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Variação do significado e significado da variação: para a integração dos aspetos


sociais e conceptuais da variação pluricêntrica do português europeu e
brasileiro

Chapter · January 2012

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Augusto Soares da Silva


Universidade Católica Portuguesa
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In: Armanda Costa & Inês Duarte (eds.), Nada na Linguagem lhe é Estranho. Homenagem a
Isabel Hub Faria. Porto: Edições Afrontamento, 2012, 167-182.

Variação do significado e significado da variação:


para a integração dos aspetos sociais e conceptuais da variação
pluricêntrica do português

Augusto Soares da Silva


Universidade Católica Portuguesa - Braga

1. Introdução

Partindo das propriedades que tornam o significado linguístico inevitavelmente variável e da


inevitabilidade da variação intralinguística, analisaremos como é que o significado interage com outras
fontes de variação linguística, discutindo as noções de variável sociolinguística, equivalência
semântica e representação cognitiva da variação intralinguística. Argumentaremos sobre a relevância
da variação onomasiológica entre sinónimos denotacionais lexicais ou gramaticais e de métodos
socioletométricos baseados em perfis onomasiológicos para o estudo da variação intralinguística, com
destaque para as línguas pluricêntricas, isto é, línguas com diferentes variedades nacionais, cada qual
com a sua norma própria (Clyne, 1992). Na perspetiva de uma visão sócio-cognitiva da variação
linguística, indicaremos contributos específicos da emergente Sociolinguística Cognitiva (Kristiansen
e Dirven, 2008) para a investigação sociolinguística e para a teoria linguística em geral.
Aplicando estes princípios ao português, como língua prototipicamente pluricêntrica,
apresentaremos os elementos e os resultados da nossa investigação sobre convergência e divergência
entre as variedades europeia e brasileira nos últimos 60 anos. Serão apresentados indicadores lexicais,
construcionais e atitudinais que, até certo ponto, confirmam a hipótese de divergência entre as duas
variedades nacionais. Pretendemos assim contribuir para uma perspetiva sócio-cognitiva da variação
do português, introduzida entre nós por Isabel Hub Faria e por si amplamente desenvolvida desde a
sua dissertação de doutoramento dedicada ao estudo da variação sócio-semântica (Faria, 1991).

2. Variação do significado, variável sociolinguística e equivalência semântica

A variabilidade do significado é um efeito da sua própria natureza: o significado linguístico é


