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FITOTERAPIA

para
ICTERÍCIA e
DOENÇAS DO
FÍGADO
na

M E D IC IN A
AYURVÉDICA
FITOTERAPIA
PARA
ICTERÍCIA E
DOENÇAS DO FÍGADO
NA
MEDICINA
AYURVÉDICA
Dr. Bhagwan Dash
D.A.M.S., H.P.A., M.A., Ph.D.

Traduzido por:
Williams Ribeiro de Farias
Dra. Yeda Ribeiro de Farias

EDITORA CHAKPORI

2
Título Original:
Herbal Treatment for Jaundice and Liver Disorders

Primeira Edição em 1990

2000
Direitos autorais adquiridos por
EDITORA CHAKPORI

3
NOTA PARA A PRIMEIRA EDIÇÃO
Meu interesse em produzir esta série de
livros sobre o tratamento fitoterápico para
doenças comuns desenvolveu-se a partir de
minha ligação com o Dr. Bhagwan Dash, cujos

livros anteriores
sentimos eu já remédios
que estes havia publicado.
mereciamAmbos
um
público mais amplo e mais receptivo. A idéia era
ensinar a população a viver mais próxima à
natureza e a pensar em termos de conduzir suas
vidas de uma forma normal e saudável ao invés
de perder muito de seu tempo tratando doenças.
Os remédios, em seu sentido verdadeiro, devem
promover a boa saúde; não devem ficar restritos
à cura de doenças.
Esta não é apenas uma mera iniciativa
comercial; é um esforço
notáveis remédios genuíno de
ao alcance paratodos,
levar estes
onde
quer que estejam.
Expus minhas idéias ao Dr. Dash que
prontamente concordou em escrever vinte livros
simples sobre as doenças mais comuns,
descrevendo simultaneamente as ervas, dietas e
condutas comumente disponíveis e
potencialmente efetivas. Esta é a essência
4
purificada de seus trinta anos de prática,
pesquisa e profundos estudos sobre o Ayurveda
e outros sistemas de medicina tradicional. Nossos
leitores são os melhores juízes de nossas
realizações. Concluímos com uma citação do
grande poeta Kalidasa:

Aparitosad vidusam na sadhu manye prayoga-


vijñanam
“Nós não levamos em consideração o nosso
esforço em sermos úteis até que nossos leitores,
para quem ele é direcionado, estejam satisfeitos.”

Prem Nath Jain

5
ÍNDICE
NOTA PARA A PRIMEIRA EDIÇÃO ............... .......... ........ 4
ÍNDICE ............... .................. ................ ................. ................ . 6

INTRODUÇÃO ................ ................. ................ .................. ... 9


O FÍGADO..................... ................. ................. ................ ..... 13
CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS ............................... ............. 13
FUNÇÕES ................ ................. ................ ................. .......... 15
 Formação do sangue e circulação ............................. 15
 Produção de Bile ....................................................... 16
 Metabolismo de carboidratos .................................... 17
 Metabolismo do álcool .............................................. 17
 Metabolismo de gorduras .......................................... 18
 Metabolismo de proteínas ......................................... 18
 Hormônios ....................... ................. ................ ........ 19
 Vitaminas ............................... ................ .................. . 19
 Desintoxicação .......................................................... 19
 Imunidade ................ ................. ................ ................ 20
 Circulação porta e hepática ...................................... 20
VESÍCULA BILIAR E BILE ............................... ................. .....20
AS FUNÇÕES DO FÍGADO SEGUNDO O AYURVEDA . 22
O PAPEL DA CONSTITUIÇÃO FÍSICA ............................... ........ 25
ICTERÍCIA (KAMALA) ............................... ................. .......... 26

6
ALGUNS DISTÚRBIOS IMPORTANTES DO FÍGADO.................... 27
 Hemorróidas ............... ................ ................. ............. 27
 Constipação ............. ................ .................. ............... 28
 Doenças do Coração e o Fígado ............................... 29
 Diabetes ................ ................. ................ .................. . 30
 Distúrbios Gastrointestinais ...................................... 30
 Leucodermia .................. ................. ................ .......... 31
 Algumas doenças das mulheres relacionadas
ao fígado .................................................................. 32
 Disenteria ........... ................ ................. ................ ..... 33
 Insônia .................. ................. ................ .................. . 34
 Ascite ............................... ................. ................. ....... 34
COMO PREVENIR AS DOENÇAS DO FÍGADO? .......................... 36
 Bebidas alcoólicas .................................................... 36
 Chá, café e tabaco ..................................................... 37
 Drogas químicas ....................................................... 37
 Frituras ............... ................ ................. ................. .... 38
 Refeições irregulares................................................. 39
 Pressa, preocupação e temperos ............................... 39
 Trigo ou arroz? ......................................................... 41
 Alimentos cozidos no vapor ....................................... 42
 Frutas, leite ............................................................... 42
 Feijões ................ ................ ................. ................. .... 44
 Coalhada e manteiga de leite .................................... 45
 Restrição ao açúcar .................................................. 46
 Paz mental e exercícios físicos .................................. 47
 Regularidade do sono e evacuação............................ 48
 Medicamentos .......................... .................. ............... 49
FITOTERÁPICOS ............................................................... 52
ALOE BARBADENSIS (KUMARI) ............................... ............. 52
BENINCASA HISPIDA (SVETA KUSMANDA) ............................59

7
BERBERIS ARISTATA (DARU HARIDRA)......................... ........ 64
 Preparação de Rasañjana ......................................... 66
 Rasañjanadi curna .................................................... 67
ECLIPTA ALBA (BHRNGA RAJA) ................ .................. ......... 70
EMBLICA OFFICINALIS(AMALAKI) ............................... ........ 75
 Dhatri lauha.............................................................. 79
 Amalakyadi paka ....................................................... 79
GLYCYRRHIZA GLABRA (YASTI MADHU) ..............................83
MOMORDICA CHARANTIA(KARAVELLAKA) ......................... 88
PHYLLANTHUS NIRURI (BHUMYAMALAKI) ........................... 92
PICRORHIZA KURROA (KATUKI) ................ .................. ......... 96

Arogya vardhini ........................................................ 97
SOLANUM NIGRUM (KAKAMACI) ............................... ........ 100
SWERTIA CHIRATA (KIRATA TIKTA) ................ ................. .. 105
 Kiratadi yoga .......................................................... 107
TEPHROSIA PURPUREA(SARA PUNKHA) ................ ............. 111
 Sara punkha ksara................................................... 113
TINOSPORA CORDIFOLIA(GUDUCI) ................. ................. .. 116
GLOSSÁRIO .............. ................. ................. ................. ..... 120

8
INTRODUÇÃO
Em nossa sociedade civilizada, fazemos
muitas injustiças com o fígado. Nossos hábitos
dietéticos nunca são regulares. Além dos

alimentos
nos e bebidas
entregamos aoingeridos
excessorotineiramente, nós
de chás, cafés,
bebidas alcoólicas, tabaco (na forma de cigarros),
alimentos de preparo instantâneo, frituras e ainda
temos pressa para nos alimentar. Nossos jovens,
frustrados e sem qualquer objetivo adequado na
vida se entregam aos narcóticos e drogas
intoxicantes. Festas, reuniões, filmes até altas
horas da noite, tensão mental e dicotomia mental
são agora uma parte de nossa vida moderna.
Todos estes fatores afetam o funcionamento do
fígado,A que é um médica
ciência órgão vital.
tem feito consideráveis
progressos em várias áreas da medicina.
Estamos na era da especialização e a tendência
a ver o homem como um aglomerado físico-
químico de muitas partes separadas está dando
lugar a um novo gênero de pensamento biológico.
Esta nova escola de pensamento está
direcionada ao conceito do homem como um ser
9
por inteiro, com seus inseparáveis aspectos
físico, emocional e espiritual, unidos em um
indivíduo vivo. O lugar do homem, como uma
parte orgânica do universo cósmico e biológico,
sujeito a todas as imutáveis e irrevogáveis leis da
natureza, está se tornando cada vez mais
reconhecido. Neste contexto, o papel da nutrição
na medicina preventiva e curativa é ainda mais
evidente. Apesar destas profundas mudanças
estarem ocupando seu lugar no pensamento
médico, a abordagem terapêutica convencional
de hoje é incapaz de resolver o problema de um
aumento catastrófico de doenças como cirrose
hepática, câncer, distúrbios cardiovasculares,
diabetes, asma, artrites, insônia, etc. Muitas
destas doenças são consideradas “incuráveis” ou
apenas controláveis. Praticantes de antigos
sistemas de medicina indígenas possuem,
verdadeiramente, curas para doenças do fígado,
mas são ridicularizados como curandeiros, devido
ao grande número de charlatães que exploram os
tratamentos mais naturalistas. A denúncia
sistemática de tais tratamentos está sendo feita
através da moderna influência da mídia
audiovisual e da imprensa.
No Ayurveda, as causas, os sinais e
sintomas, as medidas preventivas, assim como o
tratamento curativo destas doenças são descritos
em detalhes. Infelizmente, as prescrições e

10
proibições mencionadas no Ayurveda, assim
como em outros sistemas de medicina tradicional,
são quase que desconhecidas pelos intelectuais
e cientistas de hoje. Os casos de doenças
hepáticas aumentam a cada dia, em direta
proporção com o progresso da modernização e
da civilização. O resultado final desta negligência
criminosa é que esta atitude tem transformado o
homem em portador de muitas doenças, do
envelhecimento prematuro e da morte precoce.
O outro lado da história é que em muitas
partes do mundo, particularmente no berço da
civilização antiga, há remédios à base de ervas
que têm sido empregados há milhares de anos
para o tratamento da icterícia. Estas ervas não
são empregadas apenas empiricamente;
praticantes iluminados em medicina tradicional na
Índia, Nepal, Sri Lanka, Butão, Burma, China,
Bangladesh e Paquistão podem transmitir o
raciocínio existente por detrás do uso destas
ervas no tratamento das doenças hepáticas.

O Ayurveda, a medicina tradicional da Índia,


tem prestado assistência ao sofrimento da
humanidade há mais de três mil anos. É um
repositório de experiência médica e de
fitoterápicos já muito bem examinados e testados.
Algumas destas drogas foram cientificamente
testadas em animais e seres humanos sob

11
condições controladas e provaram ser efetivas.
Alguns destes fitoterápicos estão incluídos neste
trabalho. Talvez, algum dia, no futuro próximo, o
Ocidente seja capaz de aprender o conhecimento
do Oriente, da maneira com tem se enriquecido
com a filosofia e as artes orientais.

12
O FÍGADO
O fígado é o maior órgão e um dos mais
importantes do corpo. É praticamente
responsável pelo metabolismo de todas as
substânciasgorduras,
proteínas, nutritivas, ou seja,
vitaminas carboidratos,
e minerais. Além
de nutrir os tecidos e outros elementos do corpo,
é responsável pela produção do calor e da
energia física. É um órgão que possui tanto
funções secretoras como excretoras. Portanto,
representa um papel importante e significativo na
preservação, assim como na promoção da saúde
positiva e da prevenção e cura de muitas
doenças. Se a função deste órgão estiver
prejudicada, seja por fatores físicos como
mentais,
permanecera feliz
pessoa nunca será capaz de
ou saudável.

Esta glândula está localizada na porção


superior e do lado direito da cavidade abdominal.
Ele é relativamente muito maior no feto e nas

13
crianças mais novas do que nos adultos. É quase
um órgão sólido, consiste principalmente de dois
lobos, o direito, maior, e o esquerdo, que é o lobo
menor e fica à esquerda. Além disso, o lobo
esquerdo possui duas pequenas mas bem
delimitadas regiões denominadas lobo quadrado
e lobo caudado. Na face visceral do fígado está
inserida a vesícula biliar, um reservatório de bile.
Este órgão em forma de cúpula é separado dos
órgãos do tórax por uma parede muscular
denominada diafragma. O estômago, o duodeno,
o intestino grosso, a glândula supra-renal e o rim
direito estão localizados abaixo do fígado e
deixam suas impressões na superfície inferior do
fígado. A veia cava inferior, um grande vaso que
carrega sangue impuro dos membros inferiores,
passa próxima a este órgão em seu caminho para
o coração. A veia porta carrega sangue impuro
dos órgãos abdominais e penetra no fígado. Além
da artéria hepática e da veia hepática, emergem
deste órgão dois ductos hepáticos transportando
bile. Numerosos vasos linfáticos também estão
ligados ao órgão.
A estrutura do fígado é constituída por dois
tipos de células, denominadas: (1) Células
endoteliais e (2) Células de Kupffer. Estas últimas
são muito importantes na luta contra a invasão
por microorganismos. Eles possuem ação

14
fagocítica, na medida em que atacam e eliminam
os organismos que penetram o corpo.
Este órgão possui uma importante
capacidade para regenerar suas células e
durante o repouso, ele comporta quase um quarto
do volume total de sangue do corpo.

Este resumidas
que serão órgão vitalabaixo:
possui funções variadas,

 Formação do sangue e circulação


No feto, ele auxilia na formação do sangue, e na
vida adulta, as células vermelhas destruídas são
armazenadas e recicladas para formação de
sangue novo. É o local de armazenagem de
quase um quarto do sangue total do corpo. O
volume sangüíneo a ser distribuído para outras
partes do corpo depende deste órgão. Com a
ajuda da Vitamina K, ele manufatura uma
substância denominada protrombina, que é
essencial para a coagulação do sangue. Lesões
ocasionais e desgaste das células corporais
podem causar sangramentos que são
automaticamente interrompidos por esta
substância. O fígado possui células
especializadas denominadas mastócitos (também

15
presentes em torno dos capilares dos pulmões
em especial), que secretam uma substância
química chamada heparina. Esta substância evita
a coagulação do sangue dentro dos vasos em
qualquer parte do corpo. Esta substância
representa um importante papel na prevenção
dos ataques cardíacos. Os vasos sangüíneos,
que fornecem nutrição aos músculos cardíacos,
ao tornarem-se bloqueados, causam
malfuncionamento do coração. A presença desta
heparina no sangue, em quantidade apropriada
não permite este tipo de coagulação do sangue
no coração. Da mesma forma, a substância
impede a coagulação do sangue no interior dos
vasos que fornecem nutrição para o cérebro. O
funcionamento adequado deste órgão é, portanto,
essencial para a prevenção assim como a cura
dos infartos e dos acidentes vasculares cerebrais.

