Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
COMARCA DE DIANÓPOLIS-TO.
Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
II – DA SENTENÇA
A r. Sentença proferida pelo juiz a quo na ação de cobrança de honorários advocatícios movida por
JEOVÁ DA SILVA PEREIRA em desfavor de ANTÔNIO ARLINDO CIPOLATTO, proposta
pelo apelante em face do apelado, JULGANDO EXTINTO O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO
DO MÉRITO NA FORMA DO ART. 485, VI, DO CPC. DEVE SER REFORMADA POR
VOSSAS EXCELÊNCIAS.
III - DO DIREITO
O responsável pelo pagamento das despesas da campanha eleitoral é o candidato e não a coligação.
O entendimento é da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, que analisou um processo em que uma
prestadora de serviços gráficos alegou o não recebimento de valores correspondentes à produção de
material de propaganda política. Ao ajuizar a ação, a gráfica afirmou que fez diversas tentativas para
receber o valor devido. Em sua defesa, a candidata alegou ilegitimidade passiva para figurar na ação.
Segundo ela, os serviços gráficos foram solicitados pela coligação partidária. Portanto, deveriam ser
pagos por ela.
A primeira instância entendeu que o dever de pagar a dívida era da candidata. Argumentou que as
coligações partidárias não possuem personalidade jurídica e, por isso, são impedidas de contratar. A
ré apelou ao Tribunal de Justiça da Bahia, que extinguiu o processo, por entender que a
responsabilidade pelo pagamento das despesas de campanha é do partido político ou da coligação
partidária, não do candidato.
O ministro Massami Uyeda, ao analisar o recurso interposto pela gráfica, citou a Lei 9.504/1997, cujo
artigo 17 estabelece que:
“AS DESPESAS DA CAMPANHA ELEITORAL SERÃO REALIZADAS
SOB A RESPONSABILIDADE DOS PARTIDOS, OU DE SEUS
CANDIDATOS”.
O relator lembrou que a responsabilidade solidária entre partidos e candidatos foi reconhecida pela 3ª
Turma em julgamento que tratou de excessos cometidos na propaganda eleitoral.
“SE ADMITIDA A RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE O
PARTIDO POLÍTICO E O CANDIDATO NAS HIPÓTESES DE
EXCESSO NA DIVULGAÇÃO DA PROPAGANDA ELEITORAL,
DANDO ENSEJO À REPARAÇÃO COMPETENTE, COM MAIOR
RAZÃO É DE SE ADMITIR TAL RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
NAS HIPÓTESES DE PAGAMENTO DAS DESPESAS REALIZADAS
DURANTE A CAMPANHA ELEITORAL”, DISSE O MINISTRO.
Com a decisão do STJ, reconhecendo a legitimidade passiva da candidata, o processo retornará ao TJ-
BA para que sejam julgadas outras questões levantadas no recurso de apelação. Na verdade, a
responsabilidade sobre os gastos relativos à campanha deve recair sobre os candidatos e os seus
partidos, solidariamente, a teor do artigo 17 da Lei 9.504/97. A TERCEIRA TURMA DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) CONSIDEROU, EM DECISÃO UNÂNIME,
QUE A RESPONSABILIDADE PELAS DESPESAS DE CAMPANHA ELEITORAL É DO
CANDIDATO E NÃO DA COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA À QUAL ESTEVE VINCULADO.
COM ESSE ENTENDIMENTO, O TRIBUNAL DEU PROVIMENTO AO RECURSO
ESPECIAL INTERPOSTO POR UMA PRESTADORA DE SERVIÇOS GRÁFICOS E
ATRIBUIU LEGITIMIDADE A UMA CANDIDATA DA BAHIA PARA FIGURAR COMO
RÉ EM AÇÃO DE COBRANÇA.
Quanto às coligações partidárias, ele afirmou que “POSSUEM CONTEXTO ESPECÍFICO, COM
ATUAÇÃO ABSOLUTAMENTE PECULIAR E BEM DELINEADA PELA LEGISLAÇÃO”.
SEGUNDO O MINISTRO, A COLIGAÇÃO É UMA “INSTITUIÇÃO JURÍDICA
SUPRAPARTIDÁRIA, COM NATUREZA TEMPORÁRIA E QUE NÃO POSSUI
PERSONALIDADE JURÍDICA APTA A CONTRAIR OBRIGAÇÕES CIVIS”.
