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A Mediação como
resolução de
conflitos
Carla Teixeira
CapacidadeLogica
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Pontos a abordar…
• Conflito: Definição, ▫ Negociação cooperativa
▫ Posições
resolução de conflitos
▫ Interesses
▫ O que é o conflito?
▫ Indivíduos vs. Problemas
▫ Tipologias do conflito
▫ Criação opções e suas avaliações
▫ Estilos de Resolução de Conflitos
• Mediação
• Diferentes formas de
▫ Princípios e características
resolução de conflito: ▫ Etapas
▫ Métodos adversariais
• O papel do mediador
▫ Métodos não adversariais
▫ Características
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o Com toda a certeza esta iria incluir um teor negativo. Somos educados
com a noção de conflito como sinónimo de crise, de algo mau, de uma
tensão negativa entre duas pessoas (inimigas) de onde surgirá,
obrigatoriamente, um perdedor e um vencedor. Senão vejamos a
definição num diccionário:
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Regulador social
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automaticamente nos
centramos)!
box!”.
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Interpessoal Intrapsíquicos
CONFLITO
CONFLITO
Segundo Vezzulla
• interferem nas (2004) estes conflitos
destacam-se por
atitudes e soluções
serem constituídos
apontadas por posições
antagónicas,
• inconscientes e
defensivas e
individuais preconceituosas que
justificam as causas impedem a distinção
influenciados dos diferentes
do conflito explícito interesses.
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CONFLITO
CONFLITO
• crença da • possíveis reacções • acções desenvolvidas
incompatibilidade emocionais após para alcançar o nosso
entre os seus tomada de objectivo em função de
desejos / consciência do desejos, interesses e
interesses e os de conflito (fuga, sentimentos
outra pessoa agressão, tristeza, • mesmo que para isso
desconforto, etc.) tenhamos que nos insurgir
contra os interesses de
outras pessoas
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etc.)
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Valores
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Emoções
É na sua expressão que o sujeito se encontra, que restaura a sua identidade. Tem,
contudo, de existir um ambiente adequado à sua expressão e um método claro e
eficaz para se lidar com elas. Nem todas devem ser expressas e muito menos de
forma abrupta e rude.
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História
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Comunicação
O problema não está só EM NÃO DIZER mas também partir do pressuposto de que o que SE
DISSE FOI DITO DE FORMA CLARA PARA TODOS. O mediador deve ter a certeza de que as
partes não partem para a resolução de conflitos sem primeiro os perceberem, tendo, portanto,
de os comunicar e esclarecer ao outro. Deve também elaborar critérios comuns para avaliar os
dados recolhidos e possuir sempre uma forma de recolha e análise de dados.
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Estrutura
O mediador tem de ter consciência de que existem aspectos estruturais que não
podem nunca ser alterados de forma simples. Contudo, pode tentar proceder à
modificação da propriedade ou controlo dos recursos, a aproximação entre as
partes, etc.
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Tipos Causas
Padrões destrutivos de comportamento ou interacção;
consequentemente, quais as suas causas:
Estruturais
(conteúdo);
De
dados
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Explicaremos
agora, cada um das
abordagens acima
citadas (Moore,
1998; Thomas, &
Killmann, 1974).
Para uma breve explicação
acerca de estilos para lidar
com o conflito consulte
também McIntyre (2007),
bem como os factores que
os possam influenciar.
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Acima de tudo vontade de vencer. O objectivo central é fazer valer a posição pessoal
e, nessa medida, o conflito é entendido como um choque de competências de persuasão e
recursos de poder. Quem for mais competente, quem for mais poderoso(a), ganha. Mais
centrado na assertividade do que na cooperação, este modo de abordagem aos
conflitos traduz-se num comportamento em que a preocupação com os interesses
pessoais se sobrepõe claramente ao interesse no desenvolvimento ou manutenção de uma
relação com a outra parte.
