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Sistema FAEPA

AMAZÔNIA RURAL
CENTRAL DE DA

REVISTA DO SISTEMA FAEPA / SENAR / FUNDEPEC / AMAZÔNIA RURAL | JUNHO 2012 | ANO 3 | EDIÇÃO ESPECIAL RIO + 20 PARA O INSTITUTO ALERTA PARÁ

A VERDADE: Farsa do Aquecimento Global


atrasa o desenvolvimento da Amazônia
1
Expediente Informações Gerais Editorial

Grito de revolta
Conselho de Administração Revista Pará Rural

Presidente Edição Especial Rio+20


Oswaldo
Rua Aristides Nasser
Lobo, Tuma
191 - Comércio
Belém-Pará Farsa do Aquecimento Global atrasa o desenvolvimento da
Vice-Presidente:
Fone e Fax: (91) 4008 5300 Amazônias
Fernando Teruó Yamada
ascom@alertapara.com.br
www.alertapara.com.br
Conselho Editorial
Diretoria Executiva
Armando Soares Não há melhor momento para que os produtores promessas do governo, cresceu geometricamente, e se
Presidente Carlos Fermandes Xavier
extravasem sua indignação, decepção e sofrimento transformou na causa de enorme desajuste social.
Carlos Fernandes Xavier Cristiana Malcher
Lorena Daibes com a política ambiental governamental brasileira de A farsa do aquecimento global já é uma realidade
Vice-Presidente Mácia Centeno quando da realização da Rio+20, a Conferência das demonstrada exaustivamente por cientistas responsá-
José Conrado Azevedo Santos Neka Minssen Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, veis, enriquecido recentemente pela “Carta aberta”
Vice-Presidente Rosangela Henemann
ambiente onde irá se reunir a coletividade ambienta- de cientistas brasileiros entregues à presidente Dilma
Carlos Marx Tonini Walbert Monteiro
Vice-Presidente lista mundial, responsável pela construção de uma en- Rousseff. As variações climáticas que têm caracterizado
Sergio Albino Bitar Pinheiro Produção genharia de dominação que caracteriza a renovação a história geológica do planeta há centenas de milhões
do capitalismo via meio ambiente, ação que reduziu o de anos foi e ainda está sendo substituída pela mentira
1º Secretário Instituto Alerta Pará
Pará e a Amazônia numa colônia de interesses do poder ambientalista promovida por países ricos que, utilizan-
Walbert Da Silva Monteiro Rua Aristides Lobo, 191 - comércio
2º Secretário - Belém-Pará hegemônico americano e europeu, transformou o pro- do cientistas cooptados e remunerados regiamente,
Edson Brito Ladislau dutor rural num agente nocivo para a sociedade, esteri- vêm anunciando de maneira catastrófica e irresponsá-
Fone/Fax: (91) 4008 5300 lizou a economia amazônica, e transformou os agentes vel, que o futuro corre risco. A ganância que caracte-
1º Tesoureiro ascom@alertapara.com.br
estatais de indução do desenvolvimento em peças de riza a ação de históricos colonialistas, não tem limites e
José Fernando Paes de Vasconcelos www.alertapara.com.br
2º Tesoureiro museu, substituídos por células estatais ambientalis- chega ao ponto de usarem um organismo internacio-
Vilson João Schuber Projeto Gráfico e Diagramação tas com características policialescas, não para ajudar nal, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Cli-
e apoiar a introduzir métodos de produção que, sem máticas (IPCC) das Nações Unidas que se presta para
Diretor Vogal Ca Comunicação
prejudicar a saúde do núcleo produtivo, garantissem esse tipo colonialismo moderno, para, com extrema
Antônio Carlos Albério
Diretor Vogal Redação tecnologias e modelos para aumento da produtividade facilidade manipularem a opinião pública, através de
Messias Forte Filho em harmonia com o meio ambiente, através de instru- relatórios “fabricados” em computadores, que têm sido
Diretor Científico Frank Siqueira mentos necessários e desejáveis. As células ambientais aceitos por países emergentes, como é o caso do Brasil,
Ítalo Cláudio Falesi Lorena Daibes
estatais têm o caráter esterilizante, confiscatório que que resultou na construção de uma política ambiental
Conselho Fiscal Revisão impõe custo oneroso que mata no tempo o núcleo pro- nociva ao desenvolvimento econômico, esterilizou a
dutivo. A política ambiental brasileira não atinge apenas economia paraense e desarranjou a atividade agrope-
Membros Efetivos Sauer Teles o setor produtivo, detonou criminosamente o modelo cuária, transformando a atividade num negócio de alto
José Jacy Ribeiro Alves
de desenvolvimento em curso na região, que construiu risco. O produtor rural para sobreviver tem que en-
Álvaro Cordoval de Carvalho Impressão
Ivanildo Pereira de Pontes a base econômica do segmento agropecuário, que é a frentar permanentes invasões de movimentos sociais,
Resistência Editora e Comunicação Ltda. expressão maior da realização da iniciativa privada, e, resultante de uma reforma agrária ideológica, exigên-
Membros Suplentes mais grave, matou no nascedouro a tentativa de se criar cias absurdas de toda ordem e de custo elevado no
Frederico Alberto de Andrade Tiragem
no Pará um núcleo industrial que faz enorme falta para campo do ambiental, restrição ao crédito, perseguição
Aldemira Assis Drago
José Francisco Pereira 5.000 exemplares acomodar uma população que emigrou atraída pelas dos órgãos de controle judicial, fundiário e ambiental

2 3
Editorial Sumário

que nunca licenciam as propriedades, ou no mínimo


o fazem em longo prazo, o que representa risco da fa- 06 | Evaristo Miranda: Se for cumprir a lei, até os ribeirinhos estão ilegais
lência do produtor. Um cenário dantesco incompatível
com a imagem de um país catalogado de emergente,
com uma democracia. 08 | hora
Carta aberta a presidente Dilma Rousseff: Mudanças climáticas:
de recobrar o bom senso.
Sobre a reserva legal, uma excrecência da política
ambiental brasileira, que contraria a Constituição Fe-
deral, é o seguinte o pensamento e aula do emérito
professor advogado Ives Gandra da Silva Martins: o
14 | Pará é pioneiro no Zoneamento Econômico Ecológico e preserva 65%
do seu território
artigo 225 da Constituição Federal esclarece que a
preservação ambiental é dever do poder público e da
coletividade e seu parágrafo 1º determina que a discri- 16 | Entrevista - Ricardo Augusto Felício: Aquecimento Global é farsa!
minação de reservas legais e recuperações ecológicas

20 | Patriarca do aquecimento global admite: ‘Eu estava errado!’


estejam a cargo apenas do poder público. O artigo, en-
fatiza o professor Gandra, tem sido lido pelo poder pú-
blico, como sendo da responsabilidade exclusiva - nem

22 | Lorenzo Carrasco aponta orquestração contra o Brasil


dele, nem da coletividade como um todo -, mas apenas
de uns poucos proprietários a preservação ambiental,
assim como a assunção das limitações impostas ao uso
da terra pelo poder público. O desrespeito a lei maior
brasileira pelo governo prova que a verdadeira inten- 24 | Artigo: Espelho, diz a verdade...
ção não é preservar o meio ambiente, mas inviabilizar
o núcleo produtivo rural, uma maneira sofisticada de
realizar um confisco de terra sem dispêndio de valores. 26 | Aconteceu: 37° Encontro Ruralista recebeu os cientistas Ricardo Felício, Luiz
Molion e Lorenzo Carrasco
O objetivo da política ambiental do governo, não é
a preservação, mas inviabilizar o produtor e bloquear a
tentativa de desenvolver a região, o que levou a engessar
o território amazônico, dificultar o crédito e criar obstá-
28 | Artigo: Contribuição das Queimadas na Amazônia para o Clima Global
culos intransponíveis, fechando os olhos para as inva-
sões de terra e outras anomalias, verdades que justificam
o “GRITO DE REVOLTA DO PRODUTOR”.
30 | Entrevista - Luiz Carlos Molion: “A mentira climática e suas consequências”.
32 | PhD em metereologia garante: CO2 não é o vilão do aquecimento
34 | Na Mídia

4 5
O MAPA DA DISCÓRDIA

Matéria
O HOMEM COMANDA O CLIMA DO PLANETA

Evaristo Miranda: “Se for cumprir a Os oceanos representamUCE,


maisUCF,TI
de 70% do território
- 2.321.247 km2 global e com a interação com o sol, tornam-

lei, até os ribeirinhos estão ilegais” -se os maiores responsáveis pelos fenômenos climáticos em todo o planeta. Só o Oceano Pacífico
ocupa mais de 1/3 da superfície da Terra.
Áreas Prioritárias - 3.132.029• km2
• Cálculo não desconta as áreas sobrepostas,
que somam cerca de 205.000 km2

