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 Superfícies em pavimentos flexíveis.

Betão asfáltico quente


Ensaio Marshall para a obtenção do conteúdo óptimo de asfalto (COA).

Introdução
Para obter uma adequada dosificacao de materiais para produzir betão
asfáltico quente, é necessário executar tarefas de laboratório que nos
garantam que a dosagem dos materiais é adequada e que o conteúdo de
asfalto seja tal, que garanta uma mistura de qualidade suficiente para
suportar os efeitos combinados do tráfego e as condições ambientais.
Para dosificar uma mistura asfáltica em quente é necessário conhecer e
utilizar as características e propriedades que se detalham a seguir:
I. Exigências de serviço
II. Características dos agregados pétreos e do cimento asfáltico.
III. Características da mistura
IV. Procedimento para a dosificassem
a. Equipamento necessário
b. Ensaios a realizar sobre os agregados pétreos e sobre o cimento asfáltico
c. Preparação da mistura de áridos.
d. Temperaturas de trabalho
e. Misturado
f. Compactação
g. Ensaios das provetas; cálculos e determinação das densidades; determinação de vazios; vazios do
agregado mineral; relação betume vazios; estabilidade; fluência; relação estabilidade - fluência
h. Dispersão de resultados
i. Determinação da percentagem de cimento asfalto óptimo
j. Determinação do Índice de Compacticidade
V. Correcção da mistura:
I. Exigências de serviço
Estas misturas em quente, têm bom comportamento em serviço quando são projectadas, construídas e
apoiadas correctamente.
Devem-se ter em conta para este fim, as seguintes exigências de serviço:
 Durabilidade
 Resistência ao deslizamento
 Flexibilidade
 Estabilidade
 Compacticidade
Durabilidade: A mistura deve ser resistente aos agentes climáticos, particularmente à acção desintegrante
da água e ao alto efeito abrasivo do trânsito.
Depende fundamentalmente da utilização de agregados pétreos sãos e duros, dum adequado conteúdo de
vazios, da qualidade do filler no caso de usar-se, e de que o material que passa o peneiro número 40 da
mistura não tenha plasticidade.

Resistência ao deslizamento: É necessário contar com uma percentagem de cimento asfáltico óptimo e
com uma percentagem de vazios adequado.
Um excesso de cimento asfáltico na capa de rolamento é a causa mais comum de
deslizamento; baixo conteúdo de cimento asfáltico (ou uma falta de aderência) e
agregados que se pulam com o trânsito, originam uma falta de atrito entre os pneus e o
pavimento durante a acção do freado, sobretudo em períodos de chuva ou alta
humidade.
É necessário contar com um por cento de vazios suficientes, como para que o aumento
de densidade da mistura pela reiteração das cargas, não seja motivo de afloração do
cimento asfáltico.

Flexibilidade: É a capacidade de deformar-se elasticamente que tem a mistura asfáltica,


para acompanhar sem rachaduras, nem rompimentos, as pequenas deflexões que sofre a
base baixo carga, por outra parte deve ter certo carácter plástico que lhe permita relaxar
as tensões provocadas por diferenças da temperatura e se adaptar aos movimentos das
estruturas viárias, mantendo uniforme e íntimo contacto com as capas de apoio não
asfálticas.
Está influenciada:
• pela rigidez do cimento asfáltico usado (medida pela penetração, a viscosidade e sua
susceptibilidade térmica),
• por uma adequada percentagem de cimento asfáltico óptimo;
• pela relação filler betume
• pela relação estabilidade fluência.