Trata-se de uma abordagem ao conflito que pode ser útil quando, entre outras situações, há algum
problema que necessita de resolução muito urgente, quando sentimos que os nossos direitos não
estão a ser salvaguardados ou quando estamos bastante seguros de que a nossa perspectiva é a mais
adequada.
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Trata-se de uma abordagem ao conflito que pode ser útil quando as relações com a outra parte são
valorizadas, quando é importante gerar soluções que integrem os diferentes interesses em presença.
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Trata-se de um estilo ao qual se pode recorrer quando se considerar que, mais do que "pôr as coisas
em pratos limpos", importa preservar os interesses e/ou as relações; pode igualmente ser utilizado
para encontrar soluções para problemas que carecem de uma resolução rápida.
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EVITAMENTO
Existem contudo situações nas quais se pode recorrer a esta estratégia: por exemplo, quando o assunto
em questão é apenas trivial, quando seria deselegante entrar num confronto directo ou quando
precisamos de recolher mais informações acerca do problema a resolver.
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Pode ser uma estratégia a utilizar, por exemplo, quando se pretende ganhar forças para mais tarde
lidar directamente com o conflito ou quando o problema em questão é decididamente trivial.
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Negociação cooperativa
cooperativa:: Introdução e
Etapas da Negociação
A Negociação Cooperativa pretende que as partes cheguem a
acordo em função dos interesses comuns e opostos. Segundo
Vezzulla (2004), a negociação deve basear-se na comunicação de
Harvard:
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Negociação cooperativa
cooperativa:: Introdução
e Etapas da Negociação
ETAPAS DA NEGOCIAÇÃO
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Negociação cooperativa
cooperativa:: Introdução
e Etapas da Negociação
• Análise de contexto, nomeadamente, em termos
Preparação ambientais, de história, relações entre as partes
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Negociação cooperativa
cooperativa:: Introdução
e Etapas da Negociação
Comunicação
Posições
Interesses
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Negociação cooperativa
cooperativa:: Introdução
e Etapas da Negociação
Posições
Comunicação Discurso manifesto isto é, aquilo
que as partes expressam que querem
Escuta tem de ser activa e atenta, fazer, as ameaças acerca de como
sem preconceitos e sem atribuição de pretendem agir e deliberam quais as
intenções ao conflito (não antever circunstâncias das suas acções. (parte
cenários e sem pensamentos visível da pirâmide);
parasitas);
Nem sempre o discurso declarado traz
Deve ser promovida uma expressão só as posições, podendo também
clara de sentimentos e interesses surgir os interesses (Ex. Eu quero…
com a sua consequente explicação e porque…).
explicação mútua.
O mediador não deve debruçar-
se sobre as posições .
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Negociação cooperativa
cooperativa:: Introdução
e Etapas da Negociação
Há pessoas que têm
dificuldade em descobrir, e
colocar em cima da mesa,
Interesses todos os seus interesses. De
referir que num conflito
Subjacentes à expressão das posições (objectivo),
existem os reais interesses das partes
existem sempre interesses e
(subjectivo) e são estes que são importantes necessidades comuns. O papel
reconhecer e compreender. do mediador é tentar que estes
se alarguem de forma a que os
O que não surge no discurso (preocupações, interesses próprios diminuam:
desejos, temores, expectativas, etc.) e corresponde às
motivações internas. Quando o subjectivo fica
solucionado, o objectivo pode ficar resolvido.
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Negociação cooperativa
cooperativa:: Introdução
e Etapas da Negociação
Quando tal não acontece, surge uma escalada da violência, em que o Outro é
visto como inimigo, decrescendo a comunicação e chegando mesmo a perder-
se o objectivo da discussão. Há que ser duro com os problemas e
cortês com as pessoas.
