Você está na página 1de 2

03/05/2017 Master OAB

3º Simulado de Direito Penal (/segundafase)

Peça pro ssional


No dia 19 de agosto de 2013, o corpo de James, funcionário da academia Físico Forte, foi visto na cachoeira do vilarejo onde morava na cidade de
Lençóis d’Água. Algumas semanas anteriores a esse acontecimento, James confessou ter mantido relações sexuais com Carmen, jovem de apenas 12
anos de quem era professor na academia em que ela praticava, diariamente, atividades físicas.

Carmen disse para o pai que amava James e que fez tudo de forma consciente, contudo, Jorge, pai de Carmen sabia que o caso con gurava um Estupro
de Vulnerável (artigo 217-A, CP), pois, chegou a estudar alguns períodos de Direito, tendo abandonado o curso pelo fato de sua lha ter nascido. 

Jorge sabia também que James manipulava sua lha com presentes e que o professor era conhecido por sua fama de conquistar meninas mais novas.
Por este motivo e por toda raiva que nutria, Jorge disse a todos que iria matar James quando este fosse tomar banho na cachoeira do vilarejo, ocasião
na qual, Jorge o empurraria e o professor se chocaria contra as pedras, vindo a óbito.

Durante a fase do inquérito, contudo, testemunhas a rmavam que Jorge, na ocasião da morte de James, estava na fábrica onde trabalhava realizando
horas extras de trabalho. Além disso, foi realizado exame médico legal, o qual constatou que o professor caiu nas pedras da cachoeira e em razão do
choque de sua cabeça nas rochas, veio à óbito.

Com poucas provas que comprovassem a autoria, entretanto, descon ado que o pai de Carmen pudesse estar envolvido no fato, a autoridade policial
representou pela decretação de interceptação telefônica da linha de telefone móvel usado por Jorge, medida que foi decretada pelo juiz competente. A
prova constatou que, ele havia praticado o fato, pois, em conversa telefônica com um amigo, Jorge confessou que havia obrigado a lha a dar um pacote
de bolo que continha substâncias que dopariam o professor e que lhe fariam adormecer na cachoeira, mas, dizia também que estava arrependido.
 
O delegado intimou Jorge para ser ouvido, tendo ele con rmado, em sede policial, o fato criminoso. 

Desta forma, em razão das aludidas provas, Jorge foi denunciado pela prática do crime descrito no artigo 121, §2º, IV, CP perante a 1ª Vara Criminal
(Tribunal do Júri).

Na Audiência de Instrução e Julgamento, realizada em 18 de janeiro de 2014, Jorge é novamente interrogado, ocasião na qual a rma que colocou
substâncias que causavam sono nos bolos que Carmen dera ao professor. Finda a instrução, o Ministério Público manifestou-se pela pronúncia nos
termos da denúncia, e a defesa, pela impronúncia, com base no fato de que o acusado teria praticado o crime previsto no artigo 121, §1, CP. 

O magistrado, ainda na audiência, prolatou sentença de pronúncia nos termos da denúncia pela prática do crime do artigo 121, §2, IV, CP, intimando as
partes do referido ato.

Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, na condição de advogado (a) de Jorge, redija
a peça cabível à impugnação da mencionada decisão, acompanhada das razões pertinentes, as quais devem apontar os argumentos para o provimento
do recurso, mesmo que em caráter sucessivo. 

Pergunta 1
No dia 07/06/2015, Eduardo, nascido em 06/04/1997, aproveitando-se de um momento de distração de Renato, subtraiu-lhe a carteira. Após
recebimento da denúncia, em 08/08/2015, e regular processamento do feito, Eduardo foi condenado a uma pena privativa de liberdade de 01 ano de
reclusão, em sentença publicada em 08/10/2015. Nem o Ministério Público nem a defesa interpuseram recurso, tendo o feito transitado em julgado em
10/12/2015. 

