Você está na página 1de 16

COMITÊ BRASILEIRO DE BARRAGENS

XXVII SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS


BELÉM – PA, 03 A 07 DE JUNHO DE 2007
T102 – A06

AHE BELO MONTE – EVOLUÇÃO DOS ESTUDOS

Carlos Alberto de MOYA Figueira Netto


Gerente – CNEC Engenharia S.A.

Hélio Costa de Barros FRANCO


Gerente – Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A. - ELETRONORTE

Paulo Fernando Vieira Souto REZENDE


Gerente – Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - ELETROBRÁS

RESUMO

O artigo apresenta a evolução dos estudos de Belo Monte, desde o inventário inicial
em 1979 até os estudos atuais para conclusão dos Estudos de Viabilidade Técnica,
Econômica e Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte, conforme
autorização do Congresso Nacional.

Os estudos atuais caracterizam o AHE Belo Monte com uma capacidade instalada
de 11.181 MW (20 unidades na casa de força principal e 7 unidades de 25,9 MW na
casa de força complementar), conectado ao Sistema Interligado Brasileiro,
permitindo gerar 4.796 MWmédios de energia firme, sem depender de qualquer
regularização de vazão do rio Xingu, alagando apenas 440 km2, dos quais 200 km2,
correspondem às cheias anuais normais do rio Xingu.

ABSTRACT

The article presents the evolution of the studies of Belo Monte, since the initial
inventory in 1979 until the current studies for conclusion of the Technical, Economic
and Environmental Feasibility Studies the Belo Monte Hydropower Project, as
authorized by the National Congress.

The current studies characterize the AHE Belo Monte with an installed capacity of
11,181 MW (20 units in the main power house and 7 units of 25.9 MW in the
additional power house), connected to the Brazilian Interconnected Power Grid,
allowing to generate 4,796 MWaverage of firm energy, without depending on any
flow rate regularization of the Xingu river flooding only 440 km2, of which 200 km2,
correspond to full annual wet season of flow rates of the Xingu river.

XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 1


1. INTRODUÇÃO

O Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte – AHE Belo Monte, no contexto do


planejamento da expansão da oferta do Sistema Interligado Nacional, apresenta-se
como uma importante opção de expansão da hidreletricidade tendo em vista o seu
porte e as características do aproveitamento, que resultam em baixo custo da
energia produzida.

Sua localização o qualifica como desencadeador do desenvolvimento regional, tanto


pelos aspectos inerentes à sua implantação, quanto pela sinergia com outras ações
de desenvolvimento, o que o levou a integrar sucessivos planos plurianuais como
projeto estruturante do eixo de desenvolvimento Madeira-Amazonas.

Essas características, além do impacto socioambiental e o montante de recursos


necessários à sua implantação, tornam Belo Monte um empreendimento de
equacionamento complexo.

A justificativa para a complementação dos Estudos de Viabilidade do AHE Belo


Monte está basicamente fundamentada nos seguintes aspectos:

• a evidência de que a energia elétrica é condição vital ao processo de


desenvolvimento econômico e social do País;

• a necessidade de grandes blocos de energia para complementar o suprimento


das regiões Nordeste e Sudeste do País, já que os recursos hídricos para
geração de energia dessas regiões estão praticamente explorados ou em fase
final de exploração;

• a rica potencialidade em recursos hídricos da Amazônia, como alternativa


promissora de fonte interna renovável e não poluente de energia, considerada
nos planos de expansão do Setor Elétrico; e

• os indicadores econômico-energéticos, nitidamente atrativos, referentes ao AHE


Belo Monte, que possibilita a redução dos preços médios de energia a nível
nacional, dado o porte do aproveitamento.

2. HISTÓRICO

2.1 ESTUDOS DE INVENTÁRIO

O AHE Belo Monte (antigo Kararaô) tem sua origem nos Estudos de Inventário da
Bacia Hidrográfica do Rio Xingu, concluídos em dezembro de 1979, cujas
alternativas de divisão da queda natural contemplavam a exploração de um grande
bloco de energia, concentrado nos dois aproveitamentos de jusante, um situado
pouco a montante da cidade de Altamira e outro na Volta Grande do Xingu,
constituindo o denominado Complexo Hidrelétrico CHE de Altamira.

Na seleção dos sítios nos quais se distribuem as estruturas do AHE Belo Monte, os
aspectos geológico-geotécnicos tiveram grande importância na comparação entre as
configurações para aproveitamento do potencial hidrelétrico do trecho da Volta
Grande.

XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 2


Os primeiros estudos de Arranjo Geral do Complexo localizaram o sítio do
Aproveitamento Hidrelétrico Altamira (antigo Babaquara), 10 km a montante da
cidade de Altamira, o sítio da barragem de desvio Koatinema, 25 km a jusante de
Altamira, e o sítio da usina de Belo Monte, próximo à localidade de Belo Monte –
Figura 1.

