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Organizacional
 
 
 
 
SOCIOLOGIA ORGANIZACONAL 2

 
 
SUMÁRIO 
 
 
Comparação entre as Teorias Organizacionais Clássicas 
 
2.1 – Relação entre as teorias: 
 
2.1.1 – Fayolismo e Taylorismo – Princípios da Administração Científica 
 
2.2 – Fator Humano e Desempenho 
 
2.2.1‐ A Revolução da Administração de W.Edwards Deming. 
 

 
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2‐ COMPARAÇÃO ENTRE AS TEORIAS ORGANIZACIONAIS CLÁSSICAS  

2.1‐ RELAÇÃO ENTRE AS TEORIAS 

Temos,no  decorrer  de  nossas  aulas,  apontado  para  o  fato  de  que  as 
idéias  (teorias  científicas)  não  surgem  ao  acaso,  mas  são  o  produto  de  um 
contexto  histórico  e  cultural  que  propiciam  a  sua  formulação.Nesse  sentido,as 
teorias  administrativas  modernas  surgidas,  no  início  do  século  XX,  com  os 
trabalhos de TAYLOR E FAYOL apresentam um forte caráter político,pois elas 
constituem  a  expressão  ideológica  de  práticas  sociais  de  controle  e  de 
dominação no âmbito não só das organizações mas, também,da sociedade que 
as produziu. 

A ação do nível político no capitalismo tem duas vertentes que incidem 
sobre dois grandes campos sociais distintos: 

1‐  A  repressão  e  o  controle  sobre  os  explorados  e  o  desenvolvimento 


dos  mecanismos  sociais  da  exploração  tanto  dentro  quanto  fora  dos  locais  de 
trabalho; 

2‐  A  coordenação  das  atividades  das  unidades  econômicas,das 


instituições  sociais  em  geral  e  dos  vários  grupos  de  capitalistas.Esta  vertente 
implica  igualmente  práticas  de  controle,  eventualmente,repressão  na  medida 
em  que  toda  classe  dominante  tem  de  criar  mecanismos  internos  de 
autodisciplina que lhe confira a coesão necessária para o exercício do poder. 

A primeira vertente incide sobre o campo de extorsão da mais‐ valia e 
dos  conflitos  que  daí  advém,atuando  portanto  no  campo  da  relação  entre  as 
classes.A  segunda  incide  sobre  o  campo  da  distribuição/apropriação  da  mais‐
valia e da regulação das disputas a este nível,além da coordenação do processo 
econômico  global.  Atua,portanto,no  campo  das  relações  intraclasses 
capitalistas. 

Precisamos,inicialmente,  ressaltar  o  processo  através  do  qual  uma 


organização  do  trabalho  tipicamente  capitalista  foi  se  desenvolvendo  e  se 
impondo como hegemônica ante as demais existentes. 

Esse processo envolveu três inversões básicas: 
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●  A  primeira  inversão  já  está  inscrita  na  nova  divisão  do  trabalho  na 
manufatura.Esta  divisão  não  decorre  mais  de  uma  hierarquia  dos 
produtores,mas das características do produto. 

●  A  segunda  inversão  ocorreu  na  relação  entre  o  produtor  e  os 


instrumentos  de  trabalho.Se  na  manufatura  tradicional  e  no  artesanato  o 
trabalhador servia‐se da ferramenta,na fábrica ele passa a servir a máquina. 

Este  momento  fundamental  no  processo  de  constituição  da 


organização  capitalista  do  trabalho  é  descrito  por  Karl  Marx  da  seguinte 
maneira: 

“Sendo  ao  mesmo  tempo  processo  de  trabalho  e  processo  de  criar  mais‐
valia,toda produção capitalista se caracteriza pelo instrumental de trabalho empregar o 
trabalhador e não o trabalhador empregar o instrumental de trabalho. Mas esta inversão 
só se torna realidade técnica e palpável com a maquinaria” 

(Karl Marx,O Capital,p.483) 

O  que  Marx  sublinha  nesse  parágrafo  é  o  caráter  social  da 


determinação dessa inversão.Ou seja,é por ser um processo de criação de mais‐
valia que a relação homem‐instrumental de trabalho se inverte relativamente a 
outros  modos  de  produção.Esta  relação  já  está  inscrita  tendencialmente  no 
capitalismo  desde  a  sua  origem,mas  só  ganha  realidade  concreta  com  a 
maquinaria. 

●  Em  decorrência  desta  inversão  constitui‐se  o  terceiro  elemento  que 


caracteriza a organização capitalista do trabalho. 

“A separação entre as forças intelectuais do processo de produção e o trabalho 
manual e a transformação destas em poderes de domínio do capital sobre no trabalho se 
tornam  uma  realidade  consumada  (...)  na  grande  indústria  fundamentada  na 
maquinaria”. (Karl.Marx,O Capital,p.484). 

Não se pode considerar,como o faz Marx, que esta separação se dê de 
forma  radical,já  que  todo  trabalho  manual  tem  um  componente  intelectual  e 
vice‐versa.  A  cisão  parece  situar‐se  entre  a  administração  e  organização  do 
trabalho,de um lado, e,de outro, a execução do trabalho. 

Assim,não  é  necessariamente  de  todo  o  conhecimento  que  o  sistema 


capitalista de produção priva o trabalhador.Apenas um tipo de conhecimento é 
absolutamente fundamental permanecer sob o controle das classes capitalistas: 
aquele necessário à administração / organização do processo de produção que 
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inclui aspectos que vão além do conhecimento técnico do posto e até mesmo do 
processo de trabalho. 