Estabilidade: Pode definir-se como a resistência à deformação plástica da mistura


baixo a acção do trânsito. A mistura asfáltica compactada é submetida em estado de
compressão semi-confinada a esforços de corte. Depende seu comportamento da forma,
tamanho e textura superficial dos agregados; dureza e forma cúbica dos mesmos;
características do cimento asfáltico; percentagem óptima do mesmo; relação filler-
betume e grau de compactação.
Compacticidade: A mistura deve permitir uma fácil distribuição e uma correcta
densificação.
Os factores que influem são:
o Tipo de cimento asfáltico;
o Percentagem óptima do mesmo;
o granulometria;
o Textura e rugosidade do agregado e particularmente
o A forma das partículas do agregado mineral e
o A relação filler- betume.
O cumprimento destas cinco exigências mencionadas, envolve além dos factores
mencionados para cada uma delas, o especial cuidado das temperaturas e processos de
misturado, aplicação e compactação.
II. Características mas importantes dos agregados a usar nos betões asfálticos convencionais
a. Resistência: Os agregados minerais devem ser resistentes ao rompimento ou degradação por efeito
das causas que se mencionam:
1) Acção do clima
2) Aquecimento dos agregados
3) Processo de compactação
4) Efeitos do trânsito
Os ensaios que devem se realizar nos agregados para avaliar sua resistência e aprovar sua posterior
utilização são:
• Análise do estado de conservação
• Abrasão "Los Angeles" (Os anjos)
• Durabilidade
b. Limpeza: Garantir que as partículas dos agregados não estejam cobertas de argila.
c. Forma da partícula e textura superficial: Preferem-se as partículas angulosas que se assemelhem
a formas cúbicas ou tetraédricas e cuja textura superficial seja rugosa.
A forma da partícula está fixada pelo ensaio de cubicidade. Quando os agregados estão
compostos por partículas lisas e redondas é difícil conseguir alta estabilidade. O uso total
de agregados triturados faz que seja maior a facilidade de compactação da mistura
estudada.
d. Graduação do agregado e tamanho máximo: A determinação da granulometría dos
agregados deve fazer-se por via seca e húmida, utilizando-se a primeira para conformar
as mostras representativas dos agregados pétreos e a segunda para o cálculo da dosagem
de áridos.
A graduação do agregado influi sobre os vazios do agregado mineral (V.A.M.), os vazios
de ar, a estabilidade e densidade das misturas.
Afecta a trabalhabilidade, a segregação e compactação das mesmas. Tamanhos máximos
maiores, utilizam-se nas capas de base. Quanto maior é o tamanho máximo das
partículas do betão asfáltico, menor é a percentagem em peso de cimento asfáltico a
utilizar.
Características mais importante dos cimentos asfálticos a usar nos betões asfálticos
convencionais.

Normalmente empregam-se cimentos asfálticos de penetração 40-50, até 150-200;


utilizando-se os de menor penetração nas zonas de clima quentes e os de maior
penetração nos climas frios para dar à mistura maior flexibilidade.
Ter-se-á em conta que as misturas de baixo conteúdo de asfalto tende a se quebrar e
a se romper; em mudança quando se excedem em asfalto, os pavimentos se fazem
instáveis, aflora o material betuminoso, se fazendo perigoso em época de chuva ou de
alta humidade.
A quantidade de cimento asfáltico a utilizar varia entre o 3,5% e 7,0% em peso da
mistura, dependendo este da graduação e tamanho do agregado e da energia de
compactação aplicada.
III. Características da mistura

Estabilidade Marshall: É a carga máxima expressada em kg ou em libras que pode resistir sem que se
produza falha numa proveta preparada e ensaiada em condições normalizadas.

Fluência Marshall: É a redução do diâmetro da proveta, expressada em cm ou em polegadas, no


momento de atingir a carga máxima e na direcção desta.

Densidade: É a relação entre o peso da mistura compactada e o volume da mesma incluindo os vazios.

Vazios: Volume dos espaços entre partículas de agregados recobertos por asfalto, expressado como
percentagem do volume total da proveta.
Vazios do agregado mineral: Volume dos espaços entre partículas de agregados minerais com o cimento
asfáltico absorvido (volume igual ao do material saturado a superfície seca), expressado
como percentagem do volume total do a mistura compactada.
Relação filler - betume: É a relação em volume do passado por o peneiro número 200 do agregado sobre
esse mesmo passado por o peneiro número 200, mais o volume de cimento asfáltico.

Ensaio Marshall para a obtenção do conteúdo óptimo de asfalto (COA).

