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MANAUS
2018
Maria da Conceição Felix dos Santos
Manaus
2018
Maria da Conceição Felix dos Santos
BANCA EXAMINADORA
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AGRADECIMENTOS
Agradeço imensamente à Deus, por ter me concedido saúde, força e disposição
para fazer o curso de especialização em Psiconcologia. Sem ele, nada disso seria
possível. Também sou grato ao senhor por ter dado amigos e familiares que me apoiam e
intercedem por mim.
Resumo
O câncer é uma doença que traz consigo o estigma de morte, por esse motivo é tão
temida. Essa neoplasia causa muitas implicações na vida do individuo, ele se vê
mergulhado no mundo de incertezas e isso afeta toda estrutura do doente. Dentre os
aspectos envolvendo a vida do sujeito, a sexualidade é a questão de tamanho significado.
Com o acometido com câncer de colo de utero, a relação conjugal passa pelo processo
de ressignificação. Este trabalho teve como objetivo analisar o que muda na sexualidade
da mulher frente o adoecimento com Câncer de colo de útero. Realizou-se estudo
qualitativo, através da pesquisa bibliográfica, para elucidação das questões levantadoas
com o estudo.
Abstract
Cancer is a disease that carries with it the stigma of death, so it is so feared. This
neoplasm causes many implications in the life of the individual, he finds himself immersed
in the world of uncertainties and this affects every structure of the patient. Among the
aspects involving the subject's life, sexuality is the issue of meaning. With the patient
suffering from uterine cervix cancer, the marital relationship goes through the process of
re-signification. This study aimed to analyze what changes in the sexuality of women
facing the disease with cervical cancer. A qualitative study was carried out, through the
bibliographical research, to elucidate the questions raised with the study.
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................10
FENOMENOLOGIA-EXISTENCIAL....................................................................................26
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................32
REFERENCIAS...................................................................................................................32
INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo principal analisar o que muda na sexualidade
da mulher frente o adoecimento com Câncer de colo de útero
De acordo com Forghieri (1993 apud FORGERINI 2010), esse tipo de abordagem
fenomenológica se propõe descrever o fenômeno tal qual como ele se manifesta, ou seja,
busca captar a percepção concreta dos sentimentos experenciados pelos indivíduos,
visando à singularidade de interpretação do sujeito, a percepção interpretada por ele de
acordo com as experiências vividas, nesse método os fenômenos são percebidos pelo
sujeito sem interferência, ou seja, tal qual como ele enxerga esse fenômeno.
Moreira (2002 apud ALVES 2016), ressalta que o método fenomenológico se
baseia na vivencia do individuo e na sua experiência subjetiva da realidade de como ele
vê o mundo e se deixa influenciar por ele.
Nessa perspectiva este trabalho propõe descrever e compreender como a mulher
acometida com câncer de colo de útero trata sua sexualidade e visa entender o processo
de ressignificação do corpo à medida que ela passa pela vivência em relação aos
cuidados paliativos.
CAPITULO I
CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E INCIDENCIA DA NEOPLASIA
HPVs de baixo risco são: 6, 11, 40, 42,43 e 44, que causam verrugas genitais
externas e lesões benignas de colo de útero.
De alto risco: 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 68, encontrados em
lesões de alto grau e carcinoma invasor.
De riscos intermediários: HPVs 26, 34, 53, 54, 55, 61, 62, 66, 73, 82, 83 entre
outros. Os de alto risco são encontrados em 50 a 80% das lesões de alto grau e
em 99,7% dos casos de câncer invasor do colo de útero .
Segundo o autor acima supracitado o fator de risco mais importante no gênese de
carcinoma de colo uterino são as infecções pelos tipos 16 e 18, são responsáveis por
aproximadamente 70% dos casos de câncer.
A três fazes para identificação do câncer de colo de útero segundo Colatino (2010):
Estudos mostram que à própria infecção pelo HPV demonstra outros fatores
ligados como a genética, condições socioeconômicas e oferta e acesso aos serviços de
saúde; e a características comportamentais vida sexual e auto cuidado, influenciam e
determinam a prevalência do câncer de colo de útero.
Conforme salienta Bezerra et al (2005) O câncer de colo de útero esta relacionado
a vários fatores como: DSTs, condições infecciosas e reativas, carência nutricional, receio
de realizar exames, ignorância e dificuldades de acesso aos serviços de saúde, todos
esses elementos dificultam o diagnostico precoce.