Áreas disponíveis

País de dimensões continentais, o Brasil ocupa


alvos da pressão internacional. Segundo Evaristo, O BRASIL FATIADO
um território de 8.514.877 quilômetros quadrados.
Desse total, em torno de 70% são ocupados por ter-
para atender a todas as demandas, seriam neces-
sários mais 6,5 milhões de quilômetros quadrados.
2% 2%
ras indígenas, unidades de conservação, áreas de Pampa Pantanal
Cientista de grande prestígio, autor de 25 livros
preservação permanente e reservas legais. A área
e consultor de entidades como OEA e Banco Mun- 13%
restante, cerca de 2,8 milhões de quilômetros qua- Mata Atlântica
dial, Evaristo Miranda alerta para o descolamento
drados, está dividida entre agricultura, pecuária,
que hoje existe entre legitimidade e legalidade cau-
mineração, cidades e obras de infraestrutura. Es-
sado pelo furor ambientalista. Considerada a lei ao
ses números foram levantados pelo cientista e che-
pé da letra, até os ribeirinhos da Amazônia estariam 24%
fe geral da Embrapa Monitoramento por Satélite,
ilegais, afirma. Cerrado 49%
Evaristo de Miranda, em estudo realizado conjun- Amazônia
tamente pela Embrapa e Ministério da Agricultura,
O MAPA DA DISCÓRDIA
Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O estudo teve por objetivo identificar áreas que,
por determinação legal, não podem ser utilizadas
para agricultura ou pecuária e as ainda disponíveis 10%
para atividades econômicas. Para tanto, parcelas do Caatinga
território nacional foram classificadas, de acordo
TABELA DOS BIOMAS BRASILEIROS E ALCANCE DAS ÁREAS
com o seu uso ou destinação, como TI, UC, APP, PROTEGIDAS PELA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA (em Km2)
UCE, UCF,TI - 2.321.247 km 2

Reserva Legal ou Áreas Prioritárias de Preservação Áreas


Área total Reserva APPs (rios Áreas de %
da Biodiversidade. As APPs incluem, para efeito da Áreas Prioritárias - 3.132.029• km2
BIOMA (mil Km2)
UC’s TI’s
Legal + relevo superposição
(mil km2)
disponível
disponiv.

pesquisa, formações diversas, como matas ciliares, • Cálculo não desconta as áreas sobrepostas,
que somam cerca de 205.000 km2 Amazônia 4.195 1.072,314 991.951 1.165.040 1.487.376 (812.784) 291 10.3
áreas de várzeas, encostas com diferentes declivida-
Caatinga 844 48.409 2.185 140.136 98.869 (6.304) 561 19.9
des e topos de morros. Já a reserva legal é a por- Áreas disponíveis

ção de terra de propriedade particular que deve ser O BRASIL FATIADO


Cerrado 2.031 13.7532 85.388 384.406 285.006 (44.706) 1.173 41,6

mantida intacta. Sua extensão varia de 20% a 80%


2% 2% Mata Atlântica 1.119 69.674 5.104 169.493 220,304 (23.992) 678 240

do total da área, de acordo com o bioma. O percen- CONHEÇA O CIENTISTA:


Pampa Pantanal Pampa 177 6.185 24 29.799 22.504 (809) 119 4,2
tual máximo é fixado por lei para a Amazônia.
13% Pantanal 150 3.355 2.561 699 149.820 (6.869) -
Embora os números coloquem o Brasil no topo Evaristo de Atlântica
Mata Miranda é ecólogo, agrônomo, cientista
Total 8.515 1.337.647 1.087.215 1.999.573 2.263.879 (895.491) 2.822 100,0
das nações que mais preservam a natureza, ele é um e chefe geral da Embrapa Monitoramento por Satéli-
dos que apresentam internamente maior demanda te, além de autor de vários livros. Há mais de 25 anos % 100% 15,71 12,77 22,31 26,59 -10,52 33,14

por terra e, no plano externo, um dos principais organiza24%


expedições e estudos na Amazônia. Fonte: Embrapa AGE/MAPA
Cerrado 49%
Amazônia

6 7
10%
Carta aberta a presidente Dilma Rousseff

Mudanças climáticas: longo alcance e com grandes impactos socioeconômi-


cos de âmbito global.
ser uma ordem de grandeza mais rápidas que as
verificadas desde o século XIX.
A influência humana no clima restringe-se às cida- Entre 12.900 e 11.600 anos atrás, no período frio

hora de recobrar o bom senso. des e seus entornos, em situações específicas de cal-
marias, sendo estes efeitos bastante conhecidos, mas
denominado Dryas Recente, as temperaturas caíram
cerca de 8°C em menos de 50 anos e, ao término
sem influência em escala planetária. dele, voltaram a subir na mesma proporção, em pou-
Para que a ação humana no clima global ficasse co mais de meio século.
demonstrada, seria preciso que, nos últimos dois sé- Quanto ao nível do mar, ele subiu cerca de 120
culos, estivessem ocorrendo níveis inusitadamente al- metros, entre 18.000 e 6.000 anos atrás, o que
tos de temperaturas e níveis do mar e, principalmente, equivale a uma taxa média de 1 metro por sécu-
que as suas taxas de variação (gradientes) fossem su- lo, suficiente para impactar visualmente as gera-
Exma. Sra. ve a brasileira. Por isso, apresentamos-lhe as con- periores às verificadas anteriormente. ções sucessivas das populações que habitavam as
Dilma Vana Rousseff siderações a seguir. O relatório de 2007 do Painel Intergoverna- margens continentais. No período entre 14.650 e
Presidente da República Federativa do Brasil mental de Mudanças Climáticas (IPCC) registra 14.300 anos atrás, a elevação foi ainda mais rápi-
que, no período 1850-2000, as temperaturas au- da, atingindo cerca de 14 metros em apenas 350
Excelentíssima Senhora Presidente: 1) Não há evidências físicas da influência mentaram 0,74°C, e que, entre 1870 e 2000, os anos - equivalente a 4 m por século.
humana no clima global: níveis do mar subiram 0,2 m. Por conseguinte, as variações observadas no perí-
Em uma recente reunião do Fórum Brasileiro de Ora, ao longo do Holoceno, a época geológica odo da industrialização se enquadram, com muita fol-
Mudanças Climáticas, a senhora afirmou que a fanta- correspondente aos últimos 12.000 anos em que ga, dentro da faixa de oscilações naturais do clima e,
sia não tem lugar nas discussões sobre um novo para- A despeito de todo o sensacionalismo a respeito, a civilização tem existido, houve diversos períodos portanto, não podem ser atribuídas ao uso dos com-
digma de crescimento - do qual a humanidade neces- não existe qualquer evidência física observada no com temperaturas mais altas que as atuais. No Ho- bustíveis fósseis ou a qualquer outro tipo de atividade
sita, com urgência, para proporcionar a extensão dos mundo real que permita demonstrar que as mudanças loceno Médio, há 5.000-6.000 anos, as tempera- vinculada ao desenvolvimento humano.
benefícios do conhecimento a todas as sociedades do climáticas globais, ocorridas desde a revolução indus- turas médias chegaram a ser 2-3°C superiores às Tais dados representam apenas uma ínfima fra-
planeta. Na mesma ocasião, a senhora assinalou que trial do século XVIII, sejam anômalas em relação às atuais, enquanto os níveis do mar atingiam até 3 ção das evidências proporcionadas por, literalmente,
o debate sobre o desenvolvimento sustentado precisa ocorridas anteriormente, no passado histórico e ge- metros acima do atual. Igualmente, nos períodos milhares de estudos realizados em todos os conti-
ser pautado pelo direito dos povos ao progresso, com ológico - anomalias que, se ocorressem, caracteriza- quentes conhecidos como Minoano (1500-1200 nentes, por cientistas de dezenas de países, devida-
o devido fundamento científico. riam a influência humana. a.C.), Romano (séc. VI a.C.-V d.C.) e Medieval mente publicados na literatura científica internacio-
Assim sendo, permita-nos complementar tais Todos os prognósticos que indicam elevações exa- (séc. X-XIII d.C.), as temperaturas atingiram mais nal. Desafortunadamente, é raro que algum destes
formulações, destacando o fato de que as discus- geradas das temperaturas e dos níveis do mar, nas de 1°C acima das atuais. estudos ganhe repercussão na mídia, quase sempre
sões sobre o tema central da agenda ambiental, décadas vindouras, além de outros efeitos negativos Quanto às taxas de variação desses indicado- mais inclinada à promoção de um alarmismo sensa-
as mudanças climáticas, têm sido pautadas, pre- atribuídos ao lançamento de compostos de carbono res, não se observa qualquer aceleração anormal cionalista e desorientador.
dominantemente, por motivações ideológicas, po- de origem humana (antropogênicos) na atmosfera, delas nos últimos dois séculos. Ao contrário, nos
líticas, acadêmicas e econômicas restritas. Isto as baseiam-se em projeções de modelos matemáticos, últimos 20.000 anos, desde o início do degelo da
têm afastado, não apenas dos princípios basilares que constituem apenas simplificações limitadas do sis- última glaciação, houve períodos em que as varia- 2) A hipótese “antropogênica” é um
da prática científica, como também dos interesses tema climático - e, portanto, não deveriam ser usados ções de temperaturas e níveis do mar chegaram a desserviço à ciência:
maiores das sociedades de todo o mundo, inclusi- para fundamentar políticas públicas e estratégias de

