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Como superar as crises na Igreja e com a Igreja

Texto Base – Atos 6. 1-7

Introdução

Geralmente quando se fala da Igreja Neotestamentaria, ou da Igreja


do Primeiro Século, temos uma tendência a romantiza-la. Há até
mesmo quem diga que a Igreja na atualidade se desviou da verdade,
e que ela nada tem a ver com a Igreja que Lucas nos apresenta em
Atos. Muitos se referem a Igreja de Atos como que se ela tivesse sido
uma Igreja pura, sem mácula. Tal visão decorrente de uma falta de
estudo das Escrituras muitas vezes gera crises, e faz com que muitas
pessoas desistam da Igreja, ou fique de denominação em
denominação a procura da “verdadeira Igreja Perdida”. Nesta noite
quero destacar alguns pontos que nos ajudam a desmitificar essas
ideias.

I – A Igreja de Cristo possui uma promessa.

A Igreja de Cristo, ao longo dos séculos, goza da inefável promessa


feita por Aquele que é o seu Cabeça: “Pois também eu te digo que
tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
portas do inferno não prevalecerão contra ela;...”
Mateus 16:18 – E também, em  Mateus 28:20: “...e eis que
eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos…”

II – Todo crescimento traz problemas – (Atos 6.1)

A narrativa de Lucas nos fala no primeiro versículo que


ocorrendo o aumento do número dos discípulos, houve
murmuração dos helenistas contra os hebreus.
A Igreja de Cristo é chamada a ser multiétnica, mas a Igreja em
seu nascedouro era composta majoritariamente por judeus. Os
helenistas, ou gregos, eram judeus que viveram fora da
palestina e assimilaram parte da cultura grega. Os judeus,
chamados de “hebreus de hebreus” eram os que liam a Bíblia
em hebraico, todavia, falavam em aramaico. São duas culturas
diferentes, e podemos dizer que isso gerou um choque cultural,
pois para muitos judeus hebreus, a adoção de práticas da
cultura grega era condenável.

III – Qual era o problema?


A parte b do versículo 1 nos diz que as viúvas gregas estavam
sendo esquecidas na distribuição diária. A Bíblia na Linguagem
de Hoje fala que a distribuição era feita em dinheiro. Essa
prática tem consonância com Atos 2.45, onde diz: “Vendiam
suas propriedades e bens, e dividiam o produto entre todos,
segundo a necessidade de cada um.” Mas, é bem mais
provável que a distribuição fosse de comida mesmo, pois a
Igreja nascente não tinha de início muitas pessoas de posse,
então não havia de onde diariamente tirar dinheiro para
distribuir. Tanto é que, a NVI e outras traduções trazem a
palavra “alimentos” ao invés de dinheiro. A Igreja adotou o
cuidado com as viúvas e órfãos como parte fundamental de
sua estrutura, por isso que Tiago 1.27 vai nos dizer que: “A
religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é
esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si
mesmo guardar-se incontaminado do mundo.”

Na realidade o que ocorria não era um mero esquecimento,


mas sim uma atitude motivada por acepção de pessoas.
Ocorreu FAVORITISMO em prol das hebreias em detrimento
das gregas. Esse tipo de coisa acontecia na Igreja do Primeiro
Século, tanto é que Tiago no capitulo 2, versículo 1 a 5,
escreveu contra:
“Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus
Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. Porque, se no
vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no
dedo, com vestes preciosas, e entrar também algum pobre com
sórdida vestimenta,  e atentardes para o que traz a veste
preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui, num lugar de
honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé ou assenta-te
abaixo do meu estrado, porventura não fizestes distinção
dentro de vós mesmos e não vos fizestes juízes de maus
pensamentos? 5 Ouvi, meus amados irmãos. Porventura, não
escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé
e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?”

IV – Como os apóstolos resolveram o problema? (Atos 6.1)

Os doze convocaram a comunidade dos discípulos. É


interessante que, na Bíblia o termo "cristão", entendido como
seguidor de Cristo, só aparece 3 vezes, já a palavra discípulo
ocorre 269 vezes no Novo Testamento. Hoje ser cristão é sinônimo de
ser parte de uma religião, ao passo que ser discípulo significa crer no
Mestre, significa estar junto do Mestre, andar com o Mestre,
caminhar com o Mestre, escutar, ver e perceber o
procedimento do Mestre. Como João declara: Aquele que
diz que está nele, também deve andar como ele andou. 1
João 2:6 

V – Os apóstolos entenderam que havia funções que cabiam a


eles. Eles entendiam que eram chamados a se dedicarem a
oração e ministério da Palavra. Eles estabeleceram que os
critérios para que os leigos ocupassem a função de diaconia,
serviço, boa reputação, cheios do Espírito Santo e de
sabedoria.

Boa reputação para evitar que quem antes estava na função e


fazendo acepção de pessoas não fosse eleito.

Cheio do Espírito Santo para que pudessem amar ao próximo


como a eles mesmos.

E cheio de sabedoria para poder administrar o dinheiro e a


compra dos alimentos.

Aqui podemos dizer que nasce uma Igreja de Dons e


Ministérios. O interessante é que os Apóstolos dão plena
liberdade para a Comunidade escolher, mas, os escolhidos são
todos gregos. Todos os nomes citados são gregos, por
exemplo, Felipe significa “amigo dos cavalos”, “o que gosta de
cavalos”. Felipe tem origem no nome grego Phílippos,
formado pela junção das palavras phílos, que significa “amigo”,
e híppos, que quer dizer “cavalo”. O nome Estevão, discipulo
que vai se tornar o primeiro mártir vem de “Stephanos”, e
significa “Coroa”.

Aqui podemos dizer que os humilhados foram exaltados.

Que o Senhor me ajude...

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