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01 Formacao Salvador Fernanda Araujo 2008 PDF
01 Formacao Salvador Fernanda Araujo 2008 PDF
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
CURSO DE GEOLOGIA
Salvador
2008
ii
Salvador
2008
iii
TERMO DE APROVAÇÃO
________________________________________________________________
1° Examinador: Prof. Cícero da Paixão Pereira – Orientador
Pesquisador Visitante do Convênio ANP-UFBA
________________________________________________________________
2° Examinador: Prof. Dr. Luiz César Corrêa-Gomes – Co-orientador
CEFET-BA/Instituto de Geociências - UFBA
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3° Examinador: Prof. MSc. Roberto Rosa da Silva
PETROBRAS/RH/UN-BA
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4° Examinador: Prof. Dr. Osmário Rezende Leite
Instituto de Geociências - UFBA
AGRADECIMENTOS
Tenho certeza de uma única coisa, fiz grandes amigos e sei que com esses
posso contar a qualquer momento!
vi
RESUMO
O objetivo deste estudo é a caracterização litofaciológica dos sedimentos da
Formação Salvador que afloram nas proximidades do Forte de Nossa Senhora de
Mont Serrat, no bairro da Ribeira em Salvador, na parte sul da Bacia do Recôncavo.
Neste afloramento, esta formação é constituída por intercalações de níveis de
conglomerados, arenitos e lamitos. Os conglomerados são polimíticos, formados
basicamente por clastos de constituintes do Alto de Salvador (mais velhos) e, por
extraclastos de carbonatos da Formação Estância (mais novos), com granulometrias
que variam de grânulo a matacão. Podem ser observados ortoconglomerados e
paraconglomerados, com matriz areia grossa e, em muitos é observada grano-
decrescência ascendente em seus estratos. Em lâmina os carbonatos da Formação
Estância são classificados como: Doloespatito/Microdoloespatito totalmente
dolomitizados, Calcarenito espático oncolítico neomorfizado e dolomitizado, e,
Calcilutito peloidal neomorfizado. Os níveis de arenitos ocorrem como camadas
decimétricas a centimétricas, com S0 N125/30SE e N164/20SE, apresentam
coloração bege-amarelada, e exibem estruturas do tipo escape de fluidos, tipo Dish,
dobras convolutas, estruturas que revelam altas concentrações de fluidos no seu
ambiente deposicional. Como estruturas deformacionais, algumas camadas exibem
dois sistemas de fraturas contemporâneas, N100/85SW e N145/85SW. Também
foram observadas nos níveis de arenito, Shear Bands ou bandas de deformação,
onde em algumas foi encontrado possível óleo biodegradado. Petrograficamente são
classificados, segundo Folk (1970) como: sub-arcósio a sub-arcósio calcítico. Níveis
de lamito cinza-esverdeado ocorrem entre camadas de conglomerado, geralmente
apresentam-se bastante intemperizados, dificultando a identificação de suas
estruturas primárias.
Na determinação das paleocorrentes, a partir da medida do eixo menor dos clastos,
eixo Z, observa-se que os conglomerados constituídos por clastos do embasamento
apresentam paleocorrente com orientação sudoeste enquanto que, os
conglomerados que apresentam clastos da Fm. Estância indicam apresentam
paleocorrentes com orientação sul e sudoeste. Essas informações indicam que as
fontes dos sedimentos estavam, respectivamente, a NE e a NNE da posição
atualmente ocupada pelos pacotes sedimentares.
ÍNDICE
LISTA DE FIGURAS..................................................................................................ix
LISTA DE FOTOGRAFIAS .......................................................................................xii
LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS ..........................................................................xiv
3.1.2. Tectônica...............................................................................................34
4.1.2. Arenitos.................................................................................................43
4.1.3. Lamitos..................................................................................................47
CAPÍTULO 8 – REFERÊNCIAS.............................................................72
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 12: Representação esquemática: orto x paraconglomerado. “a”, “b” e “c” são
sustentados pelo arcabouço, enquanto que “d” possui arcabouço flutuante
(sustentado pela matriz). Fonte: Giannini (2000). .....................................................42
Figura 13: Fotomosaico ilustrando uma visão geral do afloramento de Mont Serrat
contituído por leques deltácos superpostos e amalgamados, com a localização dos
perfis confeccionados (A) e Perfis esquemáticos (B). ...............................................48
LISTA DE FOTOGRAFIAS
Fotografia 01: Vista aérea da Ponta do Humaitá no bairro da Ribeira, onde observa-
se os depósitos da Formação Salvador e a localização do afloramento estudado.
