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FACULDADE UNYLEYA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
GESTÃO DE DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES
JOÃO PESSOA
2017
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FACULDADE UNYLEYA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
GESTÃO DE DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES
JOÃO PESSOA
2017
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Aprovada por:
_____________________________________________________
Prof. Paulo Renato Lima – Faculdade UnYLeYa
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AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
2 REFERENCIAL TEÓRICO..................................................................................... 14
3 CONCEITOS E PRINCÍPIOS ARQUIVÍSTICOS NORTEADORES ....................... 16
3.1 CONCEITOS BÁSICOS DA ARQUIVOLOGIA ................................................ 16
3.2 PRINCÍPIOS ARQUIVÍSTICOS: O FUNDAMENTO DA ARQUIVOLOGIA
COMO CIÊNCIA .................................................................................................... 19
4 MUNÚS PÚBLICO COM A GESTÃO DOCUMENTAL COM BASE NA
LEGISLAÇÃO ARQUIVÍSTICA ................................................................................ 21
5 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INFORMAÇÃO NO BRASIL ..................................... 27
5.1 POLÍTICAS PÚBLICAS: O QUE SÃO? QUEM SÃO SEUS AGENTES? E
COMO SÃO ELABORADAS? ................................................................................ 27
5.2 POLÍTICAS PÚBLICAS: TRADUÇÃO DA LEGISLAÇÃO ARQUIVÍSTICA EM
AÇÕES CONCRETAS ........................................................................................... 30
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 35
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39
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1 INTRODUÇÃO
informação caracterizada pelo anseio por informação e comunicação, uma vez que
as tecnologias da informação provocaram uma ruptura dos limites geográficos e
deram início ao processo de globalização da informação. Matterlat (2002, p.7) expõe
que “a noção de sociedade global de informação é resultado de uma construção
geopolítica”.
Diante desta conjuntura, a informação exerce protagonismo no
desenvolvimento socioeconômico em países de economia emergente ou
desenvolvida. Segundo Castells (2001 apud GOUVEIA, 2004) ‟a sociedade da
informação é um conceito utilizado para descrever uma sociedade e uma economia
que faz o melhor uso possível de Tecnologias de Informação e Comunicação no
sentido de lidar com a informação, e que toma esta como elemento central de toda
atividade humana”.
Consoante a cenário este, Miranda (2000) discorre sobre a importância da
informação na tomada decisão em diversas esferas e sobre o funcionamento da
sociedade em rede.
informação. Jardim (2010) apresenta que a literatura sobre esse tema é escassa e
insuficiente para subsidiar a formulação, implantação e avaliação de políticas
públicas arquivísticas. Esta lacuna precisa ser preenchida com urgência, pois a
produção científica pode ajudar na elucidação desta problemática através de um
debate capaz de propor iniciativas a curto, médio e longo para Administração Pública
Direta e Indireta.
Diante do cenário exposto, o presente estudo se propôs a responder ao
sequente questionamento: Qual a função do Poder Público na Gestão Documental e
como se desenvolvem as políticas Públicas de Informação?
À vista da questão formulada, foi proposto como objetivo geral levantar
elementos científicos que apresentem o real papel da administração pública no
tocante a gestão documental e descobrir como se dá o processo de elaboração de
políticas públicas de informação. Quanto aos objetivos específicos propomos
articulação de pesquisas que versem sobre a temática proposta por esta
investigação científica que salientem a relevância do seu debate e que a partir
possamos encontrar e preencher as lacunas na literatura sobre a temática proposta.
Também buscamos compreender o processo de elaboração das políticas públicas
de informação no nosso país, os desafios, as limitações e sua aplicabilidade.
A divisão do trabalho em capítulos é um ponto importante na elaboração de
uma investigação científica, pois um equívoco neste ponto pode prejudicar a
compreensão do leitor. Diante disto, o presente estudo foi dividido sistematicamente
em três capítulos, a fim de que o texto pudesse ser discorrido com coesão e
coerência, seguindo e se mantendo em uma linha de raciocínio. Em consonância a
isto os capítulos também se dividiram em sub capítulos. Diante da complexidade do
tema a fragmentação da informação, coerência e coesão são de fundamental
importância para a compreensão do leitor sobre as proposições inseridas nesta
pesquisa.
O primeiro capítulo do trabalho abordará conceitos e princípios norteadores
da Arquivologia para que o desenvolvimento da pesquisa ocorra de modo
satisfatório, melhorando o entendimento do leitor sobre o que será exposto
posteriormente.
