposição da penalida- II - instrução sumária, que compreende indiciação,
de mencionará sempre o fundamento legal e a causa da defesa e relatório;
sanção disciplinar. III - julgamento.
Art. 129. A ADVERTÊNCIA será aplicada por escrito, § 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I
nos casos de violação de proibição constante do art. 117,
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
13. participar
de gerência/
administração
de sociedade
privada;
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Capítulo 03 - Direitos, Deveres e Proibições do Servidor Público e
Advertência Suspensão Demissão/ Advertência Suspensão Demissão/
cassação da cassação da
aposentadoria/ aposentadoria/
disponibilidade disponibilidade
Não mais poderá retornar ao serviço público quem for
14. atuar como punido com:
procurador/ • crime contra a administração pública,
intermediário • improbidade administrativa,
junto a reparti- • aplicação irregular de recursos públicos,
ções públicas • lesão ao cofres públicos e dilapidação do patrimô-
nio nacional
15. receber di- • corrupção
nheiro em razão
das atribuições Ficará afastado do serviço público por período de 5
anos, quem:
16. aceitar • usar do cargo para lograr proveito pessoal
dinheiro ou em- • participar de gerência/administração de socieda-
ciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 Neste contexto, prestar serviço à população com quali-
(TRINTA) DIAS; dade e dedicação deve ser sempre a meta dos servidores
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades e estar entre seus objetivos.
na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos, Segundo se depreende das disposições constitu-
nos casos de advertência ou de suspensão de ATÉ 30 cionais em vigor, servidores públicos são todos aqueles
Social; Saúde e Qualidade de Vida no Serviço Público
saúde-doença do homem em sua relação com o trabalho às de atenção à saúde dos trabalhadores. Desse processo
como um fenômeno que sofre influência da cultura, da também resultou a 1ª Conferência Nacional de Saúde do
política, da economia e dos processos sociais mais am- Trabalhador (CNST) (1986), a Assembleia Nacional Cons-
plos, conforme visão de Dejours (1986), para quem a saú- tituinte e a Constituição Federal de 1988, a Lei Orgânica
de compreendida como um estado é um equívoco. Sato, da Saúde, de 1990 e a 2ª e a 3ª CNST. Com a criação do
Social; Saúde e Qualidade de Vida no Serviço Público
Lacaz, Bernardo (2006) e outros autores abordam igual- SUS em 1988, a partir de 1990, ocorreu a regulamentação
mente a questão da saúde/doença e qualidade de vida no da organização e do funcionamento dos serviços de saú-
trabalho com uma perspectiva ampliada, que ultrapassa de (Lacaz, 2005; Sato et al., 2006).
visões consideradas como limitadas: Toda essa construção trouxe grandes avanços
[...] a abordagem assistencialista e hegemônica não para a área de saúde do trabalhador, por permitir discus-
dá conta de enfrentar as causas reais e mais profundas sões e resultar em uma ampliação de conceitos e objeti-
das fontes de mal-estar dos trabalhadores... o modo mais vos. Uma vez definidos o arcabouço e as intenções para
apropriado para se construir uma concepção, baseada a área, o processo encaminhou-se no sentido da estru-
na realidade das organizações contemporâneas, é per- turação da área de atenção à saúde do trabalhador no
guntar aos próprios trabalhadores, a todos os que atuam SUS, sendo definida em 2002, pela Portaria 1.679/GM, a
numa dada organização (Ferreira, 2011, pp. 109-110). composição da Rede Nacional de Atenção Integral à Saú-
Considerando o atual mundo do trabalho, com de do Trabalhador no SUS (RENAST), que responde pela
relação ao trabalhador do serviço público, Domingues execução de ações curativas, preventivas, de promoção
Júnior (2005) avalia: “possuímos hoje um Estado muito e de reabilitação à saúde do trabalhador brasileiro. A RE-
mais complexo, abrangendo um sem número de ativida- NAST é composta por 178 Centros Estaduais e Regionais
des econômicas, que oferecem uma ampla gama de ris- de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST)5 e por
cos à saúde e à segurança do trabalhador no serviço pú- uma Rede Sentinela de serviços médicos e ambulatoriais
blico” (p. 55). Santos-Filho (2007) discute as adversidades de média e alta complexidade responsáveis por diagnos-
inerentes a esse setor: ticar os acidentes e as doenças relacionados ao trabalho
[...] a própria instabilidade e adversidades habitu- e por registrá-los no Sistema de Informação de Agravos
ais no trabalho no setor público [...] mobilizam e desesta- de Notificação – SINAN-NET (Brasil, 2010a). Componen-
bilizam os investimentos e interesses dos trabalhadores, te importante da área de atenção à saúde do trabalhador,
incessantemente provocando e desafiando [...] mesclan- a Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT), vincula-
do-se perspectivas e saídas “criativas”, “inventivas”, e da ao Ministério da Saúde, dirige ações de prevenção de
também desgastantes, geradoras de sofrimento (p. 2). agravos e promoção da saúde do trabalhador.6
A argumentação apresentada por esse autor so- Integrando atividades e setores, em maio de 2005,
76 bre “perspectivas e saídas criativas”, coexistindo com a Portaria Interministerial nº 800 publicou o texto-base
perspectivas e saídas “desgastantes”, articula-se com da minuta da Política Nacional sobre Saúde e Seguran-
Dejours (1992), ao referir-se à forma como os trabalhado- ça do Trabalho (PNSST). Esta política é desenvolvida em
Regime Jurídico Único
res enfrentam situações de angústia e insatisfação de- esfera interinstitucional pelo Ministério da Saúde, in-
correntes do trabalho. Entendemos que a existência de tegrada com o Ministério do Trabalho e Emprego e com
espaços de discussão e busca de compreensão são saí- o Ministério da Previdência Social. Compreende a aten-
das produtivas, enquanto algumas alternativas ampliam ção integral à saúde, a articulação intra e intersetorial, a
o sofrimento por serem produzidas defesas individuais, participação popular, o apoio a estudos e a capacitação de
como a competição entre os trabalhadores ou até o pro- recursos humanos (Brasil, 2010c).
cesso de culpabilizar-se por não conseguir lidar com as A Política Nacional sobre Saúde e Segurança do
situações e adoecer. Investigar junto ao servidor público Trabalho é descentralizada entre estados e municípios.
a percepção que este tem sobre o tema da saúde do ser- Na Bahia, a Secretaria da Saúde do Estado (SESAB) man-
vidor coincide com a proposta de Dejours, ao permitir que tém o Programa de Atenção à Saúde do Trabalhador e as
aconteça o processo de busca da compreensão por meio seguintes unidades a ela vinculadas: Diretorias Regio-
da fala. nais de Saúde (DIRES); Centro Estadual em Referência
Para uma maior compreensão do fenômeno anali- à Saúde do Trabalhador (CESAT), criado em 1988 para
sado, traçaremos um perfil da área de saúde do trabalha- atender às necessidades de assistência e prevenção de
dor no Brasil. doenças ocupacionais e acidentes de trabalho no âmbito
do estado; Núcleos de Saúde do Trabalhador (NUSAT), que
Políticas de saúde do trabalhador no Bra- existem em alguns municípios e representam o CESAT.
Buscamos, dessa forma, contextualizar a área de Saúde
sil do Trabalhador, para ampliar a visão sobre essa realida-
de, demarcando as políticas existentes e o funcionamen-
O conceito de saúde do trabalhador surgiu como
to dos serviços (Bahia, 2010).
uma prática instituinte, com a proposta de transformar e
compreender o processo saúde-doença nos trabalhado-
res, na década de 1980 (Sato et al., 2006), quando, segundo Políticas e discussões sobre a saúde do
Lacaz (2005), aconteceu o processo da Reforma Sanitária trabalhador do serviço público no Brasil
Brasileira4 e a sociedade debateu amplamente o conceito
de saúde. A relação do trabalho com a saúde foi reconhe- Buscando identificar novos referenciais sobre a
cida como uma questão de saúde pública, sendo incluída saúde do trabalhador do serviço público, identificamos
na Constituição de 1988 como responsabilidade do Sis- ações que estão sendo desenvolvidas no âmbito do fun-
tema Único de Saúde (SUS), com a determinação de in- cionalismo público federal. O Ministério de Planejamento
tegrar as ações de vigilância dos ambientes de trabalho lançou uma política que se expande entre os estados da
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Capítulo 04 - O Servidor Público como Agente de Desenvolvimento
federação: em 2009, foi instituído pelo Decreto nº 6833 ca, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica,
o SIASS – Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do prestada pelo Sistema Único de Saúde - SUS ou direta-
Servidor, que reúne áreas de recursos humanos de ór- mente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado
gãos do Poder Executivo, de órgãos federais dos estados o servidor, ou, ainda, mediante convênio ou contrato, na
e técnicos dos serviços de saúde, buscando construir forma estabelecida em regulamento.
mas, dias antes da posse, for acometido por dengue Um técnico do ICMBio aprovado no estágio probató-
que o impossibilite de comparecer pessoalmente para rio somente perderá o cargo em virtude de sentença
o referido ato, a posse poderá dar-se mediante procu- judicial transitada em julgado ou de processo admi-
ração específica firmada pelo candidato. nistrativo disciplinar em que lhe sejam assegurados
a ampla defesa e o contraditório.
Questão 3: CESPE - Ag Adm (SUFRAMA)/SUFRA-
MA/2014 Questão 8: CESPE - TA (ICMBio)/ICMBio/2014
Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
32) 32)
Considerando que, no interesse da administração, um Com base na Lei n.º 8.112/1990 e na Lei n.º 9.784/1999,
servidor efetivo da SUFRAMA tenha sido removido julgue o item subsecutivo.
de ofício para outra localidade, julgue o item a seguir,
considerando que CF corresponde à Constituição Fe- Caso um técnico do ICMBio tenha tomado posse no
deral de 1988. seu cargo em 2013 e entre em gozo de licença para ati-
vidade política em 2014, o estágio probatório deverá
Ao servidor removido deverá ser concedido o pra- ser suspenso durante o período de afastamento.
zo de, no mínimo, dez e, no máximo, trinta dias para
entrar em exercício na outra localidade para onde foi Questão 9: CESPE - Ag Adm (CADE)/CADE/2014
removido. Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
32)
Questão 4: CESPE - AA (ICMBio)/ICMBio/2014 No que se refere aos agentes públicos, aos poderes ad-
Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a ministrativos e ao controle da administração pública,
32) julgue o item subsecutivo.
Julgue o item que se segue, com base nas disposições
da Lei n.º 8.112/1990 e da Lei n.º 9.784/1999. Considere que determinado servidor estável demiti-
do, após regular processo administrativo disciplinar,
Caso um analista do ICMBio tenha sido nomeado para por desvio de verbas públicas, comprove sua inocên-
determinado cargo em comissão no próprio instituto, cia por meio de ação judicial. Nesse caso, tendo sido a
não poderá ser nomeado, mesmo interinamente, para pena de demissão anulada no âmbito judicial, o servi-
outro cargo de confiança. dor deverá ser reintegrado ao cargo por ele anterior-
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mente ocupado.
Questão 10: CESPE - ERSTA (ANTAQ)/ANTAQ/Econo- Questão 15: CESPE - AJ TRE GO/TRE GO/Administra-
mico-Financeira/2014 tiva/2015
Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
32) 32)
Com relação aos agentes públicos, julgue o item a se- Acerca do regime jurídico dos servidores públicos ci-
guir. vis da União, no próximo item apresenta uma situação
hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.
Reintegração é o retorno do servidor aposentado à
atividade, no mesmo cargo em que tenha sido aposen- Ana, que está em licença por afastamento de seu ma-
tado ou em cargo equivalente. rido, e Júlio, que está de férias, são servidores do TRE/
GO e foram nomeados para ocupar cargos na admi-
Questão 11: CESPE - TA (ANTAQ)/ANTAQ/2014 nistração pública federal. Nessa situação, as posses
Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a dos dois servidores em seus novos cargos devem
32) ocorrer no prazo de trinta dias contados da publicação
A respeito dos agentes públicos, julgue o próximo dos respectivos atos de provimento nos cargos.
item.
Questão 16: CESPE - TJ TRE GO/TRE GO/Administrati-
Um dos requisitos de acessibilidade aos cargos públi- va/”Sem Especialidade”/2015
cos é a nacionalidade brasileira, não sendo permitida, Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
portanto, aos estrangeiros a ocupação de cargo na ad- 32)
ministração pública. A respeito da Lei n.º 8.112/1990, o item apresenta uma
situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser
Questão 12: CESPE - Ag Adm (SUFRAMA)/SUFRA- julgada.
MA/2014
Assunto: Remoção, redistribuição e substituição (Lei Alice, aprovada em concurso público para o cargo de
8.112 – arts. 36 a 39) técnico administrativo de um TRE, precisa acompa-
Considerando que, no interesse da administração, um nhar cirurgia de ente familiar que ocorrerá no mesmo
servidor efetivo da SUFRAMA tenha sido removido dia em que foi marcada sua posse. Nessa situação, Ali-
de ofício para outra localidade, julgue o item a seguir, ce poderá nomear, por procuração específica, alguém
considerando que CF corresponde à Constituição Fe- que a represente no ato da posse.
deral de 1988.
79
Questão 17: CESPE - TJ TRE GO/TRE GO/Administrati-
Com a remoção, o cargo que o servidor ocupava ante- va/”Sem Especialidade”/2015
Flávia, analista judiciária do TRE/GO, acumula licita- Promoção e readaptação são formas de provimento
mente o cargo de analista e um cargo de professora em cargo público.
na rede pública de ensino em Goiânia. Por sua compe-
tência, foi convidada a ocupar cargo em comissão no Questão 19: CESPE - Cont (FUB)/FUB/2015
governo estadual de Goiás. Nesse caso, para ocupar Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
o cargo em comissão, Flávia deve afastar-se dos dois 32)
cargos efetivos. Maria, servidora pública federal estável, integrante
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de comissão de licitação de determinado órgão públi- Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
co do Poder Executivo federal, recebeu diretamente, 32)
no exercício do cargo, vantagem econômica indevida Julgue o seguinte item, referente ao regime jurídico
para que favorecesse determinada empresa em um dos servidores públicos federais.
procedimento licitatório. Após o curso regular do pro- Um cidadão aprovado no cargo de técnico legislativo
cesso administrativo disciplinar, confirmada a res- da Câmara dos Deputados que não possa comparecer
ponsabilidade de Maria na prática delituosa, foi apli- à sua posse por motivos de foro pessoal poderá tomar
cada a pena de demissão. posse mediante procuração específica.
80 Gabarito:
1 2 3 4 5
Regime Jurídico Único
Exercício
comentado
Questão Comentada: CESPE - Adm (FUB)/FUB/2015
Assunto: Formas de provimento (Lei 8.112 - arts. 5º a
32)
Julgue o próximo item, relativo ao regime dos servi-
dores públicos federais.
São formas de provimento de cargo público: nomea-
ção, promoção, readaptação, reversão, aproveitamen-
to, reintegração e recondução.
Resposta: certo.
Comentário: Questão corretíssima conforme previ-
são expressa no artigo 8º da lei 8.112/90.
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Direito Constitucional 81
Direito Constitucional
Autor:
Adriano Marcos Marcon
Curriculum:
Graduado em direito pela Universidade Esta-
dual de Maringá (UEM). Possui pós-graduação
lato sensu em Direito do Estado (Constitucio-
nal, Tributário e Administrativo) pela Universi-
dade Estadual de Londrina (UEL) e em Direito
Civil e Processual Civil pela Faculdade de Ciên-
cias Sociais Aplicadas de Cascavel (UNIVEL). É
advogado e professor de cursos preparatórios
para concurso públicos há mais onze de anos.
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SUMÁRIO
1. DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS...........................................................................................................................................83
2. DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS.......................................................................................................................... 84
3. DOS DIREITOS SOCIAIS...............................................................................................................................................................................................93
4. DA NACIONALIDADE................................................................................................................................................................................................... 96
5. DOS DIREITOS POLÍTICOS......................................................................................................................................................................................... 98
6. GARANTIAS CONSTITUCIONAIS........................................................................................................................................................................ 100
7. DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO: DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA....................................................................................................103
82
Direito Constitucional
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1. DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDA- tituição Federal, os direitos e garantias ali expressos não
excluem outros decorrentes do regime e dos princípios
MENTAIS por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que
a República Federativa do Brasil seja parte.
INTRODUÇÃO Assim, além daqueles previstos no “catálogo”, en-
Direito Constitucional
dem; aqueles representam os bens, os valores que são (FCC) De acordo com a Constituição Federal brasi-
socialmente relevantes e que precisam ser protegidos leira, os tratados e convenções internacionais sobre di-
(p. ex.: a liberdade de locomoção, a vida, a propriedade); reitos humanos serão equivalentes às
estas, por sua vez, possuem natureza instrumental, são
mecanismos de visam a proteção e efetividade dos direi- a) leis ordinárias, desde que aprovados, pelo Sena-
tos fundamentais (p. ex.: mandado de segurança, habeas do Federal, em dois turnos, por três quintos dos votos dos
corpus, habeas data). respectivos membros.
As garantias fundamentais serão vistas em tópico
mais a frente. b) leis complementares, desde que aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
ORGANIZAÇÃO três quintos dos votos dos respectivos membros.
Na Constituição Federal de 1988, os Direitos e Ga- c) emendas constitucionais, desde que aprovados,
rantias Fundamentais constam, inicialmente, do Título II, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por
artigos 5º a 17, divididos em cinco Capítulos: três quintos dos votos dos respectivos membros.
• Capítulo I – “Dos Direitos e Deveres Individuais
e Coletivos” (art. 5º); CERTO. Conforme dispõe o artigo 5º, parágrafo 3º,
• Capítulo II – “Dos Direitos Sociais” (arts. 6º a 11); da Constituição Federal.
• Capítulo III – “Da Nacionalidade” (arts. 12 e 13);
• Capítulo IV – “Dos Direitos Políticos” (arts. 14 a d) emendas constitucionais, se aprovados pelo
16); Congresso Nacional, em sessão conjunta, por três quin-
• Capítulo V – “Dos Partidos Políticos” (art. 17). tos dos votos dos respectivos membros.
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mentais, a Constituição Federal garante-lhes uma prote- posição jurídica de vantagem que o direito confere - dos
ção especial, em face de futuras alterações do seu texto. direitos fundamentais, segundo o artigo 5º, caput, da
Capítulo 02 - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
Nos termos do artigo 60, parágrafo 4º, inciso IV, a Constituição Federal, os brasileiros e os estrangeiros re-
Constituição Federal estabelece que não será objeto de sidentes no País.
deliberação a proposta de emenda tendente a abolir os Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), contu-
direitos e garantias individuais. do, também os estrangeiros não residentes no País e as
O dispositivo cria, assim, uma vedação material pessoas jurídicas podem ser titulares de direitos funda-
– “cláusulas pétreas” – ao poder constituinte derivado mentais.
reformador, vedando a deliberação de qualquer proposta É claro que os estrangeiros não gozarão de todos os
de emenda constitucional que vise reduzir o âmbito ou direitos reservados aos brasileiros e, as pessoas jurídi-
suprimir os direitos e garantias individuais já existentes. cas, os mesmos direitos que possuem as pessoas físicas.
O fato de a Constituição Federal impor uma veda-
ção à supressão das normas de direitos fundamentais, Exercício
não significa que tais direitos sejam absolutos. Ou seja,
os direitos fundamentais podem sofrer limitações, de- comentado
correntes da análise de um caso concreto, via norma in-
(CESPE) Uma pessoa jurídica pode pleitear na jus-
fraconstitucional, desde que as mesmas respeitem o seu
tiça indenização por danos materiais e morais no caso de
núcleo essencial, preservem a matriz do direito.
violação à sua honra objetiva, representada por sua re-
putação e boa fama perante a sociedade.
Questões CERTO. A pessoa jurídica também é titular de direi-
Gabaritadas tos fundamentais, neste caso, o direito à honra objetiva
(art. 5º, inciso X, da CF).
(CESPE) Na CF, a classificação dos direitos e garan-
tias fundamentais restringe-se a três categorias: os di- DIREITO À VIDA
reitos individuais e coletivos, os direitos de nacionalida-
de e os direitos políticos.
Conceito
Resposta: ERRADO
O direito à vida é, sem sombra de dúvidas, o direito
(CESPE) A CF traz uma enumeração taxativa dos fundamental mais importante, pressuposto para o exer-
84 direitos fundamentais. cício dos demais.
Resposta: ERRADO O direito à vida humana abarca desde a garantia
da existência física, de que ninguém será privado de sua
Direito Constitucional
(CESPE) Os direitos fundamentais, considerados vida arbitrariamente (art. 5º, caput, da CF), passando pela
como cláusula pétrea das constituições, podem sofrer proteção da integridade física e mental (psíquica) das
limitações por ponderação judicial caso estejam em con- pessoas (art. 5º, inciso XLIX, da CF) até a garantia de uma
fronto com outros direitos fundamentais, por alteração vida com dignidade (art. 1º, inciso III e art. 170, da CF).
legislativa, via emenda constitucional, desde que, nesse Assim é que se veda a tortura, tratamento desu-
último caso, seja respeitado o núcleo essencial que os ca- mano ou degradante (art. 5º, inciso III, da CF) e a existên-
racteriza. cia de penas de trabalhos forçados ou cruéis (art. 5º, inciso
Resposta: CERTO XLVII, da CF), por importarem em agressão à integridade
física e moral das pessoas.
(CESPE) O catálogo de direitos fundamentais na CF Como decorrência do direito a uma vida com digni-
inclui, além dos direitos e garantias expressos em seu dade é que o Estado fica compelido a assegurar um míni-
texto, outros que decorrem do regime e dos princípios mo de condições materiais, por meio da garantia de direi-
por ela adotados, ou de tratados internacionais em que a tos fundamentais como o trabalho, a saúde, a assistência
República Federativa do Brasil seja parte. social.
Resposta: CERTO
Exercício
GABARITO comentado
1 2 3 4 (CESPE) O direito à vida compreende somente o di-
reito de uma pessoa de continuar viva.
Errado Errado Certo Certo
ERRADO. Inclui, também, o direito à integridade fí-
sica e moral e à vida digna.
2. DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS
E COLETIVOS Relatividade
Apesar de ser o direito fundamental mais impor-
tante, o direito à vida não é absoluto, o que significa que,
TITULARES em determinadas situações, o mesmo deverá ceder.
Assim, em primeiro lugar, dispõe o artigo 5º, inciso
São titulares – aqueles que são possuidores da XLVII, alínea “a”, da Constituição Federal que é vedada a
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pena de morte, salvo em caso de guerra declarada. instala no ventre materno. Assim, não se pode falar em
Ainda, na legislação infraconstitucional, o artigo vida humana em um zigoto in vitro.
Direito Constitucional
(FCC) A pena de morte, conforme estabelece a DICA:
Constituição Federal brasileira, Não devemos confundir o princípio da legali-
dade aqui previsto e dirigido aos particulares,
a) não poderá ser aplicada ao brasileiro nato ou na- com aquele do artigo 37, caput, da Constituição
turalizado. Federal, dirigido ao administrador público. Para este,
b) poderá ser substituída por prisão perpétua. o princípio da legalidade significa somente poder fa-
c) é proibida, sem qualquer exceção, por violar o di- zer aquilo que a lei determine ou permita.
reito fundamental à vida.
d) poderá ser aplicada em caso de guerra declara- A “lei” de que fala artigo 5º, inciso II, da CF, são as
da. espécies normativas do artigo 59, da Constituição Fede-
CERTO. Conforme dispõe o artigo 5º, inciso XLVII, ral, as chamadas normas “primárias”, ou seja, emendas
alínea “a”, da CF. à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis
delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e
e) poderá ser aplicada em caso de prática de crimes resoluções.
hediondos e de terrorismo. Assim, então e como regra, o particular pode fazer
tudo aquilo que a lei não o proíba.
Células-Tronco Embrionárias
Liberdade de manifestação do pensamento
O artigo 5º, da Lei n. 11.105, de 2005 (Lei de Biosse-
gurança) permite a utilização de células-tronco embrio- Prevê o artigo 5º, inciso IV, da Constituição Fede-
nárias obtidas de embriões humanos produzidos por ral (CF) que é livre a manifestação do pensamento, sendo
fertilização in vitro e não utilizados no respectivo proce- vedado o anonimato.
dimento para fins de pesquisa e terapia. A liberdade de manifestação do pensamento é es-
Na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3510, pécie do direito maior à liberdade de expressão, que in-
objetivou-se a declaração de inconstitucionalidade do clui, também, o direito à expressão da atividade intelec-
dispositivo, por violação ao direito à vida. tual, artística, científica e de comunicação (art. 5º, inciso
O Supremo Tribunal Federal (STF), no ano de 2008, IX, da CF).
julgou improcedente a ação, por entender que somente Assegura-se, aqui, o direito à livre manifestação
se pode falar em vida humana quando o ovo ou zigoto se do pensamento ou direito à opinião, que se constitui da
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faculdade que todos possuem de expressar um juízo de mos corretos e conduzirmos nossas vidas a partir deles.
valor, uma convicção, seja de forma escrita ou verbal. Ela é o gênero, do qual a liberdade de crença é a espécie.
Capítulo 02 - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
-denúncia’, p. ex.), adote medidas informais destinadas Para algumas bancas de concurso, como o
a apurar, previamente, em averiguação sumária, ‘com CESPE/UnB, a hipótese enseja a perda dos di-
prudência e discrição’, a possível ocorrência de eventual reitos políticos.
situação de ilicitude penal, desde que o faça com o obje-
tivo de conferir a verossimilhança dos fatos nela denun-
ciados, em ordem a promover, então, em caso positivo, a
formal instauração da persecutio criminis, mantendo-
Exercício
-se, assim, completa desvinculação desse procedimento comentado
estatal em relação às peças apócrifas” (STF, Inq. 1957, DJ
11.11.2005). (FCC) Por motivo de convicção política, ao com-
pletar dezoito anos, Ernesto recusa-se a realizar seu
alistamento eleitoral, assim como a cumprir qualquer
Exercício prestação alternativa que se lhe queira exigir, ainda que
comentado prevista em lei. Nessa hipótese, a atitude de Ernesto é
(CESPE) A liberdade de manifestação do pensa- a) incompatível com a Constituição, pois ninguém
mento não constitui um direito absoluto. pode eximir-se de cumprir obrigação legal a todos im-
CERTO. É um direito relativo, assim como a maioria posta.
dos direitos fundamentais, comportando limitações. b) albergada pela Constituição, que prevê possibi-
lidade de objeção de consciência nesses exatos termos.
Liberdade de consciência e de crença c) passível de punição mediante imposição de pena
restritiva de liberdade, por se configurar atentado contra
Segundo a Constituição Federal (CF), artigo 5º, inci- a soberania do Estado brasileiro.
so VI, “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, d) causa para suspensão de seus direitos políticos,
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e em função da recusa de cumprimento de prestação alter-
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e nativa prevista em lei.
a suas liturgias”. CERTO. Conforme o artigo 5º, inciso VIII, da CF.
A liberdade de consciência nos permite possuir e) parcialmente compatível com a Constituição,
convicções intimas acerca dos valores morais, espiritu- pois esta permite recusa a cumprimento de prestação al-
ais, posicionamentos políticos, filosóficos, que entenda- ternativa, mas não da obrigação principal.
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Liberdade de exercício profissional Decreto-Lei n. 972, de 1969, ao exigir diploma de curso
superior para o exercício da profissão de jornalista, não
Direito Constitucional
A liberdade de reunião está assegurada pelo ar-
exigida inscrição em conselho de fiscalização profis- tigo 5º, inciso XVI, da CF: “todos podem reunir-se pacifi-
sional. A atividade de músico prescinde de controle. camente, sem armas, em locais abertos ao público, inde-
Constitui, ademais, manifestação artística protegida pendentemente de autorização, desde que não frustrem
pela garantia da liberdade de expressão” (STF, RE n. outra reunião anteriormente convocada para o mesmo
414.426, DJE de 10-10-2011). local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade
competente”.
“O jornalismo é uma profissão diferenciada por sua A liberdade de reunião possui nítida feição coletiva
estreita vinculação ao pleno exercício das liberdades e se coloca como um direito “meio”, pois viabiliza o direito
de expressão e de informação. (...). Isso implica, logi- amplo à liberdade de expressão.
camente, que a interpretação do art. 5º, XIII, da Consti- Na reunião, a união, o agrupamento das pessoas se
tuição, na hipótese da profissão de jornalista, se faça, dá por período limitado, de forma não permanente.
impreterivelmente, em conjunto com os preceitos do Aqui, é importante que atentemos para a decisão
art. 5º, IV, IX, XIV, e do art. 220, da Constituição, que as- tomada pelo STF, na ADPF 187:
seguram as liberdades de expressão, de informação e
de comunicação em geral. (...) No campo da profissão
de jornalista, não há espaço para a regulação estatal “Concluiu-se que a defesa, em espaços públicos, da
quanto às qualificações profissionais. O art. 5º, IV, IX, legalização das drogas ou de proposta abolicionista
XIV, e o art. 220 não autorizam o controle, por parte a outro tipo penal (desde que não implique em incita-
do Estado, quanto ao acesso e exercício da profissão mento à prática de ações ilegais) não significaria ilícito
de jornalista. Qualquer tipo de controle desse tipo, penal (em especial, a “apologia de crime ou crimino-
que interfira na liberdade profissional no momento do so”, conforme o artigo 287, do CP), mas, ao contrário,
próprio acesso à atividade jornalística, configura, ao representaria o exercício legítimo do direito à livre
fim e ao cabo, controle prévio que, em verdade, carac- manifestação do pensamento, propiciada pelo exercí-
teriza censura prévia das liberdades de expressão e cio do direito de reunião.” (STF, ADPF 187, julgamento
de informação, expressamente vedada pelo art. 5º, IX, em 15-6-2011).
da Constituição. (...)” (STF, RE n. 511.961, DJE de 13-11-
2009). O direito também possui limitações, não é absolu-
to. Conforme se pode ver do dispositivo constitucional, o
Como consequência deste último julgamento, fi- seu exercício depende de que a reunião seja pacífica, que
cou consignado pelo STF que, (a) o artigo 4º, inciso V, do haja comunicação prévia a autoridade competente (para
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garantir a preferência, apenas) e que não se frustre outra de mandado de segurança coletivo por entidade de clas-
reunião, anteriormente marcada para o mesmo dia, local se em favor dos associados independe da autorização
Capítulo 02 - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
e hora. destes”.
A tutela do direito à liberdade de reunião é feita por
meio da propositura do mandado de segurança (art. 5º, Exercício
incisos LXIX e LXX, da CF).
comentado
Liberdade de associação (FCC) Cinco amigos, moradores de uma favela, de-
cidem criar uma associação para lutar por melhorias nas
A liberdade de associação também se coloca como condições de saneamento básico do local. Um político
um direito “meio”, de feição nitidamente coletiva. da região, sabendo da iniciativa, informa-lhes que, para
Diferentemente do que se dá no direito à liberdade tanto, será necessário obter, junto à Prefeitura, uma au-
de reunião, a associação importa na união estável, dura- torização para sua criação e funcionamento. Nesta hipó-
doura, permanente das pessoas. tese,
Na Constituição Federal há uma disciplina extensa
do direito, no artigo 5º, incisos XVII a XXI: a) os cinco amigos não conseguirão criar a asso-
ciação, pois a Constituição Federal exige um número mí-
nimo de dez integrantes para essa iniciativa.
“é plena a liberdade de associação para fins lícitos,
b) a informação que receberam está errada, pois a
vedada a de caráter paramilitar”
Constituição Federal estabelece que a criação de asso-
ciações independe de autorização.
Lendo o dispositivo de outra forma, podemos con-
cluir que é possível criar qualquer associação, desde que CERTO. É o que dispõe o artigo 5º, inciso XVIII, da CF.
seu fim seja lícito. Associações paramilitares, não impor- c) após a criação da associação, os moradores da
ta o seu fim, são sempre vedadas. favela serão obrigados a se associarem.
d) o estatuto da associação poderá prever ativida-
des paramilitares, caso essa medida seja necessária para
“a criação de associações e, na forma da lei, a de coo- a proteção de seus integrantes.
perativas independem de autorização, sendo vedada a e) para iniciar suas atividades, a associação pre-
interferência estatal em seu funcionamento”. cisará, além da autorização da prefeitura, de um alvará
judicial.
88 O Estado somente pode atuar, “intervindo” de
qualquer forma nas associações, nos termos do inciso DIREITO À IGUALDADE
seguinte.
Direito Constitucional
Conceito
“as associações só poderão ser compulsoriamente
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por de- Em nosso sistema jurídico a igualdade (isono-
cisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsi- mia) se coloca como um verdadeiro princípio, balizando
to em julgado”. a criação e a aplicação de todo o Direito. Manifesta-se,
aquele princípio, em diversas regras (direitos de igualda-
Observe que a suspensão das atividades de uma de), previstas tanto no texto constitucional – em especial
associação pode ser determinada por decisão judicial no artigo 5º, do Capítulo I, do Título II, da Constituição Fe-
que não tenha transitado em julgado (p. ex.: uma tutela deral (CF) -, quanto nas leis.
antecipada liminar). A dissolução da associação depende, Segundo o STF, o princípio da igualdade, enquanto
contudo, que a decisão judicial que o determine já tenha postulado fundamental de nossa ordem político-jurídica,
transitado em julgado. não é suscetível de regulamentação ou de complementa-
• “ninguém poderá ser compelido a associar-se ção normativa (STF, MI 58, DJ 19-4-1991).
ou a permanecer associado”. A igualdade impõe, na clássica lição de Rui Barbo-
• Este dispositivo assegura o direito à liberdade sa, que a ordem jurídica, buscando sempre o justo, a jus-
de associação individual negativo. tiça, deve dar tratamento igual aos iguais e desigual aos
• “as entidades associativas, quando expres- desiguais, na exata medida em que estes se desigualam.
samente autorizadas, têm legitimidade para Assim, além de proibir comportamentos discri-
representar seus filiados judicial ou extrajudi- minatórios injustificados, o princípio da igualdade vai
cialmente”. permitir que a lei (em sentido amplo) possa estabelecer
vantagens a determinados grupos ou pessoas, desde que
Estamos diante da figura da representação pro- justificadas em face dos valores constitucionais.
cessual.
Não confundamos a representação com a subs- Igualdade na lei e igualdade perante a lei
tituição processual, quando a atuação da entidade não
depende de qualquer autorização dos associados, como A igualdade deve ser observada em dois momen-
ocorre no mandado de segurança coletivo (art. 5º, inciso tos, segundo nos aponta a doutrina e o Supremo Tribunal
LXX, da CF). Federal (STF).
Neste sentido, a Súmula 629, do STF: “A impetração A “igualdade na lei” atua no momento de confec-
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ção do Direito, determinando ao legislador que, em sua concretas verificadas em relação ao homem.
atividade, não introduza nas normas discriminações in- Neste sentido, para compensar preconceito arrai-
Direito Constitucional
ser previstos em lei, não bastando apenas a
previsão no edital do concurso público. (FCC) A previsão constitucional que determina
a reserva de percentual dos cargos e empregos para as
Nesse sentido, o STF possui entendimento, con- pessoas portadoras de deficiência tem como objetivo,
solidado na Súmula 683, de que o “limite de idade para a precipuamente, promover o direito à
inscrição em concurso público só se legitima em face do
art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado a) vida.
pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”. b) liberdade individual.
Ainda, coaduna-se com a CF, segundo o STF, a exi- c) igualdade material
gência de altura mínima, desde que a mesma esteja pre- CERTO. O direito à igualdade material conduz a um
vista em lei e justificada em função da natureza e das tratamento desigual a pessoas/grupos em situações de-
atribuições do cargo a ser preenchido. siguais, buscando, com isso, a justiça.
d) segurança.
Igualdade material e) saúde coletiva.
Direito Constitucional
b) obrigatoriamente pela lei brasileira. a) somente poderá adentrar na residência de Ca-
c) obrigatoriamente pela lei pessoal do de cujus. mila com o consentimento de Feliciano, em razão da pro-
d) obrigatoriamente pela lei pessoal dos pais do de teção à dignidade familiar prevista na Constituição Fe-
cujus. deral.
e) pela lei brasileira ou pela lei pessoal do de cujus, b) poderá adentrar na residência, sem o consenti-
caso esta última seja mais favorável mento de Camila, em quaisquer horários seja durante o
CERTO. É o que determina o artigo 5º, inciso XXXI, dia ou durante a noite.
da CF. c) não poderá adentrar na residência, em qualquer
horário, sem o consentimento de Camila, uma vez que a
DIREITO À SEGURANÇA Constituição Federal protege a inviolabilidade domiciliar.
d) poderá adentrar na residência, sem o consenti-
O direito à segurança manifesta-se em diversas mento de Camila, somente entre as 6 e 22 horas.
disposições destinadas a garantir a estabilidade, a segu- e) poderá adentrar na residência, sem o consenti-
rança necessária, para que as pessoas possam buscar a mento de Camila, porém somente durante o dia.
realização dos seus objetivos, interesses pessoais e so- CERTO. Conforme o artigo 5º, inciso XI, da CF.
ciais.
Veremos algumas de suas manifestações, presen- Inviolabilidade das comunicações
tes no artigo 5º, do Capítulo I, do Título II, da Constituição
Federal (CF). O artigo 5º, inciso XII, da CF assegura ser “inviolá-
vel o sigilo da correspondência e das comunicações tele-
Proteção ao domicílio gráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo,
no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na for-
O artigo 5º, inciso XI, da CF dispõe que “a casa é ma que a lei estabelecer para fins de investigação crimi-
asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo pe- nal ou instrução processual penal”.
netrar sem consentimento do morador, salvo em caso de Protege-se, por meio do dispositivo, quatro formas
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, de comunicação, a correspondência, a telegráfica, de da-
durante o dia, por determinação judicial”. dos e telefônica.
Neste dispositivo está-se promovendo a proteção A Constituição Federal, naquele dispositivo, tra-
à intimidade, à vida privada das pessoas, cuja manifesta- ta de excepcionar apenas as comunicações telefônicas,
ção ocorre, principalmente, em seu domicílio. prevendo a possibilidade de sua violação desde que a
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mesma se dê por ordem judicial (“reserva de jurisdição”), sente ofensa ao dispositivo.
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer – Lei n.
Capítulo 02 - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos
judicando o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a desde que o faça por lei federal.
coisa julgada.
Esta previsão também consta do artigo 6º, do De- 8 (FCC) Em que pese a Constituição Federal asse-
creto-Lei n. 4.657, de 1942 (Lei de Introdução às normas gure a inviolabilidade de domicílio, é constitucional o in-
do Direito Brasileiro), o qual conceitua aqueles três ins- gresso
titutos.
Assim, reputa-se ato jurídico perfeito o já consu- I. da autoridade policial em escritório de advocacia
mado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou particular, de dia, sem o consentimento do responsá-
(p. ex.: um contrato de compra e venda). Consideram-se vel, munida de autorização judicial para realizar busca e
adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém apreensão de bens e documentos necessários à investi-
por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do gação de prática de crime cometido pelo advogado titular
exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-esta- da banca, não recaindo a busca e apreensão sobre a esfe-
belecida inalterável, a arbítrio de outrem (p. ex.: o preen- ra de direito de terceiros.
chimento de todos os requisitos para a aposentadoria). E, II. da autoridade administrativa de fiscalização tri-
chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial butária na sede de empresa privada, de dia, sem o con-
de que já não caiba recurso. sentimento do responsável e sem autorização judicial,
Neste contexto devemos conhecer o conteúdo da para realizar apreensão de livros, documentos e equi-
Súmula 654, do STF, a qual prevê que “A garantia da ir- pamentos necessários à lavratura de auto de infração e
retroatividade da lei, prevista no art. 5º, XXXVI, da CF, imposição de multa.
não é invocável pela entidade estatal que a tenha edita- III. da autoridade policial em residência familiar, de
do”. A súmula expressa o entendimento segundo o qual noite, sem o consentimento do responsável e sem auto-
o ente estatal que editou a lei que preveja sua aplicação rização judicial, para realizar prisão em flagrante delito.
retroativa, não pode alegar a proteção do artigo 5º, inciso IV. de Oficial de Justiça em residência familiar, de
XXXVI, da CF para se recusar a cumpri-la, o que seria um noite, sem o consentimento do morador, munido de auto-
contrassenso. rização judicial para a realização de penhora e avaliação
Ainda, é conhecido o entendimento do STF no sen- de bens.
tido de que não há, de parte do servidor público, direito
adquirido a regime jurídico, o que implica na possibilida- Está correto o que consta APENAS em
de, por exemplo, de mudança dos critérios para a conces- a) I, II e III.
são de um adicional ou gratificação, sem que isso repre- b) I, II e IV.
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c) I e III. Ainda, alguns daqueles direitos mencionados no
d) II e IV. artigo 7º são extensíveis aos servidores públicos, por for-
e) III e IV. ça do artigo 39, parágrafo 3º, da CF.
Direito Constitucional
INSS que o administra, mas o Ministério do Trabalho e
segunda dimensão ou geração. Emprego (MTE).
Os direitos de segunda dimensão ou geração são
direitos que se caracterizam por serem positivos, ou seja,
por exigir do Estado um comportamento ativo na sua re- Salário Mínimo
alização.
O artigo 6º, da Constituição Federal relacionada 11 O artigo 7º, inciso IV, da CF garante o salário mí-
(onze) direitos sociais fundamentais: a educação, a saú- nimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de
de, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o atender as necessidades vitais básicas do trabalhador e
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à ma- às de sua família com moradia, alimentação, educação,
ternidade e à infância e a assistência aos desamparados. saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
O direito social ao transporte foi inserido pela Emenda social, com reajustes periódicos que lhe preservem o po-
Constitucional n. 90, de 15 de setembro de 2015. der aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qual-
Nos demais artigos do Capítulo, no entanto, a quer fim.
Constituição Federal vai tratar de disciplinar apenas os Como está ali disposto, o salário mínimo é nacio-
direitos sociais que incidem nas relações de trabalho. nal. Aquilo que alguns conhecem como “salário mínimo
Aqueles direitos sociais, como direitos das pessoas, fora regional” nada mais é do que o piso salarial profissional,
das relações de trabalho serão disciplinados em outros previsto no inciso V, do artigo 7º, da CF e que é fixado pelos
dispositivos da Constituição Federal, em especial no Tí- Estados e Distrito Federal, por força da Lei Complementar
tulo VIII, da Ordem Social. n. 103, de 2000.
A proibição de utilização do salário mínimo como
indexador, como base-de-cálculo, visa evitar o “efeito
DIREITOS DOS TRABALHADORES cascata” que o aumento do seu valor provocaria na eco-
nomia. Neste sentido, a Súmula Vinculante n. 4, do STF:
No artigo 7º, da CF estão relacionados diversos di- “Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mí-
reitos sociais dos trabalhadores, empregados urbanos nimo não pode ser usado como indexador de base de cál-
e rurais. O rol daqueles direitos é exemplificativo, o que culo de vantagem de servidor público ou de empregado,
significa que outros podem vir a ser criados. nem ser substituído por decisão judicial”.
Aqueles direitos devem ser observados, inicial- Ainda, devemos conhecer o conteúdo da Súmula
mente, na relação de emprego. Contudo, por força do inci- Vinculante n. 16, do STF, a qual dispõe: “Os artigos 7º, IV,
so XXXIV, do artigo 7º, da CF, também o trabalhador avul- e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-
so goza dos mesmos.
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-se ao total da remuneração percebida pelo servidor pú- a) cinco anos, até o limite de três anos após a extin-
blico”. ção do contrato de trabalho.
b) três anos independentemente da extinção do
Salário-família contrato de trabalho.
c) três anos, até o limite de dois anos após a extin-
O artigo 7º, inciso XII, da CF assegura o salário-fa- ção do contrato de trabalho.
mília, pago em razão do dependente do trabalhador de d) cinco anos, até o limite de dois anos após a ex-
baixa renda nos termos da lei. tinção do contrato de trabalho.
O salário-família é um benefício previdenciário CERTO. Conforme o artigo 7º, inciso XXIX, da CF.
que cobre o risco social encargos de família. e) dez anos, até o limite de três anos após a extin-
Tem direito a ele, segundo a Lei n. 8.213, de 1991, os ção do contrato de trabalho.
segurados empregado, empregado doméstico e traba-
lhador avulso, de baixa renda e que tenham filho ou equi- Direitos dos trabalhadores domésticos
parado de até 14 (quatorze) anos de idade, ou inválido, de
Capítulo 03 - Dos Direitos Sociais
Direito de ação nos incisos I, II, III, IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua
integração à previdência social.
No inciso XXIX, do artigo 7º, da CF está assegura- Como se pode ver, dependem de regulamentação
do o direito de ação, quanto aos créditos resultantes das por norma infraconstitucional, para que possam produ-
relações de trabalho, com prazo prescricional de 5 (cinco) zir efeitos, os direitos previstos nos incisos I (relação de
anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem
de 2 (dois) anos após a extinção do contrato de trabalho. justa causa), II (seguro-desemprego), III (fundo de garan-
Segundo o dispositivo, o trabalhador tem direito de tia do tempo de serviço), IX (remuneração do trabalho
buscar na justiça o cumprimento de seus direitos viola- noturno superior à do diurno), XII (salário-família), XXV
dos pelo empregador. Esse direito não é, contudo, eterno. (assistência gratuita aos filhos e dependentes, desde o
Assim, a partir do momento em que o direito tra- nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-
balhista é violado, nasce para o trabalhador o direito de -escolas) e XXVIII (seguro contra acidentes de trabalho).
buscar a justiça, até o prazo máximo de 5 (cinco) anos. A regulamentação exigida pelo dispositivo, para o
Mas, quando o contrato de trabalho finda, começa a ser exercício daqueles direitos foi, em grande parte, promo-
contado outro prazo, em paralelo, de 2 (dois) anos que, vida pela Lei Complementar n. 150, de 1o de junho de 2015.
quando completo, fulmina todo e qualquer direito do tra-
balhador, decorrente daquela relação de trabalho. LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO PROFISSIO-
NAL E SINDICAL
Exercício
No artigo 8º, caput, da CF estão assegurados dois
comentado direitos de feição coletiva, ou seja, a liberdade de asso-
ciação profissional e a liberdade de associação sindical.
(FCC) Priscila trabalha como empregada domés- Contudo, os incisos do artigo vão tratar de discipli-
tica na residência de Paula na cidade de Goiânia desde o nar apenas o direito à associação sindical, prevendo, ini-
ano de 2009. A empregadora deixou de pagar, no último cialmente que a lei não poderá exigir autorização do Es-
ano de 2012, verbas decorrentes de férias. Neste caso, nos tado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro
termos preconizados pela Constituição Federal de 1988, no órgão competente, vedadas ao Poder Público a inter-
Priscila terá ação, quanto aos créditos resultantes da sua ferência e a intervenção na organização sindical (inciso
relação de trabalho, com prazo prescricional de I).
O órgão competente para o registro do sindicato é o
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Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a quem incum- de 1989.
be velar, especialmente, pelo princípio da unicidade sin-
dical (Súmula 677, do STF), previsto no inciso II, onde está
dito que é vedada a criação de mais de uma organização
DIREITO POLÍTICO POSITIVO
sindical, em qualquer grau, representativa de categoria O artigo 10, da CF assegura um direito político po-
profissional ou econômica, na mesma base territorial, sitivo, de participação dos trabalhadores e empregadores
que será definida pelos trabalhadores ou empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interes-
interessados, não podendo ser inferior à área de um Mu- ses profissionais ou previdenciários sejam objeto de dis-
nicípio. cussão e deliberação.
No inciso III, do artigo, a CF diz que ao sindicato
cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou indi-
viduais da categoria, inclusive em questões judiciais ou REPRESENTANTE DOS EMPREGADOS
administrativas. Aqui está autorizada a atuação do sin-
dicato como substituto processual, situação distinta da Conforme o artigo 11, da CF, nas empresas de mais
Direito Constitucional
negociações coletivas de trabalho (inciso VI); qualquer grau, representativa de categoria profissional
c) o aposentado filiado tem direito a votar e ser vo- ou econômica, na mesma base territorial, que será defi-
tado nas organizações sindicais (inciso VII); nida pelos trabalhadores ou empregadores interessados,
d) é vedada a dispensa do empregado sindicalizado não podendo ser inferior à área de um Município.
a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até b) O aposentado filiado não terá direito a votar e ser
um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta votado nas organizações sindicais.
grave nos termos da lei (inciso VIII). ERRADO. Conforme o artigo 8º, inciso VII, da CF, o
aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas
organizações sindicais.
Exercício
comentado c) O empregado doméstico tem direito ao seguro-
-desemprego, em caso de desemprego involuntário.
(CESPE) A criação de sindicatos independe de au-
CERTO. Conforme o artigo 7º, parágrafo único, da
torização estatal, ressalvado o registro no órgão compe-
CF.
tente, sendo vedado ao sindicato que represente a mesma
categoria profissional abranger a mesma base territorial
d) Só será obrigado a filiar-se ou a manter-se filia-
de outro.
do a sindicato o trabalhador que se enquadrar nas previ-
CERTO. Conforme o artigo 8º, incisos I e II, da CF. sões legais.
ERRADO. Conforme o artigo 8º, inciso V, da CF, nin-
DIREITO DE GREVE guém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a
sindicato.
No artigo 9º, da CF está assegurado o direito de gre-
ve aos trabalhadores que mantém vínculo de emprego. É e) Nas empresas com mais de cinquenta emprega-
um direito de manifestação coletiva. dos, é assegurada a eleição de um representante, com a
Conforme o artigo é assegurado o direito de greve, finalidade exclusiva de promover o entendimento direto
competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportuni- entre empregadores e empregados.
dade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por
ERRADO. Conforme o artigo 11, da CF, nas empresas
meio dele defender.
O exercício deste direito é regulado pela Lei n. 7.783, de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição
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de um representante destes com a finalidade exclusiva CONCEITO
de promover-lhes o entendimento direto com os empre-
gadores. No Título II, Capítulo III, artigos 12 e 13, a Constitui-
ção Federal (CF) vai tratar do direito fundamental à na-
cionalidade.
Questões A nacionalidade é um vínculo jurídico que liga uma
Gabaritadas pessoa a um Estado, fazendo da mesma um componente
do povo, atribuindo-lhe direitos e obrigações.
1 (CESPE) A realização de trabalho noturno, peri- A pessoa que não tenha uma nacionalidade é cha-
goso ou insalubre por menor de dezoito anos de idade é mada de apátrida ou heimatlos; aquele, contudo, que pos-
permitida desde que o empregador pague a esse traba- sui mais de uma nacionalidade é conhecido como polipá-
lhador adicional pecuniário. trida.
Por conta da disciplina constitucional, o povo bra-
2 (FCC) De acordo com a Constituição Federal, NÃO sileiro é composto de duas espécies de nacionais, os na-
constitui direito fundamental social: tos (nacionalidade primária ou originária) e os naturali-
Capítulo 04 - Da Nacionalidade
ção coletiva.
e) a proteção em face da automação, na forma da DICA: Até a Emenda Constitucional n. 54, de
lei. 2007, que alterou o dispositivo, a Constituição
exigia que a pessoa viesse a residir no País an-
4 (FCC) A Constituição brasileira de 1988 assegura tes da maioridade e, alcançada esta, optasse
à categoria dos trabalhadores domésticos o direito, den- pela nacionalidade brasileira.
tre outros, a
a) piso salarial proporcional à extensão e à com- A Constituição Federal se vale, no artigo 12, inciso
plexidade do trabalho. I, de dois critérios para a concessão na nacionalidade ori-
b) remuneração do serviço extraordinário supe- ginária, o territorial ou jus soli e o consanguíneo, ou jus
rior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal. sanguinis.
c) participação nos lucros ou resultados, desvincu-
lada da remuneração, e, excepcionalmente, participação
na gestão da empresa, conforme definido em lei. BRASILEIROS NATURALIZADOS
d) jornada de seis horas para o trabalho realizado
em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negocia- Conforme o artigo 12, inciso II, da CF são considera-
ção coletiva. dos brasileiros naturalizados:
e) proteção em face da automação, na forma da lei. a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalida-
de brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e
GABARITO idoneidade moral. A lei de que fala o dispositivo é o Es-
1 2 3 4 tatuto do Estrangeiro (Lei n. 6.815, de 1980). Ainda, estas
hipóteses de naturalização são conhecidas como ordiná-
Errado D C B rias, uma vez que, mesmo que o estrangeiro cumpra to-
dos os requisitos, o Brasil pode negar-lhe a naturalização,
dado se tratar de um ato de soberania estatal e, portanto,
discricionário;
4. DA NACIONALIDADE b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, re-
sidentes na República Federativa do Brasil há mais de
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, des-
de que requeiram a nacionalidade brasileira. Neste caso,
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uma vez requerida a naturalização, o Estado brasileiro deral, da carreira diplomática, de oficial das Forças Ar-
não pode se recusar a concedê-la. Por isso esta hipótese madas e de Ministro de Estado da Defesa.
é chamada de naturalização extraordinária. Segundo o artigo 5º, inciso LI, da CF, nenhum bra-
sileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de
crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
Exercícios comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpe-
comentados centes e drogas afins, na forma da lei.
Ainda, podem participar do Conselho da República,
(CESPE) O filho do embaixador da China no Brasil, segundo o artigo 89, inciso VII, da CF, seis cidadãos bra-
caso nasça em território nacional, é considerado brasi- sileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade,
leiro nato. sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois
ERRADO. Conforme o artigo 12, inciso I, alínea “a”, eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara
da CF, neste caso ele não adquire a nacionalidade brasi- dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada
leira. a recondução.
(FCC) Salomé nasceu em Portugal quando sua Por fim, conforme o artigo 222, da CF, a proprieda-
Capítulo 04 - Da Nacionalidade
mãe, brasileira, cursava doutorado na Universidade de de de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de
Coimbra. O pai de Salomé é português. Quanto à sua na- sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou natu-
cionalidade, Salomé ralizados há mais de dez anos.
Direito Constitucional
“QUASE” NACIONALIDADE para o exercício de direitos civis.
Dispõe o artigo 12, parágrafo 1º, da CF que, aos por- IDIOMA OFICIAL E SÍMBOLOS DA REPÚ-
tugueses com residência permanente no País, se houver BLICA
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os
direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos No artigo 13, da CF encontramos disposições não
na própria Constituição. relacionadas diretamente ao direito fundamental à na-
Naquele parágrafo está prevista uma hipótese, cionalidade, mas que, ainda assim, precisamos conhecer.
chamada pela jurisprudência e pela doutrina, de “quase Segundo o artigo, a língua portuguesa é o idioma
nacionalidade”, quando, mesmo sem adquirir a nacio- oficial da República Federativa do Brasil.
nalidade brasileira, ao português, que assim o requerer, Ainda, são símbolos da República Federativa do
ser-lhe-ão reconhecidos os mesmos direitos de que goza Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. Os
um brasileiro naturalizado. Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter,
contudo, símbolos próprios.
DIFERENÇAS ENTRE BRASILEIROS
Em regra, nos termos do artigo 12, parágrafo 2º, da
Exercício
CF, a lei não poderá estabelecer distinção entre brasilei- comentado
ros natos e naturalizados no que diz com o gozo, a titu-
laridade de direitos, salvo nos casos previstos na própria (CESPE) Em relação aos direitos de nacionalidade,
Carta Magna. assinale a opção correta considerando o disposto na CF.
Na Constituição Federal vamos encontrar quatro a) Considera-se brasileiro naturalizado o nascido
distinções autorizadas entre brasileiros natos e natura- no estrangeiro, de pai brasileiro e mãe estrangeira, se o
lizados. pai estiver a serviço da República Federativa do Brasil.
A primeira se encontra no próprio artigo 12, em seu ERRADO. Será brasileiro nato, conforme o artigo 12,
parágrafo 3º, que diz serem privativos de brasileiro nato, inciso I, alínea “b”, da CF.
os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República,
de Presidente da Câmara dos Deputados, de Presidente b) O Distrito Federal e os municípios poderão ter
do Senado Federal, de Ministro do Supremo Tribunal Fe- símbolos próprios.
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CERTO. Conforme o artigo 13, parágrafo 2º, da CF. 5. DOS DIREITOS POLÍTICOS
c) Aos portugueses com residência permanente CONCEITO
No Título II, Capítulo IV, artigos 14 a 16, da Consti-
no país, serão atribuídos os direitos inerentes a brasileiro
tuição Federal (CF) vamos encontrar um grupo de direitos
nato.
fundamentais que asseguram a participação das pesso-
ERRADO. Conforme dispõe o parágrafo 1º, do artigo as na vida e nos negócios do Estado, os direitos políticos.
12, da CF: “Aos portugueses com residência permanente Os direitos políticos expressam a forma de mani-
no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, festação da soberania popular (art. 1º, parágrafo único, da
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo CF).
os casos previstos nesta Constituição”. No mesmo Título II, Capítulo V, artigo 17, da CF está
d) Será declarada a perda da nacionalidade do bra- prevista a disciplina básica da instituição e atuação dos
sileiro que cometer crime contra a vida do presidente da Partidos Políticos.
República. Os direitos políticos são adquiridos com o alista-
Capítulo 05 - Dos Direitos Políticos
ERRADO. A CF não faz tal previsão. mento eleitoral. O brasileiro no gozo dos direitos políticos
e) É privativo de brasileiro nato o cargo de juiz de possui o status de cidadão.
direito. No texto constitucional são relacionados duas es-
ERRADO. A CF não faz tal previsão. pécies de direitos políticos. Os direitos políticos positi-
vos são aqueles que asseguram previsões jurídicas que
permitem a efetiva participação do cidadão no processo
Questões político, na gestão da coisa pública, do Estado. Já os direi-
Gabaritadas tos políticos negativos são previsões que impedem, jus-
tamente, a participação de certas pessoas no processo
1 (CESPE) A Constituição Federal determina que o político e na gestão do Estado.
brasileiro nato nunca será extraditado e que o brasilei-
ro naturalizado somente será extraditado no caso de ter DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS
praticado crime comum antes da naturalização.
São inúmeras as expressões constitucionais dos
2 (CESPE) São brasileiros natos os nascidos no es- direitos políticos positivos, dentre as quais destacamos
trangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira que esteja o direito de sufrágio, que pode ser ativo (direito de votar,
no exterior a serviço do Brasil ou de organização inter- capacidade eleitoral ativa) e passivo (direito de ser vota-
98 nacional. do, capacidade eleitoral passiva).
O direito de sufrágio ativo, de votar, segundo o ar-
3 (FCC) Salomé nasceu em Portugal quando sua tigo 14, parágrafos 1º e 2º, da CF:
Direito Constitucional
mãe, brasileira, cursava doutorado na Universidade de a) é obrigatório aos maiores de 18 (dezoito) anos;
Coimbra. O pai de Salomé é português. Quanto à sua na- b) é facultativo aos analfabetos, aos maiores de 70
cionalidade, Salomé (setenta) anos e aos maiores de 16 (dezesseis) e menores
de 18 (dezoito) anos;
a) jamais poderá adquirir a nacionalidade brasilei- c) é proibido aos estrangeiros e, durante o período
ra. do serviço militar obrigatório, aos conscritos.
b) adquirirá a nacionalidade brasileira desde que Já o exercício do direito de sufrágio passivo, de ser
venha a residir no Brasil antes de completar 18 anos. votado, depende do preenchimento cumulativo das se-
c) poderá ser brasileira naturalizada, jamais nata. guintes condições de elegibilidade (art. 14, parágrafo 3º,
d) somente poderia adquirir a nacionalidade brasi- da CF):
leira se sua mãe estivesse a serviço do Brasil, na época do a) a nacionalidade brasileira,
seu nascimento. b) o pleno exercício dos direitos políticos,
e) poderá optar pela nacionalidade brasileira, em c) o alistamento eleitoral,
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, se vier d) o domicílio eleitoral na circunscrição,
a residir no Brasil. e) a filiação partidária e,
f) a idade mínima de 35 (trinta e cinco) anos para
4 (FCC) São cargos privativos de brasileiros natos, Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; 30
EXCETO (trinta) anos para Governador e Vice-Governador de Es-
tado e do Distrito Federal; 21 (vinte e um) anos para Depu-
a) Presidência da República. tado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vi-
b) Presidência da Câmara dos Deputados. ce-Prefeito e juiz de paz e 18 (dezoito) anos para Vereador.
c) Presidência do Senado Federal.
d) Ministro do Tribunal Superior do Trabalho.
e) Ministro de Estado da Defesa. Exercício
comentado
GABARITO (FCC) As idades mínimas de I - vinte e um, II - trin-
1 2 3 4 ta, e III - trinta e cinco anos são condições de elegibilida-
de, respectivamente, para
Errado Errado Certo D
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a) I -Prefeito/ II - Governador de Estado / III - Pre- prestação alternativa, nos termos do artigo 5º, inciso VIII,
sidente da República da CF;
CERTO. Conforme o artigo 14, parágrafo 3º, da CF. e) improbidade administrativa, nos termos do arti-
b) I -Prefeito / II - Deputado Federal / III - Presiden- go 37, parágrafo 4º, da CF.
te da República As hipóteses de perda e suspensão afastam o
c) I -Vereador / II- Deputado Federal/ III - Gover- exercício do direito de sufrágio ativo (votar) e, também,
nador de Estado passivo (ser votado).
d) I - Deputado Estadual/ II - Prefeito/ III - Gover-
nador de Estado Exercício
e) I - Deputado Estadual/ II -Prefeito / III - Senador
comentado
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS (CESPE) Assinale a opção em que é apresentada hi-
Direito Constitucional
Esta hipótese é chamada de “desincompatibilização”; b) se contar mais de 10 (dez) anos de serviço será
d) “São inelegíveis, no território de jurisdição do ti- agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
tular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até automaticamente, no ato da diplomação, para a inativi-
o segundo grau ou por adoção, do Presidente da Repúbli- dade.
ca, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Fe-
deral, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO
dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de
mandato eletivo e candidato à reeleição” (parágrafo 7º). ELETIVO
A respeito desta inelegibilidade, dispõe o Supremo
Tribunal Federal (STF), na Súmula Vinculante n. 18, que “A A Constituição Federal prevê, em seu artigo 14, pa-
dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso rágrafos 10 e 11, uma ação específica que visa impugnar o
do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º, mandato eletivo recém conquistado.
do artigo 14, da Constituição Federal”. Conforme está disposto, o mandato eletivo pode-
Além das hipóteses acima mencionadas, segundo rá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de 15
o parágrafo 9º, do artigo 14, da CF, Lei complementar es- (quinze) dias contados da diplomação, instruída a ação
tabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou
sua cessação, a fim de proteger a probidade administrati- fraude.
va, a moralidade para exercício de mandato considerada A ação de impugnação de mandato tramitará em
vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimi- segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei,
dade das eleições contra a influência do poder econômico se temerária ou de manifesta má-fé.
ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI
O artigo 15, da CF prevê que é vedada a cassação de ELEITORAL
direitos políticos – ou seja, sua retirada arbitrária -, cuja
perda ou suspensão só se dará nos casos de: O artigo 16, da CF encerra o princípio da anteriori-
a) cancelamento da naturalização por sentença dade da lei eleitoral, o qual visa garantir segurança, esta-
transitada em julgado; bilidade ao processo eleitoral.
b) incapacidade civil absoluta; Assim, conforme dispõe o artigo, a lei que alterar o
c) condenação criminal transitada em julgado, en- processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publi-
quanto durarem seus efeitos; cação, não se aplicando, contudo, à eleição que ocorra até
d) recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
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1 (um) ano da data de sua vigência. objetivo de assegurar o direito à liberdade de locomoção
(art. 5º, inciso XV, da CF), ameaçado (preventivo) ou já le-
sionado (repressivo), por um ato ilegal ou praticado com
Questões abuso de poder.
Gabaritadas Na ação de habeas corpus vamos identificar três
figuras processuais: o impetrante, o impetrado e o pa-
1 (CESPE) Os direitos políticos são titularizados e ciente.
livremente exercidos por todos os brasileiros e garantem O impetrante é o autor da ação, podendo ser pes-
a participação na vida política e a influência nas decisões soa física ou jurídica (desde que em favor de uma pessoa
públicas. física), nacional ou estrangeira, com ou sem capacidade
Resposta: ERRADO civil ou processual. Não há a necessidade de constituir
Capítulo 06 - Garantias Constitucionais
Direito Constitucional
segurança coletivo.
partido político com representação no Congresso Nacio- e) poderá impetrar mandado de segurança, ainda
nal, (b) organização sindical, entidade de classe ou asso- que para a defesa dos direitos de parte dos associados e
ciação legalmente constituída e em funcionamento há mesmo sem deles obter autorização específica, não sen-
pelo menos um ano. do a data de constituição do sindicato um óbice ao ajuiza-
Diferente do mandado de segurança individual, o mento da ação.
mandado de segurança coletivo é ação proposta sempre
em defesa de interesses coletivos ou individuais homo- CERTO. Conforme o artigo 5º, inciso LXX, da CF e
gêneos, dos membros ou associados daquelas entidades, Súmula 630, do STF.
conforme prevê o artigo 21, da Lei n. 12.016, de 2009.
Os legitimados à propositura do mandado de se- MANDADO DE INJUNÇÃO
gurança coletivo atuam como substitutos processuais,
dispensando autorização expressa dos filiados ou asso- No contexto das ações, “remédios” constitucio-
ciados, como ocorre na representação processual (art. 5º, nais, o mandado de injunção será proposto sempre que a
inciso XXI, da CF). falta de norma regulamentadora torne inviável o exercí-
Ainda, conforme o entendimento expresso na Sú- cio dos direitos e liberdades constitucionais e das prerro-
mula 630, do STF, “A entidade de classe tem legitimação gativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cida-
para o mandado de segurança ainda quando a pretensão dania (art. 5º, inciso LXXI, da CF).
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva Segundo a sua eficácia social, as normas constitu-
categoria”. cionais podem ser divididas em normas de eficácia plena,
contida e limitada.
DICA: As normas constitucionais de eficácia social limi-
Mandado de segurança ou habeas data? Quan- tada são aquelas que precisam de uma complementação
do o objetivo é conseguir apenas a informação, normativa para produzir efeitos, não bastando apenas a
propõe-se habeas data. Quando, no entanto, previsão constitucional. Sua aplicabilidade é, então, me-
precisarmos de um documento que ateste a veracidade diata, indireta ou diferida. Essa “complementação” nor-
da informação (declaração, certidão, etc.), propõe-se o mativa é feita, normalmente, por uma lei.
mandado de segurança. É, justamente, a demora injustificada dos poderes
públicos em editar tal norma, que justifica a propositura
do mandado de injunção, que pode ser individual ou co-
letivo.
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Se julgada procedente, a ação permite que o titular do cidadão deverá impetrar
do direito possa exercê-lo, imediatamente, valendo-se a) habeas corpus.
dos parâmetros estabelecidos na decisão e até que a nor- b) ação popular.
ma complementar seja editada. CERTO. Conforme o artigo 5o, inciso LXXIII, da CF.
Aqui é importante conhecermos a Súmula Vincu- c) mandado de segurança coletivo.
lante n. 33, do Supremo Tribunal Federal (STF), a qual foi d) habeas data.
aprovada após a propositura de inúmeros mandados de e) mandado de injunção.
injunção e visando, justamente, a redução do número de
ações: “Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as
regras do regime geral da previdência social sobre apo- DIREITO DE PETIÇÃO
sentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III
Capítulo 06 - Garantias Constitucionais
da Constituição Federal, até a edição de lei complementar Dentre as garantias fundamentais e para além das
específica”. ações constitucionais, vamos encontram um importante
mecanismo, o direito de petição, previsto no artigo 5º, in-
ciso XXXIV, alínea “a”, da CF, segundo o qual é assegura-
Exercício do a todos, independentemente do pagamento de taxas,
comentado o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder.
(CESPE) O mandado de injunção é impróprio para Por meio dele qualquer pessoa (física ou jurídica,
pleitear em juízo direito individual líquido e certo decor- nacional ou estrangeira) pode provocar os Poderes Pú-
rente de norma constitucional autoaplicável. blicos para, noticiando um fato, buscar a defesa de um
CERTO. Conforme o artigo 5º, inciso LXXI, da CF, a direito (individual ou coletivo), ameaçado ou lesionado,
propositura do MI somente se justifica diante de uma ilegalmente ou com abuso de poder.
norma constitucional não autoaplicável, ou seja, de uma O direito de petição não se confunde com o direito
norma de eficácia limitada. de ação (art. 5º, inciso XXXV, da CF), o qual permite buscar,
especificamente, o Estado Juiz, para resolver um conflito
de interesses.
AÇÃO POPULAR Não há uma forma pré-definida para o exercício do
direito que, segundo o dispositivo constitucional, é, tam-
Dispõe o artigo 5º, inciso LXXIII, da Constituição
bém, gratuito.
Federal, que “qualquer cidadão é parte legítima para
Neste sentido, a Súmula Vinculante n. 21, do STF
102 propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao pa-
dispõe que “É inconstitucional a exigência de depósito ou
trimônio público ou de entidade de que o Estado parti-
arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibi-
cipe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
lidade de recurso administrativo”.
Direito Constitucional
Direito Constitucional
sessoramento.
seus estreitos limites; A CF, em seu artigo 37, inciso IX, ainda permite a
b) princípio da impessoalidade: o administrador contratação por tempo determinado para atender à ne-
deve dar igual tratamento a todos os administrados, sem cessidade temporária de excepcional interesse público,
privilegiar ou discriminar injustificadamente a ninguém. nos termos da lei. A contratação geralmente se dá, neste
Ainda, a partir deste princípio, a atuação do administra- caso, após a realização de um processo seletivo simpli-
dor público deve, sempre, estar voltada a realização de ficado, e o contratado ocupará uma função pública tem-
interesses públicos, e não pessoais, particulares. Neste porária.
sentido, o parágrafo 1º, do artigo 37, da CF dispõe que a O prazo de validade do concurso público será de
publicidade dos atos, programas, obras, serviços e cam- até 2 (dois) anos, prorrogável uma vez, por igual período
panhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, (art. 37, inciso III, da CF).
informativo ou de orientação social, dela não podendo Durante o prazo improrrogável previsto no edital
constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem de convocação, aquele aprovado em concurso público de
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos; provas ou de provas e títulos será convocado com prio-
c) princípio da moralidade: exige do administrador ridade sobre novos concursados para assumir cargo ou
público um comportamento ético, probo, honesto. Assim, emprego, na carreira (art. 37, inciso IV, da CF). Assim, não
além do respeito à lei, o administrador público deve con- se proíbe a realização de novo concurso na vigência do
formar-se com um padrão ético, decorrente de valores anterior, desde que os já aprovados sejam convocados
aceitos socialmente. Conforme o artigo 37, parágrafo 4º, com prioridade sobre os novos aprovados para assumir
da CF, os atos de improbidade administrativa importarão o cargo ou emprego.
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pú- Dispõe o parágrafo 2º, do artigo 37, da CF que, a não
blica, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao observância da regra do concurso público e do seu prazo
erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuí- de validade, leva à nulidade do ato e a punição da autori-
zo da ação penal cabível; dade responsável, nos termos da lei.
d) princípio da publicidade: exige de os atos da ad-
ministração sejam, em regra, públicos, de conhecimento
geral. Ainda, a publicidade de alguns atos administrati- SERVIDORES PÚBLICOS
vos é requisito de sua eficácia;
e) princípio da eficiência: impõe que os serviços No artigo 37, da CF, ainda encontramos inúmeras
públicos sejam prestados de forma célere e com perfei- disposições específicas a respeito dos servidores públi-
ção, atingindo resultados satisfatórios na realização dos cos.
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Capítulo 07 -Da Organização do Estado: Da Administração Pública
O artigo 37, inciso VI, da CF garante aos servidores da CF aplicam-se às empresas públicas e às sociedades
públicos civis, o direito à livre associação sindical. de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
No dispositivo seguinte (art. 37, inciso VII), a CF as- recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
segura aos servidores o direito de greve, que será exer- Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de
cido nos termos e nos limites definidos em lei específica. custeio em geral (art. 37, parágrafo 9º, da CF).
Também, para efeito daqueles limites remunera-
DICA: tórios, não serão computadas as parcelas de caráter in-
Segundo decidiu o Supremo Tribunal Federal denizatório previstas em lei (art. 37, parágrafo 11, da CF).
(STF), a partir do julgamento de alguns man- Ainda em relação à remuneração dos servidores
dados de injunção, até que seja editada referi- públicos, dispõe a CF:
da lei específica, e para garantir aos servidores a frui- a) os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo
ção daquele direito fundamental social, a greve pode e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pa-
ser exercida, respeitados, no que couberem, os parâ- gos pelo Poder Executivo (art. 37, inciso XII);
metros da Lei n. 7.783, de 1989. b) é vedada a vinculação ou equiparação de quais-
quer espécies remuneratórias, para o efeito de remune-
O direito à livre associação sindical e à greve são ração de pessoal do serviço público (art. 37, inciso XIII).
assegurados apenas aos servidores públicos civis, não Assim, por exemplo, o reajuste da remuneração do cargo
aos militares, sejam dos Estados ou da União (art. 42, pa- X, não pode estar vinculado aos reajustes do cargo Y;
rágrafo 1º e art. 142, parágrafo 3º, inciso IV, da CF). c) os acréscimos pecuniários percebidos por ser-
A remuneração e o subsídio dos servidores pú- vidor público não serão computados nem acumulados,
blicos, somente poderão ser fixados ou alterados por lei para fins de concessão de acréscimos ulteriores (art. 37,
específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, inciso XIV). A título de exemplo, para o cálculo da grati-
assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data ficação X, não se pode incluir na base-de-cálculo os adi-
e sem distinção de índices (irredutibilidade real) (art. 37, cionais Y e Z;
inciso X). Neste sentido, a Súmula n. 679, do Supremo Tri- d) os vencimentos e os subsídios dos ocupantes de
bunal Federal (STF): “A fixação de vencimentos dos ser- cargos e empregos públicos são irredutíveis (irredutibili-
vidores públicos não pode ser objeto de convenção cole- dade nominal), ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV,
tiva”. do artigo 37 e os artigos 39, § 4º, 150, inciso II, 153, inciso
Tratando da remuneração dos servidores públicos, III, 153, § 2º, inciso I, da Constituição Federal (art. 37, inciso
o artigo 37, inciso XI, da CF fixa um limite geral à remu- XV).
neração e ao subsídio dos agentes públicos, além de sub- Estabelece o parágrafo 10, do artigo 37, da CF, é ve-
104 dada a percepção simultânea de proventos de aposen-
tetos para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Assim, (I) a remuneração e o subsídio dos ocupantes de tadoria decorrentes do artigo 40 ou dos artigos 42 e 142,
cargos, funções e empregos públicos da administração da CF, com a remuneração de cargo, emprego ou função
Direito Constitucional
direta, autárquica e fundacional, dos membros de qual- pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma da
quer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fede- Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão
ral e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo declarados em lei de livre nomeação e exoneração.
e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões O inciso XVI, do artigo 37, da CF, prevê uma regra
ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulati- muito importante, a da inacumulabilidade remunerada
vamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de de cargos públicos, exceto, quando houver compatibi-
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio lidade de horários e observado o teto remuneratório do
mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal inciso XI:
Federal (STF), aplicando-se como limite, (II) nos Municí- a) a de dois cargos de professor;
pios, o subsídio do Prefeito, e (III) nos Estados e no Distrito b) a de um cargo de professor com outro, técnico ou
Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do científico;
Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais c) a de dois cargos ou empregos privativos de pro-
e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio fissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a A proibição de acumular estende-se a empregos e
90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por funções e abrange autarquias, fundações, empresas pú-
cento) do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do blicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias,
STF, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo
aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e Poder Público (art. 37, inciso XVII, da CF).
aos Defensores Públicos. Quando a CF trata, em seu artigo 38, da situação do
Dispõe o parágrafo 12, do artigo 37, da CF, que fica servidor no exercício de mandato eletivo encontramos
facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu outra hipótese de acumulação.
âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições Assim, o servidor da administração direta e indi-
e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos reta, de qualquer dos Poderes,
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, li- a) no exercício de mandato eletivo federal, estadu-
mitado a 90,25% (noventa inteiros e vinte e cinco cen- al ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou
tésimos por cento) do subsídio mensal dos Ministros do função;
STF, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos sub- b) no exercício de mandato de Prefeito, será afas-
sídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Verea- tado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
dores. optar pela sua remuneração;
Os limites estabelecidos no inciso XI, do artigo 37, c) no exercício do mandato de vereador, havendo
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Capítulo 07 -Da Organização do Estado: Da Administração Pública
compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de Exercício
seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remune-
ração do cargo eletivo, e, não havendo, será facultado op- comentado
tar pela sua remuneração.
Nestes casos, exigido o afastamento do servidor (CESPE) Autarquias, empresas públicas e socieda-
para o exercício do mandato, seu tempo de serviço será des de economia mista podem ser criadas por ato do Po-
contado para todos os efeitos legais, exceto para promo- der Executivo.
ção por merecimento. ERRADO. Conforme o artigo 37, inciso XIX, da CF,
Contudo, para efeito de benefício previdenciário, somente por lei específica poderá ser criada autarquia e
no caso de afastamento, os valores serão determinados autorizada a instituição de empresa pública, de socieda-
como se no exercício estivesse. de de economia mista e de fundação.
Direito Constitucional
direito à livre associação sindical.
ERRADO. O artigo 37, inciso VI, da CF garante ao Exercício
servidor público civil o direito à livre associação sindical. comentado
d) em nenhuma hipótese são acessíveis a estran- (CESPE) A teoria da responsabilidade civil objetiva
geiros. aplica-se às pessoas jurídicas de direito público, mas não
ERRADO. Conforme o artigo 37, inciso I, da CF, os às de direito privado, que, prestadoras, ou não, de servi-
cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos ços públicos, estão sujeitas à responsabilidade comum
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos do direito civil.
em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei. ERRADO. Conforme o artigo 37, parágrafo 6º, da CF,
a responsabilidade objetiva abarca as pessoas jurídicas
e) não podem ter a remuneração fixada ou alterada de direito público e as de direito privado prestadoras de
por meio de convenção coletiva de trabalho. serviços públicos.
CERTO. Conforme o artigo 37, inciso X, da CF e Sú-
mula n. 679, do Supremo Tribunal Federal (STF). REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚ-
BLICOS
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
Na Seção II, daquele Capítulo VII, Título III, artigos
Referindo-se às entidades da administração indi- 39 a 41, da Constituição Federal (CF) encontramos inú-
reta, dispõe o artigo 37, inciso XIX, da CF que somente por meras normas acerca do regime jurídico dos servidores
lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a públicos.
instituição de empresa pública, de sociedade de econo-
mia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação. DEFINIÇÕES
As sociedades de economia mista e as empresas
públicas que explorem atividade econômica em sentido Para o que aqui nos interessa e sem entrarmos em
estrito estão sujeitas ao regime jurídico próprio das em- grandes discussões doutrinárias, agente público é o gê-
presas privadas, conforme prevê o inciso II, parágrafo 1º, nero, que compreende todas aquelas pessoas físicas que
do artigo 173, da CF. prestam serviços ao Estado.
Servidor público é aquela pessoa que se vincula ao
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Capítulo 07 -Da Organização do Estado: Da Administração Pública
Estado por meio de um regime jurídico administrativo, ERRADO. Conferir o artigo 39, parágrafo 3º, e artigo
podendo ocupar um cargo público de provimento efetivo 7º, inciso XXV, da CF.
ou em comissão. d) o salário-família pago em razão do dependente
Já os empregados públicos são aqueles que pos- do trabalhador de baixa renda, nos termos da lei.
suem com o Estado um contrato de trabalho, regido pelas CERTO. Conferir o artigo 39, parágrafo 3º, e artigo 7º,
leis trabalhistas, dentre as quais a CLT. inciso XII, da CF.
As disposições constantes daquela Seção apli- e) o seguro contra acidentes de trabalho.
cam-se, em princípio, aos servidores ocupantes de car-
ERRADO. Conferir o artigo 39, parágrafo 3º, e artigo
gos públicos.
7º, inciso XXVIII, da CF.
Direitos sociais Regime de Previdência
O artigo 39, parágrafo 3º, da CF informa que se apli-
No artigo 40, a CF vai disciplinar o Regime Próprio
cam aos servidores ocupantes de cargo público os direi-
de Previdência Social dos servidores públicos, ocupantes
tos sociais elencados no artigo 7º, incisos IV, VII, VIII, IX,
de cargos efetivos.
XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX.
Segundo o disposto, aos servidores titulares de
Daqueles, destacamos o direito ao salário mínimo.
cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal
Ao tratar da garantia de percepção do salário-mínimo
e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações
pelo servidor público, o Supremo Tribunal Federal (STF)
é assegurado regime de previdência de caráter contri-
dispôs em sua Súmula Vinculante n. 16, que “Os artigos
butivo e solidário, mediante contribuição do respectivo
7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, re-
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pen-
ferem-se ao total da remuneração percebida pelo servi-
sionistas.
dor público”. Como consequência desta interpretação, o
Preliminarmente, atente para o fato que este regi-
salário ou vencimento-base do servidor pode ser inferior
me de previdência social é próprio, destinado apenas os
ao salário mínimo se o total da remuneração, os venci-
servidores públicos ocupantes de cargo de provimento
mentos forem de valor igual ao mínimo.
efetivo. Os demais agentes públicos filiam-se ao RGPS/
Ainda, quando, no inciso IV, do artigo 7º, da CF está
INSS.
dito que é vedada a vinculação do salário mínimo para
Neste regime - e diferentemente do que ocorre no
qualquer fim. Neste sentido, a Súmula Vinculante n. 4, do
RGPS/INSS (art. 195, inciso II, da CF) - há contribuição
STF dispõe que, “Salvo nos casos previstos na Constitui-
previdenciária incidente sobre os proventos de aposen-
106 ção, o salário mínimo não pode ser usado como indexador
tadoria e pensão.
de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de
Nos termos do parágrafo 1º, do artigo 40, da CF, o
empregado, nem ser substituído por decisão judicial”.
servidor abrangido por este regime será aposentado:
Também, conforme a Súmula Vinculante n. 15, do
Direito Constitucional
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Capítulo 07 -Da Organização do Estado: Da Administração Pública
Exercício Questões
comentado Gabaritadas
(CESPE) O servidor que ocupa apenas cargo tem- 1 (CESPE) Destinam-se apenas às atribuições de
porário de livre nomeação e exoneração, ao se aposentar, direção, chefia e assessoramento as funções de confian-
estará sujeito ao regime geral de previdência social. ça, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes
CERTO. Conforme vemos no artigo 40, da CF. de cargo efetivo bem como os cargos em comissão, a se-
rem preenchidos por servidores de carreira, nos casos,
Estabilidade nas condições e nos percentuais mínimos previstos em
lei.
Dentre os inúmeros direitos do servidor público, a
estabilidade é uma das mais importantes. A estabilida- 2 (CESPE) De acordo com a CF, os servidores no-
de garante, principalmente, que o servidor somente será meados para cargo de provimento efetivo em virtude de
demitido em virtude de uma justa causa. concurso público adquirem a estabilidade após dois anos
Conforme o artigo 41, da CF, são estáveis após 3 de efetivo exercício.
(três) anos de efetivo exercício os servidores nomeados
para cargo de provimento efetivo em virtude de concur- 3 (CESPE) Para o cálculo de benefício previdenciá-
so público. Os demais agentes públicos não têm direito à rio, o tempo de serviço do servidor afastado para investi-
estabilidade. dura em mandato eletivo continua a ser contado como se
Além do efetivo exercício das funções do cargo por em exercício estivesse.
