Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Orientador:
George Rossany Soares Lira
Professor Avaliador
Universidade Federal de Campina Grande
Avaliador
RESUMO
SUMÁRIO
Resumo ........................................................................................................................................................ iv
Sumário ........................................................................................................................................................ v
1 Introdução ............................................................................................................................................. 1
2 Qualidade da energia elétrica ............................................................................................................... 2
2.1 Segmento Industrial .................................................................................................................... 3
2.2 Segmento Comercial ................................................................................................................... 3
2.3 Segmento Residencial ................................................................................................................. 4
2.4 Geração, Transmissão, Distribuição e Uso da Energia Elétrica .................................................. 4
3 Distúrbios que afetam a qualidade da energia elétrica.......................................................................... 8
3.1 Variações de tensão..................................................................................................................... 8
3.1.1 Variações instantâneas de tensão ............................................................................................ 8
3.1.2 Variações momentâneas de tensão ....................................................................................... 10
3.1.3 Variações sustentadas de tensão ........................................................................................... 12
3.2 Interrupções de tensão ............................................................................................................... 12
3.2.1 Interrupção momentânea de tensão....................................................................................... 13
3.2.2 Interrupção temporária de tensão .......................................................................................... 13
3.2.3 Interrupção sustentada de tensão .......................................................................................... 14
3.3 Variação de frequência ............................................................................................................. 14
3.4 Cintilação ou Fliker .................................................................................................................. 14
3.5 Ruído ......................................................................................................................................... 15
3.6 Desequilíbrio de Tensão ........................................................................................................... 16
4 Distorções Harmônicas ....................................................................................................................... 17
4.1 Definições e conceitos básicos .................................................................................................. 17
4.2 Cargas geradoras de harmônicas ............................................................................................... 21
4.3 Efeitos das Harmônicas ............................................................................................................. 24
5 Materiais e métodos ............................................................................................................................ 30
5.1 Materiais utilizados ................................................................................................................... 30
5.2 Métodos .................................................................................................................................... 31
6 Resultados .......................................................................................................................................... 34
6.1 A carga ...................................................................................................................................... 34
6.2 Os dados.................................................................................................................................... 34
6.3 As regulamentações .................................................................................................................. 39
6.4 Medida corretiva ....................................................................................................................... 41
7 Conclusão ........................................................................................................................................... 46
Bibliografia................................................................................................................................................. 47
1
1 INTRODUÇÃO
Definir Qualidade da Energia Elétrica (QEE) não é tarefa fácil, visto que,
dependendo do usuário e dos elementos que participam da sua utilização, podem-se
obter várias definições. Cada usuário necessitará de um índice de qualidade da energia
de uma forma diferente. Para uma concessionária, Qualidade da Energia Elétrica pode
ser definida como a ausência de variações de amplitude ou frequência, ou qualquer
deformação da forma de onda das grandezas elétricas que resultem em falhas, má
operação ou defeitos em equipamentos de um sistema elétrico. Já do ponto de vista do
consumidor, “energia elétrica de boa qualidade é aquela que garante o funcionamento
contínuo, seguro e adequado dos equipamentos elétricos e processos associados, sem
afetar o meio ambiente e o bem estar das pessoas” [1].
Levando em consideração as necessidades para diferentes usuários, pode-se
definir Qualidade da Energia Elétrica como: “A qualidade da energia é a
compatibilidade entre a fonte de energia e o equipamento elétrico ligado e essa energia
fornecida, ou seja, é a forma que a eletricidade encontra de atender às necessidades de
quem a utiliza” [2].
De uma forma geral a QEE está relacionada com a alteração do padrão de
energia, ou seja, as tensões em qualquer ponto do sistema devem ser senoides perfeitas e
equilibradas, com amplitude e frequência constantes.
Independentemente do conceito utilizado é certo que a qualidade da energia
elétrica é um assunto de extrema importância em todos os setores da sociedade, já que a
eletricidade representa um incremento na qualidade de vida da população e a sua falta é
uma preocupação mundial vivida por todos os segmentos, pois pode provocar
ineficiências técnicas e econômicas com significativas perdas para sociedade.
Diante das diferentes consequências da falta da QEE para diferentes tipos de
usuários, será descrito a seguir, sucintamente, os efeitos deste problema em alguns
segmentos da sociedade.
3
ENERGIA ELÉTRICA
𝑘
𝑖=1 𝐶𝑎 𝑖 ×𝑡(𝑖)
𝐷𝐸𝐶 = . (2.1)
𝐶𝑐
𝑘
𝑖=1 𝐶𝑎 𝑖
𝐹𝐸𝐶 = . (2.2)
𝐶𝑐
onde:
Ca (i) = Número de unidades consumidoras interrompidas em um evento (i), no
período de apuração;
t(i) = Duração de cada evento (i), no período de apuração;
i = Índice de eventos ocorridos no sistema que provocam interrupções em uma
ou mais unidades consumidoras;
k = Número máximo de eventos no período considerado;
Cc = Número total de unidades consumidoras, do conjunto considerado, no final
do período de apuração.