Numa primeira fase, três arranjos gerais foram desenvolvidos para a usina de Belo
Monte, nos eixos denominados Kararaô I, II e III, de modo a abranger uma área que,
depois de investigada, pudesse fornecer subsídios para o conhecimento de todo o
sítio.

A configuração composta pela Barragem de Koatinema (I e II) e geração no local


Kararaô (I, II ou III) apresentava as obras principalmente nos domínios da Bacia
Sedimentar do Amazonas, onde ocorrem unicamente rochas sedimentares
paleozóicas com baixa resistência ao cisalhamento e alta deformabilidade, portanto
não aconselháveis para fundação de estruturas de concreto de grande porte –
Figura 1.

Os estudos prosseguiram, então, com o objetivo de identificar um local mais


adequado, do ponto de vista geológico-geotécnico, à implantação da usina de Belo
Monte. Esta meta foi atingida, localizando-se a usina ainda nas proximidades, a
sudeste das posições anteriormente aventadas, agora sobre rochas do
embasamento cristalino, com excelentes características geomecânicas e grande
potencial para obtenção de material para agregado e enrocamento. Este local foi
denominado Kararaô V.

Assim como para os eixos Kararaô I, II e III, a implantação das estruturas de


geração em Kararaô V requeria o estabelecimento de uma barragem com órgão
extravasor posicionado no leito do rio Xingu, de modo a propiciar o alteamento do
nível d’ água e a conseqüente derivação das águas para a geração. Para tanto,
levando em conta as características topográficas do relevo e o domínio das rochas
cristalinas, identificou-se um novo local para o posicionamento da barragem e do
órgão extravasor, situado à jusante de Koatinema II e denominado Juruá (Atual Bela
Vista).

XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 3


FIGURA 1 - Sítios Estudados no Inventário Hidrelétrico para o Aproveitamento
Hidrelétrico Kararaô (atual Belo Monte)

Com a configuração Kararaô V / Juruá (Atual Bela Vista), passou-se a contar


também com a contribuição da bacia do rio Bacajá, resultando, portanto, num
pequeno acréscimo na energia a ser gerada.

Foi criada ainda uma alternativa constituída de dois aproveitamentos dispostos em


cascata – Cachoeira Grande e Piranga – situados na calha do rio Xingu, sobre
rochas de embasamento cristalino, utilizando, cada um, parte da queda disponível
na Volta Grande.

Para os aproveitamentos de Kararaô (III e V) e Piranga, foram consideradas de


início, alternativamente, três cotas para o N.A. máximo normal: 95,0 m, 108,0 m e
120,0 m. Destas, apenas a cota 95,0 m, por não implicar no alagamento da cidade
de Altamira, teve continuidade nos estudos.

Os resultados na fase de Estudos Preliminares de Inventário mostraram que a


alternativa representada por Kararaô V / Juruá (Atual Bela Vista) obteve custos-
índice inferiores às demais.

XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 4


Ao cabo dos estudos, optou-se pela definição do Aproveitamento Kararaô V / Juruá
(Atual Bela Vista) , posteriormente denominado Aproveitamento Hidrelétrico Belo
Monte, com N.A máximo normal na cota 95,0 m e deplecionamento de 1,0 m, como
o primeiro aproveitamento de jusante nos Estudos de Inventário Hidrelétrico da
Bacia Hidrográfica do Rio Xingu.

2.2 ESTUDOS DE VIABILIDADE

2.2.1 Estudos Iniciais – 1ª Etapa

A primeira etapa dos estudos de viabilidade do Aproveitamento Hidrelétrico Belo


Monte (Antigo Kararaô) foi desenvolvida no âmbito dos estudos de viabilidade do
Complexo Hidrelétrico CHE de Altamira.

Os Estudos de Viabilidade do CHE de Altamira tiveram início em 1980. Os serviços


de campo incluíram a abertura de grande quantidade de picadas e clareiras para
levantamentos topobatimétricos, hidrométricos e as investigações geológico-
geotécnicas, além da construção de uma estrada de acesso ao Sítio Bela Vista,
partindo do sítio da usina de Belo Monte, numa extensão de aproximadamente 30
km. Nesta fase, o apoio aéreo foi de fundamental importância para a viabilização dos
trabalhos, criando, deste modo, condições mínimas de penetração nos locais de
interesse dos estudos.

As inspeções e os trabalhos exploratórios de campo, realizados durante a etapa de


estudos preliminares, permitiram obter os dados confirmatórios dos sítios das obras
e da concepção proposta nos Estudos de Inventário, bem como o reconhecimento
geral dos aspectos topográficos e geológico-geotécnicos das áreas das obras e do
futuro reservatório.

Em 1983 foi instalado o escritório de Altamira, no qual se instalou um laboratório de


solos para realização dos ensaios necessários à caracterização dos materiais de
fundação e de construção. Tiveram prosseguimento, então, as sondagens e os
levantamentos topobatimétricos e hidrométricos.

