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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA

COMARCA DE DIANÓPOLIS-TO.

Processo nº: 0000642-19.2018.827.2716

"[...] se não transformarmos em conhecimento a informação, seremos apenas transeuntes no


nosso tempo, nunca partícipes dele". (J.J. Calmon de Passos).

JEOVÁ DA SILVA PEREIRA, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, na


AÇÃO DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, em face de ANTÔNIO
ARLINDO CIPOLATTO, também devidamente qualificado, inconformado com a sentença
proferida por este respeitável juízo a quo vêm, tempestivamente, à presença de Vossa Excelência,
interpor RECURSO DE APELAÇÃO, pelos fundamentos de fato e de direito expostos nas razões
recursais anexas.

Requer-se o recebimento e processamento deste recurso, pois presentes os requisitos legais, e a


remessa dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins/TO. Requerendo que seja
provida a apelação, REFORMANDO-SE A R. SENTENÇA DE PRIMEIRA INSTÂNCIA.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Dianópolis/TO, 10 de setembro de 2018.

JEOVÁ DA SILVA PEREIRA


OAB/TO 7222-A
RAZÕES RECURSAIS
Apelante: JEOVÁ DA SILVA PEREIRA
Apelado: ANTÔNIO ARLINDO CIPOLATTO
Origem: processo nº 0000642-19.2018.827.2716, 1ª Vara Cível (Comarca de Dianópolis/TO)
EGRÉGIO TRIBUNAL,
COLENDA CÃMARA.
Eméritos Desembargadores,

I – BREVE SÍNTESE DO PROCESSO

Trata-se de AÇÃO DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, em face de