intrinsecamente dinâmico e flexível, enciclopédico e não-autónomo, baseia-se no uso e na experiência
e identifica-se com a conceptualização, no sentido mais geral de qualquer experiência mental. Estas
propriedades do significado, assumidas pela Linguística Cognitiva (Geeraerts e Cuyckens, 2007),
evidenciam-se, por exemplo, nos fenómenos de polissemia e mudança semântica (Silva, 2006a), mas
também nas construções gramaticais, enquanto expressão de perspetivação conceptual e, assim, de
perspetivas alternativas para conceptualizar determinada situação (Langacker, 1987, 1991, 2008;
Goldberg, 1995; Croft, 2001; Silva, 2008c, para uma introdução).
Mas o significado não existe em mentes individuais isoladas, antes se constrói e se transmite na
interação social. A conceptualização é, pois, necessariamente interativa: os nossos conceitos, os nossos
significados são o resultado de mentes individuais em interação entre si e com os nossos contextos
físicos, sócio-culturais, políticos, morais, etc. Por outro lado, uma língua não é um sistema uniforme
mas um diassistema sócio-variacional, o conhecimento semântico é desigualmente distribuído pelos
membros de uma comunidade linguística (Putnam, 1975) e as interações verbais não só são eventos
sociais como refletem uma estrutura social e mecanismos sócio-semânticos de distribuição do
significado. Isto tem implicações descritivas, teóricas e metodológicas. Descritivamente, a análise
linguística deverá integrar os aspetos conceptuais e sociais do significado e da variação linguística,
sendo necessário conjugar a noção psicolinguística de protótipo e a noção sociolinguística de
estereótipo. Teoricamente, significado e linguagem envolvem não simplesmente cognição
(tradicionalmente entendida como individual), mas o que recentemente se tem reinterpretado, em
Linguística Cognitiva e noutras ciências cognitivas, como cognição situada social e culturalmente
(Bernárdez, 2008; Frank et al., 2008; Robbins e Aydede, 2008; Zlatev et al., 2008; Croft, 2009;
Pishwa, 2009; Harder, 2010). Metodologicamente, a opção vai para um modelo baseado no uso
(Langacker, 2000; Barlow e Kemmer, 2000), através de métodos empíricos e quantitativos (de corpus
e experimentais) capazes de darem conta da multivariacionalidade do uso linguístico.
A variação linguística interna (ou variação letal) é uma consequência imediata e inevitável do uso
da língua. Não há pois maneira de o linguista evitar a variação letal a partir do momento em que
assuma um modelo baseado no uso. O que é claro em sociolinguística é um problema para as
conceções descontextualizantes da linguagem (de que a Gramática Generativa é a expressão mais
representativa). Todavia, a tradição sociolinguística, inevitavelmente envolvida com a questão do
significado – a começar pela própria noção de variável sociolinguística, que pressupõe, como explica
Labov (1972: 271), a opção de dizer “a mesma coisa” de diferentes modos, cada um dos quais com o
seu significado social –, não tem tratado a questão da variação do significado. Um dos problemas é
saber como é que o significado interage com outras fontes de variação linguística.
Vamos ilustrar este problema tomando o significado lexical. As escolhas lexicais que os falantes
fazem no discurso são determinadas por diferentes fatores. Obviamente que há escolhas lexicais de
conceitos (mais ou menos) específicos determinadas pelo tema do discurso, mas há outras escolhas
lexicais que têm a ver, não com diferenças entre conceitos, mas com diferenças sociolinguísticas,
estilísticas ou pragmáticas. Por exemplo, a escolha entre guarda-redes e goleiro é uma escolha de
formas que exprimem o mesmo conceito mas pertencem a diferentes variedades nacionais; e a escolha
entre morrer e falecer é uma escolha de formas que exprimem o mesmo conceito mas são
estilisticamente diferenciadas. Podemos designar esta variação entre sinónimos denotacionais como
variação onomasiológica formal, em oposição à variação onomasiológica conceptual, que envolve