Para uma mistura de áridos, que cumpra uma especificação determinada com um tamanho máximo igual
ou menor a 25mm, segundo o trânsito que solicita, permitirá determinar a percentagem óptima de cimento
asfáltico.
A energia de compactação de acordo ao trânsito será de 50 ou 75 golpes normalizados por cara.

O objectivo fundamental do projecto de misturas asfálticas em quente, é determinar uma mistura de áridos e
asfalto, que cumprindo com as especificações de projecto, se consiga o seguinte:
 Um conteúdo de asfalto suficiente para envolver completamente aos áridos, unindo-os e fazendo um
conjunto impermeável e duradouro.
 Produzir uma mistura resistente às deformações plásticas.
 Conteúdo de ocos adequado para que permita a dilatação térmica do asfalto.
 Docilidade para facilidade de colocação em obras.
Para desenhar uma mistura de BAQ (betão asfáltico em quente) precisa-se proporcionar
adequadamente em peso aos áridos e o asfalto, para que com a energia de compactação
aplicada, cumpra com as exigências de qualidade que lhe impõem.

A percentagem de cimento asfáltico eleito será o que nos dê:


 Uma maior densidade de mistura compactada; isto é a densidade máxima que obter-
se-á em serviço, após a compactação na etapa construtiva e a produzida pelo trânsito;
 A percentagem que corresponde a uma máxima estabilidade
 E com uma percentagem de vazios que representa o valor médio dos determinados
nas especificações para o betão asfáltico em estudo.
Determinado a média destas três percentagens de cimento asfáltico, verifica-se se com
dito por cento o valor de fluência cai dentro dos limites estabelecidos e se os V.A.M.
para o tamanho máximo nominal do agregado pétreo usado, são maiores que os
mínimos indicados no seguinte quadro:
Tamanho Máximo Peneiros(mm) Mínimos V.A.M. (%)
Nominal
No 16 1,18 23,5
No 8 2,36 21,0
No 4 4,75 18,0
No 3/8" 9,50 16,0
No ½" 12,50 15,0
No 3/4" 19,00 14,0
No 1" 25,00 13,0
No 1 ½" 37,50 12,0
No 2" 50,00 11,5
Considera-se tamanho máximo nominal do agregado, ao peneiro (ou abertura em mm) que segue na
série ao que permite passar o 100%, ou àquele pelo que passa mais de 95%.
Se os V.A.M. não superam os valores estabelecidos, dever-se-ão variar as percentagens dos inertes
utilizados ou incorporar novos agregados para conseguir uma mistura adequada.

Se para a selecção da percentagem de asfalto óptimo, tivesse-se somente em conta uma percentagem de
vazios de 4,0%, dever-se-ia verificar que o resto das propriedades da mistura cai dentro dos rangos
(intervalo) estipulados.

Tipos de misturas
 Mistura aberta (conteúdo de vazios entre 7 – 9 %)
 Mistura semi-densa (conteúdo de vazios entre 5 – 9 %)
 Mistura densa (conteúdo de vazios entre 3 e 5 %)
A mistura densa é a mais utilizada em capas de superfície de rodagem.
As semi-densas utilizam-se nas capas inferiores de rodadora, quando as espessuras
exigidas de BAQ são elevadas.
As misturas abertas utilizam-se para projectos de mistura asfáltica fria pela
necessidade que existe de garantir a evaporação do solvente.

IV. Procedimento para a dosificação

Ensaio Marshall
O método Marshall consiste em preparar provetas cilíndricas as quais são compactadas
com um dispositivo especial em moldes preparados ao efeito.
A mostra submerje-se em água a 60 ͦ C durante vinte minutos e coloca-se na imprensa
para seu rompimento aplicando uma carga em sentido diametral baixo condições de
temperatura e velocidade de aplicação da carga estabelecidas.
O valor da carga de rompimento denomina-se Estabilidade Marshall e a deformação
produzida para dita carga chama-se coeficiente de fluência ou deformação.