Fonte: Autor desconhecido. ......................................................................................20
Fotografia 06: Estrutura do tipo escape de fluido truncada, no topo, por um nível
conglomerático. .........................................................................................................44
Fotografia 07: Estrutura do tipo Dish indicada pela seta (A) e Dobras convolutas (B).
..................................................................................................................................45
N100/85SW e N145/85SW........................................................................................46
LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS
Figura 01: Aulacógenos desenvolvidos nas margens do oceano atlântico, como resultado da
ruptura do Godwana, Fonte: Da Silva et al.2003. Nota-se a localização da Bacia do
Recôncavo no sul do Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá.
1.2. Objetivos
1.4. Metodologia
Fotografia 01: Vista aérea da Ponta do Humaitá no bairro da Ribeira, onde observa-se os
depósitos da Formação Salvador e a localização do afloramento estudado. Fonte: Autor
desconhecido.
21
• Unidades Estratigráficas
Figura 06: Carta Estratigráfica da Bacia do Recôncavo, Caixeta et al.1994, onde o retângulo
vermelho mostra a Formação Salvador.
29
Figura 07: Paleogeografia da Fase Sin-rifte e distribuiço regional da cunha clástica que
compõe a Formação Salvador na Bacia do Recôncavo (Modificado de Magnavita & Silva
1995).
30
Figura 08: Mapa de Isópacas da Formação Salvador na Bacia do Recôncavo. Fonte: Neto et
al. 1984
CAPÍTULO 3 – LEQUES ALUVIAIS E LEQUES DELTÁICOS
intracontinentais (Frostick and Reid, 1989 apud Magnavita e Silva, 1995). Para
Harvey (2007), a deposição de leques aluviais é resultado da interação de três jogos
de fatores: (i) tectônica, topografia total e espaço de acomodação; (ii) quantidade de
água, sedimento, e os processos que operam no leque (geologia de bacia e alívio,
clima); e (iii) os que influenciam a relação entre o leque e ambientes adjacentes.
3.1.1. Clima
chuva que tende a colocar sedimentos no lado oceânico, área mais úmida, distante
da área fonte que geralmente é constituída por grandes cadeias montanhosas.
Muitos leques de clima úmido também desenvolvem em ambiente de frente a
geleiras, tal como no Alaska (Davis 1983).
As características gerais de sedimentos em leques de clima úmido também
são muito parecidas com as dos leques de clima árido. A parte superior dos leques
de clima úmido é caracterizada pela presença de partículas mais grossas, com uma
diminuição da granulometria para as porções mais distais. Leques de clima úmido
parecem exibir baixa variabilidade estratigráfica em textura de sedimento. Seria
esperado que numa seção hipotética, perto do ápice, contenha quase todas as
partículas de tamanho de seixo ou maior. Isto gera um contraste com leques de
clima árido que tendem a mostrar uma mistura de estratos finos e grossos. Tais
sucessões texturais refletem as condições de fluxo relativamente constantes em
leques úmidos somente em contraste com episódios extremos de inundação e
condições estáticas de transporte de sedimentos em leques áridos.
3.1.2. Tectônica
3.3.2. Deslizamentos/Escorregamentos
O fluxo granular é plástico com razão grãos/fluido elevada. O fluido pode ser
água ou ar. A interação intergranular típica é friccional e dá-se em sedimentos
relativamente puros na granulação areia. Em virtude de intensas forças de atrito que
se observam nestas condições, o ângulo mínimo necessário para desencadeamento
do processo é o mais elevado entre os fluxos gravitacionais (Giannini & Riccomini,
2000).
4.1.1. Conglomerados
a b
c d
Figura 11: Representação esquemática: orto x paraconglomerado. “a”, “b” e “c” são
sustentados pelo arcabouço, enquanto que “d” possui arcabouço flutuante (sustentado pela
matriz). Fonte: Giannini (2000).
A
B
4.1.2. Arenitos
Fotografia 05: Intercalação de níveis conglomeráticos com arenitos maciços (A) e Arenito
exibindo estratificação plano-paralela a cruzada de pequeno porte (B).