diferenças conceptuais. Um terceiro tipo de variação é a variação contextual e tem a ver com todos os
aspetos da situação comunicativa, não apenas as características mais ou menos permanentes dos
falantes (como ser português ou brasileiro), mas também as características mais transitórias e
interacionais do ato de fala (como o género de discurso, por exemplo). O facto crucial é que estes três
tipos de variação lexical se podem combinar de diferentes modos. Por exemplo, a variação entre
deixar e permitir ou entre deixar e abandonar é não só formal e contextual como também conceptual
(Silva, 1999). A escolha de um termo (in)formal pode correlacionar-se com fatores conceptuais: por
exemplo, utilizamos mais palavras informais para temas familiares do que para temas científicos. A
variação letal pode correlacionar-se com fatores conceptuais: por exemplo, conceitos menos
frequentes, vagos, novos ou negativamente emotivos tendem a ser expressos por mais sinónimos
dialetais. E as escolhas conceptuais podem ser determinadas também por fatores sociais.
As escolhas lexicais fazem-se, pois, em função de um ou mais do que um de três fatores:
significado, forma e contexto. O mesmo é dizer que significado, forma e contexto são três fontes de
variação lexical. O que dizemos sobre o significado lexical aplica-se também ao significado gramatical.
Na variação construcional, pode distinguir-se a variação onomasiológica conceptual (construções
alternativas exprimem diferentes funções), a variação onomasiológica formal (construções alternativas
exprimem a mesma função) e a variação contextual. Fatores conceptuais, formais ou contextuais
podem determinar as escolhas entre construções. Por exemplo, a escolha da construção completiva
infinitiva mono-oracional (em detrimento da bioracional) selecionada por verbos causativos e
percetivos (dita “união de orações”) é determinada por fatores conceptuais e/ou letais (a construção
mono-oracional é mais produtiva na variedade europeia do que na brasileira – ver Silva, 2005b).
A variação onomasiológica formal (tanto lexical como construcional) é, pois, uma variável
sociolinguística, permeável, como qualquer variável sociolinguística, a um conjunto de variáveis
extralinguísticas, como a classe social, a idade, o sexo, a origem geográfica, o grupo social, o registo,
etc. Importa sublinhar que os sinónimos lexicais ou funcionais são interessantes do ponto de vista
sociolinguístico, na medida em que evidenciam diferenças regionais, sociais, estilísticas e pragmáticas
e são estas diferenças que motivam a existência e competição de variedades de uma língua.
Um outro problema semântico da investigação sociolinguística é a equivalência de significado.
Até que ponto a noção de variável sociolinguística, com origem na fonologia, se pode aplicar ao léxico
e à gramática? Como estabelecer equivalência semântica entre itens lexicais e entre construções
morfológicas ou sintáticas? Em relação a itens lexicais como os de vestuário ou futebol, podemos
controlar os seus referentes concretos. Isso é mais difícil em relação a funções linguísticas. Mesmo
restringindo as variantes construcionais ao mesmo contexto sintagmático, a equivalência funcional
completa não se dá nas línguas naturais: há sempre diferenças de perspetivação conceptual, como o
evidenciam os modelos gramaticais cognitivos de Langacker (1987, 1991, 2008) e de Talmy (2000).
Uma tentativa de resposta ao problema da equivalência semântica e à noção de variável
sociolinguística, mais difíceis de resolver no domínio gramatical, é a seguinte: se as diferenças
semânticas entre as variantes construcionais forem estáveis entre variedades linguísticas, então
qualquer variação remanescente é variação sociolinguística. Szmrecsanyi (2010) e Colleman (2010)
oferecem dois importantes estudos de caso sobre determinações sociolinguísticas em construções
alternativas de genitivo no inglês (em of e em ‘s) e ditransitivas em neerlandês, respetivamente.

