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CAPÍTULO 5

A OBEDIÊNCIA DE UMA CHAMADA

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T
ende em vós o mesmo sentimento que houve também
em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus,
não considerou o ser igual a Deus, mas esvaziou-se a
si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se seme-
lhante aos homens; e, achado na forma de homem, humi-
lhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e
morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberana-
mente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; para que
ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos
céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda Lfngua confesse
que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai." (FiLi-
penses 2:5-11)
Jesus é nosso maior referencial de obediência. A obe-
diência foi uma das maiores marcas do ministério do Mes-
sias e a razão do Seu êxito. Em tudo, Jesus foi Obediente

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ao Pai. Ele seguiu a chamada recebida, escutava sempre
com atenção as ordens de Deus através de cada momento de
inti midade.
E o fundamental: Jesus cumpriu Sua missão. Durante
todo o tempo em que ficou na Terra como Homem, execu-
tou e desempenhou com muito respeito a obediência à lei
de Deus e à lei dos homens.
Como líderes, em muitas situações, encontramos difi-
culdades para obedecer aos que estão sobre nós. Obedecer
ao comando de alguém, de um líder, pode não ser algo fácil,
mas é possível. É uma questão de disciplina e respeito. Todo
líder que é nascido de novo precisa ter essa marca no seu
caráter. Quando obedecemos, matamos a nossa carne e
prosperamos.
Em algumas ocasiões, para obedecermos, teremos que
negar o nosso eu exatamente como Jesus obedeceu, em
submissão. Ainda que haja questionamentos dentro de nós,
devemos obedecer.

A obediência gera fruto de vida, e a desobediência


gera fruto de morte. Há o fruto que alimenta e há o fruto
que mata. Quando decidimos pela obediência, somos re-
compensados. Muitos ainda não alcançaram níveis maiores
de conquistas porque são resistentes. Todo desobediente é
rebelde, e todo rebelde é idólatra.
Obedecer é treinar a própria vontade, mesmo com
sacrifícios. Para cumprirmos algo realmente relevante, de-
vemos fazer renúncias. Até nas aparentes perdas, há vanta-
gens na obediência. .

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A meLhor maneira de honrar o Líder é obedecendo-o,
respeitando-o. O Líder precisa ser obediente para Levar o Li-
derado a treinar a obediência. Os Liderados respondem se-
gundo tudo aquilo que veem em seus Líderes. Como é o Líder,
assim é a sua geração.
O Líder que tem uma obediência treinada obtém re-
suLtados de obediência com seus Liderados. Se o Líder qui-
ser prosperar, eLe precisa obedecer, continuar obedecendo e
viver obedecendo.
Para caminharmos juntos em equipe, é necessário de-
cidirmos obedecer aos comandos que recebemos do Líder.
Quando não obedecemos, é porque não consideramos o Líder
que temos. Mas quando obedecemos, trazemos benefícios
para nossa própria vida. Em tudo devemos exercer a obe-
diência, senão atraímos maLdição.
Ninguém obedece de verdade com restrições. Às
vezes, não concordamos com aLgumas coisas, mas mesmo
assim precisamos obedecer, pois a obediência independe de
concordar.
A obediência é um princípio váLido tanto para ímpios
quanto para fiLhos de Deus. O ímpio, em sua vida secuLar,
tem requisitos que precisam ser obedecidos; quando isso
não acontece, eLe recebe punição. O mesmo acontece com
os fiLhos de Deus.
Toda Lei deve ser cumprida. Um exempLo simpLes disso
é o sinaL de trânsito. Quando um homem quebra a regra da
obediência, eLe perde regaLias, eLe paga um preço. Isso é vá-
Lido para justos e injustos.

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Obediência é uma chamada sem direito a reivindica-
ção, que nos leva a níveis de morte: morte do ego, morte
dos sentimentos, morte da-própria vontade.
Quantas vezes, para obedecer, temos que abrir mão de
nossa própria vontade em favor de alguém: cônjuge, filhos,
líderes, discípulos, amigos, etc. Foi o que Jesus fez por nós.
Não fomos chamados para obedecer em parte, mas
para sermos obedientes em tudo. "Exorta os servos a que
sejam submissos a seus senhores em tudo, sendo-lhes agra-
dáveis, não os contradizendo nem defraudando, antes mos-
trando perfeita lealdade, para que em tudo sejam ornamento
da doutrina de Deus nosso Salvador." (rito 2:9,10)