3 (três) anos – estágio probatório -, como condição para
a aquisição da estabilidade é obrigatória a avaliação es- 4 (CESPE) A responsabilidade objetiva do Estado
pecial de desempenho por comissão instituída para essa dispensa a demonstração de nexo de causalidade entre
finalidade. a conduta do agente administrativo e o dano sofrido pela
O servidor público estável só perderá o cargo, (a) vítima.
em virtude de sentença judicial transitada em julgado,
(b) mediante processo administrativo em que lhe seja 5 (FCC) Servidor público aposentado no cargo pú-
assegurada ampla defesa e, (c) mediante procedimento blico de engenheiro estadual está em vias de ser nomea-
de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei do para o exercício de cargo público em comissão, priva-
complementar, assegurada ampla defesa. tivo de engenheiro, declarado por lei de livre nomeação e 107
Se invalidada por sentença judicial a demissão do exoneração. Nessa situação, à luz da Constituição Fede-
servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocu- ral, o servidor
pante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de ori-
Direito Constitucional
gem, sem direito a indenização, aproveitado em outro a) não poderá exercer o cargo público em comis-
cargo ou posto em disponibilidade com remuneração são, ainda que renuncie aos proventos da aposentadoria,
proporcional ao tempo de serviço (art. 41, parágrafo 2º, da tendo em vista que servidor aposentado não pode ocupar
CF). cargo ou emprego público.
Eventualmente extinto o cargo ou declarada a sua b) não poderá exercer o cargo público em comis-
desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibili- são, ainda que renuncie aos proventos da aposentadoria,
dade, com remuneração proporcional ao tempo de servi- tendo em vista que servidor aposentado apenas pode
ço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo (art. ocupar emprego público.
41, parágrafo 3º, da CF). c) poderá exercer o cargo público em comissão e
perceber a respectiva remuneração cumulada com os
DICA: proventos da aposentadoria, tendo em vista que a veda-
Não confunda a estabilidade com a vitalicieda- ção constitucional à acumulação desses valores não se
de, garantia apenas dos membros do ministério aplica aos cargos em comissão declarados em lei de livre
público e da magistratura e que é adquirida, nomeação e exoneração.
d) poderá exercer o cargo público em comissão,
normalmente, após 2 (dois) anos de exercício. mas deverá optar por perceber a remuneração do cargo
público ou perceber os proventos da aposentadoria, sen-
Exercício do vedada a cumulação desses valores.
e) poderá exercer o cargo público em comissão,
comentado devendo perceber a respectiva remuneração, vedada
sua cumulação com os proventos da aposentadoria por
(CESPE) Em caso de extinção do cargo que ocupa, o
expressa disposição constitucional.
servidor estável possui o direito de ficar em disponibili-
dade até a sua reintegração em outro cargo.
6 (FCC) Os princípios constitucionais expressos da
ERRADO. Conforme o artigo 41, parágrafo 3º, da CF, Administração pública relacionados no art. 37 da Consti-
extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o ser- tuição Federal dizem respeito a:
vidor estável ficará em disponibilidade, com remunera-
ção proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado a) legalidade, irreversibilidade, moralidade, publi-
aproveitamento em outro cargo. Reintegração é outra cidade e executoriedade.
modalidade de provimento. b) legitimidade, imperatividade, modicidade, plu-
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Capítulo 07 -Da Organização do Estado: Da Administração Pública
ralidade e efetividade.
c) autoaplicabilidade, imperatividade, moralidade,
pluralidade e eficácia.
d) legalidade, impessoalidade, moralidade, publi-
cidade e eficiência.
e) legitimidade, legalidade, modicidade, pluralida-
de e executoriedade.
1 2 3 4 5
Certo Errado Certo Errado C
6 7
D B
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Direito Administrativo 109
Direito Administrativo
Autor:
Adriel Sá
Curriculum:
Professor de Direito Administrativo, Admi-
nistração Pública e Administração Geral em
cursos preparatórios presenciais e à distância.
Servidor do Ministério Público da União - área
administrativa. Formado em Administração
pela Universidade Federal de Santa Catarina,
possuo especialização em Gestão Pública. Fui
militar das Forças Armadas por 11 anos, atu-
ando em diversas áreas, tais como, Recursos
Humanos, Comunicação Social e Licitações e
Contratos. Orientador de grupos focais de es-
tudos. Coautor do livro “Direito Administrativo
Facilitado” para concursos, pelo Grupo Edito-
rial Gen/Método.
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SUMÁRIO
110
Direito Administrativo
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1. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRA- tiva, exerce a FUNÇÃO JURISDICIONAL quando o Senado
processa e julga o Presidente da República nos CRIMES
ÇÃO PÚBLICA: CONCEITOS, ELEMENTOS, DE RESPONSABILIDADE (art. 52, I, CF/1988) ou os Minis-
PODERES E ORGANIZAÇÃO; NATUREZA, tros do Supremo Tribunal Federal pelos mesmos crimes
Direito Administrativo
é a cúpula diretiva do Estado, responsável pela condução empregada em diferentes sentidos:
dos altos interesses estatais e pelo poder político, e cuja 1º – Administração Pública em sentido subjetivo,
composição pode ser modificada mediante eleições. Nes- orgânico ou formal: o conjunto de agentes, órgãos e en-
se sentido, pode-se falar em “governo FHC”, “governo tidades públicas que exercem a função administrativa.
Lula”. Na acepção objetiva ou material, governo é a ativi- Para identificarmos esse sentido, basta realizarmos a
dade diretiva do Estado. pergunta “quem exerce a atividade?”.
2º – Administração Pública em sentido objetivo,
material ou funcional, ou mais adequadamente “admi-
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA nistração pública” (com iniciais minúsculas): a atividade
estatal consistente em defender concretamente o in-
Administração Pública (com iniciais maiúsculas) teresse público. Para identificarmos esse sentido, basta
é um termo que designa o conjunto de órgãos e agentes realizarmos a pergunta “qual a atividade (função) exer-
estatais no exercício da função administrativa, indepen- cida?”.
dentemente se são pertencentes ao Poder Executivo, ao A doutrina identifica 4 (quatro) tarefas precípuas
Legislativo, ao Judiciário, ou a qualquer outro organismo (ou atividades finalísticas) da administração pública:
estatal (como Ministério Público e Defensorias Públicas). 1ª) O EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA: consiste na
As três principais funções do Estado são as seguin- limitação e no condicionamento, pelo Estado, da liberda-
tes: legislar, administrar e julgar, as quais, dão origem aos de e propriedade privadas em favor do interesse público;
“Poderes” constituídos (CF/1988, art. 2º): 2ª) A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS: fun-
ções positivas do Estado em atendimento às necessida-
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmô- des coletivas, como o oferecimento de transporte coleti-
nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. vo, água canalizada e energia elétrica;
3ª) A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES DE FOMENTO:
Leciona José dos Santos Carvalho Filho, que os incentivo a setores sociais específicos, estimulando o
Poderes estatais, embora tenham suas funções nor- desenvolvimento da ordem social e econômica.
mais (funções típicas), desempenham também funções 3ª) A INTERVENÇÃO: entendida como a regulamen-
que materialmente deveriam pertencer a Poder diverso tação e a fiscalização da atividade econômica de nature-
(funções atípicas), sempre, é óbvio, que a Constituição o za privada (art. 174 da CF/1988), a interferência do Estado
autorize. na propriedade privada (exemplos da desapropriação e
O Legislativo, por exemplo, além da função norma- do tombamento), bem assim a atuação do Estado direta-
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mente na ordem econômica (art. 173 da CF/1988). Como A lei costuma ser corretamente indicada como
regra, essa atuação dá-se por intermédio de empresas fonte escrita e primária para o Direito Administrativo.
públicas e de sociedades de economia mista, instituídas Porém, é necessário registrar que a expressão “primá-
e mantidas pelo Estado. ria” é aplicável para os veículos normativos aptos a criar
Capítulo 01 - Estado, Governo e Administração Pública
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DOS ADMINISTRADOS e as PRERROGATIVAS DA ADMI- no desempenho de sua função jurisdicional.
NISTRAÇÃO. Já o regime jurídico de direito público funda-se na
José Cretella Júnior diz que princípios são as “pro- soberania estatal, no princípio da LEGALIDADE e na SU-
posições básicas, fundamentais, típicas que condicionam PREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO1. A autoridade pú-
Direito Administrativo
fou-se): Poder Público no exercício de suas funções de realiza-
ção do interesse público primário e secundário2 .
Art. 173. (...)
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empre-
sa pública, da sociedade de economia mista e de suas Supraprincípios ou Superprincípios do
subsidiárias que explorem atividade econômica de Direito Administrativo
produção ou comercialização de bens ou de prestação
de serviços, dispondo sobre: SUPRAPRINCÍPIOS ou SUPERPRINCÍPIOS são os
(...) princípios centrais dos quais derivam todos os demais
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas princípios e normas do Direito Administrativo. São dois
privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações ci- os supraprincípios e, de acordo com os ensinamentos de
vis, comerciais, trabalhistas e tributários; Celso Antônio Bandeira de Mello, apresentam uma duali-
dade permanente no exercício da função administrativa:
Perceba que a CF/1988 definiu, a priori, o regime a) supremacia do interesse público sobre o privado
das empresas governamentais (Caixa Econômica Fede- (reflete os PODERES DA ADMINISTRAÇÃO); e
ral e Banco do Brasil, por exemplo) como de Direito Priva- b) indisponibilidade do interesse público (reflete os
do, não deixando, portanto, espaço para a adoção de regi- DIREITOS DOS ADMINISTRADOS).
me jurídico distinto. Por isso, reforça-se que nem sempre
o Estado se submete integralmente às normas de Direito Princípio da supremacia do interesse público
Público.
E quais as diferenças entre o regime de Direito Pri- Para Alexandre Mazza, a supremacia do interesse
vado e o regime de Direito Público? público sobre o privado, também chamada simplesmen-
Luís Roberto Barroso ensina que no regime jurídi-
co de direito privado, vigoram princípios como os da LI-
1 O interesse público, por dizer respeito ao coletivo, é aquele que se so-
VRE INICIATIVA e da AUTONOMIA DA VONTADE. As pes-
brepõe aos interesses individuais.
soas podem desenvolver qualquer atividade ou adotar
2 Em suma, o interesse público PRIMÁRIO é a razão de ser do Estado e
qualquer linha de conduta que não lhes sejam vedadas
cabe a este promover os interesses de toda a sociedade. Ex.: prestação
pela ordem jurídica. As relações jurídicas dependem do
de serviços públicos. O interesse público SECUNDÁRIO, por sua vez, é o
CONSENSO ENTRE AS PARTES. Violado um direito na es-
da pessoa jurídica de direito público que seja parte em uma determina-
fera privada, seu titular tem a faculdade de defendê-lo, e
da relação jurídica, que pode ser a União, o Estado-membro, o Distrito
para tanto, deverá ir a juízo requerer a atuação do Estado
Federal e os Municípios ou suas autarquias. Ex.: finanças públicas.
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te de princípio do interesse público ou da finalidade pú- Princípios expressos, explícitos ou
blica, princípio implícito na atual ordem jurídica, significa
que os interesses da coletividade são mais importantes constitucionais
que os interesses individuais, razão pela qual a Adminis-
Capítulo 01 - Estado, Governo e Administração Pública
Direito Administrativo
ver de imparcialidade na defesa do interesse público, rando-se gradativamente ao conjunto de condutas que o
impedindo discriminações e privilégios indevidamente Direito torna exigíveis.
dispensados a particulares no exercício da função ad- Importante distinção refere-se aos conceitos de
ministrativa. Em suma, a Administração tem que tratar boa-fé subjetiva e boa-fé objetiva.
todos os administrados sem discriminações, benéficas A boa-fé subjetiva, ou boa-fé crença ou boa-fé
ou detrimentosas. convicção consiste na investigação sobre vontade e in-
Diz Hely Lopes Meirelles que o princípio da im- tenção do indivíduo, especialmente para apurar o conhe-
pessoalidade “nada mais é do que o clássico princípio cimento ou o desconhecimento da ilicitude da conduta
da finalidade, o qual impõe ao administrador público que praticada. Fala-se que o agente atuou “de boa-fé”, tendo
só pratique o ato para seu fim legal. E o fim legal é unica- como noção contraposta a “má-fé”.
mente aquele que a norma de Direito indica expressa ou Já a boa-fé objetiva ou boa-fé conduta manifes-
virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal”. ta-se externamente por meio da investigação do com-
Como esclarece Lucas Rocha Furtado, o princípio portamento do agente, sendo irrelevante sua intenção.
da impessoalidade admite seu exame sob os seguintes Fala-se que o agente atuou “segundo a boa-fé”, tendo
aspectos: como noção contraposta a “ausência de boa-fé”, e não a
• Dever de isonomia por parte da Administração “má-fé”.
Pública; Outro merecido destaque está na Súmula Vincu-
• Dever de conformidade ao interesse público; lante 13 do STF, que trata do antinepotismo.
• Imputação dos atos praticados pelos agentes Nepotismo (do latim nepotis, sobrinho) funciona
públicos diretamente às pessoas jurídicas em como uma espécie de favoritismo, preferência, por al-
que atuam. guns. No Direito Administrativo Brasileiro, o nepotismo
Em relação ao primeiro aspecto, leciona Lucia Val- tem sido identificado pela nomeação de parentes para
le Figueiredo que é possível haver tratamento igual a de- cargos de chefia.
terminado grupo (que estaria satisfazendo o princípio da
igualdade); porém, se ditado por conveniências pessoais
do grupo e/ou do administrador (leias ausência de isono-
mia), está infringindo a impessoalidade.
Sobre o segundo aspecto, temos o desdobramento
do princípio da impessoalidade na vedação da promo-
ção pessoal de agentes ou autoridades. Assim, o agente
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a) a divulgação oficial do ato para conhecimento
público;
b) a exigibilidade do conteúdo do ato;
c) o início da produção de efeitos do ato adminis-
Capítulo 01 - Estado, Governo e Administração Pública
trativo;
d) o controle de legalidade do ato administrativo.
Ainda, o modo de dar-se a publicidade varia con-
Súmula Vinculante 13 forme o tipo de ato.
Na falta de disposição legal específica, a regra é
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente que atos externos ou internos com efeitos externos, por
em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro alcançarem particulares estranhos ao serviço público,
grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor devam ser divulgados por meio de publicação em órgão
da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, oficial (diários oficiais).
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em Atos interna corporis dos órgãos/entidades admi-
comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada nistrativos também necessitam ser divulgados, mas não
na administração pública direta e indireta em qualquer demandam publicação em diários oficiais. Por isso, mui-
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e tos órgãos acabam criando boletins internos, cuja função
dos Municípios, compreendido o ajuste mediante desig- principal é exatamente dar publicidade aos atos internos
nações recíprocas, viola a Constituição Federal. da instituição.
A referida súmula reforça o caráter imoral e ilegí- Por fim, registra-se que o próprio texto constitu-
timo da nomeação de parentes para cargos em comissão, cional definiu três exceções ao princípio da publicidade,
inclusive na MODALIDADE CRUZADA OU TRANSVERSA autorizando o sigilo nos casos de risco para:
(o parente de X é nomeado no gabinete de Y em troca da I) a segurança do Estado (art. 5º, XXXIII). Exemplo:
nomeação de um parente de Y no gabinete de X). informações militares;
Alexandre Mazza escreve que o impacto positivo II) a segurança da sociedade (art. 5º, XXXIII). Exem-
da norma foi fragilizado em função de dois fatores: plo: sigilo das informações sobre o interior de usina nu-
• ao fazer expressa referência a colaterais até o clear para evitar atentados terroristas;
terceiro grau, a Súmula Vinculante 13 legiti- III) a intimidade dos envolvidos (art. 5º, X). Exem-
mou a nomeação de primos; plo: processos administrativos disciplinares.
• o próprio Supremo Tribunal Federal ressal-
116 vou que a proibição não é extensiva a agentes Princípio da eficiência
políticos do Poder Executivo, como Ministros
de Estado e Secretários estaduais, distritais e O princípio da eficiência na Administração pública
municipais (Rcl 6650/PR). trata-se do melhor emprego dos recursos e meios (hu-
Direito Administrativo
Ainda, na Rcl 6702/PR, o STF considerou desne- manos, materiais e institucionais), para melhor satisfa-
cessária a edição de lei para que se tenha de observar o zer às necessidades coletivas num regime de igualdade
dever de conduta moral (grifou-se): dos usuários (José Afonso da Silva).
(...) A vedação do nepotismo não exige a edição de
lei formal para coibir a prática, uma vez que decorre di-
retamente dos princípios contidos no art. 37, caput, da CF. Economicidade, redução de desperdícios, qualidade,
O cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado rapidez, produtividade e rendimento funcional são
do Paraná reveste-se, à primeira vista, de natureza ad- valores encarecidos pelo princípio da eficiência.
ministrativa, uma vez que exerce a função de auxiliar do
Portanto, a gestão de recursos públicos sem pre-
Legislativo no controle da administração pública. Apa-
ocupação de obter deles o melhor resultado possível, no
rente ocorrência de vícios que maculam o processo de
atendimento do interesse público, afronta o princípio da
escolha por parte da Assembleia Legislativa paranaense.
eficiência. Ao dever estatal de atuação eficiente corres-
ponde o direito dos usuários de serviço público a uma
Princípio da publicidade prestação com qualidade e rapidez.
Tal princípio é o mais recente de todos, sendo
O princípio da publicidade pode ser definido como o acrescentado no art. 37, caput, da Constituição Federal
dever de divulgação oficial dos atos administrativos. Tal pela Emenda 19/98, a nomeada emenda da Reforma Ad-
princípio encarta-se num contexto geral de livre acesso ministrativa, que procurou implementar o modelo de ad-
dos indivíduos a informações de seu interesse e de trans- ministração pública gerencial voltada para um controle
parência na atuação administrativa. de resultados na atuação estatal.
Pode-se concluir que o princípio da publicidade Segundo a lição de José dos Santos Carvalho Filho,
engloba: EFICIÊNCIA, EFICÁCIA e EFETIVIDADE são conceitos que
a) o princípio da transparência: abriga o dever de não se confundem.
prestar informações de interesse dos cidadãos e de não A EFICIÊNCIA seria o modo pelo qual se exerce
praticar condutas sigilosas; a função administrativa. A EFICÁCIA diz respeito aos
b) o princípio da divulgação oficial: exige a publica- meios e instrumentos empregados pelo agente. E a EFE-
ção do conteúdo dos atos praticados atentando-se para o TIVIDADE é voltada para os resultados de sua atuação.
meio de publicidade definido pelo ordenamento ou con- Como aplicação do princípio da eficiência, pode-
sagrado pela prática administrativa. mos exemplificar:
Pela publicidade dos atos administrativos, temos:
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a) o estágio probatório (art. 41 da CF/1988);
b) o contrato de gestão das agências executivas
(art. 37, § 8º, da CF/1988);
c) a duração razoável dos processos administrati-
Direito Administrativo
a ela, para concluir que a finalidade, em verdade, não é Celso Antônio Bandeira de Mello afirma que a
uma decorrência da legalidade, mas é inerente a esta, in- igualdade deve garantir o tratamento impessoal e iso-
tegrando-as. nômico entre iguais, isto é, “entre os que preenchem as
mesmas condições ou se encontram em situações com-
Responsabilidade civil do Estado paráveis”, sob pena de se impedir o bom e eficaz desem-
penho da atividade pública.
Por força do disposto no art. 37, § 6º, da Constitui-
ção Federal, as pessoas jurídicas de direito público e as de Especialidade
direito privado prestadoras de serviços públicos respon-
derão por danos causados a terceiros por seus agentes. O princípio da especialidade está ligado à ideia de
A responsabilidade civil do Estado aplica-se a descentralização administrativa, de eficiência. Assim, o
qualquer das funções públicas, e não somente aos danos Estado, ao criar pessoas jurídicas administrativas (au-
provenientes dos atos administrativos, independendo tarquias, por exemplo), como forma de descentralizar a
da existência de dolo ou culpa do agente público causa- prestação de serviços públicos, faz isso com a finalidade
dor direto do dano. Nesse ponto, acolheu a Constituição de especialização de funções.
Federal a responsabilidade objetiva do Estado, segundo Retira-se determinada tarefa do centro da Admi-
a qual, diante das inúmeras e variadas atividades da ad- nistração, em que há um amontoado de competências, e
ministração, existe a probabilidade de serem causados a redistribui para a periferia (entidades administrativas
danos a particulares e, assim sendo, como toda a coleti- descentralizadas).
vidade se beneficia das atividades administrativas, de-
ve-se também repartir o ônus do ressarcimento do dano
causado. Presunção de legitimidade ou de veracidade
Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a presunção
Autotutela de legitimidade engloba dois aspectos: de um lado, a pre-
sunção de verdade (veracidade), que diz respeito à cer-
O princípio da autotutela é reconhecido expressa- teza dos fatos; de outro lado, a presunção da legalidade,
mente na Súmula 473 do STF. Vejamos: pois, se a Administração Pública se submete à lei, presu-
me-se, até prova em contrário, que todos os seus atos se-
jam verdadeiros e praticados com observância das nor-
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mas legais pertinentes. sideração quando da prática do ato.
Trata-se de presunção relativa de veracidade (ju- Para o autor, nos atos vinculados, a motivação não
ris tantum) que, como tal, admite prova em sentido con- tem que ser necessariamente prévia ou concomitante,
trário. Os efeitos lógicos de referida presunção são o de afinal, “o que mais importa é haver ocorrido o motivo pe-
Capítulo 01 - Estado, Governo e Administração Pública
inverter o ônus da prova e o da celeridade na produção de rante o qual o comportamento era obrigatório, passando
efeitos. para segundo plano a questão da motivação”. E, de fato,
Uma aplicação do referido princípio pode ser en- nestes casos, não há como o administrador “fabricar” o
contrada no art. 19, inc. II, da CF/1988, o qual veda à União, motivo, afinal, está delimitado previamente pelo legisla-
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios recusar dor.
fé aos documentos públicos. No entanto, para os atos discricionários, o autor
defende que “o ato não motivado está irremissivelmente
maculado de vício e deve ser fulminado por inválido”.
Probidade administrativa Destaca-se que há certos atos que dispensarão
motivação para sua prática. Nesse sentido, observemos o
A probidade diz respeito à integridade de caráter, art. 50 da Lei 9.784/1999, que determina ser necessária a
honradez, ou seja, conceito estreitamente correlaciona- motivação dos atos administrativos que:
do com o de moralidade administrativa.
De fato, a Constituição Federal dispensou trato di- I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
ferenciado à probidade. Vejamos o que prevê o § 4º do art. II – imponham ou agravem deveres, encargos ou san-
37: ções;
III – decidam processos administrativos de concurso
Os atos de improbidade administrativa importarão
ou seleção pública;
a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de pro-
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimen-
cesso licitatório;
to ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
V – decidam recursos administrativos;
prejuízo da ação penal cabível.
VI – decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a
Segurança jurídica questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas
e relatórios oficiais;
A segurança jurídica é um princípio geral do direi- VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou
to, não se restringindo, portanto, ao Direito Administrati- convalidação de ato administrativo.
118 vo. Com base nele, as relações jurídicas, em determinado
momento, devem se estabilizar, não sendo mais alterá- Há conclusão lógica decorrente do dispositivo
veis na via administrativa. mencionado: se a lei determina que, nessas hipóteses, os
Apesar disso, é preciso alertar que a interpretação
Direito Administrativo
Direito Administrativo
Para José dos Santos Carvalho Filho, se determi-
Realidade nada ação acarreta risco para a coletividade, deve a Ad-
ministração adotar postura de precaução para evitar que
Para Diogo de Figueiredo Moreira Neto, o entendi- eventuais danos acabem por concretizar-se.
mento do princípio da realidade parte de considerações Semelhante cautela é de todo conveniente na me-
bem simples: o direito volta-se à convivência real entre dida em que se sabe que alguns tipos de danos, por sua
os homens e todos os atos partem do pressuposto de que gravidade e extensão, são irreversíveis ou, no mínimo,
os fatos que sustentam suas normas e demarcam seus de dificílima reparação.
objetivos são verdadeiros.
Nesse contexto, ainda segundo o autor, a ordem
jurídica não acolhe ficções ou presunções. A vivência do Subsidiariedade
direito não comporta fantasias, o irreal não pode ser a
` É sabido que os recursos públicos são reconhe-
fundamentação de um ato administrativo e também não
cidamente escassos, ao passo que as necessidades co-
pode ser o seu objetivo.
letivas tendem ao infinito. Portanto, não é possível – e
sequer prudente – que o Estado queira atuar sozinho no
Responsividade atendimento a todos os anseios sociais.
Ao contrário disso, a dinâmica dos Estados Moder-
Para Alexandre Mazza, pelo princípio da responsi- nos tem sido pela adoção de mecanismos de “parcerias”
vidade, a Administração Pública deve reagir adequada- com a Administração Privada, como as Parcerias Públi-
mente às demandas da sociedade. cas Privadas, os Contratos de Gestão e os Termos de Par-
Com base nesse moderno princípio, a sociedade, de ceria.
modo crescente, cobra o dever de prestar contas de seus Enfim, pelo princípio da subsidiariedade, o Esta-
representantes, e, com isso, que deem transparência da do afasta-se, parcialmente, da função de executor, para
boa e regular aplicação do dinheiro público. render-se ao fomento, à fiscalização e à regulação. Está-
-se, assim, diante do Estado subsidiário, que abre espa-
ços para o particular em áreas em que este seja autossu-
Sindicabilidade ficiente.
Para Odete Medauar, esse princípio é analisado em
A expressão “sindicabilidade”, por si só, revela- dois aspectos:
-nos o conteúdo do princípio. Ser sindicável é “ser con-
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Capítulo 02 - Organização Administrativa Da União; Administração
• VERTICAL: relaciona-se ao critério de distri- única pessoa jurídica, mantendo a vinculação hierárqui-
buição de competências entre a União e os ca.
Estados-membros e determina que só deva
haver intervenção da União quando estrita- Exemplos de desconcentração são os Ministérios da
mente necessário. União, as Secretarias estaduais e municipais, as dele-
• HORIZONTAL: significa que o poder público gacias de polícia, os postos de atendimento da Receita
só deve agir de forma residual. Tal princípio é Federal, as Subprefeituras, os Tribunais e as Casas
analisado em duas vertentes: a proximidade, Legislativas.
no sentido de que a atuação deve ser atribuída O instituto fundamental da desconcentração é o
ao órgão mais próximo do cidadão; e a sufici- “órgão público”, conceituado como um núcleo de compe-
ência, no sentido de que a execução da tarefa tências estatais sem personalidade jurídica própria. De
deve ser de atribuição daquele órgão que pos- acordo com o art. 1º, § 2º, I, da Lei 9.784/99, órgão é:
sa desempenhá-la com maior eficiência.
A unidade de atuação integrante da estrutura da
Administração direta e da estrutura da Administração
Função cogente indireta.
O princípio da função cogente é denominado, ain- A doutrina classifica as desconcentrações em di-
da, de princípio da obrigatoriedade. versas espécies:
De fato, “ser cogente” é “ser obrigatório”, “ser vin- a) desconcentração territorial ou geográfica: é
culante”. O exercício da atividade administrativa é para aquela em que as competências são divididas delimitan-
os administradores um múnus público, um encargo, um do as regiões onde cada órgão pode atuar. A característi-
Direta E Indireta.
dever. Os administradores são simples zeladores, cura- ca fundamental dessa espécie de desconcentração é que
dores da coisa pública, e não titulares do interesse públi- cada órgão público detém as mesmas atribuições mate-
co. Cabe-lhes atender às necessidades coletivas. riais dos demais, variando somente o âmbito geográfico
de sua atuação. Exemplos: Subprefeituras e Delegacias
Hierarquia de Polícia;
b) desconcentração material ou temática: é a dis-
Estabelece as relações de coordenação e subordi- tribuição de competências mediante a especialização de
nação entre órgãos da Administração Pública Direta. cada órgão em determinado assunto. Exemplo: Ministé-
A hierarquia é princípio imprescindível para a or- rios da União;
120 c) desconcentração hierárquica ou funcional: utili-
ganização administrativa. De acordo com Maria Sylvia
Zanella Di Pietro, “a subordinação hierárquica só existe za como critério para repartição de competências a rela-
relativamente às funções administrativas, não em rela- ção de subordinação entre os diversos órgãos. Exemplo:
Direito Administrativo
Direta E Indireta.
b) A descentralização por serviços, também de-
Órgãos Entidades
nominada de descentralização funcional ou técnica, é
aquela em que o Poder Público cria uma pessoa jurídica Nem todos gozam de au- Todos têm autonomia ad-
de direito público ou privado, atribuindo-lhe, além da tonomia ministrativa
execução, a titularidade de determinado serviço público.
No Brasil, a descentralização por serviços dá-se Não têm patrimônio pró-
Têm patrimônio próprio
exclusivamente por lei. Por vezes, a lei, diretamente, cria prio
a entidade, correspondendo à figura das autarquias e das
fundações públicas de Direito Público. Por outras, a lei Regra: não têm capacida-
autoriza a instituição, correspondendo às fundações pú- de processual, por serem 121
blicas de direito privado; sociedades de economia mista; despersonalizados. Possuem capacidade
e empresas públicas. Exceção: alguns possuem processual e personali-
Direito Administrativo
c) A descentralização territorial ocorre quando personalidade jurídica dade jurídica
uma entidade local, geograficamente delimitada, é dota- (ex.: órgãos independen-
da de personalidade jurídica própria, de Direito Público, tes e autônomos)
com capacidade administrativa ampla. No Brasil, os ter-
ritórios federais são incluídos nessa modalidade de des-
centralização. ADMINISTRAÇÃO DIRETA
d) A descentralização social é caracterizada, es-
sencialmente, pela existência de novos mecanismos de De acordo com a CF/1988:
associação e parceria entre o Poder Público e a iniciati- Art. 37. A Administração Pública Direta e Indireta de
va privada. Rompe-se com a ideia de que o Estado deve, qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
com os próprios órgãos e entidades, arcar com todas as Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
atribuições públicas constitucionais e legais. Afasta-se, legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
enfim, o pressuposto de que o Poder Público deva ser o eficiência (...).
executor direto dos serviços públicos.
A Administração Direta se faz presente em todos
RELAÇÕES ENTRE DESCONCENTRAÇÃO os Poderes e, segundo José dos Santos Carvalho Filho,
E DESCENTRALIZAÇÃO corresponde ao “conjunto de órgãos que integram as pes-
soas federativas, aos quais foi atribuída a competência
Os institutos da desconcentração e descentrali- para o exercício, de forma centralizada, das atividades
zação possuem diferenciações independentes, ou seja, é administrativas do Estado”.
possível a combinação de quatro formas distintas de or- A Administração Direta corresponde a todos os órgãos,
ganização administrativa: desprovidos de personalidade, que sejam ligados à
I) centralização concentrada: quando a competên- própria pessoa política, seja ela federal, estadual, dis-
cia é exercida por uma única pessoa jurídica sem divisões trital ou municipal.
internas. Seria o caso, improvável na prática, de uma en-
tidade federativa que desempenhasse diretamente todas Os órgãos públicos pertencem a pessoas jurídicas,
as suas competências sem divisão em órgãos públicos; mas não são pessoas jurídicas. São divisões internas,
II) centralização desconcentrada: a atribuição ad- partes de uma pessoa governamental, daí receberem
ministrativa é cometida a uma única pessoa jurídica di- também o nome de repartições públicas.
vidida internamente em diversos órgãos públicos. É o Como não possuem personalidade própria, os ór-
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Capítulo 02 - Organização Administrativa Da União; Administração
gãos não podem ser acionados judicialmente para res- estrutura de Ministério.
ponder por prejuízos causados por seus agentes. Cabe à c) de controle: são aqueles responsáveis por acom-
pessoa jurídica a que o órgão pertence ser acionada judi- panhar e fiscalizar outros órgãos. Exemplo: Tribunal de
cialmente para reparação de danos. Contas da União.
No entanto, a doutrina e a jurisprudência reconhe-
cem casos raros de alguns órgãos públicos dotados de
capacidade processual especial. É o caso da Presidência - QUANTO À ESFERA DE AÇÃO:
da República e da Mesa do Senado. Essa capacidade pro-
a) centrais: são aqueles que exercem atribuições
cessual especial restringe-se basicamente à possibili-
em todo o território nacional , estadual ou municipal.
dade de tais órgãos realizarem a defesa de suas prerro-
Exemplos: Casas Legislativas, Ministérios, Secretarias
gativas em juízos, especialmente em sede de mandado
de Estado e de Município.
de segurança.
b) locais: atuam apenas sobre uma parte do terri-
Os órgãos públicos podem ser classificados da se-
tório, como as Delegacias Regionais da Receita Federal,
guinte forma:
as Delegacias de Polícia, os Postos de Saúde.
Os agentes públicos são verdadeiros veículos da
- QUANTO À POSIÇÃO ESTATAL OU HIERÁRQUI- expressão do Estado. Toda a conduta dos agentes é impu-
CA: tada ao órgão. Assim, surgem as 4 (quatro) teorias prin-
cipais:
a) independentes ou primários: aqueles originá- I) teoria da identidade: a primeira tentativa de ex-
rios da Constituição Federal e representativos da cúpula plicar o assunto afirmava que órgão e agente formam
dos Poderes Estatais, não sujeitos a qualquer subordina- uma unidade inseparável, de modo que o órgão público é
Direta E Indireta.
ção hierárquica ou funcional. Exemplos: Casas Legislati- o próprio agente. O equívoco dessa concepção é evidente,
vas, Chefias do Executivo, Tribunais do Poder Judiciário, pois sua aceitação implica concluir que a morte do agente
Ministério Público e Tribunais de Contas; público causa a extinção do órgão;
b) autônomos: estão situados imediatamente II) teoria da representação: influenciada pela ló-
abaixo dos órgãos independentes, gozando de ampla au- gica do Direito Civil, a teoria da representação defende
tonomia administrativa, financeira e técnica e dotados que o Estado é como um incapaz, não podendo defender
de competências de planejamento, supervisão e controle pessoalmente seus próprios interesses. Assim, o agente
sobre outros órgãos. Exemplos: Ministérios, Secretarias público atuaria exercendo uma espécie de curatela dos
e Advocacia-Geral da União; interesses governamentais suprindo a incapacidade.
122 c) superiores: possuem competências diretivas e Essa teoria também falha na tentativa de explicar
decisórias, mas se encontram subordinados a uma che- o problema, na medida em que, sendo incapaz, o Estado
fia superior. Não têm autonomia administrativa ou finan- não poderia nomear seu representante, como ocorre com
Direito Administrativo
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Capítulo 02 - Organização Administrativa Da União; Administração
definindo qual o regime jurídico aplicável. zenda Pública em juízo, como prazos em dobro para re-
correr e em quádruplo para contestar, desnecessidade de
DIREITO PÚBLICO DIREITO PRIVADO adiantar custas processuais e de anexar procuração do
Autarquias Empresas públicas representante legal, dever de intimação pessoal, execu-
ção de suas dívidas pelo sistema de precatórios etc.;
Fundações públicas Sociedades de economia k) RESPONSABILIDADE OBJETIVA E DIRETA: as
mista autarquias respondem objetivamente, isto é, sem neces-
sidade de comprovação de culpa ou dolo, pelos prejuízos
Associações públicas Fundações governamen- causados por seus agentes a particulares. Além de obje-
tais tiva, a responsabilidade também é direta, porque é a pró-
pria entidade que deve ser acionada judicialmente para
Autarquias reparar os danos patrimoniais que causar. A Administra-
ção Direta (entidades federativas) só poderá ser acionada
O conceito doutrinário para as autarquias pode ser em caráter subsidiário, vale dizer, na hipótese de a autar-
sintetizado como o de pessoas jurídicas de direito público quia não possuir condições patrimoniais e orçamentá-
interno, pertencentes à Administração Pública Indireta, rias de indenizar a integralidade do valor da condenação;
criadas por lei específica para o exercício de atividades l) OUTRAS CARACTERÍSTICAS: além das caracte-
típicas da Administração Pública. rísticas mencionadas, as autarquias sofrem controle dos
O conceito legislativo de autarquia é apresentado tribunais de contas, têm o dever de observar as regras de
pelo art. 5º, I, do Decreto-Lei 200/67: contabilidade pública, estão sujeitas à vedação de acu-
mulação de cargos e funções públicas, devem realizar li-
Serviço autônomo, criado por lei, com personalidade citação e seus dirigentes ocupam cargos em comissão de
Direta E Indireta.
jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar livre provimento e exoneração.
atividades típicas da Administração Pública, que re- O autor José dos Santos Carvalho Filho sugere as
queiram, para seu melhor funcionamento, gestão ad- seguintes categorias de autarquias:
ministrativa e financeira descentralizada.
a) autarquias assistenciais: visam a promover au-
As autarquias possuem as seguintes característi- xílio a regiões menos desenvolvidas ou a catego-
cas: rias sociais específicas, para o fim de diminuir as
a) SÃO PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO: desigualdades regionais e sociais. Exemplo: SU-
significa dizer que o regime jurídico aplicável a tais enti- DENE – Superintendência do Desenvolvimento do
dades é o regime jurídico público, e não as regras de di- Nordeste;
123
reito privado; b) autarquias previdenciárias: voltadas para a ati-
b) SÃO CRIADAS E EXTINTAS POR LEI ESPECÍFICA: vidade de previdência social oficial. Exemplo: INSS
Direito Administrativo
a personalidade jurídica de uma autarquia surge com a (Instituto Nacional do Seguro Social);
publicação da lei que a institui, dispensando o registro c) autarquias culturais: dirigidas à educação e ao
dos atos constitutivos em cartório. Lei específica é a que ensino. Exemplo: UFSC (Universidade Federal de
trata exclusivamente da criação da autarquia; Santa Catarina);
c) SÃO DOTADAS DE AUTONOMIA GERENCIAL, OR- d) autarquias profissionais (ou corporativas): in-
ÇAMENTÁRIA E PATRIMONIAL: autonomia é capacidade cumbidas da inscrição de certos profissionais e
de autogoverno representando um nível de liberdade na de fiscalização de suas atividades. Exemplo: CRM
gestão de seus próprios assuntos, intermediário entre a (Conselho Regional de Medicina). Registre-se que
subordinação hierárquica e a independência. Assim, as alguns autores e o STJ costumam se referir aos
autarquias não estão subordinadas hierarquicamente à Conselhos como autarquias sui generis, afinal de-
Administração Pública Direta, mas sofrem um controle sempenham atividade típica de Estado (poder de
finalístico chamado de supervisão ou tutela ministerial; polícia), mas não se vinculam a qualquer órgão mi-
d) NÃO EXERCEM ATIVIDADE ECONÔMICA: autar- nisterial.
quias somente podem desempenhar atividades típicas Cabe ainda reforçar que a jurisprudência do STF
da Administração Pública, como prestar serviços públi- confirma a natureza autárquica dos Conselhos de
cos, exercer o poder de polícia ou promover o fomento; fiscalização profissional. No entanto, a Ordem dos
e) SÃO IMUNES A IMPOSTOS: por força do art. 150, Advogados do Brasil (OAB) é um caso todo particu-
§ 2º, da Constituição Federal, autarquias não pagam im- lar. Na visão do STF, a OAB não é autarquia.
postos sobre o patrimônio, renda e serviços, relativa- e) autarquias de controle: nessa categoria estão
mente às finalidades essenciais ou às que dela decorram; as agências reguladoras, que, regularmente, pos-
f) SEUS BENS SÃO PÚBLICOS: os bens pertencen- suem natureza autárquica. Têm a função primor-
tes às autarquias são revestidos dos atributos da impe- dial de controle sobre as pessoas que prestam
nhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade; serviços públicos ou atuam na área econômica
i) O REGIME NORMAL DE CONTRATAÇÃO É ESTA- por força de concessões e permissões de serviços
TUTÁRIO: em regra, os agentes públicos pertencentes às públicos. Exemplo: ANATEL (Agência Nacional de
autarquias ocupam cargos públicos, compondo a catego- Telecomunicações);
ria dos servidores públicos estatutários; f) autarquias associativas: são as “associações
j) POSSUEM AS PRERROGATIVAS ESPECIAIS DA públicas”, ou seja, os consórcios públicos, regidos
FAZENDA PÚBLICA: as autarquias possuem todos os pri- pela Lei 11.107/2005. Exemplos: consórcios públi-
vilégios processuais característicos da atuação da Fa- cos intermunicipais;
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Capítulo 02 - Organização Administrativa Da União; Administração
g) autarquias administrativas: essa é uma cate- des consorciadas podem optar entre duas naturezas dis-
goria residual, a ser composta pelas entidades que tintas para a pessoa jurídica criada após a celebração do
se destinam a várias atividades administrativas, contrato (art. 6º):
inclusive de fiscalização, quando essa atribuição a) CONSÓRCIO COM NATUREZA DE DIREITO PRI-
for da pessoa federativa a que estejam vinculadas. VADO SEM FINS ECONÔMICOS: basicamente submete-
Exemplo: INMETRO (Instituto Nacional de Metro- -se às regras da legislação civil, mas tem que seguir a
logia, Normalização e Qualidade Industrial). legislação administrativa quanto à licitação, celebração
de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal
Fundações públicas sob regime celetista. Os consórcios de direito privado não
integram a Administração;
Fundações públicas são pessoas jurídicas de direi- b) ASSOCIAÇÃO PÚBLICA: se as entidades consor-
to público interno, instituídas por lei específica median- ciadas optarem por conferir natureza jurídica de direito
te a afetação de um acervo patrimonial do Estado a uma público, a nova pessoa jurídica recebe a denominação de
dada finalidade pública. Exemplos: FUNAI e IBGE. associação pública. De acordo com a regra prevista no
Vejamos como o Decreto-Lei 200/67 conceitua a art. 6º da Lei 11.107/2005, a associação pública integra a
fundação pública (grifou-se): Administração Pública Indireta de todos os entes con-
sorciados. A associação pública poderá ser ao mesmo
tempo federal, estadual e municipal, integrando todas as
Art. 5º, II - A entidade dotada de personalidade jurídica esferas federativas das pessoas consorciadas.
de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtu- As associações públicas possuem alguns privilé-
de de autorização legislativa, para o desenvolvimento gios, também extensivos aos consórcios com natureza
de atividades que não exijam execução por órgãos ou de direito privado, tais como:
Direta E Indireta.
entidades de direito público, com autonomia adminis- a) poder de promover desapropriações e de insti-
trativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos tuir servidões – art. 2º, § 1º, II;
órgãos de direção, e funcionamento custeado por re- b) possibilidade de serem contratadas pela Admi-
cursos da União e de outras fontes. nistração Direta ou Indireta, com dispensa de licitação –
art. 2º, § 1º, III;
Grifou-se, pois, de acordo com o entendimento c) o dobro do limite para contratação direta por dis-
adotado pela maioria da doutrina e pela totalidade dos pensa de licitação em razão do valor – art. 24, I e II, Lei n.
concursos públicos, as fundações públicas são espécies 8.666/93.
de autarquias – autarquias fundacionais ou fundações
124 autárquicas (direito público) - revestindo-se das mes-
mas características jurídicas aplicáveis às entidades au- Empresas públicas
tárquicas. Podem exercer todas as atividades típicas da
O conceito legislativo de empresas públicas está
Direito Administrativo
Direta E Indireta.
rídica surge com o registro dos atos constituti-
a empresa pública exploradora de atividade vos em cartório, não sendo criadas diretamen-
econômica não precisa licitar para a contra- te pela lei;
tação de bens e serviços relacionados direta- • a maioria do capital é público: na composição
mente com suas atividades finalísticas; do capital votante, pelo menos 50% mais uma
• obrigatoriedade de realização de concurso pú- das ações com direito a voto devem pertencer
blico; ao Estado. É obrigatória a presença de capital
• proibição de acumulação de cargos, empregos votante privado, sob pena de a entidade con-
ou funções públicas; verter-se em empresa pública;
• contratação de pessoal pelo regime celetista • forma de sociedade anônima: por expressa 125
de emprego público: com exceção dos dirigen- determinação legal, a sociedade de economia
tes, sujeitos ao regime comissionado (cargos deve ter obrigatoriamente a estrutura de S.A.;
“de confiança”); • demandas são julgadas na justiça comum es-
Direito Administrativo
• remuneração dos empregos não sujeita ao teto tadual: ainda que federal, a sociedade de eco-
constitucional: exceto se receber recursos pú- nomia mista demanda e é demandada perante
blicos para pagamento de despesas de pessoal a justiça estadual (art. 109 da CF/1988);
ou de custeio em geral; • sofre controle pelos Tribunais de Contas, Po-
• impossibilidade de falência: de acordo com o der Legislativo e Judiciário;
art. 2º, I, da Lei 11.101/2005; • dever de contratar mediante prévia licitação:
• se prestadora de serviço público: é imune a a empresa pública exploradora de atividade
impostos sobre o patrimônio, renda e servi- econômica não precisa licitar para a contra-
ços, relativamente às finalidades essenciais tação de bens e serviços relacionados direta-
ou às que dela decorram; os bens são públicos; mente com suas atividades finalísticas;
responde objetivamente (sem comprovação • obrigatoriedade de realização de concurso pú-
de culpa) pelos prejuízos causados; o Estado é blico;
responsável subsidiário pela quitação da con- • proibição de acumulação de cargos, empregos
denação indenizatória; e está sujeita à impe- ou funções públicas;
tração de mandado de segurança; • contratação de pessoal pelo regime celetista
• se exploradora de atividade econômica: não de emprego público: com exceção dos dirigen-
tem imunidade tributária; seus bens são pri- tes, sujeitos ao regime comissionado (cargos
vados; responde subjetivamente (com com- “de confiança”);
provação de culpa) pelos prejuízos causados; o • remuneração dos empregos não sujeita ao teto
Estado não é responsável por garantir o paga- constitucional: exceto se receber recursos pú-
mento da indenização; não se sujeita à impe- blicos para pagamento de despesas de pessoal
tração de mandado de segurança contra atos ou de custeio em geral;
relacionados à sua atividade-fim. • impossibilidade de falência: de acordo com o
art. 2º, I, da Lei 11.101/2005.
Sociedades de economia mista • se prestadora de serviço público: é imune a
impostos sobre o patrimônio, renda e servi-
O conceito legal de sociedade de economia mista ços, relativamente às finalidades essenciais
está previsto no art. 5º, III, do Decreto-Lei 200/1967: ou às que dela decorram; os bens são públicos;
responde objetivamente (sem comprovação
de culpa) pelos prejuízos causados; o Estado é
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Capítulo 03 - Agentes Públicos: Espécies E Classificação; Poderes,
denação indenizatória; e está sujeita à impe- Quanto ao regime jurídico, a fundação pública de
tração de mandado de segurança. direito privado é regida por tal regime jurídico, com der-
• se exploradora de atividade econômica: não rogações parciais, no entanto, de normas de Direito Pú-
tem imunidade tributária; seus bens são pri- blico. Perceba que, nesse último caso, há um hibridismo
vados; responde subjetivamente (com com- quanto ao regime jurídico, pois, apesar de direito privado,
provação de culpa) pelos prejuízos causados; o devem, por exemplo, fazer concursos públicos para sele-
Estado não é responsável por garantir o paga- cionar seus empregados.
mento da indenização; não se sujeita à impe- E, por falar em regime de pessoal, temos que o re-
tração de mandado de segurança contra atos gime jurídico do pessoal das fundações de direito privado
relacionados à sua atividade-fim. é o regime celetista, com a contratação de empregados
públicos.
Empresas subsidiárias e empresas con- Assim, deve-se reconhecer a possibilidade de o Estado,
ao criar uma fundação, escolher qual o regime jurídico
troladas aplicável, decidindo livremente entre a instituição de
fundação pública, espécie do gênero autarquia, dotada
Empresas subsidiárias são pessoas jurídicas de di- de personalidade jurídica de direito público, ou optar
reito privado criadas para integrar um grupo empresarial pela criação de fundação governamental com regime de
encabeçado por uma holding (empresa-matriz) estatal. É direito privado.
o caso da Petrobras, que atualmente possui cinco empre-
sas subsidiárias principais a ela vinculadas: Transpetro;
Petrobras Distribuidora; Petroquisa; Petrobras Biocom- 3. AGENTES PÚBLICOS: ESPÉCIES E CLAS-
bustível; e Gaspetro. SIFICAÇÃO; PODERES, DEVERES E PRER-
De acordo com o art. 37, XX, da CF/1988: ROGATIVAS; CARGO, EMPREGO E FUN-
ÇÃO PÚBLICOS.
(...) depende de autorização legislativa, em cada caso, a
criação de subsidiárias das entidades mencionadas no
inciso anterior, assim como a participação de qualquer
DEFINIÇÃO DE AGENTES PÚBLICOS
delas em empresa privada.
Para fins de concursos públicos, recorremos à Lei
Segundo entendimento do STF, é dispensável a au- 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), que as-
126 torização legislativa para a criação de empresas subsi- sim define agente público (art. 2º):
diárias, desde que haja previsão para esse fim na própria
lei que instituiu a empresa estatal matriz, tendo em vista Art. 2º Reputa-se agente público, para os efeitos desta
Direito Administrativo
que a lei criadora é a própria medida autorizadora (ADIN Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamen-
1.649/DF). te ou sem remuneração, por eleição, nomeação, desig-
Em síntese, temos que: nação, contratação ou qualquer outra forma de inves-
• Empresas subsidiárias são criadas por autori- tidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função
zação legislativa e integram a Administração nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Pública indireta na qualidade de empresas pú-
blicas ou sociedades de economia mista, con- Perceba que não é necessário o sujeito exercer
forme estabelecido em seus atos institutivos. a função em caráter permanente para ser considerado
• Empresas controladas são pessoas jurídicas agente público. É o caso dos membros do júri, os quais
de direito privado adquiridas integralmente ou apenas temporariamente realizam a função pública. E,
com parcela de seu capital social assumido por ainda, não é condição necessária o sujeito ser remunera-
empresa estatal. Nesse caso, como a sua ins- do. Veja o exemplo dos integrantes das mesas eleitorais,
tituição realiza-se independentemente de au- os quais não recebem dinheiro, mas sim compensações
torização legislativa, as empresas controladas não pecuniárias por participarem das eleições.
não integram a Administração Pública.
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES PÚBLI-
Fundações governamentais COS
Em conformidade com § 3º do art. 5.º do Decreto-lei
200/1967, as fundações públicas de Direito Privado ad- A doutrina apresenta as seguintes espécies de agentes
quirem sua personalidade com a inscrição da escritura públicos: políticos, administrativos, honoríficos, delega-
pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas dos e credenciados. 5
Jurídicas. Enfim, a lei autoriza a instituição, e o registro
consolida o início da personalidade jurídica. Agentes políticos
As fundações governamentais são conceitua-
das como pessoas jurídicas de direito privado, criadas Os agentes políticos são aqueles competentes pe-
mediante autorização legislativa, com a afetação de um
acervo de bens à determinada finalidade pública. Exem-
plo: Fundação Padre Anchieta, fundação governamental 5
Quanto aos militares, esses também são agentes públicos, mas de
do Estado de São Paulo mantenedora da Rádio e TV Cul- uma categoria específica, com regras que lhe são próprias.
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Capítulo 03 - Agentes Públicos: Espécies E Classificação; Poderes,
las mais altas diretrizes estabelecidas pelo Estado. Tais cas do regime celetista:
Direito Administrativo
São exemplos de agentes honoríficos: os jurados,
estabelecido pela entidade à qual pertencem. São servi- os mesários eleitorais e os comissários de menores.
dores estatais:
• Servidores estatutários (efetivos e comissio-
nados): sujeitam-se a regime jurídico-admi- A doutrina moderna também chama os agentes hono-
nistrativo, de natureza institucional, legal e ríficos de “particulares em colaboração com o Poder
unilateral, a exemplo dos servidores públi- Público” ou “agentes públicos requisitados”.
cos civis regidos, na esfera federal, pela Lei
8.112/1990.
Agentes delegados
São três as características do regime estatutário:
• pluralidade normativa: afinal, a compe- Os agentes delegados ou delegatários são particu-
tência legislativa para a edição do esta- lares que têm a competência para a execução de certas
tuto é reservada ao chefe do Executivo atividades, obras ou serviços públicos, por sua conta e
de cada um dos entes políticos; risco.
• vínculo legal e institucional: o regime ju- Tais agentes sujeitam-se às normas e à fiscaliza-
rídico administrativo dos servidores é de ção permanente do Estado, em especial do Poder Público
Direito Público, de natureza unilateral delegante (da Administração Direta e, conforme o caso,
(não há contrato de trabalho; há termo de das Agências Reguladoras). São exemplos de agentes:
posse); e concessionários, permissionários e autorizatários de
• foro de julgamento na Justiça Comum: os serviços públicos, os titulares de cartório, leiloeiros e tra-
litígios envolvendo estatutários são re- dutores oficiais.
solvidos na Justiça Estadual ou Federal,
conforme o caso.
À semelhança dos agentes honoríficos, os agentes de-
• Empregados (vulgarmente chamados de cele- legados são enquadrados pela doutrina moderna no
tistas): o regime jurídico é de natureza contra- grupo dos particulares em colaboração com o Poder
tual de Direito Privado. Regem-se pelas balizas Público.
da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
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Capítulo 03 - Agentes Públicos: Espécies E Classificação; Poderes,
de provas ou provas e títulos, como estabelece o inc. II do Cargos vitalícios, efetivos e comissiona-
Direito Administrativo
Assim, com a cautelar proferida nos autos da ADI efetivo exercício.
2135/DF, não cabe mais a contratação de empregados Sobre o tema, o autor José dos Santos Carvalho Fi-
públicos pela Administração Direta e Indireta de Direito lho apresenta a seguinte síntese:
Público (leia-se: autarquias e fundações), retomando-se • efetividade com estabilidade: é o caso do ser-
a ideia de regime jurídico único. vidor, ocupante de cargo efetivo, que cumpriu
Por fim, temos a função pública, a qual pode ser os requisitos constitucionais de estabilidade;
definida como o conjunto de atribuições que não corres- • efetividade sem estabilidade: o servidor públi-
ponde a cargo ou a emprego públicos. No entanto, não se co efetivo que ainda não cumpriu as condições
pode dizer que as funções sejam excludentes em relação para a estabilidade;
aos cargos ou empregos públicos. De fato, na clássica as- • estabilidade sem efetividade: é o que ocorre
sertiva de Hely Lopes Meirelles, todo cargo tem função, com os servidores públicos civis alcançados
mas pode haver função sem cargo. pela regra do art. 19 do ADCT 8 (estabilização
Por isso, diz-se ser possível que a função não cor- constitucional); e
responda a cargo, porém, todo cargo deve ter funções. • sem estabilidade e sem efetividade: os empre-
Neste contexto, quando se fala em funções públicas, gados das empresas estatais, embora concur-
têm-se claras, pelo menos, três situações: sados, não são efetivos ou estáveis, à seme-
• A contratação temporária, que ocorre por ne- lhança dos estatutários.
cessidade temporária de excepcional interes- Os cargos em comissão não garantem qualquer
se público (inc. IX do art. 37 da CF/1988);
• O preenchimento de funções de confiança, re-
7
ferentes à chefia, assessoramento ou direção STF - Súmula 36: servidor vitalício está sujeito à aposentadoria com-
(inc. V do art. 37 da CF/1988); e pulsória, em razão da idade.
• Os serviços notariais e registro, exercidos em 8
Art. 19. Os servidores públicos civis da União, dos Estados, do Distri-
caráter privado, a partir de delegação pelo Po- to Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e das
der Público. Os tabeliães não titularizam car- fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Consti-
gos ou empregos públicos, exercem apenas tuição, há pelo menos cinco anos continuados, e que não tenham sido
funções públicas (art. 236 da CF/1988). admitidos na forma regulada no art. 37, da Constituição, são considera-
dos estáveis no serviço público.
§ 1º O tempo de serviço dos servidores referidos neste artigo será con-
tado como título quando se submeterem a concurso para fins de efeti-
vação, na forma da lei.
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Capítulo 03 - Agentes Públicos: Espécies E Classificação; Poderes,
particulares.
O provimento é o ato ou fato administrativo me- Por fim, o provimento por reingresso é a situação
diante o qual uma pessoa assume o cargo público, ou seja, em que o servidor está fora do cargo que ocupava e a ele
é o ato de “preenchimento” de “lugar” vago na estrutura retorna.
da Administração. Pela reintegração, o servidor estável retorna ao
O provimento é classificado em originário e deri- cargo público depois de ver invalidado o ato demissório,
vado. por decisão judicial ou administrativa, conforme o caso.
Para o autor José dos Santos Carvalho Filho, o pro- Na recondução, o servidor estável retoma o cargo
vimento originário ou autônomo é aquele em que o pre- anterior quando houver: inabilitação em novo estágio
enchimento do cargo dá início a uma relação estatutá- probatório, desistência do estágio probatório e retorno ao
ria nova, seja porque o titular não pertencia ao serviço cargo do anterior ocupante por reintegração.
No aproveitamento, o servidor estável retorna da
Direito Administrativo
A demissão é uma penalidade decorrente do co-
Provimento vertical metimento de infração funcional, achando-se prevista
em lei e no Código Penal.
Como o próprio nome denuncia, na forma vertical, A exoneração, por sua vez, é destituída de caráter
o servidor é ascendido dentro da carreira, pelo tempo ou punitivo. Dá-se a pedido do servidor (a exemplo do desli-
por merecimento. Atualmente, a promoção a é única for- gamento voluntário de cargo comissionado) ou de ofício
ma admitida pelo ordenamento jurídico, corresponden- (caso do servidor que não cumpriu os requisitos do está-
do à mudança de classe dentro da própria carreira, com a gio probatório, daquele que tomou posse, mas não entrou
adição de vencimentos e de responsabilidades. em exercício dentro do prazo legal, bem como do servidor
Em relação à ascensão ou transposição, o STF a que incorrer, de boa-fé, em acumulação ilícita de cargos).
declarou inconstitucional por burla ao princípio do con-
curso público, e correspondia à passagem de cargo situ- 4. PODERES ADMINISTRATIVOS: PODER
ado na classe mais elevada de uma carreira para cargo da HIERÁRQUICO; PODER DISCIPLINAR; PO-
classe inicial de carreira diversa; e como vimos, isso não DER REGULAMENTAR; PODER DE POLÍ-
pode mais ocorrer.
CIA; USO E ABUSO DO PODER
Provimento horizontal INTRODUÇÃO
A readaptação é a única forma de provimento ho- Nos estudos sobre o Regime Jurídico Administra-
rizontal, pois o STF declarou a inconstitucionalidade da tivo, visualizamos dois princípios, os chamados supra-
transferência. A readaptação dá-se com a passagem do princípios ou superprincípios, os quais apresentam uma
servidor para cargo diverso do que ocupava, haja vista a dualidade permanente no exercício da função adminis-
existência de limitações físicas ou sensíveis. É chamada trativa:
de horizontal, pois o servidor deverá ser alocado em car- a) supremacia do interesse público sobre o privado
go compatível em termos de complexidade e remunera- (reflete os PODERES DA ADMINISTRAÇÃO): significa que
ção.
11
A disponibilidade não é nada mais que estar sem trabalhar. Dá-se em
razão da extinção do cargo ou da declaração de sua desnecessidade. É
prerrogativa aplicável exclusivamente aos servidores estáveis.
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os interesses da coletividade são mais importantes que neira, a lei faculta ao administrador a liberdade de adotar
os interesses individuais, razão pela qual a Administra- uma dentre duas ou mais condutas hábeis, a qual deverá
ção, como defensora dos interesses públicos, recebe da estar alinhada ao melhor atendimento do interesse pú-
lei poderes especiais não extensivos aos particulares. blico. Resulta-se, assim, o juízo discricionário por parte
b) indisponibilidade do interesse público (reflete os do responsável pelo ato.
direitos dos administrados e os DEVERES DA ADMINIS-
TRAÇÃO): significa que os agentes públicos não são do-
nos do interesse por eles defendido. Assim, no exercício O poder discricionário não se exerce acima ou além
da função administrativa os agentes públicos estão obri- da lei, mas como toda e qualquer atividade executória
gados a atuar, não segundo sua própria vontade, mas do com sujeição a ela.
modo determinado pela legislação. O autor Celso Antônio Bandeira de Mello descrimi-
A regra é de que os poderes administrativos sejam na as inúmeras explicações apresentadas pelos admi-
concedidos por lei, destinando-se a instrumentalizar
Capítulo 04 - Poderes Administrativos
Direito Administrativo
ou os que forem desproporcionais ou não pautados em
critérios previstos em lei, sem que isso configure inva- ção14 para distribuir e escalonar as funções de seus ór-
são ao mérito do ato controlado. gãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabe-
Ainda, alguns julgados têm reforçado a possibilidade lecendo a relação de subordinação entre os servidores do
de controle judicial sobre a implementação de políticas seu quadro de pessoal.
públicas. Entretanto, as decisões restringem-se a acei- É um poder interno e permanente. O poder hierár-
tar um controle de legalidade e razoabilidade na eleição quico é interno à medida que não se aplica a particulares.
das prioridades em que devam ser aplicadas as verbas É permanente por não possuir caráter episódico.
públicas. Trata-se, em última análise, de uma revisão Junto ao poder hierárquico (até em decorrência
judicial de decisões violadoras de princípios adminis- deste) anda o poder disciplinar, entendido como a possi-
trativos, e não exatamente de controle específico do bilidade de a Administração aplicar sanções àqueles que,
mérito das decisões adotadas pela Administração Pú- submetidos à ordem interna, descumpram as ordens ad-
blica. vindas da hierarquia posta.
Com efeito, de nada valeria falar em hierarquia se o
PODER DISCIPLINAR superior não pudesse aplicar punições aos infratores ad-
ministrativos que lhe são subordinados.
A DELEGAÇÃO e a AVOCAÇÃO são dois institutos
O poder disciplinar consiste na possibilidade de relacionados ao poder hierárquico.
a Administração aplicar punições aos agentes públicos A DELEGAÇÃO distribui temporariamente a com-
que cometam infrações funcionais.
Trata-se de poder interno, não permanente e dis-
cricionário. 13
Determinada empresa é prestadora de serviços de limpeza no prédio
Interno porque somente pode ser exercido sobre
de um órgão da Administração Pública. Após várias paralisações na
agentes público, nunca em relação a particulares, exce-
execução do contrato, o órgão público decidiu pela aplicação de multa
to quando estes forem contratados da Administração13.
à empresa. Teremos, nesse caso, um particular sendo sancionado com
É não permanente à medida que é aplicável apenas se e
base no poder disciplinar, embora não componha o quadro adminis-
quando o servidor cometer falta funcional. É discricioná-
trativo do Estado.
rio porque a Administração pode escolher, com alguma 14
A despeito de as relações hierárquicas serem inerentes ao Poder
margem de liberdade, qual a punição mais apropriada a
Executivo, onde ocorrer o desempenho da função administrativa po-
ser aplicada ao agente público.
derá se dar uma relação hierárquica, mesmo no âmbito dos Poderes
Importante frisar que, constatada a infração, a Ad-
Legislativo e Judiciário.
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petência, representando um movimento centrífugo. Executivo editarem atos administrativos gerais e abs-
Delegar consiste na transferência do exercício de atri- tratos, ou gerais e concretos, expedidos para dar fiel exe-
buições de um órgão a outro no aparelho administrativo. cução à lei.
Não é admitida com relação a atos políticos, bem como De acordo com Alexandre Mazza, o poder regula-
de um Poder para outro, salvo nos casos constitucional- mentar enquadra-se em uma categoria mais ampla de-
mente previstos. nominada poder normativo, que inclui todas as diversas
Para atender a conveniências técnicas, sociais, categorias de atos gerais.
econômicas, jurídicas ou territoriais, é possível a quem
detém a competência legal distribuir transitoriamente
parcela de suas atribuições.
Nos termos do art. 12 da Lei n. 9.784/99, um órgão
administrativo ou seu titular poderão delegar parte da
sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que
Capítulo 04 - Poderes Administrativos
gerais válidas para todo o quadro de agentes. Embora frequentemente confundidos, o conceito
Sua natureza é incompatível com a possibili- de decreto não é exatamente igual ao de regulamento:
dade de delegação; aquele constitui uma forma de ato administrativo; este
• a DECISÃO EM RECURSOS ADMINISTRATIVOS: representa o conteúdo do ato. Decreto é o veículo intro-
a justificativa é a preservação da garantia do dutor do regulamento. O certo é que decretos e regula-
duplo grau, impedindo que a mesma autori- mentos são atos administrativos e, como tal, encontram-
dade que praticou a decisão recorrida receba, -se em posição de inferioridade diante da lei, sendo-lhes
por delegação, a competência para analisar o vedado criar obrigações de fazer ou deixar de fazer aos
recurso; particulares, sem fundamento direto na lei (art. 5º, II, da
• as MATÉRIAS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA CF/1988).
DO ÓRGÃO OU AUTORIDADE: são casos em que As duas espécies de regulamentos mais cobradas
a própria natureza da matéria recomenda o em provas são as seguintes:
exercício da competência somente pelo órgão a) regulamentos administrativos ou de organiza-
habilitado diretamente pela legislação. ção: são aqueles que disciplinam questões internas de
estruturação e funcionamento da Administração Públi-
A AVOCAÇÃO concentra a competência de manei- ca ou relações jurídicas de sujeição especial do Poder Pú-
ra centrípeta. Avocar é a possibilidade que tem o superior blico perante particulares; e
de trazer para si as funções exercidas por um subalterno. b) regulamentos executivos: são os regulamentos
É medida excepcional, que só pode ser realizada à luz de comuns expedidos sobre matéria anteriormente disci-
permissivo legal e que desonera o subordinado com rela- plinada pela legislação permitindo a fiel execução da lei.
ção a qualquer responsabilidade referente ao ato pratica-
do pelo superior. Decretos autônomos
Ao contrário da delegação, a avocação só pode ser
realizada dentro de uma mesma linha hierárquica, deno- A regra é de que os decretos não podem inovar no
minando-se avocação vertical. ordenamento jurídico, pois são atos normativos esclare-
cedores das leis. Entretanto, temos uma exceção consti-
PODER REGULAMENTAR tucional: os decretos autônomos .
Os decretos autônomos foram reintroduzidos em
Decorrente do poder hierárquico, o poder regula- nossa ordem jurídica por intermédio da Emenda Consti-
mentar consiste na possibilidade de os Chefes do Poder tucional 32/2001. A partir da promulgação desta, compe-
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te ao Presidente da República dispor, mediante decreto, quer atividades estatais de fiscalização.
sobre (art. 84, VI): A doutrina conceitua o poder de polícia em duas
acepções:
• poder de polícia em SENTIDO AMPLO: inclui
a) organização e funcionamento da administração fe- qualquer limitação estatal à liberdade e pro-
deral, quando não implicar aumento de despesa nem priedade privadas, englobando restrições le-
criação ou extinção de órgãos públicos; gislativas e limitações administrativas.
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando va- • poder de polícia em SENTIDO ESTRITO: inclui
gos. somente as limitações administrativas à li-
Ressalte-se que, a despeito do que estabelece a berdade e propriedade privadas, deixando de
alínea “a”, a criação e extinção de Ministérios e órgãos da fora as restrições impostas por dispositivos
Administração Pública continua a depender de lei (art. 88 legais. Basicamente, envolve atividades admi-
nistrativas de fiscalização e condicionamento
Direito Administrativo
promovam a alteração em suas Constituições e Leis Or-
gânicas, conforme o caso. é o cumprimento de certos requisitos para a obtenção da
carteira de habilitação, obrigando ao particular a fazer os
exames e as horas-aula de trânsito.
PODER DE POLÍCIA O poder de polícia pode ser classificado em ORI-
GINÁRIO ou DELEGADO (outorgado). O poder de polícia
Dos poderes da Administração, o poder de polícia originário é aquele exercido pelas pessoas políticas que
é o único com uma definição legal. Seu conceito é encon- integram o Estado (União, Estados, Distrito Federal e Mu-
trado no CTN: nicípios). O poder de polícia delegado é aquele exercido
pelas entidades componentes da Administração Indire-
ta, com personalidade jurídica de direito público, em de-
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da corrência de delegação legal do órgão estatal a qual per-
Administração Pública que, limitando ou disciplinan- tence.
do direito, interesse ou liberdade, regula a prática de
ato ou abstenção de fato, em razão de interesse públi-
co concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqui-
lidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direi-
tos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do
poder de polícia quando desempenhado pelo órgão Dentro do contexto de poder de polícia originário
competente nos limites da lei aplicável, com observân- ou delegado, temos o que a doutrina convencionou cha-
cia do processo legal e, tratando-se de atividade que a mar de fases ou ciclo do poder de polícia.
lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de De acordo com Diogo Figueiredo Moreira Neto, o
poder. poder de polícia possui quatro fases ou ciclos, que cor-
respondem ao modo de atuação: a ORDEM DE POLÍCIA
Em suma, o poder de polícia representa uma ativi- (legislação); o CONSENTIMENTO DE POLÍCIA; a FISCALI-
dade estatal restritiva dos interesses privados, limitando ZAÇÃO DE POLÍCIA e a SANÇÃO DE POLÍCIA.
a liberdade e a propriedade individual em favor do inte- A ORDEM DE POLÍCIA é o preceito legal, a satisfa-
resse público. A noção de poder de polícia engloba quais- ção da reserva constitucional, apresentada de duas for-
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Capítulo 05 - Ato Administrativo: Validade, Eficácia; Atributos; Extinção,
Desfazimento e Sanatória; Classificação, Espécies e Exteriorização...
mas: negativo absoluto, quando são vedadas certas for- além do permitido na lei e dos seus limites de
mas de exercício de atividades e de uso da propriedade atuação. Pode haver também a violação da re-
privada, impondo-se restrições; negativo com reserva de gra de competência se ele se apropriar de com-
consentimento, quando são vedadas determinadas for- petência que a Administração ou ele próprio
mas de exercício de atividades e de uso da propriedade não dispunha;
privada, sem o consentimento prévio e expresso da Ad- • Desvio de poder ou de finalidade: quando o
ministração, impondo-se condicionamentos. Nestes dois agente pratica o ato por motivo ou com fins di-
casos, o instrumento de atuação administrativa do poder versos do previsto na lei.
de polícia é a limitação. • Omissão de poder: constata a inércia da Admi-
O CONSENTIMENTO DE POLÍCIA é o ato adminis- nistração em fazer o que lhe compete, injusti-
trativo de anuência (expresso ou implícito), que possi- ficadamente.
bilita a utilização da propriedade pelo particular ou o
exercício da atividade privada, quando o legislador te- 5. ATO ADMINISTRATIVO: VALIDADE, EFI-
nha exigido controle prévio da compatibilidade do uso do
bem ou do exercício da atividade com o interesse público. CÁCIA; ATRIBUTOS; EXTINÇÃO, DESFAZI-
A FISCALIZAÇÃO DE POLÍCIA se fará para a verifi- MENTO E SANATÓRIA; CLASSIFICAÇÃO,
cação do cumprimento das ordens de polícia, como tam- ESPÉCIES E EXTERIORIZAÇÃO; VINCU-
bém para se observar os abusos que possam existir na LAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE.
utilização de bens e nas atividades que foram consenti-
das pela Administração. Esta fiscalização pode ser pre-
ventiva ou repressiva e pode ser iniciada de ofício ou ser INTRODUÇÃO
provocada.
A SANÇÃO DE POLÍCIA é a submissão coercitiva O início da atuação da Administração Pública, de
do infrator a medidas inibidoras impostas pela Adminis- regra, requer a prévia expedição do ato administrativo
tração, sempre que falhar a fiscalização preventiva e for que lhe sirva de fundamento.
verificada a ocorrência de infrações às ordens de polícia. O ato administrativo é o ato jurídico típico do Direi-
A sanção deve sempre ser criada por lei, não podendo ser to Administrativo, diferenciando-se das demais catego-
institu ída por decreto ou outro ato de natureza infrale- rias de atos por seu peculiar regime jurídico.
gal. Não há conceito legal de ato administrativo; assim,
sua definição é tratada pela doutrina. Uma possível defi-
nição é a seguinte: a norma concreta, emanada do Estado,
136 Para o STJ (REsp 759759/DF), somente os atos relativos ou por quem esteja no exercício da função administrati-
ao consentimento e à fiscalização são delegáveis, pois va, que tem por finalidade criar, modificar, extinguir ou
aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do declarar relações jurídicas entre o Estado e o adminis-
Direito Administrativo
poder de coerção do Poder Público. trado, suscetível de ser examinada pelo Poder Judiciário.
Por ser constante objeto de cobranças em provas,
Quanto aos meios de atuação, o poder de polícia vejamos alguns conceitos doutrinários:
pode ser PREVENTIVO, como as atividades de fiscaliza- Celso Antônio Bandeira de Mello: “declaração do
ção (vistoria, licença, autorização) ou REPRESSIVO, como Estado, ou de quem lhe faça as vezes, no exercício de
nas atividades de interdição de estabelecimento, apre- prerrogativas públicas, manifestada mediante providên-
ensão e destruição de mercadorias e internação compul- cias jurídicas complementares da lei a título de lhe dar
sória de indivíduos drogados. cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade por
Quanto à competência, tem a regra de que a ativi- órgãos jurisdicionais”.
dade de polícia administrativa compete a quem legisla Hely Lopes Meirelles: “toda manifestação unilate-
sobre a matéria, sem que se afaste, contudo, a possibili- ral de vontade da Administração Pública que, agindo nes-
dade de competência concorrente entre os entes políti- sa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar,
cos, quando da coincidência de interesses. transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou im-
Quanto à natureza jurídica, o poder de polícia é, por obrigações aos administrados ou a si própria”.
eminentemente, DISCRICIONÁRIO. No entanto, há ca- Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “declaração do Es-
sos excepcionais em que manifestações decorrentes do tado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos
poder de polícia adquirem natureza VINCULADA, como imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de
nos casos das licenças, atos administrativos vinculados direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário”.
e tradicionalmente relacionados com o poder de polícia. José dos Santos Carvalho Filho: “a exteriorização
da vontade dos agentes da Administração Pública ou de
USO E ABUSO DO PODER seus delegatários, nesse condição, que, sob regime de di-
reito público, vise à produção de efeitos jurídicos, com o
O uso do poder é uma prerrogativa do agente pú- fim de atender ao interesse público”.
blico, quando esse só pode fazer o que a lei determina, ou Pelos conceitos apresentados, podemos traçar as
seja, não pode ir contra, tampouco além da lei. seguintes características gerais do ato administrativo:
O abuso de poder, por sua vez, corresponde a um • provém do Estado ou de quem esteja investido
desvio de conduta, à inobservância por parte do agente em prerrogativas estatais;
público, de seu poder-dever de agir. Pode configurar-se • é exercido no uso de prerrogativas públicas,
por meio de três formas: sob regência do direito público;
• Excesso de poder: ocorre quando o agente vai • trata-se de declaração jurídica unilateral, me-
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Capítulo 05 - Ato Administrativo: Validade, Eficácia; Atributos; Extinção,
Desfazimento e Sanatória; Classificação, Espécies e Exteriorização...
diante manifestação que produz efeitos de di- • NEM TODO ATO JURÍDICO PRATICADO PELA
reito; ADMINISTRAÇÃO É ATO ADMINISTRATIVO;
• sujeita-se a exame de legitimidade por órgão • NEM TODO ATO ADMINISTRATIVO É PRATI-
jurisdicional, por não apresentar caráter de CADO PELA ADMINISTRAÇÃO.
definitividade. De acordo com Alexandre Mazza, são espécies de
atos da Administração:
FATO ADMINISTRATIVO a) atos políticos ou de governo: não se caracte-
rizam como atos administrativos porque são pratica-
dos pela Administração Pública com ampla margem de
A doutrina diferencia ato administrativo de fato discricionariedade e têm competência extraída direta-
administrativo. A origem da distinção vem do Direito Ci- mente da Constituição Federal. Exemplos: declaração de
vil. guerra, decreto de intervenção federal, indulto, medida
Segundo os civilistas, fato jurídico em sentido am- provisória, veto a projeto de lei e indulto;
plo é qualquer acontecimento da vida relevante para o b) atos meramente materiais: consistem na pres-
Direito, como a morte, por exemplo. Divide-se em: tação concreta de serviços, faltando-lhes o caráter pres-
• fatos jurídicos em sentido estrito: fatos natu- critivo próprio dos atos administrativos. Exemplos: poda
rais; de árvore, varrição de rua e cirurgia em hospital público;
• atos jurídicos em sentido amplo (fatos huma- c) atos legislativos e jurisdicionais: são praticados
nos): acontecimentos voluntários decorrentes excepcionalmente pela Administração Pública no exer-
do querer individual. Dividem-se em: cício de função atípica. Exemplo: medida provisória;
»» atos jurídicos em sentido estrito: efeitos de- d) atos regidos pelo direito privado ou atos de ges-
terminados pela lei; e tão: constituem casos raros em que a Administração Pú-
»» negócios jurídicos: manifestações de vonta- blica ingressa em relação jurídica submetida ao direito
de capazes de produzir efeitos jurídicos que-
privado ocupando posição de igualdade perante o parti-
ridos pelas partes.
cular, isto é, destituído do poder de império. Exemplo: lo-
cação imobiliária e contrato de compra e venda;
Perceba que o que importa para o estudo dos atos
e) contratos administrativos: são vinculações ju-
administrativos é a diferença entre fatos jurídicos em
rídicas bilaterais, distinguindo-se dos atos administra-
sentido estrito e atos jurídicos em sentido amplo.
tivos que são normalmente prescrições unilaterais da
O fato administrativo pode ser um evento da natu-
Administração. Exemplos de contratos administrativos:
reza (fato administrativo natural) ou um comportamen-
concessão de serviço público e parceria público-privada.
to voluntário (fato administrativo voluntário). Ou seja, 137
os fatos administrativos podem ser decorrentes de atos
administrativos, mas nada impede que derivem também SILÊNCIO ADMINISTRATIVO
Direito Administrativo
de condutas administrativas não formalizadas em atos
administrativos. No Direito Privado, o silêncio importa, de regra, a
concordância tácita, considerando-se os usos e as cir-
cunstâncias normais (art. 111 do Código Civil de 2002). No
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO entanto, no mundo administrativo, o silencia é assunto
repleto de discussões doutrinárias.
A Administração Pública, no exercício de suas di- No entanto, para a DOUTRINA MAJORITÁRIA (e
versificadas tarefas, pratica algumas modalidades de para as questões de provas), o silêncio não é propriamen-
atos jurídicos que não se enquadram no conceito de atos te ato administrativo, mas sim fato administrativo, o qual
administrativos. Daí, nem todo ato da Administração é pode gerar consequências jurídicas como a prescrição e a
ato administrativo. decadência. Falta ao silêncio algo que é essencial ao con-
Vejamos os dois entendimentos doutrinários dis- ceito de ato administrativo: a declaração de vontade; e o
tintos sobre o conceito de atos da Administração: silêncio é o oposto disso: é ausência de manifestação. E
a) CORRENTE MINORITÁRIA: defendida por Maria não há ato sem a declaração de vontade.
Sylvia Zanella Di Pietro, considera que os atos da Admi-
nistração são todos os atos jurídicos praticados pela Ad-
ministração Pública, incluindo os atos administrativos; MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO
b) CORRENTE MAJORITÁRIA: adotada por Celso
Antônio Bandeira de Mello, Diógenes Gasparini, José dos Mérito é a margem de liberdade que os atos discri-
Santos Carvalho Filho e, principalmente, por todos os cionários recebem da lei para permitir aos agentes públi-
concursos públicos, essa segunda concepção considera cos escolher, diante da situação concreta, qual a melhor
que atos da Administração são atos jurídicos praticados maneira de atender ao interesse público.
pela Administração Pública que não se enquadram no Essa margem de liberdade pode residir no motivo
conceito de atos administrativos, como os atos legislati- ou no objeto do ato discricionário.
vos expedidos no exercício de função atípica, os atos po- Trata-se de um juízo de conveniência e oportu-
líticos definidos na Constituição Federal, os atos regidos nidade que constitui o núcleo da função típica do Poder
pelo direito privado e os atos meramente materiais. Executivo, razão pela qual é vedado ao Poder Judiciário
Portanto, se existem atos administrativos prati- controlar o mérito do ato administrativo.
cados fora dos domínios da Administração Pública, como Por oportuno, percebe-se, na doutrina e jurispru-
ocorrem com aqueles expedidos por concessionários e dência, uma tendência de relativização do controle judi-
permissionários, é possível concluir que: cial dos atos administrativos discricionários.
Assim, embora permaneça válida para fins de con-
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Desfazimento e Sanatória; Classificação, Espécies e Exteriorização...
curso a afirmativa de que ao Poder Judiciário não é dado administrativa não se extingue, exceto por vonta-
o exame do mérito do ato administrativo, admite-se a de legal;
apreciação judicial sobre a legalidade do uso da discricio- f) delegável: em regra, a competência administra-
nariedade e dos limites de opção do agente administrati- tiva pode ser transferida temporariamente me-
vo, sobretudo em face dos novos princípios norteadores diante delegação ou avocação. Porém, são indele-
da atividade administrativa e de teorias que permitem a gáveis: competências exclusivas, a edição de atos
aferição da LEGALIDADE DO ATO DISCRICIONÁRIO. normativos e a decisão de recursos (art. 13 da Lei
9.784/1999).
Finalidade: é o objetivo de interesse público pre-
O juízo de conveniência e oportunidade, presente no tendido com a prática do ato. Sempre que o ato for pra-
ato discricionário, compreende o mérito administra- ticado visando a defesa de interesse alheio ao interesse
tivo, mas não afasta a necessidade de submissão do público, será nulo por desvio de finalidade.
agente público ao princípio da legalidade e ao atendi- A finalidade não se confunde com o objeto:
mento do interesse público.
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I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; que exigia concurso, mas foi provido por nomeação po-
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou san- lítica.
ções; Segundo jurisprudência majoritária, se o funcio-
III - decidam processos administrativos de concurso nário agir de boa-fé, ignorando a irregularidade de sua
ou seleção pública; condição, em nome da segurança jurídica e da proibição
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de de o Estado enriquecer sem causa, seus atos são manti-
dos válidos e a remuneração não precisa ser restituída.
processo licitatório; Assim, os atos do funcionário de fato são simplesmen-
V - decidam recursos administrativos; te anuláveis com eficácia ex nunc, sendo suscetíveis de
VI - decorram de reexame de ofício; convalidação.
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a Comprovada, porém, a má-fé, caracterizada pela
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas ciência da ilegalidade na sua investidura, os atos são nu-
e relatórios oficiais; los e a remuneração já percebida deve ser devolvida aos
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou cofres públicos.
convalidação de ato administrativo. d) incompetência: de acordo com o art. 2º, parágra-
fo único, “a”, da Lei 4.717/1965, a incompetência fica ca-
Quando os motivos que levaram à prática de um racterizada quando o ato não se incluir nas atribuições
ato forem expostos, deverão ser reais e adequados, am- legais do agente que o praticou. A incompetência torna
parando-se em razões de interesse público, sob pena de anulável o ato, autorizando sua convalidação.
invalidação do ato amparado em motivo falso ou inexis- 2) Quanto à finalidade: o defeito passível de atin-
tente, dentro do que a doutrina conhece como TEORIA gir o ato administrativo é o desvio de finalidade, que se
DOS MOTIVOS DETERMINANTES. verifica quando o agente pratica o ato visando fim di-
Objeto ou conteúdo: é o conteúdo do ato, a ordem verso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na
por ele determinada, ou o resultado imediato pretendido regra de competência (art. 2º, parágrafo único, “e”, da Lei
ao se expedi-lo. Todo ato administrativo tem por objeto a 4.717/1965).
criação, modificação ou comprovação de situações jurí- 3) Quanto à forma: consiste na omissão ou na ob-
dicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujei- servância incompleta ou irregular de formalidades in-
tas à ação da Administração Pública. dispensáveis à existência ou seriedade do ato (art. 2º, pa-
rágrafo único, “b”, da Lei 4.717/1965). O defeito na forma
torna anulável o ato administrativo, sendo possível sua
O objeto não se confunde com a finalidade. O objeto é convalidação.
aquilo que se pretende de forma imediata, enquanto 4) Quanto ao motivo: ocorre quando houver inexis-
139
que, de forma mediata, a finalidade tem a ver com a sa- tência do motivo - quando a matéria de fato ou de direito,
tisfação do interesse público. em que se fundamenta o ato, é materialmente inexisten-
Direito Administrativo
te ou juridicamente inadequada - ou falsidade do motivo
- quando o motivo alegado não corresponde àquele efeti-
Vícios nos elementos do ato administrativo vamente ocorrido.
