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Porto Alegre
2005
2
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Dr.
UFRGS / DEMEC
Prof. Dr.
UFRGS / DEMEC
Prof. Dr.
UFRGS / DEMEC
Porto Alegre
2005
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço...
aos meus orientadores, Prof. Dr. Ignácio Iturrioz, por toda a atenção, incentivo e ensinamen-
tos e André (Doutorando – UFRGS), pela a ajuda nos ensaios práticos.
aos meus pais Mario e Nilda e meus irmãos Giovanni e Graziella cujo apoio, carinho e com-
preensão ajudaram na realização deste trabalho.
a todos meus amigos, pelo incentivo e momentos de descontração nos momentos difíceis.
RESUMO
ABSTRACT
Thin plates and shells are extensively used in various engineering structures. A few examples
of stiffened plate structures are roofs, containers, steel chimneys, pipes, side shell of ships,
and bridges. Rigorous analysis involving plates lying in different planes will entail the re-
quirement of high core memory of the computer. The solution thus obtained is both time con-
suming and costly. The approach of using the theory of orthotropic plates has been considered
by many investigators. The analysis of corrugated plates is based on the assumption that they
can be analyzed as thin, equivalent orthotropic plate of uniform thickness. This approached
results in a substantial saving in computational time and effort. The proposal here is the anal-
ysis of the expressions for the equivalent rigidities of orthotropic plates.
SUMÁRIO
RESUMO 4
ABSTRACT 5
1. INTRODUÇÃO 8
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 9
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 9
4. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA 12
5. METODOLOGIA 13
6. ANÁLISES E RESULTADOS 16
7. CONCLUSÕES 20
8. REFERÊNCIAS 21
8
1. INTRODUÇÃO
Hoje em dia placas e cascas são largamente usadas em varias estruturas da engenharia.
Elas são enrijidecidas de diversas maneiras para obter uma maior resistência com uma quanti-
dade relativamente menor de material, satisfazendo o objetivo de um mínimo peso para a es-
trutura. E em algumas vezes a aparência obtida destas estruturas é um bônus. Alguns exem-
plos de estruturas com placas enrijidecidas podem ser encontrados em chaminés de aço, tubu-
lações, pontes, cascos de navios, silos, recobrimento de contêineres, telhados, entre outros. As
Figuras de 2 a 4 mostram alguns exemplos de aplicação de chapas corrugadas.
A análise por elementos finitos de placas corrugadas requer longos períodos de simula-
ção o que representa grande custo para o projeto. Como uma alternativa para essa análise, tem
sido proposta uma aproximação por um modelo equivalente ortotrópico, como pode ser visto
na figura 5.
Figura 5 – Modelo de um elemento da folha equivalente corrugada pelo equivalente ortotrópico plano de
tensão . (a) atual elemento. (b) equivalente ortotrópico
9
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Diversos pesquisadores, como Mang (1976), comprovam ser válidas aproximações uti-
lizando a teoria de placas ortotrópicas.
No levantamento bibliográfico referente a homogeneização de placas corrugadas, depa-
ra-se com uma grande dificuldade de encontrar trabalhos que tratem de alguns casos de perfis
como o trapezoidal. Das bibliografias pesquisadas, pôde-se verificar que a teoria de placas
ortotrópicas é usualmente apresentada para o caso de chapas corrugadas com os perfis em
forma de onda. Timoshenko (1959), Troitsky (1976). Nestas bibliografias podem ser encon-
tradas também, expressões para a rigidez flexional de placas corrugadas com perfil em forma
de onda ou para outras aplicações como placas com reforçadores cruzados eqüidistantes entre
outras configurações. Porém nada se encontrou nestas bibliografias em relação a uma chapa
com perfil trapezoidal.
Briassoulis (1986) propôs uma derivação de novas expressões para o cálculo das pro-
priedades de um modelo equivalente ortotrópico, para uma placa corrugada com perfil em
forma de onda. Em seu trabalho são calculadas as rigidezes, por uma análise de elementos
finitos pela imposição de um estado de deformação e então são comparadas com valores obti-
dos com expressões da literatura. Quando foi necessário, novas expressões foram obtidas u-
sando expressões derivadas do teorema de Castigliano.