DIC: Duração de Interrupção individual por unidade consumidora ou por
ponto de conexão, calculado através da Equação 2.3:
𝑛
𝐷𝐼𝐶 = 𝑖=1 𝑡(𝑖) . (2.3)
FIC = n. (2.4)
onde:
i = Índice de interrupções da unidade consumidora, no período de apuração,
variando de 1 a n;
n = Número de interrupções da unidade consumidora considerada, no período de
apuração;
t(i) = Tempo de duração da interrupção (i) da unidade consumidora considerada
ou ponto de conexão, no período de apuração;
t(i) max = Valor correspondente ao tempo da máxima duração de interrupção
contínua (i), no período de apuração, verificada na unidade consumidora considerada,
expresso em horas e centésimos de horas.
ENERGIA ELÉTRICA
incapacidade dos dispositivos das redes conseguirem fornecer essa corrente. Na Figura
5 são apresentadas as variações momentâneas de tensão citadas anteriormente.
ou automático. Quando automático, o sistema liga o circuito duas ou três vezes para
identificar se a falta é temporária, caso o problema persista, o religador automático é
desligado de vez, obrigando uma religamento manual depois de solucionada a falta.
As interrupções são divididas em momentâneas, temporárias e sustentadas,
dependendo do tempo de duração.
3.5 RUÍDO
O ruído é um sinal elétrico com frequência menor que 200 kHz, superpondo-se
ao sinal de potência que circula pelos condutores fase ou neutro de uma instalação. Pode
ser causado pela indução de um motor, chaveamento de cargas diretas, presença de um
equipamento eletromagnético próximo ou também aterramento mal projetado e
executado.
O ruído pode comprometer a integridade de dados transmitidos entre uma
estação e outra, independente da transmissão ser analógica ou digital. No caso de
sistemas de aquisição de dados, que trabalham com valores de tensão muito baixos, um
simples sinal interpretado errado pode causar prejuízos enormes.
Pode-se classificar em dois tipos de ruídos, o de modo comum e o de modo
normal. No primeiro a diferença de tensão ocorre entre o condutor neutro e a terra. No
segundo entre condutores fase e neutro. Na Figura 10 tem-se uma representação de
ruído.
16
4 DISTORÇÕES HARMÔNICAS
∞
n =2 C n
2
DHT % = × 100%. (4.1)
C 21
Vn
DHIv % = × 100%. (4.2)
V1
In
DHii % = × 100%. (4.3)
I1
Espectro Harmônico:
Fator de Potência:
cos Φ
FP = . (4.4)
1+DHT 2 ]
20
FP = cos∅. (4.5)
Fator de Crista:
O Fator de Crista é definido como a relação entre o valor de pico e o valor eficaz
de um sinal de acordo com a Equação 4.6.
V pico
FC = . (4.6)
V rms
Cargas Lineares:
Uma carga linear pode ser definida como aquela em que há uma relação linear
entre corrente e tensão. Em termos mais simples, uma carga linear absorve uma corrente
senoidal quando é alimentada por uma tensão senoidal. Na Figura 15 é mostrada a
relação de tensão e corrente pra esse tipo de carga.
Figura 16 – Relação tensão x corrente para uma carga não – linear. [8]
22
i. Estado de condução:
Figura 17 – Forma de onda de tensão da rede e corrente do circuito com dispositivo de controle. [7]
23
Cargas Monofásicas:
As cargas que são maiores motivos de preocupação são as que possuem fonte de
alimentação monofásica, pois esse tipo de carga é o mais disseminado nas instalações
elétricas em geral, uma vez que qualquer equipamento eletrônico possui sua própria
fonte de alimentação. Trata-se de fontes comutadas, de baixo custo, que integram
computadores pessoais, fotocopiadoras, impressoras, aparelhos de fax e secretárias
eletrônicas, etc.
Nos locais onde há grandes concentrações desses equipamentos, como nos
edifícios comerciais e de escritórios, por exemplo, existe uma grande presença de
harmônicas que podem afetar severamente a operação e o desempenho das instalações
elétricas.
Nesse tipo de fonte de alimentação, o transformador e o retificador tradicionais
foram substituídos por uma unidade de retificação de controle direto da fonte, para
carregar um capacitor de armazenamento que fornece a corrente contínua requerida pela
carga em função da tensão e da corrente de saída. A vantagem é o baixo custo, menores
dimensões e menos peso. Porém, no lugar de obter uma corrente contínua da fonte de
alimentação, a unidade gera pulsos de corrente contendo grande quantidade de
harmônicas de ordem três.
