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Sucessão

Conceito: é a transmissão da titularidade de direitos, que pode ser operada inter vivos ou mortis causa.
Inter vivos – ocorre a substituição ativa dos titulares de direitos e/ou obrigações por outrem, como,
por exemplo na compra e venda de uma empresa.
Mortis causa – é a transmissão dos bens e direitos do falecido aos seus heredeiros (por fora de lei) ou
a terceiros (por expressa vontade do de cujos).
 Considera-se aberta a sucessão no exato momento da morte, transmitindo-se, automaticamente, a
herança aos herdeiros legítimos e testamentários.
 A universalidade de bens (incluindo-se o patrimônio ativo e passivo - dívidas) que será transmitida aos
herdeiros é chamada de espólio.
 A herança é o objeto do Direito Sucessório
 Enquanto não realizada a partilha, o direito a sucessão aberta é INDIVISÍVEL e é considerado um bem
imóvel.
Herdeiros legítimos: são aqueles definidos como herdeiros naturais e cuja ordem de vocação é definida e
deferida pela lei, qual seja, descendentes (em concorrência com o cônjuge), descendentes (em
concorrência com o cônjuge, o cônjuge sobrevivente, os parentes colaterais.
Herdeiros necessários: são aqueles que a lei define como herdeiros, recebem a legítima, parte da
herança que o de cujos não pode subtrair por vontade própria. São definidos pelo art. 1845 do CC, como
sendo os ascendentes, descendentes e cônjuge.
Vocação hereditária: é a capacidade ou legitimidade para suceder na qualidade de herdeiro. Segundo o
CC de 2002, tem vocação hereditária aqueles já nascidos ou concebidos no momento em que aberta a
sucessão (momento da morte).
Dessa forma, até o nascituro é considerado herdeiro em potencial, caso nasça com vida.
Por meio de testamento é possível conferir vocação hereditária os filhos ainda não concebidos
de pessoas especificadas pelo testador, desde que estas estejam vivas no momento da sucessão.
Inventário: É o procedimento judicial por meio de que a titularidade dos bens é transmitida do de cujos
para os seus herdeiros.
- É procedimento de jurisdição contenciosa
- Opera-se a AVALIAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS BENS  LIQUIDAÇÃO DO PATRIMÔNIO PASSIVO 
PAGAMENTO DO IMPOSTO DEVIDO (ITCD)  EXPEDIÇÃO DE FORMAL DE PARTILHA OU CARTA DE
ADJUDICAÇÃO.
- O inventariante é a pessoa nomeada pelo juiz competente (perante o qual deverá prestar
compromisso) para avaliar e descrever os bens do falecido.
- Enquanto o não aberto o inventário ou não prestado o compromisso pelo inventariante, a
administração do espólio caberá, nesta ordem: 1. Ao cônjuge supérstite, 2. Ao herdeiro que estiver na
posse do bem ou, quando houver mais de um, ao mais velho. ]
ICD: Imposto sobre Transmissão Mortis Causa e Doação
- É imposto de competência ESTADUAL
- É necessário para a expedição do Formal de Partilha ou da Carta de Adjudicação
- Em Pernambuco, é regulado pela Lei nº 13.974 de 16.12.2009, que revogou toda a legislação
estadual anteriormente aplicável (http://www.sefaz.pe.gov.br/flexpub/versao1/filesdirectory/sessions4469.pdf).
- É calculado sobre o valor venal do imóvel ( preço que seria alcançado em uma operação de compra e
venda à vista, em condições normais do mercado imobiliário), no percentual de 5% (cinco por cento),
conforme determinado pelos arts. 5º e 8º da Lei Estadual nº 13.974 de 16.12.2009.
Aceitação e renúncia: a transmissão definitiva e irrevogável da herança só ocorre quanto verificada a
aceitação do herdeiro e tem efeitos ex tunc, retroagindo à data da abertura da sucessão.
- A aceitação poderá ser expressa (declaração escrita) ou tácita (prática de atos próprios à qualidade de
herdeiro).
- A renúncia deve ser expressa, constando em instrumento público, em geral na ESCRITURA PÚBLICA DE
NATUREZA DECLARATÓRIA, ou em termo judicial (art. 1812 do CC).
- O herdeiro não pode renunciar apenas à parte de seu quinhão (para evitar que pessoas renunciem, por
exemplo, somente às dividas), nem pode sujeitar a aceitação a qualquer condição ou prazo.
- Os atos de aceitação e renúncia são IRREVOGÁVEIS, não havendo permissão legal para desistência do
ato, depois de executado.
- Por meio da renúncia, o herdeiro se recusa a receber qualquer direito a título de herança, cujo quinhão
é acrescido ao dos demais herdeiros da mesma classe ou, quando não existentes, devolvido à classe
subseqüente de herdeiros.

Cessão de direitos hereditários: contrato por meio do qual há a transmissão, gratuita ou onerosa, do
direito de sucessão aberta ao cessionário.
- Está previsto no artigo 1793 do CC de 2002, cujo conteúdo adiante se transcreve:
"o direito a  sucessão  aberta, bem como o quinhão de que disponha o co-herdeiro,
pode ser objeto de cessão por escritura pública"
- Assim, somente pode ocorrer a cessão após a morte do autor da herança e por meio de escritura
pública.
- O referido dispositivo legal impõe algumas restrições à possibilidade de cessão de bens integrantes da
herança ainda não partilhada:
1º. Co-herdeiro não pode ceder bem hereditário considerado isoladamente;
2º. A cessão, por qualquer herdeiro, enquanto pendente a divisão dos bens, depende de
autorização do juiz que presidir a partlha.
- Dessa forma, a cessão de um bem certo e determinado antes de ajuizada a ação de inventário não
pode ser feita isoladamente, sem a anuência dos demais herdeiros. A parte da herança cedida a título
oneroso será abatida do quinhão do cedente ou dividido o valor recebido entre todos.
- Nesse sentido, seguem as opiniões de civilistas pátrios:

Silvio Rodrigues
"...mas não pode, jamais, alienar um bem que componha o acervo patrimonial ou hereditário, pois este
bem é insuscetível de ser alienado por um dos condôminos sem o assentimento dos demais  (grifo
acrescido). Na hipótese de todos os co-proprietários desejarem fazer a venda de um bem, é a
comunidade que procede à alienação, e o preço recebido, até ser dividido entre os interessados, se sub-
roga no lugar da coisa vendida, pelo princípio de sub-rogação real"

Eduardo de Oliveira Leite


Em seus comentários ao Novo Código Civil, ao pontualizar a questão, diz que o co-herdeiro fica
impedido de "dispor do bem sem o assentimento dos demais".

- O tabelião tomará ciência da concordância dos demais herdeiros através de uma declaração pessoal de
cada um deles, contendo ainda a informação de que a ação de inventário não foi ajuizada.
- A cessão depende da outorga uxória (autorização expressa do cônjuge de cada um dos co-herdeiros).
- Como alternativa à abertura judicial do inventário, existe a possibilidade da partilha extrajudicial
(realizada em cartório de notas), oportunidade em que os herdeiros, valendo-se do instrumento
particular anteriormente celebrado, requererão a inclusão do cessionário na divisão dos bens (art. 982
do CPC, com redação dada pela Lei 11.441 de 04.01.2007).
- O inventário por escritura pública só pode ser feito se todos forem concordes e capazes.
- Dependerá da assistência de advogado.
- A escritura pública do contrato de cessão de direitos hereditários transfere ao cessionário todos os
direitos reais sobre a herança (inclusive de imissão na posse, para uso e exploração imediata do imóvel).
- A referida escritura, entretanto, não poderá ser apresentada no Cartório de Imóveis, sendo título hábil
apenas para permitir a habilitação do cessionário no processo de inventário, como se herdeiro fosse,
podendo, inclusive, requerer a abertura do referido processo.
- Somente com o Formal de Partilha é que é possível transferir a propriedade para o nome do
cessionário.

Escrituras de Inventário e Partilha

1. Requisitos da Lei nº 11.441/07 - Em que situações é possível fazer o inventário


por Escritura Pública?

Em primeiro lugar é preciso que todos os herdeiros estejam de acordo com os termos em


que será feita a partilha de bens. Caso não exista consenso, a via judicial é a única alternativa,
pois a via administrativa exige que todos estejam de acordo, e livres de qualquer
coação ou induzimento.

Além disso, é preciso que todos os herdeiros sejam plenamente capazes, isto é, que todos
tenham adquirido a condição de maioridade civil (18 anos completos ou 16 anos emancipado),
e estejam em plena condição mental para autodeterminarem sua vontades.

Se o autor da herança houver deixado testamento, é possível recorrer apenas ao inventário


judicial , por comando expresso da lei.

Outro requisito é a presença de um advogado que assista os herdeiros na escritura. Embora o


tabelião tenha plena capacidade técnica para assessorar os herdeiros e elaborar o plano de
partilha, é tarefa do advogado fazê-lo, aconselhando os herdeiros da partilha, e apresentando
ao tabelião o primeiro esboço do plano de partilha para sua avaliação e considerações, como se
estivesse apresentando uma petição de inventário ao juízo competente.

2. Quais são os documentos necessários para o inventário?

Plano de Partilha:

É importante que o advogado que está atendendo os herdeiros apresente o plano de partilha
ao tabelião, contendo a descrição da parte que cabe a cada herdeiro, e como pretendem
partilhar o patrimônio do autor da herança.

Documentos do autor(es) da herança:

i. certidão de óbito;
ii. RG e CPF;
iii. certidão de feitos ajuizados e execuções fiscais do local onde residia, obtida no Cartório
Distribuidor da cidade;
iv. certidão negativa de dívida ativa da união e de tributos federais, emitida
pelaSecretaria da Receita Federal, online;
v. certidão negativa de tributos estaduais; (No Paraná pode ser emitida pela
internet:http://www.pr.gov.br/sefa/)
vi. certidão negativa de tributos municipais;

Dos Herdeiros, Viúvo(a) e Companheiro(a):


i. RG e CPF;
ii. certidões do registro civil comprobatórias do vínculo de parentesco dos herdeiros;
iii. certidão de casamento do cônjuge sobrevivente e dos herdeiros casados;
iv. pacto antenupcial, se houver;

Dos Bens Imóveis:

 Certidão de feitos ajuizados, comprovando a existência ou não de ações contra o


imóvel.
 Certidão negativa de ônus, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis em que o
imóvel está registrado, atualizada em 30 dias;

1. Urbano:
 Certidão Negativa Municipal, expedida pela Prefeitura Municipal.
 Fotocópia do talão do IPTU contendo o valor venal do imóvel.
2. Rural:
 Certificado de Cadastro de Imóvel Rural(CCIR) dos últimos 3 anos, expedido
pelo Incra;
 Certidão de regularidade fiscal do imóvel atualizada, expedida
pelaReceita Federal; ou Guias de recolhimento do ITR pagas nos últimos 5
anos;
 Certidão negativa ambiental atualizada em nome do vendedor, expedida
peloInstituto Ambiental do Paraná
http://www.artigonal.com/direito-artigos/modelo-de-inventario-663622.html

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