8 9
Carta aberta a presidente Dilma Rousseff

A boa prática científica pressupõe a busca per- nário semelhante ao verificado entre 1947-1976. vulnerabilidade às oscilações climáticas e outros dados de todas as estações meteorológicas do País,
manente de uma convergência entre hipóteses e Vale observar que, naquele intervalo, o Brasil ex- fenômenos naturais potencialmente perigosos. Tais muitos dos quais sequer foram digitalizados.
evidências. Como a hipótese do aquecimento glo- perimentou uma redução de 10-30% nas chuvas, requisitos incluem, por exemplo, a redundância de
bal antropogênico (AGA) não se fundamenta em o que acarretou problemas de abastecimento de fontes alimentícias (inclusive a disponibilidade de
evidências físicas observadas, a insistência na sua água e geração elétrica, além de um aumento das sementes geneticamente modificadas para todas as 4) A “descarbonização” da economia é desne-
preservação representa um grande desserviço à geadas fortes, que muito contribuíram para erradi- condições climáticas), capacidade de armazena- cessária e economicamente deletéria:
ciência e à sua necessária colocação a serviço do car o café no Paraná. Se tais condições se repeti- mento de alimentos, infraestrutura de transportes,
progresso da humanidade. rem, o País poderá ter sérios problemas, inclusive, energia e comunicações e outros fatores.
A história registra numerosos exemplos dos efeitos nas áreas de expansão da fronteira agrícola das Portanto, o caminho mais racional e eficiente Uma vez que as emissões antropogênicas de
nefastos do atrelamento da ciência a ideologias e ou- regiões Centro-Oeste e Norte e na geração hidre- para aumentar a resiliência da humanidade, dian- carbono não provocam impactos verificáveis no
tros interesses restritos. Nos países da antiga URSS, létrica (particularmente, considerando a prolifera- te das mudanças climáticas inevitáveis, é a eleva- clima global, toda a agenda da”descarbonização”
as ciências biológicas e agrícolas ainda se ressentem ção de reservatórios “a fio d’água”,impostos pelas ção geral dos seus níveis de desenvolvimento e da economia, ou “economia de baixo carbono”, se
das consequências do atraso de décadas provocado restrições ambientais). progresso aos patamares permitidos pela ciência torna desnecessária e contraproducente - sendo,
pela sua subordinação aos ditames e à truculência de A propósito, o decantado limite de 2°C para a ele- e pela tecnologia modernas. Além disso, o alar- na verdade, uma pseudo-solução para um proble-
Trofim D. Lysenko, apoiado pelo ditador Josef Stálin vação das temperaturas, que, supostamente, não po- mismo desvia as atenções das emergências e prio- ma inexistente. A insistência na sua preservação,
e seus sucessores imediatos, que rejeitava a genética, deria ser superado e tem justificado todas as restrições ridades reais. Um exemplo é a indisponibilidade por força da inércia do status quo, não implicará
mesmo diante dos avanços obtidos por cientistas de propostas para os combustíveis fósseis, também não de sistemas de saneamento básico para mais da em qualquer efeito sobre o clima, mas tenderá a
todo o mundo, inclusive na própria URSS, por consi- tem qualquer base científica: trata-se de uma criação metade da população mundial, cujas consequên- aprofundar os seus numerosos impactos negativos.
derá-la uma ciência “burguesa e antirrevolucionária”. “política” do físico Hans-Joachim Schellnhuber, as- cias constituem, de longe, o principal problema O principal deles é o encarecimento desnecessá-
O empenho na imposição do AGA, sem as de- sessor científico do governo alemão, como admitido ambiental do planeta. rio das tarifas de energia e de uma série de ativida-
vidas evidências, equivale a uma versão atual por ele próprio, em uma entrevista à revista Der Spie- Outro é a falta de acesso à eletricidade, que atin- des econômicas, em razão de: a) os pesados subsí-
do”lysenkoísmo”, que tem custado caro à humani- gel (17/10/2010). ge mais de 1,5 bilhão de pessoas, principalmente, na dios concedidos à exploração de fontes energéticas
dade, em recursos humanos, técnicos e econômicos Ásia, África e América Latina. de baixa eficiência, como a eólica e solar - ademais,
desperdiçados com um problema inexistente. No Brasil, sem mencionar o déficit de sane- inaptas para a geração elétrica de base (e já em re-
Ademais, ao conferir ao dióxido de carbono 3) O alarmismo climático é contraprodu- amento, grande parte dos recursos que têm sido tração na União Europeia, que investiu fortemente
(CO2) e outros gases produzidos pelas atividades hu- cente: alocados a programas vinculados às mudanças cli- nelas); b) a imposição de cotas e taxas vinculadas às
manas o papel de principais protagonistas da dinâmi- máticas, segundo o enfoque da redução das emis- emissões de carbono, como fizeram a Austrália, sob
ca climática, a hipótese do AGA simplifica e distorce sões de carbono, teria uma destinação mais útil à grande rejeição popular, e a União Europeia, para
um processo extremamente complexo, no qual intera- O alarmismo que tem caracterizado as discus- sociedade se fossem empregados na correção de viabilizar o seu mercado de créditos de carbono; c)
gem fatores astrofísicos, atmosféricos, geológicos, ge- sões sobre as mudanças climáticas é extremamen- deficiências reais, como: a falta de um satélite me- a imposição de medidas de captura e sequestro de
omorfológicos, oceânicos e biológicos, que a ciência te prejudicial à atitude correta necessária frente a teorológico próprio (de que dispõem países como a carbono (CCS) a várias atividades.
apenas começa a entender em sua abrangência. elas, que deve ser orientada pelo bom senso e pelo China e a Índia); a ampliação e melhor distribuição Os principais beneficiários de tais medidas têm
Um exemplo dos riscos dessa simplificação é a conceito de resiliência, em lugar de submeter as territorial da rede de estações meteorológicas, infe- sido os fornecedores de equipamentos e serviços de
possibilidade real de que o período até a década sociedades a restrições tecnológicas e econômicas rior aos padrões recomendados pela Organização CCS e os participantes dos intrinsecamente inúteis
de 2030 experimente um considerável resfriamen- absolutamente desnecessárias. Meteorológica Mundial, para um território com as mercados de carbono, que não têm qualquer funda-
to, em vez de aquecimento, devido ao efeito com- No caso, resiliência significa a flexibilidade das dimensões do brasileiro; o aumento do número de mento econômico real e se sustentam tão somente em
binado de um período de baixa atividade solar e condições físicas de sobrevivência e funcionamen- radares meteorológicos e a sua interligação aos sis- uma demanda artificial criada sobre uma necessidade
de uma fase de resfriamento do oceano Pacífico to das sociedades, além da capacidade de respos- temas de defesa civil; a consolidação de uma base inexistente. Vale acrescentar que tais mercados têm
(Oscilação Decadal do Pacífico, ODP), em um ce- ta às emergências, permitindo-lhes reduzir a sua nacional de dados climatológicos, agrupando os se prestado a toda sorte de atividades fraudulentas,

10 11
Carta aberta a presidente Dilma Rousseff

inclusive, no Brasil, onde autoridades federais inves- Luiz Carlos Baldicero Molion Ricardo Augusto Felicio Gildo Magalhães dos Santos Filho
tigam contratos de carbono ilegais envolvendo tribos Físico, Doutor em Meteorologia e Pós-doutor em Hi- Meteorologista, Mestre e Doutor em Climatologia Engenheiro Eletrônico, Doutor em História Social e
indígenas, na Amazônia, e a criação irregular de áreas drologia de Florestas Pesquisador Sênior Professor do Departamento de Geografia da Universi- Livre-docente em História da Ciência e
de proteção ambiental para tais finalidades escusas, (aposentado) do Instituto Nacional de Pesquisas Es- dade de São Paulo (USP) Tecnologia Professor Associado do Departamento de
no estado de São Paulo. paciais (INPE) História da Universidade de São Paulo (USP)
Professor Associado da Universidade Federal de Ala- Antonio Jaschke Machado
goas (UFAL) Meteorologista, Mestre e Doutor em Climatologia. Paulo Cesar Martins Pereira de
5) É preciso uma guinada para o futuro: Professor do Departamento de Geografia da Univer- Azevedo Branco
Fernando de Mello Gomide sidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Geólogo, Pesquisador em Geociências (B-Sênior) do
Físico, Professor Titular (aposentado) do Instituto (UNESP) Serviço Geológico do Brasil - CPRM
Pela primeira vez na história, a humanidade de- Tecnológico da Aeronáutica (ITA) Especialista em Geoprocessamento e Modelagem Es-
tém um acervo de conhecimentos e recursos físicos, Co-autor do livro Philosophy of Science: Brief His- João Wagner Alencar Castro pacial de Dados em Geociências
técnicos e humanos, para prover a virtual totalidade tory (Amazon Books, 2010, com Marcelo Geólogo, Mestre em Sedimentologia e Doutor em
das necessidades materiais de uma população ainda Samuel Berman) Geomorfologia Professor Adjunto do Daniela de Souza Onça
maior que a atual. Esta perspectiva viabiliza a pos- Departamento de Geologia da Universidade Federal Geógrafa, Mestra e Doutora em Climatologia
sibilidade de se universalizar - de uma forma intei- José Bueno Conti do Rio de Janeiro (UFRJ) Chefe do Departamento Professora da Universidade do Estado de Santa
ramente sustentável - os níveis gerais de bem-estar Geógrafo, Doutor em Geografia Física e Livre-docen- de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional / Catarina (UDESC)
usufruídos pelos países mais avançados, em termos te em Climatologia UFRJ
de infraestrutura de água, saneamento, energia, Professor Titular do Departamento de Geografia da Marcos José de Oliveira
transportes, comunicações, serviços de saúde e edu- Universidade de São Paulo (USP) Helena Polivanov Engenheiro Ambiental, Mestre em Engenharia Am-
cação e outras conquistas da vida civilizada moder- Autor do livro Clima e Meio Ambiente Geóloga, Mestra em Geologia de Engenharia e Dou- biental e Climatologia Aplicada
na. A despeito dos falaciosos argumentos contrários (Atual, 2011) tora em Geologia de Engenharia e Ambiental Profes- Doutorando em Geociências Aplicadas na Universi-
a tal perspectiva, os principais obstáculos à sua con- sora Associada do Departamento de Geologia da Uni- dade de Brasília (UnB)
cretização, em menos de duas gerações, são mentais José Carlos Parente de Oliveira versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
e políticos, e não físicos e ambientais. Físico, Doutor em Física e Pós-doutor em Física da Geraldo Luís Saraiva Lino
Para tanto, o alarmismo ambientalista, em geral, e Atmosfera Professor Associado (aposentado) da Uni- Gustavo Macedo de Mello Baptista Geólogo, coeditor do sítio Alerta em Rede
climático, em particular, terá que ser apeado do seu versidade Federal do Ceará (UFC) Geógrafo, Mestre em Tecnologia Ambiental e Recur- Autor do livro A fraude do aquecimento global: como
atual pedestal de privilégios imerecidos e substituído Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e sos Hídricos e Doutor em Geologia um fenômeno natural foi convertido numa falsa emer-
por uma estratégia que privilegie os princípios cientí- Tecnologia do Ceará (IFCE) Professor Adjunto do Instituto de Geociências da Uni- gência mundial (Capax Dei, 2009)
ficos, o bem comum e o bom senso. versidade de Brasília (UnB)
A conferência Rio+20 poderá ser uma oportuna Francisco Arthur Silva Vecchia Autor do livro Aquecimento Global: ciência ou reli- Maria Angélica Barreto Ramos
plataforma para essa necessária reorientação. Engenheiro de Produção, Mestre em Arquitetura e gião? (Hinterlândia, 2009) Geóloga, Pesquisadora em Geociências (Senior) do
Doutor em Geografia Professor Associado do Depar- Serviço Geológico do Brasil - CPRM
Kenitiro Suguio tamento de Hidráulica e Saneamento da Escola de Paulo César Soares Mestre em Geociências - Opção Geoquímica Am-
Geólogo, Doutor em Geologia Professor Emérito do Engenharia de São Carlos (USP) Geólogo,Doutor em Ciências e Livre-docente em Es- biental e Especialista em Geoprocessamento e Mo-
Instituto de Geociências da Universidade de São Pau- Diretor do Centro de Recursos Hídricos e Ecologia tratigrafia Professor Titular da Universidade Federal delagem Espacial de Dados em Geociências Com
lo (USP). Membro titular da Academia Brasileira de Aplicada (CRHEA) do Paraná (UFPR) informações do Diário do Vale.
Ciências
Fonte: Pecuária.com.br