A finalidade é obter o conteúdo óptimo de asfalto na mistura a partir dos seguintes


resultados:

1. Densidade vs % de asfalto
2. Vazios na mistura vs % de asfalto
3. Vazios na mistura recheados de asfalto vs % de asfalto
4. Estabilidade Marshall vs % de asfalto (valor da carga de rotura)
5. Fluência ou deformação para dita carga
Deformação ou fluência.
A deformação ou fluência é a variação de dimensão que experimenta a proveta de BAQ no sentido de
aplicação da carga, quando é rompida no ensaio de estabilidade. Seu valor expressa-se em mm e conhece-se
a escala de laboratório.

Em realidade este valor não é usado para obter o conteúdo óptimo de asfalto, se não que se emprega como
comprovação para verificar quão grande é a deformação que experimenta a proveta com relação às
exigências que estabelecem as normas.

Expressões para obter o valor numérico dos resultados anteriores:

1. Estabilidade (E):
E= (Leitura do anel). (Calibração por altura). (Constante do anel) (kg)

A calibração por altura encontra-se determinada em função da altura da proveta, assim será o valor da
correcção a aplicar.
A estabilidade das provetas deve referir à altura normal de 63.5 mm; portanto multiplicar-se-á a carga total
achada pelo factor de correcção obtido do quadro que a seguir se detalha, em função da altura real da proveta.
H. DE LA FACTOR H. DE LA
PROBETA CORRECÇÃO PROBETA FACTOR CORRECÇÃO

(cm) (cm)
6.82 0.89 6.26 1.02
6.79 0.90 6.22 1.03
6.75 0.91 6.17 1.04
6.70 0.92 6.15 1.05
6.66 0.93 6.12 1.06
6.63 0.94 6.10 1.07
6.58 0.95 6.07 1.08
6.53 0.96 6.05 1.09
6.48 0.97 6.01 1.10
6.44 0.98 5.97 1.11
6.39 0.99 5.95 1.12
6.35 1.00 5.91 1.13
6.31 1.01 5.87 1.14
2. Densidade:
A densidade dum material obtém-se como a relação entre o peso e o volume

A
GM 
( B  A)
(B  C) 
GP

(g/cm3)
Onde:
GM = densidade aparente. Densidade ou peso unitário da proveta compactada.
A = peso da proveta no ar
B = peso da proveta no ar envolvida em parafina
C = peso da proveta na água envolvida em parafina
GP = peso específico da parafina·
3. Vazios na mistura (% de ocos):

Os vazios na mistura obtêm-se como:

VM = 100 – R (%)
GM
R   100
GO

WMistura
GO 
Vinertes  Vbetume  Vvacios

Onde:
R= densidade obtida na mistura com relação à densidade máxima teórica (GO).
GM = densidade aparente. Densidade ou peso unitário da proveta compactada.

Devem-se ter efectuado os ensaios, sobre os materiais portanto conhecem-se os pesos específicos
dos agregados e as percentagens em que intervêm na mistura. Depois é possível calcular a
densidade máxima teórica supondo que na proveta compactada não existissem vazios. O volume de
vazios será considerado como 0 pois na densidade máxima teórica não devem ficar espaços vazios.
Devem-se ter efectuado os ensaios, sobre os materiais portanto conhecem-se os pesos
específicos dos agregados e as percentagens em que intervêm na mistura. Depois é
possível calcular a densidade máxima teórica supondo que na proveta compactada não
existissem vazios. O volume de vazios será considerado como 0 pois na densidade
máxima teórica não devem ficar espaços vazios.

Substituamos agora o volume pela relação W/γ:

100
GO 
Winerte Wbetúme

 inerte  betúme
Como a mistura está composta por vários tipos de inertes, resulta conveniente obter a
densidade dos inertes combinada, que será o que substituir-se-á na expressão anterior:

100
 inertescombinados  n
Wi

i 1 ai

Sendo neste caso:


Wi = % em peso do inerte i
γai = peso específico do inerte i

Sucede agora que uma parte do asfalto acrescentado é absorvida pelos inertes.

