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URGENTE
Inicialmente, afirma o autor que não possui condições de arcar com as custas processuais
e honorários advocatícios sem prejuízo do sustento próprio bem como o de sua família, razão
pela qual fazem jus ao benefício da gratuidade da justiça, nos termos do art. 4º da lei 1.060/50,
com redação introduzida pela Lei 7.510/86.
DOS FATOS
O autor em um determinado dia estava em sua residência, quando sentiu fortes dores de
cabeça, sendo encaminhado ao Hospital “X” para pronto atendimento.
Após esperar por mais de 12 (doze) horas para ser atendido e ser tratado de forma
vexatória e áspera pelos servidores de saúde que lá estavam, este entrou em estado de
incapacidade absoluta, sem poder locomover-se e sem autodeterminação, momento no qual,
enfim, um médico do hospital veio atende-lo.
Após a consulta médica, constatou-se que o Senhor José precisa ser levado a um outro
hospital que tenha CTI (CENTRO DE TRATAMENTO INTENSIVO), em caráter emergencial, pois
o paciente JOSÉ corre o risco de sofrer danos irreversíveis à sua saúde e, inclusive, o de morrer.
Informa o médico do atendimento que o este hospital não possui tão recurso (CTI),
mencionando a existência de outros hospitais municipais e estaduais e federais nas proximidades
de onde José se encontra internado, todos possuidores de CTI.
Ocorre, Excelência, que tanto o paciente quanto o seu genitor são hipossuficientes, de
modo que não possuem condições financeiras de arcar com a remoção para outro hospital
público, nem de custear a internação em hospital particular, sem prejuízo do sustento próprio ou
da família.
Após isso, o requerente resolveu buscar solução junto ao município, vez, que foi
informado que não seria possível atendê-lo, diante de tamanho absurdo, como se sabe no
cotidiano que o poder público age sempre dessa forma, tal assertiva torna-se fato notório
dispensando até mesmo provas.
DO DIREITO
Não é por acaso que o autor necessita ser transferido imediatamente afim de evitar que
mal maior possa acometer a este paciente, inclusive o mesmo poderá até morrer por falta de
atendimento adequado.
O autor e o paciente caminham para um estado de infelicidade e depressão que pode ter
consequências imprevisíveis, seu interesse de receber do Poder Público o direito de fazer a
remoção, se internar em um CTI e ter um acompanhamento é um ato de proteção à saúde do
mesmo e não um simples ato de vaidade.
Não havendo dúvida de que a saúde do paciente está extremamente abalado, fica claro
o dever do réu de fornecer o tratamento pretendido.
“caput”, do art. 5º, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes”.
O direito à vida é um direito fundamental, como a saúde está diretamente ligada à vida,
não há qualquer motivo para o autor não receber a autorização para a transferência, operação,
internação e acompanhamento de um familiar, pois sua saúde está comprometida.
Logo, percebe-se claramente que é dever do Estado praticar ações visando à garantia da
saúde de seus súditos, no caso, sendo o Município ente federativo, não pode se livrar do dever
de garantir a saúde aos munícipes.
Não sendo bastante, para não haver dúvida de que é dever do Município fornecer
tratamento médico para as pessoas carentes, vejamos o que diz a Lei 8.080/90:
“Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I
do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos
seguintes órgãos:
(...) no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão
equivalente............................
"O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento
da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras
fontes."
Vislumbra-se do texto legal que a referência é feita às três esferas do Poder Executivo
para ampliar a responsabilidade, de tal forma, que não há que se falar em litisconsórcio ou
ilegitimidade passiva de um dos entes públicos, pois o autor pode requerer o custeio a
qualquer um dos entes federados.
Quanto ao mérito propriamente dito, é cediço que a saúde é um direito público subjetivo
indisponível assegurado a todos e consagrado no art. 196 da Constituição Federal, senão
vejamos:
"Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação."
Vale ressaltar mais uma vez que a Lei nº 8.080/90, que criou o Sistema Único de Saúde,
face às exigências do parágrafo único do art. 198 da Constituição Federal, reforça a obrigação do
Estado à política de gestão de aplicação de recursos mínimos para as ações e serviços públicos
de saúde.
A saúde é direito de todos e dever do Estado, devendo este garantir, através de políticas
sociais e econômicas, a redução dos riscos de doenças e de outros agravos, resguardando o
acesso universal e a igualdade de ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação dos
necessitados.
Não existe um contexto lógico de que o município possa alegar que não tenha condições
de arcar com o pedido do requerente, pois, tal comportamento decorreria de nulificação ou
aniquilação de direitos fundamentais do ser humano.
PERICULUM IN MORA
Teme o autor que a ação demore até mesmo por mais de 01 semana para ser apreciada,
e por se tratar de doença mortal e de rápido desenvolvimento na anatomia humana, Vossa
Excelência deverá determinar que o município de _________ arque com todas as despesas e
cuidados para com o paciente.
DA LIMINAR
DO PEDIDO
c) que seja julgada procedente a presente ação para que o réu seja condenado
definitivamente, e concedido liminarmente e urgentemente sem ouvir a outra parte o direito para
a requerente de tratamento de quimioterapia, operação para retirada de mama, garantia de
despesas com internação e despesas de acompanhante familiar e toda e qualquer assistência
relacionada a tratamento médico em qualquer cidade, ou Estado do Brasil;
d) seja estipulado multa de R$1.000, 00 (mil reais) ao Município de __________ por cada
dia de descumprimento da determinação judicial;
Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidos, tais como testemunhas,
documentos, oitiva das partes, perícias e etc.
Termos em que
Pede deferimento.
Nome do Advogado
OAB/UF nº