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As idéias
Aqui, diversas sugestões se articulam: ouvir e contar histórias, teatralizar, gravar histórias,
jogos corporais, recriações de histórias, jogos de palavras, poemas, canções, construção
de brinquedos...
Por que trabalhar as obras a partir das linguagens expressivas, a partir desta relação
íntima entre Brincadeira e Arte? Sobre as idéias que estão por trás dessas sugestões,
convido os educadores para a leitura do texto “Conviver, brincar, aprender, ensinar: um
desafio para os adultos e suas crianças” – no Sáiti Gudáiti (veja abaixo).
Essas sugestões, portanto, não são um amontoado de atividades e técnicas. Por falar
nisso, convido os educadores para a leitura do conto “Receitas e moldes” – da obra Muitos
Dedos: Enredos (páginas 47 a 49).
Os motivos
Agora, a pergunta fatal:
– Quais os motivos que levaram o escritor a elaborar essas sugestões?
Aqui, a resposta fatal:
– Vários motivos... Primeiro: formar crianças dispostas a enfrentar a leitura literária é um
trabalho tão criativo quanto a escrita literária. Segundo: também sou professor; formado
em Letras (UFMG), lecionei de quinta a oitava séries, e, especialmente, de segunda a quarta
séries do Ensino Fundamental. Terceiro: desenvolvi muitas destas sugestões nas minhas
salas de aula; atualmente, desenvolvo essas sugestões nas oficinas com os educadores.
Quarto: sinto-me profundamente comprometido com o educador, tanto nas grandes
questões filosóficas como nas tarefas pedagógicas cotidianas.
Os leitores
Essas sugestões se destinam aos educadores que trabalham com as crianças de
primeira a quarta séries. (Não são exclusivas para essas séries. Podem ser perfeitamente
desenvolvidas nas quintas e sextas séries. Como podem, em muitos casos, ser desenvolvidas
na Educação Infantil, com crianças em idade entre cinco e seis anos.)
Essas sugestões pressupõem um diálogo entre duas pessoas que gostam de criar: você,
o leitor-professor, e eu, o leitor-escritor. Essas sugestões só fazem sentido, portanto, depois
que o professor leu os respectivos poemas ou contos – aquela leitura atenta, sensível, e
que muitas vezes se desdobra em releitura.
Assim, o leitor-professor não encontrará, nessas sugestões, aquelas perguntas que
se relacionam mais diretamente com a compreensão e a interpretação do poema ou do
conto. Não que essas perguntas não sejam importantes – são importantíssimas. É o bom
manejo dessas perguntas que garante o bom mergulho na leitura literária... Esse desafio
criativo, entretanto, deixo exclusivamente para o leitor-professor. A minha contribuição
vai para o momento seguinte: relacionar com outro texto; ziguezaguear pelos poemas e
contos das três obras; transformar em outra linguagem; recriar; reescrever...
Assim, o leitor-professor, sempre crítico, consciente de suas potencialidades, bom
conhecedor de suas crianças, bom desafiador de sua turma, saberá ler uma sugestão e
discordar, e modificar: “Eu vou começar logo com o teatro. Vou dividir a turma em cinco
grupos e cada grupo vai encenar uma fábula”.
Observação importantíssima!
O volume 1 do meu Sáiti Gudáiti de Gurrunfáiti de Maracutáiti Xiringabutáiti, citado
freqüentemente nessas sugestões, está hospedado no endereço eletrônico da Editora
Peirópolis: www.editorapeiropolis.com.br. Todo o seu conteúdo – textos, vídeo e áudios
– pode ser arquivado, copiado e reproduzido. Você pode gravar as histórias em um cedê
e levar para escutar com as crianças. Você pode, por exemplo, imprimir o texto “Adivinhas
que brincam com as palavras” e reproduzir para as crianças. O Sáiti Gudáiti, portanto, é um
parceiro fundamental nestas leituras em ziguezague.
2 – Sugestões em Ziguezague
Galeio
Antologia poética para crianças e adultos
Diálogos
O diálogo imaginário entre coisas, idéias, sentimentos, bichos, pessoas.
Imaginações que povoam o nosso cotidiano... Por exemplo: como seria o diálogo
entre o controle remoto da TV e o garfo?
Certa vez, li a placa de metal no poste: “Avenida Cantareira”.
Logo em seguida, li a placa de papelão na árvore: “Conserta-se
geladeira”. Imaginei que a árvore e o poste planejaram aqueles dois
versos de sete sílabas métricas e com uma bela rima em “eira”... Daí
nasceu o poema “O poste e a árvore” (página 22).