Na etapa de estudos de alternativas, passaram a ser considerados os aspectos


relacionados à inserção regional do empreendimento, de forma a criar condições
preferenciais na canalização de benefícios para o processo de desenvolvimento
regional polarizado por Altamira, a partir das oportunidades resultantes da
implantação do aproveitamento.

Também nesta etapa, os estudos ambientais compreenderam o diagnóstico do meio


ambiente na situação anterior ao empreendimento; o prognóstico das condições
emergentes com a construção da barragem e formação do reservatório; a
proposição de medidas neutralizantes ou atenuantes dos efeitos negativos; e a
proposição de medidas relativas ao uso múltiplo da água, que poderão proporcionar
um efeito multiplicador dos benefícios inicialmente projetados.

Os estudos ambientais, sócio-econômicos e referentes a usos múltiplos da água


foram desenvolvidos a partir da coleta de dados no campo, visando ao
estabelecimento de parâmetros para subsidiar, do ponto de vista ambiental, a

XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 5


escolha da alternativa mais favorável, levando em conta impactos e interferências
estimados, advindos da implantação do aproveitamento.
Até 1986, atribuiu-se prioridade aos estudos do Aproveitamento Hidrelétrico Altamira
em relação a Belo Monte, pelo fato de o primeiro aproveitamento possuir o
reservatório regularizador das vazões do Complexo.
Entretanto, a partir de setembro de 1986, com os estudos do Aproveitamento
Hidrelétrico Altamira em pleno desenvolvimento, os trabalhos de campo e de
escritório foram orientados com vistas a imprimir maior velocidade ao projeto do
Aproveitamento Hidrelétrico Belo Monte. Isto porque, estudos desenvolvidos no
âmbito da ELETROBRÁS, considerando a interligação dos sistemas Norte/Nordeste
e Sul/ Sudeste de geração, indicavam a entrada em operação comercial desta usina
no ano de 1999 como a melhor opção para o Sistema Brasileiro Interligado, antes
portanto da data prevista para início da operação do Aproveitamento Hidrelétrico
Altamira.
Ainda nesse ano, e por meio de adequada conjunção de esforços, foi possível
incrementar a etapa de Estudos de Alternativas da Viabilidade de Belo Monte,
desenvolvendo-se trabalhos relacionados com as características hidrológicas,
energéticas e hidromecânicas do projeto, além do arranjo geral do desvio do rio,
no Sítio Bela Vista, e do posicionamento das barragens e estruturas da Tomada
d’ Água e Casa de Força, no Sítio Belo Monte.
Na etapa de Estudos Finais de Viabilidade, com base nas informações obtidas no
campo, foi estabelecida a concepção definitiva do arranjo das obras nos Sítios Bela
Vista e Belo Monte e procedeu-se ao seu detalhamento, considerando os aspectos
hidráulicos, geotécnicos, estruturais e eletromecânicos.
Merece ser citado como evento de grande importância para o planejamento dos
estudos na época, a decisão da ELETROBRÁS de considerar que, ao final do ano
de 2000, as novas usinas entrariam em operação já inseridas no Sistema Brasileiro
Interligado. Com isto e após os estudos de simulação energética correspondentes, a
potência a instalar para Belo Monte foi estabelecida em 11.000 MW, capaz de gerar
em primeira adição 4.675 MW médios anuais, a um custo extremamente competitivo
de MWh, mesmo considerado o custo do Sistema de Transmissão Associado.
Os Estudos de Viabilidade foram encerrados ao final de 1988, com exceção dos
estudos ambientais, que se estenderam até o primeiro trimestre de 1989.

Em linhas gerais, a concepção adotada na 1ª Etapa dos Estudos de Viabilidade se


caracterizava pelo arranjo do tipo dividido. O barramento do rio seria feito no sítio
denominado Bela Vista, onde se situava também o Órgão Extravasor. Já a usina
propriamente dita - Tomada d'Água e Casa de Força – situar-se-ia 22 km ao norte,
no sítio denominado Belo Monte. A adução até a área da usina se daria por um
sistema de canais criado pelo reservatório na margem esquerda do rio.

O arranjo permitia aproveitar a alta declividade do rio e as corredeiras existentes


entre Bela Vista e o local de implantação da Casa de Força, com um barramento
principal de altura aproximadamente igual a 42% da queda total.

O barramento em Bela Vista possibilitava a elevação do nível d’água até a cota


96,0 m, criando um lago de 1.225 km² que inundava boa parcela da área indígena
Paquiçamba, além de grande parte do vale do rio Bacajá, bastante largo em seu
trecho final.
XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 6
Em Bela Vista, o rio Xingu caracteriza-se por apresentar uma seção de escoamento
composta de duas calhas bastante distintas. Nos períodos de vazões baixas o rio
escoa pela calha esquerda, com trechos estreitos e de grande profundidade,
denominada Canal Principal. Nos meses de águas altas, o rio escoa também pela
calha direita, constituída por um leito pedregoso largo e de cotas mais elevadas, na
qual distinguem-se os canais Central e Direito.