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Negociação cooperativa
cooperativa:: Introdução
e Etapas da Negociação
Por muito que o negociador refira e
saliente:
que não devem existir pré-juizos,
Criação opções e suas
que deverão existir inúmeras hipóteses
avaliações
(na medida em que nesta fase apenas
se tratam de conjecturas)
Esta acção visa estimular a
que as soluções criadas têm de atender
Entraves
criatividade, no sentido de se
encontrarem soluções para a aos direitos e interesses das duas partes
resolução do conflito. Nesta altura
não se procede à avaliação ou Intervenientes tendem a julgar,
julgamento destas, mas todas são criar uma solução única e que
válidas. Devem ser todas atenda somente os seus
colocadas em cima da mesa e interesses.
nenhuma delas tem valor de Nesta altura têm de ser,
compromisso. frequentemente, relembradas as
regras.
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Negociação cooperativa
cooperativa:: Introdução
e Etapas da Negociação
Por muito que o negociador refira e
saliente:
De referir
Criação opções eque
suas o negociador nunca lança
que não devem existir pré-juizos,
que deverão existir inúmeras hipóteses
soluções,
avaliações na medida em que pode ser
(na medida em que nesta fase apenas
percepcionada
Esta acção visa estimularcomo
a uma tomada de decisão e
se tratam de conjecturas)
que as soluções criadas têm de atender
Entraves
criatividade, no sentido de se
de favoritismo para
encontrarem soluções para a com uma das partes sendo,
aos direitos e interesses das duas partes
resolução do conflito. Nesta altura
com toda
não se procede a certeza,
à avaliação ou responsabilizado por isso
Intervenientes tendem a julgar,
julgamento destas, mas todas são
válidas. Devem ser todas
mais tarde.
criar uma solução única e que
atenda somente os seus
colocadas em cima da mesa e interesses.
nenhuma delas tem valor de Nesta altura têm de ser,
compromisso. frequentemente, relembradas as
regras.
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Negociação cooperativa
cooperativa:: Introdução
e Etapas da Negociação
Facilitar o diálogo, na medida em que são acordados pelas partes (Ex. perito é
acordado pelas partes em função de critérios como os orçamentos);
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Negociação cooperativa
cooperativa:: Introdução
e Etapas da Negociação
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Mediação::
Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
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Mediação::
Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
Capacitante
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Mediação::
Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
Segundo Vezzula (2004) 3 visões da realidade: A primeira visão
(Ilusória) está presente na Fase de Investigação e as duas últimas
(Integrada e Responsável) na denominada Fase de Administração do
Conflito.
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Mediação::
Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
Segundo Acordo
Administração
Moore
Fase de
não são
Abertura
estanques:
Pré-mediação
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
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Mediação::
Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
Cada parte deve escolher o local onde queiram sentar-se. (Ex. Bom dia, Carla
Teixeira. Entre e sente-se onde quiser)
• No final do acolhimento e de as partes estarem sentadas, o mediador deve sentar-
se a pontos equidistantes das partes. Deve apresentar-se e à equipa presente.
Deve perguntar às partes qual o nome pelo qual gostariam de ser tratadas
(por vezes não se trata do primeiro nome) e atender que o grau académico deve
ser sempre tratado como nome (Ex. Sr. X e Dr. Y).
• Posteriormente, deve ganhar a confiança das partes e não diferenciar os
mediados (um dos exercícios mais difíceis é manter o mesmo tipo e tempo de
contacto ocular pelas partes!), no sentido de manter o equilíbrio da relação. Devemos
ser gentis, estimular o diálogo e a escuta.
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Mediação::
Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
2. Boas
Vindas
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
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conflito.
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
Após esta fase inicial, abrimos aquilo a que chamamos de fase de escuta, dizendo-lhes
que têm tempo para falarem do que quiserem, um de cada vez, sem se interromperem!
Podemos informá-los de que existem folhas e canetas onde podem apontar dúvidas ou
argumentos com os quais não concordam para que, quando chegue a sua vez, os possam
recordar. Perguntar sempre quem deseja começar e se a outra parte concorda
(imparcialidade).
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
Esta é ainda uma fase muito pautada pelas posições. O mediador possui
diversos recursos que pode utilizar na sua averiguação. De referir que as
3. Investigação
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
Perguntas Abertas:
3. Investigação (RECURSOS)
RECURSOS)
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
Perguntas Circulares :
3. Investigação (RECURSOS)
RECURSOS)
No fundo permitem que o próprio responda como ele mas relativamente aos
pensamentos do Outro.