Além disso, essa cisão,se já está inscrita enquanto possibilidade com a  
introdução  da  máquina  no  processo  produtivo,ela  só  vai  tornar‐se  uma 
realidade efetiva e generalizada a partir de uma reorganização profunda 
do campo prático da administração / organização do processo produtivo.Essa 
reorganização só se deu com a institucionalização da prática tecnogestorial no 
interior das unidades produtivas,configurando‐se o campo da administração / 
organização do trabalho enquanto um campo prático específico, passível de ser 
diferenciado tanto do campo de atuação da burguesia, quanto do proletariado. 

Foi,somente,  a  partir  da  reorganização  do  campo  da  administração  / 


organização  do  trabalho  que  a  inversão  na  relação  produtor‐instrumental  de 
trabalho realizou‐se de maneira generalizada, bem como consumou‐se a cisão 
entre administração / organização do trabalho e sua execução. 

Esta  reorganização  já  havia  se  iniciado  nas  primeiras  décadas  do  século 
XIX,  quando  os  industriais  começaram  a  recorrer  ao  auxílio  de  técnicos 
especializados, na sua maior parte engenheiros. 

A formação dos quadros gestoriais teve início nessa época, quando foram 
criadas  várias  escolas  encarregadas  da  formação  de  engenheiros  para  a 
indústria. 

A  primeira  escola  de  administração  de  empresas  surgiu  em  Paris,  na 
França, no ano de 1820. O mesmo processo se repetiu na Alemanha, Inglaterra 
e nos Estados Unidos,países onde a industrialização se encontrava em estágio 
avançado. 

Foram  esses  administradores  que,  no  início  do  século  XX,  junto  com 
especialistas da área militar,deram origem às primeiras teorias administrativas 
numa  base  absolutamente  gestorial.  Taylor  e  Fayol  formaram‐se  neste 
ambiente  racionalizador  de  orientação  pragmática,  que  caracterizou  esse 
período. 

Nosso  propósito  é  ressaltar,nesta  introdução  ao  estudo  das  teorias 


clássicas  da  Administração,o  seu  caráter  político.  Político  no  sentido  de 
consistirem  em  sistematizações  dessas  duas  vertentes  e  da  ação  no  nível 
político,processando‐se  diretamente  a  partir  dos  aparelhos  de  poder  das 
grandes  empresas  e  instituições  sociais  que  se  desenvolvem  fora  da  esfera 
formal  do  Estado.  Se  no  âmbito  do  Estado  temos  as  teorias  políticas 
tradicionais  –  tradicionais  no  sentido  de  terem  o  Estado  convencionalmente 
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concebido,com  o  principal  objeto  de  análise  ‐  ,  no  âmbito  desses  outros  pólos 
de  poder,inscritos  no  interior  das  próprias  empresas  e  instituições,  e  nas  suas 
inter‐relações,temos as teorias administrativas. 

Procuraremos  a  seguir,verificar  como  no  decorrer  do  século  XX  as  duas 
vertentes  foram  sistematizadas,projetadas  e  elaboradas  pelas  duas  principais 
teorias administrativas.  

FREDERICK WINSLOW TAYLOR 

(TEORIA CLÁSSICA ADMINISTRATIVA ‐1903) 

Taylor  iniciou  suas  experiências  e  estudos  pelo  trabalho  do  operário  e,  mais 
tarde,generalizou as suas conclusões para a Administração Geral:Sua teoria seguiu um 
caminho de baixo para cima e das partes para o todo. A sua contribuição a Teoria da 
Administração  costuma  ser  dividida  pelos  estudiosos  em  dois  períodos.  O  primeiro 
refere‐se  ao  da  publicação  de  Shop  Management  (Administração  de  Oficinas) 
publicado  em  1903.  O  segundo  refere‐se  ao  da  publicação  de  sua  segunda  obra 
Princípios da Administração Científica , publicado em 1911. 

PRIMEIRO PERÍODO 

Nesse  primeiro  período,  correspondente  à  época  da  publicação  do  seu 


livro Shop Management (Administração de Oficinas ‐ 1903) Taylor se preocupa 
exclusivamente  com  as  técnicas  de  racionalização  do  trabalho  do  operário, 
nessa obra salienta que: 

1.O  objetivo  de  uma  boa  Administração  era  pagar  salários  altos  e  ter  custos 
unitários de produção.  

2.Para  realizar  esse  objetivo,  a  Administração  tinha  de  aplicar  métodos 


científicos  de  pesquisa  e  experimento  para  o  seu  problema  global,  a  fim  de 
formular  princípios  e  estabelecer  processos  padronizados  que  permitissem  o 
controle das operações fabris.  

3.‐Os  empregados  tinham  de  ser  cientificamente  colocados  em  serviços  ou 
postos  em  que  os  materiais  e  as condições  de  trabalho  fossem  cientificamente 
selecionados,para que as normas pudessem ser cumpridas. 

 4‐.Os  empregados  deviam  ser  cientificamente  adestrados  para  aperfeiçoar 


suas  aptidões  e,  portanto,  executar  um  serviço  ou  tarefa  de  modo  que  a 
produção normal fosse cumprida.. 
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 5.‐Uma atmosfera de íntima e cordial cooperação teria de ser cultivada entre a 
Administração e os trabalhadores, para garantir a continuidade desse ambiente 
psicológico  que  possibilitasse  a  aplicação  dos  outros  princípios  por  ele 
mencionados. 

