Você está na página 1de 2

CASO PRÁTICO N.

º 1

1) Maria obrigou-se, perante o ILA, Instituto de Língua Alemã, a realizar todos os


pedidos de tradução jurídica que o ILA lhe enviasse por email, nos seguintes termos:
1.1.Maria deveria entregar a tradução, também via email, nos 15 dias seguintes à
receção do pedido feito pelo ILA - salvo outro prazo acordado pelas partes,
considerando a mais complexidade da tarefa;
R:
1.2.Maria desenvolveria a sua atividade na sua residência ou no seu domicílio
profissional, ou em qualquer outro lugar por esta escolhido, não integrando a
estrutura organizativa do ILA;
R: Contratos equiparados. Trabalho no domicílio (lei 101/2009), actividade, sem
subordinação jurídica, desenvolvida no domicílio ou estabelecimento do
trabalhador e dependente economicamente do beneficiário da actividade.
1.3.Todas as despesas inerentes ao cumprimento das tarefas de tradução, ficariam a
cargo de Maria;
R: Autonomia
1.4.Todos os instrumentos de trabalho e o equipamento necessário ao cumprimento da
atividade, são propriedade de Maria (livros, parque informático, internet, habitação
e similares, economato, etc.);
R: meios pertencem à colaboradora. Ausência de subordinação
1.5.O ILA confiava em absoluto nas competências de Maria, pelo que nenhuma
indicação ou correção lhe seria pedida no final de cada tradução;
R:
1.6.A título de honorários, Maria recebia X euros por cada palavra a traduzir, acrescido
de um valor caso o texto traduzido fosse mais extenso. Esse valor era aumentado
em caso de traduções técnicas.
R: Retribuição. Dependência económica. Retribuição não é certa.
1.7.Os honorários eram entregues a Maria no prazo de 30 dias após o cumprimento da
tarefa de tradução.
R:

2) Maria tem muitas encomendas feitas regularmente pelo ILA, pelo que não faz
traduções para mais nenhuma outra entidade. Com efeito, o valor mensal de 1200€
líquidos que aufere em média, corresponde ao mínimo das necessidades da sua
subsistência condigna.
R: Adstrita só aquela empresa. Dependência económica. Exclusividade.

3) Certo dia, alegando a necessidade de verificação das situações de segurança e


saúde no trabalho legalmente previstas, o ILA toca à porta de Maria pelas 20h de um
sábado.
R: Nº4 do referido diploma (lei 101/2009) permite em certas condições a visita do
beneficiário da actividade ao local de trabalho para efeitos de controlo, e a
fiscalização pela ACT. No nosso caso o horário em casa ultrapassa o constante no
diploma legal (9h-19h), e não é dia normal de trabalho se entendermos como dias
úteis (2ª a 6ª). O diploma contém disposições de extensão do regime geral quanto à
segurança e saúde do trabalhador e acidentes de trabalho e doenças profissionais.
4) Perante a recusa de Maria, o ILA invoca a possibilidade de lhe instaurar um processo
disciplinar, já que tem suspeitas de que Maria anda a divulgar informação privilegiada
sobre os trabalhos a traduzir e a utilizar indevidamente o seu material informático.
R: Maria poderia se recusar uma vez que não está a ser cumprida a disposição legal.
poder disciplinar. Uma das facetas da subordinação jurídica. Tendo em conta que
não existe subordinação jurídica não poderá existir poder disciplinar.

5) Quando Maria sofre um acidente durante o cumprimento das tarefas contratadas,


exige do ILA o respeito pela respetiva proteção legal dos trabalhadores subordinados,
aproveitando também para reclamar junto do ILA:
5.1. O facto de ainda não lhe ter sido fornecida qualquer formação específica sobre as
influências do novo acordo ortográfico nas técnicas de traduções e retroversões; 5.2.
Um subsídio de natal ou de férias, nunca atribuído durante os 3 anos de duração do
contrato;
R: goza destes direitos?

5.3. O cumprimento das obrigações da segurança social, como trabalhadora


dependente.

6) Incomodado com estas reclamações, o ILA resolve denunciar o contrato celebrado


com Maria, com efeitos imediatos, invocando o incumprimento do mesmo e exigindo a
devolução dos instrumentos de trabalho de Maria.

7) Joana, artesã, tem dúvidas se a sua situação contratual se assemelha, em termos de


qualificação e regime, ao vínculo estabelecido entre Maria e o ILA – já que, as únicas
diferenças face à situação de Maria residem no facto de Joana pintar as peças de porcelana
fabricadas pela empresa para onde trabalha e se comprometer a só para esta empresa a
vender pintadas – além de ser ajudada pelos pais e irmã, com quem vive.

7.1.A preocupação de Joana surgiu quando a empresa deixou de lhe enviar peças para
pintar durante 2 meses seguidos, sem lhe dar qualquer justificação. Joana não sabe
se tem direito a alguma compensação ou se, por causa disso, o seu vínculo caducou.

Quid Iuris

Você também pode gostar