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Hermenêutica
Enredo
Em adição à hermenêutica, a outra grande diferença entre o
Dispensacionalismo e a Teologia da Aliança concerne o enredo
Bíblico. Os debates usualmente envolvem temas importantes tais
como a natureza de promessas e alianças do Velho Testamento, a
identidade e papel de Israel nos propósitos de Deus, a identidade e
papel da igreja, e o que foi cumprido na primeira vinda de Jesus e
o que resta ser cumprido na segunda vinda de Jesus.
Mas no fundo eu creio que as duas maiores diferenças de enredo
concernem: (1) o papel da nação de Israel nos propósitos de Deus,
e (2) se haverá uma fase de reino intermediário no programa do
reino de Deus na terra após esta presente era mas antes do Estado
Eterno.
No que toca a Israel, o Aliancismo entende Jesus como o
verdadeiro Israel e que promessas do Velho Testamento ao Israel
nacional no Velho Testamento são sombras que encontram
cumprimento Nele. E quando todos os crentes, incluindo Gentios,
se tornam unidos com Cristo, eles se juntam a “Israel” também.
Isto significa que o conceito de “Israel” expande-se para incluir
Gentios. Assim a igreja em Jesus é o novo/verdadeiro Israel e a
culminação dos planos de Deus para Seu povo. Não existe
qualquer necessidade de uma restauração do Israel nacional já que
Jesus é “verdadeiro Israel” e a igreja em Jesus é agora Israel.
Além disso, conquanto reconhecendo um aspeto “ainda não” do
reinado de Jesus, Aliancistas tendem a enfatizar fortemente
cumprimento na primeira vinda das promessas e alianças do
Velho Testamento. Para a maioria dos Aliancistas o reinado
Davídico/Milenar de Jesus e o reinado dos santos está ocorrendo
agora a partir do céu. Então nós estamos atualmente no reino
messiânico de Jesus. Ademais, promessas de aliança do Velho
Testamento estão maioritariamente sendo cumpridas agora.
Portanto, não existe qualquer necessidade de um futuro reinado
terreno de Jesus já que esta era é a era do cumprimento e do
reinado de Jesus.
Dispensacionalismo, por outro lado, celebra a identidade e o papel
de Jesus como o verdadeiro Israelita, mas esta verdade não
significa a insignificância da nação de Israel. Os planos de Deus
para Israel envolvem um papel de serviço para a nação e para o
“verdadeiro Israelita” – Jesus o Messias. A identidade de Jesus
como o verdadeiro Israelita significa a restauração da nação de
Israel como ensina Isaías 49:3-6 ensina. Sempre foi plano de
Deus para a nação de Israel cumprir uma missão de serviço e
liderança para as nações (Gn 12:2-3; Dt 4:5-6). Israel falhou esta
missão no Velho Testamento mas sob o Messias Jesus, Israel irá
cumprir o seu destino de liderança e serviço para as nações em
um vindouro reino messiânico sobre as nações (Is 2:2-4). Já que
as nações existem no vindouro reino messiânico não deveria ser
surpresa alguma de que Israel como nação tenha um papel para as
nações durante este período – sob o Messias Jesus. Já que o Israel
nacional ainda é significante, não é verdade que a igreja seja o
novo Israel que suplanta ou substitui Israel nacional nos
propósitos de Deus. A igreja é o instrumento para proclamação do
evangelho e do reino nesta era, mas Israel ainda terá um papel
para as nações quando Jesus retornar. A igreja desta era também
participará na regência de Jesus sobre as nações (Ap 2:26-27;
3:21).
Ao contrário dos Aliancistas, Dispensacionalistas não creem que
o conceito de “Israel” se expande para incluir Gentios. Em vez
disso, o conceito do “povo de Deus” se expande para incluir
crentes Gentios ao lado de crentes Israelitas. Não é plano de Deus
que todos os crentes se tornem Israel, mas sim que haja
diversidade no povo de Deus conquanto a ideia do povo de Deus
inclui ambos Israelitas e Gentios sem que eles percam sua
identidade étnica. Mesmo no Estado Eterno o povo de Deus é
chamado de “as nações” (Ap 21:24, 26).
Também importante para o enredo Bíblico, segundo o
Dispensacionalismo, é a necessidade de um vindouro reino
terreno no qual o Último Adão e Messias regerá a terra com
sucesso para a glória de Deus. Um reinado de sucesso sobre a
terra deve ocorrer. Deus encarregou Adão e a humanidade de
reger a terra com sucesso em Seu favor em Génesis 1:26-28, mas
este mandato ao reino permanece incumprido por agora, algo que
o autor de Hebreus afirma em Hebreus 2:5-8. Portanto, deve
haver um vindouro reino terreno de Jesus porque deve haver um
reinado de sucesso do Ultimo Adão (Jesus) na esfera em que o
primeiro Adão falhou. Já que este reinado envolve nações, o
Messias usará Israel como um instrumento para Seu reinado
durante este tempo. Portanto um vindouro reinado terreno de
Jesus sobre as nações com Israel como um instrumento de Sua
regência é essencial para o entendimento dispensacional do
enredo Bíblico.
Conclusão
Muito mais poderia ser dito sobre outras importantes diferenças
entre o Dispensacionalismo e a Teologia da Aliança mas os
pontos mencionados acima estão no núcleo das diferenças.
Dispensacionalistas e Aliancistas discordam na hermenêutica e no
enredo Bíblico particularmente no que toca ao papel de Israel nos
propósitos de Deus e à necessidade de um vindouro reino terreno
do Messias.
https://dispensacionalismohoje.wordpress.com/2017/03/12/quais-sao-as-mais-importantes-
diferencas-entre-o-dispensacionalismo-e-a-teologia-da-alianca/