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
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Perguntas Circulares :
3. Investigação (RECURSOS)
RECURSOS)
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
Resumos:
3. Investigação (RECURSOS)
RECURSOS)
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
Caucus:
3. Investigação (RECURSOS)
RECURSOS)
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
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Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
Este acordo pode ser oral ou escrito. Apenas deve ser oral se as partes assim
o decidirem, neste caso o mediador deve fazer uma revisão de todas as
modificações na relação e nos comportamentos a adoptar por cada um no futuro.
No final de redigido o acordo, este é lido em voz alta para todos e é dado
um exemplar a cada participante para que possam melhor seguir a
leitura e questionar qualquer coisa que aí esteja escrito. Ao terminar a
leitura e se todos estiverem em conformidade as cópias são assinadas por todos
os intervenientes. Se estiverem presentes advogados podemos solicitar a sua ajuda
nesta redacção.
De referir que na mediação particular, este acordo escrito (no caso do
oral isto não se coloca) possui titulo executivo nos termos da lei. No caso
dos Julgados de Paz tem valor de sentença judicial.
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Mediação::
Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
em co-mediação).
3 de co-
co-mediação
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Mediação::
Mediação Princípios e Características, Etapas, Estilos
de Mediação
Mediador / Co-
Co-
Pura Revezamento
mediador
Os mediadores
Os mediadores têm de Neste processo de
definem qual o
conhecer-se bem, de mediação quem dirige o
mediador e o co-
ter a dita afinidade. processo é o mediador.
mediador. Para
Só se define quem faz Para intervir o co-
intervir o co-mediador
a abertura e depois mediador tem de
solicita autorização e
intervêm quando solicitar autorização e
espera que a palavra
quiserem e as vezes esperar ser autorizado e
lhe seja oferecida. A
que quiserem. Têm de depois da sua
partir desse momento
conhecer-se ao ponto intervenção a palavra
surge uma inversão de
de com um olhar volta ao mediador, tendo
papéis e este passa a
passar a palavra para de repetir o processo
mediador. O processo
não se sobreporem para nova intervenção.
pode ser revertido.
(transmitir ideia de
respeito).
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O papel do mediador
mediador:: Funções e Características
Acolher os mediados
Não um acolhimento social, mas algo informal que remete Pretende, no entanto, criar empatia, ainda que de uma forma
sempre para um contexto de trabalho responsável. natural.
Conquistar a confiança
Fazer com que as partes confiem no processo e não tanto no Este último é biodegradável, na medida em que se dilui no
mediador. final do processo.
Obter cooperação
Pedir às partes que cooperem, que coloquem todas as
Passar a noção de que existem diferentes perspectivas e de
questões de forma a que sejam percebidas e, posteriormente,
que pode existir mais que uma verdade.
trabalhadas mutuamente.
Promover a responsabilidade
Desde o início até ao final do processo, deve ser dito às partes que estas são responsáveis pela informação que trazem, pelas
soluções arranjadas e pelos compromissos que efectuem.
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O papel do mediador::
mediador Funções e
Características
Neutro/Isento
não deixar
transparecer a sua
opinião própria
Efectuado pelo que denominamos de Subir à Galeria: Técnica que o mediador pode utilizar durante o
processo de mediação, ou numa pausa, e que lhe permite perceber se o seu papel está a ser devidamente
desempenhado. O mediador sugere uma pausa e esta efectua-se mesmo que os mediados não o desejem,
porque como técnicos temos legitimidade para o fazer. De referir que em co-mediação esta é ainda mais
importante porque permite uma reflexão conjunta e delinear estratégias futuras. Esta pausa permite
retomar o equilíbrio, evitar decisões precipitadas (diferenciar o agir do reagir), pensar se se dá
continuidade ou não ao processo de mediação.
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