 Produção de Bile
A bile é secretada
hepáticas continuamente
e armazenada na vesículapelas
biliarcélulas
ligada
ao fígado. O colesterol é sintetizado no fígado e é
excretado deste órgão através da bile. Além
disso, a bile possui alguns sais e pigmentos. Os
sais biliares ajudam na emulsão das gorduras e
facilitam sua absorção pelos intestinos. Os
pigmentos biliares são formados a partir da
quebra de células vermelhas.
16
 Metabolismo de carboidratos
O fígado representa um importante papel na
conversão dos vários produtos amiláceos em
glicose. Estes produtos só podem circular na
forma de glicose e desta forma, fornecem
nutrição aos tecidos. Este órgão é um importante
reservatório de carboidratos na forma de
glicogênio, e dependendo das necessidades do
sangue e dos tecidos, o fígado, de maneira
controlada,
sangüínea. Nolibera
fígado,glicose na circulação
estes carboidratos são
convertidos em gorduras e se quebram para
produzir calor e energia. Se os alimentos contém
demasiados produtos amiláceos, são convertidos
em gorduras e armazenados. O hábito moderno
de consumir mais massas, chocolates e outros
alimentos doces, especialmente entre as
crianças, coloca a função do fígado fora de
equilíbrio.


Metabolismo do álcool
Nos países ocidentais e nas áreas urbanas e
rurais de países orientais, há uma tendência
crescente ao consumo de álcool e esta prática
tem adquirido respeitabilidade social. Este álcool
é principalmente metabolizado no fígado. O
consumo excessivo de álcool leva ao acúmulo de
mais gordura (pois é nesta forma que ele acaba

17
sendo armazenado) no fígado. Isto dá srcem a
muitas doenças hepáticas.

 Metabolismo de gorduras
O fígado é o sítio de síntese e metabolismo de
colesterol proveniente de gorduras, e representa
um importante papel no metabolismo destas
substâncias. Algumas vezes, ocorre que a
pessoa sofre de uma doença e começa a jejuar.
Naturalmente,
glicose o jejum
sangüínea e os causa
tecidosuma redução
passam na
a ficar
sem nutrição. A pessoa, portanto, torna-se
enfraquecida. Durante este período, a gordura
armazenada no fígado é convertida em glicose e
liberada na circulação sangüínea para suprir a
necessidade nutricional. Vitaminas lipossolúveis,
como as vitaminas A, D e K, são armazenadas
neste órgão.

 Metabolismo de proteínas
O fígado é responsável pela síntese de alguns
aminoácidos a partir de proteínas, que são
essenciais para os tecidos. Estes aminoácidos
são produtos de alimentos ricos em proteínas
como ovos, carne, leite e feijões. É o sítio
principal de formação de uréia e ácido úrico como
subprodutos do metabolismo das proteínas.
Qualquer irregularidade no funcionamento do

18
fígado leva à maior formação de uréia e ácido
úrico, os quais dão srcem a diversas doenças.

 Hormônios
O fígado controla a circulação dos diversos
hormônios produzidos pela glândula supra-renal e
dos hormônios sexuais. Estes hormônios são
também denominados esteróides. O fígado torna-
os inofensivos e ajuda na sua eliminação. Alguns

ase secreção
tornam inativos pela ação
de insulina pelodopâncreas
fígado. Ele
e regula
outros
hormônios secretados pela hipófise.

 Vitaminas
O fígado ajuda na formação de vitamina A (a
partir do caroteno) e armazena as vitaminas A, D
e B12.

 Desintoxicação
É o sítio de desintoxicação de diferentes
substâncias tóxicas resultantes de seu
funcionamento normal ou daquelas consumidas
pelo indivíduo, como café, chá, drogas e metais
pesados não processados. Enzimas localizadas
no fígado, através de diferentes processos
químicos, tornam estas substâncias tóxicas
inativas. Estas substâncias desintoxicadas,

19
incluindo bactérias e drogas, são excretadas
através da bile e da urina.

 Imunidade
As células retículoendoteliais presentes no fígado
representam o mecanismo de defesa do
organismo. Elas interrompem o desenvolvimento,
destroem os organismos invasores e ajudam na
produção de imunidade contra seus efeitos
adversosportanto,
fígado, sobre oexpõe
corpo. oOcorpo
malfuncionamento do
aos ataques de
diferentes tipos de organismos.

 Circulação porta e hepática


A veia porta, através de suas diversas
ramificações traz os produtos finais da digestão
dos alimentos para o fígado e passa através de
algumas bolsas especialmente preparadas entre
células hepáticas, chamadas sinusóides. É aqui
que várias funções metabólicas são realizadas e
daqui parte o sangue venoso que vai à veia cava
inferior e finalmente ao coração.

A bile é tanto uma secreção como uma


excreção das células hepáticas. Ela sai do fígado
através de dois diferentes canais denominados

20
ductos hepáticos direito e esquerdo, que se unem
para formar o ducto hepático comum. O canal
que sai da vesícula biliar, chamado ducto cístico,
une-se a este ducto hepático comum e passa a
ser denominado colédoco.
A bile é constantemente formada no fígado
e é armazenada na vesícula biliar. A partir desta
víscera, a bile é lançada no duodeno
intermitentemente após a ingestão de alimentos.
Ela contém sais biliares, pigmentos biliares e
colesterol, entre outros. A bile ajuda na digestão
dos alimentos (principalmente gorduras, assim
como vitaminas lipossolúveis, e secundariamente
carboidratos e proteínas) e na sua absorção do
intestino grosso para a corrente sangüínea. Ela
ajuda na neutralização do excesso de acidez no
estômago e em maior escala, favorece os
movimentos intestinais.
Se a ingestão de alimentos é irregular ou
inadequada, isto afeta a secreção de bile. Da
mesma forma, se a secreção de bile não ocorre
apropriadamente, isto afeta a digestão dos
alimentos, a absorção dos produtos digeridos e
os movimentos intestinais.

21
AS FUNÇÕES DO FÍGADO
SEGUNDO O AYURVEDA
O fígado, na terminologia ayurvédica é
denominado yakrt e a vesícula biliar, pittasaya. A
bile, juntamente com outras enzimas digestivas
presentes no trato gastrointestinal, é denominada
pacaka
bile em pitta, uma das cinco categorias
si é imprecisamente depitta
chamada de A
pitta.em
algumas ocasiões, e esta bile, extraída do gado,
de elefante, de urso e de peixes, é
extensivamente utilizada nas fórmulas
ayurvédicas. O fígado de vários animais também
é indicado para ser consumido como alimento,
especialmente em diversas condições
patológicas.
De acordo com o Ayurveda, pitta,
resumidamente, representa todas as enzimas e
hormônios responsáveis pela digestão, absorção,
assimilação, produção de calor e todas as
atividades hormonais, relacionadas também ao
controle de muitas atividades psicossomáticas no
corpo.
Além de ser controlada pela natureza dos
alimentos, pela dieta e pela produção de bile no
fígado, todo o funcionamento deste órgão é

22
controlado por muitos fatores emocionais e
psíquicos. Além de seu papel na formação do
sangue e na digestão dos alimentos, é
considerado o sítio de Bhutagni paka, onde as
substâncias heterogêneas derivadas dos
alimentos são transformadas em homogêneas,
com o objetivo de possibilitar que os produtos da
digestão sejam absorvidos e assimilados em
forma de tecidos. É, portanto, óbvio que os
médicos ayurvédicos depositem tamanha ênfase
na verificação das condições do fígado antes de
tentar tratar qualquer doença.
Além do aumento do órgão ou das
alterações cirróticas nos tecidos, ou da obstrução
dos canais biliares causada por tumores nos
tecidos adjacentes ou cálculos na vesícula biliar,
muito freqüentemente, ocorrem alterações
funcionais no fígado. Pode ser uma dor sem
importância na porção superior direita do abdome
(na área do fígado), que se torna mais
pronunciada à palpação. Além disso, o paciente
sofre de alguns ou de todos os seguintes
sintomas:
1. Perda de apetite
2. Constipação
3. Fraqueza geral
4. Sensação de desconforto na região superior
direita do abdome
5. Fadiga

23
6. Indigestão
7. Cefaléia
8. Sensação de queimação na região superior do
abdome
9. Flatulência
10. Arrotos
11. Sensação de cabeça vazia
12. Intolerância a alimentos gordurosos
13. Incapacidade de concentrar-se
14. Insônia
15. Vertigem
16. Palpitação cardíaca
17. Aumento e amolecimento na palpação do
fígado

Geralmente, o início destes sintomas é lento


e com freqüência, as queixas são intermitentes,
com períodos nos quais o paciente não refere
nenhum destes sintomas. Após algum tempo, se
os fatores causais não forem corrigidos, estes
sintomas continuam e tornam-se crônicos, e é
quando o paciente procura o médico para
tratamento. O fígado possui um bom estoque de
reservas teciduais, que começam a operar no
último estágio, depois que os tecidos ativos forem
danificados. Quando estas reservas teciduais
também se tornam prejudicadas, apenas então o
paciente torna-se consciente de sua doença e
busca auxílio médico.

24
O ambiente no útero durante a união do
esperma e do óvulo no momento da concepção
srcina certas características psicossomáticas nos
seres humanos. Na terminologia ayurvédica, isto
se chama prakrti, que determina a constituição
física e o temperamento psíquico do indivíduo. O
prakrti apresenta sete categorias, como segue:
1. Vata prakrti
2. Pitta prakrti
3. Kapha prakrti
4. Vata-pitta prakrti
5. Vata-kapha prakrti
6. Pitta-kapha prakrti
7. Sama prakrti

Pessoas que possuem o segundo tipo de


prakrti (pitta) são mais propensos a adquirirem
doenças do fígado 1. Tais pessoas devem ser
relativamente mais vigilantes para protegerem
seu fígado, através de dietas e condutas
adequadas.

1
Para estudar os aspectos característicos dos vários tipos
de prakrti, o leitor deve buscar “Fundamentos da Medicina
Ayurvédica”, Dr. Bhagwan Dash.

25
Icterícia é a condição na qual ocorre uma
excessiva formação de pigmento biliar no fígado,
que é liberado nos tecidos da pele e na conjuntiva
ocular, produzindo uma coloração amarela. Pode
ocorrer em conseqüência de maior produção de
pigmentos biliares ou menor eliminação destes
pigmentos a partir do fígado. Dependendo dos
fatores causais, a icterícia é dividida em três
grupos principais, ou seja:
1. Icterícia hemolítica, distúrbio no qual são
formados pigmentos biliares em excesso por
aumento da destruição de hemácias.
2. Icterícia hepática, que ocorre por falhas na
função hepática causadas por toxinas,
venenos, infecções virais, cirrose, etc.
3. Icterícia obstrutiva, que ocorre por obstrução
dos canais biliares do fígado e da vesícula
biliar por tumores, etc. Como resultado desta
obstrução, a bile não é corretamente
excretada e é absorvida pela corrente
sangüínea.

No Ayurveda, o termo kamala é utilizado


para designar icterícia. Quando a icterícia se
manifesta de forma severa, é denominada
kumbha kamala ou halimaka. Kamala (icterícia) é

26
descrita de duas formas, denominadas sakhasrita
kamala ou a icterícia que surge na periferia do
corpo e kosthasrita kamala ou a icterícia
geralmente confinada ao trato gastrointestinal. Na
primeira forma, os sintomas de kamala (icterícia)
como a tonalidade amarelada nos olhos e na
pele, o prurido, etc., são mais evidentes e as
fezes adquirem a coloração de argila. Isto se
deve à ausência de pigmentos biliares. Na última
forma, juntamente com a tonalidade amarela da
pele e olhos, há maciça secreção de pigmentos
através das fezes e os sintomas relacionados
com o trato digestivo são mais evidentes, como
náuseas, vômitos, indigestão, perda de apetite,
flatulência e diarréia ocasional seguida de
constipação e dor abdominal. Em ambas as
formas de kamala, as funções do fígado precisam
ser corrigidas e o paciente deve receber uma
dieta leve e líquida.

 Hemorróidas
O sangue venoso da porção inferior do reto
e do ânus é drenado pela veia hepática até o
fígado. Se houver congestão no fígado, a função
de drenagem é afetada e ocorre uma pressão no

27
interior dos vasos de retorno, de forma que as
veias na área do ânus tornam-se túrgidas. Há
exsudação da mucosa, prurido, sensação de
queimação e dor durante a evacuação. Se houver
constipação, ou fezes ressecadas, os sintomas
se agravam. Às vezes, estas veias túrgidas
queimam e causam sangramento, ulcerações,
inflamação e dor intensa. Durante o tratamento
desta doença, é necessário avaliar a condição do
fígado e qualquer alteração presente neste órgão
deve ser corrigida.
 Constipação
A bile, secretada pelo fígado, contém
pigmentos biliares e sais biliares. Estes
pigmentos e sais, ao auxiliarem na digestão dos
alimentos, dão uma coloração às fezes e auxiliam
no movimento intestinal para facilitar a defecação.
Portanto, qualquer falha na função hepática leva
à constipação crônica. Se a formação de bile é
excessiva oulevardefeituosa,
ocasionalmente isto
à diarréia. Pacientes pode
com
disfunção hepática referem urgência para defecar
imediatamente após a ingestão dos alimentos.
Esta característica é mais acentuada nas
crianças.

28
 Doenças do Coração e o Fígado
O fígado é responsável pela síntese do
colesterol e pela sua eliminação através da bile,
auxiliando finalmente na digestão das gorduras.
O excesso de colesterol no corpo provoca
alterações nas paredes dos canais que
transportam sangue, alterações estas
responsáveis por muitas doenças no coração.
Este distúrbio hepático também leva à
hipertensão.
excretada paraSeo trato
a bileintestinal,
não é ocorre
adequadamente
distensão
abdominal. Em conseqüência do aumento de
pressão na cavidade abdominal, ocorre também
um aumento da pressão sobre o coração através
da parede muscular denominada diafragma. Se o
coração não estiver funcionando adequadamente,
haverá uma pressão no retorno venoso, o que
leva então a um desequilíbrio do fígado. Assim, o
coração e o fígado estão intimamente
relacionados quanto às suas funções, sendo que
a disfunção de um leva ao desequilíbrio do outro.
Portanto, é necessário que o fígado seja
preservado e isto deve ser considerado no
tratamento de um paciente portador de doenças
cardíacas.

29
 Diabetes
O diabetes (mais especificamente o
diabetes mellitus) é causado por um desequilíbrio
quantitativo de uma enzima (insulina) secretada
pelo pâncreas (uma glândula situada abaixo e
atrás do estômago e dos intestinos). A disfunção
do fígado pode também dar srcem a esta
doença.
O fígado é o sítio do metabolismo dos
carboidratos, o reservatório
liberada no sangue de glicose,
de maneira regular. que
Se aé
função hepática estiver prejudicada, então,
grandes quantidades de glicose são liberadas na
corrente sangüínea, além da necessidade dos
tecidos. O nível de açúcar no sangue, portanto,
se eleva e o excesso é eliminado através da
urina. Desta forma, devem ser tomados os
cuidados necessários para corrigir a função
hepática em um paciente que sofre de diabetes.