3. O significado da variação

O conhecimento da linguagem é a representação cognitiva que os falantes têm das interações


comunicativas em que participam. Faz obviamente parte deste conhecimento a representação cognitiva
que os falantes fazem da variação linguística que inevitavelmente caracteriza a comunidade linguística
a que pertencem. O significado da variação é pois o sentido que os falantes dão à variação linguística.
Os falantes percecionam as diferenças letais, categorizam as variedades letais e avaliam
atitudinalmente essas variedades. Como qualquer processo de categorização linguística, a
categorização da variação letal é naturalmente um processo cognitivo, um processo semântico.
Cabe à investigação sociolinguística o estudo da representação cognitiva da variação letal e dos
seus efeitos no uso linguístico e na variação linguística. As questões de investigação incluem saber (i)
como é que os falantes percecionam as diferenças letais, que modelos cognitivos e culturais utilizam
para categorizar a variação letal e como é que avaliam as variedades letais, e (ii) até que ponto os
fatores percetivos e atitudinais influenciam a variação e a mudança linguísticas, ou até que ponto as
distâncias linguísticas subjetivas (distâncias percecionadas, atitudes linguísticas) se correlacionam com
as distâncias linguísticas objetivas (observáveis no comportamento linguístico dos falantes).
A Linguística Cognitiva oferece modelos descritivos que podem ser utilizados no estudo do
significado da variação letal, nomeadamente a teoria do protótipo (Geearerts, 1985, 1997; Taylor,
1989) e a teoria dos modelos cognitivos e culturais (Dirven, Frank e Pütz, 2003).

