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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG

CENTRO DE TECNOLOGIAS E RECURSOS NATURAIS


UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL

ÍTALO OLIVEIRA ARAÚJO

ESTUDO SOBRE LOCAÇÃO DE OBRA E MOVIMENTO DE TERRA UTILIZADOS


NA CONSTRUÇÃO CIVIL

CAMPINA GRANDE-PB
2016
ÍTALO OLIVEIRA ARAÚJO

ESTUDO SOBRE LOCAÇÃO DE OBRA E MOVIMENTO DE TERRA UTILIZADOS


NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia apresentada à Universidade


Federal de Campina Grande - UFCG,
para a obtenção do título de Bacharelado
em Engenharia Civil. Orientador: Profª.
Drª. Izabelle Marie Trindade Bezerra.

CAMPINA GRANDE-PB
2016
2
ÍTALO OLIVEIRA ARAÚJO

ESTUDO SOBRE LOCAÇÃO DE OBRA E MOVIMENTO DE TERRA UTILIZADOS


NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Monografia apresentada para a obtenção


do título de Bacharel em Engenharia Civil.

APROVADO EM: ________/________/________

BANCA EXAMINADORA

Profª. Drª. Izabelle Marie Trindade Bezerra – UFCG


Presidente

Prof. Dr. Walter Santa Cruz - UFCG


Membro Interno

Prof. Msc. Ádney J. D. Souza


Membro Externo

3
A José Odernes Araújo, meu pai, que
por mim muito fez, e me inspirou a
seguir seus passos na Engenharia
Civil. Meu motivo de orgulho.

A minha família, minha mãe Maria


Verônica Oliveira Araújo e minha irmã
Izabela Oliveira Araújo, por sempre
depositarem em mim a confiança de um
futuro profissional brilhante.

4
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus pelo dom da vida e pela família maravilhosa na


qual fui concebido.

A meu pai, José Odernes Araújo, a quem eu decidi seguir o exemplo, pessoal e
profissional, e trilhar a mesma carreira na Engenharia Civil.

A minha mãe, Maria Verônica Oliveira Araújo, pelo carinho com o qual cuida de
nossa família e com o incentivo que me dá a cada dia para ser uma pessoa melhor.

A minha irmã, Izabela Oliveira Araújo, por sempre dividir comigo os bons e maus
momentos da vida e cuidar de mim às vezes como uma mãe.

A minha namorada, Roberta Sarmento Carvalho, por ser uma grande companheira e
constante incentivadora do meu progresso pessoal e profissional.

A João Batista Sarmento, in memorian, por toda confiança depositada quando me


ofereceu meu primeiro estágio. Que ele esteja no descanso eterno.

A minha orientadora Izabelle Marie Trindade Bezerra, pela condução da minha


pesquisa e trabalho de conclusão de curso com maestria, mostrando-me o quão
apaixonada ela é pelo que faz.

Aos professores que compõem essa banca Walter Santa Cruz e Ádney J. D. Souza
pela honrosa contribuição para o aperfeiçoamento deste trabalho de conclusão de
curso.

Aos amigos que ganhei nessa longa jornada acadêmica, pelas noites que passamos
em claro estudando, pelo companheirismo e por todos os momentos de alegria.

5
“Portanto, quem ouve essas minhas
palavras e as põe em prática, é como o
homem prudente que construiu sua casa
sobre a rocha.”
Mateus 7, 24

6
Lista de Figuras

Figura 1: Levantamento planimétrico (AlfaGEO, 2015). .............................................................. 16


Figura 2: Curvas de Nível do Pão de Açúcar e Morro da Urca - RJ (Oliveira, 1996). ............. 17
Figura 3: Nivelamento Geométrico (Canteiro de Obras, 2011). ................................................. 19
Figura 4: Levantamento planialtimétrico (Oliveira, 1996). ........................................................... 20
Figura 5: Determinação de distância horizontal (Bezerra, 2013). .............................................. 21
Figura 6: Determinação de distância horizontal com visada inclinada (Bezerra, 2013). ........ 22
Figura 7: Cavaletes (Martins, 2014). ............................................................................................... 24
Figura 8: Locação com tábua corrida (Klein, 2013). ..................................................................... 25
Figura 9: Nível de mangueira (Martins, 2014). .............................................................................. 26
Figura 10: Sequência de locação (Martins, 2014). ....................................................................... 28
Figura 11: Terraplenagem de pista de pouso – Junqueirópolis/SP (PlaniGEO, 2010). .......... 31
Figura 12: Planta de situação. .......................................................................................................... 36
Figura 13: Equipamentos para execução do gabarito. ................................................................. 38
Figura 14: Equipamentos topográficos. .......................................................................................... 38

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Lista de Fotografias

Fotografia 1: Gabarito da obra. ........................................................................................................ 37


Fotografia 2: Posicionamento do instrumento. .............................................................................. 40
Fotografia 3: Nivelamento do instrumento. .................................................................................... 40
Fotografia 4: Ângulo horizontal igual à zero................................................................................... 41
Fotografia 5: Visada dos pregos centralizados no eixo das estacas. ........................................ 41
Fotografia 6: Nivelamento geométrico dos pontos........................................................................ 43

8
Lista de tabelas

Tabela 1: Fatores de empolamento e expansão (DNIT, 2010). .................................................. 33


Tabela 2: Ângulos de discrepância. ................................................................................................ 45
Tabela 3: Distâncias do lado vertical l............................................................................................. 46
Tabela 4: Distâncias do lado vertical ll. ........................................................................................... 47
Tabela 5: Distâncias do lado horizontal l. ....................................................................................... 48
Tabela 6: Nivelamento geométrico. ................................................................................................. 50
Tabela 7: Quadro de cubação. ......................................................................................................... 50
Tabela 8: Controle de caçambas. .................................................................................................... 52

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RESUMO

A construção civil é uma área em constante desenvolvimento e que necessita


de eficiência em todas as etapas de sua concepção. A locação de obra é a fase
primordial que vai nortear as demais. Os erros que nela podem ser cometidos vão se
acumular por toda obra, podendo estes acarretar custos e na pior das hipóteses, a
necessidade de demolição da mesma. O gabarito é um método de locação bastante
utilizado por ser de fácil utilização e de custo relativamente baixo. A utilização de
instrumentação topográfica para auxílio na execução do gabarito é de grande
importância, garantindo assim, uma diminuição de erros ao decorrer do processo.
Esse trabalho teve como objetivo realizar uma verificação utilizando instrumentos
topográficos, do gabarito previamente concebido de uma obra localizada em
Campina Grande e também realizar levantamento de uma área onde foi retirado
material e posteriormente reposto. Foram feitas verificações de distâncias e ângulos
nos lados do gabarito. De acordo com os resultados foi possível observar que os
métodos empregados apresentaram pequenas discrepâncias entre si, porém foram
bastante representativos.

Palavras-chave: Locação de obra; Gabarito; Instrumentos topográficos.