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A presunção de legitimidade é atributo aplicável a to- A autoexecutoriedade é atributo de apenas duas ca-
dos os atos administrativos e atos da Administração. tegorias de atos administrativos: a) aqueles com tal
atributo conferido por lei, a exemplo do fechamento de
No entanto, essa presunção não é absoluta (juris restaurante pela vigilância sanitária; b) os atos prati-
et de jure), mas sim relativa (juris tantum), podendo ser cados em situações emergenciais cuja execução ime-
afastada diante de prova inequívoca da ilegalidade do diata é indispensável para a preservação do interesse
ato. O ônus de provar o eventual defeito incumbe a quem público, a exemplo da dispersão pela polícia de mani-
alega. Daí afirmar-se que a presunção de legitimidade festação que se converte em onda de vandalismo.
inverte o ônus da prova, não cabendo ao agente público
demonstrar que o ato por ele praticado é válido, mas ao
particular provar a ilegalidade do ato. Tipicidade
A tipicidade diz respeito à necessidade de o ato
140 A rigor, os atributos da presunção de validade (ou legi- administrativo corresponder a figuras definidas previa-
timidade) e da presunção de veracidade dos atos admi- mente pela lei, aptas a produzir determinados resultados.
nistrativos não significam exatamente a mesma coisa. A tipicidade proíbe a produção de atos administrativos
Direito Administrativo
A primeira indica a conformidade do ato com o orde- unilaterais inominados (sem nomes).
namento jurídico, ao passo que a segunda representa a De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro, esse
adequação do ato à realidade dos fatos. atributo representa uma garantia para o administrado,
pois impede que a Administração pratique atos dotados
de imperatividade e executoriedade, vinculando unila-
Imperatividade teralmente o particular, sem que haja previsão legal.
Ainda, diz a autora que, pela tipicidade, também
O atributo da imperatividade deriva do chamado fica afastada a possibilidade de ser praticado ato total-
poder extroverso do Estado15, e significa que o ato ad- mente discricionário, pois a lei, ao prever o ato, já define
ministrativo pode criar unilateralmente obrigações aos os limites em que a discricionariedade poderá ser exer-
particulares, independentemente da anuência desses. cida.
A imperatividade é atributo da maioria dos atos admi- A tipicidade é aplicável a todos os atos administrativos.
nistrativos, não estando presente nos atos enunciati-
vos, como certidões e atestados, nem nos atos nego-
ciais, como permissões e autorizações.
Exigibilidade
A exigibilidade consiste no atributo que permite
à Administração aplicar punições aos particulares por
violação da ordem jurídica, sem necessidade de ordem
judicial. A exigibilidade, portanto, resume-se ao poder
de aplicar sanções administrativas, como multas, adver-
tências e interdição de estabelecimentos comerciais.
Direito Administrativo
O ato vigente é aquele que passa a existir no mun- nância com a ordem jurídica (válido), contudo,
do jurídico, até o instante em que desaparece, ao ser des- ainda não se encontra disponível para a pro-
feito por outro ato, ou por haver completado o tempo de dução dos efeitos que lhe são próprios, por de-
duração que recebeu ao ser editado. pender de evento futuro para lhe dar eficácia
O ato válido é aquele que está em conformidade (ineficaz).
com a lei, ou seja, é válido o ato que se adequar às exigên- • PERFEITO, INVÁLIDO e INEFICAZ: cumprido o
cias do sistema normativo. Ato praticado de forma con- ciclo de formação (perfeito), o ato encontra-se
trária à lei é, portanto, inválido. em desconformidade com a ordem jurídica (in-
O ato eficaz é aquele apto à produção dos efeitos válido), ao tempo que não pode produzir seus
que lhe são inerentes, não estando a depender de quais- efeitos, por se encontrar na dependência de
quer tipos de eventos futuros. Ou seja, ato eficaz é aquele algum evento futuro necessário à produção de
que não depende de nada para produzir efeitos típicos ou seus efeitos (ineficaz), enfim, está pendente do
próprios. implemento.
O ato exequível é aquele que a Administração pos-
sui a efetiva disponibilidade para coloca-lo em operação.
Um exemplo explica a diferença entre um ato eficaz e
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINIS-
exequível: TRATIVOS
Há uma infinidade de classificações propostas ao
O município “X” autoriza, em maio, a realização de festa ato administrativo; isso se justifica pelas semelhanças
de rua para o mês de dezembro próximo. Nesse caso, o e diferenças no regime jurídico aplicável a cada espécie.
ato, apesar de eficaz, é inoperante, ou seja, inexequível. Ainda, é importante destacar que uma classificação não
exclui outras; em síntese, um ato pode ser enquadrado
Conjugando os conceitos de perfeição, validade e em mais de uma classificação.
eficácia, a doutrina aponta quatro combinações possí- Vamos analisar algumas das classificações, tendo
veis. O ato administrativo pode ser: em vista os mais importantes critérios doutrinários.
• PERFEITO, VÁLIDO e EFICAZ: quando cumpriu Quanto ao grau de liberdade, os atos administrati-
seu ciclo de formação (perfeito), encontra-se vos podem ser VINCULADOS ou DISCRICIONÁRIOS.
em conformidade com a ordem jurídica (vá- Atos VINCULADOS são aqueles praticados pela
lido) e disponível para a produção dos efeitos Administração sem (ou mínima) margem de liberdade,
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Desfazimento e Sanatória; Classificação, Espécies e Exteriorização...
Atos COMPOSTOS são aqueles praticados por um tro da Administração, vinculando somente órgãos e
único órgão, mas que dependem da verificação, vis- agentes públicos. A publicidade é atendida com o ciente
to, aprovação, anuência, homologação ou “de acordo” dos interessados. Exemplos: portaria ministerial.
por parte de outro, como condição de exequibilidade. A Atos EXTERNOS são os atos que produzem efeitos
manifestação do segundo órgão é secundária ou com- perante terceiros. Exemplo: fechamento de estabeleci-
plementar. Exemplo: auto de infração lavrado por fiscal mento.
e aprovado pela chefia (ato confirmatório). Em suma, a Quanto à prerrogativa ou objeto, os atos adminis-
existência, a validade e a eficácia dos atos compostos de- trativos podem ser DE IMPÉRIO, DE GESTÃO ou DE EXPE-
pendem da manifestação do primeiro órgão (ato princi- DIENTE.
pal), mas a execução fica pendente até a manifestação do Atos de IMPÉRIO são atos praticados pela Admi-
outro órgão (ato secundário). nistração em posição de superioridade, usando de sua
Atos COMPLEXOS são os atos administrativos for- supremacia sobre o administrado ou sobre o servidor,
mados pela conjugação de vontades de mais de um órgão impondo-lhes atendimento obrigatório. Exemplo: inter-
ou agente. Diferentemente dos atos compostos, em que a dição de atividade.
manifestação do segundo órgão possui condição de exe- Atos de GESTÃO são aqueles expedidos pela Admi-
quibilidade, nos atos complexos a manifestação do últi- nistração em posição de igualdade perante o particular,
mo órgão é elemento de existência. sem usar de sua supremacia e regidos pelo direito priva-
Assim, somente após ela, o ato torna-se perfei- do. Exemplos: locação de imóvel.
to, ingressando no mundo jurídico. Com a integração da Atos de EXPEDIENTE são atos de simples trami-
vontade do último órgão ou agente, é que o ato passa a ser tação, que dão andamento a processos administrativos.
atacável pela via judicial ou administrativa. Exemplo: in- São atos de rotina interna praticados por agentes subal-
vestidura de Ministro do Supremo Tribunal Federal. ternos sem competência decisória e sem forma especial.
Um exemplo bastante clássico em provas é o da Exemplo: numeração dos autos de processo.
aposentadoria do servidor público. Na visão do STF, o ato Quanto à manifestação de vontade, os atos admi-
de aposentadoria é complexo, uma vez que emitido pelo nistrativos podem ser UNILATERAIS ou BILATERAIS.
órgão de lotação do servidor, mas sujeito à apreciação de Atos UNILATERAIS são atos que dependem de so-
legalidade (atividade de registro) pelo Tribunal de Contas mente uma vontade. Exemplo: licença para construir.
competente (inc. III do art. 71 da CF/1988). Atos BILATERAIS são os que dependem da anuên-
Quanto aos destinatários, os atos administrativos cia das duas partes. Exemplo: contrato administrativo.
podem ser GERAIS (regulamentares), COLETIVOS (plúri- Quanto ao conteúdo, os atos administrativos po-
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Capítulo 05 - Ato Administrativo: Validade, Eficácia; Atributos; Extinção,
Desfazimento e Sanatória; Classificação, Espécies e Exteriorização...
dem ser AMPLIATIVOS ou RESTRITIVOS. tos formais levíssimos que não produzem qualquer con-
Atos AMPLIATIVOS são aqueles que aumentam a sequência na validade do ato. Exemplo: portaria publica-
esfera de interesse do particular. Exemplo: autorização. da com nome de “decreto”.
São atos administrativos destituídos de imperati- Quanto à exequibilidade, os atos administrativos
vidade, exigibilidade e executoriedade. podem ser PERFEITOS, IMPERFEITOS, PENDENTES e
Atos RESTRITIVOS são os que limitam a esfera de CONSUMADOS (exauridos).
interesse do destinatário. Exemplo: sanções administra- Atos PERFEITOS são os atos que atendem a todos
tivas. os requisitos para sua plena exequibilidade.
Quanto aos efeitos, os atos administrativos podem Atos IMPERFEITOS são aqueles incompletos na
ser CONSTITUTIVOS, EXTINTIVOS (desconstitutivos), sua formação. Exemplo: ordem não exteriorizada.
DECLARATÓTIOS (enunciativos), ALIENATIVOS, MODIFI- Atos PENDENTES são aqueles que, embora perfei-
CATIVOS ou ABDICATIVOS. tos, estão sujeitos à condição ou termo para que come-
Atos CONSTITUTIVOS são aqueles que criam no- cem a produzir efeitos. Exemplo: permissão outorgada
vas situações jurídicas. Exemplo: admissão de aluno em para produzir efeitos daqui a doze meses.
escola pública. Atos CONSUMADOS (exauridos) são atos que pro-
Atos EXTINTIVOS (desconstitutivos) são os que duziram todos os seus efeitos. Exemplo: edital de con-
extinguem situações jurídicas. Exemplo: demissão de curso após a posse de todos os aprovados.
servidor. Quanto à retratabilidade, os atos administrativos
Atos DECLARATÓRIOS (enunciativos) são atos que podem ser IRREVOGÁVEIS, REVOGÁVEIS, SUSPENSÍVEIS
visam preservar direitos e afirmar situações preexisten- e PRECÁRIOS.
tes. Exemplo: certidão. Atos IRREVOGÁVEIS são aqueles insuscetíveis de
Atos ALIENATIVOS são os que realizam a transfe- revogação, tais como os atos vinculados, os exauridos, os
rência de bens ou direitos a terceiros. Exemplo: venda de geradores de direito subjetivo e os protegidos pela imu-
bem público. tabilidade da decisão administrativa. Exemplo: lança-
Atos MODIFICATIVOS são atos que alteram situa- mento tributário (ato vinculado).
ções preexistentes. Exemplo: alteração do local de reu- Atos REVOGÁVEIS são atos sujeitos à possibilida-
nião. de de extinção por revogação. Exemplo: autorização para
Atos ABDICATIVOS são aqueles em que o titular bar instalar mesas sobre a calçada.
abre mão de um direito. Exemplo: renúncia à função pú- Atos SUSPENSÍVEIS são aqueles praticados pela
blica. Administração com a possibilidade de ter os efeitos in-
Quanto à situação jurídica que criam, os atos ad- terrompidos temporariamente diante de situações ex-
ministrativos podem ser REGRA, SUBJETIVOS ou CON- cepcionais. Exemplo: autorização permanente para cir-
143
DIÇÃO. co, com possibilidade de suspensão quando o local for
Atos-REGRA são atos que criam situações gerais, cedido para outro evento ou utilizado para outros fins.
Direito Administrativo
abstratas e impessoais, não produzindo direito adquiri- Atos PRECÁRIOS são atos expedidos pela Ad-
do e podendo ser revogados a qualquer tempo. Exemplo: ministração Pública para criação de vínculos jurídicos
regulamento. efêmeros e temporários, passíveis de desconstituição a
Atos SUBJETIVOS são os que criam situações par- qualquer momento pela autoridade administrativa dian-
ticulares, concretas e pessoais. Podem ser modificados te de razões de interesse público superveniente. Pela sua
pela vontade das partes. Exemplo: contrato. própria natureza, não geram direito adquirido. Exemplo:
Atos-CONDIÇÃO são atos praticados quando al- autorização para instalação de banca de jornal em calça-
guém se submete a situações criadas pelos atos-regra, da.
sujeitando-se a alterações unilaterais. Exemplo: aceita-
ção de cargo público. ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
Quanto à eficácia, os atos administrativos podem
ser VÁLIDOS, NULOS, ANULÁVEIS, INEXISTENTES ou IR- Apesar de a sistematização adiante exposta ser
REGULARES. a mais conhecida (Hely Lopes Meirelles), é certo que ela
Atos VÁLIDOS são atos praticados pela autoridade não é consenso entre os doutrinadores. No entanto, por
competente que atendem a todos os requisitos exigidos ser a mais cobrada em provas de concursos, vamos nos
pela ordem jurídica. ater a essa divisão.
Atos NULOS são aqueles expedidos em desconfor- Atos NORMATIVOS são aqueles que contêm co-
midade com as regras do sistema normativo. Possuem mandos, em regra, gerais e abstratos para viabilizar o
defeitos insuscetíveis de convalidação, especialmente cumprimento da lei. Para alguns autores, tais atos seriam
nos requisitos do objeto, motivo e finalidade. Exemplo: leis em sentido material. São exemplos de atos normati-
ato praticado com desvio de finalidade. vos:
Atos ANULÁVEIS são os praticados pela Adminis- Decretos: atos resultantes da manifestação de
tração Pública com vícios sanáveis na competência ou vontade dos chefes do Executivo (Presidente da Repúbli-
na forma. Admitem convalidação. Exemplo: ato praticado ca, Governadores e Prefeitos). Essa espécie não se con-
por servidor incompetente. funde com o decreto legislativo previsto no inciso VI do
Atos INEXISTENTES são aqueles atos que possuem art. 59 da Constituição Federal, o qual equivale, do ponto
um vício gravíssimo no ciclo de formação, impeditivo da de vista formal, à lei, já que resulta do Poder Legislativo e
produção de qualquer efeito jurídico. Exemplo: ato prati- se compreende no processo de elaboração das leis.
cado por usurpador de função pública. Destaque-se que os chamados decretos regula-
Atos IRREGULARES são atos portadores de defei- mentares ou de execução (inc. IV do art. 84 da CF/1988)
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Capítulo 05 - Ato Administrativo: Validade, Eficácia; Atributos; Extinção,
Desfazimento e Sanatória; Classificação, Espécies e Exteriorização...
são indelegáveis, enquanto os autônomos podem ter cício de certas tarefas, como sindicâncias ou processos
suas matérias objeto de delegação (inc. VI do art. 84). Para administrativos disciplinares (portarias de nomeação).
melhor visualização, vejamos as aludidas disposições Algumas ostentam caráter normativo, e, nessa condição,
constitucionais (grifou-se): também podem ser enquadradas como atos dessa natu-
reza (normativos).
Circulares: é o instrumento de que se valem as au-
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Re- toridades para transmitir ordens internas uniformes a
pública: seus subordinados.
(...) Ordens de serviço: determinações especiais diri-
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem gidas aos responsáveis por obras ou serviços públicos
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel autorizando seu início, ou contendo imposições de ca-
execução; ráter administrativo, ou especificações técnicas sobre o
(...) modo e forma de sua realização (Hely Lopes Meirelles).
VI - dispor, mediante decreto, sobre: Também são utilizadas para transmitir determinações
a) organização e funcionamento da administração fe- a subordinados, quanto ao modo de conduzir certa tare-
deral, quando não implicar aumento de despesa nem fa. Exemplo: cabe a expedição de ordem de serviço para
criação ou extinção de órgãos públicos; determinar que um servidor do fisco realize auditoria em
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando va- instituição privada e o modo (uso das técnicas) que deva
gos; agir.
(...) Atos NEGOCIAIS são os atos que manifestam a
Parágrafo único. O Presidente da República poderá de- vontade da Administração em concordância com o inte-
legar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e resse de particulares. Possuem algumas características
XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Pro- comuns, tais como, a) todos dependem da concordância
curador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da do Poder Público; b) dependem do pedido do interessado
União, que observarão os limites traçados nas respec- (não são conferidos de ofíci o); e c) são necessários para
tivas delegações. legitimar a atividade a ser desenvolvida pelo interessado.
Regulamentos: são atos privativos do Poder Exe- De acordo com José dos Santos Carvalho Filho, por
cutivo que especificam mandamentos da lei e são postos meio dos atos negociais, o particular, com a anuência da
em vigência, em regra, por decretos. Em síntese, são atos Administração, poderá fazer algo que, antes, não poderia.
dependentes de outros, aos quais servem de “apêndice”. Daí também serem nominados de atos de consentimen-
to. São exemplos de atos negociais:
144 Instruções normativas: são atos administrativos
Licença: tem por objeto uma atividade material.
expedidos pelos Ministros de Estado para a execução das
leis, decretos ou regulamentos. É ato vinculado e definitivo, não podendo, em regra, ser
revogada. Só em condições excepcionais, a licença pode-
Direito Administrativo
Direito Administrativo
atos enunciativos: Atos enun- Certificam ou atestam uma situação
Certidões: são cópias ou fotocópias fiéis e autenti- ciativos existente.
cadas extraídas de livros, processos ou documentos em
poder da Administração e de interesse do administrado Atos Aplicam punições a agentes e particu-
requerente. A obtenção de certidões em repartições pú- punitivos lares.
blicas é direito constitucionalmente assegurado, confor-
me se vê na alínea b do inc. XXXIV do art. 5º da CF/1988. EXTINÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
Não havendo prazo, as certidões terão de ser ex-
pedidas no prazo de 15 dias, improrrogáveis, contados da
EFICAZ
data do registro do pedido, sob pena de responsabilidade
O ato administrativo é praticado, produz efeitos e
da autoridade omissa quanto à emissão do ato.
desaparece. Seu ciclo vital encerra-se de diversas ma-
Atestados: constituem uma declaração da Admi-
neiras, conhecidas como formas de extinção do ato ad-
nistração referente a uma situação de que tem conheci-
ministrativo.
mento em razão de atividade de seus órgãos. A diferença
As diversas modalidades extintivas do ato admi-
essencial com relação à certidão é que o fato ou situação
nistrativo eficaz podem ser assim sintetizadas:
constante do atestado não consta de livro ou arquivo da
Extinção natural: também chamada de extinção
Administração.
ipso iuri pelo cumprimento integral de seus efeitos, ocor-
Parecer: constitui manifestação de órgão técnico,
re quando o ato administrativo produz todos os efeitos
de caráter opinativo, em regra, sobre assuntos submeti-
que ensejaram sua prática, ocorrendo exaurimento inte-
dos a sua manifestação. São atos internos da Adminis-
gral de sua eficácia.
tração consultiva, isto é, a responsável por atender as
Extinção subjetiva: ocorre quando desaparece o
indagações que lhe forem formuladas.
destinatário/sujeito do ato. Exemplo: extinção da per-
Os pareceres podem ser obrigatórios ou facultati-
missão concedida a taxista que vem a óbito.
vos. No primeiro caso, a autoridade é obrigada a deman-
Extinção objetiva: ocorre com a extinção do obje-
dar a opinião do parecerista, em virtude de disposição da
to. Exemplo: extinção de permissão de uso de terreno de
norma nesse sentido. É o que acontece, por exemplo, em
marinha, que acabou invadido pelo mar.
processos licitatórios, nos quais a autoridade responsá-
Extinção por implemento de condição resolutiva
vel deve, obrigatoriamente, demandar a opinião da área
ou termo final: o ato é extinto quando sobrevém o evento
jurídica do órgão a respeito da legalidade das minutas de
preordenado a cessar sua aplicabilidade. Exemplo: tér-
editais (parágrafo único do art. 38 da Lei nº 8.666/1993).
mino do prazo de validade da habilitação para conduzir
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Capítulo 05 - Ato Administrativo: Validade, Eficácia; Atributos; Extinção,
Desfazimento e Sanatória; Classificação, Espécies e Exteriorização...
veículos.
Extinção por renúncia: ocorre quando o próprio
beneficiário abre mão da situação proporcionada pelo O motivo da revogação é a superveniência de fato novo
ato. Exemplo: exoneração de cargo a pedido do ocupante. impondo outro juízo sobre o interesse público relativo
Cassação: é a retirada do ato quando o destina- ao ato praticado. Portanto, o ato revocatório deve ser
tário descumpriu condições que deveriam permanecer fundamentado, apresentando-se qual foi o fato super-
atendidas a fim de dar continuidade à situação jurídica. veniente justificador da revogação, sob pena de anula-
Exemplo: habilitação para dirigir cassada porque o con- ção administrativa ou judicial.
dutor ficou cego. A doutrina alguns atos considerados irrevogáveis.
Caducidade ou decaimento: quando o ato perde Assim, não podem ser revogados os seguintes atos:
seus efeitos jurídicos em razão de norma jurídica super- • EXAURIDOS OU CONSUMADOS: com o funda-
veniente que impede a permanência da situação ante- mento de que o efeito da revogação é não re-
riormente consentida. Exemplo: perda do direito de uti- troativo, a retroação para alcançar os efeitos
lizar imóvel com fins comerciais com a aprovação de lei passados;
transformando a área em exclusivamente residencial. • VINCULADOS: a revogação tem por fundamen-
Contraposição: ocorre com a expedição de um se- tos razões de mérito, aspectos de conveniência
gundo ato, fundado em competência diversa, cujos efei- e de oportunidade, inexistentes, portanto, nos
tos são contrapostos aos do ato inicial, produzindo sua atos vinculados. Entretanto, há situações ex-
extinção. Exemplo: ato de nomeação de um funcionário cepcionais em que se admite a revogação de
extinto com a exoneração. ato vinculado, a exemplo da licença de obra de
construção, quando esta não tiver sido inicia-
INVALIDAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO da, conforme entendimento do STF;
• GERADORES DE DIREITOS ADQUIRIDOS: con-
A invalidação é um gênero que comporta as espé- forme previsto na jurisprudência do STF (Sú-
cies “anulação” e “revogação” mula 473);
• INTEGRANTES DE UM PROCEDIMENTO ADMI-
Revogação NISTRATIVO: porque a prática do ato sucessivo
acarreta a preclusão do ato anterior, a exemplo
Revogação é a extinção do ato administrativo per- da celebração de contrato administrativo, que
feito e eficaz, com eficácia ex nunc, praticada pela Admi- impede a revogação do ato de adjudicação.
146 nistração Pública e fundada em razões de interesse pú- • ATOS ENUNCIATIVOS: porque os efeitos são
blico (conveniência e oportunidade). prefixados pelo legislador, como os atestados,
Todo ato válido nasce com a presunção relativa de os pareceres e as certidões,;
• COMPLEXOS: como tais atos são formados pela
Direito Administrativo
Lei 9.784/1999, art. 53: A Administração deve anular Anulação é a extinção de um ato ilegal, determi-
seus próprios atos, quando eivados de vício de legali- nada pela Administração ou pelo Judiciário, com eficácia
dade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou retroativa, pois há vício no ato, relativo à legalidade ou à
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. legitimidade.
O ato nulo já nasce contrariando o ordenamento
Com o mesmo teor (grifou-se): jurídico. Assim, a anulação18 deve desconstituir os efeitos
desde a data da prática do ato administrativo defeituoso.
É por isso que a anulação produz efeitos retroativos, pas-
Súmula 473 do STF: A administração pode anular seus sados, ex tunc ou pretéritos19.
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam Apesar de os efeitos da anulação de um ato ad-
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revo-
gá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em to-
16
dos os casos, a apreciação judicial. A doutrina admite a possibilidade de indenização aos particulares
prejudicados pela revogação, desde que tenha ocorrido a extinção an-
Por envolver questão de mérito, a revogação só tes do prazo eventualmente fixado para permanência da vantagem.
pode ser praticada pela Administração Pública, e não 17
O ato revocatório deve ter, obrigatoriamente, a mesma forma do ato
pelo Poder Judiciário. No entanto, essa é uma afirmação revogado.
genérica, pois a revogação é de competência da mesma 18
Assim como na revogação, o ato anulatório deve observar a mesma
autoridade que praticou o ato revogado. Logo, quando Ju- forma utilizada para a prática do ato anulado.
diciário e o Legislativo praticam atos administrativos no 19
Em princípio, a anulação de ato administrativo não gera dever de in-
exercício de função atípica, a revogação pode ser por eles denizar o particular prejudicado, exceto se comprovadamente sofreu
determinada 17. dano especial para a ocorrência do qual não tenha colaborado.
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Capítulo 05 - Ato Administrativo: Validade, Eficácia; Atributos; Extinção,
Desfazimento e Sanatória; Classificação, Espécies e Exteriorização...
ministrativo retroagirem à data da prática do ato ilegal,
admite-se a produção de efeitos válidos em relação a
terceiro de boa-fé, podendo o ato anulado ensejar, por
exemplo, uma ação de reparação de dano. Quadro comparativo entre revogação e anulação
Nesse sentido, temos (grifou-se):
ITEM REVOGAÇÃO ANULAÇÃO
Lei 9.784/1999, art. 53: A Administração deve anular
seus próprios atos, quando eivados de vício de legali- Motivo Conveniência e Ilegalidade
dade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Competência Somente a Ad- Administração
ministração e Poder Judici-
Com o mesmo teor (grifou-se): ário
Súmula 473 do STF: A administração pode anular seus Efeitos Não retroativos Retroativos (ex
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam (ex nunc) tunc)
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revo- Natureza Decisão discri- Decisão vincu-
gá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, cionária lada
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em to-
dos os casos, a apreciação judicial. Alcance Atos discricio- Atos vinculados
nários e atos discricio-
Em que pese o uso do verbo “poder” na jurispru- nários
dência do Supremo Tribunal Federal, o entendimento
doutrinário é de que a Administração “deve” anular seus Prazo Não há 5 anos
atos ilegais. Daí, conclui-se que a anulação é um dever da
Administração, e não uma simples faculdade. CONVALIDAÇÃO
Ao contrário da revogação, a competência para
anular é tanto da Administração (de ofício ou por provo- Convalidação ou sanatória é uma forma de suprir
cação) quanto do Poder Judiciário (por provocação). defeitos leves do ato para preservar sua eficácia. A con-
Os fundamentos da anulação administrativa são o validação tem natureza vinculada (corrente majoritária),
poder de autotutela e o princípio da legalidade, tendo pra- constitutiva, secundária e eficácia ex tunc.
zo decadencial de cinco anos para ser decretada. O fundamento da convalidação é a preservação da
147
segurança jurídica e da economia processual, evitando-
-se que o ato viciado seja anulado e, em decorrência, seus
Direito Administrativo
Lei 9.784/99, art. 54: O direito da Administração de
anular os atos administrativos de que decorram efeitos efeitos sejam desconstituídos.
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, O art. 55 da Lei 9.784/1999 disciplina a convalida-
contados da data em que foram praticados, salvo com- ção nos seguintes termos:
provada má-fé.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acar-
Já a anulação judicial é decorrente do controle ex- retarem lesão ao interesse público nem prejuízo a
terno exercido sobre a atividade administrativa e se su- terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis
jeita ao prazo prescricional de cinco anos. poderão ser convalidados pela própria Administração.
Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Existem três espécies de convalidação:
Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação a) ratificação: quando a convalidação é realizada
contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja pela mesma autoridade que praticou o ato;
qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos b) confirmação: quando a convalidação é realizada
contados da data do ato ou fato do qual se originarem. por outra autoridade;
c) saneamento: nos casos em que o particular é
A doutrina considera que a anulação não pode ser quem promove a sanatória do ato.
realizada quando: O objeto da convalidação pode ser tanto um ato
• ultrapassado o prazo legal; administrativo discricionário como vinculado, com de-
• houver consolidação dos efeitos produzidos; feitos na COMPETÊNCIA ou na FORMA. Portanto, defeitos
• for mais conveniente para o interesse público no objeto, motivo ou finalidade são insanáveis, obrigando
manter a situação fática já consolidada do que a anulação do ato.
determinar a anulação (teoria do fato consu- • Vício de COMPETÊNCIA: em regra, é convalidá-
mado); vel; no entanto, se a competência é exclusiva e
• houver possibilidade de convalidação. o ato for praticado por outra autoridade, o ato
é nulo.
• Vício de FINALIDADE: NÃO é convalidável. O
ato praticado desviado de sua finalidade não
pode ser aproveitado.
• Vício de FORMA: em regra, é convalidável; no
entanto, se a forma for essencial, ou seja, for-
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Capítulo 06 - Serviços Públicos; Conceito, Classificação, Regulamentação e
Controle; Forma, Meios e Requisitos; Delegação: Concessão, Permissão...
ma necessária à validade do ato, o ato é nulo. direta de atividade econômica ocorrerá por meio das em-
• Vício de MOTIVO: NÃO é convalidável. O vício presas públicas e sociedades de economia mista.
de motivo ocorre quando a matéria de fato ou Já o campo dos SERVIÇOS PÚBLICOS é próprio do
de direito é materialmente inexistente ou ina- Estado, somente se admitindo prestação de serviços pú-
dequada ao resultado pretendido. blicos por particulares quando houver expressa delega-
• Vício de OBJETO: NÃO é convalidável. Há, na ção estatal, como ocorre nas concessões e permissões.
doutrina, quem defenda que, em se tratando de
objeto plúrimo, é possível a convalidação.
CONCEITO DE SERVIÇO PÚBLICO
CONVERSÃO De acordo com José dos Santos Carvalho Filho, ser-
viço público é “toda atividade prestada pelo Estado ou por
Conversão é o aproveitamento de ato defeituoso seus delegados, basicamente sob regime de direito públi-
como ato válido de outra categoria. Exemplo: contrato de co, com vistas à satisfação de necessidades essenciais e
concessão outorgado mediante licitação em modalida- secundárias da coletividade”.
de diversa da concorrência convertido em permissão de Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, serviço público
serviço público. é “toda atividade material que a lei atribui ao Estado para
O ato de conversão é constitutivo, discricionário e que a exerça diretamente ou por meio de seus delegados,
com eficácia ex tunc. com o objetivo de satisfazer concretamente às necessi-
dades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente
público”.
6. SERVIÇOS PÚBLICOS; CONCEITO, Já para Hely Lopes Meirelles, “serviço público é
CLASSIFICAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO E todo aquele prestado pela Administração ou por seus de-
legados, sob normas e controles estatais, para satisfazer
CONTROLE; FORMA, MEIOS E REQUISI- necessidades sociais essenciais ou secundárias da cole-
TOS; DELEGAÇÃO: CONCESSÃO, PERMIS- tividade ou simples conveniências do Estado”.
SÃO, AUTORIZAÇÃO. Ainda, segundo Celso Antônio Bandeira de Mello,
“serviço público é toda atividade de oferecimento de uti-
DOMÍNIO ECONÔMICO X SERVIÇO PÚBLI- lidade e comodidade material destinada à satisfação da
coletividade em geral, mas fruível singularmente pelos
CO administrados, que o Estado assume como pertinente a
148 seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faça
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu uma as vezes, sob regime de Direito Público – portanto, con-
divisão clara entre dois setores de atuação: o DOMÍNIO sagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições
ECONÔMICO (arts. 170 a 174) e o SERVIÇO PÚBLICO (arts.
Direito Administrativo
Direito Administrativo
justo que possa ser cobrado do beneficiário como remu-
neração pela prestação. Daí por que os serviços públicos A Empresa de Correios e Telégrafos – ECT, sendo em-
uti universi não podem ser dados em concessão nem re- presa pública federal de direito privado, não tem a titu-
munerados pela cobrança de taxas (são indivisíveis). Tais laridade do serviço postal, titularizando somente a sua
serviços são prestados diretamente pelo Estado e a sua prestação. Isso porque o serviço postal é titularizado
prestação é custeada pela receita proveniente de impos- pela União (art. 21, X, CF/1988).
tos.
Atividade jurisdicional, varrição de ruas, ilumina-
ção pública, coleta de lixo, limpeza pública, etc. COMPETÊNCIA PARA PRESTAÇÃO DO
Por sua vez, os serviços públicos UTI SINGULI, ou
serviços individuais, são prestados de modo a criar be- SERVIÇO PÚBLICO
nefícios individuais a cada usuário, podendo ser conce-
didos e custeados pela cobrança de taxas. A Constituição Federal de 1988 atribuiu diversos
serviços públicos à União, aos Estados, aos Municípios e
ao Distrito Federal. A regra é de que a prestação dos ser-
Energia residencial, água canalizada, transporte cole- viços públicos segue o princípio da predominância do
tivo, telefonia fixa, etc. interesse. Vejamos como foi feita a divisão de competên-
A segurança pública não pode ser usada como exemplo cias.
de serviço público uti universi, pois é atividade limita- - UNIÃO (art. 21, X a XII):
dora da esfera de interesses do particular. Assim, a se- a) manter o serviço postal e o correio aéreo nacio-
gurança pública é exemplo de manifestação do poder nal;
de polícia. b) explorar, diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão, os serviços de telecomunica-
A noção de serviço público é utilizada pela doutri-
ções, nos termos da lei;
na em sua acepção estrita, que compreende somente as
c) explorar, diretamente ou mediante autorização,
atividades estatais passíveis de fruição individualizada
concessão ou permissão, os serviços de radiodifusão so-
pelos usuários.
nora, e de sons e imagens;
d) explorar, diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão, os serviços e instalações de
energia elétrica e o aproveitamento energético dos cur-
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Capítulo 06 - Serviços Públicos; Conceito, Classificação, Regulamentação e
Controle; Forma, Meios e Requisitos; Delegação: Concessão, Permissão...
sos de água, em articulação com os Estados onde se situ- Administração e aos seus delegados privados
am os potenciais hidroenergéticos; o dever de prestar o serviço do modo exigido
e) explorar, diretamente ou mediante autorização, pela legislação e pelo contrato, e não segundo
concessão ou permissão, a navegação aérea, aeroespa- os critérios e preferências do prestador.
cial e a infraestrutura aeroportuária; • Princípio da OBRIGATORIEDADE: o Estado tem
f) explorar, diretamente ou mediante autorização, o dever jurídico de promover a prestação do
concessão ou permissão, os serviços de transporte fer- serviço público, não sendo essa prestação uma
roviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras simples faculdade discricionária.
nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou • Princípio da ATUALIZAÇÃO, modernidade ou
Território; adaptabilidade: a técnica empregada na pres-
g) explorar, diretamente ou mediante autorização, tação do serviço público, embora não tenha
concessão ou permissão, os serviços de transporte rodo- de ser a mais avançada disponível, precisa
viário interestadual e internacional de passageiros; mostrar-se compatível com o estágio de de-
h) explorar, diretamente ou mediante autorização, senvolvimento tecnológico vigente à época
concessão ou permissão, os portos marítimos, fluviais e da prestação. Em termos práticos, o princípio
lacustres. da atualização proíbe o retrocesso da técnica.
i) executar os “serviços” de polícia marítima, aero- Assim, por exemplo, o princípio da atualidade
portuária e de fronteiras; proíbe a substituição, no serviço de transporte
j) explorar os “serviços” e instalações nucleares de de passageiros, do ônibus por bondes com tra-
qualquer natureza. ção animal. Nesse sentido, o art. 6º, § 2º, da Lei
- ESTADOS (art. 25, § 2º): 8.987/1995 afirma que “a atualidade compre-
a) explorar diretamente, ou mediante concessão, ende a modernidade das técnicas, do equipa-
os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei. mento e das instalações e a sua conservação,
bem como a melhoria e expansão do serviço”.
- MUNICÍPIOS (art. 30): • Princípio da UNIVERSALIDADE ou GENERA-
a) organizar e prestar, diretamente ou sob regime LIDADE: a prestação do serviço público deve
de concessão ou permissão, os serviços públicos de in- ser estendida à maior quantidade possível de
teresse local, incluído o de transporte coletivo, que tem usuários.
caráter essencial; • Princípio da MODICIDADE DAS TARIFAS: signi-
b) prestar, com cooperação técnica e financeira da fica que o valor exigido do usuário a título de
União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da remuneração pelo uso do serviço deve ser o
150 população. menor possível, reduzindo-se ao estritamen-
DISTRITO FEDERAL (art. 32, § 1º): te necessário para remunerar o prestador com
a) atribuídas as competências legislativas reser- acréscimo de pequena margem de lucro. Daí
Direito Administrativo
vadas aos Estados e Municípios. Pode-se afirmar, com o nome “modicidade”, que vem de “módico”,
base nessa norma, que cabe ao Distrito Federal prestar isto é, algo barato, acessível. Como o princípio
todos os serviços públicos de competência estadual e é aplicável também na hipótese de serviço re-
municipal. munerado por meio de taxa, o mais apropriado
seria denominá-lo princípio da modicidade da
Existem serviços públicos de titularidade comum en- remuneração. Tal princípio é um instrumen-
tre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, como to para atender à universalidade na medida
saúde, educação, previdência social e assistência so- em que, quanto menor o valor exigido, maior
cial. Tais serviços, chamados ainda de serviços so- a quantidade de usuários beneficiados pela
ciais, também podem ser prestados por particulares prestação. Com o objetivo de reduzir ao máxi-
mediante autorização estatal. Porém, só serão consi- mo o valor da tarifa cobrada do usuário, a le-
derados serviços públicos propriamente ditos quando gislação brasileira prevê alguns mecanismos
prestados pelo Estado. jurídicos especiais, como a existência de fon-
tes alternativas de remuneração do prestador
(exemplo: espaços publicitários explorados
pelo concessionário ao lado da rodovia) e a de-
PRINCÍPIOS DO SERVIÇO PÚBLICO finição do menor valor da tarifa como um dos
critérios para decretar o vencedor da concor-
A prestação de serviços públicos, além de estar
rência pública que antecede a outorga da con-
submetida à incidência de todos os princípios gerais do
cessão de serviços públicos (arts. 9º e 11 da Lei
Direito Administrativo, conta com outros princípios es-
8.987/1995).
pecíficos. São eles:
• Princípio da ADEQUAÇÃO: de acordo com o • Princípio da CORTESIA: significa que o serviço
e as informações de interesse do usuário de-
disposto no art. 6º, § 1º, da Lei 8.987/1995, ser-
vem ser prestados com polidez e educação.
viço adequado é o que satisfaz as condições de
regularidade, continuidade, eficiência, segu-
• Princípio da TRANSPARÊNCIA: o usuário tem
direito de receber do poder concedente e da
rança, atualidade, generalidade, cortesia na
concessionária informações para defesa de
sua prestação e modicidade das tarifas (art. 6º,
interesses individuais ou coletivos (art. 7º, III,
§ 1º, da Lei 8.987/1995). Nota-se, portanto, que a
da Lei 8.987/1995).
adequação constitui verdadeiro princípio geral
da prestação dos serviços públicos, impondo à
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Capítulo 06 - Serviços Públicos; Conceito, Classificação, Regulamentação e
Controle; Forma, Meios e Requisitos; Delegação: Concessão, Permissão...
• Princípio da CONTINUIDADE: significa que a b) com o auxílio de particulares: os prestadores
prestação do serviço público não pode sofrer são selecionados por procedimento licitatório, ce-
interrupção, devendo ser promovida de forma lebrando contrato de prestação de serviços. Exem-
contínua e intermitente. Porém, o § 3º do art. 6º plo: coleta de lixo feita por empresa terceirizada. A
da Lei n. 8.987/95 disciplinou o alcance do refe- prestação direta com auxílio de particulares é feita
rido princípio nos seguintes termos: sempre em nome do Estado, e não em nome próprio
pelo prestador, razão pela qual, havendo prejuízo
decorrente da prestação, a responsabilidade pela
Não se caracteriza como descontinuidade do serviço reparação é exclusiva do Estado.
a sua interrupção em situação de emergência ou após
prévio aviso, quando: I – motivada por razões de ordem 2) PRESTAÇÃO INDIRETA POR OUTORGA: quando a
técnica ou de segurança das instalações; e, II – por prestação de serviços públicos é realizada por meio de
inadimplemento do usuário, considerado o interesse pessoas jurídicas especializadas criadas pelo Estado. É
da coletividade. o que ocorre com as autarquias, fundações públicas, as-
sociações públicas, empresas públicas e sociedades de
• Assim, pondo fim à grande polêmica quan- economia mista.
to à legitimidade do corte do fornecimento do A remuneração paga pelo usuário ao prestador tem
serviço em caso de falta de pagamento, a Lei natureza de taxa. A responsabilidade pela reparação de
de Concessões admite expressamente que danos decorrentes da prestação de serviços outorgados
o inadimplemento é causa de interrupção da é objetiva e direta do prestador, e não da Administração
prestação de serviço, desde que observada a direta. Porém, o Estado responde subsidiariamente pelo
necessidade de prévio aviso. valor da indenização na hipótese de o orçamento da au-
• Princípio da IGUALDADE: os serviços públi- tarquia, fundação, associação pública, empresa pública
cos devem ser prestados de modo isonômico ou sociedade de economia mista não serem suficientes
a todos os usuários, sem privilégios ou discri- para suportar o montante indenizatório.
minações. Com base no mesmo princípio, de- Exemplo: serviço postal exercido pela Empresa de
ve-se dar tratamento especial a usuários em Correios e Telégrafos.
condições faticamente diferenciadas, como 3) PRESTAÇÃO INDIRETA POR DELEGAÇÃO: é reali-
ocorre nos casos de transporte público adap- zada, após regular licitação, por meio de concessionários
tado para portadores de deficiência e das tari- e permissionários, desde que a deleção tenha previsão
fas mais reduzidas para usuários economica- em lei específica (concessão) ou autorização legislativa
mente hipossuficientes. (permissão). Prestação indireta por delegação só pode 151
• Princípio da MOTIVAÇÃO: todas as decisões ocorrer em relação a serviços públicos uti singuli.
relacionadas com a prestação do serviço de- A responsabilidade por danos causados a usuários
Direito Administrativo
vem ser fundamentadas. ou terceiros em razão da prestação do serviço é direta e
• Princípio do CONTROLE: as condições de pres- objetiva do concessionário ou permissionário, respon-
tação do serviço público estão sujeitas a fis- dendo o Estado somente em caráter subsidiário. Nota-se,
calização por parte da própria Administração portanto, que as regras aplicáveis ao serviço delegado
(controle interno) e pela via judicial (controle continuam sendo de direito público. A remuneração paga
externo). pelo usuário tem natureza jurídica de tarifa ou preço pú-
• Princípio da REGULARIDADE: a prestação do blico.
serviço deve observar as condições e horários Exemplos: rodovia dada em concessão, transporte
adequados diante dos interesses da coletivi- aéreo de passageiros, telefonia fixa e radiodifusão sono-
dade, sem atrasos ou intermitências. ra (rádios) ou de sons e imagens (emissoras de televisão).
• Princípio da EFICIÊNCIA: o serviço público
deve ser prestado buscando a melhor qualida- RESPONSABILIDADE DO PRESTADOR DE
de e os mais altos índices de aproveitamento
possíveis. SERVIÇOS PÚBLICOS
• Princípio da SEGURANÇA: a prestação do ser-
viço não pode colocar em risco a integridade A responsabilidade patrimonial do prestador de
dos usuários ou a segurança da coletividade. serviços públicos é sempre objetiva por danos causados
a usuários ou a terceiros, não importando se a prestação
está a cargo do próprio Estado, entidades da Administra-
FORMAS DE PRESTAÇÃO ção indireta, concessionários ou permissionários.
A exceção está nos danos por omissão, quando as
A prestação do serviço público pode se dar de di- condutas omissivas ensejam responsabilidade subjeti-
versas formas: va.
1) PRESTAÇÃO DIRETA: é aquela realizada pelo pró-
prio Estado (Administração Pública direta). Se houver FORMAS DE REMUNERAÇÃO
cobrança em troca da prestação direta, a remuneração
terá natureza tributária de taxa. A prestação direta pode O ordenamento jurídico brasileiro prevê basica-
ser realizada de dois modos: mente três formas de remuneração para a prestação de
a) pessoalmente pelo Estado: quando promovi- serviços públicos:
da por órgãos públicos da Administração Direta. 1) TARIFA: também chamada de preço público, é a
Exemplo: varrição de ruas; remuneração paga pelo usuário quando serviço público
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Capítulo 06 - Serviços Públicos; Conceito, Classificação, Regulamentação e
Controle; Forma, Meios e Requisitos; Delegação: Concessão, Permissão...
uti singuli é prestado indiretamente, por delegação, nas e lucro para o prestador. Exemplo: venda de refeições a
hipóteses de concessão e permissão. preços populares por empresa pública municipal.
A tarifa é uma contrapartida sem natureza tribu- Já para Celso Antônio Bandeira de Mello, os servi-
tária, mas de cunho privado-contratual. Não sendo tri- ços públicos podem ser divididos em quatro categorias:
buto, está dispensada do cumprimento dos princípios da a) serviços de prestação obrigatória e exclusiva do
legalidade e da anterioridade, razão pela qual pode ser Estado: são aqueles que somente podem ser prestados
majorada por ato administrativo do poder concedente, e diretamente pelo Estado ou por entidades estatais, não
a exigência será realizada imediatamente, sem necessi- admitindo delegação a particulares. São casos em que o
dade de observância do intervalo de não surpresa carac- Estado tem que prestar sozinho o serviço. Exemplo: ser-
terístico da anterioridade tributária. viço postal e correio aéreo nacional;
Exemplo de serviço público remunerado por tarifa: b) serviços que o Estado tem obrigação de prestar
o valor do pedágio cobrado nas rodovias exploradas por e obrigação de conceder: são casos em que a Constituição
particulares. determina a prestação pelo Estado e simultaneamente a
2) TAXA: é uma contrapartida tributária utilizada delegação a particulares. Em tais hipóteses, o Estado tem
nas hipóteses de prestação direta pelo Estado de serviço que prestar junto com particulares. Exemplo: radiodifu-
público uti singuli. Também serão remunerados por ta- são sonora (rádio) e de sons e imagens (televisão);
xas os serviços públicos outorgados a pessoas jurídicas c) serviços que o Estado tem obrigação de prestar,
da Administração indireta, como autarquias, empresas mas sem exclusividade: é o caso dos serviços de saúde e
públicas e sociedades de economia mista. educação, que, quando prestados pelo Estado, são servi-
Em razão de sua natureza tributária, as taxas so- ços públicos. Neles, o Estado não pode admitir prestação
mente podem ser criadas ou majoradas por meio de lei somente por particulares;
(art. 150, I, CF/1988), e sua cobrança está submetida ao in- d) serviços que o Estado não é obrigado a prestar,
tervalo mínimo imposto pelo princípio da anterioridade mas, não os prestando, terá de promover-lhes a presta-
(art. 150, III, b e c, CF/1988). ção, mediante concessão ou permissão: trata-se de ser-
Exemplo de serviço público remunerado por taxa: viços que devem obrigatoriamente ser prestados pelo
serviço postal prestado pelos correios. Estado ou por particulares. Exemplo: fornecimento de
3) IMPOSTO: no caso de serviços públicos uti uni- gás canalizado.
versi, não se pode falar propriamente em remuneração,
mas em prestação custeada pelas receitas provenientes DIREITOS DO USUÁRIO
de impostos.
Exemplo: serviço de limpeza e conservação de lo- Nos termos do disposto no art. 7º da Lei 8.987/1995,
152 gradouros públicos. são direitos e obrigações dos usuários, além daqueles es-
tabelecidos no Código de Defesa do Consumidor:
CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLI- a) receber serviço adequado;
Direito Administrativo
Direito Administrativo
de um serviço público e este aceita prestá-lo em nome do são:
poder público e regulado pelo Poder Concedente, assu- • depende de licitação, sob qualquer modalida-
mindo todo o risco e remunerando-se pela cobrança de de;
tarifa diretamente do usuário do serviço e tendo a garan- • pode ser formalizada com pessoa física ou
tia de um equilíbrio econômico financeiro. pessoa jurídica, não podendo ser celebrada
Vejamos as principais características da conces- com consórcios de empresas, os quais não têm
são: personalidade jurídica;
• exige autorização legislativa; • a capacidade de desempenho será demonstra-
• sua regulamentação ocorre por meio de decre- da durante a licitação, mais especificamente
to; na fase da habilitação;
• a delegação exige licitação na modalidade • a própria permissionária responde pelos pre-
“concorrência”20; juízos causados a terceiros, mas a Administra-
• não pode ser formalizada com pessoa física, ção pode ser chamada a responder em caráter
mas apenas pessoa jurídica; entretanto, pode subsidiário (depois de esgotadas as forças da
ser celebrada com ente despersonalizado, concessionária);
como é o caso dos consórcios de empresas, os • pode ser revogada sem indenização, exceto
quais não têm personalidade jurídica; quando estiver fixado em lei o prazo de vigên-
• não transfere a titularidade, mas apenas a cia da permissão (permissão condicionada).;
execução dos serviços; • se revogada ou alterada, pode dar causas para
• o contrato pode ser alterado unilateralmen- indenização;
te pelo poder concedente, que pode retornar o • é ato unilateral, ou seja, é ato administrativo e
serviço, mediante indenização. não contrato;
• encerrando o contrato, os direitos e bens do • discricionariedade é a liberdade que a lei con-
serviço voltam ao poder concedente; cede para o gestor decidir com parâmetros de
• a alteração de tarifa se faz por decreto;
• o concessionário tem garantia de rentabilida-
de assegurada. 20
Nas privatizações havidas no âmbito do Programa Nacional de De-
sestatização, é possível o uso da modalidade de licitação leilão (§ 3º do
A extinção da concessão ocorre por: art. 4º da Lei 9.491/1997). Com a venda das ações, o Estado transfere o
• advento do termo contratual: retorno do servi- controle acionário para particulares, os quais passam à condição de
prestadores de serviços públicos.
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Capítulo 07 - Controle e Responsabilização da Administração: Controle
contrato;
• há discricionariedade no interesse particular;. Introdução
• é precária, pois pode ter fim a qualquer mo-
mento; A atuação da Administração Pública se sujeita,
• é intuitu persona. dentre outros, ao princípio da indisponibilidade do inte-
resse público. Isso significa dizer que o titular do patri-
Por fim, vejamos um quadro que resume as prin- mônio público é o povo, enquanto que a Administração
cipais características das concessões, permissões e au- Pública apenas o administra.
torizações: Ainda, temos que a Administração Pública (por
meio de seus agentes) só atua, direta ou indiretamente,
no interesse da coletividade. Essa atuação, por sua vez, é
regida pela legislação, que atribui competências e limites
aos agentes públicos no exercício de tais atribuições.
É nesse contexto que encontramos os instrumen-
tos jurídicos de fiscalização sobre a atuação dos agentes,
órgãos e entidades componentes de toda a Administra-
ção Pública: o CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
21
Outro importante mecanismo de controle que se destaca é o chama-
do CONTROLE SOCIAL ou POPULAR, ou seja, o controle exercido pelos
cidadãos, por meio de instrumentos colocados à sua disposição. Ape-
sar dessa ressalva, esse tipo de controle não é, ainda, instância decisó-
ria ou executiva, mas sim consultiva (de regra), por meio da qual a Ad-
ministração colhe informações para uma decisão de sua incumbência.
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Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle
José dos Santos Carvalho Filho afirma que os meca- antes da formação do ato controlado. Exemplo, o manda-
nismos de controle sobre a Administração Pública têm do de segurança (preventivo) impetrado para impedir a
como objetivos fundamentais garantir o respeito aos prática de ato ilegal;
direitos subjetivos dos usuários e assegurar a obser- b) CONTROLE CONCOMITANTE ou SUCESSIVO:
vância das diretrizes constitucionais da Administra- promovido concomitantemente ao desenvolvimento
ção. do ato controlado. Assim como o controle prévio, possui
caráter preventivo, pois permite coibir irregularidades
Cabe, nesse momento, destacar o art. 2º da CF/1988 tempestivamente. Como exemplo, temos a fiscalização
(grifou-se): de obra pública durante a sua execução;
c) CONTROLE POSTERIOR, CORRETIVO ou A POS-
TERIORI: é realizado após a prática do ato controlado.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmô- Assim, visa corrigir irregularidades e verificar o respon-
nicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. sável que lhe tenha dado causa. Citam-se, como exem-
plos, a ação popular proposta visando anular ato lesivo ao
Essa independência e harmonia, no entanto, é re- patrimônio público e chamados “atos sujeito a registros”,
lativizada pelas disposições constitucionais que autori- que demandam a apreciação de Tribunal de Contas com-
zam a interferência de um Poder sobre o outro21, permi- petente.
tindo-se que se contenham possíveis abusos (SISTEMA
DE FREIOS E CONTRAPESOS).
Quanto ao alcance ou extensão:
a) CONTROLE INTERNO: realizado por um Poder
O tema “Controle da Administração” não alcança as sobre seus próprios órgãos e agentes. Como exemplo, te-
funções típicas dos demais Poderes e órgãos autôno- mos o controle das chefias sobre os subordinados;
mos, mas apenas suas funções administrativas. b) CONTROLE EXTERNO: quando o órgão fiscaliza-
dor está fora do âmbito do Poder controlado. Exemplo: ato
Por fim, destacamos que o controle da Administra- da Administração anulado por sentença judicial.
ção Pública é tema que remonta ao Decreto-lei 200/1967, Quanto à natureza:
ou seja, bem anterior à Carta Política de 1988 (grifou-se): a) CONTROLE DE LEGALIDADE: verifica a compa-
tibilidade da atuação administrativa com as normas do
Art. 6º As atividades da Administração Federal obede- ordenamento jurídico. Pode ser exercido pela própria
cerão aos seguintes princípios fundamentais: Administração ou pelo Poder Judiciário. Exemplo: anula-
a) planejamento; b) coordenação; c) descentralização; ção de contrato administrativo por violar termos da Lei 155
d) delegação de competência; e) controle. de Licitações e Contratos (Lei 8.666/1993);
b) CONTROLE DE MÉRITO: é o controle que analisa
Direito Administrativo
a conveniência e oportunidade dos atos do órgão contro-
Classificação das formas de controle lado; logo, somente a própria Administração pode exer-
cer esse controle, não se admitindo controle do mérito de
A doutrina classifica as formas de controle da Ad- atos administrativos (elementos MOTIVO e FORMA) pelo
ministração em diversos critérios. Poder Judiciário, exceto quanto aos atos praticados pelo
próprio Judiciário no exercício de função atípica. Exem-
Quanto ao órgão ou natureza do controlador22: plo: revogação de ato administrativo.
a) CONTROLE ADMINISTRATIVO OU INTERNO: é o
controle no âmbito da própria Administração (poder de
autotutela). O recurso hierárquico é um exemplo; O Poder Judiciário pode analisar os possíveis casos de
b) CONTROLE LEGISLATIVO OU PARLAMENTAR: contradição a princípios, como moralidade e eficiência,
é aquele realizado pelos órgãos legislativos, com auxí- por exemplo, ou os que forem desproporcionais ou não
lio dos Tribunais de Contas. Como exemplo, citam-se as pautados em critérios previstos em lei, sem que isso
CPI’s (Comissões Parlamentares de Inquérito); configure invasão ao mérito do ato controlado.
c) CONTROLE JUDICIAL: é o controle promovido, de
regra, por provocação da parte interessada, por meio de Quanto ao âmbito:
ações junto ao Poder Judiciário. Como exemplo, temos os a) CONTROLE POR SUBORDINAÇÃO: é aquele rea-
mandados de segurança e as ações civis públicas. lizado por autoridade hierarquicamente superior àquele
que praticou o ato controlado. Destaca-se que as entida-
STF – AI 832901/RJ des descentralizadas (leia-se Administração Indireta)
Não viola o princípio da separação dos poderes o con- não estão submetidas à sujeição hierárquica em relação
trole pelo Poder Judiciário de ato administrativo eivado ao Poder Central (leia-se Administração Direta). Exem-
de ilegalidade ou abusividade, o qual envolve a verifi- plo desse controle á a anulação, pelo Presidente da Re-
cação da efetiva ocorrência dos pressupostos de fato e pública, de ato praticado por Ministro de Estado. Vigora
direito, podendo o Judiciário atuar, inclusive, nas ques- 22
tões atinentes à proporcionalidade e à razoabilidade. Por ser a classificação mais exigida em concursos públicos, esse cri-
tério será detalhado em tópicos específicos.
23
O poder de autotutela da Administração não é ilimitado. Na esfera
Quanto ao momento de exercício ou oportunidade:
federal, por exemplo, temos o prazo decadencial de cinco anos. Ultra-
a) CONTROLE PRÉVIO, PREVENTIVO ou A PRIORI: é
passado esse prazo, sem manifestação do Poder Público, ocorrerá a
o controle com caráter preventivo, orientador, realizado
convalidação tácita do ato, salvo se comprovada má-fé.
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Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle
aqui o poder de autotutela23, que é o poder decorrente da Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independen-
hierarquia existente nas relações de subordinação entre temente do pagamento de taxas:
os órgãos integrantes de uma mesma estrutura de Poder. a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa
b) CONTROLE POR VINCULAÇÃO: é o controle de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
exercido pela Administração Direta sobre as entidades b) a obtenção de certidões em repartições públicas,
descentralizadas. Por ser a relação existente, entre o para defesa de direitos e esclarecimento de situações
órgão supervisor e a entidade supervisionada, de mera de interesse pessoal;
vinculação, há aqui o que a doutrina chama de tutela ad- (...)
ministrativa (supervisão ministerial ou controle finalís- LV - aos litigantes, em processo judicial ou administra-
tico). Temos, como exemplo, o poder de fiscalização do tivo, e aos acusados em geral são assegurados o con-
Ministério da Previdência Social sobre a autarquia INSS, traditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
vinculada à sua pasta. inerentes;
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Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle
que, em razão de seu ofício, toma conhecimento de uma quica em relação a quem praticou o ato. Tal modalidade
irregularidade. de recurso só pode ser interposta mediante expressa
A reclamação administrativa, ainda citando os en- previsão legal. É exemplo o recurso encaminhado ao Mi-
sinamentos do saudoso Hely Lopes Meirelles, “é a oposi- nistério da Previdência Social contra decisão da autar-
ção expressa a atos da Administração que afetem direi- quia INSS.
tos ou interesses legítimos do administrado. O direito de Por fim, o instituto da revisão, que é o direito de
reclamar é amplo e se estende a toda pessoa física ou ju- petição de que se utiliza o servidor público, punido pela
rídica que se sentir lesada ou ameaçada de lesão pessoal Administração, para reexame da decisão, em caso de
ou patrimonial por atos ou fatos administrativos”. surgirem fatos novos suscetíveis de demonstrar a sua
inocência.
Na Lei 8.112/1990, está expresso que a revisão não
O artigo 103-A, § 3º, da Constituição Federal, acres- autoriza a agravação da pena, devendo concluir, se julga-
centado pela Emenda Constitucional nº 45/04 e regu- da procedente, pela redução ou cancelamento da pena.
lamentado pela Lei 11.417/2006. prevê modalidade de Também, a Lei 9.784/1999 estabelece que da revisão do
reclamação administrativa que pode ser proposta, pe- processo não poderá resultar agravamento da sanção.
rante o Supremo Tribunal Federal, depois de esgotadas
as vias administrativas, quando a decisão proferida
pela Administração Pública contrariar o enunciado de Coisa julgada administrativa e prescrição
súmula vinculante. Se a reclamação for julgada proce- administrativa
dente, a decisão do Supremo Tribunal Federal é de cum-
primento obrigatório para a autoridade administrativa Apesar de expressões típicas do direito processual
que praticou o ato contrário à súmula, bem como para civil e penal, ambas possuem relevância no Direito Ad-
ministrativo.
a autoridade competente para decidir o recurso admi- No meio judicial, coisa julgada é decisão judicial de
nistrativo. De acordo com o dispositivo constitucional, que já não caiba recurso (art. 6°, § 3°, da Lei de Introdução
se a reclamação for julgada procedente, o Supremo Tri- às Normas do Direito Brasileiro).
bunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará Nas palavras de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a
a decisão judicial impugnada determinando que outra coisa julgada pode ser formal e material.
seja proferida com ou sem aplicação da súmula, confor- Coisa julgada formal caracteriza-se pela imutabi-
me o caso. De forma um pouco diferente, o artigo 64-B lidade da sentença, dentro do processo em que foi profe-
da Lei nº 9. 784, acrescentado pela Lei nº 11.417, determi- rida, por não ser cabível mais qualquer recurso. Já a coisa
na que, “acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a re- julgada material equivale à autoridade da sentença, que 157
clamação fundada em violação de enunciado da súmu- passa a fazer lei entre as partes.
la vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e Como sabemos, o critério de definitividade é traço
Direito Administrativo
ao órgão competente para o julgamento do recurso, que formal do Poder Judiciário; logo, a coisa julgada material
deverão adequar as futuras decisões administrativas não está presente no âmbito administrativo.
em casos semelhantes, sob pena de responsabiliza- Assim, a maneira mais simples de definir a coisa
ção pessoal nas esferas cível, administrativa e penal”. julgada administrativa é a adotada por Diógenes Gaspa-
Conjugando os dois dispositivos, tem-se que entender rini, segundo o qual, ocorre quando inexiste, no âmbito
que, se o Supremo Tribunal Federal julgar procedente a administrativo, possibilidade de reforma da decisão ofe-
reclamação, ele anulará o ato e dará ciência à autorida- recida pela Administração Pública.
de prolatora da decisão e ao órgão competente para jul- Vejamos alguns exemplos de coisa julgada admi-
gar o recurso, os quais, nas futuras decisões, deverão nistrativa:
obedecer à súmula sob pena de responsabilidade civil, a) quando a decisão administrativa se torna irre-
administrativa e penal (Maria Sylvia Zanella Di Pietro). vogável por razões de mérito (oportunidade e conveni-
ência);
O pedido de reconsideração é, de acordo com Ma- b) quando há perda, pela Administração, do prazo
ria Sylvia Zanella Di Pietro, o direito “pelo qual o interes- de decadência para rever os atos ilegais favoráveis ao in-
sado requer o reexame do ato à própria autoridade que o teressado (nos termos do art. 54 da Lei 9.784/1999);
emitiu”. Vejamos um exemplo previsto no art. 106 da Lei c) quando ocorre a prescrição na esfera judicial; e
8.112/1990: d) quando há decisão proferida pelo Poder Judiciá-
rio, com força de coisa julgada material.
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade
que houver expedido o ato ou proferido a primeira de- Assim como no conceito de coisa julgada, a pres-
cisão, não podendo ser renovado. crição administrativa difere da prescrição judicial. Nes-
sa, é a ocorrência da perda do direito de ação. Já a prescri-
O recurso hierárquico próprio é aquele encami- ção administrativa possui diversas conotações:
nhado à autoridade superior à que praticou o ato. Esse re- a) a perda, pelo administrado, do prazo para recor-
curso pode ser interposto sem necessidade de previsão rer de decisão administrativa;
legal, pois é inerente à organização escalonada da Admi- b) a perda, pela Administração Pública, do prazo
nistração. Como exemplo, temos o recurso contra ato de para rever os próprios atos; e
autuação dirigido à chefia do setor de fiscalização. c) a perda do prazo para punir.
O recurso hierárquico impróprio é dirigido à auto-
ridade que não ocupa posição de superioridade hierár-
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Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle
Controle legislativo ou parlamentar Art. 48, X - Cabe ao Congresso Nacional legislar sobre
criação e extinção de Ministérios e órgãos da adminis-
O controle legislativo é realizado pelos órgãos le- tração pública;
gislativos (leia-se TITULARIDADE do Congresso Nacio- (...)
nal, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa Art. 49, V - É da competência exclusiva do Congresso
e das Câmaras Municipais), com auxílio dos Tribunais de Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo
Contas. Sua abrangência inclui o controle direito ou polí- que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de
tico sobre o próprio exercício da função administrativa e delegação legislativa;
o controle indireto ou técnico-financeiro sobre a gestão (...)
dos gastos públicos dos três Poderes. Art. 50 - A Câmara dos Deputados e o Senado Federal,
Observe o art. 70 da CF/1988, a seguir (grifou-se): ou qualquer de suas Comissões, poderão convocar Mi-
nistro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos dire-
tamente subordinados à Presidência da República para
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamen-
prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto
tária, operacional e patrimonial da União e das enti-
previamente determinado, importando crime de res-
dades da administração direta e indireta, quanto à le-
ponsabilidade a ausência sem justificação adequada;
galidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
(...)
subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presiden-
sistema de controle interno de cada Poder.
te da República nos crimes de responsabilidade, bem
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa físi-
como os Ministros de Estado e os Comandantes da Ma-
ca ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,
rinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mes-
guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e va-
ma natureza conexos com aqueles;
lores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, (...)
em nome desta, assuma obrigações de natureza pecu- Art. 58, § 3º - As comissões parlamentares de inquérito,
niária. que terão poderes de investigação próprios das autori-
dades judiciais, além de outros previstos nos regimen-
Os grifos acima nos faz lembrar o critério de con- tos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara
trole quanto ao alcance ou extensão: dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
separadamente, mediante requerimento de um terço
a) CONTROLE INTERNO: realizado por um Poder
158 sobre seus próprios órgãos e agentes. Como exemplo, te-
de seus membros, para a apuração de fato determinado
e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso,
mos o controle das chefias sobre os subordinados; encaminhadas ao Ministério Público, para que promo-
b) CONTROLE EXTERNO: quando o órgão fiscaliza-
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Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle
controle do Poder Judiciário.
Entretanto, vejamos a seguinte jurisprudência
(grifou-se):
Direito Administrativo
de que os primeiros são órgãos técnicos estaduais, res-
Sobre o julgamento das contas prestadas pelo Pre-
ponsáveis pelo controle externo de todos os municípios
sidente da República, merece detalhamento a hipótese
do Estado. Os segundos são órgãos municipais que exer-
de inércia do chefe do Poder Executivo federal (grifou-
cem o controle externo somente no âmbito do Município
-se):
no qual foram instituídos.
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Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle
26
Exemplos de atos interna corporis são os regimentos de Tribunais e
de Casas Legislativas.
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Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle
de multa; dução de prova documental pré-constituída, ou seja, im-
• Quebrar sigilo fiscal, bancário e telefônico; possibilita a dilação probatória, que em síntese significa
• Sustar, como regra, contratos administrativos. a produção de outros meios de prova para fundamentar a
pretensão do impetrante.
Por fim, algumas considerações pertinentes: Quanto ao uso do mandado de segurança, mere-
• As decisões tomadas pelos Tribunais de Con- cem destaques os seguintes entendimentos jurispru-
tas têm força de título executivo extrajudicial denciais do Supremo Tribunal Federal:
(art. 71, § 3º, CF/1988). • Não cabe mandado de segurança contra lei em
• A Corte de Contas federal é composta por NOVE tese (Súmula 266).
MINISTROS, escolhidos da seguinte forma (art. • Não cabe mandado de segurança contra ato
73, § 2º, CF/1988): judicial passível de recurso ou correição (Sú-
»» Três (um terço) pelo Presidente da Repúbli- mula 267).
ca, com aprovação do Senado Federal, sendo • Não cabe mandado de segurança contra deci-
que a escolha de um desses é livre, enquanto são judicial com trânsito em julgado (Súmula
a dos outros dois deve ser feita alternada- 268).
mente entre Auditores (Ministros-substitu- • Mandado de segurança não é substitutivo de
tos) e membros do MPTCU, segundo critérios ação de cobrança (Súmula 269).
de antiguidade e merecimento, escolhidos
em lista tríplice apresentada pelo próprio II) MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO (art. 5º,
Tribunal; LXX, CF/1988 e Lei 12.016/2009): o mandado de seguran-
»» •Seis (dois terços) pelo Congresso Nacional, ça coletivo pode ser impetrado por partido político com
todos de escolha livre, sem necessidade de representação no Congresso Nacional e por organização
aprovação posterior pelo Senado Federal. sindical, entidade de classe ou associação legalmente
• Os demais Tribunais de Contas possuem a constituída e em funcionamento há pelo menos um ano,
composição disposta no art. 75 da CF/1988: em defesa dos interesses de seus membros ou associa-
SETE CONSELHEIROS. dos.
• Todas essas autoridades têm status de magis- O detalhe aqui é o fato de que o prazo mínimo de
trados, já que exercem a função de judicatura funcionamento (01 ano) é exigência restrita às ASSOCIA-
de contas. ÇÕES.
• Junto ao Tribunal de Contas funcionará um
Ministério Público, que não se confunde com
o Ministério Público da União ou Ministério De acordo com a jurisprudência do STF, as associações, 161
Público dos Estados. O MP que atua junto ao quando impetram mandado de segurança coletivo em
TCU possui natureza “especial”, com membros favor de seus filiados, atuam como substitutos proces-
Direito Administrativo
próprios. suais, não dependendo, para legitimar sua atuação em
Juízo, de autorização expressa de seus associados, nem
Controle judicial de que a relação nominal desses acompanhe a inicial do
mandamus (MS 23.769/BA).
O controle judicial das atividades administrativas
é realizado sempre mediante provocação, podendo ser III) HABEAS CORPUS (art. 5º, LXVIII, CF/1988): cabí-
prévio ou posterior. Como o Brasil adota o modelo inglês vel sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
da jurisdição una, e não o modelo francês do contencioso sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomo-
administrativo, todas as causas são decididas pelo Poder ção, por ilegalidade ou abuso de poder.
Judiciário, mesmo aquelas que envolvam interesse da IV) AÇÃO POPULAR (art. 5º, LXXIII, CF/1988 e Lei
Administração. 4.717/1965): proposta por qualquer cidadão, visando anu-
Em síntese, o Poder Judiciário deverá apreciar lar ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que
qualquer lesão ou ameaça a direito, mesmo que o autor o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
da lesão seja o poder público. E no caso, as ações judiciais ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
de controle sobre a Administração podem ser utilizadas autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais
tanto em caso de lesão efetiva quanto na hipótese de e do ônus da sucumbência.
ameaça a direito ou interesse do particular. Extrai-se da previsão constitucional que uma pes-
Segundo a doutrina, os únicos limites importantes soa jurídica não pode propor ação popular (STF - Súmula
ao controle judicial das atividades administrativas dizem 365). Para os efeitos desse tipo de ação, cidadão é o brasi-
respeito aos atos políticos e aos atos interna corporis26. leiro, nato ou naturalizado, no gozo dos direitos políticos,
As mais importantes ações de controle judicial da ou seja, que tem a possibilidade de, ao menos, votar nos
Administração Pública são: processos eleitorais.
I) MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL (art. 5º, Maria Sylvia Zanella Di Pietro explica que, a rigor,
LXIX, CF/1988 e Lei 12.016/2009): impetrado para pro- basta a qualidade de eleitor, uma vez que o art. 1º, § 3º, da
teger direito líquido e certo, não amparado por habeas Lei 4.717/1965, exige que a prova da cidadania, para in-
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilega- gresso em juízo, seja feita com o título eleitoral ou com
lidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agen- documento que a ele corresponda. Excepcionalmente,
te de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder poderá ser ajuizada por estrangeiro, mas não qualquer
Público. estrangeiro, apenas o português equiparado (§ 1º do art.
O mandado de segurança somente admite a pro- 12, CF/1988).
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Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle
VI) HABEAS DATA (art. 5º, LXXII, CF/1988 e Lei Haja vista a natureza patrimonial dos prejuízos
9.507/1997): visando assegurar o conhecimento, retifica- ensejadores dessa reparação, conclui-se que tal respon-
ção ou contestação de informações relativas à pessoa do sabilidade é CIVIL.
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados Por vincular-se a danos sofridos em relações jurí-
de entidades governamentais ou de caráter público. dicas de sujeição geral - pessoas sem especial vincula-
Devemos lembrar que as bancas têm considera- ção contratual com o Estado -, a responsabilidade é EX-
do a necessidade de exaurimento da via administrativa TRACONTRATUAL.
para que se possa levar a matéria à apreciação judicial Os danos indenizáveis podem ser materiais, mo-
162 rais ou estéticos.
por habeas data. Ou seja, a impetração do habeas data
apenas tem cabimento quando a informação ou retifica- O tema da responsabilidade civil do Estado é disci-
ção for negada. plinado pelo art. 37, § 6º, da Constituição Federal (grifou-
Direito Administrativo
-se):
VII) AÇÃO CIVIL PÚBLICA (art. 129, III, CF/1988 e Lei
7.347/1985): proposta para proteção de direitos difusos ou
coletivos, como meio ambiente, defesa do consumidor, As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
ordem urbanística, bens e direitos de valor artístico, in- privado prestadoras de serviços públicos responderão
fração à ordem econômica e à ordem urbanística. pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causa-
São legitimados para a propositura de ação civil rem a terceiros, assegurado o direito de regresso con-
pública: a) o Ministério Público; b) a Defensoria Pública; c) tra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; d)
a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de O grifo no § 6º do art. 37 da CF/1988 reforça a ideia
economia mista; e) a associação que atenda aos requisi- de que essa responsabilidade civil é objetiva, sob a mo-
tos estabelecidos na Lei 7.347/1985; f) o Conselho Federal dalidade do risco administrativo.
da OAB (art. 54, XIV, Lei 8.906/1994).
VIII) AÇÃO DE IMPROBIDADE (art. 37, § 4º, CF/1988 EVOLUÇÃO HISTÓRICA
e Lei 8.429/1992): os agentes públicos que praticarem
condutas tipificadas na Lei 8.429/1992 estarão sujeitos à Até chegar ao estágio atual, a teoria da responsa-
aplicação das sanções de suspensão dos direitos políti- bilidade do Estado passou por três fases principais:
cos, devolução de bens, multa civil, perda da função pú- 1ª) teoria da irresponsabilidade estatal;
blica, indisponibilidade dos bens, proibição de contratar 2ª) teoria da responsabilidade subjetiva;
com o Estado e ressarcimento integral do dano. 3ª) teoria da responsabilidade objetiva.
IX) PROCESSO DE RESPONSABILIDADE ADMINIS-
TRATIVA, CIVIL E PENAL POR ABUSO DE AUTORIDADE (Lei TEORIA DA IRRESPONSABILIDADE ESTATAL
4.898/1965): direito exercido por meio de petição dirigida
a) à autoridade superior que tiver competência legal para Também chamada de teoria feudal, regalista ou
aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respecti- regaliana, a teoria da irresponsabilidade do Estado era
va sanção; ou b) ao órgão do Ministério Público que tiver própria dos Estados Absolutistas nos quais a vontade
competência para iniciar processo-crime contra a auto- do Rei tinha força de lei. Assim, a exacerbação da ideia
ridade culpada. de soberania impedia admitir que os súditos pudessem
pleitear indenizações por danos decorrentes da atuação
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Administrativo; Controle Judicial; Controle Legislativo; Responsabilidade ...
Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle
governamental. risco.
Essa inerrância dos governantes foi sintetizada Quem presta um serviço público assume o risco
em duas frases que resumiam bem o espírito do período: dos prejuízos que eventualmente causar, independente-
“o rei não erra” (“the king can do no wrong” ou “le roi ne mente da existência de culpa ou dolo.
peut mal faire”) e “aquilo que agrada ao príncipe tem for- Via de regra, a adoção da teoria objetiva transfe-
ça de lei” (“quod principi placuit habet legis vigorem”). re o debate sobre culpa ou dolo para a ação regressiva a
O período da irresponsabilidade estatal começou ser intentada pelo Estado contra o agente público, após a
a ser superado por influência do direito francês. Em 17 de condenação estatal na ação indenizatória.
fevereiro de 1800, foi promulgada uma lei francesa dis- Para a teoria objetiva, o pagamento da indenização
ciplinando o ressarcimento de danos advindos de obras é efetuado somente após a comprovação, pela vítima, de
públicas. três requisitos: 1) ato; 2) dano; 3) nexo causal.
Mas o grande evento que motivou a superação da Duas correntes internas disputam a primazia
teoria da irresponsabilidade foi a decisão de 8 de feverei- quanto ao modo de compreensão da responsabilidade
ro de 1873, tomada pelo Tribunal de Conflitos na França, objetiva: TEORIA DO RISCO INTEGRAL e TEORIA DO RISCO
conhecida como Aresto Blanco.
ADMINISTRATIVO.
Em 8 de fevereiro de 1873, o Tribunal analisou o
A teoria do risco integral é uma variante radical da
caso da menina Agnès Blanco que, brincando nas ruas da
responsabilidade objetiva, sustentando que a compro-
cidade de Bordeaux, foi atingida por um pequeno vagão
vação de ato, dano e nexo é suficiente para determinar a
da Companhia Nacional de Manufatura de Fumo.
condenação estatal em qualquer circunstância.
O pai da criança entrou com ação de indenização
Já a teoria do risco administrativo, variante adota-
fundada na ideia de que o Estado é civilmente respon-
da pela Constituição Federal de 1988, reconhece a exis-
sável pelos prejuízos causados a terceiros na prestação
tência de algumas excludentes ao dever de indenizar.
de serviços públicos. O Aresto Blanco foi o primeiro posi-
Enfatizando, a Constituição Federal de 1988 adotou
cionamento definitivo favorável à condenação do Estado
a teoria objetiva na variação do risco administrativo (art.
por danos decorrentes do exercício das atividades admi-
37, § 6º).
nistrativas.
Direito Administrativo
da prestação de serviços públicos. blico em caso de abuso ou omissão.
Indispensável para a admissibilidade da respon- Algumas leis, entretanto, mencionavam uma
sabilização estatal foi uma nova concepção política cha- responsabilidade solidária entre o Estado e o funcioná-
mada de teoria do fisco. A teoria do fisco sustentava que rio por danos causados na prestação de serviços, como
o Estado possuía dupla personalidade: uma pessoa sobe- transporte ferroviário e correios.
rana, infalível, encarnada na figura do monarca e, por- As Constituições de 1934 e 1937 reforçaram a apli-
tanto, insuscetível a condenação indenizatória; e outra, cação da teoria subjetiva e estabeleceram a responsabi-
pessoa exclusivamente patrimonial, denominada “fis- lidade solidária entre a Fazenda Pública e o funcionário
co”, capaz de ressarcir particulares por prejuízos decor- por prejuízos decorrentes de negligência, omissão ou
rentes da atuação de agentes públicos. abuso no exercício de seus cargos.
A teoria subjetiva apoia-se na lógica do direito ci- Divisor de águas no direito brasileiro, a Constitui-
vil, na medida em que o fundamento da responsabilidade ção de 1946 passou a adotar a teoria objetiva por força de
é a noção de CULPA. Daí a necessidade de a vítima com- seu art. 194:
provar, para receber a indenização, a ocorrência simultâ-
nea de quatro requisitos: 1) ato; 2) dano; 3) nexo causal; 4) As pessoas jurídicas de direito público interno são ci-
culpa ou dolo. vilmente responsáveis pelos danos que os seus funcio-
Assim, para a teoria subjetiva é sempre necessário nários, nessa qualidade, causem a terceiros.
demonstrar que o agente público atuou com intenção de Parágrafo único. Caber-lhes-á ação regressiva contra
lesar (dolo), com culpa, erro, falta do agente, falha, atraso, os funcionários causadores do dano, quando tiver ha-
negligência, imprudência, imperícia. vido culpa destes.
Excepcionalmente, a teoria subjetiva ainda é apli-
cável no direito público brasileiro, em especial quanto A partir da Constituição Federal de 1946 a discus-
aos danos por omissão e na ação regressiva. são sobre culpa ou dolo foi deslocada da ação indenizató-
ria para a ação regressiva intentada pelo Estado contra o
TEORIA DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA agente público.
A Constituição Federal de 1967, em seu art. 105,
A teoria objetiva, também chamada de teoria da acrescentou a necessidade de comprovação de culpa ou
responsabilidade sem culpa ou teoria publicista, afasta a dolo para responsabilização do agente público na ação
necessidade de comprovação de culpa ou dolo do agente regressiva. Com isso, tornou-se claro que a responsabili-
público e fundamenta o dever de indenizar na noção de dade do Estado é objetiva, mas o agente público responde
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Administrativo; Controle Judicial; Controle Legislativo; Responsabilidade ...
Capítulo 07 - Controle E Responsabilização Da Administração: Controle
Direito Administrativo
hipossuficiência decorrente da posição de inferioridade agente ligado a empresas públicas, sociedades de econo-
da vítima diante do Estado, deve ser observada a inver- mia mista, fundações governamentais, concessionários
são no ônus da prova relativa à culpa ou dolo, de modo a e permissionários, isto é, para pessoas jurídicas de direi-
restar ao Estado a comprovação de que não agiu com cul- to privado, o prazo é de três anos (art. 206, § 3º, V, do CC)
pa ou dolo. contados do trânsito em julgado da decisão condenatória.
Para o exercício do direito de regresso, o Poder Pú-
TESE DA “RESERVA DO POSSÍVEL” blico tem duas opções: a clássica AÇÃO REGRESSIVA e a
DENUNCIAÇÃO À LIDE.
Nem toda omissão é fonte de ilegalidade. José dos Sobre a AÇÃO REGRESSIVA, o Supremo Tribunal
Santos Carvalho Filho faz menção à reserva do possível, Federal entende que a ação de indenização há de ser pro-
para sustentar que nem todas as metas governamentais movida contra a pessoa jurídica causadora do dano e não
podem ser alcançadas, especialmente pela costumeira contra o agente público, em si, que só responderá perante
escassez de recursos financeiros. Essas omissões são a pessoa jurídica que fez a reparação, mas mediante ação
genéricas e, portanto, não acarretam a responsabilidade regressiva.
civil do Estado. No entanto, parte majoritária da doutrina discorda
Essa exceção, em que se aplica a tese da reserva do do STF. Para essa corrente, o fato de ser atribuída respon-
possível, é admitida em situações em que seja demons- sabilidade objetiva a pessoa jurídica não significa exclu-
trada a impossibilidade real de atuação do Estado em ra- são do direito de agir diretamente contra aquele agente
zão das limitações orçamentárias. Assim, se existem re- do Poder Executivo que tenha causado o dano.
cursos públicos, mas se optou pela utilização em outros O autor Celso Antônio Bandeira de Mello, por
fins, não voltados à realização dos direitos fundamentais, exemplo, registra que a vítima pode propor ação de in-
não é legítima a arguição da tese da reserva do possível. denização contra o agente, contra o Estado ou contra
ambos, como responsáveis solidários, no caso de dolo ou
culpa. Esse, também, é o entendimento do STJ.
Relações de custódia
É comum nas provas de concursos públicos inda-
gar-se sobre danos causados a pessoas e bens submeti-
dos a relações de sujeição especial, conhecidas também
como relações de custódia.