12 13
Matéria

Pará é pioneiro no Zoneamento Lei fixa em 35%


o uso
Econômico Ecológico e preserva do território para consolida-
ção e expansão de atividades
produtivas.
65% do seu território

Desde 2005, quando foi publicada a lei estadual ológicas que constituem o território estadual.
nº 6.745, o Pará se tornou um dos poucos estados A lei contém também dispositivos concebidos
brasileiros com instrumentação legal apta a ordenar para induzir a atividade econômica, ao mesmo
a sua ocupação econômica dentro dos modernos tempo em que cria salvaguardas para o meio am-
padrões de sustentabilidade ambiental. Editada no biente, objetivando a preservação dos recursos
dia 6 de maio daquele ano, a lei instituiu o Ma- existentes na natureza. Para materializar essas me-
crozoneamento Ecológico-Econômico do Estado, tas, foi fixado o limite 65%, no mínimo, para áreas
elaborado com base em dados e mapas de geolo- especialmente protegidas, e de 35%, no máximo,
gia, geomorfologia, solos, hidrologia, climatologia, para a consolidação e expansão de atividades pro-
vulnerabilidade natural, potencialidade econômica, dutivas, áreas de recuperação e áreas alteradas.
ecossistemas vegetais, ecorregiões, corredores eco-
lógicos, antropização e definição de áreas prioritá-
rias para a preservação da biodiversidade e de uso
sustentável dos recursos naturais.
O macrozoneamento teve como objetivo compa-
tibilizar a utilização de recursos naturais com a pre-
servação do meio ambiente, bem como realizar o
levantamento e o monitoramento periódico da área
geográfica estadual de acordo com as tendências e o
desenvolvimento científico e tecnológico. Com isso,
o Estado do Pará criou, por ação do Poder Executi- A TERRA ESTÁ AQUECENDO
vo - sendo a proposta aprovada por unanimidade na
Assembleia Legislativa -, todas as condições necessá- Outra mentira. Na verdade, o planeta está pas-
rias para a conservação das amostras representativas sando por um período de resfriamento. Estamos
dos ecossistemas do território estadual. no meio de um fenômeno cíclico no qual a ativi-
Por recomendação contida no próprio texto le- dade do sol sofre considerável diminuição. Isso
gal, as políticas públicas estaduais e municipais pas- deve acontecer até 2030. Vale dizer também que o
saram, desde então, a ser ajustadas às conclusões e normal do planeta é ser frio, já tendo passado por
definições do macrozoneamento. Tais disposições pelo menos nove glaciações com períodos de pelo
vieram disciplinar o uso das terras, das águas, dos menos 100 mil anos, e períodos interglaciais (mais
ecossistemas, da biodiversidade, dos sítios arqueo- quentes) com apenas 10 mil a 12 mil anos cada. O Projeto Integração lavoura-pecuária-floresta (LPF), que já é uma realidade na Amazônia, é uma das ações responsáveis de
lógicos, das cavidades naturais e das estruturas ge- produção, onde o desenvolvimento existe em consonância com a preservação do meio ambiente

14 15
Entrevista Ricardo Augusto Felício

Aquecimento Global é farsa!

Foto: Edinelson Alves

os fenômenos. Sobe a temperatura, desce a temperatu-


Professor da USP concede entrevista ex- Revista Pará Rural: À luz da ciência, o aqueci- RPR: O senhor tem uma postura muito crítica ra, derrete, congela. Isso são fenômenos naturais. De-
clusiva e fala de assunto polêmico. mento global é uma farsa ou uma verdade cientí- em relação às ONGs. Na sua avaliação, essas or- pois sim, é que vem o problema da atribuição. “Olha,
fica? ganizações são braços operacionais do movimen- é o homem que está fazendo isso”. Isso é uma mentira,
Nos termos em que tem sido posto em discussão, to ambientalista internacional? isso não tem prova. Os fenômenos sempre ocorreram,
o aquecimento global é uma falácia, uma farsa com- estão ocorrendo e sempre vão ocorrer. Já ocorreram
pleta. A opinião é do professor Ricardo Augusto Fe- Ricardo Augusto Felício: Do modo que é colo- coisas muito piores no passado. Hoje está muito tênue,
lício, docente e pesquisador da Universidade de São cado, de que o homem altera o clima do planeta, o RAF: Sim, perfeitamente. Muitas delas, inclusi- inclusive, a atividade dos fenômenos naturais, inclusive
Paulo (USP), na área de climatologia, e hoje um dos aquecimento global é uma farsa completa. Isso não é ve, têm membros dentro dos governos, inclusive do do degelo. Eles não dizem, mas isso é há muito tempo
cientistas mais requisitados para palestras e conferên- possível. Na realidade, a gente sofre as ações do cli- Brasil, e isso é muito preocupante. Porque se é uma sabido. Por exemplo, o degelo das calotas polares do
cias dentro e fora do Brasil. ma. O clima é o que é e pronto. A gente simplesmen- organização não governamental, ela não poderia ter Ártico, em especial. Bom, ali era quintal da guerra fria
Muito respeitado no meio acadêmico, Ricardo Fe- te tem que lutar e tentar se adaptar ao que acontece. seus tentáculos dentro do próprio governo. E o que entre os Estados Unidos e a ex-União Soviética, então
lício conquistou grande notoriedade e projeção nacio- a gente observa é isso. Essas ONGs, em sua maioria, eles conhecem muito bem como é que funciona o gelo
nal ao confrontar de forma direta e incisiva a chama- são financiadas por empresas estrangeiras, por go- no Polo Norte. Quanto à Antártida, não. Isso não vai
da “ala aquecimentista”, assim considerados aqueles RPR: A que se pode atribuir a hipótese do aqueci- vernos estrangeiros. Embora nem sempre nos demos derreter mesmo, não tem nenhum problema.
que advogam a tese do aquecimento da Terra e das mento da Terra? Seria essa tese fruto de desconheci- conta, nós estamos numa guerra ideológica. É uma
mudanças climáticas pela ação do homem. mento, ingenuidade ou má fé? guerra em que eles não precisam utilizar armas con-
Brandindo argumentos considerados demolido- vencionais, as armas de destruição típicas das grandes RPR: Antes de ganhar força a teoria do aqueci-
res, o pesquisador da USP garante que o homem guerras do passado. A própria ideologia, dentro do mento global, chegou-se a falar que a Terra estava
não tem capacidade para interferir globalmente RAF: Em primeiro lugar, é preciso levar em conta nosso país, já trabalha a favor deles. entrando em nova era glacial. Por que houve essa
no clima e não vê qualquer ameaça relacionada que, por trás desse mercado do carbono, de que tanto mudança?
com o gás carbônico. Para ele, o que existe é uma se fala, existem grandes oligopólios que estão se for-
grande mentira, uma orquestração dos países ricos mando no mundo. Então, na verdade, quem controlar RPR: O degelo das calotas polares não é um
para tolher o crescimento econômico dos países a ideia do carbono vai conseguir controlar tudo o que sinal de que está havendo mesmo o aquecimento RAF: Aí está mais um ponto intrigante. Na ver-
em desenvolvimento. nós temos aqui no planeta. Quando falo em tudo estou do globo terrestre? dade, os anos 70 realmente foram mais frios, e isso
A convite da Federação da Agricultura e Pe- falando de fontes de energia, do mercado de produ- foi constatado cientificamente. Na época, os cien-
cuária do Pará (Faepa), Ricardo Augusto Felício ção, dos alimentos e por aí vai. O fato é que, à medida tistas já sabiam que ia haver novamente um período
foi um dos conferencistas convidados para o 37º em que você vai desmascarando não só a parte da cli- RAF: Esta é uma questão importante, e a gente de aquecimento. Isso é muito atribuído ao Sol. O
Encontro Ruralista, que se realizou em Belém nos matologia, que na verdade é uma cortina de fumaça, deve tomar um certo cuidado com o seguinte: os fe- que aconteceu foi que se aproveitaram desse fato,
dias 5 e 6 de junho. Na ocasião, ele concedeu você começa a perceber, mais adentro, que são gran- nômenos sempre ocorrem. Atribuí-los aos humanos é que sabidamente iria acontecer, para em cima dele
à Revista Pará Rural uma entrevista cujos tópicos des poderes internacionais que querem sempre tolher que é a falácia. Então o que é que a ciência faz hoje em se adotar uma atitude pretensamente científica, do
principais vão abaixo reproduzidos. o crescimento dos países em desenvolvimento. dia? Os fenômenos existem, então ela fica mapeando tipo “olha, o homem está mudando o clima e cau-

