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EXCENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ª VARA DA FAZENDA

PÚBLICA DA COMARCA DE _______________ – _______.

REQUER OS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GATUITA

URGENTE

Adamastor, nacionalidade, desempregado, profissão, número


do RG, número do CPF, Endereço, Bairro, Cidade, Estado, representando o seu filho José,
nacionalidade, desempregado, profissão, número do RG, número do CPF, Endereço, Bairro,
Cidade, Estado, através do seu advogado (Procuração Anexa), endereço profissional do
escritório do advogado, Bairro, Cidade, Estado, onde recebe intimações e avisos, vem
respeitosamente, `a presença de Vossa Excelência, promover a presente

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CC PEDIDO DE LIMINAR INALDITA ALTERA PARS

contra o MUNICÍPIO DE __________ - _________, na pessoa de seu representante legal, com


sede jurídica localizada no Endereço, Nº, Bairro, Cidade e Estado pelos fatos e fundamentos a
seguir expostos.

DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

Inicialmente, afirma o autor que não possui condições de arcar com as custas processuais
e honorários advocatícios sem prejuízo do sustento próprio bem como o de sua família, razão
pela qual fazem jus ao benefício da gratuidade da justiça, nos termos do art. 4º da lei 1.060/50,
com redação introduzida pela Lei 7.510/86.

DOS FATOS

O autor em um determinado dia estava em sua residência, quando sentiu fortes dores de
cabeça, sendo encaminhado ao Hospital “X” para pronto atendimento.

Após esperar por mais de 12 (doze) horas para ser atendido e ser tratado de forma
vexatória e áspera pelos servidores de saúde que lá estavam, este entrou em estado de
incapacidade absoluta, sem poder locomover-se e sem autodeterminação, momento no qual,
enfim, um médico do hospital veio atende-lo.
Após a consulta médica, constatou-se que o Senhor José precisa ser levado a um outro
hospital que tenha CTI (CENTRO DE TRATAMENTO INTENSIVO), em caráter emergencial, pois
o paciente JOSÉ corre o risco de sofrer danos irreversíveis à sua saúde e, inclusive, o de morrer.

Informa o médico do atendimento que o este hospital não possui tão recurso (CTI),
mencionando a existência de outros hospitais municipais e estaduais e federais nas proximidades
de onde José se encontra internado, todos possuidores de CTI.

Ocorre, Excelência, que tanto o paciente quanto o seu genitor são hipossuficientes, de
modo que não possuem condições financeiras de arcar com a remoção para outro hospital
público, nem de custear a internação em hospital particular, sem prejuízo do sustento próprio ou
da família.

Após isso, o requerente resolveu buscar solução junto ao município, vez, que foi
informado que não seria possível atendê-lo, diante de tamanho absurdo, como se sabe no
cotidiano que o poder público age sempre dessa forma, tal assertiva torna-se fato notório
dispensando até mesmo provas.

Diante do fato, o paciente José necessita urgentemente de ser removido, transferido


para outra unidade de saúde que tenha CTI para que possa ser tratado em caráter emergencial
e que o Sistema Único de Saúde se nega a fornecer o tratamento e a transferência pretendido,
assim, nada mais resta buscar seu direito através das vias judiciais.

DO DIREITO

Não é por acaso que o autor necessita ser transferido imediatamente afim de evitar que
mal maior possa acometer a este paciente, inclusive o mesmo poderá até morrer por falta de
atendimento adequado.

O autor e o paciente caminham para um estado de infelicidade e depressão que pode ter
consequências imprevisíveis, seu interesse de receber do Poder Público o direito de fazer a
remoção, se internar em um CTI e ter um acompanhamento é um ato de proteção à saúde do
mesmo e não um simples ato de vaidade.

Não havendo dúvida de que a saúde do paciente está extremamente abalado, fica claro
o dever do réu de fornecer o tratamento pretendido.

Assim descreve nossa Constituição o direito à vida:

“caput”, do art. 5º, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes”.