SEGUNDO PERÍODO 

O  segundo  período  corresponde  à  época  da  publicação  de  seu  livro 


Princípios  da  Administração  Científica  (1911),  quando  concluiu  que  a 
racionalização do trabalho operário deveria ser logicamente 

acompanhada de uma estruturação geral da empresa e tornasse coerente a 
aplicação dos seus princípios.  

Nesse  segundo  período,desenvolveu  os  seus  estudos  sobre  a 


Administração  Geral,  a  qual  denominou  Administração  Científica,  sem  deixar 
contudo sua  preocupação  com relação à  tarefa do operário.  Taylor assegurava 
que as indústrias de sua época padeciam de males que poderiam ser agrupados 
em três fatores: 

1.  Vadiagem  sistemática  por  parte  dos  operários,  que  reduziam 


propositadamente  a  produção  a  cerca  de  um  terço  da  que  seria  normal,  para 
evitar a redução das tarifas de salários pela gerência. 

Taylor destaca três causas determinantes da vadiagem no trabalho, que são: 

1.1‐O erro que vem de época imemorial e quase universalmente disseminado 
entre  os  trabalhadores,  de  que  o  maior  rendimento  do  homem  e  da  máquina 
terá como resultante o desemprego de grande número de operários; 

1.2‐O  sistema  defeituoso  da  Administração,  comumente  em  uso,que  força  os 
operários à ociosidade no trabalho, a fim de melhor proteger os seus interesses; 

1.3‐Os  métodos  empíricos  ineficientes,geralmente  utilizados  em  todas  as 


empresas, com os quais o operário desperdiça grande parte do seu esforço e do 
seu tempo. 

2‐Desconhecimento,pela  gerência,das  rotinas  de  trabalho  e  do  tempo 


necessário para sua realização 

3‐Falta  de  uniformidade  das  técnicas  ou  métodos  de  trabalho.De  acordo  com 
Taylor, a implantação da Administração Científica deve ser gradual e obedecer 
a  um  certo  período  de  tempo,  para  evitar  alterações  bruscas  que  causem 
descontentamento  por  parte  dos  empregados  e  prejuízos  aos  patrões.Essa 
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implantação  requer  um  período  de  quatro  a  cinco  anos  para  um  progresso 
efetivo. 

A ADMINISTRAÇÃO COMO CIÊNCIA 

Para Taylor.os elementos da Administração Científica são: 

1‐Estudo de tempo e padrões de produção;  

2‐.Supervisão funcional;  

3‐.Padronização de ferramentas e instrumentos; 

4‐.Planejamento das tarefas; 

5‐O princípio da exceção;  

6‐A utilização da régua de cálculo e instrumentos para economizar tempo;  

7‐Fichas de instruções de serviço;  

8‐  A  idéia  de  tarefa,  associada  a  prêmios  de  produção  pela  sua  execução 
eficiente;  

9‐Sistemas  para  classificação  dos  produtos  e  do  material  utilizado  na 


manufatura;  

10‐Sistema de delineamento da rotina de trabalho.  

ORGANIZAÇÃO RACIONAL DO TRABALHO 

A tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos 
científicos  em  todos  os  ofícios  recebeu  o  nome  de  Organização  Racional  do 
Trabalho(ORT).Para  Taylor,  o  operário  não  tem  capacidade,  nem  formação, 
nem  meios  para  analisar  cientificamente  o  seu  trabalho  e  estabelecer 
racionalmente  qual  o  método  ou  processo  mais  eficiente.  Geralmente,  o 
supervisor comum deixava ao arbítrio de cada operário a escolha do método ou 
processo para executar o seu trabalho,para encorajar sua iniciativa. Porém, com 
a  Administração  Cientifica  ocorre  uma  repartição  de  responsabilidades:  a 
administração  (gerência)  fica  com  o  planejamento  (estudo  minucioso  do 
trabalho do operário e o estabelecimento do método de trabalho) e a supervisão 
(assistência  contínua  ao  trabalhador  durante  a  produção),  e  o  trabalhador  fica 
com a execução do trabalho, pura e simplesmente. 

 
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Apesar  das  limitações  da  contribuição  de  Taylor  ao  dedicar  sua 
atenção  inteiramente  para  a  fábrica  (eficiência  ao  nível  de  supervisão  e  às 
economias  obtidas  através  de  estudos  de  tempos  e  de  movimentos),  os 
princípios  de sua teoria continuam influindo principalmente na Estrutura das 
Organizações  (Divisão  do  Trabalho,Amplitude  do  Controle, 
Departamentalização,  Linha  de  Assessoria  e  Unidade  de  Comando).Seus 
estudos  foram  fundamentais  para  a  Escola  Clássica  de  Administração,pois 
estabeleceram a base para a Administração Científica. 

No  início,  sua  preocupação  era  tentar  eliminar  o  desperdício  e  as 


perdas sofridas pelas indústrias americanas e elevar os níveis de produtividade 
através de métodos e técnicas de engenharia. 