Distúrbios Gastrointestinais
A bile secretada pelo fígado representa um
papel importante na digestão dos alimentos, na
absorção dos produtos digeridos e no
metabolismo. Qualquer dificuldade na função do
fígado afetará, naturalmente, a digestão, etc.
levando a perda do apetite, náuseas, acidez
gástrica (a regurgitação de bile para o estômago

30
ajuda a neutralizar o excesso de acidez),
flatulência e constipação. Isto leva a uma falta de
nutrição dos tecidos, causa anemia,
enfraquecimento e fadiga. Uma vez que a maioria
dos órgãos digestivos estão localizados abaixo do
fígado, seu peso e tamanho aumentados afetam
o funcionamento dos mesmos.
Crianças geralmente sofrem de distúrbios
digestivos por causa de uma disfunção do fígado.
Isto provoca com freqüência uma doença
denominada diarréia infantil.
O fígado está separado dos órgãos
torácicos, como os pulmões, por uma parede
muscular denominada diafragma. O aumento do
fígado, portanto, pressiona os pulmões através do
diafragma levando a dificuldades respiratórias e
dor.

 Leucodermia
Os pigmentos localizados na pele, a
melanina entre efeitos
protetora contra outros,prejudiciais
possuemdauma
luz doação
sol.
De acordo com o Ayurveda, estes pigmentos são
formados por uma substância denominada
rañjaka pitta (uma das cinco variedades de pitta).
Um desequilíbrio da função hepática, portanto,
leva à maior ou menor produção destes
pigmentos. A ausência destes pigmentos em
áreas isoladas da pele resulta em uma condição
31
denominada vitiligo ou leucodermia.
Eventualmente, por causa do distúrbio na função
do fígado, mais pigmentos são formados na pele.
Ao tratar estas doenças, o médico precisa dar a
necessária atenção à correção dos distúrbios da
função hepática.

 Algumas doenças das mulheres


relacionadas ao fígado
O fígado
substâncias ajuda nauma
diferentes, formação de duasa
das quais,
protrombina, age na coagulação do sangue e a
outra, a heparina, evita sua coagulação indevida
dentro dos vasos. Simultaneamente, o fígado
controla muitos dos hormônios sexuais. Portanto,
a falha em suas funções leva a muitas doenças
próprias das mulheres, como o sangramento
excessivo durante o período menstrual
(menorragia). Durante a gravidez, as
perturbações na função hepática levam a
sintomas como perda do apetite, náuseas,
vômitos, enjôos, constipação e flatulência. Após o
parto, se a função hepática não for corrigida
prontamente, a mulher leva um longo tempo para
recuperar sua saúde.

32
 Disenteria
A disenteria (mais especificamente a
disenteria amebiana) é causada pela infestação
por um microorganismo, conhecido na medicina
como Entamoeba histolytica, que geralmente
afeta os intestinos. Quando na fase aguda, causa
dores espasmódicas no abdome e o paciente
evacua pequenas quantidades de fezes com
muco com muita freqüência. Este sinal está
associado geralmente
flatulência, perda com emagrecimento
do apetite, dor abdominal, e
fraqueza. Os pacientes geralmente tentam tratar
desta condição na sua fase aguda, mas
abandonam o tratamento antes do tempo
necessário para curar totalmente a doença e,
consequentemente, a condição torna-se crônica.
Com isso, o paciente passa a evacuar fezes
irregularmente e a ter distúrbios digestivos.
Quando a condição se torna crônica, o fígado
também é afetado e surgem todos os sintomas de
perturbação da função hepática. Algumas vezes o
abscesso hepático é causado pela disenteria
crônica. Portanto, nestas condições, tanto na
disenteria aguda como na crônica, deve-se ter o
cuidado de proteger a função hepática.

33
 Insônia
De acordo com o Ayurveda, o sono de uma
pessoa é controlado por vayu. Se este dosha
estiver em seu estado normal, o paciente dorme
bem, mas se estiver desequilibrado, a pessoa
tem seu sono perturbado ou insônia. As doenças
do fígado estão geralmente associadas com
constipação, indigestão e flatulência. A distensão
abdominal e a dor dão srcem à cefaléia,
sensação de desconforto,
Nestes casos, deve ser feitomal-estar e insônia.
um tratamento que
alivie o paciente da constipação e corrija a
disfunção hepática.

 Ascite
Como foi descrito anteriormente, todas as
veias provenientes dos órgãos abdominais
drenam para um importante canal denominado
veia porta, que vai ao fígado. Na cirrose, os
tecidos do fígado estão contraídos, obstruindo a
drenagem através desta veia porta.
Consequentemente, a parte fluida do sangue é
forçada a sair das várias veias tributárias e
acumula-se no abdome. Por causa deste fluido
acumulado, o abdome torna-se distendido e
inchado. Como resultado da pressão dos fluidos,
todos os órgãos abdominais param de realizar
suas funções normais. O paciente sofre de perda

34
de apetite, náuseas, vômitos, constipação e
flatulência e veias proeminentes tornam-se
aparentes na parede do abdome. O fluido
acumulado na cavidade abdominal também
pressiona os pulmões e o coração localizados no
tórax. O paciente desenvolve dificuldade
respiratória e há uma falha na circulação
sangüínea em todo o corpo. Em um último
estágio, o edema também torna-se evidente nas
pernas, nas mãos e até mesmo na face. A
produção de urina é reduzida. Nesta grave
condição, é necessário corrigir o funcionamento
do fígado desde o início do tratamento.

Vimos acima que o fígado representa um


importante papel na fisiologia do corpo e uma
falha em suas funções leva a diversas doenças.
Não se deve esperar que uma condição grave se
desenvolva, mas sim, deve-se tomar o cuidado
necessário para corrigir a função hepática
imediatamente após o aparecimento dos
primeiros sinais e sintomas. A prevenção é
melhor que a cura. A pessoa deve evitar qualquer
dano físico ou fisiológico ao fígado e deve
recorrer às dietas e condutas que conservem o
fígado livre de qualquer perturbação funcional.

35
A pessoa deve tomar as seguintes medidas
em sua rotina diária para evitar qualquer lesão ao
fígado:

 Bebidas alcoólicas
O álcool é consumido freqüentemente nos
países ocidentais. Nos países orientais, apesar
de ser um tabu, aquelas pessoas completamente
frustradas, com sobrecarga de trabalho ou
ignorantes também consomem álcool. Algumas
vezes, a destilação ilegal e a venda não
autorizada de álcool leva ao consumo e bebidas
preparadas inadequadamente. Tais produtos
alcoólicos tóxicos causam morte imediata ou
lesões irreparáveis ao fígado. Mesmo as bebidas
alcoólicas adequadamente preparadas, quando
ingeridas em excesso, afetam o funcionamento
apropriado deste órgão. É melhor, portanto, evitar
o consumo de bebidas alcoólicas e se isto for
feito, sua ingestão deve ser acompanhada de boa
alimentação e estas bebidas nunca devem ser
ingeridas com o estômago vazio. As bebidas
alcoólicas devem ser bem diluídas e consumidas
apenas em pequenas quantidades. Se, no
entanto, já aparecerem sintomas de mal
funcionamento do fígado, o conselho mais lógico

36
seria evitar estritamente o consumo de qualquer
bebida alcoólica.

 Chá, café e tabaco


A cafeína e a nicotina, estes dois
ingredientes ativos dos chás, do café e do tabaco
são prejudiciais ao corpo. Eles são consumidos
devido ao seu efeito estimulante. Tornou-se parte
de nossa vida social oferecer chá e café a uma
visita. O
com o consumo
estômagodestas
vaziobebidas,
e emespecialmente
quantidade
excessiva, afeta o funcionamento do fígado. A
cafeína e a nicotina são neutralizadas no fígado e
se estes ingredientes são consumidos em grande
quantidade, o fígado falha em realizar seu
trabalho e seus tecidos tornam-se adversamente
afetados. Portanto, deve-se evitar o chá, o café e
o tabaco ou consumi-los apenas em pequena
quantidade, se quiser conservar o fígado
saudável e se desejar levar uma vida feliz.

 Drogas químicas
Alguns dos analgésicos convencionais, etc.
são compostos de substâncias químicas e
algumas outras substâncias que são tóxicas para
o corpo. As pessoas não querem perder suas
horas de trabalho. Se estão com dor de cabeça,
porque não dormiram bem à noite, ao invés de

37
repousar, elas ingerem algumas pílulas e correm
para seus trabalhos. Se ingeridas repetidamente,
vão finalmente afetar o funcionamento do fígado.
Portanto, as pessoas devem usar estas drogas
inorgânicas apenas quando houver real
necessidade e tais drogas devem ser ingeridas
juntamente com algumas preparações orgânicas
ou com alimentos que possam corrigir a função
hepática.


Frituras
Alimentos de preparo rápido tornaram-se
um costume nos dias de hoje. A vida tem se
tornado mecânica e temos menos tempo para
nossas refeições e bebidas. Há pouquíssimo
tempo nas cidades e nas metrópoles para uma
família preparar seu próprio alimento. Assim, há
uma tendência para o consumo de alimentos
preparados em restaurantes e as pessoas
freqüentemente preferem pratos rápidos, que são
fritos e que seOtornam
os clientes. ghee, mais saborosose para
a manteiga atrair
os óleos
vegetais não são muito prejudiciais para o fígado,
se consumidos em quantidades moderadas. Mas
quando são utilizados para fritar ou torrar os
alimentos, o prato torna-se muito pesado para a
digestão e a pessoa que consome tal alimento
torna-se habitualmente uma vítima de doenças do
fígado.
38
 Refeições irregulares
Apesar da bile ser secretada pelo fígado
ininterruptamente, ela é armazenada na vesícula
biliar e é fornecida aos intestinos como ação
reflexa depois que a pessoa ingeriu algum
alimento. Se o alimento é ingerido irregularmente,
obviamente, o fornecimento de bile ao trato
digestivo torna-se irregular e a pessoa sofre de
doenças do fígado.
A pessoa
principais, o almoçodeve
e o ingerir duas dorefeições
jantar, além café da
manhã, e estas refeições devem ser feitas dentro
de intervalos regulares. Consumir alimentos
apenas quando a pessoa está sem trabalho, ou
apenas quando o anfitrião os oferece é muito
prejudicial para o fígado. A ingestão de refeições
freqüentes, exceto em algumas condições
patológicas, também é ruim.

 Pressa, preocupação e temperos


O lazer e o repouso tanto físico como
mental são as vítimas do modo de vida mecânico
dos dias de hoje. Nós temos tempo para
conversa fiada, festas, filmes e outras diversões
baratas. Mas não temos tempo para o
relaxamento. Os passeios estereotipados aos
parques e lagos criam mais tensão e
proporcionam pouco relaxamento. Interesses

39
econômicos e problemas administrativos não
permanecem confinados aos escritórios,
indústrias e lojas. São levados para casa,
fisicamente e mentalmente. Estar com pressa na
hora de se alimentar, correr para o local de
trabalho imediatamente após a refeição, entregar-
se a discussões sócio-políticas, discutir
problemas familiares na mesa de jantar, atender
ao telefone durante as refeições e assistir
televisão enquanto come são hábitos que
atualmente tornaram-se parte de nossa vida. A
tensão mental envolvida na pressa e na
preocupação afetam a digestão e a função
hepática.
De acordo com o Ayurveda, o alimento deve
ser ingerido em um ambiente de absoluta paz e
sem qualquer tensão mental. Os trabalhos
ayurvédicos clássicos fornecem instruções com
relação ao que deve ou não deve ser feito
durante a refeição. A observação destas regras
ajudarão a manter o adequado funcionamento do
fígado.
Com a adição de temperos e pós de curry e
com as frituras os alimentos ficam mais
saborosos. Sem dúvida, estes alimentos
satisfazem o paladar, mas são muito prejudiciais
para o estômago e o fígado. Os pós de curry,
particularmente quando são apimentados, podem
aumentar o apetite no início. Mas, a longo prazo,

40
causam dispepsia por mal funcionamento do
fígado e pela irregularidade nas secreções do
estômago e dos intestinos. Massas, chocolates e
outras preparações doces, de que as crianças
tanto gostam, afetam o funcionamento do fígado.
Eles são geralmente ingeridos fora de hora. São
oferecidos às crianças, quando os pais visitam os
mercados, as feiras e os festivais. São
geralmente trazidos pelas visitas, quando os
anfitriões possuem crianças. Todo este consumo
irregular de alimentos afeta o poder digestivo e
afeta o fígado, especialmente quando são
consumidos com pressa.

 Trigo ou arroz?
Em muitas regiões do mundo, o arroz é
consumido como alimento principal, e em outros,
as pessoas consomem habitualmente o trigo e a
cevada. Arroz, trigo, milho, cevada, etc. colhidos
recentemente não são benéficos para o fígado.
Eles fazemEstes
preguiçoso. comcereais
que devem
o fígado se torne
ser consumidos
apenas após um período de conservação de seis
meses, quando seus efeitos adversos são
neutralizados. Entre o arroz e o trigo, este último
é mais saudável para o sistema digestivo e para o
fígado. As pessoas que possuem doenças do
fígado são aconselhadas a dar preferência às
preparações contendo trigo do que ao arroz.
41
 Alimentos cozidos no vapor
Muitos alimentos são preparados por
cozimento no vapor. No sul da Índia, uma
preparação especial é consumida com muita
freqüência, denominada Idli. É preparada com a
farinha do Phaseolus mungo e do arroz,
adicionados em diferentes proporções. A massa é
depois fervida no vapor. É um pouco pesado,
sem dúvida, quando consumido em quantidade
excessiva.
tanto para Mas a longo prazo,
o processo é muito
digestivo comosaudável
para o
fígado.