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Fique atento se o examinador faz referência expressa Responsabilidade por atos legislativos e
à lição doutrinária ou ao STJ, pois, sendo omisso, siga jurisdicionais
o posicionamento do STF, para quem a ação civil de
responsabilidade deve ser proposta apenas contra o
Capítulo 08 - Lei Nº 8.429/92 e Alterações Posteriores
zação promovi- ritária: a ação propor ação de O ato de improbidade é a conduta desonesta com a
da pelo parti- de indenização indenização coisa pública, sendo um ilícito de natureza civil. Sobre o
cular contra a contra a pessoa contra o agente, tema, dispõe o § 4º do art. 37 da CF/1988 (grifou-se):
pessoa jurídica jurídica PODE contra o Esta-
(princípio da incluir, como do ou contra
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importa-
impessoalida- parte, o agen- ambos, como
rão a suspensão dos direitos políticos, a perda da fun-
de) te causador responsáveis
ção pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarci-
do dano - HÁ solidários
mento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,
possibilidade de
sem prejuízo da ação penal cabível.
litisconsórcio
passivo A parte final em destaque é para enfatizar que,
além da improbidade administrativa, aquele que trans-
NÃO HÁ pos- Posição mino- O litisconsórcio gredir o ordenamento jurídico poderá ser responsabili-
sibilidade de ritária: a ação passivo é facul- zado penalmente.
litisconsórcio de indenização tativo Fica o entendimento: o ato de improbidade é de ta-
passivo contra a pessoa manha repercussão para a boa imagem da Administra-
jurídica DEVE ção que, por mais que o prejuízo seja mínimo, não pode
incluir, como deixar de ser apurado, aplicando-se as sanções que a
Agente respon- parte, o agen- conduta determine.
de perante o te causador
Estado em ação
regressiva
do dano - HÁ Competência para Legislar sobre Impro-
obrigação de
litisconsórcio
bidade Administrativa
passivo
O § 4º do art. 37 da CF/1988 exige a edição de lei para
estabelecer a forma e a gradação das consequências do
ato de improbidade administrativa, sem, no entanto, de-
terminar a origem da lei, se federal, estadual, distrital ou
municipal.
Ocorre que as matérias veiculadas na Lei
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8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa (LIA) - ou sem remuneração, com ou sem caráter de permanên-
são, em sua maioria, de natureza civil e política, sendo, cia nos quadros da Administração, sejam responsáveis
portanto, de competência privativa da União, nos termos pela execução dos fins da Administração.
do inc. I do art. 22 da CF/1988:
Direito Administrativo
do agente público) tem às determinações da lei de improbidade, uma vez
que os regimes de responsabilização são distintos e não
Art. 14 (direito de podem concorrer entre si.
representação) Aos demais agentes políticos, a LIA é aplicada nor-
malmente, como no caso dos Prefeitos e dos Governado-
Art. 19 (ilícito penal) res.
Art. 23 (prescrição)
A ação de improbidade administrativa, por sua natu-
Sujeito ativo (art. 1º) reza civil, é julgada no juízo de 1ª instância: justiça fe-
deral ou estadual, conforme o caso. Porém, para o STF,
Inicialmente, esclareça-se que a finalidade princi- o julgamento dos atos de improbidade praticados por
pal da Lei 8.429/1992 não é promover o ressarcimento ou seus próprios Ministros é de competência do Supremo,
recomposição do prejuízo ao erário, mas sim identificar o isso porque a decisão de improbidade, pelo juízo de 1ª
sujeito ativo e a este aplicar a devida penalidade. instância, não pode acarretar a perda do cargo. Idênti-
O sujeito ativo é aquele que pratica ou deixa de pra- co raciocínio foi adotado pelo STJ para concluir que os
ticar o ato, causando prejuízo ao erário, enriquecimento Governadores, por ato de improbidade, devem ser pro-
ilícito ou/e ferindo princípios da Administração. Pela de- cessados e julgados no STJ.
finição da LIA, o agente público deve ser entendido em
sentido amplo, indo além dos qualificados “servidores Sujeito passivo (arts. 2º e 3º)
públicos” em sentido estrito. Vejamos o art. 2º da Lei:
O sujeito passivo é a pessoa jurídica que sofre o ato
de improbidade administrativa.
Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo
A Lei de Improbidade resguarda toda a Adminis-
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
tração direta e indireta, e, ainda, aquelas em que o Estado
remuneração, por eleição, nomeação, designação, con-
haja concorrido com mais de cinquenta por cento do pa-
tratação ou qualquer outra forma de investidura ou
trimônio ou da receita anual. São reconhecidos, pela dou-
vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas enti-
trina, como SUJEITOS PASSIVOS PRINCIPAIS.
dades mencionadas no artigo anterior.
Já o parágrafo único do dispositivo indica que es-
Perceba q ue a LIA abrange todos aqueles que, com tão, igualmente, sujeitos às penalidades da Lei os atos
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contra o patrimônio de entidades ou de órgãos em que o I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem mó-
Estado concorra com menos de cinquenta por cento do vel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica,
patrimônio ou da receita anual. São reconhecidos, pela direta ou indireta, a título de comissão, percentagem,
doutrina, como SUJEITOS PASSIVOS SECUNDÁRIOS. gratificação ou presente de quem tenha interesse, dire-
Capítulo 08 - Lei Nº 8.429/92 e Alterações Posteriores
Nesse caso, as penalidades ficam limitadas à sanção pa- to ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por
trimonial referente às contribuições dos cofres públicos. ação ou omissão decorrente das atribuições do agente
público;
TIPOLOGIA (ARTS. 9º A 11) II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
Os tipos de improbidade são três: móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas
I) os que IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO: entidades referidas no art. 1° por preço superior ao va-
aqui, o fundamental é entender que o ato de improbidade lor de mercado;
importará auferir qualquer tipo de vantagem patrimo- III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
nial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
função, emprego ou atividade (art. 9º). público ou o fornecimento de serviço por ente estatal
por preço inferior ao valor de mercado;
II) os que IMPORTAM LESÃO AO ERÁRIO: causar
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos,
lesão ao erário em razão de qualquer ação ou omissão,
máquinas, equipamentos ou material de qualquer na-
dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio,
tureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o
haveres público (art. 10) – o destaque é para que se atente
trabalho de servidores públicos, empregados ou ter-
à parte fundamental neste tipo de ato de improbidade: a
perda patrimonial para o erário. ceiros contratados por essas entidades;
III) os que ATENTAM CONTRA PRINCÍPIOS DA ADMI- V - receber vantagem econômica de qualquer natu-
NISTRAÇÃO (art. 11). reza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a
prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico,
Atos de improbidade que importam enri- de contrabando, de usura ou de qualquer outra ativida-
de ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
quecimento ilícito
Perceba que o inciso V é o único que admite o ato
168 Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa im- de improbidade pela mera aceitação da promessa. E, na
portando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo espécie, só os agentes públicos que tenham a atribuição
de vantagem patrimonial indevida em razão do exer- para o combate a tais práticas é que podem responder por
improbidade administrativa.
Direito Administrativo
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VI - receber vantagem econômica de qualquer nature- Atos de improbidade que importam preju-
za, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre ízo ao erário
medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer
outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qua-
Direito Administrativo
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao
• PERCEPÇÃO DE VANTAGEM PATRIMONIAL: ex- ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
ceção feita ao inc. V do art. 9º da LIA, se não assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patri-
houve efetivo recebimento de qualquer vanta- mônio de qualquer das entidades mencionadas no art.
gem, não há enriquecimento ilícito; 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e
• VANTAGEM SER INDEVIDA: se o agente público regulamentares aplicáveis à espécie;
ganhou na loteria, não há enriquecimento ilí- IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou
cito. Só as vantagens não autorizadas em lei é locação de bem integrante do patrimônio de qualquer
que geram improbidade administrativa; das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a
prestação de serviço por parte delas, por preço inferior
• CONDUTA DOLOSA: não existe a possibilidade ao de mercado;
de o agente público se enriquecer ilicitamente
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou
“sem querer”; por isso, não se admite a conduta
locação de bem ou serviço por preço superior ao de
culposa; e
mercado;
• PRESENÇA DE NEXO CAUSAL ENTRE A VAN- VI - realizar operação financeira sem observân-
TAGEM INDEVIDA E A FUNÇÃO PÚBLICA: o au- cia das normas legais e regulamentares ou aceitar ga-
ferimento da vantagem patrimonial indevida rantia insuficiente ou inidônea;
deve ocorrer em razão do exercício do cargo, VII - conceder benefício administrativo ou fiscal
emprego ou função, ou a pretexto de exercê-la. sem a observância das formalidades legais ou regula-
mentares aplicáveis à espécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou
dispensá-lo indevidamente; (Lei 13.019/2014)
X - ordenar ou permitir a realização de despesas
não autorizadas em lei ou regulamento;
X - agir negligentemente na arrecadação de tri-
buto ou renda, bem como no que diz respeito à conser-
vação do patrimônio público;
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• PERDA PATRIMONIAL: a lesão ao erário deve I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regula-
ser real e efetiva, não se admitindo o prejuízo mento ou diverso daquele previsto, na regra de compe-
presumido; tência;
• CONDUTA DOLOSA OU CULPOSA: o ato, ainda II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
Capítulo 08 - Lei Nº 8.429/92 e Alterações Posteriores
27
Em concursos públicos, é muito comum as bancas organizadoras in-
verterem perda por suspensão, e vice-versa.
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• NEXO CAUSAL. juízo ao erário. Registre-se que o dever de ressarcir o
erário pode ser transmitido aos sucessores ou herdeiros
PENALIDADES (ART. 12) daquele que causar prejuízo ao erário até o limite do valor
da herança recebida.
Direito Administrativo
líticos, o agente público perderá o cargo, afinal, uma das
DECLARAÇÃO DE BENS (ART. 13)
condições para o exercício da função pública é a regula- Dentre as múltiplas determinações que constam
ridade dos direitos políticos. À semelhança da suspensão da LIA, uma ganha especial atenção em concursos públi-
dos direitos políticos, a perda da função pública depende cos, a seguir:
de sentença irrecorrível.27
Nos termos da LIA, a perda do cargo depende de
sentença judicial transitada em julgado. Isso não quer Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam
dizer que a Administração Pública estaria impedida de condicionados à apresentação de declaração dos bens
demitir o servidor público por infração disciplinar que e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim
constitua ato de improbidade administrativa. Vigora o de ser arquivada no serviço de pessoal competente.
princípio da independência entre as instâncias admi-
nistrativa e judicial penal e civil, de modo que o servidor A declaração de rendimentos, que deverá ser atua-
pode ser demitido administrativamente, sem que haja lizada anualmente e na data em que o agente público dei-
processo judicial prévio. É condição necessária, no en- xar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função,
tanto, que lei estatutária preveja, expressamente, a in- permitirá o acompanhamento da evolução patrimonial
fração disciplinar como improbidade administrativa (na do agente público.
esfera federal, a Lei 8.112/1990 prevê a demissão no caso Para suprir esta exigência, o agente público poderá
de improbidade – inc. IV do art. 132). apresentar cópia da declaração anual de bens apresen-
tada à Receita Federal na conformidade da legislação do
Indisponibilidade de bens imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza,
com as necessárias atualizações.
É verdadeira “medida cautelar”, e não penalidade. O legislador determinou a demissão, a bem do ser-
Todavia, a decretação da indisponibilidade não pode ser viço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, ao
feita administrativamente, uma vez que depende da ação agente público que se recusar a prestar declaração dos
do Ministério Público para tanto (caput do art. 7º). bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar fal-
sa.
Por fim, esclareça-se que a declaração de rendi-
Ressarcimento ao erário mentos deverá compreender os bens imóveis, móveis,
dinheiro e qualquer outra espécie de bens e valores pa-
Deve ser feito no exato valor do quantum do pre- trimoniais, localizado no País ou no exterior. E, quando
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for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do ação, tendo, ainda, a possibilidade de interpor agravo de
cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas instrumento.
que vivam sob a dependência econômica do declarante, Esclareça-se que, quando o MP não intervir no
excluídos apenas os objetos e utensílios de uso domés- processo como parte, atuará obrigatoriamente como
Capítulo 08 - Lei Nº 8.429/92 e Alterações Posteriores
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Capítulo 09 - Lei N° 9.784/99 E Alterações Posteriores (Lei do Pro-
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao Afastamento do agente público do exercício do cargo,
patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, emprego ou função (parágrafo único do art. 20)
caberá a autoridade administrativa responsável pelo
inquérito representar ao Ministério Público, para a in- A LIA permite o afastamento do agente público do
disponibilidade dos bens do indiciado. exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o remuneração, quando a medida se fizer necessária à ins-
caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o trução processual (parágrafo único do art. 20):
integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo
patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos di-
A indisponibilidade dos bens é providência cau- reitos políticos só se efetivam com o trânsito em julga-
telar, ou seja, não é medida punitiva, que será tomada do da sentença condenatória.
para se garantir a eficácia em futura decisão de mérito do Parágrafo único. A autoridade judicial ou administra-
processo judicial. Essa medida deve ser adotada judicial- tiva competente poderá determinar o afastamento do
mente, a partir da ação do Ministério Público competente agente público do exercício do cargo, emprego ou fun-
para a apuração ou a requerimento da pessoa jurídica in- ção, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se
teressada, a partir de sua representação judicial. fizer necessária à instrução processual.
Para o STJ, o MP não precisa individualizar os bens
sobre os quais pretende fazer recair a medida constritiva. Para o STJ, a interpretação do dispositivo impõe
cesso Administrativo)
A individualização de bens é necessária para o sequestro cautela e temperamento. Para o afastamento cautelar,
de bens (art. 16). por ser medida extrema, exige-se prova incontrover-
Por vezes, a simples literalidade da norma não está sa de que a permanência do agente público no exercício
sendo suficiente para a resolução das questões de con- de suas funções públicas poderá ensejar dano efetivo à
cursos públicos. Nesse sentido, o parágrafo único do art. instrução do processo, como obstruir o livre acesso a do-
7º é expresso ao mencionar que a indisponibilidade de cumentos existentes no âmbito das repartições e órgãos.
bens ocorre quando dos atos de improbidade que acarre- Como decorrência da independência entre as ins-
tem prejuízo ao erário ou enriquecimento ilícito. Ocorre tâncias, a autoridade administrativa poderá instaurar
que, para o STJ, a indisponibilidade de bens pode recair processo administrativo disciplinar (PAD), com o obje-
também sobre o patrimônio do réu de modo suficiente a tivo de apurar a suposta infração disciplinar do agente
garantir o integral pagamento de eventual multa civil. público. No âmbito do PAD (e não instrução processual),
Nesse contexto, o agente público, ao ferir exclusivamen- a autoridade poderá decretar o afastamento preventivo
do servidor, pelo prazo de 60 dias, prorrogáveis por igual
173
te princípios, está sujeito à multa civil de até 100 vezes
a remuneração, e, por consequência, os bens acham-se período (Lei 8.112/1990).
sujeitos à decretação de indisponibilidade. Agora, uma vez iniciada a ação de improbidade
Direito Administrativo
perante o Poder Judiciário, apenas a autoridade judicial
é competente para, na instrução processual, afastar o
Sequestro (art. 16) agente público do cargo, emprego ou função. E, neste
caso, a LIA não prevê qualquer prazo, cabendo ao juiz fi-
O sequestro é a medida processual que recai sobre xá-lo, considerando as peculiaridades da causa.
coisas certas e determinadas, não alcançando, portanto,
indiscriminadamente o patrimônio do agente público.
Destina-se a viabilizar o perdimento dos bens e valores,
DISPOSIÇÕES PENAIS (ARTS. 19 A 22)
acrescidos ilegalmente pelo agente, em favor da pessoa
Nos termos do art. 19 da LIA:
jurídica estatal prejudicada. Assim, distintamente da in-
disponibilidade, que recai sobre os bens adquiridos antes
ou depois do ato ímprobo, o sequestro incide exclusiva- Art. 19. Constitui crime a representação por ato de im-
mente sobre os bens adquiridos a partir e em razão do ato probidade contra agente público ou terceiro beneficiá-
de improbidade. rio, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Sobre o tema sequestro, a LIA dispõe: Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante
está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos ma-
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilida-
teriais, morais ou à imagem que houver provocado.
de, a comissão representará ao Ministério Público ou à
procuradoria do órgão para que requeira ao juízo com- Não há dúvida de que a LIA quer evitar denúncias
petente a decretação do sequestro dos bens do agente vazias, utilizadas tão só com o intuito de prejudicar o
ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou cau- agente público. Bem por isso, nestes casos, além da san-
sado dano ao patrimônio público. ção penal e multa, o denunciante está sujeito a indenizar
§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo o denunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem
com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Proces- que houver provocado.
so Civil. Por sua vez, o art. 21 da LIA prevê que a aplicação
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, das penalidades independe:
o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e apli-
cações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior,
nos termos da lei e dos tratados internacionais.
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Capítulo 09 - Lei N° 9.784/99 E Alterações Posteriores (Lei do Pro-
cesso Administrativo)
pressupostos de fato e de direito que determi- I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servi-
narem a decisão; dores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos
• SEGURANÇA JURÍDICA: observância das for- e o cumprimento de suas obrigações;
malidades essenciais à garantia dos direitos II - ter ciência da tramitação dos processos administra-
dos administrados, bem como interpretação tivos em que tenha a condição de interessado, ter vista
da norma administrativa da forma que melhor dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e
garanta o atendimento do fim público a que se conhecer as decisões proferidas;
dirige, vedada a aplicação retroativa de nova III - formular alegações e apresentar documentos an-
interpretação; tes da decisão, os quais serão objeto de consideração
• INFORMALISMO: adoção de formas simples, pelo órgão competente;
suficientes para propiciar adequado grau de IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado,
certeza, segurança e respeito aos direitos dos salvo quando obrigatória a representação, por força de
lei. 175
administrados;
• GRATUIDADE: proibição de cobrança de despe-
Direito Administrativo
sas processuais, ressalvadas as previstas em
lei;
Deveres do administrado
• OFICIALIDADE ou IMPULSO OFICIAL: impulsão, Nos termos do art. 4º da Lei 9.784/1999, são deveres
de ofício, do processo administrativo, sem pre- do administrado, perante o Poder Público, sem prejuízo
juízo da atuação dos interessados; de outros previstos em ato normativo:
• CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA: garantia
dos direitos à comunicação, à apresentação de
alegações finais, à produção de provas e à in- I - expor os fatos conforme a verdade;
terposição de recursos, nos processos de que II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
possam resultar sanções e nas situações de III - não agir de modo temerário;
litígio. IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e
colaborar para o esclarecimento dos fatos.
Conceitos de órgão, entidade e autoridade
Para os fins da Lei 9.784/1999, o art. 1º, § 2º, estabe-
Instauração do processo
lece três definições importantes: A Administração Pública, ao contrário do Poder
a) órgão: a unidade de atuação integrante da estru- Judiciário, constitui um organismo estatal dinâmico, po-
tura da Administração direta e da estrutura da Adminis- dendo sempre agir de ofício, isto é, sem necessidade de
tração indireta; provocação.
b) entidade: a unidade de atuação dotada de perso- Por isso, o art. 5º da Lei n. 9.784/99 afirma que o
nalidade jurídica; processo administrativo pode iniciar-se DE OFÍCIO ou A
c) autoridade: o servidor ou agente público dotado PEDIDO DO INTERESSADO.
de poder de decisão. Como regra, o requerimento do interessado deve
Perceba que os órgãos integram a estrutura da Ad- ser formulado por escrito, sendo obrigatória a indicação
ministração Direta e Indireta. Isso só reforça que o pro- dos seguintes elementos:
cesso de desconcentração (criação de órgãos) pode ocor-
rer no processo de descentralização. Enfim, é possível
existir um órgão no interior de uma entidade da Admi-
nistração Indireta, como as superintendências de autar-
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Capítulo 09 - Lei N° 9.784/99 E Alterações Posteriores (Lei do Pro-
Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo ca- constituem exceções à regra geral da indelegabilidade de
sos em que for admitida solicitação oral, deve ser for- competências administrativas.
mulado por escrito e conter os seguintes dados: Por fim, cabe ressaltar que o processo administra-
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige; tivo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor
II - identificação do interessado ou de quem o represen- grau hierárquico para decidir (art. 17 da Lei 9.784/1999).
te;
III - domicílio do requerente ou local para recebimento Impedimentos e suspeição no processo
de comunicações; administrativo
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de
seus fundamentos; Para garantir a imparcialidade na tomada das de-
V - data e assinatura do requerente ou de seu repre- cisões administrativas, a Lei 9.784/1999 define regras de
sentante. IMPEDIMENTO e de SUSPEIÇÃO aplicáveis aos agentes
públicos que atuarão nos processos administrativos.
A Administração está proibida de recusar sem Fica IMPEDIDO de atuar em processo administra-
motivo o recebimento de documentos (art. 6º, parágrafo tivo o servidor ou autoridade que (art. 18):
único, da Lei 9.784/1999).
Importante destacar que a capacidade, para fins de recurso, sem efeito suspensivo.
processo administrativo, é conferida aos maiores de de-
zoito anos, ressalvada previsão especial em ato normati- Forma, tempo e lugar dos atos do processo
vo próprio (art. 10 da Lei 9.784/1999).
A regra geral é que os atos do processo administra-
Da competência tivo não dependem de forma determinada, exceto quan-
do a lei expressamente a exigir, devendo ser produzidos
Nos termos do art. 11 da Lei n. 9.784/99, a compe- por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua rea-
tência administrativa é irrenunciável e deve ser exercida lização e a assinatura da autoridade responsável.
pelo órgão legalmente habilitado para seu cumprimento, Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma
exceto nos casos de DELEGAÇÃO e AVOCAÇÃO. somente será exigido quando houver dúvida de autenti-
Na DELEGAÇÃO, um órgão administrativo ou seu cidade.
titular transferem temporariamente parte da sua com- Os atos do processo administrativo devem ser re-
petência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não alizados em dias úteis, no horário normal de funciona-
lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for mento da repartição na qual tramitar o processo.
conveniente, em razão de circunstâncias de índole téc- Salvo disposição legal em contrário, os atos das
nica, social, econômica, jurídica ou territorial. autoridades e dos administrados participantes do pro-
Em nenhuma hipótese, podem ser objeto de dele- cesso devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo
gação: motivo de força maior.
• a edição de atos de caráter normativo; Quanto ao lugar, os atos do processo devem ser
• a decisão de recursos administrativos; realizados de preferência na sede do órgão competente,
• as matérias de competência exclusiva do ór- cientificando-se o interessado se outro for o local de re-
gão ou autoridade. alização.
cesso Administrativo)
fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado. Por- parcialmente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a
tanto, nos processos administrativos, não há os efeitos direitos disponíveis.
típicos da revelia.
Recursos administrativos
Instrução do processo Todas as decisões adotadas em processos admi-
A instrução do processo, realizada para comprovar nistrativos podem ser objeto de recurso quanto a ques-
os fatos alegados, é promovida de ofício, sem prejuízo do tões de legalidade e de mérito, devendo o recurso ser di-
direito dos interessados de propor atuações probatórias. rigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não
São inadmissíveis no processo administrativo as a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à
provas obtidas por meios ilícitos. autoridade superior.
Aplicando a mesma regra geral válida para os pro- O recurso administrativo tramitará no máximo 177
cessos judiciais, cabe ao interessado o ônus de provar os por três instâncias administrativas, salvo disposição le-
fatos que tenha alegado. gal diversa (art. 57 da Lei 9.784/1999).
Os recursos administrativos podem ser interpos-
Direito Administrativo
Somente poderão ser recusadas, mediante decisão
fundamentada, as provas propostas pelos interessados tos pelos seguintes legitimados (art. 58):
quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou
protelatórias. I - os titulares de direitos e interesses que forem parte
Na hipótese em que deva ser obrigatoriamente ou- no processo;
vido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indireta-
no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou mente afetados pela decisão recorrida;
comprovada necessidade de maior prazo. III - as organizações e associações representativas, no
Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de tocante a direitos e interesses coletivos;
ser emitido no prazo fixado, o processo não terá segui- IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou in-
mento até a respectiva apresentação, responsabilizan- teresses difusos.
do-se quem der causa ao atraso. Já no caso de um pare-
cer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no Como regra geral, o prazo para interposição de re-
prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e ser curso administrativo é de dez dias, contado a partir da ci-
decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabi- ência ou divulgação oficial da decisão recorrida, devendo
lidade de quem se omitiu no atendimento. ser decidido, exceto se a lei não fixar prazo diferente, no
Após o encerramento da instrução, o interessado prazo máximo de trinta dias.
terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez Salvo disposição legal em contrário, o recurso não
dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. tem efeito suspensivo.
Se o órgão de instrução não for competente para O recurso não será conhecido quando interposto
emitir a decisão final, deverá elaborar relatório indicando (art. 63):
o pedido inicial e o conteúdo das fases do procedimento e
formulará proposta de decisão, objetivamente justifica-
da, encaminhando o processo à autoridade competente. I - fora do prazo;
Portanto, o ato final do processo administrativo II - perante órgão incompetente;
normalmente não é a decisão, mas o relatório a ser enca- III - por quem não seja legitimado;
minhado para a autoridade competente para decidir. IV - após exaurida a esfera administrativa.
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relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da Empresa pública e sociedade de economia mista são
sanção aplicada (art. 65 da Lei 9.784/1999). entidades da administração indireta com personali-
dade jurídica de direito privado.
Permissão da reformatio in pejus
Questão 4: CESPE - Ag Adm (MDIC)/MDIC/2014
O art. 64 da Lei 9.784/1999 assevera que “o órgão Assunto: Administração Indireta
competente para decidir o recurso poderá confirmar, Acerca da organização administrativa e dos atos ad-
modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a de- ministrativos, julgue o item a seguir.
cisão recorrida, se a matéria for de sua competência”.
Desse modo, pode-se constatar que o dispositivo Adotando-se o critério de composição do capital, po-
não proíbe a reformatio in pejus nos processos admi- dem-se dividir as entidades que compõem a admi-
nistrativos, isto é, não há impedimento a que a decisão nistração indireta em dois grupos: um grupo, formado
do recurso agrave a situação do recorrente, exigindo-se pelas autarquias e fundações públicas, cujo capital é
apenas que ele seja cientificado para que formule suas exclusivamente público; e outro grupo, constituído
alegações antes da decisão. pelas sociedades de economia mista e empresas pú-
blicas, cujo capital é formado pela conjugação de capi-
tal público e privado.
Prazos
Questão 5: CESPE - Ag Adm (MTE)/MTE/2014
Os arts. 66 e 67 da Lei 9.784/1999 disciplinam a Assunto: Administração Indireta
contagem de prazos nos processos administrativos. O Decreto n.º 5.063/2004 aprovou a estrutura regi-
A regra geral do art. 66 assegura que os prazos co- mental do MTE, órgão vinculado à administração fe-
meçam a correr a partir da data da cientificação oficial, deral. Compõem sua estrutura as superintendências
excluindo-se da contagem o dia do começo e incluindo- regionais do trabalho e emprego, a Fundação Jorge
-se o do vencimento. Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Tra-
Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro balho (FUNDACENTRO), entidade vinculada, dotada
dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não de personalidade jurídica própria.
houver expediente ou este for encerrado antes da hora
normal. Considerando as informações acima, julgue o próxi-
Os prazos expressos em dias contam-se de modo mo item acerca da organização administrativa do Es-
contínuo. Já os prazos fixados em meses ou anos contam- tado.
178 -se de data a data. Se no mês do vencimento não houver
o dia equivalente àquele do início do prazo, tem-se como As empresas públicas são entidades integrantes do
termo o último dia do mês. quadro da administração direta dotadas de persona-
Direito Administrativo
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trativo, julgue o item a seguir.
As entidades administrativas, como as autarquias,
Dada a autonomia a eles conferida pela Constituição são pessoas jurídicas de direito público interno, de-
Federal de 1988 (CF), todos os entes federativos, in- tentoras de autonomia política e financeira e de au-
cluindo-se os municípios, podem criar entidades da torregulação.
administração indireta.
Questão 14: CESPE - Tec MPU/MPU/Apoio Técnico e
Questão 9: CESPE - Tec APU (TC-DF)/TC-DF/2014 Administrativo/Segurança Institucional e Transpor-
Assunto: Administração Indireta te/2015
A respeito da organização administrativa, julgue o Assunto: Administração Indireta
próximo item. Julgue o item a seguir, de acordo com o regime jurídico
das autarquias.
Os municípios, assim como os estados-membros, po-
derão ter sua administração indireta, em razão da au- Autarquia é entidade dotada de personalidade jurídica
tonomia a eles conferida pela CF. própria, com autonomia administrativa e financeira,
não sendo possível que a lei institua mecanismos de
Questão 10: CESPE - Tec APU (TC-DF)/TC-DF/2014 controle da entidade pelo ente federativo que a criou.
Assunto: Administração Indireta
Com relação ao direito administrativo, julgue o item Questão 15: CESPE - Tec MPU/MPU/Apoio Técnico e
subsequente. Administrativo/Segurança Institucional e Transpor-
te/2015
Em virtude do princípio da reserva legal, a criação dos Assunto: Administração Indireta
entes integrantes da administração indireta depende Julgue o item a seguir, de acordo com o regime jurídico
de lei específica. das autarquias.
Questão 11: CESPE - TJ (TJ CE)/TJ CE/Judiciária/2014 As autarquias responderão objetivamente pelos da-
Assunto: Administração Indireta nos provocados por seus agentes a terceiros, ainda
No que se refere à administração direta e à indireta, que se comprove que esses agentes tenham agido
à centralizada e à descentralizada, assinale a opção com prudência, perícia e cuidados exigidos.
correta.
a) Trata-se de administração indireta quando o Esta- Questão 16: CESPE - Tec MPU/MPU/Apoio Técnico e
do, a fim de obter maior celeridade e eficiência, exerce Administrativo/Segurança Institucional e Transpor-
179
algumas de suas atividades de forma desconcentra- te/2015
da. Assunto: Administração Indireta
Direito Administrativo
b) As empresas públicas e as sociedades de econo- Julgue o item a seguir, de acordo com o regime jurídico
mia mista são integrantes da administração indireta, das autarquias.
independentemente de prestarem serviço público ou
de exercerem atividade econômica de natureza em- O instrumento adequado para a criação de autarquia é
presarial. o decreto, pois o ato é de natureza administrativa e de
c) Toda pessoa integrante da administração indireta iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo.
está vinculada a determinado órgão da administração
direta, fato que decorre do princípio da especificidade. Questão 17: CESPE - TJ TRE GO/TRE GO/Administrati-
d) Em virtude do princípio da separação dos poderes, va/”Sem Especialidade”/2015
a administração pública direta é exercida exclusiva- Assunto: Administração Indireta
mente pelo Poder Executivo, o qual é incumbido da Acerca dos conceitos ligados à organização adminis-
atividade administrativa em geral. trativa, julgue o item seguinte.
e) A criação de empresa pública e de sociedade de
economia mista depende de autorização legislativa, As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito
porém, o mesmo não ocorre às suas subsidiárias. público.
Questão 12: CESPE - TA (ANTAQ)/ANTAQ/2014 Questão 18: CESPE - TJ TRE GO/TRE GO/Administrati-
Assunto: Administração Indireta va/”Sem Especialidade”/2015
Acerca da organização da administração pública, jul- Assunto: Administração Indireta
gue o item seguinte. Com relação a licitações, julgue o item que se segue.
Para a criação de entidades da administração indi- Com exceção das sociedades de economia mista, que
reta, como sociedades de economia mista, empresas — devido à participação da iniciativa privada em seu
públicas e organizações sociais, é necessária a edição capital — seguem regras próprias, os órgãos da admi-
de lei formal pelo Poder Legislativo. nistração indireta estão sujeitos à regra de licitar.
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ordinários, necessários para que o Estado alcance os Gabarito
seus fins. Em relação aos poderes da administração
pública, julgue o item seguinte. 1 2 3 4 5
Certo Certo Certo Errado Errado
Poder regulamentar é o poder que a administração
possui de editar leis, medidas provisórias, decretos e 6 7 8 9 10
demais atos normativos para disciplinar a atividade Certo Errado Certo Certo Certo
dos particulares.
11 12 13 14 15
Questão 20: CESPE - Ag Adm (CADE)/CADE/2014 B Errado Errado Errado Certo
Assunto: Poder Regulamentar
No que se refere aos agentes públicos, aos poderes ad- 16 17 18 19 20
ministrativos e ao controle da administração pública, Errado Errado Errado Errado Errado
julgue o item subsecutivo.
21 22 23
Existem casos em que mesmo existindo lei específica Certo Errado Errado
sobre determinada matéria, cumpre à administração
criar mecanismos para aplicá-la. Nessas hipóteses,
surge o poder regulamentar, que confere à adminis-
tração a prerrogativa de editar atos gerais para alterar
e complementar as leis.
Exercício
comentado
Resposta: errado.
Comentário: Esta questão está errada pois contraria
expressamente o disposto no artigo 41 da CF a qual
prevê ainda a perda do cargo mediante processo ad-
ministrativo ou por procedimento de avaliação perió-
dica de desempenho.
Resposta: errado.
Comentário: A questão está errada pois o cargo do
servidor em estágio probatório poderá ser extinto
conforme prevê a sumula 22 do Supremo Tribunal Fe-
deral.
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Língua Portuguesa 181
Língua Portuguesa
Autor:
Pablo Jamilk
Curriculum:
Professor de Língua Portuguesa, Redação e
Redação Oficial. Formado em Letras pela Uni-
versidade Estadual do Oeste do Paraná. Mestre
em Letras pela Universidade Estadual do Oeste
do Paraná. Doutorando em Letras pela Univer-
sidade Estadual do Oeste do Paraná. Especia-
lista em concursos públicos, é professor em
diversos estados do Brasil.
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SUMÁRIO
3. SINTAXE.............................................................................................................................................................................................................................193
4. ACENTUAÇÃO GRÁFICA..........................................................................................................................................................................................197
5. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL .......................................................................................................................................................... 198
6. CRASE.................................................................................................................................................................................................................................201
7. COLOCAÇÃO PRONOMINAL...................................................................................................................................................................................202
8. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL ........................................................................................................................................................................204
9. PONTUAÇÃO ..................................................................................................................................................................................................................207
10. ORTOGRAFIA...............................................................................................................................................................................................................209
11. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS............................................................................................................................................................................. 211
12. ESTILÍSTICA: FIGURAS DE LINGUAGEM........................................................................................................................................................214
13. REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS........................................................................................................................................ 215
182
Língua Portuguesa
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1. COMO ESTUDAR LÍNGUA PORTUGUESA a origem de outro.
Ex.: interessante, quadrado, alemão.
Língua Portuguesa
• Pragmático: parte da análise que estuda o sen-
tido que a expressões assumem em um con- A partir de agora, estudaremos esses termos mais
texto. pontualmente. Apesar disso, já posso antecipar que os
conteúdos mais importantes e mais cobrados em con-
Exemplos: anote os termos da análise. cursos são: advérbios, conjunções, preposições, prono-
O aluno fez a prova. mes e verbos.
Morfologicamente falando, temos a seguinte aná-
lise: Artigo
O = artigo.
Aluno = substantivo. Termo que define ou indefine um substantivo, par-
Fez = verbo. ticularizando-o de alguma forma. Trata-se da partícula
A = artigo. gramatical que precede um substantivo.
Prova = substantivo.
Classificação:
Sintaticamente falando, temos a seguinte análise: • Definidos: o, a, os, as.
O aluno = sujeito. • Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Fez a prova = predicado verbal.
A prova = objeto direto. EMPREGO DO ARTIGO:
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4 – Emprego com “todo”: não faz parte do substantivo, portanto restringe o seu
Ex.: O evento ocorreu em toda cidade. sentido.
Ex.: O evento ocorreu em toda a cidade. Ex.: cachorro inteligente, menina dedicada.
184 (MB) Assinale a opção em que a palavra destacada • Ela fez a sua leitura do dia.
é um artigo. • Ela fez a sua leitura diária.
a) Foi a pé para casa.
Língua Portuguesa
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B E
baço esplênico estrela estelar
bispo episcopal F
boca bucal, oral fábrica fabril
bode hircino face facial
boi bovino falcão falconídeo
bronze brônzeo, êneo farinha farináceo
C fera ferino
cabeça cefálico ferro férreo
cabelo capilar fígado figadal, hepático
Capítulo 02 - Morfologia
cabra caprino filho filial
campo campestre, bucólico ou fogo ígneo
rural
frente frontal
cão canino
G
carneiro arietino
gado pecuário
Carlos Magno carolíngio
gafanhoto acrídeo
cavalo cavalar, equino, equídeo
ou hípico garganta gutural
Língua Portuguesa
cidade citadino, urbano
cinza cinéreo guerra bélico
coelho cunicular H
cobre cúprico I
dinheiro pecuniário J
E junho junino
elefante elefantino L
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L P
lebre leporino paixão passional
leite lácteo, láctico pâncreas pancreático
lobo lupino pântano palustre
lua lunar, selênico pato anserino
M pedra pétreo
macaco simiesco, símio, macacal peixe písceo ou ictíaco
madeira lígneo pele epidérmico, cutâneo
mãe maternal, materno pescoço cervical
manhã matutino, matinal pombo colombino
Capítulo 02 - Morfologia
nariz nasal R
neve níveo, nival raposa vulpino
noite noturno rio fluvial
norte setentrional, boreal rato murino
nuca occipital rim renal
núcleo nucleico rio fluvial
O rocha rupestre
olho ocular, óptico, oftálmico S
orelha auricular selo filatélico
osso ósseo serpente viperino, ofídico
ouro áureo selva silvestre
outono outonal sintaxe sintático
ouvido ótico sonho onírico
ovelha ovino sul meridional, austral
P T
paixão passional tarde vesperal, vespertino
pai paternal, paterno T
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Resposta: D
terra telúrico, terrestre ou
terreno
(VUNESP) Indique o verso em que ocorre um adje-
terremotos sísmico tivo antes e outro depois de um substantivo:
Capítulo 02 - Morfologia
tante saber reconhecer os advérbios em uma sentença,
vaca vacum portanto anote esses exemplos e acompanhe a análise.
veia venoso
• Verbo.
velho senil • Adjetivo.
• Advérbio.
vento eóleo, eólico
Categorias adverbiais: essas categorias resu-
verão estival mem os tipos de advérbio, mas não essencialmente todos
víbora viperino os sentidos adverbiais.
Língua Portuguesa
visão óptico ou ótico • Modo: bem, mal, depressa, debalde, rapida-
mente.
vontade volitivo • Intensidade: muito, pouco, demais, menos,
mais.
voz vocal • Interrogação: por que, como, quando, onde,
aonde, donde.
• Designação: eis.
Cuidados importantes ao analisar um adjetivo:
• Pode haver mudança de sentido:
• Homem pobre X Pobre homem. Advérbio x Locução Adverbial
Na primeira expressão, a noção é de ser desprovido A distinção entre um advérbio e uma locução ad-
de condições financeiras; na segunda, a ideia e de indiví- verbial é igual à distinção entre um adjetivo e uma locu-
duo de pouca sorte ou de destino ruim. ção adjetiva, ou seja, repousa sobre a quantidade de ter-
mos. Enquanto só há um elemento em um advérbio; em
uma locução adverbial, há mais de um elemento. Veja os
exemplos:
Questões
Gabaritadas • Aqui, deixaremos a mala. (Advérbio)
• Naquele lugar, deixaremos a mala. (Locução
(CESGRANRIO) Em “Ele me observa, incrédulo”, a adverbial)
palavra que substitui o termo destacado, sem haver al- • Sobre o móvel da mesa, deixaremos a mala.
teração de sentido, é: (Locução adverbial)
a) feliz
b) inconsciente Questões
c) indignado
d) cético Gabaritadas
e) furioso
(FCC) Érico Veríssimo nasceu no Rio Grande do Sul
(Cruz Alta) em 1905, de família de tradição e fortuna que
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repentinamente perdeu o poderio econômico.
Categoria Conjunção Exemplo
O advérbio grifado na frase acima tem o sentido de:
Alternativa Ou, ora...ora, Ora Márcio
a) à revelia. quer...quer, estudava, ora
b) de súbito. seja...seja. escrevia seus
c) de imediato. textos.
d) dia a dia.
C Capítulo Capítulo 02 - Morfologia - Ortografia
188
Pode-se definir a conjunção como um termo inva- • Causal: já que, uma vez que, como, porque.
riável, de natureza conectiva que pode criar relações de • Comparativa: como, tal qual, mais (do) que.
sentido (nexos) entre palavras ou orações. Usualmente, • Condicional: caso, se, desde que, contanto que.
as provas costumam cobrar as relações de sentido ex- • Conformativa: conforme, segundo, consoante.
Língua Portuguesa
pressas pelas conjunções, desse modo, o recomendável • Consecutiva: tanto que, de modo que, de sorte que.
é empreender uma boa classificação e memorizar algu- • Concessiva: embora, ainda que, mesmo que, apesar
mas tabelas de conjunção. de que, conquanto.
• Final: para que, a fim de que, porque.
Classificação das conjunções • Proporcional: à medida que, à proporção que, ao pas-
so que.
• Temporal: quando, sempre que, mal, logo que.
Coordenativas
Ex.: Já que tinha dinheiro, resolveu comprar a motocicle-
Ligam termos sem dependência sintática. Isso ta.
quer dizer que não desempenham função sintática uns
em relação aos outros.
Capítulo 02 - Morfologia
faziam para um número limitado de pessoas da própria a) As histórias que nascem por mãos humanas são
classe ou família. muitas vezes pura falsidade.
Mantêm-se a correção e as relações de sentido es- b) A pesquisa reforçou o que já se sabia: na internet,
tabelecidas no texto, substituindo-se Embora (2º pará- frequentemente, se vende gato por lebre.
grafo) por c) Consumiu-o por semanas a curiosidade de estar
cara a cara com sua amiga virtual.
a) Contudo. d) Alguns deveriam ser severamente penalizados,
b) Desde que. por inventarem indignidades na rede.
c) Porquanto.
d) Uma vez que
Resposta: A
e) Conquanto.
Língua Portuguesa
Trata-se de palavra invariável, com natureza tam-
bém conectiva, que exprime uma relação de sentido. A a) conformidade
preposição possui uma característica interessante que é b) comparação
a de “ser convidada” para povoar a sentença, ou seja, ela c) finalidade
surge em uma relação de regência (exigência sintática). A d) explicação
regência pode ser de duas naturezas: e) direção
• Verbal (quando a preposição é “convidada”
pelo verbo) Resposta: A
• Nominal (quando a preposição é “convidada”
por substantivo, adjetivo ou advérbio)
Exemplos: Pronome
O cidadão obedeceu ao comando.
(Regência verbal) O conteúdo sobre pronomes é um dos mais impor-
A necessidade de vitória o animava. tantes (senão o mais) dentro da parte relacionada à Mor-
(Regência nominal) fologia. É muito comum haver questões que exijam sua
identificação, sua interpretação e sua análise funcional.
Além disso, muitos examinadores gostam de cobrar as
Classificação noções de “referenciação”, que – basicamente – significa
perceber a que elemento o pronome faz alusão.
As preposições podem ser classificadas em: Por definição, pode-se dizer que o pronome é um
termo que substitui ou retoma algo na sentença.
ESSENCIAIS Ex.: Comprei um carro e ele estragou logo depois.
• A, ante, até, após, Vamos iniciar uma classificação dos pronomes, a
• Com, contra, fim de facilitar nosso estudo.
• De, desde,
• Em, entre,
• Para, per, por, perante, Classificação
• Sem, sob, sobre, • Pessoais;
• Trás. • De tratamento;
• Demonstrativo;
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• Relativos; Nos estudos de Colocação Pronominal, um dos ca-
• Interrogativos; sos – a ênclise (pronome após o verbo) – exige especial
• Indefinidos; atenção para a estrutura da sentença.
• Possessivos. Se a palavra terminar em R, S ou Z: use lo, la, los ou
las.
PESSOAIS • Soltar o pensamento.
São os pronomes relacionados às pessoas do dis- • Soltá-lo.
curso:
1ª pessoa = Quem fala. Se a palavra terminar em ÃO, ÕE ou M: use no, na,
2ª pessoa = Para quem se fala. nos ou nas.
3ª pessoa = Sobre quem se fala. • Compram as roupas.
• Compram-nas.
Caso Reto Caso Oblíquo
Pronome de tratamento
Átonos Tônicos
É o tipo de pronome empregado para criar algum
Eu Me Mim, comigo tipo de circunstância cerimoniosa. São exemplos de pro-
nomes de tratamento:
Capítulo 02 - Morfologia
prar”)
Pronome Demonstrativo
2 - Função de complemento:
Pegue a toalha e a traga aqui. (complemento do Pronome que aponta para algo no espaço, no tem-
verbo “trazer”) po ou no texto.
3 - Função de adjunto:
Ela levou-me as canetas. (adjunto adnominal do Masculino Feminino Neutro
termo “canetas”) Este Esta Isto
EMPREGO DE “O, A E LHE” Esse Essa Isso
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monstrativos) Pronomes Possessivos
• Nunca vi tal pessoa passando por aqui.
Essencialmente indicam posse. Podem também
Pronome Relativo indicar aproximação ou familiaridade. É preciso obser-
var seu emprego para não gerar ambiguidade nas sen-
É o tipo de pronome que promove uma relação en- tenças.
tre: • Meu, minha (s)
• Substantivo e verbo. • Teu, tua (s)
• Pronome e verbo. • Seu, sua (s)
• Substantivo e substantivo. • Nosso, nossa (s)
• Pronome e substantivo. • Vosso, vossa (s)
• Seu, sua (s)
Vejamos quais são os pronomes relativos da lín-
gua. Não esqueça de anotar as informações pertinentes
a cada pronome. Questões
Que: Gabaritadas
• A matéria de que gosto é Gramática.
(FUNDEP) Assinale a alternativa em que o empre-
Capítulo 02 - Morfologia
O qual: go do pronome pessoal segue a norma padrão.
• Eis a mãe do menino, a qual passou a noite co-
migo. a) Manda ele fazer o serviço sozinho.
b) Sinto muito, mas não posso lhe ajudar.
Quem: c) Há muito trabalho para mim fazer.
• O indivíduo com quem briguei sumiu. d) Entre mim e você não há mais nada.
Quanto: Resposta: D
• Ele fez tudo quanto pôde.
(FCC) Ao se substituir um elemento de determina-
Onde: do segmento do texto, o pronome foi empregado de modo
• O país onde ocorreu o evento está em crise. INCORRETO em:
191
Cujo: a) e mantém seu ser = e lhe mantém
• Ele falou da pessoa cuja mãe surgiu anterior- b) é dedicado [...] a uma mulher = lhe é dedicado
mente.
Língua Portuguesa
c) reviver acontecimentos passados = revivê-los
d) para criar uma civilização comum = para criá-la
Pronomes Indefinidos e) que provê o fundamento = que o provê
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noções de tamanho (bolinha). Bom dia!
Alguns substantivos que se empregam apenas no Até logo!
plural: Estudo para o concurso!
• as algemas
• as alvíssaras Oração: frase que se organiza em torno de uma for-
• as arras (bens, penhor) ma verbal!
• as cadeiras (ancas) Língua Portuguesa é o máximo!
• as calças
• as calendas (1º dia do mês romano) Período: conjunto de orações. O período pode ser:
• as Canárias (ilhas) • Simples: que possui apenas uma oração (ora-
• as cãs (cabelos brancos) ção absoluta).
• as cócegas • Composto: que possui mais de uma oração.
• as condolências • Misto: que possui mais de um processo de
• as costas composição de período.
• as custas
• as damas (jogo) A principal parte do estudo da Sintaxe está em es-
• as endoenças (solenidades religiosas) tudar os termos da oração, ou seja, do período simples,
• as exéquias (pompas, honras, cerimônias fú- pois tudo se articula a partir dele. Portanto, vamos come-
nebres) çar fazendo uma divisão dos termos da oração.
• as férias
Capítulo 03 - Sintaxe
• as fezes TERMOS DA ORAÇÃO
• as finanças
• as hemorroidas
• as matinas (breviário de orações matutinas) Essenciais Integrantes Acessórios
• as nádegas Sujeito Complementos Adjunto Adno-
• as núpcias Verbais minal
• as olheiras
• as palmas (aplausos) Predicado Complemento Adjunto Adver-
• as pantalonas Nominal bial
• as primícias (começos, prelúdios, primeiros
frutos) Agente da Pas- Aposto
• as profundas siva 193
• as trevas
• as vísceras Predicativo do Vocativo
Língua Portuguesa
• os afazeres Sujeito
• os anais Predicativo do
• os antolhos Objeto
• os apetrechos ou os petrechos
• os arredores Anote os mais importantes e centralize seus estu-
• os Bálcãs dos neles!
• os confins
• os esponsais (contrato de casamento ou noi-
vado) Sujeito
• os esposórios (presente de núpcias)
• os Estados Unidos Termo sobre o qual se declara ou se constata algo.
• os fastos (anais) Lembre-se de que o sujeito não precisa ser uma pessoa
• os idos ou um ser animado. Como termo da sentença, pode ser
• os manes (almas) até mesmo uma oração inteira. Vejamos os tipos de su-
• os parabéns jeito:
• os pêsames 1.Sujeito simples: apenas 1 núcleo.
• os picles Substantivo:
• os suspensórios Ex.:Surgiram boatos sobre a crise.
• os víveres
Pronome:
Ex.: Você precisa de orientação.
Expressão substantivada:
3. SINTAXE Ex.: O falar alheio prejudica a vida.
A sintaxe é a parte da Gramática normativa que 2. Sujeito Composto: mais de 1 núcleo:
estuda a função dos termos em um período. Para enten- Ex.: Joelma e Márcia adentraram a sala.
der melhor o que isso quer dizer, é preciso fazer uma dis-
tinção entre frase, oração e período. Vejamos: 3. Sujeito Oculto: retoma-se pelo verbo.
Ex.: Pedro saiu cedo, mas não retornou.
Frase: sentença dotada de sentido.
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Perceba que há uma diferença entre sujeito sin- • Estado: ser, estar, parecer.
tático e sujeito semântico. Estamos trabalhando com • Mudança de estado: ficar, tornar-se.
a classificação sintática do sujeito. O sujeito semântico • Fenômeno natural: chover, ventar, nevar.
será o referente da frase.
4. Sujeito indeterminado: comumente nos casos a Algo muito importante, no estudo dos verbos, é sua
seguir. classificação. Por isso, vamos ao trabalho!
Verbo na 3ª pessoa do plural, sem referente:
Ex.: Entraram na sala do presidente. Classificação
VTI, VL ou VI + SE:
Ex.: Precisa-se de guerreiros. Relacional: exprime estado ou mudança de estado.
Fica-se feliz na riqueza. Decore a lista com esses verbos.
Vive-se bem no Brasil. • Ser
• Estar
5. Sujeito inexistente: também chamado de oração • Continuar
sem sujeito, ocorre com verbos impessoais! • Andar
Verbo que denota fenômeno natural: • Parecer
Ex.: Nevou em Cascavel. • Permanecer
Verbo “Haver” (empregado no sentido de existir, • Ficar
ocorrer ou acontecer): • Tornar-se
Capítulo 03 - Sintaxe
Definimos predicado como “aquilo que se declara Ex.: Crer (em), obedecer (a), necessitar (de)
ou se constata a respeito do sujeito”. Há três naturezas de
predicado. Bitransitivo: 2 tipos de complemento: um direto e
Verbal: que exige um verbo nocional. um indireto.
Nominal: que exige um verbo relacional e um pre- Ex.: Dar, doar, envolver, pagar.
dicativo.
Verbo-nominal: que exige um verbo nocional e um Vozes verbais
predicativo.
Exemplos: A noção de voz do verbo está relacionada à atitude
• O aluno é inteligente. (Predicado Nominal) que ele exprime. Isso quer dizer que deve ser feita uma
• Eu farei a prova. (Predicado Verbal) análise semântica da forma verbal, para poder entender
• Eu farei a prova entusiasmado. (Predicado em que voz ela foi aplicada.
Verbo-Nominal). 1.Ativa: deve possuir um sujeito agente.
2.Passiva: deve possuir um sujeito paciente.
Termos integrantes 3.Reflexiva: deve possuir um sujeito ao mesmo
tempo agente e paciente.
Os termos integrantes auxiliam na estruturação 4.Recíproca: deve possuir um verbo que exprima
das sentenças, preste atenção à relação desses termos ação mútua.
para com os termos essenciais da oração.
Voz ativa: foco no sujeito agente. Anote os papéis
Verbo de sujeito agente e afetado!
Ex.: O corretor vende casas.
Estamos diante do coração de muitas das análi- Eu comprarei aquela casa.
ses que podem ser feitas em uma sentença: o verbo. Essa Meu aluno está fazendo uma atividade.
classe de palavras é especial, porque muitas questões
costumam envolver, mesmo que indiretamente, o co- Voz passiva: há dois tipos de voz passiva. A VP
nhecimento a seu respeito. Vejamos a definição: analítica (maior) e a sintética (menor).
• Verbo é a palavra que exprime: 1.Analítica: sujeito paciente + locução verbal +
• Ação: correr, jogar, pular. agente da passiva. Preste atenção para o fato de
o verbo auxiliar “ser” entrar na jogada da locução
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verbal. Faremos a conjugação da primeira pessoa dos verbos
Ex.: Casas são vendidas pelo corretor. “amar”, “vender” e “partir”, a fim de que seja possível es-
Aquela casa será comprada por mim. tudar algumas particularidades da conjugação.
Uma atividade está sendo feita por meu aluno.
2.Sintética: verbo + se + sujeito paciente. Preste 1.Modo Indicativo: exprime ideia de certeza.
atenção à função da palavra “se” = partícula apas- • Presente: amo, vendo, parto.
sivadora / pronome apassivador. • Pretérito Perfeito: amei, vendi, parti.
Ex.: Vendem-se casas. • Pretérito Imperfeito: amava, vendia, partia
Comprar-se-á aquela casa. • Pretérito Mais-que-perfeito: amara, vendera,
Está-se fazendo uma atividade. partira.
• Futuro do presente: amarei, venderei, partirei.
Voz Reflexiva: nesse caso, o sujeito será o agente e • Futuro do pretérito: amaria, venderia, partiria.
o paciente da mesma ação. O pronome “se” será chamado
de pronome reflexivo (morfologicamente) e, sintatica- 2. Modo Subjuntivo: exprime ideia de hipótese.
mente, receberá o nome de objeto direto – pois é a função • Presente (que): ame, venda, parta.
que desempenha na frase. • Pretérito Imperfeito (se): amasse, vendesse,
Ex.: A menina rabiscou-se com a caneta. partisse.
• Futuro (quando): amar, vender, partir.
Voz Recíproca: nesse caso, o verbo deve exprimir
Capítulo 03 - Sintaxe
uma ação mútua. Obrigatoriamente, haverá mais de um 3. Modo imperativo: exprime ideia de ordem, pedi-
elemento envolvido na ação. do ou súplica.
Ex.: Os candidatos se ofenderam no debate. Não há primeira pessoa.
Língua Portuguesa
c) acabará sendo demonizada.
do Afirmativo do Negativo
d) acaba por ter sido demonizado.
Indicativo Subjuntivo
e) acaba por ser demonizada.
Falo - Fale -
Resposta: E
Falas Fala tu Fales Não fales
tu
(FCC) Transpondo-se para a voz passiva o seg- Fala Fale você Fale Não fale
mento sublinhado em É possível que os tempos moder- você
nos tenham começado a desfavorecer a solução do jeiti-
nho, a forma obtida deverá ser: Falamos Falemos Falemos Não fale-
nós mos nós
a) tenha começado a ser desfavorecida.
b) comecem a desfavorecer. Falais Falai vós Faleis Não faleis
c) terá começado a ser desfavorecida. vós
d) comecem a ser desfavorecidos.
Falam Falem Falem Não falem
e) estão começando a se desfavorecer.
vocês vocês
Resposta: A
Formas nominais do verbo
São formas que fazem o verbo parecer algo do gru-
Tempos e modos verbais po nominal. Vejamos suas terminações e seus sentidos.
Infinitivo: terminados em –R. Exemplo: amar, ven-
Nessa parte, estudaremos a construção dos tem-
der, partir.
pos e dos modos verbais nas formas de conjugação. É
Gerúndio: terminados em –NDO. Exemplo: aman-
importante que você fique atento às desinências (formas
do, vendendo, partindo.
que finalizam) os verbos. Facilita enormemente o pro-
Particípio: terminados em –ADO ou –IDO: amado,
cesso de aprendizagem.
vendido, partido.
Vamos relembrar a conjugação de alguns verbos.
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Complementos verbais Adjunto adverbial
Objeto direto: termo que completa o sentido de um Termo que imprime circunstância sobre verbo, ad-
verbo e não necessita de preposição. jetivo ou advérbio. Na verdade, é o nome sintático do ad-
Ex.: Alguém cortou a árvore. vérbio ou da locução adverbial.
Maria disse que faria a prova. (Complemento Ver- Com afinco, o candidato estudou Gramática por
bal Oracional) dias. (Modo / Tempo)
Ex.: Amanhã será o grande dia! (Tempo)
Objeto indireto: termo que completa um VTI.
Ex.: O aluno necessita de explicações. Aposto
posição:
• O acesso à água é difícil naquele lugar. Jonas perdeu o carro, a casa, a família, tudo.
• Josué estava consciente da vitória.
• O professor agiu contrariamente ao esperado. • Especificativo:
O jogador Marco Manco fez o comentário.
Língua Portuguesa
b) Às estreitas veredas e atalhos [...], nada acres-
centariam aqueles de considerável... 3. Oxítonas: são acentuadas as terminadas em:
c) Só a um olhar muito exercitado seria perceptível • A(s): fará, maracujás.
o sinal. • E(s): sopé, jacaré.
d) Uma sequência de tais galhos, em qualquer flo- • O(s): cipó, abricó.
resta, podia significar uma pista. • Em, Ens: também, parabéns.
e) Alguns mapas e textos do século XVII apresen-
tam-nos a vila de São Paulo como centro... 4. Monossílabos tônicos: são acentuados os termi-
nados em:
• A(s): lá, já, cá, má.
Resposta: D • E(s): pé, ré, Sé.
• O(s): pó, dó, mó, só.
(FCC) ...a pintura se torna também o registro da
mudança cromática da paisagem com o passar das horas. 5. Acentuação de Hiatos: são acentuadas as letras
O elemento em destaque acima possui a mesma “i” e “u” – sozinhas ou seguidas de s, quando formarem
função sintática que o grifado em: hiato na palavra.
• Saúde, saúva, egoísta,
a) Nenhum artista quer fazer o que já fizeram...
b) Nada me alegra mais do que deparar com uma
obra de arte... Obs.: não são acentuados os hiatos dessa nature-
c) ...o surgimento do novo é inerente à própria cria- za
ção artística. Seguidos de nh: tainha, bainha.
d) ...que facilitaram a ida das pessoas ao campo... Paroxítonos antecedidos de ditongo: Bocaiuva, feiura.
e) ...houve momentos em que a necessidade do Com “i” ou “u” duplicados: vadiice, uuçango.
novo levou a um salto qualitativo. Observação da observação: se a palavra tiver essas le-
tras duplicas; mas for proparoxítona, o acento ainda vai
Resposta: A ocorrer. É o caso de “friíssimo”.
• Convencê-lo.
• Dizer-lhe. Resposta: C
• Aplicá-la-íamos.
(FCC) Recebem acento gráfico pela mesma razão
8. Verbos “TER” e “VIR”: quando empregados na 3ª que o justifica na palavra obediência:
pessoa do singular (Presente do Indicativo), não recebem
acento. a) provisória e princípio.
Quando na 3ª do plural (Presente do Indicativo), re- b) caráter e público.
cebem o acento circunflexo. c) ordinárias e ninguém.
• Ele tem, ele vem. d) ignorância e só.
• Eles têm, eles vêm. e) além e monetário.
9. Derivados de “TER” e “VIR” empregados na 3ª
pessoa do singular: devem ser grafados com acento agu- Resposta: A
do.
• Ele mantém / Ele convém. 5. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
• Empregados na 3ª pessoa do plural: devem ser
grafados com acento circunflexo.
• Eles mantêm / Eles convêm. Conceituação
10. Acentos diferenciais: são empregado para dis- “Concordar”, de uma maneira geral, significa mo-
tinguir palavras. dificar as palavras de modo de elas se relacionem harmo-
- Alguns permanecem: niosamente em uma sentença. Essa harmonia está rela-
198 • Pôr / Por cionada à flexão das palavras.
• Pôde / Pode Concordar - deixar igual.
• Fôrma / Forma • Gênero: masculino e feminino.
Língua Portuguesa
Língua Portuguesa
Regras com Verbos impessoais Ex.: As mulheres que estudam crescem na vida.
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Concordância nominal • Seguem anexas as imagens descritas.
• Seguem apensos os documentos.
A Concordância Nominal investiga a relação entre • Seguem inclusas as provas.
os termos do grupo nominal. Para quem não se lembra de
quais são esses termos, basta ver o seguinte esquema: Obs.: A expressão “em anexo” é invariável:
• seguem em anexo as comprovações de renda;
• é necessário, é proibido, é permitido. Casos em que
há verbo de ligação + um predicativo variável. Só
Capítulo 05 - Concordância verbal e nominal
vo a que se referem.
• O primeiro momento árduo por que passei foi e tolerância os rumos da nossa história.
aquele mencionado por você. c) Não se atribuam às tecnologias mais avançadas
• É preciso atentar para alguns casos especiais. o ônus de serem também nocivas, já que toda a respon-
sabilidade cabe a quem as manipulam.
d) Caso não venha a faltar às novas tecnologias um
Casos especiais autêntico padrão ético, não haveremos de temer as con-
sequências que decorrerem de seu emprego.
Atente para esses casos, pois eles tendem a ser e) Muita gente, na vertigem dos dias atuais, pas-
sorrateiros. sam a criticar sem razão as novas tecnologias, às quais
Palavra “bastante”. Para não errar seu emprego, não cabem ser responsáveis por seus efeitos.
basta entender a diferença de classificação morfológica:
Resposta: D
Advérbio: invariável.
Ex.:Meu irmão estudou bastante.
(FEPESE) Apenas uma das alternativas abaixo não
Pronome indefinido: variável. atende às regras de concordância verbal previstas em
Ex.: Meu irmão estudou bastantes matérias. relação à norma culta da língua portuguesa.
Assinale a alternativa que apresenta desvio da
Adjetivo: variável. norma.
Ex.: Havia indícios bastantes sobre o caso.
A palavra “menos”: invariável, por ser um advér- a) És tu quem deve ficar com o livro de contos.
bio. b) Os jurados acreditavam que nem um, nem outro
Ex.: Havia menos mulheres no festival. estava com a razão.
c) Espera-se que 90% dos candidatos ao cargo de
A palavra “meio”: depende da classificação. diretor compareça à reunião.
Advérbio: Aquela menina parece meio abatida. d) Uma parte considerável dos candidatos não
Numeral: Nhonho comeu meia melancia. atendeu às exigências do edital.
e) Uma das coisas que mais o irritam é a falta de
Anexo, incluso e apenso: são termos variáveis e inteligência dos funcionários.
devem concordar com o substantivo. Resposta: C
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(VUNESP) Feitas as adequações necessárias, a re- 4. Diante de alguns pronomes: (pessoais, de trata-
escrita do trecho – O Marco Civil garante a inviolabilida- mento, indefinidos, interrogativos)
de e o sigilo das comunicações. – permanece correta, de A Sua Excelência, dirigimos um comunicado.
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em:
A inviolabilidade e o sigilo das comunicações... 5. Em expressões com palavras repetidas.
Cara a cara, dia a dia, mano a mano.
a) ... mantêm-se garantidos pelo Marco Civil.
b) ... mantém-se garantidos pelo Marco Civil. 6. Diante de topônimos que não admitem o artigo.
c) ... mantêm-se garantido pelo Marco Civil. Agripino viajará a São Paulo.
d) ... mantém-se garantidas pelo Marco Civil. Veja que há uma observação em relação a essa re-
e) ... mantêm-se garantidas pelo Marco Civil. gra!
Resposta: A
7. Diante da palavra “casa” (no sentido de “lar”).
(VUNESP) Assinale a alternativa em que a concor- O menino voltou a casa para falar com a mãe.
dância está de acordo com a norma-¬padrão da língua Veja que há uma observação em relação a essa re-
portuguesa. gra!
a) Os pesquisadores apresentam opiniões diversa 8. Diante da palavra “terra” (no sentido de “solo”).
a respeito da evolução humana. Muito virão a terra após navegar.
b) Apesar das análises estatísticas, o resultado dos
Língua Portuguesa
são sonora. Na verdade, trata-se de uma união, como o 2. Expressão (masculina ou feminina) com o sen-
próprio nome grego “krásis” O acento grave indicativo de tido de “à moda de”: gol à Pelé, cabelos à Sansão, poema à
crase (`) deve ser empregado em contrações da preposi- Bilac, conto à Machado.
ção “a” com:
3. Locução prepositiva: à vista de, à beira de, à mer-
a) O artigo definido feminino: cê de.
O homem foi à reunião descrita na ata.
4. Locução conjuntiva proporcional: à medida que,
b) Os pronomes “aquele”, “aquela” ou “aquilo”. à proporção que.
Referimo-nos àquele assunto mencionado.
5. Para evitar ambiguidade:
c) O pronome demonstrativo “a”: Ama a mãe a filha.
Tenho uma calça semelhante à que você tem.
6. Diante de “madame”, “senhora” e “senhorita”:
Essa é a parte da teoria, a partir de agora, é possível Enviaremos uma carta à senhorita.
segmentar a matéria em três tipos: casos proibitivos, ca-
sos obrigatórios e casos facultativos. 7. Diante da palavra “distância” (quando estiver
determinada):
Casos proibitivos O acidente se deu à distância de 100 metros.
5. “A”no singular + palavra no plural = crase nem a pau. e) à uma comunidade onde há muitas crianças.
6.Com pronome de tratamento = crase é um tormento.
7.Adverbial, feminina e locução = manda crase, meu ir-
mão. Resposta: C
8. A + aquele = crase nele.
9. Palavras repetidas = crases proibidas. 7. COLOCAÇÃO PRONOMINAL
10. Palavra determinada = crase liberada.
11. Se for “à moda de” = crase vai vencer! A colocação pronominal, também pode ser cha-
12. Diante de pronome pessoal = crase faz mal! mada de toponímia ou de tmese e se trata do estudo da
13. Com hora exata = crase é mamata! posição do Pronome Oblíquo Átono em uma sentença.
14. Trocando “a” por “ao” = crase nada mal! Caso você não se lembre dos pronomes oblíquos, segue
15. Trocando “a” por “o” = crase se lascou! a lista:
Regra do Boi Te
202 O, a, lhe, se
Anote o procedimento para aplicar a Regra do Boi.
Nos
Língua Portuguesa
Questões Vos,
Gabaritadas
Os, as, lhes, se.
(CESPE) Em “a preços”, estaria correto o emprego
do sinal indicativo de crase.
Resposta: errado. Posições dos pronomes – Casos de colocação
Próclise: pronome antes do verbo.
A participação e o lugar da mulher na história fo- • Não me avisaram sobre o evento.
ram negligenciados pelos historiadores e, por muito tem- Mesóclise: pronome no meio do verbo.
po, elas ficaram à sombra de um mundo dominado pelo • Denunciá-lo-emos às autoridades.
gênero masculino.
Ênclise: pronome após o verbo.
(CESPE) O acento indicativo de crase em “à som- • Vista-se e vamos até o local.
bra” poderia ser omitido sem prejuízo da correção gra-
matical do texto, visto que seu emprego é opcional no Apossínclise: intercalação de palavras entre pro-
contexto em questão. nome e verbo.
Resposta: errado. • A mulher o já não via como marido.
A partir de agora, você precisa memorizar os casos
(IESES) Em qual das alternativas o sinal de crase é de colocação e buscar empregá-los nas questões. Ante-
facultativo? cipando, as regras mais incidentes em concursos são as
de próclise.
a) Dirigi-me à Laura para saber como ela atendia
os contribuintes. Regras de próclise: essas regras são as mais fortes!
b) O sapato tinha detalhes à italiana. 1) Palavras ou expressões negativas:
c) Suas publicações são semelhantes às minhas. - Não lhe devemos explicações.
d) Fiz menção à teoria citada por você.
2) Conjunção subordinativa:
Resposta: A - Necessito de que o alertem a respeito da prova.
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questionarem se o pronome pode ser “deslocado” na sen-
3) Pronome relativo: tença, sem problemas para a construção gramatical. Há
- Os conceitos de que discordo são daquele imbecil. apenas dois casos.
1) Sujeito expresso próximo ao verbo.
4) Pronomes Indefinidos: - Aquela senhorita se refere (-se) ao mendigo.
-Tudo me parecia estranho.
2) Verbo no infinitivo antecedido por “não” ou por
5) Pronomes interrogativos: preposição.
- Que te parece essa situação toda? - Todo sabemos que ao se acostumar(-se) com a
vida, tendemos ao comodismo.
6) Advérbios:
- Nunca o levaria para aquele lugar.
9) Sentenças optativas:
- Deus lhe pague! (CESPE) Na oração “ele se destacou entre os cole-
gas” (l.11), é obrigatório o uso do pronome “se” em posição
Regras de mesóclise: essas regras são as mais fra- pré-verbal, devido ao fator atrativo exercido pelo ele-
cas. mento que o antecede.
1) Verbo conjugado no futuro do presente do indica-
tivo: ( ) Certo ( ) Errado
- Notificá-lo-emos em razão de tal injúria.
203
Resposta: errado.
2) Verbo conjugado no futuro do pretérito do indi-
Língua Portuguesa
cativo: (CESPE) O pronome átono ‘se’, em ‘não se trata’, po-
- Informá-la-ia quando retornasse de viagem. deria, opcionalmente, ocorrer após o verbo, escrevendo-
-se não trata-se, sem comprometer a fidelidade do texto
Nota: se houver algum caso de próclise nessas fra- à norma da língua na modalidade escrita formal.
ses acima, a regra de mesóclise há de ceder lugar para a
próclise. Como disse anteriormente, as palavras “atrati- ( ) Certo ( ) Errado
vas” são mais fortes.
Resposta: errado.
Regras de ênclise:
1) Início de sentença: não se inicia sentença com
pronome oblíquo átono. (FUNCAB) Assinale a opção em que o pronome
- Faz-se muito com a dedicação. oblíquo foi corretamente colocado.
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-las passar como se as afugentassem as asas da aerona- Aspiramos ao cargo mais alto.
ve.
d) Uma viagem por dentro de nós - somente reali- Chegar / Ir: são verbos intransitivos
zamo-na quando dispostos a ficar sós conosco mesmos. • Preposição “a” (destino).
e) A razão por que ela não dispõe-se à prática da in- Chegaremos ao local mencionado.
teriorização é o receio de que isso obrigue-lhe a enfren- Irei ao salão horas mais tarde.
tar seus fantasmas. • Preposição “em” (estaticidade).
Resposta: C Cheguei no trem à estação.
Irei no carro de Marina.
8. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL Ir a / para
Capítulo 08- Regência verbal e nominal
Língua Portuguesa
Não se deve desobedecer aos princípios éticos.
b) Estudos mapeiam as perspectivas de um cená-
Pagar: verbo bitransitivo rio climático ...... preocupa os órgãos responsáveis pelo
O menino pagou a conta ao dono da venda. bem-estar da população.
c) Estão sendo destacadas algumas medidas ...... as
Perdoar: verbo bitransitivo autoridades possam trabalhar para evitar maiores danos
Eu perdoarei a dívida aos meus devedores. às vítimas de catástrofes ambientais.
d) Cientistas se debruçam sobre um quadro climá-
Preferir: verbo bitransitivo. (Não é possível refor- tico preocupante, ...... se observam manifestações extre-
çar esse verbo) mas cada vez mais frequentes.
A mulher preferia o livro ao computador. e) Uma preocupação constante, ...... se referem os
ambientalistas, baseia-se no aumento das emissões de
Querer: VTD. gases poluentes na atmosfera.
Quero um bom resultado na prova. Resposta: A
Quando no sentido de desejar bem, usa-se com ob-
jeto direto preposicionado. (FUNCAB) Assinale a alternativa em que a frase
Eu quero bem a meus alunos. segue a norma culta da língua quanto à regência verbal.
Resposta: B
Aversão a, por Acostumado Perto de
Continuaremos nosso estudo de regência com os com, a
próximos exemplos. Fique atento!
Morar / Residir (em): VI Capacidade de, Ávido por, de
O local em que moro aparenta ser antigo. para
Obediência a Fácil de
Namorar: VTD
Juliana namora seu amigo de infância. Ojeriza a, por, de Favorável a
Obedecer / desobedecer: VTI (a) Bem, agora é hora de praticar o que aprendeu! For-
Não se deve desobedecer aos princípios éticos. ça, guerreiro!
Quero um bom resultado na prova. não fosse possível tomar medidas preventivas contra os
Quando no sentido de desejar bem, usa-se com ob- desastres naturais naquela região.
jeto direto preposicionado. b) Estudos mapeiam as perspectivas de um cená-
Eu quero bem a meus alunos. rio climático ...... preocupa os órgãos responsáveis pelo
bem-estar da população.
Responder: VTI (a): c) Estão sendo destacadas algumas medidas ...... as
Responda às perguntas anteriores. autoridades possam trabalhar para evitar maiores danos
às vítimas de catástrofes ambientais.
Simpatizar / Antipatizar: VTI (com) d) Cientistas se debruçam sobre um quadro climá-
Eu não simpatizo com essa música. tico preocupante, ...... se observam manifestações extre-
mas cada vez mais frequentes.
Suceder: e) Uma preocupação constante, ...... se referem os
• VTI: substituir. ambientalistas, baseia-se no aumento das emissões de
Este governo sucedeu ao regime anterior. gases poluentes na atmosfera.
• VI: ocorrer. Resposta: A
Sucederam eventos terríveis.
(FUNCAB) Assinale a alternativa em que a frase
Visar: segue a norma culta da língua quanto à regência verbal.
• VTD: mirar.
O arqueiro visava o alvo vermelho. a) Prefiro viajar de ônibus do que dirigir.
• VTI (a): objetivar. b) Eu esqueci do seu nome.
Aquele rapaz visava ao cargo de gerente. c) Você assistiu à cena toda?
d) Ele chegou na oficina pela manhã.
e) Sempre obedeço as leis de trânsito.
Regência nominal
Resposta: C
Para a regência nominal, seria necessário – no mí- (VUNESP) Considerando o emprego do pronome
nimo – um dicionário, o que verdadeiramente costuma relativo e a regência verbal, assinale a alternativa cuja
ser publicado. Na verdade, essa tabela abaixo demonstra frase está correta, segundo a norma-padrão da língua
apenas alguns casos de regência nominal. O importante portuguesa.
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a) Há gritos nas arquibancadas, que ficam os es- j) separar algumas orações coordenadas
pectadores. - Júlio usou suas estratégias, mas não venceu o
b) O narrador era fã de Domingos, cujas “tiradas” desafio.
admirava.
c) Ficaram conhecidas as bicicletas de Leônidas, Vírgula + E
que se refere o narrador.
d) Os espanhóis defendem as touradas, cujas são Existem muitos mitos sobre o emprego da vírgula
uma espécie de retrato psicológico do país. com o conectivo “e”. É preciso saber que há casos em que
e) Para o narrador, o campo de futebol é o lugar o a vírgula será bem empregada. Como os posteriores:
qual se pode divertir e viver. 1. Para separar orações coordenadas com sujeitos
Resposta: B distintos:
Minha professora entrou na sala, e os colegas co-
meçaram a rir.
9. PONTUAÇÃO
2) Polissíndeto:
O conteúdo de pontuação é importantíssimo nas Luta, e luta, e luta, e luta, e luta: é um filho da pátria.
provas de concurso público, principalmente porque os
3) Conectivo “e” com o valor semântico de “mas”:
Capítulo 09 - Pontuação
falantes desconhecem a maioria das regras. Para que
seja possível entender esse conteúdo propriamente, é re- Os alunos não estudaram, e passaram na prova.
comendável ter uma boa noção de Sintaxe.
A pontuação é feita por meio de sinais que indicam 4) Para enfatizar o elemento posterior:
as pausas e as melodias da fala. O sinal mais importante A menina lhe deu um fora, e ainda o ofendeu.
e mais cobrado em provas é o da vírgula. Estudemos mais
profundamente. Regra de ouro
Fique atento para a regra fundamental de emprego da
1. Vírgula – indica uma pequena pausa na senten- vírgula. Uma das mais cobradas em concursos.
ça. Não se emprega vírgula entre:
Emprega-se para: Sujeito e verbo.
a) separar termos que possuem mesma função Verbo e objeto (na ordem direta da sentença).
sintática no período: Para facilitar a memorização dos casos de emprego da
- João, Mariano, César e Pedro farão a prova. vírgula, lembre-se de que: 207
- Li Goethe, Nietzsche, Montesquieu, Rousseau e A vírgula é:
Merleau-Ponty. Desloca
Língua Portuguesa
Enumera
b) isolar o vocativo: Explica
- Força, guerreiro! Enfatiza
Isola
c) isolar o aposto explicativo: Separa
- José de Alencar, o autor de Lucíola, foi um roman-
cista brasileiro.
Agora é hora de praticar o que você aprendeu! Va-
d) mobilidade sintática: mos lá!
- Temeroso, Amadeu não ficou no salão.
- Na semana anterior, ele foi convocado a depor.
- Por amar, ele cometeu crimes. Questões
Gabaritadas
e) separar expressões explicativas, conjunções e
conectivos: O respeito às diferentes manifestações culturais é
- isto é, ou seja, por exemplo, além disso, pois, po- fundamental, ainda mais em um país como o Brasil, que
rém, mas, no entanto, assim, etc. apresenta tradições e costumes muito variados em todo
o seu território. Essa diversidade é valorizada e preser-
f) separar os nomes dos locais de datas: vada por ações da Secretaria da Identidade e da Diversi-
- Cascavel, 10 de março de 2012. dade Cultural (SID), criada em 2003 e ligada ao Ministério
da Cultura.
g) isolar orações adjetivas explicativas:
- O Brasil, que busca uma equidade social, ainda (CESPE) A retirada da vírgula após “Brasil” man-
sofre com a desigualdade social. teria a correção gramatical e os sentidos do texto, visto
que, nesse caso, o emprego desse sinal de pontuação é
h) separar termos enumerativos: facultativo.
- O palestrante falou sobre fome, tristeza, desem- ( ) Certo ( ) Errado
prego e depressão. Resposta: Errado.
i) omitir um termo: A primeira concebe a missão institucional das po-
- Pedro estudava pela manhã; Mariana, à tarde.
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lícias em termos bélicos, atribuindo-lhes o papel de com- gula e menor do que um ponto final.
bater os criminosos, que são convertidos em inimigos in-
ternos. A política de segurança é, então, formulada como Usa-se para:
estratégia de guerra, e, na guerra, medidas excepcionais a) separar itens que aparecem enumerados:
se justificam. Instaura-se, adotando-se essa concepção, Uma boa dissertação apresenta:
uma política de segurança de emergência e um direito - coesão;
penal do inimigo. - coerência;
- progressão lógica;
(CESPE) O emprego da vírgula logo após “crimino- - riqueza lexical;
sos” justifica-se por isolar oração de caráter explicativo. - concisão;
( ) Certo ( ) Errado - objetividade; e
Resposta: certo. - aprofundamento.
(ESAF) Assinale a opção que justifica corretamen- b) separar um período que já se encontra dividido
te o emprego de vírgulas no trecho abaixo. por vírgulas:
É neste admirável e desconcertante mundo novo - Queria ter o marido novamente; mudar não que-
que se encontram os desafios da modernidade, a mudan- ria, porém.
ça de paradigmas culturais, a substituição de atividades
Capítulo 09 - Pontuação
(VUNESP) No período – Meu Deus, me protege, me essa matéria e que ele passe no concurso.
guia, me salva! – (1.º parágrafo), a vírgula que separa a ex-
pressão Meu Deus está empregada com a mesma função c) Introduzir sentença comprobatória à anterior:
que na passagem: Caos e revolta na cidade: cobrança de impostos
abusiva faz o povo se rebelar.
a) Ao sair do escritório, com o negócio fechado,
dona Irene... (2.º parágrafo)
b) ... até orgulhosa de haver cumprido a missão, na Aspas – indicativo de destaque.
cidade. (2.º parágrafo)
c) O marido, na cama, foi despertado pelo puxão São usadas para indicar:
nervoso... (7.º parágrafo) a) Citação literal:
d) Mas você não levou relógio nenhum, filha. (11.º “A mente do homem é como uma távola rasa” –
parágrafo) disse o filósofo.
e) Sujeito assustado, aquele ladrão! (12.º parágrafo)
b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias:
Resposta: D “Peace” foi o que escreveram na faixa.
Ficava “desmorrendo” com aquela feitiçaria.
Após estudar a vírgula, já é possível passar ao “Estou sentido uma treta”.
estudo dos demais sinais principalmente cobrados nas
provas de concurso. c) Indicar o sentido não usual de um termo.
Energia “limpa” custa caro.
Ponto final – pausa total.
d) Indicar título de obra.
a) É usado ao final de frases para indicar uma pau- “Serafim Ponte Grande” é uma obra do Modernis-
sa total: mo Brasileiro.
- Vou desligar o telefone.
b) Em abreviaturas: e) Indicar ironia
- Sr., a. C., Ltda., num., adj., obs. Ele é um grande “pensador” da humanidade.
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São usadas para indicar supressão de um trecho, ral” por dois-pontos.
interrupção na fala, ou dar ideia de continuidade ao seg- b) A substituição dos dois-pontos depois de “sim-
mento. bólico” pelo sinal de ponto-e-vírgula.
(...) c) A substituição do sinal de ponto-e-vírgula de-
O amor na humanidade é uma mentira! pois de “nacional” pela conjunção e.
É. E é por isso que na minha lira (...) d) A inserção de uma vírgula depois de “construir”.
- Então, ele entrou na sala e... e) A retirada da vírgula depois de “ponta”.
Oi, galera! Resposta: E
Eu até acho você aceitável, mas...
Capítulo 10 - Ortografia
íntia disse:
C dos da América (EUA), onde há quase 200 milhões.
- Amigo, preciso pedir-lhe algo. Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adapta-
ções).
2 - Isola um comentário no texto (sentença inter-
ferente). (CESPE) Preservam-se a correção gramatical e a
Aquela pessoa – eu já havia falado isso – acabou de coerência textual ao se retirarem os sinais de travessão,
mostrar que tem péssimo caráter. inserindo-se uma vírgula logo após “mundo”.
3 - Isola um aposto na sentença. ( ) Certo ( ) Errado
M inha irmã – a dona da loja – ligou para você.
Resposta: certo.
4 - Reforçar a parte final de um enunciado:
Para passar no concurso você deve estudar muito
– muito mesmo! 10. ORTOGRAFIA 209
Língua Portuguesa
ses que você estudou serão os mais cobrados em sua
prova. Agora é hora de exercitar. A ortografia é a parte da Gramática que estuda a
escrita correta das palavras. O próprio nome da discipli-
na já designa tal função. É oriunda das palavras gregas
Questões ortho que significa “correto” e graphos que significa “es-
crita”.
Gabaritadas O Alfabeto atualmente possui 26 letras (inclusão
de K, W e Y)
Leia o texto a seguir para responder à questão.
Exemplos do emprego dessas letras:
Enquanto o patrimônio tradicional continua sen-
Em abreviaturas e em símbolos de uso internacio-
do responsabilidade dos Estados, a promoção da cultura
nal: Kg – quilograma / w – watt
moderna é cada vez mais tarefa de empresas e órgãos
Em palavras estrangeiras de uso internacional,
privados. Dessa diferença derivam dois estilos de ação
nomes próprios estrangeiros e seus derivados: Kremlin,
culturala). Enquanto os governos pensam sua política em
Kepler, Darwin, Byron, byroniano.
termos de proteção e preservação do patrimônio histó-
rico, as iniciativas inovadoras ficam nas mãos da socie-
dade civil, especialmente daqueles que dispõem de poder Emprego de “e” e “i”
econômico para financiar arriscando. Uns e outros bus-
cam na arte dois tipos de ganho simbólicob): os Estados, Emprega-se a letra “e” em:
legitimidade e consenso ao aparecer como represen- 1. Palavras formadas com o prefixo ante- (que sig-
tantes da história nacionalc); as empresas, obter lucro nifica antes, anterior):
e construird)através da cultura de pontae), renovadora, • Antebraço, antevéspera, antecipar, antedilu-
uma imagem “não interessada” de sua expansão econô- viano etc.
mica.