“A Especula-de-Rodinha e o Ajudante-Marca-Barbante”
(página 23) é um poema que foi “pescado” da história “O balaio”
– que está na obra Muitos Dedos: Enredos. Vocês podem escutar
essa história no Sáiti Gudáiti, em “Histórias Gudórias de
Gurrunfórias de Maracutórias Xiringabutórias”.
“O Ratinho da cidade e o Ratinho do campo” (página 22)
brinca com uma fábula milenar e planetária – e inverte
o seu final tradicional. Na fábula original, o Rato do
campo foi visitar o Rato da cidade. Assustado com a
agitação e os perigos da cidade, o Rato do campo retorna
à vida calma e saudável do interior.
E por falar em fábulas... Na obra Desvendério, na seção
“Pescarias”, você encontrará a recriação recreativa de cinco
fábulas. Na obra Muitos Dedos: Enredos, na seção “Primeira curva”,
você encontrará a fábula “A saparia do Mundaú” – e as suas versões
no estilo de Esopo, Fedro e La Fontaine.
No poema “A vogal e a consoante” (página 22), se casarmos aquelas
consoantes com aquelas vogais formaremos a palavra “sapituca!”. Você
sabe o que é sapituca?
Sugestões em Ziguezague – 3
– Essa menina não pára quieta. Parece
que está com sapituca.
– Me deu uma sapituca de cantar...
– Acordei com sapituca.
– Está com sapituca no corpo?
– Deu sapituca na turma.
Cochichos e conchinhas
Poemas de diferentes estilos: prosa poética (“A lata e as sete notas”, “Leilão” e “Esfarra-
pado”), poema narrativo (“Sombra”), diálogo (“Escondido”), palavras soltas (“Tudobolô”),
jogo de palavras (“Catiripapo”, “Poema para barbante e madeira”).
Você conhece o brinquedo chamado “jabolô” – ou “diabolô”, ou “diábolo”? No vídeo
Tudobolô, que está no Sáiti Gudáiti, você vai conhecer vários tipos de jabolôs – além de
muitos outros brinquedos milenares e planetários.
Os poemas “Catiripapo”, “Tudobolô” e “Poema para barbante e madeira” aparecem na
obra Muitos Dedos: Enredos, no capítulo “Catitripapo (Peça radiofônica)”.
O poema “Vira-vira” (página 30) aparece na obra Desvendério, na seção “Palavramiga”.
Familiaridades
Poesias que a gente pesca no relacionamento do dia-a-dia – neste caso, no relacionamento
com os meus filhos e a minha vó.
Os nossos pais e avós costumam contar aquela história da nossa infância – uma história,
geralmente, repleta de poesia...
A poesia está em todos os cantos – basta ter olhos de ver, ouvidos de ouvir, mãos de
pegar...
4 – Sugestões em Ziguezague
A biblioteca dos bichos
Um poema narrativo em cinco capítulos. Como o nome indica, o poema está preocupado
em “narrar uma história”. Ele também procura trabalhar poeticamente as palavras, mas é o
fio da narrativa que conduz o poema.
Assim como no poema “Sombra” (páginas 31 e 32), este poema é composto por estrofes
de quatro versos – rimando sempre o segundo e o quarto versos. E todos os versos possuem
o mesmo “tamanho”: sete sílabas métricas – que é o tipo de verso mais popular da Língua
Portuguesa. Diversas canções usam a quadra de sete sílabas. Experimentem cantar esse
poema utilizando estas melodias: “Ciranda cirandinha”; “Terezinha de Jesus”; “Como pode
o peixe vivo”; “O cravo brigou com a rosa”; “Não sei se é fato ou se é fita”...
Neste poema aparecem vinte e sete bichos – além do bicho-homem e do curumim. Você
conhece todos esses bichos?
Você conhece a expressão “abraço de tamanduá”?
“Tamanduabracadabra
deixou daquela ingresia.
Abraçando a enciclopédia
biqüetava a Geografia.”
Você conhece as palavras “ingresia” e “biqüetava”? Mesmo sem saber os seus significados,
o contexto do poema traz algumas pistas...
“O Jacaré Cajaré,
veja bem – mas quem diria? –,
descobriu que era poeta
lendo Alguma Poesia.”
Sugestões em Ziguezague – 5
Tendepá
Você conhece a palavra “tendepá”? Ela significa alvoroço, agitação, movimento. Este
capítulo é um alvoroço de poemas...
