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SALVADOR
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA POLITÉCNICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA INDUSTRIAL
Salvador
2018
RODRIGO ÍCARO PEREIRA VÉRAS
Orientadores:
Prof. Dr. Paulo Fernando de Almeida
M. Eng. Ind. Jacson Nunes dos Santos
Salvador
2018
Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Universitário de Bibliotecas (SIBI/UFBA),
com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Philip Kotler
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer, primeiramente ao bom Deus por toda a força e discernimento dado a mim
para enfrentar as batalhas das vida. Acredito que sem essa dádiva não seria nada além de mais
um fazendo volume na sociedade. Poder acreditar é importante para quando acharmos que tudo
está perdido alguém pode nos ajudar de forma “mágica”.
Aos meus mestres, professores Paulo Almeida e Jacson Nunes pela paciência, orientação,
dedicação e confiança;
Ao amigo Edgar e toda sua equipe da empresa de metalurgia pelo acolhimento e auxílio na
realização das usinagens das peças;
Aos meus amigos e familiares que acreditaram e torceram por esse momento;
Aos meus colegas do IFBA Simões Filho pelo incentivo e compreensão durante a etapa final.
O coco é um fruto típico de regiões tropicais, no Brasil ele possui alto poder econômico,
sendo consumido largamente no estado imaturo, ou seja, a água é consumida in natura. O
Estado da Bahia é o maior produtor de coco e coprodutos gerados pela agroindústria de coco
no Brasil, com 98.087 toneladas por ano. Associado ao desempenho mercadológico, é evidente
o enorme volume de resíduo que este fruto deixa quando consumido. As cascas do coco verde
correspondem, aproximadamente, de 85% do peso bruto do fruto. Outro fator problemático
proveniente dos resíduos gerados é a elevada resistência à degradação que pode atingir até 8
anos para degradação completa em meio ambiente. O acúmulo indiscriminado desse tipo de
resíduo contribui para que a vida útil de aterros sanitários diminua, tornando-se um problema
preocupante. O presente trabalho visa o desenvolvimento de uma máquina automatizada que
irá padronizar o trituramento de cascas de coco verde possibilitando uma granulometria
suficiente para a ação de bactérias decompositoras no processo de compostagem acelerada.
Coconut is typical fruit in tropical zone. In Brazil it is a lucrative commodity due to high amount
of immature coconuts consumed, i.e. coconut water consumed in natura. The state of Bahia is
the largest Brazilian producer of coconuts and their coproducts produced by coconut
agroindustry, speaking of 98 087 tons per year. One of the results of successful marketing is
inevitable generation of enormous volume of disposal linked with such extent of consumption.
A peel of green coconut corresponds to approximately 85% of its gross weight. Moreover, it
takes up to 8 years to a peel completely degrade in the environment. Such high resistance to
degradation together with volume consumed creates significant problem. The problem is that
headlong accumulation of this kind of disposal shortens the life cycle of landfills. The aim of
this work is to develop an automated machine that will standardize the crushing of green
coconut peels. Hereby conceived machine shall produce disposal with suitable grain size for
bacteria acting in the accelerated composting process.
1 INTRODUCÃO ................................................................................................................... 12
1.1 Contextualização do problema ........................................................................................ 15
Escopo e delimitação da dissertação ....................................................................... 16
Motivação e Justificativa ......................................................................................... 17
1.2 Objetivos ............................................................................................................................ 17
Geral......................................................................................................................... 17
Específicos ................................................................................................................ 17
1.3 Análise de risco da viabilidade de implantação ............................................................. 18
2 REVISÃO DA LITERATURA E ESTADO DA ARTE .................................................... 19
2.1 Compostagem .................................................................................................................... 22
2.2 Matérias primas para compostagem .............................................................................. 23
Composição do resíduo de coco verde ..................................................................... 23
Composição química do coco verde......................................................................... 24
2.3 Parâmetros que influenciam o bioprocesso .................................................................... 25
Umidade ................................................................................................................... 25
Potencial hidrogeniônico – pH ................................................................................ 26
Temperatura ............................................................................................................. 27
Relação carbono/nitrogênio (C/N) .......................................................................... 28
Altura da leira .......................................................................................................... 28
Granulometria do resíduo ........................................................................................ 29
2.4 Compostagem no brasil .................................................................................................... 29
2.5 Compostagem na Bahia.................................................................................................... 31
2.6 EQUIPAMENTOS PARA TRITURAÇÃO DE COCO VERDE ................................ 32
Triturador de lâminas sobrepostas .......................................................................... 33
Triturador de túnel com rolos acoplados e disco de corte ...................................... 35
3 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................................... 37
Identificação das necessidades do cliente ................................................................ 38
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................... 64
4.1 Protótipo focado........................................................................................................... 64
4.1.1 Materiais utilizados no protótipo e valores........................................................ 65
4.1.2 Caracterização das amostras ............................................................................. 66
4.2 Resultados dos testes realizados com o protótipo ..................................................... 68
4.2.1 Discussão dos testes realizados.......................................................................... 70
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 71
5.1 Sugestões para trabalhos futuros .................................................................................... 71
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 73
12
1 INTRODUCÃO
O coco é um fruto típico de regiões tropicais como o Brasil. Esse fruto possui alto poder
econômico, sendo consumido largamente no estado imaturo (água de coco in natura), usado
também, para produção de alimentos, cosméticos e remédios. O coqueiro (Cocos Nucifera
Linn) apresenta diversas formas de utilização. Todas as suas partes, como raiz, caule, folha e
fruto são aproveitadas como matéria prima para artesanatos, produtos alimentícios,
agroindustriais, medicinais e biotecnológicos. (ARAGÃO et al, 2001). Uma das principais
utilizações no Brasil e no mundo, atualmente, é o envase da água de coco. Segundo PIRES et
al. (2004), em função do crescente consumo da água de coco in natura nos grandes centros
urbanos e da alta rentabilidade financeira, tem havido interesse de produtores por esta cultura e
grandes investimentos estão sendo realizados por artistas e empresas em diversas partes do
mundo, i.e., com investimento de R$ 580 milhões, a empresa Obrigado® almeja competir no
mercado global de produtos à base de coco. O mercado de produtos derivados de coco mantém
um crescimento que supera qualquer expectativa. Mesmo com a economia caindo 4% em 2015,
o mercado de água de coco cresceu 12,8% neste mesmo ano. (ESTADÃO, 2018). O mercado
ainda está em expansão e demanda produtos manufaturados com qualidade similar ao in natura.