ANTÔNIO ARLINDO CIPOLATTO, em que o apelante, requer que o CANDIDATO A
PREFEITO ELEITO NO PLEITO DE 2016 pela COLIGAÇÃO RUMO NOVO COM A
FORÇA DO POVO no Município de Novo Jardim/TO (obteve êxito na disputa eleitoral) atual
prefeito, seja responsabilizado pelos adimplementos de HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS juntou
provas documentais.
Aduziu o apelado, através de seus procuradores, que o apelante propôs uma Ação de Cobrança,
alegando que foi contratado e firmou, compromisso verbal para advogar na CAMPANHA
POLÍTICA DA COLIGAÇÃO RUMO NOVO COM A FORÇA DO POVO. Que os documentos
colacionados junto à inicial foram apenas espelhos de consulta de processos junto ao site do Tribunal
Regional Eleitoral do Estado do Tocantins, conforme se infere do Evento1, dos autos, e nada mais.
Assim, verifica-se que o apelante não juntou aos autos nenhum documento comprobatório da prestação
efetiva dos serviços, assim como alega na inicial, o que inexoravelmente, trata-se de documento
essencial à propositura da ação de cobrança, sem o qual o apelante não pode ser validamente
constituída Dessa maneira, como falta na Inicial documento indispensável para a sua propositura e por
consequência pressuposto processual de validade o indeferimento da petição é medida que se impõe.
QUE A EXIGÊNCIA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS POR COBRANÇA LEVADA A
EFEITO NA SEARA JUDICIAL DEPENDE DA DEMONSTRAÇÃO DA EFETIVA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, O QUE DEVE SER DEMONSTRADO PELA CÓPIA DOS
PROCESSOS EM QUE ATUOU E PEÇAS QUE FORAM PRODUZIDAS, O QUE NÃO FOI
JUNTADO PELO AUTOR E REQUEREU A EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM
RESOLUÇÃO DO MÉRITO.
Que o apelante advogou para a COLIGAÇÃO RUMO NOVO COM A FORÇA DO POVO, a qual
tem personalidade jurídica com inscrição no CNPJ/MF sob nº 25.429.404/0001-26. O próprio apelante
em sua petição inicial confessa claramente que foi contratado para advogar na campanha política da
“COLIGAÇÃO RUMO NOVO COM A FORÇA DO POVO”, conforme declara na inicial.
Que os próprios espelhos de consulta processual juntados na inicial, verifica-se que os processos em
que o apelante figura como advogado são em nome da COLIGAÇÃO RUMO NOVO COM A
FORÇA DO POVO e os partidos políticos que compunham a referida coligação (PMDB, PT, PHS,
PROS, PSC e SD) e não em nome de ANTONIO ARLINDO CIPOLATTO, pessoa física, E DEVE
SER RECONHECIDA A ILEGITIMIDADE PASSIVA DO APELADO ANTONIO ARLINDO
CIPOLATTO PARA FIGURAR NO POLO PASSIVO DA PRESENTE DEMANDA.
Que o apelante alega que estipulou as prestações de serviços advocatícios de forma verbal,
relacionando 22 processos e querendo ao final o pagamento de valores no montante de R$ 316.511,95
(trezentos e dezesseis mil e quinhentos e onze reais e noventa e cinco centavos), o que se mostra
totalmente fora da realidade.
Que além dos espelhos de processos eleitorais da COLIGAÇÃO RUMO NOVO COM A FORÇA
DO POVO, aparecem outros processos em nome dos partidos que compunham a referida coligação
(PMDB, PT, PHS, PROS, PSC e SD) os quais também possuem personalidade jurídica própria, sendo
que em nenhum daqueles documentos se vê como outorgantes ou peticionários o apelado pessoa física
ARLINDO ANTONIO CIPOLATTO, e a improcedência do pedido em relação ao apelado.
Que deixou o Autor de informar, que efetuou contrato de PRESTAÇÃO GRATUITA DE
SERVIÇOS, REVELANDO-SE INTEIRAMENTE DESPROPOSITADA A PRETENSÃO DO
AUTOR, DEVENDO SER JULGADO IMPROCEDENTE OS PEDIDOS DO AUTOR. Que o
apelado juntau todos os Contratos de Prestação Gratuita dos Serviços para fins de campanha eleitoral
e os Recibos de Doação devidamente assinados pelo apelante, pois os eventuais serviços prestados
foram de forma voluntária, conforme demonstram o contrato de prestação de serviços e recibo de
doação.
Que o apelante, seja condenado no pagamento de indenização do valor que está demandando a mais,
ou seja, a quantia de R$ 316.511,95 (trezentos e dezesseis mil e quinhentos e onze reais e noventa e
cinco centavos).
Que seja á presente demanda julgada IMPROCEDENTE em todos os seus termos, TENDO EM
VISTA QUE NÃO HÁ NEXO CAUSAL E O FATO DE O AUTOR TER FIRMADO
CONTRATO DE PRESTAÇÃO GRATUITA DE SERVIÇOS E RECIBOS DE DOAÇÃO;
Requer a condenação do autor nas penas de Litigância de má-fé, em consonância com os artigos 79;
80, incisos I, II, III e V c/c 81, caput e § 3.º, todos do NCPC.

II – DA SENTENÇA
A r. Sentença proferida pelo juiz a quo na ação de cobrança de honorários advocatícios movida por
JEOVÁ DA SILVA PEREIRA em desfavor de ANTÔNIO ARLINDO CIPOLATTO, proposta
pelo apelante em face do apelado, JULGANDO EXTINTO O PROCESSO SEM RESOLUÇÃO
DO MÉRITO NA FORMA DO ART. 485, VI, DO CPC. DEVE SER REFORMADA POR
VOSSAS EXCELÊNCIAS.

