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Universidade Zambeze

Faculdade de Ciencias e Tecnologia


Curso de Engenharia Civil-4 ano
Ficha de Leitura-2
Tipo de Aula: Teórica
Tempo de duração: 3horas
Cadeira: Impacto Ambiental
Prof. Júlio Pacheco Eng. Manuel Mauissa

8. O processo de Avaliação do Impacto Ambiental

O processo de AIA compreende as seguintes fases principais: a pré - avaliação (screening),


definição do âmbito (scoping), avaliação, mitigação, elaboração do relatório, revisão do relatório,
participação pública, tomada de decisão, monitorização e auditoria.

8.1. Pré- Avaliação (screening)

Entende- se por pré -avaliação, a fase do processo de AIA, pelo qual se seleccionam as
actividades que necessitam ou não de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) bem como o nível
de sua avaliação, quer seja completo ou simplificado. Esta fase envolve o julgamento sobre os
impactos esperados de uma proposta serem ou não significativos sobre o ambiente de
implantação.

A pré- avaliação é importante porque algumas actividades identificadas não possuem impactos
significativos sobre o ambiente, e portanto podem ser implantadas, enquanto outras possuem
impactos significativos sobre o ambiente biofísico, social, cultural e saúde humana.
Esta fase deve ser realizada bem cedo do início do ciclo de desenvolvimento da proposta para
que os proponentes estejam informados das suas obrigações e dos passos a seguir.

Os métodos para a pré- avaliação podem compreender uma avaliação caso por caso por parte dos
decisores, um exame inicial do ambiente, o uso de uma lista mandatária de actividades e a lista
de exclusão de actividades.

Em Moçambique e de acordo com o Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto


Ambiental (Decreto 45/2004, de 29 de Setembro, artigo 7) a pré- avaliação tem início após a
instrução do processo, onde os proponentes (donos da actividade ou seus representantes)
submetem ao MICOA (Direcções Provinciais) a proposta da actividade que compreende: 1.
Descrição da actividade, 2. Justificativa da actividade, 3. Enquadramento legal da actividade, 4.
Descrição do ambiente da área de implantação da actividade, 5. Proposta das Etapas de
realização de AIA e 6. Ficha de informação ambiental preliminar, que constitui o anexo IV do
RAIA.

A pré- avaliação e efectuada com base:

1. Na análise da informação constante do Artigo 6


2. Critérios de avaliação do Artigo 8
3. Conhecimento prévio do local de implantação da actividade
4. Consulta dos anexos I, II e III sobre a categorização da actividade

Da pré- avaliação são tomadas as decisões seguintes:

1. As actividades que cabem no anexo I são submetidos a Estudo do Impacto Ambiental


(EIA) completo
2. Os projectos que cabem no anexo II são submetidos a Estudo Ambiental Simplificado
(EAS)
3. Os que constam do anexo III são isentos de EIA e EAS.
4. As actividades que não cabem tanto nos anexos I e III são automaticamente consideradas
de categoria B, ou seja, enquadradas no anexo II.
5. São isentas de qualquer estudo (EIA e EAS) as actividades imediatas que visem fazer
face as situações de emergência derivadas de desastres naturais e as que constituem
segredo do estado para a defesa nacional.
6. Da pré- avaliação poderá resultar na rejeição da actividade para o ambiente proposto

Para as actividades que não cabem nos casos acima mencionados deverão passar por uma
avaliação caso a caso tendo em conta as características da actividade e seus potenciais impactos,
a área de inserção, as preocupações públicas com relação a actividade e às políticas de gestão
ambiental e outros requisitos aplicáveis.

Os critérios para a pré- avaliação devem considerar as características da actividade e do ambiente


receptor bem como as directivas, os regulamentos, a legislação e politicas ambientais aplicáveis.

Resumindo, da pré- avaliação poderá resultar na rejeição da actividade, isenção, determinação do


tipo de avaliação a realizar, ou seja, EAS para as actividades de categoria B e EIA para as
actividades de categoria A. Para os casos, os proponentes devem apresentar ao MICOA após pré-
avaliação os Estudo de Pré- viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA) e os
respectivos Termos de Referência (TdR) para aprovação. A rejeição pode resultar quando as
políticas de gestão ambiental ditam para tal decisão ou há conflitos de interesse.

Questões para discussão:


1. Quais os benefícios e desvantagens das listas mandatárias no caso de Moçambique?

2. Quais são os critérios que deverão determinar se um determinada actividade realiza ou


não um EIA?

8.2. Definição do Âmbito (Scoping)


A definição do âmbito é um processo interactivo entre o público, o governo e os proponentes,
por serem estes os principais actores do processo, que atribuem importância diferente aos
mesmos factores ambientais. A definição do âmbito refere- se ao processo de identificação dos
limites do EIA, ou seja o seu conteúdo especifico e os impactos que necessitam ser investigados
com detalhes. Sao incluidos na definição do âmbito, as questões e preocupações importantes que
se levantam da implantação da actividade, a informação necessária para a tomada de decisão
relativamente aos efeitos da actividade e os factores significativos afectados a serem
considerados.

Para o efeito, vários são os metodos que podem ser usados na definição do âmbito, dentre eles a
(1) identificação de preocupações científicas e das comunidades em relação a proposta da
actividade, (2) avaliação dessas preocupações para determinar as questões significantes para o
Estudo do Impacto Ambiental (e eliminação das questões insignificantes) e (3) a organização e
comunicação dessa informação para apoiar a análise das questões e tomada de decisão.

A fase de definição do âmbito serve para facilitar a realização do EIA, focando para as questões
chave, preocupações e alternativas que necessitam de investigação adicional, reduzindo assim as
deficiências dos estudos, o tempo para a sua elaboração e aprovação, poupando dinheiro,
evitando a colecta excessiva de dados ou omissão de informação relevante.

Da definição do âmbito deve resultar na identificação de alternativas razoáveis e práticas,


informação disponível aos potenciais afectados e as alternativas, identificação de possíveis
efeitos da proposta no ambiente e alternativas, identificação de possíveis efeitos na população e
as previsões das mudanças ambientais, o entendimento dos valores da qualidade ambiental que
poderá ser afectada e alternativas, avaliação de preocupações expressas e possíveis efeitos
ambientais para determinar a necessidade ou não de investigação adicional. Ainda resultam desta
fase, a definição dos limites de qualquer avaliação no tempo e no espaço, a determinação da
natureza de qualquer avaliação, dos seus métodos analíticos e procedimentos de consulta e o
estabelecimento dos termos de referência para o EIA.
A definição do âmbito deve considerar a proposta, a localização da actividade, possíveis
alternativas, impactos prováveis, as maneiras que os potenciais impactos devem ser mitigados e
geridos. Deve ainda considerar a área geográfica, o período para a análise dos impactos, as
metodologias, as fontes de informação e as lacunas, propostas para as consultas públicas, o
tempo para a realização do EIA

O Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto, no seu Artigo 10º numero 2,


apresenta os conteúdos dos Estudos de Pré- Viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito,
nomeadamente um sumario executivo, Identificação e endereço dos proponentes, a equipe
multidisciplinar responsável pelos EIA, a área de influência da actividade, a descrição da
actividade, das acções previstas e alternativas, do ambiente de inserção da actividade, a avaliação
das questões fatais, os potenciais impactos e os aspectos a serem investigados no EIA.

