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CAPÍTULO 12

A medicina e o espiritismo

PERGUNTA: — Como se explica que hajam passado por


este mundo pessoas que se tornaram famosas por suas acer-
tadas prescrições homeopáticas, sem que passassem também
por um curso acadêmico especializado?
RAMATIS: — Durante muitos anos atrás, muitos espíri-
tos laboriosos e dignos se encarnaram em vosso mundo
com a elevada missão de divulgar o uso da Homeopatia,
embora nem todos pudessem ter sido médicos ou mesmo
farmacêuticos. O principal labor desses espíritos consistia
em acostumar o povo à nova terapêutica. Aconteceu, po-
rém, que, a princípio, a Medicina preferira repudiar a Ho-
meopatia, em lugar de acolhê-la, apesar de que ela apenas
vinha demonstrar à Ciência a existência de leis reveladoras
dos poderes medicamentosos ocultos em todas as substân-
cias. Assim, a sua divulgação no vosso mundo precisou ser
ajudada por alguns leigos estudiosos, que muito contribuí-
ram para o sucesso que a Homeopatia começou a ter na
Europa e nos Estados Unidos.

PERGUNTA: — E quanto ao Brasil, que dizeis?


RAMATIS: — Como o Alto ordenara que os espíritos de
hábeis homeopatas desencarnados assistissem incondicio-
nalmente aos médiuns receitistas dignos e desinteressados
de proventos materiais — que abundavam e ainda abun-
dam no Brasil — devendo auxiliá-los a receitar de modo o

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Fisiologia da Alma

mais certo possível e até mesmo corrigir-lhes astralmente os


equívocos das primeiras horas, o receituário espírita-home-
opático tomou vulto com muita facilidade. E, como era gra-
tuito, foram os pobres os que mais o buscaram, enquanto
o Espiritismo se fazia digno da gratidão daqueles que eram
curados dos seus sofrimentos físicos pelo uso da Homeo-
patia. E assim generalizou-se particularmente o emprego da
5ª dinamizarão, tão preferida pelo povo e facilmente recei-
tável pelo mediunismo espírita, sem o perigo de qualquer
surpresa desagradável ou de maior responsabilidade, por-
quanto a administração das doses altas fica a cargo do mé-
dico homeopata.

PERGUNTA: — Por que motivo, no Brasil, os espíritas


conjugam a prescrição homeopática aos labores mediúni-
cos, ao passo que em outros países não procedem da mesma
forma?
RAMATIS: — Enquanto outros povos se limitam espe-
cialmente ao estudo puramente científico da doutrina espí-
rita, ou apenas se dedicam à sua especulação filosófica, no
Brasil os seus adeptos aliam o estudo da doutrina à prática
da caridade para com os enfermos, motivo pelo qual se
constituem em excelentes veículos para a divulgação aben-
çoada da Homeopatia, demonstrando através do socorro a
esses enfermos pobres uma profunda gratidão ao seu pró-
prio idealizador, que foi Samuel Hahnemann. E convém
lembrar que, embora a medicação homeopática da 5ª dina-
mização, prescrita através do mediunismo ou de curandei-
ros improvisados, tenha sido de princípio manuseado sob
o empirismo popular, ela operou curas miraculosas e sur-
preendeu a muitos homens e cientistas bem intencionados,
chegando a atrair alguns deles para o serviço do amor ao
próximo e para o estudo valioso da Homeopatia!
Daí, pois, os inumeráveis êxitos que até aqui se têm ve-
rificado na prática da Homeopatia, mesmo quando prescri-
ta por homens de menor conhecimento científico porquan-

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Ramatís

to, tratando-se de uma terapêutica elevadíssima, atrai a in-


fluência benéfica dos desencarnados benfeitores. Muitos
espíritos de médicos, que se encarnaram na Terra com a
missão especial de propagar a Homeopatia, estudaram pri-
meiramente a medicina alopática e suas leis específicas,
com o fito de conhecerem-lhes todos os escaninhos e re-
cursos, adquirindo assim maior cabedal de conhecimentos
a respeito das doses infinitesimais, de que mais tarde se tor-
naram destemidos defensores!
A Homeopatia não pode esquecer o valioso concurso
que recebeu do povo brasileiro para sua divulgação e
maior aceitação no Brasil, graças mesmo a essa interferên-
cia de leigos, médiuns e espíritos desencarnados, os quais
muito cooperaram para a sua definitiva consagração a res-
peito. Deste modo, ficaram fundamentadas as suas bases
como ciência que, além de curar o corpo, ainda abrange
grande parte da psicoterapia e da terapêutica mental, futu-
ra, influindo profundamente no psiquismo humano e inter-
vindo nos processos fundamentais da emoção, do pensa-
mento e do mecanismo do duplo-etérico, que coordena a
vitalidade orgânica. É terapêutica que se ajusta cada vez
mais ao dinamismo avançado do século atômico, em que
viveis.

PERGUNTA: — Por que motivo não foi levado a efeito,


pelos espíritos desencarnados, um movimento em favor da
Alopatia, tal como se deu quanto à Homeopatia no Brasil,
principalmente no meio espírita?
RAMATIS: — A medicina alopática é eivada de medica-
ção tóxica, que produz reações desaconselháveis para a
prescrição mediúnica, pois o espírito receitista tem que se
cingir, em geral, à maior ou menor eficiência e sensibilida-
de do médium de que se serve. O sistema alopático opera
principalmente com a medicação densa, ou seja em doses
maciças, que atuam propriamente à periferia do corpo car-
nal, distanciando-se do nosso alcance direto e agindo sob

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