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Nome: Inês Schmitz Wessling da Silva 1 .

 
Título do Trabalho: Ética na pesquisa: uma abordagem do filme “Cobaias” 
Forma de Apresentação: Painel 
Palavras­Chave: 
Profa. Dra. Lázara Pereira Campos Caramori 1 .  1 Centro Universitário Filadélfia – UniFil 
Londrina, PR, Brasil. 

Atualmente  é  muito  comum  a  utilização,  em  salas  de  aula,  de  recursos 
audiovisuais tais como vídeos, documentários e animações. Também têm sido 
utilizados  filmes  comerciais  para  introduzir  a  discussão  sobre  temas  pouco 
conhecidos, como valores morais e éticos, e o papel dos sujeitos envolvidos na 
construção  do  conhecimento  científico.  Um  dos  filmes  mais  utilizados  para 
suscitar essa discussão, no meio acadêmico ou no treinamento dos comitês de 
ética  em  pesquisa,  tem  sido  o  filme  “Cobaias”  (Miss  Ever’s  Boys).  Ele  reflete 
muito  bem  os  aspectos  éticos  envolvidos  no  projeto  de  pesquisa  conhecido 
como  Estudo  Tuskegee,  realizado  em  seres  humanos  no  período  de  1932  a 
1972,  pelo  Serviço  de  Saúde  Pública  dos  Estados  Unidos da  América.  Nesse 
estudo  uma  comunidade  negra  do  Estado  do  Alabama,  de  aproximadamente 
400  negros,  foi  utilizada  como  cobaia  num  experimento  sobre  a  evolução  da 
sífilis não tratada. Essas pessoas nunca foram informadas que tinham sífilis e 
tiveram  o  tratamento  negado  mesmo  depois  da  descoberta  da  penicilina.  O 
estudo foi patrocinado pelo governo americano e só foi interrompido quando a 
imprensa trouxe a público, causando protestos indignados do povo americano. 
De acordo com o primeiro item do Código de Nuremberg, elaborado em 1947, 
o consentimento voluntário é pré­requisito essencial para a participação do ser 
humano  em  pesquisas  médicas.  O sujeito  de  pesquisa  deve  receber  todas  as 
informações necessárias para exercer sua autonomia e decidir se participa ou 
não,  sendo  responsabilidade  do  pesquisador  a  qualidade  do  consentimento. 
Mas à comunidade negra de Macon County foi negado esse direito, pois nunca 
foram informadas que estavam sendo usadas como sujeitos de pesquisa. Elas 
acreditavam  que estavam  sendo tratadas  da  doença  do “sangue ruim”.  Como 
compensação,  eram  avaliadas  periodicamente  pelo  médico,  recebiam  uma 
refeição  quente  no  dia  dos  exames  e  o  pagamento  das  despesas  do  funeral. 
Fica claro, portanto, que o Código de Nuremberg não foi suficiente para impedir 
o abuso nas pesquisas médicas envolvendo seres humanos. 
Palavras­chave: Bioética, Ética em pesquisa, Filmes

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