Questões para discussão

1. Descrever o papel dos diferentes intervenientes na definição do âmbito:


 Do proponente
 Da autoridade competente de AIA
 De outras agências
 Dos consultores ambientais
 Dos afectados
 Das comunidades

2. Quais são as alternativas que deveriam ser consideradas para uma determinada actividade

3. Descreva a informação que deveria ser incluída nos Termos de Referência para o EIA.

8.3. Avaliação
A pré -avaliação determina se uma proposta necessita ou não de um estudo, enquanto que a
definição do âmbito identifica as questões importantes para investigação detalhada no estudo do
impacto ambiental, garantindo que o tempo e dinheiro não são gastos em questões irrelevantes.

Na avaliação ocorre a maior parte do trabalho de avaliação dos impactos e compreende três
principais tarefas:

1. Identificação adicional e os detalhes dos impactos, refinando o entendimento quanto a


natureza dos impactos, impactos directos, indirectos, impactos cumulativos e outros
impactos e as suas causas.

2. Análise detalhada dos impactos para determinar a sua natureza, magnitude, extensão e
efeitos.

3. Julgamento da significância dos impactos (quer seja ou não importante e as medidas para
a sua mitigação)

A avaliação deve ser devidamente planificada e gerida de forma correcta para que os resultados
esperados sejam devidamente alcançados. Para tal, as seguintes fases são importantes considerar
(1) a metodologia para a planificação e condução do EIA, (2) o desenvolvimento da proposta, (3)
a formação da equipa interdisciplinar, (4) a selecção do líder da equipe interdisciplinar, (5) a
gestão geral do EIA, e (6) controlo fiscal.

8.3.1. A metodologia para a planificação e condução do EIA:


Dez passos para esta fase (Canter, 1996)

a) As necessidades e descrição da actividade


Este passo deve considerar (1) a descrição técnica da actividade, sua funcionalidade e operação,
(2) a proposta de localização e sua justificação, (3) o cronograma das acções de construção e
operação, (4) as necessidades de recursos naturais durante a fase de operação incluindo usos da
terra e da água, emissões atmosféricas, descarga de efluentes, resíduos geridos e necessidades de
sua deposição, (5) as necessidades actuais da actividade para a localização proposta, incluindo as
necessidades de habitação, controlo de cheias, desenvolvimento industrial, etc (6) alternativas
que terão sido consideradas para a localização, desenho, medidas de controlo da poluição, etc.

b) Colecta de informação institucional


A informação institucional refere- se por exemplo as leis, os regulamentos e políticas
relacionados com os aspectos biofísicos, culturais, sócio económicos. A fase de definição do
âmbito pode ser uma boa maneira para identificação desta informação e os locais onde ela pode
ser encontrada. Lembrem- se que na fase de scoping há consultas que devem ser realizadas com
instituições públicas [do governo a nível local, provincial e nacional], privadas incluindo o
público e as comunidades afectadas. Nestas consultas pode ser identificada toda regulamentação
que seja importante considerar. Estes documentos por exemplo, podem ser encontrados em papel
ou na forma electrónica na Imprensa Nacional ou nas instituições públicas e seus sites.
Igualmente existem CDs e manuais com compilação de informação sobre a maior parte de
legislação em vigor. Esta informação ajuda (1) a interpretar as condições da situação de
referência e (2) a fornecer as bases para interpretar os impactos previstos da actividade.

c)Identificação dos potenciais impactos


A identificação antecipada dos impactos gerais da proposta da actividade ajuda a focalizar as
etapas seguintes do EIA com mais precisão. Alguns impactos poderão já ter sido identificados
durante a fase de definição do âmbito. Assim, esta etapa consiste na revisão bibliográfica, uso de
listagens, redes e matrizes, métodos de identificação de impactos que veremos adiante com mais
detalhes. A bibliografia, as leis e os regulamentos disponíveis poderão ser uma fonte de
informação. Porem, a ausência de dados disponíveis pode contribuir para o insucesso dessa
etapa.

d) Descrição do ambiente afectado


Esta fase permite a identificação selectiva das condições da situação de referência nas fases
subsequentes. As possíveis fontes de dados são os EIAs disponíveis de actividades em
implementação, os mapas cartográficos sobre diversas componentes ambientais, o banco de
dados sobre inventário de emissões, etc
e) Predição dos impactos
Esta constitui o passo mais difícil da avaliação. A predição dos impactos pretende referir- se a
quantificação dos impactos antecipados nas diversas componentes ambientais afectadas. As
modelações matemáticas, os testes laboratoriais, as analogias de projectos similares poderão ser
usadas nesta fase de avaliação. As dificuldades desta etapa relacionam- se com os impactos não
conhecidos, as variabilidades ambientais, a resiliência e inexistência de modelos que poderiam
ser aplicados para a sua predição. Por outro lado, por causa dos custos implicados para a
predição de certos impactos, os profissionais involvidos preferem para o efeito usar seu
julgamento. Por outro lado, os impactos poderão ser previstos através da análise de risco com as
seguintes vantagens: (1) pensamento integrado dos riscos associados [dose resposta e avaliação
da exposição], (2) focalizar na redução das actividades de risco como minimização dos lixos,
prevenção da poluição e medição de mitigação, e (3) inclusão de medidas para responder a
situações de emergência e acidentes associada a perturbação ambiental.

f) Avaliação dos impactos


Esta avaliação refere – se a interpretação da significância da mudança antecipada. Por exemplo,
o julgamento profissional em biologia, significância poderia referir – se a perda de habitat e
biodiversidade, enquanto o publico pode delinear certos recursos importantes para uma certa
área. Contudo, os padrões de qualidade são um critério que deve ser usado nesta fase.

g) Mitigação dos impactos


A mitigação dos impactos significa a avaliação das potenciais medidas de mitigação. São
incluídas as medidas para evitar impactos por não levar a cabo certas acções, minimização de
impactos limitando o nível de sua magnitude, rectificação de impactos através de reabilitação ou
restauração do ambiente afectado, redução ou eliminação de impactos por preservação das
operações de manutenção durante a duração da acção e compensação pelo impacto substituindo
os recursos ambientais.

h)Escolha da proposta dentre alternativas disponíveis


Alternativa e um princípio fundamental de uma AIA. As alternativas podem ser limitadas,
porém, as alternativas disponíveis devem ser consideradas.

I) Elaboração do relatório
A escrita de um relatório deve ser de tal maneira que os capítulos focam aspectos essências do
EIA, seja perceptível e claro para um não especialista na área. A lei do ambiente, o Regulamento
sobre o processo de AIA e Directiva Geral para EIA apresenta um formato que deve ser seguido
para a elaboração dos REIAs.

j)Planificação e implementação do programa de monitorização


Esta fase será muito importante para as actividades com consequências negativas para o
ambiente. Para o efeito, e muito importante manter a situação de referência.

8.3.2. Desenvolvimento da proposta

Para esta segunda etapa deve ser preparado um cronograma de acções sequenciadas para o EIA e
o respectivo orçamento. Os custos de um EIA variam em função da sua complexidade, natureza,
características do ambiente de inserção da actividade entre outros aspectos. Os custos devem
incluir as etapas, as viagens de campo, os honorários dos técnicos envolvidos, a calendarização
das actividades. De notar que os custos podem subir quando (1) haver necessidade de extensão
do período para a recolha adicional de dados e informação, (2) mudança do desenho da
actividade, (3) necessidade de conduzir estudos da situação de referencia, (4) há controvérsias ou
conflitos de interesse e, (5) descoberta de fatalidades ou riscos que impeçam a implementação da
actividade.