16 17
Entrevista Ricardo Augusto Felício

sando o aquecimento do planeta...”. Em outras pa- RAF: As nuvens têm o papel de refletir energia
lavras, os adeptos da tese do aquecimento pegaram solar de volta para o espaço e, ao mesmo tempo, de
carona num fato que já se sabia que iria acontecer. interagir com a radiação de onda longa, que é térmi-
ca e já vem da superfície. Então, ela tem um papel
duplo, mas ao mesmo tempo as nuvens indicam que
RPR: Quais são os fatores que interferem efetiva- a parte primária da atmosfera, que nós chamamos de
mente no clima do planeta? troposfera, está resfriando a Terra. Então veja: quan-
do você tem esses movimentos convectivos, que são
sempre de baixo para cima e que num primeiro mo-
RAF: A primeira escala é o Sol, não tem como ques- mento levam energia, você também vê as nuvens e
tionar isso. Eu diria que 99,99% da energia que chega a convecção. Podemos dizer, portanto, especialmente
nessa lâmina do planeta Terra que a gente chama de es- aqui na região, que, quando vê isso, você vê que real-
trato geográfico provém do Sol. Esta é uma verdade que mente essa máquina térmica da Terra está bem ativa.
não comporta nenhum tipo de questionamento. Depois
nós temos fatores astronômicos, que são o próprio mo-
vimento da Terra, os raios cósmicos e a poeira estelar, as
poeiras cósmicas que também estão no espaço. Depois,
no sistema Terra, temos a influência dos oceanos. Não
tem como imaginar a climatologia sem ter a noção de
como é que funcionam os oceanos. Depois, nós temos
ainda os vulcões, e depois as grandes calotas de gelo. E
não podemos esquecer de um ente que é fenomenal na
climatologia, que são as nuvens. As nuvens têm o poder
de controlar de um terço a um quarto de balanço de
energia total do planeta. E o pior é que a gente ainda
não conhece quase nada sobre nuvens.

RPR: Lembrando que esse fenômeno é co- Segundo Ricardo Augusto Felício, dizer que o homem é o responsável pelos fenômenos climáticos é uma das estratégias de uma
mum na Amazônia, de que forma as nuvens in- ação conjunta para tolher o avanço de países em desenvolvimento. A Amazônia seria o principal foco desta estratégia pois tem
terferem no clima? grande potencial econômico e sempre foi alvo da cobiça internacional.

Fotos: Edinelson Alves

18 19
Matéria

Patriarca do aquecimento global


admite: ‘Eu estava errado!’

Quem já não ouviu falar de James Lovelock? guiram sobreviver no Ártico, onde o clima perma-
Um dos formuladores da teoria do aquecimen- neceria “apenas tolerável”. Agora, num trabalho
to global e, durante décadas, um dos ‘papas’ do que está concluindo e que vai compor uma trilo-
movimento ambientalista internacional, ele acaba gia, Lovelock se mostra bem mais otimista e chega
de fazer um mea culpa . Às vésperas da Rio+20, a apontar meios pelos quais a humanidade pode
James Lovelock, aos 92 anos, admite ter sido ajudar a regular o planeta.
“alarmista” sobre as mudanças climáticas. E não Esse terceiro livro registra, também, uma gui-
só ele, aliás. Muitos outros, conforme admitiu, nada e tanto de opinião. “O problema é que não
também se iludiram ou se deixaram iludir. Entre sabemos o que o clima está fazendo. A gente acha-
outras biografias cintilantes, está neste rol o ex- va que sabia há vinte anos. Isso levou a alguns li-
-presidente americano Al Gore. vros alarmistas – o meu inclusive - porque aquilo
James Lovelock, convém explicar, é tido no parecia claro, mas não aconteceu” - retratou-se o
meio acadêmico, em todo o mundo, como uma agora humilde pesquisador.
espécie de patriarca da teoria do aquecimento
global – ou das mudanças climáticas, como hoje
preferem os ambientalistas. Foi ele o responsável
pelo lançamento da chamada Hipótese de Gaia,
segundo a qual a Terra seria um superorganis-
mo. Essa teoria, acolhida com paixão por parce-
la considerável da comunidade científica – mas
ferozmente combatida por outros eminentes pes-
quisadores -, manteve a humanidade em suspense O NÍVEL DO MAR ESTÁ
durante muitos anos diante da crença numa imi- SUBINDO E PROVOCANDO
nente catástrofe ambiental. Ameaça que, segundo ENCHENTES
o próprio autor, agora está descartada.
As mudanças, segundo ele, estão acontecen- Para que a elevação do nível do mar pudesse in-
do, porém num ritmo e numa intensidade muito fluenciar de maneira significativa nos litorais, seria
menores do que se imaginava. “Nós fomos longe necessário o derretimento de toda a Antártida, e
demais”, confessa o pesquisador, que em 2006, para que isso pudesse acontecer, a temperatura do
num artigo para o jornal inglês Independent, che- planeta deveria elevar-se em aproximadamente 20°
gou a prever que, até 2100, bilhões de pessoas ou 30°.
O resgate de previsões anteriores provam a falácia a respeito do derretimento das geleiras polares. À esquerda, projeções passadas
morreriam e somente alguns poucos casais conse- previam que em 2012 todo o gelo já haveria derretido. Logo acima, vemos as mesmas previsões, só que desta vez jogando o desastre
ambiental para o ano de 2085. Isso prova que estes cenários são montados sem nenhuma base científica.

20 21
Matéria
O DESMATAMENTO TEM INFLUÊNCIA NO CLIMA

Lorenzo Carrasco aponta As florestas tropicais existem justamente por causa da maior exposição à atividade solar, em regi-
ões onde há grande ocorrência de chuvas. A chuva não ocorre por causa das florestas, são elas

orquestração contra o Brasil que nascem por causa da chuva.

O jornalista mexicano Lorenzo Carrasco, coor-


denador do livro “Máfia verde: o ambientalismo a
ações concebido e colocado em prática para pre-
judicar a produção do campo. Demonstrando am-
Pirâmide do Movimento Ambientalista: estrutura
serviço do governo mundial”, vê o Brasil um dos plo conhecimento sobre o conjunto da legislação
alvos mais importantes da cobiça e dos poderosos brasileira, Lorenzo Carrasco disse que nesse rol se
interesses econômicos internacionais. Em recente incluem medidas restritivas (Código Florestal), pa-
visita à Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, liativas (licenciamento ambiental) e coercitivas (Lei
ele disse que o Brasil será cada vez mais o centro de Crimes Ambientais). E a tudo isso, acrescentou,
das atenções mundiais, e apontou como elementos se somam ainda as políticas públicas e a interferên-
catalisadores de interesse três fatores - as enormes cia de ONGs pretensamente ambientalistas, socio-
riquezas naturais do país, a sua extraordinária voca- ambientalistas e indigenistas. “Estado-Maior”
ção para a criação de gado e, acima de tudo, o fato Para o jornalista mexicano, o que está em curso, - União Nacional para a
de abrigar a porção maior da Amazônia continental. inclusive - e principalmente - no Brasil, é uma estra- Conservação da Natureza (UICN);
- Fundo Mundial para a Natureza (WWF),
O presidente da Faepa, Carlos Fernandes Xa- tégia global arquitetada e executada “pelo grande orientado pelo príncipe Charles, do Reino
vier, denunciou, na ocasião, a ação de grupos capital e pelos donos do poder no mundo”. E o Unido, e que teria entre seus dirigentes
o banqueiro Joseph Safra;- World Resources
empenhados na prática de atos ilícitos no Pará e objetivo dessa orquestração, segundo ele, é clara- Institute;

destacou, em especial, a conduta violenta do movi- mente impedir o desenvolvimento do Brasil pela
“Tropas de choque”
mento subversivo denominado MST/Via Campesi- intenção de coibir deliberadamente o avanço de
na. Atuando na ilegalidade, conforme frisou Carlos fronteiras agrícolas, os empreendimentos energéti- - Greenpeace;- Friends of the Earth;
- The Nature Conservancy; - Conservation International -
Xavier, essas organizações prejudicam a produção cos, as grandes obras de infraestrutura econômica Environmental Defense Fund;- International Rivers Network; etc.

