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Ebook Mitos 2019 Alimentação
Ebook Mitos 2019 Alimentação
Apresentador e Pesquisador
de Saúde, Alimentação e
Gastronomia. Palestrante e
Diretor da Puravida.
Conhecimento
equivocado é pior
do que nenhum
conhecimento
Guiar-se por um mapa que te leva para o lugar errado é algo que te faz perder
tempo, desperdiçar seus esforços e não encontrar o que você busca.
Mitos são muito comuns na área da saúde e da nutrição, e uma enorme quantidade
de pessoas faz muitas de suas escolhas alimentares baseando-se em mitos -
muitos dos quais já foram desconstruídos pela ciência.
A nutrição é uma ciência relativamente jovem, com menos de 200 anos de
existência. E, infelizmente, muito do que se ensina nas universidades hoje ainda
está desatualizado face às descobertas mais recentes.
Se você já leu sobre alimentação, buscou dietas para emagrecer ou tentou resolver
algum problema de saúde através da alimentação e mudanças no estilo de vida, é
muito provável que já tenha se deparado com alguns desses mitos.
Ao guiar-se por mitos, você pode estar dando passos na direção contrária
dos seus objetivos.
Ao invés de cultivar bem-estar para poder viver mais e melhor…. para poder viver livre
de sintomas desconfortáveis… e para desfrutar de uma aparência física harmoniosa e
seu peso ideal...você pode estar complicando sua vida desnecessariamente. Pode estar
se privando sem necessidade, gerando ansiedade, confusão e compulsões alimentares.
E pode estar cultivando hábitos ruins que, aos poucos, deterioram a saúde e criam o
cenário para uma dependência de medicamentos e uma qualidade de vida sofrível.
Criamos este pequeno livro digital com dois objetivos:
É muito importante frisar que tudo que abordo em meus cursos, eventos, palestras e
livros digitais como este são fruto de mais de duas décadas de estudo e prática de Saúde.
Opiniões não trazem retorno significativo à sociedade e, por isso, vou me ater
somente aos fatos comprovados pela ciência.
Esta será uma leitura útil e prazerosa que não passará de 15 minutos, pois eu quero
respeitar o seu precioso tempo.
Vamos lá?
1.
O mito do leite
para ter
ossos fortes
“Preciso beber leite
para obter cálcio”
O cálcio é um nutriente vital, necessário para a formação e saúde dos ossos e
dentes e também utilizado pelo corpo para outras funções importantes.
De acordo com pesquisas, apenas 16% das mulheres entre 20 e 29 anos obtém
cálcio suficiente em sua alimentação diária.
Existem ainda aqueles que optam por não consumir produtos de origem animal.
Uma breve leitura de rótulos nos revela que um copo de leite contém por volta de
300 mg de cálcio.
Mas, precisamos entender que existem outras opções de alimentos que são
ricos em cálcio e que podem ser incluídos no nosso dia a dia.
Alguns exemplos:
Feijão branco:
232 mg em uma xícara
de feijão cozido, é
quase o mesmo que
um copo de leite.
Sardinhas
321 mg em uma lata
- MAIS do que em um
copo de leite.
Além disso, no caso das
sardinhas, este cálcio
ainda vem acompanhado
de ômega 3 e a vitamina
D que o corpo necessita
para absorver o cálcio
adequadamente.
Melaço de cana
172 mg por 1
colher de sopa, o
que faz do melaço
uma das mais
nutritivas opções
de adoçantes.
Couve
Aqui temos uma "superstar do cálcio"
- quase 350 mg de cálcio, 1/3 das
necessidades diárias em uma xícara
de de couve refogada, um prato que
eu considero delicioso.
Outros legumes, como o brócolis, a couve-flor, a acelga, a rúcula e outras folhas verde
escuras são igualmente boas fontes de cálcio, assim como o quiabo.
Amêndoas, gergelim e outras sementes podem ser ótimas fontes de cálcio também,
embora menos concentradas.
Então, com uma alimentação que inclua alguns destes alimentos em boas quantidades,
não haverá problemas para conseguir o cálcio que o seu corpo precisa.
De fato, dois elementos são indispensáveis para isso, a Vitamina D3 (falaremos mais
dela adiante!) e a Vitamina K2.