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Sumário

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 13
2. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 14
2.1. Objetivo geral .......................................................................................................................... 14
2.2. Objetivos específicos ............................................................................................................ 14
3. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................... 15
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................................... 15
4.1. Levantamento topográfico ................................................................................................... 15
4.1.1. Levantamento planimétrico ......................................................................................... 16
4.1.2. Levantamento altimétrico ............................................................................................ 17
4.1.3. Levantamento planialtimétrico ................................................................................... 19
4.1.4. Métodos diretos e indiretos para determinação de distâncias horizontais ... 20
4.2. Locação de obra ..................................................................................................................... 22
4.2.1. Procedimentos que antecedem a locação da obra ............................................... 23
4.2.2. Tipos de locação ............................................................................................................ 23
4.2.3. Processos de locação com gabarito ......................................................................... 24
4.2.4. Tipos de nivelamento .................................................................................................... 26
4.2.5. Equipamentos e ferramentas utilizados para realizar a locação de uma obra26
4.2.6. Sequência para locação de obras.............................................................................. 27
4.2.7. Termos utilizados na locação de obras ................................................................... 29
4.2.8. Utilização de aparelhagem topográfica na locação de obras ............................ 30
4.3. Terraplenagem ........................................................................................................................ 30
4.3.1. Controle de retirada e entrada de material .............................................................. 32
4.3.2. Coeficiente de empolação............................................................................................ 32
4.4. Equipamentos para locação ................................................................................................ 34
4.4.1. Teodolito ........................................................................................................................... 34
4.4.2. Nível ................................................................................................................................... 34
4.4.3. Mira..................................................................................................................................... 34
4.4.4. Trena .................................................................................................................................. 35
4.4.5. Nível de mangueira ........................................................................................................ 35
4.4.6. Prumo de centro ............................................................................................................. 35
5. MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................................. 35
5.1. Caracterização da obra em estudo e planta de situação............................................. 35

11
5.2. Locação com gabarito .......................................................................................................... 37
5.3. Verificação da locação com instrumento topográfico e cálculo do volume de
movimento de terra ............................................................................................................................ 38
5.3.1. Verificação dos ângulos de discrepância nos lados do gabarito ..................... 39
5.3.2. Verificação das distâncias entre os eixos de locação ......................................... 42
5.3.3. Nivelamento geométrico da área escavada ............................................................ 42
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................................... 43
6.1. Verificação dos ângulos de discrepância nos lados do gabarito ............................. 43
6.2. Verificação das distâncias entre os eixos de locação ................................................. 45
6.3. Nivelamento geométrico da área escavada e determinação do volume de
material e coeficiente de empolamento ....................................................................................... 49
6.3.1. Determinação do volume de material retirado ....................................................... 49
6.3.2. Determinação do volume de material que foi utilizado como aterro ................ 51
6.3.3. Cálculo do coeficiente de empolamento .................................................................. 52
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................... 54
8. REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 55
9. ANEXOS ............................................................................................................................................ 56

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1. INTRODUÇÃO

A Topografia [do grego topos (lugar) e graphein (descrever)] é uma área da


ciência que tem como objetivo representar, no papel, as características de um
terreno com as benfeitorias que estão em sua superfície. Ela permite a
representação, em planta, dos limites de determinada área, como também dos
detalhes que estão no seu interior (Borges, 2013).
A Topografia é uma ciência utilizada há bastante tempo e por inúmeras áreas
da Engenharia Civil. Ela permite, por exemplo, que se façam determinações precisas
de locação de obra.
Com o passar do tempo, as obras civis têm se tornado cada vez mais
sofisticadas e a necessidade de uma boa execução das mesmas é enorme. Uma
forma de atender rigorosamente às especificações técnicas é realizar um correto
levantamento topográfico. O levantamento é o ponto de partida de qualquer obra,
pois é a partir dele que se pode delimitar a área a ser construída e qual a
característica altimétrica do terreno, sendo esta capaz de se conhecer utilizando o
traçado das curvas de nível, as quais vão identificar se o mesmo é plano, ondulado
ou montanhoso.
O levantamento topográfico é essencial a partir do momento que é utilizado
como base para o desenvolvimento de qualquer construção civil e, posteriormente,
pode ser utilizado para locar em obra os dados que foram processados no escritório
e organizados na forma de um projeto. Portanto, é possível concluir que uma
locação de obra eficaz é aquela sequenciada de um bom levantamento.
Existem dois tipos de locação de obra, um que faz uso de equipamentos
topográficos e o outro que não utiliza. Cada método será mais apropriado
dependendo do porte da obra. Obras de pequeno porte não possuem grande
necessidade de instrumentação topográfica para locação, o que poderia ser um
custo adicional desnecessário, sendo a locação com gabaritos bastante eficaz, se, é
claro, for executada de forma correta e com responsabilidade. Para grandes obras
com necessidade de uma maior precisão de medidas, utilizam-se os instrumentos
topográficos, os quais obviamente vão acarretar um acréscimo no valor do
levantamento, porém irão garantir que erros não aconteçam e se propagem ao longo
de outras fases do processo construtivo, o que acarretaria um prejuízo muito maior
do que o investimento por se optar por esse tipo de prática.
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Outra prática de muita importância para determinação de orçamento na
construção civil é a terraplenagem. É muito comum observar obras que tiveram
prejuízos em decorrência de irresponsabilidades cometidas durante o processo de
terraplenagem. Sendo assim, este processo deve ser muito bem executado por
profissionais capacitados, com material adequado a situação que a obra necessite e
da maneira mais econômica, garantindo assim, a segurança e viabilidade da
mesma.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Fazer uma comparação entre os tipos de locação realizados nas obras da


construção civil, usando como modelo uma obra localizada na cidade de Campina
Grande e realizar levantamento para determinação da cubação de determinado
volume escavado, na mesma obra.

2.2. Objetivos específicos

 Realizar levantamento planialtimétrico do terreno em estudo, com a utilização


de instrumentos topográficos (teodolito e nível);
 Comparar os dados de locação utilizando o teodolito e o nível, com a locação
por gabarito realizada na obra em estudo;
 Realizar levantamento para determinação do volume de material escavado;
 Determinar o fator de empolamento a partir dos dados coletados em campo
do volume de material escavado, e posteriormente, do volume transportado;
 Classificar o tipo de solo de acordo com o fator de empolamento;

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3. JUSTIFICATIVA

Este trabalho foi destinado ao estudo dos tipos de locação e determinação do


movimento de terra realizado em determinada área, calculando-se o volume de
material que foi retirado e o fator de empolamento a partir do volume de material
escavado e do transportado. É de fundamental importância que cada uma dessas
etapas seja executada com extrema precisão e, claro, da maneira mais econômica.
A locação da obra deve ser executada de forma eficaz, visando evitar erros
que se propagam por todo o processo construtivo, gerando custos materiais e de
tempo para que os mesmos possam ser corrigidos. O método do gabarito, por ser o
mais utilizado na construção civil em obras de pequeno porte, deve ser executado
com êxito e a utilização de instrumentação topográfica para sua conferência é de
grande valor, sendo uma maneira adicional para garantir a segurança de que o que
foi feito está correto e a obra poder prosseguir com tranquilidade.
Outro fator importante é o processo de execução da terraplenagem, que na
grande maioria das obras da construção civil se faz presente. A necessidade desse
procedimento está atrelada ao tipo de terreno no qual será executada a obra, como
também nas características do projeto. Nesse sentido, este trabalho dedicou-se a
fazer um cálculo do volume de material que foi retirado da obra em estudo e
determinar o coeficiente de empolamento do aterro que posteriormente foi
executado.

4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1. Levantamento topográfico

O levantamento topográfico é o conjunto de métodos e técnicas com a


finalidade de determinar o posicionamento de pontos na superfície da Terra. Essa
determinação é possível através de medidas lineares (distâncias horizontais,
verticais e inclinadas) e angulares (ângulos verticais e horizontais), materializando
os pontos no terreno e, consequentemente, determinando suas coordenadas
topográficas (NBR-13133, 1994).

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Com a utilização de equipamentos adequados e do seu correto manuseio, é
possível fazer uma representação planimétrica em uma escala pré-definida e uma
representação altimétrica da mesma maneira.
Existem três tipos de levantamento, os quais são: levantamento planimétrico,
levantamento altimétrico e o levantamento planialtimétrico.