8.3.3. Formação da equipe interdisciplinar

A equipe que vai conduzir a avaliação deve ser interdisciplinar ao invés de multidisciplinar, pois
esta ultima denota que os indivíduos versados em diferentes matérias trabalham juntos sem
interligação específica previamente estabelecida.
Uma equipe interdisciplinar para a condução de um EIA deve ser a entidade temporária indicada
e estabelecida para alcançar um propósito identificado, o de conduzir um EIA de uma proposta
de actividade.

8.3.4. Selecção de um líder da equipe interdisciplinar

O líder de uma equipe interdisciplinar orienta a equipa para alcançar de uma tarefa e um
propósito - o sucesso de um EIA.

Será tarefa de um líder orientar diariamente a equipe de trabalho sobre o calendário estabelecido
para a sua finalização, controlo de custos, coordenação com varias instituições, integração da
política, técnica e cientifica da proposta de actividade.

O líder deve: (1) demonstrar conhecimentos e habilidades numa área especifica, (2) habilidades
de comunicação com ambos técnicos e não técnicos, (3) ser confidente, (4) ter reputação de fazer
as coisas acontecerem, (5) assumir responsabilidades de todo EIA.

8.3.5. Gestão geral do EIA

Seis são as funções de uma equipe multidisciplinar que podem fazer suceder bem uma equipe
interdisciplinar: (1) funções claras e concisas do propósito da equipa, (2) sumario dos objectivos
que a equipa deve alcançar, (3) identificação das tarefas que devem ser alcançadas divididas por
cada individuo, (4) a discussão da estratégia relativamente as politicas, programas,
procedimentos, planos, orçamentos e outros recursos, (5) a afirmação da organização da equipe
com tarefas, actividades e responsabilidades de todos os membros, e (6) os recursos e serviços de
suporte a serem usados pela equipe interdisciplinar. Deverão existir encontros regulares
devidamente agendados e os membros deverão ter independência em trabalhar na sua própria
área.

8.3.6. Gestão fiscal


Envolve a conformação da equipe com o orçamente previsto durante um certo período. Assim
que o orçamento e o calendário tiverem sido estabelecidos, não se deve assumir que serão
rigorosamente seguidos, pois há recursos necessários que não foram contabilizados e que serão
necessários para o trabalho.

8.4. Identificação dos impactos

Para a identificação dos impactos uma metodologia valida deveria ser usada para a refinação dos
impactos que precisam ser investigados com detalhes, para assegurar que toda causa dos
impactos e suas interacções são identificadas. Deste modo, a escolha dos métodos deve ser parte
dos EIAs e para a sua selecção deve ser considerado o seguinte: (1) o tipo e a natureza da
actividade, (2) o tipo de alternativas a serem consideradas, (3) a natureza dos impactos, (4) será
apropriado para a presente tarefa (identificação ou comparação de alternativas), (5) não viciara a
informação ou os dados, (3) será economicamente viável, (6) a experiência da equipe em usar
tais métodos, (7) requisitos ou procedimentos, etc.

O termo metodologia refere – se a [maneira estruturada] para a realização de uma das básicas
actividades de identificação dos impactos. Os métodos formais mais comuns usados para a
identificação dos impactos são as listagens, matrizes, sistema de redes, sobreposições e sistema
de informação geográfica, sistemas de computação especializados e experiência profissional.

8.4.1. Listagens ou ‘checklist’

Este método consiste na listagem dos aspectos ambientais ou acções da actividade que precisam
ser investigadas com possíveis impactos ambientais. As listagens variam desde a uma simples
lista [questionário] aos sistemas descritivos que consideram a significância dos impactos através
de medições [escalas, peso, valores dos impactos], predição e interpretação das mudanças para os
factores ambientais afectados. As listagens podem ser desenvolvidas a adaptarem- se as
condições locais, assim que forem sendo usados ou desenvolvidos para sectores específicos de
actividade como, por exemplo, a gestão de lixos, uso de pesticidas, etc. As listagens tem a
desvantagem de não serem muito aplicáveis para identificação dos impactos, por não poderem
identificar os impactos indirectos da actividade, ou seja, não são efectivas para a identificação
das inter relações entre os impactos.

Quadro 1: Listagem simples para um gasoduto


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Categoria comentarios
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Usos da terra identifique usos presentes e descreva as caracteristicas da terra da área
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Usos da terra descreva os usos presentes da terra para agricultura,
industria, recreação, residencias incluindo o potencial de
desenvolvimento, localize-os.
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Topografia e geologia descreva detalhadamente a topografia e geologia da área
proposta
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Solos descreva as caracteristicas físicas e químicas e a
composição dos solos incluindo sua relação com os declives
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________________
Perigos geologicos indique o potencial de ocorrência de processos geológicos
perigosos como sismos, desmoronamentos, erosão.
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________________

Quadro 2: Sumarização dos impactos ambientais


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Questão Sim Talvez Não Comentários


Terra: o projecto irá
 Alterar os solos?
 Alterar os contornos, canais e bancos de rios?
 Incrementar ventos ou a erosão?
Resíduos sólidos: o projecto irá
 Gerar resíduos significativos?
Água: o projecto irá resultar na
 Descarga no sistema de esgoto público
 Mudança no curso actual da água doce a
salgada
 Mudança na taxa de abosorção, drenagem
natural?
 Descarga nos corpos de água e alterar a
qualidade
 Alterar a qualidade da água subterrânea?
 Contaminar a água de uso público?

8.4.2. Matriz

As matrizes são [tabelas] que podem ser usadas para identificar a interacção entre as acções da
actividade e os aspectos ambientais a serem afectados durante as diversas fases de sua
implementaçãoe. Assim coloca- se numa das colunas as acções da actividade e noutra coluna os
aspectos ambientais que podem ser afectados. Nos quadradinhos da tabela podem ser incluídos
comentários sobre a severidade dos impactos ou outros aspectos relacionados com a natureza dos
impactos, tais como símbolos que podem indicar o tipo de impactos (directo ou indirecto),
números ou uma série de pontos a indicarem a escala e podem ser feitos comentários descritivos.
As matrizes são muito aplicadas para identificação dos impactos.
Exemplo de Matriz de Leopold:

1. Identificar todas acções que são parte da actividade e coloque em cima da tabela,
2. Para cada acção, procure abaixo na lista de factores ambientais e coloque uma linha
diagonal onde os impactos são possíveis de ocorrer,
3. Para cada quadradinho contendo a linha diagonal atribua um valor da magnitude, que
indica a intensidade ou escala do impacto, no valor de 1 (menor) e 10 (maior) e em cima
do canto esquerdo de cada quadradinho +(positivo) e – (negativo). A atribuicao destes
valores devera basear- se numa avaliacao objectiva de factos relacionados com os
impactos antecipados.
4. Por outro lado a importancia de um impacto relaciona- se com a sua significancia, ou a
avaliacao da probalidade das consequencias dos impactos antecipados. A escala da
importancia, pode variar de 1 indicando menor e 10 indicando maior importancia
5. Portanto, na parte baixa da mão direita de cada quadradinho coloque um valor 1 (menor)
e 10 (maior) para indicar a significância ou importância do impacto, e
6. A atribuicao dos valores numericos da importancia dos impactos baseia- se no
julgamento subjectivo de individuos, pequenos grupos ou uma equipa interdisciplinar
trabalhando no estudo.
7. As matrizes podem identificar os impactos negativos e positivos
8. Nas matrizes podem ser usados codigos pre definidos para as caracteristicas dos
impactos.