O coco é um fruto típico de regiões tropicais, como é o caso do Brasil, ele possui
diferentes benefícios para a saúde em diversos aspectos, seja para a manutenção do bom
funcionamento do organismo, seja para o tratamento de problemas de saúde. Segundo
VIGLIAR et al. (2006), o fruto é rico em vitaminas do complexo B (B1, B2 e B5), A e C que
conferem ao coco propriedades antioxidantes importantes, e minerais tais como cálcio,
manganês, magnésio, cobre e ferro que são essenciais para as estruturas dos tecidos corpóreos.
Esses elementos químicos, atuam na prevenção de doenças cardíacas, tumores no intestino e
ainda ajudam a fortificar o sistema imunológico. Possuem ação antibacteriana, antiviral e anti-
inflamatória. (FIGUEIRA, 2012).
Segundo Aleixo et al. (2000), a água de coco é rica em minerais e aminoácidos. Seu
consumo vem crescendo nos últimos tempos, principalmente devido às suas propriedades de
reposição de eletrólitos perdidos após desgaste físico. Isso significa que o mercado dos esportes
será, em um futuro muito próximo, um grande consumidor de água de coco como eletrólitos e
em bebidas mistas (coco e suco de frutas). Para Folegatti et al. (2002), as bebidas mistas de
frutas proporcionam uma série de vantagens, como a possibilidade de combinação de diferentes
13
aromas e sabores, além dos componentes nutricionais importantes para reposição rápida de sais
e minerais. Essa é uma preocupação dos consumidores de modo geral com a saúde, o que motiva
a queda nas vendas de refrigerantes, vilão do estilo de vida saudável.
Além, desses benefícios, o coco é utilizado para a preparação de alimentos para crianças
com Alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV). (PEREIRA e DA SILVA, 2008). Produtos
como farinha, leite, manteiga, açúcar, óleo e a própria água do coco são ingredientes para outros
produtos manufaturados encontrados nas prateleiras dos hipermercados. Toda essa variedade é
de extrema importância para nutrição de crianças sensíveis às principais proteínas do leite
como: caseína, alfa-lactoalbumina e/ou beta-lactoglobulina. (CALDEIRA, F. et al, 2011).
a celulose e a lignina”. Todas essas fibras estão naturalmente dispostas para proteger toda a
estrutura do fruto, garantindo maior rigidez mecânica. Segundo Francisco (2015), grânulos de
cascas de cocos abaixo do tamanho adequado do que foi proposto torna a massa muito compacta
e dificulta a aeração adequada e grânulos com tamanhos de grãos acima do proposto gera uma
menor área da superfície de contato para fixação de microrganismos. O ponto ótimo proposto
por Pires (2013), Vieira (2013) e Francisco (2015), em relação a granulometria é uma faixa que
compreende de 1,3 e 3,0 centímetros. Esse parâmetro, com a utilização das atuais máquinas e
equipamentos empregados, não geram as características mecânicas adequadas, ou seja, não
geram os grânulos com as dimensões adequadas para permitir maior penetração dos
microrganismos na matéria.
Nesse sentido, cabe inicialmente mostrar algumas das principais questões em relação à
preparação da estrutura da matéria orgânica proveniente das cascas de cocos verdes e a
importância de se compostar:
- o acúmulo de resíduos de coco verde sem estudo ou técnica adequada provoca alterações
nos ecossistemas a partir do descarte inadequado desse tipo de resíduo (Embrapa, 2012);
- consumo desenfreado de água de coco gera grandes quantidades de resíduos que não
possuem destino correto e são descartados em terrenos pouco acessíveis para mascarar o
problema do descarte (PASSOS, 2005);
- a urgência de uma nova técnica para acelerar a compostagem desse resíduos e agregar
valor ao produto final, reduzindo seu impacto no meio ambiente (RIMA, 2010);
- propor um novo modelo 3D de máquina que atenda às principais solicitações e que tenha
custo acessível justificável para agregar valor ao resíduo de cocos, a partir do processamento
inicial;
Motivação e Justificativa
Hoje, as máquinas utilizados para realizar o trituramento de cocos verdes não garantem
um produto final com as características adequadas para permitir maior penetração e
disponibilização dos nutrientes para os microrganismos realizarem a decomposição das fibras
(FRANCISCO, 2015) e evitar a geração de fenóis. Os fenóis são compostos que possuem
propriedades tóxicas e voláteis, e podem ser gerados durante o processo de compostagem. A
geração de fenóis bloqueia as atividades metabólicas dos microrganismos participantes da
compostagem avançada.