O volume de asfalto absorvido pelos inertes (Vasf.abs) poderá ser obtido como:
Ab Pa
Vasf .abs 
100 betume

Onde:
Ab = % de absorção de betume dos inertes
Pa= % em peso dos inertes na mistura (100 - % asfalto)

Se o peso específico do asfalto é de 1,03 g/cm3, podemos assumir este valor como 1, para assim facilitar os
cálculos do parâmetro procurado.

Finalmente:

100
GO 
Winerte Wbetume
  Vasf .abs
 i c  betúme
Agora já pode ser obtido o % de vazios na mistura segundo a expressão já apresentada:
VM = 100 – R (%)

4. Vazios no agregado recheados de asfalto (VARA)

É a percentagem de inertes recheados de asfalto.


Obtém-se como
HA  VM
VARA   100
HA
Onde:
HA: percentagem do volume total não ocupado pelos inertes

(100  Pb)Gm
HA  100 
 combinado
Neste caso Pb é o porcento de betume, e GM é a densidade da proveta para o porcento de asfalto
analisado.
Finalmente costuma fazer-se uma comprovação:

Vinertes + Vasfalto + VM = 100 %

O volume dos inertes e da asfalto obtém-se como:

Pa.Gm
Va 
 combinado

( Pb  % Absorc).Gm
V ASFALTO 
 BETUME

Os termos já foram definidos em expressões anteriores


5. Obtenção do conteúdo óptimo de asfalto (COA)

Uma vez obtidos os parâmetros anteriormente discutidos, já se está em condições de encontrar o conteúdo
óptimo de asfalto, só teríamos que representar os resultados, como se mostra a seguir:
Com os dados obtidos nos gráficos anteriores calcular-se-á o conteúdo óptimo de asfalto,
mediando os seguintes valores:

1. A percentagem de asfalto que oferece a maior estabilidade.


2. A percentagem de asfalto que oferece a maior densidade.
3. A percentagem de asfalto para o valor médio da exigência dos Vazios na mistura. (%
Ocos)
4. A percentagem de asfalto para o valor médio da exigência dos Vazios no agregado
recheados de asfalto (VARA).

P1  P2  P3  P4
Logo o COA obtém-se como: COA 
4

Onde: P1, P2, P3 e P4 são as respostas aos indicadores anteriores.


Uma vez obtido o COA, com dito valor se verificar a que se cumpram as exigências de
deformação. Isto é com a percentagem de cimento asfáltico média, verifica-se se o valor
de fluência está dentro dos limites estabelecidos; e se o valor dos vazios na mistura
correspondente a esse contendido de asfalto supera os valores de VM., que para a cada
tamanho máximo nominal se especificam no quadro indicado.

Finalmente para estabelecer os parâmetros de controlo da mistura projectada, se entra aos


gráficos já construídos com o COA e se definem os valores que esperar-se-ão de
estabilidade, deformação, vazios na mistura e vazios no agregado recheados de
asfalto.
As especificações de qualidade para os diferentes tipos de misturas são:

Propriedades que deve satisfazer a mistura de BAQ Classificação do tráfico

Ligeiro Médio Pesado Muito


pesado

Estabilidade Marshall (kg) ≥ 450 ≥ 450 ≥800 ≥ 800


Deformação ou Fluência (mm) 3-5 2,5- 4,5 2-4 2 - 3,5
Densidade (g/cm3) não menor de 2.2 2.25 2.3 2.3
% De ocos na mistura. Mistura para base e nivela cão 7-9 7-9 6-8 6-8
% De ocos na mistura. Mistura de superfície 3-5 3-5 3-5 3-5
VARA para mistura para base e nivela cão 64-80 64-80 64-80 64-80
VARA para mistura de superfície 75-88 75-88 75-88 75-88
# de golpes por cara da proveta 50 50 75 75-100
V. Correcção da mistura

Daremos a seguir uma série de sugestões para aplicar quando uma mistura não cumpre algumas das exigências
especificadas:

Estabilidade alta - Baixo percentagens de vazios.


Deve-se calcular novamente as proporções dos inertes tendendo a desviar a graduação da mistura da curva de
máxima densidade (ou de Fuller), incorporando menor percentagem de finos redondos naturais (areia
sílica).

