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Transferência de Calor

17 de Outubro de 2017

Atividade do laboratório
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Engenharia Mecânica

Rafael Barbosa Libotte


rafaellibotte@hotmail.com

1. Introdução que para qualquer dos valores de h utilizados no trabalho,


pode ser utilizado o Método da Capacitância Global.
É de interesse de diversas áreas da engenharia o conhe- A partir da equação de calor em regime transiente
cimento do perfil de resfriamento de determinada peça
ou equipamento. Para tal, existem técnicas de cálculo ∂T (x, y, z, t) ∂2T ∂2T ∂2T
ρcp =k 2 +k 2 +k 2 (1)
através de métodos numéricos, como visto no experi- ∂t ∂x ∂y ∂z
mento realizado, e também analı́ticas, como o método
da capacitância global. Neste trabalho, será analizado onde x, y e z representam a espessura, largura e altura
o comportamento do perfil de resfriamento de um par respectivamente da placa estudada, ρ representa a massa
de placas de alumı́nio puro, onde serão comparados os especı́fica do material e cp o calor especı́fico do mesmo.
resultados obtidos experimentalmente com os obtidos Visto que a placa estudada possui uma configuracão
através do Método da Capacitância Global. alumı́nio – aquecedor – alumı́nio, somente uma das pla-
cas será modelada, uma vez que por simetria, o compor-
tamento será igual de ambos os lados. Além disso, a
2. Método da Capacitância Global temperatura é considerada uniforme por todo o sólido.
O primeiro passo para que se possa calcular o perfil Admitindo que não há transferência de calor através
de temperatura é o cálculo do Número de Biot (Bi ), de da componentes y e z, devido às suas pequenas dimensões,
acordo com [1]. Este é um parâmetro adimensional que a Equação 1 pode ser reescrita da seguinte maneira
mede a queda de temperatura em um sólido de acordo
com a diferença de temperatura entre a superfı́cie do dT (x, y, z, t) d2 T
ρcp =k 2 (2)
sólido e o fluido. dt dx
O número de Biot é dado pela seguinte equação e algumas hipóteses são, empregadas
hLc  2
Bi =
k ρcp dT (x, y, z, t) = k d T

dt dx2





onde h é o coeficiente de transferência térmica, Lc o 


 T (x, 0) = Tmax
comprimento caracterı́stico e k o coeficiente condutivo 


de calor do corpo. Quando Bi < 0, 1, pode ser usado o ∂T
=0
método da capacitância global, visto que o erro associado 


 ∂x x=0
a esse método será pequeno. 

∂T


−k = h[T (Lx , t)].




 ∂x x=Lx
h Bi 

10 8, 4388 × 10−5
A partir destas hipóteses e do Número de Biot calcu-
15 1, 2658 × 10−4 lado, é feita uma análise para que se tenha a equação que
25 2, 1097 × 10−4 modele o perfil de temperatura com o tempo na placa.
Tendo conhecimento da média da temperatura em uma
Tabela 1. Cálculo do Número de Biot placa, representada por

ZLx
Para o cálculo do Número de Biot, foi utilizado 1
Lc = 0, 002 m e k = 237 W/mK, como mostrado T (t) = T (x, t)dx
Lx
em [1]. Dados os resultados da Tabela 1, é constatado 0
Atividade do laboratório

Figura 1. Comparação dos resultados teóricos e experimentais

aplicando o conceito de média na Equação 2 3. Resultados


ZLx ZLx   Os valores teóricos do decaimento da temperatura
1 ∂T 1 ∂ k∂T média serão calculados fazendo uso do PVI representado
ρcp dx = dx
Lx ∂t Lx ∂x ∂x na Equação 3, onde ρ = 2702 kg/m3 , cp = 903 J/kgK,
0 0
Lx = 0, 002 m, Tmax = 42.04 o C e T∞ = 23.26 o C [1].
são feitas manipulações algébricas até que se obtenha Foi encontrado como solução da equação diferencial que
uma equação da temperatura em função do tempo modela o problema
 
−ht
 
ZLx ρcp Lx
 
!
T (t) = (Tmax − T∞ )e + T∞

∂  1 1 k∂T k∂T
ρcp T (x, t)dx = −
∂t Lx Lx ∂x Lx ∂x 0
0 O comportamento dos resultados para os diferentes valo-
res de h são vistos na Figura 1.
dT (t) 1
ρcp = (−hT (Lx , t) + hT∞ )
dt Lx 4. Conclusão
Admitindo que T (Lx , t) ≈ T , então A partir dos dados obtidos teoricamente, ao compa-
rar com os experimentais, constatou-se que as 3 curvas
dT (t) −h para os respectivos valores de h possuem comportamento
ρcp = (T (t) − T∞ )
dt Lx semelhante dentro do intervalo analisado. Porém, para
h = 15 W/m2 K, os valores foram bem próximos dos da-
ZLx ZLx
1 1 dos laboratoriais, sendo considerado este o melhor valor
T (x, 0)dx = Tmax dx, de coeficiente de transferência térmica para modelar o
Lx Lx
0 0 problema descrito. Desvios menores devem ser conside-
portanto, rados no experimento, tal como imprecisão dos equipa-
mentos de medida e pouco tempo para estabilização da
T (0) = Tmax . temperatura final.

Com isso, conclui-se que


Referências
dT (t) −h

[1]
(T (t) − T∞ ) Theodore L Bergman and Frank P Incropera. Fun-
ρcp =


dt Lx damentals of heat and mass transfer. John Wiley &
(3)
Sons, 2011.
T (0) = Tmax

2/2

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