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MÉTODO ABC PARA TOMADA DE DECISÕES

1 INTRODUÇÃO

Há vários métodos de custeio utilizados pelas organizações, seja elas industriais,


comerciais ou de prestação de serviços. Basicamente, pode-se definir método de custeio
como uma maneira de alocar custos a um produto ou serviço. Dentre os métodos de custeio
podemos citar alguns como: ABC, variável e por absorção.
Este trabalho vai tratar sobre o Custeio ABC, conhecido também como custeio
baseado em atividades. Segundo Coronetti, Beuren e De Souza (2003), esse método de
custeio atribui custos indiretos aos produtos através de direcionadores de custos. Apropria os
recursos para as atividades apoiado em direcionadores de recursos. Após essa etapa, apropria
atividades a objetos de custeio através de direcionadores de atividades. Esse método é mais
indicado para a tomada de decisões e não substitui o sistema tradicional para a avaliação de
estoques. Busca por meio das atividades o relacionamento com os objetos de custeio.
2 ABC PARA A TOMADA DE DECISÕES

Em uma pesquisa realizada por Beuren e Roedel (2002), do total de 81 empresas


pesquisas, 33% utilizam o custeio baseado atividades para uma análise mais apurada do lucro
para o apoio na tomada de decisão ou sobre que produtos produzir ou ainda que serviços
prestar.
O método ABC, ajuda as empresas a criar um ambiente favorável, em que os custos
são alocados de um modo mais coerente com a produção, oferecendo para os gestores
conseguir informações mais precisas sobre a produção, de forma a facilitar a tomada de
decisão. Também através desse método é possível descobrir as perdas e as informações
geradas como grande ferramenta na avaliação das ações de melhoria. Essas informações
fornecidas pelo ABC podem ser utilizadas para identificar, avaliar e corrigir problemas no
processo produtivo e de gestão. (ZANETTI, 2003). Como é possível perceber o método de
Custeio ABC é de grande relevância para a tomada de decisões, oferecendo informações
relevantes para auxiliar na gestão.
3 APLICAÇÃO PRÁTICA ABC

A execução do ABC requer uma análise minuciosa do sistema de controle interno da


entidade. Sem este procedimento que contemple funções bem definidas e fluxo dos processos,
torna-se inviável aplicação do ABC de forma eficiente e eficaz. O ABC, por ser também um
sistema de gestão de custos, pode ser implantado dependendo do grau de detalhamento e
dependendo das necessidades de informações gerenciais para o gestor, e está ligado
intimamente ao ramo de atividade e porte da empresa (DA SILVA 2018).
Segundo Leite (2015, pg.8), a principal aplicação desse método é a consistência do
gerenciamento de custos, tanto estratégico como operacional, apoiando a tomada de decisões.
De acordo com Badejo (2000, p. 91 apud CHING 1997), para a implantação completa
do ABC, precisasse verificar sete passos que são: definição do escopo de análise;
levantamento das atividades e criação do mapa de atividades; cálculo do custo da atividade;
definição da medida de saída da atividade; rastreamento do custo da atividade e determinação
do objeto de custo; classificação da atividade; determinação do fator gerador de custo. Porém
a aplicação desses sete métodos nem sempre é necessária, dependendo da atividade a ser
analisada se faz preciso apenas alguns desses passos.
Badejo (2000) na sua tese de mestrado utilizou dos quatro primeiros passos citados
acima em uma propriedade rural onde são produzidas rosas de corte, após todo o trabalho
desenvolvido, Badejo verificou que o custeio ABC é adaptável e pode ser utilizado no setor
primário do agronegócio, e concluiu que o produtor consegue controlar seus gastos mesmo
sem a utilização de equipamento de informática e equipamentos mais precisos de controle
financeiro.
4 QUEM PRECISA DO ABC?

De acordo com Mauss e Costi (2002, pg.8), o custeio ABC é um método muito
complexo e que envolve inúmeras análises dos objetivos e operações da empresa, além de
necessitar da contratação de uma consultoria externa e até investimentos em informatização e
treinamento do pessoal, nem toda empresa precisa de um método de custeio tão complexo, a
empresa que requer o ABC é aquela que: 1. Cujos custos indiretos representam parcela
considerável dos seus custeios totais; 2. Indútria, que produz no mesmo local, produtos e
serviços variados; 3. Que trabalha com clientes variados, incluindo clientes que compram
muito e que exigem especificações especiais, serviços extras, etc.
Ainda segundo Mauss e Costi (2002, pg.9), “a decisão pelo método de custeio deve ser
tomada com base em uma análise estratégica das condições, do tipo e das reais necessidades
de informação da empresa”.
5 CONCLUSÃO

A partir de pesquisas bibliográficas foi possível perceber que o custeio ABC é muito
eficiente, embora em sua forma mais detalhada seja complexo, boa parte das empresas podem
utiliza-lo, desde que haja um amplo conhecimento das atividades empresa e primeiramente
seja elaborado um projeto definindo os objetivos e metas da empresa.
Abrantes e Marioto (2015), concluíram que o ABC contribui para que as empresas
consigam tomar decisões assertivas em relação à compra de materiais, fabricação de
determinado produto, e também em relação à eliminação desnecessária de matéria prima,
mostrando que o ABC é uma tentativa interessante de aperfeiçoamento de sistema de custeio.
Conclui Marins (2003), “o ABC é uma ferramenta que permite melhor visualização
dos custos através da análise das atividades executadas dentro da empresa e suas respectivas
relações com os produtos”.
REFERÊNCIAS

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custeio: vantagens, desvantagens e sua aplicabilidade nos diversos tipos de organizações
apresentadas pela literatura. Contexto, v. 12, n. 22, p. 145-159, 2012.

BADEJO, Marcelo Silveira. Aplicação do método de custeio baseado em atividades (ABC),


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BEUREN, Ilse Maria; ROEDEL, Ari. O uso do custeio baseado em atividades: ABC (Activity
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CORONETTI, Jucimar; BEUREN, Ilse Maria; DE SOUSA, Marco Aurélio Batista. Os


métodos de custeio utilizados nas maiores indústrias de Santa Catarina. In: Anais do
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DA SILVA MOURA, Herval. O custeio por absorção e o custeio variável: qual seria o melhor
método a ser adotado pela empresa?.

DA SILVA Rikstenio. Custeio baseado por Atividades. Disponível em


<https://blog.mettzer.com/referencia-de-sites-e-artigos-online/> Acesso em: 22 de junho de
2018.

DE FARIA, Ana Cristina; ANTUNES, Jerônimo. A tomada de decisões utilizando


ferramentas multidisciplinares: custeio variável e ABC. In: Anais do Congresso Brasileiro
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DE ABRANTES, Francianne M. Gama; MARIOTO, Sergio Luiz. Método de custeio baseado
na atividade-ABC. Revista de Ciências Gerenciais, v. 12, n. 16, p. 105-120, 2015.

LEITE, Carlos Eduardo Barros. O custeio ABC e suas aplicações. Pensar Contábil, v. 4, n.
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MAUSS, Cézar Volnei; COSTI, Ricardo Miguel. O Método de Custeio ABC como
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SLOMSKI, Valmor; BATISTA, Igor Veloso Colares; CARVALHO, Erasmo Moreira de. Os
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ZANETTI, Amilson Carlos. O processo de medições de desempenho organizacional e o


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