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Os dons outorgados pelo Espirito santo são “maleáveis”, eles podem ser
realmente controlados por nós, podemos usa-los quando e onde
quisermos?. Ou será que esses dons são “Manifestações esporádicas” do
Próprio Espirito, que só podem ser usados quando e onde o Espirito
desejar se manifestar? Todos os dons estão sob o controle daqueles que
os receberam ou há dons que para serem usados dependem de uma
orientação e determinação do Espirito?
Bom, quando analisamos os contextos de 1 Co 12-14, percebemos que os
dons são em primeira instância “capacitações extraordinárias e ordinárias
do Espirito” a determinados crentes aos quais o Próprio Espirito Santo
capacita soberanamente, isto é Ele capacita a quem quer e como quer
livremente [12:11 b],(isso não significa dizer que não podemos buscar os
melhores dons v 36) e esses mesmos dons são classificados de três
formas, que são: Dons (χαρισμα) , Ministérios (διακονια ) e Atuações
(ενεργημα) e são apresentados como sendo executados por um único
Deus triúno que Paulo especifica de forma clara usando os termos
“Espirito, Senhor e Deus” e finaliza dizendo que é Deus quem faz tudo em
todos. [1 Co 12:4-6].
Me parece que Paulo faz um resumo e simplifica todos os dons como
“manifestações do Espirito” que tem como objetivo o bem comum de
todos os membros do Corpo de Cristo v 7, aqui fica descartado uma ideia
egoísta e exibicionista com relação ao uso adequado dos dons, uma vez
que a finalidade é o bem de todos e não apenas de um.
Aqui não quero entrar no mérito de classificar os dons entre “ordinários e
extraordinários” mas em síntese percebemos que há uma certa diferença
com relação ao “domínio ou controle” entre essas categorias se assim
posso classificar.
Neste artigo quero me prender apenas sobre o uso de um dom em
especial, o dom de línguas, isso não implica dizer que eu não fale algo
sobre outros dons.
A primeira coisa que devemos entender é que esse dom é classificado pela
maioria dos teólogos como um dom “Extraordinário”. E o que significa um
dom extraordinário em detrimento de um dom ordinário?
O texto não está falando isso, o que está acontecendo nesse contexto é
que, alguns irmãos e irmãs que haviam recebido dons, (ordinários)
estavam fazendo mau uso e consequentemente não estavam sabendo
administrar de forma correta e com humildade esses dons, havia uma
desordem no culto em termos de “oportunidades de se expressar” ou de
compartilhar seus dons.
Paulo reclama porque alguns não sabiam esperar o seu momento ou a sua
oportunidade de profetizar (pregar) ou cantar em espirito, isto é, em
outros idiomas aos quais eles receberam. [1 Co 14:26-32].
A NTLH traduziu o texto de 1Co 14:31 Desse modo, todos que profetizam
terão sua vez de falar, um depois do outro, para que todos sejam
instruídos e encorajados.
A ideia é de uma falta de controle e organização com relação ás
oportunidades no culto público onde os crentes usavam esses dons de
maneira “abusiva” e descontrolada, isso demostra que eles podiam usa-
los como quisessem e quando quisessem, ou seja fica evidente pelo texto
que alguns dons podem ser usados quando quisermos só devemos ter
sabedoria e controle sobre eles, como traduziu a NTLH Quem fala deve
controlar o dom de anunciar a mensagem de Deus. [1 Co 14:32].
Outro ponto interessante sobre “o controle sobre os dons” é que apesar
de eles serem “manifestações do Espirito” nós podemos opitar, isto é
escolher onde e como usa-los, isso se percebe nas palavras de Paulo ao
falar sobre o dom de línguas, onde ele deixa claro que se pode “preferir”
ou decidir falar ou não em línguas na igreja.
NVI 1Co 14:19. Todavia, na igreja prefiro falar cinco palavras
compreensíveis para instruir os outros a falar dez mil palavras em língua.
Ele usa a palavra grega thelo (θελω ) que significa querer, ter em mente,
gostar de fazer ou decidir livremente, isso explica que o dom de línguas
apesar de ser classificado como um dom extraordinário pode também ser
controlado e usado de forma correta pelo crente que exerce suas
preferencias em termos de como e quando usá-lo.
Uma outra parte deste contexto que evidencia o auto controle do crente
sobre esses dons (línguas e profecias...) está evidente nos versículos 27-
33, quando Paulo ele explica sobre a ordem do culto ele deixa claro que a
pessoa que tem o dom, podem se controlar e controlar o dom
profetizando e falando em línguas seguindo uma ordem ou um padrão
estabelecido ou mesmo evitando se necessário, como no caso da falta de
interprete para o dom de línguas onde o crente pode “optar por não
falar” e esperar a sua própria vez de falar ao público, aqui cai por terra a
ideia equivocada de alguns pentecostais onde eles querem defender um
tipo de “descontrole espiritual” com relação aos dons, principalmente
com relação os dons de línguas e profecias que além de serem mal
interpretados são “abusados” e por isso surgem muitos escândalos devido
aos absurdos que são praticados em nome do Espirito santo.
Limarcos Silva
[1] Os dons, Disponível em:
http://www.palavraprudente.com.br/batistacatanduva/osdons.html Acesso em: 31 de
Jan de 2019