O relator lembrou que a responsabilidade solidária entre partidos e candidatos foi reconhecida pela
Terceira Turma em julgamento que tratou de excessos cometidos na propaganda eleitoral (REsp
663.887). Dessa maneira excelências, aplica-se à situação, que conforme restou incontroverso, refere-
se à contratação para as eleições de 2016, o entendimento dominante de que os partidos que compõe a
coligação e seus diversos diretórios partidários respondem de forma solidária pelas obrigações
contraídas. AS COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS POSSUEM CONTEXTO ESPECÍFICO, COM
ATUAÇÃO ABSOLUTAMENTE PECULIAR E DELINEADA PELA LEGISLAÇÃO,
TRATANDO-SE, NESSE CONTEXTO, DE INSTITUIÇÃO JURÍDICA
SUPRAPARTIDÁRIA, COM NATUREZA TEMPORÁRIA, SEM PERSONALIDADE
JURÍDICA AS EVENTUAIS DESPESAS DA CAMPANHA ELEITORAL SÃO DE
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO PARTIDO POLÍTICO OU DO PRÓPRIO
CANDIDATO, A TEOR DO ARTIGO 17, DA LEI 9.504/97. O Superior Tribunal de Justiça já
decidiu dessa forma:
RECURSO ESPECIAL NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL
NÃO OCORRENCIA AÇÃO DE COBRANÇA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS GRÁFICOS CAMPANHA ELEITORAL – COLIGAÇÃO
PARTIDÁRIA AUSÊNCIA DE PERSONALIDADE JURÍDICA –
IMPOSSIBILIDADE DE CONTRAIR OBRIGAÇÕES CIVIS DESPESAS
DE CAMPANHA – RESPONSABILIDADE DO PARTIDO POLÍTICO OU
DO PROPRIO CANDIDATO SOLIDARIEDADE – RECURSO ESPECIAL
PROVIDO. I – Não há falar em violação ao art. 535, II, do Código de
Processo Civil, porque a prestação jurisdicional que se revela contrária ao
interesse de quem postula não se equipara, para efeito de acesso à via
recursal extraordinária, com a ausência de prestação jurisdicional, aptos a
justificar sua nulidade. II AS COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS POSSUEM
CONTEXTO ESPECÍFICO, COM ATUAÇÃO ABSOLUTAMENTE
PECULIAR E DELINEADA PELA LEGISLAÇÃO, TRATANDO-SE,
NESSE CONTEXTO, DE INSTITUIÇÃO JURÍDICA
SUPRAPARTIDÁRIA, COM NATUREZA TEMPORÁRIA, SEM
PERSONALIDADE JURÍDICA. III – AS EVENTUAIS DESPESAS DA
CAMPANHA ELEITORAL SÃO DE RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
DO PARTIDO POLÍTICO OU DO PRÓPRIO CANDIDATO, A TEOR DO
ARTIGO 17, DA LEI 9.504/97. IV – Recurso especial provido. (REsp.
1085193/BA, Relator Ministro MASSAMI UYEDA – TERCEIRA TURMA,
julgamento em 21/06/2011, DJE 01/07/2011).
IV – REQUERIMENTO
Em virtude do exposto, o Apelante requer dos Nobres Julgadores que o presente recurso de apelação
seja CONHECIDO e, quando de seu julgamento, seja totalmente PROVIDO para reformar a sentença
recorrida, no sentido de acolher o pedido inicial do Apelante COMPROVADA A EXISTÊNCIA DA
RELAÇÃO JURÍDICA, DEVIDO É O PAGAMENTO PELOS SERVIÇOS PRESTADOS. AS
COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS POSSUEM CONTEXTO ESPECÍFICO, COM ATUAÇÃO
ABSOLUTAMENTE PECULIAR E DELINEADA PELA LEGISLAÇÃO, TRATANDO-SE,
NESSE CONTEXTO, DE INSTITUIÇÃO JURÍDICA SUPRAPARTIDÁRIA, COM
NATUREZA TEMPORÁRIA, SEM PERSONALIDADE JURÍDICA. O PARTIDO POLÍTICO
E O CANDIDATO SÃO SOLIDARIAMENTE RESPONSÁVEIS PELAS DESPESAS
CONTRAÍDAS EM RAZÃO DE CAMPANHA ELEITORAL. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO
17 DA LEI N. 9.504/1997. Com o consequente retorno dos autos ao juízo a quo para prosseguimento
do feito, por ser medida de inteira Justiça. DESTARTE OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
CONSTITUEM UM DIREITO DO ADVOGADO DE CARÁTER ALIMENTAR (CPC/2015,
ART. 85, § 14), NA SITUAÇÃO CONCRETA DOS AUTOS.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.