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1.

OS ORIXÁS
Tratando da semana do culto, Manoel Querino menciona o seguinte:

Segunda-feira – Omolú
Têrça-feira – Nanã
Quarta-feira – Iansan e Xangô
Quinta-feira – Oxóssi e Ogún
Sexta-feira – Oxalá
Sábado – Yemanjá e Oxun

Manoel Querino, todavia reconhece que essa distribuição é adotada apenas por uma
parte dos terreiros da Bahia. A verdade é que a semana aceita em todo o Brasil é a que
damos na página 53.
Vamos, agora, citar alguns detalhes relativos aos orixás. Há muitas lendas sôbre os
orixás, emprestando-lhes paixões humanas. Mas os orixás são espíritos angélicos, que
nunca encarnaram.

OXALÁ – Oxalá é o Obatalá, da trindade primitiva. Chamam-no de Olissassa, em


Gêge. Oxalá é denominação nagô. Em nagô alguns o invocam ora como Orixá-Babá
(Santo Pai) ora como Babá-Ôkê (Grande Pai). Em Angola: Cassumbecá. Alguns
dizem: Cassité (chefe, cabeça maior).
OLÔRÚN – O Senhor Supremo, Deus, em Nagô. Em Angola: Zâmbi; em Congo:
Zâmbi-ampongo.
BESSÉN – denominação gêge de Oxún-Marê
OSSÃE – Divindade da fôlha. Corresponde ao Caipora (tupi) que só tem uma perna..
Ossãe nunca se manifesta.
IRÔCO – Divindade da árvore. Diz-se que Irôco aparece à noite, num bambuzeiro,
aumentando e diminuindo de tamanho. Dá consultas, prevê o futuro e diz o que deve ser
feito. Faz-se cerimônia no pé de Lôco, que é a gameleira branca.
XANGÔ – Quando o orixá baixa no terreiro todos os presentes se curvam, estendem as
mãos para o chão e exclamam: “Caô, cabecilhe”, cuja tradução é a seguinte: “Olhamos
e curvamos a cabeça”.
IFÁ – É da trindade divina de Umbanda. Corresponde ao Espírito Santo. É representado
por dois vasos, contendo cada um 16 frutos de dendê que apresentem sòmente quatro
olhos ou sinais de orifício. O babalaô sacode os frutos nas mãos, de um lado para outro.
Os frutos vão caindo, um a um. À medida que caem, o babalaô vai traduzindo o que
significam e no fim, resume a profecia do Ifá. As mulheres não podem trabalhar com os
ifás, mas apenas com o jôgo de búzios.
EXU – Denominação nagô do agente mágico universal. Chama-se Alvaiá em Angola.
Em Kêtu: Embarabô. Em Congo: Bombonjira. Em Gêge: Legbá. O sincretismo Gêge-
Angola deu os seguintes pontos de Exu:

1. Exu Barabô

Embarabô ê mmôjubá
Embarabô ê mmôjubá
Já mandei levar ebó

2. Exu Tiriri
Inã inã môjubá
Exu môjubá

IANSAN – Iansan é orixá de fôrça espiritual para as tempestades e os casos


sentimentais. É muito procurada uma pedra de Iansan que cura – o iagongô, Basta
aplicá-la na região afetada do doente.

2. ORIXÁS DO NAGÔ, DO GÊGE, DO CONGO

A “COLEÇÃO RECÔNCAVO”, DE Salvador, editou em 1951 uma excelente


monografia de Pierre Verger, sob o título “Orixás”. Na concepção nagô, os orixás são
imateriais, são fôrças que só podem se manifestar e expressar através de certos sêres de
sua escolha, os iaôs, os “filhos de santo”.
Por se tratar de matéria de alto interêsse, da parte dos que se dedicam ao estudo e prática
da Lei de Umbanda no Brasil, transcrevemos, na íntegra, o que diz Pierre Verger sôbre
os orixás do Nagô, na Bahia.

EXU
Chamado familiarmente “O compadre”. Mensageiro dos outros Orixás, malévolo e
fàcilmente irritável. É simbolizado por um montículo de terra no qual estão fincado
ferros, lanças e tridentes. Devido seu caráter e suas condições de mensageiro dos outros
Orixás, para assegurar suas boas braças, recebe os sacrifícios antes que ninguém.
É erradamente sincretizado com o diabo, pois Exu, convenientemente tratado, trabalha
para o bem. Suas contas são pretas e vermelhas. Seu dia, segunda-feira. Gosta de
receber

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