O direito à vida é um direito fundamental, como a saúde está diretamente ligada à vida,
não há qualquer motivo para o autor não receber a autorização para a transferência, operação,
internação e acompanhamento de um familiar, pois sua saúde está comprometida.
Logo, percebe-se claramente que é dever do Estado praticar ações visando à garantia da
saúde de seus súditos, no caso, sendo o Município ente federativo, não pode se livrar do dever
de garantir a saúde aos munícipes.

Não sendo bastante, para não haver dúvida de que é dever do Município fornecer
tratamento médico para as pessoas carentes, vejamos o que diz a Lei 8.080/90:

“Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I
do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos
seguintes órgãos:
(...) no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão
equivalente............................

Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:


I- planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde e gerir e
executar os serviços públicos de saúde;
(...)
V- dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a
saúde”.

Ora, se a descentralização do SUS prevê a atuação do Município na execução de serviços


de saúde e na política dar insumos e equipamentos a saúde, não pode haver dúvida de que o
fornecimento de tratamentos para pessoas carentes é dever do Poder Público, sendo assim, o
réu deve fornecer gratuitamente autorização para a remoção, operação, internação e
acompanhamento de um familiar para o paciente onde quer que seja o local.

Como já dito anteriormente a matéria, ora em debate, já se encontra delineada na


Constituição Federal em seu artigo 198, § 1º, in verbis:

"O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento
da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras
fontes."

Vislumbra-se do texto legal que a referência é feita às três esferas do Poder Executivo
para ampliar a responsabilidade, de tal forma, que não há que se falar em litisconsórcio ou
ilegitimidade passiva de um dos entes públicos, pois o autor pode requerer o custeio a
qualquer um dos entes federados.

Além do mais, o texto do artigo 196 da Constituição Federal, ao falar genericamente em


Estado, tem cunho geral, preconizando que o custeio do Sistema Único de Saúde se dê por meio
de recursos orçamentários da seguridade social comum a todos os entes federados,
regionalização e hierarquização nele referidas que devem ser compreendidas sempre como
intenção de descentralizar e garantir sua efetividade.

Ademais, impende registrar que não existe subordinação, concorrência ou


subsidiariedade entre as esferas municipal e estadual, aliás, qualquer uma delas responde
autonomamente pela proteção à saúde individual.

Assim sendo, não se verifica imprescindível o chamamento ao processo da União, vez


que, em que pese tratar-se de um dever solidário dos entes federativos, tal fato não impõe o seu
acatamento, posto que não são litisconsortes necessários, mas, sim, facultativos, podendo ser
exigida a obrigação de cada um dos entes públicos de forma isolada.

Sobre o tema invoca-se a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA LIMINAR QUE DETERMINOU O


FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO PELO ESTADO- PRELIMINARES DE
ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM E LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO DA UNIÃO
TRANSFERIDAS PARA O MÉRITO. MÉRITO: OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA DA UNIÃO,
ESTADOS E MUNICÍPIOS QUANTO AO PROVIMENTO DE REMÉDIOS À POPULAÇÃO-
RESPONSABILIDADE QUE PODE SER EXIGIDA EM CONJUNTO OU ISOLADAMENTE-
LEI ESTADUAL DE Nº 8.607/04 QUE IMPÕE AO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
O DEVER DE DISPONIBILIZAR MEDICAMENTOS PRA O CONTROLE DO DIABETES,
INCLUSIVE COM ORDEM DE PREVISÃO DA DESPESA NA DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA-
PRECEDENTES DA CORTE E DO STF- RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO" (TJRN -
Apelação Cível nº 2006.001108-7, 3ª Câmara Cível, Relator Desembargador Aécio
Marinho - j. em 20.07.06).
"ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS.
TRATAMENTO MÉDICO. SUS. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. ART. 17 DA LEI
ORGÂNICA DE SAÚDE. SÚMULAS Nºs 282 E 356 DO STF. DIVERGÊNCIA
JURISPRUDENCIAL NÃO CONFIGURADA. ACÓRDÃOS PARADIGMAS E JULGADO
RECORRIDO DO MESMO TRIBUNAL. SÚMULA Nº 13/STJ. LEGITIMIDADE PASSIVA
SOLIDÁRIA DO MUNICÍPIO, DO ESTADO E DA UNIÃO. ARTS. 196 E 198, § 1º, DA
CF/88. FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA. MOMENTO DA PROPOSITURA DA AÇÃO. ART. 87
DO CPC. ANTECIPAÇÃO DA TUTELA. REQUISITOS. ART. 273 DO CPC. APRECIAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ.