No segundo capítulo faremos uma explanação do dever da Administração
pública com a informação arquivística com base em legislação específica. Neste
ponto buscamos evidenciar o dever do poder público não somente em zelar os
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O presente estudo será exploratório quanto aos objetivos. Segundo Gil (2002)
este tipo de pesquisa proporciona maior conhecimento do problema. No tocante a
pesquisa à abordagem a pesquisa é considera como qualitativa. De acordo com
Rodrigues (2007, p. 38) podemos entender que a mesma é
2 REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com a Lei 8.159 de 1991 podemos entender arquivos como junto
de documentos produzidos e recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, de caráter
público ou privado ao longo de suas atividades, independente do suporte. A palavra
arquivo também serve para definir uma instituição arquivística e o móvel onde se
dispõe documentos de arquivo.
A arquivística é uma ciência relativamente nova, mas fundada em princípios e
repleta de particularidades. Para compreendê-la os primeiros conceitos que
precisamos conhecer é o seu objeto de estudo: documento e informação. Ambos
são termos polissêmicos e de difícil de delimitação.
De acordo com a Lei de acesso à informação pública de 2012 documento é
“unidade de registro de informações, qualquer que seja o suporte ou formato”. Os
documentos arquivísticos se distinguem dos demais por seu caráter único e sua
produção ser feita de maneira natural no decorrer de atividades de instituições ou
pessoas físicas, servindo como prova de atos administrativos.
Segundo o Dicionário de Terminologia Arquivística (2005, p.107) podemos
compreender informação como “elemento referencial, noção, ideia ou mensagem
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por já ter prazo seu prazo de vigência e no outro ela é recolhida para guarda
permanente por apresentar valor histórico e representar a memória institucional.
De acordo com Reis (2006) os arquivos mais antigos que são conhecidos
datam do 4° milênio a.C., junto a civilizações do Vale do Nilo e Mesopotâmia através
de descobertas arqueológicas. Estes arquivos ficavam em sua maioria em templos e
palácios por estarem mais próximos ao centro do governo da época.
O grande marco para os Arquivos ocorreu após a Idade Média com a
revolução francesa em meados de 1780. Conforme Schellenberg (1973) a teoria dos
arquivos começa após a criação dos arquivos nacionais de Paris, onde surgiu o
termo “respeito aos fundos”. Posteriormente foi criado o princípio fundamental da
Arquivologia, o princípio da proveniência e de respeito aos fundos.
Mora (2001, p. 229) versa sobre a dependência entre os princípios e do papel
dos primeiros princípios para uma ciência e pondera que
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Estadão. Disponível em: <http://blogs.estadao.com.br/publicos/toby-mendel-especialista-
emgoverno-aberto-avalia-lei-brasileira-de-acesso-a-dados/>. Acesso em: 28 fev. 2017.
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necessitem”. A lei 8.159/91 em seu art.1 determina que “é dever do poder público a
gestão documental e a proteção especial a documentos de arquivos”.
A legislação apresentada determinar que a Administração Pública exerce
múnus público sobre os acervos das instituições de caráter público e este por sua
vez não pode ser transferido ou revogável. Segundo Neto Lôbo (2006, p. 34) “múnus
público é o encargo a que se não pode fugir, dadas as circunstâncias, no interesse
social.”.
Ao Poder Público não cabe somente o gerenciamento da informação, visto
que o objetivo da gestão documental é organizar a informação, acompanhando ela
desde sua produção a sua destinação final. Logo é necessário também tornar esta
informação acessível a sociedade. A Lei 8.158/91 também pondera que
“Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular ou de interesse coletivo ou geral, contidas em
documentos de arquivos, que serão prestadas no prazo da lei, sob
pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, bem como à
inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem
das pessoas”.
No ano de 2012 foi criada a Lei de Acesso a Informação (LAI) n° 12.527 que
regulamenta o direito de acesso a informação, inclusive com prazos e ressalvas.
Este ordenamento jurídico fez com que o acesso se tornasse comum e que o sigilo
se tornasse exceção (Art 1° - parágrafo I). Com isso os gestores públicos passaram
se preocupar mais com a organização documental, pois para dar acesso e ter rápida
recuperação da informação é necessário que a informação esteja devidamente
organizada.