A Barragem de Bela Vista era composta de 3 trechos: Canal Principal; Canal


Central, onde se encontra o Descarregador de Fundo, e Canal Direito. Estava
prevista, ainda, na área de Bela Vista, uma série de 11 diques para fechamento do
reservatório. Todas as estruturas tinham crista na cota 99,0 m, com exceção do
Dique Fusível, órgão extravasor de emprego excepcional, com crista fixada na cota
98,0 m.

O desvio do rio no Sítio Bela Vista foi previsto na seguinte seqüência: ensecamento
parcial do Canal Central, fechamento do Canal Direito, fechamento do Canal Central
e fechamento do Canal Principal por meio de uma ensecadeira na qual o desnível
hidráulico seria controlado através de um Órgão Auxiliar de Desvio. O
Descarregador de Fundo passaria a ser, então, a única passagem para o fluxo
d'água até a conclusão das obras.

O arranjo das estruturas no Sítio Belo Monte, todas com crista na cota 99,0 m,
compreendia, além do barramento formado pela Tomada d'Água e barragens
laterais, as barragens de Santo Antônio e do Aturiá, fechando vales situados,
respectivamente, à esquerda e à direita desse conjunto.

A Casa de Força seria localizada ao pé da Tomada d'Água e dela partia o Canal de


Fuga, que restituía as vazões turbinadas ao rio Xingu. Pelo fato de a Usina se situar
fora do leito do rio, a única providência prevista para ensecamento das obras no
Sítio Belo Monte, além da ensecadeira no final do Canal de Fuga, consistia em uma
pequena ensecadeira a montante da Tomada d'Água, para prevenir eventual
transbordamento resultante do barramento do igarapé Santo Antônio.

Completavam o conjunto de estruturas do aproveitamento 20 diques de terra


dispostos entre os sítios Belo Monte e Bela Vista, cuja função era conter o
reservatório na margem esquerda, formando um sistema de canais de adução até a
Tomada d'Água.
Para os anos iniciais de operação previa-se o AHE Belo Monte trabalhando com
uma depleção de até 6 m e operação sazonal, nos meses de estiagem, na cota
97,00, passando a operar a fio d'água após a entrada em funcionamento do AHE
Altamira.
Em 11 de outubro de 1989, o Relatório Final da 1ª Etapa dos Estudos de Viabilidade
foi encaminhado ao DNAEE para análise e aprovação.

2.2.2 Estudos Iniciais – 2ª Etapa – Atualização e Complementação

Cerca de 3 anos e meio após a conclusão dos estudos da 1ª Etapa, mais


precisamente em junho de 1993, técnicos do DNAEE e da ELETROBRÁS, reunidos
para analisar a continuidade do projeto do AHE Belo Monte, firmaram entendimento
no sentido de ser necessária uma revisão dos estudos até então procedidos, com

XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 7


vistas à sua viabilização sócio-política. Foi recomendado que deveria ser dada
ênfase à reavaliação dos estudos energéticos e à atualização dos estudos
hidrológicos, ambientais e de custo. As atividades a serem desenvolvidas visariam,
além de viabilizar sócio-politicamente o empreendimento, subsidiar as decisões
relativas à retomada do projeto do AHE Belo Monte no contexto e no horizonte do
plano 2015 da ELETROBRÁS.
Em 25 de novembro de 1994, a Portaria nº 769 do DNAEE criou um grupo de
trabalho composto por técnicos da ELETRONORTE, da ELETROBRÁS e do próprio
DNAEE, que tinha como objetivo:

• reavaliar energeticamente a configuração estabelecida nos estudos de 1ª Etapa,


com fins de confirmar a atratividade do empreendimento;
• atualizar os estudos ambientais, hidrológicos e de orçamento;
• analisar e propor ações para viabilização sócio-política do empreendimento.
Nessa fase surgiu a proposta de alterar o sítio de barramento, trazendo-o para
montante. A fim de que o escoamento pudesse ser aduzido à Tomada d’Água,
haveria a necessidade de se abrirem canais de derivação na margem esquerda do
Xingu. Essa proposta trazia como principais vantagens:
• minimizar os impactos ambientais de qualidade da água no rio Bacajá;
• eliminar a interferência do reservatório com a Terra Indígena Paquiçamba;
• diminuir a área de inundação do reservatório do AHE Belo Monte, minimizando
os custos com relocações.
A proposta do novo sítio de barramento foi encaminhada à ELETROBRÁS que, em
outubro de 1999, solicitou ao Ministério de Minas e Energia autorização para dar
prosseguimento aos estudos que validariam a alternativa proposta, incluindo neles,
os estudos de mercado e do sistema de transmissão associado. No mesmo mês, a
autorização foi concedida.

Em junho de 2000 [1], um estudo elaborado por técnicos da ELETRONORTE, da


ELETROBRÁS e do CEPEL foi consolidado no relatório “Avaliação da UHE Belo
Monte – junho/2000” que concluiu pela alta atratividade do empreendimento e
recomendou a continuidade dos estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e
Ambiental da “Alternativa Canais”, com vistas ao atendimento do cronograma de
entrada em operação da primeira unidade em 31 de março de 2008.