9. Elabore um relatório dos impactos significativos

Quadro 3: Perturbação ambiental que ocorre da implantação de um projecto de petróleo

Perturbação ambiental (eixo Y) Acções de cada fase de implantação


(eixo X)
Exploração
Perturbação da terra Destruição da Levantamento Perfuração
vegetação Alteração geofísico
dos solos Tráfego Vias de acesso
Erosão Travessia de rios Acampamento de
Ondas sísmicas perfuração
Acidentes Perfuração
Aumento da Material de
população na área perfuração
Aumento da
população na área.
Desenvolvimento
Centro de Construção do
processamento gasoduto
Perturbação de rios Erosão e siltação do Vias de acesso Vias de acesso para
ou lagos banco de rios Acompamento para construção
Alteração da construção Travessia de rios
velocidade Depósito da Acidentes
Redução do volume tubagem Aumento da
de água Presença de população da área
Alteração da trabalhadores na
qualidade da água área

8.4.3. Sistema de redes

Tambem designado de árvore dos impactos, as redes ilustram as múltiplas interrelacções


existentes entre as causas dos impactos, ou seja as acções da actividade e os factores ambientais
afectados e portanto é útil para identificação de uma segunda ordem de impactos (indirectos,
sinérgicos, etc). As redes usadas com outros métodos podem ajudar a identificar impactos
antecipados associados aos potenciais impactos da actividade [impactos secundários]. Deste
modo, a acção inicial apresenta –se sempre a esquerda, enquanto outras acções causadoras dos
impactos e factores ambientais afectados são apresentados logo a seguir na rede. As limitações
do sistema de redes relacionam – se pelo facto de apresentar pouca informação técnica sobre a
predição dos impactos e não ser útil como um instrumento para avaliação comparativa das
alternativas dos impactos. Por outro lado, os detalhados sistemas de redes pode consumir muito
tempo para a sua elaboração e a sua visualização pode ser muito complicada.

8.4.4. Sobreposições e Sistema de Informação Geográfica (GIS)

Sobreposição de mapas ou imagens de computador podem ser usados para mostrar os impactos.
Os sistemas mais avançados em uso actualmente são os baseados em dados de computador do
sistema de informação geográfica (GIS). Os GISs dividem os mapas em células pequenas e estas
armazenam muita informação que pode ser usada para análise e modelações. As desvantagens
deste sistema relaciona –se com a inexistência de dados apropriados e os custos envolvidos para
a sua operacionalidade. Contudo, pode ser considerado um instrumento útil para a identificação e
gestão de impactos cumulativos.

8.4.5. Sistemas de computação especializados

Sistemas especializados são sistemas para a tomada de decisão baseados em conhecimento


computarizado. O usuário e sistematicamente apresentado com questões que foram
desenvolvidos do conhecimento existente no sistema e as interrelações sendo investigadas. O
sistema especializado faz a revisão da resposta dada a cada questão e segue para a seguinte
questão. Os sistemas especializados são programas que operam e analisam grandes quantidades
de informação e são instrumentos valiosos por serem lógica e sistematicamente programados
para operarem com base na experiência ao longo do tempo.

8.4.6. Experiência profissional

Embora não sejam métodos formais, muitos profissionais usam seus conhecimentos e
especialidade que ganham no seu trabalho para desenvolverem um banco de dados e
instrumentos de apoio técnicos para ajudar futuros projectos.

Quadro 4: Vantagens e desvantagens dos métodos de identificação dos impactos


Método Vantagem Desvantagens
Listagens  Simples de entender e  Não distingue impactos
usar directos e indirectos
Matrizes  Liga acção e impacto  Dificilmente distingue
 Útil para apresentar os impactos directos e
resultados do EIA indirectos
Redes  Liga acção e impacto  Podem ser muito
 Identifica os impactos complexos quando usados
secundários alem das versões mais
 Manuseia impactos simples
directos e indirectos
Sobreposições  Fácil de entender  Indica apenas impactos
 Bom método para directos
apresentação  Não indica a duração e
probabilidade
GIS e  Excelentes para  Dependem em grande
programas de identificação dos mediada no conhecimento
computação impactos e sua análise e dados
especializados  Bons para  Complexos e caros
experimentação

8.5. Predição dos impactos

Assim que uma série de impactos tiverem sido identificadas, a natureza e a grandeza de cada um
deles deve ser prevista. As predições devem ter em conta os dados e as técnicas para o meio
biológico, físico, sócio - económico e antropológico e deverá empregar modelações matemáticas,
modelacoes físicas, tecnicas sócio – culturais e económicas, experiências laboratoriais e
julgamentos profissionais, mas sempre de acordo com o âmbito do estudo para evitar gastos
desnecessários. Os impactos deverão ser preditos quantitativamente para facilitar a comparação
das alternativas.

As mudanças causadas por um determinado impacto poderão ser avaliadas comparando o futuro
esperado do estado das componentes ambientais se a proposta não for implementada com o
estado das componentes ambientais se a actividade prosseguir. Deste modo, uma das primeiras
acções na predição e análise dos impactos será a de identificar as condições da situação de
referência num determinado período de implementação da actividade.

A significância dos impactos será determinada pela consideração da característica do impacto e


da sua importância (valor).

Magnitude × valor = Significância

características importância do impacto


do impacto do impacto

Alguns critérios para a avaliação da significância dos impactos devem ter em consideração a
importância ecológica, social, padrões de qualidade e estatísticas de significância.

A importância ecológica deve considerar os efeitos nas plantas e animais, espécies indígenas e
raras, a sensibilidade, resiliência, biodiversidade e capacidade de carga dos ecossistemas e a
disponibilidade da população de espécies locais. Por outro lado, a importância social inclui
efeitos na saúde e segurança humana, perdas de espécies com valor comercial ou produção
disponível, valores estéticos ou recreativos, demanda nos serviços públicos e sociais, demanda
nos transportes ou outras infraestruturais e efeitos demográficos. Os padrões ambientais sãos os
meios mais comuns para avaliação da significância, eles incluem os limites de emissão, as
politicas, os planos de uso de certos recursos. Finalmente, as estatísticas de significância podem
apresentar mudanças das características ambientais.
Os métodos para a predição dos impactos são o julgamento profissional, método quantitativo de
modelações matemáticas, experiências laboratoriais, modelações físicas e estudos de caso.

8.5.1. Julgamento profissional

Todos métodos analíticos dos impactos possuem um determinado nível de julgamento


profissional. A aplicação inteira do julgamento profissional não poderá ser evitada se não
existirem dados para suportar rigorosamente as análises ou ausência de técnicas analíticas para
determinar a predição dos impactos.

Os exemplos de julgamento profissional incluem os sociólogos prevendo os impactos de uma


actividade de abastecimento de água, tendo em conta a natureza do trabalho de uma mulher
numa comunidade. O antropologista usando um seminário para avaliar a significância cultural
numa comunidade. Contudo, estes especialistas devem ser bem experientes nas suas
especialidades, no tipo da actividade proposta, na área geográfica e nos EIA.

8.5.2. Modelações matemáticas quantitativas

Modelações são expressões desenvolvidas para simular situações reais. Assim que desenvolvidos
não é difícil alterar as condições iniciais dos modelos e verificar como os resultados são
influenciados com as alterações iniciais. Por exemplo, diferenças na poluição do ar poderão ser
calculadas mudando apenas a altura da chaminé. Dada a natureza destes modelos, os
especialistas na sua interpretação, tomam muitas vezes suposições, que deverão ser devidamente
justificadas para a sua validação. Alguns exemplos de modelações quantitativas matemáticas são
os usados para a dispersão de emissoes do ar para prever as suas concentrações num determinado
ponto, modelações hidrológicas para prever as mudanças no regime das correntes de água num
determinado rio.