Além disso, é necessária uma homogeneização da matéria triturada para garantir maior
interação dos microrganismos com os nutrientes, permitindo maior atividade metabólica ou
degradabilidade das estruturas pelos microrganismos utilizados, nos diferentes processos de
compostagem acelerada, assim como custos de aquisição de máquinas menores, objetivando-
se viabilizar o processamento das cascas de coco e garantir maior agregação de valor ao produto
final para diversas aplicações.
1.2 Objetivos
Geral
Propor uma nova máquina capaz de realizar o trituramento de resíduos de coco verde
com granulometria específica para melhoramento do processo de compostagem acelerada,
garantindo como produto final, a conversão do resíduo de coco verde em um produto com
valores agregados para diversos fins, como adubos, substratos orgânicos e afins.
Específicos
Apesar dos dados do CEPEA mostrarem crescimento com poucas variações durantes as
duas últimas décadas, implicou-se no aumento do consumo de insumos e da geração de resíduos
nas atividades agropecuárias. Necessitando de tomadas de decisões urgentes e eficientes,
adequadas as exigências ambientais. Segundo o The World Bank (2016), o Brasil em 2011,
ocupava a posição 119º, no rank mundial, entre os países com maior área agricultável,
representando 32,51% de toda sua extensão territorial. O solo ou terra agricultável refere-se a
parcela da área territorial que é arável, ocupada com culturas e pastagens permanentes (é a área
cultivada com as culturas que ocupam as terras por longos períodos e não precisam ser
replantadas após cada colheita, tais como cacau, café e borracha.). (The World Bank, 2016).
As terras aráveis representam apenas 8,6% de toda a extensão territorial brasileira que
por sua vez poderia possuir quantidades maiores devido, principalmente, ao clima favorável
para diversas culturas. Mesmo com uma pequena porção de terras aráveis, em relação à toda
sua extensão territorial, o Brasil produz uma quantidade gigantesca de resíduos sólidos
provenientes do coco. Atualmente é uma das problemáticas enfrentadas por gestores de
resíduos nos mais diversos municípios do Brasil (EMBRAPA, 2010).
A agua de coco, valorizada por seus benefícios nutricionais, moda entre as celebridades
e difundida como parte do estilo de vida saudável, viu sua produção se intensificar no Brasil,
impulsionada pelo aumento do consumo doméstico e global. (AFP, 2018). Segundo o Sindicato
Nacional dos Produtores de Coco do Brasil (SINDCOCO), o crescimento da produção de água
de coco no Brasil foi cerca de 20 % ao ano, esse aumento de produção motivou a participação
de artistas e famosos à investir no mercado de produtos a partir do coco, devido ao alto consumo
de água de coco in natura que favorece às grandes perspectivas de lucratividade no seguimento.
O brasileiro, Ronaldo Nazário, conhecido como “Ronaldo Fenômeno” ou simplesmente por
“Ronaldinho” é um dos que apostam no mercado do coco. Ele é dono de 25% da empresa LIV,
fabricante de sucos e água de coco. A empresa LIV, em 2015, faturava 50 milhões de reais e
nessa época planejou a triplicação dos faturamentos nos anos seguintes. (ISTO É DINHEIRO,
2015).
21
Em 2010, a cantora Madonna investiu mais de US$ 1,5 milhão na empresa norte
americana Vita Coco, a marca de água de coco mais vendida nos EUA e que produz água de
coco 100% pura, o que cada vez mais populariza tanto como uma bebida de estilo de vida como
uma bebida esportiva natural. (MADONNA, 2018). A Vita Coco domina 60% de seu mercado
nos Estados Unidos e registra ganhos superiores a US$ 421 milhões anuais. (VITA COCO,
2018). Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Coco (ASBRACOCO), grandes
empresas estão investindo expressivamente no negócio de bebidas saudáveis que tem como
meta implícita a concorrência com os refrigerantes. A Coca-Cola investiu US$ 15 milhões em
2009 na Zico Beverages, uma das concorrentes da Vita no mercado norte-americano. Segundo
o Estadão (2017), a Pepsi, segunda maior fabricante de refrigerantes do mundo, em 2009,
comprou a brasileira Amacoco, dona das marcas Kero Coco e Trop Coco. Essas transações e
investimentos significam um grande mercado em ascensão que possui amplas perspectivas de
crescimentos nos próximos anos.
Segundo Gonçalves (2003), todos os processos produtivos geram resíduos, desde o mais
elementar processo metabólico de uma célula até o mais complexo processo de produção
industrial. Isso evidencia o que vem ocorrendo no cenário nacional, atualmente. Com a “moda”
das práticas saudáveis, a água de coco tornou-se uma opção super saudável, barata e solicitadas
por muitos consumidores e/ou industrias, pois possui sabor agradável e uma ótima carga
nutricional. O Brasil é o quarto maior produtor de coco do mundo, ficando atrás apenas da
Indonésia, Filipinas e Índia. (FAO, 2015). Cerca de 6,7 milhões de toneladas de cocos são
produzidos anualmente no Brasil e desse total, cerca de 85% do volume total de resíduo é
proveniente das cascas do coco verde. (EMBRAPA, 2010).
A produção de água de coco, tem impulsionado novos plantios em todo o país, o que ajudou
o Brasil a subir no ranking geral dos maiores produtores de coco do mundo. (FAO, 2015).
