Você está na página 1de 6

CEFABI - Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Brigada de Incêndio

Curso de Assessor Técnico de Brigada de Incêndio

PROFESSOR: CAPITÃO VALDERI FURTADO RODRIGUES


REBECA MOTA BRITO- ATBI REBECA
TRABALHO DE LEGISLAÇÃO

Fortaleza, CE
2018
TRABALHO DE LEGISLAÇÃO

O presente trabalho se propõe a


realizar uma breve analise sobre a lei
13.556 de 2004 e a sua importância
para a proteção contra incêndio no
estado cearense.

Fortaleza, CE
2018

2
INTRODUÇÃO

Este trabalho busca fazer uma breve análise da lei 13.556 de 2004, que versa sobre a
segurança contra incêndios no Estado do Ceará, enfatizando o papel atribuído ao Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Ceará e como o Assessor Técnico de Brigada de Incêndio
participa desse processo.

O Assessor Técnico, só pode desenvolver um trabalho de qualidade na medida em que


está ciente de suas responsabilidades sendo, desta forma, essencial o domínio dos preceitos
legais elencados na legislação em questão.

DESENVOLVIMENTO

A Lei 13.556, de 29 de dezembro de 2004 compete ao Corpo de Bombeiros Militar do


Estado do Ceará (CBMCE) a responsabilidade de estudar, planejar e fiscalizar a
implementação de medidas que visem a segurança e a proteção contra incêndio nas
edificações e áreas de risco do Estado do Ceará.

Cabe ao CBMCE, de acordo com esta lei:

I - Dispor sobre a proteção da vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em
caso de incêndio e pânico;

II - Dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e ao


patrimônio;

III - Proporcionar meios de controle e extinção do incêndio; e

IV - Possibilitar condições de acesso para as viaturas e guarnições do Corpo de


Bombeiros.

Ou seja, pensar a melhor estratégia, respeitando o tipo de edificação, para a extinção


do fogo em caso de sinistro, podendo, para isso, estabelecer Normas Técnicas que definam os
cuidados específicos referentes a essa questão.

O funcionamento de qualquer estabelecimento, novo ou antigo, dependerá da


expedição do Certificado de Conformidade do Sistema de Proteção contra Incêndio,
documento que só deverá ser fornecido às edificações que estejam em total conformidade com
as exigências técnicas e legais (Art. 2º).

3
As exigências de segurança previstas pelo Sistema de Proteção contra Incêndio e
Pânico serão aplicadas às edificações e áreas de risco, devendo ser observadas por ocasião da:

I - Construção e/ou reforma;


II - Mudança da ocupação e/ou uso;
III - Ampliação da área construída;
IV - Adequação das edificações e áreas de risco com existência anterior à publicação
desta Lei; e
V - Vencimento da validade dos respectivos Certificados de Vistoria. (Art. 2º§1º).

Sempre que uma edificação passar por reformas ou qualquer tipo de modificação que
comprometa seu layout original deverá ser submetida a nova avaliação, pois tais mudanças
influenciam diretamente questões referentes à localização e sinalização das medidas de
combate a incêndio, com exceção das edificações residenciais exclusivamente unifamiliares e
as residenciais com até dois pavimentos e/ou área total construída não excedente a 750m2
(setecentos e cinquenta metros quadrados), que estão isentas das exigências desta Lei (Art. 2º
§2º).

Também deverão ser submetidas a nova avaliação, os estabelecimentos que se


encontram com seu Certificado fora do prazo de validade.

As edificações mais antigas, construídas anteriormente a existência prévia desta Lei,


devem submeter sua situação arquitetônica para devido estudo da Comissão Técnica do
CBMCE, e a partir do parecer elaborado, adequar suas instalações para exercerem estado de
conformidade legal (Art. 2º§6º).

Cabe aqui, então, identificar o que constitui de fato as medidas obrigatórias de


segurança e proteção contra incêndio e pânico nas edificações e áreas de risco do Estado,
sendo elas, de acordo com o Art.3º§1º

I - O acesso para viaturas da Corporação nas edificações e áreas de risco;


II - A separação entre edificações;
III - A segurança estrutural das edificações;
IV - A compartimentação horizontal;
V - O isolamento vertical;
VI - O controle de materiais de acabamento;

4
VII - As saídas de emergência;
VIII - A segurança em elevadores;
IX - O projeto de segurança e proteção contra incêndio e pânico;
X - O controle de fumaça;
XI - O gerenciamento de risco de incêndio;
XII - A brigada de incêndio;
XIII - A iluminação de emergência;
XIV - A detecção de incêndio;
XV - O alarme de incêndio;
XVI - A sinalização de emergência;
XVII - O sistema de hidrantes e mangotinhos;
XVIII - Os extintores;
XIX - Os chuveiros automáticos;
XX - O sistema fixo de resfriamento;
XXI - O sistema fixo de espuma;
XXII - O sistema fixo de gases;
XXIII - As instalações de gás liquefeito de petróleo e gás natural;
XXIV - O sistema de proteção contra descargas atmosféricas; e
XXV - As medidas de segurança imprescindíveis aos escopos desta Lei.

A adequação a esses quesitos inclui tanto os planos de urbanização dos municípios,


que afetam as larguras livres e os acessos a ruas e avenidas (Art.4º§1º), como aos
órgãos/entidades municipais, responsáveis pela implementação desses planos (Art.4º§2º).

Concomitante ao trabalho de normatização técnica está o de fiscalização. Sendo de


responsabilidade do Corpo de Bombeiros do Ceará, vistoriar as edificações e notificar, multar
e até mesmo embargar ou interditar todos aqueles estabelecimentos que estejam atuando de
maneira irregular, conforme versa no Art.5º

“A irregularidade nos sistemas de segurança e proteção contra incêndio e pânico é


definida como qualquer fato ou situação de inobservância às exigências desta Lei, que
comprometam o perfeito funcionamento ou operacionalização daqueles sistemas, provocando
risco à integridade e à vida das pessoas e à segurança do patrimônio público ou privado. ”
(Art.5º §1º)

5
O Certificado de Conformidade tem validade de 1 ano, contando a partir da data de
sua emissão e é de responsabilidade do Assessor Técnico de Brigada de Incêndio, considerado
o profissional habilitado1 para esta função, entrar em contato com o Corpo de Bombeiros para
garantir o processo de revalidação (Art.6º§1º).

É necessário, nesse caso, que este profissional esteja ciente das exigências presentes
na norma, pois somente assim conseguirá desenvolver um trabalho de prevenção eficiente e
estar preparado para possíveis vistorias feitas pelo CBMCE, que podem acontecer com ou
sem solicitação prévia.

“As exigências de credenciamento e habilitação serão objeto de Norma Técnica a ser


expedida pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará – CBMCE. ” (Art.6º §4º).

As empresas que fornecem a instalação dos equipamentos de segurança contra


incêndio devem estar cadastradas junto ao CBMCE, conforme consta no Art.7º, o que garante
um maior controle e avaliação desses prestadores de serviço.

1
Art.6º §2º.O profissional habilitado em formação, treinamento, certificação e recertificação de brigadas de
incêndio será o responsável pelo processo de revalidação do Certificado de Conformidade junto ao Corpo de
Bombeiros

Você também pode gostar