4. Sociolinguística Cognitiva e socioletometria

A Sociolinguística Cognitiva é uma extensão emergente da Linguística Cognitiva como modelo


orientado para o significado e baseado no uso, que pretende investigar a interrelação entre os aspetos
sociais e conceptuais da variação letal através de avançados métodos empíricos quantitativos e
multivariacionais (Kristiansen e Dirven, 2008; Geeraerts, Kristiansen e Peirsman, 2010; Silva, 2009b,
para uma introdução). Representa a convergência de interesses de investigação da Sociolinguística e
da Linguística Cognitiva e contribui quer para integrar na perspetiva e na agenda da Linguística
Cognitiva os aspetos sociais da linguagem quer para incorporar na agenda da Sociolinguística os
aspetos conceptuais da variação letal.
Podemos identificar três contributos específicos da Sociolinguística Cognitiva para a investigação
sociolinguística: (i) a análise dos vários modos de interação entre o significado e as outras fontes de
variação letal (forma e contexto); (ii) o tratamento do problema metodológico da equivalência
semântica, pré-requisito para o estudo sócio-variacionista do léxico e da gramática; e (iii) o estudo da
representação cognitiva da variação letal, nas suas componentes de perceção, categorização e
avaliação atitudinal da diversidade linguística.
Para a realização destas tarefas, a Sociolinguística Cognitiva dispões de modelos descritivos da
Linguística Cognitiva. Entre outros, salientamos a teoria do protótipo, útil para a descrição de
qualquer tipo de variação letal e para a representação cognitiva da variação; os modelos de semântica
cognitiva e de gramática cognitiva e, em particular, a investigação sobre operações de perspetivação
conceptual, de grande interesse para as questões da variação do significado e da equivalência
semântica; as explorações da corporização (“embodiment”) e da situacionalidade sócio-cultural
(“sociocultural situatedness”) da linguagem, para as correlações entre os aspetos conceptuais e sociais
da variação letal; a teoria da metáfora conceptual e a teoria dos modelos cognitivos culturais, para o
estudo da categorização da variação letal e das atitudes linguísticas.
A socioletometria é um conjunto de métodos que permitem medir distâncias entre variedades
linguísticas e correlacioná-las com todos os tipos de variáveis sociolinguísticas. A Unidade de
Investigação Quantitative Lexicology and Variational Linguistics tem desenvolvido métodos
socioletométricos nos seus estudos sobre as relações entre o neerlandês da Bélgica e da Holanda
(Geeraerts, Grondelaers e Speelman, 1999; Speelman, Grondelaers e Geeraerts, 2003). Estes métodos
baseiam-se no método onomasiológico acima referido (variação onomasiológica formal) e na noção
de perfil onomasiológico, entendido como o conjunto de expressões sinónimas alternativas (termos ou
construções) usadas para designar determinado conceito ou função, juntamente com as suas
frequências relativas. O método dos perfis onomasiológicos permite um mecanismo de controlo capaz
de evitar os perigos estatísticos resultantes de uma distribuição assimétrica de conceitos ou funções.
Além disso, trabalhar com as frequências relativas das variáveis garante uma perspetiva pragmática da
variação letal, mais representativa da realidade sociolinguística do que a perspetiva estrutural, apoiada
nas frequências absolutas.
São utilizadas três técnicas socioletométricas: medidas de uniformidade, medidas do impacto de
traços linguísticos e medidas de intenções atitudinais. A uniformidade é a medida da (dis)similaridade
entre os perfis onomasiológicos nas diferentes variedades linguísticas e é calculada somando as
frequências relativas mais pequenas de cada palavra ou construção alternativa. Convergência e
divergência entre duas variedades traduzem-se em aumento ou diminuição da uniformidade,
respetivamente. A medida de uniformidade interna calcula a uniformidade dentro de uma variedade
linguística: essa uniformidade diminui à medida que mais termos/construções competirem entre si para
designar o mesmo conceito/função e/ou à medida que mais termos/construções dominantes existirem
dentro de um perfil onomasiológico. As medidas de traços calculam a proporção de
termos/construções com determinada característica no perfil onomasiológico de um conceito/função.
As medidas de atitudes calculam as intenções comportamentais dos falantes em relação a uma palavra
ou construção como expressão de determinado conceito ou função. Para os detalhes estatísticos destas
medidas, ver Geeraerts, Grondelaers e Speelman (1999: 36-64) e Silva (2010).

