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Adoração nada mais é do que a admiração excessiva por algo ou alguém¹. Nós
somos admiradores por natureza, admiramos um bom filme, um bom livro, uma comida
gostosa, admiramos a pessoa amada, um pôr-do-sol alaranjado, uma selfie no Instagram.
A adoração está tão presente em nossas vidas que parece que foi escrita em nosso DNA.
Fomos feitos para isso, por isso é acordar para a realidade. De fato, esse é nosso
propósito, fomos criados para glorificar a Deus (Rm 10.36). Entenda que glorificar, dar
glória a Deus não é tornar Deus mais glorioso, como se ele sofresse de alguma carência
e que precise de ser paparicado. Deus é o ser mais magnífico e sublime que existe.
Glorificar é reconhecer a glória, a beleza infinita de Deus e fazê-la conhecida no mundo.
Quanto mais você conhece esse Deus, o Todo poderoso Criador dos céus da terra, o ser
mais incrível que existe, não há como não admirá-lo. E quanto mais eu conheço esse
Deus, mais admirado eu fico. E o que todos fazemos quando vemos algo que
admiramos? Nós louvamos. Louvar é elogiar, colocar em local de destaque, reconhecer
a glória de algo. Quando você vê um bom filme ou lê um bom livro, sente uma
necessidade quase visceral de elogiar e compartilhar aquilo com todos que o cercam,
para que todos percebam o quão legal aquilo é também. A mesmíssima lógica se aplica
a Deus, faz sentido?
Jesus declarou que Deus está em busca daqueles que o adorem ² “em espírito e em
verdade” (Jo 4.23), Ele é quem busca, atrai, persuade. A adoração humana é uma
resposta a essa iniciativa divina ², porque Deus realiza em nós uma espécie de
transplante de coração, troca o coração de pedra por um de carne (Ez 36.26). Algo
incrível acontece dentro de nós quando o Espírito d’Ele toca o nosso espírito, isso nos
permite perceber a beleza indescritível de Deus ³, porque antes estávamos cegos por
conta do pecado. E essa percepção gera em nós uma admiração tão grande que flui
externamente na forma de louvor. O significado básico da palavra hebraica que
traduzimos por adoração é “prostrar”, isso quer dizer que uma adoração envolve
manifestações externas, reconhecemos a grandiosidade de Deus (glorificar) e o
admiramos por isso (adorar), portanto, nos prostramos (reconhecimento) diante d’Ele e
o louvamos.
Um dos maiores ensinamentos de Jesus foi pregado a uma mulher adúltera de Samaria.
Em João 4, Jesus nos ensina uma das maiores lições a respeito de adoração. Quando a
mulher, preocupada com o local eles deveriam adorar, Jesus ensina que não onde, mas
como e a quem adorar. Deus se preocupa não com o lugar, mas como e quem você
adora. A quem devemos adorar? Nos capítulos finais de Apocalipse, é dito a João,
prostrado aos pés do anjo, que ele deve adorar a Deus 5 e o próprio Jesus em Mateus 4
nos diz que devemos adorar somente a Deus 5 .
E o como? Em espírito quer dizer com toda a nossa alma, mente, sentimentos,
emoções e desejos. E em verdade quer dizer que deve ser feita em harmonia com a
verdade 6 . Quem disse que ele é a verdade? Lembrados de alguém? (Jo 14.6). Jesus
Cristo é dirigente da adoração 7. Uma adoração cristocêntrica nos diz que somente em
Cristo é que temos paz com Deus, somente por meio de Jesus é que podemos nos
achegar a Deus e dizer o quão santo Ele é.
Mas porque manter a adoração como disciplina? Primeiramente porque fomos criados
para isso 8. Em segundo lugar, a adoração é um meio ordenado de agir e viver, que nos
põe diante de Deus de modo que Ele possa transformar-nos 8. Se a adoração não nos
transformar, ela não é adoração.
Deus ordena nossa adoração não por vaidade. Mas, porque Ele sabe que nós nos
tornamos parecidos com aquilo que adoramos. O propósito de Deus é que todos
sejamos como a imagem de seu Filho 9 (Rm 8.29), Jesus, o qual é a imagem do Deus
invisível (Cl 1.15). A evidência de que eu tomei um bom banho é que eu saí mais limpo
dele, não é? A evidência de uma adoração verdadeira é se eu sair dela mais parecido
com Cristo.