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Drenagem Urbana Sustentável

(Estado da Arte)
Estágios de desenvolvimento da
drenagem urbana
Estágios de desenvolvimento da
drenagem urbana
Anos Período Características

Até 1970 Higienista Transferência para jusante do escoamento pluvial


(canais) por canalização.

1970 - 1990 Corretivo Amortecimento quantitativo da drenagem e


(Compensatória) controle do impacto existente da qualidade da
água pluvial.

1990* - ? Sustentável Planejamento da ocupação do espaço urbano,


(LID)
obedecendo aos mecanismos naturais do
escoamento; controle dos micro-poluentes, da
poluição difusa e o desenvolvimento sustentável do
escoamento pluvial por meio da recuperação da
infiltração.
Cenário de gestão da drenagem
urbana no Brasil
Cenário de gestão da drenagem urbana
no Brasil
Municípios dom serviço de drenagem urbana
Grandes
Com Sem
Regiões Total instrumentos instrumentos
reguladores (%) reguladores (%)

Brasil 4.327 26,3 73,4

Norte 222 20,7 78,8

Nordeste 1.227 13,4 86,5

Sudeste 1.468 26,3 73,2

Sul 1.094 43,2 56,5

Centro-Oeste 316 21,8 77,8


Low Impact Development (LID):
modelo sustentável
Modelo Sustentável: premissas básicas

 Conservação da vegetação e solos


nativos;

 Elaboração de projetos que respeitem


peculiaridades locais naturais;
 Direcionamento do escoamento
superficial para áreas vegetadas;
 Emprego de técnicas de manejo hídrico
junto à fonte de geração de água;
Modelo Sustentável: premissas básicas
continuação...

 Manutenção, prevenção à poluição e


educação;
Legislação
Experiência brasileira
Belo Horizonte São Paulo
20% de área permeável 15% de área permeável
MRD de 30L/m2 de Ai (>500m2)
VMRD = 0,15 x Ai x t(chuva/1h)
Estacionamento = 30% piso
drenante

Porto Alegre
(terrenos > 600m2)
Vazão máx. = 20,8 L/s.há
VMRD = 4,25 x Ai
Cobrança/Premiação
Cobrança
Propostas de aplicação
 Cansado et al. (2006):

custo médio de implantação do sistema de


micro e macrodrenagem
+
custo de operação e manutenção
=
rateio de custos pela área impermeabilizada
total dos imóveis.
Cobrança
Propostas de aplicação
 Tucci (2002):

custo médio de implantação do sistemas

rateio entre áreas impermeáveis e permeáveis

custo de operação e manutenção

rateio entre áreas impermeáveis


Cobrança
Propostas de aplicação
 Souza (2005):

impactos do escoamento

rateio entre as
AIE (Área Impermeável Efetiva)
Cobrança
Estudos de caso
 Rocky Mount / Carolina do Norte / EUA:

NPDES (National Pollution Discharge


Elimination System)
Residência unifamiliar:
Municípios de 10.000 – 100.000 hab.
Área impermeável média: 232,5 m2
Taxa: US$ 3,25/mês por área média
Taxa = US$ 3,25/232,5 = US$ 0,014 /m2
Residência multifamiliar e imóvel não residencial: ≠
Cobrança
Estudos de caso
 Santo André / São Paulo / Brasil:

SEMASA (Serviço Municipal de


Saneamento Ambiental de Santo André)

Todos os imóveis

Taxa: R$ 0,56/m3.mês (valor mínimo)