(Nestor Garcia Canclini, Culturas Híbridas, p. 33, 2. A sílaba final de formas conjugadas dos verbos
com adaptações) terminados em –OAR e –UAR (quando estiverem no sub-
juntivo):
ESAF) Assinale a alteração na pontuação que pro- • Garoe (Garoar)
voca incoerência textual ou erro gramatical no texto. • Continue (continuar)
• Pontue (pontuar)
a) A substituição do ponto final depois de “cultu-
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Retroceder – retrocesso
3. A lgumas palavras, por sua origem: arrepiar, ca- b) A correlação gred – gress:
deado, creolina, desperdiçar, desperdício, destilar, disen- Agredir – agressão, agressivo
teria, empecilho, indígena, irrequieto, mexerico, mimeó- Progredir – progressão, progresso
grafo, orquídea, quase, sequer, seringa, umedecer etc. c) A correlação prim – press:
Imprimir – impressão, impresso
Empregaremos o “i” Oprimir – opressão, opressor
Reprimir – repressão, repressivo
1. Palavras formadas com o prefixo anti- (que sig- d) A correlação meter – miss:
nifica contra): Submeter – submissão
• Antiaéreo, anticristo, antitetânico, anti-infla- Intrometer – intromissão
matório.
Emprego do SC
2. A sílaba final de formas conjugadas dos verbos
terminados em –AIR, -OER e –UIR: Grafaremos com sc palavras que são termos em-
• Sai (sair) prestados do latim:
• Cai(cair) Adolescente, adolescência, consciente, crescer,
• Diminui (diminuir) descer, fascinar, fescenino.
Capítulo 10 - Ortografia
• Mói (moer)
Grafia da letra “s” com som de “z”
3. Os ditongos AI, OI, ÓI, UI:
a) Pai, foi, herói, influi. Escreveremos com “s”:
1 - Terminações –ês, -esa, -isa, que indicam nacio-
4. As seguintes palavras: aborígine, chefiar, crânio, nalidade, título ou origem.
criar, digladiar, displicência, escárnio, implicante, imper- Japonês, japonesa
tinente, impedimento, inigualável, lampião, pátio, peni- Marquês, marquesa
cilina, privilégio, requisito etc. Camponês, camponesa
Podemos representar o fonema /s/ por: 4 - As terminações –oso e –osa, que indicam qua-
S: ansioso, cansar, diversão, farsa. lidade.
SS: sucesso, assar, carrossel, discussão. Gostoso, garboso, fervorosa, talentosa
C, Ç: cetim, cimento, açoite, açúcar.
SC, SÇ: crescimento, adolescente, ascensão, cons- 5 - O prefixo trans-
ciência, nasço, desça Transe, transação, transamazônico.
X: próximo, auxiliar, auxílio, sintaxe. O s tem som de /z/ quando aparece entre duas vo-
XC, XS: exceção, exceder, exsudar, excepcional. gais.
Língua Portuguesa
tamente grafado com SS. Das opções abaixo, aquela em são empregados no pretérito perfeito do indi-
que os três vocábulos também são escritos com SS é: cativo.
• Personagens: são os indivíduos que praticam
a) submi__ão / exce__ão / sece__ão. as ações da narração. Uma dica interessante é
b) posse__ão / compre__ão / obse__ão. atentar para suas características e o compor-
c) intromi__ão / emi__ão / encena__ão. tamento que demonstram.
d) ere__ão / progre__ão / opre__ão. • Espaço: é o local em que as ações ocorrem. Se
e) viola__ão / suce__ão / admi__ão. houver mais de um lugar, chamamos de espa-
ço aberto; se houver ação em apenas um lugar,
Resposta: B chamamos de espaço fechado.
• Tempo: pode ser bem marcado (cronológico);
11. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS não marcado e desregrado (psicológico); ou
não marcado, mas linear (tempo da narrativa).
O conteúdo de interpretação de textos costuma • Ação: o que motiva a narração. Praticamente é
ser muito incidente em provas de concurso. Para cada o papel de cada personagem.
base textual, cerca de 4 ou 5 questões desse assunto são • Narrador: voz que narra as ações. Pode ser
cobradas. Nem sempre o candidato entende o que deve personagem (protagonista ou coadjuvante) ou
responder, ou mesmo o texto que acabou de ler. Isso é o ainda estar fora da estória narrada.
que torna essa parte tão importante: a dificuldade que a
maioria do povo tem para interpretar textos. Texto descritivo:
Fundamentalmente, o problema se centra no há-
bito de leitura, que poucos têm. Como não praticam a Foco nas características: portanto, abundam os
leitura, as pessoas dificilmente reconhecem uma tipolo- adjetivos e os verbos de ligação.
gia textual, uma inferência ou uma analogia. Pensando Descrição objetiva: é realizada sem transparecer
nisso, vamos dividir o conteúdo em partes menores e, de sentimentos, principalmente com adjetivos caracteriza-
modo sucinto, solucionar os problemas de interpretação. dores.
Descrição subjetiva: é realizada transparecendo
Tipologia Textual sentimentos, principalmente com adjetivos qualificado-
res.
Todo texto é concebido para ser veiculado em de-
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Texto dissertativo Dicas de organização de leitura
1. Ler mais de uma vez o texto: para ter certeza do
O texto é dito dissertativo, quando carreia opini- tema e de como o autor trabalha com o assunto.
ões, argumentos, teses e pontos de vista. Há duas orien- 2. Atentar para a relação entre os parágrafos: ana-
tações fundamentais para classifica-lo. lisar se há conexão entre eles e como ela é feita. Se há ex-
Dissertativo-expositivo: é o tipo de texto que não plicação, contradição, exemplificação etc.
busca persuadir o leitor, apenas informar ou explicar 3. Entender o comando da questão: ler com atenção
algo. Esse tipo de texto é muito comum em reportagens o que se pede para responder adequadamente.
ou notícias de jornal. 4. Destacar as palavras de alerta: palavras como
Dissertativo-argumentativo: é o tipo de texto que “sempre”, “nunca”, “exclusivamente”, “somente” podem
levanta uma tese a respeito de algo e tenta convencer mudar toda a circunstância da questão, portanto elas de-
o leitor dessa tese, ou seja, busca a persuasão de quem vem ser destacadas e analisadas.
Capítulo 11 - Interpretação de textos
lê. Para isso, o texto dissertativo argumentativo possui 5. Limitar a interpretação: cuidado para não inter-
uma estratégia argumentativa, que costuma ser alvo dos pretar mais do que o texto permite. Antes de afirmar ou
questionamentos da banca. negar algo, deve-se buscar o texto como base.
6. Buscar o tema central dos textos: é muito comum
Leitura e interpretação de textos que haja questões a respeito do tema do texto. Para cap-
tá-lo de maneira mais objetiva, atente para os primeiros
Muito da interpretação de textos está relacionado parágrafos que estão escritos.
com a capacidade de reconhecer os assuntos do texto e 7. Buscar a ancoragem das inferências: uma infe-
as estratégias de desenvolvimento de uma base textual. rência é uma conclusão sobre algo lido ou visto. Para que
Para que isso seja possível, convém tomar três providên- seja possível inferir algo, deve haver um elemento (ân-
cias: cora) que legitime a interpretação proposta pelo exami-
• Eliminação dos vícios de leitura: para concen- nador.
trar-se melhor na leitura. Agora é hora de pôr a mão na massa e fazer alguns
• Organização: para entender o que se pode ex- exercícios!
trair da leitura.
• Conhecimento da tradição da banca: para op-
tar pelas respostas que seguem o padrão co- Exercícios
mum da banca examinadora. comentados
212
Vícios de leitura
Aprendo porque amo
Língua Portuguesa
• Movimento: consiste em não conseguir estudar, Recordo a Adélia Prado: “Não quero faca nem quei-
ler, escrever etc. sem ficar arrumando algum subterfúgio jo; quero é fome”. Se estou com fome e gosto de queijo, eu
para distrair-se. Comer, beber, ouvir música, ficar no sofá, como queijo... Mas e se eu não gostar de queijo? Procu-
brincar com o cachorro são coisas que devem ser evita- ro outra coisa de que goste: banana, pão com manteiga,
das no momento de estudar. chocolate... Mas as coisas mudam de figura se minha na-
• Apoio: o vício do apoio é péssimo para a leitura, morada for mineira, gostar de queijo e for da opinião que
pois diminui a velocidade e a capacidade de aprofunda- gostar de queijo é uma questão de caráter. Aí, por amor à
mento do leitor. Usar dedo, régua, papel ou qualquer coisa minha namorada, eu trato de aprender a gostar de queijo.
para “escorar” as linhas significa que você está com sé- Lembro-me do filme “Assédio”, de Bernardo Ber-
rios problemas de concentração. tolucci.A história se passa numa cidade do norte da Itália
• Garoto da borboleta: se você possui os vícios ou da Suíça. Um pianista vivia sozinho numa casa imen-
anteriores, certamente é um “garoto da borboleta”. Isso sa que havia recebido como herança. Ele não conseguia
quer dizer que você se distrai por qualquer coisa e que o cuidar da casa sozinho nem tinha dinheiropara pagar
mínimo ruído é suficiente para acabar com o seu fluxo de uma faxineira. Aí ele propôs uma troca: ofereceu moradia
leitura. Já deve ter acontecido: terminou de ler uma pági- para quem se dispusesse a fazer os serviços de limpeza.
na e se perguntou: “que foi mesmo que eu li”. Pois é, você Apresentou-se uma jovem negra, recém-vinda da
só conseguirá se curar se começar a se dedicar para obter África, estudante de medicina. Linda! A jovem fazia me-
o melhor de uma leitura mais aprofundada. dicina ocidental com a cabeça, mas o seu coração esta-
va na música da sua terra, os atabaques, o ritmo, a dan-
Organização leitora ça. Enquanto varria e limpava, sofria ouvindo o pianista
tocando uma música horrível: Bach, Brahms, Debussy...
Aconteceu que o pianista se apaixonou por ela. Mas ela
• Posto: trata-se da informação que se obtém pela não quis saber de namoro. Achou que se tratava de assé-
leitura inicial. dio sexual e despachou o pianista falando sobre o horror
• Pressuposto: trata-se da informação acessada da música que ele tocava.
por meio do que não está escrito. O pobre pianista, humilhado, recolheu-se à sua
• Subentendido: trata-se da conclusão a que se desilusão, mas uma grande transformação aconteceu:
chega ao unir posto e pressuposto. ele começou a frequentar os lugares onde se tocava mú-
Veja o exemplo abaixo: sica africana. Até que aquela música diferente entrou
• Cientistas dizem que pode haver vida extra- no seu corpo e deslizou para os seus dedos. De repente,
terreste em algum lugar do espaço. a jovem de vassoura na mão começou a ouvir uma mú-
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sica diferente, música que mexia com o seu corpo e suas e da poesia — o amor faz a magia de ligar coisas separa-
memórias... E foi assim que se iniciou uma estória de das, até mesmo contraditórias. Pois a gente não guarda e
amor atravessado: ele, por causa do seu amor pela jovem, agrada uma coisa que pertenceu à pessoa amada? Mas a
aprendendo a amar uma música de que nunca gostara, “coisa” não é a pessoa amada! “É sim!”, dizem poesia, psi-
e a jovem, por causa do seu amor pela música africana, canálise e magia: a “coisa” ficou contagiada com a aura
aprendendo a amar o pianista que não amara. Sabedoria da pessoa amada.
da psicanálise: frequentemente, a gente aprende a gostar
de queijo por meio do amor pela namorada que gosta de
queijo... Notícia de Jornal (Fernando Sabino)
Isso me remete a uma inesquecível experiência Leio no jornal a notícia de que um homem morreu
infantil. Eu estava no primeiro ano do grupo A profes- de fome. Um homem de cor branca, 30 anos presumíveis,
sora era a dona Clotilde. Ela fazia o seguinte: sentava-se pobremente vestido, morreu de fome, sem socorros, em
Língua Portuguesa
pessoa que a ensina. E isso porque — lição da psicanálise
e da poesia — o amor faz a magia de ligar coisas separa- A disseminação do vírus H1N1, causador da gri-
das, até mesmo contraditórias.Pois a gente não guarda e pe denominada Influenza A, ocorre, principalmente, por
agrada uma coisa que pertenceu à pessoa amada? Mas a meio das gotículas expelidas na tosse e nos espirros, do
“coisa” não é a pessoa amada! “É sim!”, dizem poesia, psi- contato com as 4 mãos e os objetos manipulados pelos
canálise e magia: a “coisa” ficou contagiada com a aura doentes e do contato com material gastrointestinal. O
da pessoa amada. período de incubação vai de dois a sete dias, mas a maio-
[...] ria dos pacientes pode espalhar o vírus 7 desde o primei-
A dona Clotilde nos dá a lição de pedagogia: quem ro dia de contaminação, antes mesmo do surgimento dos
deseja o seio, mas não pode prová-lo, realiza o seu amor sintomas, e até aproximadamente sete dias após seu de-
poeticamente, por metonímia: carrega a pasta e come saparecimento. Adverte-se, pois, que as precauções com
“mata-fome”... 10 secreções respiratórias são de importância decisiva,
motivo pelo qual são recomendados cuidados especiais
ALVES, R. O desejo de ensinar e a arte de aprender. com a higiene e o isolamento domiciliar ou hospitalar, se-
SãoPaulo: Fundação Educar, 2007. p. 30. gundo a gravidade 13 de cada caso.
(CESGRANRIO) Por meio da leitura integral do tex- (CESPE) Esse texto é predominantemente disser-
to, é possível inferir que o gosto pelo conhecimento tativo.
(A) é inerente a todos os indivíduos. Resposta: certo.
(B) se constitui num processo de afetividade.
(C) tem o desinteresse por consequência. 12. ESTILÍSTICA: FIGURAS DE LINGUAGEM
(D) se vincula ao desejo efêmero de ensinar.
(E) se forma a partir da autonomia do sujeito. A Estilística é o ramo da linguística que estuda a
manipulação da língua, inclusive para seu uso estético.
Resposta: B
Em sentido lato, trabalha com os sentidos possí-
Justificativa:
veis das elocuções.
Ridendo dicere severum: rindo, dizer as coisas sé-
rias... Pois rindo estou dizendo que frequentemente se
Figuras de Linguagem
aprende uma coisa de que não se gosta por se gostar da
pessoa que a ensina. E isso porque — lição da psicanálise
• Recursos para transformar o conteúdo das
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mensagens.
• Alteração do sentido. a) O equilíbrio ou desequilíbrio depende do am-
• Função poética da linguagem. biente familiar.
• Não ficam restritas à Literatura. b) Temos medo de sair às ruas.
c) Nestes dias começamos a ter medo também
1 – Metáfora: trata-se de um tipo de comparação dentro dos shoppings.
subentendida, sem utilizar conjunções comparativas. d) Somos esse novelo de dons.
Capítulo 12 - Estetilística: Figuras de linguagem
Exemplos:
O vento vem beijar-me a face. a) Ouço Mozart desde criança.
E a noite grita em minha mente. b) Ele esperou muito tempo por seu doce abraço.
Naquele dia, os crisântemos sorriram para ela. c) Sua boca é um túmulo.
d) A perna da mesa estava quebrada.
4 – Antítese: consiste na tentativa de aproximar e) O ator famoso bateu as botas hoje.
palavras com sentidos contrários. Resposta: A
Ex.: “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, De-
pois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras
morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria.” 13. REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS
(Gregório de Matos) OFICIAIS
Por definição, é possível dizer que redação ofi-
5 – Pleonasmo: é uma repetição que pode ser clas- cial redação oficial é “a maneira pela qual o Poder Público
sificada de duas formas: redige atos normativos e comunicações”. Essa definição
a) Pleonasmo lírico: ajuda a entender que há uma sistematização para os pro-
Ex.: Lutaram a luta dos lutadores. cedimentos de serviço na Administração Pública.
Dentre os documentos que servem de base para entender
b) Pleonasmo vicioso (deve ser evitado): a documentação oficial, podemos destacar os seguintes:
Ex.: subir para cima, descer para baixo, hemorra-
gia de sangue, elo de ligação, goteira no teto etc. Aspectos da Correspondência Oficial
Língua Portuguesa
características que devem ser levadas em consideração
mes, pois há sempre um único comunicador (o Serviço
nesse tópico:
Público) e o receptor dessas comunicações ou é o próprio
Serviço Público (no caso de expedientes dirigidos por um • Evitar o uso de uma linguagem restrita a determina-
dos grupos, tais como gírias, regionalismos e jargões
órgão a outro) – ou o conjunto dos cidadãos ou institui-
técnicos.
ções tratados de forma homogênea (o público).
• Evitar coloquialismos.
• A linguagem técnica deve ser empregada apenas
Documentos Norteadores da Comunicação Ofi- em situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso
cial indiscriminado.
• Lembrar que não existe “padrão oficial de linguagem”.
• Manual de Redação da Presidência da República. • Usar o estrangeirismo de forma consciente.
• Manual de Redação do Senado Federal. • Usar neologismos com critério.
• Manual de Redação da Câmara dos Deputados. • Observar as regras da gramática formal.
• Empregar um vocabulário comum ao conjunto dos
É necessário levar em consideração a orienta- usuários do idioma.
ção que esses documentos trazem, porque a cobrança • Evitar preciosismos.
nas provas está relacionada às normas que os manuais
veiculam. Clareza
Deve-se retirar o preconceito com que algumas
pessoas tratam esse assunto, pois a matéria é fácil, ape- Consiste, basicamente, no modo com a mensa-
sar de exigir um pouco de memorização. A capacidade de gem é transmitida. Não se concebe um texto oficial obs-
analisar regras fundamentais de escrita será essencial curo ou de difícil entendimento. Para que haja clareza na
para acertar as questões de prova. mensagem, a observação dos itens relativos ao uso do
Vejamos, a partir de agora, quais são os princí- padrão culto da linguagem é imprescindível, bem como
pios da Redação Oficial. a formalidade e a padronização documental, que serão
1. Impessoalidade vistos posteriormente.
A fim de compreender o que é IMPESSOALIDADE Na revisão de um expediente, deve-se ava-
na comunicação oficial, é preciso associar esse conceito liar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu
ao conceito de impessoalidade que se identifica como um destinatário.
dos princípios da Administração Pública.
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Concisão • Juízes;
• Auditores da Justiça Militar.
Consiste em exprimir o máximo de ideias com o mínimo O vocativo a ser empregado em comunicações
de palavras, para, desse modo, agilizar a comunicação dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor,
oficial. Devem ser evitadas redundâncias, explicações seguido do cargo respectivo:
• Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais
Vossa Excelência, para as seguintes autoridades: Juiz de Direito da 10a Vara Cível
a) Do Poder Executivo: Rua ABC, no 123
• Presidente da República; 01010-000 – São Paulo. SP
• Vice-Presidente da República;
• Ministros de Estado*; Em comunicações oficiais, está abolido o uso do
• Governadores e Vice-Governadores de Estado e do tratamento digníssimo (DD), pois seria redundante, uma
Distrito Federal; vez que “dignidade” é um pressuposto para os cargos em
• Oficiais-Generais das Forças Armadas; questão.
• Embaixadores; Vossa Senhoria é empregado para as demais au-
• Secretários-Executivos de Ministérios e demais toridades e para particulares. O vocativo adequado é:
ocupantes de cargos de natureza especial; • Senhor Fulano de Tal,
• Secretários de Estado dos Governos Estaduais; No envelope, deve constar do endereçamento:
• Prefeitos Municipais. Ao Senhor
Fulano de Tal
* Nos termos do Decreto no 4.118, de 7 de fevereiro de Rua dos Grãos, no 69
2002, art. 28, parágrafo único, são Ministros de Estado, 12345-000 – Cascavel. PR
além dos titulares dos Ministérios: o Chefe da Casa Ci- Como se depreende do exemplo acima, fica dis-
vil da Presidência da República, o Chefe do Gabinete de pensado o emprego do superlativo ilustríssimo para
Segurança Institucional, o Chefe da Secretaria-Geral da as autoridades que recebem o tratamento de Vossa
Presidência da República, o Advogado-Geral da União e o Senhoria e para particulares. É suficiente o uso do prono-
Chefe da Corregedoria-Geral da União. me de tratamento Senhor.
b) Do Poder Legislativo: Acrescente-se que doutor não é forma de trata-
• Deputados Federais e Senadores; mento, e sim título acadêmico. Apesar de haver tradição
• Ministros do Tribunal de Contas da União; no ramo do Direito, as comunicações oficiais dispensam o
• Deputados Estaduais e Distritais; seu uso.
• Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais; Mencionemos, ainda, a forma Vossa
• Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais. Magnificência, empregada por força da tradição, em
c) Do Poder Judiciário: comunicações dirigidas a reitores de universidade.
• Ministros dos Tribunais Superiores; Corresponde-lhe o vocativo “Magnífico Reitor”.
• Membros de Tribunais; Os pronomes de tratamento para religiosos, de
acordo com a hierarquia eclesiástica, são:
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• Vossa Santidade, em comunicações dirigidas ao Nome
Papa. O vocativo correspondente é “Santíssimo Ministro de Estado da Justiça
Padre”.
• Vossa Eminência ou Vossa Eminência Caso não haja espaço na página, recomenda-se
Reverendíssima, em comunicações aos Cardeais. não deixar a assinatura em página isolada do expedien-
Língua Portuguesa
Resumo para os Fechos:
O fecho das comunicações oficiais possui, além
da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o A dica é a seguinte:
destinatário. São divididos, para sintetizar, em apenas • Se o cara for superior, é preciso ter respeito!
dois fechos simples: • Se o cara for igual ou inferior, você quase não dá
Para autoridades superiores, inclusive o atenção!
Presidente da República:
• Respeitosamente, Normas Gerais para Elaboração para Documen-
Para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia
inferior: tos Oficiais
• Atenciosamente,
Atenção: ficam excluídas dessa fórmula as co- As normas que se seguem foram retiradas do
municações dirigidas a autoridades estrangeiras, que Manual de Redação da Presidência da Republica:
atendem a rito e tradição próprios, devidamente discipli- 1. Utilize as espécies documentais, de acordo com as fi-
nados no Manual de Redação do Ministério das Relações nalidades expostas nas estruturas dos modelos que
Exteriores. serão expostos;
2. Utilize os pronomes de tratamento, os vocativos, os
Identificação do signatário destinatários e os endereçamentos corretamente;
À exceção das comunicações assinadas pelo 3. Utilize a fonte do tipo Times New Roman de corpo:
Presidente da República, todas as demais comunicações • 12 no texto em geral;
oficiais devem trazer o nome e o cargo da autoridade que • 11 nas citações;
as expede, abaixo do local de sua assinatura. O modelo de • 10 nas notas de rodapé.
identificação é o seguinte: 4. Para símbolos que não existem na fonte Times New
Roman pode-se utilizar as fontes:
(espaço para assinatura) • Symbol;
Nome • Wingdings.
Chefe do Departamento do Exemplo da Assinatura 5. É obrigatório constar, a partir da segunda página, o
número da página;
(espaço para assinatura) 6. Os ofícios, memorandos e seus anexos poderão ser
impressos em ambas as faces do papel. Neste caso,
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as margens esquerda e direita terão as distâncias in- • Ressaltar o sentido de uma palavra quando não ha-
vertidas nas páginas pares (“margem espelho”); bitual, principalmente nos casos de derivação impró-
No caso de Comunicação Interna – como exem- pria – Exemplos: Existem alguns “porquês” a respei-
plo do MEMORANDO -, o destinatário deverá ser identi- to da situação;
ficado pelo cargo, não necessitando do nome de seu ocu- • Evidenciar o valor – irônico ou afetivo de um termo
Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais
pante. Exceto para casos em que existir um mesmo cargo – Exemplos: Esse “probleminha” custou a empresa.
para vários ocupantes, sendo necessário, então, um vo- »» As aspas simples (‘ ’) são utilizadas quando,
cativo composto pelo cargo e pelo nome do destinatário em qualquer uma das circunstâncias men-
em questão. cionadas, surge dentro de uma citação que já
Exemplo: foi introduzida por aspas.
Ao Senhor Assessor Negrito
Juca Duarte
Quando um documento estiver respondendo à
Usado para:
solicitação de outro documento, deve-se fazer referência
à espécie, ao número e à data ao qual se refere. • Transcrição de entrevistas.
O tema ou assunto que motiva a comunicação • Indicação de títulos ou subtítulos.
deve ser introduzido no primeiro parágrafo, seguido do • Ênfase em termos do texto.
detalhamento e conclusão. Se houver mais de uma ideia
contida no texto, deve-se tratar dos diferentes assuntos Maiúsculas
em parágrafos distintos.
A referência ao ano do documento deve ser feita após a Emprega-se letra maiúscula no início de senten-
espécie e número do expediente, seguido de sigla do ór- ças, bem como nos títulos de obras de arte ou de natureza
gão que o expede. técnico-científica. Além desses usos, convencionou-se o
Exemplo: emprego nas seguintes circunstâncias:
Ofício nº 33/2009-DAI/TCE • substantivos que indicam nomes próprios e de so-
brenomes (Pablo Jamilk) de cognomes (Alexandre,
Destaques o Greve); de alcunhas (o Batata); de pseudônimos
Existem maneiras de criar “pontos de aten- (Alberto Caeiro); de nomes dinásticos (os Médici);
ção” dentro do texto. Esses recursos sãos os destaques. • topônimos (Rio Grande do Sul, Itália);
Vejamos os principais: • regiões (Nordeste, Sul);
218 Itálico • nomes de instituições culturais, profissionais e
Por convenção, usa-se o recurso do itálico em de empresa (Fundação Carlos Chagas, Associação
• títulos de livros, Brasileira de Normas Técnicas);
• de periódicos, • nome de divisão e de subdivisão das Forças Armadas
Língua Portuguesa
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caixa-baixa – Cb), é também usada na grafia de: Ex.:
• cargos e títulos nobiliárquicos (rei, dom); dignitários a)
(comendador, cavaleiro); axiônimos correntes (você, b)
senhor); culturais (reitor, bacharel); profissionais c)
(ministro, médico, general, presidente, diretor); ecle-
Língua Portuguesa
os acrônimos são distintos em sua formação, ou seja, Os ordinais são grafados por extenso de primeiro
são palavras constituídas pelas primeiras letras ou sí- a décimo, os demais devem ser representados de forma
labas de outras palavras – Exemplo: Telebras, Petrobras, numérica, com algarismos: quarto, sexto, mas 18º, 27º etc.
Transpetro.
Regras: O Padrão Ofício
• Costuma-se não se colocar ponto nas siglas;
• São grafadas em caixa-alta as siglas compostas ape- No que diz respeito à Redação Oficial, as questões
nas de consoante: FGTS;
de concurso costumam focalizar o conteúdo relativo ao
• São grafadas em caixa-alta as siglas que, apesar de Padrão Ofício. Portanto, é muito importante entender
compostas de consoante e de vogal, são pronuncia-
como ele se estrutura e o que as bancas podem cobrar a
das mediante a acentuação das letras: IPTU, IPVA,
seu respeito. Nesse momento, é importante seguir pre-
DOU;
cisamente o que o Manual de Redação da Presidência da
• São grafados em caixa alta e em caixa-baixa os com- República ensina.
postos de mais de três letras (vogais e consoantes)
Estrutura de correspondência no Padrão Ofício:
que formam palavra, ou seja, os acrônimos: Bacen,
Cohab, Petrobras, Embrapa. a. Tipo e número do expediente, seguido da sigla do
órgão que o expede.
• Siglas e acrônimos devem vir precedidos de res- Exemplos:
pectivo significado e de travessão em sua primei-
ra ocorrência no texto (Exemplos: Diário Oficial da • Mem. 123/2014-MME
União– DOU). • Aviso 123/2013- MPOG
• Of. 123/2012-MF
b. Local e data em que foi assinado, por extenso, com
Enumerações alinhamento à direita.
Tradicionalmente, as enumerações são introdu- Exemplo:
zidas pelo sinal de dois-pontos, seguidas dos elementos Brasília, 19 de outubro de 2014.
enumerados que devem aparecer introduzidos por al- c. Assunto: resumo do teor do documento.
gum tipo de marcador. O mais comum é o marcador feito Exemplos:
com letras minúsculas em ordem alfabética seguidas de • Assunto: Solicitação de fundos.
parênteses. d. Destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem
se dirige a comunicação. No caso do ofício, deve-se
incluir também o endereço.
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e. Texto: nos casos em que não for de mero encami- invoca o destinatário (v. 2.1 Pronomes de Tratamento), se-
nhamento de documentos, o expediente deve conter guido de vírgula.
a seguinte estrutura: Exemplos:
• Introdução, que se confunde com o parágrafo de Excelentíssimo Senhor Presidente da República
abertura, na qual é apresentado o assunto que mo- Senhora Ministra
Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais
Documentos Ofício
Os documentos a seguir devem ser estudados, É o tipo mais comum de comunicação oficial. Uma
memorizados e vividos, para não perder questão alguma vez que se trata de um documento da correspondência
nas provas. oficial, só pode ser expedido por órgão público, em objeto
Vejamos a orientação do MRPR sobre AVISO e de serviço. O destinatário do ofício, além de outro órgão
OFÍCIO: público, também pode ser um particular. O conteúdo do
Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o mo- ofício costuma ser matéria administrativa. Lembre-se
delo do padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que
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de que o ofício é documento eminentemente externo.
Língua Portuguesa
ridade competente para tomar conhecimento, analisar e
solucionar o caso, podendo ser escrito ou datilografado
(digitado).
• Estrutura:
Apesar de não haver muita normatização a res-
peito do requerimento (ele não está no MRPR), é possível
distinguir alguns elementos fundamentais. Os elemen-
tos constitutivos do requerimento são:
a. Vocativo: indica a autoridade a quem se dirige a co-
municação. Alinhado à esquerda, sem parágrafo,
identificando a autoridade e não a pessoa em si;
b. Texto: O nome do requerente em maiúsculas, sua
Memorando qualificação (nacionalidade, estado civil, idade, resi-
dência, profissão etc.), o objeto do requerimento com
a indicação dos respectivos fundamentos legais e
É uma modalidade de comunicação eminente- finalidade do que se requer. Quando o requerimento
mente interna, que ocorre entre unidades administrati- é dirigido à autoridade do órgão em que o requeren-
vas de um mesmo órgão, as quais podem estar hierarqui- te exerce suas atividades, basta, por exemplo, citar
camente em mesmo nível ou em níveis diferentes. O uso nome, cargo, lotação, número de matrícula ou regis-
corrente do memorando deve-se a sua simplicidade e a tro funcional. Deve primar pela concisão;
sua rapidez, isso quer dizer que é uma comunicação cé- c. Fecho: há fórmulas específicas para o fecho do re-
lere. Ultimamente, o memorando vem sendo substituído querimento. Algumas delas são:
pelo correio eletrônico.
Quanto à forma, o memorando segue o modelo do
• Pede e aguarda de ferimento - P. e A. D.
padrão ofício, todavia com uma distinção: o destinatário
• Termos em que pede deferimento
deve ser mencionado pelo cargo que ocupa. Veja um mo-
• Espera deferimento - E. D.
delo de Memorando.
• Aguarda deferimento - A. D.
d. Local e data;
e. Assinatura.
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4. A ata deve apresentar um registro fiel dos fatos ocor-
ridos em uma sessão. Em razão disso, sua linguagem
MODELO DE REQUERIMENTO deve primar pela clareza, precisão e concisão.
Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais
Parecer
222
Língua Portuguesa
Ata
Língua Portuguesa
classe de Professor ............. ....... código EC do Qua-
dro único de Pessoal Parte Permanente, da Universida-
de Federal do Paraná, de acordo com a relação nominal
anexa ao Decreto nº XXXXX, de 28 de junho de 1977, pu-
bli¬cado no Diário Oficial de 21 de julho de 1977.
César Petrarca (Diretor de Campus).
Declaração
• Nome e dados de identificação do interessado. Esse atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo
nome pode vir em caixa alta, para facilitar a visua- único do art. 87 da Constituição, e
lização. Considerando a Lei nº 6.437, de 20 de agosto de
• Citação do fato a ser atestado. 1977, que configura infrações à legislação sanitária fede-
ral e estabelece as sanções respectivas;
d. Local e data deve se escrevê los a cerca de três linhas Considerando a Lei nº 8.080, de 19 de setembro
do texto. de 1990, que dispõe sobre as condições para a promoção,
e. Assinatura assina se a cerca de três linhas abaixo proteção e recuperação da saúde, a organização e o fun-
do local e data. cionamento dos serviços correspondentes;
Considerando a Lei nº 9.433, de 1º de janeiro de
MODELO DE DECLARAÇÃO 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídri-
cos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recur-
sos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Cons-
tituição e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de
1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de
1989;
Considerando a Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005,
que dispõe sobre normas gerais de contratação de con-
sórcios públicos;
Considerando a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de
2007, que estabelece diretrizes nacionais para o sanea-
mento básico, altera as Leis nºs 6.766, de 19 de dezembro
de 1979, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.666, de 21 de junho
de 1993, 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, e revoga a Lei nº
6.528, de 11 de maio de 1978;
ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA
224
Telegrama
Língua Portuguesa
Definição e Finalidade
Portaria Com o fito de uniformizar a terminologia e sim-
plificar os procedimentos burocráticos, passa a receber
o título de telegrama toda comunicação oficial expedida
São atos pelos quais as autoridades competentes por meio de telegrafia, telex, etc.
determinam providências de caráter administrativo, dão Por tratar-se de forma de comunicação dispen-
instruções sobre a execução de leis e de serviços, defi- diosa aos cofres públicos e tecnologicamente superada,
nem situações funcionais e aplicam medidas de ordem deve restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas si-
disciplinar. tuações que não seja possível o uso de correio eletrônico
Basicamente, possuem o objetivo de delegar ou fax e que a urgência justifique sua utilização e, tam-
competências, designar membros de comissões, criar bém em razão de seu custo elevado, esta forma de comu-
grupos-tarefa, aprovar e discriminar despesas, homolo- nicação deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e
gar concursos (inscrições, resultados etc). Clareza).
Partes (estrutura): Forma e Estrutura
a. Numeração (classificação): número do ato e data de Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma
expedição. e a estrutura dos formulários disponíveis nas agências
b. Título: denominação completa (em caracteres mai- dos Correios e em seu sítio na Internet.
úsculos, preferencialmente) da autoridade que ex- Exposição de Motivos
pede o ato. Definição e Finalidade
c. Fundamentação: citação da legislação básica em que Exposição de motivos é o expediente dirigido ao
a autoridade apóia sua decisão, seguida do termo re- Presidente da República ou ao Vice-Presidente para:
solve. Eventualmente, pode ser substituída por “no a. informá-lo de determinado assunto;
uso de suas atribuições”. b. propor alguma medida; ou
d. Texto: desenvolvimento do assunto. c. submeter a sua consideração projeto de ato norma-
e. Assinatura: nome da autoridade que expede o ato. tivo.
Em regra, a exposição de motivos é dirigida ao
PORTARIA Nº 2.914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011 Presidente da República por um Ministro de Estado.
Dispõe sobre os procedi- Nos casos em que o assunto tratado envolva mais
mentos de controle e de de um Ministério, a exposição de motivos deverá ser as-
vigilância da qualidade sinada por todos os Ministros envolvidos, sendo, por essa
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razão, chamada de interministerial. b. no desenvolvimento: o porquê de ser aquela medida
Forma e Estrutura ou aquele ato normativo o ideal para se solucionar o
Formalmente, a exposição de motivos tem a problema, e eventuais alternativas existentes para
apresentação do padrão ofício (v. 3. O Padrão Ofício). O equacioná-lo;
anexo que acompanha a exposição de motivos que pro- c. na conclusão, novamente, qual medida deve ser to-
Língua Portuguesa
vas para custeá-la;
• se é o caso de solicitar-se abertura de crédito ex-
traordinário, especial ou suplementar;
• valor a ser despendido em moeda corrente;
5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido
somente se o ato proposto for medida provisória ou
projeto de lei que deva tramitar em regime de urgên-
cia)
Mencionar:
• se o problema configura calamidade pública;
• por que é indispensável a vigência imediata;
• se se trata de problema cuja causa ou agrava-
mento não tenham sido previstos;
• se se trata de desenvolvimento extraordinário
de situação já prevista.
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8. Síntese do parecer do órgão jurídico Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as mensa-
• Com base em avaliação do ato normativo ou da me- gens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao Poder
dida proposta à luz das questões levantadas no item Legislativo para informar sobre fato da Administração
10.4.3. Pública; expor o plano de governo por ocasião da abertu-
A falta ou insuficiência das informações presta- ra de sessão legislativa; submeter ao Congresso Nacional
Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais
das pode acarretar, a critério da Subchefia para Assuntos matérias que dependem de deliberação de suas Casas;
Jurídicos da Casa Civil, a devolução do projeto de ato nor- apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comunicações
mativo para que se complete o exame ou se reformule a de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e
proposta. da Nação.
O preenchimento obrigatório do anexo para as Minuta de mensagem pode ser encaminhada pe-
exposições de motivos que proponham a adoção de al- los Ministérios à Presidência da República, a cujas asses-
guma medida ou a edição de ato normativo tem como fi- sorias caberá a redação final.
nalidade: Forma e Estrutura
a. permitir a adequada reflexão sobre o problema que As mensagens contêm:
se busca resolver; a. a indicação do tipo de expediente e de seu número,
b. ensejar mais profunda avaliação das diversas cau- horizontalmente, no início da margem esquerda:
sas do problema e dos efeitos que pode ter a adoção Mensagem nº
da medida ou a edição do ato, em consonância com as b. vocativo, de acordo com o pronome de tratamento e
questões que devem ser analisadas na elaboração de o cargo do destinatário, horizontalmente, no início da
proposições normativas no âmbito do Poder Execu- margem esquerda;
tivo (v. 10.4.3.). Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado
c. conferir perfeita transparência aos atos propostos. Federal,
Dessa forma, ao atender às questões que devem c. o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
ser analisadas na elaboração de atos normativos no âm- d. o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do texto,
bito do Poder Executivo, o texto da exposição de motivos e horizontalmente fazendo coincidir seu final com a
e seu anexo complementam-se e formam um todo coeso: margem direita.
no anexo, encontramos uma avaliação profunda e direta A mensagem, como os demais atos assinados
de toda a situação que está a reclamar a adoção de certa pelo Presidente da República, não traz identificação de
providência ou a edição de um ato normativo; o problema seu signatário.
a ser enfrentado e suas causas; a solução que se propõe, Exemplo de Mensagem
seus efeitos e seus custos; e as alternativas existentes.
226 O texto da exposição de motivos fica, assim, reservado à
demonstração da necessidade da providência proposta:
por que deve ser adotada e como resolverá o problema.
Língua Portuguesa
Mensagem
Definição e Finalidade
É o instrumento de comunicação oficial entre os
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Fax mensagem de correio eletrônico tenha valor documen-
tal, i. é, para que possa ser aceito como documento origi-
Definição e Finalidade nal, é necessário existir certificação digital que ateste a
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-si- identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.
Língua Portuguesa
atendimento ao público.
Respeitosamente,
Correio Eletrônico
Sicrano
Definição e finalidade Técnico da Coordenação-Geral de Acompanhamento de
O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo Projetos
custo e celeridade, transformou-se na principal forma de Industriais da SUFRAMA
comunicação para transmissão de documentos.
Forma e Estrutura Com base no documento hipotético apresentado acima
Um dos atrativos de comunicação por correio e nos preceitos do Manual de Redação da Presidência da
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa defi- República, julgue o item subsequente.
nir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se
evitar o uso de linguagem incompatível com uma comu- Caso quisesse conferir mais formalidade e polidez ao do-
nicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e Comunica- cumento, o técnico deveria ter utilizado os tratamentos
ções Oficiais). Doutor, Ilustríssimo ou Digníssimo, para se dirigir ao co-
O campo assunto do formulário de correio eletrô- ordenador-geral.
nico mensagem deve ser preenchido de modo a facilitar a
organização documental tanto do destinatário quanto do Questão 2: CESPE - AnaTA MDIC/MDIC/2014
remetente. Assunto: Pronomes de Tratamento (Redação oficial)
Para os arquivos anexados à mensagem deve Levando em consideração as normas constantes do Ma-
ser utilizado, preferencialmente, o formato Rich Text. A nual de Redação da Presidência da República, julgue o
mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer seguinte item.
informações mínimas sobre seu conteúdo..
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso Em “Vossa Excelência deve estar satisfeita com os resul-
de confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve tados das negociações”, o adjetivo estará corretamente
constar da mensagem pedido de confirmação de recebi- empregado se dirigido a ministro de Estado do sexo mas-
mento. culino, pois o termo “satisfeita” deve concordar com a lo-
Valor documental cução pronominal de tratamento “Vossa Excelência”.
Nos termos da legislação em vigor, para que a
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Questão 3: CESPE - TA (ICMBio)/ICMBio/2014 sam frequentar as oficinas.
Assunto: Pronomes de Tratamento (Redação oficial)
Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado Federal, 3. Devo mencionar, por fim, que a participação dos fun-
cionários nas oficinas é obrigatória, pois o novo sistema
Comunico a Vossa Excelência o envio das Mensagens SM já entrará em funcionamento no dia 20 de julho do cor-
número 106, de 2013, nas quais informo a promulgação rente ano. Nessa data, todos já deverão conhecê-lo e sa-
Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais
dos Decretos Legislativos n.º 27 e 29, 2012, relativos à ex- ber como operá-lo.
ploração de petróleo no litoral brasileiro.
Atenciosamente,
Brasília, 28 de março de 2013. (espaço para assinatura)
[nome do signatário]
Considerando o documento apresentado acima, julgue o Chefe do Setor de Tecnologia
item a seguir, com base no Manual de Redação da Presi-
dência da República. Com base no disposto no Manual de Redação da Presi-
dência da República, julgue o item que se segue, a respei-
Por ser o receptor do texto o presidente do Senado Fede- to da correspondência oficial hipotética Xxx. 1032/SeTec,
ral, o termo “Vossa Excelência” foi adequadamente em- anteriormente apresentada, na qual o remetente e o des-
pregado. tinatário são funcionários de igual nível hierárquico de
um mesmo órgão da administração pública.
Questão 4: CESPE - APF/PF/2014
Assunto: Pronomes de Tratamento (Redação oficial) Dada a presença, no texto, do pronome de tratamento
Com referência à adequação da linguagem ao tipo de do- “Vossa Senhoria”, estaria adequada a substituição, no
cumento e à adequação do formato do texto ao gênero, segundo parágrafo da correspondência em apreço, da
julgue o seguinte item. forma verbal “libere” por libereis e do trecho “todos os
funcionários do seu setor” por todos os funcionários do
A forma de tratamento “Vossa Excelência” é adequada vosso setor.
para se dirigir a um secretário de segurança pública es-
tadual. Questão 7: CESPE - AnaTA MDIC/MDIC/2014
Assunto: Vocativos (Redação oficial)
Questão 5: CESPE - AA (ANTAQ)/ANTAQ/Ciências Con- Levando em consideração as normas constantes do Ma-
tábeis/2014 nual de Redação da Presidência da República, julgue o
228 Assunto: Pronomes de Tratamento (Redação oficial) seguinte item.
Considerando aspectos estruturais e linguísticos das
correspondências oficiais, julgue o item que se segue, de O texto das comunicações oficiais dirigidas a ministro de
Língua Portuguesa
acordo com o Manual de Redação da Presidência da Re- Estado deve ser precedido pelo vocativo “Senhor Minis-
pública. tro”.
O tratamento Digníssimo deve ser empregado para todas Questão 8: CESPE - Cont (MTE)/MTE/2014
as autoridades do poder público, uma vez que a dignidade Assunto: Vocativos (Redação oficial)
é tida como qualidade inerente aos ocupantes de cargos Com base nos preceitos do Manual de Redação da Presi-
públicos. dência da República, julgue o item a seguir.
Questão 6: CESPE - AJ TRE GO/TRE GO/Administrati- Em comunicações entre chefes de poder, empregam-se
va/2015 o vocativo Excelentíssimo Senhor, seguido do respectivo
Assunto: Pronomes de Tratamento (Redação oficial) cargo, e o fecho Atenciosamente.
Xxx. 1032/SeTec
Questão 9: CESPE - TBN (CEF)/CEF/Administrativa/2014
Goiânia, 15 de janeiro de 2015. Assunto: Vocativos (Redação oficial)
Com base nas normas constantes no Manual de Redação
Ao Senhor Chefe do Setor de Documentação da Presidência da República, julgue o item que se segue.
Assunto: Oficinas de apresentação do novo sistema ope- Em comunicações oficiais endereçadas a senador da Re-
racional pública, deve-se empregar o vocativo Excelentíssimo
Senhor Doutor.
1. Como é sabido, recentemente adquirimos um novo sis-
tema operacional. Como se trata de um sistema muito Questão 10: CESPE - TA (ANATEL)/ANATEL/Administra-
diferente do anterior, informo a Vossa Senhoria que o Se- tivo/2014
tor de Tecnologia (SeTec) oferecerá, entre os dias 26 e 30 Assunto: Vocativos (Redação oficial)
de janeiro deste ano, uma série de oficinas práticas para Em relação às correspondências oficiais, julgue o seguin-
apresentação desse novo sistema aos funcionários. te item.
2. Por essa razão, solicito que, no período acima indicado, O vocativo Prezado colega é adequado para compor um
Vossa Senhoria libere todos os funcionários do seu setor memorando, modalidade de comunicação entre unida-
duas horas antes do fim do expediente para que eles pos- des administrativas de um mesmo órgão, mas não um
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ofício, que se destina à comunicação externa.
Brasília, 28 de março de 2013.
Questão 11: CESPE - AnaTA SUFRAMA/SUFRAMA/Ge-
ral/2014 Considerando o documento apresentado acima, julgue o
Assunto: Fechos item a seguir, com base no Manual de Redação da Presi-
Com base nos preceitos do Manual de Redação da Presi- dência da República.
Comunico que o encontro com os auditores da Delegacia Embora não haja uma forma rígida para a estrutura do
da Receita Federal do Brasil, ocorrido em 27/1/2014, em correio eletrônico, deve-se empregar nesse documento
Manaus, cumpriu o objetivo de demonstrar os principais linguagem compatível com as regras da comunicação
passos adotados pela SUFRAMA, para a importação de oficial. Assim, em correio eletrônico destinado a um con-
insumos. selheiro do CADE, por exemplo, é permitido o emprego do
vocativo Prezado Senhor Conselheiro e do fechoCordial-
229
Como é do conhecimento de Vossa Senhoria, eventos mente.
como esse estreitam as relações entre os dois órgãos e
Língua Portuguesa
visam, também, à melhoria do atendimento no serviço Questão 16: CESPE - AnaTA (CADE)/CADE/2014
público, com benefício direto ao contribuinte. Assim, su- Assunto: Fechos
giro que novas reuniões com esse órgão sejam marcadas, Convido Vossa Senhoria a participar de audiência públi-
a fim de se fortalecer o controle de entrada de insumos ca sobre os impactos concorrenciais da importação de
importados, o que garantirá também maior eficiência no pré-forma de garrafas PET (uma peça em forma de tubo
atendimento ao público. que é posteriormente inflada para chegar à embalagem
final de PET), a se realizar em 10 de fevereiro, às 10h, no
Respeitosamente, edifício-sede do CADE. O objetivo da audiência pública é
discutir os aspectos técnicos dessa cadeia para auxiliar a
Sicrano análise deste Conselho.
Técnico da Coordenação-Geral de Acompanhamento de
Projetos O mercado de embalagens PET é afetado pelo Regime de
Industriais da SUFRAMA Origem do MERCOSUL, que garante tratamento tarifário
preferencial às mercadorias vindas dos países partici-
Com base no documento hipotético apresentado acima pantes do bloco. O setor também é influenciado pelo re-
e nos preceitos do Manual de Redação da Presidência da gime aduaneiro especial chamado de drawback, previsto
República, julgue o item subsequente. no Decreto-Lei n.º 37. Esse instrumento prevê incentivos
tributários para a importação de insumos de produtos a
Quando enviar documento de mesma natureza ao técni- serem exportados pelo Brasil.
co, o coordenador-geral deverá empregar o fecho Aten-
ciosamente. Respeitosamente,
Comunico a Vossa Excelência o envio das Mensagens SM À luz do Manual de Redação da Presidência da República
número 106, de 2013, nas quais informo a promulgação (MRPR), julgue o item a seguir, com base no documento
dos Decretos Legislativos n.º 27 e 29, 2012, relativos à ex- apresentado acima, adaptado da Internet: <www.cade.
ploração de petróleo no litoral brasileiro. gov.br>.
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O fecho “Respeitosamente” indica que o destinatário do 16 17 18 19 20
documento ocupa posição hierárquica superior à do re- Certo Certo Certo Errado Certo
metente da comunicação oficial.
Capítulo 13 - Redação de Correspondências Oficiais
1 2 3 4 5
Errado Errado Certo Certo Errado
6 7 8 9 10
Errado Certo Errado Errado Errado
11 12 13 14 15
Errado Certo Errado Certo Errado
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Raciocínio Lógico 231
Raciocínio Lógico
Autor:
Evaldo Roberto
Curriculum:
Formado em Administração de empresas
(1998) e MBA em gestão de negócios (2000) na
Unoeste.
SUMÁRIO
1. PROPOSIÇÕES................................................................................................................................................................................................................233
2. TEORIA DOS CONJUNTOS....................................................................................................................................................................................... 241
3. PORCENTAGEM.............................................................................................................................................................................................................246
232
Raciocínio Lógico
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1. PROPOSIÇÕES tença aberta passe a ser uma proposição.
Capítulo 01 - Proposições
b: Ricardo passou no concurso para agente peni- em proposição).
tenciário
Q: Jane mora em São Paulo.
Exercício
Obs. 1: Não são proposições: Perguntas, Exclama- comentado
ções, Ordens, Frases sem Verbo e as Sentenças Abertas
(aquelas cujo sujeito não esta definido o que impede sua (FJG - RIO – 2013)
classificação), mas as sentenças abertas podem se tornar A alternativa que apresenta uma sentença que, do
proposições. ponto de vista lógico, pode ser considerada uma propo-
Obs. 2: As letras “A”, “p”, “b”, “Q”, e qualquer letra sição é:
do alfabeto maiúscula ou minúscula, servem para re- a) Quantas multas você já levou?
presentar (simbolizar) as proposições (alguns autores b) Meu Deus!
dirão que as letras minúsculas servem para representar c) Vou passar nesse concurso.
proposições simples e as maiúsculas para representar as d) Faça uma boa prova. 233
proposições compostas, mas isso não é regra)
Resolução: a alternativa A é uma pergunta, a alter-
Valores lógicos das proposições
Raciocínio Lógico
nativa B uma exclamação e a alternativa D uma ordem.
Portanto a alternativa correta é a letra C (o sujeito está
Os valores lógicos que uma proposição pode rece- definido – apesar de oculto).
ber são Verdadeiro (V) ou Falso (F), mas apenas um deles,
de acordo com os princípios que veremos adiante., Negação de Proposição
Princípios ou Propriedades Básicas das Proposi- Negar uma proposição consiste em mudar o seu
ções valor, ou seja, ao negar uma proposição verdadeira ela fi-
cará falsa e vice-versa. Além da mudança do valor outra
São três os princípios básicos das proposições, na característica da negação das proposições é a negação da
ordem de importância ou prioridade: ação relacionada ao sujeito.
Princípio da Não-Contradição: uma proposição não
pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo. Para indicar que uma proposição foi negada (e teve
Princípio da Identidade: uma proposição verdadei- seu valor modificado) usa-se os símbolos da negação
ra sempre será verdadeira e uma falsa sempre será falsa. junto das letras que simbolizam as proposições. Os sím-
Princípio do Terceiro Excluído: a uma proposição só bolos mais usados da negação são: “~” ou “¬”. Outros sím-
pode ser dado um dos dois valores lógicos, ou o de verda- bolos menos usuais podem aparecer nas questões como:
deiro ou o de falso, não existindo outra possibilidade. “’” ou “¯” (A’ ou A ̅).
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Tipos de Proposição a) a ↔ b
b) a → b
As proposições podem ser Simples ou Compostas, c) a∨b
mas apenas desses dois tipos. d) a∨b
e) a∧b.
A diferenciação é feita baseada em três caracterís- Resolução: a alternativa correta é a letra B, pois
ticas, presença ou não de Conectivos Lógicos, Divisão da ainda que não tenha aparecido uma parte do conectivo, o
Proposição e Quantidade de Verbos. Em resumo, as pro- “então” por si só já garante que o conectivo utilizado foi o
posições compostas têm conectivos lógicos, podem ser condicional, cujo símbolo está na letra B.
divididas e têm mais de um (1) verbo principal; já as pro-
posições simples não têm conectivos lógicos, não podem Valores Lógicos das Proposições Compostas =
ser divididas e têm apenas um (1) verbo principal. Tabela Verdade
Conectivos lógicos Para atribuir valores as proposições compostas,
dependemos dos valores das proposições simples que
Os conectivos lógicos são operadores lógicos que a compõem e do conectivo utilizado, pois para cada co-
servem para unir proposições simples e formar proposi- nectivo tem-se um valor diferente. Sendo assim a tabela
Capítulo 01 - Proposições
Exemplos:
S: Carlos passou no concurso da prefeitura (prop. A segunda coisa a ser considerada na tabela é o
simples) preenchimento do seu cabeçalho, que segue as seguin-
t: Isabela ama raciocínio lógico (prop. simples) tes regras:
D: Se o macaco come banana, então os pássaros 1º: as proposições simples e suas negações (se hou-
voam (prop. composta) ver negações)
h: Joao nasceu em Belém ou morou em Recife. 2º: os ( ), [ ] e { }, igual as expressões numéricas
3º: as conjunções e disjunções, na ordem em que
aparecer
Exercício 4º: os condicionais
comentado 5º: os bicondicionais e disjunções exclusivas*
6º: a última coluna da tabela será a coluna de toda
(QUADRIX – 2014) a proposição.
Sejam dadas as proposições a e b:
a: O paciente está com sobrepeso. Agora exemplificando, pela proposição:
b: O paciente precisa fazer dieta.
Assinale a alternativa que contém a tradução, para
a LINGUAGEM SIMBÓLICA, da seguinte proposição:
“O paciente está com sobrepeso, então o paciente
precisa fazer dieta”.
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A B C ~B C↔~B AvB AvBᴧ(C↔~B) A B A→B
V V V F V V V
V V F F V F F
V F V V F V V
V F F V F F V
F V V F
F V F F • Valor lógico da disjunção exclusiva (v) = co-
nectivo “ou, ou”.
F F V V A disjunção exclusiva só é verdadeira se as propo-
sições que a compõem têm valores contrários
F F F V
A B AvB
Capítulo 01 - Proposições
Obs.: os valores das proposições simples você já
pode colocar, mas apenas preste atenção para que te- V V F
nham todas as relações possíveis de valores entre essas V F V
proposições, conforme a exemplificação.
F V V
• Valor lógico da conjunção (ᴧ) = conectivo “e”.
A conjunção só é verdadeira se todas as proposi- F F F
ções que a compõem são verdadeiras.
Raciocínio Lógico
F F F V V V
V F F
• Valor lógico da disjunção (v) = conectivo “ou”.
A disjunção só é falsa se todas as proposições que a F V F
compõem forem falsas.
F F V
A B AvB
V V V Exercício
comentado
V F V
F V V (CESPE – 2013)
Considerando todas as possíveis valorações V ou
F F F F das proposições simples P e Q, a quantidade de valo-
rações V na tabela-verdade da proposição (P∧Q)∨(~Q)→[
P∨(~Q)] é igual a:
• Valor lógico do condicional (→) = conectivo “se,
então”. a) 1
O condicional só é falso se o “antecedente” for ver- b) 2
dadeiro e o “consequente” for falso. ANTECEDENTE (con- c) 3
dição suficiente) = proposição que está entre o “se” e o d) 4
“então” ou antes do símbolo do conectivo; CONSEQUEN- e) 0.
TE (condição necessária) = proposição que está depois do Resposta: desenhando a tabela verdade da propo-
“então” ou do símbolo do conectivo. sição temos:
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existentes e preste atenção às informações nelas conti-
P Q ~Q PᴧQ (P∧Q)∨(~Q) P∨(~Q) (P∧Q)∨(~Q) das.
→[ P∨(~Q)] 1) P ᴧ Q = Q ᴧ P (na conjunção basta trocar as propo-
V V F V V V V sições simples de lugar)
2) P v Q = Q v P (na disjunção basta trocar as propo-
V F V F V V V sições simples de lugar)
3) P→Q = ~Q→~P (no condicional tem que trocar as
F V F F F F V proposições de lugar e nega-las)
F F V F V V V 4) P→Q = ~P v Q (outra equivalência do condicional
consiste em trocar o condicional por uma disjunção, ne-
gar apenas o antecedente e manter o consequente como
está)
Olhando a última coluna da tabela e contando a
Desenhando as tabelas verdades você poderá
quantidade de valores verdadeiros temos a resposta na
confirmar essas informações (também chamadas de re-
alternativa de letra D.
gras por alguns autores).
Obs.: numa prova não precisa desenhar a tabela
Tautologias, Contradições e Contingências verdade para verificar se as proposições são equivalen-
Capítulo 01 - Proposições
Equivalências Lógicas
Proposições equivalentes são proposições iguais,
e conceitualmente tem-se que as proposições compos-
tas são equivalentes quando são formadas pelas mesmas
proposições simples e suas tabelas verdades são iguais.
Veja agora as principais equivalências logicas
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P Q ~P ~Q P→Q Q→P P↔ Q↔ ~P ↔ ~Q (P→Q) P Q ~Q P→Q ~( Pᴧ ~P ᴧ
Q P ~Q ↔ ᴧ P→Q) ~Q ~Q
~P (Q→P)
V V F V F F F
V V F F V V V V V V V
V F F V F V F F F F F V F V F V V F
F V V F V F F F F F F F V F V F F F
F F V V V V V V V V V F F V V F F V
4) ~ (P v Q) = P ↔ Q
Obs.: as equivalências em que ocorre apenas a tro- 5) ~ (P v Q) = ~P v Q
ca de posições das proposições simples são chamadas 6) ~ (P v Q) = P v ~Q
de reciprocas, já as em que apenas nega as proposições (para negar a disjunção exclusiva basta troca-la
simples são chamadas de contrárias e nas que troca as por um bicondicional, ou negar apenas uma das proposi-
proposições simples de lugar e nega-as são chamadas de ções que a compõem).
contrapositivas.
Capítulo 01 - Proposições
• Negações de proposições compostas: tam- P Q ~P ~Q Pv ~( P v P↔ ~P v Pv
bém são equivalências lógicas, mas na ideia da Q Q) Q Q ~Q
negação – mudança de valor – e tem “regras” V V F F F V V V V
próprias, vejam:
1) ~(P ᴧ Q) = ~P v ~Q (para negar a conjunção – e – V F F V V F F F F
basta trocar pela disjunção – ou – e negar as proposições
que a compõem). F V V F V F F F F
F F V V F V V V V
P Q ~P ~Q PᴧQ ~( ~P v
PᴧQ) ~Q 7) ~ P ↔ Q = (P v Q)
8) ~ (P ↔ Q) = ~P ↔ Q
V V F F V F F 9) ~ (P ↔ Q) = P ↔ ~Q 237
(para negar o bicondicional basta troca-lo por uma
V F F V F V V disjunção exclusiva, ou negar apenas uma das proposi-
ções que a compõem).
Raciocínio Lógico
F V V F F V V
F F V V F V V
P Q ~P ~Q P↔ ~( P Pv ~P P↔
Q ↔ Q) Q ↔Q ~Q
2) ~ (P v Q) = ~P ᴧ ~Q (para negar a disjunção – ou – V V F F V F F F F
basta trocar pela conjunção – e – negar as proposições
que a compõem). V F F V F V V V V
F V V F F V V V V
P Q ~P ~Q PvQ ~( ~P ᴧ
PvQ) ~Q F F V V V F F F F
V V F F V F F
• Propriedades das Conjunções e Disjunções:
V F F V V F F outro tipo de equivalência lógica que vale a
F V V F V F F pena “decorar” as “regras”:
1) Associativa
F F V V F V V (P ᴧ Q) ᴧ R = P ᴧ (Q ᴧ R)
(P v Q) v R = P v (Q v R)
(quando se tem o mesmo conectivo a ordem das
3) ~ (P→Q) = P ^ ~Q (para negar o condicional – se, proposições não faz diferença).
então – troca-o pela conjunção – e – e nega-se apenas o
consequente).
P Q R PᴧQ QᴧR (P ᴧ Q) P ᴧ (Q ᴧ
ᴧR R)
V V F F V F F
V V V V V V V
V V F V F F F
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P Q R PᴧQ QᴧR (P ᴧ Q) P ᴧ (Q ᴧ Exercício
ᴧR R) comentado
V F V F F F F (VUNESP – 2014)
V F F F F F F Considere a afirmação: “Se passei no exame, então
estudei muito e não fiquei nervoso”. Do ponto de vista ló-
F V V F V F F gico, uma afirmação equivalente a essa é:
F V F F F F F a) Se estudei muito, então não fiquei nervoso e
passei no exame.
F F V F F F F
b) Se passei no exame, então não estudei muito e
F F F F F F F fiquei nervoso.
c) Passei no exame porque quem estuda muito só
pode passar.
2) Distributiva d) Se não fiquei nervoso, então passei no exame ou
estudei muito.
e) Se fiquei nervoso ou não estudei muito, então
Capítulo 01 - Proposições
P ᴧ (Q v R) = (P ᴧ Q) v (P ᴧ R)
não passei no exame
Resolução: uma das equivalências do condicional
P Q R Qv P ᴧ (Q (P ᴧ (P ᴧ R) (P ᴧ Q) é com o próprio condicional em que troca-se as proposi-
R v R) Q) v (P ᴧ ções de lugar e nega-as; já a negação da conjunção é uma
R) disjunção além da negação das proposições que a com-
põem. Sendo assim a alternativa que satisfaz essas “re-
V V V V V V V V
gras” é a letra E.
V V F V V V F V
Relação entre os quantificadores lógicos – TODO,
V F V V V F V V
ALGUM e NENHUM – e representação dos princi-
V F F F F F F F pais enunciados
238 F V V V F F F F
As relações entre os quantificadores são tanto de
F V F V F F F F equivalência como de negação, vamos elencar aqui as
principais e que mais são cobradas nas provas.
Raciocínio Lógico
F F V V F F F F
1) Equivalências:
F F F F F F F F “TODO A é B” = “NENHUM A não é B”;
“NENHUM A é B” = “TODO A não é B”
P v (Q ᴧ R) = (P v Q) ᴧ (P v R) “TODO A é B” = “ALGUM B é A”;
“TODO A é B” = “Se A, então B”;
P Q R Qᴧ P v (Q (P v (P v (P v Q)
R ᴧ R) Q) R) ᴧ (P v
R) 2) Negação:
~(TODO A é B) = ALGUM A não é B;
V V V V V V V V ~( NENHUM A é B) = ALGUM A é B.
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2) ALGUM A é B e ALGUM A não é B São proposições apenas as frases corresponden-
tes aos itens
A) I e IV.
B) II e III.
C) III e IV.
D) I, II e III.
E) I, II e IV.
Capítulo 01 - Proposições
- Ele é um advogado talentoso.
Raciocínio Lógico
te algum chefe de seção que não sabe que isso acontece.
b) Nenhum técnico gosta de informática e nenhum 5. Com relação às frases a seguir, identificadas por
chefe de seção sabe que isso acontece. letras de A a D, todas são proposições simples e mais de
c) Pelo menos um técnico gosta de informática e uma delas é V.
algum chefe de seção não sabe que isso acontece. A: A Lua é um planeta.
d) Nenhum técnico gosta de informática ou ne- B: O sistema de governo no Brasil é o parlamenta-
nhum chefe de seção sabe que isso acontece. rista.
e) Todos os técnicos gostam de informática ou C: Todo número natural é o quadrado de um núme-
existe algum chefe de seção que não sabe que isso acon- ro real.
tece. D: Os conjuntos dos números pares e dos números
Resolução: a negação da conjunção (E) é uma primos são disjuntos.
disjunção (OU) além da negação das proposições, e a ne-
gação de ALGUM A não é B (nem todos) é TODO A é B e de A respeito de lógica de proposições, julgue os itens
TODO A é B é ALGUM A não é B. Logo a reposta certa esta subsequentes.
na alternativa de letra E.
6. A frase “Pedro e Paulo são analistas do SEBRAE”
Questões de concursos para resolução e fixação é uma proposição simples.
do assunto (TODAS DO CESPE – ANOS DIVER- 7. Toda proposição lógica pode assumir no mínimo
SOS) dois valores lógicos.
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trânsito ocorrem com indivíduos que consumiram bebi- eliminar obstáculos de infraestrutura e as ineficiências
da alcoólica” é uma proposição simples. no trânsito de mercadorias e ampliar a publicação de in-
formações envolvendo exportação e importação, então o
11. A proposição “Quando um indivíduo consome Brasil reduzirá o custo do comércio exterior.
álcool ou tabaco em excesso ao longo da vida, sua proba-
bilidade de infarto do miocárdio aumenta em 40%” pode P2: Se o Brasil reduzir o custo do comércio exterior,
ser corretamente escrita na forma (PvQ)→R, em que P, Q e aumentará o fluxo de trocas bilaterais com outros países.
R sejam proposições convenientemente escolhidas
C: Se o Brasil reduzir o nível de desconfiança nas
12. Se P, Q e R forem proposições simples e se T for instituições públicas, aumentará o fluxo de trocas bilate-
a proposição composta falsa [Pᴧ(¬Q)]→R, então, necessa- rais com outros países.
riamente, P, Q e R serão proposições verdadeiras.
A partir dessas proposições, julgue os itens se-
Julgue os próximos itens, considerando os conec- guintes a respeito de lógica sentencial.
tivos lógicos usuais ¬, ᴧ, v, →, ↔ e que P, Q e R representam 20. Se a proposição C e a proposição “O Brasil au-
proposições lógicas simples. mentou o fluxo de trocas bilaterais com outros países”
13. Sabendo-se que, para a construção da tabela forem verdadeiras, então a proposição “O Brasil reduziu o
Capítulo 01 - Proposições
verdade da proposição (PvQ)↔(QᴧR), a tabela mostrada nível de desconfiança nas instituições públicas” também
abaixo normalmente se faz necessária, é correto afirmar será verdadeira.
que, a partir da tabela mostrada, a coluna corresponden-
te à proposição (PvQ)↔(QᴧR) conterá, de cima para baixo 21. Se a proposição “O Brasil reduziu o custo do co-
e na sequência, os seguintes elementos: V F F F V F F F. mércio exterior” for verdadeira, então a proposição P1
também será verdadeira, independentemente do valor
lógico das demais proposições simples que constituem a
P Q R (PvQ)↔(QᴧR) proposição P1.
V V V
22. A proposição P2 é logicamente equivalente à
V V F proposição “O Brasil não reduz o custo do comércio exte-
rior, ou aumentará o fluxo de trocas bilaterais com outros
V F V países”.
240 V F F 23. A proposição P2 é logicamente equivalente à
F V V proposição “Se o Brasil não aumentar o fluxo de trocas
bilaterais com outros países, não reduzirá o custo do co-
Raciocínio Lógico
F V F mércio exterior”.
F F V 24. Proposições são sentenças que podem ser jul-
gadas somente como verdadeiras ou falsas. A esse res-
F F F
peito, considere que p represente a proposição simples
“É dever do servidor promover o atendimento cordial a
14. A proposição [(¬P)vQ]↔{¬[Pᴧ(¬Q)]} é uma tauto-
clientes internos e externos”, que q represente a propo-
logia.
sição simples “O servidor deverá instruir procedimentos
administrativos de suporte gerencial” e que r represente
15. A proposição [P→(QᴧR)]↔{[(¬P)vQ]ᴧ[(¬P)vR]} é
a proposição simples “É tarefa do servidor propor alter-
uma tautologia.
nativas e promover ações para o alcance dos objetivos
da organização”. Acerca dessas proposições p, q e r e das
Considerando a proposição “Se Paulo não foi ao
regras inerentes ao raciocínio lógico, assinale a opção
banco, ele está sem dinheiro”, julgue os itens seguintes.
correta.
16. Se as proposições “Paulo está sem dinheiro”
e “Paulo foi ao banco” forem falsas, então a proposição
A) ~(p v q v r) é equivalente a ~p ᴧ ~q ᴧ ~r.
considerada será verdadeira.
B) p → q é equivalente a ~p → ~q.
C) p ᴧ (q v r) é equivalente a p ᴧ q ᴧ r.
17. A proposição em apreço equivale à proposição
D) ~(~( ~ r )) ↔ r.
“Paulo foi ao banco e está sem dinheiro”.
E) A tabela-verdade completa das proposições
simples p, q e r tem 24 linhas.
18. A proposição considerada equivale à proposi-
ção “Se Paulo não está sem dinheiro, ele foi ao banco”.
Nos termos da Lei n.º 8.666/1993, “É dispensável a
realização de nova licitação quando não aparecerem in-
19. A negação da referida proposição pode ser ex-
teressados em licitação anterior e esta não puder ser re-
pressa pela proposição “Paulo não foi ao banco e ele não
petida sem prejuízo para a administração”. Considerando
está sem dinheiro”.
apenas os aspectos desse mandamento atinentes à lógi-
ca e que ele seja cumprido se, e somente se, a proposição
Considere as seguintes proposições:
nele contida, — proposição P — for verdadeira, julgue os
P1: Se o Brasil reduzir as formalidades burocráti-
itens seguintes.
cas e o nível de desconfiança nas instituições públicas,
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25. O gestor que dispensar a realização de nova li-
citação pelo simples fato de não ter aparecido interessa- 06 07 08 09 10
do em licitação anterior descumprirá a referida lei. C E E E C
Raciocínio Lógico
31. A negação da afirmação Todas as famílias da Conjunto Vazio é aquele que tem nenhum elemen-
rua B são preferenciais é Nenhuma família da rua B é pre- to, como é o caso do conjunto formado pelos elementos
ferencial. numéricos que pertencem ao alfabeto (lembrando que o
alfabeto é composto apenas por letras).
32. A proposição “Todos os esquizofrênicos são
fumantes; logo, a esquizofrenia eleva a probabilidade de Conjunto Universo é aquele que tem todos os ele-
dependência da nicotina” é equivalente à proposição “Se mentos disponíveis para serem utilizados nas operações
a esquizofrenia não eleva a probabilidade de dependên- com conjuntos. Um bom exemplo de conjunto universo
cia da nicotina, então existe esquizofrênico que não é fu- é o alfabeto que é o conjunto universo de todas as letras
mante”. (vogais e consoantes).
Considere a seguinte proposição: “Ninguém será Subconjuntos são partes de um conjunto. Por
considerado culpado ou condenado sem julgamento.” exemplo, as vogais são um subconjunto do alfabeto, pois
Julgue os itens que se seguem, acerca dessa proposição. fazem parte do mesmo; já as consoantes também são um
33. A proposição “Existe alguém que será conside- subconjunto do alfabeto.
rado culpado ou condenado sem julgamento” é uma pro-
posição logicamente equivalente à negação da proposi- Simbologia
ção acima.
Os símbolos são algo muito utilizado em conjuntos
34. “Todos serão considerados culpados e conde- e os principais são:
nados sem julgamento” não é uma proposição logica- ∈ = pertence, e está relacionado ao elemento em
mente equivalente à negação da proposição acima. relação ao conjunto;
∉ = não pertence;
⊂ = está contido, e está relacionado ao subconjunto
GABARITO em relação ao conjunto;
⊄ = não está contido;
01 02 03 04 05 ⊃ = contêm, e está relacionado ao conjunto em re-
A E C C E lação aos elementos e aos subconjuntos;
⊅ = não contêm;
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∅ = conjunto vazio; • União: A ⋃ B
⋃ = união; A = {a, e, i, o, u}
⋂ = interseção; B = {a, b, c, d, e}
- = diferença A ⋃ B = {a, b, c, d, e, i, o, u}
Em diagramas seria:
Representação
Os conjuntos podem ser representados por diagra-
mas ou entre chaves e a nomenclatura dos conjuntos são
letras maiúsculas do alfabeto, veja:
• Conjunto dos algarismos:
A = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}
Capítulo 02 - Teoria dos Conjuntos
242 M = {2, 4, 6, 8}
Conjunto das partes de M = {∅}, {2}, {4}, {6}, {8}, {2, 4},
{2, 6}, {2, 8}, {4, 6}, {4, 8}, {6, 8}, {2, 4, 6}, {2, 4, 8}, {2, 6, 8}, {4, 6, 8},
Raciocínio Lógico
{2, 4, 6, 8} = 16 subconjuntos.
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P-Q seções comece sempre a resolver a questão pelas maio-
res interseções e faça as devidas diferenças de valores,
quando for o caso, para que você não erre uma questão.
Exercício
comentado
(FGV - 2015)
Em uma empresa de porte médio, 217 funcionários
têm casa própria ou carro ou as duas coisas. Se 189 têm
carro e 63 têm casa própria, o número de funcionários
Q–P
que têm carro mas não têm casa própria é:
Raciocínio Lógico
Em diagramas seria:
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lheres, 40 são bacharéis em química, 30 são bacharéis em a) 21 pessoas gostam somente de jogar basquete.
física e 15 têm as duas formações. Nesse caso, é correto b) 14 pessoas gostam de jogar somente futebol.
afirmar que a quantidade de papiloscopistas homens que c) O total de pessoas que gostam de somente um
não têm nenhuma dessas duas formações é igual a dos dois é igual a 33.
d) 36 pessoas não gostam nem de basquete e nem
a) 1. de futebol.
b) 2.
c) 3. 7. (VUNESP) Na sala de embarque de um aeroporto,
d) 4. há, no total, 400 passageiros com as cidadanias A, B ou
e) 5. C, apenas. Seis passageiros têm exatamente as três cida-
danias. Em se tratando de passageiros com exatamente
3. (FUNIVERSA) Dos 253 candidatos aprovados, duas cidadanias, sabe-se que somente 80 têm as cidada-
em determinado concurso público, nas diversas áreas nias A e B, somente 21 têm as cidadanias B e C, e somente
Capítulo 02 - Teoria dos Conjuntos
do cargo de assistente de gestão administrativa, 140 já fi- 41 têm as cidadanias C e A. Sabe-se, também, que o nú-
zeram algum curso de informática, 120 já fizeram algum mero de passageiros com apenas a cidadania B é igual
curso de inglês e 80 não fizeram nenhum curso de infor- ao número de passageiros com apenas a cidadania C. Se
mática nem de inglês. Assim, a quantidade desses candi- nessa sala há exatamente 339 passageiros com a cidada-
datos aprovados que fizeram os dois cursos, isto é, curso nia A, então é verdade que o número de passageiros com
de informática e curso de inglês, é a cidadania B e o número de passageiros com a cidadania
C são, respectivamente,
a) inferior a 80.
b) superior a 80 e inferior a 85. a) 142 e 97.
c) superior a 85 e inferior a 90. b) 139 e 102.
d) superior a 90 e inferior a 95. c) 127 e 88.
e) superior a 95. d) 118 e 79.
e) 105 e 123.
4. (FCC) Em um grupo de 32 homens, 18 são altos, 22
são barbados e 16 são carecas. Homens altos e barbados
que não são carecas são seis. Todos homens altos que são Uma pesquisa sobre o objeto de atividade de 600
carecas, são também barbados. Sabe-se que existem 5 empresas apresentou o seguinte resultado:
244 homens que são altos e não são barbados nem carecas. • 5/6 dessas empresas atuam no mercado de
Sabe-se que existem 5 homens que são barbados e não transporte fluvial de cargas;
são altos nem carecas. Sabe-se que existem 5 homens • 1/3 dessas empresas atuam no mercado de
que são carecas e não são altos e nem barbados. Dentre transporte fluvial de passageiros;
Raciocínio Lógico
todos esses homens, o número de barbados que não são • 50 dessas empresas não atuam com transpor-
altos, mas são carecas é igual a te fluvial, nem de cargas, nem de passageiros;
Com base nessa situação hipotética e sabendo-se
a) 4. que as 600 empresas pesquisadas se enquadram em, pelo
b) 7. menos, uma das 3 opções acima, julgue o item a seguir.
c) 13.
d) 5. 8. (CESPE) O número de empresas que atuam so-
e) 8. mente no mercado de transporte fluvial de passageiros
é superior ao número de empresas que não atuam com
5. (FUNIVERSA) Dos 50 detentos de um presídio, 17 transporte fluvial, nem de cargas, nem de passageiros.
cometeram o crime de latrocínio, 32 cometeram o crime
de estupro e 25 cometeram o crime de estupro, mas não o 9. (UPENET) De um grupo de 42 visitantes em um
de latrocínio. Nesse caso, é correto afirmar que museu, 35 compraram pinturas, 20, esculturas, e 5 não
compraram nem pintura nem escultura. Quantos com-
a) 40 detentos cometeram ou o crime de latrocínio praram, apenas, pinturas?
ou o crime de estupro.
b) 15 detentos cometeram o crime de latrocínio, a) 2
mas não o de estupro. b) 7
c) 5 detentos cometeram os crimes de latrocínio e c) 15
de estupro. d) 17
d) 45 detentos cometeram um ou os dois crimes e) 30
(latrocínio e estupro).
e) 8 detentos não cometeram nem o crime de latro- 10. (VUNESP) Em relação aos conjuntos A, B e C e a
cínio nem o de estupro. um total de 58 elementos que pertencem a eles, sabe-se:
que nenhum elemento pertence simultaneamente aos
6. (IBFC) Num grupo de 120 pessoas sabe-se que 72 três conjuntos; que 13 elementos pertencem simultane-
gostam de jogar basquete, 65 gostam de jogar futebol e 53 amente aos conjuntos A e B; que 3 elementos pertencem
gostam dos dois. Nessas circunstâncias, é correto afir- simultaneamente aos conjuntos A e C; que 2 elementos
mar que: pertencem simultaneamente aos conjuntos B e C; que o
número de elementos que pertencem apenas ao conjunto
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C é 5 unidades a mais do que aqueles que pertencem ape- a) 80%.
nas ao conjunto B; que o número de elementos que per- b) 40%.
tencem apenas ao conjunto A é 1 unidade a menos do que c) 60%.
aqueles que pertencem apenas ao conjunto B. d) 50%.
O número de elementos que pertencem apenas ao e) 70%.
conjunto C é igual a
15. (IBFC) Em uma entrevista para saber se as pes-
a) 46. soas utilizariam os produtos A, B ou C, chegou-se a se-
b) 31. guinte conclusão: 229 pessoas utilizariam o produto A,
c) 24. 223 utilizariam o produto B, 196 utilizariam o produto C,
d) 17. 79 utilizariam os produtos A e B, 89 os produtos A e C, 69
e) 12. os produtos B e C, 37 os três produtos e 53 nenhum dos
três. Nessas condições, é correto afirmar que:
Raciocínio Lógico
meios de transporte mencionados é c) no máximo dez gostam dos dois sabores.
d) no mínimo trinta gostam dos dois sabores.
a) 17. e) no máximo vinte gostam dos dois sabores.
b) 21.
c) 23. A respeito das auditorias realizadas pelos audito-
d) 26. res A1, A2 e A3 de um tribunal de contas, concluiu- se que:
• A1 realizou 70 auditorias;
13. (QUADRIX) O total de alunos de uma escola é • A3 realizou 75 auditorias;
igual a 1500, que, em uma pesquisa, afirmaram gostar • A1 e A3 realizaram, juntos, 55 auditorias;
de matemática ou geografia. Qual é o número de alunos • A2 e A3 realizaram, juntos, 30 auditorias;
que gostam de matemática, sabendo-se que 800 alunos • A1 e A2 realizaram, juntos, 20 auditorias;
gostam apenas de geografia e 200 alunos gostam das 2 • das auditorias que não foram realizadas por
disciplinas (matemática e geografia) ao mesmo tempo? A1, somente 18 foram realizadas por A2;
• A1, A2 e A3 realizaram, juntos, 15 auditorias.
a) 700 Com base nessas informações, julgue os itens a se-
b) 500 guir.
c) 900 17. (CESPE) 5 auditorias foram realizadas apenas
d) 1300 por A3.
e) 600 18. (CESPE) 23 auditorias não foram realizadas por
A1.
14. (FCC) Em uma grande empresa, 50% dos empre- 19. (CESPE) Mais de 100 auditorias foram realiza-
gados são assinantes da revista X, 40% são assinantes das.
da revista Y e 60% são assinantes da revista Z. Sabe-se 20. (CESPE) 20 auditorias foram realizadas apenas
que 20% dos empregados assinam as revistas X e Y, 30% por A1.
assinam as revistas X e Z, 20% assinam as revistas Y e Z
e 10% não assinam nenhuma das revistas. Considerando
que existam somente as revistas X, Y e Z, obtém-se que Uma entrevista foi realizada com 46 empregados
a porcentagem dos empregados que assinam mais que de uma empresa, entre os quais 24 eram do sexo mas-
uma revista é igual a culino e 22, do feminino. Com base nessas informações,
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julgue os itens seguintes. Exercício
21. (CESPE) Considerando que os empregados en- comentado
trevistados dessa empresa pratiquem tênis ou ciclismo e
que, na entrevista, tenha sido constatado que 30 funcio- (IBFC - 2014)
nários gostam de praticar tênis e 28 gostam de ciclismo, Marisa foi ao mercado com R$ 100,00 e gastou 120%
é correto afirmar que a quantidade de empregados dessa de 35% dessa quantia. Nessas condições o valor que Ma-
empresa que gostam de praticar tênis e ciclismo é maior risa recebeu de troco foi:
que 10.
a) R$58,00
b) R$42,00
GABARITO c) R$8,00
01 02 03 04 05 d) R$24,00
Resolução: calculando 120% de 35% tem-se:
A E C A E
120/100 × 35/100 = 4200/10000 = 42/100, que, se já
06 07 08 09 10 comparado aos R$ 100,00, dá exatamente R$ 42,00. Logo
Marisa gastou 42 reais e recebeu de troco (preste atenção
Capítulo 03 - Porcentagem
D C E D D
que a questão está pedindo o troco) 58 reais (100 – 42 =
11 12 13 14 15 58). Portanto a alternativa correta é a letra B.
B B A D C
Lucro e Prejuízo
16 17 18 19 20
A C C E E São resultados de movimentações de compra e
venda de mercadorias. Identificando os termos temos:
21 C = CUSTO: quanto é gasto na compra.
C V = VENDA: quanto se ganha na venda.
L = LUCRO: quando a venda foi maior do que o custo.
L=V–C
3. PORCENTAGEM P = PREJUIZO: quando o custo foi maior do que o
venda.
246 Definições P=C–V
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letra E. à vista, depois de um desconto de 25% do valor total da
compra. O valor, em reais, que João pagaria, pela mesma
Questões de concursos para resolução e fixação compra, sem o desconto, seria:
do assunto a) R$ 450,00
b) R$ 650,00
1. (PM-MG) Antônio recebeu uma promoção na
c) R$ 700,00
empresa que trabalha e teve um aumento de 40% no seu
d) R$ 750,00
salário. Dois meses depois, todos os funcionários da em-
e) R$ 800,00
presa receberam um aumento de 10%, inclusive Antônio.
Qual foi o aumento percentual de Antônio?