Considerando, entre outros aspectos, a recomendação contida no relatório


mencionado, em dezembro de 2000 foi firmado, entre a ELETROBRÁS e a
ELETRONORTE, um Acordo de Cooperação Técnica que canalizou recursos,
viabilizando, desta forma, o desenvolvimento da 2ª Etapa dos Estudos de Viabilidade
do AHE Belo Monte.

Os estudos foram iniciados de forma imediata tendo por base o contido nas
“Instruções para Estudos de Viabilidade de Aproveitamentos Hidrelétricos –
ELETROBRÁS/DNAEE, abril/1997” [2]. A condução dos trabalhos ficou a cargo de
técnicos da ELETRONORTE, com a supervisão da ELETROBRÁS.

XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 8


Considerando que a grande alteração da concepção do aproveitamento referiu-se ao
deslocamento do barramento principal para trecho mais a montante do rio, sem
interferências significativas com a geração da usina, é importante notar que, como
uma das premissas básicas da atual fase dos estudos, estava a de que as
alterações de projeto no sítio Belo Monte, onde estão situadas a Tomada d’Água e a
Casa de Força, deveriam ser mínimas. Assim, os esforços foram concentrados nos
sítios do barramento principal e do órgão extravasor complementar e nos projetos
dos canais de adução e dos novos diques que surgiram na 2ª etapa.

Ainda no ano de 2000, tiveram início os levantamentos de campo – topográficos,


hidrométricos, geológico-geotécnicos e ambientais – após as atividades prévias de
coleta de dados existentes e estudos preliminares. Os primeiros meses de 2001
foram dedicados à fase de estudos básicos e estudos de alternativas, tendo sido
dada continuidade aos levantamentos de campo. Ao final do primeiro semestre de
2001, definiu-se pela alternativa de eixo/arranjo que seria detalhada na fase de
estudos finais. Esta última se desenvolveu ao longo do terceiro trimestre de 2001, ao
final do qual, se definiram o orçamento e demais parâmetros necessários à
avaliação da Viabilidade Técnica e Econômica do empreendimento.

Em setembro de 2001 os Estudos de Impacto Ambiental foram paralisados por


embargo judicial decorrente de ação civil pública impetrada pelo Ministério Público
Federal do Estado do Pará.

Em 28 de fevereiro de 2002 a ELETROBRÁS e a ELETRONORTE encaminharam à


ANEEL o Relatório Final dos Estudos de Viabilidade do CHE Belo Monte [3], não
incluindo o capítulo referente aos Estudos Ambientais em decorrência do Embargo
Judicial.

Este estudo demonstrou a vantagem técnica e econômica para implantação de uma


Casa de Força Complementar, para aproveitar energeticamente as vazões
remanescentes ao longo da Volta Grande, a jusante do barramento principal da
calha do rio Xingu. O conjunto formado pela usina principal do aproveitamento de
Belo Monte, com 11.000 MW de potência instalada, e por essa Casa de Força
Complementar, de 181 MW de potência instalada, passou a ser denominado
“Complexo Hidrelétrico CHE Belo Monte”. A Figura 2 ilustra o arranjo geral do
complexo, podendo-se observar também a significativa redução de área inundada
pelo reservatório, quando comparada com a Figura 1.

XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 9


FIGURA 2 - Configuração do Complexo Hidrelétrico Belo Monte. Usina Principal, no
Sítio Belo Monte, e Usina Complementar, no Sítio Pimental

Conforme mencionado anteriormente, foi estabelecida como uma das premissas


básicas para o desenvolvimento da 2ª Etapa dos Estudos de Viabilidade a
manutenção integral do arranjo geral concebido na 1ª Etapa para o Sítio Belo Monte.
Assim, a avaliação de alternativas desenvolvida nesta 2ª Etapa ficou limitada aos
Sítios Pimental e Bela Vista. Por sua vez, os estudos de alternativas de revestimento
dos Canais de Derivação e da inclusão ou não de uma Casa de Força
Complementar no Sítio Pimental, por não influenciarem na seleção do conjunto
eixo/arranjo, também não foram considerados na avaliação comparativa de custos.

Foram cotejadas seis alternativas de eixo/arranjo, a saber:


− Eixo Canteiro, sem a existência de Vertedouro Complementar;
− Eixo Canteiro, considerando a existência do Vertedouro Complementar “Bela
Vista”;
− Eixo Canteiro, considerando a existência do Vertedouro Complementar
“Ticaruca”;
− Eixo Serra, sem a existência de Vertedouro Complementar;

XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 10


− Eixo Serra, considerando a existência do Vertedouro Complementar “Bela Vista”;
− Eixo Serra, considerando a existência do Vertedouro Complementar “Ticaruca”.