Ele  utilizava  técnicas  que  eram  centradas  do  operário  para  a 


direção,através do estudo de tempos e movimentos,da fragmentação das tarefas 
e  na  especialização  do  trabalhador.  Reestruturava  a  fabricação  e  com  os 
conceitos  de  gratificações  por  produção  incentivava  o  operário  a  produzir 
mais.Só que não adiantava racionalizar o trabalho do operário se o supervisor, 
chefe,o gerente, o diretor continuavam a trabalhar dentro do mesmo empirismo 
anterior. 

A Administração Científica tinha diversos defeitos, dentre eles pode‐se 
citar: o mecanicismo de sua abordagem (teoria da máquina), a superescalização 
que robotiza o operário,a visão microscópica do homem tomando isoladamente 
e  como  parte  da  maquinaria  industrial,  a  ausência  de  qualquer  comprovação 
científica de suas afirmações e princípios, a abordagem incompleta envolvendo 
apenas  a  organização  formal,a  limitação  do  campo  de  aplicação  à  fábrica, 
omitindo  o  restante  da  vida  de  uma  empresa,a  abordagem  eminentemente 
prescritiva  e  normativa  e  tipicamente  de  sistema  fechado.Mesmo  assim,  essas 
limitações e restrições não apagam o fato de que Administração Científica foi o 
primeiro  passo  concreto  da  Administração  rumo  a  uma  teoria  administrativa 
Foi  Taylor  que  implantou  diversos  conceitos  que  até  hoje  o  utilizamos  na 
Administração . 

 
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HENRI FAYOL 

(TEORIA CLÁSSICA ADMINISTRATIVA – 1916) 

Na  teoria  de  Henri  Fayol,  exposta  na  obra  Industrial  and  General 
Administration, destaca‐se a sua preocupação quanto ao papel desempenhado 
pelos Recursos Humanos na Administração.  
Sob o aspecto estrutural, a obra está divida em duas partes: 
►  a  primeira,  discorre  sobre  a  necessidade  e  a  possibilidade  de  ensino 
administrativo, apresentando uma definição de Administração,em que destaca 
a  importância  relativa  das  diversas  capacidades  que  constituem  o  valor  do 
pessoal  das  empresas  delineando  métodos  através  dos  quais,  esta  necessidade 
seja identificada e o ensino administrativo seja idealizado.  
 
►A  segunda  parte,trata  dos  princípios  gerais  da  Administração  sob  o 
prisma  de  que  todos  os  agentes  de  uma  empresa  participam,  mais  ou  menos, 
dos  processos  administrativos.  Além  de  abordar  outros  aspectos  da 
Administração  tais  como:previsão,organização,comando,coordenação  e 
controle. 
Fayol  desenvolveu  sua  teoria  com  base  em  sua  grande  experiência 
industrial.  O  seu  mérito  reside  em  haver  aplicado  à  sua  teoria  o  método 
científico.  Até  então,a  administração  dos  negócios  se  dava  em  bases 
empíricas,isto  é,  práticas.  Cada  chefe  dirigia  à  sua  maneira,sem  preocupar‐se 
em  saber  se  haviam  leis  que  regiam  a  matéria.  Fayol  percebeu  que  havia 
necessidade  de  introduzir  o  método  experimental,isto  é,  observar,recolher, 
classificar e interpretar os fatos. Instituir experiências. Impor regras. 
 
O  princípio  básico  do  fayolismo  pode  ser  sintetizado  na  afirmativa 
segundo  a  qual,  em  todo  tipo  de  empresa,a  capacidade  essencial  dos  grandes 
chefes é uma capacidade administrativa. 
 
“Minha  doutrina  administrativa...  tem  por  objetivo  facilitar  a  gerência  de  empresas, 
sejam  industriais,  militares  ou  de  qualquer  índole.  Seus  princípios,suas  regras  e  seus 
processos  devem,pois,  corresponder  tanto  às  necessidades  do  Exército,como  às  da 
indústria... 
A  administração  não  é  nem  um  privilégio  nem  uma  carga  pessoal  do  chefe  ou  dos 
diretores  da  empresa;  é  uma  função  que  se  reparte,como  as  outras  funções  especiais, 
entre a cabeça e os membros do corpo social”.1 
 
 
 
 
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PRINCÍPIOS GERAIS DA ADMINISTRAÇÃO PARA FAYOL. 
 
Para  Fayol  os  princípios  que  norteavam  a  administração  eram:  a  divisão 
do  trabalho,  a  autoridade,  a  responsabilidade,  a  disciplina,  a  unidade  de  mando,  a 
convergência  de  esforços,a  estabilidade  de  pessoal  e  a  remuneração  adequada  às 
capacidades. 
 
São três os aspectos essenciais do pensamento de Fayol: 
 
• A Administração ou Management é um método geral. 
• A Administração diz respeito ao governo das organizações. 
• A Administração repousa sobre o conceito de sistema. 
 
Provavelmente,  em  fins  do  século  XIX,  quando  Fayol  elaborou  sua 
doutrina essas questões não eram tão evidentes,porém a Administração iria,no 
século  seguinte  mostrar‐se  fundamental  para  o  desenvolvimento 
econômico,especialmente  nos  países  do  capitalismo  central.  Nesta  obra,  Fayol 
esboça as orientações para sua doutrina administrativa: 
 
►Importância  da  previsão:  sistema  de  previsão  –  anual,de  longo 
prazo,mensal,especial – fundido e harmonizado num programa geral. 
 