I - A matéria inserta no art. 17 da Lei Orgânica de Saúde carece do necessário


prequestionamento, não tendo sido apreciada pelo Tribunal a quo, nem explícita nem
implicitamente. Não tendo o recorrente oposto embargos declaratórios buscando
declaração acerca da referida matéria, incidem na hipótese, as Súmulas n.ºs 282 e
356, do STF.
II - É inviável a configuração da divergência jurisprudencial quando os acórdãos
paradigmas colacionados são do mesmo Tribunal em que foi proferido o acórdão
recorrido. Súmula nº 13/STJ.
III - É da competência solidária entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios a responsabilidade pela prestação do serviço de saúde à população, sendo
o Sistema Único de Saúde composto pelos referidos entes, conforme pode se
depreender do disposto nos arts. 196 e 198, § 1º, da Constituição Federal.
IV - A jurisprudência desta Corte encontra-se pacificada no sentido de que a
competência é fixada no momento da propositura da ação, sendo que, ainda que o
réu mude de domicílio, não há o deslocamento da competência, ex vi do teor do art.
87 do CPC.
V - Na hipótese presente, a análise dos requisitos legais previstos no art. 273 do CPC
conduz ao reexame dos fundamentos do conjunto fático-probatório contidos no
decisum atacado, incidindo, na espécie, a Súmula n° 07 deste Tribunal.
VI - Recurso especial parcialmente provido, para determinar a inclusão do Estado do
Rio Grande do Sul no pólo passivo da demanda." (STJ - RESP nº 656296/RS, 1ª Turma,
Relator Ministro Francisco Falcão - j. em 21.10.04).
Desta forma Douto Julgador, não há que se falar em litisconsórcio passivo necessário por
se tratar de decisão harmoniosa com os Tribunais Superiores.

Quanto ao mérito propriamente dito, é cediço que a saúde é um direito público subjetivo
indisponível assegurado a todos e consagrado no art. 196 da Constituição Federal, senão
vejamos:

"Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação."

Além do que, é dever da Administração garantir o direito à saúde e a aquisição de


medicamentos as pessoas carentes portadoras de doenças, máxime, quando se trata de direito
fundamental, qual seja, a vida humana.

Vale ressaltar mais uma vez que a Lei nº 8.080/90, que criou o Sistema Único de Saúde,
face às exigências do parágrafo único do art. 198 da Constituição Federal, reforça a obrigação do
Estado à política de gestão de aplicação de recursos mínimos para as ações e serviços públicos
de saúde.

Destarte, o dispositivo constitucional não pode significar apenas uma norma


programática, mas deverá surtir seus efeitos concretos, devendo o Estado implementar políticas
públicas capazes de transformar a realidade dos destinatários da norma, garantindo a todos o
direito à saúde digna e eficaz.

Diante disso, afigura-se como obrigação do Estado o fornecimento do medicamento


necessário ao tratamento da requerente.

Destaca-se também entendimento no que diz respeito a reexame necessário:

"EMENTA:. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL.


PRELIMINARES: SUJEIÇÃO DA SENTENÇA AO REEXAME NECESSÁRIO E
CHAMAMENTO DA UNIÃO E MUNICÍPIO AO PROCESSO. TRANSFERÊNCIA PARA O
MÉRITO. DOENÇA GRAVE. MEDICAMENTO DE ALTO CUSTO. RESPONSABILIDADE DO
ESTADO EM PRESTAR ASSISTÊNCIA À SAÚDE. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.
PRECEDENTES DO TJRN. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

A saúde é direito de todos e dever do Estado, devendo este garantir, através de políticas
sociais e econômicas, a redução dos riscos de doenças e de outros agravos, resguardando o
acesso universal e a igualdade de ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação dos
necessitados.