Samanta (1999) faz a primeira abordagem de uma análise não linear para uma placa
corrugada com perfil trapezoidal. Em seu trabalho são calculadas expressões para o cálculo da
rigidez extensional para placas com este tipo de perfil, através de métodos de conservação de
energia. As expressões para o cálculo da rigidez flexional são referenciada no trabalho de Sa-
manta (1999), obtidas de uma tese de pós-doutorado, MacFarland (1967). A análise não linear
por elementos finitos proposta no trabalho de Samanta, realizada com uma combinação de
dois elementos finitos. Um elemento triangular plano de tensões e um elemento de flexão. Em
seu trabalho, ele utiliza esta mesma combinação de elementos para realizar uma análise não
linear de um modelo equivalente de placas corrugadas. Outro estudo realizado pelo autor na
análise não linear de outros tipos de estrutura de placa enrijidecidas com vigas, Samanta
(1999).
A homogeneização de placas corrugadas em um modelo de placa ortotrópico, requer a
determinação a determinação das propriedades das constantes de rigidez elásticas para a placa
equivalente ortotrópica, Ahmed (2000).
3. FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA
x E x x Ev y
(1)
y E y y Ev x
xy G xy
Onde E’x, E’y, G’xy e E”x são as constantes elásticas a serem definidas.
Como pode ser visto são necessários neste caso quatro constantes para caracterizar as
propriedades elásticas do material. Para pequenas deformações, admitindo-se que as secções
permaneçam planas após a deformação, resultam as seguintes equações para as componentes
de deformação, Timoshenko (1959).
2 2 2
x z 2 y z 2 xy 2 z (2)
x y xy
2 2
x z E ' x 2 E" 2
x y
2 2
y z E ' y 2 E" 2 (3)
y x
2
xy 2Gz
xy
h 2 2
M x x zdz Dx 2 Dv 2
2
h
2 x y
h 2 2
M y h2 y zdz D y 2 Dv 2 (4)
2 y x
h 2
M xy h2 xy zdz 2 Dxy Figura 6 - Representação das tensões
2 xy
Nas quais:
11
4 4 4
Dx 2 H D q (6)
x 4 x 2 y 2 y 4
y
Onde: H = Dv+2Dxy
A equação (6) pode ser aplicada na investigação de placas não isotrópicas e eventual-
mente em casos de materiais não homogêneos, tais como: lajes de concreto, a qual tem dife-
rentes rigidezes flexionais em duas direções perpendiculares, Timoshenko (1959).
A análise teórica de uma placa corrugada é baseada assumindo que esta pode ser anali-
sada como uma fina placa equivalente ortotrópica de espessura uniforme. Expressões analíti-
cas para obter a rigidez do equivalente ortotrópico de placas corrugadas apresentadas na lite-
ratura são obtidas analiticamente, em muitos casos através de métodos de conservação de e-
nergia. De Samanta (1999), temos que a relação entre tensão-deformação para uma placa orto-
trópica pode ser escrita como:
x E x Ev 0 x
1
y Ev Ey 0 y (6)
(1 1 2 ) 0 (1 v1v 2 ) E xy xy
xy 0
As expressões para cálculos das rigidezes de uma chapa corrugada trapezoidal foram
obtidas de Samanta (1999). Como um primeiro passo neste trabalho, analisaremos aqui so-
mente as equações referentes a rigidez flexional (7). Que são validas para pequenos desloca-
mentos (analise linear).
cEt 3
Dx
s12
Dv 0
EI y (7)
Dy
c
sEt 3
D xy Figura 7 - Representação de um corrugado trapezoidal (em
c6(1 v) linha grossa se verifica o que chamamos de módulo)
As variáveis “c”,”t”, “f” e “s” estão associadas a geometria do perfil da chapa corruga-
da.. Onde “c” é o comprimento de meia onda, “t” é espessura, “f” é a distancia do eixo até a
linha de cento do perfil e “s”é o comprimento ao longo de um módulo do perfil. Conforme
pode-se verificar na figura 7.
