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Bruno Santos
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo trabalhar as discussões que envolvem o escopo da
Crítica Textual no que tange à teoria da Hipótese Documentária, demonstrando que a
autoria mosaica do Pentateuco parece ser a afirmação mais plausível dentro do contexto
gramatical, histórico e literário. A Hipótese Documentária surgiu em meados do século XIX
como uma tentativa de conciliar anacronismos e repetições encontradas no texto bíblico.
Desenvolvida por Julius Wellhausen, seguida e modificada por muitos autores
posteriormente, a Hipótese-Documentária afirma que o Pentateuco (os cinco primeiros livros
da Torá) não pode ter sido escrito por um único autor, uma vez que a sua estrutura
aparentemente segmentada, seguindo certa lógica literária, que será tratada em suas
nuances neste artigo, deve indicar autores diversos, ou diferentes fontes na composição
final do texto. A grande contribuição de Wellhausen para esta problemática foi a separação
das fontes JEDP em uma cronologia, seguindo o desenvolvimento da história de Israel. Far-
se-á menção também às pesquisas de Jean Astruc, anteriores às de Julius Wellhausen, e
de como este separou as repetições em parelhas a fim de tentar amenizar as aparentes
discrepâncias encontradas no texto em questão. Para este fim, utilizar-nos-emos de
pesquisa qualitativa-bibliográfica.
ABSTRACT
The present article aims to work the discussions that involve the scope of the Textual
Criticism regarding the theory of Documentary Hypothesis. It arose in the mid-nineteenth
century as an attempt to reconcile anachronisms and repetitions found in the biblical text.
Developed by Julius Wellhausen, followed and modified by many authors later, the
Documentary Hypothesis states that the Pentateuch (the first five books of the Torah) can
not have been written by a single author, since its apparently segmented structure, following
a certain literary logic that will be treated in its nuances in this article, should indicate several
authors, or different sources in the final composition of the text. The great contribution of
Wellhausen to this problem was the separation of the JEDP Sources in a chronology,
following the development of the history of Israel. Mention will also be made of Jean Astruc's
researches, earlier than Julius Wellhausen's, and of how he separated the repetitions into
pairs in order to try to soften the apparent discrepancies found in the text in question. For this
purpose, we will use qualitative-bibliographic research.
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Bruno Celestino Costa dos Santos: Pós-graduando em Teologia (Estudos Analíticos no Pentateuco) pela
FABAPAR. Contado: brunorochaeterna@outlook.com
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INTRODUÇÃO
De acordo com a visão tradicional no que tange à origem do Pentateuco,
Moisés teria sido o escritor do texto, sendo que este deve o ter redigido em meados
de 1.450 a.C. O século XVI, entretanto, foi cenário para o surgimento de
questionamentos quanto ao argumento supracitado, o que ficou conhecido como
período pré-crítico.
A.B. Karlstadt foi um dos primeiros a questionar de forma mais pontual a
autoria mosaica do Pentateuco, argumentando, por exemplo, que Moisés não
poderia ter narrado a própria morte (Deut 34:5), logo, uma vez que o texto de Josué
segue o mesmo padrão narrativo, outro autor deve ter escrito boa parte de
Deuteronômio. Este mesmo argumento foi seguido por Richard Simon em meados
do século XVII, afirmando que o texto final teria sido compilado por Esdras.
Seguindo esta problemática, as pesquisas avançaram e atingiram maior
profundidade, surgindo questionamentos quanto às fontes do texto. No século XVIII,
principalmente sob a figura de Jean Astruc, um médico francês e estudioso bíblico,
buscou-se demonstrar que questionar apenas a autoria do texto como uma unidade
não era tão pontual, uma vez que o corpo do mesmo aludia claramente a diversas
fontes que pareciam ter sido compiladas por um redator final. Astruc defendeu que
duas fontes diferentes foram usadas para a redação do livro de Gênesis, isto porque
o texto apresenta Deus utilizando diferentes nomes, ora YHWH, ora Elohim.
Utilizaremos algumas destas perícopes ulteriormente a fim de ilustrar o que
queremos dizer.
Foi no fim do século XIX onde apareceram três teorias principais que
influenciaram o pensamento de Julius Wellhausen e, consequentemente, deram
origem à Teoria da Hipótese Documentária, são elas: Hipótese dos documentos,
hipótese fragmentária e hipótese complementar. As duas primeiras afirmavam que
havia um grande número de fontes diferentes, sendo que a hipótese dos
documentos via certa continuidade nas narrativas, enquanto a hipótese fragmentária
afirmava que as fontes davam-se de forma completamente aleatória. A Hipótese
complementar, entretanto, rezava que originalmente havia apenas uma fonte
disponível, mas que durante os anos esta teria recebido acréscimos.