 Frutas, leite
Entre os alimentos vegetarianos e não-
vegetarianos, os primeiros são melhores para a
digestão e para o fígado. Para abastecer o corpo
com proteínas, a pessoa que tem condições
econômicas prefere consumir muita carne de boi,
de peixe e de aves. O corpo tem a capacidade de
sintetizar proteínas e assimilá-las aos tecidos
mesmo se estiverem disponíveis apenas em
pequena quantidade nos gêneros alimentícios.
Tome como exemplo um dos maiores animais, o
elefante. Ele consome apenas vegetais e possui
um corpo gigantesco e músculos rígidos. Da
mesma forma, os seres humanos podem
conseguir proteínas suficientes a partir de uma

42
dieta vegetariana. Se a comida vegetariana tiver
que ser suplementada, isto pode ser feito através
do leite e de laticínios. Isto não é prejudicial para
o fígado. O leite pasteurizado provoca
dificuldades na digestão e geralmente torna o
fígado lento em suas funções. O leite fresco,
particularmente o leite de vaca, é muito saudável
para os seres humanos. Para crianças, o leite de
cabra é muito benéfico. Se a pessoa sofre de
doenças crônicas do fígado, diarréia,
constipação, indigestão, bronquite, asma e
amigdalite, a escolha mais sábia é pelo leite de
cabra.
O leite não deve ser considerado saudável
ou prejudicial apenas quanto ao seu conteúdo de
gorduras. O leite de búfala contém muito mais
gorduras do que o leite de vaca e o leite de cabra
é o que contém menos gorduras. Isto não
significa que o leite de búfala, suficientemente
diluído e tendo reduzido seu conteúdo de
gordura, possa agir da mesma forma que o leite
de vaca e de cabra, que previnem a deterioração
da função hepática. O leite de égua e suas
preparações são muito saudáveis para o fígado.
O leite de camela, apesar de ser mais grosso e
ter um maior teor de gordura, é extremamente
benéfico para o fígado. É administrado no
tratamento da cirrose hepática associada com
ascite. Aumenta a função renal e drena o excesso

43
de água acumulada na cavidade abdominal.
Vegetais como patola (Trichosanthes cucumerina
e Trichosanthes dioica), sobhañjana (Moringa
oleifera), kunduru (Coccinia indica) e o coco são
muito benéficos nas doenças hepáticas.

 Feijões
Vegetarianos de todo o mundo tentam
compensar a deficiência de proteínas através da
ingestãoalguns
feijões, de maior
são quantidade de feijões.
muito pesados Entre os
para a digestão
e causam perturbação do funcionamento do
fígado e muitas outras alterações digestivas. Eles
aumentam a produção de vento no intestino
grosso resultando em flatulência. Podemos citar
alguns feijões importantes na alimentação: rajma
ou raja masa (Vigna cylindrica), mungo
(Phaseolus mungo) e arhar (Cajanus cajan). Para
conservar o fígado saudável, a pessoa deve
evitar a ingestão destes feijões em excesso. Suas
preparações são consideradas
em certas partes do país, maspratos saborosos
não devem ser
consumidos em excesso. Dentre estes feijões,
moong (Phaseolus mungo) e masoor (Lens
culinaris) são muito benéficos. Eles fornecem as
proteínas necessárias e não produzem muitos
efeitos prejudiciais.

44
 Coalhada e manteiga de leite
O iogurte, a coalhada ou smitan são muito
bons para aumentar o apetite, assim como para
promover a digestão. Mas, quando o fígado já
está afetado, a coalhada não deve ser ingerida
por estes pacientes. No Ayurveda, a coalhada é
considerada abhisyandi ou seja, um tipo de
ingrediente que obstrui os canais de circulação.
A manteiga de leite é preparada de
diferentes
adicionada àmaneiras.
coalhada Geralmente, a água eé
em iguais quantidades
são batidas até que surja a manteiga. Nas vilas
da Índia, a manteiga é extraída e a porção
remanescente do iogurte diluído é denominada
chacha ou matha. Se ingerido, após adição de
um pouco de sal e cominho em pó ( jeera), é
muito saudável tanto para o trato digestivo como
para o fígado. Em locais como a Mongólia e a
República Buriátia, um tipo especial de manteiga
é preparada a partir do leite de égua. Esta
manteiga é muito benéfica em doenças do fígado,
inclusive na cirrose hepática. Nos estados no
norte da Índia, uma forma de manteiga
denominada lassi é geralmente consumida no
verão para conservar o poder digestivo e prevenir
os efeitos prejudiciais do excesso de calor.
Apesar da coalhada e da manteiga
possuírem os mesmos ingredientes básicos,

45
estes dois alimentos possuem qualidades
opostas. A manteiga, sem dúvida, afeta a função
do fígado por causa de seu teor de gorduras e
batê-la é muito útil. Mas o processo de bater a
manteiga, envolvido na sua preparação, faz a
diferença. A coalhada obstrui os canais de
circulação e a manteiga, por outro lado, promove
o funcionamento dos canais de circulação. Os
vegetarianos, necessitando de proteína adicional,
podem suplementar sua alimentação com
queijos, que não são prejudiciais ao fígado.
 Restrição ao açúcar
Muito açúcar é consumido na forma de
batatas, cana-de-açúcar, massas e doces. Sem
dúvida, o açúcar é essencial em nossa rotina
para o fornecimento de energia ao nosso corpo.
Mas ele não deve ser consumido em excesso,
especialmente quando a pessoa passa da idade
de quarenta anos. O mel contém muito açúcar na
forma de ao
corpo ou frutose,
fígado.mas ele não
O mel nãodeve
é prejudicial ao
ser ingerido
juntamente com qualquer bebida quente. No
Ayurveda, o mel é considerado um redutor do
açúcar sangüíneo e é administrado aos pacientes
que sofrem de diabetes mellitus. O mel com
bebidas quentes é geralmente administrado às
pessoas que têm excesso de gordura corporal.

46
 Paz mental e exercícios físicos
Você deve praticar a meditação
regularmente, se quiser conservar a função
hepática em boa forma. Diferentes tipos de
meditação são defendidas por diferentes
religiões. Todas são boas, desde que o aspirante
esteja sob a supervisão de uma pessoa
competente. Além das realizações espirituais e
da paz mental, a meditação sempre ajuda a
conservar o corpo que
As pessoas fisicamente saudável.
trabalham em escritórios e
lojas sempre levam uma vida sedentária. Eles se
locomovem direto de casa para o local de
trabalho, de carro ou de bicicleta e na volta põem
os pés na porta de casa no mesmo veículo.
Estando cansados do trabalho oficial, pouca
energia lhes resta para caminhar ou para fazer
qualquer exercício físico. Isto afeta a função
hepática e a digestão. A pessoa deve praticar
exercícios pela manhã e à tarde e deve encontrar
justificativas em casa e no trabalho que o
permitam sair para caminhar, para manter-se
saudável. Deve ficar bem claro aqui que correr ou
caminhar com pressa, imediatamente após a
ingestão de alimentos é extremamente prejudicial
para o fígado. A pessoa deve repousar durante
pelo menos quinze minutos após a alimentação e
antes de começar a trabalhar.

47
 Regularidade do sono e evacuação
Se a pessoa não está constipada, a
possibilidade do fígado estar lesado é mais
remota. Deve haver regularidade nos movimentos
intestinais e para que isto ocorra, a pessoa deve
desenvolver o hábito de ir ao banheiro
regularmente e fixar períodos de tempo. Os
movimentos intestinais dependem de uma boa
noite de sono. Pessoas que se comprometem a ir
anãofestas até tardepela
acordam da noite,
manhã dormem
bemmuito
cedotarde
nãoe
conseguem movimentos intestinais adequados.
Portanto, a pessoa deve desenvolver o hábito de
ir para cama cedo e levantar-se da cama logo
que o dia começa.
Há um bom ditado que diz “Ir cedo para a
cama e cedo se levantar torna o homem
saudável, rico e sábio para a vida aproveitar.”
Os vegetarianos geralmente apresentam
problemas para limpar os intestinos por causa do
menor aporte de resíduos em sua dieta. Sua
alimentação, portanto, deve ser complementada
com uma quantidade adequada de frutas e
cascas para conservar seus intestinos limpos.

48
 Medicamentos
Se, por ignorância ou descuido, a pessoa
acaba vítima de doenças do fígado, é necessário
que ela tome medicamentos. Nesta monografia,
treze plantas estão sendo descritas com
referência a suas propriedades como preventivas
e curativas de várias doenças do fígado. Elas
estão em uso na Índia e países vizinhos há
milhares de anos. Hoje, os médicos ayurvédicos
utilizam
sucesso estas plantas ee nenhum
considerável suas preparações com
efeito colateral
adverso tem sido notificado. Estas não são as
únicas ervas usadas contra doenças do fígado no
arsenal de medicamentos ayurvédicos. Elas
foram escolhidas por causa de sua popularidade
e excelência terapêutica. O Ayurveda possui seus
próprios conceitos sobre a composição e o modo
de ação destas drogas. Tais detalhes foram
evitados intencionalmente tendo em vista que
este livro deve conservar um volume reduzido de
páginas.
Muitas preparações compostas a partir
destas plantas são descritas nos clássicos
ayurvédicos e comercializadas por um grande
número de fabricantes. Para incrementar os
efeitos destas drogas, para tornar as preparações
mais agradáveis ao paladar, para aumentar o raio
de ação e multiplicar seus efeitos, para aumentar

49
a validade dos produtos e promover maior
eficácia terapêutica, muitas outras substâncias
vegetais, animais ou minerais são adicionadas e
as preparações são produzidas segundo
diferentes processos farmacêuticos, dependendo
de sua indicação e das substâncias utilizadas no
composto. Diferentemente da medicina moderna,
nenhuma substância química sintética é
adicionada nestas preparações compostas.
Apenas extratos simples da erva em sua forma
bruta são utilizados. Algumas importantes
preparações compostas são citadas no final de
cada monografia nesta série.
Os pacientes podem empregar estas
plantas com segurança, seguindo as orientações
destas monografias. Elas pretendem não só
proporcionar alívio aos sinais e sintomas já
manifestados das doenças do fígado, mas
também possuem uma ação no corpo como um
todo e finalmente ajudam a erradicar a doença.
Todas as preparações citadas possuem uma
larga margem de segurança e mesmo se
consumidas em doses mais elevadas do que
aquelas prescritas para propósitos terapêuticos,
não apresentam na prática nenhum efeito
indesejável. Ao invés de produzirem efeitos
colaterais tóxicos, estas drogas produzem
benefícios colaterais. Elas podem ser utilizadas
para indivíduos saudáveis da mesma forma que

50
para os doentes. Em pessoas saudáveis, estas
ervas previnem a ocorrência das doenças e
proporcionam uma saúde positiva. Nos pacientes,
estas plantas curam a doença e tornam o corpo
imune a futuros ataques da mesma.
Estas ervas possuem muitos outros efeitos
terapêuticos mas, para não nos afastarmos do
contexto, apenas seus efeitos sobre as doenças
do fígado foram destacados aqui e outros
aspectos destas ervas foram apenas citados.
Como estas plantas não produzem efeitos
adversos quando utilizadas por períodos
prolongados, não há um tempo limite para o
tratamento das doenças do fígado com estes
remédios. Eles podem ser empregados
seguramente até que o paciente fique
absolutamente livre da doença e mesmo durante
alguns poucos dias após sua remissão, para
prevenir a recorrência da mesma.

51
FITOTERÁPICOS

Sinônimos
Árabe: Musagbar; Bengali: Ghrita kumari;
Inglês: Aloe, Common Indian aloe; Francês:
Aloes; Alemão: Aloe; Grego: Aloi; Hindi:
Ghiguvara, Gvarapatha, Kumari, Kuvarapatha;
Italiano: Aloe; Persa: Darakhtesinn; Sânscrito:
Ghrtakumari, Adala, Aphala, Bahupatri,
Grihakanya; Urdu: Ghiqwara; Português: Babosa.

Parte utilizada
A polpa ou o suco da folha fresca são
utilizados na medicina.

Habitat
Kumari (Aloe barbadensis) cresce
espontaneamente e também é cultivada como
planta ornamental nas regiões tropicais,

52
subtropicais e temperadas. Cresce bem em solo
arenoso.

Des c r i ção
Kumari é um arbusto anão de folhas
carnosas. Seu caule tem 30 a 60 cm. de altura.
Suas folhas possuem cerca de 40 cm. de
comprimento, 10 cm. de largura e 2 cm. de
espessura. Estas folhas são carnosas e
apresenta espinhos em toda a margem. Se a
folha é cortada e pendurada com a porção
cortada para baixo, um suco transparente,
amarelado, escorre da mesma. Este líquido é
coletado e colocado a secar por exposição ao sol
(algumas vezes é colocado a secar no fogo). A
massa sólida resultante é chamada musagbar.
Este é um ingrediente utilizado na medicina. As
flores avermelhadas aparecem no inverno.

Us os terap êuti co s
Kumari é geralmente utilizada no tratamento
das doenças do fígado, incluindo icterícia,
constipação crônica, hemorróidas, formação de
gases no estômago, perda do apetite e outras
doenças tais como dismenorréia, irregularidade
menstrual e leucorréia (secreção vaginal de odor
fétido). Como cura distúrbios digestivos e
doenças do fígado, é especialmente utilizado
para crianças.

53
Aloe barbadensis ( K um ari)

54
Externamente, é empregado no tratamento
de queimaduras e entorses.
O nome sânscrito desta planta Kumari (que
significa “menina virgem”) é muito significativo. É
muito útil para garotas na fase adolescente. Além
de curar os distúrbios menstruais, melhora a
compleição, limpa a pele de espinhas e aumenta
sua fertilidade. Se utilizada regularmente, ajuda
na manutenção de seu equilíbrio hormonal
durante diferentes fases de seu ciclo menstrual e
ajuda na criação de um desenvolvimento mental
harmonioso. É igualmente útil para mulheres com
mais idade, especialmente durante o período de
menopausa. As mulheres durante esta fase de
sua vida, sofrem geralmente de muitos distúrbios
físicos e mentais e desequilíbrios hormonais, que
são prevenidos e curados através do uso desta
droga.


to d o d e p r ep ar ação e m o d o d e u s ar
Nas doenças do fígado, inclusive na
icterícia, na constipação crônica, hemorróidas,
perda do apetite, flatulência e leucorréia, tanto o
suco como a polpa desta planta são
administrados ao paciente.
Como é amarga, deve ser adicionada uma
pitada de sal ao remédio. Quando for
administrado às crianças, deve ser adicionada a
mesma quantidade de mel ou uma pequena

55
quantidade de açúcar mascavado indiano ou
açúcar. Em casos de icterícia, o suco ou a polpa
devem ser administrados ao paciente juntamente
com açúcar mascavado indiano ou açúcar (não
se deve adicionar sal).
Internamente, kumari (Aloe barbadensis) é
também utilizada na forma de asava (bebida
alcoólica) e paka (xarope ralo).
O suco ou a polpa da parte carnosa da folha
são aplicados externamente em queimaduras. A
pele externa da folha deve ser removida com uma
faca e a polpa carnosa deve ser transformada em
pasta com um pilão. Por causa de sua natureza
carnosa é um pouco difícil extrair o suco da
polpa. A folha inteira deve ser ligeiramente
tostada sobre o fogo. Isto torna mais fácil a
extração do suco, passando a polpa através de
um pano.
Em casos de entorses ou luxações, a polpa
ou o suco desta planta devem ser suavemente
esfregados sobre a área afetada, duas a três
vezes ao dia.

Dose
Suco: Duas colheres de chá (10 ml.), duas
vezes ao dia, com mel.
Polpa: Duas colheres de chá (10 ml.), duas
vezes ao dia, com açúcar mascavado indiano ou
açúcar.