8.5.3. Experimentos e modelações físicas


Os experimentos e modelações físicas poderão ser usados para testar e analisar os efeitos de
actividades semelhantes bem como a efectividade das técnicas de mitigação. As experiências
poderão ser feitas no campo sob condições específicas de laboratório, dependendo da natureza
dos impactos e dos recursos disponíveis. As modelações físicas poderão ser usadas para prever
os impactos da actividade proposta no ambiente proposto. Os exemplos de experimentos são a
exposição de peixes em laboratório a poluentes, triagem de campo para verificar a efectividade
das medidas de controlo da erosão.

8.5.4. Estudos de caso

A revisão de estudos de casos de actividades semelhantes em ambientes semelhantes poderá


fornecer boas bases para confirmar a direcção de certas constatações.

Este valor adicionado a probabilidade deste impacto acontecer da - nos um valor que
comparando com os outros numa determinada escala indica- nos valores significativos e não
significativos.

9. Mitigação e Gestão dos Impactos

Uma das principais tarefas da AIA é a previsão e prevenção de ocorrência de impactos negativos
significativos no ambiente durante a implementação da actividade, nas suas diferentes fases,
através de consideração de modificações adequadas no desenho do projecto (mitigação).

Os seus objetivos são de identificar melhores maneiras de fazer as coisas, minimizar ou eliminar
os impactos negativos, melhorar os efeitos benéficos da proposta, salvaguardar a saúde pública e
proteger os direitos individuais e do público compensando- os.

A mitigação e os custos envolvidos são da inteira responsabilidade dos proponentes, devendo


estes evitar ou minimizar os impactos através de modificações no desenho do projecto e elaborar
um plano de gestão dos impactos que devem obedecer os limites aceitáveis.
Para que a mitigação seja efectiva é necessário entender muito bem o problema respondendo as
seguintes questões:

1. O quê?
Será o problema associado com a saúde da população, risco ecológico, diminuição dos recursos
naturais?
Será o problema ligado com emissões de fontes difusas ou localizadas?

2. Quando
Será um problema imediato ou necessita de ser remediado a longo prazo?
Será possível reduzir ou adiar o problema tomando passos ou medidas completas de mitigação?

3. Onde?
Deverá o problema ser resolvido localmente, regionalmente ou globalmente?

4. Como?
Serão as vítimas capazes de minimizar, mitigar os impactos?
Quais são os incentivos para que eles possam o fazer?

5. Quem?
Que partes interessadas ganham e quais as que perdem?

Dependendo dos impactos e da sua significancia,, os caminhos para a sua minimização podem
ser os seguintes (1) desenvolvemento de caminhos alternativos de ir ao encontro das
necessidades, (2) implementação de mudanças na planificação e no desenho do projecto, (3)
melhoramento da monitorização e práticas de gestão, (4) compensando em termos monetários, e
(5) substituindo, realocando ou reabilitando.

(1) Desenvolvimento de caminhos alternativos


Esta opção envolve revisitando o desenho da proposta, sendo apropriado a proposta de projecto
encontra- se na fase inicial de planificação.

(2) Mudanças na planificação e no desenho

Quanto mais cedo forem considerados os aspectos ambientais, menos custos seriam requeridos e
portanto fácil de redesenhar a proposta de actividade. Deste modo, deve haver uma ligação entre
a engenharia, a planificação e o ambiente. Portanto, o desenho da actividade deve ter em conta as
estratégias que irão reduzir os impactos no ambiente. Por exemplo, deve evitar se a
movimentação de terra no período chuvoso para evitar maior escoamento superficial e as
explosões devem ocorrer na altura depois da desova de aves migratórias.

(3) Melhramento da monitorização e práticas de Gestão

A monitorização tem em vista verificar se os impactos estão a acontecer de acordo com as


previsões. Uma gestão efectiva seria relevante para manter os impactos dentro dos limites e para
lidar com os impactos não previstos.

(4) Compensação monetária


Valores monetários poderão ser pagos por terras, machambas, pesca perdidos ou que estejam
afectadas dentro da área de concessão. Por outro lado, as casas e machambas poderão ser
realocadas e não necessariamente pagas por valores monetários.

(5) Reposição, realocação e reabilitação


Os mangais, as terras húmidas destruídos durante o nivelamento de terras poderão ser
compensados, plantando novos mangais ou terras húmidas. Alguns locais perturbados poderão
ser reabilitados.

O Plano de Gestão Ambiental elaborado para a gestão dos impactos deve conter:(1) uma
afirmação dos proponente sobre a política ambiental e seu compromisso em aderir a
implementação da actividade e a legislação aplicável, (2) a indicação da pessoa responsável para
implementar tal plano, (3) um cronograma de acções a serem implementados para conformar- se
com as recomendações do EIA, as condições de aprovação e de licenciamento, (4) a alocação de
responsabilidades para levar a cabo as diversas acções propostas, (5) a inclusão de um sistema de
reportar o progresso das tarefas alocadas, (6) a inclusão de um sistema de monitorização e
auditorias do progresso e alcance do plano sobre a protecção e melhoramento ambiental, e (7) o
plano de contingência e acções a implementar caso os resultados da monitorização mostrem que
os impactos não estão dentro dos limites previstos.

10. Relatório de Estudo do Impacto Ambiental (REIA)

Terminados os estudos especializados onde os impactos foram identificados, analisadas as


previsões e consideradas as medidas de mitigação e elaborado um plano de gestão dos impactos,
o REIA deve ser elaborado de acordo com os termos de referência aprovados pela entidade
competente.

1. O propósito

O REIA tem o propósito de fornecer informação ao (1) proponente para planificar, desenhar e
implementar a proposta de actividade de tal maneira que os impactos negativos são minimizados
nas diversas componentes ambientais e os benefícios são maximizados para todas as partes no
menor custo possível, (2) os decisores (governo ou autoridade competente em AIA) a decidirem
o prosseguir ou não com a aprovação da actividade, e se aprovam, as condições em que a
proposta deve ser aprovada e implementada, (3) o publico para entender a proposta e seus
impactos na comunidade e no ambiente. Deste modo, os REIAs deverão ser (1) documentos
proactivos cujos objectivos são de assistir os proponentes a alcançarem um bom desenho do
projecto, (2) ter informação de tal maneira organizada que seja acessível e disponível para todas
partes, e (3) informação suficientemente clara para um não especialista nas matérias nele
descritos.

2. A estrutura e composição
A estrutura e composição do REIA depende da legislação e regulamentos aplicáveis para cada
pais. No caso de Moçambique a estrutura esta descrita nas Directiva Geral para o EIAs, Lei do
ambiente 20/97 e no Regulamento sobre o processo de AIA (Decreto 45/2004). Para todos os
casos, comumente os REIAs apresentarem a seguinte informação:

1. Um resumo executivo que devera ser usado para as consultas ao público.


2. Descrição dos objectivos da proposta da actividade.
3. Descrição da proposta da actividade e alternativas incluindo a de não prosseguir com a
actividade. Esta descrição deve ser breve e focar para os aspectos de diferença relevantes
entre as alternativas.
4. Discussão entre a proposta e o actual uso da terra e outras politicas relevantes para a área
de implantação da proposta.
5. Descrição das condições esperadas nas componentes ambientais afectadas na altura da
implantação da actividade.
6. Avaliação dos impactos de cada alternativa considerada, apresentando informação clara
dos critérios usados para avaliação da significância dos impactos. Igualmente devem ser
apresentadas as características de cada impacto, os métodos de identificação e previsão
dos impactos, as técnicas de análise usados incluindo a discussão das incertezas
envolvidas na interpretação dos resultados e descrição das lacunas de conhecimento nos
dados da situação de referencia e de outros dados usados para os estudos e elaboração do
REIA.
7. Avaliação comparativa das alternativas considerando, tanto os impactos adversos como
benéficos, as medidas de mitigação e de monitorização, identificando a opção proposta
usando critérios de sustentabilidade para a sua justificação.
8. Plano de Gestão Ambiental (PGA), programa de monitorização dos impactos, programas
de treinamento proposto e de resposta da situacao de risco e de emergencia.
9. Apêndices: deve incluir toda informação técnica e descrição das metodologias usadas
para chegar as conclusões do REIA se não for adequado incluir no texto.

