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CONCEITO:
Ressalte-se que mesmo que o feminicídio seja enquadrado como uma violência
doméstica, o crime também pode ter evidências de menosprezo à condição de
mulher.
Legislação:
FEMINICÌDIO NO BRASIL
Com essas informações e partindo da perspectiva de gênero, percebe-se que,
por meio dos papéis de gênero, ao colocar o masculino como superior ao
feminino, a sociedade tornou os crimes de violência contra à mulher, algo
comum.
Parte-se da premissa, então, que a sociedade é machista. Consequentemente,
o Estado Brasileiro e suas instituições também o são.
Isso desencadeou diversos efeitos negativos para as mulheres: até pouco
tempo, os crimes sexuais só eram contra as mulheres honestas. A omissão do
Estado perante os crimes contra mulheres era ainda maior do que se é hoje em
dia.
Já tem praticamente quatro anos da lei do feminicídio e o Estado ainda não é
capaz de prevenir, completamente, e punir esses crimes.
A partir da Lei Maria da Penha, em 2006, que trata dos crimes de violência contra
às mulheres, percebe-se que houve uma diminuição do crescimento dos
números de feminicídios, principalmente, por causa da mobilização para
denúncias dos delitos, assim como a tentativa de implantar medidas protetivas.
Entretanto, por causa da morosidade do Estado e pelo fato de não estarem bem
preparados para proteger a mulher vítima, muitas vezes, antes que o Estado faça
algo, já ocorreu o feminicídio.
Outro fato que contribui para a realidade atual é a tolerância com a violência
contra a mulher, assim como a subestimação das ameaças e outras formas de
violência.
Por muitas vezes, por não deixar marcas aparentes, os casos de ameaças ou
violência psicológica e moral acabam sendo considerados menos importantes
pelos profissionais da rede de atendimento ou até pela própria vítima.
Ocorre que, na maioria dos casos (principalmente no Brasil, onde temos uma
grande taxa de Feminicídio íntimo), o feminicídio não é um crime que ocorre de
maneira imediata. Normalmente, começa com uma ameaça, que se torna
violência moral e psicológica, que vira um empurrão, uma lesão corporal leve,
até chegar no feminicídio.
POr isso, é muito importante que se faça as denúncias, mesmo quando não
considerar que é algo tão sério.
SOCIEDADE
Nos crimes de violência contra às mulheres, a mulher acaba sendo vítima três
vezes. Ela é vítima do crime, do sistema de justiça brasileiro (desde as
delegacias até o sistema judiciário) e da sociedade.
É vítima quando recorre ao Sistema de Justiça e eles demoram para a proteger,
além de, por várias vezes, ser colocada no banco dos réus ao se considerar o
comportamento dela para a realização do crime.
É vítima do julgamento da sociedade.
Há uma tendência de colocar a mulher como provocadora do crime, por causa
de sua personalidade, seus comportamentos, jeito de vestir, por onde estava, a
que horas estava, com quem estava.
O homem, por outro lado, é tido como como aquele que foi provocado e, por
causa de forte emoção causada por ato da vítima, comete o crime. Acontece,
que ao dizer que o autor do crime o cometeu por causa de fortes emoções,
ocasionadas por provocação da vítima, há uma culpabilização da mulher e,
consequentemente, a diminuição da gravidade da conduta do homem.
A sociedade, assim como a imprensa, por muitas vezes, transforma a vítima em
vilã do crime.
A exemplo disto, o caso de Isabela, jovem de 19 anos, que estava em um
churrasco com a família do namorado. Ela, por se encontrar cansada, foi deitar-
se. Seu cunhado, a encontrando num estado de inconsciência, a violentou. O
namorado, ao encontrá-los na cama, a espancou e a queimou, em cima do
colchão. Isabela teve 80% do corpo queimado e morreu logo após.
Entretanto, a manchete de determinado jornal traz [...].
Esse tipo de comportamento, além de perpetuar a cultura da violência, alimenta
a impunidade e, consequentemente, a tolerância social ao assassinato de
mulheres.
Por todo o exposto, é imperativo que haja uma maior visibilidade sobre o
feminicídio e suas causas, para que se tenha uma mobilização em não só punir
esse crime, mas, principalmente, preveni-los, seja educando a sociedade,
principalmente as crianças, seja descobrindo meios da total efetivação das leis
e medidas protetivas.