56
Asava (Preparação alcoólica): Seis colheres
de chá (30 ml.), duas vezes ao dia, após a
alimentação, com igual quantidade de água.
Paka (xarope ralo): Uma colher de chá (5
ml.), duas vezes ao dia, em jejum, com leite.

Pr ep ar ações
1. Kumaryasava
2. Kumari vati
3. Rajah pravartini vati
4. Kumari paka

57
Beninc asa hisp ida (Sveta ku sm anda)

58
Sinônimos
Árabe: Majdabha; Bengali: Chal kumra;
Birmanês: Kyauk payon; Inglês: White gourd, Ash
pumpkin,a Tallow
Courge la cire; gourd,
Alemão:Wax gourd ; Francês:
Wachskurbis, Prugel
kurbia; Chinês: Tung kua; Hindi: Petha, Safed
kumda; Italiano: Zucca della cera; Persa:
Kadurumi, Majdabh, Pazdaba; Sânscrito: Sveta
kusmanda, Brhat phala; Singalês: Alupuhu; Urdu:
Petha; Português: Melancia da Ásia.

Parte s utilizada s
A fruta e as sementes são utilizadas na
medicina.

Habitat
É cultivada em todos os trópicos, tanto nas
planícies como nas encostas a 1.200 m. acima do
nível do mar.

Des c ri ção
É uma erva rasteira, comprida ou do tipo
trepadeira. Sua fruta é cilíndrica ou esférica, 30 a
59
45 cm. de comprimento, com sementes brancas e
achatadas. Nas planícies, as sementes são
semeadas durante os meses de Fevereiro e
Março e, sobre as encostas, nos meses de Março
a Abril2. A parreira se propaga sobre os telhados
de palha das casas nos vilarejos. Levam três a
seis meses para seus frutos amadurecerem. O
fruto verde é empregado como vegetal logo após
a colheita. O fruto maduro é armazenado em um
local aberto e usado na culinária, na medicina e
para fazer doces, como e quando necessário. As
sementes coletadas dos frutos maduros são
secas e empregadas nas preparações vegetais,
assim como na medicina.

Uso s terap êut ic os


É útil no tratamento das doenças do fígado,
incluindo a icterícia. É também empregada nos
casos de acidez, azia, gastrite, úlcera péptica,
sangramentos do trato gastrointestinal e
infestações parasitárias. Também é utilizada no
tratamento da tuberculose, dos distúrbios
urinários, das hemorróidas que sangram, do

2
N. do T.: Os meses de Fevereiro e Março correspondem
a Sisira ou final do Inverno e os meses de Março e Abril
correspondem a Vasanta ou Primavera pelo calendário
hindu.

60
sangramento menstrual excessivo e da síndrome
de queimação.


to d o d e p r ep ar ação e m o d o d e u s ar
O suco da melancia da Ásia (Benincasa
hispida) é muito útil nas doenças do fígado,
inclusive na icterícia, na gastrite e na úlcera
péptica. A casca da fruta é retirada e as
sementes são removidas da polpa
cuidadosamente. Sua polpa é muito macia e sem
fibras. Portanto, com o auxílio de um espremedor
de suco ou uma centrífuga, o suco pode ser
extraído. A polpa pode ser cortada em pedaços
pequenos, transformada em pasta por trituração e
o suco pode ser espremido. Além de reduzir a
acidez, a azia e o sangramento das úlceras,
ajuda na promoção das funções do fígado e na
eliminação dos pigmentos biliares. Produz,
simultaneamente um efeito diurético.
A polpa da Benincasa hispida é também
transformada em geléia ou compota. A última é
denominada petha e, no método convencional de
preparação, a polpa é triturada em água de cal.
Isto não é indicado para pacientes que sofrem de
doenças do fígado e icterícia. Para tais pacientes,
os doces devem ser preparados de forma
especial, sem que a polpa seja lavada em água
de cal. A polpa da fruta também pode ser

61
empregada em preparações vegetais e em
sopas.

Dose
Suco: Um copo (125 ml.), três a quatro
vezes ao dia. Para torná-lo mais agradável ao
paladar, pode ser adicionado um pouco de açúcar
ou mel.
Geléia: Uma colher de chá (5 g.), três a
quatro vezes ao dia.
O suco ou a geléia devem ser
administrados, de preferência, com o estômago
vazio.

Pr ep ar ações
1. Kusmandavaleha
2. Kusmanda curna
3. Kusmanda ghrta

62
Berb eris aristata ( Daru harid ra)

63
Sinônimos
Árabe: Aargis, ambar baris; Bengali: Dar
haldi; Butanês:
barberry , Tree Skyer rtsa,
turmeric Inglês:indikon;
Tse ma:Lykion
; Grego: Indian
Hindi: Daru haldi, Dar hald, Kashmal , Rasvat;
Nepalês: Chitra, Chutro; Sânscrito: Daru haridra,
Darvi, Pita daru, Katankateri ; Urdu: Jharki halad,
Zarishk.

Partes utilizadas
O caule, a raiz, a fruta e o extrato são
utilizados na medicina.

Habitat
Daru haridra (Berberis aristata) cresce no
clima temperado das montanhas do Himalaia e
das montanhas Nilgiri, a cerca de 500-875 m.
acima do nível do mar.

Des c r i ção
É um arbusto grande, geralmente com 2 a 4
m. de altura. Seus ramos são esbranquiçados ou
64
marrom amarelados e pálidos. A casca é
extremamente enrugada e áspera. As folhas
possuem 4 a 10 cm. de comprimento por 1,5 a
3,5 cm. de largura, com a borda denteada. Seu
fruto possui os sabores doce e azedo.

Us os terap êuti co s
É um medicamento excelente para corrigir
desequilíbrios do fígado, incluindo a icterícia,
hemorróidas, anemia, perda de apetite, náuseas,
vômitos, flatulência e constipação. É utilizada
tanto internamente como externamente para
várias doenças de pele como a escabiose, os
eczemas, psoríase, abscessos e ulcerações
crônicas. É administrada para várias doenças
urinárias como queimação e dor à micção,
diabetes mellitus e hipertrofia da próstata.
Tradicionalmente, é utilizada no tratamento de
leucorréia, menorragia, amenorréia, dismenorréia,
hipertrofia das glândulas linfáticas, fístula anal,
sinusite e febres.
Externamente, é empregada para o
tratamento de conjuntivite e outras doenças
oculares.


to d o d e p r ep ar ação e m o d o d e u s ar
Na icterícia e doenças associadas, é
geralmente utilizada na forma de decocção. Para
este propósito, três colheres de chá (15 mg.) do

65
pó grosso de seu caule é fervido com dois copos
de água até que a quantidade inicial se reduza a
um quarto. Depois, o pó é coado e a decocção é
esfriada. Por causa de seu sabor amargo, deve
ser adicionado um pouco de açúcar ou mel antes
da decocção ser ingerida.
Ela também pode ser utilizada em forma de
chá (infusão). Uma colher de chá (5 mg.) do pó
fino deve ser colocado em um coador e uma
xícara de água morna deve ser despejada sobre
ele. O chá deve ser tomado após a adição de
leite e açúcar.

 Preparação de Rasañjana
A casca da raiz, a raiz e a parte inferior do
caule são transformados em pó e fervidos,
adicionando-se oito vezes a quantidade de água,
até que a solução se reduza a um quarto da
quantidade inicial. A decocção, assim preparada,
é coada e novamente colocada para cozinhar em
fogo lento até
seja obtida. quepasta
Esta umaépasta marrom e pegajosa
posteriormente colocada
a secar no sol. Isto se chama rasañjana ou
rasaunt. Possui sabor amargo e adstringente e é
facilmente dissolvido em água. Rasañjana
misturado com manteiga e sulfato de alumínio ou
com ópio é utilizado para pingar nos olhos. Na
forma de pasta, é aplicado sobre as pálpebras e
sobre úlceras. Este é um remédio caseiro para
66
conjuntivite aguda e para oftalmia crônica. A
solução preparada a partir da adição de água ao
rasañjana é utilizada para lavagem de úlceras
crônicas e supuradas.

 Rasañjanadi curna
Junta-se uma parte de cada um dos
seguintes ingredientes: rasañjana, ativisa
(Aconitum heterophyllum), sementes de kutaja
(Holarrhena
dhataki antidysenterica),
(Woodfordia floribunda)a ecasca da kutaja,
gengibre. Estes
ingredientes são transformados em pó e
administrados junto com água de arroz. É uma
formulação excelente para curar doenças do
fígado, icterícia e distúrbios digestivos.

Dose
Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.),
duas vezes ao dia, em jejum, com adição de mel,
açúcar ou açúcar mascavado indiano.

vezesPóao (curna): Uma colher


dia, em jejum, de chá (5 g.), duas
com mel.
Infusão: Uma xícara, duas a três vezes ao
dia, com leite e açúcar.

Pr ep ar ações
1. Rasañjana curna
2. Rasañjanadi curna
3. Rasañjanadi yoga
67
4. Rasañjanadya taila
5. Rasañjanadi lepa
6. Rasañjanadi kalka

68
Eclip ta a lba ( B hrn ga raja)

69
Sinônimos
Árabe: Kadimelbint; Bengali: Keshori,
Kesuti , Bhrunga
Han lien ts’as, Liraja; Butanês:
ch’ang, ga; ; Chinês:
Bhrints’ao
Me teou Inglês:
Trailing eclipta; Francês: Eclipta droite; Alemão:
Aufrechte mehlblume; Hindi: Bhangra; Italiano:
Eclipta; Malaio: Han lien tsao; Sânscrito:
Markava, Kesaraja; Singalês: Kikirindi; Urdu:
Bhangra.

Partes utilizadas
A planta inteira é utilizada na medicina.

Habitat
Bhrnga raja cresce espontaneamente na
natureza em climas úmidos e quentes,
particularmente na proximidade de riachos e
lagos, até 1.800 m. acima do nível do mar, sobre
as colinas.

70
Des c ri ção
É uma erva pequena com cerca de 15 a 20
cm de comprimento. Ela se espalha pelo solo. As
folhas são alongadas e pontiagudas em ambas
as extremidades. As flores são brancas e
aparecem no Outono, assim como as sementes.
As raízes saem de seus nódulos ou
protuberâncias.

Uso s terap êut ic os


É administrada no tratamento das doenças
do fígado, inclusive na icterícia e na hepatite
infantil. É também utilizada no tratamento da
perda do apetite, acidez estomacal, azia,
eructação ácida, gastrite, úlcera péptica e
constipação crônica. É útil no tratamento da
febre, da sensação de queimação, dos problemas
com a garganta, do branqueamento prematuro
dos cabelos, da epilepsia e das doenças
cardíacas.
Externamente, é administrada no
tratamento das doenças de pele, tais como
erisipela e eczemas.


to d o d e p r ep ar ação e m o d o d e u s ar
Externamente, são empregados a pasta, o
suco e o óleo medicinal desta planta.
Internamente, é utilizada na forma de pasta, suco
e pó. Como cresce na lama, deve ser limpa de

71
forma apropriada antes de ser utilizada. Para a
preparação do pó, a planta deve ser colocada
para secar na sombra. Para a preparação do
suco, as folhas, flores e os ramos verdes são
muito bem lavados, triturados com um pouco de
água e o suco é extraído espremendo-se esta
pasta através de um pano. É adstringente e
amargo no sabor e para melhorá-lo, deve ser
adicionada à pasta ou ao suco uma pequena
quantidade de sal, açúcar mascavado indiano,
açúcar ou mel.
Para a preparação do óleo medicinal, seu
suco, juntamente com algumas outras drogas, é
fervido no óleo de gergelim e este óleo medicinal
é popularmente empregado para o tratamento do
branqueamento prematuro dos cabelos, para a
prevenção e cura da queda de cabelos (alopécia)
e para produzir um efeito refrescante sobre o
corpo como um todo. Uma massagem no couro
cabeludo feita com este óleo promove um sono
adequado, reduz a pressão arterial, se esta
estiver elevada, e melhora a visão.

Dose
A pasta, o suco ou o pó são administrados
em doses de uma colher de chá (5 g.), três vezes
ao dia.

72
Pr ep ar ações
1. Bhrngarajadi curna
2. Bhrngarajadi ghrta
3. Maha bhrngaraja taila
4. Bhringaraja rasayana

73
Emb lica officinalis ( Am ala ki)

74
Sinônimos

Árabe:
Bengali: Amlaj, Ambliy,
Ambolaki, Amlaki, Amlag,
Aunlah;As Butanês:
sananir;
Skyu-ru-ra; Birmanês: Hziphyu, Shabju, Tasha,
Zibyu; Chinês: An mo le; Inglês: Emblic
myrobalan; Francês: Emblique officinale; Alemão:
Grave myrobalane; Hindi: Amla; Italiano:
Mirobalano embelica; Nepalês: Amla; Persa:
Amelah, Amuleh; Sânscrito: Amlika, Amalaka,
Siva, Sriphala; Singalês: Awusadanelli, Nelli,
Tattiri; Urdu: Anwala.

Parte utilizada
O fruto é empregado na medicina.

Habitat
Amalaki cresce espontaneamente em
florestas e é cultivado nas planícies de regiões
tropicais e subtropicais.

75
Des c r i ção
É uma árvore de 6 a 7,5 m. de altura. Nas
colinas das áreas subtropicais e mesmo
temperadas, a árvore é mais baixa. Seus frutos
são redondos, carnosos e amarelo-esverdeados
na coloração. Frutos completamente maduros
são amarelo-róseos. Há seis linhas verticais
sobre a casca externa dos frutos. Quando secos
tornam-se marrom-escuros. Floresce no outono e
os frutos amadurecem no final do inverno e na
primavera. A variedade selvagem é fibrosa
enquanto a cultivada é carnosa.
Terapeuticamente, a primeira é mais efetiva do
que a última.

Us os t erapêuti co s
Sua fruta é fria, age como diurético e como
um laxante suave. É extremamente benéfica
como agente rejuvenescedor e também para o
tratamento de doenças do fígado, inclusive a
icterícia, gastrite e úlceras gástricas e duodenais,
insônia, hipertensão, cefaléia e vertigem. É um
tônico especial para os olhos, sendo portanto
bastante utilizada em muitas doenças oculares,
particularmente em erros de refração e catarata.
É também benéfica no tratamento de obstrução
urinária, dor e queimação à micção, no diabetes
mellitus, deficiência nos órgãos sensoriais, perda
da memória, encanecimento precoce dos

76
cabelos, calvície, hemorróidas, vômitos,
especialmente durante a gestação, doenças
cardíacas, sangramentos por qualquer parte do
corpo, bronquite, asma, tuberculose, menorragia,
eczema, febre crônica, sede mórbida, síndrome
de queimação e fraqueza geral.
Como preventiva, a planta é utilizada contra
gripe, tosse, asma, tuberculose e erros de
refração dos olhos. Como tônico geral, previne o
processo de envelhecimento e promove a
longevidade. Seu uso é recomendado nos
clássicos do Ayurveda sendo um medicamento
popularmente prescrito pelos médicos
ayurvédicos.
A ingestão desta fruta age como preventivo
para as doenças do fígado e da icterícia. Pessoas
viciadas em bebidas alcoólicas devem utilizar-se
desta fruta e de suas preparações regularmente
para prevenir o efeito prejudicial do álcool sobre o
fígado. Durante epidemias de icterícia, como
ocorrem nas hepatites infantis, esta fruta e suas
preparações devem ser administradas para evitar
a ocorrência da doença.
Externamente, é utilizada para cefaléias,
insônia, hipertensão, conjuntivite e obstruções
urinárias.