6. (FCC) Do salário mensal de Miguel, 10% são gas-
tos com impostos, 15% com moradia, 25% com transporte
a) 54%
e alimentação e 10% com seu plano de saúde. Daquilo que
b) 55%
resta, 3⁄8 são usados para pagar a mensalidade de sua
c) 52%
faculdade, sobrando ainda R$ 900,00 para o seu lazer e
d) 50%
outras despesas. O gasto mensal de Miguel com moradia,
Capítulo 03 - Porcentagem
em reais, é igual a
2. (FGV) Francisco estava devendo R$ 2.100,00 à
operadora do cartão de crédito, que cobra taxa mensal
a) 210,00
de juros de 12%. No dia do vencimento pagou R$ 800,00
b) 360,00
e prometeu não fazer nenhuma compra nova até liquidar
c) 450,00
com a dívida. No mês seguinte, no dia do vencimento da
d) 540,00
nova fatura pagou mais R$ 800,00 e, um mês depois, fez
e) 720,00
mais um pagamento terminando com a dívida. Sabendo
que Francisco havia cumprido a promessa feita, o valor
7. (FUNCAB) Sabendo que o salário do porteiro de
desse último pagamento, desprezando os centavos, foi
um condomínio é R$ 950,00, calcule o valor do salário que
de:
irá receber esse porteiro após um aumento de 12,5%.
a) R$ 708,00
a) R$ 1.064,25
b) R$ 714,00
b) R$ 1.068,75
c) R$ 720,00
c) R$ 1.066,85
d) R$ 728,00
d) R$ 1.073,50
247
e) R$ 734,00
e) R$ 1.069,70
Raciocínio Lógico
3. (VUNESP) Uma pessoa comprou um produto
8. (COPESE) Uma turma de formandos, ao organi-
exposto na vitrine por um valor promocional de 20% de
zar o baile de formatura, analisa duas propostas para a
desconto sobre o preço P do produto. Como ela pagou em
escolha da banda responsável pela animação do evento:
dinheiro, teve mais 10% de desconto sobre o valor promo-
a) a Banda A tocaria por um valor fixo de R$1.300,00;
cional. Então, essa pessoa pagou, sobre o preço P do pro-
b) a Banda B tocaria por um valor fixo de R$ 600,00
duto, um valor igual a
mais 20% do valor arrecadado na venda dos in-
gressos, mais 20% do valor arrecadado com a ven-
a) 0,28P.
da de refrigerantes.
b) 0,03P.
Considerando a venda de 400 ingressos individu-
c) 0,7P
ais e uma arrecadação de R$ 1.500,00 com a venda de re-
d) 0,3P.
frigerantes. Para que o valor da contratação da Banda B
e) 0,72P.
fique igual ao valor de contratação da Banda A, o valor do
cada ingresso deve ser de
4. (VUNESP) Do valor total recebido pela venda de
um terreno, Ricardo separou 20% para custear uma pe-
a) R$ 3,00.
quena reforma em sua casa e reservou o restante para a
b) R$ 4,00.
compra de um carro novo. Sabe-se que 60% do valor se-
c) R$ 5,00.
parado para a reforma foi usado na compra de material de
d) R$ 6,00.
construção, e o restante, no pagamento da mão de obra.
e) R$ 7,00.
Sabendo-se que Ricardo gastou R$ 6.000,00 com a mão
de obra empregada na reforma, pode-se afirmar que,
9. (CESGRANRIO) Segundo dados do Instituto Na-
para a compra do carro novo, Ricardo reservou
cional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na
Amazônia nos 12 meses entre agosto de 2010 e julho de
a) R$ 50.000,00.
2011 foi o menor registrado desde 1988. No período ana-
b) R$ 65.000,00.
lisado, esse desmate atingiu cerca de 6.230 km2 quando,
c) R$ 60.000,00.
nos 12 meses imediatamente anteriores, esse número foi
d) R$ 75.000,00.
equivalente a 7.000 km2 , o que corresponde a uma queda
e) R$ 70.000,00.
de 11%.
Disponível em: http://oglobo.globo.com/OGlobo/
5. (FUNCAB) João comprou todos os presentes de
pais/. Acesso em: 05 dez. 2011. Adaptado.
Natal dos seus filhos numa única loja e pagou R$ 600,00
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Supondo que a informação fosse o inverso, ou c) 90%.
seja, se o desmatamento tivesse aumentado de 6.230 d) 12%.
km2 para 7.000 km2 , o percentual de aumento teria sido, e) 30%.
aproximadamente, de
14. (CESPE) Na compra de 2 frascos de tira-man-
a) 12,36% chas, cada um deles ao custo de R$ 9,00; 6 frascos de lim-
b) 87,64% pador multiuso, cada um deles ao custo de R$ 2,00; 4 litros
c) 111% de desinfetante, cada um deles ao custo de R$ 1,50; e de 6
d) 11% unidades de esponja dupla face, cada uma delas ao cus-
e) 89% to de R$ 2,00; um cliente pagou com 3 notas de R$ 20,00,
tendo recebido R$ 19,20 de troco. Nesse caso, o cliente re-
10. (CESGRANRIO) O preço de um produto sofreu cebeu desconto de
exatamente três alterações ao longo do primeiro trimes-
tre de 2011. A primeira alteração foi devida a um aumento a) 13%.
de 10%, dado em janeiro, sobre o preço inicial do produto. b) 14%.
Em fevereiro, um novo aumento, agora de 20%, foi dado c) 15%.
sobre o preço que o produto possuía no final de janeiro. d) 16%.
Capítulo 03 - Porcentagem
montante de R$ 3 800,00 gerado pela aplicação. A quantia 16. (FCC) Quando congelado, um certo líquido au-
inicial que essa pessoa aplicou em ações corresponde ao menta seu volume em 5%. Esse líquido será colocado em
valor de um recipiente de 840 mL que não sofre qualquer tipo de
alteração na sua capacidade quando congelado. A quan-
a) R$ 4 222,22. tidade máxima de líquido, em mililitros, que poderá ser
b) R$ 4 523,80. colocada no recipiente para que, quando submetido ao
c) R$ 5 000,00. congelamento, não haja transbordamento, é igual a
d) R$ 13 300,00.
e) R$ 17 100,00. a) 818.
b) 798.
12. (CESGRANRIO) Pensando em aumentar as ven- c) 820.
das, certo supermercado lançou uma promoção: o cliente d) 800.
comprava 5 kg de arroz e pagava o preço de 4 kg. Quem e) 758.
aproveitou essa promoção recebeu um desconto, em re-
lação ao preço normal do arroz, de Gabarito
a) 10% 1 2 3 4 5
b) 12% A E E C E
c) 16%
d) 20% 6 7 8 9 10
e) 25%. D B C A B
13. (CESPE) Se a agência dos Correios de uma pe- 11 12 13 14 15
quena cidade presta, diariamente, 40 atendimentos em C D E C B
média, e se, em razão de festas na cidade, a média de
atendimentos diários passar a 52, então, nesse caso, ha- 16
verá um aumento percentual de atendimentos de D
a) 40%.
b) 52%.
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Noções de Informática 249
Noções de Informática
Autor:
Vitor Krewer
Curriculum:
Formado em Processos Gerenciais e gradu-
ando em Tecnologia da Informação. Cursou
Direito pela Universidade da Grande Dourados
(UNIGRAN) e Filosofia pela Universidade Esta-
dual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Envoldi-
do na área de concursos públicos como profes-
sor, editor e gestor no Focus Concursos desde
2012.
SUMÁRIO
250
Noções de Informática
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1. COMO ESTUDAR INFORMÁTICA • Quando o assunto for Hardware e Software, mui-
tos termos em inglês são utilizadas, além é claro as abre-
viações e siglas dos mesmos, é importante não confundir
INTRODUÇÃO um com o outro e destacar a diferença entre função, con-
ceitos e suas classificações.
A parte inicial desta apostila é voltada para a • Os Navegadores (browser) possuem praticamen-
orientação de como estudar os tópicos de informática e, te as mesmas funções, sendo assim, você deve aprender
Noções de Informática
gredo da memorização de comandos na informática é a INTRODUÇÃO
prática.
• Durante o estudo da matéria, é de suma impor- Uma Rede é uma interligação de vários compu-
tância elaborar suas próprias notas de aula, o que pode e tadores e dispositivos através de uma conexão, seja ela
deve ser feito utilizando a ferramenta Word 2010, editor cabeamento ou sem fio, com o objetivo de que todos os
de texto utilizado nesta apostila. Fazendo uso dos recur- dispositivos conectados a ela possam compartilhar in-
sos de edição descrito ficará cada vez mais fácil memori- formações e recursos, como mensagens, arquivos e ou-
zar a localização e função dos itens cobrados na prova. tros dados.
• Programas como o MS Excel tem o objetivo de Temos contato com as redes por meio da utilização
fornecer instruções para que os cálculos sejam feitos, de vários tipos de aplicações, principalmente no âmbito
portanto, quando estiver estudando as funções, tenha comerciais e doméstico.
aberto, se possível, o programa para criar suas próprias Podemos citar o caso de uma rede local com cinco
fórmulas ou utilizar a de provas anteriores. Só existe computadores que precisa utilizar uma mesma impres-
uma forma de aprender Excel, e esta forma é fazendo isso sora, podendo o usuário instalar em um único computa-
dele. dor e optar em compartilhá-la com usuários da rede, fato
• O presente material não tem a função de torna-lo que irá economizar a compra de diversas impressoras,
um técnico de informática, mas fornece todo o aparato sem contar o fator custo de manutenção, recarga de ton-
necessário para responder as questões dos concursos, ners e cartuchos.
portanto, em alguns momentos novas palavras serão Várias empresas fazem uso de servidores, com o
apresentadas, cada um com seu significado e contexto objetivo de armazenar informações ou softwares de sis-
tornando necessário anotar e estudar com frequência. temas ou de aplicação com dados de clientes, fornecedo-
• No decorrer no conteúdo vários termos e pará- res, funcionários e listas de estoques de produtos ou toda
grafos estarão destacados, isso ocorre para dar mais ên- o histórico acadêmico de um aluno. Em tese, servidor
fase ao conteúdo descrito, sendo recorrente em provas consistem basicamente de um computador conectado à
ou essencial para a compreensão da matéria, portanto, rede, podendo estar na rede interna (intranet) da empre-
tome nota e faça você anotações. sa ou data center (interno ou externo).
• O conteúdo relacionado a redes de computadores, Toda a dinâmica da rede nasceu do seguinte pres-
pragas virtuais, protocolos são extremamente recorren- suposto: imagine que e os dados de uma empresa são
tes pelas bancas em provas e concursos, fique atento aos muito valiosos e necessários para o seu funcionamento,
conceitos e as diferenças entre eles. sendo assim, pensar na ideia de que estes dados este-
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jam armazenados em um único computador acessado de A comunicação pode ser feita por linhas telefô-
maneira isolada é inadmissível, fato que se dá pela mobi- nicas, cabos, satélite ou comunicação sem fios como é o
lidade dentro do contexto das empresas e seus colabora- caso do WIFI (wireless).
dores, portanto, os dados são armazenados e disponibili-
zados por níveis de acesso para os usuários credenciados
no servidor, que nada mais é que um computador conec-
tado à rede. Em suma os outros computadores interliga-
Capítulo 02 - Internet e redes de computadores
utilizadas por instituições financeiras que funcionam em página inicial de um site –a primeira página que é exi-
tempo real 24 horas por dia, 7 dias por semana por meio bida quando acessamos o diretório raiz de um site, como
de vários computadores e caixas eletrônicos interligados www.focusconcursos.com.br. Nesse caso, a página ini-
e a disposição de seus clientes. cial é definida no servidor web, nos casos de direciona-
mento entre pastas de servidor, ou nas configurações do
DEFINIÇÃO navegador do usuário.
Domínio é um endereço único e exclusivo que é
Podemos conceituar e descrever as redes de com- utilizado para identificar sites na Internet. Uma vez que
putadores como a capacidade de comunicação entre dois uma organização tenha sido designada com um domínio,
os mais computadores, possibilitando a troca de infor- este será atribuído somente para ela. No exemplo <http://
mações e arquivos por meios de aplicações; sendo regido www.focusconcursos.com.br>, tem-se o domínio focus-
por protocolos, ou seja, a comunicação possui regras de concursos.com.br.
como as coisas devem funcionar.
Nas redes de computadores temos duas partes: PROTOCOLOS
• Física: consiste nos equipamentos que serão
utilizados para que haja a comunicação entre Para que comunicação entre dispositivos tenha
os dispositivos. Esta parte envolve o elemento sucesso, é necessário um conjunto de regras que deter-
hardware, ou seja, as peças físicas do compu- mine como esta comunicação irá funcionar, e ainda quais
tador como placas de rede, cabo, emissão de as funções de compartilhamento e acesso que estes dis-
sinais (como é o caso do Wifi) e demais equipa- positivos conectados terão acesso.
mentos que integram uma quantidade maior Estas regras são chamadas de protocolos e são uti-
de computadores. lizadas na comunicação em rede, seja de computadores
• Lógica: sempre que você ler está palavra em ou em outros sistemas de telecomunicações.
uma questão; sua referência é a parte abstrata Para este momento iremos abordar os principais
do computador, ou seja, o software e lingua- protocolos e suas funções e características cobradas nas
gem de programação utilizada para que seja provas de concursos.
possível a comunicação entre os computado-
res. Como estamos estudando redes de com-
putadores, a parte lógica relacionada as redes
é chamada de protocolos.
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Definição É similar a um estacionamento com vagas nume-
radas, os carros podem ate ocupar a vaga de outros, mas
Protocolo de comunicação é um conjunto de regras não podem utilizar simultaneamente o mesmo espaço.
preestabelecidas para que os computadores possam co- Todos os dispositivos conectados tem uma identidade
municar-se entre si, seja numa intranet ou na internet. própria e não podem utilizar a mesma numeração. Quan-
Para que a comunicação seja bem-sucedida, é indispen- do acontece isso, damos o nome de conflito de IP.
sável que os dois polos utilizem a mesma linguagem. Como mencionado no início deste tópico, o TCP/IP
Noções de Informática
seja, a escolha do melhor caminho (rota) para que os da-
dos sejam entregues de forma mais rápida. Sua função é
de endereçamento para computadores conectados a rede HTTPS
mundial de computadores, possibilitando a interconexão
entre os mesmos. Graças as esses dois que a internet se É um protocolo formado pela junção de dois outros
tornou viável. protocolos: HTTP e SSL. Sendo assim, realiza a função de
Cada site remete a um servidor, sendo cada servi- ambos: visualização de hipertexto e criptografia.
dor um computador conectado a internet, possui um en-
dereço de IP composto por uma sequência numérica.
Exemplo: 127.025.25.82 FTP (FILE TRANSFER PROTOCOL)
Na internet, cada endereço de IP está associado a
um nome, como http://www.focusconcursos.com.br. O Trata-se de um protocolo de transferência de ar-
responsável por descobrir, traduzir ou usando o próprio quivos que possibilita o Upload e o Download de arquivos
termo técnico “resolver”, portanto, “linkar” o nome ao na internet utilizando o browser ou um software cliente.
número do IP é chamado de DNS (Domain Name System). E um método simples de transferência de arqui-
O DNS é um sistema que gerencia os nomes utiliza- vos entre computadores nas redes, seja na intranet ou
dos na internet e faz a associação entre número de IP e o na internet. O FTP e utilizado por desenvolvedores Web
nome (endereço web). para enviar arquivos para seus respectivos servidores
TCP/IP: O TCP/IP não é apenas um protocolo, tra- e quando é realizado o download (baixar) de arquivo da
ta-se de um conjunto de protocolos. É integrado o pro- Internet.
tocolo de transporte junto ao de roteamento de pacotes. Devido as limitações dos servidores, quanto ao ta-
Cada conexão possui um número de IP e cada número manho dos arquivos anexados por email, que atualmen-
desses remete a um dispositivo conectado a uma rede. A te tem a limitação de 25MB (pode variar entre os forne-
Internet utiliza como padrão o protocolo TCP/IP. cedores), o FTP é amplamante utilizado para o envio de
O protocolo TCP/IP e regido pelas normas e pa- arquivos maiores.
drões internacionais, sendo compatível com a maioria O FTP pode ser utilizado a partir de linhas de co-
dos sistemas operacionais modernos. mando pelo PROMPT (CMD) do Windows, navegadores
Na rede TCP/IP, e fato que os dispositivos possuam (browsers) ou fazendo uso de softwares aplicativos es-
uma identificação de endereço lP, tendo cada máquina pecíficos como o o FileZila. O protocolo FTP, por padrão,
um número próprio, o que a diferencia das outras na rede. utiliza a porta 21 como conexão.
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Capítulo 03 - Tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos
Noções de Informática
necessidade de replicar requisições perguntando quem é WI-FI
o computador Y. Sua capacidade de tráfego é maior que
o HUB, evitando o congestionamento de tráfego entre os Seu acesso se dá por um ponto de acesso conheci-
dispositivos. do como Hotspot, e é possível acessar qualquer dispositi-
vo por sua rede.
Essa transmissão se dá da seguinte forma: a partir
de um ponto no qual há uma internet tradicional, é insta-
lado uma antena e um rádio de transmissão que envia si-
nal em alta frequência para determinada distância. Essa
difusão pode ser aberta (qualquer um acessa, sem senha)
ou fechada (é necessário obter o código de acesso).
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Capítulo 03 - Tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos
sitivos. A topologia é dividida em física e lógica entre os possui alto poder de expansão.
ativos de Redes; sendo cada dispositivo conector de rede
um ativo. Os ativos de rede mais conhecidos são o Switch
e o Hub.
Sobre a topologia física, podemos defini-la como
a forma em que computadores estarão disposto fisica-
mente, ou seja, como será feita a ligação dos computado-
res com os ativos de redes.
A relação de comunicação entre os computadores e
ao fluxo de informações, temos a topologia lógica, forma
como serão controladas as comunicações na rede. Em- Anel
bora a rede esteja disposta fisicamente de uma maneira,
o software que irá controlar o fluxo das informações por Os computadores estão conectados em formando
meio de protocolos de rede, irá determinar os caminhos de um anel, fazendo com que um pacote especial circule
percorridos pelos pacotes que trafegam pela rede. Os dois a rede continuamente. Quando o computador necessitar
tipos de topologias lógicas são: se comunicar, retira o pacote especial da rede e envia a
Broadcast: o nó envia seus dados a todos os nós es- mensagem que quer enviar. Após o envio, coloca o pacote
palhados pela rede (Ethernet). especial novamente na rede, possibilitando maior con-
Token: um sinal de Token controla o envio de dados trole na comunicação e evitando colisão.
pela rede (Token Ring). Um dos pontos negativos desta forma de topolo-
Ao enviarmos informações de um computador gia é o fato de a rede ficar muito tempo sem transmitir
para outro através da rede; é necessário o preparo des- por conta do tráfego do pacote especial e do controle dos
ta informação para trafegar na rede. A informação em si computadores que estão transmitindo. Essa topologia é
é dividida em várias partes, dependendo do tamanho do utilizada logicamente nas redes Token Ring.
arquivo. O objetivo da divisão em pacotes é evitar o con-
256 gestionamento na rede e, sendo a informação dividida,
passará parte a parte para o computador destinado a re-
ceber a informação que, montará o arquivo novamente.
Cada pedaço deste arquivo dividido, dá-se o nome de pa-
Noções de Informática
cote.
Sobre a topologia física dos computadores conec-
tados, temos quatro principais formas de topologias de
redes. São elas:
1. Ponto a Ponto
2. Barramento; Estrela
3. A nel;
4. Estrela ou Ring. Nesta forma de topologia há um centralizador das
comunicações, local onde os dados são propagados entre
origem e destino. O centralizador (ativo de rede) conhece
Ponto a Ponto o endereço dos dispositivos que estão interligados. Esse é
o padrão utilizado na principalmente nas redes LAN.
É a forma de disposição mais simples, unindo dois
computadores por meio de transmissão qualquer. A par-
tir dela é possível formar novas topologias, incluindo no-
vos nós em sua estrutura.
Noções de Informática
Caso qualquer um dos dois apresente um Certifi- validade do vínculo entre a chave pública da
cado de Identidade Digital adulterado, ele será avisado do entidade e as informações de identificação da
fato, e a comunicação com segurança não será estabele- entidade.
cida.
O Certificado de Identidade Digital é emitido e as- Um certificado só é válido pelo período de tempo
sinado por uma Autoridade Certificadora Digital (Certifi- nele especificado; cada certificado contém datas Válido
cate Authority). Para tanto, esta autoridade usa as mais de e Válido até, que definem os prazos do período de vali-
avançadas técnicas de criptografia disponíveis e de pa- dade. Quando o prazo de validade de um certificado ter-
drões internacionais (norma ISO X.509 para Certificados mina, a entidade do certificado vencido deve solicitar um
Digitais), para a emissão e chancela digital dos Certifica- novo certificado.
dos de Identidade Digital. Se for preciso desfazer o vínculo declarado em um
certificado, esse pode ser revogado pelo emissor. Cada
Assinatura Digital emissor mantém uma lista de certificados revogados,
que pode ser usada pelos programas quando a validade
A assinatura digital busca resolver dois proble- de um determinado certificado é verificada.
mas não garantidos apenas com uso da criptografia para Uma das principais vantagens dos certificados
codificar as informações: a Integridade e a Procedência. é que os hosts não têm mais que manter um conjunto
Ela utiliza uma função chamada one-way hash function, de senhas para entidades individuais que precisam ser
também conhecida como: compression function, crypto- autenticadas para obterem acesso. Em vez disso, o host
graphic checksum, message digest ou fingerprint. Essa simplesmente deposita confiança em um emissor de cer-
função gera uma sequencia de símbolos única (hash) so- tificados.
bre uma informação, se esse valor for o mesmo tanto no Quando um host, como um servidor Web seguro,
remetente quanto destinatário, significa que essa infor- designa um emissor como uma autoridade raiz confiá-
mação não foi alterada. vel, ele confia implicitamente nas diretivas usadas pelo
Mesmo assim isso ainda não garante total inte- emissor para estabelecer os vínculos dos certificados
gridade, pois a informação pode ter sido alterada no seu que emite. Na prática, o host confia no fato de que o emis-
envio e um novo hash pode ter sido Planilhasulado. Para sor verificou a identidade da entidade do certificado. Um
solucionar esse problema, é utilizada a criptografia assi- host designa um emissor como uma autoridade raiz con-
métrica com a função das chaves num sentido inverso, fiável colocando o certificado auto-assinado do emissor,
onde o hash é criptografado usando a chave privada do que contém a chave pública do emissor, no armazena-
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Capítulo 03 - Tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos
mento de certificado da autoridade de certificação raiz necessário para que o vírus insira seus códigos malicio-
confiável do computador host. As autoridades de certifi- sos dentro do computador.
cação intermediárias ou subordinadas serão confiáveis Basicamente os vírus se dividem em três classes:
somente se tiverem um caminho de certificação válido • Polimórficos: sua forma de altera a cada nova
de uma autoridade de certificação raiz confiável. infecção, ou seja, altera sua sequência de bytes
associados à internet e intranet serviços da internet
Começa agora nossa jornada ao mundo de hackers, • Inclusão de backdoors para permitir que um
crackers, vírus e as táticas empregadas para o acesso a atacante tenha total controle sobre o compu-
dados privados e sigilosos. tador.
Vírus Worm
Podemos definir vírus como um programa ou tre- É um programa que tem a possibilidade de se pro-
chos de códigos que se instala no computador sem o co- pagar automaticamente pelas redes, sua função é enviar
nhecimento ou consentimento do utilizador. Uma das cópias de si mesmo de computador para computador.
características dos vírus e a sua existência estar em Difere do vírus, pois o worm não precisa ser exe-
arquivos que dependem primordialmente de execução. cutado para se propagar, não infectando arquivos, sendo
São aqueles arquivos que precisam que o usuário acione ele o próprio arquivo. Sua propagação se dá por meio da
por meio de cliques do mouse ou da tecla ENTER. É como busca de vulnerabilidades existentes ou falhas na confi-
aquele arquivos anexado a e-mails informando de inti- guração de softwares instalados em computadores.
mações judiciais ou ainda de supostos depósitos bancá-
rios.
Ao clicar no arquivo, o usuário executa o comando
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Capítulo 03 - Tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos
Bots Windows) que vasculham os seus arquivos acessados
na Internet para copiar dados como número de cartão de
Os chamados Bots utilizam a mesma forma de crédito, senha de contas de bancos acessados por web-
funcionamento utilizada pelos Worm, ou seja, sua pro- mail, entre outros.
Tipos de spywares:
Noções de Informática
Em vários sistemas pode se encontrar falhas de Adwares
segurança que podem permitir a invasão por um cracker,
possibilitando total controle da máquina. Alguns cra- São conhecidos por trazerem para a tela do usuá-
ckers utilizam-se de um Backdoor para instalar vírus ou rio algum tipo de propaganda. Em sua grande maioria, os
programas maliciosos conhecidos como malware. adwares são programas desenvolvidos por empresas co-
Basicamente trata-se de um Backdoor que possa merciais que os anexam a programas de livre download.
ser explorado através da Internet, mas o termo pode ser É muito comum no processo de instalação dos sof-
usado de forma mais ampla para designar formas furti- twares denominados free (livre, gratuito), a indexação de
vas de se obter informações privilegiadas em sistemas outros programas.
de todo tipo.
Na maioria dos casos que envolvem ataque por Spams
crackers procura se garantir uma maneira de retornar
ao computador comprometido, sem precisar faz uso de São e-mails enviados sem o consentimento do
todos os métodos empregados no ato da invasão. Geral- proprietário da conta. É comum serem usados em propa-
mente a intenção do cracker é poder retornar ao compu- gandas e campanhas de marketing, correntes de fé, fal-
tador comprometido sem ser notado. sas ideologias, ajuda a outrem, entre muitos.
A esses programas de retorno ao computador
comprometido, utilizando-se serviços criados ou modi-
ficados para este fim, dá-se o nome de Backdoor. Hoaxes
Trata-se de boatos disseminados por correio ele-
Spyware trônico cujo objetivo é assustar os usuários que recebem
a mensagem. Um exemplo sobre essa brincadeira e o en-
Spywares e Adwares são às vezes confundidos, vio de uma mensagem alerta para um novo e ainda des-
porém, é importante frisarmos que são diferentes. conhecido vírus de computador, que está sendo espalha-
Software de computador que recolhe a informação do por toda rede.
sobre o usuário do computador e transmite essa infor- O usuário é infectado enquanto a mensagem esti-
mação a uma entidade externa sem o conhecimento ou ver sendo lida ou ainda clicando em determinada tecla ou
o consentimento informado do usuário. São programas link de conteúdo externo. O criado da mensagem hoax,
similares a um vírus (pois, às vezes, se auto instalam no geralmente cita empresas como Visa, Mastercard, Mi-
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Capítulo 03 - Tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos
crosoft, IBM como detentoras da informação, dando sen- pularização da conexão banda larga, aumentaram o nú-
timento de segurança ao usuário inexperiente. mero de usuários na rede e, consequentemente, a abun-
dância de sites ofertando a possibilidade de donwload de
Phishing aplicações. Portanto, cuidado ao visualizar mensagens
informando que é necessário atualizar programas ou
associados à internet e intranet serviços da internet
Noções de Informática
A única dificuldade neste método é a necessidade gas virtuais e ameaças que possam causar danos e aces-
de o computador “capturador” estar instalado entre duas so a informações pessoais.
máquina numa rede, ou seja, entre dois ou mais dispositi-
vos conectados numa rede Wifi, o agente deverá primeiro Antivírus
quebrar a senha de acesso e depois começar, por meio do
programa capturador, a armazenar e computar os paco- Aplicativos antivírus são programas distribuídos
tes transmitidos. gratuitamente (licença free ou shareware) ou versões
mais completas que são vendidas por empresas da área.
Hijacker Sua função é manter o computador livre de pro-
gramas e/ou arquivos que possam causar danos ou fur-
Nos últimos tempos esta forma de ameaça virtu- tar e distribuir informações do usuário. Possuem módulo
al vem ganhando destaque, sendo sua principal função de escaneamento e geralmente sistemas de monitora-
e a de sequestrar o navegador. Podemos defini-los como mento contínuo.
Spywares invasores silenciosamente instalam-se com- Os principais antivírus do mercado são:
putador por meio de protocolos ActiveX ou na instalação
de programas freeware e suspeitos. Firewall
Os Hijackers alteram a página inicial, e instalam
barras de ferramentas que na maioria das vezes impe- Sistema de proteção de uma rede que tem por ob-
dem o usuário de acessa determinados sites, como pági- jetivo aplicar políticas de segurança a pontos de acesso,
nas de softwares antivírus. sua tradução significa “muro de fogo”. É um software ou
componente dedicado, que visa a proteção de uma rede
Rootkits contra invasões externas e acessos não autorizados. O
firewall está presente tanto em computadores domésti-
Após estudarmos vários tipos de códigos mali- cos quando nas grandes corporações.
ciosos, acredito que você já tenha percebido que, desde O firewall pode ser do tipo filtros de pacotes, proxy
a criação do cavalo de tróia, as formas de infectar com- de aplicações, etc. Os firewalls são geralmente associa-
putadores e o furto de informações dos usuários atingiu dos a redes TCP/IP.
um certo “requinte de crueldade”, ou seja, um simples ar-
quivo aberto escondido dentro de um trojan pode agir de
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
Esses programas assemelham se em muitos pon- vés de uma linguagem de programação que tem o intuito
tos aos antivírus; muitos antivírus já possuem sistemas de transmitir a informação de forma organizada e gráfica
de detecção de spywares como função no modo de esca- ao usuário.
neamento do sistema. Veja algumas das linguagens utilizadas:
Esses programas fazem a varredura do sistema e
eliminam os arquivos indesejados do sistema, sejam e
modo automático, seja por escaneamento manual. Po-
rém, é importante ressaltar que há spywares que são de-
tectados por alguns programas e não por outros.
Noções de Informática
função o Mozilla FireFox, Google Chrome e Opera.
Pop-ups: é um recurso utilizado pelos sítios que
mostra uma nova página sobre a página atual. É um re-
curso geralmente utilizado para marketing. Assim, os
navegadores implementaram mecanismos debloqueio a
estas páginas.
Navegação InPrivate ou Anônima: permite que na-
vegar na Web sem deixar o histórico de navegação salvo
no navegador. Isso ajuda a impedir que outras pessoas
que usam o computador identifiquem quaisquer sites vi-
sitados.
Cookies: arquivo de texto muito pequeno colocado Botões “Voltar” e “Avançar”: Localiza-
em sua unidade de disco rígido por um servidor de pági- da na parte superior do navegador, a
nas da Web. Basicamente ele é seu “cartão de identifica- barra de ferramentas dispõe dos bo-
ção” e não pode ser executado como código ou transmitir tões “Voltar” e “ Avançar” onde o usu-
vírus; ele é exclusivamente seu e pode ser lido somente ário pode utilizar para navegar em páginas já acessadas
pelo servidor que o forneceu. A finalidade do cookie é ou em uso.
informar ao servidor que você retornou àquela página
da Web. Um cookie ajuda economizando tempo. Se você
personaliza páginas ou registra-se para produtos ou
serviços, um cookie ajuda a lembrar quem você é.
Favoritos ou Bookmarks(marcadores): permitem
que você visite as suas páginas da web prediletas com Barra de Endereços
apenas um clique. Quando algum site é incluido na lista
de favoritos, um botão é colocado na barra de favoritos É o local do navegador onde será inserido o ende-
na parte superior da janela do seu navegador. Clique no reço, chamada de URL, para acessar o site desejado. Nela
botão para abrir. constará além da página principal do site, bem como, os
Históricos: registro de sites visitados pelos usuá- caminhos das páginas acessadas dentro do site confor-
rios. me exemplo:
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
Barra de Menus
A barra de menus é o campo que contém todas as
funções do navegador, desde abertura de novas abas e
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
Histórico • Uma nova janela irá ser aberta. Selecione quais
os dados você deseja excluir e, em seguida, cli-
O histórico consiste nas páginas visitadas ante- que no botão “Excluir”.
riormente pelo usuário. No histórico contará um registro
das páginas navegadas. Outra forma de acessar o histó- Lista de Atalhos
rico de navegação é pela “Barra de Menus” clicando no
botão “Editar” e em seguida selecionando “Barra do Ex-
Noções de Informática
o procedimento e para isso iremos seguir alguns passos
básicos conforme descrito abaixo: Abrir a barra de endereços (para Ctrl+Seta para
exibir o histórico, os favoritos e baixo
MÉTODO 1 os provedores de pesquisa)
• Clique no botão Ferramentas >> Opções da Pesquisar usando texto copiado Ctrl+Shift+L
Internet. Ampliar (+ 10%) Ctrl+Sinal de
• No item “Histórico de Navegação” você irá cli- adição
car no botão “Excluir”.
• Uma nova janela irá ser aberta. Selecione quais Reduzir (- 10%) Ctrl+Sinal de sub-
os dados você deseja excluir e, em seguida, cli- tração
que no botão “Excluir”.
Aplicar zoom de 100% Ctrl+0
MÉTODO 2
• Por padrão, a barra de menus não está sendo GOOGLE CHROME
visualizada, para que ela seja exibida clique na
tecla Alt ou no botão direito do mouse sobre a
barra de títulos.
• Clique botão Ferramentas >>Excluir His-
tórico de Navegação
• Uma nova janela irá ser aberta. Selecione quais
os dados você deseja excluir e, em seguida, cli- O Chrome é o navegador
que no botão “Excluir”. criado pela Google em 2008 e, dentre os navegadores dis-
poníveis no mercado, é o mais novo, porém, em termos
MÉTODO 3 de utilização vem dominando o cenário mundial. É muito
rápido e leve, possibilitando ao usuário integrar funcio-
• Clique no botão Ferramentas >> Seguran- nalidades através de extensões disponíveis na Chrome
ça>>Excluir Histórico de Navegação WebStore.
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
Principais Funcionalidades
Abas: utilização de várias páginas web em uma
única janela da aplicação. Essa função é possível abrindo
novas abas no navegador.
trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
Lista de Atalhos Ctrl+W ou Ctrl+F4 Fecha a guia ou o pop-up
atual.
l+N Abre uma nova janela. Clicar em uma guia com o Fecha a guia em que você
Ctrl+T Abre uma nova guia. botão do meio do mouse clicou.
(ou rolar o mouse).
Ctrl+Shift+N Abre uma nova janela
Noções de Informática
Arrastar um link para Abre o link na guia. Alt+Home Abre sua página inicial
uma guia. na janela atual.
Arrastar um link para Abre o link em uma nova
uma área em branco na guia. MOZILLA FIREFOX
barra de guias.
Arrastar uma guia para Abre a guia em uma nova
fora da barra de guias. janela.
Desenvolvido pela Mozilla Fou-
Arrastar uma guia para Abre a guia na janela já ndation, o Firefox é um dos navegadores mais utilizados
fora da barra de guias e existente. do mercado, sendo continua a cobrança nas provas de
em uma janela já exis- concursos, portanto, é importante que seja estudado sua
tente. interface gráfica e as principais funcionalidades. Com
quase 11 anos de vida, o navegador teve seu surgimen-
Pressionar Esc ao arras- Retorna a guia para sua to possível com a liberação do código de outro navegador
tar uma guia. posição original. famoso no passado, o NetScape.
Ctrl+1 a Ctrl+8 Alterna para a guia Sendo um navegador Open Source (Código Aberto),
no número de posição é multiplataforma, ou seja, possui versão para Windows,
especificado na barra de Linux e Mac OS e possui centenas de colaboradores em
guias. seu projeto, cujo objetivo é desenvolver um navegador
seguro, leve e com uma gama extensa de complementos.
Ctrl+9 Alterna para a última No ranking mundial da chamada “guerra de navegado-
guia. res”, possui a terceira colocação com aproximadamente
20% de todos os usuários da internet.
Ctrl+Tab ou Ctrl+PgDown Alterna para a próxima Ao contrário do Internet Explorer, o Firefox não é
guia. identificável pela sua versão, apesar de as bancas utili-
Ctrl+Shift+Tab ou Ctrl+P- Alterna para a guia an- zarem como referência no enunciado de várias questões,
gUp terior. sendo desenvolvido no formato Rolling Release, formato
este, que possibilita a liberação de atualizações sequen-
Alt+F4 ou Ctrl + Shift + W Fecha a janela atual. ciais para os usuários.
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
Firefox Sync
Funcionalidade de sincronizar o histórico, favori-
tos, senhas e preferências dos usuários, por meio de uma
login e senha realizado com uma conta do Firefox Sync.
268
Noções de Informática
Abas
Algumas bancas utilizam o termo “Guia”. Sua fun-
ção é abrir várias instancias de navegação.
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
Configurações
Através do ícone você poderá ter acesso as
principais configurações, como abrir novas janelas e
abas, consultar o histórico e os arquivos baixados da in-
ternet (Download).
269
Noções de Informática
Históricos
O histórico de navegação do Firefox é similar ao
Internet Explorer, fazendo o uso de lista agrupadas por
data, site, número de visita dentre outros. Novidades
Seu acesso é feito pela tecla de atalho Ctrl+H, sendo
visualizada no canto esquerdo do navegador conforme
demonstra a imagem abaixo:
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
GMAIL
O Gmail é um serviço de e-mail fornecido pela Goo- 271
gle e parte integrante do pacote de funcionalidades que a
gigante das buscas oferece aos seus usuários. Com uma
Noções de Informática
interface limpa e fluida, torna a experiência de navega-
ção mais leve e rápida.
Com uma conta do Gmail o usuário tem acesso aos
serviços de armazenamento na nuvem chamado Google
Drive, além de acessar e baixar aplicativos através de um
smartphone com Android por meio da PlayStore.
Atualmente o Google tem desenvolvido uma nova
plataforma, totalmente a parte, chamada Inbox, criando
uma nova forma de utilizar o webmail, serviço que mes-
cla sistema de tarefas, envio de e-mails rápidos, agrupa-
Outlook mento de mensagens por assuntos.
Os usuários do Google têm 15GB de armazenamen-
to gratuito para compartilhar arquivos e fotos entre o
serviço de e-mail, Google Drive e Fotos do Google+, sendo
possível realizar a expansão deste espaço de armazena-
mento por meio da contratação do serviço adicional.
Uma conta do Google permite o login em várias
aplicações usando a mesma conta, como o YouTube, Goo-
gle+, o navegador Google Chrome, além de ferramentas
de monitoramento como o Google Analytics e Google
Trends, além de serviços como Hangouts, Agenda, Maps,
Earth e Street View.
A Google desenvolve focada na ideia de compu-
tação na nuvem, demonstra tal afirmação por meio do
item sincronização, ou seja, todos os recursos podem ser
acessados de qualquer lugar.
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
Cliente de e-mail
A utilização de programas como o Outlook e Thun-
derbird, o chamado cliente de e-mail, irá realizar a cone-
xão com o servidor de e-mail e armazenar as mensagens
para a caixa de entrada do usuário, além de disponibili-
zar a opção de sincronizar outras pastas armazenadas
no servidor. Usando está opção, as ações do usuário serão
sincronizadas com a caixa postal do servidor, portanto,
operações como apagar, enviar, anexar terão efeito dire-
to no servidor, estando também disponíveis no webmail,
caso o usuário queira acessar depois por outro meio.
O cliente de e-mail possui a vantagem de trabalhar
no chamado modo off-line, sendo totalmente possível a
realização de operações sem conexão e, posteriormente,
sincronizar a caixa postal.
As tarefas pendentes ficam armazenadas na CAI-
XA DE SAÍDA, aguardando conexão com o servidor.
272
YAHOO
Noções de Informática
PROTOCOLOS
SMTP (Simple Mail Transfer Protocol): O SMTP é o
protocolo de envio de e-mail. Não existe um outro pro-
tocolo que tenha essa mesma função, por isso, caso seja
perguntado qual é o protocolo de envio de e-mail, a res-
posta certa será SMTP.
Protocolo de transferência de correio simples
(SMTP) tem a função de transferência de mensagens,
Ao escolher um serviço de e-mail, é importante sendo amplamente usado em instalações da maioria dos
verificar dados como: servidores de e-mail, seja do governo, educação ou ini-
• Capacidade de armazenamento. ciativa privada, portanto, padrão para enio de mensa-
• Ferramentas de trabalho na nuvem (editores gens.
de texto, planilhas) O Simple Mail Transfer Protocol é um protocolo da
• Serviço de armazenamento de arquivos chamada “camada de aplicação”, na maioria dos casos,
• Disponibilidade de integração com dispositi- SMTP opera em conjunto com o serviço de protocolo de
vos móveis controle de transmissão, o TCP, que fornece a camada de
• Corretor Ortográfico. transporte confiável ao serviço.
• Gerenciamento de contatos POP3 (Post Office Protocol): O protocolo POP3 é um
• Filtro de spam e detecção de ameaças virtuais. dos protocolos de recebimento de e-mail. Permite que o
• Interface gráfica do gerenciador web. cliente de e-mail transfira todas as mensagens que estão
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
na caixa de entrada do servidor de e-mails para o com- Mensagem
putador cliente.
O acesso por meio do POP, os conteúdos arma- Tendo o usuário escolhido qual servidor de e-mail
zenados nas pastas de e-mail são baixada, sejam elas integra de melhor maneira as funcionalidades deseja-
mensagens ou arquivos anexados no servidor, salvan- das; será feito a inscrição do servidor e o e-mail definido
do localmente no computador do usuário, sendo padrão obedecerá a forma conta@domínio ou host, será possível
a exclusão de uma cópia das mensagens no servidor, ao enviar ou receber e-mails. Todo e-mail para ser caracte-
Noções de Informática
mensagens igual ao servidor como no programa. VIADOS, caso a mensagem de fato tenha sido enviado, ou
Recomendado para usuários quem necessitam co- irá constar na pasta CAIXA DE SAÍDA em casos do não
nexão com seus e-mails em mais de um local, e os mes- envio.
mo tempo, com a necessidade de estarem sempre com o A forma como será especificado os destinatários
mesmo status. também é um critério essencial na manipulação de men-
Principais programas de correio eletrônico: sagens no correio eletrônico. É apresentada por abre-
• Mozilla Thunderbird viações que podem variar de um programa para outro,
• Outlook podendo ainda ser utilizado siglas que remetem ao signi-
• Zimbra ficado inglês do termo. Abaixo iremos verificar a corres-
pondida correta:
O acesso IMAP é melhor para usuários que pos-
suem uma boa (e sem quedas) conexão com a Internet,
se seja, tenha suporte ao uma boa banda larga. O espaço FORMAS DE INSERIR DESTINATÁRIOS
de armazenamento da conta de email é utilizado A con- DESTINATÁRIO DESCRIÇÃO
figuração por meio do POP é utilizada para casos em que
a conexão não seja estável e de boa largura, além de dis- To: Para: Consiste no destinatário principal
ponibilidade de espaço em disco. Ao contrário do IMAP, o da mensagem. Pode contar vários
POP tem o diferencial de o espaço de armazenamento da destinatários ou ainda listas de
conta de email seja menor. endereços.
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
Após determinar os destinatários da mensagem, para a produção de páginas Web. Documentos HTML
levando em consideração as formas de visibilidade des- são interpretados por navegadores (browser) e por
critas; outras ações são possíveis na hora de redigir a aplicações configuradas para isso. É utilizado também
mensagem, como é o caso da opção de incluir anexos a em correio eletrônico para fornecer mensagens mais
mensagem. elaboradas e com recursos de interatividade.
ANEXOS são arquivos carregados junto a mensa-
gem, sendo encaminhados juntamente por e-mail, po- As ferramentas variam de acordo com o programa
dendo ser arquivos de texto, como Word, planilhas do cliente de e-mail e da interface utilizada no webmail.
Excel dentre outros. Importante mencionar que a maio-
ria dos servidores de e-mails possuem restrições quan- Estrutura e Organização
to ao tamanho dos arquivos encaminhados. Ao criar um
e-mail, indiferente a aplicação utilizada, há o botão “ane-
xar” onde o usuário ao clicar, se depara com uma caixa ESTRUTURA DAS PASTAS
de diálogo para localizar o arquivo. Feito a seleção via na-
vegação de diretórios e pastas, basta dar duplo clique que PASTA DESCRIÇÃO
uma cópia do arquivo será carregada junto a mensagem.
Arquivos extensos tem sido enviado por meio de Caixa de Entrada Todo correio eletrônico possuem
links de compartilhamento fornecidos por aplicações de uma caixa de entrada, sendo
armazenamento na nuvem. nela o local de entrega de todas
ENVIAR, este é o momento de transmitir a mensa- as mensagens encaminhadas
gem a outro usuário. Ao encaminhar seja mensagens ou por usuários a outros usuários.
arquivos a outros destinatários via internet, fazemos o Caixa de Saída: Mostra todas as mensagens que
chamado Upload. Ao contrário do download, onde “bai- estão ou estão aguardando co-
xamos” conteúdo da rede, o upload transmite ao servidor nexão para serem enviadas aos
via web o conteúdo. Toda vez que o usuário “posta” uma destinatários.
foto no Facebook, ele faz o upload na imagem nos servi-
dores da empresa. Enviados Armazena todos os e-mails já
enviados para os destinatários
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
alguns servidores de e-mail.
ESTRUTURA DAS PASTAS
PASTA DESCRIÇÃO Thunderbird
Excluídos/Lixeira Itens excluídos pelo usuário
Noções de Informática
• Armazenar e-mail no computador de forma
local (HD);
• Possibilidade de fazer uso de múltiplas contas
de correio electrónico ao mesmo tempo e no
mesmo aplicativo;
• Utilização e administração de lista de contatos
detalhada, os chamados de catálogos de con-
tatos;
• Enviar e receber mensagens em formato en-
criptadas;
• Envio posterior de mensagens elaboradas no
formato off-line, sendo as mesmas armazena-
das na chamada Caixa de Saída;
• Bloqueio contra SPAM;
• Elaboração, envio e recebimento de e-mail em 2.Neste campo você deve incluir as seguintes in-
formato HTML automaticamente, permitindo formações:
mensagens com visual mais elaboração ou • Seu nome (Nome da Conta)
com objetivo de propaganda. • Endereço de email:
• Senha:
Desvantagens
• Ocupar espaço em HD, necessitando de sincro-
nização para a troca de mensagens armazena-
das nas pastas;
• Usuários não autorizados, e que tenham aces-
so ao computador, podem verificar conteúdo
armazenado localmente;
• Alguns clientes de e-mail são proprietários
e exigem o pagamento de uma licença; um
exemplo é o Outlook da Microsoft;
• Eventuais problemas de compatibilidades com
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
trônico, grupos de discussão, busca e pesquisa
276
Noções de Informática
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Capítulo 04- Ferramentas e aplicativos de navegação, correio ele-
um website especializado em buscar e listar páginas da
internet a partir de palavras-chave indicadas pelo usu-
ário.
É projetado para encontrar informações armaze-
nadas em um sistema computacional.
Os mecanismos de busca ajudam a reduzir o tempo
necessário para encontrar informações e a quantidade
Noções de Informática
Após isso o usuário irá clicar em “Avançar”; o pro-
grama irá fazer a conexão como servidor de email e en-
caminhar um email de teste. Feito isso está pronto a con-
figuração.
• Conteúdo entre aspas: o comando “entre as-
GRUPOS DE DISCUSSÃO pas” efetua a busca pela ocorrência exata de
tudo que está entre as aspas, agrupado da
Grupos de discussão ou lista de discussão são de- mesma forma.
nominados como uma ferramenta gerenciável utilizada • Sinal de subtração: este comando procura to-
através da internet onde grupos de pessoas trocam men- das as ocorrências que você procurar, exce-
sagens via email. Alguns sites fornecem também a tro- to as que estejam após o sinal de subtração. É
ca de mensagens online de forma instantânea como é o chamado de filtro (ex: baixaki -download)
caso dos chats (bate-papo). • OR (ou): OR serve para fazer uma pesquisa al-
Hoje há na internet vários sites que oferecem es- ternativa. No caso de “Carro (vermelho OR ver-
tes serviços, sendo os mais utilizados os Google Groups, de)” (sem as aspas), Google irá procurar Carro
Yahoo Grupos dentre outros. vermelho e Carro verde. É necessário usar os
O funcionamento consiste no cadastramento parênteses e OR em letra maiúscula.
do grupo, após isso é feito a inclusão de membros. Uma • Define: comando para procurar definições de
mensagem de um membro inscrito é enviada para o gru- qualquer coisa na internet (define:abacate).
po e em consequência a mesma é automaticamente dire- • Info: info serve para mostrar as informações
cionada para a caixa postal de cada um dos cadastrados. que o Google tem sobre algum site (info:www.
Atualmente os grupos de discussão contam com eujafui.com.br).
ferramentas de Cloud Computing, ou seja, além do ser- • Palavra-chave + site: procura certa palavra
viço de mensagens, pode se armazenar arquivos na “nu- dentro de um site específico (download si-
vem” e fazer uso de aplicativos te:www.baixaki.com.br).
• Time: pesquisa o horário das principais cida-
des do mundo (ex: time:newyork).
BUSCA E PESQUISA NA INTERNET. • Planilhasuladora: serve para efetuar contas
matemáticas com o Google (ex: 10 / 2).
Sítio de busca, mecanismo de busca, ou buscador é
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Capítulo 05 - Utilização de ferramentas, aplicativos e procedimentos
• Conversão de moedas: serve para comparar o os notebooks hardwares como monitor, teclado, e caixas
atual valor de duas moedas (ex: 7dollar in real). acústicas totalmente integrados, formando uma única
peça. Outro ponto é o fato de possuírem autonomia elé-
trica por meio de uma bateria recarregável.
5. UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS, APLI- Outro ponto importante é a presença de um dis-
CATIVOS E PROCEDIMENTOS DE INFOR- positivo que substitui o mouse do desktop, chamado de
MÁTICA touchpad; hardware constituído por uma superfície sen-
sível ao toque onde o usuário posiciona o ponteiro na tela
HARDWARE por meio de movimentos dos dedos. Sendo acompanha-
do de dois botões com as mesmas funções dos botões do
As principais provas de concursos têm cobrado os mouse.
tópicos relacionados a hardware, sendo um dos tópicos
de base para o estudo da informática.
Todo computador é constituído de componentes e
peças que se conectam e se comunicam entre si, levan-
do instruções e devolvendo informações para o usuário.
Este elemento físico denominado de hardware é nosso
assunto a ser estudado.
Os dispositivos de hardware podem ser considera-
dos desde peças esparsas de componentes de um com-
putador do tipo de DESKTOP até NOTEBOOKS e todos os
dispositivos portáteis relacionados a ideia de compu-
Definição
de informática
de informática
Dispositivos de entrada, como teclado e mouse
enviaram instruções ao computador, dando início aos
chamados processos, sendo posteriormente devolvidos
aos usuários como informação, resultados que serão
exibidos pelos dispositivos de saída como monitores, e
impressora.
Uma CPU (Central Processing Unit, ou Unidade
Central de Processamento), o cérebro do sistema; cons-
tituída por uma ULA (Unidade Lógica e Aritmética), cuja 279
função será a de realizar cálculos; e uma Unidade de Con-
trole, gerenciadora da comunicação da CPU com os com-
PLACA MÃE
ponentes externos. Os dois elementos listados, ULA e UC
Noções de Informática
A placa-mãe é o componente responsável por co-
são partes integrantes dos processadores, somados aos
nectar e interligar todos os outros componentes do com-
registradores, pequenas unidades de memória integra-
putador; possibilitando a comunicação entre processa-
das cuja função é realizar seus cálculos internamente.
dor com memória RAM, unidades de armazenamento, e
Outro elemento importante é a unidade de memó-
dispositivos de saída. Trata se de um circuito impresso
ria, na qual dados e instruções utilizadas pelo processa-
responsável por interconectar os componentes.
dor serão armazenados temporariamente.
A conexão é realizada através de sockets (proces-
Andrew Tanenbaum, criador de sistemas opera-
sador), slots (memória principal ou RAM) e conectores ou
cionais e grande perito em computação. Redesenhou a
portas para demais componentes de armazenamento
arquitetura de von Neumann, demonstrando a presença
(HD) e entrada e saída (Teclado, Mouse e Monitores).
de dois elementos: os registradores e o barramento.
Socket: dispositivo mecânico destinado a conectar
o processador(CPU) por meio de um componente elétrico
que realiza a comunicação por meio de uma placa de cir-
cuito impresso; o chamado barramento.
Slots: sua função é conectar as memórias princi-
pais ou memória RAM a placa mãe.
Conectores e Portas: A placa-mãe possibilita in-
terligar novos dispositivos por meio de conectores e por-
tas. Por elas podemos conectar dispositivos de armaze-
namento e dispositivos de entrada e saída.
As portas que conectam novos dispositivos ao
computador, como portas USB, serial e paralelas, são
chamadas de Drive. Algumas bancas tentam confundir
Drive (Hardware) com Driver (Software). O último tem a
A ilustração de Tanenbaum demonstra o barra- função de fazer funcionar o primeiro; trata se de um sof-
mento como canal de comunic ação entre os dispositivos tware de sistema (programa) que faz a comunicação en-
de um computador, presente através de circuitos inte- tre a máquina e o sistema operacional.
grados das placa-mãe.
Enfim, para prosseguirmos no estudo do hardwa-
re, é necessário compreender os principais componentes
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Capítulo 05 - Utilização de ferramentas, aplicativos e procedimentos
ser chamado de CPU, termo em inglês que significa Uni- tração, etc. Por exemplo: um processador de 32 bits tem
dade Central de Processamento. É responsável por reali- capacidade de lidar com “pacotes” que armazenam até 32
zar os cálculos necessários. bits. Para se comunicar com a memória RAM, o processa-
Sua principal função é controlar e executar instru- dor irá utilizar esta “palavra” para determinar os cami-
ções contidas na memória principal através de operações nhos de memória e, fazendo uso de uma “palavra” de 32
básicas como somar, subtrair, comparar e movimentar bits, levando em consideração que o computador opera
dados. É basicamente composto por Unidade de Controle, em binário (0 ou 1), implica em ler memórias de até 4GB
Unidade Lógica e Aritmética, e registradores. (Gigabytes) de RAM.
Os computadores modernos, com seu contínuo
avanço, evidenciaram o fato de ser insustentável ope-
rar somente com a “palavra” de 32bits, sendo assim, foi
desenvolvida a arquitetura x64, com palavras de 64bits,
resolvendo o problema de memória, permitindo com até
16TB (Terabytes) de memória RAM.
No momento da compra de um computador, é im-
portante analisar qual arquitetura do processador, sendo
fator relevante ao desempenho e da versão do sistema
operacional.
Os processadores que utilizam a arquitetura de
hardware de 64 bits são compatíveis com software de 32
bits, porém, o inverso não é verdadeiro; o mesmo se apli-
ca aos softwares do tipo aplicativo em relação ao sistema
PROCESSADORES RISC E CISC operacional.
Sobre a velocidade de processamento, é impor-
Todo os dados enviados para processamento são tante salientar que não é apenas a velocidade do proces-
trabalhados dentro da ULA do processador, através do sador que determina o desempenho da máquina, sendo
auxílio dos registradores, porém, indiferente da comple- referência a velocidade utilizada para efetuar cálculos
xidade do software, todo processador opera um conjunto internos.
limitado de instruções. Com base nisso, os fabricantes São fatores determinantes na velocidade e desem-
penho dos processadores:
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Capítulo 05 - Utilização de ferramentas, aplicativos e procedimentos
• O clock da memória, velocidade na troca dados
com a memória RAM;
• Capacidade de armazenamento da memória Questão
cache; Gabaritada
• Capacidade de armazenamento da RAM, velo-
cidade do disco rígido; Memória do computador que perde todas as infor-
• Software utilizado; cada sistema operacional mações contidas nela quando o computador é desligado:
pode apresentar performance diferente, por-
tanto, temos o fator lógico como influência. a) Pendrive.
b) Disco Rígido.
Considerando condições iguais, podemos dizer c) RAM.
que: d) BIOS
• Maior o clock do processador, mais rápida é; Resposta: C
• Mais núcleos (core) presentes no processador,
melhor é a performance; Memória ROM: sigla para Read Only Memory ou
• Maior for a Capacidade de armazenamento da memória somente leitura, são do tipo não volátil, ou seja,
memória cache, mais rápido será o processa- ao contrário da memória RAM, não é possível gravar no-
dor. vos dados, apenas o processador irá realizar a leitura dos
dados contidos permanentemente nela. Os dados con-
PROCESSADORES ARM tidos neste tipo de memória não são perdidos quando o
computador é desligado, podendo ser acessadas toda vez
Atualmente os dispositivos móveis como smar- que o sistema for iniciado.
de informática
tphones e tablets tem ganhado a preferências dos usu- O principal exemplo de memória ROM é a chama-
ários, fato devido ao fato de ser portáteis e realizarem a da BIOS, sigla para Basic Input Output System ou Sistema
maioria das tarefas que um computador do tipo desktop Básico de Entrada e Saída. Consiste num pequeno chip
ou notebook faria. Estes dispositivos são construídos que contém um software responsável por controlar o uso
com a mesma arquitetura dos computadores, porém, dos dispositivos e manter informações de data e hora.
com elementos mais compactos. Esses processadores Sua fonte de energia é uma pequena bateria conectada
não possuam a mesma performance dos x86 ou x64, po- na placa-mãe.
rém, também podem ser multicore. A maioria das bancas gosta de utilizar os temos
volátil e não volátil para definir a forma como os dados 281
Memórias são carregados pelo computador. Portanto, não esqueça:
Volátil é leitura/gravação e não volátil apenas leitura.
Memória Cache: considerada como uma área de
Noções de Informática
Dispositivos que armazenam dados ou instruções, armazenamento temporário, este tipo de memória tem a
com o objetivo de transmiti-las ao processador (no caso função de acelerara transferência de dados. É tida como
da memória RAM) ou armazenar permanentemente da- ultrarrápida e consiste no armazenamento de dados
dos. As memórias são classificadas como principal e se- mais utilizados pelo processador.
cundária; o primeiro tipo é composto pelas memórias de Memória Virtual: é uma forma de utilização de uni-
acesso rápido e o segundo tipo são as chamadas unida- dades de armazenamento (memórias secundárias) no
des de armazenamento. caso HD’s, cartão de memória e pendrives, como socorro
Há vários tipos de memórias, cuja variação é de- no caso de as memórias principais terem chegado no seu
terminada por fatores como proximidade e comunicação limite de armazenamento.
com o processador, capacidade de armazenamento. Registradores: memórias de altíssima velocidade,
Memória principal: RAM sigla para Random Ac- integradas ao processador. Utilizada para a realização in-
cess Memory ou memória de acesso randômico ou alea- terna de cálculos pela ULA (Unidade Lógica Aritmética).
tória. É volátil possibilitando a leitura e escrita de dados, A capacidade de armazenamento varia de acordo com
sendo considerada uma memória de acesso rápido. Os cada processador, sendo sua ordem de medição estar na
dados contidos neste tipo de memória são perdidos após casa dos bytes. Este tipo de memória é de alto curso.
o desligamento do computador.
Este tipo de memória carrega as instruções e as
transmite ao processador por meio de um barramento e Questão
o processador, por sua vez, as devolve em forma de infor- Gabaritada
mação. Os sistemas operacionais são carregados direta-
mente na memória RAM. Sobre os componentes de hardware de um micro-
Muita atenção! Algumas bancas gostam fazer per- computador, assinale a opção que indica a principal fun-
guntas indicando que os sistemas e programas de um ção da memória cache.
computador são carregados no HD ou disco rígido. Como a) Agilizar o processamento.
veremos, as unidades de armazenamento são considera- b) Converter formatos de dados.
das memórias secundárias e de acesso lento, não sendo c) Executar a multitarefa preemptiva.
necessárias para a execução de um programa (softwa- d) Armazenar dados de forma permanente.
re). Qualquer programa, seja de qualquer tipo, sempre são e) Implementar o mecanismo da memória virtual.
carregados na memória RAM ou Memória Principal. Resposta: A
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Capítulo 05 - Utilização de ferramentas, aplicativos e procedimentos
Levando em consideração aos apontamentos fei- zinha, configurando como componente indispensável o
tos sobre cada memória, é notório que existem diversos processador e a memória RAM para acessar o Setup.
níveis de memória, sendo fator classificatórios elemen- Já o CMOS, abreviação de Complementary Metal-
tos como proximidade e comunicação com o processa- -Oxide Semiconductor, designação em inglês que pode
dor, capacidade de armazenamento e custo. ser traduzida como Semicondutor Complementar de
óxido-metal, é um tipo de memória complementar, cuja
função é armazenar as informações configuradas para a
BIOS funcionar, sendo necessário que seu funcionamen-
to não seja interrompido, o CMOS utiliza uma pequena
bateria para manter estas informações, mesmo após o
desligamento do computador ou a remoção do cabo de
energia da tomada.
de informática
de informática
• Linear;
• Chaveada. COMPONENTES OFFBOARD
Trata se de componentes conectados a placa-mãe
As fontes de alimentação do tipo lineares recebem
por meio de um barramento ou conector. Um exemplo
os 110 V ou 220 V da rede elétrica e, com auxilio de um
são as placas de vídeo conectadas no barramento PCI
transformador, reduzem a tensão para 12 V, por exem-
(Periferical Component Interconect).
plo. A tensão reduzida, que continua alternada, passa por
Exemplos:
um circuito de retificação, que é composto por uma série
de diodos, transformando a tensão alternada em tensão • Placa de Video
• Placa de Som 283
pulsante.
Em seguida acontece a filtragem, que é realizada • Placas de Rede
por um capacitor eletrolítico que transforma esta tensão • Dispositivos de Captura
Noções de Informática
pulsante em quase contínua. Como a tensão contínua ob-
tida após o capacitor oscilar, um estágio de regulação de
tensão é necessário, feito por um diodo chamado zener Questão
(normalmente com a ajuda de um transistor de potência) Gabaritada
ou ainda por um circuito integrado regulador de tensão.
Após todo este processo acontece a fase de saída, São exemplos típicos de componentes on-board,
que é realmente contínua. que vêm diretamente conectados aos circuitos da placa
mãe de um microcomputador atual:
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Capítulo 05 - Utilização de ferramentas, aplicativos e procedimentos
tada a interface gráfica de um software; ou ainda temos lidade é necessário que o computador tenha uma parte
placa de som que transmite os algoritmos que compõe lógica, ou seja, programas que executem tarefas. Progra-
um arquivo de música para o usuário de forma proces- mas que tornem o computador funcional.
sada. Está parte lógica e abstrata é chamada de softwa-
Exemplo: re e funciona integrada com o hardware; um nem outro
• Placa de Video possui utilidade para o usuário se não forem usados con-
• Placa de Som juntamente.
• Projetores
284 • Data Show Conceito
Alguns dispositivos podem ser considerados de
Para Pressman “Software é (1) instruções (pro-
entrada e saída, como é o caso das placas de rede onde o
Noções de Informática
de informática
tros; que o computador é ligado. É instalado na memória tipo
2. Interação com o usuário por meio de uma inter- ROM.
face (gráfica ou linha de comenado), podendo haver a uti-
lização dos recursos de hardware e os softwares aplica- DRIVERS
tivos;
3. oferecer recursos e uma interface para que os São pequenos softwares que que realizam a comu-
softwares aplicativos se comuniquem com o hardware e nicação entre o sistema operacional e os dispositivos de
também entre si. hardware. Quando adicionamos um novo componente ao
computador, é necessário a instalação do driver para que 285
Os três principais sistemas operacionais são Win- o componente seja reconhecido pelo sistema operacio-
dows, Linux e Mac OS. nal.
Noções de Informática
Os sistemas operacionais possuem um Kernel, o
núcleo do sistema operacional é a parte mais importan-
te deste conjunto de programas. Sua função é gerenciar Cuidado! As bancas gostam de confundir o candidato
todos os recursos da máquina, controlando o sistema e com os termos drive e driver.
carregando para a memória outros programas do siste- Drive: físico, entrada ou porta de um componente.
ma operacional. Driver: software que possibilita a comunicação do novo
Em todos os computadores o núcleo do sistema componente com o sistema operacional.
operacional é carregado para a memória principal (RAM)
quando o computador é ligado, tornando-o disponível.
Este processo é chamado de inicialização (boot, SOFTWARE APLICATIVO
booting ou bootstrap) do sistema. Quando o computador
é ligado, um pequeno programa localizado em um chip São programas que permitem aos usuários de-
no computador realiza alguns testes de componentes de sempenharem uma ou multiplas tarefas, em qualquer
hardware e depois carrega o núcleo da unidade de arma- meio em que possa haver automatização por meio de
aplicações. Resumindo, são as aplicações utilizadas den-
zenamento(HD). tro do sistema operacional para desempenhar alguma
tarefa; nesta categoria entram os editores de texto como
Questão o MS Word e Writer do pacote LibreOffice e Navegadores
Gabaritada de Internet como o Google Chrome e o Mozilla Firefox.
Programas mais simples como a calculadora, Bloco de
Acerca de sistema operacional e programas utili- Notas também são softwares aplicativos.
tários em microcomputadores, julgue o próximo item. Os sistemas operacionais possuem alguns sof-
Os programas utilitários são considerados parte twares aplicativos básicos, mas a grande maioria é inde-
do software de sistema, mas não fazem parte do sistema pendente e deve ser instalada posteriormente.
operacional instalado no microcomputador.
Em relação aos conceitos de Hardware e Software, GROUPWARE
assinale a alternativa correta.
Software colaborativo utilizando para grupos de
a) Microsoft Excel é um software livre utilizado trabalho onde sua principal função é compartilhar cole-
para execução de cálculos. tivamente tarefas e resultados, observando a total inte-
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Capítulo 05 - Utilização de ferramentas, aplicativos e procedimentos
Noções de Informática
Ferramentas, ortografia e gramática.
Barra de Objetos
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
mais ou menos tempo, além do recurso de recuperação
Menu Arquivo caso o programa venha apresentar problemas em sua
execução.
Salvar: atualiza o documento que foi gravado com
as últimas modificações. Disponível na Barra de Funções
por meio de um atalho com ícone de disquete. Porém, se
o documento em edição nunca tenha sido previamente
gravado, abra-se a opção Salvar como por meio de uma
caixa de diálogo com as seguintes opções:
Noções de Informática
dem apresentada no programa. mato PDF. Esta função é referência no BrOffice, possuin-
Novo: criação de novos arquivos, sendo possível do um botão da barra de ferramentas. Está função não
gerar novos documentos de todos os outros aplicativos possui um botão similar no MS Word, sendo necessário
da suíte BrOffice. utilizar a tecla F12 e selecionar o formando ou navegando
Abrir: função de localizar arquivos em formato de pelo menu Arquivos.
texto para serem abertos na área de edição do progra- Enviar: uma caixa de contexto é aberta contendo
ma. Comando acessível através do botão Abrir, na Barra diversas opções, sendo as mais utilizadas:
de Funções. Uma caixa de diálogo dá acesso aos locais de • Envio de documentos por e-mail;
armazenamento de documentos e outros arquivos. • Conversão do documento para PDF e envia o re-
Documentos recentes: será visualizada por meio sultado por e-mail;
de um menu os últimos arquivos abertos, adotando um • Conversão em documento do MSWord.
sistema de histórico de documentos abertos similar ao Propriedades: caixa de diálogo associada à seção
adotado no Windows e MS Office. Sua função é agilizar a Geral, contendo informações do documento.
localização e abertura de documentos mais utilizados e Modelos: consiste em arquivos contendo diversos
recentemente abertos. parâmetros relativos ao tipo de documento a ser criado,
Assistentes: recurso utilizado facilitar a criação de simplificado a elaboração de memorandos, cartas, etc.
documentos padronizados como cartas, mensagens de Possibilita ir diretamente a determinado arquivo ou ado-
fax, memorandos, agendas, apresentações, páginas da tar um modelo existente para a criação deum novo do-
web, formulários, etc, estando cada modelo disponível cumento.
com formatação pronta para utilização. Visualizar Página: similar a função “Visualizar
Fechar: encerra a edição do documento, utilizando Impressão” do MS Office, esta função fornece ao usuário
uma caixa de diálogo para informar o usuário caso não uma pré-visualização, em tela, da aparência do docu-
tenha sido feita a gravação das últimas alterações. Caso mento quando impresso. Para retornar à área de edição,
não tenha sido salvo o arquivo, será aberto uma caixa clique em no botão Fechar Visualização.
de diálogo com as opções Salvar, Descartar ou Cancelar. Imprimir: dá início ao processo de impressão por
Todo editor de texto ou programa das chamadas suítes meio de uma caixa de diálogo.
de escritório possui um sistema que salva automatica- Para visualizar o que será impresso, você dispõe
mente os dados após um período de tempo, por exemplo, das seguintes opções:
muitos têm a configuração de salvar as alterações a cada • Imprimir tudo: imprime todas as páginas do
10 minutos, podendo ser modificado pelo usuário para documento;
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
• Imprimir páginas: incluir quais páginas a se- com a imagem de uma tesoura).
rem impressas por meio de um hífen para Colar especial: aplica, no documento aberto, o con-
definir um intervalo de páginas. Use ponto e teúdo da área de transferência de acordo com as opções
vírgula para determinar as páginas indepen- de formatação selecionadas.
dentes, por exemplo, as páginas 3, 4, 6, 10 serão Selecionar texto: tem a função de separar textos
impressas se você introduzir, na lacuna, os se- de objetos como imagens, desenhos, gráficos, possibili-
guintes caracteres: 1-4;9. tando a cópia ou transferência somente do texto. Dentro
• Indique a quantidade de páginas a serem im- dos editores de texto, tudo que não for considerado texto
pressa e inicie a impressão. é designado como um objeto.
edição de textos, planilhas e apresentações
Configuração de Impressora: este item dará aces- Selecionar tudo: seleciona todo o conteúdo do do-
so a uma caixa de diálogo para realizar as mudanças de cumento em edição.
impressoras, caso tenha mais de uma, e definir opções Alterações: possibilita analisar as modificações
como o tamanho do papel, a orientação da impressão, efetuadas no documento em uso, sendo ativado ou desa-
dentre outros. tivado.
Sair: diferente do comando “Fechar”, que afeta o • Registrar: registra as alterações no documen-
documento em edição, este comando encerra também o to.
próprio BrOffice, portanto, todos os documentos abertos • Proteger registros: salvar o documento com
serão encerrados, e caso um deles apresente alterações proteção por senha.
ainda não salvas, será exibido por meio de uma caixa de • Mostrar: com esta opção marcada, as modifi-
diálogo a opção de atualizar a sua gravação. cações feitas aparecem em destaque, subli-
nhadas e em vermelho.
Menu Editar • Aceitar ou rejeitar: Permite aceitar ou não as
modificações, listando-as por ação e por data.
Esta opção também aciona, automaticamente, o
recurso Mostrar.
• Comentário: Permite acrescentar comentário
às modificações efetuadas.
• Mesclar documento: caixa de diálogo que per-
mite integrar as modificações efetuadas em
uma cópia ao documento original.
Comprar documento: tem a função de comprar
290 documentos, clicando no item será aberto uma caixa de
diálogo para selecionar qual documento será comparado.
Localizar e substituir: localiza palavras, termos
Noções de Informática
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
complementos ao BrOffice. Geralmente são semelhan- Sombrear campos: habilita o sombreamento nos
tes a extensões dos navegadores. No MS Office temos o campos onde o atributo tenha sido estabelecido por sele-
exemplo dos plug-ins dos programas que trabalham com ção (por exemplo, para destaque dos marcadores).
o formato PDF. Nomes de Campo: tem a função de alternar a exi-
Mapa de imagem: ferramentas rápidas que viabili- bição entre o nome e conteúdo dos campos existentes no
zam pequenas edições na imagem ou gráficos. documento. Exemplo: Campo: Data-Fixo<> 09 Out 15.
Objetos: dentro do menu “Inserir” consta a opção Caracteres não imprimíveis: consiste na exibição
de inserir objetos dentro do texto; tendo como opção de de elementos de formatação que não serão impressos no
inserir plug-ins, gráficos, áudio, vídeo dentre outros. Por- documento. Sua função é auxiliar no momento da for-
Menu Inserir
291
Noções de Informática
O menu Exibir possui um leque de configurações
da área de trabalho do BrOffice. A configuração padrão
é definida na primeira utilização do BrOffice, porém, sua
modificação pode acontecer a qualquer momento.
Layout de Impressão: Modelo de layout que vem
por padrão no BrOffice.
Layout da Web: a área de edição do BrOffice com o
layout de uma página de internet. Esta função não utiliza
um layout de impressão e sua utilização é feita para es-
crever uma linguagem de programação como o HTML.
Barra de Ferramentas: o usuário pode definir, quais
serão as barras que estarão visíveis e aparecerão na área
de trabalho durante a edição do documento.
Barra de Status: localizada na parte inferior na ja-
nela da aplicação, habilita a exibição da barra localizada
no extremo inferior da área de edição e proporciona in-
formações sobre: página corrente/total, taxa de zoom, A função deste menu é fornecer comandos neces-
modo (inserir/sobrescrever) e idioma. sários para inserir diversos elementos durante a edição
Régua: habilita a régua horizontal no topo da área de um texto como notas, fotos, gráficos, tabelas, dentre
de edição. outros.
Limites do texto: uma moldura será visualizada Quebra Manual: similar a função Quebra do Micro-
pelo usuário em torno do texto na área de edição, indi- soft Word, temos pontos de quebra de página, linha colu-
cando os limites da área a ser trabalhada. na, ou seja, são locais onde é necessário uma modificação
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
no fluxo de texto normal na edição. apresentação dessas notas, que tanto podem
As quebras são inseridas normalmente pelo du- situar-se no fim das seções como no final da
rante a edição, sendo atualizadas quando ocorrerem mo- obra que está sendo editada.
dificações, porém, nada impede que o usuário estabeleça Hyperlink: É um vínculo que associa algo existen-
de forma manual, inserindo um ponto de quebra em um te no texto do documento ativo a outro local, que tanto
local específico de seu trabalho, quer seja no final de um pode estar na internet como no próprio sistema local.
capítulo ou quando a aparência de um parágrafo for pre- Para utilizar este recurso, inicialmente selecione a parte
judicada por uma quebra automática. do texto que ancorará o vínculo e preencha os campos de
Campos: esta função pode ser acessada por meio configurações adicionais, definindo o tipo de vínculo (In-
edição de textos, planilhas e apresentações
põe de seis guias: Banco de Dados, Documento, texto a ser usado como rodapé. Para eliminar um rodapé,
Referência cruzada, Funções, Informações do selecione o texto dele e proceda de forma semelhante à
documento e Variáveis. descrita no item anterior.
Caracteres Especiais: lista todos os caracteres Legenda: Acrescenta um texto numerado ao objeto
existentes para cada fonte disponível no editor. Muitos selecionado: Gráfico, Tabela, Figura, Desenho ou Moldura.
caracteres por não estarem vinculados a teclas próprias, Existem várias opções de numeração, de reinício de nu-
precisam de um mecanismo de inserção. No BrOffice é meração e deposição relativa. Também podemos atribuir
utilizado o nome Caracteres ao invés de fonte, sendo os legendas a objetos indexados.
caracteres especiais semelhantes a Símbolos no Micro- Marcador: Insere um lembrete vinculado na posi-
soft Word. ção do cursor. Esta posição será acessível com facilidade
Marca de Formatação: possibilidade de inserir através do recurso Navegador. Esta marcação pode ser
marcas de formatação como espaço inseparável, hífen identificada da forma que se desejar, através de nomes,
inseparável ou hífen opcional. numeração, etc. Quando um lembrete é selecionado den-
Seção: Esta facilidade permite criar seções no do- tro do navegador, o cursor se desloca para o ponto onde o
cumento em edição, as quais podem ser personalizadas texto associado se encontra.
e formatadas independentemente. Por exemplo, cabeça- Referência: Esta facilidade lhe permite inserir
lhos e rodapés podem se referir ao nome da seção e, por- campos referenciados a outros, em seu documento. Re-
tanto, identificarem os capítulos de um livro; as páginas ferências cruzadas são campos referenciados no mesmo
podem ser numeradas a partir do início de uma seção. documento ou em documentos atrelados a um docu-
Pode-se ainda, criar um caminho para uma seção vin- mento base. A vantagem do uso referências ou campos
culado a outro arquivo. A caixa de diálogo possui cinco referenciados é que você não precisa ajustar o documen-
guias, sendo que as descrições das guias Seção, Colunas, to a cada modificação introduzida.
Recuos, Plano de Fundo e Notas de Rodapé/Notas de Fim. Um exemplo simples que ilustra o processo. Se
• Seção: Nesta guia, você pode atribuir o nome você deve apresentar em uma carta, o nome do remeten-
e a seção que será criada, criar vínculos com te no cabeçalho e no final (abaixo da assinatura), referen-
outros arquivos, pode definir condições de cie o nome do final ao do cabeçalho e não terá que digitá-
proteção contra gravação e até mesmo ocultar -lo duas vezes. Lista de fornecedores, clientes, produtos,
seção. etc., podem se beneficiar desta facilidade.
• Notas de Rodapé/Notas de Fim: Esta guia per- Anotação: Insere uma anotação na posição do
mite estabelecer condições para numeração e cursor, a qual fica assinalada por um pequeno retângulo
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
amarelo. Para inserir uma anotação: Figura: Serve para importação de imagens. Ofere-
• Posicione o cursor no ponto em que deseja fa- ce duas opções:
zer a inserção. a. De um arquivo; Permite usar material já arma-
• Acione o mouse sobre Inserir >> Nota, para zenado.
abrir a área de edição. b. Objeto: Recurso que controla a inserção de vá-
• Edite a nota e opcionalmente, dê informações rios tipos de objetos:
sobre o autor. c. Objeto OLE: Esse tipo de objeto pode ser edita-
• Clique em OK. do quando se ativa a sua fonte por meio de um
Para ler ou editar novamente a nota, dê um clique duplo clique.
Noções de Informática
saremos somente a opção Índice de Conteúdo.
Criando um Índice de Conteúdo (Índice): A melhor
forma de gerar um índice é aplicar estilos pré-definidos a
elementos do parágrafo que você deseja incluir no índice,
por exemplo: Nível 1 para capítulos, Nível 2 para seções e
assim sucessivamente. Em seguida:
a. Clique no documento a ser indexado e escolha:
Inserir >> Índices >> Índice/Sumário.
b. Em Tipo, selecione Sumário.
c. Selecione a opção que desejar e clique OK.
Atualizando um Índice de Conteúdo (Índice)
Para atualizar um índice de conteúdo, execute
uma das sequências abaixo:
a. Pressione botão direito sobre o índice/sumá-
rio e aparecerá a opção atualizar.
b. Depois selecione atualizar todos e pressione
OK.
Entrada bibliográfica: Criação de índice com os da-
dos existentes em uma base de dados.
Quadro: Insere uma moldura no texto, com várias
opções de plano de fundo, cor, imagem, etc. Além das op- Reúne os comandos de formatação de todos os
ções padrão, também é possível empregar uma imagem componentes editáveis.
ou motivo escolhido pelo usuário. Formatação Padrão: Este recurso restaura os pa-
Tabela: Sua função é inserir tabelas criadas no drões originais de formatação em um parágrafo que te-
OpenOffice Planilhas. Comande Inserir >> Tabela ou acio- nha sido formatado de outra forma.
ne o botão da barra de ferramentas principal, para abrir Caractere: Todos os comandos referentes à forma-
uma caixa de diálogo. Defina o número de linhas e colu- tação de caracteres estão também disponíveis na barra
nas no campo Tamanho. de objetos de texto.
Régua Horizontal: Permite a inserção/retirada de A caixa de diálogo associada dispõe de cinco guias
uma régua na posição horizontal. e do recurso de pré-visualização, que auxilia na escolha
da opção mais adequada. Sempre que você realizar al-
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
guma modificação, selecione OK para ativá-la, Cancelar Plano de fundo: Aplica um plano de fundo ao pará-
para abandonar ou Redefinir para revalidar as definições grafo que pode ser constituído de uma cor sólida ou por
anteriores. É possível definir: imagens retiradas de arquivos.
Fonte: Marcadores e numerações: Possibilita escolher o
• Fonte: Escolhe a fonte que vai ser utilizada, tipo de marcador ou numeração para destaque no pará-
permitindo definir: grafo. Dispõe das guias: Marcadores, Tipo de Numeração,
• Tipo: Afeta a aparência das letras, tais como: Estrutura de Tópicos, Figura, Posição e Opções.
negrito, itálico, etc. Página: Recurso que engloba atributos de forma-
• Tamanho da fonte: Define o tamanho da letra, tação das páginas, (tamanho, cor, cabeçalhos e rodapés,
edição de textos, planilhas e apresentações
discriminadas abaixo: O parágrafo a ser formatado deve adotando uma formatação de coluna.
ser previamente selecionado (algumas das opções são Seções: Você pode modificar as seções anterior-
dotadas de pré-visualização e o estilo de um parágrafo mente criadas através deste recurso.
pode ser registrado como estilo de página): Estilos e formatação: A caixa de diálogo associada
Recuos e espaçamento: Determina a posição do a este comando permite aplicar estilos de formatação a
parágrafo em relação às margens, bem como de algumas objetos ou áreas do texto. É ancorável e pode permane-
de suas linhas em relação às outras. Estabelece as dis- cer oculto, quando conveniente. A criação de novos es-
tâncias entre as linhas e entre os parágrafos do texto. tilos pode ser feita pelo processo de arrastar-e-soltar(a
Alinhamento: Controla a posição do texto, bem área que contém a formatação a ser preservada pode ser
como o alinhamento vertical em relação ao restante do transportada para dentro do designer com o mouse, após
texto. Caso deseje, você pode registrar um tipo de pará- ser selecionada). Abre-se uma janela para digitação do
grafo, a fim de aproveitara mesma formatação em outros título do estilo recém-criado).
parágrafos. Autocorreção: corrigir de forma automática, pala-
Fluxo do Texto: Formata as palavras com a op- vras que algumas vezes escrevemos de forma errada.
ção de divisão silábica automática, que permite definir Âncoras: Permite alternar entre as opções de an-
o número de caracteres nas extremidades das linhas e a coramento. O ícone Alterar âncora é visível somente
quantidade de hifens consecutivos. Permite, ainda, con- quando um objeto, tal como uma figura ou um campo de
trolar quebras de páginas ou colunas através do controle controle ou um quadro for selecionado.
de linhas “órfãs e viúvas”. Quebra automática: Esse recurso somente fun-
Estrutura de Tópicos e Numeração: Permite definir ciona, quando estiver um objeto selecionado, principal-
uma numeração para parágrafos e linhas do texto, sepa- mente uma figura. Temos as seguintes opções: Desativar
rando por seções, se necessário. a quebra automática deum texto, Quebra automática de
Tabulação: Define o tipo e a posição das tabula- texto, Quebra automática de página ideal, Quebra auto-
ções, bem como o tipo de carácter empregado no preen- mática através no plano de fundo, Contorno, Editar con-
chimento opcional do espaço tabulado. torno, Primeiro parágrafo e Editar.
Capitulares: Formata os capítulos do texto, poden- Alinhamento: Essa opção também está disponível
do criar destaques no início de cada capítulo. na Barra de Formatação, existem quatro tipos de alinha-
Bordas: Atribui bordas ao parágrafo, oferecendo mentos: À esquerda, Centralizado, À direita e Justificado.
opções de disposição (lateral, inteiro, etc), sombreamen- Dispor: Coloca o objeto em diversas posições,
to, cor da linha de contorno e cor da sombra projetada.
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
os nomes são bem intuitivos como: Trazer para frente,
Avançar um, Voltar um e Enviar para trás. Menu Ferramentas
Inverter: Inverte o objeto horizontalmente e verti-
calmente.
Agrupar: Reúne dois objetos transformando eles
num único objeto.
Objeto: Realizada diversas configurações de objeto
como alteração de posição e tamanho e linha.
Noções de Informática
Idioma: Além do idioma português, poderemos
utilizar outras opções de idiomas, caso elas estejam ins-
taladas. Por exemplo, se eu trabalho com tradução de do-
cumentos, essa opção é excelente para facilitar na corre-
Este menu contém diversas facilidades para cria- ção do idioma estrangeiro.