5. Indicadores semânticos de convergência/divergência entre PE e PB

Desenvolvemos um projeto de investigação centrado na questão diacrónica da convergência ou


divergência entre o português europeu (PE) e o português brasileiro (PB) nos últimos 60 anos (Silva,
2005a, 2006b, 2008a, b, 2010). Os estudos comparativos mais desenvolvidos sobre PE e PB (Brandão
e Mota, 2003; Peres e Kato, 2004) não tratam da questão da convergência e divergência. O projeto
utiliza o método onomasiológico de estudo da variação linguística, referido na secção (2), e métodos
socioletométricos, referidos na secção anterior, baseados em perfis onomasiológicos de conceitos e
funções. Designamos como indicador semântico de convergência/divergência um conceito ou função
linguística a que corresponde um conjunto de palavras ou construções sinónimas alternativos (ou perfil
onomasiológico) e que potencialmente contribui para a convergência ou divergência entre variedades
linguísticas. A análise baseia-se no corpus CONDIVport, em construção, atualmente com 4 milhões de
palavras do registo formal e 15 milhões do registo informal, disponibilizado pela Linguateca (Silva
2008b). O corpus está estruturado na base de três variáveis: (i) geográfica, com textos de Portugal e do
Brasil (sobretudo São Paulo e Rio de Janeiro); (ii) diacrónica, das décadas de 50, 70 e 2000; e (iii)
estilística, do registo formal de jornais e revistas e do registo informal de chats da internet.
A investigação sociolexicológica já realizada (Silva, 2010) com base em 43 conceitos nominais –
21 perfis onomasiológicos do campo lexical do futebol e 22 perfis onomasiológicos do campo lexical
do vestuário – e em largos milhares de observações do uso destes termos (183 de futebol e 264 de
vestuário) no corpus CONDIVport (jornais de desporto e revistas de moda, chats associados a clubes
de futebol e etiquetas de roupas de lojas de vestuário) permite concluir que a hipótese da divergência
entre PE e PB se confirma no campo lexical do vestuário, mas não no do futebol. Os termos de
vestuário são mais representativos do vocabulário comum e, por isso, os resultados do vestuário
estarão mais próximos da realidade sociolinguística; a ligeira convergência no campo do futebol será
um efeito da globalização e da padronização do vocabulário do futebol.
As Figuras 1 e 2 sistematizam os resultados da análise sociolexicológica. São apresentadas as
percentagens de uniformidade no corpus de futebol (90.202 observações) e no corpus de vestuário
(12.451 observações) nos três períodos estudados (1950-1970-2000). O primeiro número de cada par
de resultados representa a uniformidade não-ponderada (U) e o segundo a uniformidade ponderada
(U’), sendo U’ mais significativo do que U; os números nas linhas horizontais indicam a percentagem
de uniformidade entre PE e PB nos anos 50, 70 e 2000; os números nas linhas verticais e diagonais
indicam a percentagem de uniformidade de período para período e entre diferentes períodos; e os
números associados a cada variedade e período indicam a percentagem de uniformidade interna.