4.1.1. Levantamento planimétrico

Corresponde ao levantamento dos limites de uma determinada porção da


superfície terrestre, pela determinação do seu perímetro, da sua orientação com
base em algum referencial e de pontos importantes localizados ao seu redor. Neste
levantamento são definidos as distâncias e ângulos, ambos horizontais (NBR-13133,
1994).
É possível realizar esse levantamento utilizando poligonais como linhas
básicas (poligonal aberta, poligonal fechada e poligonal amarrada), medindo os
ângulos que os alinhamentos fazem entre si, nas estacas, e os comprimentos dos
mesmos (Borges, 2013).
Existem quatro tipos de levantamento planimétrico: por caminhamento,
irradiação, intersecção e ordenada. Na Figura 1 pode ser observada uma planta
baixa com a representação dos dados de um levantamento planimétrico.

Figura 1: Levantamento planimétrico (AlfaGEO, 2015).

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4.1.2. Levantamento altimétrico

Corresponde ao levantamento das alturas relacionadas a um ponto de


referência. Nesse levantamento são definidos os ângulos verticais utilizados para
determinação das distâncias verticais, pela estadimetria.
O nivelamento geométrico é um tipo de levantamento altimétrico, podendo o
mesmo ser simples ou composto. No caso do nivelamento simples, ao se posicionar
o instrumento (nível) em determinado local, é possível visar todos os pontos
demarcados pelos piquetes e, com o auxílio da mira, determina-se a altura dos
mesmos. Para o caso do nivelamento composto, é necessária a mudança de
posição do instrumento para que se possa visar pontos que não foram visados na
posição anterior. Nos dois casos, as alturas são definidas a partir de uma referência
de nível, a qual deve ser relacionada ao nível médio do mar para projetos de grande
importância e podendo ser arbitrada para projetos particulares, neste caso, um valor
inteiro qualquer, estipulando-se que um determinado ponto possui, por exemplo,
cota ou elevação de 100m (Borges, 2013).
Uma forma de representação altimétrica bastante utilizada são as curvas de
nível, as quais são linhas que ligam pontos, na superfície do terreno, que possuem
uma mesma cota (mesma altitude). A Figura 2 apresenta a ilustração das curvas de
nível do Pão de Açúcar e Morro da Urca no estado do Rio de Janeiro.

Figura 2: Curvas de Nível do Pão de Açúcar e Morro da Urca - RJ (Oliveira, 1996).

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Ao início do nivelamento geométrico, algumas grandezas são muito
importantes para a sua execução, sendo elas:
 Visada ré: é toda leitura da mira, utilizada para calcular a altura do
instrumento;
 Visada vante: é toda leitura da mira, utilizada para calcular a cota do ponto
visado;
 Visada vante de mudança: é a visada vante que determina a cota de um
ponto em uma estação e ao modificar o posicionamento da estação lê-se uma
visada ré neste mesmo ponto;
 Altura do instrumento (Ai): é igual a soma da visada de ré (VRÉ) com a cota de
um ponto (P);
𝐴𝑖 = 𝐶𝑜𝑡𝑎(𝑃) + VRÉ
 Cota de um ponto (P): em função da altura do instrumento, a cota, é a
diferença entre a altura do instrumento (Ai) e a visada vante (V VANTE) lida no
mesmo ponto;
𝐶𝑜𝑡𝑎(𝑃) = 𝐴𝑖 − VVANTE
 Prova de cálculo: é realizada ao término do preenchimento da tabela de
nivelamento para verificar se os dados coletados estão corretos;
⅀VRÉ − ⅀VVANTE. MUDANÇA = COTA INICIAL − COTA FINAL

Ao se levantarem esses dados em campo, é possível realizar o


preenchimento da tabela de nivelamento (Bezerra, 2013).

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Figura 3: Nivelamento Geométrico (Canteiro de Obras, 2011).

4.1.3. Levantamento planialtimétrico

Corresponde ao levantamento planimétrico, acrescido do levantamento


altimétrico da área em estudo (NBR-13133, 1994). Neste método, é possível verificar
os dados de distância e ângulo horizontal, assim como as curvas de nível que nos
fornece as cotas. Com as informações obtidas para esse levantamento e com sua
representação, é possível realizar a determinação do volume de corte e de aterro,
correspondente ao projeto de terraplenagem. A Figura 3 apresenta a ilustração
desse tipo de levantamento.

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Figura 4: Levantamento planialtimétrico (Oliveira, 1996).

4.1.4. Métodos diretos e indiretos para determinação de distâncias


horizontais

 Medida direta

É quando o instrumento de medida utilizado é aplicado diretamente sobre o


terreno.
Os principais instrumentos utilizados para medições são:

 Fita e Trena de Aço;


 Correntes;
 Piquetes;
 Balizas,
 Nível de cantoneira;

Para se determinar as medidas com exatidão, a trena deve estar o mais


horizontal possível. As medidas de distância em vários lances devem ser feitas a
cada 20,0 m.

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 Medida indireta

É quando as distâncias são calculadas em função da medida de outras


grandezas, não havendo, portanto, necessidade de percorrê-las para compará-las
com a grandeza padrão (Bezerra, 2013).
As distâncias são determinadas com o teodolito por estadimetria, sendo todas
as medidas realizadas pelo próprio operador do instrumento, necessitando apenas
de um auxiliar posicionado com a mira.
Para se determinar as distâncias horizontais, duas situações podem ocorrer:

- Visada horizontal:

Figura 5: Determinação de distância horizontal (Bezerra, 2013).

Para se determinar a distância horizontal, utiliza-se a seguinte equação:


𝑑 = (𝐹𝑆 − 𝐹𝐼) 𝑥 100
Onde:
 d: distância horizontal;
 FS: fio estadimétrico superior;
 FI: fio estadimétrico inferior;

- Visada inclinada:

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Figura 6: Determinação de distância horizontal com visada inclinada (Bezerra, 2013).

Para se determinar a distância horizontal com visada inclinada, utiliza-se a


seguinte equação:
𝑑 = (𝐹𝑆 − 𝐹𝐼) 𝑥 100 𝑥 𝑐𝑜𝑠² ∝
Onde:
 α: ângulo vertical lido no instrumento entre o fio médio e o eixo horizontal de
referência;

4.2. Locação de obra

Pode-se definir como locação o processo de marcação dos dados, elaborados


no escritório por meio de um projeto, no campo. Esses dados fazem referência ao
posicionamento de recuos, afastamentos, alicerces, paredes, pilares, fundações, etc.
É importante lembrar que a locação é o oposto do levantamento, tendo em
vista que, no levantamento, o engenheiro ou técnico vai ao terreno coletar medidas
de ângulos e distâncias para que posteriormente, no escritório, efetue os cálculos e
desenhos. Após o projeto ser definido, o responsável, de posse dos dados
levantados, vai locá-los no terreno. O sucesso da obra vai ser resultado de ambas
as atividades bem executadas, um correto levantamento e uma boa locação. Em
determinadas situações são encontradas dificuldades para locar a obra, resultado de
um levantamento mal executado, onde foram coletados dados que não
correspondem à realidade.
Para a realização da locação em uma obra de edificação, é necessário que
tenham sido desenvolvidas anteriormente as etapas: levantamento topográfico
planialtimétrico e cadastral do imóvel (de acordo com as tolerâncias admissíveis),

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projeto executivo (terraplanagem, fundação, pilares e eixos), além de outros
detalhes da edificação, considerados necessários. É importante a verificação da
documentação do projeto executivo e a conferência da base cartográfica utilizada no
projeto, devendo-se ser a mesma base utilizada no levantamento planialtimétrico e
cadastral (NBR-14645.3, 2005).