►Preocupação em combater a burocratização: favorecer as relações face 
a face:  “Sempre que possível,as  relações devem ser  verbais.Com isso  ganha‐se 
rapidez,clareza e harmonia”.evitar a multiplicação dos escalões intermediários; 
lutar  contra  a  irresponsabilidade  da  hierarquia  e  dos  dirigentes;”Sem 
estabilidade  do  pessoal  dirigente  não  pode  haver  bom  programa  em 
andamento”;e  mais:  “Não  se  concebe  autoridade  sem  responsabilidade,isto  é, 
sem uma sanção – recompensa ou penalidade – que acompanhe o exercício do 
poder”, 
 
►Pragmatismo:  “A  divisão  do  trabalho  tem  limites  que  a  experiência, 
acompanhada de espírito propenso a efetuar medições, ensina a não transpor”. 
►Necessidade de recorrer a controllers de gestão e fórmulas de controle 
rápidas,para  prevenir  “contra  surpresas  desagradáveis  que  poderiam 
degenerar‐se em catástrofes”. 
 
As  críticas  que  hoje  se  faz  a  teoria  desenvolvida  por  Fayol  se  devem  a 
importantes  lapsos  existentes  em  seu  esboço  e  também  pela  submissão  ao 
espírito  da  época  (a  crença  generalizada  nas  virtudes  do 
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capitalismo,especialmente  nos  Estados  Unidos  da  América  do  Norte)  e  a 


ideologia burguesa de então. Escrito no final do século XIX, seu livro é marcado 
pelo  moralismo  ultrapassado,apelo  aos  valores  tradicionais  – 
trabalho,família,pátria – para regulamentar problemas da industrialização. 

Obs: Reveja , no Módulo I, a teoria sociológica de Émile Dürkheim. O Positivismo.


 
AS SEIS FUNÇÕES BÁSICAS DA EMPRESA 

Fayol  parte  da  proposição  de  que  toda  empresa  pode  ser  dividida  em 
seis grupos de funções: 

1‐Funções  Técnicas,  relacionadas  com  a  produção  de  bens  ou  de  serviços  da 
empresa;  

2‐.Funções Comerciais, relacionadas com a compra, venda e permutação. 

3‐Funções Financeiras, relacionadas com a procura e gerência de capitais 

4‐Funções de Segurança, relacionadas com a proteção e preservação de bens 

5‐Funções Contábeis, relacionadas com os inventários,registros,balanços,custos 
e estatísticas. 

6‐Funções  Administrativas,  relacionadas  com  a  integração  da  cúpula  das 


outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as 
demais funções da empresa, pairando sempre acima delas. 

 
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FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS 

1.Previsão:  envolve  avaliação  do  futuro  e  aprovisionamento  em  função 


dele.Unidade,continuidade,  flexibilidade  e  previsão  são  os  aspectos  principais 
de um bom plano de ação. 

2.Organização: proporciona todas as coisas úteis ao funcionamento da empresa.  

3.Comando:  leva  a  organização  a  funcionar.Seu  objetivo  é  alcançar  o  máximo 


retorno de todos os empregados no interesse dos aspectos globais. 

4.Coordenação:  harmoniza  todas  as  atividades  do  negócio,facilitando  seu 


negócio e seu sucesso. Ela sincroniza coisas e ações em suas proporções certas e 
adapta os meios aos fins. 

5.Controle: Consiste na verificação para certificar se todas as coisas acorrem em 
conformidade com  o plano  adotado,  as instruções transmitidas e  os princípios 
estabelecidos. O objetivo é localizar as fraquezas e erros no sentido de retificá‐
los e prevenir a ocorrência.  

PRINCÍPIOS GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO PARA FAYOL 

1.Divisão do trabalho: consiste na especialização das tarefas e das pessoas para 
aumentar a eficiência.  

2.Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de dar ordens e o poder 
de  esperar  obediência,  responsabilidade  é  uma  conseqüência  natural  da 
autoridade.Ambas devem estar equilibradas entre si.  

3.Disciplina:  depende  da  obediência,  aplicação,  energia,  comportamento  e 


respeito aos acordos estabelecidos.  

4.Unidade  de  comando:  cada  empregado  deve  receber  ordens  de  apenas  um 
superior.É o princípio da autoridade única.  

5.Unidade  de  direção:  uma  cabeça  é  um  plano  para  cada  grupo  de  atividades 
que tenham o mesmo objetivo.  

6.Subordinação  de  interesses  individuais  aos  interesses  gerais:os  interesses 


gerais devem sobrepor‐se aos interesses particulares.  

7.Remuneração  do  pessoal:  deve  haver  justa  e  garantida  satisfação  para  os 
empregados e para a organização em termos de retribuição.  
SOCIOLOGIA ORGANIZACONAL 14

8.Centralização:  refere‐se  a  concentração  da  autoridade  no  topo  da  hierarquia 


da organização.  

9.Cadeia escalar: é a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais 
baixo.É o princípio de comando.  

10.Ordem:  um  lugar  para  cada  coisa  e  cada  coisa  em  seu  lugar.É  a  ordem 
material e humana.  

11.Eqüidade: amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal.  

12.Estabilidade e duração (num cargo) do pessoal: a rotação tem um impacto 
negativo  sobre  a  eficiência  da  organização.  Quanto  mais  tempo  uma  pessoa 
permanecer num cargo tanto melhor.  

13.Iniciativa: a capacidade de visualizar um plano e assegurar seu sucesso. 