Fotografia 06: Estrutura do tipo escape de fluido truncada, no topo, por um nível
conglomerático.
45
Fotografia 07: Estrutura do tipo Dish indicada pela seta (A) e Dobras convolutas (B).
N100/85SW e N145/85SW.
A B
Fotografia 09: Shear Bands vista em planta apresentando ressaltos na camada e possível
óleo preenchendo fraturas (A) e em detalhe fraturas com movimentação dextral (B).
47
4.1.3. Lamitos
Fotografia 10: Nível de Lamito bastante intemperizado com estruturas pouco evidentes.
(A)
(B)
Figura 12: Fotomosaico ilustrando uma visão geral do afloramento de Mont Serrat contituído por leques deltácos superpostos e amalgamados, com a localização dos perfis confeccionados (A) e Perfis esquemáticos
(B).
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Fotomicrografia 03: (A) Calcilutito peloidal com estrutura orgânica, possivelmente microbial.
Objetiva de 2,5 X e luz plana e (B) Calcilutito peloidal levemente neomorfizado, aumento de
10X (B).
CC CC QZ
QZ
Fotomicrografia 04: Grãos de quartzo bastante fraturados (A) aumento de 10X e detalhe do
cimento de calcita espática (B) Aumento de 50X. CC = Calcita e QZ = Quartzo.
Fotomicrografia 05: Lâmina AMF-4, arenito com grãos de quartzo angulosos a subangulosos
e óleo biodegradado preenchendo os espaços porosos (A) Objetiva de 2,5X e, (B) Mesma
rocha com objetiva de 10X.
53
Fotografia 13: Clastos imbricados mostrando paleocorrente para sudoeste, indicada pela
seta vermelha.
57
Conglomerado com
clastos da Fm. Estância
Fotografia 14: Afloramento de Mont Serrat onde é possível observar que os conglomerados
com clastos da Formação Estância ocupam a porção superior, portanto, são mais novos.
58
Figura 16: Mapa esquemático da distribuição das rochas da Formação Salvador em Mont Serrat, Salvador – BA.
59
Figura 18: Mapa esquemático da distribuição das principais paleocorrentes nas litologias encontradas na sub-área A.
63
Figura 19: Mapa esquemático da distribuição das principais paleocorrentes nas litologias encontradas na sub-área B.
64
Figura 20: Mapa esquemático da distribuição das principais paleocorrentes nas litologias encontradas na sub-área C.
65
Figura 21: Mapa esquemático da distribuição das principais paleocorrentes nas litologias encontradas na sub-área D
66
Figura 22: Mapa esquemático da distribuição das principais paleocorrentes nas litologias encontradas na sub-área E.
67
Figura 23: Diagrama de rosetas comparativo ilustrando os padrões de paleocorrente do afloramento, dos conglomerados com
clastos da Fm. Estância e dos conglomerados compostos por clastos do embasamento.
68
CAPÍTULO 8 – REFERÊNCIAS
BULL, W.B., Recognition of alluvial fan deposits in the stratigraphic record. In:
RIGBY, J.K., HAMBLIN, W.K. (eds.) Recognition of ancient sedimentary
environments. Soc Econ Paleontol Mineral Spec Publ. 1972. v.16, p.63-83.
HARVEY, A.M., Differential effects of base level, tectonic setting and climatic
change on Quaternary alluvial fans in northern Great Basin, Nevada, USA.
Department of Geography, University of Liverpool. 2007. 16p.
74
MIALL, A.D; Alluviall Deposits. In: WALKER, R.G. & JAMES, N.P. (edit). Facies
Models to Response to Sea Level Change. Canada: Geological Association of
Canada, 1992. cap.7, p. 119-142.
MIALL, A.D; The geology of fluvial deposits: sedimentary facies, basin analysis
and petroleum geology. Heidelberg: Springer-Verlag, 1996. 582 p.
NETO, A.S.T., BRAGA, J.A.E., BRUHN, C.H.L., MAGNAVITA, L.P., OLIVEIRA, J.J.,
ANGLE, H., RIBEIRO, J.C., Prospectos estratigráficos do Recôncavo. Petrobras
Internal Report no.108 – 5680. 1984. 83p.
SUGUIO, K. Geologia Sedimentar. 2.ed. Editora Edgard Blücher LTDA, São Paulo.
2003. p. 163-168.