77

to d o d e p r ep ar ação e m o d o d e u s ar
Internamente, é utilizada na forma de pó,
pasta, decocção, infusão fria, pílulas, xarope ralo,
ghee medicinal, óleo medicinal e na preparação
de arista (preparação alcoólica). Para doenças do
fígado, inclusive para a icterícia e para a
promoção da visão, é geralmente administrada
como suco.
Terapeuticamente, as frutas maduras são
mais úteis. Para a preparação do suco, as frutas
são muito bem lavadas e trituradas. Extrai-se o
suco desta pasta, espremendo-a através de um
tecido. Para a preparação do pó, as frutas são
colocadas a secar na sombra, suas sementes e
corpos estranhos são removidos e as fibras são
transformadas em um pó fino. Para a pasta, a
polpa da fruta é embebida em água e
transformada em pasta por trituração. A decocção
é preparada através da adição de oito vezes a
quantidade de água, fervendo-se até que se
reduza a um quarto da quantidade inicial. Esta
decocção é coletada após a filtragem através de
um pano.
Na preparação sita kasaya (infusão fria),
muito útil nas doenças do fígado, inclusive na
icterícia, uma colher de sopa (15 g.) do pó grosso
de amalaki (Emblica officinalis) é embebido em
um copo de água (de preferência um recipiente
de barro). Esta solução é conservada durante a

78
noite e, pela manhã, é coada através de um
pano. Esta infusão deve ser ingerida pela manhã
em jejum. Esta preparação corrige as doenças do
fígado e a icterícia, reduz a hipertensão e induz
ao sono profundo. Promove também a função
renal. Esta água pode ser empregada para lavar
os olhos, prevenindo e curando doenças
oculares.

 Dhatri lauha
O pó da polpa da fruta amalaki deve ser
impregnado com o suco ou a decocção desta
fruta 21 vezes. A cada vez, o pó deve ser
embebido com adequada quantidade de suco e
colocado a secar na sombra, antes de adicionar o
suco novamente para a próxima impregnação.
Deve ser adicionado um quarto da quantidade de
lauha bhasma (ferro calcinado). Este pó deve ser
administrado ao paciente com mel ou açúcar, em
iguais quantidades. Entre outras ações, esta
preparação cura doenças do fígado e icterícia.
 Amalakyadi paka
O pó fino das frutas maduras da amalaki
(duas partes), deve ser impregnado com o suco
desta fruta e colocado a secar na sombra. A este
pó, duas partes de ghee devem ser adicionados e
a mistura deve ser aquecida sobre o fogo.

79
Adiciona-se um xarope preparado com açúcar
(quatro partes). Depois a preparação é resfriada,
adiciona-se mel (uma parte) e mistura-se bem.
Esta fórmula se chama Amalakyadi paka e é
administrada ao paciente duas vezes ao dia, com
leite, em jejum. Corrige as doenças hepáticas,
induz a um bom sono, cura enxaqueca, cefaléias
fortes e hipertensão.
Externamente, a polpa da fruta é aplicada
em forma de pasta sobre a testa. Isto produz um
efeito refrescante, promove o sono e alivia as
cefaléias. O suco da polpa desta fruta é utilizada
como colírio.

Dose
Pó (curna): Uma colher de chá (5 g.), duas
vezes ao dia, em jejum, com mel.
Pasta: Em geral empregada externamente.
Suco ou decocção: Seis colheres de chá
(30 ml.), duas vezes ao dia, em jejum, com mel.
Sita kasaya (infusão fria): Duas xícaras. É
ligeiramente azeda e para torná-la mais saborosa
pode ser adicionado um pouco de mel.
Dhatri lauha: Uma grama, duas vezes ao
dia, em jejum, com mel.
Amalakyadi paka: Duas colheres de chá (10
g.), duas vezes ao dia, em jejum, com leite.

80
Pr ep ar ações
1. Dhatri lauha
2. Dhatri rasayana
3. Amalakyadi khanda
4. Amalakyadi paka
5. Amalakyadi leha
6. Dhatryarista
7. Saptamrta lauha
8. Cyavana prasa

Nota
A fruta Amalaki é freqüentemente usada
como suplemento alimentar na forma de
conserva, compotas (murabbas) e geléias. A
ingestão destes suplementos também auxilia na
cura de doenças do fígado e da icterícia.

81
Glycy rrhiza glabra (Yastimadh u)

82
Sinônimos
Sânscrito: Madhuka, Madhu yasti, Yasti,
Yastimadhu; Inglês: Liquorice; França: Reglisse

Mulhati; Alemanha:
glabre; Echtes
Itália: Regolizia: sussholz
Pérsia: ; Hindi:;
Bikhemahak
Singalês: Atimadhuram; Português (Brasil):
Alcaçuz.

Partes utilizadas
O rizoma e a raiz são usados como
medicamentos.

Habitat
A planta yastimadhu desenvolve-se em
clima
regiõesseco e ensolarado,
subtropicais sendo cultivada
e temperadas nas
mornas,
principalmente no Mediterrâneo.

Descrição
É uma erva resistente que alcança 1,8 m.
de altura. A parte subterrânea da planta consiste
de numerosos ramos. Sua raiz possui muitas
ramificações. A raiz e os ramos subterrâneos,
83
com casca e sem casca, são empregados na
medicina. Estes ramos subterrâneos e raízes são
colhidos e depois cortados em pedaços para
serem secos sob cobertura. Sua coloração é
amarelo claro e possuem sabor característico,
doce e agradável.

Usos terapêuticos
A planta é útil no tratamento de doenças do
fígado, inclusive para icterícia, constipação,
hemorróidas, para sangramento que se manifesta
em diferentes partes do corpo, bronquite, asma,
rouquidão, hiperacidez, artrite, indigestão, dores
em cólicas, febre crônica, perda do apetite,
infecção urinária, disúria e doenças dos cabelos.
Externamente, é aplicado sobre as
articulações dolorosas e inchadas. Na forma de
solução é utilizada para enxaguar os olhos.

Método de preparação e modo de usar


É utilizada na forma de pó, decocção e óleo
medicinal. Para preparar o pó, os rizomas e as
raízes desta planta são limpos e depois
transformados em pó por moagem. Como são
muito fibrosos, é demorada sua transformação
para a forma de pó, uma vez que é preciso ser
peneirado e moído repetidamente.
Na preparação da decocção, uma colher de
sopa (15 g.) deste pó é misturado a duas xícaras

84
de água. Esta mistura é fervida até que a
quantidade inicial se reduza a meia xícara. O pó
deve ser coado e desprezado e a decocção é
empregada como medicamento. Por causa de
seu sabor adocicado, as crianças aceitam sua
administração com mais facilidade e a planta é
adicionada a muitos xaropes para tosse. Seu pó
também é mascado juntamente com a folha de
bétele para prevenir e corrigir distúrbios
digestivos. O pó produz um efeito suavizante
sobre a garganta. É adicionado a diversas
formulações na forma de tabletes, comprimidos e
pílulas. Os vocalistas conservam um pedaço de
sua raiz na boca e mascam-na quando podem.
Isto ajuda a melhorar a voz.
Úlceras na garganta, tosse, constipação
crônica e hemorróidas são aliviadas com o uso
deste pó juntamente com chá, ambos em iguais
quantidades. Algumas pessoas ingerem a infusão
do pó de yastimadhu (Glycyrrhiza glabra) com
leite e açúcar, como um chá.
Para promover a boa visão, uma colher de
chá (5 g.) do pó desta planta e uma colher de chá
(5 g.) de amalaki (Emblica officinalis) são
adicionados a um copo de água, conservados
durante a noite, coados através de um pano e o
líquido é ingerido pela manhã, em jejum.
Enquanto promove a visão, corrige também
doenças do fígado, inclusive a icterícia, a

85
constipação, hemorróidas, a hiperacidez e o
reumatismo. É administrado na forma de um
xarope regularmente para prevenir as doenças do
fígado, inclusive a icterícia e os ataques de calor
no verão.

Dose
Curna (pó): Uma colher de chá (5 gramas),
duas a três vezes por dia, com água ou leite
morno ou misturado com mel. A administração do
pó com mel e ghee (1/2 colher de chá de cada) é
muito útil para promover a visão.
Kvatha (decocção): Meio copo (60 ml.),
duas vezes ao dia. Na bronquite, asma,
hemorróidas e constipação, a decocção deve ser
administrada quando estiver morna. Pode ser
ingerida três a quatro vezes ao dia dependendo
da seriedade da doença.
Sarbat (xarope): Duas colheres de chá (10
ml.), duas a três vezes ao dia.

Preparações
1. Yastyadi curna
2. Yastimadhvati taila
3. Yastyadi kvatha
4. Saptamrta lauha
5. Svadista virecana

86
Mom ordic a charantia ( K ara vellaka)

87
Sinônimos
Árabe: Ulhimar, Qisaulbarrl; Bengali:
Baramasiya, Varamasiya;
Kyethenka; Chinês: Birmanês:
Ku Kua; Kehingabin,
Inglês: Bitter gourd;
Francês: Pandipane; Alemão: Gurkenahnlicher
Balsamapfel; Hindi: Karela, Karola; Persa:
Karelah, Simahang; Sânscrito: Susavi; Singalês:
Battukarawilla, Kirilla; Urdu: Karella; Português:
Pepino de São Gregório, Melão de São Caetano.

Partes Utilizadas
As folhas e o fruto desta planta são
utilizados como medicamentos.

Habitat
Como a planta é muito utilizada como
vegetal, é cultivada extensivamente nas regiões
subtropicais e tropicais até 1.500 m. de altitude.

Des c ri ção
Karavellaka (Momordica charantia) é uma
trepadeira com ramos finos e possui cinco a sete
88
folhas em cada talo. As flores são amarelas, e os
frutos possuem de 5 a 25 cm. de comprimento,
suspensos e guarnecidos com numerosas
tuberosidades. As sementes são de coloração
marrom, com 13 a 16 mm. de comprimento,
achatadas e encaixadas na polpa vermelha.
Geralmente, dois tipos de Karavellaka
(Momordica charantia) são cultivados – uma
variedade produz frutos no verão e a outra produz
frutos durante o ano todo. Elas diferem na forma
de crescimento, no tamanho e na forma dos
frutos e no período de maturidade. Algumas
variedades produzem frutos pequenos e outras,
grandes, com uma superfície externa grossa. A
fruta, apesar do sabor amargo, é considerada
saudável e apreciada como vegetal quando
verde. Pode ser fatiada e conservada após
secagem, para uso na entressafra.

Uso s terap êut ic os


É útil no tratamento de doenças do fígado e
icterícia. É utilizado popularmente no tratamento
de diabetes mellitus, reumatismo, gota, doenças
do baço, febre, parasitoses, hemorróidas, asma,
bronquite, edemas, litíase urinária, doenças
crônicas de pele e obesidade.

89

to d o d e p r ep ar ação e m o d o d e u s ar
A fruta é cozida como vegetal, preparada
como conserva e utilizada como condimento. Seu
sabor amargo é reduzido através de uma infusão
em água e sal e do cozimento após a raspagem
da casca.
É indicado para o tratamento de doenças do
fígado, inclusive a icterícia, na forma de suco e
pó. O suco é feito a partir das folhas e da fruta.
O pó da fruta seca também é utilizado no
diabetes.
Dose
Suco: Seis colheres de chá (30 ml.), três
vezes ao dia.
Pó (curna): Duas colheres de chá (10 g.),
três vezes ao dia.

90
Phylla nthu s n iruri ( Bh um yamala ki)

91
Sinônimos
Árabe: Bhuin amala; Butanês: Ta ma la ki;
Birmanês:
Sânscrito: Mizi phiyu; Hindi:
Bhudhatri, Bhuin
Tamalaki ; amala;
Singalês:
Pittavaka; Português: Quebra-pedra.

Partes utilizadas
A planta inteira é utilizada na medicina.

Habitat
Cresce espontaneamente em áreas
arenosas e úmidas de regiões tropicais e
subtropicais. É encontrada também em todos as
planícies
Malaio, nada Índia,
China no Sri
e nas ilhasLanka, no arquipélago
do Pacífico.

Des c ri ção
É uma erva anual pequena com cerca de 30
a 40 cm. de altura, que cresce como erva daninha
nas estações chuvosas e no inverno. As folhas
são elíptico-alongadas e linearmente alongadas.
As flores são amareladas, esverdeadas e
92
esbranquiçadas. Suas frutas aparecem na união
das folhas com o caule. Apesar de minúsculas
em tamanho, estas frutas se parecem com as da
planta amalaki (Emblica officinalis), por isso é
chamada bhumyamalaki, ou seja, “amalaki que
cresce próxima ao chão”. As flores e as frutas
aparecem no outono. Esta erva geralmente
aparece nas estação chuvosa e no inverno e
desaparece no verão.

Uso s terap êut ic os


É amarga no sabor e é útil nas doenças do
fígado, inclusive na icterícia, na perda de apetite,
nas febres, cólicas, diarréia, disenteria, ascites,
doenças do trato geniturinário e na leucorréia
(secreção branca ou sem cor, associada a odor
fétido). É utilizada também na bronquite, asma,
soluços, doenças do baço e doenças da pele.


to d o d e p r ep ar ação e m o d o d e u s ar
Na icterícia e outras doenças do fígado, é
geralmente empregada na forma de pasta ou
suco. É também administrada na forma de óleo
medicinal. Para a preparação da pasta, a planta
deve ser bem lavada com água, e a pasta é
preparada por trituração. Coando-se esta pasta
com um pano, obtém-se o suco.
Nos soluços, o suco de sua raiz, misturado
com açúcar é administrado ao paciente. Este

93
suco também pode ser utilizado para inalação.
Para leucorréia e menorragia, as folhas e as
frutas são transformadas em pasta e misturada
com água de arroz. Este líquido é ingerido pela
paciente.
Para úlceras e outras doenças de pele, é
administrada externamente na forma de pasta.
Para doenças dos olhos, sua pasta é preparada
por trituração com vinagre e sal-gema e aplicada
externamente sobre as pálpebras.