Taxa: R$ 2,00 a 3,00/m3.mês (valor médio)
Premiação
 Através de incentivos como descontos nos
impostos municipais (e.g. IPTU)
Low Impact Development Pratices:
Técnicas sustentáveis
Infra-estruturas verdes
Áreas de Biorretenção
Infra-estruturas verdes
Micro-reservatórios de Detenção (MRD)
Infra-estruturas verdes
Coberturas Verdes
Infra-estruturas verdes
Canais Verdes
Infra-estruturas verdes
Trincheiras de Infiltração
Infra-estruturas verdes
Biovaletas e Canteiros Pluviais
Materiais alternativos
Pavimentos Permeáveis
DOS OBJETIVOS, DIRETRIZES E
PRINCÍPIOS DO PLANO
DIRETOR
Art. 1º :
O Plano Diretor de Drenagem e Manejo de
Águas Pluviais do Município de Natal é
, que visa
contribuir para a consolidação do meio urbano
com a implementação de normas, regras,
estudos e diretrizes que auxiliem nas tomadas
de decisão do gestor público para a manutenção
da infraestrutura existente e a implantação da
infraestrutura necessária para o controle, manejo
e convívio com as águas provenientes das
precipitações pluviométricas.
OBJETIVOS
Art. 2º O Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais da Cidade do Natal tem
como objetivos:
I. Planejar, implantar, desenvolver e gerenciar de forma integrada e participativa o uso
múltiplo, controle, conservação, proteção e preservação do sistema de Drenagem
Municipal;
II. Desenvolver os mecanismos necessários ao controle e manejo das águas por meio de
sistemas físicos naturais e construídos, para induzir o escoamento das águas pluviais e
evitar pontos de alagamentos, conferindo segurança e conforto aos munícipes;
III. Assegurar que as águas pluviais inseridas no domínio público possam ser gerenciadas e
utilizadas em padrões de quantidade e qualidade satisfatórios por seus usuários atuais e
pelas gerações futuras;
IV. Reduzir os prejuízos decorrentes das inundações;
V. Melhorar as condições de saúde da população e do meio ambiente urbano, dentro de
princípios econômicos, sociais e ambientais;
VI. Planejar os mecanismos de gestão urbana para o manejo sustentável das águas pluviais e
da rede hidrográfica do município;
VII. Planejar a distribuição da água pluvial no tempo e no espaço, de forma a evitar
alagamentos com base na tendência de evolução da ocupação urbana;
VIII. Identificar e ordenar a ocupação de áreas de risco de inundação através de
regulamentação;
IX. Restituir parcialmente o ciclo hidrológico natural, reduzindo ou mitigando os impactos da
urbanização.
DRENAGEM DE NATAL
 Características bastante particulares:
 Zona Leste:
 Bacias abertas: sistemas convencionais com
escoamento por gravidade – riachos do Baldo e das
Lavadeiras (Limite: Av. Antônio Basílio).
 Zonas Norte, Sul e Oeste:
 Bacias fechadas com lagoas de captação de águas
pluviais
Altitudes da Zonas Norte de Natal

Altitude (m
Altitudes das Zonas Sul, Leste e Oeste de Natal
Altitude (m)

Oceano Atlântico
CONDICIONANTES
URBANÍSTICOS DE NATAL
Traçado urbanístico convencional:
Não se preservou adequadamente os fundos
de vale, resultando em pequenas áreas para
construção de lagoas de acumulação e
infiltração.
DRENAGEM EM NATAL
 1977 - Plano Diretor  Década de 90
Acquaplan;  Lagoa Nova – Av. Mor
 Final da década 70 e início Gouveia
da década de 80 (1979 – 82):  Vila de Ponta Negra
 Drenagem da Ribeira  Alecrim (Lagoa do Bumbum)
(DNOS)  Zona Norte (70% )
 Projeto Cura (Dixsept  Panatís – Igapó (bacia aberta)
Rosado) – PMN  Santarém, Loteamento Sarney,
 Sistema integrado da galeria da Pajuçara...
Av. Antônio Basílio
 Urbanização do Canal do
 Final da década de 80 Baldo - Caern
 Drenagem do Centro
Administrativo
 Drenagem das Av. Bernardo
Vieira e Salgado Filho
PROJETOS RECENTES
 Capim Macio (2000 – atual) – 240 ha
 Zona Norte (2006 – atual) – 750 ha
 San Vale – Parque das Colinas – (2008-atual) –
450 h
 Plano Diretor de Drenagem e Manejo de
Águas Pluviais – (2008 – atual)
ABORDAGEM TRADICIONAL

Controle do escoamento na calha do rio.


“Melhoria do fluxo”: cortes de meandros,
retificações e mudanças de declividade de
fundo.
Retirar rapidamente as águas acumuladas.
Transferência do problema para outras áreas ou
para o futuro.
POLÍTICA ATUAL

 Controle de fluxos na origem;

 Redução de volumes escoados;

 Armazenamentos localizados no lote urbano;

 Sistemas para infiltração;

 Novas posturas tecnológicas;

 Manutenção permanente;

 Comprometimento dos cidadãos.