4.2.1. Procedimentos que antecedem a locação da obra

Antes de iniciar a locação, algumas medidas devem ser tomadas (Martins,


2014), sendo elas:

 O terreno deve estar limpo (capinado) e, preferencialmente, com a etapa de


movimentação de terra concluída. Serviços de contenção de taludes e
drenagem do terreno, quando necessários, também devem ter sido
concluídos;
 É necessário conseguir a referência inicial, que pode ser um ponto definido no
terreno e um rumo ou uma parede de construção vizinha. A referência mais
comum em obras urbanas é o alinhamento predial que geralmente é marcada
por uma equipe topográfica da prefeitura ou por empresa prestadora de
serviços contratada pelo município;
 Estudo prévio do projeto executivo e correção de possíveis falhas no mesmo;
 Providenciar todos os equipamentos e ferramentas necessários;

4.2.2. Tipos de locação

Os tipos de locação variam conforme as características da edificação. Quanto


mais extensa a obra, ou mais precisão tenha sua estrutura, mais precisa terá que
ser a locação (Klein, 2013).
 Locação sem instrumentos topográficos: obras de pequeno porte;
 Locação com instrumentos topográficos: obras de grandes dimensões ou que
exigem maior precisão de medidas;

23
4.2.3. Processos de locação com gabarito

O gabarito é um polígono de madeira com lados ortogonais que circunscreve


a edificação a ser locada. Nele são marcados os eixos de pilares e fundações do
edifício, seguindo as determinações do projeto (Gomes, 2012). Pode ser feito das
seguintes maneiras:

 Locação por cavaletes

É indicada para obras de menor porte e com poucos elementos a serem


locados. Nesse tipo de locação, os alinhamentos são definidos por pregos cravados
nos cavaletes constituídos de duas ou três estacas cravadas diretamente no solo e
travadas por uma travessa nivelada pregada nas estacas.

- Vantagem: é mais barata pelo fato de utilizar menos material (estacas e tábuas).
- Desvantagem: Pelo fato de não estarem ligados no contorno da obra, existe uma
maior dificuldade de se perceber possíveis deslocamentos provocados pela
circulação de equipamentos e operários, o que pode ocasionar alinhamentos e
locações fora do esquadro previsto.

A figura 7 representa a locação utilizando cavaletes.

Figura 7: Cavaletes (Martins, 2014).

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 Locação por tábua corrida

Também chamada de tabela ou tabeira, é indicada para obras com muitos


elementos a serem locados. Esse tipo de locação consiste em contornar toda a
futura edificação com um cavalete contínuo constituído de estacas e tábuas
niveladas e em esquadro (método de Pitágoras).
Depois de definidas as linhas do gabarito, sempre que possível distanciadas
1,20 a 1,50 metros da futura construção, é dado início à fixação no solo das estacas
que darão rigidez ao conjunto, devendo as mesmas estar devidamente alinhadas e
niveladas entre si.
No caso do terreno apresentar uma inclinação acentuada a locação pode ser
feita com gabaritos em degraus (patamares), sempre em nível e esquadro.
Após a fixação das estacas, estas devem ser serradas com o topo ficando no
nível desejado (Martins, 2014).

- Vantagem: as chances de perda do nível e alinhamento são bastante reduzidas.


- Desvantagem: é mais cara se comparada com a locação por cavaletes, pelo fato
de utilizar mais material (estacas e tábuas).

A figura 8 representa a locação utilizando a tábua corrida.

Figura 8: Locação com tábua corrida (Klein, 2013).

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4.2.4. Tipos de nivelamento

Alguns tipos de nivelamento são utilizados na locação, sendo eles:

 Nível eletrônico a laser;


 Nível de mangueira, constituído de uma mangueira transparente (cristal) de
12 a 15 mm de diâmetro, cheia de água limpa e livre de bolhas de ar no
interior. A verificação de nível entre os pontos é aferida pela pressão
atmosférica que atua no interior da mangueira. A figura 9 representa este tipo
de nivelamento;
 Outra forma de transferir o nível é esticando uma linha entre os pontaletes e
pregando uma tábua nivelada com nível de bolha, logo abaixo da linha.

Figura 9: Nível de mangueira (Martins, 2014).

4.2.5. Equipamentos e ferramentas utilizados para realizar a locação de


uma obra

Para a locação da obra alguns equipamentos e ferramentas se fazem


necessários. Alguns deles são indispensáveis e outros são usados em situações
onde é requisitada uma maior precisão (instrumentação topográfica). A seguir é
mostrada uma listagem desses equipamentos.

 GPS
 Estação total
 Teodolito
 Nível topográfico
 Mira
 Nível de mangueira

26
 Trena de 30 ou 50 metros
 Linhas de nylon
 Nível de pedreiro
 Prumo
 Tinta esmalte (vermelha e branca),
 Marreta
 Martelo
 Pregos

4.2.6. Sequência para locação de obras

A sequência a seguir foi retirada da apostila de locação de obra (Martins,


2014).

1) Conferir a referência e limitar o terreno a partir do alinhamento, marcando os


limites do terreno;
2) Marcar uma das faces (pode ser a frontal) do gabarito a 1,20 metros da futura
construção (1,20 – 1,50), considerando como a obra vai ficar no terreno
(recuo) o alinhamento frontal recuado em 5 metros, a partir do alinhamento
predial (depende do código de obras da cidade);

A figura 10 representa a sequência de locação.

27
Figura 10: Sequência de locação (Martins, 2014).

3) Confeccionar a face escolhida com estacas ou pontaletes (3”x3”) espaçados


de 1,50 a 3,00 metros e alinhados rigorosamente por uma das faces (esticar
uma linha de nylon);
4) Depois de consolidados no terreno, os pontaletes devem ser nivelados (nível
de mangueira), cortados no topo a uma altura de 40 a 50 centímetros do solo
e ter pregado na sua face interna tábuas (de boa qualidade) de 1”x6” (pode
ser 1”x4”) devidamente niveladas;
5) A partir da primeira face, marcar e confeccionar as demais faces do gabarito,
usando triângulos (gabaritos) para garantir a ortogonalidade do conjunto
(esquadro), conferindo sempre até travar todo o conjunto com mãos-
francesas e contraventamento, se necessário;
6) Pintar o gabarito, preferencialmente, com tinta esmalte branca (pode ser
látex);
7) Dependendo do método de locação utilizado ou da existência de projeto de
locação, faz-se a marcação no topo da tábua interna colocando pregos em
alturas diferentes (ou de diferentes diâmetros) para identificar eixos, faces
laterais de paredes, etc;
8) Marcar na tábua a linha de pilares com tinta esmalte vermelha;
28
9) Marcar todos os pontos de referência na tábua sempre usando trena metálica
e efetuar a conferência (mestre, engenheiro ou arquiteto). Um bom método de
conferência é o inverso, ou seja, voltar do último ponto marcado, fazendo o
caminho inverso da locação;
10) Com duas linhas de nylon nº80 esticadas a partir das marcações do gabarito
e no cruzamento das linhas, transferir as coordenadas das estacas (sapata ou
elemento que venha a ser executado) para o terreno, usando um fio de prumo
(250 g) marcar o ponto exato da estaca (centro), cravando um piquete
(pintado de branco);
11) No caso de haver movimentação de equipamentos pesados (bate-estacas,
máquinas e caminhões), proceder a cravação com um rebaixo em relação ao
terreno e marcar o local do piquete com cal ou areia, remarcar sempre que
ocorrer dúvida em relação a locação do piquete;
12) Colocar proteções e avisos da existência do gabarito para evitar
abalroamento e deslocamentos que possam pôr em risco a exatidão do
controle geométrico da obra. Alertar para que não utilizem o gabarito como
andaime, apoio para materiais, passarelas etc.