III - DO DIREITO

O responsável pelo pagamento das despesas da campanha eleitoral é o candidato e não a coligação.
O entendimento é da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, que analisou um processo em que uma
prestadora de serviços gráficos alegou o não recebimento de valores correspondentes à produção de
material de propaganda política. Ao ajuizar a ação, a gráfica afirmou que fez diversas tentativas para
receber o valor devido. Em sua defesa, a candidata alegou ilegitimidade passiva para figurar na ação.
Segundo ela, os serviços gráficos foram solicitados pela coligação partidária. Portanto, deveriam ser
pagos por ela.
A primeira instância entendeu que o dever de pagar a dívida era da candidata. Argumentou que as
coligações partidárias não possuem personalidade jurídica e, por isso, são impedidas de contratar. A
ré apelou ao Tribunal de Justiça da Bahia, que extinguiu o processo, por entender que a
responsabilidade pelo pagamento das despesas de campanha é do partido político ou da coligação
partidária, não do candidato.
O ministro Massami Uyeda, ao analisar o recurso interposto pela gráfica, citou a Lei 9.504/1997, cujo
artigo 17 estabelece que:
“AS DESPESAS DA CAMPANHA ELEITORAL SERÃO REALIZADAS
SOB A RESPONSABILIDADE DOS PARTIDOS, OU DE SEUS
CANDIDATOS”.
O relator lembrou que a responsabilidade solidária entre partidos e candidatos foi reconhecida pela 3ª
Turma em julgamento que tratou de excessos cometidos na propaganda eleitoral.
“SE ADMITIDA A RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE O
PARTIDO POLÍTICO E O CANDIDATO NAS HIPÓTESES DE
EXCESSO NA DIVULGAÇÃO DA PROPAGANDA ELEITORAL,
DANDO ENSEJO À REPARAÇÃO COMPETENTE, COM MAIOR
RAZÃO É DE SE ADMITIR TAL RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
NAS HIPÓTESES DE PAGAMENTO DAS DESPESAS REALIZADAS
DURANTE A CAMPANHA ELEITORAL”, DISSE O MINISTRO.
Com a decisão do STJ, reconhecendo a legitimidade passiva da candidata, o processo retornará ao TJ-
BA para que sejam julgadas outras questões levantadas no recurso de apelação. Na verdade, a
responsabilidade sobre os gastos relativos à campanha deve recair sobre os candidatos e os seus
partidos, solidariamente, a teor do artigo 17 da Lei 9.504/97. A TERCEIRA TURMA DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) CONSIDEROU, EM DECISÃO UNÂNIME,
QUE A RESPONSABILIDADE PELAS DESPESAS DE CAMPANHA ELEITORAL É DO
CANDIDATO E NÃO DA COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA À QUAL ESTEVE VINCULADO.
COM ESSE ENTENDIMENTO, O TRIBUNAL DEU PROVIMENTO AO RECURSO
ESPECIAL INTERPOSTO POR UMA PRESTADORA DE SERVIÇOS GRÁFICOS E
ATRIBUIU LEGITIMIDADE A UMA CANDIDATA DA BAHIA PARA FIGURAR COMO
RÉ EM AÇÃO DE COBRANÇA.
Quanto às coligações partidárias, ele afirmou que “POSSUEM CONTEXTO ESPECÍFICO, COM
ATUAÇÃO ABSOLUTAMENTE PECULIAR E BEM DELINEADA PELA LEGISLAÇÃO”.
SEGUNDO O MINISTRO, A COLIGAÇÃO É UMA “INSTITUIÇÃO JURÍDICA
SUPRAPARTIDÁRIA, COM NATUREZA TEMPORÁRIA E QUE NÃO POSSUI
PERSONALIDADE JURÍDICA APTA A CONTRAIR OBRIGAÇÕES CIVIS”.
O relator lembrou que a responsabilidade solidária entre partidos e candidatos foi reconhecida pela
Terceira Turma em julgamento que tratou de excessos cometidos na propaganda eleitoral (REsp
663.887). Dessa maneira excelências, aplica-se à situação, que conforme restou incontroverso, refere-
se à contratação para as eleições de 2016, o entendimento dominante de que os partidos que compõe a
coligação e seus diversos diretórios partidários respondem de forma solidária pelas obrigações
contraídas. AS COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS POSSUEM CONTEXTO ESPECÍFICO, COM
ATUAÇÃO ABSOLUTAMENTE PECULIAR E DELINEADA PELA LEGISLAÇÃO,
TRATANDO-SE, NESSE CONTEXTO, DE INSTITUIÇÃO JURÍDICA
SUPRAPARTIDÁRIA, COM NATUREZA TEMPORÁRIA, SEM PERSONALIDADE
JURÍDICA AS EVENTUAIS DESPESAS DA CAMPANHA ELEITORAL SÃO DE
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO PARTIDO POLÍTICO OU DO PRÓPRIO
CANDIDATO, A TEOR DO ARTIGO 17, DA LEI 9.504/97. O Superior Tribunal de Justiça já
decidiu dessa forma:
RECURSO ESPECIAL NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL
NÃO OCORRENCIA AÇÃO DE COBRANÇA PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS GRÁFICOS CAMPANHA ELEITORAL – COLIGAÇÃO
PARTIDÁRIA AUSÊNCIA DE PERSONALIDADE JURÍDICA –
IMPOSSIBILIDADE DE CONTRAIR OBRIGAÇÕES CIVIS DESPESAS
DE CAMPANHA – RESPONSABILIDADE DO PARTIDO POLÍTICO OU
DO PROPRIO CANDIDATO SOLIDARIEDADE – RECURSO ESPECIAL
PROVIDO. I – Não há falar em violação ao art. 535, II, do Código de
Processo Civil, porque a prestação jurisdicional que se revela contrária ao
interesse de quem postula não se equipara, para efeito de acesso à via
recursal extraordinária, com a ausência de prestação jurisdicional, aptos a
justificar sua nulidade. II AS COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS POSSUEM
CONTEXTO ESPECÍFICO, COM ATUAÇÃO ABSOLUTAMENTE
PECULIAR E DELINEADA PELA LEGISLAÇÃO, TRATANDO-SE,
NESSE CONTEXTO, DE INSTITUIÇÃO JURÍDICA
SUPRAPARTIDÁRIA, COM NATUREZA TEMPORÁRIA, SEM
PERSONALIDADE JURÍDICA. III – AS EVENTUAIS DESPESAS DA
CAMPANHA ELEITORAL SÃO DE RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
DO PARTIDO POLÍTICO OU DO PRÓPRIO CANDIDATO, A TEOR DO
ARTIGO 17, DA LEI 9.504/97. IV – Recurso especial provido. (REsp.
1085193/BA, Relator Ministro MASSAMI UYEDA – TERCEIRA TURMA,
julgamento em 21/06/2011, DJE 01/07/2011).