A atuação conjunta destes quatro nutrientes é mais significativa para a saúde geral do
organismo e dos ossos e dentes do que a maioria das pessoas imagina.
Portanto, você consegue obter cálcio suficiente de modo fácil e saboroso, bastando
ter uma alimentação variada e densamente nutritiva.
Beber leite e seus derivados não é uma necessidade, é apenas uma opção - dentre
inúmeras outras.
2.
O mito
do sódio
“Afinal, o sal faz
bem ou faz mal?”
O sal é outro elemento mal compreendido pela maioria das pessoas.
Acontece que essa restrição é feita quase sempre com muito pesar, pois o sal
realça os sabores, ameniza o amargo e desperta o paladar.
Certamente você já escutou que o sal pode causar problemas e que é melhor evitá-
lo, mas na verdade O SAL É NECESSÁRIO para o bom funcionamento do corpo.
A diferença entre o remédio e o veneno está na dose… mas será que a quantidade
que normalmente é considerada excessiva, traz reais danos à saúde?
A própria origem da palavra “sal” revela que esta substância sempre esteve associada à
saúde, isto fica claro em palavras como salubre ou salutar - aquilo que promove a saúde.
O sal era visto pelos romanos como uma dádiva divina, que conferia sabor e
conservação aos alimentos e proporcionava saúde e vitalidade. É daí também que
deriva a palavra salarium - ou salário, pois os soldados romanos recebiam seus
pagamentos com uma porção de sal.
Como dito, o potássio funciona em conjunto com o sódio e é crucial para as funções
normais do organismo, como a contração muscular e do coração, a transmissão
de impulsos nervosos e para o funcionamento de algumas enzimas.
Então, grave isto: uma quantidade suficiente de potássio pode baixar a pressão
sanguínea de forma muito mais impactante do que a eliminação do sal.
Em outras palavras, não é preciso colocar menos sal em seus pratos, contanto que
você obtenha uma boa quantidade de potássio, de 4 a 5 gramas por dia.
Você consegue suprir suas necessidades de potássio, consumindo generosas porções
diárias de alimentos como o abacate, que é a melhor fonte de potássio, damascos,
vegetais verdes escuros, sementes de abóbora, água de coco, banana, dentre outros.
O que realmente faz com que muitos exagerem no sódio é o consumo de alimentos
ultraprocessados - salgadinhos, sopas prontas e até refrigerantes de cola.
Portanto, se você tem uma alimentação equilibrada, baseada em comida de verdade e utiliza
sal natural, acredito que não há nenhum motivo para se preocupar com o excesso de sódio.
Mas, caso você ainda tenha uma alimentação baseada em industrializados, com
deficiência de potássio e utilize sal refinado, diminuir o consumo de sal é algo que
não vai trazer grandes melhorias em sua qualidade de vida.
3.
Precisamos
sempre nos
proteger
do sol e
utilizar
filtro solar
“Expor-se ao sol é perigoso,
pode causar câncer”
Essa é uma ideia bastante difundida e certamente responsável por grande parte
da epidemia de carência de vitamina D que, segundos estudos, afeta mais da
metade da população mundial.
Ou seja, se você se protege do sol com medo de câncer de pele, saiba que os riscos de
doenças cardiovasculares, autoimunes e, ironicamente, até de câncer, aumentam.
Uma postura que considero sensata é: a exposição excessiva ao sol pode ser um fator
contribuinte para o câncer de pele, em conjunção com outros fatores, relacionados à
alimentação, poluição, estilo de vida. Cuide da sua saúde como um todo e não tenha
medo de se expor ao sol, sempre escutando seu corpo e os seus sinais, sem excessos.
Se expor ao sol da manhã é o que a maioria dos profissionais recomenda e é algo realmente
benéfico, mas para a produção da vitamina D é preciso se expor ao sol da 10:00 em diante,
até aproximadamente 14:00. Sim, o período que a maioria das pessoas evita.
Mas a boa notícia é: Você não precisa ficar uma hora no sol quente, dependendo do seu tipo
de pele, apenas 15 minutos diários já são o suficiente para uma boa produção de vitamina
D. Para peles mais escuras , por volta de 25, 30 minutos sem filtro solar, pois o protetor
bloqueia justamente a radiação necessária para a produção de vitamina D na pele.