agropecuária e criam focos permanentes de ten- e as políticas públicas voltadas para o desenvolvi-
são no meio rural em função de suas motivações mento da Amazônia brasileira. “O que se pretende
“Forças auxiliares”
políticas desvinculadas da questão agrária. Xavier com isso é manter o Brasil num ritmo menor de
reafirmou, também, o compromisso do empresaria- desenvolvimento”, advertiu. :- ONGs jurídicas; - ONGs ambientais empresariais; - ONGs ambientais jornalísticas.

do rural paraense com a agropecuária sustentável, Segundo Lorenzo Carrasco, o Brasil é o país
através de modernos sistemas produtivos que con- do mundo que exige o maior percentual de área
“Patrocinadores’’
templem, a um só tempo, a produção de alimentos preservada nas propriedades agrícolas, enquanto
e a preservação do meio ambiente. na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, os - Governos OCDE: EUA, Canadá, Reino Unido, Alemanha, Holanda, Noruega, Suécia, Bélgica etc.;
- Fundações privadas;- Empresas privadas.
O jornalista mexicano observou, a propósito, produtores cultivam em suas fazendas sem qual-
que as ações criminosas registradas no meio rural quer limitação. “Por que essas ONGs estrangeiras
só acontecem porque há a permissão tácita do go- não lutam pela reconstituição de reserva legal em
verno brasileiro. E isso, completou, não deve nem suas nações de origem, e vêm fazer isso exatamente
mesmo causar admiração, já que há um leque de aqui no Brasil?” - questionou. Para Carrasco, a Amazônia possui vocação industrial e todas as condições necessárias para o seu desnvolvimento. A pirâmide
acima evidencia toda a estrutura de dominação de organizações internacionais para impedir o desenvolvimento da região. É o
que o jornalista chama de ‘Guerra da quarta geração’.

22 23
Artigo Armando Soares

Espelho, diz a
verdade...
Mapa evidencia a desigual distribuição de energia do planeta. Hemisfério sul está no escuro

No Brasil, a questão do meio ambiente, desma- o tempo, amigo maior da sociedade, mostrou com a ência, que pouca importância dá a garantia de ter em
tamento, clima, política ambiental, não é de ordem esquerda no poder, foi que ser contra o período dos sua mesa comida que sustenta a vida. Seria desumano
técnica, mas de ordem político-ideológica e de colo- militares no poder está rendendo benefícios extraor- e irracional se os produtores brasileiros fizessem uma
nização moderna. O interesse da esquerda revolu- dinários, pagos pela sociedade que trabalha, produz e greve e parassem de produzir para despertar o povo
cionária, aquela que morreu com a União Soviética, nada deve à política e políticos. de sua importância no contexto social, econômico e
busca sobreviver no Brasil, acomodada no seio do Insisto na necessidade de a sociedade exigir a reti- político. Se assim não agem é em razão de seu espíri-
ambientalismo, onde encontra oxigênio para se man- rada da máscara que esconde verdades que vêm impe- to de brasilidade e de humanidade, além, é claro de
ter viva e ambiente para combater a livre iniciativa, a dindo que o Brasil tome o rumo desejado, diferente da garantir sua renda do trabalho, sua e das pessoas que
propriedade privada e o Estado de Direito. Essa entre que os políticos desprovidos de ética, moral e brasilida- colaboram para a produção. Fazendo uma comparação
outras razões são favorecidas por um governo de es- de tentam por todos os meios impor a uma sociedade entre produtores rurais e ambientalistas e ongueiros (que
querda que vem permitindo a quebra da soberania lamentavelmente na sua maioria despida de consciên- operam em ONGs), fica fácil verificar a enorme distân-
amazônica, a imobilização de sua economia que mata cia política sadia, razão de sua ignorância cultural. cia de grande parte do povo brasileiro da racionalidade,
o núcleo produtivo, a invasão de propriedades e ou- Meio ambiente lembra a Rio+20 e o Código Flo- em outras palavras, parte do povo brasileiro, onde se in-
tras violências contra quem quer produzir na região, restal. A ausência do presidente dos Estados Unidos, clui artistas de televisão, prefere apoiar o ambientalismo
tudo ao arrepio da lei. As ONGs que se instalaram na Barack Obama; do chanceler da Alemanha, Angela estéril e predador que nada produz a apoiar o produtor
Amazônia, como a Imazon, Greenpeace, WWF, e Merkel; dos primeiros-ministros da Inglaterra, David rural que garante a comida, a vida. O que explica essa
outras, não incomodam os revolucionários de esquer- Cameron, e do Canadá, Stephen Harper, à Confe- anomalia de comportamento? Insanidade?
da, isto porque os meios são os mesmos para ambos, rência Rio+20, os principais responsáveis pelo am- Construir o Código Florestal pelas mãos de um
os fins é que são diferentes. bientalismo mundial predador, reflete o início do fim governo comprometido com interesses estrangeiros e
A “Comissão da Verdade” seria bem vinda ao país de uma estratégia de dominação via meio ambiente, apenas com o Brasil rico do sul, sudeste e centro-oes-
se pudesse ser utilizada, não para revanchismo e bai- decomposição resultante da crise econômica mundial te, é temerário e insensato. A Amazônia nesse contex-
xaria, mas para abrir para a sociedade a verdade da com extensão para o Brasil, crise que apesar de estar to é apenas produto de troca, de comércio e quintal
alcova governamental, da política e do mecanismo escondida dos brasileiros pelo governo, pode causar do Brasil rico, obrigada a produzir energia para man-
da corrupção. Trazer para os nossos dias os excessos profundas feridas na economia e no segmento pro- ter a máquina industrial brasileira funcionando sem
dos militares e dos comunistas em tempo excepcional dutivo. O dia-a-dia atribulado do brasileiro e a mídia nenhuma vantagem econômica. Essa lei – o Código
é perda de tempo, é coisa do passado e enterrada fazem com que os brasileiros esqueçam que tem mi- Florestal - vai ser mais uma das excrecências produzi-
na história, é submeter os militares a uma espécie de lhões de pessoas morrendo de fome no mundo e que, da por um governo antidemocrático.
“Tribunal Popular” para serem condenados por uma graças ao trabalho de produtores rurais brasileiros, o O povo brasileiro tem que forçar o espelho da “fei-
comunidade comunista comprovadamente corrupta, país está livre dessa desgraça. O povo brasileiro é tão ticeira” a dizer a verdade que se esconde nas alcovas
que vem enriquecendo com dinheiro público. O que confiante no trabalho do produtor rural e na sua efici- do governo e de políticos. *Armando Soares é economista. Foi o criador e presidiu por dois
mandatos o Centro das Indústrias do Pará (CIP)