Segundo Gurgel (2011), o Brasil será o maior produtor de coco do mundo nos próximos 20
anos, isso será possível graças a grande produção a partir de coqueiros híbridos, ou seja, a partir
do melhoramento genético da planta. A opção pelos híbridos se deu em função das vantagens
dessa espécie em alcançar maior rendimento por hectare. (COHIBRA, 2017).
22
2.1 Compostagem
Segundo Souza (2000), o Brasil é o único lugar do mundo onde o coco é utilizado como
fruta ou é matéria prima na produção de balas, doces e sorvetes, em pratos típicos da culinária
nordestina (como coco-ralado e o leite-de-coco) e, atualmente em cosméticos e água de coco.
Diferente do Brasil, os demais países produtores, utilizam o coco principalmente para extração
do óleo. A composição química e sais minerais do coco verde está especificada nas tabelas 1 e
tabela 2, respectivamente.
Quantidade
Composição química
Polpa Leite
Calorias 589,80 kcal 38,80 kcal
Água 14,00 g 90,80 g
Carboidratos 27,80 g 7,00 g
Proteínas 5,70 g 0,40 g
Lipídios 50,50 g 1,00 g
Cinzas 2,00 g 0,80 g
Vitamina B1 (Tiamina) 173,00 mcg 2,00 mcg
Vitamina B2 (Riboflavina) 102,00 mcg 4,00 mcg
Niacina 0,10 mg 0,07 mg
Vitamina C (Ácido ascórbico) 8,20 mg 10,40 mg
Quantidade
Composição química
Polpa Leite
Cálcio 43,00 mg 20,00 mg
Ferro 3,60 mg -
Magnésio 9,00 mg -
Enxofre 13,00 mg -
Silício 0,50 mg -
Segundo Francisco (2015), fatores como umidade, pH, temperatura, relação C/N e
composição do resíduo, afetam o processo de compostagem e o produto final. Esses parâmetros
possuem ligação de alta dependência uns dos outros, ou seja, é necessário um equilíbrio ótimo
para haver otimização do processo de compostagem.
Umidade
Potencial hidrogeniônico – pH
Temperatura
A temperatura é uma grandeza física que mensura a energia cinética média de cada grau
de liberdade de cada uma das partículas de um sistema em equilíbrio térmico. (SÜSS, 2016). A
temperatura do ambiente, onde se realiza o processo de compostagem, é um dos fatores de
grande relevância no processo de transformação da matéria orgânica. (OLIVEIRA et al., 2008).
Segundo Oliveira et al., (2008). “O desenvolvimento da temperatura está relacionado com
vários fatores, materiais ricos em proteínas, baixa relação Carbono/Nitrogênio, umidade e
outros. Materiais moídos e peneirados, com granulometria fina e maior homogeneidade,
formam montes com melhor distribuição de temperatura e menor perda de calor”. Segundo Jeris
& Regan (1975), apud Francisco (2015), a temperatura ótima é considerada como sendo de
aproximadamente 60 °C de acordo com as taxas máximas de respiração, tais como taxa de
absorção de oxigênio e taxa de evolução de CO2.
De acordo com Kiehl (1998) apud Oliveira et al., (2008), “no processo de compostagem,
a atividade microbiológica atinge alta intensidade, provocando a elevação da temperatura no
interior das leiras, chegando a valores de até 65ºC, ou mesmo superiores, em decorrência da
geração de calor pelo metabolismo microbiológico de oxidação da matéria orgânica que é
exotérmico”. Existe quatro fases de temperaturas durante o processo de compostagem que são:
1ª) Fase mesofílica: é a fase em que predominam temperaturas moderadas, até cerca de 40
ºC. Tem duração média de dois a cinco dias.
2ª) Fase termofílica: quando o material atinge sua temperatura máxima (> 40 ºC) e é
degradado mais rapidamente. Esta fase pode ter a duração de poucos dias a vários meses, de
acordo com as características do material sendo compostado.
3ª) Fase de resfriamento: é marcada pela queda da temperatura para valores da temperatura
ambiente.
Para Barrington et al, 2001; Oliveira et al, 2008; Couth & Trois, 2012) apud Francisco
(2015), os micro-organismos absorvem o carbono e o nitrogênio numa proporção de 30 partes
de carbono para uma parte de nitrogênio. Partindo desse pressuposto 30/1 é a relação C/N do
substrato ótima para iniciar a compostagem. Para relações C/N inferiores o nitrogênio ficará
em excesso e poderá ser perdido como amoníaco causando odores desagradáveis (OLIVEIRA
et al., 2008). Segundo Manios (2003) apud Francisco (2015), a elevada relação C/N, ocasiona
uma baixa disponibilidade de nitrogênio que restringe severamente a estabilidade microbiana
do resíduo em compostagem, ou seja, a quantidade de nitrogênio não será suficiente para
garantir a síntese de proteínas o que causará desenvolvimento limitado dos microrganismos.
Segundo o mesmo autor, corrigir a quantidade de nitrogênio para ajustar a relação C/N é uma
etapa fundamental para garantir uma boa compostagem. Isso é realizado utilizando ureia e
nitrato de amônio como fonte de nitrogênio, o que ajuda a iniciar o processo de compostagem
e manter intensa a atividade metabólica dos microrganismos.