A obediência nos dá direito à liberdade. Obedecer é


sair de sacrifícios. Andamos com um Deus que requer de nós
a obediência e não o sacrifício. Porque obedecemos, não
precisamos sacrificar. A obediência se faz conhecida e todo
líder obediente é honrado (Romanos 16:19).
Quando somos obedientes, Ele satisfaz o desejo do
nosso coração. O obediente rompe fortalezas na alma e é le-
vado a lugares de honra. Portanto, saia de perto daqueles
que o levam a desobedecer; não os ouça.
Todo homem obediente abre caminhos de bênçãos
para que os liderados entrem. A obediência destrói os con-
ceitos que se levantam contra o conhecimento de Deus.
"Porque, embora andando na carne, não militamos se-
gundo a carne, pois as armas da nossa milícia não são car-
nais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas;
derrubando reciocinios e todo baluarte que se ergue contra

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o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento
à obediência a Cristo." (11 Corintios 10:3-5)

Abraão, ao receber a ordem de Deus, de sair do meio


de sua parentela e da sua terra para ir a uma terra que o Se-
nhor lhe mostraria, obedeceu. Hoje, se podemos subir à
Terra Santa, foi porque ele não hesitou, apenas obedeceu.

As QUALIDADES DE UM DISCÍPULO OBEDIENTE

1. É SÁBIO

odiscípulo treinado na obediência torna-se sábio


para o bem e simples para o mal. Ele exerce a obediência e
tem respaldo para exigi-la por causa do seu testemunho.

2. TEM ENTENDIMENTO

Quando o discípulo é obediente, ele tem entendi-


mento acerca do que acontece a sua volta, porque a obe-
diência o faz ter um só coração. Ele aprende a viver as
nuances do ministério, alegrando-se com o que está acon-
tecendo.

3. É FÔRMA QUE FORMA

Busca na Palavra ser referencial em obediência, como


Jesus, para que outros possam aprender através de seu tes-
temunho de vida.

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DISCIPULADO, SINÔNIMO DE OBEDIÊNCIA

o conceito de discipulado se resume na palavra obe-


diência. Esse exemplo deve vir dos líderes para os liderados.
Se não temos no coração a disponibilidade de obedecer, não
podemos exigir obediência de ninguém.

Na Visão Celular, um discípulo é formado na obediên-


cia. Ele aprende a obedecer, obedecendo. É necessário
tempo de investimento em sua vida. Quanto tempo devemos
investir? O tempo necessário para que ele descubra a rota
da obediência. Quando isso acontece, o discípulo descobre
quem ele pode ser em Cristo Jesus.

Se você gera um discípulo obediente, você cumpriu a


missão dentro da Visão. Obediência fala de fidelidade. E o
modelo de obediência para o discípulo deve ser o líder. Mas
há discípulos que são manipuladores e seduzem seus líde-
res a não obedecer. Porém, um líder não deve se permitir ser
conduzido pelo seu liderado.

Pastor vê pasto, ovelha vê capim; e cada um res-


ponde no nível em que está vendo. O discípulo reproduz o
que vê e o que ouve. Por isso, líder, muito cuidado com o
seu testemunho.

Em suas reuniões, você precisa seguir o material que


o seu discipulador lhe passa para ter legalidade, respaldo e
respeito dos seus discípulos. Se não há disciplina em obe-
decer algo tão pequeno, como ministrar nas Células o es-
tudo recebido, como os discípulos serão obedientes se eles
apenas reproduzirão o que aprendem com você?

