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JOHN WESLEY
CHARLES WESLEY
Charles Wesley (1707-88) era o irmão mais novo de John Wesley. Charles também foi
ordenado na Igreja Anglicana. Charles é principalmente lembrado e amado pelos seus
hinos - escreveu mais de 7.000. Foi o maior escritor Inglês de hinos de todos os tempos.
O que muita gente desconhece é que Charles Wesley teve sua experiência de novo
nascimento três dias antes da famosa Experiência do Coração Aquecido, vivenciada por
seu irmão John Wesley em 24 de Maio de 1738 na Rua Aldersgate.1
GEORGE WHITEFIELD(1714-1770)
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Em 21 de maio, ocorre a conversão evangélica de Charles Wesley. Enfermo, com pleurisia, e em crise
espiritual, Charles encontra-se na casa de John Bray a quem descreve como “um mecânico pobre e
ignorante, que nada conhece a não ser Cristo; embora, por conhecê-lo, conhece e discerne todas as coisas”.
Nesse singelo ambiente, a leitura do comentário de Lutero aos Gálatas o instrui sobre o viver pela fé. Na
noite anterior, ouvira provavelmente a voz da irmã de Bray, dizendo: “em nome de Jesus de Nazaré, levanta
e crê, e você será curado de todas as suas enfermidades”. Na manhã seguinte, domingo de Pentecostes,
escreveu: “Eu agora me encontrava em paz com Deus e me regozijava na esperança do amor de Cristo”,
três dias antes da mais bem conhecida experiência de John Wesley. Nessa ocasião, compõe o seu primeiro
hino: “De onde minha alma errante começará?” (Where shall my wondering soul begin?). (EDITEO, 2007,
p. 21-29)
sermões. Na América, em 1770, aos 65 anos de idade, já muito doente, Whitefield
ministrou durante duas horas para uma multidão que o esperava em Exeter, Inglaterra. Na
mesma noite, partiu para a cidade de Newburysport, a fim de hospedar-se na casa do
pastor local. Durante a madrugada, falou ainda com alguns colegas por cerca de 30
minutos e subiu as escadas para o seu dormitório. Lá, morreu, pregando a Palavra de
salvação até o último minuto de vida ao seu companheiro de quarto. John Wesley realizou
o oficio fúnebre de George, e a ele se referiu como sendo um grande servo de Deus.
Além da total apatia da parte dos mais abastados para com os pobres havia também um
alto índice de pessoas desempregadas, a imoralidade era decorrente, jogatinas, rinha de
brigas de galo, pessoas caídas, e que passavam a noite dormindo pelas calçadas das ruas.
O consumo de bebida alcoolica era altíssimo e em consequência disso o alcoolismo
vicejava como praga. “Nesse tempo, ano de 1736, uma em cada seis casas de Londres era
uma taberna” (LILIÈVRE, 1997. p.32.) Mateo Lilièvre escreve que:
É em um contexto como acima citado que o Metodismo surge como um movimento expontaneo
de renovação dentro da Igreja da Inglatera.
METODISMO – DO MOVIMENTO A IGREJA
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Aliás, Clube Santo não foi o único termo aplicado a eles, Heitzenrater afirma que “o apelido logo fora
substuido, ou intercalado, com outros tais como: Clube Religioso, Traças da Bíblia, Homens da
Superrogação.” (HEITZENRATER, 2007, p. 41)
O acima exposto traz pontos que, acrescentados a outras atividades, se tornarão
características do Movimento, e mais tarde, Igreja Metodista, a piedade vital
fundamentada nas Escrituras e que se manifesta em atos, em obras de misericórdias na
vida social. Foi sob a influência de Willian Morgan que o grupo passou a realizar
atividades como visitas aos condenados na Prisão do Castelo. Morgan já era alguém
amplamente envolvido com uma série de atividades voltadas para o auxílio aos
necessitados, ações tais como: “ensinando as crianças órfãs, cuidando dos pobres e
idosos, visitando prisões. Os irmãos Wesley acompanharam Morgan à velha fortaleza do
Castelo na tarde de 24 de agosto e ficaram tão satisfeitos com a experiência com os
prisioneiros que concordaram em voltar lá pelo menos uma vez por semana.”
(HEITZENRATER, 2007, p. 34). Morgan foi o principal responsável por incorporar as
práticas do grupo ações sociais, sob sua liderança “não demorou muito e os metodistas
estavam passando muitas horas por semana com os pobres e necessitados da cidade.”
HEITZENRATER, 2007, p. 40) Segundo Heitzenrater, “essas atividades razoavelmente
inócuas representam a primeira manifestação do que se tornaria o metodismo em
Oxford.” (HEITZENRATER, 2007, p. 34)
Wesley e seus companheiros não usavam nenhum nome para seu grupo. Na realidade,
Wesley tinha resistência a adotar qualquer nomenclatura. Todavia, a forma metódica com
que, na ausência de Morgan, ele organizou o grupo,
fez com que eles recebessem o nome de “Metodistas”. Assim como “Clube Santo” e
outras alcunhas, o termo Metodistas, também surge baseado nas atividade regulares do
grupo. Segundo Heitzenrater, um certo John Bingham, anunciou: “Um novo grupo de
metodistas surgiu entre nós”. (HEITZENRATER, 2007, p. 45). A designação estava mais
ligada a pessoa de Wesley, talvez por ser ele o mais metódico de todos os Metodistas.
John Clayton, de Oxford, escrevendo a Wesley, em agosto de 1732, assim declara: “Agora
que você se foi, nós perdemos em grande parte o honorável apelido de metodistas”.
