Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTERNET
Blogs: www.infernoticias.blogspot.com.br & www.juvenatrix.blogspot.com.br
E-mail: renatorosatti@yahoo.com.br / Twitter: www.twitter.com/juvenatrix
Blasting our way through the boundaries of Hell. No one can stop us tonight. We take on the world with hatred inside. Mayhem
the reason we fight. Surviving the slaughters and killing we've lost. Then we return from the dead. Attacking once more now
with twice as much strength. We conquer then move on ahead. Evil. My words defy. Evil. Has no disguise. Evil. Will take your
soul. Evil. My wrath unfolds.
Satan our master in evil mayhem. Guides us with every first step. Our axes are growing with power and fury. Soon there'll be
nothingness left. Midnight has come and the leathers strapped on. Evil is at our command. We clash with God's angel and
conquer new souls. Consuming all that we can. Evil. My words defy. Evil. Has no disguise. Evil. Will take your soul. Evil. My
wrath unfolds.
NOTÍCIAS
Obituário: R.I.P. Herschell Gordon Lewis (1929 / 2016)
(Mensagem de Silvana Perez, extraída do site “Boca do Inferno”)
O mundo do cinema ficou muito menos sangrento com a notícia de que o cineasta americano Herschell Gordon Lewis,
conhecido como o “Padrinho do Gore”, faleceu em sua casa aos 87 anos. A notícia foi confirmada por James Saito, produtor
da antologia BloodMania, na página de Lewis no Facebook.
Lewis entrou na indústria cinematográfica produzindo e dirigindo filmes exploitation com nudez, mas não demorou para que
ele passasse a entregar ao público sangue, muito sangue. Isso começou em 1963, com Banquete de Sangue, e continuou com
filmes como Maníacos, The Wizard of Goree The Gore Gore Girls, este o último projeto que ele dirigiu antes de uma pausa
de trinta anos. Em 2002, Lewis retornou em 2002 com Blood Feast 2: All U Can Eat, sequência do que é considerado
o primeiro filme splatter.
CONTOS
Saudades Eletrônicas por Norton A. Coll
O rosto feminino parecia um mapa assinalando os leitos dos rios tortuosos que conhecera. A idade não a impedia de
abrir-se num sorriso franco.
- Então, querido, como estás hoje em teu repouso?
A voz dele soa como a de alguém a despertar:
- Ahnnn! Que bom que estás aí. Sinto-me bem, embora o lugar seja um pouco frio, como sabes. Tenho sempre
saudades tuas. Eu passo os dias e noites revendo os momentos felizes que partilhamos quando estávamos juntos.
- Eu também sinto falta do tempo em que estavas desse lado de cá. Bem, meu amado, vou trocar um pouco essas flores
murchas por essas rosas que acabei de colher de nosso jardim. Lembras-te dele? Está tão florido como quando tu o deixaste.
Ela mal contém as lágrimas: - Agora tenho de voltar. Deixei tantas coisas para arrumar em casa. Tenho procurado me
manter sempre ocupada como me recomendavas. Deixo-te um beijo.
O vulto de mulher levanta-se lentamente e, com uma vênia respeitosa, acena um adeus com o lenço.
Ao fundo a melodia que ecoa, reproduzida pelas caixas multisônicas é a trilha sonora de "Cemitérios Eletrônicos", o
mais popular comercial deste anos de 2032 A.D.
Nesse momento, ouve gritos próximos a si. Volta sua cabeça e vê um jovem bem trajado enxotando um bando de
garotos com sua valise. Em sua perseguição, ele passa pela alameda formada por jazigos e túmulos, protegidos por anjos,
cruzes e outros símbolos mais modernos.
O rapaz logo volta em direção a ela. - A senhora não notou? Estavam também tentando furtar sua sacola!! Eu estava
perto e vi tudo.
- Oh! Muito agradecida. Eu estava realmente muito distraída.
- Incrível o que se produziu com esses computadores de sexta geração, não é mesmo?- diz ele procurando sustentar
uma conversa.
- Ah, sim, meu jovem. São realmente formidáveis. Às vezes, a gente até esquece que existe algo não-humano por trás
disso tudo. São tão convincentes, tão eficientes...
- Perdoe, senhora, se quebro um pouco seu devaneio...
- Não, não por isso. Há muito perdi minhas ilusões mais preciosas.
- É que... sou um entusiasta desses avanços da eletrônica da área de computação. Pode até ser uma febre ultrapassada,
mas equipamentos como esses me fascinam. Embora seu funcionamento seja bastante simples de explicar. Trata-se de um
sensor-interpretador de sons humanos que é acionado pela voz da pessoa visitante; a voz é traduzida em linguagem digital para
a máquina que, por sua vez, ativa um avançado sintetizador de sons que "responde" frases lógicas para uma infinidade de
situações.