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Como o Líder pode exigir o que eLe não dá e não tem?
Muitas vezes, peLos Líderes, entra o espírito de desobediên-
cia na Igreja e nos discípuLos. Se aLgo é transmitido para
eLes, diferente da instrução recebida, eLes farão o mesmo
em suas reuniões.
Se o discípuLo ouve do Líder o que é certo, mas vê que
as suas atitudes anuLam o seu discurso, eLes se tornam de-
sobedientes e rebeLdes. Quando o Líder tem unção, os dis-
cípuLos têm prazer em segui-Lo, porque sabem que não são
manipuLados, mas conduzidos ao triunfo.
Quando o Líder desobedece, sua autoridade é roubada.
Todo desobediente assina o óbito, pois morre em aLguma
área (I SamueL 15:22). A quem você pensa que seu discípuLo
está seguindo e por quê? Quando o Líder sai de debaixo da
instrução, os discípuLos seguem a instrução que Lhes pa-
rece a meLhor.
Até quando os -discipulos vão seguir o Líder? Pare
para pensar que os seus 12 ficarão com você o resto da
vida. Entenda que os discípuLos não são temporários, são
eternos. Jesus ficou com Seus discípuLos até ir para o céu.
Por esse motivo, devemos oLhar para nossos discípuLos
como investimentos.
o que marca a vida de um discípuLo é o exempLo do
discipuLador. Ou eLe se apaixona peLo Líder, ou o rejeita. Ele
se apaixona peLo Líder quando vê o exempLo, mas o dia em
que esse exempLo morre, o discípuLo morre também em vá-
rios níveis. ELedeixa de ir à Igreja, fica desacreditado das
coisas de Deus, desiste de ir para a céLuLaou para a EscoLa
de Líderes, etc.

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o líder é o referencial palpável de que há alguém sério
nesta Terra. A maioria das pessoas vem de um lar comple-
tamente destruído onde .perderam a esperança no pai, na
família e, quando encontram um discipulador, pensam ter
descoberto um exemplo. Eles copiam o líder em tudo. É
muita responsabilidade!
A maneira como o líder se comporta nas células, nos
cultos, em tudo, é observada. Todo líder deve ser obediente,
pois a obediência é o seu triunfo.
Vejamos esta história: dois homens foram gerados
quase na mesma época: João e Jesus, mas eles eram dife-
rentes no comportamento. João veio para abrir caminhos,
ele era a profecia personificada (Isaías 40). Quando o Mes-
sias, Jesus, assumisse o Seu ministério, o ministério de
João estaria completo e tudo o que ele teria de fazer era se
submeter a Jesus.
o nossocoração é enganoso e pode tomar caminhos
e veredas que Deus nunca escolheu para nós, perdendo,
então, a bênção que estava profetizada para toda a vida.
João tinha um temperamento totalmente ermitão; ele
gostava de ficar isolado. João não teve o privilégio de ser
discípulo de Jesus, porque não quis. Ele resolveu fazer um
ministério paralelo.
Jesus fez muitas reuniões de discipulado em Seu mi-
nistério, e João não foi a nenhuma delas. Vivia no deserto
com seus discípulos. Mas discípulos gerados em deserto não
frutificam. A esses discípulos, podemos chamar de particu-
lares, aqueles que formamos para nós mesmos.

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No mesmo deserto onde João andava só, Jesus an-
dava com uma multidão. Ele aglomerava a multidão nas ci-
dades e nos desertos também. A diferença entre João e
Jesus era que Jesus atraía a multidão, e João afastava as
pessoas.
Quando somos discípulos de Jesus, onde estivermos,
a multidão nos seguirá. Não haverá deserto que nos
amarre, que nos detenha no crescimento se a unção do
Messias estiver sobre a nossa vida. João foi desobediente
à sua chamada específica. Todos os que se insurgem contra
a autoridade perdem o pescoço.

Dois discípulos que estavam com João no deserto


foram até Jesus e O seguiram. Jesus não coloca qualquer um
na equipe, por isso quando os discípulos de João vieram
até Ele, ouviram a pergunta: Que buscais?
Os discípulos de João queriam ir para a casa de Jesus
e não queriam mais andar em desertos. Um deles se cha-
mava André e o outro a Bíblia não diz o nome. Podemos
dizer que o outra sou eu, é você.
Os discípulos de João não ganhavam ninguém. Porém,
André passou algum tempo com Jesus e logo ganhou sua fa-
mília, seu irmão Simão. Ao encontrar Jesus, Simão é sur-
preendido com as palavras de que, a partir daquele dia, seu
nome seria Pedra, sua identidade foi mudada.
Ninguém pode entrar na presença de Jesus e continuar
com a identidade velha. Nós até podemos levar um tempo
no processo de mudança, mas todos seremos mudados.