A LAI foi lei implementada tardiamente, tendo a República Federativa do
Brasil sido antecedida até mesmo por países de menor economia e menos influência
nas decisões de caráter global. Sobre isto discorre Fonseca e Sá e Malin (2012, p. 8-
9)
O acesso à informação não deve ser visto somente sob a ótica legal, mas
deve ser visto, sobretudo sob o ponto de vista social. É importante também enaltecer
os benefícios de uma informação bem erudita, conhecedora do seu passado e que
saiba fazer uma leitura do seu presente para que possa construir um futuro melhor.
Sobre isto Fonseca (2007, p.1) afirma que
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Matéria de autoria de Mariana Desidério publicada em 16 de maio de 2015. Disponível em:
http://exame.abril.com.br/brasil/apenas-2-cidades-tem-nota-dez-em-transparencia-veja-
ranking/. Acesso em 10 de março de 2017.
4
Matéria de autoria de Clarissa Neher, publicada em 25 de janeiro de 2017, de Berlim para
a BBC Brasil. Disponível em: http://www.bbc.com/portuguese/brasil-38721706. Acesso em
10 de março de 2017.
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5
Artigo escrito por Agnaldo dos Santos para o Instituto Pólis que é uma ONG que atua na
construção de cidades justas e sustentáveis. O texto está disponível em:
<http://polis.org.br/autor/agnaldo-dos-santos/>. Acesso em: 10 de março de 2017
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negligenciar isto? Talvez isto responda ao menos em partes a crítica situação que os
arquivos públicos brasileiros se encontram.
Os agentes das políticas públicas são basicamente a máquina pública, a
população com seus grupos e movimentos e o mercado financeiro. Dos Santos
(2009) identifica como “atores” das políticas públicas a burocracia estatal,
fornecedores de insumos e serviços do poder público e a sociedade civil. Diante
disto, podemos constatar que as políticas públicas funcionem de fato é necessário
que haja uma harmonia entre essas três esferas.
Para Carvalho et al. (2010, p. 10) vários fatores podem atrapalhar a
implementação de uma política pública. Dentre estes os autores delimitam que:
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Relatório disponível em: <http://www.acessoainformacao.gov.br/central-
deconteudo/publicacoes/relatorio_4anos_web.pdf>. Acesso em: 21 de março de 2017.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo compreender qual a função do poder público
no tocante a Gestão Documental e como são desenvolvidas as políticas públicas de
informação. Esta investigação científica buscou evidenciar através de uma revisão
de literatura o múnus público, ou seja, a obrigação que a Administração Pública tem
em zelar, proteger e propiciar à sociedade a informação através da gestão
documental e políticas públicas.
Tratou-se no capítulo 1 conceitos e princípios norteadores da Arquivística
através de estudos sobre a temática. Sem este ponto seria difícil compreender os
capítulos posteriores e atender os objetivos propostos por este estudo, pois a
Arquivologia é uma ciência composta de muitas particularidades e assim como toda
ciência é dinâmica e está em constante evolução.
Na primeira parte do primeiro capítulo abordamos conceitos básicos da
Arquivologia como: arquivo, informação, documento, informação de caráter público e
uma breve abordagem sobre ciclo vital de documentos. Um leitor da área
provavelmente já terá conhecimento destes conceitos, mas em uma pesquisa
acadêmica precisamos pensar que as ciências são transdisciplinares e que é cada
vez mais comum pesquisadores de outras áreas procurarem embasamento científico
na Arquivística.
Na segunda parte do primeiro capítulo apresentamos os princípios
arquivísticos que são a base da arquivologia. Tudo que é escrito, debatido e
pensado no cenário arquivístico deve levar em consideração estes princípios, pois
através destes princípios podemos compreender os atributos comuns na informação
arquivística.
Em continuidade a esta linha de raciocínio discutimos no segundo capítulo o
dever do Estado no tocante a gestão documental, suas implicações, avanços e
retrocessos. Começamos este pronto com uma breve análise da conjuntura da
sociedade brasileira no contexto da sociedade da informação e com isto pudemos
perceber que o Brasil acompanhou o anseio global por informação causado pelo
desenvolvimento tecnológico causador da globalização da informação, no entanto,
as ações governamentais foram insuficientes diante de uma demanda de proporções
relativamente grandes.
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não pode cessar e que através destas investigações é possível trazer uma rica
contribuição científica e social.
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REFERÊNCIAS
FONSECA E SÁ, Maria Irene; Malin, Ana Maria Barcellos. Lei de Acesso à
Informação: um estudo comparativo com outros países. In: Encontro Nacional de
Pesquisa em Ciência da Informação, XIII, 2012.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
MORA, José Ferrater. Dicionário de filosofia. 4. (Q-Z). São Paulo: Edicoes Loyola,
2001.