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Critique sem ofender

Quando alguém começa a falar mal de alguma coisa, é comum que as outras pessoas
acompanhem esse discurso e façam a crítica se propagar. As redes sociais são a maior
prova disso. Sempre que alguém posta um comentário negativo sobre alguma pessoa
ou alguma marca, o texto repercute muito mais do que qualquer elogio feito
anteriormente.

A crítica sempre reverbera mais do que os comentários positivos – principalmente para


quem é criticado. Todo mundo já recebeu diversos elogios sobre algo que já fez, mas
dificilmente guardou tudo na memória. Já as análises negativas ficam gravadas para
sempre, não é mesmo?
Segundo um estudo da Universidade de Minnesota, feito em 2013 nos Estados Unidos,
uma crítica malfeita tem impacto na carreira até seis vezes mais forte do que um elogio.
A pesquisa também conclui que quem ouve algo pejorativo sobre si, dito de forma
agressiva, tem a autoestima afetada e passa a render menos.
Por isso, precisamos refletir sobre a crítica. É claro que um feedback sincero pode ser
muito construtivo e contribuir para melhorar algum aspecto do comportamento do
outro. Um bom gestor deve sempre estar pronto para ajudar seu funcionário a enxergar
os erros e evoluir.
Porém, estamos cada vez mais despreparados para fazer críticas construtivas. Hoje,
normalmente nos limitamos a ofender ou humilhar os outros, sem argumentos claros,
sem medir as palavras, sem qualquer delicadeza.
Na internet, protegidos pelo anonimato e pela distância física, aprendemos diariamente
a criticar sem dó, falando tudo que pensamos sem nenhum filtro e recorrendo quase
sempre a ofensas. Na web, exercitamos a crueldade sem perceber – e replicamos essa
crueldade nas relações cotidianas, machucando os outros até mesmo sem querer.
Precisamos estar atentos a esse comportamento e revertê-lo, porque ele não faz bem
nem para quem julga e nem para quem é julgado.
Em vez de simplesmente apontar os erros e depreciar alguém, uma boa maneira de
criticar um funcionário ou colega sem ofendê-lo é mostrar quais são as qualidades que
você esperava que aquele profissional apresentasse.
Elogie boas atitudes, mostre quais são os comportamentos considerados ideais, defenda
os valores em que você acredita. Use exemplos positivos. Assim, por contraste, a pessoa
entenderá quais são os seus pontos negativos sem se sentir tão exposta.
A mesma dica vale para as mídias sociais. É claro que há muita coisa errada por aí,
atitudes que são dignas de inúmeras críticas. Mas também há uma série de boas práticas
que merecem ser compartilhadas e replicadas. Por que não falamos sobre isso nas redes
também, em vez de lotar nossos perfis apenas com comentários negativos e raivosos?
Ao defender o que você gosta, você está apontando uma saída, uma alternativa, em vez
de apenas enfatizar um erro.

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