Altura da leira
Granulometria do resíduo
Segundo o SINDICOCO (2016), o estado, fora da região Nordeste, com maior produção
de coco é o Pará. Na tabela 4, é mostrado os valores de produção de coco nos estados brasileiros
segundo dados do IBGE no ano de 2012.
30
A produção crescente de coco para consumo in natura, deixa milhões de toneladas de cascas
todo ano principalmente em grandes cidades do litoral brasileiro. Em média, cada unidade de
coco verde gera 1,7 kg de resíduos. Resíduo que vai direto para os lixões ou outras áreas
inadequadas e leva, na maioria dos casos, mais de oito anos para sua completa decomposição.
A compostagem no Brasil a cada ano vem sendo praticada com o intuito de garantir o
descarte mais adequado do resíduo de coco e pela oportunidade de negócio criada devido ao
grande volume desse resíduo.
Atualmente, existem variados tipos de trituradores que são utilizados para triturar a
casca de coco seco. Os mais comuns são o triturador de lâminas sobrepostas, similar ao
liquidificador doméstico, o de túnel com rolos acoplados e disco de corte, usado principalmente
para casca de coco seco.
33
Esse tipo de triturador é muito comum nas regiões rurais de todo o país. Pois, é muito
utilizado para triturar matérias primas que constituirão rações para animais e também para
produção de certos tipos de complementos para compostagem. A lâmina de corte é uma
composição justaposta de lâminas montadas em um eixo com o objetivo de triturar o coco
mantendo a fibra inteiriça. Na figura 3, é mostrado um comercialmente vendido que mantém
as lâminas dispostas com uma defasagem entre elas de 90º mecânicos para aumentar o
rendimento de trituração.
Esse resíduo é composto por fibras longas, fibras trituradas e por pó de coco. Em um
processo de compostagem avançada tanto o pó quanto a fibra quebrada são preferidos pelas
bactérias decompositoras que degradam tal resíduo, o que não garante um processo de
decomposição homogêneo para todas as partes do resíduo triturado. A figura 5, mostra o estado
de decomposição desse resíduo triturado nesse tipo de equipamento após alguns dias
compostando. No geral, esse tipo de máquina é a mais encontrada nas empresas que processam
as fibras do coco para o mercado de jardinagem e artesanatos, principalmente. O grande número
dessas máquinas sendo utilizadas está em função do valor relativamente acessível. É um tipo
de triturador com melhor preço de compra disponível no mercado. Porém, essa máquina é
adequada para produção de fibras inteiriças para fins específicos, i.e., artesanatos e produtos de
jardinagens.
pelo menos duas vezes para evitar pedaços grandes de cascas no produto triturado, esse fato,
exigia inspeções constantes de todos os cocos após trituramento, além de demandar maior
desgaste físico do operador, maior consumo de energia elétrica e paradas frequentes para
reparos.
Esse tipo de triturador foi desenvolvido pela empresa Fortalmag® para triturar coco
seco e realizado testes com o coco verde. (TRITURADOR, 2016). Esse triturado, mantém as
mesmas características do triturado usando o triturador de lâminas sobrepostas. A diferença
básica, consiste na configuração mecânica e na potência do motor elétrico utilizados. Na figura
6, é mostrado o equipamento triturando coco verde.
Em alguns testes realizados pela Fortalmag, foi percebido que as instalações elétricas
dos locais onde esse sistema de trituramento for instalado, devem ser adequados à demanda de
potência elétrica, pois, por algumas vezes havia acionamento dos dispositivos de segurança
como relê e disjuntores. A figura 7, mostra o resultado do triturado, processado pela máquina.
36
3 METODOLOGIA DA PESQUISA
3.1 Especificações
Identificar as Especificações do
necessidades do produto
cliente
Analisar as
Identificar métricas Analisar produtos Definir as Conceito do
Portifólio planejado necessidades
de qualidade do concorrentes e especificações do & produto
relativas ao
produto manufatura produto
produto
Identificar Matriz de
requisitos verificação
normativos
Verificar
Documentar e
resultados da
S registrar as
definição de
especificações
especificações
estrutural e uma superfície de contato muito favorável, criando espaços de ar livre no resíduo
orgânico”. Ou seja, esses espaços garantem maior movimentação de oxigênio em toda a
biomassa o que permite que a taxa de atividade microbiana aeróbica não seja impedida em
função de uma limitação de fornecimento de oxigênio. (VIEIRA, 2013).
Tabela 7 - Faixas ótimas dos parâmetros físico/químicos que influenciam o processo de compostagem.
Aglutinação de partícula
e redução de espaços de
A atividade
ar na matriz em
biológica é inibida 50 a 60%
Umidade compostagem; Limitação
e a velocidade de
da disponibilidade de
degradação cai.
O2; Emissão de odores
desagradáveis.
40
55 a 60 ºC Rápida Temperaturas de 70 ºC
biodegradação; provocam volatilização
Degradação lenta
Temperatura Eliminação de micro- de amônia; Anula a ação
do resíduo
organismos de micro-organismos não
patogênicos. termotolerantes.
Instalação de
ambiente
anaeróbico na
pilha; acidificação
do material;
5 a 15% Aumento da
Aeração Limitação da Arrefecimento da pilha.
atividade microbiana
atividade
microbiana e
exalação de odores
desagradáveis.
Torna a massa
Menor área da superfície
muito compacta e
Granulometria 1,3 a 3 cm de contato para fixação
dificulta a aeração
de micro-organismos.
adequada.