O primeiro e o último poemas têm estruturas semelhantes: “Casas” (página 60) e
“Palavras” (página 91).
O brinquedo jabolô (ou diabolô) surge outra vez no poema “Brinquedo” (página 87).
O poema “Briguelos” (página 88) fala da cabaça. Você conhece este fruto? Na obra
Muitos Dedos: Enredos, no capítulo “Instrumentos de imaginar (Álbum de fotografias)”, você
vai encontrar, nas páginas 89 e 90, este fruto oco, de casca dura – e que serve para fazer
briguelos (ou bonecos).
O poema “Repertório” (página 75) enumera diversos objetos. Vamos reescrever este
poema com outros objetos?
O poema “Vozerio” (página 85) aparece na obra Desvendério, na seção “Palavramiga”.
Você conhece a brincadeira da “Charada” (página 90)? No conto “Como decifrar?”, na
página 46 do Desvendério, você vai entender como funciona esta brincadeira.
O poema “Viver” (página 67) aparece na obra Desvendério, na abertura do conto “A minha
infância (foi mais ou menos assim)”.
6 – Sugestões em Ziguezague
Desvendério
Quem conta um conto omite um ponto e aumenta três
Título
Desvendério, o que é? Na verdade verdadeira, a palavra foi inventada. Ela nasceu do
embaralhamento das palavras “desvendar” e “mistério”.
Este jogo verbal está presente no nosso cotidiano. Já ouviu a expressão “transmimento
de pensassão”? Uma verdadeira “transmissão de pensamento”...
Subtítulo
“Quem conta um conto omite um ponto e aumenta três” é uma paródia do provérbio
“Quem conta um conto aumenta um ponto”.
O que é paródia?
Observe estes provérbios:
Sugestões em Ziguezague – 7
A paródia, portanto, brinca com as palavras, com as idéias e as imagens – e cria um
novo sentido, ou cria, simplesmente, a falta de sentido, como no caso “há malas que vêm
de trem”...
As Ilustrações
Vamos apreciar, sentir, folhear, observar, comentar...
Todos os desenhos incorporam pedaços dos contos. Palavras e traços se misturam.
O nome da fruta
A própria história sugere diversas abordagens: os três “mas”; o “sair” e o “entrar” na
história; o escritor que se transforma em contador de história; o leitor que se transforma
em ouvinte, participando de uma platéia de ouvintes; a aprendizagem do nome da fruta;
descobrir que as histórias não têm início, nem meio, nem fim; a chuva de travalínguas e
línguas secretíssimas...
Sobre os travalínguas e as línguas secretas, que povoam as páginas 17 e 18, procure o
texto “Malabarismos verbais” – no Sáiti Gudáiti. Nesse texto, você encontrará muitas idéias
e sugestões para explorar criativamente o universo das palavras.
Ouça, com a turma, o autor narrando esta história – basta entrar no Sáiti Gudáiti, lá em
“Histórias Gudórias de Gurrunfórias de Maracutórias Xiringabutórias”.
A história “O nome da fruta” é irmã da história “A bicharada novidadeira” – que está na
obra Muitos Dedos: Enredos. Logo após, você encontrará a “Espalhadeira de recortes” – que
traz algumas orientações sobre a arte de contar histórias.
Ouça, com a turma, o autor narrando “A bicharada novidadeira” – no cedê que
acompanha a obra Muitos Dedos: Enredos.
No primeiro parágrafo da história, na página 11, o autor se refere ao livro Contos
Populares do Brasil, de Sílvio Romero. Procure este livro na biblioteca e leia para a turma a
primeira parte do conto “O cágado e a fruta” – que serviu de inspiração para a
história “O nome da fruta”. Como “quem conta um conto
omite um ponto e aumenta três”, neste processo de
criação, o que o autor “omitiu” e “aumentou”?
Sobre essa história de “omitir” e “aumentar”, ouça,
com a turma, a história “Bicho Porongo” – o áudio e
o texto estão no Sáiti Gudáiti, em “Histórias Gudórias
de Gurrunfórias de Maracutórias Xiringabutórias”.
8 – Sugestões em Ziguezague
Pescarias
Cinco recriações de fábulas milenares e planetárias.
Quando falamos em “fábula”, pensamos ligeirinho na “moral da história”... Na verdade
verdadeira, a “moral” não pertencia ao texto original das fábulas. A “moral” foi acrescentada
muito tempo depois, possivelmente na Idade Média, com o objetivo de transmitir valores,
idéias. Justamente por isso, por ser um “acréscimo tardio”, muitas vezes a “moral” não se
relaciona com as características da narrativa.