14.Espírito  de  equipe:  harmonia  e  união  entre  as  pessoas  são  grandes  forças 
para  a  organização.A  Teoria  Clássica  concebe  a  organização  em  termos  de 
estrutura,forma  e  disposição  das  partes  que  a  constituem,  além  do  inter‐
relacionamento  entre  as  partes.Restringe‐se  apenas  aos  aspectos  da 
organização  formal.Para  a  Teoria  Clássica,  os  aspectos  organizacionais  são 
analisados  de  cima  para  baixo  (da  direção  para  execução)  e  do  todo  para  as 
partes  (da  síntese  para  análise),exatamente  ao  contrário  da  abordagem  da 
Administração Científica. 

Para  Fayol  as  funções  da  empresa  são  seis,  dentre  estas,  a  função 
Administrativa  engloba  as  funções  universais  da  Administração  que  são: 
prever,  organizar,  comandar,  coordenar  e  controlar.Essas  funções  também  se 
estendem às outras cinco esferas como uma técnica para estruturar a empresa. 

Para  Fayol  a  empresa  é  analisada  como  uma  estrutura  hierárquica, 


cujo vértice está voltado de cima para baixo.Sua visão gerencial tem por foco os 
resultados  finais  da  produção,  enquanto  Taylor  tem  por  foco  a  produção  e  o 
operário objetivando resultados na quantidade produtiva. Fayol complementa 
a Administração Científica com a Teoria Clássica . 

 
 
 
 
 
 
 
SOCIOLOGIA ORGANIZACONAL 15

 
2.2 – FATOR HUMANO E DESEMPENHO 
 
A  ADMINISTRAÇÃO  NA  TEORIA  E  NA  PRÁTICA  SEGUNDO 
PETER DRUCKER: uma introdução. 
 
“Transformar a informação em conhecimento e este em ação efetiva é a 
função específica do administrador e da administração.” 

ʺO  trabalho  de  um  administrador  deve  basear‐se  em  uma  tarefa  a  ser 
cumprida  para  atingir  os  objetivos  da  empresa...  o  administrador  deve  ser 
comandado e controlado pelo objetivo do desempenho, não por seu chefe.ʺ 

ʺA essência da administração é o ser humano. Seu objetivo é tornar as 
pessoas capazes do desempenho em conjunto, tornar suas forças eficazes e suas 
fraquezas  irrelevantes,  Isso  é  a  organização,  e  a  administração  é  o  fator 
determinante.ʺ 

“A  administração  é  o  órgão  específico  e  distintivo  de  toda  e  qualquer 


organização.” 

“A administração existe em função dos resultados da instituição. Tem 
de  começar  com  os  resultados  pretendidos  e  de  organizar  os  recursos  da 
instituição  de  modo  que  atinja  esses  resultados.  É  o  órgão  que  faz  com  que  a 
instituição – empresa, universidade, hospital, abrigo para mulheres vítimas da 
violência doméstica – seja capaz de produzir resultados fora dela própria.” 

PETER DRUCKER 
 
Nascido  em  1909  em  Viena,  detentor  de  um  pensamento  lógico 
infalível,  considerado,  sem  dúvida,  o  maior  pensador  e  teórico  da  área  de 
administração.  Suas  teorias,  métodos  e  conselhos  são  aplicados  e  estudados 
tanto por altos executivos como aspirantes a gerentes. 
Para  DRUCKER  (2001)  a  administração  é  prática  como  a  medicina,  a 
advocacia e a engenharia, apoiando‐se sobre uma teoria, que precisa ter o rigor 
científico. Essa prática consiste em aplicação, focando‐se no específico, no caso 
singular  e  exige  experiência  e  intuição.  É  necessário  ter  conhecimentos 
científicos  e  teóricos  consistentes,  assim  como  ter  o  “olho  clínico”.  Devemos 
saber  “por que fazer”, “ o que fazer” e “como fazer”. 
A  prática  da  administração  exige  o  conhecimento  da  organização 
inteira,  permitindo  a  compreensão  dos  reflexos  que  as  decisões  e  ações  dos 
administradores têm sobre toda a organização. As organizações são regidas por 
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aspectos  de  natureza  humana  e  social,  pela  confiança,  pelo  entendimento 


mútuo e pela motivação. 
 
DRUCKER (2001) não enfatiza o “capital” e o “trabalho” como recursos 
de  produção,  mas  a  “administração”  e  o  “trabalho”,  considerando  o 
administrador  como  o  elemento  dinâmico  e  essencial  de  qualquer  empresa.  É 
ele quem determina, através da qualidade e do desempenho do seu trabalho, o 
sucesso  e  a  sobrevivência  das  empresas.  Considera  a  administração  como  um 
órgão da sociedade que deve ser capaz de transformar os recursos de produção, 
promovendo o seu progresso econômico organizado. 
 
CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO SEGUNDO DRUCKER 
 
Segundo  Drucker,  administração  não  é  exclusivamente  administração 
de  empresas.  A  administração  é  pertinente  a  todo  o  tipo  de  empreendimento 
humano que reúne, em uma única organização, pessoas com diferentes saberes 
e  habilidades,  sejam  vinculadas  às  instituições  com  fins  lucrativos  ou  não.  A 
administração  precisa  ser  aplicada  aos  sindicatos,  às  igrejas,  às  universidades, 
aos  clubes,  agências  de  serviço  social,  tanto  como  nas  empresas,  sendo 
responsável pelos seus desempenhos. 
 