4.2.7. Termos utilizados na locação de obras

 Esquadros – são gabaritos ou triângulos, com lados de 30, 40 e 50 cm, ou 60,


80 e 100, ou ainda, 90, 120 e 150 cm. Para esquadros maiores pode-se usar
trenas com lados de 3, 4 e 5 metros ou mais.
 Piquetes – pequenas estacas de madeira que servem para marcar o local de
execução de um elemento estrutural.
 Pontos notáveis – são pontos de referência iniciais como, por exemplo,
alinhamento de parede de edificação vizinha, alinhamento predial, marco
topográfico, árvore, poste etc.
 RN – é referência de nível,
 Testemunhos – é o erro admitido nas marcações (até 3 mm no lado maior do
esquadro de 5 metros).
 Triangulação – verificação do esquadro com os triângulos retângulos.

29
4.2.8. Utilização de aparelhagem topográfica na locação de obras

Em grandes obras e que necessitam de maior precisão de medidas, a


utilização dos instrumentos topográficos para auxílio na locação é recomendada. Os
instrumentos topográficos podem ser utilizados para definir com precisão dois
alinhamentos mestres ortogonais, os quais irão servir de referência para o restante
da locação.
É possível verificar o alinhamento das estacas do lado do gabarito, assim
como verificar as distâncias entre os eixos de locação. A utilização dos
equipamentos topográficos é uma forma eficaz de garantir que todas as etapas do
método do gabarito sejam executadas com precisão e de maneira correta.

4.3. Terraplenagem

Terraplenagem ou movimento de terra está relacionado com volumes de corte


(material a ser removido) e com volumes de aterro (material a ser depositado) em
certos locais, de acordo com as definições de projeto. Seu objetivo é regularizar o
terreno natural, garantindo que o mesmo atenda às especificações necessárias.
Como exemplos de obras civis que necessitam dos serviços de terraplenagem pode-
se citar: estradas de rodagem, ferrovias, aeroportos, edificações (residências,
edifícios, fábricas, etc.), usinas hidrelétricas e barragens.
A terraplenagem pode ser utilizada para construção de plataformas
horizontais e/ou inclinadas, sendo necessário que se conheça o modelo original do
terreno anteriormente à execução dos serviços. O levantamento planialtimétrico
fornece todos os dados que possam ser requisitados pelo projetista.
Existem métodos que possibilitam o cálculo dos volumes de corte e/ou aterro
de determinada área. Um método bastante utilizado é o Método da Quadriculação,
que consiste em locar uma área e em seguida quadricula-la. Os lados dos
quadrados devem ter seu comprimento estabelecido em função da extensão da área
e da sinuosidade do terreno, podendo variar entre 5, 10, 20, 30 e 50 metros.
Dependendo das condições físicas do local, outras divisões podem ser feitas, desde
que fique claro como as mesmas foram feitas. Utilizando aparelhagem topográfica
(nível e mira), determinam-se as cotas de todos os vértices do quadrado. Existem
quatro situações em Terraplenagem:
30
 Estabelecimento de um plano horizontal final sem adotar cota final;
 Estabelecimento de um plano horizontal final adotando cota final;
 Estabelecimento de um plano inclinado sem adotar cota final e;
 Estabelecimento de um plano inclinado adotando cota final.

Ao se definir a situação a ser utilizada e tendo posse das cotas dos pontos é
possível traçar os perfis dos terrenos, definindo áreas de corte e/ou aterro, e
posteriormente, determinam-se os volumes de corte e/ou aterro (Bezerra, 2013). A
Figura 11 mostra a execução da terraplenagem de uma pista de pouso no município
de Junqueirópolis/Sp.

Figura 11: Terraplenagem de pista de pouso – Junqueirópolis/SP (PlaniGEO, 2010).

Para calcular o volume de corte e/ou de aterro utiliza-se a seguinte equação:


𝐴1 + 𝐴2 𝐴2 + 𝐴3 𝐴3 + 𝐴4
𝑉𝑡 = 𝑥𝑑+ 𝑥𝑑+ 𝑥𝑑
2 2 2
Onde:
 Vt: Volume total de corte e/ou aterro (m³);
 A1: Área do perfil do terreno 1 (m²);
 A2: Área do perfil do terreno 2 (m²);
 A3: Área do perfil do terreno 3 (m²);
 A4: Área do perfil do terreno 4 (m²);
 d: Distância entre os perfis (m);

31
A quantidade de perfis do terreno vai determinar quantas vezes as parcelas
da fórmula vão ser repetidas.

4.3.1. Controle de retirada e entrada de material

Muitas vezes o material escavado em determinada área não possui condições


de ser reaproveitado, tendo o mesmo que ser retirado e posteriormente reposto por
outro de qualidade superior. Esse transporte de material é realizado por caminhões
caçamba.
Uma forma de controlar e estimar a quantidade de material que foi retirado ou
reposto é anotar a quantidade de caminhões que chegaram ou saíram ao decorrer
de um dia. O cálculo de material que cada caminhão é capaz de trazer ou levar é
feito da seguinte maneira:
𝑉=𝐶𝑥𝐿𝑥𝐻
Onde:
 V: Volume de material que cada caçamba pode transportar (m³);
 C: Comprimento da caçamba (m);
 L: Largura da caçamba (m);
 H: Altura da caçamba (m);

4.3.2. Coeficiente de empolação

Se considerarmos uma determinada massa de solo natural, de volume natural


Vn, esta massa de solo apresentará um aumento de volume, ou empolamento, após
o solo ser escavado, com um volume solto Vs maior do que Vn. A mesma massa de
solo apresentará, após compactada, um volume compactado Vc menor do que Vn.
Em média, o volume solto é 25% maior do que o volume no terreno natural, e o
volume compactado é 15% menor. A massa específica aparente seca natural (γn)
será, portanto, maior do que a massa específica aparente seca solta (γs) e menor do
que a massa específica aparente seca compactada (γc). No estudo do empolamento
de solos trabalha-se com três relações (Castro, 2003):

32
 A primeira das relações, denominada empolamento (ep), traduz a relação
entre o volume solto e o volume natural, sendo dado por:

Vs Ɣs
𝑒𝑝 = 𝑜𝑢 𝑒𝑝 =
Vn Ɣn
Onde:
 Vs: Volume no estado solto;
 Vn: Volume no estado natural;

 A segunda das relações, denominada porcentagem (ou taxa) de


empolamento p(%), nos dá a taxa de aumento, em porcentagem, do volume
solto em relação ao volume natural, sendo dada por:

𝑓(%) = (ep − 1) x 100

 A terceira delas, denominada fator de empolamento (φ), traduz a relação de


redução da massa específica aparente seca ao se escavar o material, com
valor sempre menor do que 1, (φ) sendo dado por:

Vn 1
𝜑= 𝑜𝑢 𝜑 =
Vs ep
A Tabela 1 classifica o solo de acordo com os resultados de φ, f(%) (DNIT,
2010).

Tabela 1: Fatores de empolamento e expansão (DNIT, 2010).

33
4.4. Equipamentos para locação

4.4.1. Teodolito

O teodolito é um aparelho topográfico capaz de medir ângulos e distâncias,


sendo ambos horizontais e verticais. O aparelho determina os ângulos
eletronicamente, bastando escolher os pontos e efetuar as leituras. As distâncias
podem ser determinadas através de duas formas, pelos métodos: direto e indireto.
Para o método direto, as distâncias são obtidas com a utilização da trena e para o
método indireto, as distâncias são determinadas pela leitura dos fios estadimétricos
visados na mira através do retículo do aparelho topográfico, onde posteriormente as
informações obtidas são aplicadas em fórmulas matemáticas para sua
determinação.