Nestas fábulas, a “Boa Pescaria!” brinca com as possibilidades de puxar mensagens da
história – e ainda convida o leitor para realizar suas próprias pescarias.
Cada conto pode se transformar numa pequena peça teatral. Cada conto pode, também,
se transformar numa peça radiofônica. Neste caso, a história será gravada: dois ou três
locutores se alternam no papel de narradores; outros locutores fazem as personagens
(o jardineiro Jardel, o jardineiro Jasmim e o locutor do rádio; o Sol e o Vento; o Galo e
a Raposa; o Pernilongo e a Onça; o Tucano e o Coelho); outros locutores fazem a “Boa
Pescaria!”. Na obra Muitos Dedos: Enredos, no capítulo “Catiripapo”, você encontrará uma
peça radiofônica: composta de cinco quadros, esta peça tem dois locutores/apresentadores
e vários locutores/narradores.
E por falar em fábula... Na obra Muitos Dedos: Enredos, no capítulo “Instrumentos de
imaginar (Álbum de fotografias)”, na página 89, a primeira foto traz a seguinte legenda:
“A Árvore e a Mala – boa sugestão para uma fábula...”. Que tal? Aceita o desafio?
Na obra Muitos Dedos: Enredos, o conto “A saparia do Mundaú” também foi inspirado
numa fábula. Logo em seguida, a fábula é recontada, e reinventada, no estilo de Esopo,
Fedro e La Fontaine. Ouça com a turma – no cedê que acompanha a obra.
Na obra Galeio, o poema “O Ratinho do campo e o Ratinho da cidade”, na página 21,
brinca com uma fábula – e inverte o final tradicional.
No conto “O Galo e a Raposa” surge a canção “Não sei se é fato ou se é fita...” Para
conhecer esta canção, ouça a história “Bicho Porongo” ou “O balaio” – no Sáiti Gudáiti.
Palavramiga
Este conto, repleto de poemas, está dividido em seis capítulos, ou melhor, seis
perguntas.
Muitas das curiosidades, das descobertas e das perguntas do menino Hélder podem ser
colocadas como desafios para os nossos leitores.
A ilustração da capa se refere a este conto: a silhueta do menino Hélder está recortada;
as palavras surgem no fundo. Abra a orelha do livro e observe a ilustração por dentro.
Sugestões em Ziguezague – 9
Na página 46 surge a brincadeira da “charada”. Você conhecia esta brincadeira? Na
página 49 surge outra charada. Na obra Galeio, na página 90, você vai encontrar outras
charadas.
E por falar em charada... Neste conto, aparecem duas vezes o número “cento e sessenta
e cinco” – páginas 39 e 44. Em que situações eles aparecem? Podemos descobrir alguma
semelhança nessas duas situações?
Na página 41 surge uma trova:
Leitura
O poema é a fruta.
A poesia, o sabor.
O poema está no livro.
A poesia, no leitor.
“Ureré Uirapajé
Utiti Uirapaçu
Uaçá Uiratatá
Unaí Uirapuru.”
A trova, portanto, é um poema com apenas quatro versos, rimando o segundo e o quarto
versos – podendo rimar também o primeiro e o terceiro versos. Vamos conhecer outras trovas?
“Quatrocentos guardanapos,
seis vinténs em cada ponta.
Você diz que sabe tanto,
venha somar esta conta.”
10 – Sugestões em Ziguezague
“Eu vou fazer um relógio
de um galhinho de poejo
para contar os minutos
do tempo que não te vejo.”
Experimentem cantar essas trovas usando a melodia da canção “Não sei se é fato ou se
é fita”.
Sugestões em Ziguezague – 11
novidadeira”, do livro Muitos Dedos: Enredos, toda a aventura se desenvolve em torno dessa
língua secretíssima.
Essa história tem alguns parentescos com “O nome da fruta”: o diálogo com o leitor; o
narrador que comenta a própria maneira de narrar; os três “seguinte”; o “sair” e o “entrar”
na história; o narrador que se transforma em contador de história; os leitores que se
transformam numa platéia de ouvintes:
“Para que fique bem marcado o seu início xiringabutício, convido todo mundo a ficar
em pé e respirar profundamente.” (página 55)
O terceiro “seguinte” traz os “três quês” (página 62). Você também se surpreendeu com
estas revelações? E se essa história fosse contada de um outro ponto de vista? Por exemplo:
o ponto de vista da irmã, ou do pai, ou do cachorro... Como seria a sua história contada de
um outro ponto de vista?