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Quando o Líder obedece ao comando de Jesus, ganha
a sua família. Um Líder de Linguagem dura não consoLida
discípuLos. Precisamos liberar paLavras de amor para nossos
discípuLos. Quando cuidamos das pessoas, nunca ficamos
sozinhos.
o campo de trabaLho de João era o deserto. Mas, no
deserto não temos visão, temos miragem e engano. ALguns
preferem viver em deserto, porque gostam de miragem, de
fantasia.
João. Levava o povo à miragem, mas Jesus Levava o
povo para casa. Se os seus Liderados estão vivendo de mi-
ragem, não haverá mudança na vida deLes, pois a miragem
é uma mentira, uma iLusão. Não deixe seus discípuLos na
iLusão.
No mundo espirituaL, somos discípuLos de Jesus. Jesus
não faz discípuLos para Si, faz para o Pai. Ao orar, ELedisse:
"Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles
que me tens dado, porque são teus." (João 17:9)
João também não fez discípuLos para si, porque os
que eLe pensava que eram deLe, não eram. Às vezes, esta-
mos fazendo discípuLos pensando que são nossos e não são;
eLes são do Pai.

Jesus não Se ufanou, Ele não quis usurpar os discí-


puLos do Seu Pai. Deus está querendo dizer que sempre es-
taremos gerando discípuLos para o nosso Líder e, se eLe não
os devoLver ao Pai, o probLema é deLe. Devemos fazer a
nossa parte: gerar discípuLos para o Líder, pois o rebanho
que cresce, cresce debaixo da unção deLe.

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Às vezes, geramos discípuLos que são tão nossos que
não respondem à voz do Líder que está sobre nós. Nessa
hora, provamos se nossos discípuLos são como os de Jesus,
que são Levados a Deus, ou se são como os de João, que
ficam guardados para si.
Cada remendo das roupas dos discípuLos de João sig-
nificava uma doutrina diferente, e é nesse contexto que
Jesus os repreende dizendo que não se põe remendo novo
em roupa veLha.
A roupa de Jesus era feita de uma só peça, tecida
sem costura aLguma. Jesus não quer que sigamos a ELepor
pedaços, quer que seja uma entrega integral, sem remendo
e sem costura. Há muitas pessoas "costurando" no Reino
de Deus.
Deus não tem roupa remendada para ninguém, então
se emende! Deus nos vestirá com uma roupa nova, tirará a
"
roupa do veLho homem" e nos dará a veste do novo homem
cheio de autoridade. Para receber vinho novo, é preciso Lim-
par tudo (Mateus 9:14-17).
Jesus chamou os discípuLos de João de odres veLhos
e Se apresentou como Vinho Novo. ELequis dizer que, como
Vinho Novo, não poderia Se derramar na vida daqueLes dis-
cípuLos que tinham muitas coisas veLhas dentro de si.

Odres novos foram feitos para receber vinho novo, e


odres veLhos só recebem vinho veLho. Jesus mostra que,
para andar com ELe, é necessário ceLebrar a presença do
Noivo.

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Quando os discípulos de João ainda estão conver-
sando com Jesus, chega o chefe da sinagoga (o tradicio-
nal), e adora Jesus, e pede ao Senhor que ressuscite a sua
filha. Os discípulos de João seguem Jesus para ver a res-
surreição e, nessa caminhada, uma mulher enferma toca nas
vestes de Jesus e é curada.
Quando o vinho novo é colocado em odre velho, o
odre sangra. Aquela mulher era um odre que sangrava, e
Jesus mostra que Ele pode estancar o odre que sangra. Deus
quer nos dar uma equipe ressuscitada e estancar a sangria
no discipulado. Aquela mulher é a figura da Igreja que não
pode continuar sangrando.
Quando Jesus entra na casa, Ele retira todos que es-
tavam ao redor daquela menina lançando palavras negati-
vas. Apenas os que criam, entraram para ver a ressurreição.
Haverá momentos no discipulado que deveremos fazer uma
seleção, pois há níveis de batalha que nem todos podem
participar.
Devemos sair dos remendos; devemos decidir de quem
somos discípulos; devemos treinar a nossa obediência.
Todas as vezes que tocamos em Jesus ganhamos vidas, pois
Ele estanca os odres que estão furados, sangrando. Deus es-
tanca as nossas hemorragias, a perda de vida.
Não aceite perder mais. Talvez você possua uma
equipe hemorrágica ou morta, mas Jesus ressuscitará os
seus 12 para que eles não andem mais estancados. Leve a
vida de Deus para a sua equipe e eles andarão alimentados
com a lembrança de que foram ressuscitados.

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Não perderemos vidas e não deixaremos mais os odres
perderem o vinho que Deus colocou. Rejeite as roupas re-
mendadas e receba o sobrenatural da ressurreição.

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