ção de tabelas, invés de importar tabelas do OpenOffice Contagem de Palavras: Essa opção permite contar
Planilhas, poderemos fazer diretamente dentro do Ope- palavras, espaços e caracteres selecionados ou não.
nOffice Documento de Texto Writer. Numeração da Estrutura de Tópicos: Facilidade
Inserir: Permite a inserção de tabelas. Depois de idêntica àquela encontrada nas guias Opções e no tópico
inserir tabelas, as opções linhas e colunas estarão dispo- Marcadores e Numeração, do menu Formatar. É um mé-
níveis. todo de numeração aplicável aos títulos do texto, possi-
Excluir: Faz o processo inverso, ou seja, exclui li- bilitando a numeração hierárquica de capítulos, seções,
nhas, colunas e tabelas. Selecione o que você pretende parágrafos, etc. É possível determinar a forma como es-
excluir e selecione esta opção. ses vários títulos serão numerados.
Selecionar: Permite a seleção de linhas, colunas, Numeração de Linhas: Formata e habilita a exibi-
células ou toda a tabela para posterior formatação. ção de numeração referente às linhas do texto. Este re-
Mesclar células: Quando preciso juntar duas ou curso facilita a referência a qualquer parte do texto, prin-
mais células, ativo esta opção. cipalmente durante a sua edição.
Autoajustar: Esta função arruma a tabela, quando Notas de Rodapé/Notas de Fim: Oferece opções de
ela está toda desconfigurada, com vários tipos de linhas tipo de numeração, localização e ainda, o tipo de símbolo
e colunas. adotado para assinalar a nota. Possui duas guias, similar
Converter: Existem 2 opções de conversões, a pri- ao Notas de Rodapé/Notas de Fim do menu Inserir.
meira converte o texto selecionado em tabela e a segun- Galeria: Selecionando essa opção, abrirá uma cai-
da, converte a tabela, por exemplo, colocamos uma lista xa de diálogo. Você poderá selecionar figuras da galeria
de palavras em ordem alfabética e depois precisamos re- e incluí-las no documento de edição. Selecione o botão
mover a tabela, para isso, usamos o comando De tabela Novo Tema a fim de abrir uma área de edição específica,
para texto. na qual será inserido o arquivo (ou os arquivos) que irá
integrar o novo tema da Galeria. Clique em OK, para con-
cluir a operação.
Banco de dados bibliográficos: Apresenta a base de
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
dados bibliográfica referente ao texto ou ao autor de vá- Ctrl+2 Aplica o estilo de parágrafo
rios livros. Título 2
Assistente de Mala Direta: Esta facilidade permi-
te-lhe juntar um documento com dados de uma fonte de Ctrl+3 Aplica o estilo de parágrafo
dados, criando um documento único. Título 3
Atualizar: Atualiza os dados que variam com o Ctrl+4 Aplica o estilo de parágrafo
tempo ou com as variáveis contidas no documento, tais Título 4
como: Campos (data, hora, etc.), Índice atual e bem como a
formatação da página. O contrário, Atualizar Tudo, efetua Ctrl+5 Aplica o estilo de parágrafo
edição de textos, planilhas e apresentações
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
Seta para cima Move o cursor uma linha Ctrl+Del+Shift Exclui o texto até o fim da
acima frase
Shift+Seta para cima Seleciona linhas de baixo Ctrl+Shift+Backspace Exclui o texto até o início da
para cima frase
Ctrl+Seta para cima Move o cursor para o começo Ctrl+Tab Próxima sugestão com
do parágrafo anterior Completar palavra
CtrlShift+Seta para Seleciona até o começo automaticamente
Noções de Informática
Ctrl+Home+Shift Vai e seleciona o texto até o Editores de planilhas tem a função de analisar o
início do documento resultado ou impacto dos dados inseridos nas células,
Ctrl+End Vai para o fim do documento oferecem auxílio na organização de lista de dados como
Ctrl+End+Shift Vai e seleciona o texto até o média das últimas provas e simulados, além é claro de
fim do documento auxiliar na elaboração de planos de estudo.
Para desenvolver trabalhos do tipo cálculo, o Calc
Ctrl+PageUp Alterna o cursor entre o texto é uma das melhores alternativas do mercado, lembran-
e o cabeçalho do que existem vários programas de planilha diferentes
Ctrl+PageDown Alterna o cursor entre o texto disponíveis para computadores pessoais, cada um com
e o rodapé as mesmas funcionalidades básicas e outras exclusivas..
Sobre planilhas, podemos dizer que uma planilha
Insert Ativa / Desativa modo de é uma lista formada por células, dividas em linhas e co-
inserção luna. Sua lista pode conter praticamente qualquer tipo
PageUp Move uma página da tela de dados como texto, números e até mesmo dias e horas.
para cima Você pode pegar qualquer um dos números na sua lista e
Shift+PageUp Move uma página da tela usá-los para calcular novos números. Você pode classifi-
para cima com seleção car os itens da sua lista, ordenar por valor ou ordem alfa-
bética entre outros. Você pode transformar os números
PageDown Move uma página da tela de suas planilhas em gráficos de vários formatos.
para baixo A grande maioria dos comandos utilizados no Calc
Shift+PageDown Move uma página da tela é idêntica a comandos existentes no Writer, portan-
para baixo com seleção to, onde quando for necessário utilizar ferramentas do
menu Arquivo, Editar, será utilizado as mesmas funções
Ctrl+Del Exclui o texto até o fim da básicas como Exportar, Copiar, Colar, Salvar e Salvar
palavra como. O Calc tem por padrão salvar os arquivos em edi-
Ctrl+Backspace Em uma lista: exclui um ção no formato ODs, porém, tem ampla compatibilidade
parágrafo vazio na frente do com os formatos XLS e XLSX do Excel.
parágrafo atual Uma planilha no Calc constitui-se de 1024 colunas
rotuladas de A à Z, de AA à ZZ e até AAA à AMJ, totalizan-
do 1.048.576 linhas e 1.073.741.824 de células. Uma plani-
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
lha tem como sua unidade a célula, que é a unidade bási- Barra de Objetos
ca para introdução e manipulação de valores inseridos. A
célula pode ser compreendida como uma área de edição O Calc possui diversas funções na barra de objetos
unitária. referente a edição do conteúdo de texto inserido nas ce-
lular, além de formas de identificar como os dados devem
Área de Trabalho ser entendidos dentro de uma célula, como determinar
que números serão identificados como moeda, contábil
Á área de trabalho é o local onde todas as opções ou porcentagem:
edição de textos, planilhas e apresentações
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
igual na linha de entrada e na célula selecionada, sendo
exibida na caixa de texto da área da planilha a palavra
“Soma”. Clicando no botão, as seguintes funções mate-
máticas: Soma, Média, SE, Máximo, Mínimo e Mês surgem
no menu de contexto deste comando. Selecionando-se
uma funções, aparecerá o resultado da função aplicada à
série de dados selecionada, na célula indicada.
Linha de Entrada: caixa de texto à direita na barra
de fórmulas onde será inserira valores, fórmulas ou tex-
Linhas
Na lateral esquerda do Calcl hà uma numeração
vertical. Está numeração é chamada de Linhas.
Colunas
Ao abrir o Calc o usuário se depara com uma linha
299
em ordem alfabética na horizontal; estes elementos que
utilizam a ordem alfabética (A, B,C...) são chamados de
Noções de Informática
Colunas.
Operadores
Os operadores são utilizados na elaboração das
fórmulas, independentemente as funções utilizadas.
Menu Arquivo
Menu Editar
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
Noções de Informática
repetidas em todas as páginas a serem im- a ser atingido.
pressas. A caixa de diálogo permite a variação • Célula variável: Permite introduzir a referên-
destes parâmetros segundo as seguintes op- cia da célula que contém o valor a ser ajustado,
ções: nenhum, planilha inteira, definido pelo para atingir o valor alvo.
usuário e seleção. Solver: permite resolver problemas de pequena e
Formatação Condicional: atribuir condições pre- média complexidade.
definidas pelo usuário ao estilo de formatação de uma Compartilhar documento: permite a edição da
célula. mesma planilha por vários usuários, para que isso ocor-
Controles: adicionar caixas de seleção, botões, ta- re, depois de acessar este item inclua os dados no menu
belas mostrando registros de dados e outros controles a Ferramentas > Opções> Dados do usuário.
um documento. Proteger documento: habilita/desabilita a prote-
ção de todas as células da planilha ativa (Proteger Pla-
Menu Ferramentas nilha) ou de todas as planilhas de documentos (Proteger
Documentos). Para utilizar corretamente este recurso e
conseguir proteger certas células da planilha e desprote-
Similar em vários pontos com o Menu do Writer,
ger outras, é necessário, após a ativação da proteção, de-
portanto, será detalhado apenas as função que se dife-
finir quais as células que deverão ser desprotegidas com
renciam.
o comando: Formatar >> Células >> Proteção de Células
Detetive: permite a realização automática de audi-
retirando-se a marcação da caixa de seleção “Protegida”
toria entre dados e fórmulas contidos na planilha.
das células selecionadas, pode-se ainda definir uma se-
• Rastrear precedentes: esta função mostra o
nha de proteção.
relacionamento entre a célula atual que con-
Conteúdo da Célula: altera a forma pela qual os da-
tém a fórmula e as células usadas na fórmula.
dos são inseridos nas células, sendo.as duas primeiras
• Remover precedentes: exclui um nível de se-
opções referem-se ao preenchimento (atualização), de
tas de rastreamento que foram inseridas com
células que contém fórmulas; elas poderão ser recalcula-
o comando Rastrear precedentes.
das e preenchidas manual ou automaticamente.
• Rastrear dependentes: desenha setas rastrea-
Recalcular: atualiza manualmente os cálculos das
doras que unem a célula ativa às fórmulas que
fórmulas usadas Esta opção é útil quando, em planilhas
utilizam os valores da célula ativa.
grandes, você perde muito com recálculo automático de
• Remover dependentes: exclui um nível de se-
todas as células, a cada inserção de dados.
tas rastreadoras criadas com Rastrear depen-
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
Ctrl+Page Up Move uma planilha para a esquerda. F2 Troca para o modo de edição e coloca
Na visualização de impressão: Move o cursor no final do conteúdo da
para a página de impressão anterior célula atual. Pressione novamen-
Ctrl+Page Down Move uma planilha para a direita. te para sair do modo de edição. Se
Na visualização de impressão: Move o cursor estiver em uma caixa de
para a página de impressão seguin- entrada de uma caixa de diálogo
te. que possui o botão Encolher, a caixa
de diálogo ficará oculta e a caixa de
Alt+Page Up Move uma tela para a esquerda.
Noções de Informática
Ctrl+ / onde (/) é o sinal de divisão no tecla- Ctrl+F7 Abre o Dicionário de sinônimos se a
do numérico célula atual contiver texto.
Seleciona o intervalo de fórmulas de F8 Ativa ou desativa o modo de seleção
matriz que contém o cursor. adicional. Nesse modo, você pode
Ctrl+tecla de Insere células (como no menu Inse- usar as teclas de seta para estender
adição rir - Células) a seleção. Você também pode clicar
em outra célula para estender a
Ctrl+tecla de Exclui células (tal como no menu seleção.
subtração Editar - Excluir células)
Ctrl+F8 Realça células que contém valores.
Enter ( num in- Move o cursor uma célula para
tervalo selecio- baixo no intervalo selecionado. Para F9 Recalcula as fórmulas modificadas
nado) especificar a direção do movimento na planilha atual.
do cursor, selecione Ferramentas - Ctrl+Shift+F9 Recalcula todas as fórmulas em
Opções - LibreOffice Calc - Geral. todas as planilhas.
Ctrl+ ` (consulte Exibe ou oculta as fórmulas em vez Ctrl+F9 Atualiza o gráfico selecionado.
a nota abaixo dos valores em todas as células. F11 Abre a janela Estilos e formatação
desta tabela) para você aplicar um estilo de for-
Ctrl+F1 Exibe a anotação anexada na célula matação ao conteúdo da célula ou à
atual planilha atual.
Shift+F11 Cria um modelo de documento.
Shift+Ctrl+F11 Atualiza os modelos.
F12 Agrupa o intervalo de dados selecio-
nado.
Ctrl+F12 Desagrupa o intervalo de dados
selecionado.
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
Alt+Seta para Aumenta a altura da linha atual (so- Alt e o caractere Copia ou move o campo atual para a
baixo mente no Modo de compatibilidade sublinhado na área "Coluna".
legada do OpenOffice.org). palavra "Colu-
Alt+Seta para Diminui a altura da linha atual (so- na"
cima mente no Modo de compatibilidade Alt e o caractere Copia ou move o campo atual para a
legada do OpenOffice.org). sublinhado na área "Dados".
Alt+Seta para a Aumenta a largura da coluna atual. palavra "Dados"
direita Ctrl+Seta para Move o campo atual uma casa para
edição de textos, planilhas e apresentações
(não use o tecla- (duas casas decimais) des similar ao Microsoft Power Point, com rescursos si-
do numérico) milares e outros totalmente próprios e desenvolvidos
pela comunidade. O programa faz parte da suíte LibreOf-
C t r l + S h i f t + 6 Formato padrão fice e será abordada de forma direta e resumida, focando
(não use o tecla- no conteúdo abordado em programas e concursos.
do numérico) Um das diferenças em termos de editoração do
Tab Altera o foco movendo-se para a Impress em relação ao Writer é que no editor de texto, a
frente nas áreas e nos botões da edição de desenhos, imagens e formas não ocorre direta-
caixa de diálogo. mente na área de edição, sendo objetos que devem estar
Shift+Tab Altera o foco movendo-se para trás em molduras próprias. No Impress, textos e desenhos de-
nas áreas e nos botões da caixa de vem ser incorporados a molduras, para serem inseridos.
diálogo. Outra diferença são os modos de edição deste módulo:
• Modo Normal: modo de exibição principal,
Seta para cima Move o foco um item para cima na onde são criados e editados os slides. Exibe o
área da caixa de diálogo atual. documento que esta sendo editado.
Seta para baixo Move o foco um item para baixo na • Modo Estrutura de Tópicos: são exibidas de
área da caixa de diálogo atual. forma panorâmica todas as páginas da apre-
sentação no formato de lista, permitindo a edi-
Seta para a es- Move o foco um item para a esquer- ção de títulos e mostrando as principais infor-
querda da na área da caixa de diálogo atual. mações de cada slide.
Seta para a di- Move o foco um item para a direita • Modo Notas: exibe uma área de texto do slide,
reita na área da caixa de diálogo atual. com o objetivo de inserir e visualizar anota-
Home Seleciona o primeiro item na área da ções realizadas e usar durante uma palestra
caixa de diálogo atual. ou aula.
• Modo Folheto: exibe de um a seis slides em
End Seleciona o último item na área da uma única página. Exibe as páginas em for-
caixa de diálogo atual. mato reduzido facilitando alterar o tamanho
Alt e o caractere Copia ou move o campo atual para a da página de impressão, possibilitando impri-
sublinhado na área "Linha". mir numa única página vários slides.
palavra "Linha" • Modo Classificador de Slides: exibe quantidade
de slide total de uma apresentação.
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
Criando um arquivo. Área de Trabalho
Noções de Informática
portante é sua total compatibilidade com o Power Point,
sendo possível selecionar o formato ppt ou pptx.
Barra de Ferramentas Principal
Exportar
Seus botões são atalhos para recursos como a in-
clusão de textos e figuras e são inseridos pelo ao selecio-
Este recurso converte diretamente o formato da nar quais delas deverão constar na área de trabalho. Um
página do documento, ou de objetos selecionados dentro clique sobre determinado botão ativa a exibição de novas
do slide, para outros formatos como: funcionalidades alterando o conteúdo da barra de obje-
• Documento HTML, tos.
• JPEG,
• SVM/WMF/PICT/MET,
• BMP,
• GIF, Seus botões são atalhos para recursos como a in-
• EPS, clusão de textos e figuras e são inseridos pelo ao selecio-
• PNG, nar quais delas deverão constar na área de trabalho. Um
• PBM, clique sobre determinado botão ativa a exibição de novas
• PPM, funcionalidades alterando o conteúdo da barra de obje-
• PGM tos.
• SWF
Barra de Títulos
Barra de Menus
306
Noções de Informática
Noções de Informática
Salvar tudo: efetua gravação de todos os docu-
mentos abertos; estando disponível somente quando Menu Editar
mais de um documento estiver aberto.
Recarregar: realiza a substituição do documento
Seus comandos são idênticos aos dos outros apli-
em edição pela versão mais recentemente salva do ar-
cativos da suíte, exceto:
quivo em uso.
• Pontos
Versões: Criação de histórico das modificações
• Pontos de Colagem
efetuadas em um documento, ao longo da edição. O co-
• Excluir
mando Salvar nova versão viabiliza a criação de uma
nova versão, e o comando Comparar mostra as diferen-
ças entre a versão em edição e uma das versões exibidas Menu Exibir
da caixa de diálogo.
Exportar como PDF: Salva o documento em forma- Mestre: alterna para uma das várias exibições
to PDF. Esta função é referência no LibreOffice, possuindo mestre, onde é possível adicionar elementos que deverão
um botão da barra de ferramentas. Está função não pos- serexibidos em todos os slides da apresentação.
sui um botão similar no MS Power Point em suas versões Cor/Escala de Cinza: nesta opção, pode-se variar
anteriores a 2010, sendo necessário utilizar a tecla F12 e as cores de apresentação do slide, que podem ser (Cor,
selecionar o formando ou navegando pelo menu Arqui- Escala de Cinza e Preta e Branco).
vos. Painel de Slides: exibição em miniatura dos slides
Enviar: uma caixa de contexto é aberta contendo no canto esquerdo da tela.
diversas opções, sendo as mais utilizadas: Barra de Ferramentas: o usuário pode definir, quais
• Envio de documentos por e-mail; serão as barras que estarão visíveis e aparecerão na área
• Conversão do documento para PDF e envia o de trabalho durante a edição das páginas e slides.
resultado por e-mail; Barra de Status: disposta na parte inferior na ja-
• Conversão em apresentação do Power Point. nela do Impress, habilita a exibição da barra localizada
Propriedades: caixa de diálogo associada à seção no extremo inferior da área de edição e proporciona in-
Geral, contendo informações do documento. formações sobre: página corrente/total, taxa de zoom,
Modelos: consiste em arquivos contendo diversos modo (inserir/sobrescrever) e idioma.
parâmetros relativos ao tipo de documento a ser criado, Régua: habilita a visualização da régua horizontal
simplificado a elaboração de memorandos, cartas, etc. no topo da área de edição.
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
Grade: exibe pontos no fundo da apresentação. quando isto acontece, o menu Inserir se modifica, bem
Guias: especifica as opções de exibição para guias. como a barra de ferramentas principal. Esta se converte
Existem três opções: em barra de ferramentas de gráficos, para facilitar a sua
• Exibir Guias: exibe ou oculta guias que podem edição e/ou formatação.
ser utilizadas para alinhar objetos em uma pá- Como o gráfico já aparece em edição, pode ser ma-
gina. nipulado conforme necessário. Os botões da barra de
• Alinhar Guias: alinha automaticamente os ob- ferramentas principal para gráfico têm as seguintes fun-
jetos nas guias verticais e horizontais. ções: inserir linha ou coluna, eliminar linha ou coluna,
• Guias para frente: exibe as guias na frente dos trocar a posição de linhas ou colunas, ordenar linhas ou
edição de textos, planilhas e apresentações
Data e Hora: Idem ao BrOffice Documento de Texto Writer documento em edição, além de algumas de
Writer. suas linhas em relação às outras e estabelecer
Campos: esta função pode ser acessada por meio as distâncias entre as linhas e entre os pará-
de um menu exibido na lateral ao passar o mouse ou cli- grafos do texto.
cando no botão Outros Será aberto uma caixa de diálogo • Alinhamento: está formatação irá determinar
com uma coleção de campos que podem ser inseridos. o alinhamento em relação aos objetos selecio-
Caractere Especial: lista todos os caracteres exis- nados em relação aos demais.
tentes para cada fonte disponível no editor. Muitos carac- • Tabulação: configurações de tabulação afetam
teres por não estarem vinculados a teclas próprias preci- o recuo de todo o além de como o recuo de par-
sam de um mecanismo de inserção. tes de um parágrafo. Quando realizamos tal
Hiperlink: trata-se de um vínculo que uma palavra configuração, definimos o tipo e a posição das
ou frase no texto ativo a outro local, podendo ser dire- tabulações, o tipo de carácter empregado no
cioonado a uma página na internet como um pasta arma- preenchimento opcional do espaço tabulado.
zenada no computador ou rede local. Para fazer uso desta Marcadores e numerações: está configuração dis-
função, selecione a parte do texto que será utilizada para põe ao usuário escolher elementos como o tipo de mar-
criar o vínculo e preencha os campos de configurações cador ou numeração para destaque no parágrafo. Dentre
adicionais. Muito útil quando for necessário vincular ar- as opções temos as guias: Marcadores, Tipo de Numera-
quivos multimídia a uma apresentação. ção, Estrutura de Tópicos, Figura, Posição e Opções.
Imagem animada: recurso utilizado para inserir Página: esta opção oferece a configuração de re-
imagens com algum tipo de animação. curso que englobam atributos de formatação das pági-
Figura: sua função é a de importação de imagens, nas, tamanho e plano de fundo.
oferecendo a inserção de imagem de um arquivo já ar- Alterar caixa: modifica as letras para minúsculas
mazenado no computador. ou maiúsculas.
Tabela: inserir tabelas nos slides, determinando Posição e tamanho: realiza o ajuste as proprieda-
número de linhas e colunas des de layout e ancoragem do texto existente em um de-
Objeto: oferece a capacidade de inserir em um slide senhou ou caixa de texto. Permite a definição de: ponto
vários outros tipos de objetos como documentos Writer, base, controle de rotação da moldura, inclinação e raio de
Fórmulas matemáticas, ou mesmo uma outra apresen- curvatura do canto.
tação. Linha: Formatação de linhas, através de um qua-
Gráfico: Ao ser ativado, este comando faz apare- dro diálogo que dispões de três guias:
cer um quadro com a visualização do gráfico. Note que, • Linha: define cor, largura e transparência.
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Capítulo 06 - Conceitos e modos de utilização de aplicativos para
• Estilos de linha: Muda o tipo (traços ou pontos), tintos, e não quer que todos os slides sejam apresentados.
largura, números, comprometimento e espa- Barra Lateral
çamento.
• Estilos de setas: Altera o tipo de seta aplicada
Aqui ficam concentrados em formato de acesso rá-
nas extremidades da linha.
pido dentro do Impress, alguns elementos de formatação:
Área: permite configurar a área da página. A caixa
• Layout: forma como a informação será dispos-
de diálogo apresenta sete guias. Eis uma lista das princi-
ta na apresentação.
pais características de cada uma das guias:
• Transição de Slides: Personaliza a transição
• Área: Define as cores de preenchimento e suas
Noções de Informática
• Agrupar: Reunir vários objetos num só bloco.
• Desagrupar: Separar os referidos objetos.
• Editar: Editar um dos objetos agrupados como
se estivessem separados.
• Sair: Abandonar o modo editar.
Apresentação de Slides
Ctrl+ Page Down Ir para o próximo slide. Ctrl+Shift+Seta para a es- Selecionar palavra a pala-
querda vra para a esquerda
B ou . Exibir tela em preto até o
próximo evento de tecla Seta para a direita Move o cursor para a di-
ou da roda do mouse. reita
W ou , Exibir tela em branco até Shift+Seta para a direita Move o cursor com seleção
o próximo evento de tecla para a direita
ou da roda do mouse. Ctrl+Seta para a direita Ir para o início da palavra
Tecla de adição (+) Mais zoom. seguinte
Tecla de subtração (-) Menos zoom. Ctrl+Shift+Seta para a di- Seleciona palavra a pala-
reita vra para a direita
Tecla de multiplicação (×) Ajustar a página à janela.
(teclado numérico) Seta para cima Move o cursor para cima
uma linha
Tecla de divisão(÷) (teclado Aplicar mais zoom na se-
numérico) leção atual. Shift+Seta para cima Seleciona linhas para cima
Shift+Ctrl+G Agrupar os objetos sele- Ctrl+Seta para cima Move o cursor para o início
cionados. do parágrafo anterior
Shift+Ctrl+Alt+A Desagrupar o grupo sele- Ctrl+Shift+Seta para cima Seleciona até ao inicio do
cionado. parágrafo. Ao repetir, es-
tende a seleção até o início
Ctrl+ clique Entre em um grupo para do parágrafo anterior
que você possa editar os
objetos individuais do Seta para baixo Move o cursor para baixo
grupo. Clique fora do grupo uma linha
para retornar à exibição Shift+Seta para baixo Seleciona linhas para bai-
normal. xo
Shift+Ctrl+ K Combinar os objetos sele-
cionados.
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Ctrl+Seta para baixo Move o cursor para o final Alt+Shift+clique Selecionar o objeto que
do parágrafo. Ao repetir, está na frente do objeto
move o cursor até ao final atualmente selecionado.
operacional windows
Ctrl+Shift+Home Ir e selecionar até ao inicio
do bloco de texto do slide Shift+Tab Selecionar objetos na or-
dem inversa em que foram
Ctrl+End Ir para o final do bloco de criados.
texto do slide
Escape Sair do modo atual.
Ctrl+Shift+End Ir e selecionar até ao final
do bloco de texto do slide Enter Ativa um objeto de espaço
reservado em uma nova
Ctrl+Del Exclui o texto até ao final apresentação (somente se
da palavra o quadro estiver selecio-
Ctrl+Backspace Exclui o texto até o início nado).
da palavra. Ctrl+Enter Move para o próximo ob-
Numa lista: exclui um pa- 311
jeto de texto no slide.
rágrafo vazio na frente do Se não houver objetos de
parágrafo atual texto no slide, ou se você
Noções de Informática
Ctrl+Shift+Del Exclui o texto até ao final chegou ao último objeto de
da frase texto, um novo slide será
inserido após o slide atual.
Ctrl+Shift+Backspace Exclui o texto até o início
O novo slide usará o mes-
da frase
mo layout do atual.
Tecla de seta Move o objeto selecionado
PageUp Alternar para o slide an-
ou a exibição da página na
terior. Sem função no pri-
direção da seta.
meiro slide.
Ctrl+ tecla Seta Mover pela exibição da
PageDown Alternar para o próximo
página.
slide. Sem função no últi-
Shift + arrastar Limita o movimento do mo slide.
objeto selecionado no sen-
tido horizontal ou vertical.
Ctrl+ arrastar (com a opção Mantenha pressionada 7. CONCEITOS BÁSICOS DE UTILIZAÇÃO
Copiar ao mover ativa) a tecla Ctrl e arraste um DO SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS
objeto para criar um cópia
desse objeto. SISTEMAS OPERACIONAIS
Tecla Alt Mantenha pressionada a
tecla Alt para desenhar ou A maioria dos usuários de hoje está familiarizada,
redimensionar objetos ar- ao utilizar o computador, com uma interface gráfica dis-
rastando do centro do ob- posta por uma área de trabalho, ícones, pastas e muitos
jeto para fora. outros recursos gráficos responsáveis por uma experi-
Tecla Alt+clique Selecionar o objeto que ência funcional, porém, um sistema operacional é muito
está atrás do objeto atual- mais do que isso.
mente selecionado. Segundo Tanembaum “O Sistema Operacional é
um programa responsável por controlar o funcionamen-
to do computador, como um gerente dos vários recursos
disponíveis do sistema”. Sendo assim, um sistema ope-
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racional é responsável por tornar a linguagem da máqui- Enterprise. A última é destinada as necessidades dos
na acessível ao usuário. usuários e professionais de Tecnologia da Informação e
O sistema operacional é composto por camadas, áreas afins.
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema
sendo ele mesmo apenas um intermediador entre elas, O sistema operacional Windows é:
operando no chamado módulo núcleo, ou seja, um me- • Multitarefa: Constitui característica própria do
diador entre o físico e o abstrato. Windows 7. Um sistema operacional multita-
Um sistema operacional é algo complexo, traba- refa permite trabalhar com diversos progra-
lhoso de se fazer e desenvolver; em vista disso eles pos- mas ao mesmo tempo (Word, Excelentre ou-
suem uma vida longa e as alterações que se sucedem tros abertos todos ao mesmo tempo).
entre uma versão e outra, consistem muitas vezes de
apenas uma mudança na organização gráfica de algu- • Multiusuário: Revela a capacidade de criar di-
versos perfis de usuários. Controle de Conta
mas funcionalidades e na inclusão de novas.
de Usuário (UAC) do Windows 7: permite im-
O sistema operacional Windows segue esta mes-
plementar quatro níveis de controle ao usuá-
ma tendência sendo o Windows 95/98/Me basicamente
rio que acessa o sistema por meio da conta de
o mesmo sistema e o Windows NT/2000/XP/Vista um
Administrador (com acesso privilegiado ao
sistema semelhante em sua sequência, porém, diferente
sistema:
em relação às versões anteriores.
Outra característica dos sistemas operacionais
Portanto fica a dica: os sistemas possuem as mesmas modernos, e o Windows 7 não ficaria de fora, é a funcio-
funcionalidades em si, os sucessores (lançamentos) nalidade de sempre notificar ou notificar-me somente
operacional windows
agregam novas, mas dificilmente excluem funções po- quando programas tentarem fazer alterações no meu
pulares entre os usuários computador; Notificar-me somente quando programas
tentarem fazer alterações no meu computador (não es-
maecer minha área de trabalho). A tecnologia Plug And
WINDOWS 7 Play (PnP) segue esta ideia, referindo-se à instalação
automática dos itens de hardware, sem a necessidade de
Versão lançada posteriormente ao Vista, o desligar o computador para iniciar sua instalação.
Windows 7 tornou-se dominante no mer-
cado, corrigindo falhas (bugs) das versões Versões
anteriores e aprimorando ainda mais a
experiência do usuário em relação a usa- O Windows 7 possui seis versões, sendo Starter,
312 bilidade. Home Basic, Home Premium, Professional, Ultimate e
Consiste numa série de sistemas operacionais Enterprise, sendo a última destinada as necessidades
produzidos pela Microsoft, destinados para o uso em dos usuários e professionais de Tecnologia e áreas afins.
Noções de Informática
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como é o caso do papel de parede e o estilo visual, não é • Gadgets sobre o desktop;
modificável pelo usuário. • Novos papéis de parede, ícones;
• Conceito de bibliotecas,
operacional windows
3. Aero Shake: o usuário tem a opção de minimizar
Windows 7 Professional todos os programas com um sacudir de mouse.
4. Windows Media Center: consiste basicamente
Versão destinada aos usuários finais ou ainda de numa biblioteca digital, possibilitando inclusive
empresas de pequeno porte. Ela possui as mesmas ca- graver programas de TV para o computador.
racterísticas do Windows 7 Home Premium e ainda a 5. Windows Média Streaming: dá a possibilidade de
capacidade de participar em um domínio do Windows o usuário ter acesso de qualquer local do conteúdo
Server, ou seja, havendo servidores há a possibilidade de de mídia.
conectar a máquina a ele. Além disso, incluem operações 6. Windows Touch: suporte a dispositivos sensíveis
como um servidor do serviço de terminal, Encrypting File ao toque.
System, modo de apresentação. 7. Grupo Doméstico: possibilita ao usuário criar re-
des entre computadores para o compartilhamento
de arquivos e impressoras.
313
Windows 7 Enterprise 8. Aero: interface gráfica que dispõe de tema para
personalizar o computador, dando suporte a trans-
Noções de Informática
Versão focada no segmento corporativo sendo parência de janelas de aplicativos.
vendida por meio do licenciamento por volume. Entre as 9. Conexões em Domínio: conexões corporativas
Características adicionais como suporte para pacotes da dentro de um ambiente de rede
interface multilíngue de usuário (MUI), BitLocker e su- 10. Modo de Compatibilidade: possibilidade de ins-
porte a aplicativos UNIX estão inclusos a empresa que talar programas no modo de compatibilidade.
adquirir uma licença de Software Assurance com a Mi- 11. Pacote de Idiomas: dá ao usuário a possiblida-
crosoft. Não está disponível no comércio ou em OEM, sou de de instalar diferentes idiomas para o Windows.
seja, não são comercializados aos consumidores finais. Atualmente o Windows está disponível em 35 idio-
Sua comercialização é feita através de outras empresas mas.
que montam os produtos finai, no caso computadores e 12. BitLocker: recursos que visa a criptografia dos
os vendem as empresas. dados, protegendo o usuário de perdas ou roubos.
Windows 7 Ultimate
Área de trabalho (Desktop)
O Windows 7 Ultimate é a versão que possui todas
as funcionalidades da versão Enterprise, porém, seu foco
é o usuários domésticos. Usuários do Windows 7 Home
Premium e do Windows 7 Professional tem a opção de
atualizar para o Windows 7 Ultimate através do paga-
mento de uma taxa usando o Windows Anytime Upgrade.
Recursos e melhorias adicionados em relação às
versões anteriores:
• Interface gráfica aprimorada, com nova barra
de tarefa
• Suporte para telas touch screen e multi-táctil
(multi-touch);
• Internet Explorer 8;
• Novo menu Iniciar;
• Nova barra de ferramentas;
• Leitura nativa de Blu-Ray e HD DVD;
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A área de trabalho é a principal área exibida na tela minados programas e das configurações do computador.
quando você liga o computador e faz logon no Windows.
Ela serve de superfície para o seu trabalho, como se fosse
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema
Gadgets
Os gadgets são miniprogramas que oferecem vi- A barra de tarefas pode ser posicionada na área de
sualização instantânea de informações e acesso fácil a trabalho de quatro maneiras: inferior, superior, esquerda
ferramentas usadas com frequência. ou direita. Se a banca mencionar qualquer outra forma,
está errada. Não é possível posicionar a barra de tarefas
de outra maneira.
Menu Iniciar
operacional windows
314
]
Noções de Informática
Barra de tarefas
A barra de tarefas é aquela barra longa horizontal
na parte inferior da tela. Diferentemente da área de tra-
balho, que pode ficar obscurecida devido às várias jane-
las abertas, a barra de tarefas está quase sempre visível.
Ela possui três seções principais:
Botão iniciar, que abre o Menu Iniciar.
A seção intermediária mostra quais programas e
arquivos estão abertos e permite que você alterne rapi-
damente entre eles.
A área de notificação, que inclui um relógio e ícones
(pequenas imagens) que comunicam o status de deter-
Use o menu Iniciar para fazer as seguintes ativida-
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des comuns: Partes de uma janela
Iniciar programas;
Abrir pastas usadas com frequência; Embora o conteúdo de cada janela seja diferente,
operacional windows
II. Posso mudar a ordem dos ícones dos programas
Barra de rolagem -permite rolar o conteúdo da ja-
que estão minimizados, apenas clicando e arrastando os
nela para ver informações que estão fora de visão
para a posição desejada.
no momento.
III. Posso adicionar a barra de ferramentas “Ende-
reço” e navegar na Internet a partir da barra de tarefa. Bordas e cantos - é possível arrastá-los com o pon-
IV. Em algumas edições do Windows 7, se eu apon- teiro do mouse para alterar o tamanho da janela.
tar o mouse para o botão “Mostrar área de trabalho”, as
janelas abertas ficarão transparentes. Se eu clicar nes- MOVENDO UMA JANELA
se botão, as janelas abertas serão minimizadas. Se clicar
novamente, as janelas voltarão a sua posição inicial. Para mover uma janela, aponte para sua barra de
Está correto o que consta APENAS em título com o ponteiro do mouse. Em seguida, arraste a
janela para o local desejado. (arrastar significa apontar
a) II, III e IV. para um item, manter pressionado o botão do mouse, 315
b) I, II e III. mover o item com o ponteiro e depois soltar o botão do
c) I e II. mouse).
Noções de Informática
d) II e III.
e) I e III. Ocultando uma janela
Gabarito: A Minimizar uma janela é o mesmo que ocultá-la. Se
você deseja tirar uma janela temporariamente do cami-
Janelas nho sem fechá-la, minimize-a.
Sempre que você abre um programa, um arquivo Para minimizar uma janela, clique em seu botão
ou uma pasta, ele aparece na tela em uma caixa ou mol- “Minimizar”. A janela desaparecerá da área de trabalho
dura chamada janela. e ficará visível somente como um botão na barra de ta-
refas, aquela barra longa horizontal na parte inferior da
tela.
plorer onde há exibição de pastas do sistema através de ples texto é compostos de arquivos. Cada dado é salvo em
listas hierarquizadas na parte esquerda, além de possi- seu arquivo correspondente. Existem arquivos simples
bilitar ao usuário a visualização dos discos e as pastas como fotos, vídeos, imagens e músicas, assim como ar-
que estão dentro deles. quivos que fazem parte de um programa específico, sen-
Ao abrir uma pasta, no topo da janela, podemos do escritos numa linguagem de programação correspon-
utilizar a barra de ferramentas para auxiliar a navegação dente a aplicação.
e fazer o uso de recursos como os “Modos de Exibição”
para determinar como o conteúdo deverá ser exibido.
316
Noções de Informática
PASTAS
Possuem função de organizar tudo o que está den-
tro de cada unidade. Em si, as pastas não contêm infor-
mação propriamente dita, e sim arquivos ou mais pastas.
DIRETÓRIOS
Consiste numa estrutura utilizada para organizar
arquivos ou um arquivo que contém referências a outros
arquivos dentro do sistema operacional. Sua função é a
de organizar o disco rígido (HD) e outras mídias (Pendri-
ves, CD, DVDS etc).
EXTENSÕES
Trata-se de representação do tipo de programa ao
qual pertence o arquivo (por exemplo, .doc e .pdf).
ATALHOS
É uma maneira rápida de abrir um arquivo, pasta
ou programa. Um atalho em si não tem conteúdo algum,
sendo sua única função “chamar o arquivo, pasta ou pro-
grama” que queremos e que está armazenado em outro
local.
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Geralmente os atalhos ficam localizados na área de
trabalho, e podem ser identificados por uma flecha indi-
cativa presente no ícone. Um exemplo fácil de memorizar
BIBLIOTECAS
Um novo modo de exibição da estrutura de arma-
zenamento de arquivos, chamada de biblioteca, dá aces-
Janelas e Caixas de Diálogo são representações so a vários locais de armazenamento a partir de uma
gráficas de um conjunto de opções para um comando ou única janela. As bibliotecas são pastas virtuais que não
programa.
operacional windows
estão fisicamente presentes no disco rígido, mas que exi-
bem o conteúdo de várias pastas como se os arquivos es-
FORMAS DE COPIAR E MOVER ARQUIVOS tivessem armazenados juntos em um só lugar!
Noções de Informática
A Área de Transferência é uma área de armaze-
namento temporário de informações que você copiou ou
moveu de um lugar e planeja usar em algum outro lugar.
Você pode selecionar texto ou elementos gráficos e, em
seguida, usar os comandos recortar (Ctrl+ X) ou copiar
(Ctrl+ C) para mover sua seleção para a Área de Transfe-
rência, onde ela será armazenada até que você use o co-
mando colar(Ctrl+ V) para inseri-la em algum outro lugar.
Por exemplo, você pode copiar uma seção de texto de um
site e, em seguida, colar esse texto em uma mensagem ÍCONE
de e-mail. Ícones são imagens pequenas que representam
arquivos, pastas, programas e outros itens.
WINDOWS EXPLORER
O aplicativo Windows Explorer é o gerenciador
nativo de pastas e arquivos do Windows desde as suas
primeiras versões. Pode ser encontrado através do Menu
Iniciar ou utilizando a combinação de teclar de atalho
Winkey+E.
Como no computador tudo se resume a um emara-
nhado de pastas e arquivos; nada mais que justo ter uma Modos de Exibição
aplicação que gerencie todo este conteúdo. Ícones Extra grandes.
Ícones Grandes,
Ícones Médios,
Ícones Pequenos,
Lista,
Detalhes,
Lado a Lado, e
Conteúdo.
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Após analisarmos e aprendermos as funcionalidades e ra de tarefas, por padrão constará um ícone de acesso ao
conceitos sobre o gerenciamento de arquivos e pastas, Painel de Controle como mostra a imagem abaixo:
veja como isto poderá ser cobrado na sua prova!
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema
MEIOS DE ACESSO
O acesso ao Painel de Controle pode ser feito de
duas maneiras:
1.Tecla de Atalho Winkey (tecla com logo do Win-
dows)+Pause.
Será exibida inicialmente as informações do siste-
ma e os recursos de hardware presente no computador,
como processador e memória e qual tipo de sistema ope-
racional está instalado, ou seja, 32 bits ou 64 bits. Nesta
mesma tela, no canto esquerda, você irá visualizar um
link chamado “Início do Painel de Controle”. Clique nele e
você será redirecionado.
Lembrando que sistemas com até 2GB de memória SISTEMA
RAM devem utilizar sistema 32 bits e a partir disto é ex-
tremamente necessário utilizar o sistema de 64 bits. O item SISTEMA irá exibir as informações básicas
2. Navegando pelo Menu Iniciar localizado na bar- sobre o computador como versão dos sistema operacio-
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nal, edição e informações básicas sobre o processador e a
memória RAM disponível no computador.
Outro detalhe presente no Windows 7 é a presen-
operacional windows
DATA E HORA
As principais funções deste item é:
Alterar a data e a hora atuais do computador;
Alterar o fuso-horário do computador;
Configurar o computador para atualizar o horário
de verão automático ou não.
Escolher se o computador ira sincronizar a hora 319
CONTAS DE USUÁRIO com um servidor de horários disponível na Internet.
A principal função de uma conta de usuário é de-
Noções de Informática
terminar os níveis de acesso as configurações do sistema
e o grau de alterações que o usuário poderá fazer, incluin-
do a possibilidade ou não de instalar e remover softwares
aplicativos. Em resumo é a forma como o usuário intera-
ge com o computador e o personaliza sua interface gráfi-
ca e área de trabalho.
No Windows 7 temos presente três tipos de contas.
Cada tipo dá um nível diferente de controle sobre o com-
putador. Vamos a elas:
Administrador: fornece a acesso a maioria das
configurações de um computador. Por padrão, quando
configuramos o sistema operacional, logo após o término
da instalação ou formatação, é a primeira conta de usuá- PROGRAMAS E RECURSOS
rio criada, incluindo privilégios de alterar qualquer ele-
mento no sistema operacional. Você pode perceber este Para adicionar ou remover programa, após clicar
nível de interação clicando com o botão direito do mouse nesta opção clique num programa que deseja excluir, em
em qualquer ícone relacionada a software, pois você irá seguida clique em alterar/remover.
visualizar o item “Executar como Administrador”. Caso o É exibido em forma de lista e contém informações
usuário não for administrador do sistema, será solicita- como:
do uma senha para a execução do mesmo, caso o sistema • Data de instalação
esteja configurado para tal maneira. • Nome da empresa que desenvolve o software.
Padrão: destinadas ao uso diário por usuários que • Tamanho ocupado em disco.
não tenham permissões de alterar configurações es- • Versão do Software.
sencial do sistema e instalar ou desinstalar programas.
Lembre-se, o Windows 7 é um sistema operacional mul-
tiusuário.
Contas de Criança: destinada aos pais que dese-
jam monitorar ou determinar limites de uso do compu-
tador de seus filhos. Suas funcionalidades estão ligadas
as configurações de Proteção para a Família do Windows.
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pelo usuário.
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema
operacional windows
OPÇÕES DE ENERGIA
Esta opção fornece forma de configurar o padrão
de funcionamento do computador para o formato de bai-
xo consumo de energia ou privilegiar o desempenho da
máquina, definindo padrões de tempo de desligamento
para monitores e ou dispositivos no momento em que o
REGIÃO E IDIOMA
computador ficar ocioso. Nesta opção há também opções
O Windows é um sistema operacional usado mun-
relacionadas ao tempo para entrar em estado de espera(-
320 dialmente e, nesta opção você irá visualizar o idioma pa-
suspender) e hibernação. Sua utilização é mais comum
drão da interface gráfica. Sendo assim é possível alterar
em Notebooks quando estão sendo alimentados por ba-
o idioma a ser exibido nos textos de assistentes, caixas
teria.
de diálogo, menus e outros itens na interface do usuário.
Noções de Informática
OPÇÕES DE PASTAS
Sua função é disponibilizar ao usuário a possibili-
dade de configurar as opções de visualização de ícones,
pastas, barras de ferramentas, além de permitir o usuário
de visualizar as extensões do arquivos no gerenciador de
pastas (Windows Explorer), tornando viável a alteração
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Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema
operacional windows
DISPOSITIVOS E IMPRESSORAS
Exibe as impressoras instaladas, instala, confi-
gura e remove drive de impressoras, dispositivos para
jogos, opções do mouse, scanners, câmeras, modens e
aparelhos de telefone. 321
Noções de Informática
FIREWALL DO WINDOWS WINDOWS UPDATE
Um firewall pode ajudar a impedir que hackers ou
Atualizações são adições ao software capazes de
softwares mal-intencionados (como worms) obtenham
evitar ou corrigir problemas, aumentar a segurança do
acesso ao seu computador através de uma rede ou da
computador ou melhorar seu desempenho. É recomen-
Internet. Um firewall também pode ajudar a impedir o
dado que a atualização automática do Windows seja ati-
computador de enviar software mal-intencionado para
vada para que o Windows possa instalar atualizações de
outros computadores.
segurança e outras, importantes ou recomendadas, para
o seu computador, à medida que sejam disponibilizadas.
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Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema
Acessórios do Windows
Os acessórios do Windows são ferramentas que explorer Abre o Windows Explorer.
acompanham o sistema operacional desde a sua insta-
lação e tem por objetivo proporcionar ao usuário aplica- Planilhas Abre a Planilhasuladora.
tivos básicos para desempenhar tarefas simples como
regedit Abre o programa de Controle de
digitar textos, fazer cálculos através de uma Planilhasu-
Registros do Windows.
ladora ou compor um simples desenho.
É encontrado no Menu Iniciar> na aba > Todos os msconfig Abre o programa de configuração da
Programas, pasta > Acessórios. Inicialização do Sistema Windows,
operacional windows
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Combinação de teclas no Windows 7 Combinação de teclas no Windows 7
F1 Abre a Ajuda do Windows. Windows + P Abre uma janela que permite ao
operacional windows
Windows + R Abre o comando Executar proteger seu computador contra spyware e outros possí-
veis softwares indesejados.
Windows + E Abre o Windows Explorer (por Firewall do Windows: a missão do firewall do Win-
padrão o Meu computador.) dows é ajudar a impedir que hackers ou softwares mal-
Ctrl + Esc Ativa o Menu Iniciar -intencionados (como worms) obtenham acesso ao seu
computador através de uma rede ou da Internet, portan-
Alt+F4 Fecha a janela atual. to, seu funcionamento é o de um filtro. Um firewall tam-
bém pode ajudar a impedir o computador de enviar sof-
Alt+Tab Permite alternar rapidamente tware mal-intencionado para outros computadores.
entre as janelas abertas.
Windows Update: atualizações são adições ao sof-
Alt+Esc Semelhante ao Alt+Tab, pula tware capazes de evitar ou corrigir problemas, aumentar
automaticamente para a última a segurança do computador ou melhorar seu desempe- 323
janela aberta. nho. É recomendado que a atualização automática do
Windows seja ativada para que o Windows possa instalar
Noções de Informática
Alt+ esquerda Volta para a pasta anterior (o atualizações de segurança e outras, importantes ou re-
mesmo que clicar no botão Vol- comendadas, para o seu computador, à medida que sejam
tar). disponibilizadas.
Alt+ direita Avança para a pasta seguinte
(o mesmo que clicar no botão
Avançar)
Ctrl+Shift+N Criação de nova pasta
Windows + M Minimiza todas as janelas
Windows + U Abre o Gerenciador de utilitários
Windows + Pause Abre as “Propriedades do siste-
[Break] ma”
Windows + G Exibe todos os gadgets e selecio-
na um deles (de forma parecida
com Alt + Tab).
Ctrl + L Seleciona a barra de endereço no
navegador.
Alt + P Mostra ou esconde a janela de
pré-visualização
Windows + X Abre o Windows Mobility Center
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Destinada ao setor móvel englobando dispositivos
Windows 10 de tela pequena sensíveis ao toque, como smartphones e
tablets; está disponível gratuitamente para atualização
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema
Windows 10 Pro
operacional windows
22. Controle UX granular interligar todos os dispositivos à rede. A Microsoft tem a
23. Criptografia do Dispositivo ambição que haverá edições do Windows 10 baseadas no
24. Microsoft Passport Enterprise e Mobile Enterprise direcionado a dispositivos
25. Proteção de dados corporativos como caixas eletrônicos, terminais de autoatendimento,
26. BitLocker máquina de atendimento para o varejo e robôs indus-
27. Credential Guard triais. Essa versão IoT Core será focada em dispositivos
28. Windows Update pequenos e de baixo custo, mercado que vem ganhando
29. Windows Update for Business força com hardwares como o Rapsberry Pi e Arduino.
30. Current Branch for Business
31. Long Term Servicing Branch
INTRODUÇÃO
Windows 10 Education 325
O Windows 10 veio com a missão de ser o suces-
sor da versão 8.1 e continuar com a principal proposta
Desenvolvido sob o Windows 10 Enterprise, é uma da Microsoft: unificar todos os dispositivos que utilizem
Noções de Informática
versão Educacional, sendo direcionada para atender as o Windows numa única experiência, ou seja, as funções
necessidades do meio. Os funcionários, administradores, e recursos de navegação utilizados no computador será
professores e estudantes poderão fazer uso dos recursos a mesma de smartphones e tablets. Portanto, uma das
desse sistema operacional que terá seu método de dis- grandes novidades da nova versão está no fato de que
tribuição baseado através da versão acadêmica de licen- ele será uma plataforma unificada. Em termos práticos, o
ciamento de volume. objetivo da desenvolvedora é aproximar muito os aplica-
1. Menu Iniciar personalizável tivos produzidos para as plataformas existentes.
2. Windows Defender e firewall do Windows Todo este contexto de usabilidade irá trazer aos
3. Inicialização rápida com Hiberboot e InstantGo desenvolvedores independentes maior abrangência com
4. Suporte a TPM seus aplicativos, ou seja, softwares produzidos para um
5. Economia de bateria determinado aparelho poderá ser facilmente portado
6. Ingresso de domínio para outros, tendo ainda mais facilidade na atualização
7. Gerenciamento de política de grupo e na distribuição. Outro detalhe foi a unificação da loja de
8. Internet Explorer em Modo Comercial (EMIE) aplicativos, podendo o usuário usufruir dos aplicativos
9. Assigned Acess 8.1 no celular, tablet e computador.
10. Área de trabalho remota Em termos de navegação prática e recursos, po-
11. Hyper-V Cliente demos dizer com propriedade que houve uma mescla da
12. Acesso direto versão 7 e da 8.1, tornando sua aceitação muito maior do
13. Criador do Windows To Go que a sua antecessora, sem contar do retorno do clássico
14. AppLocker menu Iniciar, marca registrada da família Windows des-
15. BranchCache de sua versão 95, a primeira com interface gráfica popu-
16. Controle da tela inicial com Política de grupo larizada.
17. Fácil atualização de Home para Education Edi- Será abordado as principais novidades e as imple-
tion mentações realizadas pela Microsoft com foco prático
18. Sideload de aplicativos de linha de negócios para provas. Um dos possíveis motivos que levaram a
19. Gerenciamento de dispositivos móveis adoção desta versão do sistema operacional é a dispo-
20. Capacidade de ingressar no Active Directory nibilização das atualizações das antigas versões para a
do Azure com logon único em aplicativos hos- nova, além dos novos computadores já acompanharem o
pedados na nuvem novo sistema operacional.
21. Windows Store for Business
22. Controle UX granular
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O QUE MUDOU? xados no menu inicial e o tamanho dos ícones.
4. Retornos das Janelas: os aplicativos da loja de
Com a proposta de integrar cada vez mais os dispo- aplicativos na Microsoft não irão mais rodas
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema
sitivos, a Microsoft inclui a possibilidade de alternar a vi- em tela cheia, mas com a tradicional barra de
sualização dos recursos conforme o dispositivo utilizado títulos e as opções de minimizar, maximizar e
e, o mais interessante de tudo, foi a volta do menu Iniciar fechar.
no formato tradicional, porém, agregando as chamadas 5. Configurações: com o intuito de unificação en-
Live Tiles do Windows 8/8.1, possibilitando ao usuário tre dispositivos, foi criado o item “Configura-
customizar o tamanho do menu e se o mesmo deve ser ções”, cujo objetivo a médio prazo, é substituir
visualizado em tela inteira como era na sua versão ante- totalmente o painel de controle, agrupando de
cessora. Outra mudança foi o retorno da área de trabalho modo mais intuitivo as ferramentas e opções
(desktop) como tela padrão ao iniciar o sistema operacio- de configurações do Windows.
nal, fato que se deve a grande insatisfação dos usuários 6. Computação na Nuvem: não foi nenhuma novi-
nas versões anteriores. dade com o lançamento do Windows 8 e 8.1 que
A Microsoft trouxe com o Windows 10 uma nova o foco da Microsoft estava na total integração
interface, mas também uma nova forma de desenvol- de serviços a sua conta do Hotmail, Outlook,
ver e interagir com seus consumidores; com esta nova Live e Msn. Com o Windows 10 isso fica mui-
versão foi anunciada o fim do sistema operacional como to claro de que o projeto não foi abandonado,
conhecemos e, nas palavras dos responsáveis, será o tendo os serviços do próprio Office integrar ao
operacional windows
último Windows. Isto significa que o Windows recebe- Windows e OneDrive, além de um novo serviço
rá atualizações continuas, não sendo mais permitido ao de música chamado de Groove Music, similar
usuário desativar a instalação de atualizações, tornando ao Google Play e Spotify.
o sistema Rolling Release, ou seja, todas as novidades se- 7. Nome de funções e ferramentas: com a ideia de
rão implementadas sem restringi-las a uma nova versão. contínua melhoria, várias ferramentas foram
Para tornar mais didático as novidades do Win- melhoradas, remodeladas e até mesmo alte-
dows 10, abaixo iremos elencar as novidades. rado o nome, como é o caso da opções relacio-
1. Volta da área de trabalho como padrão: quando nados a alteração de cores do sistema, papel de
o sistema é inicializado, não será mais exibido parede.
por padrão as live tiles, mas a tradicional área 8. Campo de Pesquisa : outra grande novidade foi
de trabalho com seus ícones, barra de tarefas e a disponibilização de um sistema integrado de
pesquisa na barra de tarefas, possibilitando a
326 notificações.
busca de arquivos e programas na web e em
2. Múltiplos desktops: novidade portada do
mundo Linux, como o encontrado nos siste- arquivos e pastas locais. Na versão americana
já foi disponibilizado a assistente pessoal Cor-
Noções de Informática
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compartilado sem a necessidade de revelar a
senha. As senhas do Wi-Fi são armazenadas
num arquivo criptografado em um servidor
operacional windows
salientar que para que o serviço seja utilizado,
o usuário deverá conectar o Windows a sua
conta da Microsoft, o que ocasionará a sincro-
nização não só de arquivos, mas de todas as
configurações e preferências de outros dis-
positivos, além da integração com as versões
2013 e 2016 do Office, caso elas estejam insta-
lados no computador.
2. Acesso Rápido: sucessor do item “favoritos”,
11. Fixar janelas no canto da tela: no Windows este campo mostra as pastas mais acessadas
10 é possível manter até quatro janelas lado a no computador, além de possibilitar ao usuá-
lado em diferentes quadrantes. Para ter acesso rio fixar as pastas de sua preferência, função
basta arrastar as janelas abertas até os cantos que pode ser feita clicando no botão direito do
327
da tela, ou utilizar o atalho Windows + setas di- mouse sob a pasta que deseja que seja fixada
recionais. na lateral. Por padrão, itens como Área de Tra-
Noções de Informática
12. Integração com recursos do Outlook: no Win- balho, Downloads, Documentos e Imagens fi-
dows 10, ao conectar com uma conta da Micro- cam fixados.
soft, todos os contatos, email e calendários do 3. Este Computador: nas versões anteriores,
usuário será inteiramente sincronizado com o como o Windows 7, era chamado de “Meu Com-
computador, tendo os aplicativos recebido di- putador”, porém, integrou as “Bibliotecas” e a
versas melhorias em termos de interface em exibição dos discos e partições do computador.
relação a versão anterior. No campo direito de visualização é possível ao
usuário acessar de forma imediata as pastas e
EXPLORADOR DE ARQUIVOS arquivos modificados e utilizados com frequ-
ência.
Durante todos os anos em que o Windows foi de-
senvolvido e comercializado, uma das grandes e mar-
cantes ferramentas foi o Windows Explorer, gerenciador
de arquivos padrão do Windows e que ao longo do tempo
foi recebendo melhorias de navegação e novas funciona-
lidades, o que continuou no Windows 10, porém, o nome
foi deixado para a história, assumindo na versão em por-
tuguês o nome Explorador de Arquivos.
Uma das grandes novidades do Windows Vista e 7
foi o conceito de agrupar os arquivos por meio de biblio-
tecas, o que continuou, porém, a forma como as pastas e
arquivos foi disposta na tela mudou drasticamente con-
forme podemos visualizar na imagem abaixo:
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O Windows 10 trouxe uma novidade chamada de
Central de Ações, localizada no lado direito do desktop
na barra de tarefas, fornece um fluxo de todas as notifi-
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema
CONFIGURAÇÕES
operacional windows
nhado o sistema operacional desde a versão 95, pois, Menu Iniciar > Configurações ou ainda pela Central de
acostumados a trabalhar de uma forma padrão durante Notificações, clicando no ícone Todas as Configurações.
nada menos que 17 anos, é realmente meio frustrante que Abaixo temos a figura que mostra um panorama
ele tenha desaparecido, algo que não foi “consertado” no geral do painel de configurações com os principais recur-
Windows 8.1. sos.
É possível personaliza-lo fixando aplicativos e
programas, movendo e reagrupando os blocos, chama-
das de Live Tiles.É possível redimensionar os ícones dos
aplicativos fixados por meio de Live Tiles, ou redimensio-
nar o menu Iniciar para aumentá-lo horizontalmente.
É possível acessar o Explorador de Arquivos, Con-
figurações e outros aplicativos usados com frequência
do lado esquerdo do menu Iniciar e para acessar todos os
aplicativos e programas, selecione Todos os aplicativos.
Central de Notificações
operacional windows
• Atualização e Segurança: perfis de configu-
ração relacionados a atualização do sistema Shift+clique com o botão Mostrar o menu da janela
operacional, além de itens de backup e recu- direito do mouse em um do grupo
peração do sistema, os chamados pontos de botão da barra de tarefas
restauração. agrupado
Ctrl+clique em um botão da Alternar as janelas do
TECLAS DE ATALHO NO WINDOWS 10 barra de tarefas agrupado grupo
Shift direita por oito Ativar e desativar as
Com as diversas novidades e funcionalidades tra- segundos teclas do Filtro
zidas pelo novo sistema operacional da Microsoft, tam- Alt esquerda+Shift Ativar ou desativar o Alto
bém novas combinações de teclas de atalho foram dis- esquerda+Print Screen Contraste
ponibilizadas para os usuários. Abaixo algumas serão 329
listadas com o objetivo de facilitar o acesso aos recur- Alt esquerda+Shift Ativar ou desativar as
sos e, principalmente, pelas bancas gostarem de cobrar esquerda+Num Lock teclas do mouse
Noções de Informática
combinações de teclas nas provas de concursos. Shift cinco vezes Ativar ou desativar as
teclas de aderência
Ctrl+C (ou Ctrl+Insert) Copiar o item selecionado
Num Lock por cinco Ativar ou desativar as
Ctrl+X Recortar o item
segundos teclas de alternância
selecionado
Tecla do logotipo do Abrir a Central de
Ctrl+V (ou Shift+Insert) Colar o item selecionado
Windows +U Facilidade de Acesso
Ctrl+Z Desfazer uma ação
Alt+Tab Alternar aplicativos
abertos Questões
Alt+F4 Fechar o item ativo ou sair Comentada
do aplicativo ativo
Tecla do logotipo do Bloquear seu computador
Windows +L ou mudar de conta CESPE - TJ TRE MS/TRE MS/Administrativa/ Con-
tabilidade/2013 (adaptado)
Tecla do logotipo do Exibir e ocultar a área de Assunto: Windows 7
Windows +D trabalho
Tecla do logotipo do Abrir a Central de ações
Windows +A
Tecla do logotipo do Abrir pesquisa
Windows +S
Tecla do logotipo do Abrir a Cortana no modo
Windows +C de escuta
Tecla do logotipo do Abrir a Visão de tarefas
Windows +Tab
Tecla do logotipo do Adicionar uma área de Com relação ao sistema operacional Windows e à
Windows +Ctrl+D trabalho virtual figura acima, que mostra uma janela padrão do Windows,
julgue os itens que se seguem.
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01. É possível selecionar simultaneamente os dois permite que o fundo de um texto seja pintado com cor di-
ícones contidos na pasta aplicando-se um cli- ferenciada, de forma similar a um marcador de texto.
que com o botão direito no ícone ou no ícone CESPE - Sold (CBM CE)/CBM CE/2014
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema
operacional windows
pasta Inbox compartilhada entre todas as suas contas de dor do usuário utilizados pelos servidores web para gra-
correio eletrônico. var informações de navegação na Internet.
20. CESPE / TEM / Agente Administrativo / 2014 CESPE - TJ TJDFT/TJDFT/2013
Acerca de sistema operacional e do editor de texto Acerca de redes de computadores e segurança da
BrOffice Writer, julgue os itens a seguir. informação, julgue o item subsequente.
No aplicativo Writer, para alterar a cor da fonte de 29. Nas empresas, um mesmo endereço IP é, geral-
um caractere no documento em edição, o usuário pode mente, compartilhado por um conjunto de computado-
utilizar o menu Formatar e, em seguida, escolher a opção res, sendo recomendável, por segurança, que dez com-
Fonte. putadores, no máximo, tenham o mesmo endereço IP.
30. CESPE / PC-BA / Delegado de Polícia /2013
CESPE - TJ STF/STF/Administrativa/”Sem Espe- (ADAPTADA)
cialidade”/2013 Considerando aspectos gerais de informática, jul-
Considerando que, em uma rede, o computador de gue os itens subsequentes.
331
um usuário tenha sido infectado por um worm que con- O formato ODT, utilizado em plataformas de edição
segue se replicar em sistemas falhos pelas portas 137 e de textos do LibreOffice, é nativamente adotado na pla-
Noções de Informática
138, julgue o item subsequente. taforma de edição de textos do Windows.
21. Antivírus modernos e atualizados podem de-
tectar worms se sua assinatura for conhecida GABARITO
22. CESPE / IBAMA / Analista Administrativo
/2013 1 2 3 4 5
Considerando um texto em edição no Write, julgue Errado Certo Certo Errado Errado
os itens que se seguem.
Ao salvar o arquivo em edição no Write, é impor- 6 7 8 9 10
tante escolher a extensão .TMP para garantir a realiza- Errado Certo Errado Certo Errado
ção do becape automático.
23. Uma cópia do arquivo da planilha pode ser ar- 11 12 13 14 15
mazenada mediante a utilização do recurso Salvar Como Errado Certo Errado Certo Errado
ou dos recursos Copiar e Colar do Windows Explorer.
CESPE - Tec APU (TC-DF)/TC-DF/2014 16 17 18 19 20
Julgue o item seguinte, acerca de Internet, navega- Errado Errado Certo Certo Errado
dores e segurança da informação.
24. O Internet Explorer armazena um histórico de 21 22 23 24 25
endereços das páginas visitadas pelo usuário, o que faci- Certo Errado Certo Certo Certo
lita a digitação ou a localização das páginas para futuros
acessos. 26 27 28 29 30
CESPE - TJ TJDFT/TJDFT/2013 Errado Certo Certo Errado Errado
Com relação ao ambiente Windows e a aplicativos
de edição de textos e de navegação na Internet, julgue o
item seguinte.
25. Uma URL contém o nome do protocolo utilizado
para transmitir a informação ou arquivo e informações
de localização da máquina onde esteja armazenada uma
página web.
CESPE - Ag Adm (PF)/PF/2014
Julgue o item subsequente, relativo aos programas
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Vários Autores.Guia do Iniciante do LibreOffice 3.3.
Publicado em 16 de novembro de 2011. Baseado no Li-
Capítulo 07 - Conceitos básicos de utilização do sistema
332
Noções de Informática
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Direito Previdenciário 333
Direito Previdenciário
Autor:
Prof. Adriano Marcos Marcon
Curriculum:
Graduado em direito pela Universidade Esta-
dual de Maringá (UEM). Possui pós-graduação
lato sensu em Direito do Estado (Constitucio-
nal, Tributário e Administrativo) pela Universi-
dade Estadual de Londrina (UEL) e em Direito
Civil e Processual Civil pela Faculdade de Ciên-
cias Sociais Aplicadas de Cascavel (UNIVEL). É
advogado e professor de cursos preparatórios
para concurso públicos há mais de onze anos.
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SUMÁRIO
1. SEGURIDADE SOCIAL................................................................................................................................................................................................335
2. CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL...................................................................................................................................................340
3. FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL...............................................................................................................................................342
4. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL..................................................................................................................................................353
5. PRESTAÇÕES DO RGPS.............................................................................................................................................................................................359
334
Direito Previdenciário
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1. SEGURIDADE SOCIAL
Conceituação
1. O estudo da Previdência Social passa, antes, sem
sombra de dúvidas, pela abordagem da Seguridade So-
cial, da qual aquela é uma de suas políticas.
A Seguridade Social está colocada na Constituição
Federal, em seu Título VIII, no Capítulo II, compreendendo
os artigos 194 a 204.
O conceito de Seguridade Social pode ser encon-
trado no artigo 194, caput, da Constituição Federal: “A
seguridade social compreende um conjunto integrado de Devemos mencionar, ainda, que a previdência
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, social, a assistência social e a saúde são direitos sociais
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à
335
Direito Previdenciário
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Capítulo 01 - Seguridade Social
336
Direito Previdenciário
2. Dentre as inúmeras alterações promovidas na tituição Federal é “direito de todos e um dever do Estado”,
atual Seguridade Social – em especial na Previdência So- garantido mediante políticas sociais e econômicas, com
cial -, devemos mencionar ao menos aquelas da Emenda medidas, ações e serviços voltados para a redução do ris-
Constitucional n. 20, de 15 de dezembro de 1998, a qual (a) co de doenças e de outros agravos e para a promoção, a
extinguiu a aposentadoria por tempo de serviço, criando proteção e a recuperação da saúde (art. 196, da CF). Toda a
no seu lugar a aposentadoria por tempo de contribuição, população tem direito de acesso irrestrito às ações e ser-
(b) manteve a aposentadoria por tempo de contribuição viços de Saúde, independentemente de qualquer contri-
proporcional apenas como regra de transição, (c) deter- buição direta.
minou, na organização da Previdência Social, a obrigato- Nos termos do artigo 2º, da Lei n. 8.212, de 1991, as
riedade de observância de critérios para preservação do atividades de Saúde são de relevância pública e sua orga-
equilíbrio financeiro e atuarial e, (d) incluiu os aposenta- nização obedecerá aos seguintes princípios e diretrizes:
dos na gestão da Seguridade Social que era, antes, tripar- a) acesso universal e igualitário;
tite, passando a ser quadripartite. b) provimento das ações e serviços através de rede
regionalizada e hierarquizada, integrados em sistema
Organização único;
c) descentralização, com direção única em cada
1. Conforme estabelece o artigo 5º, da Lei n. 8.212, esfera de governo;
de 1991, as ações nas áreas de Saúde, Previdência Social e d) atendimento integral, com prioridade para as
Assistência Social serão organizadas em Sistema Nacio- atividades preventivas;
nal de Seguridade Social (SNSS). e) participação da comunidade na gestão, fiscali-
Apesar de as três grandes políticas de Seguridade zação e acompanhamento das ações e serviços de saúde;
Social possuírem pontos em comum, cada uma de suas f) participação da iniciativa privada na assistência
áreas será objeto de lei específica, a qual regulamentará à saúde, obedecidos os preceitos constitucionais.
sua organização e funcionamento (art. 9º, da Lei n. 8.212, Em vista dos princípios setoriais supra e do quanto
de 1991). previsto na Constituição Federal, podemos apontar como
características das políticas de Saúde a universalidade, a
2. A SAÚDE, prevista nos artigos 196 a 200, da Cons- igualdade de acesso e a gratuidade.
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Segundo dispõe o artigo 203, da Constituição Fe-
3. A PREVIDÊNCIA SOCIAL, disposta nos artigos deral são objetivos da Assistência Social:
201 e 202, da Constituição Federal é, por sua vez, um se- (a) a proteção à família, à maternidade, à infân-
guro destinado à cobertura de certos infortúnios, de si- cia, à adolescência e à velhice;
tuações sociais que prejudicam ou acabam inviabilizan- (b) o amparo às crianças e adolescentes caren-
do a capacidade de auto-sustento dos trabalhadores e de tes;
seus dependentes. (c) a promoção da integração ao mercado de tra-
A Previdência Social constitui-se como um seguro balho;
público, de natureza coletiva, de filiação obrigatória e que (d) a habilitação e reabilitação das pessoas por-
exige contribuição direta dos seus beneficiários. Dife- tadoras de deficiência e a promoção de sua integração
rentemente, então, da Saúde e da Assistência Social, para à vida comunitária;
ter direito às prestações da Previdência Social é neces- (e) a garantia de um salário mínimo de benefício
sário contribuir, pagar por elas. mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que
Nos termos do artigo 201, da Constituição Federal comprovem não possuir meios de prover à própria ma-
e artigo 1º, da Lei n. 8.212, de 1991 este seguro cobrirá os nutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme
Direito Previdenciário
(RGPS) – art. 201, da CF - e os Regimes Próprios de Pre- e cinco) anos ou mais, que comprovem não possuir meios
vidência Social (RPPS´s) – art. 40, da CF -, estes destina- de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por
dos apenas aos servidores públicos que ocupam cargo de sua família.
provimento efetivo. Nos termos do artigo 20, parágrafo 2º, da LOAS
ATENÇÃO! Originalmente, o artigo 202, da Cons- “considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
tituição Federal tratava da forma de cálculo de alguns impedimentos de longo prazo – aquele que produz efeitos
benefícios previdenciários, as aposentadorias. Com a pelo prazo mínimo de 2(dois) anos - de natureza física,
Emenda Constitucional n. 20, de 1998, o artigo foi altera- mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação
do para passar a tratar do regime de previdência privada com diversas barreiras, podem obstruir sua participação
complementar que, contudo, não se encaixa no conceito plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
de previdência social. com as demais pessoas”.
A administração do Regime Geral de Previdência A família, aqui considerada, é composta pelo re-
Social (RGPS) é feita pelo Instituto Nacional do Seguro querente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na au-
Social (INSS), uma autarquia federal, vinculada ao Minis- sência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos
tério da Previdência Social (MPS). solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tu-
O INSS está organizado segundo o disposto no De- telados, desde que vivam sob o mesmo teto (art. 20, pará-
creto n. 7.556, de 2011, o qual informa que cabe à autarquia grafo 1º, da LOAS).
“promover o reconhecimento de direito ao recebimento Considera-se incapaz de prover a manutenção
de benefícios administrados pela Previdência Social” da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda
(art. 1º). mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salá-
rio-mínimo (art. 20, parágrafo 3º, da LOAS). ATENÇÃO! A
4. A ASSISTÊNCIA SOCIAL, prevista nos artigos 203 remuneração da pessoa com deficiência, na condição de
e 204, da Constituição Federal é uma política voltada para aprendiz não será considerada para fins deste cálculo, ou
o atendimento aos necessitados, a partir da prestação de seja, não integra a renda mensal familiar.
certos benefícios e serviços visando à garantia de condi- Este benefício é administrado e concedido pelo
ções mínimas de subsistência. INSS. Apesar disso a sua natureza continua sendo a de
benefício assistencial e não previdenciário.
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Princípios constitucionais legislador ordinário.
1. No parágrafo único, do artigo 194, da Constitui- ERRADO. Segundo o STF, o princípio estampado no
ção Federal encontramos 7 (sete) princípios - ou objeti- artigo 194, parágrafo único, inciso IV, da Constituição
vos - expressos - ou explícitos - da Seguridade Social, os Federal, apenas garante a irredutibilidade nominal. A
quais orientam indistintamente a Saúde, a Previdência irredutibilidade real somente é assegura aos benefí-
Social e a Assistência Social. cios previdenciários, por força do artigo 201, parágrafo
Observemos que a Lei n. 8.212, de 1991 relaciona, 4º, da Constituição Federal.
também, aqueles, além de outros princípios/diretrizes
setoriais, específicos de cada uma das políticas da Segu- 1.5 O princípio da equidade na forma de participa-
ridade Social. ção do custeio determina que aqueles que contribuem
para a manutenção das prestações da Seguridade So-
1.1 O princípio da universalidade da cobertura e do cial deverão fazê-lo de forma equânime, conforme suas
atendimento informa que as prestações de toda a Segu- capacidades. Trata-se de estabelecer uma igualdade
Capítulo 01 - Seguridade Social
ridade Social, ou seja, da Saúde, da Previdência Social e material em matéria de custeio, onde os desiguais são
da Assistência Social, devem cobrir o maior número pos- tratados com desigualdade, na exata medida em que se
sível de riscos sociais existentes e atender a todos os que desigualam.
delas necessitem. Assim, é que, (a) o produtor, o parceiro, o meeiro e
o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como
1.2 O princípio da uniformidade e equivalência dos os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades
benefícios e serviços às populações urbanas e rurais im- em regime de economia familiar, sem empregados per-
põe que as prestações da Seguridade Social devem ter as manentes, contribuirão para a Seguridade Social me-
mesmas características e qualidades, tanto para as po- diante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da
pulações urbanas quanto para as rurais. comercialização da produção e não sobre o salário de
contribuição (art. 195, parágrafo 8º, da CF) e, (b) as contri-
1.3 O princípio da seletividade e distributividade buições devidas pelo empregador, empresa e entidade a
na prestação dos benefícios e serviços determina que na ela equiparada poderão ter alíquotas ou bases de cálculo
criação das prestações de Seguridade Social dever-se-á diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utili-
selecionar antes aqueles riscos sociais mais urgentes, zação intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou
concedendo os benefícios e serviços correspondentes, da condição estrutural do mercado de trabalho (art. 195,
primeiramente, àquelas pessoas mais necessitadas. parágrafo 9º, da CF).
338
DICA: Exercício
comentado
Direito Previdenciário
Direito Previdenciário
As “fontes” formais do Direito Previdenciário nada outra lei venha modificá-la ou revogá-la (art. 2º, da LIN-
mais são do que os instrumentos que contém as normas DB).
correspondentes, ou seja, as leis, os decretos, etc.
As principais fontes do Direito Previdenciário – e 6. Interpretação, integração e aplicação das nor-
para o que aqui nos interessa – são, a Constituição Fede- mas previdenciárias
ral, as Leis n. 8.212, de 1991, n. 8.213, de 1991 e n. 8.742, de
1993, o Decreto n. 3.048, de 1999 e a Instrução Normativa Interpretar uma norma é encontrar o seu signifi-
INSS/PRES n. 77, de 2015. cado e o seu alcance, visando à sua aplicação, ou seja, à
A competência para legislar sobre Seguridade So- regulação de uma determinada situação concreta.
cial é privativa da União (art. 22, XXIII, da CF. No entanto, é A interpretação das normas de direito previdenci-
concorrente entre os entes da Federação (União, Distrito ário deve ser aquela voltada à concretização de seus fins
Federal, Estados e Municípios) a competência para legis- sociais (art. 5º, da LINDB). Devemos lembrar que a saúde,
lar sobre previdência social (arts. 24, XII e 30, II, da CF). a previdência social e a assistência social são direitos so-
ciais fundamentais (art. 6º, da CF).
3. Autonomia A integração (complementação) ocorre somente
no caso de haver uma lacuna, uma omissão da lei. A inte-
Por possuir princípios, normas e conceitos pró- gração deve se dar por meio da aplicação da analogia, dos
prios, o Direito Previdenciário é considerado um ramo costumes e dos princípios próprios e daqueles gerais do
autônomo em relação aos demais, como o Direito do Tra- direito (art. 4º, da LINDB).
balho, o Direito Civil, o Direito Tributário. Como exemplo hipotético do uso da integração, se
Assim, a título de exemplo, o fato de o novo Códi- a legislação previdenciária não conceituasse o “idoso”,
go Civil, aprovado em 2002, ter reduzido a maioridade para o fim de concessão do benefício de prestação conti-
civil, de 21 (vinte e um), para 18 (dezoito) anos (art. 5º, do nuada assistencial (art. 20, da Lei n. 8.742, de 1993), visan-
CC), não alterou a “maioridade previdenciária”, que con- do garantir a efetividade da norma e a entrega daquele,
tinuou sendo aos 21 (vinte e um) anos, conforme vemos “emprestaríamos” do Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741, de
no artigo 16, da Lei n. 8.213, de 1991. 2003, art. 1º) aquela definição.
Ainda, o conceito de “empresa”, para fins previ-
denciários (art. 14, da Lei n. 8.213, de 1991) é distinto da-
quele que vige no direito empresarial (art. 966, do CC).
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2. CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SO- auferidos, remunerações pagas ou creditadas e demais
fatos geradores de contribuições sociais previdenciá-
CIAL rias”.
As penas aplicadas são de reclusão, de 2 (dois) a 5
1. Nesta oportunidade vamos dar uma rápida olha- (cinco) anos, e multa.
da nos crimes mais comuns cometidos em face dos inte- Aqui, também, extingue-se a punibilidade se o
resses da Seguridade Social. Todos os tipos penais aqui agente, espontaneamente, declara e confessa as contri-
mencionados estão previstos no Código Penal.
Capítulo 02 - Crimes Contra a Seguridade Social
Direito Previdenciário
outro meio fraudulento”, comete estelionato e fica sujeito e da sociedade com o propósito de garantir o atendimen-
às penas de reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. to às necessidades básicas, vedado o pagamento de qual-
O artigo mencionado ainda prevê inúmeras outras quer benefício pecuniário.
condutas equiparadas, às quais se aplicam as mesmas
penas. 8) (CESPE) A seguridade social compreende um
No parágrafo 3º, do artigo 171, do Código Penal há conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes
previsão de uma causa de aumento de pena que nos inte- públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direi-
ressa. Segundo o dispositivo “A pena aumenta-se de um tos relativos à saúde, à previdência e à assistência social,
terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade sendo que a universalidade da cobertura e do atendi-
de direito público ou de instituto de economia popular, mento, bem como a uniformidade e equivalência dos be-
assistência social ou beneficência”. nefícios e serviços às populações urbanas e rurais estão
Assim, se o crime tem como sujeito passivo o INSS, entre os objetivos em que se baseia a organização da se-
há a aplicação da causa de aumento mencionada. guridade social no Brasil.
Neste sentido, a Súmula n. 24, do Superior Tribu-
nal de Justiça (STJ): “Aplica-se ao crime de estelionato, 9) (CESPE) A meta da universalidade da cobertura
em que figure como vítima entidade autárquica da pre- e do atendimento a que se refere a CF é a de que as ações
vidência social, a qualificadora do parágrafo 3º, do art. 171 destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à
do Código Penal”. previdência e à assistência social alcancem todas as
pessoas residentes no país, sem nenhuma distinção.
1) (CESPE) Nos termos da CF, a seguridade social 11) (CESPE) A instituição de alíquotas ou bases de
compreende um conjunto integrado de ações de inicia- cálculos diferentes, em razão da atividade econômica ou
tiva dos poderes públicos e da sociedade destinadas a do porte da empresa, entre outras situações, apesar de,
assegurar, exclusivamente, os direitos relativos à previ- aparentemente, infringir o princípio tributário da isono-
dência e à assistência social. mia, de fato atende ao comando constitucional da equi-
dade na forma de participação no custeio da seguridade
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social. dade, de forma direta e indireta, nos termos da lei.
lhadores, dos empregadores e do governo nos órgãos co- forme prevê o artigo 194, parágrafo único, in-
legiados. ciso VI, da Constituição Federal.
13) (CESPE) O princípio do caráter democrático da O financiamento indireto será feito por meio de re-
administração da seguridade social preconiza que sua cursos reservados nos orçamentos da União, dos Estados,
gestão será quadripartite, com a participação da União, do Distrito Federal e dos Municípios. Conforme dispõe o
dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. parágrafo 1º, do artigo 195, da Constituição Federal, as re-
ceitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
14) (CESPE) O direito previdenciário constitui ramo destinadas à Seguridade Social constarão dos respecti-
autônomo da ciência jurídica, para fins didáticos, con- vos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
templando um número significativo de normas, concei- Nos termos do artigo 8º, da Lei n. 8.212, de 1991, as
tos e princípios próprios. propostas orçamentárias anuais ou plurianuais da Segu-
ridade Social serão elaboradas por Comissão integrada
15) (CESPE) No crime de sonegação de contribuição por 3 (três) representantes, sendo 1 (um) da área da saú-
previdenciária, o juiz poderá deixar de aplicar a pena ou de, 1 (um) da área da previdência social e 1 (um) da área de
aplicar somente a de multa se o agente for primário e de assistência social.
bons antecedentes, e desde que o agente tenha promovi- Já o financiamento direto será feito por meio de
do, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a de- contribuições sociais,
núncia, o pagamento da contribuição social previdenciá- (I) do empregador, da empresa e da entidade a ela
ria, inclusive acessórios. equiparada na forma da lei, as quais incidirão sobre (a) a
folha de salários e demais rendimentos do trabalho pa-
gos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que
GABARITO lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (b)
a receita ou o faturamento; (c) lucro;
342 1 2 3 4 5 (II) do trabalhador e dos demais segurados da pre-
Errado Certo Errado Certo Certo vidência social, não incidindo contribuição sobre apo-
sentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de
6 7 8 9 10 Previdência Social (RGPS).
Direito Previdenciário
Direito Previdenciário
c) as dos empregadores domésticos; n. 8.212, de 1991, segundo o qual, considera-se empresa “a
d) as dos trabalhadores, incidentes sobre o seu sa- firma individual ou sociedade que assume o risco de ati-
lário-de-contribuição; vidade econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou
e) as incidentes sobre a receita de concursos de não, bem como os órgãos e entidades da administração
prognósticos. pública direta, indireta e fundacional”.
O montante da contribuição social obedece, em re- Ainda, nos termos do parágrafo único, daquele ar-
gra, a fórmula: cs (contribuição social) = al (alíquota) x bc tigo, equiparam-se à empresa, para os fins desta Lei, “o
(base-de-cálculo). contribuinte individual em relação a segurado que lhe
ATENÇÃO! A Lei n. 8.212, de 1991 prevê algumas alí- presta serviço, bem como a cooperativa, a associação ou
quotas e bases-de-cálculo que já não estão mais em vi- entidade de qualquer natureza ou finalidade, a missão
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diplomática e a repartição consular de carreira estran- des de previdência privada abertas e fechadas. Assim, as
geiras”. instituições financeiras acabam fazendo aquela contri-
Veja que o conceito previdenciário de empresa in- buição com alíquota de 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco
clui pessoas jurídicas com fins lucrativos ou não, os ór- décimos por cento).
gãos e entidades da administração pública direta e indi- Já as associações desportivas que mantém equi-
reta, entes despersonalizados e até pessoas físicas. pe de futebol profissional, ao invés das alíquotas acima,
Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social
Direito Previdenciário
mento da Previdência Social - RPS).
física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco)
anos de contribuição.
4.1 Aquelas alíquotas supra podem ser reduzidas
As “condições especiais” são o resultado da expo-
ou majoradas, conforme o seu maior ou menor investi-
sição do trabalhador aos agentes nocivos, físicos, quími-
mento em medidas de prevenção de acidentes do traba-
cos ou biológicos relacionados no Anexo IV, do Decreto n.
lho, conforme prevê o artigo 10, da Lei n. 10.666, de 2003.
3.048, de 1999.