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. INEXISTÊNCIA DE
MANIFESTAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO A RESPEITO DA
QUESTÃO VEICULADA NO ESPECIAL, APESAR DA OPOSIÇÃO DE
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. FALTA DE ALEGAÇÃO DE
CONTRARIEDADE OU NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO ART. 535 DO CPC.
ENUNCIADO N. 211 DA SÚMULA DO STJ.
DÍVIDA DE CAMPANHA ELEITORAL. RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA. PARTIDO POLÍTICO E CANDIDATO. PRETENSÃO
RECURSAL INCOMPATÍVEL COM AS PREMISSAS FÁTICAS
ASSENTADAS PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. INVIABILIDADE.
ENUNCIADO N. 7 DA SÚMULA DO STJ. AUSÊNCIA DE ARGUMENTOS
APTOS A INFIRMAR OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA.
AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. Inadmissível recurso especial
quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi
apreciada pelo Tribunal a quo (enunciado n. 211 da Súmula do STJ). 2. O partido
político e o candidato são solidariamente responsáveis pelas despesas contraídas
em razão de campanha eleitoral. Inteligência do art. 17 da Lei n. 9.504/1997.
Precedente. 3. O recurso especial é inviável, por aplicação do enunciado n. 7 da
Súmula do STJ, quando as alegações em que se funda a pretensão recursal
colidem com os pressupostos fáticos assentados no acórdão recorrido. 4. Se o
agravante não traz argumentos aptos a infirmar os fundamentos da decisão
agravada, deve-se negar provimento ao agravo regimental. Precedente. 5. Agravo
regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp 703.923/DF, Rel.
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em
04/08/2015, DJe 17/08/2015).