4.4.2. Nível

O nível é um aparelho topográfico capaz de medir os desníveis entre pontos


que estão a diferentes alturas e definir as cotas de pontos desconhecidos. Da
mesma maneira do teodolito, utiliza-se a mira para efetuar as leituras dos fios
estadimétricos em cada ponto e, assim, determinar as distâncias verticais.

4.4.3. Mira

A mira é um instrumento utilizado para que se possa elevar determinado


ponto, tornando-o visível para efetuar medidas de distância (verticais ou horizontais).
São feitas de madeira ou de ferro, com comprimento que varia de 2m a 5m. Possui
marcações no seu comprimento que aumentam a cada 1dm, variando nas cores
pretas e vermelhas, para melhor identificação do operador.

34
4.4.4. Trena

A trena é uma fita métrica usada para medir distâncias em geral. Pode ser
produzida em metal, plástico ou fibra de vidro. As unidades de medidas das trenas
podem ser: metros, centímetros, milímetros, polegadas e pés

4.4.5. Nível de mangueira

O nível de mangueira é utilizado para verificar a igualdade de altura entre um


ou mais pontos. É basicamente constituído de uma mangueira de paredes finas, a
qual está preenchida com água. Sendo assim, pela ação da pressão atmosférica, é
possível visualizar se os pontos desejados estão no mesmo nível ou não.

4.4.6. Prumo de centro

O prumo de centro é bastante semelhante a um pião (brinquedo), possuindo


uma corda e um objeto nela acoplado para medir o ponto vertical de determinado
referencial.

5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1. Caracterização da obra em estudo e planta de situação

A obra em estudo está localizada na cidade de Campina Grande e


corresponde à reforma e ampliação de uma edificação em concreto armado. A
execução da mesma foi dividida em duas etapas, construção do lado direito e
posteriormente, construção do lado esquerdo. Esse procedimento foi necessário
pelo fato do solo encontrado em determinado local do terreno não satisfazer às
especificações do projeto executivo, sendo necessária uma reformulação do mesmo.
A locação realizada foi do tipo gabarito com o uso de tábuas corridas. Pelo
fato da obra possuir um grande perímetro e grande quantidade de pontos a serem
locados, seria inviável a utilização de cavaletes, o que acarretaria em um acúmulo
de erros.

35
Quando esse trabalho foi iniciado, o gabarito da obra já estava pronto e, por
essa razão, não foi possível utilizar a instrumentação topográfica para acompanhar a
execução do mesmo. Portanto, os levantamentos aqui realizados tiveram a
finalidade de aferir a eficácia desse processo de locação previamente realizado.
A Figura 12 representa a planta de situação da obra em estudo.

Figura 12: Planta de situação.

As dimensões desse trecho do gabarito no projeto são:

 Vertical: 30,20m;
 Horizontal: 31,00m;

Não foi possível realizar os levantamentos no lado horizontal superior devido


à instabilidade dos taludes na área e o risco de acontecer algum acidente.
36
A fotografia 1 mostra a disposição do gabarito na obra em estudo.

Fotografia 1: Gabarito da obra.

5.2. Locação com gabarito

Para a execução da locação de obra com gabarito foram utilizados os


seguintes instrumentos: trena, nível de mangueira e prumo.
.A trena foi utilizada para definir as distâncias entre os eixos de locação
através do método direto.
O nível foi utilizado para determinar uma mesma altura das tábuas localizadas
no topo do gabarito.
O prumo foi utilizado para determinar o ponto exato de intersecção entre os
eixos horizontais e verticais. A Figura 13 ilustra os equipamentos utilizados para
locação com gabarito.

37
Figura 13: Equipamentos para execução do gabarito.

Nessa etapa foi feita a locação da obra pelo auxílio do gabarito. Pelo ponto de
referência (alinhamento do prédio demolido), iniciou-se a colocação do gabarito,
constituído de tábuas e barrotes. Nos vértices, utilizaram-se esquadros para que os
alinhamentos ficassem exatamente perpendiculares entre si. O gabarito ficou com
uma folga média de 1,50 em relação ao prédio, facilitando a circulação dos
trabalhadores no interior da construção. Para determinação dos eixos, utilizou-se a
trena e as medidas definidas em projeto, sendo as mesmas locadas no gabarito.

5.3. Verificação da locação com instrumento topográfico e cálculo do


volume de movimento de terra

Para realização da obtenção dos dados para locação utilizando instrumento


topográfico, foram utilizados os seguintes equipamentos: teodolito, nível e mira. A
Figura 14 representa os equipamentos utilizados.

Figura 14: Equipamentos topográficos.

38
Para este trabalho, o teodolito foi utilizado, primeiramente, para determinar os
ângulos de discrepância que existam entre os barrotes de um mesmo alinhamento
do gabarito. E posteriormente, o mesmo foi utilizado para conferir as distâncias entre
cada eixo de locação através do método indireto, utilizando-se a mira para fazer as
leituras dos fios e realizar os cálculos necessários.
O nível foi utilizado para determinação das cotas dos pontos definidos na área
estudada, para posteriormente serem utilizadas para representação do terreno por
meio das curvas de nível, e, com isso, determinar o volume de movimento de terra.
A mira foi utilizada em conjunto com o teodolito e o nível para determinação
das distâncias horizontais e verticais (desníveis).

5.3.1. Verificação dos ângulos de discrepância nos lados do gabarito

Nessa etapa foi feita a verificação do método de locação com gabarito, a


partir da utilização de instrumentos topográficos. Para confirmar a locação dos
alinhamentos do gabarito, utilizou-se o teodolito e pregos fixados no centro de cada
estaca, para que assim fosse possível posicionar o instrumento alinhado com os
demais pontos. Para isso, foi necessário zerar a leitura do ângulo horizontal no
último prego e realizar leituras a cada estaca, anotando os ângulos obtidos e
verificando a existência de diferença entre o alinhamento original. Esse processo foi
repetido para dois lados verticais (perpendiculares ao muro do edifício vizinho) e um
horizontal (paralelo à calçada).
A sequência para obtenção dos dados, após a fixação dos pregos no centro
de cada estaca, foi a seguinte:
1) Posicionamento do instrumento alinhado ao gabarito

39
Fotografia 2: Posicionamento do instrumento.

2) Nivelamento do instrumento

Fotografia 3: Nivelamento do instrumento.

3) Visada do último prego e fixação no instrumento do ângulo horizontal igual a


zero
40
Fotografia 4: Ângulo horizontal igual à zero.

4) Visada dos pregos a cada estaca e coleta dos ângulos de discrepância

Fotografia 5: Visada dos pregos centralizados no eixo das estacas.

Foram realizadas 15 leituras de ângulos para cada lado do gabarito,


considerando os comprimentos de 30,00m e uma distância de 2,00m entre as
estacas.

41
5.3.2. Verificação das distâncias entre os eixos de locação

O gabarito foi utilizado para a locação das fundações e pela grande


quantidade de eixos (verticais e horizontais), foi feita uma verificação de distâncias
entre os mesmos.
Para essa verificação, utilizou-se o teodolito e a mira, sendo o equipamento
posicionado em paralelo com o gabarito e a mira posicionada exatamente em cada
eixo de locação. As leituras dos fios na mira foram anotadas e a partir dos cálculos
necessários, determinaram-se as distâncias.
Para efeito de comparação também foi feito a medida entre eixos com a
utilização da trena. No ANEXO A estão representados os eixos de locação e as
respectivas distâncias entre os mesmos.