Coube, mais tarde, a um jornal londrino, tornar o nome popular por meio de uma carta
crítica, onde a partir de então “o termo “metodista” se tornaria amplamente conhecido
como o rotulo do movimento wesleyano em Oxford.” (Opus cit, 2007, p. 46).
No ano de 1735, os irmãos Wesley partiram para o Novo Mundo, América, com o
objetivo de levar o evangelho aos indígenas. Eles não estavam sozinhos, a bordo do navio
estavam também, Benjamim Ingham, um estudante de Oxford e Charles Delamotte, o
filho de um magistrado de Londres, que também faziam parte do Clube Santo. A colônia
norte-americana, Georgia, havia sido fundada três anos antes.
Neste período, antes, durante e após a sua ida para Georgia, Wesley vivenciava incertezas
espirituais. Apesar de todo rigorismo vivenciado no Clube Santo, (o qual foi apontado
como sendo a causa da morte de Morgan em 1732), Wesley não havia alcançado a paz
em seu espirito. Em carta escrita a John Burton, ele disse que “havia visto o motivo de
seu “encargo piedoso” como o “desejo de fazer o bem para as almas dos outros e, em
consequência disso, para a sua própria”. [...] “Meu principal motivo... é a esperança de
salvar minha própria alma”. (HEITZENRATER, 2007, p. 58) . Envolto
Durante a viagem para a Geórgia ocorreram dois eventos que são fundamentais na
trajetória ministerial e espiritual de John Wesley. As tempestades que quase levaram o
navio ao naufrágio e o contato com os Morávios (HARRISON, 1937). Diante das
tempestades Wesley foi tomado por seu medo da morte. Inseguro em relação a sua
salvação, ele bradou: “Oh! Quão puro de coração deve ser aquele que tem como se
regozijar-se em apresentar-se diante de Deus sem aviso prévio.” (HEITZENRATER,
2007, p. 59) Sobre as tempestades Heitzenrater escreve que
OS MORAVIANOS
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Morávios - A data de 13 de Agosto de 1727 é geralmente reconhecida como a do renascimento da Igreja
Moraviana, também conhecida por Igreja dos "Irmãos Morávios". Sob a orientação espiritual do Conde
Nicolau Zinzendorf (1700-1760), profundamente influenciado pelo "pietismo" alemão, estabeleceu a sua
sede em Herrnhut onde criou todo um governo e disciplina próprias. A sua paixão por Cristo fez desta
Igreja um baluartedo zelo missionário.
calmamente a cantar initerruptamente os salmos. Diante de tanta calmaria em meio a
tempestade, John perguntou-lhes: "As vossas mulheres e os vossos filhos não tiveram
medo?". "Não, as nossas mulheres e crianças não têm medo de morrer". (Jornal, 25-26 de
Janeiro de 1736). Essa espiritualidade que demonstra segurança mesmo frente a face da
morte impactou Wesley, e quando chegaram a terra, Spangenberg, um dos líderes
Morávios, perguntou a John:
”No dia 06 de fevereiro de 1736, Wesley chegou a Geórgia, ainda sob o impacto do que
viu e ouviu dos Morávios, todavia, seus planos de evangelizar os nativos foram frustrados
e ele passou então a se dedicar aos colonos, que durante esse tempo estavam sem um
guia espiritual, iniciando assim a rotina de cultos, batismos, orações públicas e Santa Ceia
aos domingos (JOY, 1996). Todavia, o rigorismo de Wesley logo lhe criou problemas entre
os colonos brancos, “[...] poucos meses depois, a popularidade da qual os jovens
missionários gozavam no princípio foi transformada em destacada oposição” (LELIÈVRE,
1997, p. 59). Outro fator complicador foi o seu envolvimento com Sofia Hopkey, sobrinha
do chefe político local a quem segundo Joy (1996, p. 43) chegou a ministrar lições de
francês, o envolvimento entre ambos foi tamanho, que a família da moça não esperava
menos que um casamento. Entretanto, Wesley temia que um enlace pudesse prejudicar
sua dedicação ao evangelho, encerrando assim sua história com a Srta. Hopkey a qual se
casou em seguida com um colono local. O desfecho desse evento foi, segundo Joy (1996,
p. 44), com Williamson movendo ação judicial contra Wesley, por difamar sua esposa ao
recusar ministrar a Santa Ceia a ela. Ao perceber que não haveria chances de provar sua
inocência, uma vez que, o jurado estava em peso instigado pelo tio de Sofia, Wesley volta
à Inglaterra em uma fuga no meio da noite, encerrando com esse fracasso sua primeira
campanha missionária. Wesley ficou menos de dois anos em Savannah, na Geórgia,
todavia, as experiências ali vivenciadas, principalmente no caminho até lá, foram bastante
importante para ele, mais tarde ele denominou tal período como sendo “o segundo
surgimento do metodismo.” (HEITZENRATER, 2007, p. 59)
Em seu retorno para a Inglaterra John Wesley vivenciou uma crise emocional e
religiosa. O fracasso na Geórgia afetou suas concepções teológicas e sua fé,
principalmente em relação à sua percepção sobre salvação. Podemos identificar essa
crise emocional e religiosa enfrentada por Wesley em relatos de seu diário. No diário,
Wesley afirmava que, apesar dos seus esforços em converter os outros, não se sentia
salvo, chegando à conclusão de que se encontrava destituído da glória de Deus
(WESLEY, 2009).
OLIVEIRA LOCKMANN, Paulo Tarso. Wesley e os Pobres. In: Caminhando: 300 anos
de Wesley. Ano VIII, no12, 2o Semestre de 2003. p.48.