1.Resumo executivo
Esta é a parte do REIA que será lida por muitos intervenienrtes. Assim, dependendo da dimensão
da actividade, o número de páginas pode variar de duas (2) a três (3) páginas para pequenos
projectos a dez (10) páginas para grandes projectos, devendo conter a seguinte informação: (1)
titulo e localização da actividade, (2) nome do proponente, (3) nome da instituição responsável
pela elaboração do REIA, (4) descrição breve da proposta, (5) os impactos significantes, (6)
recomendações para a mitigação e compensação, e (7) proposta de monitorização.

2. Descrição dos objectivos da actividade proposta

Deve descrever a necessidade ou justificação da actividade.

3. Descrição da proposta e alternativas

Deve ser apresentada a descrição detalhada da proposta e alternativas razoáveis para o alcance
das necessidades do projecto incluindo de não implementar a actividade. As alternativas e os
detalhes deverão focalizar as maiores diferenças entre as alternativas. Deve ser incluido neste
capítulo o seguinte (1) o estado actual da proposta no ciclo de projecto (pre- viabilidade,
viabilidade, desenho detalhado), (2) a descrição da planificação, desenho e as estratégicas de
implementação num detalhe suficiente para que a previsão dos impactos e as medidas de gestão
sejam percebidas e apreciadas, (3) as necessidades de matéria prima, agua, energia,
equipamentos, (4) as características das operações a serem usadas – processos, produtos, etc, (5)
mapas, diagramas e fotografias, (6) a comparação das opções da actividade (tamanho, tecnologia,
desenho, origem de energia e das matérias primas) dentro dos constrangimentos económico,
técnico, social e ambiental, (7) um sumários dos aspectos técnicos, económicos e ambientais da
actividade.

4. Discussão da proposta e do uso actual da terra e políticas aplicáveis

Este capítulo deve mostrar de como a proposta enquadra – se no actual sistema, nas políticas,
estratégias, e a sua consistência em relação a estes aspectos. Os seguintes aspectos deverão ser
incluídos (1) os limites espaciais e temporais adoptados para os vários aspectos do estudo, (2) a
situação ambiental de referência para todos aspectos ambientais (bio físicos, económicos,
ambientais) e as tendências futuras antecipadas das condições ambientais que possam impedir a
não implantação da proposta, (3) as áreas sensíveis ou de cenário único (científicos, sócio
económicos, visual, etc).

5. Avaliação dos impactos de cada alternativa

Os impactos adversos e benéficos para cada alternativa deverão ser descritos. Deve- se incluir (1)
a avaliação na população local, (2) os dados ambientais relevantes e os métodos de predição
usados para as suposições feitas, (3) qualquer lacuna de conhecimento e incertezas encontradas,
(4) a conformação com legislação e padrões de qualidade ambiental, (5) a avaliação da
significância dos impactos, descrevendo os critérios e padrões usados para o julgamento, (6) as
medidas para minimizar e evitar impactos. Os possíveis impactos cumulativos e sinérgicos
deverão ser mencionados.

6. Avaliação comparativa das alternativas e identificação da opção preferida

As alternativas propostas deverão ser comparadas, focalizando nos impactos significantes, nas
medidas de mitigação e monitorização. A opção preferida deve incluir (1) os impactos
considerados significativos e as medidas de evitar e ou de minimização, redução, ou mesmo de
gestão, (2) os impactos que os proponentes se propõem a mitigar durante a operação da
actividade e os impactos residuais, ou seja, os impactos que não podem ser mitigados ou
minimizados, (3) a distribuição de custo benefício a nível local e regional, (4) uma declaração
das medidas de protecção ou de reassentamento da população ou grupos afectados, indicando as
reacções para as questões propostas, (5) as oportunidades de melhoramente.

7. Plano de Gestão Ambiental

A gestão dos impactos, a monitorização e propostas de treinamento fazem parte destos


paragrafos a seguir.
Este capítulo constitui a parte orientada do REIA e sumariza as medidas adoptadas para garantir
que (1) a medidas de mitigação sejam implementadas e (2) os impactos estejam de acordo com
as previsões. Constitui o plano para a monitorização e gestão dos impactos durante a
implementação da actividade nas suas diferentes fases e clarifica as actividades tanto dos
proponentes como do governo.

Este plano de gestão de impactos e de monitorização deve: (1) conter a descrição da actividade e
a proposta das acções de mitigação, (2) um cronograma para a sua implementação, (3) alocação
das responsabilidades indicando o nome ou posição da responsabilidade (4) apresentar o
programa de monitorização para avaliar o desempenho, (5) apresentar a proposta de relatórios de
monitorização e procedimentos de revisão, e (6) apresentar as necessidades de treinamento para
garantir a implementação cabal do plano de gestão dos impactos.

8. Apêndices

Os apêndices devem conter os documentos referência para o seu uso durante a revisão. Toda
informação técnica, as maneiras e os métodos que conduziram as conclusões do REIA deverão
ser incluídos nos apêndices quando não podem ser incluídos no texto. Os apêndices devem
incluir (1) o glossário, (2) a explicação dos acrónimos, (3) o sumario da gestão do EIA e das
consultas e participações publicas bem como a lista de todas instituições consultadas durante as
diferentes fases do EIA, (4) fontes de informação e referencias usadas, (5) a lista dos nomes e
das qualificações da equipe interdisciplinar que conduziu o EIA e, (6) os Termos de Referencia
do EIA e dos especialistas.

9. Algumas fraquezas dos REIAs

Os REIAs podem ser claros, alcançar os objectivos e serem consistentes. Estes aspectos são
esperados de um trabalho que envolve uma equipe de diferentes especialidades que trabalham
para terminar os trabalhos nos prazos predeterminados. Os REIAs não poderão ter a devida
qualidade se os fazedores destes relatórios não conhecerem as fraquezas e deficiências, dentre
elas:
(1) a descrição dos objectivos da actividade são limitadas uma única opção. Exemplo o
transporte de bens e pessoas considera apenas por estrada, (2).a descrição da actividade omite
outras actividades ou partes dela. Exemplo, uma actividade de mineração não descreve o
transporte do minério processado, (3) alguns aspectos ambientais não são considerados na
selecção das alternativas. Exemplo, para uma exploração mineira os aspectos para as alternativas
não inclui os usos de água, (4) não descrição dos problema chave afectado pela actividade.
Exemplo, que na área de concessão existem outras actividades de mineração que usam as
mesmas fontes de água e que a capacidade destas fontes para o sua uso foi esgotada, (5) os
apêndices não incluem como as conclusões do REIA foram obtidos, (7) ambientes sensíveis na
área de implantação da actividade não são considerados. Exemplo, para uma linha de estrada, o
REIA não afirma que a mesma iria atravessar uma área com importância ecológica.