57,37 67,58
61,09 35,13 / 43,78 46,93 61,65 / 78,80
51,86 P50 B50 30,85 66,47 P50 B50 76,48
,2 7 ,50
42 / 67
86,09 / 86,74

7/

59,92 / 68,67
,99
57,22 / 49,96

57,52 / 68,05
,3
36 53
32 46
,1 ,22
1/
48 /6
,0 6,0
60,58 / 65,27
76,33 / 78,52

44,89 / 43,24

60,44 / 65,38
4 5
58,37 35,90 / 55,17 58,66 / 65,92
P70 9 B70 65,10 64,18 P70 B70 56,24
55,63
8,0 61,85 62,99 3,9
9
55,71
/5 5
1/
83,69 / 87,32

,34
68,25 / 74,40

67,70 / 74,74
4
77,34 / 84,81

37 ,
44
34 53
,21 ,13
/ 56 /5
,3 8,2
0 8
36,80 / 56,76 51,44 / 57,11
60,61 P00 B00 75,80 65,09 P00 B00 67,12
62,39 65,77 68,75 67,87

Figura 1. Termos de futebol Figura 2. Termos de vestuário

Relativamente aos termos de futebol, as percentagens de U’ mostram convergência de 50 para 70


(U’ aumenta 11,39%) e estabilidade a partir de então, mas as de U não indicam qualquer alteração
significativa. Ao mesmo tempo, os números sugerem uma grande distância entre as duas variedades
nos três períodos. Quanto aos termos de vestuário, as percentagens de U e U’ evidenciam divergência
ao longo do tempo: U’ diminui 12,88% de 1950 para 1970 e 8,81% de 1970 para 2000.
As linhas verticais e diagonais mostram que não há nenhuma orientação específica de uma
variedade em relação à outra: PE e PB divergem um do outro no vocabulário do vestuário; as maiores
mudanças do PB no vocabulário de futebol não significam uma aproximação ao PE e a influência do
PB no PE no vocabulário do futebol é menor do que o que se esperava. Um terceiro resultado,
expresso nas percentagens de uniformidade interna, evidencia maiores mudanças no PB em ambos os
campos lexicais. Será esta maior mutabilidade do PB o efeito da sua maior complexidade externa, da
sua maior variação social ou de um atraso de padronização? Provavelmente um pouco de tudo isto.
Além disso, confirma-se que a influência estrangeira do inglês e de outras línguas é maior no PB: a
variedade brasileira importa um maior número de estrangeirismos e adapta e integra mais facilmente
os estrangeirismos do que a variedade europeia. Como último resultado, o vocabulário do vestuário
confirma a hipótese de uma distância sincrónica maior entre estrato padrão e estrato subpadrão no PB
do que no PE: a uniformidade entre os dados das revistas de moda de 2000 e os dados das etiquetas de
lojas de vestuário é de 57,94% no PB e de 70,99% no PE. No vocabulário do futebol não há esta
assimetria entre os dados dos jornais de 2000 e os dados dos chats: a uniformidade é de 80,93% no PE
e 78,76% no PB, o que sugere padronização dos termos de futebol na linguagem da internet.
Como extensão atual, pretendemos investigar até que ponto variáveis lexicais e não-lexicais se
correlacionam como indicadores de convergência/divergência entre PE e PB. Analisaremos 15
variáveis morfológicas e sintáticas. Dividimo-las em três grupos. Primeiro, construções preposicionais
como falar de/em/sobre/acerca de e interesse em/por, situadas a meio caminho entre as variáveis
lexicais e as não-lexicais. Segundo, variantes morfológicas como nós vs. a gente como pronomes de
1.pl, seu vs. dele como possessivo de 3.sg, variação de concordância nominal e verbal com a gente e
alternâncias sufixais, como -ção vs. -mento em substantivos deverbais. Terceiro, diversas construções
sintáticas: três construções de complemento infinitivo com verbos causativos e percetivos (A Maria
fez/deixou/mandou/viu os miúdos correrem vs. correr vs. correr os miúdos), alternância entre
infinitivo simples e flexionado (Incentivou os trabalhadores a fazer vs. fazerem greve), alternância
(in)transitiva (O carro furou o pneu vs. O pneu do carro furou), construções intransitivas com/sem se
(O departamento reuniu-se vs. reuniu), presença/ausência de preposição em construções relativas
preposicionadas e alternância com onde (não há lugar em que/que/onde a polícia não entre),
alternância entre sujeito preenchido e sujeito nulo, variação da ordem de palavras em construções
nome-adjetivo (ideia falsa vs. falsa ideia) e alternância entre SV e VS.
Destas variáveis não-lexicais, foram analisados:
(i) 10 perfis preposicionais (1.730 observações): falar de/sobre/acerca de/em; Nmental acerca
de/sobre; interesse em/por; precisar, necessitar de/∅; ansioso de/para/por; apressar-se a/em/para;
convencer, esquecer-se, lembrar-se, recordar-se, admirar-se, duvidar, avisar de que/que; convencido
de que/que; gostar, falar, precisar, necessitar relativa/relativa cortadora; esquecer, lembrar de
reflexo/não-reflexo;
(ii) 3 construções de complemento infinitivo dos verbos causativos fazer, mandar, deixar e
percetivos ver, ouvir, sentir (1.385 observações): VSV, VOV e VV (ver significado e uso destas
construções no PE e no PB em Silva 2005b);
(iii) 2 construções adjetivas com verdadeiro, falso, bonito, lindo, recente: N + A e A + N (763
observações).
Os resultados mostram que as construções preposicionais (1), infinitivas (2) e adjetivas (3)
replicam os resultados dos termos de vestuário, confirmando assim a hipótese da divergência.
(1) U’(P50,B50) 68,74% > U’(P70,B70) 54,39% > U’(P00,B00) 48,64%
(2) U’(P50,B50) 72,62% > U’(P70, B70) 56,51% > U’(P00,B00) 50,33%
(3) U’(P50,B50) 95,83% > U’(P70, B70) 94,54% > U’(P00,B00) 83,73%

