Você está na página 1de 2

AUDIOAULA NIETZSCHE E A EXPERIÊNCIA DO ETERNO RETORNO, EM 17/06/14

Trechos dos escritos de Nietzsche que serviram como referência:

De 0:00 a 5:24 - “De antemão, um estímulo nervoso transposto em uma imagem! Primeira
metáfora. A imagem, por seu turno, remodelada num som! Segunda metáfora. […] Todo conceito
surge pela igualação do não-igual”. SOBRE VERDADE E MENTIRA, p. 32 e 35. Tradução de
Fernando de Moares Barros. Editora Hedra.

De 5:25 a 7:49 - “[...] posso apresentar a conjectura de que a consciência desenvolveu-se apenas
pela necessidade de comunicação. […] o tomar-consciência das impressões de nossos sentidos em
nós, a capacidade de fixá-las e como que situá-las fora de nós, cresceu na medida em que aumentou
a necessidade de transmiti-las a outros por meio dos signos. […] a natureza da consciência animal
ocasiona que o mundo de que podemos nos tornar conscientes seja só um mundo generalizado,
vulgarizado – que tudo o que se torna consciente por isso mesmo torna-se raso, ralo, relativamente
tolo, geral, signo, marca de rebanho, que a todo querer consciente está relacionada uma grande,
radical corrupção, falsificação, superficialização e generalização. Afinal, a consciência crescente é
um perigo; e quem vive entre os mais conscientes europeus sabe até que é uma doença”. A GAIA
CIÊNCIA, p. 247. Tradução de Paulo César de Souza. Companhia das letras.

De 7:50 a 8:35 - “Quando há necessidade de fazer da razão um tirano, como fez Sócrates, não deve
ser pequeno o perigo de que uma outra coisa se faça de tirano. A racionalidade foi então percebida
como salvadora. […] O moralismo dos filósofos gregos a partir de Platão é determinado
patologicamente; assim também a sua estima da dialética. Razão = virtude = felicidade significa tão
só: é preciso imitar Sócrates e instaurar permanentemente, contra os desejo obscuros, uma luz
diurna – a luz diurna da razão. É preciso ser prudente, claro, límpido a qualquer preço: toda
concessão aos instintos, ao inconsciente, leva para baixo...”. CREPÚSCULO DOS ÍDOLOS, p. 21.
Tradução de Paulo César de Souza. Companhia das letras.

De 11:17 a 12:38 - “Meu modo de ver é que cada corpo específico anseia por tornar-se senhor de
todo espaço, por estender sua força (- sua vontade de poder [potência]:) e repelir tudo que obsta à
sua expansão. Mas ele se depara continuamente com o mesmo ansiar de outros corpos e termina por
arranjar-se (“unificar-se”) com aqueles que lhe são aparentados o bastante: - assim eles conspiram,
então, juntos, pelo poder [potência]. E o processo segue adiante...”. A VONTADE DE PODER, p.
326. Tradução de Marcos Sinésio Pereira Fernandes e Francisco José Dias de Moraes. Contraponto
editora.

De 30:56 a 31:30 - “E se um dia, ou uma noite, um demônio lhe aparecesse furtivamente em sua
mais desolada solidão e dissesse: 'Esta vida, como você a está vivendo e já viveu, você terá de viver
mais uma vez e por incontáveis vezes; e nada haverá de novo nela, mas cada dor e cada prazer e
cada suspiro e pensamento, e tudo o que é inefavelmente grande e pequeno em sua vida, terão de
lhe suceder novamente, tudo na mesma seqüência e ordem – e assim também essa aranha e esse
luar entre as árvores, e também esse instante e eu mesmo. A perene ampulheta do existir será
sempre virada novamente – e você com ela, partícula de poeira!'. – Você não se prostraria e
rangeria os dentes e amaldiçoaria o demônio que assim falou? Ou você já experimentou um instante
imenso, no qual lhe responderia: 'Você é um deus e jamais ouvi coisa tão divina!'. Se esse
pensamento tomasse conta de você, tal como você é, ele o transformaria e o esmagaria talvez; a
questão em tudo e em cada coisa, 'Você quer isso mais uma vez e por incontáveis vezes?', pesaria
sobre os seus atos como o maior dos pesos! Ou o quanto você teria de estar bem consigo mesmo e
com a vida, para não desejar nada além dessa última, eterna confirmação e chancela?”. A GAIA
CIÊNCIA, p. 230. Tradução de Paulo César de Souza. Companhia das letras.
De 36:00 a 37:05 - “Que o tempo não ande para trás, isto a enraivece; 'Aquilo que foi' – eis o nome
da pedra que ela não pode mover. E assim ela move pedras, por raiva e desalento, e pratica vingança
naquele que não sente, como ela, raiva e desalento. Assim a vontade, a libertadora, converteu-se em
causadora de dor: e em tudo que pode sofrer ela se vinga de não poder voltar para trás. Isto, e
apenas isto, é a própria vingança: a aversão da vontade pelo tempo e seu 'Foi'”. ASSIM FALOU
ZARATUSTRA, p. 133. Tradução de Paulo César de Souza. Companhia das letras.

De 43:01 a 44:06 - “Ó minha alma, eu te lavei o pequeno pudor e a virtude dos recantos e te
convenci a estar nua ante os olhos do sol. Com a tempestade que se chama 'espírito' soprei sobre teu
mar em ondas; todas as nuvens expulsei, até mesmo estrangulei o estrangulador que se chama
'pecado'. […] Ó minha alma, eu tirei de ti todo obedecer, dobrar de joelhos e dizer 'senhor'; dei-te eu
próprio o nome 'afastamento da necessidade'”. ASSIM FALOU ZARATUSTRA, p. 213. Tradução
de Paulo César de Souza. Companhia das letras.

Você também pode gostar