Estabilidade Requerida - Baixo percentagens de vazios.


Deve-se abrir a mistura, isto é desviar da curva de máxima densidade diminuindo a percentagem do
material fino de trituração.

Baixa Estabilidade - Baixa percentagem de vazios.


Se descarta-se a má qualidade dos agregados, deve-se calcular outra proporção de áridos tendendo a desviar a
graduação da mistura da curva de máxima densidade mas aumentando a proporção dos agregados grossos
e finos de trituração.
Estabilidade Requerida - alta percentagem de vazios.
Deve-se fechar a mistura aproximando à curva de máxima densidade variando a proporção dos
agregados.

Baixa Estabilidade - Alto percentagem de vazios.


Calcular novas proporções de ineres acercando à curva de máxima densidade aumentando a quantidade
de agregados de trituração grossa e fina e incorporando filler à mistura.

Alta Estabilidade - Baixa Fluência.


Aumentar-se-á a proporção de finos naturais na mistura do agregado total para que tenda a decrescer a
estabilidade e portanto a relação estabilidade/fluência.

Alta Estabilidade - Alta Fluência.


Não cria problemas quando a relação Estabilidade/fluência é correcta, isto é que para o tipo de carga cumpra
com as exigências requeridas.
Baixo Índice de compactação.
Para aumentar este índice é necessário incrementar o conteúdo de finos de origem natural em uma
proporção tal que seja compatível com a estabilidade requerida.
Geralmente a escassa possibilidade de compactação dos betões asfálticos deve-se ao uso exclusivo de
agregados de trituração.

Falta de aderência
A aderência entre o cimento asfáltico e o agregado depende fundamentalmente das características físicas e
químicas deles e das condições em que ambos se encontram quando se produz sua união.

A falta de aderência entre eles se manifesta marcadamente quando a mistura se encontra em contacto
com a água por um tempo prolongado. Em general, os asfaltos mostram maior afinidade em frente a os
agregados básicos, tipo calcário, cujas características mecânicas são inferiores às dos materiais ácidos
(granitos, calcitas, gravas sílicas, gneiss).
Esta acção competitiva da água e do asfalto sobre a superfície dos agregados, pode evitar com o uso dos
melhoradores de aderência adicionados ao material pétreo (hidróxido de cálcio, cimento) ou ao material
betuminoso (aditivo amílico). Resultando a segunda solução mais vantajosa, por sua maior facilidade de
levar à prática.

O ensaio de estabilidade residual Marshall permite determinar a relação da estabilidade dum conjunto de
provetas submetidas a imersão a 60o C durante 24 horas com respeito a outro grupo de provetas de igual
densidade.

Cuidados têm de ter no caso das densidades altas a costa de % de ocos muito baixo, porque este tipo de
mistura tem baixa resistência ao afretamento (rachaduras).
Conclusões
A determinação do conteúdo óptimo de asfalto segundo o procedimento Marshall é de vital importância para os
projectos racionais de misturas asfálticas para estradas, pois é de aqui que sai a versão final de mistura que será
colocada na via.

Obviamente para conseguir esta dosagem a nível de planta, há que fazer determinadas calibrações, pois como se
sabe, uma coisa sucede no laboratório onde as variáveis que intervém no processo são bem mais fáceis de controlar,
e outra em planta.

Deve-se ter presente que o ideal na dosificacao duma mistura, é a solução técnico-económica, isto é que se obtenha
uma mistura que cumprindo com as especificações, permita usar os materiais locais ou aqueles cuja distância
de transporte seja mínima; que seja compactáveis com a equipamento disponível e que fundamentalmente, como
já se mencionou, seu comportamento vs carga revele uma relação estabilidade -fluência aceitável para o tipo de
trânsito que a solicite.

Deve ter-se em conta que a estabilidade cresce marcadamente ao se reduzir a temperatura devido à
susceptibilidade térmica do asfalto, isto é ao incremento de sua consistência ao descer aquela; portanto é
necessário evitar valores excessivamente altos da estabilidade a temperatura do ensaio (60o C) em zonas de clima
frio.

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