3.2 Concepção
Uma definição mais completa é a citada por Bolton (1999), “Um Sistema Mecatrônico
não é apenas um casamento de sistemas elétricos e mecânicos é mais do que apenas um sistema
de controle; é uma integração completa de todos eles”.
As etapas de um projeto podem ser entendidas como um conjunto de passos que contém
as decisões que solucionam um dado problema ou atendem a uma necessidade. Na figura 11, é
mostrado as etapas seguidas nesta dissertação para o modelamento em CAD e posterior
desenvolvimento do protótipo do Sistema Mecatrônico.
43
Sequência Possibilidade
Máquina que gerasse uma granulometria com geometria específica para facilitar
1
ataques bacterianos.
Máquina que realizasse o estressamento da fibra triturada com geométrica
2
determinada.
Máquina de trituramento com potência reduzida para evitar acionamentos das
3
proteções elétricas como relês térmicos e disjuntores dos laboratórios.
Máquina de trituramento que mantenham a fibra, o pó e os demais componentes do
4
coco nos grânulos gerados.
Máquina comercial que fosse portátil ou de um porte menor que facilitasse seu
5
transporte e instalação.
Máquina com operação facilitada e que evitasse constantes travamentos e
6 necessidades de desmontá-la para retirar cascas de coco enroscadas nas lâminas ou
eixo principal.
Máquinas que tivesse consumo energético menor para viabilizar o trituramento e
7
posterior compostagem.
Máquina para realizar o revolvimento das leiras automaticamente por períodos
8
determinados.
qual a melhor construção mecânica a máquina deverá ter. O Princípio de Pareto afirma que 80%
dos resultados provêm de 20% das causas. (FORMAN & PENIWATI, 1998). Ou seja,
resolvendo cerca de 20% dos problemas, teremos cerca de 80% dos resultados esperados.
Na teoria, não existe nada de especial nas proporções relativas à 80/20. Elas
simplesmente relacionam as descrições em diversas dimensões. Diferente do senso comum que
trata as melhorias marginais, ou soluções marginais como as que demandam esforços
proporcionais, a técnica de Pareto estimula a resolução dos 20% dos problemas para evitar 80%
das consequências. Isso é claro que depende da frequência de ocorrências, não priorizando a
resolução de muitos problemas sem importância diante de outros mais graves, permitindo a
priorização dos problemas. (TAGUE, 2004).
% dos problemas
Categoria que serão
resolvidos
Granulometria específica 40
Estressamento do grânulo 15
Manter componentes no grânulo 20
Operação facilitada 10
Potência elétrica e tamanho menores 12
Total 97
Fonte: Autor, 2018.
No gráfico de Pareto, mostrado na figura 13, essas causas são colocadas para permitir
melhor visualização dos pontos que esta dissertação foca no modelamento 3D do Sistema
Mecatrônico.
47
3.6 Dimensionamento
A base metálica que é a estrutura principal e que acondiciona os demais itens como
máquinas, acessórios e dispositivos, foi baseada na utilização de perfis de aço SAE 1020
padrão, disponíveis comercialmente. Esse tipo de aço carbono possui dentre diversas
características excelente soldabilidade e após tratamento por cementação ele passa a ter dureza
48
especial, o que o torna indicado para a construção mecânica, ou seja, possui boa relação entre
resistência mecânica e resistência à fratura. Na figura 14, é mostrado a estrutura e seu
dimensionamento, que deve ser uma estrutura de dimensões menores que as convencionais.
Para Oliveira el at. (2008), o ideal é que as matérias primas utilizadas na compostagem
não tenham dimensões superiores a 3 cm de comprimento. Partículas muito menores que 3,0
cm podem tornar a massa bastante compactada, dificultando tanto a ação bacteriana quanto a
aeração adequada (JARDIN et al, 1995). Baseado nas propostas dos autores supracitados, os
discos de corte foram dimensionados para manter dimensões dentro do padrão convencionado.
A figura 15, mostra o disco personalizado para o trituramento das cascas do coco verde em
perspectiva isométrica e plana.
49
O tamanho das partículas do resíduo, também, pode contribuir nas perdas de nitrogênio
durante o processo de compostagem. Em relação a esse aspecto, Barrington (2001), ponderou
sobre as perdas de nitrogênio durante o processo de compostagem e verificou que as perdas de
N por volatilização foi afetado pela perda de C durante o processo de compostagem. Baseado
nessas verificações, as características geométricas necessárias para a compostagem foi
determinada. Na figura 16, é mostrado as dimensões do grânulo proveniente do trituramento.
O disco possui um total de oito dentes, permitindo alta capacidade mecânica para cortar
as fibras, áreas para cortes que permitem que o triturado seja similar à triângulos, essa
configuração, garante uma geometria com pouca regularidade, facilitando, assim, a ação
bacteriana durante todas as etapas da compostagem avançada. Na tabela 10, é mostrado as
propriedades da seção do esboço do disco de trituramento.
𝑧
𝑑
𝑇=∑ 𝑃𝑇𝑖 ∗ 2 (1)
𝑖=1
Onde:
T = Torque;
P = Tensão de compressão;
d = Diâmetro.
51
O item 1, mostra o ressalto que evita que o conjunto de discos e distanciadores entrem
e saiam pelas duas extremidades do eixo. Esse ressalto permite melhor ajustagem mecânica e
maior fixação do conjunto. O item 2, mostra os rasgos de chavetas para a engrenagens, as
chavetas são elementos mecânicos fabricados em aço, ou seja, ligam dois elementos mecânicos.