24
Cargas trifásicas:
Pode-se verificar que isso acontece com todas as harmônicas múltiplas de três 3n
(n=1, 2, 3...). O fato dessas múltiplas de três apresentarem sequência zero, indica que
poderá haver uma significativa corrente circulando pelo neutro, no caso de conexão Y a
quatro fios, ou então pela malha do triângulo, no caso de conexão em Δ. Uma corrente
excessiva no neutro causa sobreaquecimento no condutor, de suas conexões e da barra
do neutro, e também uma queda de tensão no circuito, que pode superar os limites
fixados.
Na Figura 20 é mostrado o que ocorre com a 5ª harmônica equilibrada. Como se
pode ver, neste caso as harmônicas apresentam sequência negativa (acb).
mais sensíveis devido a esses componentes de sequência negativa são vibração, perdas
adicionais, aquecimento, redução do torque médio útil.
As harmônicas que sobram, de ordem 1, 4, 7,...(3n-2, n=1,2,3...) apresentam
sequência positiva, quando equilibradas. Por serem múltiplas da fundamental, também
provocam vibração, perdas adicionais e aquecimento.
Os níveis de harmônicas numa instalação elétrica podem causar problemas para
as redes de distribuição das concessionárias, para a própria instalação, e para os
equipamentos ali instalados. Os problemas produzidos pelas harmônicas no nível da
instalação podem ser divididos da seguinte maneira:
𝑛=𝑛 𝑚𝑎𝑥
𝐾= 𝑛=1 𝑛2 𝐼𝑛2 . (4.6)
27
onde:
n = ordem da harmônica (1, 2, 3, etc);
In = a fração da corrente total de carga rms na harmônica de número n.
As perdas no transformador consistem em perdas em vazio (no núcleo) e perdas
em carga. As perdas em vazio são devidas à tensão de excitação no núcleo. A corrente
de magnetização é pequena comparada com a corrente de carga. Portanto, segundo
normas como a ANSI/IEEE C57110, a presença de harmônicas não aumenta as perdas
em vazio.
As perdas em cargas são compostas por perdas por correntes parasitas (correntes
de Foucault) e perdas por dispersão. A perda por corrente de Foucault é devida à
corrente que circula pela resistência dos enrolamentos. Também é chamada de perda
ôhmica ou perda ôhmica em corrente contínua. A perda ôhmica é proporcional ao
quadrado da intensidade da corrente, incluindo as componentes harmônicas, mas é
independente da frequência. Pode ser calculada através da Equação 4.7,
𝑛=𝑛 𝑚𝑎𝑥 𝐼ℎ 2
𝑃𝐶𝑃 = 𝑃𝐶𝑃,𝑅 𝑛=1 𝑛2 . (4.7)
𝐼𝑅
onde:
n = ordem da harmônica (1, 2, 3, etc);
Ih = corrente da harmônica de ordem n (Ampères);
IR = corrente nominal (Ampères);
PCF,R = perda por Corrente de Foucault em corrente e frequência nominais.
As perdas por dispersão são devido ao fluxo disperso que introduz perdas no
núcleo, abraçadeiras, tanque e outras partes de ferro. Perdas por dispersão podem elevar
as temperaturas das partes estruturais do transformador. As perdas por dispersão são
difíceis de calcular e é comum assumir que elas variam com o quadrado da corrente
multiplicado pela frequência (ordem da harmônica), como mostrado na Equação 4.8,
𝑛=𝑛 𝑚𝑎𝑥 𝐼ℎ 2
𝑃𝐷𝐼 = 𝑃𝐷𝐼,𝑅 𝑛=1 𝑛. (4.8)
𝐼𝑅
Distorção da tensão:
Máquinas rotativas:
5 MATERIAIS E MÉTODOS
5.2 MÉTODOS
6 RESULTADOS
Após o período de medição, que foi de sete dias, o próximo passo foi recolher os
dados do Qualímetro e analisar as distorções harmônicas para cada instante, calculando
a média referente a todos os dias de medição e plotando o gráfico da distorção
harmônica em função da hora do dia.
6.1 A CARGA
6.2 OS DADOS
250
Volts
0
-250
-500
AV BV CV
370
360
350
340
Volts
330
320
310
300
A Vrms (val) B Vrms (val) C Vrms (val)
Figura 26 – Forma de onda da tensão de alimentação dos teares para determinado instante
360
350
340
Vol ts
330
320
310
300
400
300
200
100
Amps
-100
-200
-300
-400
AI BI CI
Figura 28 – Forma de onda da corrente requerida pelos teares para determinado instante
O que pode ser observado através dos gráficos é que a distorção harmônica total
de tensão se deve principalmente a presença da 5ª harmônica, o que era esperado, pois o
37
Figura 30– Médias das distorções harmônicas totais de tensão para cada instante
A partir dos gráficos é possível notar que para 5ª harmônica, o menor valor da
distorção harmônica total de corrente é aproximadamente 3% e o maior valor é
aproximadamente 6%. Para 7ª harmônica, o menor é valor é 3,5% e o maior 4,5%.