Tendo visualizado este breve e resumido pano de fundo, podemos perceber
que muita discussão se deu quanto à origem e autoria do Pentateuco, sem que uma
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No final do século XIX, o teólogo Julius Wellhausen, propôs aquilo que ficou
conhecido como Hipótese Documental ou Hipótese Documentária. Segundo esta
teoria, o Pentateuco (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento) não pode ter
sido escrito por um único autor devido a aparentes recortes e segmentações na
redação do mesmo, além de repetições desnecessárias e contraditórias.
Para esta teoria, quatro fontes distintas podem ser observadas no corpo do texto:
J, E, D, P. O documento “J” representa os momentos em que o nome YHWH ganha
destaque para referir-se a Deus, sendo que este redator teria vivido na época de
Davi ou Salomão; seu objetivo teria sido manter as tradições orais em uma época
em que Israel estava se organizando como uma nação.
No documento “E”, o redator usa o nome Elohim para indicar a divindade e teria
escrito por volta do ano 700 a.C.
Os documentos J e E foram reunidos posteriormente por um compilador após a
destruição de Jerusalém, por isso as siglas J e E, por muitas vezes, são usadas
conjuntamente (JE). Tal editor não se preocupou demasiadamente em retirar ou
alterar contradições nas fontes, motivo pelo qual é possível encontrar discrepâncias
nas parelhas.
O documento D diz respeito ao código deuteronômico encontrado em meados do
século VII a.C, tal código teria sido redigido por um grupo de sacerdotes que
estavam preocupados com o culto e com detalhes da lei. Embora se tratasse de um
documento separado, foi colocado dentro de “JE” por volta do século IV a.C.
Embora seja fácil afirmar diversidade de fontes com base no gênero e no
conteúdo, também fica aparente que em algum momento algum editor ou
autor achou que esses materiais estavam interconectados. (WENHAM,
2017, p)
cronológica dos documentos, afirmando que a fonte “S” deveria ser entendida como
a mais recente e não a mais antiga.
Em 1878, Julius Wellhausen aprofundou alguns pontos da teoria de Graf e fez
algumas propostas, inferindo que a primeira parte do Pentateuco provinha de duas
fontes independentes com pelo menos 100 anos de diferença entre ambas (trata-se
das fontes J e E), além disto, dizia Wellhausen que o livro de Deuteronômio havia
sido escrito na época do rei Josias, enquanto boa parte da legislação encontrada em
“E” seria obra de Esdras.
É importante dizer que todas estas teorias partiram da análise minuciosa dos
livros do Pentateuco e não de uma imposição arbitrária, entretanto, é preciso notar
que toda esta polêmica foi gerada por detalhes que podem ser encontrados nos
cinco livros considerados sagrados por muitas religiões monoteístas. Trataremos
amiúde no próximo capítulo sobre algumas das nuances e questões literárias que
geraram tais desdobramentos. A princípio, ater-nos-emos aos argumentos a favor da
Hipótese Documentária proposta por Wellhausen, passando em seguida para os
argumentos contrários.
Segundo os críticos, um mesmo autor não poderia ter usado com tanta
frequência o nome YHWH no livro de Gênesis, colocando-o, inclusive, na boca dos
patriarcas e afirmar, posteriormente, que tal nome era desconhecido até ser
revelado a Moisés (cf. Gn 15:2-8; 16:2; 19:13).
A ortodoxia cristã tem entendido que não há necessidade de transformarmos o
Pentateuco em um mosaico para explicar estes fenômenos literários, isto porque, se
entendermos alguns aspectos culturais e históricos dos semitas e dos povos ao
derredor, teremos luz para esclarecer estas aparentes discrepâncias.
O uso do nome Yahweh em Gênesis é um lembrete da continuidade entre a
religião patriarcal e a mosaica e também de que a história patriarcal é
narrada a partir da perspectiva do javismo mosaico. Portanto, todas as
fontes putativas do Pentateuco veem tanto a continuidade quanto a
diferença entre as eras. (WENHAM, 2017, p. 142)
Em primeiro lugar é preciso compreender que os nomes YHWH e Elohim
possuem uma carga de significado que não pode ser ignorada, desta feita, cairíamos
em uma profusa imprecisão se afirmássemos que os termos são intercambiáveis, ou
seja, que podem ser permutados sem alteração do sentido. O nome Elohim, plural
adjetivo majestático da palavra Eloah e que significa Deus, é claramente um termo
mais cosmopolita, indicando o Criador, aquele que reina sobre a Terra, aquele que é
poderoso, já YHWH aponta para o Deus da aliança, trazendo o Criador para um
relacionamento mais pessoal com o povo, desta feita, podemos observar que para a
cultura hebraica antiga os nomes objetivavam indicar caráter e virtudes e não
apenas fazer referência a alguém.