12 – Sugestões em Ziguezague
Muitos Dedos: Enredos
Um rio de palavras deságua num mar de brinquedos
Primeira curva
“A saparia do Mundaú” é um convite para uma audição: ouvir o autor narrando a
história – no cedê que acompanha o livro. Para uma boa audição, precisamos preparar o
ambiente: pouca luz, todos à vontade, cuidar para que o som não esteja muito baixo e nem
muito alto. Antes, o professor faz uma pequena introdução para despertar a curiosidade e
a atenção dos ouvintes.
Observem os sons que alinhavam a história. Observem que os sons não se misturam com
as falas. Você consegue interpretar a origem desses sons? Na página 101 você encontrará
uma pequena descrição dos objetos que produziram esses sons. Observem que a narração se
desenvolve num ritmo calmo – para que o ouvinte tenha tempo de construir suas imagens.
Num momento posterior, vamos distribuir o texto da história para as crianças e ouvir
novamente a história – mas agora acompanham as palavras no papel. Assim, as crianças
poderão perceber como o leitor-locutor pode trazer, apenas pela voz, sentidos diferentes
para as palavras. Essa experiência será muito importante para o momento em que as crianças
enfrentarem o desafio de “contar a história” ou “gravar a história”.
E ainda vamos ouvir/ler a mesma fábula nas versões, sempre recriadas, de Esopo, Fedro
e La Fontaine. Com isto, podemos descobrir o que o autor omitiu e aumentou. Porque,
afinal, quem conta um conto omite um ponto e aumenta três...
Na obra Desvendério, na seção “Pescarias”, você encontrará
outras cinco fábulas milenares e planetárias...
Sugestões em Ziguezague – 13
Segunda curva
Aqui também teremos um convite para a audição... E depois um outro
convite para uma audição acompanhada do texto da história...
O conto “A bicharada novidadeira”, entretanto, traz um desafio a mais:
– Quem gostaria de contar essa história, contar mesmo, no estilo do “contador
de história”, como o autor sugere?
Para isto, é importante ler e comentar a “Espalhadeira de recortes” com as crianças.
Vários destes comentários são orientações para o “contador de história”: como se relacionar
com a platéia; como valorizar as palavras; como incorporar a participação dos ouvintes...
A história pode ser contada por um grupo de cinco contadores. A história pode ser
reescrita – para se adaptar ao estilo e à dinâmica do grupo. Podemos fazer uma primeira
apresentação dentro da própria turma – para servir de laboratório, troca de experiências
e comentários. Num momento seguinte, podemos organizar um Festival de Contadores
de Histórias na escola. Por exemplo: cada grupo vai contar a história para uma turma da
educação infantil.
Na obra Desvendério, o conto “O nome da fruta” é um outro bom desafio para os
contadores de histórias. Vocês poderão escutar o autor narrando esta aventura da Tartaruga
na Floresta da Brejaúva – basta entrar no Sáiti Gudáiti, lá na seção “Histórias Gudórias de
Gurrunfórias de Maracutórias Xiringabutórias”.
Terceira curva
“O balaio” é uma peça para teatro de fantoches – mas pode ser também para atores. Aqui,
tudo é diálogo entre personagens – ou personagem pensando em voz alta. Além de dar vida
às palavras, precisamos dar vida às personagens. As personagens “Maria” e “José” precisam ter
características próprias: o jeito de falar, de olhar, de movimentar as mãos, de andar...
Antes de partir para encenar, vamos realizar leituras dramáticas: leituras em duplas, em
voz alta, cada um assumindo uma personagem.
No Sáiti Gudáiti, vocês poderão ouvir essa história não como peça teatral – mas como
um conto.
Se antes organizamos um Festival de Contadores de Histórias, agora podemos
organizar um Festival de Teatro. Para ampliar o nosso repertório teatral, podemos
encenar também as fábulas da seção “Pescarias”, da obra Desvendério.
Na obra Galeio, o poema “Escondido” (páginas 36 e 37) funciona como
uma pequena cena teatral: Marina e Tio Joanico conversam sobre essa tal de
“cidadania”.
14 – Sugestões em Ziguezague
Quarta curva
“Catiripapo” é uma reunião de pequenos
diálogos, contos e poemas – tudo isso, alinha-
vado, articulado, ganha a forma de uma peça
radiofônica. Aqui, a leitura-em-voz-alta ganha
um sentido radical: cada palavra deve ser tratada
com muita expressividade, porque o ouvinte
contará apenas com a minha locução para criar
as suas imagens literárias.
