Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A sociologia compreensiva tem como fundamento básico a interpretação da ação social como
objeto de estudo, ou seja, entender o significado e sentido subjetivo do mesmo. Weber é um
pensador multicausalista, já que considera que o que governa a conduta dos homens são os
interesses, sejam estes materiais ou ideais; ou seja, que nem um nem outro podem ser
tomados à priori, nem para todos os casos como determinantes. Além disso, é individualista
quanto ao método, onde ações produzidas por coletivos como grupos ou Estados não existem
por si só, mas sim ações individuais de seres agindo de forma organizada.
Os tipos ideais não devem ser considerados como uma hipótese, mas sim como um
instrumento para analisar feitos históricos e acontecimentos concretos. É, portanto, uma
ferramenta conceitual, uma abstração, uma construção mental que não pode ser localizada
empiricamente em nenhum lugar da realidade por que se estrutura a partir do extremismo de
um ou mais cortes observáveis da realidade e por uma grande quantidade de fenômenos
concretos individuais acentuados de maneira unilateral em uma construção analítica
justificada.
Weber diz que através da ação de um indivíduo toda a estrutura social que o permeia é
afetada. A individualidade existe, porém como todos os estudos sociológicos, se baseia na
subjetividade. Todo ato humano tem um fim, embora o indivíduo que o executa não seja
completamente consciente disso, assim como as pessoas externas que influenciam a ação do
ator social principal têm um propósito diferente para o que poderia ser o fim do ato social.
A partir do momento em que o indivíduo se conscientiza dos seus atos e das reações que estas
provocam, passa a ser uma parte móvel da sociedade e adquire um poder especial em seu
redor, uma vez que a consciência sobre a ação é muito diferente do ato inconsciente, embora
tenha validade frente à sociologia.
A ação social se define como uma confuta humana dirigida ao outro, como um fato dinâmico e
variável que adota uma “conexão de sentido” diferente de onde Weber identifica tipos de
ação social em todos dos componentes racionais e irracionais. Portanto, a obra de Weber
busca compreender a ação social e a relação social a partir do conceito da racionalidade.
Weber identifica quatro tipos de ação social em relação ao componente racional e irracional e,
a partir disso, analisar a ação social a partir da racionalidade do mesmo, pelo qual se pode
afirmar que o método da sociologia compreensiva é racionalista. Os tipos de ação social se
definem como a que busca um fim ou fins específicos (objetivo), a orientada ao cumprimento
de valores (objetivo), a determinada pela tradição (subjetiva) e a afetiva (subjetiva). Os tipos
ideais constituídos por Weber são tipos conceituais puros e muito raramente a ação,
especialmente a social, está orientada exclusivamente por apenas um destes tipos.
Os tipos ideais servem para indagar quanto a realidade histórica se afasta deles e como, nesta
realidade, ações concretas são apresentadas como possíveis misturas de fatores racionais,
como emocionais e tradicionais. Propondo estas generalizações, o autor tem o objetivo de
desenhar um método histórico-comparativo para estudar a particularidade e a universalidade
do fato social. Estes tipos ideais são também utilizados por Weber para definir modelos de
dominação, onde o autor define modelos de dominação racional-legal, tradicional e
carismática para legitimar a dominação, seja de um indivíduo, um grupo ou uma entidade
sobre outro.
Weber distingue, desta forma, que o ser humano que caracteriza o sistema capitalista não é o
mesmo que o ser da sociedade feudal, devido ao fato que a mudança na mentalidade gera
neste uma forma racional de ação, fazendo com que percam o afeto e a sensibilidade que
mantinham o sistema anterior. Em suma, se assume que o homem tende a reagir
racionalmente em relação a fins.