Não há garantia real para atribuir qualquer significado maior a
YHWH/Elohim como marcadores literários. É geralmente aceito que YHWH
e Elohim não são sinônimos inerentemente puros, e nem sempre são
usados como tais. Em algumas passagens, fica claro que cada termo é
usado porque é apropriado, não como uma variante livre. (KITCHEN, 1966,
p. 122)
Josh McDowell (1993, p. 63 apud CYRUS), traz à tona a ideia de que boa parte
do que a arqueologia tem descoberto, tem lançado luz em algumas questões
culturais e literárias do mundo antigo: “Tudo isto parece admiravelmente lógico, e
durante anos nunca pus a hipótese em dúvida. Mas meus estudos sobre a literatura
de Ugarite destruíram essa espécie de lógica, com seus fatos relevantes”.
Uma forte evidência de que os nomes YHWH e Elohim não eram usados
arbitrariamente é Gênesis 1-3. Nesta passagem, a única vez em que a palavra
Elohim é usada é quando proferida pela serpente, parecendo indicar que a
personificação do mal jamais poderia referir-se ao Criador como um Deus pessoal,
utilizando assim um termo mais geral. Segundo Oswald (1969), o exemplo mais
claro de que os nomes YHWH e Elohim não eram intercambiáveis é Gênesis 9, onde
Jeová é declarado como o Deus de Sem, enquanto é declarado que Elohim
“aumentaria Jafé”.
Voltando para a problemática de Êxodo 6:3, se olharmos o texto tendo como
pano de fundo todo o contexto que apresentamos, podemos perceber que
simplesmente dizer que esta aparente discrepância se dá devido à multiplicidade de
fontes não parece explicar com precisão tal fenômeno literário, isto porque não
explica o motivo pelo qual um possível redator final não tentou conciliar os textos,
tornando assim a redação final mais simples e, consequentemente, mais improvável,
de acordo com os princípios de análise textual da crítica moderna.
A ideia fundamental apresentada no texto de Êxodo 6:3 pode ser a de que os
patriarcas ainda não haviam desfrutado do conhecimento pleno do Deus da aliança,
ou seja, o nome fazia referência a aspectos do caráter. Este aspecto também pode
ser observado pelo verbo hebraico usado no contexto; yada, traduzido por conhecer,
indica mais do que ter um conhecimento primário, mas sim um contato profundo,
diferentemente do verbo naghadh, que era usado para indicar um conhecimento
novo, algo mais imediato.
A palavra correspondente a conhecer, no Antigo Testamento, conforme
esclareceu Raven, geralmente inclui a ideia de apreensão, e a expressão
‘conhecer o nome do Senhor’ é por muitas vezes usada nesse sentido mais
pleno de apreender os atributos divinos. Tudo isso demonstra que o sentido
de Êxodo 6:3 é que até então Abraão, Isaque e Jacó conheciam a Deus
como um Deus poderoso, mas não como o Deus do pacto (McDOWELL,
1993, p. 191).
termo geral em Gênesis 6, uma vez que não existe a possibilidade de se colocar
plural em uma palavra que já está no dual (não existe o termo shenayimim no
hebraico), logo, o texto de Gênesis 7:2,3 diz respeito apenas a uma declaração mais
específica.
Quanto ao tempo de duração do dilúvio, façamos alguns cálculos simples a fim
de percebermos como os textos citados anteriormente como discrepantes são, na
verdade, complementares.
De acordo com Gênesis 7:11, o dilúvio tem início no ano seiscentos da vida de
Noé, no décimo sétimo dia do segundo mês; sete dias após a ordem de Deus para
que entrassem na arca (cf. 7:4). Diz então o texto que durante quarenta dias e
quarenta noites choveu copiosamente. Mister é perceber que em nenhum lugar do
relato temos a indicação de que a chuva tenha cessado por completo após este
período, pelo contrário, a palavra hebraica usada para indicar a chuva copiosa
(mabull) parece indicar certo contraponto aos eventos seguintes.
Cento e cinquenta dias após o início do dilúvio as águas passam a descer e, no
décimo sétimo dia do sétimo mês, a arca encontra o monte Ararate como lugar de
repouso. No décimo mês, ou seja, duzentos e vinte e cinco dias após a contagem
feita anteriormente, os cumes dos montes tornam-se visíveis. Quarenta dias após
este evento, Noé solta três aves em intervalos de sete dias, computando assim
mais sessenta e dois dias adicionais, perfazendo o total de duzentos e oitenta e
sete dias.
