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- Autor trata o fenômeno da suarabácti ‒ usando inclusive esse nome ‒ como um caso de
epêntese. Em seus exemplos, mostra uma vogal plena na transcrição fonética. Em todos
os exemplos, a vogal verificada é sempre cópia da vogal núcleo. O autor verificou que a
qualidade da VI não difere da qualidade da vogal núcleo, e explica essa similaridade por
meio da noção de harmonia vocálica, a qual, segundo ele, faz com que “novas vogais
sejam similares à vogal nuclear forte mais próxima” (p. 54). Essa explicação vai ao
encontro das propostas por modelos fonológicos autossegmentais citados por Steriade
(1992) e não explica o porquê de o processo de harmonia ser sempre engatilhado pela
vogal nuclear da sílaba original do tepe, e não por outra vogal nuclear vizinha, uma vez
que qualquer das duas poderia ser entendida como a “mais próxima”. Por exemplo, na
palavra vértebrum, uma das integrantes do experimento de Ramírez, a vogal cuja
qualidade é copiada é sempre [u], e jamais [e], sendo que ambas são igualmente próximas
‒ já que a proximidade é um argumento utilizado pelo autor ‒ do centro do cluster, posição
em que a VI ocorrerá.
- Teste de percepção
- Objetivo: investigar se os falantes são capazes de reconhecer a VI
- Metodologia: 3 categorias: VI plena, VI parcial e VI zero. Para a obtenção da segunda
categoria, a faixa central do elemento vocálico foi recortado, a fim de preservar as
transições presentes nas bordas. Lembrando que, em conversa com o Dênis, ele informou
que tal procedimento é problemático, por extrair o trecho mais estável da vogal.
- Foi perguntado aos informantes qual das formas era considerada mais nativa ou natural
dentre as três a eles apresentadas - bastante subjetivo!
- Resultado: VIs plenas foram consideradas as mais naturais nas sequências kr, gr, dr; em
tr, a forma mais natural foi a com a VI cortada; nas sequências pr e br, não foram reveladas
diferenças significativas.
- O cruzamento das variáveis ponto de articulação e duração da VI revelou uma diferença
significativa quando essas duas variáveis atuam em conjunto. Dessa feita, os autores
propõem que “quando o ponto de articulação do primeiro e do segundo elementos do
cluster são ou muitos afastados ou muito próximos, a vogal epentética serve como um
elemento de fronteira que permite a diferenciação entre eles” (RAMÍREZ, 2006, p. 57).