24 25
Aconteceu
Fotos: Edinelson Alves

37° Encontro Ruralista recebeu os cientistas


Ricardo Felício, Luiz Molion e Lorenzo Carrasco

O segundo dia do 37° encontro ruralista realizado


pela Federação da Agricultura e Pecuária do Pará – FA-
nanciadas pelo poder público.
O jornalista afirma que a ação desses grupos tem
do homem como dizem. “Quem influencia no clima
primeiramente é o sol depois os movimentos da terra,
“Nesses 37
anos
vimos muitos avanços
EPA, em Belém, contou com a participação de cientis- a intenção de coibir o avanço de fronteiras agrícolas, os raios cósmicos e as nuvens. Não o homem”.
tas renomados como o Professor Dr. em climatologia energéticas e outras políticas que ajudem no cresci- Para Xavier, essa edição do encontro ruralista é
e transformações. Sa-
do Departamento de Geografia da Universidade de mento da Amazônia. Ele questiona que o Brasil é um grande avanço. Dos 144 representantes dos sin-
bemos que precisamos
São Paulo (USP), Ricardo Augusto Felício, e o profes- o país com maior percentual de área preservada nas dicatos, 131 compareceram. “Nesses 37 anos vimos ainda de muito, mas
sor e Dr. em Metodologia da Universidade Federal de propriedades agrícolas e que países que falam da pre- muitos avanços e transformações. Sabemos que pre- sentimos que estamos
Alagoas (UFAL), Luiz Carlos Molion. O evento, que servação como a Holanda, sede do Greenpeace, não cisamos ainda de muito, mas sentimos que estamos no no caminho certo”
ocorreu no último dia 6 de junho, debateu sobre mu- possuem sequer legislações ambientas. caminho certo”, pontuou. Carlos Xavier
danças climáticas, desenvolvimento sustentável, Rio + Molion afirma que a Amazônia possui várias for-
20 e questões do próprio Estado do Pará. mas de se desenvolver, em especial o Pará, que tem
De acordo com o presidente da FAEPA, Carlos grandes laboratórios como a plantação de arroz, mi-
Xavier, o intuito principal do evento foi gerar conheci- lho e uma variedade de animais ornamentais que po-
mento para avançar no desenvolvimento do Pará. Ele deriam ser vendidos. “É lamentável que um país com
afirma que a realidade do estado é bem diferente da uma grande diversidade não aproveite a sua riqueza
imagem que passam de devastação e a região possui por causa de políticas públicas”, questiona.
apenas 24 % do seu território alterado pelo homem. Outra questão levantada pelo Metodologista é
Outro ponto que o presidente destacou é que o que o aquecimento global não existe, que foi criado
estado é rico e possui um grande potencial, mas 40% apenas para manipular a economia. “Nós últimos 15
da população ainda sobrevive abaixo da linha da po- anos, a temperatura se manteve e, daqui a pouco, vai
breza. “Você não faz transformação social sem co- ocorrer novamente o resfriamento da Terra. Não te-
nhecimento, por isso, trouxemos aqui estes cientistas mos atividades duradouras”, afirma.
para esclarecer e orientar os sindicalistas para ajudar Felício é categórico em falar que o aquecimento
no nosso avanço”. Comenta Xavier. global não existe, e ainda vai além, diz que o gás car-
O jornalista e consultor internacional Lorenzo bônico não polui o meio ambiente, que as calotas de
Carrasco, um dos palestrantes do dia, enfatizou essa gelo não vão descongelar e que a Rio + 20 será um
questão e falou que a falta de conscientização da po- fracasso. “Isso tudo é uma farsa! Por trás de tudo isso
pulação que vive no Brasil contribui para o atraso do existe um grande mercado. As ONGs que defendem
seu desenvolvimento. Ele garante que essa situação essa preservação são apenas braços do governo”,
ocorre por conta da abertura para grupos ambientalis- pontua.
tas nacionais e internacionais, ou seja, para as ONGs O climatologista afirma que todos os fenômenos O presidente da Faepa, Carlos Xavier, ressaltou a importância em gerar conhecimento visando o desenvolvimento da região.
ambientais, socioambientais e indigenistas que são fi- da natureza vão sempre ocorrer e que não é culpa
Foto: Hamilton Oliveira

26 27
Artigo Luiz Carlos Baldicero Molion

Contribuição das Queimadas na


Amazônia para o Clima Global

Foto: Hamilton Oliveira


A radiação solar atravessa as camadas da atmosfera e ratura média global diminuiu nesse período. A tempera- estimada corretamente e 100% de eficiência na quei-
boa parte dela é absorvida pela superfície terrestre, que tura global aumentou a partir daquele último ano, mas, ma e emissão de carbono,que é irreal, seria cerca de
se aquece. Esta, por sua vez, emite radiação infraverme- desde 1998, a temperatura tem se mantido estável, em- 0,12 GtC/a, um terço da estimativa publicada. Segun-
lha (IV) que é absorvida por gases constituintes minori- bora a concentração de CO2 tenha aumentado gradati- do o INPE/MCT, em 2005, a área desmatada foi 18
tários da atmosfera, como vapor d’água, gás carbônico vamente atingindo 390 ppm. Como se pode perceber, mil km2 e, em 2010, foi inferior a 7 mil km2. Mesmo
(CO2) e metano (CH4), os chamados gases de efeito- a temperatura global não é controlada pelo CO2 e, sim, considerando os valores superestimados, as emissões
-estufa (GEE), e re-emitida em direção à superfície Essa o contrário, a concentração de CO2 no ar aumenta de- amazônicas deveriam ter se reduzido, proporcional-
é a definição do efeito-estufa e seria a explicação para pois de a temperatura do ar aumentar. mente, a 40% das emissões estimadas oficialmente em
o ar adjacente à superfície ser mais quente que o das Os fluxos naturais de CO2, dos oceanos, vegeta- 2005 (0,14GtC/a), ou seja, 0,07% dos fluxos natu-
camadas superiores da atmosfera. Assim sendo, quanto ção e solos para a atmosfera, estão estimados em 200 rais que apresentam uma incerteza de ±20% (±40
maior a concentração dos GEE, maior seria a absorção bilhões de toneladas de carbono por ano (GtC/a), GtC/a). A estimativa seria ainda menor se for conside-
da radiação IV emitida pela superfície e mais quente fi- com uma incerteza de ± 40 GtC/a (20%). As ati- rado que a maior parte do carbono está nas grandes
caria o planeta. Ou seja, maior injeção de CO2 e CH4 vidades humanas emitem cerca de 7 GtC/a, ou seja, árvores, que não são queimadas e, sim, retiradas e
na atmosfera tenderia a intensificar o efeito-estufa, que cerca de 3% dos fluxos naturais. Portanto, as emissões vendidas. E o mercado consumidor é externo ao país!
é o argumento fundamental do Painel Intergovernamen- antrópicas globais são ínfimas, desprezíveis em face É de conhecimento geral que a Floresta Amazônica
tal de Mudanças Climáticas (sigla em Inglês: IPCC) para da incerteza quanto aos fluxos naturais. Segundo o viva retira da atmosfera, por meio da fotossíntese, pelo
justificar que foram as emissões de carbono, procedentes inventário brasileiro de GEE (MCT, 2009), estima- menos 10% de todo carbono emitido pelas atividades
da queima de combustíveis fósseis e de florestas, respon- -se que tenham sido emitidas 0,6 GtC/a em 2005, humanas, contra uma estimativa realista de emissão por
sáveis pelo aquecimento global observado nos últimos ou seja, 0,3% do fluxos naturais. Desses, foi dito que queimadas de 0,7%, um saldo deveras positivo. Somos
50 anos. Essa afirmação é questionável ! 80% foram provenientes das atividades agrícolas e contra o desmatamento e o Estado do Pará tem dado
As análises das bolhas de ar aprisionadas no gelo de mudanças no uso dos solos em todo território nacio- exemplos disso. Não somos contra pelo CO2 que as
Vostok (Antártica) revelaram que as temperaturas de nal, dos quais 58% foram a parcela de mudanças no queimadas emitem, pois o CO2 não controla a tempe-
130 mil, 240 mil e 340 mil anos atrás estiveram 6°C a uso da terra e florestas, correspondente a 0,35 GtC/a, ratura global e não pode provocar mudanças climáti-
10°C mais elevadas que as atuais, porém as concentra- isto é, cerca de 5% das emissões antrópicas em todo cas. Mas sim, pela perda de biodiversidade em nossas
ções de CO2 eram inferiores a 300 partes por milhão planeta. Esse número está superestimado, pois utiliza ricas florestas e pelo impacto que o desmatamento cau-
(ppm). Nos últimos 150 anos, registros de temperatura uma densidade de biomassa na floresta igual a 430 sa no meio ambiente local, em particular a erosão dos
indicaram que temperaturas mais altas ocorreram na dé- toneladas por hectare (t/ha), quando a região que está solos e o assoreamento dos rios. Todo agricultor sabe
cada de 1930, também com concentrações de CO2 in- mais sujeita ao desmatamento, o sul da Amazônia, que o solo é seu grande recurso, seu grande aliado, e
feriores a 300 ppm. Devido à intensificação da atividade tem uma densidade de biomassa de cerca de 150 t/ que tem de protegê-lo para continuar a plantar, colher Luiz Carlos Baldicero Molion é PhD em meteorologia e membro do
industrial pós-guerra, as emissões de CO2 aumentaram ha, ou menor. Portanto, um número mais próximo da e contribuir para alimentar 7 bilhões de seres humanos grupo gestor da comissão de climatologia, organização meteorológica
significativamente entre 1945 e 1976, porém a tempe- realidade, admitindo que a área desmatada tenha sido existentes no planeta Terra! mundial

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Entrevista Luiz Carlos Baldicero Molion