Os dispositivos da lei orçamentária e da Lei de Responsabilidade Fiscal devem ser


interpretados com base no fundamento da dignidade da pessoa humana, previsto no art. 1º,
inciso III da Constituição da República, especialmente quando se está diante de uma portadora
de doença psíquica grave com possibilidade de realização de atos atentatórios a sua própria vida.
Conhecimento e improvimento da Apelação Cível." (TJRN -Apelação Cível nº
2006.004505-7, 3ª Câmara Cível, Relator Desembargador Osvaldo Cruz - j. em
12.12.2006).

"DIREITO CONSTITUCIONAL. APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO À SAÚDE. FORNECIMENTO,


PELO ESTADO, DE MEDICAMENTO DE ALTO CUSTO. OBRIGAÇÃO DE ORDEM
CONSTITUCIONAL. É dever do Estado, enquanto imperativo de ordem constitucional,
a plena disponibilidade de meios que resguardem à saúde dos seus súditos, incluindo-
se nessa obrigação o pleno e regular fornecimento de medicamentos. Inexistência de
afronta ao princípio da separação dos poderes, ou, ainda, a necessidade de previsão
orçamentária e sujeição a procedimentos licitatórios. Remessa Necessária e Apelação
conhecidas e improvidas." (Remessa Necessária e Apelação Cível nº 2004.001652-2,
3ª Câmara Cível, Relator Desembargador Aécio Marinho - j. em 14.06.2005).

Quanto a alegação de obediência ao Princípio da Reserva do Possível, entende-se


igualmente não merecer acolhida qualquer alegação nesse sentido, eis que estar-se-á diante do
conflito de normas referentes à saúde e, principalmente, o direito fundamental à vida, que não
pode restar inviabilizado pelas simples argumentação de impossibilidade financeira ou qualquer
obstáculo argumentado pelo município.

Não existe um contexto lógico de que o município possa alegar que não tenha condições
de arcar com o pedido do requerente, pois, tal comportamento decorreria de nulificação ou
aniquilação de direitos fundamentais do ser humano.

A propósito, trago à baila jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. Vejamos:

"ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL - RECURSO ESPECIAL - VIOLAÇÃO DE


DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS - IMPOSSIBILIDADE DE EXAME - FORNECIMENTO
DE MEDICAMENTOS - BLOQUEIO DE CONTAS DO ESTADO - POSSIBILIDADE.

1. Não cabe a esta Corte o exame da assertiva de violação de dispositivos


constitucionais, sob pena de se usurpar a competência atribuída ao STF.
2. Tem prevalecido no STJ o entendimento de que é possível, com amparo no art. 461,
§ 5º, do CPC, o bloqueio de verbas públicas para garantir o fornecimento de
medicamentos pelo Estado.
3. Embora venha o STF adotando a "Teoria da Reserva do Possível" em algumas
hipóteses, em matéria de preservação dos direitos à vida e à saúde, aquela Corte não
aplica tal entendimento, por considerar que ambos são bens máximos e impossíveis
de ter sua proteção postergada.
4. Agravo regimental improvido." (AgRg no REsp 921590/RS, Ministra Eliana Calmon,
j. em 29.08.07) (grifei).

Então Excelência, eventual ausência do cumprimento de formalidade burocrática não


pode obstaculizar o pedido da requerente, vez que a enfermidade que a acompanha é grave e
precisa ser combatida logo, mais uma vez, as decisões dos Tribunais reforçam a tese da presente
ação.

Entendimento consagrado na esteira de orientação do Egrégio Supremo Tribunal Federal.

Recurso ordinário conhecido e provido”.


(ROMS 11129/PR. DJ 18.02.2002. PÁG. 00279. Rel. Min. Francisco Peçanha Martins.
2ª Turma. STJ).

EMENTA: Município de Porto Alegre. Pedido de custeio de exame de ressonância


magnética que não consta da lista dos exames fornecidos pelo SUS. A saúde é direito
de todos e dever do Estado – Art. 196 da Constituição Federal. Norma de Aplicação
imediata. Responsabilidade do Poder Público. Os serviços de saúde são de relevância
pública e de responsabilidade do Poder Público. Necessidade de preservar-se o bem
jurídico maior que está em jogo: a própria vida. Aplicação dos arts. 5, par-1; 6 e 196
da CF. Embargos desacolhidos. (fls. 8).
(Embargos Infringentes 70001297084, Primeiro Grupo de Câmaras Cíveis, Tribunal
de Justiça do RS, Relator: Des. Francisco José Moesch. Julgado em 20/04/01).