- E a voz é tão parecida com a do finado Albert...
Ele faz uma pausa estudada, para enxugar o suor. - E na realidade é de fato a voz dele, conforme foi sintetizada a
partir das gravações digitalizadas e desdobrada em seguimentos mínimos de palavras, frases, muxoxos, etc, tudo memorizado
e remixado conforme a conveniência da conversa.
- Dito assim, meu rapaz, até parece que é coisa fácil. Mas creio que é um sistema altamente elaborado e aperfeiçoado.
- Bem, ainda existem alguns problemas como... Olhe ali. Vê aquele outro grupo de meninos? Eles provavelmente
modificaram o sistema de recepção a visitantes do exterior da cripta e o transformaram num simples adversário para algum
vídeo game. Eis uma coisa que não consigo aceitar. Todo esse sistema automático de vigilância e ninguém desconfia de um
grupo de moleques visitando um cemitério.
E prossegue confiante sua exposição: - Há também os inevitáveis loucos e maníacos que ficam horas mantendo suas
insanas conversações, atormentando as pobres máquinas, eventualmente sobrecarregando os circuitos e acabando por silenciá-
las.
- Mas, pense meu jovem, na alegria e no estímulo que a implantação desse trabalho trouxe para tantas pessoas. Veja
como os solitários sentem um pouco mais de conforto por poderem, de algum modo, dialogar com seus queridos e desfrutar de
algum tipo de "companhia". Os filhos que nunca chegaram a ver seus pais em carne e osso poderão um dia falar com eles e
contar seus problemas. Os jovens esposos ouvirão ainda uma vez a voz de suas amadas e terão a chance de renovar suas juras
de amor. Pense nisso. É tanta coisa gratificante o que a máquina pode fazer por todos nós.
- Puxa! A senhora me deixou realmente emocionado. Como é bom ouvir esse depoimento vindo de sua parte. Eu não
havia me dado conta que este sistema de sexta geração trouxe um benefício social tão vasto.
Seus olhos chegam a adquirir certa luminosidade. Pela primeira vez, ele encontrou alguém que partilha de sua
admiração pelo computador e, mais que isso, acrescenta uma dimensão humanista que lhe havia passado despercebida.
- O conforto e o consolo que essa aplicação traz é realmente um benefício inestimável. A senhora, que perdeu um ente
querido, sente isso muito bem e acaba de expressá-lo de forma tão clara e pessoal.
- Obrigado, jovem, mas gostaria de dizer que o pensamento não é realmente "meu". Minha proprietária tem como
compromisso inabalável comparecer mensalmente para esta visita a seu falecido esposo. Hoje, por um motivo qualquer, não
pôde comparecer. Restou-lhe apenas utilizar o manual do usuário e modificar as instruções da Serva Humanóide de sétima
geração... que sou EU.
E diante do olhar estonteado do rapaz:
- Desculpe se o surpreendi, meu caro. Fui programada para me assemelhar em tudo com minha dona. Na verdade, hoje
EU sou a viúva. Bem, foi um prazer estar com você. Até outro dia.
A valise caída no chão, ainda ali permaneceu por algum tempo. Foi recolhida por ele lentamente, após a humanóide
ter se afastado do cenário, aos últimos acordes do tema de "Cemitérios Eletrônicos".
TEXTOS DE CINEMA
Com estas palavras sábias, referindo-se aos homens que perderam suas vidas muito jovens na guerra, inicia-se um dos
principais filmes retratando o ambiente hostil da Guerra do Vietnã, “Platoon” (Platoon). Exibido nos cinemas em 1986, o filme
foi dirigido e escrito por Oliver Stone e estrelado, entre outros, por Tom Berenger, Willem Dafoe, Charlie Sheen, Forest
Whitaker, Francesco Quinn, Kevin Dillon, Keith David e Johnny Depp. A produção foi filmada nas selvas das Filipinas e seu
maior sucesso está na forma cruel e mais verdadeira possível com que mostrou os horrores de uma guerra absurda e sem
vencedores, triunfando somente a Morte, implacável e fatal. Indicado em oito categorias do cobiçado Prêmio “Oscar”, ganhou
com méritos as estatuetas de melhor filme, direção, edição e som.
