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Olá, caro(a) contador(a) de histórias!

Recebi vários pedidos de histórias para o Dia das Mães, mas cada um me levava para um lado,
pois eram para públicos distintos...

E, em meio a essas reflexões, elegi uma característica do “ser mãe” para me ajudar a encontrar
uma história especial: oferecer proteção, apoio, invólucro – envolver.

São tantas as formas de ENVOLVER que, muitas vezes, na correria, notamos que o dia passou e
perdemos várias oportunidades de envolver nosso filho com gestos simples, com as singelezas
do dia-a-dia.

O ritmo de vida que temos hoje, com tantas informações e compromissos, tem feito com que
os pais e as crianças sintam-se sobrecarregados, agitados e ansiosos, sobrevivendo em um
mundo imprevisível. A falta de tranquilidade e de um ritmo de vida saudável têm ameaçado a
confiança das crianças no mundo e nos seres humanos.

E como as histórias podem ajudar?

Podemos ajudar as crianças contando-lhes histórias que intencionalmente resgatem a


sensação de que “o mundo pode ser bom”. Metaforicamente, é como se essas histórias
carregassem as crianças nos “braços de uma mãe”, ou mesmo “no colo protetor da Mãe
Terra”.

As histórias que trazem esse tipo de imagem podem ser contadas não só para celebrarmos o
Dia das Mães ou quando alguém se torna mãe, mas em casos mais graves, quando
identificamos a necessidade de “proteção”: um acidente, uma mudança súbita de vida, um ato
violento, uma experiência traumática.

Assim, selecionei duas histórias que exemplificam a atmosfera de envolvimento em uma


narrativa e que também podem ser usadas no Dia das Mães - elas trarão conforto,
acolhimento, calor ao coração, proteção, abrigo, aconchego...

Deixo o artigo completo sobre esse assunto, que está lá no blog:

http://anaflaviabasso.com.br/index.php/2019/05/06/dia-das-maes-que-historia-contar/

Espero que goste e se sinta alimentado(a) com as reflexões e as narrativas.

Um forte abraço e um feliz Dia das Mães!


Ana Flávia Basso, do Educar com Histórias
“O ninho da Mamãe Passarinha”

“A Mamãe Passarinha está fazendo um ninho. Ela cuidadosamente o tece com galhos e
musgos, gramas e folhas. Ela usa toda a sua sabedoria para criar um lar para seus passarinhos,
um abrigo que resista ao vento e às chuvas. O ninho está sendo construído em um ramo
robusto no alto de uma árvore, escondido com segurança pelas folhas. Se ela tiver sorte,
encontrará um punhado de paina ou lã de carneiro para deixar o ninho mais macio e
quentinho.

Então, a Mamãe Passarinha senta-se confortavelmente no ninho. E o calor de suas plumas


despenteadas junto com suas asas, vai aquecendo os ovinhos e, depois de um tempo, aquecerá
os pequeninos pássaros, como um cobertor.

A Mamãe Passarinha sempre canta doces melodias para embalar seus filhotinhos. E os raios
quentes do pôr-do-sol dourado e o farfalhar suave da brisa através das folhas dizem: 'shhhhh,
shhhhh, hora de dormir, meus pequeninos'.

Quando todos adormecem, a mamãe olha para o céu estrelado, iluminado pela luz prateada da
lua e dorme também, para descansar com seus passarinhos, no aconchego de seu ninho.

E no dia seguinte, quando o sol raiar, todos estarão prontos, para um novo dia começar”.

(Ao final da história, você pode cantar uma música sobre passarinhos ou mesmo tocar um
instrumento que amplie a atmosfera de vôo dos pássaros).

“O Hotel Cone de Pinha da Colina das Sequoias”

(Suzanne Down)

Algumas libélulas ziguezagueavam e zuniam entre os raios de sol salpicados ao longo da


floresta de altas sequoias. “Bom dia, luz do dia!” Elas passaram pelo aglomerado de flores
glória-da-manhã que cresciam na grama. Mas tudo estava quieto e silencioso à sombra das
sequoias, onde um menino forte procurava pinhas para vender. Quando ele encontrou uma
perfeita, ele a colocou em sua cesta grande e continuou procurando por mais.

“Pinhas para mim,


Pinhas para você,
Vou vendê-las no mercado,
Para a moça e o rapaz
E também para você”.

Ele pegou uma delas e, ao colocá-la na cesta, percebeu que estava seca e envelhecida. Ele
jogou-a colina abaixo, dizendo: “Você está velha e desgastada, Vovó Pinha. Ninguém a
compraria no mercado!” A solitária pinha rolou e rolou morro abaixo entre agulhas e galhos de
pinheiro até ser parada por um tronco coberto de musgo que jazia ali há cem anos. BUM! A
pinha pousou de cabeça para baixo!

O som da pinha pousando contra o tronco acordou vinte e sete bebês joaninha e sua mãe que
dormiam em seu ninho macio, aconchegante, feito de musgo, no topo do tronco. Elas se
arrastaram até a borda do tronco para dar uma olhada no que estava acontecendo.

A Mamãe Joaninha viu a velha Vovó Pinha e ela estava chorando.

"Eu sou velha e feia e ninguém gosta de mim", ela soluçava.

A Mamãe Joaninha olhou atentamente para a Vovó Pinha e viu apenas quartos profundos e
fortes com um teto sobre cada um. “Isso seria uma casa boa e segura para mim e todos os
meus bebês. O musgo é bom, mas não há telhado para nos manter secos. Podemos nos mudar
para seus quartos?” - perguntou ela à Vovó Pinha.

A Vovó Pinha parou de chorar e olhou para cima. “Você moraria em minhas salas de pinho? Eu
posso ser útil para você?” ela disse, surpresa e muito satisfeita.

"Oh, sim", disse a Mamãe Joaninha. E de uma só vez, cada uma das vinte e sete bebês e a
Mamãe reuniram pedaços macios de musgo e voaram para os aposentos na Vovó Pinha. Era
muito bom mesmo!

A Vovó Pinha estava de pé, mesmo que estivesse de cabeça para baixo! Ela se orgulhava de ser
útil nesse tronco de musgo. Ela podia sentir as delicadas cócegas das vinte e sete joaninhas se
instalando em sua nova casa.

A Vovó Pinha deu um suspiro feliz quando a noite suave caiu sobre a floresta. Quando a lua
brilhou através das árvores, suas novas inquilinas estavam dormindo sãs e salvas em sua
pinha-hotel. Ela nem se importava que estivesse de cabeça para baixo. Ela ficou firme e forte e
escutou a doce paz das joaninhas sob seus cuidados.

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