Se adicionarmos os quarenta e seis dias anteriores à entrada de Noé na arca,
chegaremos ao terceiro dia do décimo segundo mês. Notemos então que de
acordo com Gênesis 8:14, no primeiro dia do primeiro mês do ano seiscentos e um,
as águas secaram-se parcialmente sobre a terra, tendo Noé removido a cobertura
da arca e, após os vinte e sete dias seguintes, a terra estava completamente seca,
desta feita, Noé e sua família saíram da arca.
Olhando para estes números, podemos perceber então que o tempo total,
desde a ordem para que Noé entrasse na arca até o momento em que saíram, foi de
trezentos e setenta dias (um ano e onze dias), logo, não há qualquer discrepância
entre os relatos parelhos, mas sim complementações.
Esses dois períodos totalizam 84 dias. Somando estes dias ao 287,
ganhamos um total de 371 dias, ou 1 ano e 11 dias, começando com a
eclosão do dilúvio. Não há aqui nenhuma discrepância.. (HEIDEL, 1949, p.
247)
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5.3. NOMENCLATURAS
Podemos encontrar diferentes nomes para se referir a um mesmo personagem
ou lugar, sendo sim, os defensores da teoria JEDP alegam que isto jamais poderia
ser feito por um único autor.
Falamos um pouco a respeito disto quando tratamos sobre o fenômeno dos
nomes divinos, entretanto, alguns outros relatos com o mesmo viés podem ser
observados: O termo Amorreu é usado em Gênesis 10:16 (cf. Deut 2:24), porém, em
Gênesis 10:18, aparece a palavra Cananeu.
Outro exemplo usado pelos críticos aparece em Êxodo 3:1 e 4:18 quando
comparado com Gênesis 36:17 e Êxodo 2:18, afinal, devemos chamar o sogro de
Moisés de Jetro ou de Reuel?
Segundo Harrison (1970), estas variações de nomes próprios podem ser
explicadas à luz das evidências do Oriente Próximo. Muitas destas variações podem
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Levando em consideração que grande parte da teoria JEDP está alicerçada
sobre bases especulativas, tivemos a intenção de demonstrar, mesmo que por meio
de exemplos específicos, visto não possuirmos tanto espaço para analisar as
diversas nuances do tema, que a autoria mosaica do Pentateuco parece ser a leitura
mais óbvia quando consideramos os aspectos linguísticos, históricos e culturais dos
textos. Além disto, as diversas formas com que os críticos analisam os livros e as
diferentes formas interpretativas demonstram não haver consenso sobre quantas
fontes foram costuradas por um possível redator final, fazendo com que qualquer
tipo de argumento proferido em direção a um determinado texto seja mera
conjectura baseada em um conceito prévio de que as diferenças contextuais só
podem indicar diferentes autores.
Vimos que as ideias defendidas pelos críticos são alicerçadas principalmente
sobre as diferenças nos nomes apresentados a Deus, ora YHWH, ora Elohim, e que
tais diferenças podem ser facilmente explicadas quando entendemos a importância
dos nomes para o contexto dos hebreus. Além disto, as teorias críticas do
Pentateuco não conseguem explicar o motivo pelo qual os nomes divinos aparecem
em fontes diferentes, misturando-se, ou seja, como o tetragrama YHWH pode
aparecer em uma suposta fonte Elohista e vice-versa. Para a cultura judaica da
época, os nomes divinos não eram usados como meros indicativos aleatórios ou
intercambiáveis, mas sim como referenciais de virtudes e atributos.
A teoria JEDP, se aceita em sua plenitude, trará uma série de implicações
para a hermenêutica ortodoxa, sendo que muitos dos personagens do Pentateuco,
bem como muitas das histórias, poderiam ser relegadas ao teor de mitos. Além disto,
não haveria um relato fiel dos tempos antigos, mas apenas a cosmovisão de um
grupo da época do exílio babilônico, logo, grande parte dos preceitos de Israel seria
pós-exílico.
Sendo assim, concluímos que defender a unidade do Pentateuco e a autoria
mosaica traz maior precisão à leitura do mesmo como um todo e, conquanto seja
possível observar pequenos acréscimos no corpo do texto, estes devem ser
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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GEISLER, NORMAN (org.). A INERRÂNCIA DA BÍBLIA. 1ª. Edição. São Paulo: Vida. 2003.
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