39
6.3 AS REGULAMENTAÇÕES
IEC 61000-3-4
A IEC 61000-3-4 é um relatório técnico (IEC, 1998) que pode ser aplicado a
qualquer equipamento elétrico ou eletrônico, cuja corrente de entrada seja maior que
16 A. Sua tensão de alimentação deve ser menor que 240 V para equipamentos
monofásicos, ou menor que 600 V para equipamentos trifásicos. A frequência nominal
da rede pode ser 50 Hz ou 60 Hz.
Esta norma não se adéqua ao estudo deste TCC, pois os dados não foram obtidos
para equipamento individual e sim para um conjunto de equipamentos.
Tabela I: Limites de Distorção da Corrente para Sistemas de Distribuição (120V a 69kV). [10]
Regulamentação Brasileira
onde:
Z : impedância equivalente do filtro.
R : resistência equivalente série do capacitor juntamente com o indutor.
XL: reatância indutiva do filtro.
XC : reatância capacitiva do filtro.
A frequência natural de ressonância do filtro, ou seja, o valor de frequência onde
se obtém a mínima impedância ocorre quando XC = XL, anulando-se a parte imaginária
da impedância equivalente.
Outro elemento presente no projeto de um filtro passivo de harmônicas é o fator
de qualidade (Q) que representa o quanto o filtro projetado se aproxima de um filtro
ideal. O fator de qualidade está relacionado com a resistência série do filtro e é definido
matematicamente pela Equação 6.2.
XL XC
𝑄= = . (6.2)
𝑅 𝑅
A partir das Equações 6.3, 6.4 e 6.5, serão formulados os passos para
determinação de R, L e C, onde o capacitor e o indutor são projetados para a condição
de ressonância série, para uma determinada frequência (frequência sintonizada), e a
resistência para fornecer critério de sintonização do filtro. As Equações utilizadas nessa
seção foram retiradas da referência [12].
1
𝐶𝑛 = 2 . (6.3)
𝑛2
𝑤 𝑛 𝑋𝑐 ( 2 )
𝑛 −1
1
𝐿𝑛 = 2
. (6.4)
𝑤 𝑛 ×𝐶𝑛
𝑤 𝑛 × 𝐿𝑛
𝑅𝑛 = . (6.5)
𝑄𝑛
onde:
n = ordem da harmônica que se deseja eliminar;
wn = frequência de ressonância em rad/s;
𝐶𝑛 = valor da capacitância;
𝐿𝑛 = valor da indutância;
𝑅𝑛 = valor da resistência.
44
𝑗𝑤𝑅𝐿 𝑗
𝑍= − . (6.6)
𝑅+𝑗𝑤𝐿 𝑤𝐿
𝑅
𝑄= . (6.7)
2𝜋𝑓𝑛 𝐿
7 CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
[2] MARTINHO, Edson. Distúrbios da Qualidade da Energia Elétrica. Editora Érica. 2ªedição. 2010.
[4] DECKMANN, S.M, POMILIO, J.A. Curso Avaliação da Qualidade da Energia Elétrica. 2010.
[5] MARTINS, J.S, COUTO C., AFONSO, J.L. Universidade do Minho. 2003.
[6] ARRILLAGA, J. WATSON, N.R. Power Systems Harmonics. John Wiley & Sons LTD. 2ªedição.
2003.
[8] Harmônicas nas instalações elétricas: Causas, efeitos e soluções. São Paulo: Procobre. 2001.
[11] POMILIO, J.A. Influência dos harmônicos nas instalações elétricas industriais. O Setor Elétrico.
2006.
[15] IEC - 61000-3-4. Testing and measurements techniques : Power quality measurement methods”,
2010.
[16] ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica. Procedimentos de distribuição de energia elétrica
no sistema elétrico nacional: Prodist – Procedimento de distribuição. Módulo 8: Qualidade da energia
elétrica. Disponível em http://www.aneel.com.br. Acesso em novembro de 2010.
48
[17] IEEE Std 519. IEEE Recomended Practices and Requirements for Control in Electrical Power
System. 1993.
[19] ANTUNES, H.A. Aplicação de filtros passivos em acionamentos elétricos industriais. 2007.
[20] MARTINS, J.S, COUTO, Carlos, AFONSO, J.L. Qualidade de energia eléctrica. 2003.