11. Revisão do Relatório de Estudo do Impacto Ambiental

A revisão é uma fase do AIA para (1) determinar se o REIA de uma determinada actividade tem
a qualidade, relevância e avaliação adequada dos impactos ambientais para a tomada de decisão,
(2) reunir as opiniões das partes interessadas e afectadas sobre a aceptabilidade da proposta de
actividade e da qualidade da AIA usada, (3) assegurar que o REIA corresponde aos Termos de
Referencia aprovados, e (4) determinar se a proposta de actividade corresponde as politicas,
planos e padrões existentes

11.1. O seu propósito

O propósito da revisão é de (1) fornecer aos decisores informação sobre a aceitabilidade dos
impactos, (2) permitir um julgamento imparcial quando há conflitos de interesse de uma das
partes evitando demoras desnecessárias, e (3) identificação de informação adicional a ser
incluída no REIA ou medidas de mitigação adicionais para a implementação da actividade.
A revisão geralmente é feita pela entidade competente em AIA, podendo igualmente ser feita por
uma entidade independente acreditada para tal ou por uma comissão designada, podendo
começar antes do REIA ter sido submetido para apreciação final.

11.2. Metodologia de revisão

Para a revisão do REIA uma metodologia e um critério deverão ser definidos. Geralmente a
revisão observa os seguintes critérios e questoes (1) o REIA cumpre com os termos de referência
aprovados, (2) o REIA contém informação suficiente sobre os objectivos da proposta, os
aspectos ambientais descritos, as alternativas, os impactos, as medidas de mitigação e de
monitorização, etc., (3) o REIA contém informação cientifica e técnica aceitável, (4) o processo
de AIA foi conduzido de forma adequada e reflecte as posições de todas as partes afectadas e
interessadas, (5) a informação apresentada é perceptível tanto para o publico como para os
decisores, (6) a informação apresentada é relevante para as partes envolvidas no processo de
revisão, e (7) o REIA contém informação sobre as consequências dos impactos ambientais para a
avaliação pelos decisores. Em Moçambique existe um Manual sobre os aspectos que deverão ser
observados aquando da revisão dos REIAs.

11.3. Passos para uma revisão efectiva

Para uma revisão alguns passos devem ser considerados, nomeadamente a (1) colocação de uma
escala ou nível de revisão, (2) selecção da equipa para a revisão, (3) consideração dos
comentários da público resultantes da participação pública, (4) identificação dos critérios de
revisão, (5) revisão do REIA, e (6) publicação do REIA.
12.Tomada de decisão

Depois de elaborados os REIAs eles terminam com a tomada de decisão, que é uma escolha
politica sobre o prosseguir ou não com a implementação da actividade e as respectivas condições
em casos de aprovacao. Em AIA, o termo tomada de decisão significa aprovação final ou
autorização da proposta.
As possíveis decisões sao as seguintes:

(1) A proposta pode ser aprovada


(2) A proposta deve ser aprovada com condições
(3) A proposta pode ser aprovada com investigação a ser realizada sobre determinados aspectos
(4) Alguns aspectos deverão ser clarificados antes da aprovação do REIA
(5) Uma adenda ou estudos adicionais devem ser realizados se forem identificados problemas
maiores no actual estudo.
(6) O estudo deve ser rejeitado.

13. Participação pública

A participação pública é fundamental em AIA, pois quando o público é envolvido a tempo, de


forma planeada e devidamente implementado o programa de participação, pode contribuir para o
sucesso do desenho, implementação, operação e gestão ambiental da proposta de actividade.

1. O público envolvido tipicamente incluem (1) pessoas, indivíduos ou grupos da comunidade


local, (2) os proponentes ou outros beneficiários da actividade, (3) instituições do governo, (4)
Organizações não governamentais, e (5) Doadores, sector privado, académicos, etc.

(1) Comunidade local: refere- se a indivíduos ou grupo de pessoas da comunidade local afectadas
pela actividade que gostariam de conhecer a proposta, os seus prováveis impactos, que gostariam
de ver seus valores e sugestões considerados. Gostariam, igualmente, que os proponentes
escutassem e considerassem suas preocupações. Terão um conhecimento local que poderia ser
aproveitado.

(2) Os proponentes: são os donos do projecto ou seus representantes. Estes poderão compartilhar
os objectivos da comunidade local. Os proponentes gostariam de alinhavar a proposta para o seu
sucesso. E este sucesso só pode acontecer quando o público entender e aceitar a proposta através
do fornecimento da informação. O desenho poderá ser melhorado através do uso do
conhecimento local.
(3) Instituições públicas: quando as instituições do governo, os ministérios são devidamente
envolvidas, é improvável que as actividades sejam controversas nas fases seguintes da sua
implementação.

(4) Organizações não governamentais (ONGs): estas organizações poderão dar uma visão geral
sobre a actividade na perspectiva do público. Essas visões poderão ser úteis quando seja difícil o
envolvimento das comunidades locais, mas não podem substituir as comunidades locais.

(5) Outros grupos: incluem os académicos e podem contribuir em grande medida para o
melhoramento da implementação da actividade pelos conhecimentos que ostentam.

2. Os objectivos

Os objectivos da participação pública são a seguir resumidos (1) informar os potenciais afectados
e interessados pela actividade de modo que esses sintam se parte da actividade [criar senso de
propriedade], (2) dar oportunidade aqueles que não seriam parte para apresentarem suas visões e
valores, para que as medidas de mitigação considerem varias sensibilidades, (3) incluir as partes
no processo de planificação para que os benefícios sejam maximizados e os impactos não sejam
omitidos, (4) obter o conhecimento local (correctivo e criativo) antes da tomada de decisão, e (5)
reduzir conflitos através da identificação quanto cedo de questões polémicas.

3. Como identificar as partes interessadas e afectadas?


Os directamente afectados são facilmente identificáveis. Estes poderão ser os beneficiários da
actividade ou negativamente afectados. Porém, é mais difícil identificar os indirectamente
afectados. Deste modo, seria relevante definir claramente quem seria envolvido. De qualquer
modo, devera ter o cuidado de ter representatividade de todos grupos interessados e afectados.

4. Tipo de envolvimento público. O público pode ser envolvido de diferentes maneiras na AIA.
O nível de envolvimento do público varia de mera informação acerca da proposta ou seu
envolvimento para influenciar a tomada de decisão. Deste modo, os termos consulta e
participação deverão ser entendidos e clarificados. Entende - se por informação quando tem um
único sentido, do proponente para o público. Consulta seria informação em dois sentidos.
Finalmente, na participação, tanto os proponentes como o público compartilham as análises e
agendas da AIA. Ambos são envolvidos na tomada de decisão através de consensos.

5. Métodos de participação pública


A mistura de métodos é o ideal para seu sucesso. Os métodos podem ser encontros informais de
pequenos grupos, o uso de mass media (rádio, televisão, jornal) para publicidade é relevante para
iniciar um programa de consulta pública. Veja a tabela.

6. Princípios básicos para uma participação pública efectiva


São eles (1) disponibilidade de informação relevante num formato aceitável, (2) tempo suficiente
disponibilizado para permitir a leitura, discussão para consideração da informação e suas
implicações, (3) tempo suficiente para as partes apresentarem suas visões, (4) a escolha do local
e do período para a consulta deve encorajar a participação de muitas pessoas.

8. Participação pública e a AIA

A participação pública pode acontecer em cada uma das fases do processo de AIA. Na fase de
screening as autoridades poderão consultar as pessoas prováveis de serem afectadas pela
actividade de modo a avaliar a significância dos impactos da proposta. Esta informação poderá
ajudar a determinar se para actividade será necessário um EIA ou não. Na fase de scoping a
participação pública seria importante para identificar os impactos chave da proposta, informação
local e caminhos alternativos de alcançar os objectivos do EIA. Na avaliação e mitigação, a
participação pública pode evitar não acuracia da análise, pode revelar os valores locais e
preferências e pode ajudar na formulação das medidas de mitigação que irão incorporar a
alternativa favorável. Durante a revisão a participação seria útil para comentários do REIA. As
audiências públicas são geralmente realizadas nesta fase onde encontros formais e informais
podem ser realizados para aquisição de visões.