Ainda hoje o acesso precário a serviços de detecção precoce e tratamento, a
grande maioria das mortes ocorre em mulheres que vivem em países de baixa e média
renda, e via de transmissão do câncer do colo do útero é através do sexo pelo vírus HPV.
Normalmente não é comum a mulher apresentar sintoma, na maior parte das vezes a
infecção pelo HPV não apresenta. A mulher tanto pode sentir uma leve coceira, ter dor
durante a relação sexual ou notar um corrimento. O mais comum é ela não perceber
qualquer alteração em seu corpo. (RAMOS, 2007).
Está sempre atenta aos desconfortos que o corpo apresenta é fundamental para a
detecção de diversas doenças, inclusive ao câncer.
Falcão (2011) salienta que é uma doença em muitas situações assintomático no
inicio, pode apresentar quadro clinico como sangramento vaginal recorrente ou após a
relação sexual, secreção vaginal anormal, perda de peso, fadiga, e dor abdominal
associada a queixas urinárias ou intestinais nos estágios avançados.
O Ministério da Saúde divulga no manual do Inca os tipos e a detecção da
neoplasia:
O câncer do colo do útero inicia-se a partir de uma lesão pré-invasiva, curável em
até 100% dos casos (anormalidades epiteliaisconhecidas como displasia e
carcinoma in situ ou diferentes graus de neoplasia intraepitelial cervical [NIC]),
que normalmente progride lentamente, por anos, antes de atingir o estágio
invasor da doença, quando a cura se torna mais difícil, quando não impossível.
Barron e Richart (1968) mostraram que, na ausência de tratamento, o tempo
mediano entre a detecção de uma displasia leve (HPV, NIC I) e o
desenvolvimento de carcinoma in situ é de 58 meses, enquanto para as
displasias moderadas (NIC II) este tempo é de 38 meses e, nas displasias graves
(NIC III), de 12 meses. Em geral, estima-se que a grande maioria das lesões de
baixo grau regredirão espontaneamente, enquanto cerca de 40% das lesões de
alto grau não tratadas evoluirão para câncer invasor em um período médio de 10
anos (Sawaya et al., 2001). Por outro lado, o Instituto Nacional de Câncer dos
Estados Unidos (NCI, 2000) calcula que somente 10% dos casos de carcinoma
in situ evoluirão para câncer invasor no primeiro ano, enquanto que 30% a 70%
terão evoluído decorridos 10 a12 anos, caso não seja oferecido tratamento.
(BRASIL, 2002b, p. 13).
CAPITULO II
SEXUALIDADE E SUAS IMPLICAÇOES EM DECORRÊNCIA DO CCU.
À medida que a mulher lança sua autonomia em relação ao seu proprio corpo vira
refém e se torna objeto conforme é posta o padrão de beleza, como afirma Reis (2002):
A saúde sexual definida por Okawara (2000 apud LEITE, 2015), como a
integração dos aspectos somáticos, emocional, intelectual e social do ser sexual, de
maneira positivamente enriquecedora e que eleva a personalidade humana, a
comunicação e o amor; ter capacidade de desfrutar e controlar o comportamento sexual
de acordo com uma ética pessoal e social; estar livre do medo, da vergonha, da culpa,
dos tabus e outros fatores psicológicos e inibidores de uma resposta sexual ou que
prejudiquem suas relações sexuais; estar livre de distúrbios orgânicos e deficiências que
interfiram nas funções sexual e reprodutora.
Com base nisso a historicidade da função sexual vem a ser um conjunto de
estágios físicos e psicológicos, através do qual uma pessoa progride durante a atividade
sexual, conhecido como ciclo de resposta sexual (CLEARY; HEGARTY, 2011).
Conforme descrevem Fleury; Pantaroto; Abdo (2011) a atividade sexual é
constituído por quatro fases:
FENOMENOLOGIA-EXISTENCIAL
[...] não me é essencial apenas ter um corpo, mas até mesmo ter este corpo-
aqui. Não é apenas a noção do corpo que, através da noção do presente, é
necessariamente ligada à noção do para si, mas a existência efetiva de meu
corpo é indispensável à existência da minha “consciência” (MERLEAU- PONTY,
2006a, p. 577-578).
REFERÊNCIAS
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redução da incidência e mortalidade por câncer do colo do útero: sumário
executivo. Rio de Janeiro, 2010.
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