52
Estão dispostas em paralelo para permitir maior fixação da engrenagem e aumentar a relação
de transmissão de torque. No item 3, é mostrado os rasgos de chavetas tanto para os discos
trituradores quanto para os anéis distanciadores. A principal função dos anéis distanciadores
possuírem chavetas é com o objetivo de evitar acúmulo de triturado entre os discos. O item 4,
é um ressalto roscado para travar o conjunto de discos e distanciadores. O item 5, é um furo
com rosca interna para travamento da engrenagem. Já o item 6, é o ponto de apoio, ou seja, é o
local onde o mancal ficará encaixado.
3.6.4 Engrenagem
As engrenagens são os principais elementos mecânicos que se ligam aos eixos, aos quais
produzem rotação e transferem torque, ou seja, são elementos que transmitem potência
mecânica do sistema redutor para os discos de cortes através dos eixos e demais elementos.
Para determinar os principais parâmetros para a usinagem das engrenagens é necessário dados
básicos de projeto que são os dados de entrada. Os dados utilizados para o desenvolvimento
dos cálculos são: diâmetro externo que é o diâmetro máximo da engrenagem, ângulo de pressão
que é o ângulo de pressão da ferramenta utilizada para fabricar a engrenagem e o número de
dentes que a engrenagem possui. Na tabela 11, é mostrado os dados de entradas necessários
para calcular os demais parâmetros.
Para dar continuidade aos cálculos dos demais parâmetros para usinagem é necessário
o valor do módulo (m) da engrenagem que é a medida que representa a relação entre o diâmetro
primitivo (dp) dessa mesma engrenagem e seu número de dentes (Z). Essa relação é
representada, matematicamente, do seguinte modo na equação (2):
53
𝑑𝑝
𝑚= (2)
𝑍
Assim, usando os dados de entrada, obtém-se o módulo no valor de 2,750 mm. Definido
o valor do módulo, os dados de saída são mostrados na tabela 12.
Os quatros furos de 8mm de diâmetro, mostrados na engrenagem são para fixar um outro
elemento de transmissão de rotação e torque, entre o sistema de engrenagens do motorredutor,
através de seu eixo de saída e os eixos de trituramento do Sistema Mecatrônico.
3.6.5 Acoplamento
Figura 19 - Acoplador
Com esse acoplamento todo o torque gerado pela caixa de engrenagens do redutor é
transmitido sem o risco de haver deslizamento ou fluência e deformação, como acontece com
a transmissão por correias. Na figura 20, é mostrado o acoplador com a engrenagem fixada.
55
Outro ponto importante, é a velocidade angular (descreve a taxa com que a sua
orientação muda) que nas correias não é constante e com o acoplador isso é garantido.
O anel distanciador é o elemento usado para separar os discos, ou seja, ele garante o
espaçamento simétrico entre discos. Na figura 21, é mostrado a vista planificada e em
perspectiva geométrica.
O anel espaçador possui dois rasgos para chavetas pelo fato da necessidade de fazer o
triturado que não foi enviado para a câmara de estressamento não ficar aglomerado e permitir
o travamento de todo o sistema de trituramento, isso evita paradas por ajuntamento de triturado
nos discos e anéis.
Os suportes do disco de trituramento, figura 22-a, e do espaçador, figura 22-b, são peças
modeladas em CAD para realizar a função de manutenção da robustez mecânica e também para
a limpeza e direcionamento do triturado para o sistema de estressamento.
Essa configuração permite o encaixe de dois rolos trituradores paralelos, assim a matéria
prima não tem outro caminho a não ser passar pelos dois rolos. Um ponto importante para a
montagem é que os discos trituradores sejam dispostos na posição contrária do primeiro disco.
Na figura 24, é mostrado esse posicionamento para se evitar que apenas um eixo triture
enquanto o outro force a matéria prima no sentido contrário ao do corte.
Essa configuração mecânica garante que todo o Sistema Mecatrônico mantenha uma
relativa constância durante o processo de trituramento, pois, os discos estão dispostos com
58
defasagem de 36° mecânicos entre os rasgos de chavetas. A figura 25, mostra a angulação
projetada para dois tipos de discos.
Os dois discos de cortes com essa defasagem em seus rasgos de chavetas, permitem que
diversos dentes de cortes estejam cortando, enquanto que por gravidade e com auxílio dos
suportes e defletores, a matéria prima triturada passa para a câmara de compressão ou
estressamento.
O Sistema Mecatrônico para trituramento de coco verde é mostrado na figura 28, com
os dois estágios de preparação e seu painel elétrico com dispositivos elétricos e drivers.
61
Início
Problema
corrigido?
Ligar motor do
Sim Não
triturador (MT)
Sim
Monitorar Corrigir
MT corrente
Aguardar rampa corrente Desligar MT Aguardar 30s Desligar MC problem
elétrica
de aceleração. elétrica do a
normal?
MT
Não
MT em
rotação
nominal?
Sim
Sim
Monitorar
Ligar motor do
corrente MC corrente Desligar MT e
compressor Não
(MC).
elétrica do elétrica normal? MC
Alarme
E
MC.
MT e MC em
plena operação.
Ativar
Verificar
contador e
existência de Tem matéria Acrescentar Contador <
Não realizar Sim Aguardar 10s
matéria prima na prima? matéria prima. Máx.?
nova leitura
bandeja.
de status
3.8 Protótipo
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para se determinar o custo total do protótipo foi considerado uma estimativa baseada na
experiência de especialistas em fabricação mecânica.