Os eixos de barramento identificados no Sítio Pimental não apresentaram,


tecnicamente, diferenças significativas entre si. A extensão da crista das estruturas
de concreto e de terra/enrocamento era basicamente a mesma, suas seqüências
construtivas eram semelhantes e conduziam ao mesmo prazo de execução de obra.
Os vertedouros tinham desempenhos equivalentes, sendo que o maior número de
blocos da estrutura extravasora no Eixo Canteiro era compensado pela menor altura
apresentada pela estrutura.

Nos dois eixos, as características das fundações eram semelhantes e as jazidas de


materiais naturais de construção encontravam-se em distâncias equivalentes, entre
outros aspectos relevantes.

A maior vantagem técnica do Eixo Canteiro era, possivelmente, a de que a descarga


efluente do Vertedouro Principal poderia ser dividida entre os dois canais que
envolvem a Ilha da Serra. Já para o Eixo Serra, a proteção e as facilidades logísticas
que a presença da ilha oferecia à construção das estruturas de concreto seriam as
vantagens principais a serem consideradas.

Com relação à existência ou não de Vertedouro Complementar, pode-se afirmar que


havia uma significativa vantagem técnica das alternativas que consideravam tal
estrutura, principalmente, em decorrência dos seguintes fatores:
− havia uma sensível melhoria no desempenho do Vertedouro Principal, traduzida
pelo incremento de seu coeficiente de descarga;
− a redução do número de blocos da estrutura permitia uma melhor adequação do
arranjo do Vertedouro Principal à topografia local, nos dois eixos estudados;
− na laminação da Vazão Máxima Provável, a existência do Vertedouro
Complementar proporcionaria níveis d’água menos elevados na região do
reservatório formado pelos diques, isto é, entre os Canais de Derivação e a
Tomada d’Água Principal;
− no barramento do Sítio Pimental, as proteções dos taludes de jusante das obras
de terra, contra ondas ou fluxos d’água, bem como a cota de proteção contra
inundação da Casa de Força Complementar, poderiam considerar níveis
excepcionais de jusante mais baixos;
− criava-se a possibilidade de maior flexibilidade operacional do reservatório.

As vantagens destacadas compensavam amplamente os inconvenientes advindos


da adoção do Vertedouro Complementar, quais sejam, a necessidade de
implantação de canteiro adicional para sua construção e a criação de um extravasor
adicional, que precisaria ser operado e mantido independentemente do Vertedouro
Principal.

Adicionalmente, poderiam ser argumentadas algumas vantagens construtivas desta


estrutura independente, por permitir que o seu cronograma de concretagem e
montagem seja totalmente desvinculado do regime hidrológico e das diversas fases
de desvio do rio, garantindo maior flexibilidade de construção.

XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 11


Na eventualidade de ser necessário efetuar reparos no Vertedouro Principal, a
situação independente da estrutura complementar poderá permitir algumas
vantagens construtivas e operacionais.

Com relação às duas alternativas estudadas de Vertedouro Complementar, pode-se


argumentar que, sob o enfoque técnico, as duas são equivalentes, pois têm
desempenhos semelhantes quanto à capacidade de descarga. Entretanto, o
Vertedouro Bela Vista tende a apresentar um melhor desempenho com relação à
dissipação de energia que o Ticaruca, pelas características do local onde seriam
restituídas às vazões vertidas.

Em termos de custos, as seis alternativas estudadas tiveram suas quantidades


determinadas e foram orçadas, verificando-se que, para um mesmo eixo, a diferença
máxima de custo entre as diversas alternativas de arranjo estudadas era da ordem
de 1%. Constatou-se, também, que o Eixo Serra apresentou custos inferiores aos do
Eixo Canteiro, com valores de 12% em média.

Quanto aos aspectos sócio-ambientais, as alternativas de eixo de barramento


estudadas seriam equivalentes.

O Vertedouro Complementar, embora originalmente concebido para escoamento de


parcela das vazões excepcionais de projeto, poderá apresentar algumas vantagens
para a qualidade da água do reservatório e para operações relativas à fauna durante
o enchimento do reservatório, devendo ser previstas regras operacionais para tais
finalidades.

Num primeiro momento, por ocasião do enchimento do reservatório, esta estrutura


poderá ser utilizada no controle do tempo de enchimento, de forma a permitir as
atividades de salvamento e/ou facilitar a evasão da fauna remanescente. Além disto,
também durante o período de enchimento e considerando que provavelmente
apenas uma unidade de geração esteja operando, este vertedouro poderá ser
operado para permitir uma renovação parcial da água, reduzindo o impacto sobre
sua qualidade.

Durante a operação do reservatório, o Vertedouro Completar poderá ser favorável


para a qualidade da água nos braços do reservatório próximos ao mesmo, em
virtude da possível circulação hidrodinâmica deficiente (“formação de braços
mortos”). Nesse caso, o vertimento periódico de águas no período de cheias do rio
possibilitaria a circulação e renovação das águas represadas nos vales desses
igarapés.