E qual é a importância
da Vitamina D?
Ela tem participação em mais de 85 funções
do corpo e tem relação com mais de 2000
genes importantes.
Vou explicar porque o azeite de oliva é uma opção excelente para cozinhar,
refogar e até mesmo fritar alimentos.
Quando gorduras e óleos são expostos a temperaturas elevadas, eles podem
ser danificados. Isto é particularmente verdadeiro no que diz respeito aos óleos
ricos em gorduras poliinsaturadas, os mais sensíveis e instáveis.
Esta é a realidade de muitos óleos vegetais, como o óleo de soja, canola, girassol
e milho. Quando superaquecidos, podem formar vários compostos nocivos...
incluindo peróxidos de lípides e aldeídos, os quais podem contribuir com o
câncer, conforme alguns estudos.
• Estabilidade oxidativa, que significa o quão resistente é o óleo ao reagir com oxigênio.
Este estudo demonstra que mesmo o mito de que o azeite extra virgem não é
próprio para o aquecimento está equivocado.
Não tenha medo de cozinhar com o azeite, ele é saudável e deixa seus pratos muito
saborosos. Mas é claro que estou me referindo à azeites puros, de qualidade.
Isso não vale para azeites que foram misturados com óleo de soja, o que
infelizmente é algo comum. Idealmente, busque azeites não filtrados, com selo
de origem, ou com certificação orgânica.
Todos sabemos que queijos amarelos são mais concentrados e compactos, e por
isso, oferecem um menor percentual de água e um maior percentual de gordura.
Teoricamente seriam, por este motivo, menos saudáveis.
A base que sustenta este mito está nas ideia de que comer gordura engorda e que comer
alimentos ricos em colesterol aumenta o colesterol, podendo entupir as artérias e causar
doenças cardíacas. Estes são equívocos que necessitam de mais tempo e espaço para
um esclarecimento mais detalhado. Faremos isso em breve, não se preocupe.
Quanto mais amarelo
o queijo, mais leve e
fácil de digerir.
O que posso adiantar é que a era dos alimentos light já acabou. Na verdade, o
queijo amarelo não é só mais saboroso do que o queijo branco.
Isso acontece porque enquanto ele passa pelo processo de maturação que
transforma seu aspecto, cor e sabor, ele está na verdade sendo "pré-digerido" por
bactérias, ou lactobacilos.
Então, se você gosta de queijos e os digere bem, pode ficar tranquilo: o queijo
parmesão, ou o queijo canastra curado não são apenas mais saborosos do que o
queijo branco, ricota ou cottage - eles são bem mais leves e saudáveis também.
Os franceses, aliás, já sabem disto há muito tempo. Na frança não se come queijo
branco, por considerar-se como um queijo que ainda não está pronto.
Ninguém precisa comer queijo para viver, e não são todas as pessoas que toleram
bem os queijos. Este é um capítulo à parte.
Se quiser opções ainda mais digestivas, opte pelos queijos de ovelhas ou cabras,
também curados, que apresentam um perfil de aminoácidos ainda mais adequado
para o organismo humano.
Como eu disse, desmistificar o mito de que comer queijos branco é mais inteligente
do que comer queijos amarelos exige entender alguns outros conceitos básicos da
nutrição, e eu falarei mais sobre isso em um evento online e gratuito que vou oferecer
em janeiro de 2019. Vamos te avisar por e-mail com antecedência para você assistir.
Espero que este conteúdo tenha contribuído para que suas escolhas sejam mais
saudáveis… e mais agradáveis também!
Se estas informações são novas para você, e talvez até apontem algo contrário do que
você acreditava, pode ser que a leitura deste breve e-book não tenha sido o suficiente
para satisfazer sua necessidade de compreensão.
Se você quer se aprofundar nestes temas e se interessa por aprender como cultivar a
própria Saúde com excelência, então sugiro que você clique AQUI para visitar meu canal no
Youtube. Gravei vários vídeos sobre estes e outros temas, e acredito que você vai apreciar.