DIREITO CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO. DIREITO À IMAGEM. UTILIZAÇÃO SEM
AUTORIZAÇÃO. FINS COMERCIAIS. DANO MORAL E
PATRIMONIAL. CONFIGURAÇÃO. PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA.
COMPENSAÇÃO PECUNIÁRIA. PRINCÍPIOS DA
PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. OBSERVÂNCIA.
PROVEITO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.
OCORRÊNCIA.
1. Segundo o preceituado no art. 460 do antigo CPC e art. 492 do NCPC, o
Julgador deve ater-se aos limites objetivos da demanda, ou seja, é vedado
conhecer de pedido não formulado pelas partes quando envolver direito que
se insere na disponibilidade das partes, sob pena de macular o princípio da
congruência.
2. O direito à imagem possuía dupla dimensão: moral por se consubstanciar
em direito da personalidade; material por não permitir o proveito econômico
à custa alheia.
3. O uso de imagem de modelo fotográfico sem a sua autorização com fins
comerciais, configura locupletamento indevido passível de compensação
pecuniária.
4. As empresas que obtêm proveito econômico em campanha publicitária por
utilização de foto de modelo fotográfico, sem sua autorização, devem
responder de forma solidária pela indenização do uso indevido da imagem
da profissional.
5. A compensação pecuniária pelo dano moral deve observar aos princípios
da razoabilidade e da proporcionalidade levando em conta as circunstâncias
em que ocorreu o evento danoso, a capacidade econômica das partes
envolvidas. Ainda, o valor da indenização deve servir como fator punitivo da
conduta que causou o dano moral, sem, no entanto, ensejar enriquecimento
ilícito da outra parte. 6. Recurso de apelação conhecido e provido. (Acórdão
n.1003617, 20110111945893APC, Relator: SILVA LEMOS 5ª TURMA
CÍVEL, Data de Julgamento: 08/02/2017, Publicado no DJE: 27/03/2017.
Pág.: 352/357).