Em primeiro lugar, vamos ler a peça radiofônica
e buscar as intenções dos textos e as entonações
das vozes.
Para apresentar o “Catiripapo”, cada grupo deve
ter, no mínimo, sete participantes. Cada grupo vai reler
a peça e distribuir os papéis de acordo com os estilos de
cada um. Os dois apresentadores – a Especula-de-Rodinha
e o Ajudante-Marca-Barbante –, por exemplo, têm muitas falas,
estão presentes em todos os quadros, são muito desinibidos e comunicativos.
Não podemos esquecer da sonoplastia: uma ou duas pessoas precisam se dedicar ou se
revezar na função de produzir sons sugestivos, adequados às passagens dos quadros e aos
momentos da narração.
Vamos incentivar – e criar condições – para que os grupos possam gravar as peças. Para
isto, basta um simples gravador, pequeno, portátil, ou um microfone plugado no aparelho
de som – podemos gravar na fita ou no cedê. As condições técnicas são secundárias, porque
a expressão prioritária está na palavra. Se a escola tiver uma sala com isolamento acústico
e uma aparelhagem de gravação com mais recursos – ótimo, isso vai valorizar ainda mais o
trabalho das crianças.
As peças radiofônicas podem, também, ser apresentadas “ao vivo”: é como se o grupo
estivesse no estúdio gravando a peça, e a platéia estivesse ali, ao vivo, assistindo à gravação.
A expressão prioritária continua sendo a palavra. Essa apresentação pode ser feita “às
escondidas”: o grupo fica atrás de uma cortina. Assim, a platéia não corre o risco de se
distrair ao observar as expressões faciais e os gestos dos locutores.
Aqui, também, pode surgir um Festival de Peças Radiofônicas – as fitas e os cedês vão
circular pela escola e, quem sabe?, até na rádio comunitária...
Depois de tanto mergulhar neste “Catiripapo”, vamos ao desafio da recriação: apro-
priando-se da dinâmica dos apresentadores e da estrutura dos quadros, podemos criar
novos diálogos, contos e poemas. Agora, cada grupo vai criar a sua peça radiofônica.
Sugestões em Ziguezague – 15
A partir de toda essa experiência, podemos revisitar todos os contos e
poemas e transformar tudo em peça radiofônica: “O nome da fruta” e as
“Pescarias”, da obra Desvendério; “A lata e as sete notas” e “A biblioteca dos
bichos”, da obra Galeio; “A saparia do Mundáú”, “A bicharada novidadeira”,
“O balaio”...
Quinta curva
“Menina Janaína” traz o desafio da literatura corporal. Em primeiro lugar, vamos ler
as narrações e interpretar os gestos. “Interpretar os gestos”, aqui, significa fazer os gestos,
experimentar, mexer o corpo, movimentar os braços, as pernas... Portanto, não podemos
realizar esta leitura com as crianças sentadas nas carteiras. Vamos para o pátio, fazemos a
grande roda e vamos desenhando o gesto para cada uma das trinta e sete cenas...
Depois, o professor pode fazer a narração e as crianças desenvolvem os gestos.
Quando a turma tiver mais experiência, podemos nos dividir em pequenos grupos – e
cada grupo vai e desenvolve a “história com gestos” com outra turma.
Na Cena 3 aparece “aquela canção muito famosa” que faz a Janaína dormir... Vocês
podem escutar esta canção na faixa 9 do cedê.
Mar
Apreciar as fotos, interpretar os objetos mirabolantes...
No Sáiti Gudáiti, vocês poderão assistir ao vídeo Tudobolô – em quinze minutos vocês
poderão apreciar todos esses brinquedos em funcionamento.
Observe a Escada de Maracá – este brinquedo feito com seis caixas de fósforos e quinze
pedaços de fitas coloridas. Um brinquedo interessantíssimo, capaz de criar várias formas, um
verdadeiro instrumento de imaginar e de contar histórias. Vamos construir este brinquedo?
No Sáiti Gudáiti você encontrará a “Escada de Maracá” – um manual, em quadrinhos, passo
a passo, para ensinar a construir este objeto mirabolante. Construa em casa, com a família,
construa na escola, com outros professores, ganhe experiência e confiança – e depois, só
depois!, construa com a sua turma, com as suas crianças.
16 – Sugestões em Ziguezague