Também para o caso de uma interrupção brusca na geração da Usina principal no


Sítio Belo Monte, o Vertedouro Complementar poderá ser empregado para escoar a
vazão em trânsito pelos canais, evitando o lançamento brusco de vazões no
Vertedouro Principal, que apresentaria maiores complicadores de ordem ambiental.

A localização do Vertedouro Complementar próximo ao trecho encachoeirado da


Volta Grande, também tende a possibilitar a rápida oxigenação das águas vertidas, o
que reduz as possibilidades de comprometimento da qualidade da água a jusante
devido ao vertimento de águas estagnadas.

XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 12


Esses aspectos deverão ser melhor definidos através de estudos mais detalhados
de prognóstico de qualidade da água no futuro reservatório. A partir dos resultados
destes estudos, poderão ser indicados condicionantes ambientais específicos para
operação da estrutura em questão.

Este Relatório Final englobou todos os trabalhos desenvolvidos nesta 2ª Etapa dos
Estudos de Viabilidade, bem como os levantamentos e estudos desenvolvidos na 1a
Etapa, essenciais ao entendimento do empreendimento como um todo. Assim, as
fases de coleta e consolidação dos dados existentes, estudos preliminares, onde
são definidas as principais diretrizes a serem seguidas na continuidade dos estudos,
levantamentos de campo, estudos básicos, estudos de alternativas, estudos finais
de engenharia e avaliação técnico-econômica do empreendimento estão contidas
neste relatório.

3. ESTUDOS ATUAIS

Em julho de 2005 o Congresso Nacional aprovou o Decreto Legislativo 788/2005


que:

Autoriza o Poder Executivo a implantar o Aproveitamento Hidroelétrico Belo Monte,


localizado em trecho do Rio Xingu, no Estado do Pará, a ser desenvolvido após
estudos de viabilidade pela Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobrás.

Art. 1º É autorizado o Poder Executivo a implantar o Aproveitamento Hidroelétrico


Belo Monte no trecho do Rio Xingu, denominado “Volta Grande do Xingu”, localizado
no Estado do Pará, a ser desenvolvido após estudos de viabilidade técnica,
econômica, ambiental e outros que julgar necessários.
Art. 2º Os estudos referidos no art. 1º deste Decreto Legislativo deverão abranger,
dentre outros, os seguintes:
I - Estudo de Impacto Ambiental - EIA;
II - Relatório de Impacto Ambiental - RIMA;
III - Avaliação Ambiental Integrada - AAI da bacia do Rio Xingu; e
IV - estudo de natureza antropológica, atinente às comunidades indígenas
localizadas na área sob influência do empreendimento, devendo, nos termos, do § 3º
do art. 231 da Constituição Federal, ser ouvidas as comunidades afetadas.
Parágrafo único. Os estudos referidos no caput deste artigo, com a participação do
Estado do Pará, em que se localiza a hidroelétrica, deverão ser elaborados na forma
da legislação aplicável à matéria.
Art. 3º Os estudos citados no art. 1º deste Decreto Legislativo serão determinantes
para viabilizar o empreendimento e, sendo aprovados pelos órgãos competentes,
permitem que o Poder Executivo adote as medidas previstas na legislação
objetivando a implantação do Aproveitamento Hidroelétrico Belo Monte.

À luz da necessidade de realizar tais estudos, a ELETROBRÁS assinou um Acordo


de Cooperação Técnica com empresas privadas (Camargo Correa, Norberto
Odebrecht e Andrade Gutierrez) mobilizando as principais empresas de consultoria
do país, visando resgatar a definição da alternativa que se encontra em estudo,
elucidando os fatos, separando-os das especulações: um Projeto sem regularização
de vazões a montante, permitindo ganhos significativos em todo o sistema
interligado, maximizando a sinergia da complementaridade hidrológica,

XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 13


considerando os condicionantes sócio-ambientais locais – inclusive os das minorias
étnicas e as particularidades da Amazônia. É importante frisar que, se o Projeto for
viável e se contar com a Licença Ambiental Prévia, o mesmo será objeto de
concessão mediante leilão competitivo, nos termos da legislação vigente.

Assim, estão em andamento a Revisão do Inventário do rio Xingu, com estudos de


engenharia e ambientais, uma vez que o inventário original foi realizado antes da
Constituição Federal de 1988, quando nem todas as atuais Terras Indígenas e
Unidades de Conservação existiam. Em paralelo, vem se realizando a Avaliação
Ambiental Integrada da Bacia do Rio Xingu, no sentido de prover uma visão
sinérgica, evitando análise restrita ao empreendimento apenas, abrangendo a bacia
hidrográfica como um todo.