EMENTA: Mandado de Segurança. Fornecimento de exames. Aparelhos e


medicamentos essenciais e indispensáveis a saúde e vida do impetrante.
Responsabilidade do Estado. E dever e responsabilidade do Estado, por força de
disposição constitucional e infraconstitucional, o fornecimento de exames,
medicamentos e aparelhos essenciais e indispensáveis a saúde e a própria vida do
impetrante. Preliminar de ilegitimidade passiva afastada. O direito a saúde, pela nova
ordem constitucional foi elevado ao nível dos direitos e garantias fundamentais sendo
direito de todos e dever do Estado. Aplicabilidade imediata dos princípios de normas
que regem a matéria. Segurança concedida. (fls. 9)
(Mandado de Segurança 597258359, Primeiro Grupo de Câmaras Cíveis. Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Des. Hernqie Osvaldo Poetea Roenick, Julgado em 17/03/00).

FUMMUS BONI JURIS

O "fummus boni juris" consubstancia-se no fato de já estar comprovado que o direito a


vida é um direito fundamental, e que o Poder Público deve garantir tal direito, e como a doença
do requerente deve ser tratada urgentemente, assim, a tese aqui descrita deve ser acolhida por
este Douto Magistrado."

PERICULUM IN MORA

Teme o autor que a ação demore até mesmo por mais de 01 semana para ser apreciada,
e por se tratar de doença mortal e de rápido desenvolvimento na anatomia humana, Vossa
Excelência deverá determinar que o município de _________ arque com todas as despesas e
cuidados para com o paciente.

DA LIMINAR

Destarte o deferimento da medida, imperativo se faz a concessão de sua liminar, em face


às situações emergenciais acima expostas que pretende o autor, a qualquer custo e tempo, evitá-
las, como tenta agora, e pleiteando através da presente.

Tal expediente se encontra legalmente amparado entre a relevância da fundamentação


do pedido e o eminente risco da medida se tornar insatisfativa, caso não haja a sua concessão.
Finalmente, cumprindo os requisitos, o autor aguarda ansiosamente que seu pedido seja
apreciado o mais rápido possível para que o seu filho possa ser submetido a um tratamento mais
humano e tentar garantir o seu direito a vida.

Analisando as ementas acima expostas, percebe-se que o entendimento dominante dos


tribunais é de que o direito à saúde é um direito fundamental, sendo assim, o Estado deve arcar
com as obrigações não só de fornecer remédios, mas também exames, tratamentos e aparelhos
essenciais à saúde do indivíduo.

Portanto, como a internação em um CTI seja relevante e imprescindível para o bem-


estar do paciente, não pode haver qualquer dúvida de que o réu tem o dever de fornecer o
alegado na presente ação.

DO PEDIDO

Ante o exposto, requer-se:

a) seja concedido a requerente os benefícios da justiça gratuita consubstanciado na Lei


1.060/50;

b) a citação do Município de _________ na pessoa do seu representante legal a fim de,


querendo, se defender nos termos da lei;

c) que seja julgada procedente a presente ação para que o réu seja condenado
definitivamente, e concedido liminarmente e urgentemente sem ouvir a outra parte o direito para
a requerente de tratamento de quimioterapia, operação para retirada de mama, garantia de
despesas com internação e despesas de acompanhante familiar e toda e qualquer assistência
relacionada a tratamento médico em qualquer cidade, ou Estado do Brasil;

c) seja intimado o Ministério Público nos termos da lei;

d) seja estipulado multa de R$1.000, 00 (mil reais) ao Município de __________ por cada
dia de descumprimento da determinação judicial;

Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidos, tais como testemunhas,
documentos, oitiva das partes, perícias e etc.

Dá-se a causa do valor de R$724,00 (setecentos e vinte e quatro reais).

Termos em que

Pede deferimento.

Município-UF, _____de_________________________de 2014.

Nome do Advogado
OAB/UF nº

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