Dose
Pasta: Uma colher de chá (5 g.), três vezes
ao dia, com água ou água de arroz.
Suco: Uma colher de chá (5 ml.), três vezes
ao dia, com mel.

Pr ep ar ação
1. Bhudhatryadi taila

94
Picrorhiza kurro a (K atuki)

95
Sinônimos
Bengali: Katki, Karu; Butanês: Ka ta bhi,
Hon len,
Kutaki Puti sin; Inglês:
; Nepalês: KadukiKurroa, Tikta, Hindi:
Hellebore;
; Sânscrito: Katu
rohini; Singalês: Katukarosana.

Parte utilizada
A raiz é utilizada na medicina.

Habitat
Cresce espontaneamente no Himalaia,
entre 2.000 a 4.000 m. acima do nível do mar.

Des c r i ção
É uma erva com caule duro. As folhas são
denteadas em sua margem, arredondadas na
extremidade e com 5 a 10 cm. de comprimento.
As raízes possuem 15 a 25 cm. de comprimento.
Quando seca, a pele externa da raiz é marrom e
fica solta. O miolo da raiz é de coloração preta.
As raízes disponíveis no mercado possuem de
2,5 a 5 cm. de comprimento. Elas são muito
96
amargas. As flores e as frutas aparecem no
verão.

Us os terap êuti co s
É extremamente útil nas doenças do fígado,
inclusive na icterícia e na leucodermia. Aumenta
o apetite, cura constipação, parasitoses
intestinais e corrige doenças urinárias, inclusive o
diabetes mellitus e doenças crônicas de pele,
inclusive o eczema. É um tônico e cura as febres,
a flatulência, doenças cardíacas, edemas,
bronquite e asma.


to d o d e p r ep ar ação e m o d o d e u s ar
Geralmente, é administrada na forma de pó.
Para adultos, é algumas vezes prescrita na forma
de decocção. Por causa de seu sabor
extremamente amargo, é geralmente
administrada juntamente com açúcar mascavado
indiano, açúcar ou mel. Geralmente, é
administrada em jejum, mas se o paciente
apresentar náuseas, ela deve ser ingerida após a
refeição.

 Arogya vardhini
Contém uma parte de mercúrio purificado,
uma parte de enxofre purificado, uma parte de
bhasma de ferro (o metal calcinado), uma parte
de bhasma de mica, uma parte de bhasma de
97
cobre, duas partes de cada um dos seguintes:
haritaki (Terminalia chebula), bibhitaka
(Terminalia belerica) e amalaki (Emblica
officinalis), três partes de Shilajiti (uma resina
mineral), quatro partes de guggulu purificado
(Commiphora mukul), quatro partes da raiz de
citraka (Plumbago zeylanica) e 22 partes de
katuki (Picrorhiza kurroa). Para começar, o
mercúrio e o enxofre são triturados e
transformados em um pó finíssimo. A este pó, as
outras drogas em pó são adicionadas sendo
então trituradas através da adição do suco das
folhas da neem (Azadirachta indica). Desta pasta,
são feitos tabletes de 250 mg.

Dose
Pó (curna): Uma colher de chá (5 g.), três
vezes ao dia, com mel ou açúcar mascavado
indiano.
Decocção: Uma colher de chá (5 ml.), três
vezes ao dia.
Arogya vardhini: Dois tabletes, três vezes
ao dia, com água morna ou leite morno.

Pr ep ar ações
1. Arogyavardhini vati
2. Katukadya lauha
3. Tiktadi kvatha
4. Tiktadya ghrta

98
Sola num nigrum (Kakamaci)

99
Sinônimos
Árabe: Enabeth thalab; Ribriq, Enabeddir,

Gurkamai; Bengali: Kak


Ambussalap;Butanês: machi,
Smon Mako,
sne’u Tulidun,
dmar po;
Chinês: Long k’oei; Inglês: Black night shade,
Common night shade; Hounds berry; Francês:
Morella noire, Amourette, Bonbon noir ; Alemão:
Schwarzer nachts chatten; Grego: Strychnos,
Sychnos; Hindi: Makoy, Kabaia, Gurkamai;
Italiano: Ballerina, Solano hero, Solatro ortense,
Morella; Persa: Rubahtareek ; Sânscrito: Kaka
maci, Bahuphala; Singalês: Kalu kanweriya, Kalu
kungwareiya; Urdu: Makoy; Português (Brasil):
Erva-moura, Erva-de-bicho,
Aguaraquiá, Pimenta-de-galinha Caraxixu,

Partes utilizadas
A planta inteira é utilizada na medicina.

Habitat
Cresce espontaneamente em todas as
regiões tropicais e temperadas.
100
Des c r i ção
É uma planta herbácea com cerca de 30 a
45 cm. de altura. As folhas são ovais ou
alongadas, denteadas nas margens, ou lobuladas
e estreitas nas duas extremidades. As flores são
brancas. As frutas são vermelhas, amarelas ou
pretas e possuem forma redonda.

Us os terap êuti co s
É um remédio caseiro para as doenças do
fígado, inclusive para icterícia e para cirrose. É
também utilizada para orquites, reumatismo,
diarréia, disenteria, tosse, soluços, asma, disúria,
constipação crônica, distúrbios uterinos,
esterilidade feminina, febre crônica e doenças
crônicas de pele. É utilizada externamente na
forma de pasta morna sobre áreas inflamadas,
assim como em articulações edemaciadas e
ulcerações na pele e na mucosa.


to d o d e p r ep ar ação e m o d o d e u s ar
É administrada na forma de pasta, suco,
decocção, pó e arka (produto destilado).
Para a preparação da pasta, kakamaci
(Solanum nigrum) é lavada e triturada bastante
com um pilão. Esta pasta é coada através de um
pano para retirada do suco. Para a preparação do
pó, a planta é cortada em pequenos pedaços e

101
colocada a secar na sombra. Estes pedaços
secos são pulverizados e coados em uma peneira
fina ou pano. Duas colheres de sopa deste pó (10
g.) são adicionadas a dois copos de água,
fervidos e reduzidos a um quarto da quantidade
inicial. O pó é coado e a decocção assim obtida
é empregada na medicina.
Para a preparação de arka (produto
destilado), a planta verde é bem lavada e cortada
em pequenos pedaços. Adiciona-se igual
quantidade de água, despeja-se esta mistura em
um destilador, ferve-se e o líquido destilado é
coletado em um recipiente. Este destilado (arka)
é popularmente e preferencialmente utilizado na
cirrose infantil, em doenças do fígado e na
diarréia das crianças.
O suco de kakamaci (Solanum nigrum) é
adicionado a diferentes formas de xaropes
utilizados para prevenir e curar doenças do
fígado. Muitos tipos de xarope fabricados por
diferentes laboratórios são vendidos nas
farmácias da Índia. Kakamaci (Solanum nigrum),
juntamente com outras drogas também entra na
formulação de medicamentos na forma de
tabletes.
Para bronquite e asma, o pó de suas frutas
é especialmente indicado.

102
Suas folhas são empregadas na forma de
preparação vegetal na culinária e associadas à
dieta de pacientes que sofrem de edema.

Dose
Pasta: Uma colher de chá (5 g.), três vezes
ao dia, com mel, açúcar ou açúcar mascavado
indiano.
Suco: Duas colheres de chá (10 ml.), três
vezes ao dia, com mel.
Pó (curna): Uma colher de chá (5 g.), três
vezes ao dia, com leite ou mel.
Decocção: Doze colheres de chá (60 ml.),
duas vezes ao dia, em jejum.
Arka (Produto destilado): 20 a 50 ml., duas
vezes ao dia, em jejum, com mel.

Pr ep ar ação
1. Arka makoya

103
Sw ertia chirata ( Kir ata tik ta)

104
Sinônimos
Árabe: Qurabuzzarirah; Bengali: Chirata;
Butanês: Birmanês:Nepalês:
Ti kta;Chirayata;
Chiretta; Hindi: Sekhagi;Cherata;
Inglês:
Persa: Nenilawandi, Quasabuzzarirah; Sânscrito:
Bhu nimba, Naipala, Sutiktaka; Urdu: Chiarayata.

Partes utilizadas
A planta inteira é útil para a medicina.

Habitat
Cresce espontaneamente nas regiões de
clima temperado no Himalaia, a cerca de 1.200 a
3.000 m. acima do nível do mar.
Des c r i ção
Kirata tikta (Swertia chirata) é uma erva
anual ereta, com 60 a 125 cm. de altura., caule
robusto, ramificado, cilíndrico embaixo e
quadrangular na parte de cima. Folhas largas e
lanceoladas e flores amarelo-esverdeadas
tingidas de púrpura. A planta se espalha
105
rapidamente a partir de sementes que são
derrubadas durante os meses de Outubro-
Novembro (no hemisfério norte). 3

Us os terap êuti co s
É bastante apreciada como medicamento e
popularmente utilizada no tratamento das
doenças do fígado, inclusive na icterícia, na
constipação crônica, flatulência, perda de apetite,
febre (particularmente causada por malária),
anemia e reumatismo, doenças do sangue e da
pele, assim como escabiose, eczemas, psoríase
e leucodermia. É utilizada também nos distúrbios
menstruais, como atrasos, dismenorréia e
oligomenorréia. É um tônico amargo e destrói
parasitas intestinais.


to d o d e p r ep ar ação e m o d o d e u s ar
É vendida no mercado na sua forma seca.
Em altitudes elevadas, no entanto, é vendida na
forma verde. Nas planícies, uma outra planta
chamada Andrographis paniculata (popularmente
conhecida como Kalmegh), que possui
propriedades idênticas, é vendida nos mercados
e utilizada para os mesmos propósitos
terapêuticos.

3
N. do T.: Corresponderiam aos meses de março-abril no
Hemisfério Sul (Karttika, ou final do Outono).

106
É administrada na forma de suco, pó e
decocção.
Para a preparação do suco, a planta é
lavada e transformada em pasta por trituração.
Através de um pano, espreme-se a pasta e extrai-
se o suco.
Para a preparação do pó, a planta é
colocada a secar na sombra, após a lavagem e a
retirada de material estranho, e depois
transformada em um pó fino.
A decocção desta planta é preparada
adicionando-se duas xícaras de água a duas
colheres de chá (10 g.) do pó. Ferve-se até que a
quantidade inicial fique reduzida a um quarto. O
pó é coado e a decocção é empregada como
medicamento.
É também administrada na forma de um
xarope ralo, de óleo medicinal ou como ghee
medicinal.
É utilizada como tônico juntamente com a
pasta de madeira de sândalo e nesta forma é
utilizada para curar doenças do fígado, inclusive a
icterícia, a disúria e a sensação de queimação na
sola dos pés.

 Kiratadi yoga
Para preparar esta fórmula juntam-se iguais
quantidades de kirata tikta (Swertia chirata),
musta (Cyperus rotundus), vatsaka (Holarrhena
107
antidysenterica) e rasañjana (extrato de Berberis
aristata) e transforma-se em um pó fino. É muito
útil no tratamento da icterícia e da diarréia.

Dose
Suco: Uma colher de chá (5 ml.), três vezes
ao dia, com mel, açúcar ou açúcar mascavado
indiano.
Pó (curna): Uma colher de chá (5 g.), três
vezes ao dia, com mel.
Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.),
duas vezes ao dia, com açúcar mascavado
indiano ou açúcar.
Kiratadi yoga: Uma colher de chá (5 g.), três
vezes ao dia, com mel.

Nota
Por causa de seu sabor amargo, suas
preparações devem ser administradas para
crianças adicionando-se mel, açúcar ou açúcar
mascavado indiano. Estas preparações agem
melhor se ingeridas com o estômago vazio. Seu
sabor amargo pode causar náuseas e, nestes
casos, as preparações devem ser administradas
depois dos alimentos.

Pr ep ar ações
1. Kiratadi curna
2. Kiratadi yoga

108
3. Bhunimbadi kvatha
4. Pañcatikta kasaya
5. Bhunimbadyavaleha
6. Bhunimbadya ghrta
7. Pañcatikta ghrta

109
Tephrosia pur purea ( Sara pu nkh a)

110
Sinônimos
Bengali: Bannil gacch, Sarphonka; Inglês:
Purple tephrosia;
Sarpunkha, Francês:Persa:
Sarpankha; Barg Hindi:
Bois nivre; sufar;
Sânscrito: Sarapunkha, Isu punkhika, Pliha satru;
Singalês: Pila, Kavilai, Kolinchi; Urdu: Sarfonka.

Partes utilizadas
A planta inteira é utilizada na medicina.

Habitat
Cresce em solo duro e rochoso em toda a
Índia e na Península Malaia. É geralmente
cultivada
bananais como adubo verde em campos de arroz,
e coqueirais.

Des c r i ção
É uma planta resistente e intensamente
ramificada, com 30 a 60 cm. de altura. As folhas
possuem 5 a 10 cm. de comprimento e pecíolos
de 6 a 12 mm. de comprimento. São 11 a 21

111
pequenas folhas com penugem na superfície
interna. As flores são de coloração púrpura.

Us os terap êuti co s
Como indica a denominação em sânscrito
(pliha satru), a planta é extremamente útil nas
doenças do baço, assim como nas doenças do
fígado. Além de suas propriedades tônicas,
laxantes e diuréticas, é comumente utilizada no
tratamento das bronquites, asma, febre, icterícia,
cirrose infantil, ascite, edemas, diarréia e doenças
da pele. É útil na dispepsia crônica, na flatulência
e nas cólicas.


to d o d e p r ep ar ação e m o d o d e u s ar
Sara punkha (Tephrosia purpurea) é
administrada na forma de suco, pó e decocção.
A planta, especialmente suas folhas, flores
e seus pequenos ramos verdes são bem lavados
com água e transformados em pasta por
trituração. O suco deve ser extraído espremendo-
se esta pasta através de um pano.
Para a preparação do pó, os ramos e as
folhas desta planta devem ser cortados em
pequenos pedaços, colocados a secar no sol e
triturados até se transformarem em pó.
A decocção é preparada adicionando-se
duas colheres de chá (10 g.) do pó a dois copos
de água e reduzindo a quantidade inicial a um

112
quarto. O pó deve então ser coado e a decocção
deve ser administrada com açúcar ou açúcar
mascavado indiano.
Sara punkha (Tephrosia purpurea) é
geralmente utilizada nas doenças do fígado na
forma de ksara (preparação alcalina). O método
será detalhado a seguir.