Adicionalmente, será realizado um EIA-RIMA (Estudo de Impacto Ambiental e o


respectivo Relatório de Impacto Ambiental) completo e atualizado, cujo intuito não é
o mero cumprimento de ritos legais, mas tornar-se um instrumento de discussão dos
condicionantes do Projeto com a sociedade, aumentando a transparência do
processo e criando a legitimidade necessária ao sucesso do empreendimento. Como
exemplo, cita-se a programação, pelo IBAMA, de Consultas Públicas junto à
população dos municípios da área de influência, com a participação da FUNAI, para
elaboração dos Termos de Referência, incluindo mobilização das lideranças
indígenas para que se manifestem democraticamente. Somente o EIA-RIMA será
capaz de indicar o real impacto do empreendimento ante as condições ambientais
locais atuais, identificando os impactos, as medidas mitigadoras e as
compensatórias, detalhando os condicionantes ambientais e institucionais atuais
condizentes com esta etapa do processo de licenciamento ambiental.

Somando-se ao EIA-RIMA (que normalmente já incluiria a variável etno-ecológica),


há a demanda, no Decreto Legislativo 788/2005, de um Estudo Etno-Ecológico (um
estudo antropológico específico) que permite um levantamento completo junto às
Comunidades Indígenas para conhecer sua situação atual e futura com a construção
do Projeto e as suas reais necessidades e obedecendo às demandas da
Constituição Federal. Tal estudo tem o envolvimento da própria FUNAI desde seu
início, inclusive na elaboração dos Termos de Referência específicos.

Em 31 de janeiro de 2006 foi solicitada a abertura do processo de licenciamento


junto ao IBAMA, estando atualmente suspenso os serviços de campo por força de
uma liminar judicial.

4. O PROJETO

O Projeto do AHE Belo Monte [4], localizado na “Volta Grande” do rio Xingu, próximo
a Altamira, no Pará, propõe, em sua configuração atual, 11.181 MW de capacidade
instalada (20 unidades de 550 MW na casa de força principal e 7 unidades de 25,9
MW em uma casa de força complementar, junto ao vertedor na barragem principal).
Por ser conectado ao Sistema Interligado Nacional, permite alcançar 4.796
MWmédios de energia firme sem depender de qualquer regularização de vazão do
rio Xingu, ou seja, não requer a construção de nenhum outro barramento desde a
nascente do rio até a cidade de Altamira. Nesta configuração, alagará 440 km2, dos
quais 200 km2 correspondem às cheias anuais normais do rio Xingu. Isso resulta

XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 14


0,04 km2 alagados por MW instalado – uma das melhores relações do país para
empreendimentos implantados acima de 1.000 MW de potência instalada.

Nos meses de cheias do rio Xingu, o grande volume das vazões, em parte
defasadas dos demais rios do país, proporciona uma elevada geração de energia no
AHE Belo Monte permitindo que várias outras hidrelétricas em outras regiões do
país poupem água em seus reservatórios, para utilização no período seco. Nos
meses em que o AHE Belo Monte diminui a sua geração de energia (quando a
vazão natural se reduz), o restante do Sistema supre a demanda com saldos
positivos devido à água economizada.

A Figura 3 apresenta a localização do empreendimento e a Tabela 1 as principais


características do empreendimento.

FIGURA 3 - Mapa de Localização do Empreendimento

XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 15


Dados Energéticos do Projeto
Potência Instalada: 11.181,3 MW
Nível d’água máximo normal: 97 m
Energia Firme Gerada: 4.796 MW médios
Custo de Geração na Usina 12,40 US$/MWh (1)
Dados Ambientais e Hidrológicos do Projeto:
Área alagada: 440 km2 (200km2 correspondem às cheias
anuais)
Terras Indígenas Alagadas ZERO (Não há Terras Indígenas alagadas)
Populações afetadas a serem Populações que ocupam igarapés já alagáveis de
cadastradas para indenização Altamira; população rural dispersa
Relação área / potência 0,04 km2 / MW
instalada
Volume do reservatório 3.958 x 106 m3 no nível d’água 97 m
Trecho de vazão atenuada Aproximadamente 100 km a jusante da barragem
principal
TABELA1 - Dados do Empreendimento
(1)
referidos a junho/2001

5. PALAVRAS-CHAVE

AHE BELO MONTE, ESTUDOS AMBIENTAIS, HISTÓRICO DOS ESTUDOS.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] ELETROBRÁS/ELETRONORTE/CEPEL (junho/2000) – “Avaliação da UHE


Belo Monte”. Rio de Janeiro.

[2] ELETROBRÁS/DNAEE (abril/1977) – “Instruções para Estudos de Viabilidade


de Aproveitamentos Hidrelétricos”.

[3] ELETROBRÁS (fevereiro/2002) – “Complexo Hidrelétrico Belo Monte. Estudos


de Viabilidade. Relatório Final” . Rio de Janeiro.

[4] Netto, Carlos Alberto de Moya Figueira e Rezende, Paulo Fernando Vieira
Souto (agosto/2006) “AHE Belo Monte – Estabelecendo Novos Paradigmas”.
Revista Brasil Energia. Rio de Janeiro.

XXVII Seminário Nacional de Grandes Barragens 16

Você também pode gostar