Segundo  DRUCKER  (2001),  os  administradores  que  entenderem  os 
princípios essenciais da administração e trabalharem por eles orientados, serão 
bem‐formados e bem‐sucedidos. Ele apresenta os seguintes princípios: 
 
1. “A administração trata dos seres humanos. Sua tarefa é capacitar 
as  pessoas  a  funcionar  em  conjunto,  efetivar  suas  forças  e  tornar  irrelevantes 
suas fraquezas. É disso que trata uma organização,” e esta é a razão pela qual a 
administração  é  um  fator  crítico  e  determinante.  Hoje  em  dia,  praticamente 
todos  nós  somos  empregados  por  instituições  administradas,  grandes  ou 
pequenas,  empresariais  ou  não.  Dependemos  da  administração  para  nossa 
sobrevivência.  E  a  nossa  capacidade  de  contribuição  à  sociedade  também 
depende tanto da administração das organizações em que trabalhamos quanto 
de nossos próprios talentos, dedicação e esforço.  
2. A administração está profundamente inserida na cultura, porque 
ela trata da integração das pessoas em um empreendimento comum. O que os 
administradores fazem na Alemanha Ocidental, no Reino Unido, nos EUA, no 
Japão,  ou  no  Brasil  é  exatamente  o  mesmo.  Como  eles  fazem  é  que  pode  ser 
bem  diferente.  Assim,  um  dos  desafios  básicos  que  os  administradores 
enfrentam em países em desenvolvimento é descobrir e identificar as parcelas 
de  suas  próprias  tradições,  história  e  cultura  que  possam  ser  usadas  como 
elementos  construtivos  da  administração.  A  diferença  entre  o  sucesso 
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econômico do Japão e o relativo atraso da Índia é explicado, em grande parte, 
porque  os  administradores  japoneses  conseguiram  transplantar  conceitos 
administrativos importantes para seu próprio solo cultural e fazê‐los crescer.  
3‐•Toda  empresa  requer  compromisso  com  metas  comuns  e  valores 
compartilhados.  Sem  esse  compromisso  não  há  empresa,  há  somente  uma 
turba. A empresa tem de ter objetivos simples, claros e unificantes. A missão da 
empresa  tem  de  ser  suficientemente  clara  e  grande  para  promover  uma  visão 
comum.  As  metas  que  a  incorporam  devem  ser  claras,  públicas  e 
constantemente  reafirmadas.  A  primeira  tarefa  da  administração  é  pensar, 
estabelecer e exemplificar esses objetivos, valores e metas.  
4‐•A  administração  deve  também  capacitar  a  empresa  e  cada  um  de 
seus  componentes  a  crescer  e  se  desenvolver  à  medida  que  mudem 
necessidades e oportunidades. Toda empresa é uma instituição de aprendizado 
e de ensino. Treinamento e desenvolvimento precisam ser instituídos em todos 
os níveis da sua estrutura – treinamento e desenvolvimento incessantes.  
5‐•Toda empresa é composta de pessoas com diferentes capacidades e 
conhecimento,  que  desempenham  muitos  tipos  diferentes  de  trabalho.  Deve 
estar  ancorada  na  comunicação  e  na  responsabilidade  individual.  Todos  os 
componentes  devem  pensar  sobre  o  que  pretendem  alcançar  –  e  garantir  que 
seus  associados  conheçam  e  entendam  essa  meta.  Todos  têm  de  considerar  o 
que devem aos outros – e garantir que esses outros entendam. E todos têm de 
pensar naquilo  que eles, por  sua  vez, precisam dos outros –  e garantir que os 
outros saibam o que se espera deles.  
6‐•Nem  o  nível  de  produção  nem  a  “linha  de  resultados”  são,  por  si 
sós,  uma  medição  adequada  do  desempenho  da  administração  e  da  empresa. 
Posição  no  mercado,  inovação,  produtividade,  desenvolvimento  do  pessoal, 
qualidade,  resultados  financeiros,  todos  são  cruciais  ao  desempenho  de  uma 
organização  e  à  sua  sobrevivência.  Também  as  instituições  não‐lucrativas 
precisam  de  medições  em  algumas  áreas  específicas  às  suas  missões.  Tanto 
quanto  um  ser  humano,  uma  organização  também  necessita  de  diversas 
medições  para  avaliar  sua  saúde  e  seu  desempenho.  O  desempenho  tem  de  estar 
entranhado  na  empresa  e  na  sua  administração;  precisa  ser  medido  –  ou  ao 
menos julgado – além de ser continuamente melhorado.  
7-•Finalmente, a única e mais importante coisa a lembrar sobre qualquer
empresa é que os resultados existem apenas no exterior. O resultado de uma empresa é
um cliente satisfeito. O resultado de um hospital é um paciente curado. O resultado de
uma escola é um aluno que aprendeu alguma coisa e a coloca em funcionamento dez
anos mais tarde. Dentro de uma empresa só há custos.  
A administração para DRUCKER (2001) é considerada como uma “arte 
liberal”.  
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 É “arte” porque, como vimos, é prática e aplicação e é “liberal” porque 
trata  dos  fundamentos  do  conhecimento,  auto‐conhecimento,  sabedoria  e 
liderança.  As  origens  do  conhecimento  e  das  percepções  estão  nas  ciências 
humanas e sociais, nas ciências físicas e na ética, que devem estar focados sobre 
a eficiência e os resultados das organizações.  
 