Segundo aquele dispositivo, “A alíquota de con-
Aquela contribuição adicional possui as seguintes
tribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao fi-
alíquotas e bases de cálculo (art. 57, parágrafos 6º e 7º, do
nanciamento do benefício de aposentadoria especial ou
PB):
daqueles concedidos em razão do grau de incidência de
incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambien-
tais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinquenta
por cento, ou aumentada, em até cem por cento, confor-
me dispuser o regulamento, em razão do desempenho da
empresa em relação à respectiva atividade econômica,
apurado em conformidade com os resultados obtidos a
partir dos índices de frequência, gravidade e custo, cal-
culados segundo metodologia aprovada pelo Conselho
Nacional de Previdência Social”.
Regulamentando o dispositivo, o artigo 202-A, do
Decreto n. 3.048, de 1999 cria o Fator Acidentário de Pre-
venção (FAP), consistente em um multiplicador variável,
num intervalo contínuo de cinco décimos (0,5000) a dois
inteiros (2,0000), a ser aplicado à respectiva alíquota.
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prestação de serviços, conforme a atividade exercida
CONTRI- HIPÓTESE ALÍQUOTA BASE DE
pelo cooperado permita a concessão da aposentadoria
BUIÇÃO CÁLCULO
especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco)
12% Total das anos de contribuição, respectivamente.
remunera-
ções pagas 7. A contribuição social da empresa, incidente so-
bre a receita bruta (base de cálculo), destinada ao finan-
Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social
ou credi-
tadas, no ciamento geral da Seguridade Social (COFINS) (art. 23,
decorrer inciso I, da Lei n. 8.212, de 1991), criada pela Lei Comple-
Aposenta- mentar n. 70, de 1991, possui alíquota básica de 3% (três
do mês, aos
doria Espe- por cento), no regime de tributação cumulativo ou, de
segurados
cial aos 15 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento), no regime de
emprega-
anos tributação não-cumulativo.
dos e tra-
balhadores
avulsos 8. Já a contribuição incidente sobre o lucro líquido
sujeitos às (base de cálculo), também destinada ao financiamento
condições geral da Seguridade Social (CSLL) (art. 23, inciso II, da Lei
especiais. n. 8.212, de 1991), criada pela Lei n. 7.689, de 1988, possui
alíquota básica de 9% (nove por cento).
9% Total das
remunera- Receitas das contribuições sociais do emprega-
ções pagas
ou credi- dor doméstico
tadas, no
decorrer 1. Considera-se empregador doméstico, aquela
Aposenta- pessoa ou família, que admite a seu serviço, sem finali-
Adicional do mês, aos
doria Espe- dade lucrativa, empregado doméstico (art. 15, inciso II, da
ao SAT/ segurados
cial aos 20 Lei n. 8.212, de 1991).
GILRAT emprega-
anos A Lei Complementar n. 150, de 1º de junho de 2015
dos e tra-
balhadores instituiu o regime unificado de pagamento de tributos, de
avulsos contribuições e dos demais encargos do empregador do-
346 sujeitos às méstico (Simples Doméstico), prevendo nova alíquota de
condições contribuição social, alterando o artigo 24, da Lei n. 8.212,
especiais. de 1991.
Direito Previdenciário
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Exercício prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador
ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato
comentado ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho
ou sentença normativa;
(CESPE) Rita foi contratada para trabalhar na residên- b) para o segurado empregado doméstico, a remu-
cia de Zuleica, em atividade sem fins lucrativos, me- neração registrada na Carteira de Trabalho e Previdência
diante o recebimento de um salário mínimo por mês. Social, observadas as normas a serem estabelecidas em
Receitas das contribuições sociais dos se- 2.2 Parcelas integrantes e parcelas não in-
gurados da Previdência Social tegrantes
1. Disposições Gerais Aqui trataremos de identificar aquelas parce-
las que estão abrangidas – ou não – pelo conceito supra
Já tivemos a oportunidade de estudar que, de todos mencionado e, que, portanto, integram ou não, o salário
os beneficiários da Seguridade Social (Saúde, Previdên- de contribuição.
cia Social, Assistência Social), apenas os segurados da Devemos ter em mente que, como regra, integra-
Previdência Social fazem contribuições, auxiliam no fi- rão o salário de contribuição – e, portanto, a base de cál-
nanciamento direto. culo das contribuições dos segurados – aquelas parcelas
Como estamos tratando, aqui, do financiamento recebidas como contraprestação pelo serviço prestado.
da Seguridade Social em âmbito federal, nos interessam Ficam de fora aqueles valores que possuem caráter inde-
apenas as contribuições dos segurados – obrigatórios nizatório, ressarcitório. 347
e facultativos - do Regime Geral de Previdência Social Assim, integram o salário de contribuição, (a) o to-
(RGPS). tal das diárias pagas, quando excedente a 50% (cinquen-
Direito Previdenciário
São segurados obrigatórios do RGPS, os trabalha- ta por cento) da remuneração mensal, (b) o valor da com-
dores empregado, empregado doméstico, contribuinte pensação pecuniária a ser paga no âmbito do Programa
individual, trabalhador avulso e especial (arts. 12 e 14, da de Proteção ao Emprego (PPE), (c) o valor das horas-ex-
Lei n. 8.212, de 1991). tras. Ainda, são considerados salário de contribuição, (d)
As contribuições dos segurados do RGPS, não o salário-maternidade e (e) o décimo terceiro salário.
possuem alíquotas e bases de cálculo uniformes, como
veremos. A base de cálculo das contribuições dos segu- Exercício
rados empregado, empregado doméstico, contribuinte comentado
individual, trabalhador avulso e facultativo é o salário
de contribuição. O segurado especial possui como base (CESPE) Conforme entendimento do STF, não há inci-
de cálculo de sua contribuição obrigatória a receita bruta dência de contribuição previdenciária nos benefícios
proveniente da comercialização da sua produção. do RGPS, incluído o salário-maternidade.
ATENÇÃO ao fato de que a contribuição dos segura- ERRADO. O benefício previdenciário do salário-ma-
dos do RGPS fica limitada ao valor máximo do salário de ternidade é o único a servir de base de cálculo para
contribuição fixado em lei, o qual também representa o as contribuições, ou seja, ele é considerado salário de
teto do valor dos benefícios pagos pelo RGPS. contribuição, nos termos do artigo 28, parágrafo 2º, do
Plano de Custeio.
2. Salário de contribuição
2.1 Conceito No parágrafo 9º, do artigo 28, da Lei n. 8.212, de 1991 en-
Nos termos do artigo 28, da Lei n. 8.212, de 1991, en- contraremos uma série de parcelas não integrantes do
tende-se por salário de contribuição: salário de contribuição, as quais devem ser lidas com
a) para os segurados empregado e trabalhador bastante atenção. Segundo aquele, não integram o salá-
avulso, a remuneração auferida em uma ou mais em- rio de contribuição, exclusivamente:
presas, assim entendida a totalidade dos rendimentos a) os benefícios da previdência social, nos termos e limi-
pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o tes legais, salvo o salário-maternidade;
mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja b) as ajudas de custo e o adicional mensal, recebidos
a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais pelo aeronauta nos termos da Lei n. 5.929, de 1973;
sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorren- c) a parcela “in natura” recebida de acordo com os pro-
tes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente gramas de alimentação aprovados pelo Ministério do
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Trabalho e Emprego, nos termos da Lei n. 6.321, de 1976; da agroindústria canavieira, de que trata o artigo 36, da
d) as importâncias recebidas a título de férias indeni- Lei n. 4.870, de 1965;
zadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o o) o valor das contribuições efetivamente pago pela
valor correspondente à dobra da remuneração de férias pessoa jurídica relativo a programa de previdência
de que trata o artigo 137, da Consolidação das Leis do complementar, aberto ou fechado, desde que disponível
Trabalho (CLT); à totalidade de seus empregados e dirigentes, observa-
Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social
afasta a natureza indenizatória do mesmo, o que signifi- que se destina ou o valor correspondente a uma vez
ca que, em qualquer hipótese, ele não integrará o salário e meia o valor do limite mínimo mensal do salário
de contribuição. ATENÇÃO! Se a banca não mencionar de contribuição, o que for maior;
o entendimento do STF ou do STJ, a resposta à questão t) a importância recebida a título de bolsa de aprendi-
deve seguir o que está previsto na Lei de Plano de Cus- zagem garantida ao adolescente até quatorze anos de
teio; idade, de acordo com o disposto no artigo 64, da Lei n.
g) a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusi- 8.069, de 1990;
vamente em decorrência de mudança de local de traba- u) os valores recebidos em decorrência da cessão de di-
lho do empregado, na forma do artigo 470, da CLT; reitos autorais;
h) as diárias para viagens, desde que não excedam a v) o valor da multa prevista no parágrafo 8º, do artigo
50% (cinquenta por cento) da remuneração mensal; 477, da CLT;
i) a importância recebida a título de bolsa de comple- x) o valor correspondente ao vale-cultura.
mentação educacional de estagiário, quando paga nos
termos da Lei n. 11,788, de 2008; 2.3 Limites mínimo e máximo
j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, Apreendido o conceito e identificadas as principais
quando paga ou creditada de acordo com lei específica; parcelas integrantes do salário de contribuição, precisa-
k) o abono do Programa de Integração Social (PIS) e do mos saber que nem todo o seu valor servirá como base de
Programa de Assistência ao Servidor Público (PASEP); cálculo da contribuição devida.
l) os valores correspondentes a transporte, alimenta- Existe, assim, um limite máximo, um teto (art. 28,
ção e habitação fornecidos pela empresa ao empregado parágrafo 5º, da Lei n. 8.212, de 1991), a partir do qual não
contratado para trabalhar em localidade distante da de há contribuição e que é fixado, normalmente, anualmen-
sua residência, em canteiro de obras ou local que, por te, sendo, hoje, de R$ 4.663,75, conforme determinado
força da atividade, exija deslocamento e estada, obser- pela Portaria Interministerial MPS/MF n. 13, de 9 de ja-
vadas as normas de proteção estabelecidas pelo Minis- neiro de 2015.
tério do Trabalho e Emprego; ATENÇÃO ao fato de que o teto do salário de contri-
m) a importância paga ao empregado a título de com- buição também é, em regra, o limite máximo do valor dos
plementação ao valor do auxílio-doença, desde que este benefícios pagos pelo RGPS.
direito seja extensivo à totalidade dos empregados da Já o limite mínimo, o valor de piso do salário de
empresa; contribuição (art. 28, parágrafo 3º, do PC; art. 214, pará-
n) as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador grafo 3º, do Decreto n. 3.048, de 1999):
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a) para os segurados empregado, empregado do- valor de um salário mínimo.
méstico e trabalhador avulso, corresponde ao piso sala- CERTO. Conforme prevê o artigo 20, da Lei de Plano de
rial, legal ou normativo, da categoria ou, inexistindo este, Custeio.
ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou
horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efeti- 4. Contribuições sociais dos segurados contri-
vo durante o mês.
buinte individual e facultativo
Direito Previdenciário
Também, o segurado facultativo, sem renda pró-
do, empregado doméstico e trabalhador avulso pria, que se dedique exclusivamente ao trabalho domés-
tico no âmbito de sua residência (dona-de-casa), desde
Nos termos do artigo 20, da Lei n. 8.212, de 1991, a que pertencente a família de baixa renda, optando pela
contribuição do segurado empregado, inclusive o do- exclusão do benefício de aposentadoria por tempo de
méstico, e a do trabalhador avulso é calculada mediante contribuição, sua base de cálculo para a ser o limite míni-
a aplicação da correspondente alíquota sobre o seu salá- mo mensal do salário de contribuição e a alíquota é redu-
rio de contribuição mensal, de forma não cumulativa, de zida a 5% (cinco por cento). Considera-se de baixa renda,
acordo com a seguinte tabela: para este fim, a família inscrita no Cadastro Único para
Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), cuja
renda mensal seja de até 2 (dois) salários mínimos.
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTA (%) Por fim, o contribuinte individual que prestar ser-
Até R$1.399,12 8% viço a uma ou mais empresas, poderá deduzir, da sua
contribuição mensal, quarenta e cinco por cento da con-
De R$ 1.399,13 até R$ 2.331,88 9% tribuição da empresa, efetivamente recolhida ou decla-
rada, incidente sobre a remuneração que esta lhe tenha
De R$ 2.331,89 até R$ 4.663,75 11% pago ou creditado, limitada a dedução a 9% (nove por
cento) do respectivo salário de contribuição. Ou seja, sua
Os valores dos salários de contribuição acima são contribuição terá alíquota de 11% (onze por cento), sobre a
aqueles estabelecidos pela Portaria Interministerial remuneração efetivamente recebida.
MPS/MF n. 13, de 9 de janeiro de 2015.
Exercício
comentado
(CESPE) Rita foi contratada para trabalhar na residên-
cia de Zuleica, em atividade sem fins lucrativos, me-
diante o recebimento de um salário mínimo por mês.
Nessa situação hipotética, a contribuição destinada à
seguridade social a cargo de Rita será de 8% sobre o
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Para melhor visualização:
Estabelece o artigo 25, da Lei n. 8.212, de 1991, que
SEGURADO ALÍQUOTA BASE DE CÁLCULO o segurado especial contribuirá para o financiamento da
20% Remuneração aufe- seguridade social com alíquota de 2% (dois por cento) in-
rida em uma ou mais cidente sobre a receita bruta proveniente da comerciali-
empresas ou pelo zação da sua produção.
Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social
Direito Previdenciário
espécie de tributo. g) comunicar (obrigação acessória), mensalmen-
Em matéria tributária existem duas modalidades te, aos empregados, por intermédio de documento a ser
de obrigações básicas, impostas pela legislação aos con- definido em regulamento, os valores recolhidos sobre o
tribuintes ou responsáveis, ou seja, obrigações princi- total de sua remuneração ao INSS (art. 32, inciso VI, da Lei
pais e acessórias. n. 8.212, de 1991).
Nos termos do artigo 113, do Código Tributário Na-
cional (CTN), a “obrigação principal surge com a ocorrên- 1.2 O empregador doméstico é obrigado a arreca-
cia do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo dar (obrigação acessória) e a recolher (obrigação princi-
ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com pal) a contribuição do segurado empregado a seu servi-
o crédito dela decorrente”. Já a “obrigação acessória de- ço, assim como a parcela a seu cargo, até o dia 7(sete) do
corre da legislação tributária e tem por objeto as presta- mês seguinte ao da competência (art. 30, inciso V, da Lei
ções, positivas ou negativas, nela previstas no interesse n. 8.212, de 1991).
da arrecadação ou da fiscalização dos tributos”.
Em síntese, as obrigações principais dizem respei- 1.3 Ainda, os segurados contribuinte individual e
to ao dever de recolher, pagar os tributos; as obrigações facultativo estão obrigados a recolher (obrigação princi-
acessórias impõem ao contribuinte um fazer ou não fa- pal) sua contribuição, por iniciativa própria, até o dia 15
zer, que interessa à arrecadação ou fiscalização dos tri- (quinze) do mês seguinte ao da competência. Não haven-
butos. do expediente bancário na data, o recolhimento poderá
Na Lei n. 8.212, de 1991 vamos encontrar inúme- ser efetuado até o dia útil imediatamente posterior (art.
ras obrigações, principais e acessórias, relacionadas às 30, inciso II, da Lei n. 8.212, de 1991; art. 216, inciso II, do De-
contribuições sociais ali disciplinadas. Ao tratarmos das creto n. 3.048, de 1999).
obrigações principais, abordaremos, também, o prazo Fica facultado aos segurados contribuinte indivi-
para o seu cumprimento. dual e facultativo, cujos salários de contribuição sejam
iguais ao valor de um salário mínimo, optarem pelo reco-
1.1 Assim, nos termos da legislação, a empresa é lhimento trimestral das contribuições previdenciárias,
obrigada: com vencimento no dia 15 (quinze) do mês seguinte ao de
a) a arrecadar (obrigação acessória) as contribui- cada trimestre civil, prorrogando-se o vencimento para
ções dos segurados empregados, trabalhadores avulsos o dia útil subsequente quando não houver expediente
e contribuintes individuais a seu serviço, descontando- bancário no dia quinze (art. 216, parágrafo 15, do Decreto
-as da respectiva remuneração (art. 30, inciso I, alínea n. 3.048, de 1999).
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RECEITAS DE OUTRAS FONTES
1.4 O segurado especial está obrigado ao recolhi-
mento (obrigação principal) da contribuição a seu cargo, 1. O artigo 27, da Lei n. 8.212, de 1991 relaciona uma
até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da operação série de outras fontes de receita da Seguridade Social e
de venda ou de consignação da produção. Não havendo que não podem ser confundidas com as contribuições
expediente bancário na data, o recolhimento deverá ser sociais, pois não se tratam de tributos.
efetuado até o dia útil imediatamente anterior (art. 30, in-
Capítulo 03- Financiamento da Seguridade Social
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sa situação, apesar de continuar sendo segurado obri- sequente.
gatório, ele não recolherá qualquer contribuição, pois a
Constituição Federal lhe dá imunidade. A fim de estimular investimentos destinados a
diminuir os riscos ambientais no trabalho, o Ministério
6. (CESPE) Para o empregado doméstico, conside- da Previdência e Assistência Social poderá alterar o en-
ra-se salário de contribuição a remuneração registrada quadramento de empresa que demonstre a melhoria das
na Carteira de Trabalho e Previdência Social, observadas condições do trabalho, com redução dos agravos à saú-
Direito Previdenciário
e de seus dependentes.
bre a remuneração paga ao empregado, da mesma forma
A Previdência Social se organiza em 02 (dois) regi-
que ocorre com as empresas em geral.
mes, ou seja, em duas “espécies” de seguro público: o Re-
gime Geral de Previdência Social (RGPS) – art. 201, da CF
13. (CESPE) Rita foi contratada para trabalhar na
- e os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS´s) –
residência de Zuleica, em atividade sem fins lucrativos,
art. 40, da CF -, estes destinados apenas aos servidores
mediante o recebimento de um salário mínimo por mês.
públicos que ocupam cargo de provimento efetivo.
Nessa situação hipotética, a contribuição destinada à se-
A administração do Regime Geral de Previdência
guridade social a cargo de Rita será de 8% sobre o valor de
Social (RGPS) é feita pelo Instituto Nacional do Seguro
um salário mínimo.
Social (INSS), autarquia federal, vinculada ao Ministério
da Previdência Social (MPS).
14. (CESPE) O financiamento dos benefícios decor-
Neste primeiro tópico estudaremos, basicamente,
rentes dos riscos ambientais do trabalho é feito mediante
quem são os beneficiários do RGPS, relacionados no arti-
a aplicação de percentual sobre o total da remuneração
go 11, da Lei n. 8.213, de 1991, o Plano de Benefícios (PB) e
paga, devida ou creditada ao segurado empregado da
no artigo 9º, do Decreto n. 3.048, de 1999, o Regulamento
empresa. O enquadramento no correspondente grau de
da Previdência Social (RPS)
risco é feito pelo empregador para oportuna verificação
pela fiscalização do INSS de acordo com a atividade pre-
ponderante da empresa, assim considerada a atividade BENEFÍCIÁRIOS DO RGPS
com maior número de segurados.
1. O Regime Geral de Previdência Social (RGPS)
15. (CESPE) Com o Decreto n.º 6.042/2007, a previ- possui como beneficiários, os segurados e os dependen-
dência social criou mecanismos que permitem aumentar tes (art. 10, do PB). Os segurados dividem-se, em obriga-
ou diminuir as alíquotas de contribuição previdenciária tórios e facultativos.
das empresas, conforme os percentuais de acidentes
e(ou) grau de risco a que expõem seus trabalhadores. Es-
ses instrumentos, fator acidentário de prevenção (FAP) e
nexo técnico epidemiológico previdenciário (NTEP), fize-
ram que as empresas instaladas no país redobrassem a
atenção quanto aos riscos a que seus empregados estão
expostos. A respeito do FAP e do NTEP, julgue o item sub-
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geira e a órgãos a elas subordinados, ou a membros des-
sas missões e repartições, excluídos o não brasileiro sem
residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado
pela legislação previdenciária do país da respectiva mis-
são diplomática ou repartição consular;
f) o brasileiro civil que trabalha para a União no ex-
terior, em organismos oficiais internacionais dos quais
Capítulo 04- Regime Geral de Previdência Social
sempenham sua atividade remunerada a partir de um autarquias e fundações, por tempo determinado, para
contrato de trabalho, mediante subordinação e em cará- atender a necessidade temporária de excepcional in-
ter permanente (não eventual). teresse público, nos termos do inciso IX, do artigo 37, da
São exemplos de segurados desta categoria: Constituição Federal;
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou l) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou
rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua subor- Município, incluídas suas autarquias e fundações, ocu-
dinação e mediante remuneração, inclusive como diretor pante de emprego público;
empregado; m) o escrevente e o auxiliar contratados por titular
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho de serviços notariais e de registro a partir de 21 de no-
temporário, por prazo não superior a três meses, prorro- vembro de 1994, bem como aquele que optou pelo Regime
gável, presta serviço para atender a necessidade transi- Geral de Previdência Social, em conformidade com a Lei
tória de substituição de pessoal regular e permanente ou n. 8.935, de 18 de novembro de 1994;
a acréscimo extraordinário de serviço de outras empre- n) o empregado de organismo oficial internacional
sas, na forma da legislação própria; ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quan-
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e con- do coberto por regime próprio de previdência social;
tratado no Brasil para trabalhar como empregado no ex- o) o trabalhador rural contratado por produtor ru-
terior, em sucursal ou agência de empresa constituída ral pessoa física, na forma do artigo 14A, da Lei n. 5.889,
sob as leis brasileiras e que tenha sede e administração de 8 de junho de 1973, para o exercício de atividades de
no País; natureza temporária por prazo não superior a dois meses
d) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e con- dentro do período de um ano.
tratado no Brasil para trabalhar como empregado em Perceba que praticamente todos os exemplos da-
empresa domiciliada no exterior com maioria do capital dos, apresentam aquelas características supra mencio-
votante pertencente a empresa constituída sob as leis nadas (contrato de trabalho, subordinação e permanên-
brasileiras, que tenha sede e administração no País e cujo cia). Há, contudo, segurados incluídos nesta categoria
controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titu- pela lei, mas que não possuem algumas daquelas carac-
laridade direta ou indireta de pessoas físicas domicilia- terísticas.
das e residentes no País ou de entidade de direito público Exemplo muito cobrado é o do “exercente de man-
interno; dato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que
e) aquele que presta serviço no Brasil a missão di- não vinculado a regime próprio de previdência social”.
plomática ou a repartição consular de carreira estran- Enquadram-se aqui o Presidente da República, o Gover-
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nador, o Prefeito, o deputado federal, estadual e distrital e atividade de extração mineral garimpo, em caráter per-
o vereador, os quais não mantém um contrato de traba- manente ou temporário, diretamente ou por intermédio
lho e não trabalham sob subordinação, mas, ainda assim, de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utili-
são considerados segurados empregados. zados a qualquer título, ainda que de forma não contínua;
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para
Exercícios organismo oficial internacional do qual o Brasil é mem-
bro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo
comentados
Direito Previdenciário
contrato de emprego, mediante subordinação e em cará- dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples
ter permanente (não eventual), contratados por pessoa Nacional, em valores fixos mensais.
ou família, para trabalhar em atividades sem fins lucra- Aqui, também, encontraremos hipóteses de segu-
tivos e no âmbito residencial daquelas. rados que não possuem as características supra mencio-
Assim, a cozinheira, a arrumadeira, o jardineiro, a nadas (ausência de contrato de trabalho e subordinação,
governanta, o motorista particular, dentre outros. eventualidade; trabalho com autonomia). O exemplo
ATENÇÃO! O conceito de “empregado doméstico” mais lembrado é o do “ministro de confissão religiosa e o
utilizado aqui é aquele da legislação previdenciária. A membro de instituto de vida consagrada, de congregação
definição constante do artigo 1º, da Lei Complementar n. ou de ordem religiosa”, o qual é enquadrado, ainda assim,
150, de 1º de junho de 2015 é utilizada somente no âmbito como contribuinte individual.
do direito do trabalho.
c) contribuinte Individual (art. 11, inciso V, do PB;
art. 9º, inciso V, do RPS). Exercícios
Os segurados desta categoria normalmente de-
sempenham sua atividade remunerada sem ter firmado comentados
um contrato de trabalho, com ausência de subordinação
e em caráter eventual, ou, trabalham por conta própria. (CESPE) Conforme entendimento do STJ, síndico de
Pertencem a esta categoria: condomínio que receber remuneração pelo exercício
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explo- dessa atividade será enquadrado como contribuinte
ra atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter individual do RGPS, ao passo que o síndico isento da
permanente ou temporário, em área, contínua ou des- taxa condominial, por não ser remunerado direta-
contínua, superior a quatro módulos fiscais ou, quando mente, não será considerado contribuinte do RGPS.
em área igual ou inferior a quatro módulos fiscais ou ati- ERRADO. A isenção da taxa condominial é uma forma
vidade pesqueira ou extrativista, com auxílio de empre- de remuneração e, assim, o síndico de condomínio,
gados ou por intermédio de prepostos; neste caso, também deverá se filiar obrigatoriamente
b) aquele membro do grupo familiar, que possui ao RGPS, na condição de contribuinte individual.
outra fonte de renda, fora das exceções previstas em lei e
que, assim, deixa de ser enquadrado como segurado es- d) trabalhador avulso (art. 11, inciso VI, do PB; art.
pecial; 9º, inciso VI, do RPS).
c) a pessoa física, proprietária ou não, que explora Os segurados desta categoria normalmente de-
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sempenham sua atividade remunerada sem ter firmado Assim, para continuarem a ser enquadrados nesta
um contrato de trabalho, com ausência de subordinação categoria de segurado e receberem tratamento legal “es-
e em caráter eventual, a distintos tomadores, com a in- pecial”, o grupo familiar a que faz parte o produtor rural
termediação obrigatória do Órgão Gestor de Mão de Obra e o pescador artesanal, não pode se utilizar de trabalho
(OGMO) ou do sindicato da categoria. de terceiros. Pode, no entanto, e de forma excepcional,
A esta categoria pertencem: utilizar-se de empregados contratados por prazo deter-
a) o trabalhador que exerce atividade portuária de minado ou de trabalhador eventual, à razão de, no má-
Capítulo 04- Regime Geral de Previdência Social
capatazia, estiva, conferência e conserto de carga, vigi- ximo, 120 (cento e vinte) pessoas por dia, no ano civil, em
lância de embarcação e bloco; períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo
b) o trabalhador de estiva de mercadorias de qual- equivalente em horas de trabalho, não sendo computado
quer natureza, inclusive carvão e minério; nesse prazo o período de afastamento em decorrência da
c) o trabalhador em alvarenga (embarcação para percepção de auxílio-doença.
carga e descarga de navios); Ainda, aqueles segurados não podem desenvolver
d) o amarrador de embarcação; outras atividades. Não descaracteriza a condição de se-
e) o ensacador de café, cacau, sal e similares; gurado especial, contudo:
f) o trabalhador na indústria de extração de sal; a) a outorga, por meio de contrato escrito de par-
g) o carregador de bagagem em porto; ceria, meação ou comodato, de até 50% (cinquenta por
h) o prático de barra em porto; cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a
i) o guindasteiro; 4 (quatro) módulos fiscais, desde que outorgante e outor-
j) o classificador, o movimentador e o empacotador gado continuem a exercer a respectiva atividade, indivi-
de mercadorias em portos. dualmente ou em regime de economia familiar;
e) segurado especial (art. 11, inciso VII, do PB; art. 9º, b) a exploração da atividade turística da proprie-
inciso VII, do RPS). dade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de
São segurados especiais os trabalhadores que 120 (cento e vinte) dias ao ano;
desempenham sua atividade remunerada por contra c) a participação em plano de previdência comple-
própria, que residem no imóvel rural ou em aglomerado mentar instituído por entidade classista a que seja asso-
urbano ou rural próximo a ele, que trabalhem individu- ciado em razão da condição de trabalhador rural ou de
almente ou em regime de economia familiar, na condição produtor rural em regime de economia familiar;
de: d) ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar
(i) produtor rural, seja proprietário, usufrutuá- que tem algum componente que seja beneficiário de pro-
rio, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgado, grama assistencial oficial de governo;
356 comodatário ou arrendatário rurais, que explore ativida- e) a utilização pelo próprio grupo familiar, na ex-
de agropecuária, em área de até 4 (quatro) módulos fis- ploração da atividade, de processo de beneficiamento ou
cais ou, de seringueiro ou extrativista vegetal, fazendo industrialização artesanal, na forma do parágrafo 11, do
Direito Previdenciário
dessas atividades o principal meio de vida; artigo 25, da Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991;
(ii) pescador artesanal ou a este assemelhado f) a associação em cooperativa agropecuária ou de
que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de crédito rural;
vida; g) a incidência do Imposto sobre Produtos Indus-
(iii) cônjuge ou companheiro, bem como filho trializados (IPI), sobre o produto das atividades desen-
maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equipa- volvidas nos termos do parágrafo 12, do artigo 11, da Lei
rado, do produtor e do pescador, que, comprovadamente, n. 8.213, de 1991.
trabalhem com o grupo familiar respectivo. Também, deixa de ser segurado especial àquele
que possuir outra fonte de rendimento, salvo se decor-
Nos termos do artigo 11, parágrafo 1º, do Plano de rente:
Benefícios, entende-se como regime de economia fami- a) de benefício de pensão por morte, auxílio-a-
liar a atividade em que o trabalho dos membros da famí- cidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do
lia é indispensável à própria subsistência e ao desenvol- menor benefício de prestação continuada da Previdência
vimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido Social;
em condições de mútua dependência e colaboração, sem b) de benefício previdenciário pela participação
a utilização de empregados permanentes. em plano de previdência complementar, instituído nos
Os trabalhadores enquadrados nesta categoria termos do inciso IV, do parágrafo 8º, do artigo 11, da Lei n.
são, principalmente, aqueles pequenos produtores rurais 8.213, de 1991;
e pescadores artesanais, os quais fazem das respectivas c) do exercício de atividade remunerada em pe-
atividades o seu principal - e, por vezes, o único - meio de ríodo não superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou
subsistência. Ainda, normalmente trabalham sozinhos intercalados, no ano civil, observado o disposto no pará-
ou em regime de economia familiar, sem ajuda de tercei- grafo 13, do artigo 12, da Lei n.8.212, de 1991;
ros. d) do exercício de mandato eletivo de dirigente
Por tais razões e em vista dos princípios da sele- sindical de organização da categoria de trabalhadores
tividade e distributividade na prestação dos benefícios rurais;
e serviços e, da equidade na forma de participação no e) do exercício de mandato de vereador, do Muni-
custeio (art. 194, parágrafo único, incisos III e V, da CF), cípio em que desenvolve a atividade rural ou de dirigen-
os mesmos recebem um tratamento “especial”, notada- te de cooperativa rural constituída, exclusivamente, por
mente no que diz com a sua contribuição social, que é sig- segurados especiais, observado o disposto no parágrafo
nificativamente menor que a dos demais segurados. 13, do artigo 12, da Lei n. 8.212, de 1991;
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f) de parceria ou meação outorgada na forma e salvo se filiado a regime previdenciário de país com o
condições estabelecidas acima; qual o Brasil mantenha acordo internacional;
g) da atividade artesanal desenvolvida com maté- k) o segurado recolhido à prisão, sob regime fe-
ria prima produzida pelo respectivo grupo familiar, po- chado ou semiaberto que, nesta condição, preste serviço,
dendo ser utilizada matéria prima de outra origem, desde dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empre-
que a renda mensal obtida na atividade não exceda ao sas, com ou sem intermediação da organização carcerá-
menor benefício de prestação continuada da Previdência ria ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal
Direito Previdenciário
atividade artesanal por conta própria dentro da unidade
por força das alterações promovidas pela Emenda Cons- prisional — são segurados obrigatórios do RGPS.
titucional n. 20, de 1998, a idade mínima para a filiação ao ERRADO. Como podemos ver do artigo 11, do Regu-
RGPS, como facultativo, é aos 16 (dezesseis) anos, confor- lamento da Previdência Social, ambos são considerados
me prevê o artigo 11, do Decreto n. 3.048, de 1999. segurados facultativos.
Podem filiar-se facultativamente ao RGPS:
a) a dona-de-casa; 4. Os dependentes (art. 16, do PB; arts. 16 e 17, do
b) o síndico de condomínio, quando não remune- RPS) são aquelas pessoas que dependem economica-
rado. CUIDADO ao fato de que a isenção da taxa condo- mente (total ou parcialmente) do segurado e que vão ter
minial é considerada uma forma de remuneração, o que direito às prestações do RGPS enquanto este se mantiver
obrigaria o síndico, neste caso, a filiar-se, obrigatoria- filiado.
mente, como contribuinte individual; Os dependentes são divididos em três classes, em
c) o estudante; ordem de preferência:
d) o brasileiro que acompanha cônjuge que presta a) o cônjuge, a companheira, o companheiro e o fi-
serviço no exterior; lho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21
e) aquele que deixou de ser segurado obrigatório (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência in-
da previdência social; telectual ou mental que o torne absoluta ou relativamen-
f) o membro de conselho tutelar, de que trata o ar- te incapaz, assim declarado judicialmente, pertencem à
tigo 132, da Lei n. 8.069, de 1990, quando não esteja vincu- Classe I.
lado a qualquer regime de previdência social; Sua dependência econômica em relação ao segu-
g) o bolsista e o estagiário que prestam serviços à rado é presumida.
empresa de acordo com a legislação; O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho,
h) o bolsista que se dedique em tempo integral a mediante declaração do segurado e desde que compro-
pesquisa, curso de especialização, pós-graduação,mes- vada – exclusivamente neste caso - a dependência eco-
trado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que nômica na forma estabelecida no Regulamento da Previ-
não esteja vinculado a qualquer regime de previdência dência Social;
social; Considera-se companheira ou companheiro, a
i) o presidiário que não exerce atividade remune- pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o
rada nem esteja vinculado a qualquer regime de previ- segurado ou com a segurada, de acordo com o parágrafo
dência social; 3º, do artigo 226, da Constituição Federal;
j) o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, b) os pais pertencem à Classe II.
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Sua dependência econômica em relação ao filho prego, desde que, em função deles, o menor
segurado deve ser comprovada; com dezesseis anos completos tenha econo-
mia própria;
c) o irmão não emancipado, de qualquer condição, »» da concessão de emancipação, pelos pais, ou
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha de um deles na falta do outro, mediante ins-
deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou trumento público, independentemente de ho-
relativamente incapaz, assim declarado judicialmente, mologação judicial, ou por sentença do juiz,
Capítulo 04- Regime Geral de Previdência Social
vinte e um anos de idade na condição de dependente segurado na forma da legislação vigente do país do do-
do segurado é presumida para fins de obtenção de be- micílio (art. 11, inciso I, alínea “e”, do PB).
nefício previdenciário.
ERRADO. Conforme dispõe o artigo 16, parágrafo 4º, do 6. No contexto do estudo dos beneficiários do RGPS,
Plano de Benefícios, a dependência econômica do ir- a filiação é o vínculo que se estabelece entre pessoas que
mão deve ser comprovada, não sendo presumida. contribuem para a previdência social e esta, do qual de-
correm direitos e obrigações (art. 20, do RPS). Desta for-
A existência de dependente de qualquer das clas- ma, só os segurados (obrigatórios e facultativos) é que se
ses anteriores, exclui do direito às prestações os das filiam; os dependentes, não. É com a filiação que nasce a
classes seguintes. qualidade de segurado.
Nos termos do artigo 17, do Regulamento da Previ- Mas, em que momento a filiação acontece? Segun-
dência Social, a perda da qualidade de dependente – NÃO do o parágrafo 1º, do artigo 20, do RPS, a filiação à previ-
confunda com as hipóteses de perda da qualidade de se- dência social decorre automaticamente do exercício de
gurado - ocorre: atividade remunerada para os segurados obrigatórios e
a) para o cônjuge, pela separação judicial ou di- da inscrição formalizada com o pagamento da primeira
vórcio, enquanto não lhe for assegurada a prestação de contribuição para o segurado facultativo.
alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por Observemos, ainda, que todo aquele que exercer,
sentença judicial transitada em julgado; concomitantemente, mais de uma atividade remunerada
b) para a companheira ou companheiro, pela ces- sujeita ao RGPS é obrigatoriamente filiado em relação a
sação da união estável com o segurado ou segurada, en- cada uma delas (art. 12, parágrafo 2º, do PB).
quanto não lhe for garantida a prestação de alimentos; Também o aposentado pelo RGPS que estiver
c) para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida
completarem vinte e um anos de idade, salvo se inváli- por este Regime é segurado obrigatório em relação a essa
dos, desde que a invalidez tenha ocorrido antes, atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata
»» de completarem vinte e um anos de idade; a Lei n. 8.212, de 1991, para fins de custeio da seguridade
»» do casamento; social.
»» do início do exercício de emprego público efe- Observe, por fim, que o servidor público, civil ou
tivo; militar, filiado ao seu Regime Próprio de Previdência So-
»» da constituição de estabelecimento civil ou cial (RPPS), se vier a exercer, concomitantemente, uma
comercial ou da existência de relação de em- ou mais atividades abrangidas pelo Regime Geral de Pre-
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vidência Social (RGPS), tornar-se-á segurado obrigatório
em relação a essas atividades. 10. (CESPE) O servidor, civil ou militar, amparado
A inscrição, por sua vez e em relação ao segurado, por regime próprio, que venha a exercer, concomitan-
consiste no ato pelo qual ele é cadastrado (identificado) temente, uma ou mais atividades abrangidas pelo RGPS
no RGPS, mediante comprovação dos dados pessoais e de não precisa contribuir em relação a essas atividades, pois
outros elementos necessários e úteis a sua caracteriza- elas já possuem cobertura previdenciária.
ção. Já a inscrição do dependente do segurado será pro-
movida quando do requerimento do benefício a que tiver 11. (CESPE) É presumida, por força de lei, a depen-
direito, mediante a apresentação de uma série de docu- dência econômica dos pais do segurado para fins de atri-
mentos previstos no RPS (art. 22, do RPS). buição da qualidade de dependentes.
Direito Previdenciário
que presta serviço de natureza urbana ou rural, em ca-
ráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de
emprego. GABARITO
1 2 3 4 5
5. (CESPE) A pessoa física que presta serviço no
Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de Certo Errado Errado Errado Certo
carreira estrangeira e a órgãos a elas subordinados é se- 6 7 8 9 10
gurada obrigatória da previdência social, na qualidade de
empregado. Errado Certo Certo Certo Errado
11 12 13 14 15
6. (CESPE) É segurado obrigatório da Previdência
Social, como empregado, o membro de instituto de vida Errado Certo Errado Errado Errado
consagrada.
Prisão do segurado Auxílio-reclusão qualquer pessoa, mas que o segurado vem a contrair em
virtude das condições especiais em que o trabalho é re-
Morte do segurado Pensão por morte alizado.
Ainda, no artigo 21, da Lei n. 8.213, de 1991 encon-
O dependente somente recebe os benefícios de tramos diversas situações consideradas acidente do tra-
pensão por morte e auxílio-reclusão. Os demais benefí- balho por equiparação como, por exemplo:
cios são pagos apenas aos segurados. • “o acidente ligado ao trabalho que, embora não
Os serviços são, por outro lado, prestações de na- tenha sido a causa única, haja contribuído di-
tureza não pecuniária, um “fazer” cumprido pela Previ- retamente para a morte do segurado, para re-
dência Social. São apenas dois, o serviço social e a rea- dução ou perda da sua capacidade para o tra-
bilitação profissional. Os serviços são devidos tanto aos balho, ou produzido lesão que exija atenção
segurados, quanto aos dependentes. médica para a sua recuperação”;
• “o acidente sofrido pelo segurado no local e
ATENÇÃO! O aposentado pelo Regime Geral de no horário do trabalho, em consequência de:
Previdência Social (RGPS), que permanecer em ativida- (...) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo
de sujeita a este Regime, ou a ele retornar, apesar de ser praticado por terceiro ou companheiro de tra-
obrigado a contribuir, não fará jus a prestação alguma da balho”;
Previdência Social, em decorrência do exercício dessa • “o acidente sofrido pelo segurado ainda que
atividade, exceto ao salário-família, salário-maternida- fora do local e horário de trabalho: (...) no per-
de e à reabilitação profissional, quando empregado. curso da residência para o local de trabalho ou
deste para aquela, qualquer que seja o meio de
locomoção, inclusive veículo de propriedade
Disposições gerais acerca dos benefícios do segurado”. Este é o conhecido “acidente de
/Condições gerais trajeto” ou “de percurso”.
No entanto, não são consideradas doenças do tra-
1. Cada prestação possui uma série de condições, balho, (a) a doença degenerativa, (b) a inerente a grupo
gerais e específicas, que devem ser observadas para a etário, (c) a que não produza incapacidade laborativa e,
sua concessão. Vejamos, agora, as primeiras, as condi- (d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante
ções gerais, ou seja, o risco social, a qualidade de segu- de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação
rado, o cumprimento da carência e a não acumulação de de que é resultante de exposição ou contato direto deter-
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minado pela natureza do trabalho. d) por até 12 (doze) meses após o livramento, para o
Nos termos do artigo 22, da Lei n. 8.213, de 1991 a segurado detido ou recluso;
empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar e) por até 12 (doze) meses após a cessação das con-
o acidente do trabalho à Previdência Social até o primei- tribuições para aquele que se desvincular de Regime
ro dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, Próprio de Previdência Social.
de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa Este prazo será prorrogado para até 24 (vinte e
variável entre o limite mínimo e o limite máximo do sa- quatro) meses se a pessoa já tiver pago mais de 120 (cen-
lário de contribuição, sucessivamente aumentada nas to e vinte) contribuições mensais sem interrupção que
reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência So- acarrete a perda da qualidade de segurado;
cial. f) por até 06 (seis) meses após a cessação das con-
Na falta de comunicação do acidente pela empresa tribuições para o segurado Facultativo;
ou pelo empregador doméstico, poderão formalizá-la o g) por até 03 (três) meses após o licenciamento,
próprio acidentado, seus dependentes, a entidade sindi- para o segurado incorporado às Forças Armadas para
cal competente, o médico que o assistiu ou qualquer au- prestar serviço militar.
Direito Previdenciário
pagamento da primeira contribuição, para os segurados oitenta e quatro contribuições mensais ao RGPS, per-
facultativos. maneceu sem contribuir durante sete meses e, em
Assim, normalmente, o segurado mantém o direito seguida, voltou a realizar as contribuições por um pe-
à cobertura previdenciária enquanto estiver no exercí- ríodo de quarenta e oito meses, após o qual as contri-
cio de atividade remunerada ou contribuindo para a pre- buições cessaram novamente. Nessa situação hipo-
vidência. tética, o período de graça a que Marcelo tem direito se
estenderá por, pelo menos, vinte e quatro meses após
3.2 Contudo, mesmo não havendo exercício de ati- a última cessação das contribuições, uma vez que ele
vidade remunerada ou o recolhimento de contribuição, a pagou mais de cento e vinte contribuições mensais ao
qualidade de segurado se mantém de forma extraordi- RGPS, ainda que não consecutivamente.
nária: CERTO. Conforme encontramos no artigo 15, parágra-
a) sem limite de prazo, para aquele que está em fo 1º, do Plano de Benefícios.
gozo de qualquer benefício previdenciário;
b) por até 12 (doze) meses após a cessação de be- 3.3 A perda da qualidade de segurado ocorrerá,
nefício por incapacidade ou após a cessação das contri- conforme prevê o artigo 14, do Decreto n. 3.048, de 1999:
buições, para o segurado que deixar de exercer atividade “no dia seguinte ao do vencimento da contribuição
remunerada abrangida pela previdência social ou estiver do contribuinte individual relativa ao mês imediatamente
suspenso ou licenciado sem remuneração. posterior ao término daqueles prazos”
Este prazo será prorrogado para até 24 (vinte e Ainda, dita o artigo 102 da Lei 8.213, de 1991 que “a
quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 perda da qualidade de segurado importa em caducidade
(cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção dos direitos inerentes a essa qualidade”
que acarrete a perda da qualidade de segurado. No entanto, em algumas poucas situações previs-
Os dois prazos supra - de 12 ou de 24 meses – serão tas na lei, a perda da qualidade de segurado não vai im-
ainda acrescidos de mais 12 (doze) meses para o segura- plicar no desaparecimento de todos os direitos inerentes
do desempregado, desde que comprovada essa situação a essa condição.
pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho Assim,
e Emprego (MTE); a) as contribuições anteriores à perda da qualidade
c) por até 12 (doze) meses após cessar a segrega- de segurado poderão ser computadas para efeito de ca-
ção, para o segurado acometido de doença de segregação rência depois que o segurado contar, a partir da nova fi-
compulsória; liação ao RGPS com, no mínimo 1/3 (um terço) do número
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de contribuições exigidas para o cumprimento da carên- Nos termos do artigo 25, da Lei n. 8.213, de 1991, a
cia definida para o benefício previdenciário a ser requeri- “concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral
do (art. 24, parágrafo único, da Lei n. 8.213, de 1991); de Previdência Social depende dos seguintes períodos de
carência”:
Exercício a) auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12
(doze) contribuições mensais;
comentado b) aposentadoria por idade, aposentadoria por
tempo de contribuição e aposentadoria especial: 180
(CESPE) Ricardo, segurado facultativo do RGPS, havia (cento e oitenta) contribuições mensais;
recolhido dez contribuições mensais quando, devido c) salário-maternidade para os segurados con-
a problemas financeiros, teve de deixar de recolher tribuinte individual e facultativo: 10 (dez) contribuições
novas contribuições durante nove meses. Após se mensais. Em caso de parto antecipado, o período de ca-
restabelecer financeiramente, Ricardo voltou a con- rência será reduzido em número de contribuições equi-
tribuir, mas, após quatro meses de contribuição, ele valente ao número de meses em que o parto foi anteci-
Capítulo 05- Prestações do RGPS
último caso o segurado conte com, no mínimo, o tempo c) do salário-maternidade para os segurados em-
de contribuição correspondente ao exigido para efeito de pregado, trabalhador avulso e empregado doméstico;
carência na data do requerimento do benefício (art. 3º, da d) do serviço social e da reabilitação profissional.
Lei n. 10.666, de 2003); O período de carência tem início, ou seja, começa a
c) a perda da qualidade de segurado “não prejudi- ser contado (art. 27, do PB):
ca o direito à aposentadoria para cuja concessão tenham a) para os segurados empregado, empregado do-
sido preenchidos todos os requisitos, segundo a legisla- méstico e trabalhador avulso, a partir do início de ativi-
ção em vigor à época em que estes requisitos foram aten- dade remunerada, ou seja, da filiação ao RGPS;
didos” (art. 102, parágrafo 1º, da Lei n. 8.213, de 1991). b) para os segurados contribuinte individual, es-
pecial e facultativo, a partir da data do efetivo recolhi-
3.4 O restabelecimento da qualidade de segurado mento da primeira contribuição sem atraso, não sendo
ocorre quando o segurado obrigatório retoma o exercício consideradas para este fim, as contribuições recolhidas
de uma atividade remunerada ou volta a contribuir, no com atraso referentes a competências anteriores.
caso do segurado facultativo.
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o cálculo do tempo de contribuição na concessão de siderado para o cálculo do salário de benefício.
aposentadoria por invalidez, conforme entendimento Ainda, não será considerado, para o cálculo do sa-
do STF. lário de benefício, o aumento dos salários de contribuição
CERTO. Normalmente, conta-se como tempo de con- que exceder o limite legal, inclusive o voluntariamente
tribuição e para efeito de carência, aqueles meses em concedido nos 36 (trinta e seis) meses imediatamente an-
que o segurado exerceu atividade remunerada e, con- teriores ao início do benefício, salvo se homologado pela
sequentemente, contribuiu para a Previdência Social. Justiça do Trabalho, resultante de promoção regulada
No entanto e conforme o artigo 55, inciso II, do Plano por normas gerais da empresa, admitida pela legislação
de Benefícios, conta-se como tempo de contribuição, do trabalho, de sentença normativa ou de reajustamento
o período em que o segurado esteve em gozo de auxí- salarial obtido pela categoria respectiva.
lio-doença ou aposentadoria por invalidez, desde que Também, é importante mencionar que, se no pe-
o mesmo esteja situado (intercalado) entre dois perío- ríodo básico de cálculo, o segurado tiver recebido bene-
dos de efetivo exercício de atividade remunerada fícios por incapacidade, sua duração será contada, con-
siderando-se como salário de contribuição, no período,
Direito Previdenciário
(CESPE) O fator previdenciário só incidirá na apo-
Exercício sentadoria por idade quando a sua aplicação for mais
comentado vantajosa ao segurado.
CERTO. É o que se pode concluir a partir da leitura do
É vedada a cumulação da pensão por morte de tra- artigo 7º, da Lei n. 9.876, de 1999 e do artigo 181-A, do
balhador rural com o benefício da aposentadoria por Regulamento da Previdência Social.
invalidez, uma vez que ambos os casos apresentam
pressupostos fáticos e fatos geradores análogos. 2.1 O fator previdenciário consiste em um índice
ERRADO. A legislação não veda a cumulação de pen- que será usado para descobrir o salário de benefício da
são por morte com a aposentadoria por invalidez. aposentadoria por tempo de contribuição e da aposenta-
doria por idade.
/Salário de benefício Na sua apuração levam-se em consideração os fa-
tores idade, expectativa de sobrevida e o tempo de con-
1. Conforme dispõe o artigo 31, do Decreto n. 3.048, tribuição do segurado ao se aposentar (art. 29, parágrafo
de 1999, o salário de benefício é o valor básico utilizado 7º, do PB).
para cálculo da renda mensal de alguns dos benefícios de Para efeito de cálculo do fator previdenciário, ao
prestação continuada da Previdência Social, inclusive os tempo de contribuição do segurado devem ser adiciona-
regidos por normas especiais. dos, ainda (a) 5 (cinco) anos, quando se tratar de mulher
O salário de benefício é, assim, a base de cálculo ou, (b) 5 (cinco) ou 10 (dez) anos, quando se tratar, respec-
utilizada para se apurar o valor dos benefícios previden- tivamente, de professor ou professora, que comprovem
ciários, à exceção do salário-família, do salário-mater- exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções
nidade, do auxílio-reclusão e da pensão por morte. de magistério na educação infantil, no ensino funda-
Conforme prevê o parágrafo 3º, do artigo 29, do Pla- mental e médio (art. 29, parágrafo 9º, do PB).
no de Benefícios, serão considerados para cálculo do sa- O artigo 29-C, da Lei n. 8.213, de 1991 prevê, no en-
lário de benefício, os ganhos habituais do segurado em- tanto, que o segurado que preencher o requisito para a
pregado, a qualquer título, sob a forma de moeda corrente aposentadoria por tempo de contribuição poderá optar
ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contribui- pela não incidência do fator previdenciário, no cálculo
ções previdenciárias, exceto o décimo terceiro salário de sua aposentadoria, quando o total resultante da soma
(gratificação natalina). Ou seja, há contribuição incidente de sua idade e de seu tempo de contribuição, incluídas as
sobre o décimo terceiro salário, mas o mesmo não é con- frações, na data de requerimento da aposentadoria, for:
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a) igual ou superior a 95 (noventa e cinco) pontos,
se homem, observando o tempo mínimo de contribuição /Renda mensal do benefício
de 35 (trinta e cinco) anos;
b) igual ou superior a 85 (oitenta e cinco) pontos, se 1. A renda mensal do benefício é o valor que será
mulher, observado o tempo mínimo de contribuição de efetivamente pago ao segurado e ao dependente.
30 (trinta) anos. Os benefícios previdenciários que possuem como
Observe que, as somas de idade e de tempo de con- base de cálculo o salário de benefício têm a incidência
tribuição acima serão majoradas em um ponto nas se- de um determinado percentual sobre este, para apurar o
guintes datas: 31 de dezembro de 2018; 31 de dezembro de valor da renda mensal (art. 39, do RPS). Assim,
2020; 31 de dezembro de 2022; 31 de dezembro de 2024; 31 • a renda mensal do auxílio-doença é equiva-
de dezembro de 2026. lente a 91% (noventa e um por cento) do salário
Assim, por exemplo, a partir de 31 de dezembro de de benefício anteriormente apurado;
2018, o segurado homem poderá optar pela não incidên- • a renda mensal do auxílio-acidente é equiva-
cia do fator previdenciário no cálculo de sua aposenta-
Capítulo 05- Prestações do RGPS
Direito Previdenciário
ação judicial que tenha por objeto idêntico pedido sobre anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação,
o qual versa o processo administrativo importa renúncia mutilação, deficiência, ou outro fator que lhe confira es-
ao direito de recorrer na esfera administrativa e desis- pecificidade e gravidade que mereçam tratamento par-
tência do recurso interposto. ticularizado.
O auxílio-doença, inclusive o decorrente de aci-
2. O Decreto n. 3.048, de 1999, nos artigos 305 a 310 dente do trabalho, consistirá numa renda mensal cor-
promove a disciplina dos recursos. Repetindo o disposto respondente a 91% (noventa e um por cento) do salário de
na Lei n. 8.213, de 1991, o artigo 305, do Decreto informa benefício.
que das decisões do INSS, nos processos de interesse dos ATENÇÃO! Por força das alterações produzidas
beneficiários, caberá recurso para o CRPS. pela Lei n. 13.135, de 2015, para benefícios com data de
afastamento do trabalho a partir de 1º de março de 2015, a
2.1 O Conselho de Recursos da Previdência Social renda mensal inicial não poderá exceder a média aritmé-
(CRPS), integrante da estrutura do Ministério da Previ- tica simples dos últimos 12 (doze) salários de contribui-
dência Social (MPS) é órgão colegiado de controle juris- ção, inclusive em caso de remuneração variável, ou, se
dicional das decisões do Instituto Nacional do Seguro So- não alcançado o número de 12 (doze), a média aritmética
cial (INSS), nos processos de interesse dos beneficiários simples dos salários de contribuição existentes.
e das empresas, nos casos previstos na legislação (art. 1º, O benefício é devido (tem início):
da Portaria MPS n. 548, de 2011). a) ao segurado empregado, a partir do 16º (décimo
A estrutura do CRPS compreende, basicamente, o sexto) dia do efetivo afastamento da atividade, se reque-
Conselho Pleno, quatro Câmaras de Julgamento e vinte e rido até 30 (trinta) dias daquele. A partir da data do re-
nove Juntas de Recurso. querimento, se o mesmo for formulado mais de 30 (trinta)
dias após a data do afastamento. Durante os primeiros 15
2.2 Em face de decisão proferida pelo INSS cabe, (quinze) dias consecutivos ao do afastamento da ativida-
inicialmente e no prazo de 30 (trinta) dias, a interposição de, por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao
do recurso ordinário, dirigido às Juntas de Recursos (JR). segurado empregado o seu salário integral;
Interposto o recurso, o INSS pode reformar sua de- b) aos demais segurados, a partir da data do início
cisão, deixando, no caso de reforma favorável ao interes- da incapacidade, se requerido até 30 (trinta) dias após
sado, de encaminhar o recurso à instância competente. aquela. A partir da data do requerimento, se o mesmo for
Das decisões proferidas no julgamento do recur- feito após 30 (trinta) dias do início da incapacidade.
so ordinário caberá, também no prazo de 30 (trinta) dias, O segurado empregado, inclusive o doméstico, em
recurso especial dirigido às Câmaras de Julgamento (CJ), gozo de auxílio doença será considerado pela empresa e
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pelo empregador doméstico como licenciado. A empresa
que garantir ao segurado licença remunerada ficará obri-
AUXÍLIO-DOENÇA
gada a pagar-lhe durante o período de auxílio-doença a A carência do benefício 12 contribuições mensais.
eventual diferença entre o valor deste e a importância é de...
garantida pela licença (art. 63, do PB). A renda mensal do 91% do salário de benefício.
Conforme estabelece o artigo 77, do Regulamento benefício é de...
da Previdência Social, o segurado em gozo de auxílio-
-doença está obrigado, independentemente de sua ida-
de e sob pena de suspensão do benefício, a submeter-se
Aposentadoria por invalidez
a exame médico a cargo da previdência social, processo
1. A aposentadoria por invalidez (arts. 42 a 47, do PB;
de reabilitação profissional por ela prescrito e custeado e
arts. 43 a 50, do RPS) é benefício que cobre o risco social
tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgi-
incapacidade que, neste caso, deve ser total e permanen-
co e a transfusão de sangue, que são facultativos.
te. O benefício será concedido ao segurado acometido
O benefício cessa, primeiramente, com a recupe-
Capítulo 05- Prestações do RGPS
Direito Previdenciário
rior ao salário mínimo.
O benefício é devido (início) a contar do dia seguin-
(CESPE) Os beneficiários de aposentadoria por invali- te ao da cessação do auxílio-doença e até (término) a
dez do Regime Geral de Previdência Social devem se véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data
submeter a perícia médica anualmente, qualquer que do óbito do segurado.
seja a sua idade. No caso de reabertura do auxílio-doença por aci-
ERRADO. Nos termos do artigo 46, parágrafo único, do dente de qualquer natureza, o qual tenha dado origem a
Regulamento da Previdência Social, os exames mé- auxílio-acidente, este será suspenso até a cessação do
dico-periciais a que está obrigado o aposentado por auxílio-doença reaberto, quando, então, será reativado.
O benefício é pago independentemente de qual-
invalidez, realizam-se bienalmente. quer remuneração ou rendimento auferido pelo aciden-
APOSENTADORIA POR INVALIDEZ tado, vedada, no entanto, sua acumulação com qualquer
aposentadoria. O valor mensal do auxílio-acidente inte-
Cobre o risco social... incapacidade para o grará o salário de contribuição para fins de cálculo do sa-
exercício de qualquer lário de benefício de qualquer aposentadoria.
atividade que garanta a
subsistência do segurado.
Têm direito ao benefício... todos os segurados, AUXÍLIO-ACIDENTE
obrigatórios e facultativo. Cobre o risco social... incapacidade parcial,
A carência do benefício é 12 contribuições mensais. decorrente de
de... acidente de qualquer
natureza que, após
A renda mensal do 100% do salário de a consolidação das
benefício é de... benefício. lesões, deixar sequelas
definitivas.
Auxílio-acidente Têm direito ao benefício... »» empregado
»» e m p r e g a d o
1. O auxílio-acidente (art. 86, do PB; art. 104, do RPS)
d o m é s t i c o
também é benefício que cobre o risco social incapacidade
trabalhador avulso
parcial, mas permanente.
»» especial
O auxílio-acidente será concedido como indeniza-
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odo não superior a 15 (quinze) meses.
AUXÍLIO-ACIDENTE Veja que a percepção do salário-maternidade está
A carência do benefício é não é exigida. condicionada ao efetivo afastamento do segurado do
de... trabalho ou da atividade desempenhada, sob pena de
A renda mensal do 50% do salário de suspensão do benefício.
benefício é de... benefício que deu Por fim, observemos que o salário-maternidade
origem ao auxílio- não pode ser acumulado com benefício por incapacida-
doença que o de, como o auxílio-doença, por exemplo. Quando ocorrer
antecedeu. incapacidade em concomitância com o período de paga-
mento do salário-maternidade, o benefício por incapa-
cidade, conforme o caso, deverá ser suspenso enquanto
perdurar o referido pagamento, ou terá sua data de início
Salário-maternidade adiada para o primeiro dia seguinte ao término do perío-
do do salário-maternidade.
Capítulo 05- Prestações do RGPS
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Salário-família SALÁRIO-FAMÍLIA
1. O salário-família (arts. 65 a 70, do PB; arts. 81 a 92, Têm direito ao benefício... »» empregado
do RPS), também é benefício que se destina a cobrir o ris- »» e m p r e g a d o
co social encargos de família. doméstico
Neste caso, a sua concessão fica condicionada à »» trabalhador avulso
existência de filhos ou equiparados de até 14 (quatorze) A carência do benefício é não é exigida.
anos de idade ou inválidos, de qualquer idade. de...
Somente tem direito ao benefício os segurados
empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso A renda mensal do será de R$ 37,18, por filho
de baixa renda, ou seja, aqueles cuja remuneração men- benefício é de... ou equiparado, para o se-
sal seja igual ou inferior a R$ 1.089, 72. gurado com remuneração
Este é um dos poucos benefícios que o segurado já mensal de até R$ 725,02.
aposentado pelo RGPS tem direito. Assim, o aposentado
Direito Previdenciário
lido. manente, restando revogados os artigos 52 e 53, da Lei n.
Para continuar recebendo o benefício, os segura- 8.213, de 1991.
dos devem apresentar, anualmente, o atestado de vaci- A aposentadoria por tempo de contribuição tem
nação obrigatória e, semestralmente, a comprovação de como requisito específico o implemento de 35 (trinta e
frequência do filho ou equiparado à escola. O empregado cinco) anos de contribuição para o homem e 30 (trinta)
doméstico, contudo, deve apresentar apenas a certidão anos de contribuição para a mulher.
de nascimento. ATENÇÃO para aqueles períodos considerados no
O benefício cessa, tempo de contribuição, para efeito de concessão do be-
• com o desemprego do segurado; nefício, previstos no artigo 55, da Lei n. 8.213, de 1991.
• quando o filho ou o equiparado completam 14 a) o tempo intercalado em que esteve em gozo de
anos de idade, salvo se inválidos, a contar do auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez;
mês seguinte ao da data do aniversário; b) o tempo de contribuição efetuada como segura-
• com a morte do filho ou equiparado, a contar do do facultativo;
mês seguinte ao do óbito; c) o tempo de serviço referente ao exercício de
• pela recuperação da capacidade do filho ou mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde
equiparado inválido, a contar do mês seguinte que não tenha sido contado para efeito de aposentadoria
ao da cessação da incapacidade. por outro regime de previdência social;
A cota do salário família não será incorporada, d) o tempo de contribuição efetuado por segurado
para qualquer efeito, ao salário do trabalhador ou a outro depois de ter deixado de exercer atividade remunerada
benefício previdenciário. que o enquadrava como segurado obrigatório do RGPS;
SALÁRIO-FAMÍLIA e) o tempo de contribuição efetuado com base nos
artigos 8º e 9º, da Lei n. 8.162, de 1991, pelo segurado em-
Cobre o risco social... encargos de família, pregado que ocupava cargo em comissão, sendo tais con-
decorrente da existência tribuições computadas para efeito de carência.
de filhos ou equiparados Ainda, o tempo de serviço do segurado trabalha-
de até 14 anos de idade dor rural, anterior à data de início de vigência da Lei n.
ou inválidos, de qualquer 8.213, de 1991, será computado independentemente do
idade. recolhimento das contribuições a ele correspondentes,
exceto para efeito de carência, conforme dispuser o Re-
gulamento da Previdência Social (RPS).
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A comprovação do tempo de contribuição, inclu- ajustados e os respectivos períodos serão somados após
sive mediante justificação administrativa ou judicial, conversão, conforme as tabelas abaixo, considerando o
só produzirá efeito quando baseada em início de prova grau de deficiência preponderante:
material, não sendo admitida prova exclusivamente tes-
temunhal, salvo na ocorrência de motivo de força maior MULHER
ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento da TEMPO A MULTIPLICADORES
Previdência Social (RPS). CONVER-
TER
Para 20 Para 24 Para 28 Para 30
Por força da Constituição Federal (art. 201, pará-
grafo 8º, da CF), a lei dá tratamento favorecido aos pro- De 20 1,00 1,20 1,40 1,50
fessores e às pessoas com deficiência (PcD´s).
Assim, a aposentadoria por tempo de contri- anos
buição do professor que comprove, exclusivamente, De 24 0,83 1,00 1,17 1,25
tempo de efetivo exercício em função de magistério na anos
Capítulo 05- Prestações do RGPS
aposentadoria voluntária.
ERRADO. Nos termos do artigo 201, parágrafo 8º, da De 35 0,71 0,83 0,94 1,00
Constituição Federal, somente o professor que com- anos
prove exclusivamente tempo de efetivo exercício das
funções de magistério, na educação infantil e no ensi- O grau de deficiência preponderante será aquele
no fundamental e médio é que tem direito à redução, em que o segurado cumpriu maior tempo de contribui-
em 5 (cinco) anos, do tempo de contribuição – não há ção, antes da conversão, e servirá como parâmetro para
redução “da idade” -, para a aposentadoria voluntária definir o tempo mínimo necessário para a aposentadoria
por tempo de contribuição. por tempo de contribuição da PcD e para a conversão.
Quando o segurado contribuiu alternadamente na
A aposentadoria por tempo de contribuição da pes- condição de pessoa sem deficiência e com deficiência, os
soa com deficiência (PcD), cumprida a carência, é devida: respectivos períodos poderão ser somados, após aplica-
a) aos 25 anos de tempo de contribuição na condi- ção da conversão supra mencionada.
ção de pessoa com deficiência, se homem, e 20 anos, se Conforme estabelece o Regulamento da Previdên-
mulher, no caso de segurado com deficiência grave; cia Social (RPS), fica facultado ao segurado com defici-
b) aos 29 anos de tempo de contribuição na condi- ência optar pela percepção de qualquer outra espécie de
ção de pessoa com deficiência, se homem, e 24 anos, se aposentadoria do RGPS que lhe seja mais vantajosa. Ain-
mulher, no caso de segurado com deficiência moderada; da, a critério do INSS, o segurado com deficiência deve-
c) aos 33 anos de tempo de contribuição na condi- rá, a qualquer tempo, submeter-se a perícia própria para
ção de pessoa com deficiência, se homem, e 28 anos, se avaliação ou reavaliação do grau de deficiência.
mulher, no caso de segurado com deficiência leve. Têm direito ao benefício os segurados empregado,
Considera-se pessoa com deficiência (PcD) aquela empregado doméstico, trabalhador avulso, contribuinte
que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, individual e facultativo. O segurado especial passa a ter
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação direito ao benefício se fizer, além da contribuição obriga-
com diversas barreiras, podem obstruir sua participação tória, também aquela facultativa mencionada no artigo
plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições 25, parágrafo 1º, da Lei n. 8.212, de 1991.
com as demais pessoas (arts. 70-D, parágrafo 3º, do RPS). O benefício exige, a título de carência, a comprova-
Para o segurado que, após a filiação ao RGPS, tor- ção de 180 (cento e oitenta) contribuições mensais.
nar-se PcD ou tiver seu grau deficiência alterado, os pa- A renda mensal do benefício é de 100% do salário-
râmetros mencionados acima serão proporcionalmente -de-benefício.
O benefício é devido (tem início) (a) ao empregado
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e ao empregado doméstico, a partir da data do desliga- co) anos exposto a condições especiais que prejudiquem
mento do emprego ou da data do requerimento, se não a saúde ou a integridade física.
houver desligamento ou se o mesmo somente for feito As “condições especiais” são o resultado da expo-
após 90 dias deste. Aos (b) demais segurados o benefício sição permanente – não eventual, nem intermitente -, do
é devido a partir da data do requerimento. segurado, aos agentes nocivos – químicos, físicos ou bio-
O benefício cessa com a morte do segurado. lógicos – mencionados no Anexo IV, do Decreto n. 3.048,
de 1999.
APOSENTADORIA POR TEMPO DE Considera-se tempo de trabalho permanente
CONTRIBUIÇÃO aquele que é exercido de forma não ocasional nem inter-
Cobre o risco social... de 35 anos para o homem mitente, no qual a exposição do empregado, do trabalha-
e, de 30 anos para a dor avulso ou do cooperado, ao agente nocivo, seja indis-
mulher. sociável da produção do bem ou da prestação do serviço.
Para o segurado que houver exercido duas ou mais
atividades sujeitas a condições especiais prejudiciais à
Direito Previdenciário
deficiência leve.
ATENÇÃO! Apesar de as hipóteses que viabilizam
Têm direito ao benefício... »» empregado a concessão da verba trabalhista adicional de insalu-
»» e m p r e g a d o bridade, previstas na Norma Regulamentadora n. 15, do
doméstico Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), terem certa se-
»» trabalhador avulso melhança com aquelas que vão permitir a aposentado-
»» cotribuinte ria especial (conforme o Anexo IV, do RPS), elas não são
individual iguais. Assim, o recebimento do adicional de insalubri-
»» facultativo dade pelo trabalhador não implica, necessariamente, no
direito à aposentadoria especial.
O segurado especial Apenas tem direito ao benefício os segurados em-
passa a ter direito pregado, trabalhador avulso e contribuinte individual -
ao benefício se fizer, que presta serviços por meio de cooperativa de trabalho
além da contribuição ou de produção -, expostos àqueles agentes nocivos.
obrigatória, também O benefício exige, a título de carência, a comprova-
aquela facultativa ção de 180 (cento e oitenta) contribuições mensais.
mencionada na Lei de A renda mensal do benefício é de 100% do salário
Plano de Custeio. de benefício.
A carência do benefício é 180 contribuições O benefício é devido (a) ao empregado, a partir da
de... mensais. data do desligamento do emprego ou da data do reque-
rimento, se não houver desligamento ou se o mesmo so-
A renda mensal do 100% do salário de mente for feito após 90 dias deste. Aos (b) demais segura-
benefício é de... benefício. dos o benefício é devido a partir da data do requerimento.
Atente ao fato de que o tempo de trabalho exerci-
Aposentadoria especial do sob condições especiais, que sejam ou venham a ser
consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade físi-
1. A aposentadoria especial, prevista nos artigos ca será somado, após a respectiva conversão, ao tempo
57 e 58, da Lei n. 8.213, de 1991, regulamentada nos arti- de trabalho exercido em atividade comum, para efeito
gos 64 a 70, do RPS, também cobre o risco social tempo de de concessão de qualquer benefício, de acordo com a se-
contribuição. Para ter direito ao benefício é necessário o guinte tabela:
trabalho durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cin-
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De 25 0,60 0,80 1,00 1,16 1,32
TEMPO A MULTIPLICADORES anos
CONVER-
TER
MULHER (Para HOMEM (Para 35) De 29 0,52 0,69 0,86 1,00 1,14
30) anos
De 15 2,00 2,33 De 33 0,45 0,61 0,76 0,88 1,00
anos anos
De 20 1,50 1,75
O segurado aposentado que retornar ou continuar
anos no exercício de atividade ou operação que o sujeite aos
De 25 1,20 1,40 agentes nocivos constantes do Anexo IV, do Decreto n.
3.048, de 1999, terá a aposentadoria cancelada.
anos
Capítulo 05- Prestações do RGPS
VER-
Para Para Para Para Para
TER 15 20 24 25 28 APOSENTADORIA ESPECIAL
Cobre o risco social... tempo de contribuição
De 15 1,00 1,33 1,60 1,67 1,87
(15, 20 ou 25 anos) com
anos exposição a condições
De 20 0,75 1,00 1,20 1,25 1,40 especiais que prejudicam
a saúde ou a integridade
anos física.
De 24 0,63 0,83 1,00 1,04 1,17 Têm direito ao benefício... »» empregado
anos »» trabalhador avulso
»» contribuinte
De 25 0,60 0,80 0,96 1,00 1,12
individual, que
anos presta serviço
De 28 0,54 0,71 0,86 0,89 1,00 por meio de
cooperativas de
anos trabalho ou de
produção.
HOMEM
A carência do benefício é 180 contribuições men-
TEMPO MULTIPLICADORES de... sais.
A CON-
VER-
Para Para Para Para Para A renda mensal do 100% do salário de bene-
15 20 25 29 33 benefício é de... fício.
TER
De 15 1,00 1,33 1,67 1,93 2,20
anos Aposentadoria por idade
De 20 0,75 1,00 1,25 1,45 1,65
1. A aposentadoria por idade, prevista nos artigos
anos 48 a 51, da Lei n. 8.213, de 1991, regulamentada nos artigos
51 a 55, 70-A a 70-I, do Decreto n. 3.048, de 1999 promove a
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cobertura do risco social idade avançada. ção prevista na legislação trabalhista, considerada como
O direito ao benefício surge com o implemento de data da rescisão do contrato de trabalho a imediatamen-
65 (sessenta e cinco) anos de idade para o homem e de 60 te anterior à do início da aposentadoria.
(sessenta) anos de idade para a mulher. O benefício cessa com a morte do segurado.
Aqui, também, por força da Constituição Federal
(art. 201, parágrafo 1º, da CF), a lei dá tratamento favore- APOSENTADORIA POR IDADE
cido aos trabalhadores rurais, garimpeiros e às pessoas Cobre o risco social... de 65 anos, se homem, e
com deficiência (PcD´s). de 60 anos, se mulher.
Desta forma, os trabalhadores rurais (sejam eles
empregados, contribuintes individuais, trabalhadores de 60 anos, se homem,
avulsos ou segurados especiais) e o garimpeiro (que tra- e 55 anos, se mulher, no
balhe em regime de economia familiar) podem se apo- caso de trabalhadores
sentar com 60 (sessenta) anos, o homem, e 55 (cinquenta rurais ou garimpeiros.
e cinco) anos de idade, a mulher (art. 48, parágrafo 1º, do
Direito Previdenciário
1. A pensão por morte (arts. 74 a 79, do PB; arts. 105 a
do valor da renda mensal, vedado o cômputo do tempo
115, do RPS) é o benefício da previdência social que cobre
convertido para fins de carência.
o risco social morte do segurado. A morte pode ser real ou
Conforme estabelece o Regulamento da Previdên-
presumida. Será presumida, quando ausente (a ausência
cia Social (RPS), fica facultado ao segurado com defici-
é declarada judicialmente) ou desaparecido (em virtude
ência optar pela percepção de qualquer outra espécie de
de catástrofe, acidente ou desastre) o segurado.
aposentadoria do RGPS que lhe seja mais vantajosa. Ain-
Têm direito ao benefício os dependentes de todos
da, a critério do INSS, o segurado com deficiência deve-
os segurados. A pensão é devida ao conjunto dos depen-
rá, a qualquer tempo, submeter-se a perícia própria para
dentes do segurado, rateada em partes iguais, observada
avaliação ou reavaliação do grau de deficiência.
a preferência entre as Classes.
Têm direito ao benefício todos os segurados.
Não terá direito à pensão por morte, após o trânsito
O benefício exige, a título de carência, a comprova-
em julgado, o condenado pela prática de crime doloso de
ção de 180 (cento e oitenta) contribuições mensais.
que tenha resultado a morte do segurado. Ainda, perde o
A renda mensal do benefício será de 70% (setenta
direito à pensão por morte o cônjuge, o companheiro ou
por cento) do salário de benefício, mais 1% (um por cento)
a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simu-
deste, por grupo de 12 (doze) contribuições, não podendo
lação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a
ultrapassar 100% (cem por cento) do salário de benefício.
formalização desses com o fim exclusivo de constituir
O segurado especial tem direito ao benefício no valor de 1
benefício previdenciário, apuradas em processo judicial
(um) salário mínimo, apenas.
no qual será assegurado o direito ao contraditório e à am-
O benefício é devido (a) ao empregado e ao empre-
pla defesa.
gado doméstico, a partir da data do desligamento do em-
Não há carência para o benefício.
prego ou da data do requerimento, se não houver desliga-
A renda mensal do benefício é de 100% (cem por
mento ou se o mesmo somente for feito após 90 (noventa)
cento) do valor da aposentadoria que o segurado recebia
dias deste. Aos (b) demais segurados o benefício é devido
ou daquela que teria direito, acaso estivesse aposentado
a partir da data do requerimento.
por invalidez na data do seu falecimento. Os dependentes
A aposentadoria por idade pode ser requerida pela
do segurado especial têm direito ao benefício no valor de
empresa, desde que o segurado empregado tenha cum-
1 (um) salário mínimo, apenas.
prido o período de carência e completado 70 (setenta)
O benefício é devido:
anos de idade, se do sexo masculino, ou 65 (sessenta e
cinco) anos, se do sexo feminino, sendo compulsória,
• da data da decisão judicial, no caso de ausência
do segurado;
caso em que será garantida ao empregado a indeniza-
• da data do fato, quando do desaparecimento do
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segurado, se requerido até 30 (trinta) dias, ou respondente a 91% da média aritmética simples dos
da data do requerimento, se posterior; maiores salários de contribuição de Pedro.
• da data do óbito do segurado, se requerido até ERRADO. Nos termos do artigo 75, do Plano de Benefí-
90 (noventa) dias, ou da data do requerimento, cios, do Plano de Benefícios, a renda mensal do benefí-
se posterior. cio de pensão por morte equivale a 100% (cem por cen-
• to) do valor da aposentadoria que o segurado falecido
O direito à percepção de cota individual da pensão recebia ou daquela que teria direito, acaso estivesse
cessa: aposentado por invalidez na data do seu falecimento.
• com a morte do pensionista;
• para filho, pessoa a ele equiparada ou irmão, de
ambos os sexos, ao completar 21 (vinte e um) anos PENSÃO POR MORTE
de idade, salvo se for inválido ou com deficiência; Cobre o risco social... morte do segurado.
• para filho ou irmão inválido, pela cessação da in-
validez; Têm direito ao benefício... os dependentes de
Capítulo 05- Prestações do RGPS
Direito Previdenciário
ciários, poderão ser utilizados mecanismos de interven-
o 6 (seis) anos/dependente entre 21 (vinte ção técnica, ajuda material, recursos sociais, intercâmbio
e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; com empresas, inclusive mediante celebração de convê-
o 10 (dez) anos/dependente entre 27 (vinte nios, acordos ou contratos, ou pesquisa social.
e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade;
o 15 (quinze) anos/dependente entre 30 3. Os serviços de habilitação e reabilitação profis-
(trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; sional (arts. 89 a 93, do PB; arts. 136 a 141, do RPS) deverão
o 20 (vinte) anos/dependente entre 41 proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou to-
(quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos talmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de de-
de idade; ficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação
o Vitalícia/dependente com 44 (quarenta e profissional e social indicados para participar do merca-
quatro) ou mais anos de idade. do de trabalho e do contexto em que vive.
A cota parte daquele cujo direito ao benefício ces- ATENÇÃO! As pessoas portadoras de deficiência
sar será revertida em favor dos demais dependentes da que não sejam seguradas ou dependentes serão atendi-
mesma Classe. das mediante celebração de convênio de cooperação téc-
Há cessação por completo do benefício: nico financeira.
• com a fuga, soltura ou a morte do segurado; A reabilitação profissional compreende:
• com a extinção da cota do último dependente a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e
e, instrumentos de auxílio para locomoção quando a perda
• com o recebimento de aposentadoria ou auxí- ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada
lio-doença, pelo segurado. por seu uso e dos equipamentos necessários à habilita-
ção e reabilitação social e profissional;
b) a reparação ou a substituição dos aparelhos
AUXÍLIO-RECLUSÃO mencionados no inciso anterior, desgastados pelo uso
Cobre o risco social... prisão do segurado. normal ou por ocorrência estranha à vontade do benefi-
ciário;
Têm direito ao benefício... c) o transporte do acidentado do trabalho, quando
necessário.
A reabilitação profissional é devida em caráter
obrigatório aos segurados, inclusive aposentados e, na
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medida das possibilidades da Previdência Social, aos 6. (CESPE) A perda da qualidade de segurado não
seus dependentes. prejudica o direito à aposentadoria se todos os requisitos
Concluído o processo de habilitação ou reabili- para a sua concessão já tiverem sido preenchidos e es-
tação social e profissional, a Previdência Social emitirá tiverem de acordo com a legislação em vigor à época em
certificado individual, indicando as atividades que pode- que esses requisitos foram atendidos.
rão ser exercidas pelo beneficiário, nada impedindo que
este exerça outra atividade para a qual se capacitar. 7. (CESPE) É permitido que o segurado do RGPS re-
Objetivando a (re)inserção ao mercado de trabalho, ceba conjuntamente os benefícios de aposentadoria por
o artigo 93, da Lei n. 8.212, de 1991 impõe à empresa com tempo de contribuição e auxílio doença acidentário, des-
100 (cem) ou mais empregados, que preencha de 2% (dois de que estes decorram de diferentes contingências.
por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com be-
neficiários reabilitados ou pessoas portadoras de defici- 8. (CESPE) A gratificação natalina dos aposentados
ência, habilitadas, na seguinte proporção: e pensionistas tem por base a média aritmética simples
dos valores dos proventos recebidos durante o ano.
Capítulo 05- Prestações do RGPS
de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou 12. (CESPE) Na data do reajustamento, o valor dos
proporcionar proveito, ainda que fora do local e horário de benefícios do RGPS não poderá exceder o limite máximo
trabalho do salário de benefício, respeitados os direitos adquiri-
dos, salvo no caso da aposentadoria por invalidez, quan-
2. (CESPE) A doença adquirida em função de con- do o segurado necessitar da assistência permanente de
dições especiais em que o trabalho seja realizado será outra pessoa, situação em que o valor será acrescido de
considerada acidente do trabalho ainda que não produza 25%, ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite
incapacidade laborativa. máximo.
3. (CESPE) O cidadão em gozo de benefício previ- 13. (CESPE) Considere que um indivíduo, antes de
denciário mantém a qualidade de segurado, sem limite aderir ao regime geral de previdência social, estivesse
de prazo, independentemente de contribuições. enfermo de uma moléstia incapacitante para o trabalho.
Nessa situação, se não tiver havido posterior progressão
4. (CESPE) Alzira, estudante, filiou-se facultativa- ou agravamento da enfermidade, tal doença não dará a
mente ao regime geral de previdência social, passando a esse indivíduo o direito de obter a aposentadoria por in-
contribuir regularmente. Em razão de dificuldades finan- validez.
ceiras, Alzira deixou de efetuar esse recolhimento por
oito meses. Nessa situação, Alzira não deixou de ser se- 14. (CESPE) A legislação previdenciária veda a con-
gurada, uma vez que a condição de segurado permanece cessão do auxílio-acidente quando o segurado, mesmo
por até doze meses após a cessação das contribuições. sendo vítima de acidente de qualquer natureza, apresen-
tar danos funcionais ou redução da capacidade funcional
5. (CESPE) Considere que Albertina tenha trabalha- sem repercussão na capacidade laborativa.
do como empregada da empresa FC Máquinas Ltda. du-
rante o período de junho/1992 a dezembro/2003, quan- 15. (CESPE) A concessão do auxílio-acidente, res-
do foi demitida. Ainda desempregada, em junho/2006, trita ao segurado empregado, ao trabalhador avulso e ao
sofreu um atropelamento que a incapacitou tempora- segurado especial, depende da ocorrência de acidente de
riamente para o trabalho. Nessa situação, Albertina não qualquer natureza, com produção de sequela definitiva e
terá direito ao recebimento de auxílio doença porque já efetiva redução da capacidade de trabalho do segurado
perdeu a qualidade de segurada. em decorrência dessa sequela.
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16. (CESPE) Caso Maria comprove necessitar de
assistência permanente de outra pessoa, ela fará jus ao
valor da aposentadoria por ela recebida acrescido de 25%,
ainda que ultrapasse o teto de pagamento de benefícios
do RGPS, acréscimo que cessará com sua morte, visto que
não é incorporável ao valor da pensão a ser paga a seus GABARITO
dependentes.
1 2 3 4 5
17. (CESPE) Pedro, segurado da previdência social, Certo Errado Certo Errado Errado
foi dado como incapaz e insuscetível de reabilitação para
o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência. 6 7 8 9 10
Nessa situação, tendo sido cumprida a carência exigida, Certo Errado Errado Certo Certo
Pedro terá direito à aposentadoria por invalidez após o
gozo de, no mínimo, dois anos de auxílio-doença. 11 12 13 14 15
Direito Previdenciário
Jorge, de dezenove anos de idade. Com referência a essa
situação hipotética, julgue o seguinte item. Se Pedro vier
a falecer no presente mês, seu filho Jorge terá direito a
pensão por morte, que consiste em renda mensal corres-
pondente a 91% da média aritmética simples dos maiores
salários de contribuição de Pedro.
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APOSTILA
PREPARATÓRIA
INSS
TÉCNICO DO
SEGURO SOCIAL