“A mentira climática e suas


consequências”.
A problemática do Aquecimento Global acompa- nologia precisaria ser revisada. Na realidade, o ar é tes aos da década dos anos 1950 e 1960, quando estamos vivendo, os últimos 15 mil anos, a História
nha as últimas gerações como um fantasma que pro- aquecido por contato com a superfície quente (con- ocorreu um resfriamentos dos oceanos. está cheia de exemplos que mostram que civiliza-
fetiza - em sussurros sistemáticos e assombrosos - um dução de calor) e por convecção (transporte da mas- ções, como Assírios, Babilônios, Egípcios, Minoanos,
apocalipse destrutivo planejado para um futuro bem sa de ar aquecido). A absorção de radiação infraver- RPR: Qual sua avaliação sobre as informações Romanos, Gregos, Persas, progrediram com o clima
próximo, como resultado das ações nocivas do ho- melha (IV) pelos gases de efeito estufa (GEE), como estampadas nas mídias e vitrines europeias, quanto à quente, enquanto outras desapareceram com clima
mem em relação a natureza. o CO2, é ínfima. Em outras palavras, no que se refere emissão de CO2 dos carros? frio. Portanto, clima quente é benéfico para a huma-
Hipóteses lendárias correlacionando a emissão ao balanço de energia da atmosfera, eliminando-se nidade. No último ligeiro resfriamento global entre
de poluentes e o desmatamento com o superaque- totalmente o CO2 de nossa atmosfera, a temperatura Molion: O problemas dos combustíveis automotivos 1947-1976 (0,2°C), o Hemisfério Norte teve proble-
cimento do planeta ganharam, nos últimos tempos, a do ar próximo à superfície seria a mesma, não ha- - em particular o diesel - não é o CO2, e sim o en- mas socioeconômicos severos. Nesse período, o Bra-
desconfiança de vários especialistas e pesquisadores veria mudança detectável pela instrumentação atual. xofre nele contido e o material particulado emitido sil também apresentou invernos frios, com frequência
da área. A Revista Pará Rural conversou com o mete- Vai ser muito difícil reverter essa situação, pois ela é pelos motores. O enxofre combina com a umidade maior de geadas no sul/sudeste. Um exemplo foi a
orologista Luiz Carlos Molion, professor da Universi- dominada pelos segmentos da sociedade que tem in- atmosférica e produz gotículas (aerossóis) de ácido erradicação do cultivo do café no oeste do Paraná,
dade Federal de Alagoas e representante dos países teresse no AGA por um lado e, por outro, pela falta sulfúrico que, juntamente com o material particulado cujo golpe final foi dado pela geada de julho de 1975.
da América do Sul na Comissão de Climatologia da do conhecimento científico ou de interesse em ana- (fuligem), afetam a saúde dos seres humanos que vi- Para mim, em resumo, toda essa histeria do aque-
Organização Meteorológica Mundial (OMM). lisar o fenômeno com maior rigor científico. Minha vem em grandes centros urbanos. cimento global foi apenas uma potencial crise energé-
preocupação maior é que essas afirmações, sem com- tica que os países industrializados anteviam e não cri-
Revista Pará Rural: Como é conviver em um am- provação científica, como “o homem aquece o clima RPR: O CO2 não é um aerofertilizante? se climática. Em 1973, houve o primeiro choque do
biente dito científico, catedrático, se exatamente deste do planeta”, “o homem destrói a camada de ozônio”, petróleo, e se dizia que já tínhamos consumido 60%
meio surgiu o grande engodo do aquecimento global? já estão nos livros das criancinhas (ensino fundamen- Molion: Correto! CO2 é o gás da vida! Na hipótese do petróleo existente no mundo. Os países industriali-
tal e médio). Não se pode colocar “hipóteses” nesses absurda de eliminarmos o CO2 deste planeta, a vida zados, notadamente o G7, decidiram lançar e manter
Luiz Carlos Molion: Sou criticado pelos “cientistas” que livros. Isso não é educação e sim lavagem cerebral! acabaria. Homens e animais dependem das plantas a hipótese de que o CO2, contido nos combustíveis
fazem parte da fraude do Aquecimento Global Antropo- para se alimentarem. E plantas produzem alimentos fósseis, aumentava a temperatura global, com consequ-
gênico (AGA) e alguns deles ocupam lugar de destaque RPR: Estamos, na verdade, em um resfriamento via fotossíntese. Ou seja, retiram esse vilão (CO2) do ências ambientais desastrosas, para evitar que os outros
no atual governo. Por outro lado, tenho apoio, muitas global? Quais são essas evidências? ar e, em presença de luz e disponibilidade de água, países, ao se desenvolverem e sua população alcan-
vezes não ostensivo, de boa parte da comunidade cien- produzem fibras, amidos e açucares, dos quais nos çar uma qualidade de vida semelhante a deles, con-
tífica envolvida com estudos climáticos, que inclui geó- Molion: O sol, a fonte primária de energia para o alimentamos. Inúmeros experimentos agronômicos sumissem o escasso petróleo existente. São 42 países
grafos e engenheiros ambientais. Ao submeter projetos planeta, está entrando em um mínimo de atividade mostraram que, quando se dobrou a concentração que têm o índice de desenvolvimento humano (IDH)
e artigos, também sofro retaliações, particularmente se do ciclo de 90-100 anos , mínimo que deve persistir do CO2, as plantas aumentaram em 30% a 50%, em adequado. Faltam os restantes 160 países do globo, in-
esses caem nas mãos dos que defendem o AGA. pelos próximos 22 anos. Ou seja, os dois principais média, sua produtividade. Quanto mais CO2 tiver no cluindo o Brasil, atingirem o padrão adequado. Redu-
controladores do clima global, o Sol e os oceanos, es- ar, melhor para a humanidade. zir as emissões não afetará o clima, já que o CO2 não
RPR: Sobre o efeito estufa, como reverter todas tão indicando que há maior probabilidade de termos controla o clima global e as emissões antrópicas cons-
estas mentiras ditas nos livros escolares, enciclopé- um resfriamento global nesses próximos 20 anos. Esse RPR: Temperaturas maiores não favorecem a tituem uns míseros 3% dos fluxos naturais de carbono.
dias, meios de comunicação, etc? resfriamento vai se manifestar por meio de invernos vida? A produção de alimentos? Não teríamos que Porém, reduzir emissões significa gerar menos energia
mais rigorosos, como já aconteceu no Hemisfério ficar felizes com o propagado aquecimento? elétrica, a mola propulsora do mundo moderno, e con-
Molion: O efeito estufa, como descrito nos livros di- Norte nesses três anos passados. O Brasil também denar esses 160 países à miséria eterna, aumentando
dáticos e pelo IPCC, é questionável e sua fenome- deverá sofrer com invernos mais rigorosos, semelhan- Molion: Certamente! Nesse presente interglacial que as desigualdades existentes no mundo atual.

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Matéria
O EFEITO ESTUFA É O VILÃO DO AQUECIMENTO GLOBAL

PhD em metereologia garante: É uma física impossível, não existe um conceito cientifico que justifique esse efeito. A terra
tem essa temperatura por causa da sua atmosfera. Ela recebe energia do sol que interage com a

CO2 não é o vilão do aquecimento


atmosfera.

O aquecimento observado é natural ou antropo-


gênico? A questão é objeto de análise do pesquisador
brasileiro Luiz Carlos Baldicero Molion em estudo
fração do efeito estufa atual, algo em torno de 0,12%.
“Na realidade”, afirma Luiz Carlos Molion, “o gás car-
bônico não é ‘antropogênico’ e nem o vilão causador
Mais de 97%
das emissões
de gás carbônico são naturais,
intitulado “Considerações sobre o aquecimento glo- da intensificação do efeito estufa. É um gás natural e, provenientes dos oceanos, da
bal antropogênico”. Membro do Grupo Gestor da graças a ele, plantas fazem fotossíntese, produzindo vegetação e dos solos, caben-
Comissão de Climatologia da Organização Meteoro-
lógica Mundial, o renomado cientista aponta o aque-
cimento e as mudanças do clima como resultados de
açúcares, amidos e fibras que mantêm vivos outros se-
res heterotróficos”. E completa: “Ou seja, ele é um dos
gases responsáveis pela vida na Terra!”
do ao homem menos de
3%.
processos naturais. Ou seja: o aquecimento existe, se- Outro eminente cientista a defender o dióxido de
gundo Luiz Carlos Molion, mas não provocado pelas carbono – ou gás carbônico – é o professor Ricardo
ações do homem, mas como fenômeno cíclico natu- Augusto Felício, docente e pesquisador do Departa-
ral. Tão cíclico que os próximos anos deverão trazer mento de Geografia da Universidade de São Paulo.
uma queda progressiva da temperatura terrestre, com Graduado em Ciências Atmosféricas - Meteorologia
moderado resfriamento do planeta. pela USP, mestrado em Meteorologia pelo Institu-
Destaca Luiz Carlos Molion que, no Sumário para to Nacional de Pesquisas Espaciais e doutorado em
Formuladores de Políticas do IPCC (Painel Intergo- Geografia Física também pela USP, Ricardo Augusto
vernamental sobre Mudanças Climáticas), o gás car- Felício é hoje um dos mais respeitados cientistas bra-
bônico é apontado como o principal gás antropogêni- sileiros, dentro e fora do país.
co. Afirma-se também que a concentração desse gás, “A coisa mais absurda que existe é associar a
observada em 2005, foi a maior ocorrida nos últimos presença do gás carbônico com eventuais mudan-
650 mil anos. O aumento da concentração de gás ças do clima. Ele não tem nenhuma influência nis-
carbônico nos últimos 150 anos, conforme observou so”, afirma Ricardo Felício, acrescentando que, ao
o pesquisador, foi atribuído às emissões por queima contrário do que propagam os ‘aquecimentistas’,
de combustíveis fósseis e mudanças do uso da terra. nós estamos passando por uma era do planeta em
As coisas, porém, não são bem assim, coforme con- que se tem a taxa mais baixa de CO2 na atmosfera.
cluíram dois grandes estudiosos da matéria, os profes- E mais: a Terra já teve, segundo ele, dez vezes mais
sores Monte Hieb e Harrison Hieb. Esses pesquisa- gás carbônico do que a taxa atual e mesmo assim
dores sustentam que mais de 97% das emissões de gás ela estava numa bola de gelo, o chamado iceball.
carbônico são naturais, provenientes dos oceanos, da “Quer dizer, o dióxido de carbono não controla
vegetação e dos solos, cabendo ao homem menos de nada, ele não tem nada a ver com o clima”, finaliza Ao contrário do que se divulga durante anos, o homem não é o principal emissor de gás carbônico na atmosfera e não há nenhuma
comprovação científica de que o CO2 influencie no chamado ‘efeito estufa’.
3%, parcela que seria responsável por uma minúscula o pesquisador, em tom categórico.

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Na Mídia

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