CIVIL. CANDIDATO A CARGO PÚBLICO. DÍVIDA DE CAMPANHA


CONTRAÍDA EM NOME PRÓPRIO. AÇÃO DE EXECUÇÃO.
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. MATÉRIA DE ORDEM
PÚBLICA. LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. CERTEZA E
LIQUIDEZ DO TÍTULO. DILAÇÃO PROBATÓRIA NÃO
AUTORIZADA. PREJUDICIAL RECONHECIDA. ART. 17 DA LEI Nº
9.504/97. RESPONSABILIDADE PESSOAL DO CANDITADO.
AUTONOMIA DA NOTA PROMISSÓRIA. PROSSEGUIMENTO DA
EXECUÇÃO.
1. A exceção de pré-executividade possui aplicabilidade restrita a matérias de
ordem pública. No caso, o debate sobre a ilegitimidade passiva ad causam do
apelado e a suposta ausência de certeza e liquidez da nota promissória executada
são amparados pelo art. 618, I e II do CPC/73, vigente à época. Embora
aparentemente cabível a exceção de pré-executividade, os assuntos levantados
demandam necessariamente dilação probatória, o que não é possível nesta via.
Precedentes deste TJDFT. Ademais, o apelado não se desincumbiu do ônus de
provar fato extintivo do direito do apelante, nos termos do art. 326 do CPC/73.
Prejudicial de mérito acatada.
2. APESAR DE PREVISTA NA LEGISLAÇÃO ELEITORAL A
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE O CANDIDATO E SEU
PARTIDO POLÍTICO PELAS DESPESAS DE CAMPANHA, A PRÓPRIA
LEI Nº 9.504/97, EM SEU ART. 17, TAMBÉM AUTORIZA A
CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS SOB A RESPONSABILIDADE
PESSOAL DO CANDIDATO. Uma vez que a nota promissória foi assinada
pelo candidato, enquanto pessoa física, que apôs, inclusive, seu número de CPF,
não há que se falar em responsabilidade solidária do partido político, tampouco
em seu chamamento ao processo. Prejudicial de mérito afastada.
3. Considerando-se a responsabilidade pessoal do candidato, que assinou, como
pessoa física, a nota promissória executada, contraindo obrigação em nome
próprio, sem qualquer menção ou ressalva a eventual contrato celebrado entre as
partes; considerando-se, ainda, que os demais pagamentos declarados na
prestação de contas da campanha eleitoral não coincidem com o valor global do
contrato, deve-se reconhecer a autonomia do título e, por conseguinte, que a
obrigação correspondente é líquida, certa e exigível.
4. Recurso conhecido. Provimento parcial. Reforma parcial da sentença.
5. Honorários fixados apenas pela sucumbência recursal. (Acórdão n.978358,
20150110283217APC, Relator: DIAULAS COSTA RIBEIRO 8ª TURMA
CÍVEL, Data de Julgamento: 27/10/2016, Publicado no DJE: 22/11/2016. Pág.:
648/651).
DIREITO CONSTITUCIONAL, CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO
DE REPARAÇÃO DE DANOS. DIREITO À IMAGEM. UTILIZAÇÃO
NÃO AUTORIZADA. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA.
REJEIÇÃO. MÉRITO. DANOS MORAIS E MATERIAIS
CARACTERIZADOS. INDENIZAÇÃO. CRITÉRIOS DE
ARBITRAMENTO. QUANTUM. MODIFICAÇÃO. NÃO CABIMENTO.
1. REJEITA-SE A PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AD
CAUSAM DA SEGUNDA RÉ, QUANDO CARACTERIZADA A
RESPONSABILIDADE CIVIL SOLIDÁRIA POR SER A BENEFICIÁRIA
DIRETA DA VEICULAÇÃO DA CAMPANHA PUBLICITÁRIA.
2. Constatada a utilização de imagem fotográfica em campanha publicitária,
sem a devida autorização da genitora da menor, devem as rés responder
pelos danos materiais e morais advindos de sua conduta.
3. Para a fixação do quantum devido a título de indenização por danos
morais, deve o magistrado levar em consideração as condições pessoais das
partes, a extensão do dano experimentado, bem como o grau de culpa do réu
para a ocorrência do evento, não se justificando a redução do valor arbitrado
quando devidamente observados os princípios da proporcionalidade e
razoabilidade.
4. Não é cabível a condenação por litigância de má-fé se não restar
caracterizada nos autos qualquer das hipóteses previstas taxativamente no
art. 17 do Código de Processo Civil.
5. Recursos conhecidos. Preliminar rejeitada. No mérito, não providos.
(Acórdão n.410041, 20060110375167APC, Relator: NÍDIA CORRÊA LIMA,
Revisor: HUMBERTO ULHÔA, 3ª Turma Cível, Data de Julgamento:
03/03/2010, Publicado no DJE: 12/03/2010. Pág.: 55).
Conforme demonstrado, o apelante realmente executou os serviços advocatícios autorizados pelo réu,
pois não há como alegar ao contrario, se olharmos o resultado das ações o requerido não pode ignorar
quanto ao fato. Dispõe o artigo 389 do Código Civil:
“Não cumprida à obrigação responde o devedor por perdas e danos, mais
juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado”.
Conforme lição de SILVIO RODRIGUES:
“A consequência do inadimplemento da obrigação é, assim, o dever de
reparar o prejuízo. De modo que, se a prestação não foi cumprida, nem
puder sê-lo, proveitosamente, para o credor, apura-se qual o dano que este
experimentou, impondo-se ao inadimplente o mister de indenizá-lo”.
A pretensão do autor é tão somente receber o que lhe é devido pelos serviços prestados. Assim ensina
Humberto Theodoro Júnior:
É verdade que o Juiz, na execução, não age mecanicamente como um simples
cobrador a serviço do credor. Sendo á execução parte integrante da
jurisdição, que corresponde ao poder dever de realizar concretamente a
vontade da ordem jurídica através do processo para eliminar uma situação
litigiosa, é claro que a atividade executiva jurisdicional está subordinada a
pressupostos de legalidade e legitimidade. E, por conseguinte antes de
autorizar a agressão patrimonial contra o devedor terá o Juiz de verificar a
satisfação desses requisitos jurídicos praticando uma cognição e fazendo
acertamento sobre eles (Processo de Execução, 1983, p. 463).
Excelências no caso em tela o apelante, participou de todas as etapas da campanha politica do
requerido, teve todo o cuidado no controle das ações diretamente no Cartório da Zona Eleitoral do
Município de Dianópolis/TO, Delegacia, buscando obter resultados acima do esperado e com
qualidade, portanto carece do recebimento pelos seus serviços feitos sob a determinação do apelado,
de forma perfeita e satisfatória. Foi firmado contrato verbal quanto ao valor dos honorários
advocatícios de modo que estes seriam acertados com base em todas as ações e diligências realizadas.
Conforme Tabela da OAB/TO. É incontroversa a atuação do advogado na campanha politica, e em
razão do ajuste realizado entre as partes, que definia a remuneração do apelante em percentual
incidente sobre os honorários contratuais relativos a coligação politica em que prestou serviços
advocatícios, é de rigor o reconhecimento do direito do apelante em ser remunerado, sob pena de se
prestigiar o enriquecimento sem causa. Ensina Silvio Rodrigues:
O repúdio ao enriquecimento indevido estriba-se no princípio de maior
equidade que não permite o ganho de um em detrimento do prejuízo de
outro, sem uma causa que o justifique. (Direito Civil, Editora Saraiva, São
Paulo, 2004, 30ª edição, Volume 3, pág.423).
A legislação processual civil vigente continua a atribuir ao juiz á liberdade de apreciar a prova
conforme a sua convicção, dando a cada espécie probatória o atributo de certeza (ou de
verossimilhança) que em princípio lhe convier. O sistema de liberdade conferido ao magistrado é
denominado sistema do livre convencimento motivado ou da persuasão racional, previsto de forma
principiológica no artigo 371 do CPC/2015. O sistema adotado pela processualística civil dá ao
magistrado Liberdade para apreciar a prova de forma livre, desde que haja fundamentação
harmonizada com os elementos de convicção constantes dos autos situado entre o sistema da prova
legal e o sistema do julgamento secundum conscientiam. Entretanto, enriquecimento sem causa
ocorreria se não houvesse qualquer remuneração ao advogado autor pelo serviço por ele desenvolvido.
O direito à remuneração pela atuação do advogado em processo judicial. O Estatuto da OAB (Lei nº.
8.906 de 1994) estabelece o direito do advogado ao recebimento dos honorários convencionados, aos
fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência (art. 22), verba que é, por excelência, a forma
de remuneração pelo trabalho desenvolvido pelo patrono. OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS,
CONTRATUAIS OU SUCUMBENCIAIS, REPRESENTAM A CONTRAPRESTAÇÃO DE
UM SERVIÇO, E PERTENCEM AO ADVOGADO, CONFORME INTELIGÊNCIA DO
ARTIGO 23 DO EOAB. ASSIM, SE HOUVE DE FORMA INCONTROVERSA A
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS PELO APELANTE NO PROCESSO EM
EPÍGRAFE, EVIDENTE QUE ESTE TEM DIREITO AOS RECEBIMENTOS DOS
PERCENTUAAIS DOS HONORÁRIOS.

APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO


DE COBRANÇA. ILEGITIMIDADE ATIVA. PRELIMINAR
REJEITADA. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
ADVOCATÍCIOS. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES
CONTRATUAIS. NECESSIDADE DE AÇÃO PRÓPRIA. HONORÁRIOS
DE SUCUMBÊNCIA. REDUÇÃO. DESCABIMENTO. SENTENÇA
MANTIDA. 1. É de somenos importância a assinatura do representante da
sociedade de advogados nos atos processuais. Qualquer dos advogados que
componham os quadros da sociedade pode representar os interesses do
contratante. 2. COMPROVADA A EXISTÊNCIA DA RELAÇÃO
JURÍDICA, DEVIDO É O PAGAMENTO PELOS SERVIÇOS
PRESTADOS. 3. Eventuais prejuízos suportados pela parte em razão de
suposto descumprimento contratual devem ser discutidos em ação própria.
4. Observados os critérios constantes das alíneas do parágrafo 2º do artigo
85 do Código de Processo Civil, não há que se falar em redução dos
honorários sucumbenciais. 5. Apelação conhecida e desprovida. (Acórdão n.
1065893, 07028684220178070001, Relator: EUSTÁQUIO DE CASTRO 8ª
Turma Cível, Data de Julgamento: 07/12/2017, Publicado no DJE:
14/12/2017.