14. Acompanhamento da implementação da actividade


1. Necessidade de acompanhamento

A implementação da actividade deve ser acompanhada pelas seguintes razsões, (1) pouca
atenção é dada aos impactos gerados durante as fases de construção e operação, (2) sem um
acompanhamento da tomada de decisão, os REIAs reduziriam- se a documentos meramente
formais apenas para obtenção da licença, em vez de documentos de gestão ambiental que trazem
benefícios ambientais para o alcance da sustentabilidade ambiental, (3) depois de muito público
envolvido, muitos recursos e tempo são gastos para os EIAs, é necessário salvaguardar o retorno
em termos de benefícios ambientais e a qualidade da tomada de decisão.

2. Tipos de acompanhamentos

Os tipos de acompanhamentos comuns são a monitorização e as auditorias ambientais.


Entende- se por monitorização a colecta sistemática de dados ambientais através de medições
regulares. As actividades de monitorização incluem- se a (1) a monitorização da situação de
referencia onde os parâmetros ambientais são medidos na fase pré implementação da actividade
com vista a determinar a natureza e as variações naturais para estabelecer a natureza dessas
mudanças, (2) monitorização dos efeitos: consiste em medições regulares dos parâmetros
ambientais durante as fases de construção e operação, de modo a identificar mudanças nesses
parâmetros que podem ser atribuídos ao projecto, (3) monitorização de conformação seria
continua medição regular de parâmetros ambientais, níveis de lixos descarregados ou emissões
de modo a conformar esses parâmetros com os padrões.

Por outro lado, a auditoria ambiental seria a noção de verificação de praticas e certificação de
dados ou a verificação do estado de saúde de um determinado empreendimento. Os objectivos da
auditoria ambiental incluem- se (1) a organização e interpretação dos dados de monitorização
ambiental para estabelecer mudanças relacionadas com a implementação ou operação da
actividade, (2) verificação de todos parâmetros com vista a observar a sua conformação com os
politicas, padrões e regulamentos, e estabelecimento dos limites da execução ambiental, (3)
comparação dos impactos previstos com os que decorrem para avaliar a acuracia das previsões,
(4)avaliação da eficácia do sistema de gestão, das praticas e dos procedimentos e, (5) determinar
o âmbito e o nível das acções de remediacao a implementar em casos de não conformação.

3. Utilidade dos dados de monitorização e auditorias

A monitorização consiste na planificação de um programa de monitorização, a colheita e análise


de amostras, a sua interpretação e a elaboração de relatórios. Os dados da monitorização são
úteis para (1) documentar os dados da situação de referencia no inicio do processo de AIA, (2)
avaliar o desempenho e a conformação com as condições de aprovação da actividade para
modificar as actividades de mitigação se forem identificados impactos negativos não previstos,
(3) revisão dos impactos previstos para uma efectiva gestão de riscos e incertezas, (4) identificar
tendências dos impactos, (5) revisão periódica e alteração das actividades do plano de gestão, (6)
verificar a acuracia das previsões dos impactos e a eficácia das medidas de mitigação, de modo a
transferir a experiência para projectos futuros. A monitorização devera incluir as acções de
emergência para casos em os padrões e limites não são alcançados.

Os resultados de uma auditoria são úteis para (1) determinar os impactos actuais ou resultados da
actividade ou decisões submetidas a AIA, (2) avaliar se as condições estabelecidas pela entidade
licenciadora para a mitigação dos impactos terão sido implementados e se essas medidas
garantem a protecção ambiental, (3) identificar a natureza e acuracia das previsões dos impactos
na gestão ambiental dos impactos da actividade, (4) avaliar a eficácia do processo de AIA de
modo a identificar áreas que poderia ser revistas ou focalizadas, (5) examinar a eficácia do EIA
de modo a identificar oportunidades de melhoramento. A auditoria resulta em: (1) melhoramento
da imagem do produto dada a protecção do ambiente, (2) redução da oposição pública, (3)
redução de multas que poderiam resultar em inconformidades.

4. Composição de um programa efectivo de monitorização

(1) programa de colheita de amostras (quando e onde?), (2) métodos de colheita nas fontes, (3)
colecção da qualidade de dados, (4) compatibilidade entre novos dados com os dados relevantes,
(5) custo eficácia na colecção de dados, (6) controle de qualidade nas medições e analises, (7)
banco de dados, (8) relatórios para a gestão interna ou para verificação externa.

5. Passos para elaboração de um programa de monitorização


(1) identificar o âmbito da monitorização e os aspectos ambientais como qualidade da agua,
vectores de doenças, que necessitam de monitorização, (2) definição dos objectivos para a
monitorização destes aspectos, (3) decidir como essas informação colectada seria usada para a
tomada de decisão, (4) definir limites, seleccionar mapas e planos, e locais para observação,
medição e colheita de amostras, (5) definir os indicadores chave para as medições directas e
observação, (6) definir como os dados seriam analisados e como as analises seriam apresentadas,
(7) decida sobre os níveis de acuracia necessários para a analise dos dados, (8) decidir como
novos dados poderiam ser usados para melhorar os dados existentes e assegura que o formato
seja compatível com os dados existentes, (9) estabelecer mínimos requisitos para a
monitorização do ar, qualidade da agua, mudanças sociais.

6. Passos para uma auditoria ambiental (Manual de Auditoria Ambiental)

1. Planificação: definição do local e âmbito, selecção da equipe de auditores,

2. Condução da auditoria ambiental: (a) pré auditoria: plano de auditoria (onde, o que, como,
quem, quando?), preparação do questionário (agua, lixos, monitorização, emissões, etc), revisão
de documentos, visita preliminar; (b) Auditoria no local: reunião de abertura, revisão de
documentos, vistoria dos locais, entrevistas, reunião de fecho, (c) Pos auditoria: compilação da
informação, preparação do relatório.

3. Acompanhamento da auditoria: desenvolvimento de um plano de acção, implementação do


plano de acção.

Bibliografia
1. Canter, L. (1996): Environmental Impact Assessment, Second Edition, McGraw- Hill
Series in Water resources and environmental engineering. University of Oklahoma,
United States of America.

2. Corson, W. ed. (1993): Manual Global de Ecologia. O que você pode fazer a respeito da
crise do Meio Ambiente. Editora Augustus. São Paulo, Brasil.

3. MICOA (2005): Compilação de Legislação Ambiental Moçambicana. Tomo II. Maputo,


Moçambique

4. MICOA (1996): Programa Nacional de Gestão Ambiental, Maputo, Moçambique.

5. Moreira Dias, I (1993): Seminário sobre Avaliação do Impacto Ambiental. IUCN- União
Internacional para a Conservação. Maputo- Moçambique.

6. Partidário, M; Jesus, J. ed. (1994): Avaliação do Impacto Ambiental. Conceitos,


procedimentos e aplicações. CEPGA- Centro de Estudos de Planeamento e Gestão do
Ambiente, Lisboa- Portugal.

7. Ridgway, B. et al. (1996) Environmental Impact Assessment Training Resource Manual.


United Nations Environmental Programme- UNEP. Preliminary Version. The
Environment Protection Agency. Canberra, Australia.

8. Sadar, M. (1996): Environmental Impact Assessment, Second Edition, Quebec- Canada.

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