Você está na página 1de 1

As práticas arquivísticas, biblioteconômicas e museológicas são milenares, com origem das áreas do

Foco inicial da consolidação da primeira CI, foi sua circulação, e sua disseminação da mais mais produtiva
campo do conhecimento no período renascimento.
possível, e depois que a informação contida nos documentos.
Desde o seu surgimento a CI buscou sua própria identidade e uma certa autonomia em relação às outras áreas de O processo de consolidação disciplinar de cada uma delas se deu no século XIX.
conhecimento.
Ao longo desse processo, essas áreas se tornaram as ciências dos acervos, das instituições que os
Embora a intenção original da CI parecesse buscar um amplo entendimento do fenômeno informacional, acabou por se constituir custodiam e das técnicas de processamento.
também numa especialização, mais uma ao lado das outras existentes, buscando ser um campo de estudos em recuperação
automatizada da informação no contexto de informação em ciência e tecnologia. Um conjunto de fatores convergiu para consolidação da CI na década de 1960:
o surgimento da bibliografia; continuidade com a documentação; a separação promovida pelos bibliotecários
Existem tentativas de definir que tipo de ciência seria a CI, sendo as principais características: a sua identificação como especializados; as práticas dos primeiros cientistas; incremento de tecnologias de tratamento e recuperação de
ciência interdisciplinar; ciência social; e ciência pós-moderna. documentos,. do microfilme ao computador e o conceito científico de informação trazido pela matemática da
comunicação.
No que tange a pós-modernidade, WERSIG defende que a CI seria não uma ciência moderna , voltada para a
compreensão dos fenômenos do mundo, mas uma ciência pós-moderna , voltada a resolução dos vários problemas A CI passou pelo um processo de ampliação de problemáticas por três frentes: a
causados justamento pelas ciência modernas. institucionalização da CI; sua caracterização como ciência interdisciplinar, social e pós-moderna e o
desenvolvimento de diferentes subáreas de pesquisa.
Embora a CI tenha nascido marcada pelo caráter tecnológico e interesses estratégicos, foi a percepção da dimensão
propriamente humana dos fenômenos informacionais que colocou a necessidade de modelos próprios das ciências Na evolução da CI surgiram 3 conceitos : informação como algo objetivo que podem ser
humanas para o estudo da informação. identificadas e medidas; conceito cognitivista; pragmatista em que a informação é algo essencial
e inter subjetivo.
A Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia se aproximam porque tem privilegiado os fluxos, "Não é estudo de novos objetos empíricos mas a análise dos mesmos fenômenos já estudados
as interações, o extrainstitucional e o imaterial tendo, pois, como objeto, não mais as instituições, os por outras ciências a partir de um ponto de cista diferente e um olhar informacional". (ARAÚJO,
objetos ou as técnicas de tratamento, mas a relação mesma do ser humano com a realidade ARQUIVOLOGIA, BIBLIOTECONOMIA, 2014)
mediada pelas atuações/intervenções produzidas (ou a serem produzidas) por essas áreas. MUSEOLOGIA E CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO: O DIÁLOGO POSSÍVEL Paralelamente ao desenvolvimento da Documentação a Biblioteconomia foi se consolidando
O imenso estoque de conhecimento científico acumulado nas três áreas permite identificar
progressivamente por meio de associações, curso de graduação e de pós-graduação.
que elas possuem dimensões pedagógicas, comunicacionais, administrativas, tecnológicas, (ARAÚJO, 2014)
entre outras com a CI.
1968 nos Estados Unidos, foi criado a 1ª associação de CI no mundo - a ASIS, Hoje
Estudar a dimensão informacional que os constitui é abrir a possibilidade de um chamada ASIST - enfatizando a linha mais tecnológica da CI Americana.
campo de reflexão amplo e, portanto, favorável à aproximação, ao diálogo e, afinal,
à cooperação, num movimento que, como destacado anteriormente, já vem sendo Ao longo do século XX, o Em meio a tudo isso,
realizado no campo das intervenções concretas em arquivologia, em biblioteconomia e desenvolvimento de reflexões surgiu, em meados a partir de dos anos 60 conteúdos de CI foram inseridos nos cursos de biblioteconomia.
em museologia. A ciência da informação não vem para construir um diálogo que e teorias nas três áreas NÃO do século XX, a
não ocorre. Ela surge para potencializar as condições de realização de um CONDUZIU AO CIÊNCIA DA No Brasil, nos cursos de biblioteconomia, isso começou a ocorrer mudança de suas
diálogo que já vem ocorrendo entre as três áreas. FORTALECIMENTO DO INFORMAÇÃO, com designações para CI na década de 80 e 90.
MODELO DOMINANTE. Ao a proposta de
contrário, a vasta produção cientificidade capaz
cientifica que se seguiu de acolher e Eventos importantes de consolidação da CI iniciaram a partir da década de 60, nesse
A ciência da informação muito mais nova e, em certo sentido, muito mais indefinida, é identificou, com muita potencializar os processo de institucionalização foi se firmando ser uma ciência dedicada a informação, em
que, pretendendo se constituir num campo reflexivo novo, precisa estar além das frequência, os vários limites diferentes aspectos ciências e tecnologia priorizando a circulação, fluxo e atendimento de necessidades dos
especificidades profissionais e científicas das três áreas, que devem, contudo, desse modelo, ressaltando ressaltados pela cientistas.
ser mantidas. diversos aspectos que, pouco produção teórica da
Com o desenvolvimento dos computadores, aumentaram as possibilidades de acesso, de guarda e
a pouco, foram conduzidos à arquivologia,
O movimento do diálogo que pode fortalecer cada uma das áreas NECESSIDADE DE biblioteconomia e
de compartilhamento, justamente pelo desprendimento da materialidade.
individualmente deve se dar a partir da colaboração mútua de reflexões SUPERAÇÃO. museologia.
e pesquisas, tal como, aliás, vem sendo indicado pelos avanços Tal perspectiva abriu caminho para o desenvolvimento do conceito de INFORMAÇÃO, separando da
teóricos em cada uma delas. ideia de suporte ou de documento.

Você também pode gostar