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA. DÉBITO


REPRESENTADO POR TERMO DE ASSUNÇÃO DE DÍVIDA DE
CAMPANHA ELEITORAL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO
PARTIDO POLÍTICO E DO CANDIDATO. ARTIGO 17 DA LEI 9.504/97.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SENTENÇA CONDENATÓRIA.
OBSERVÂNCIA DA REGRA INSERTA NO § 3º DO ARTIGO 20 DO
CPC/1973.
1. O partido político e o candidato são solidariamente responsáveis pelas
despesas contraídas em razão de campanha eleitoral. Inteligência do artigo
17da Lei n. 9.504/1997.
2. A exigência de que o órgão nacional de direção partidária se manifeste
quanto à assunção de dívidas pelo partido político, prevista no artigo 29, §
3º, da Lei nº 9.504/97, constitui requisito para a prestação de contas à Justiça
Eleitoral, de modo que a inobservância de tal formalidade não tem o condão
de afastar a possibilidade de cobrança da dívida assumida.
3. Tratando-se de sentença condenatória, exarada sob a égide do CPC/1973,
os honorários de sucumbência devem ser fixados com base no § 3º do artigo
20 do referido diploma legal.
4. Recurso de Apelação conhecido e não provido. (Acórdão n.1047612,
20150110807070APC, Relator: NÍDIA CORRÊA LIMA 1ª TURMA CÍVEL,
Data de Julgamento: 20/09/2017, Publicado no DJE: 25/09/2017. Pág.: 127-
131).
Nobres julgadores o partido político e o candidato são solidariamente responsáveis pelas despesas
contraídas em razão de campanha eleitoral. Inteligência do artigo 17da Lei n. 9.504/1997. A
PRÓPRIA LEI Nº 9.504/97, EM SEU ART. 17, TAMBÉM AUTORIZA A CONTRATAÇÃO
DE SERVIÇOS SOB A RESPONSABILIDADE PESSOAL DO CANDIDATO Daí não havendo
outro entendimento para o caso em questão, deve á sentença atacada ser REFORMADA.

IV – REQUERIMENTO

Em virtude do exposto, o Apelante requer dos Nobres Julgadores que o presente recurso de apelação
seja CONHECIDO e, quando de seu julgamento, seja totalmente PROVIDO para reformar a sentença
recorrida, no sentido de acolher o pedido inicial do Apelante COMPROVADA A EXISTÊNCIA DA
RELAÇÃO JURÍDICA, DEVIDO É O PAGAMENTO PELOS SERVIÇOS PRESTADOS. AS
COLIGAÇÕES PARTIDÁRIAS POSSUEM CONTEXTO ESPECÍFICO, COM ATUAÇÃO
ABSOLUTAMENTE PECULIAR E DELINEADA PELA LEGISLAÇÃO, TRATANDO-SE,
NESSE CONTEXTO, DE INSTITUIÇÃO JURÍDICA SUPRAPARTIDÁRIA, COM
NATUREZA TEMPORÁRIA, SEM PERSONALIDADE JURÍDICA. O PARTIDO POLÍTICO
E O CANDIDATO SÃO SOLIDARIAMENTE RESPONSÁVEIS PELAS DESPESAS
CONTRAÍDAS EM RAZÃO DE CAMPANHA ELEITORAL. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO
17 DA LEI N. 9.504/1997. Com o consequente retorno dos autos ao juízo a quo para prosseguimento
do feito, por ser medida de inteira Justiça. DESTARTE OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
CONSTITUEM UM DIREITO DO ADVOGADO DE CARÁTER ALIMENTAR (CPC/2015,
ART. 85, § 14), NA SITUAÇÃO CONCRETA DOS AUTOS.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Dianópolis/TO, 10 de setembro de 2018.

JEOVÁ DA SILVA PEREIRA


OAB/TO 7222-A

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