Com um orçamento reduzido de apenas seis milhões de dólares (quando um filme médio na época superava a casa dos
US$ 15 milhões), a história de “Platoon” é baseada em fatos reais de experiências vividas pelo diretor Oliver Stone que
participou dessa guerra e foi condecorado com uma “Estrela de Bronze”. Ele foi enviado com apenas 19 anos de idade em
setembro de 1967 para o sudeste asiático, numa região próxima à fronteira do Camboja, com o objetivo de combater o
comunismo dos chamados “vietcongues”, com os Estados Unidos novamente impondo sua ideologia política.
No filme, ele é Chris Taylor (Charlie Sheen, filho de Martin Sheen que curiosamente foi também o protagonista de
outro expoente máximo do cinema que explorou a Guerra do Vietnã, “Apocalypse Now”, 1979, de Francis Ford Coppola).
Taylor e vários outros soldados jovens e inexperientes são enviados para o campo de batalha no meio das selvas para enfrentar
um inimigo inferior em tecnologia militar mas conhecedor do ambiente das florestas fechadas e com uma vontade enorme de
expulsar os invasores de seus territórios (no caso os Estados Unidos com seu tradicional imperialismo sobre nações
economicamente mais pobres). Entre o grupo de soldados estão atores novatos como Kevin Dillon (Bunny), Forest Whitaker
(Big Harold) e Johnny Depp (Lerner) que lançaram a partir daí suas carreiras de sucesso.
Porém, além da guerra brutal nas selvas, Taylor tem que enfrentar também um conflito interno dentro de seu próprio
pelotão do exército, dividido entre o “mocinho” sargento Elias (Willem Dafoe), um oficial honesto e com senso de
humanidade, e o “bandido” sargento Barnes (Tom Berenger), um oficial frio, arrogante, interesseiro e cruel. Ambos disputam a
liderança de um regimento de infantaria em plena guerra e possuem visões opostas sobre o horror e motivações da batalha
armada em que estão participando. E Taylor acaba pendendo para o lado de Elias, cujo grupo de soldados de seu pelotão
costuma se drogar nos raros momentos livres para diversão, procurando fugir da insanidade da guerra sob o efeito alucinógeno
da maconha.
Como um fato curioso, o diretor Oliver Stone aparece em uma pequena ponta não creditada interpretando um
comandante sob fogo cruzado que solicita para seu comando um ataque de aviões para bombardear o campo inimigo.
Outras curiosidades incluem duas frases em especial. A primeira, numa conversa entre o sargento Elias e o recruta
Taylor, o superior diz ao mais jovem, “Nós vamos perder essa guerra... Temos tirado vantagem dos outros há tanto tempo que
agora eu acho que é a nossa vez”. Após três longos e sangrentos anos combatendo no Vietnã, o experiente sargento Elias pode
observar toda a selvageria e irracionalidade daquela guerra e suas palavras refletem um raro momento de sanidade em meio ao
caos. A outra frase curiosa foi proferida por um oficial americano de alta patente no meio de uma batalha violenta onde os
vietcongues estavam dominando os inimigos. Numa última tentativa desesperada de reagir aos ataques, o oficial ordena um
bombardeio final sobre suas próprias cabeças apostando na sorte de quem sobreviver, já que não havia mais saída. Ao terminar
sua ordem pelo rádio ao piloto do avião bombardeiro, ele diz algo como “É uma beleza de guerra”, referindo-se à
complexidade das estratégias de combate para se vencer ou perder uma batalha. Na verdade, a guerra não é bela, é apenas
bestial e irracional. Após o final desse combate, o que restou foram pilhas de cadáveres sem nacionalidade, que tiveram que ser
enterrados numa vala gigante.
Platoon (Platoon, Estados Unidos, 1986). Duração: 120 minutos, disponível em VHS e DVD no mercado brasileiro de vídeo.
Direção e roteiro de Oliver Stone. Produção de Arnold Kopelson e A. Kitman Ho. Música de Georges Delerue. Fotografia de
Robert Richardson. Montagem de Claire Simpson. Efeitos Especiais de Yves De Bono e Gordon J. Smith. Elenco: Charlie
Sheen (Chris Taylor), Willem Dafoe (Sargento Elias), Tom Berenger (Sargento Barnes), Keith David (King), Francesco Quinn
(Rhah), Forest Whitaker (Big Harold), Kevin Dillon (Bunny), John C. McGinley (Sargento O´Neill), Reggie Johnson (Junior),
Mark Moses (Tenente Wolfe), Corey Glover (Francis), Johnny Depp (Lerner), Chris Pedersen (Crawford), Bob Orwig
(Gardner), Corkey Ford (Manny), David Neidorf (Tex), Richard Edson (Sal).