Sobre esses fatos, responda aos itens a seguir.


A) Diante do trânsito em julgado, qual a tese defensiva a ser alegada em favor de Eduardo para impedir o cumprimento da pena?  B) Quais as
consequências do acolhimento da tese defensiva? 

Pergunta 2
No dia 05 de março de 2009, Afonso foi condenado pela prática do delito de dano quali cado, previsto no Art. 163, parágrafo único, II, do Código Penal.
Considerando as particularidades do caso concreto, sua pena foi xada no máximo de 03 anos de detenção e multa, convertida em Pena Restritiva de
Direitos de limitação de m de semana pelo mesmo tempo de 03 anos. A decisão transitou em julgado. Enquanto cumpria pena, entrou em vigor a Lei nº
111.999/2010, que alterou o artigo pelo qual Afonso fora condenado. Apesar da sanção em abstrato, foi diminuída a pena cominada para o crime de
dano quali cado para o máximo de 01 ano.

Procurado pela família de Afonso, responda aos itens a seguir. 

A) O que a defesa técnica poderia requerer em favor dele?


B) Qual o juízo competente para a formulação desse requerimento? 

Pergunta 3
https://app.masteroab.com.br/segundafase/imprimir­simulado/3o­simulado­de­direito­penal 1/2
03/05/2017 Master OAB

Pergunta 3
Yasmin foi pronunciada pela prática de um crime de homicídio doloso consumado que teve como vítima Vinicius. Em sessão plenária do Tribunal do Júri,
a ré e seu namorado, ouvido na condição de informante, a rmaram que Vinicius iniciou agressões contra Yasmin e que esta agiu em legítima defesa. Por
sua vez, a namorada da vítima e uma testemunha presencial asseguraram que não houve qualquer agressão pretérita por parte de Vinicius. No
momento do julgamento, os jurados reconheceram a autoria e materialidade, mas optaram por absolver Yasmin da imputação delitiva. Inconformado, o
Ministério Público apresentou recurso de apelação com fundamento no Art. 593, inciso III, alínea ‘d’, do CPP, alegando que a decisão foi
manifestamente contrária à provados autos. A família de Yasmin ca preocupada com o recurso, em especial porque a rma que todos tinham
conhecimento que dois dos jurados que atuaram no julgamento eram pai e lho, mas em momento algum isso foi questionado pelas partes, alegado no
recurso ou avaliado pelo Juiz Presidente.

Considerando a situação narrada, esclareça, na condição de advogado(a) de Fernando, os seguintes questionamentos da família do réu: 
 
A) A decisão dos jurados foi manifestamente contrária à prova dos autos? Justi que.
B) Poderá o Tribunal, no recurso do Ministério Público, anular o julgamento com fundamento em nulidade na formação do Conselho de Sentença?
Justi que. 

Pergunta 4
Alan, dentista de 33 anos com bons antecedentes, foi no dia 28/04/2014 a uma festa da comunidade localizada próximo a sua casa, na Zona Norte do
Rio de Janeiro. Durante a volta para casa, foi abordado pela polícia que descobriu que o dentista trazia consigo cerca de 1 grama de maconha e a mesma
quantidade de cocaína. Foi denunciado pela prática do Crime de Trá co de Drogas, tipi cado no artigo 33, caput, Lei 11.343/06 e em primeira instância
foi condenado à pena de reclusão em seu mínimo legal, de 5 anos. Ademais, o regime inicial de cumprimento da pena foi o regime fechado. Alan era réu
primário e jamais se dedicou para atividades criminosas, bem como não integrava organizações criminosas.

Qual medida processual, diferente de habeas corpus, deverá ser formulada pelo advogado de Alan para combater a decisão do juiz em Primeira
Instância e qual argumento que deve ser utilizado?

https://app.masteroab.com.br/segundafase/imprimir­simulado/3o­simulado­de­direito­penal 2/2

Você também pode gostar