5.3.3. Nivelamento geométrico da área escavada

Para a determinação do volume de movimento de terra foram utilizados o


nível e a mira. A referência de nível (RN) adotada foi de 100 m. A adoção desse
valor é decorrente das características da obra e por ser uma obra de pequeno porte.
Na determinação dos volumes, foi utilizado o método da quadriculação para a
determinação dos volumes (corte e/ou aterro). A divisão do terreno se deu da
seguinte maneira:
 No sentido vertical (perpendicular ao muro da edificação vizinha), as leituras
foram feitas em quatro pontos: no inicio com a cota da calçada bastante
próxima de 100,00m, imediatamente após o fim da calçada com uma
distância de 1,20m, aproximadamente no meio do terreno com uma distância
de 14,50m e no final com uma distância de 30,20m. As cotas iniciais nas
calçadas variaram um pouco em cada seção, devido à constante
movimentação das máquinas que estavam retirando material.
 No sentido horizontal a divisão se deu a cada cinco metros sendo a última
com seis metros para fechar a quadriculação do terreno.
A quadriculação do terreno está representada no ANEXO B.
Após o terreno estar devidamente quadriculado, posicionou-se a mira em
cada vértice e, com a ajuda do nível, as leituras foram realizadas e as cotas de todos
os pontos determinadas.

42
A fotografia 6 representa a execução do nivelamento geométrico do terreno.

Fotografia 6: Nivelamento geométrico dos pontos.

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6.1. Verificação dos ângulos de discrepância nos lados do gabarito

Os ângulos horizontais lidos para verificação da existência de discrepância


nos pontos do gabarito podem ser observados na Tabela 2.

VERIFICAÇÃO DE ÂNGULOS - VERTICAL l


PIQUETE VISADO ÂNGULO LIDO DIFERENÇA
ÚLTIMO (EDIFICAÇÃO VIZINHA) 0° 00' 00" -
15 OK -
14 359° 58' 12" 0° 01' 48"
13 359° 56' 37" 0° 03' 23"
12 359° 55' 26" 0° 04' 34"
43
11 359° 59' 35" 0° 00' 25"
10 0° 02' 48" 0° 02' 48"
9 0° 01' 12" 0° 01' 12"
8 OK -
7 OK -
6 359° 53' 20" 0° 06' 40"
5 359° 57' 14" 0° 02' 46"
4 359° 58' 22" 0° 01' 38"
3 359° 59' 45" 0° 00' 15"
2 OK -
1 0° 00' 00" -

VERIFICAÇÃO DE ÂNGULOS - VERTICAL ll


PIQUETE VISADO ÂNGULO LIDO DIFERENÇA
ÚLTIMO (JUNTA) 0° 00' 00" -
15 359° 57' 10" 0° 02' 50"
14 359° 59' 46" 0° 00' 14"
13 359° 57' 39" 0° 02' 21"
12 359° 52' 35" 0° 07' 25"
11 359° 57' 18" 0° 02' 42"
10 359° 59' 30" 0° 00' 30"
9 OK -
8 359° 58' 34" 0° 01' 26"
7 359° 54' 38" 0° 05' 22"
6 0° 01' 39" 0° 01' 39"
5 359° 54' 44" 0° 05' 16"
4 359° 56' 11" 0° 03' 49"
3 359° 58' 58" 0° 01' 02"
2 359° 54' 41" 0° 05' 19"
1 0° 00' 00" -

VERIFICAÇÃO DE ÂNGULOS - HORIZONTAL l


PIQUETE VISADO ÂNGULO LIDO DIFERENÇA
ÚLTIMO (DIV, DO GABARITO) 0° 00' 00" -
15 359° 58' 18" 0° 01' 42"
14 359° 54' 55" 0° 05' 05"
13 359° 52' 14" 0° 07' 46"
12 OK -
11 OK -
10 0° 02' 23" 0° 02' 23"
9 0° 01' 02" 0° 01' 02"
8 OK -
7 359° 58' 55" 0° 01' 05"

44
6 0° 00' 53" 0° 00' 53"
5 359° 59' 56" 0° 00' 04"
4 359° 56' 38" 0° 03' 22"
3 359° 51' 42" 0° 08' 18"
2 359° 55' 49" 0° 04' 11"
1 0° 00' 00" -
Tabela 2: Ângulos de discrepância.

Como as variações nos ângulos foram muito pequenas, entende-se que, na


própria execução do gabarito, podem ter sido cometidos pequenos erros. O trânsito
intenso de caminhões que circulavam no local pode também ser um agente
causador desses descolamentos.

6.2. Verificação das distâncias entre os eixos de locação

De posse dos dados coletados em campo, foi possível determinar as


distâncias eixo a eixo e compará-las com as de projeto.
As Tabelas 3, 4 e 5, respectivamente, representam as distâncias
determinadas em cada lado do gabarito.

45
Tabela 3: Distâncias do lado vertical l.

46
Tabela 4: Distâncias do lado vertical ll.

47
Tabela 5: Distâncias do lado horizontal l.

48
Observa-se que as diferenças entre as distâncias acumuladas de cada
método foram pequenas, sendo as diferenças entre eixos mais consideráveis.
No ANEXO C é possível visualizar as distâncias e as respectivas diferenças
entre os métodos obtidos.
As diferenças encontradas podem ser decorrentes de alguns fatores, sendo
eles: falha do operador ao manusear os instrumentos, falta de calibração dos
instrumentos, como também da influência do trânsito de máquinas pesadas, as
quais estavam transportando material para a obra

6.3. Nivelamento geométrico da área escavada e determinação do volume


de material e fator de empolamento

6.3.1. Determinação do volume de material retirado

A Tabela 6 representa os dados obtidos em campo, ao término do


levantamento geométrico.

NIVELAMENTO GEOMÉTRICO
LEITURAS
ESTAÇÃO PONTO VISADO ALTURA DO INSTRUMENTO COTAS (m)
RÉ VANTE
A RN 1,116 101,116 100,000
E0 1,255 99,861
E 0+1,20 3,495 97,621
E 0+15,70 3,705 97,411
E 0+30,20 4,200 96,916
E0+5 1,260 99,856
E 0+1,20 3,845 97,271
E 0+15,70 4,425 96,691
E 0+30,20 4,570 96,546
E0+10 1,265 99,851
E 0+1,20 4,440 96,676
E 0+15,70 4,330 96,786
E 0+30,20 4,940 96,176
E0+15 1,305 99,811
E 0+1,20 4,200 96,916
E 0+15,70 4,915 96,201
E 0+30,20 5,200 95,916
E1 1,335 99,781
E 0+1,20 5,190 95,926
49
E 0+15,70 4,800 96,316
E 0+30,20 3,940 97,176
E1+5 1,280 99,836
E 0+1,20 4,500 96,616
E 0+15,70 4,295 96,821
E 0+30,20 3,300 97,816
E1+11 1,245 99,871
E 0+1,20 4,210 96,906
E 0+15,70 3,496 97,620
E 0+30,20 2,965 98,151
Tabela 6: Nivelamento geométrico.

 Prova de cálculo

Para a certificação de que o nivelamento está correto, utilizou-se a seguinte


expressão:
⅀VRÉ − ⅀VVANTE. MUDANÇA = COTA INICIAL − COTA FINAL
(1,116 − 2,965) = (100,000 − 98,151)
1,849 = 1,849

Com as cotas dos pontos calculadas, foi possível determinar os perfis do


terreno. Os perfis estão representados no ANEXO C.
Com os traçados dos perfis, e suas respectivas áreas, foi possível determinar
o volume de corte do terreno em estudo.
A Tabela 7 representa esses resultados.

Estacas Área Média das Distância Volume Parcial Volume Acumulado


2
Inteiras Interm. (m ) Áreas (m²) (m) (m3) (m3)

0 0,00 73,12
0 5,00 88,64 80,88 5,00 404,39 404,39
0 10,00 94,11 91,37 5,00 456,87 861,26
0 15,00 101,57 97,84 5,00 489,21 1.350,47
1 0,00 97,08 99,33 5,00 496,63 1.847,09
1 5,00 81,71 89,39 5,00 446,96 2.294,06
1 11,00 66,61 74,16 6,00 444,94 2.739,00

Tabela 7: Quadro de cubação.

