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Tradução improvisada: Metaphysique et Biologie. pp.

293 – 302

Assim, a árvore nos dá a pensar na finalidade natural. Mas, da mesma forma, dá-nos o
segundo critério para reconhecer um fim natural, distinguindo-o ao mesmo tempo da finalidade
técnica ... Este segundo critério, ainda não presente nesta descrição, implica uma mudança
conceitual que vai além de tal descrição e as referências epistemológicas em que se baseia. Nós
vimos que a teoria da geração de Kant em Provas de Raça só era possível por Wolff; tínhamos
mostrado, além disso, que isso indicava um novo uso da força vital, que fez os passos de Buffon
e dos vitalistas darem um novo passo, indicando a possibilidade de uma nova teoria da
epigênese. Ao desenvolver sua modelagem da árvore, Kant irá de alguma forma implementar a
transformação operada por Wolff, e assim extrair as lições dela para a constituição do conceito
de fim natural.

[]Nota – Crítica do juízo §65 – Alíneas 4 à 6.

Assim, num final natural, as partes são determinadas pelo todo e são determinadas uma
pela outra - de acordo com sua forma e sua relação -. Se tivéssemos um fim técnico, a ideia de
tudo determinaria totalmente cada uma das partes: por exemplo, posso fabricar várias peças das
minhas peças de relógio. Mas em um fim natural, a idéia de tudo não intervém como uma
representação real na mente de um agente que executa um projeto, de modo que a idéia do todo
não pode, como na arte, determinar um ao outro. É por isso que Kant escreve que não há nada
nesse sentido que a idéia do todo possa determinar as partes e determiná-las de acordo com o
modo de um fim natural, em outras palavras, não como uma causa externa real. Esse modo de
determinar, Kant então o chama - o princípio do conhecimento - na arte humana (arte), a idéia
do todo, a causa das partes, já que as partes são construídas de acordo com ela, a partir dela, é
o projecto; no final natural, o todo e as partes já são dadas, e o papel da idéia do todo consiste
em ser - o princípio do conhecimento - do sistemático mesmo desse todo. Mas para isso, é
necessário então que as partes, como dissemos, se determinem mutuamente: assim, em uma
boca carnívora, o papel da idéia da totalidade do animal como princípio de conhecimento do
animal resulta neste animal, sendo carnívoro, se tiver dentes para equipar a presa, terá ao seu
lado dentes para triturá-lo, de modo que a presença de um incisivo causará a presença de um
molar. O segundo critério, que qualifica o fim natural, deriva do terceiro momento da análise
da árvore, aquele em que a circularidade de causa e efeito se aplicava ao nível de partida e à
razão de partes de tudo.

A3
A4

A5 A produtividade das peças faz, assim, a diferença entre o fim natural e o fim técnico.
Mas o fundamental é que essa diferença está relacionada à diferença entre a idéia de tudo como
causa na técnica humana e a idéia de tudo como princípio de conhecimento para o objeto
considerado fim natural. Isso se refere à posição reflexiva do julgamento teleológico. A análise
de Kant é, portanto, mais perto do valor de ajuste das forças produtivas vitais no movimento
individualização da ciência biológica como já traçou onde o parafuso essentialis de Wolff, era
o correlato epistemológico da continuidade de um processo produtivo. É assim que difere da
posição do Apêndice na dialética transcendental, onde a finalidade era a linguagem, onde no
vivido as partes eram ajustadas e moderadas uma à outra, como se poderia dizer em um modelo
galênico do organismo - mas, ao mesmo tempo, como observamos, nenhum critério de
demarcação entre a máquina e o organismo foi realmente elucidado. aqui; graças à
produtividade dos vivos, esta diferença pode refletir-se, e permite dar um refrescante ao
conceito de fim natural que a análise da faculdade de julgar reflexivo simpático tinha trazido à
luz.

A6 Mas, mais profundamente, a posição kantiana implica a transformação efetuada por


wolff.

A7 Em primeiro lugar, wolff estabeleceu uma teoria genuína da epigênese, na qual a


produtividade interna dos vivos é postulada como base para a problemática, ao contrário das
teorias de Maupertuisan ou Buffonian, nas quais essa produtividade tenta ser explicada por
teorias analógicas. Mas aqui, a produtividade, colocada dentro dos vivos, mesmo nos três níveis
da espécie, do indivíduo e da parte, é, como já dissemos, o fato que nos impele a falar de fins
naturais. O mecanismo, como dirá Kant em §71, não explica a geração/produção [erzeugung]
dos seres organizados, pelo menos em relação à nossa faculdade de conhecimento.

A9 A característica da Crítica da faculdade de julgar é, portanto, ligar o conceito de


organismo à posição reflexiva: não se vai sem o outro, porque para apreender algo como um
fim natural, é necessário que a idéia do todo é apenas o princípio do conhecimento - que é
acarretado pelo caráter reflexivo de tal julgamento - e, a partir daí, tal objeto manifesta em si
uma produtividade específica de acordo com a qual as partes ocorrem. os outros ao mesmo
tempo em que essa produção é retrodeterminada pelo todo.

A10 Embriologia Wolffian indiqe aprréhension uma relação intrínseca das partes da
vida que é precisamente o requisito da idéia em tudo quanto Erkenntnisgrund deu a
característica do corpo: as partes devem produzir cada ATRES em uma reciprocidade
subordinada à unidade. Em cada ponto da organização, as partes mantêm relações de
compatibilidade e produção; os segundos levam a outros estágios de desenvolvimento do corpo,
que podem ser incompatíveis com as etapas anteriores. O essencial é que a organicidade se
constitua a partir da superposição desses dois tipos de relação entre partes: interdeterminação,
produção. Ao distingui-los, Wolff liberou, como dissemos, o espaço da embriologia, livrando-
se da exigência de que todas as etapas do desenvolvimento dos vivos sejam compatíveis (daí a
ruptura com as discussões sobre as entidades). invisível no embrião, onde está Haller). isto é, o
espaço de uma ciência própria dos vivos, dotada de uma inteligibilidade específica, distinta da
física newtoniana. Mas precisamente, no texto que analisamos, que estabelece o segundo
critério do fim natural para fazer o organismo aparecer como o objeto que corresponde a tal
conceito (o que lhe confere realidade objetiva). Kant invocou esses dois tipos de
relacionamento.

A11 O eixo de nossa análise aqui é a noção de Erkenntnisgrund, que escreve no texto
de Kant o caráter reflexivo do juízo sobre fins naturais, o caráter epigenético (digamos a
palavra) do objeto que deve ser julgado assim: Kant enfatizará esse papel fundamental do
caráter reflexivo do juízo na constituição de um conceito como sendo organizado como auto-
organização, para o qual os objetos abrangidos por ele podem ser considerados como fins
naturais. Seres organizados, organismos, dão uma realidade objetiva ao conceito de fim natural,
no sentido de que ele só pode ser aplicado a tais objetos: é isso que o critério 1 mostrou (a pré-
condição da totalidade) e critério 2 (o zeugung das partes uma pela outra). - são esses seres que
primeiro fornecem uma realidade objetiva ao conceito de um fim, que não é um fim prático,
mas um fim da natureza (§65 - 375). Mas tais objetos não pode ser visto em sua singularidade
(auto-organização) que se olharmos para o jugemant simplesmente refletindo, uma vez que dá
a idéia de um todo sistemático (em que partes são órgãos um para o outro) como princípio
regulador de sua reflexão, e não constitutivo de seu conhecimento.

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