AS TAREFAS DA ADMINISTRAÇÃO 
 
As  instituições  privadas  ou  públicas,  com  ou  sem  fins  lucrativos,  não 
existem  por  conta  própria,  mas  para  satisfazer  uma  necessidade  exclusiva  da 
sociedade,  da  comunidade  ou  do  indivíduo.  Existem  para  cumprir  uma 
finalidade  social  definida.  Não  são  fins  em  si,  são  meios  para  que  as 
necessidades sejam atendidas.  
Assim, a administração é o órgão da instituição que, como tal, só pode 
ser  descrito  e  definido  por  sua  função  e  contribuição,  devendo  cumprir  as 
seguintes tarefas: 
 
1‐atingir  a  finalidade  e  a  missão  específicas  da  instituição,  seja  uma 
empresa comercial, hospital ou uma universidade; 
 
2‐tornar  o  trabalho  produtivo  e  transformar  o  trabalhador  em 
realizador; 
 
3‐administrar os impactos sociais e as responsabilidades sociais. 
 
“Nos  negócios  humanos  –  políticos,  sociais,  econômicos  e  empresariais  –  é 
inútil prever o futuro, para não falar em olhar para 75 anos à frente. Mas é possível – e 
útil  –  identificar  eventos  importantes  que  já  aconteceram,  de  forma  irrevogável,  e  que 
portanto,  terão  efeitos  previsíveis  nas  duas  próximas  décadas”.  Em  outras  palavras,  é 
possível identificar e se preparar para o futuro que já aconteceu.  
 
“O fator dominante para os negócios nas duas próximas décadas – com exceção 
de  guerra,  peste  ou  colisão  com  um  cometa  –  não  será  economia  ou  tecnologia.  Será  a 
demografia.  O  fator  chave  para  os  negócios  não  será  a  superpopulação  do  mundo,  da 
qual  temos  sido  alertados  nestes  últimos  40  anos.  Será  a  subpopulação  dos  países 
desenvolvidos – o Japão, os países europeus e os Estados Unidos.” (Peter Drucker, 2001) 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
BERNARDES,C. Sociologia Aplicada à Administração.São Paulo: Pioneira,1996. 
 
DRUCKER, Peter Ferdinand.Fator Humano e Desempenho.São Paulo:Pioneira,1981. 
 
DRUCKER, Peter Ferdinand. A profissão de administrador. São Paulo: Pioneira 
Thomson Learning, 2001. 
 
DRUCKER, Peter Ferdinand. O melhor de Peter Drucker: a administração. São 
Paulo:Nobel, 2001. 
 
OLIVEIRA,Silvio Luiz de. Sociologia das Organizações: Uma análise do Homem e das
Empresas no Ambiente Competitivo. São Paulo:Pioneira,2002. 

EXERCÍCIOS.
 
I ‐Assinale com (V) verdadeiro ou (F) falso:  

1‐(  ) Os conceitos e técnicas administrativas são aplicados há séculos, mesmo 

que inconscientemente  

2‐(    )  Um  marco  importante  na  evolução  da  Administração  foi  a  Revolução 
Industrial,  no  século  XVIII;  até  então,  a  Administração  era  principalmente 
empírica  

3‐(    )  Taylor  é  um  dos  pais  da  administração  científica,  tendo  estudado  a  alta 
administração da empresa  

4‐(  )  Fayol preocupou‐se com o operário, a maximização de sua eficiência  

5‐(    )  Taylor  defendia  a  divisão  do  trabalho  entre  planejamento  (direção)  e 


execução (operário)  

(  ) Taylor destacou‐se pelo estudo de tempos e movimentos, racionalização do 
trabalho e pregava o uso do “operário sem cabeça (operário padrão)”, isto é, 
do  operário  só  era  esperado  o  trabalho  físico,  mão‐de‐obra,  não  o  era 
necessário pensar  

6‐(  )  As teorias apresentados por Fayol e Taylor são complementares  
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7‐(    )  Fayol  propôs  6  funções  básicas  para  uma  empresa,  sejam  elas:  técnica, 
comercial, financeira, ambiental, contábil e administrativa  

8‐(    )    A  função  administrativa  foi  dividida  em  outras  5  funções;  organização, 


limpeza, uso, saúde e controle  

9‐(  )  Fayol analisou a empresa de “cima para baixo”, enquanto que Taylor a fez 
de forma inversa  

10‐(    )  A  escola  clássica  da  administração  procurou  adequar  ao  homem,  as 
máquinas.  

11‐(    )A  abordagem  contingencial  da  administração  é  aquela  baseada  na 


premissa que “cada caso é um caso”.  

12‐(  ) O objetivo principal de toda empresa é o lucro 

13‐(   )As teorias científicas são influenciadas pelo momento que as produzem. 

 
14‐(    )A  construção  de  uma  teoria  científica  está,  estritamente,  relacionada  à 
formação acadêmica do seu formulador. 
 
15‐(   )A formulação de uma teoria científica é a expressão da prática  

16- ( ) A formulação de uma teoria científica é a expressão da prática.

GABARITO DO MÓDULO II

1-F, 2-V, 3-V, 4-F, 5-V, 6-V, 7-V, 8-V , 9-F, 10-F, 11-V, 12-F 13-F, 14-V, 15-F, 16-F

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