Para o modelo equivalente ortotrópico de uma chapa corrugada em forma de onda fo-
ram utilizadas as desenvolvidas no trabalho de Briassoulis (1986). Onde “c” é o comprimento
de meia onda, “t” é espessura, “f” é a distancia do eixo até a linha de cento do perfil. A figura
8 mostra um as dimensões do perfil em forma de onda.
c Et 3
Dx
s 12 1 2
Et 3 Etf 2
Dy
12(1 v 2 ) 2
Dv vDx (8)
3 Figura 8 - Perfil em forma de onda
Et
Dxy
121
Para o cálculo de “s”, (comprimento ao longo de um módulo do perfil), temos de Timo-
shenko (1959) a seguinte expressão (8).
2f 2
s c1 (9)
4c 2
4. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA
Figura 9 - Telha corrugada com perfil em forma de Figura 10 - Telha corrugada com perfil trapezoidal
onda
5. METODOLOGIA
Foram considerados dois tipos de engastes, a placa apoiada e a placa engastada. Na fi-
gura 12, tem-se a representação destes engastes para um quarto da placa.
Figura 14 - Condições de contorno. Em (a) a placa esta apoiada e em (b) a placa está engastada
Para verificação do deslocamento foi aplicada uma carga de valor 1000 N no centro da
placa. Como foi analisado apenas um quarto do modelo, a carga foi aplicada na extremidade
que representa o centro, conforme mostrado na figura 15.
Para analise do modelo foi utilizado um programa de analise por elementos finitos,
ABAQUS. Foi utilizado um elemento de casca isoparamétrico linear de quatro nós para apli-
cação em casos gerais de placas. Para análise do modelo corrugado foram usadas as proprie-
dades isotrópicas. Para a análise por elementos finitos do modelo ortotrópico, foi feito um
modelo de placa plana e para a entrada dos dados se utilizou as propriedades mecânicas calcu-
ladas relacionando as expressões (5) com as de (7) e (8) dependendo da forma do corrugado.
Ainda utilizando o programa de elementos finitos foi calculado o primeiro modo de fre-
qüência natural para dois modelos de engastes da figura 14, porém considerando a folha intei-
ra, isto é, com os quatro lados apoiados ou engastados. As freqüências foram calculadas para
um modelo equivalente ortotrópico de com ângulos de inclinação “θ” de 45 graus com oito
15
Em um segundo passo foi feito à análise experimental da placa. Uma telha trapezoidal
foi fixada sobre vigas com o uso de hastes galvanizadas com porca, arruela e anel de borra-
cha, conforme se pode verificar na figura 17. Para aplicação da carga foram usados dois tubos
quadrados de 40 mm x 40 mm x 3 mm com 1,86kg cada, que foram apoiados uniformemente
sobre as telhas com o auxílio de calços de isopor. Ainda para garantir a distribuição da carga
foi colocada uma tabua com 6 kg sobre os tubos. Acima da tabua foi colocado um garrafão
que foi cheio com água aplicando assim o carregamento. As figuras 17 e 18 mostram o posi-
cionamento deste carregamento.
Para medir o deslocamento no eixo “z” foram colocados dois relógios comparadores
posicionados nos pontos centrais da telha conforme figuras 20, 21 e 22.
Com base nas equações (7) foram calculadas as propriedades de um equivalente orto-
trópico de uma telha trapezoidal. E a seguir foi feita a análise em elementos finitos aplicando
a condição de contorno de engastamento nas extremidades, porém com um grau livre para
rotação no eixo ao longo da linha do perfil. Foi analisado apenas o deslocamento no centro da
placa.
16
6. RESULTADOS E ANÁLISES
A tabela 5 mostra os resultados para a rigidez flexional para os dois modelos de chapas
corrugadas e as propriedades mecânicas obtidas a partir destes dados.
Tabela 5 Propriedades de rigidez flexional do modelo equivalente ortotrópico
Propriedades de rigidez flexional do equivalente ortotrópicas
Folha trapezoidal Folha em forma de onda
Dx 4.1085 E6 3.2330E6
Dy 4.3835 E7 2.5122E7
Dxy 7.5181 E6 4.8499E6
Propriedades Mecânicas para o equivalente ortotrópico
Ex 1.9255 E5 1.5153E5
Ey 2.0544 E6 1.1773E6
Gxy 3.5234 E5 2.2729E5
v 0.029 0.038
Nas figuras 23 e 24 pode-se ver a distribuição de tensões nos dois modelos. O valor das
tensões de Von Misses encontrados são maiores para o modelo homogeneizado, como que
cerca de duas vezes. O valor da tensão crítica em um ponto deve ser calculado utilizando os
resultados do modelo homogeneizado em expressões que relacionam com a geometria da fo-
lha corrugada. Estes cálculos não serão analisados neste trabalho.