Mais variáveis têm de ser analisadas e, para a questão da correlação entre variáveis, serão
aplicadas técnicas de regressão logística e outros métodos multivariacionais (Pampel 2000).

6. Modelos cognitivos de convergência/divergência entre PE e PB

Pretendemos verificar se existe uma correlação entre os indicadores objetivos extraídos do corpus
e os indicadores subjetivos expressos nas atitudes dos falantes. Através de um inquérito dirigido a 120
estudantes portugueses e brasileiros, compreendendo uma componente comportamental e uma
componente cognitiva sobre o uso e a origem de termos de vestuário (15 perfis onomasiológicos),
podemos verificar que as intenções atitudinais dos informantes vão no mesmo sentido divergente que
observámos no corpus de vestuário (revistas de moda e etiquetas das lojas de vestuário). A proporção
dos termos que os informantes consideram como endógenos e binacionais, isto é, a proporção que
representa a atitude divergente é bastante mais elevada do que a proporção dos termos considerados
como exógenos e binacionais, isto é, a proporção da atitude convergente:

(4) PE: 93,94% (termos endógenos+binacionais) > 49,60% (termos exógenos+binacionais)


(5) PB: 96,43% (termos endógenos+binacionais) > 46,52% (termos exógenos+binacionais)

Um outro estudo atitudinal tem por objeto a literatura recente portuguesa e brasileira sobre
política de língua e questões de padronização linguística (Bagno, 2001; Faraco, 2001; Coelho, 2005;
Gama, 2007; entre outros). Seguindo a distinção de Geeraerts (2003) entre modelos cognitivos
românticos e racionalistas da variação linguística, identificam-se quatro atitudes
convergentes/divergentes românticas e racionalistas sobre as relações entre PE e PB. As atitudes mais
radicalmente convergentes e divergentes são românticas e são mais frequentes no Brasil.
A atitude convergente romântica exprime-se, no Brasil, num normativismo conservador e
dogmático (impondo um padrão decalcado do PE literário), na ideologia da exclusão social e na ideia
de que “o PE é puro e inalterado e o PB é emprestado e corrompido”; em Portugal, traduz-se na atitude
neocolonialista de que a miscigenação conduz à corrupção e ao empobrecimento de um hipotético
português autêntico. Em contrapartida, a atitude convergente racionalista manifesta-se na ideia da
“unidade na diversidade” e na proclamação, mais frequente em Portugal do que no Brasil, da unidade
linguística como meio de afirmação política e económica no contexto transcontinental e global.
A atitude divergente romântica está presente nos que reclamam a existência de uma língua
brasileira (Bagno, 2001, com argumentação linguística) e tem como manifestações sociais a
legendagem de entrevistas a jovens portugueses no programa de televisão do canal MTV e a
legendagem e tradução de filmes portugueses para PB, como o filme “Capitães de abril” dirigido pela
atriz portuguesa Maria de Medeiros. Por seu lado, a atitude divergente racionalista, mais explícita no
Brasil do que em Portugal, é assumida por todos os que veem na valorização, estudo e ensino da(s)
norma(s) urbana(s) brasileira(s) um instrumento de participação política e educativa e a base de um
nacionalismo cívico e de uma democracia liberal.
Até que ponto estas quatro atitudes poderão influenciar a divergência entre PE e PB? O processo
gradual de divergência receberá um forte ímpeto, no Brasil, tanto da atitude romântica de afirmação da
língua brasileira como da atitude racionalista de nacionalismo cívico e de democratização do ensino.
Esta atitude racionalista poderá ter também um efeito convergente: a diminuição da acentuada
diglossia brasileira e o reforço e aceleração do processo de padronização podem incluir mudanças “de
baixo para cima” que eliminam características do PB popular. Interrupções ou reversões no esperado
desenvolvimento divergente poderão também ser desencadeadas pela atitude racionalista de
preservação da unidade da língua como forma de afirmação política e económica.

7. Conclusão

O estudo da variação intralinguística envolve, pode definição, questões semânticas, como a noção
de variável sociolinguística, o problema da equivalência de significado e a interação entre significado,
forma e contexto, como fontes de variação. A emergente Sociolinguística Cognitiva (Kristiansen e
Dirven, 2008), inevitavelmente implicada pela orientação para o significado e para o uso característica
da Linguística Cognitiva, oferece um importante contributo à Sociolinguística, trazendo elementos
capazes de tratar das questões da variação do significado e do significado da variação e abrindo
caminhos para o estudo da interação entre os aspetos sociais e conceptuais da variação letal.
A variação onomasiológica entre sinónimos lexicais e construcionais constitui uma variável
sociolinguística no sentido laboviano: as escolhas que os falantes fazem entre palavras ou construções
sinónimas para designar determinado conceito ou função fornecem pistas sobre as relações entre
variedades linguísticas. Métodos socioletométricos baseados em perfis onomasiológicos (conjuntos de
sinónimos lexicais ou construcionais juntamente com as suas frequências) permitem medir processos
de convergência e divergência e outras distâncias entre variedades linguísticas. A aplicação à variação
pluricêntrica do português do método onomasiológico e de medidas de uniformidade baseadas em
perfis onomasiológicos permitiu encontrar indicadores de divergência entre as variedades europeia e
brasileira. Termos de vestuário, construções preposicionais, construções completivas infinitivas de
verbos causativos e percetivos e construções adjetivas confirmam a hipótese de divergência entre o PE
e o PB e sugerem que não há uma orientação específica de uma variedade em relação à outra. Esta
divergência é confirmada também subjetivamente, nas intenções atitudinais de informantes
portugueses e brasileiros em relação a termos de vestuário.
Obviamente que são necessários mais indicadores, mais variáveis e correlações entre variáveis
para comprovar estas hipóteses sobre o pluricentrismo simétrico e divergente entre PE e PB.
Esperamos ter mostrado o alcance da perspetiva sócio-cognitiva no estudo da variação pluricêntrica do
português (não só para as variedades europeia e brasileira, mas também para as variedades africanas).
Além disso, esperamos ter mostrado que uma descrição completa das unidades e estruturas lexicais e
gramaticais não pode pôr de lado os aspetos da variação sócio-cognitiva e sócio-semântica.

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