 Sara punkha ksara


4

inteiraPara
deve aserpreparação
bem lavada,decortada , apedaços
ksaraem planta
pequenos e colocada a secar no sol. Estes
pedaços de planta devem ser conservados em
um jarro de barro com sua boca selada. Este
recipiente deve ser cercado de combustível e
incendiado. Quando os pedaços de planta forem
reduzidos a cinzas dentro do recipiente, devem
ser retirados e transformados em um pó fino. A
este pó, são adicionados dez vezes a quantidade
de água e misturados muito bem. Depois a
solução é filtrada
filtrado deve atravésem
ser deixado derepouso
um pano. O que
para líquido
as
partículas depositem no fundo do recipiente. A
água acima do decantado deve ser retirada e o
pó fino deve ser coletado. Estas cinzas são muito

4
Preparação na qual o ingrediente é transformado em
cinzas através de procedimentos específicos.

113
úteis para corrigir doenças do fígado e funcionam
como um diurético potente.
Na forma de pasta, as folhas e os ramos
verdes desta planta são administradas
externamente no tratamento de úlceras, caxumba
e eczemas.

Dose
Suco: Uma colher de chá (5 ml.), três vezes
ao dia, com mel.
Pó (curna): Uma colher de chá (5 g.), três
vezes ao dia, com mel.
Decocção (kvatha): Doze colheres de chá
(60 ml.), duas vezes ao dia, com açúcar ou
açúcar mascavado indiano.
Ksara (preparação alcalina): 250 g., duas ou
três vezes ao dia, após as refeições, com mel.
Esta preparação também pode ser misturada a
um copo de água e administrada três vezes ao
dia.

Pr ep ar ações
1. Sarapunkhadi kalka
2. Sarapunkha rasa yoga
3. Sarapunkha yoga

114
Ti nos pora c ordifolia ( Guduci)

115
Sinônimos
Árabe: Gilo; Bengali: Gadancha, Giloe,
Nimgilo; Butanês: Sletres; Birmanês: Singomone,
Sinzamanne;
Culancha; Hindi: K’uan Gulancha,
Chinês:Giloe, chu Hsing; Francês:
Gurach;
Malaio: Foon Kan thang; Nepalês: Garjo; Persa:
Gulbel; Sânscrito: Guduci, Amrita; Singalês:
Galuchi, Rassakinda, Chinfil.

Partes utilizadas
Os ramos e as folhas são utilizados na
medicina.

Habitat
Guduci nas
naturalmente (Tinospora cordifolia)
regiões tropicais cresce
e subtropicais
até 300 m. de altitude. É também plantada em
jardins como planta ornamental.

Des c ri ção
É um arbusto e trepadeira. A casca é
marrom esverdeada ou branca, cor de creme. As
folhas são largas, pontiagudas na extremidade e
116
possuem margens lisas. As flores pequenas
aparecem no verão e as frutas no inverno. A
planta apoia-se sobre a neem (Azadirachta
indica) e quando isto ocorre, é considerada
terapeuticamente muito útil.

Uso s terap êut ic os


É utilizada no tratamento das doenças do
fígado, inclusive na icterícia. É administrada
também no tratamento da constipação, sede
patológica, diabetes mellitus, diabetes insipidus,
febre, sensação de queimação, vômitos, doenças
geniturinárias, tosse, asma, doenças do baço,
vertigem, doenças da pele, diarréia, disenteria e
reumatismo. Externamente, é utilizada no
tratamento de fraturas.


to d o d e p r ep ar ação e m o d o d e u s ar
É utilizada na forma de pasta, suco, pó e
decocção. As folhas são geralmente utilizadas na
forma de pasta e suco. Os ramos são geralmente
administrados na forma de pó e decocção.
Para o preparo do pó, os ramos são
colocados a secar na sombra (não devem ser
expostos ao sol). Estes ramos são carnosos e,
portanto, levam um considerável tempo para
secarem. Uma decocção é preparada através da
ebulição de uma colher de sopa (15 g.) do pó em
duas xícaras de água, até que a solução se

117
reduza a um quarto da quantidade inicial. Depois
a decocção é coada.
A partir desta decocção podem ser
preparadas pílulas. Para este fim, a decocção é
fervida até que se torne semi-sólida e depois
colocada a secar no sol para que toda a água se
evapore e torne-se uma pasta. Desta pasta,
fazem-se pílulas do tamanho de ervilhas (com
cerca de 250 g. de peso), que são postas a secar
na sombra e conservadas em um recipiente limpo
e seco.
A goma desta planta chama-se Guduci
sattva e é popularmente utilizada no tratamento
das doenças do fígado. Os caules grossos desta
planta são cortados em pedaços pequenos com
cerca de duas polegadas e transformados em
uma pasta. Adicionam-se cerca de 20 litros de
água a 1 kg. desta pasta e mistura-se bem com a
mão ou com um misturador. Esta água é filtrada é
coada através de uma peneira. Os pedaços de
planta que permanecem na peneira são
desprezados e a água é deixada assentar ou é
centrifugada. Partículas de goma depositar-se-ão
no fundo do recipiente. Depois, a porção aquosa
é lentamente derramada, sem perturbar as
partículas depositadas no fundo. A água que
ainda permanece junto com as partículas se
evapora quando o recipiente é colocado a secar
no sol. A goma, na forma de um pó

118
absolutamente branco, é coletado e armazenado
em um recipiente de vidro ou porcelana
hermeticamente fechado. Esta goma é muito
benéfica no tratamento das doenças do fígado.

Dose
Pasta, suco e pó: Uma colher de chá (5 g.
ou 5 ml.), três vezes ao dia.
Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.),
três vezes ao dia.
Ghana vati (pílulas): Duas pílulas três vezes
ao dia.
Guduci sattva (goma do caule): Meia colher
de chá (2,5 g.), três vezes ao dia, com leite.

Nota
A planta e suas preparações são um pouco
amargas e adstringentes no sabor. Portanto, a
pasta, o suco, o pó e a decocção são geralmente
administrados com uma pequena quantidade de
mel.

Pr ep ar ações
1. Guducyadi curna
2. Guducyadi kvatha
3. Guduci lauha
4. Guduci sattva
5. Amrtarista

119
GLOSSÁRIO
Abhisyandi Droga ou gênero alimentício que
obstrui os canais de circulação.
Amalaki Nome do fruto da planta Emblica
officinalis. A polpa da fruta é
utilizada como alimento e como
medicamento.
Amalakyadi Nome de um xarope ralo que
khanda contém amalaki (Emblica
officinalis), entre outros
ingredientes.
Amalakyadi Nome de um xarope ralo
leha contendo amalaki, entre outros
ingredientes.
Amrtarista Nome de uma preparação
alcoólica contendo guduci
(Tinospora cordifolia), entre
outros ingredientes.
Arhar Nome de um feijão, Cajanus
cajan.
Arka Produto destilado.
Arka makoya Produto destilado contendo
kakamaci (Solanum nigrum)
Asava Preparação alcoólica

120
Bhasma Pó calcinado de uma droga,
especialmente de metais,
minerais e produtos animais.
Bhringaraja Nome de um tônico contendo
rasayana bhringaraja (Eclipta alba).
Bhringarajadi Nome de uma fórmula em pó
curna contendo bhringaraja (Eclipta
alba).
Bhringaraja Ghee medicinal contendo

ghrta
Bhringaraja bhringaraja
Óleo (Eclipta alba).
medicinal contendo
taila bhringaraja (Eclipta alba) entre
outros ingredientes.
Bhunimbadi Decocção contendo kirata tikta
kvatha (Swertia chirata) entre outros
ingredientes.
Bhunimbadya Formulação em pó contendo
curna kirata tikta (Swertia chirata) entre
outros ingredientes.
Bhunimbadya Ghee medicinal contendo kirata
ghrta tikta (Swertia chirata).
Chach (a) Manteiga de leite.
Cyavanaprasa Nome de um xarope ralo
contendo amalaki (Emblica
officinalis) entre outras plantas.
Dhatri lauha Formulação em pílulas ou em pó
contendo amalaki (Emblica
officinalis) e ferro calcinado em

121
pó.
Dhatri Tônico contendo amalaki
rasayana (Emblica officinalis) entre outros
ingredientes.
Dhatryarista Preparação alcoólica contendo
amalaki (Emblica officinalis) entre
outros ingredientes.
Ghana vati Extrato sólido de uma planta
preparada após a evaporação de

Ghee sua decocção.


Manteiga purificada. Na sua
preparação, a manteiga de leite
de vaca é colocada em uma
panela e aquecida em fogo
brando até que se derreta. A
manteiga é coada em um pano
fino (tipo musselina) e a parte
branca é assim separada da
manteiga. Esta manteiga
purificada pode ser utilizada
normalmente na culinária ou nas
preparações medicinais.
Guduci lauha Pílulas ou pó contendo guduci
(Tinospora cordifolia) e ferro
calcinado em pó, entre outros.
Guduci sattva Goma extraída da planta guduci
(Tinospora cordifolia).
Guducyadi Preparação em pó contendo

122
curna guduci (Tinospora cordifolia),
entre outros ingredientes.
Guducyadi Decocção contendo guduci
kvatha (Tinospora cordifolia), entre
outros ingredientes.
Halimaka Um tipo grave de icterícia.
Kamala Icterícia.
Kapha Um dos três doshas. Entre outras
funções, kapha age como

Kapha prakrti lubrificante


Um tipo dedas células teciduais.
constituição física e
psíquica, na qual predomina
kapha dosha.
Katukadya Preparação em pó ou pílulas
lauha contendo katuki (Picrorhiza
kurroa) e ferro calcinado em pó,
entre outros ingredientes.
Kiratadi curna Formulação em pó contendo
bhunimba ou kirata tikta (Swertia
chirata), entre outros
ingredientes.
Kiratadi yoga Formulação em pó contendo
kirata tikta (Swertia chirata),
entre outros ingredientes.
Kosthasrita Um tipo de icterícia.
kamala
Kumari paka Um xarope ralo contendo kumari
(Aloe barbadensis), entre outros

123
ingredientes.
Kumari vati Pílulas contendo kumari (Aloe
barbadensis), entre outros
ingredientes.
Kumaryasava Preparação alcoólica contendo
kumari (Aloe barbadensis), entre
outros ingredientes.
Kumbha Uma forma grave de icterícia.
kamala
Kusmanda
curna Formulação
polpa da em pó contendo
sveta kusmanda a
(Benincasa hispida), entre outros
ingredientes.
Kusmanda Um ghee medicinal contendo o
ghrta suco de sveta kusmanda
(Benincasa hispida) entre outros
ingredientes.
Kusmandavale Um xarope ralo contendo a polpa
ha da sveta kusmanda (Benincasa
hispida), entre outros

Lauha bhasma ingredientes.


Pó calcinado de ferro, preparado
após certos processamentos do
metal chamados sodhana e
marana.
Marana Última fase do processo de
purificação dos metais ou
minerais, no qual torna-se

124
possível que os mesmos sejam
assimilados pelas células e
possam, desta forma, exercer
seus efeitos terapêuticos.
Matha Manteiga de leite.
Murabba Frutas, etc. conservadas em
xarope de açúcar
Musagbar Extrato sólido do suco de kumari
(Aloe barbadensis)

Pañcatikta
ghrta Ghee medicinal
cinco preparado entre
drogas amargas, com
outros ingredientes.
Pañcatikta Decocção de cinco drogas
kasaya amargas.
Paka Xarope ralo
Pitta Um dos três doshas.
Responsável pela digestão e
pelo metabolismo do corpo.
Pitta prakrti Um tipo de constituição e traços
psíquicos na qual predomina
pitta dosha.
Pitta-kapha Um tipo de constituição física e
prakrti psíquica na qual predominam
pitta e kapha doshas.
Prakrti Constituição física e traços
psíquicos.
Rajahpravartini Pílulas preparadas com kumari
vati (Aloe barbadensis), entre outros

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ingredientes.
Rajamasa Nome de um feijão (Vigna
cylindrica).
Rañjaka pitta Uma das cinco variedades de
pitta, responsável pela cor
vermelha do sangue.
Rasañjana Extrato sólido de daru haridra
(Berberis aristata).
Rasañjana Preparação de rasañjana
curna (Berberis aristata) em forma de
pó.
Rasañjanadi Preparação em pó contendo daru
curna haridra (Berberis aristata), entre
outros ingredientes.
Rasañjanadi Pasta contendo rasañjana
kalka (Berberis aristata) entre outros
ingredientes.
Rasañjanadi Pasta contendo rasañjana
lepa (Berberis aristata) entre outros
ingredientes.
Rasañjanadi Preparação contendo rasañjana
yoga (Berberis aristata) entre outros
ingredientes.
Rasañjanadi Óleo medicinal contendo
taila rasañjana (Berberis aristata)
entre outros ingredientes.
Sakhasrita Uma forma de icterícia.
kamala

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Sama prakrti Um tipo de constituição física e
traços psíquicos no qual todos os
três doshas estão em estado de
equilíbrio.
Saptamrta Fórmula contendo haritaki
lauha (Terminalia chebula), bibhitaka
(Terminalia belerica), amalaki
(Emblica officinalis), yastimadhu
(Glycyrrhiza glabra), lauha
bhasma (pó calcinado de ferro),
mel e ghee.
Sarapunkha Preparação alcalina contendo
ksara sarapunkha (Tephrosia purpurea)
Sarapunkha Formulação contendo o suco da
rasa yoga planta sarapunkha (Tephrosia
purpurea).
Sarapunkhadi Pasta contendo sarapunkha
yoga (Tephrosia purpurea), entre
outros ingredientes.
Shilajit Resina mineral.
Sita kasaya
Sodhana Infusão fria. sodhana significa
Literalmente,
purificação. Neste processo, o
metal ou o mineral adquirem
propriedades diferentes que são
utilizadas terapeuticamente.
Svadista Preparação em pó contendo
virecana yastimadhu (Glycyrrhiza glabra)

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entre outros ingredientes.
Tiktadi kvatha Decocção contendo katuki
(Picrorhiza kurroa).
Tiktadya ghrta Ghee medicinal contendo katuki
(Picrorhiza kurroa), entre outros
ingredientes.
Vata Um dos três doshas, responsável
por todos os movimentos e
sensações do corpo.

Vata-kapha
prakrti Um tipopsíquicos
traços de constituição
causadosfísica
pelae
predominância de vata e kapha.
Vata-pitta Um tipo de constituição física e
prakrti traços psíquicos causados pela
predominância de vata e pitta.
Vata prakrti Um tipo de constituição física e
traços psíquicos causados pela
predominância de vata.
Yastimadhvati Óleo medicinal contendo
taila yastimadhu (Glycyrrhiza glabra),
entre outros ingredientes.
Yastyadi curna Preparação em pó contendo
yastimadhu (Glycyrrhiza glabra),
entre outros ingredientes.
Yastyadi Decocção contendo yastimadhu
kvatha (Glycyrrhiza glabra), entre outros
ingredientes.

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