66
A tabela 14, apresenta uma amostra de um contêiner com 100 unidades de coco verde
com água e suas respectivas massas.
1,445 1,539 1,783 1,836 1,271 1,460 2,075 1,850 2,053 1,848
1,643 1,969 1,361 2,100 1,464 1,769 1,589 1,850 1,898 1,229
1,300 1,540 1,813 1,883 1,280 1,282 1,740 1,366 1,241 1,218
1,371 1,336 1,535 2,028 2,065 1,315 1,643 2,088 1,959 1,499
1,485 1,810 1,869 1,691 1,516 1,768 1,398 1,605 1,669 2,020
1,938 1,589 1,801 1,695 1,474 1,384 1,852 1,425 1,287 1,290
1,416 1,228 1,344 1,885 1,320 2,069 1,877 2,058 1,728 1,960
2,058 1,685 1,416 1,535 2,009 1,692 1,725 1,482 1,944 2,020
1,283 2,042 1,899 1,712 1,561 1,902 1,269 1,794 1,558 1,754
1,868 2,084 1,216 1,281 1,491 2,052 1,225 1,556 1,252 1,983
Realizando-se uma média aritmética, tem-se que a massa média é de 1,653 kg. E o total
de massa das 100 unidades é de 165,328 kg. A tabela 15, mostra as massas resultantes dessas
100 unidades de coco verde tendo extraídas suas águas, ou seja, após o consumo da água in
natura.
1,150 1,275 1,424 1,481 1,044 1,216 1,579 1,408 1,745 1,484
1,365 1,491 1,071 1,772 1,162 1,357 1,283 1,544 1,511 0,930
1,008 1,165 1,519 1,505 0,998 1,006 1,456 1,129 0,961 0,979
1,164 1,020 1,252 1,656 1,564 1,065 1,291 1,576 1,523 1,220
1,193 1,434 1,501 1,382 1,260 1,465 1,174 1,275 1,410 1,556
1,536 1,290 1,446 1,360 1,175 1,058 1,491 1,195 1,024 1,005
1,113 1,005 1,078 1,498 1,016 1,665 1,491 1,548 1,346 1,655
1,669 1,370 1,140 1,217 1,591 1,368 1,403 1,215 1,537 1,707
1,049 1,646 1,605 1,310 1,259 1,483 1,046 1,428 1,268 1,381
1,501 1,648 0,926 1,060 1,151 1,663 1,040 1,201 0,975 1,517
A contabilização da água extraída para essa amostra foi de 32,960 litros de água. Sendo
a densidade uma propriedade específica de cada material que serve para identificar uma
substância, ou seja, é uma grandeza que expressa a razão entre a massa de um material e o
67
volume por ela ocupado. A expressão usada para calcular a densidade é dada pela expressão
(3):
𝑚
𝑑= (3)
𝑉
Considerando a densidade do coco verde medida por Murasaki (2005) que é de 1,022
g/ml, a tabela 16, mostra os valores dos volumes totais dos cocos inteiros com água e sem água.
O volume reduzido foi de aproximadamente 20% do volume total ocupado pelos cocos
inteiros. Esse dado permite transportar quantidades maiores de cascas de coco verde em um
mesmo veículo, i.e., o volume de uma caçamba basculante de 3 eixos para transporte de
materiais como terra, barro, areia, entulho e detritos em geral, possui uma capacidade de carga
de 12m3 para alguns modelos comerciais. A figura 32, mostra um modelo de uma das marcas
Fachini, Kabi, Randon e Rossetti.
Considerando a capacidade total de carga de uma caçamba, mostrada na figura 32, que
é de aproximadamente 12m3, os 20% de redução do volume das cascas de coco trituradas,
68
corresponderá à um volume de 2,4m3. Essa redução, para fins de transporte significa algumas
centenas a mais de cocos transportados pelo mesmo custo logístico dos cocos inteiros, ou seja,
a redução é em função da quantidade de água ou espaço interno onde a água é acondicionada
dentro do fruto. Para César et al. (2009), “A casca de coco pode ser beneficiada de maneira a
se transformar em matéria para combustível podendo ser utilizada em diversos processos
produtivos, reduzindo a utilização de madeira nativa ou de florestas plantadas, contribuindo,
entre outras coisas para a otimização da produção do coco no Estado da Bahia e para redução
de pressões sobre outros recursos vegetais naturais”. Ou seja, a grande quantidade de resíduos
gerados a partir do coco verde viabilizam o aproveitamento dos resíduos, promovendo a
economia de recursos naturais e consequentemente redução da poluição ambiental gerando
empregos diretos e indiretos.
Para comparar as amostras trituradas, tomou-se como padrão um cubo com dimensões
geométricas correspondentes à média aritmética das dimensões fornecidas por Francisco
(2015), em que um grânulo com as dimensões padronizadas é mostrada na figura 32.
O resultado dos primeiros testes usando o protótipo, em primeira versão, pode ser visto
na figura 33.
69
A partir dos valores das dimensões medidas nas amostras supracitadas pode-se concluir
que: todos os valores resultantes estão dentro do que Francisco (2015), determinou em seu
70
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. Realizar o estudo de elementos finitos dos materiais para determinar o tempo de vida
útil das peças, com o objetivo de reduzir os custos com o equipamento e aumentar a
eficiência e durabilidade do sistema.
72
4. Efetuar experimentos de compostagem com os resíduos das cascas obtidos com a nova
máquina;
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