50
De acordo com os dados obtidos no nivelamento, o volume de corte total
calculado foi igual à 2.739,00 m³.

6.3.2. Determinação do volume de material que foi utilizado como aterro

Após a finalização da escavação e retirada de material, foi dado início à


chegada e compactação de material na forma de aterro.
Para estimar o volume em m³ de material transportado, foi feito um controle
da quantidade de caçambas que descarregaram ao longo das semanas.
Estimou-se um volume médio de cada caçamba igual à:

𝑉 = 5,00 𝑥 2,40 𝑥 1,00 = 12𝑚³

Onde:

 Comprimento: 5,00m;
 Largura: 2,40m;
 Altura: 1,00m;

O controle de caçambas que foi realizado está detalhado na Tabela 8.

CHEGADA DE ATERRO
CAÇAMBAS
KLP-6443 MYL-9022 NQC-0090 QFK-2078 TOTAL
DE ATERRO
12/11/2015 0 3 0 0 3
13/11/2015 0 6 0 0 6
14/11/2015 0 1 0 0 1
18/11/2015 0 2 0 0 2
19/11/2015 0 5 0 0 5
20/11/2015 0 2 0 0 2
21/11/2015 0 8 0 0 8
23/11/2015 0 5 0 0 5
24/11/2015 0 11 0 0 11
25/11/2015 0 13 0 0 13
26/11/2015 0 9 0 0 9
27/11/2015 0 13 0 0 13
28/11/2015 0 14 0 0 14
29/11/2015 0 10 0 0 10
30/11/2015 0 9 0 0 9
51
01/12/2015 0 12 0 0 12
02/12/2015 0 13 0 0 13
03/12/2015 0 10 0 0 10
04/12/2015 0 23 0 0 23
05/12/2015 0 9 0 0 9
06/12/2015 0 7 0 0 7
07/12/2015 0 3 0 0 3
08/12/2015 0 5 0 0 5
09/12/2015 0 5 0 0 5
10/12/2015 0 7 0 0 7
11/12/2015 0 7 0 0 7
12/12/2015 0 3 0 0 3
13/12/2015 0 5 0 0 5
14/12/2015 0 3 0 0 3
15/12/2015 0 4 0 0 4
18/12/2015 0 9 0 0 9
19/12/2015 0 4 0 0 4
20/12/2015 0 10 0 0 10
21/12/2015 0 4 0 0 4
22/12/2015 0 5 0 0 5
23/12/2015 0 5 0 0 5
24/12/2015 0 4 0 0 4
25/12/2015 0 8 0 0 8
26/12/2015 0 6 0 0 6
27/12/2015 0 5 0 0 5
29/12/2015 0 5 0 0 5
30/12/2015 0 6 0 0 6
31/12/2015 0 7 0 0 7
TOTAL 0 305 0 0 305
TOTAL GERAL 305
Tabela 8: Controle de caçambas.

Sabendo-se o volume de material por caçamba e a quantidade total que foi


transportada, estimou-se o volume total em:

𝑉 = 305 ∗ 12 = 3.660,00 𝑚³

6.3.3. Cálculo do coeficiente de empolamento e classificação do solo

O cálculo do fator de empolamento foi feito da seguinte maneira:

52
 Determinou-se inicialmente o empolamento, dado pela 1ª Relação:

Vs 3.660
𝑒𝑝 = = = 1,3362
Vn 2.739

 Em seguida, foi determinada a taxa de empolamento, dado pela 2ª Relação:

f(%) = (ep − 1) x 100 = (1,3362 − 1)𝑥 100 = 33,62 %

 E, por fim, determinou-se o fator de empolamento, dado pela 3ª Relação:

Vn 1
𝜑= = = 0,75
Vs 1,3362

Pelos resultados obtidos para taxa e fator de empolamento, o solo da obra


estudada pode ser classificado, de acordo com a Tabela 1 (DNIT, 2010), como um
solo com características entre a terra seca comum (solos argilo-siltosos com areia) e
um solo argiloso. A classificação correta do solo poderia ser determinada a partir da
realização de ensaios de densidade “in situ”.

53
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo mostrou-se importante pois, através da revisão


bibliográfica e intepretação dos dados coletados, foi possível concluir pela
importância do processo de locação na concepção de uma edificação e como erros
podem ser evitados com um processo bem executado.
Após a análise e processamento dos resultados coletados, foi possível
concluir que as pequenas variações encontradas nos alinhamentos do gabarito
podem ser resultado de pequenos erros cometidos no processo de execução do
mesmo, falha do operador ao manusear os instrumentos, falta de calibração dos
instrumentos, como também da influência do trânsito de máquinas pesadas, as
quais estavam transportando material para a obra.
Ao término do estudo do movimento de terra realizado, foi possível determinar
o volume de material escavado e transportado e também caracterizar de maneira
geral, o solo encontrado.
Uma boa gestão de obras civis, iniciando-se com a locação da obra, deve ser
realizada de modo competente e eficaz, para que se evitem desperdícios, erros na
execução do projeto e, em casos mais graves, que vidas sejam perdidas em
decorrência de uma má execução.

54
8. REFERÊNCIAS

ALFAGEO, Levantamento planimétrico. Disponível em:


<http://www.alfageotopografia.blogspot.com.br/>. Acesso em: 19 de Novembro de
2015.

BEZERRA, I. M. T. Slides sobre terraplenagem. Notas de aula da componente


curricular Topografia da Universidade Federal de Campina Grande, Campina
Grande, PB. 54p. 2013.

BEZERRA, I. M. T. Slides sobre distância. Notas de aula da componente curricular


Topografia da Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, PB.
31p. 2013.

BEZERRA, I. M. T. Slides sobre altimetria. Notas de aula da componente curricular


Topografia da Universidade Federal de Campina Grande, Campina Grande, PB.
24p. 2013.

BORGES, A. C. Topografia aplicada à engenharia civil. Volume 2. 1ª ed. São


Paulo, SP, Editora Edgard Blücher, 232p.1992.

BORGES, A. C. Topografia aplicada à engenharia civil. Volume 1. 3ª ed. São


Paulo, SP, Editora Edgard Blücher, 211p. 2013.

CANTEIRODIOBRAS, Nivelamento geométrico– Petrolina/PE. Disponível em:


<http://canteirodiobras.blogspot.com.br/>. Acesso em: 10 de Maio de 2016.

MARTINS, J. Apostila de locação de obra, 8p. 2014.

CASTRO, B. A. C. Construção de estradas e vias urbanas. 15p, 2003.

DNIT, Manual de Implantação básica de rodovia. 3ª ed. Rio de Janeiro, RJ, 619p.
2010.

GOMES, A. R. Gabarito – Locação da Construção. Universidade Estadual de


Campinas, Campinas, SP. 33p. 2012.

NBR-13133, Associação Brasileira de Normas Técnicas. Execução de


levantamento topográfico. Rio de Janeiro, RJ, ABNT, 1994.

NBR-14645.3, Associação Brasileira de Normas Técnicas. Locação Topográfica e


Controle Dimensional da Obra – Procedimento. Rio de Janeiro, RJ, ABNT, 2005.
KLEIN, N. S. Locação de obra. Universidade Federal do Paraná, 16p. 2013.

OLIVEIRA, C. de Curso de Cartografia Moderna. Rio de Janeiro, IBGE, Rio de


Janeiro, 1996.

55
PLANIGEO, Terraplenagem de pista de pouso – Junqueirópolis/SP. Disponível
em: <http://www.planigeo.com/>. Acesso em: 19 de Novembro de 2015.

9. ANEXOS

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