PRINCÍPIOS NORTEADORES
 Abordagem interdisciplinar no diagnóstico e na solução dos
problemas de inundação;
 Bacia hidrográfica como unidade de planejamento;
 Soluções integradas ao meio ambiente;
 Soluções economicamente viáveis que apresentem relações
benefício/custo adequadas;
 Controle do excesso de escoamento superficial preferencialmente
na fonte;
 Controle dos impactos sobre o sistema de drenagem provocado
por novos empreendimentos;
 Planejamento dinâmico do manejo das águas pluviais urbanas a
partir de cenários que retratem eventos extremos associados com
períodos de retorno baixo, médio e alto;
 Horizonte de planejamento de 20 anos.
ETAPAS DE EXECUÇÃO

Etapa 1: Serviços Preliminares


Etapa 2: Diagnóstico
Etapa 3: Proposições
Audiências Públicas: 3
DIAGNÓSTICO

 Cadastro de galerias.
 Estudos Hidrológicos: nova delimitação das
bacias e sub bacias da cidade.
 Estudos Urbanísticos.
 Estudos Socioeconômico.
DIAGNÓSTICO
 Estudos ambientais: diagnóstico da situação dos
exutório da bacias de drenagem.
 Estudos hidrogeológicos: identificação dos
pontos de recarga e taxas de infiltração.
 Estudos de Saneamento Básico: diagnóstico da
situação do saneamento da cidade com foco no
esgotamento sanitário e sua interferência na
drenagem.
Bacias de Drenagem
Árae (ha)
Bacias
Abertas Fechadas
I Rio Doce 617,5
II Lagoa Azul 2.417,1
III Lagoa de Extremoz 100,2
III II I IV
V
Rio Golandim
Rio Potengi/Salinas
181,5
885,4
VI Redinha 108,2
Total Zona Norte 4.309,9

IV
V

VI

LEGENDA
Lagoa Existente
Lagoa Projetada
VIII Bacias de Drenagem
ZONAS LESTE/OESTE/SUL
VII Árae (ha)
Bacias
Abertas Fechadas
VII Potengi/Rocas-Ribeira 376,3
VIII Praias urbanas 218,2
IX IX Riacho do Baldo 714,8
X X Potengi/Quintas-Base Naval 304,1
XI Parque das Dunas 1.194,0
XII Rio das Lavadeiras 1.264,8
XIII Via Costeira 116,2
XIV Rio Potengi/Felipe Camarão 712,6
XV Lagoas da Jaguarari 431,8
XVI Rio Pitimbú 1.048,9
XII XIII XVII San Vale/Cidade Satélite 1.145,4
XVIII Rio Jundiai/Guarápes 398,0
XIV XV XIX Lagoinha 1.016,0
XX Praia de Ponta Negra 949,3
Total Zonas Leste/Oeste/Sul 6.103,2 3.787,2
XVI Total Natal 10.413,1 3.787,2
XVIII XI
XVII TOTAL GERAL 14.200,3

LEGENDA XIX

Lagoa Existente
Lagoa Projetada XX
Bacias de Drenagem

LEGENDA
Lagoa Existente
Lagoa Projetada
Ponto Crítico
Bacias de Drenagem

LEGENDA
Lagoa Existente
Lagoa Projetada
Ponto Crítico
PROPOSIÇÕES

 Medidas estruturais;
 Medidas não estruturais;
 Manual de Drenagem;
 Minuta de Lei do PDDMA
PROPOSIÇÕES

 Pontos críticos: 108 soluções


ZONA NORTE: 32 soluções
ZONA LESTE: 20 soluções
ZONA OESTE: 13 soluções
ZONA SUL: 43 soluções
Rua Mipibu
ZONA LESTE
Av. Afonso Pena – ZONA LESTE
Rua Pe. Ramalho – Cidade da Esperança
ZONA OESTE
Rua Sílvio Caldas – Cidade da Esperança
ZONA OESTE
Alameda das Mansões – ZONA SUL
Rua Dr. Poty Nóbrega – ZONA SUL
RUA NOVA CANAÃ – ZONA NORTE
RUA NOVA GALILÉIA - ZONA NORTE
PROPOSIÇÃO
 Medidas estruturais:
– divisão da cidade em zonas;
– identificação dos pontos críticos de
drenagem;
– proposição das soluções com uma
estimativa de custo.
MACRO-
DRENAGEM
SETOR I
MACRO-
DRENAG
EM DO
SETOR II
SISTEMA
INTEGRADO DE
DRENAGEM
DE LAGOA NOVA
SISTEMA INTEGRADO
DE MACRO-DRENAGEM DE JIQUI
DRENAGEM DE PETROPOLIS
ZONA LESTE
MANUAL DE DRENAGEM
MEDIDAS NÃO ESTRUTURAIS
 Controle do escoamento na fonte: dispositivos que
mantenham a vazão de saída do lote ou loteamento
com valor igual a vazão de pré-desenvolvimento:
 Armazenamento temporário da água em reservatórios
locais.
– Reservatórios de detenção.
 Aumento da capacidade de infiltração:
– valos,
– poços,
– bacias de infiltração,
– trincheiras de infiltração,
– bacias de percolação e
– pavimentos permeáveis.
MINUTA DE LEI

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