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7. A estratégia do diferimento
Outro modo de fazer aceitar uma decisão impopular é apresentá-la
como “dolorosa mas necessária”, obtendo o acordo do público no
presente para uma aplicação no futuro. É sempre mais fácil aceitar um
sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro porque a dor
não será sofrida de repente. A seguir, porque o público tem sempre a
tendência de esperar ingenuamente que “tudo irá melhor amanhã” e
que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Finalmente, porque isto dá
tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceitá-la com
resignação quando chegar o momento.
Exemplo: a passagem ao Euro e a perda da soberania monetária e
econômica foram aceites pelos países europeus em 1994-95 para
uma aplicação em 2001, mesmo sendo uma ideia questionável desde
o primeiro momento, veja a crise instalada na Europa hoje. Outro
exemplo: os acordos multilaterais do FTAA (Free Trade Agreement of
the Americas) que os EUA impuseram em 2001 aos países do
continente americano ainda reticentes, concedendo uma aplicação
diferida para 2005.
Outra camada emocional dos humanos que são seus pontos fracos
são suas paixões. As paixões impedem você raciocine e responda a
situação pela reflexão e lógica. Entendimento que, inclusive é adotado
pelo nosso judiciário no julgamento dos crimes. Sentimentos
passionais são motores que impulsionam a persuasão. Por isso que,
você pode criticar o que quiser, exceto as emoções e paixões de um
povo. Quantas vezes você já viu algum político brasileiro fazer algo
contra o futebol? Ou contra o carnaval? Ou uma emissora de TV
americana criticar o Super Bowl? Ou um jornal francês falar mal da
Arte? Perceba, você pode afundar um país como aconteceu na
Grécia, pode fazer rombos imensos no erário como acontece no
Brasil, a única atitude que lhe é vedada é se opor as paixões. O bom
titereiro usa as paixões como cordas extras na sua marionete para
poder controla-la com maior facilidade. Se opor, seria cortá-las. Menos
cordas, menos controle. Ponha-se no lugar da marionete e pense:
quantas linhas das paixões você conseguiria cortar?