Foram analisados os deslocamentos obtidos no ponto central da placa para uma carga
concentrada aplicada no centro da placa, conforme mostrado na Tabela 9. Fazendo a análise
destes dados verifica-se que o modelo equivalente ortotrópico tem uma melhor aproximação
com o aumento do número de corrugados e com a condição de contorno engastado.
Tabela 9 - Comparação entre os modelos ortotrópicos para uma folha corrugada trapezoidal
Deslocamento Numero de corrugado para modelo trapezoidal.
no centro da Placa Apoiada Placa Apoiada Placa Apoiada
placa.Carga de 4 8 16
1000 N Ortot. Placa Err Ortot. Placa Err Ortot. Placa Err
U (mm) 0.501 0.553 9% 2.070 2.311 10% 8.627 9.395 8%
Figura 25- Primeiro modo de freqüência para o Figura 26 - Primeiro modo de freqüência para mo-
modelo corrugado delo ortotrópico
A figura 27 mostra o gráfico obtido em ensaio prático. A curva topo, em azul, mede o
deslocamento na onda alta da folha e a curva base, em verde, na onda baixa da telha. Pode se
notar no gráfico, que os deslocamentos ficaram dentro do regime elástico do material.
Carga x Deformação
3
Deformação (mm)
2.5
2
1.5
1
0.5
0
0 5 10 15 20 25 30
Carga (Kg)
Topo Base
De posse dos dados foi modelado um equivalente ortotrópico para a telha a fim de veri-
ficar a aplicação da aproximação pela homogeneização da telha. Os valores para a rigidez
flexional calculados estão descritos na tabela 11. Pode-se notar um elevado valor para a pro-
priedade elástica Ey.
Tabela 11 - Propriedades do modelo experimental homogeneizado
Propriedades ortotrópicas do modelo
Dx Dy Dxy
Rigidez flexional
1387 2.9171E7 2819
Propriedades Ex Ey Gxy ν
Mecânicas 1.8276E5 3.8276E5 3.7122E5 0.0000142
Pode-se verificar pela tabela 13 que com o aumento da espessura tem-se um aumento
na rigidez “Dy” por estar esta propriedade associada ao momento de inércia do perfil.
7. CONCLUSÕES
Neste trabalho se construiu um modelo que equivalente de uma placa ortotrópica que
representar folhas dobradas que devido a sua geometria assumem um comportamento ortotró-
pico. Foram analisados diferentes tipos de geometria e verificada o desempenho destas em
termos de deslocamentos e primeiro modo de vibração. Durante a realização do trabalho foi
possível obter as seguintes conclusões:
a) Foi observado que o erro nas aproximações do modelo equivalente ortotrópico tende
a diminuir à medida que se aumenta o numero de módulos na placa, ou seja, quanto maior for
o modelo, melhores serão os resultados.
b) Foi observado que melhores aproximações para a condição de contorno de placa en-
gasta para a relação de deslocamento.
c) Em relação à freqüência natural de vibração foi observada uma boa aproximação do
modelo homogeneizado para o cálculo destas. Foi observado um erro menor quando calculada
para a condição de contorno apoiada nas quatro bordas. Talvez porque não esteja analisando
somente a rigidez flexional e não a extencional.
d) Quanto as tensões foi observado que estas tem um comportamento diferente nos dois
modelos, o que justiça um diferente valor para carga crítica.
21
8. REFERÊNCIAS
Biancolini, M E, Brutti C, Reccia L. Approximate solution for free vibrations of thin ortho-
tropic rectangular plates. Journal of Sound and Vibration. pp. 1-24. 2005.
Samanta A, Madhujit Mukopadhyay. Finite Element Static and Dinamic Analyses of Folded
Plates. Engineering Structures. Vol. 21. pp. 277-287. 1999.
Oñate, E. Cálculo de Estrutura por el Método de Elemetos Finitos – Análisis estático linear.
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Analysis. Computers & Structures. Vol. 19, Nº 1-2, pp. 1-8, 1984.