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Ana Vanessa de Medeiros Neves
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AULA 03
DEPENDÊNCIA QUÍMICA

SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR

SAÚDE MENTAL NA ESCOLA

CURSO SAÚDE MENTAL NO SUS


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PARTE I

DEPENDÊNCIA QUÍMICA

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CONCEITO

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DEPENDÊNCIA QUÍMICA

O DSM-IV (APA, 1994) define a dependência como "um grupo de sintomas cognitivos,

comportamentais e psicológicos que indicam que a pessoa continua utilizando uma

substância (droga), apesar de problemas significativos relacionados a ela".

O termo "dependência", quando aplicado ao álcool e outras drogas, implica a necessidade

do uso repetido da droga para sentir-se bem ou mesmo evitar sensações desagradáveis

pela sua ausência (Bertolote, 1997 apud Galduróz, 2011).

A dependência é a perda da liberdade de escolha, ou seja, a pessoa não escolhe se vai ou


não usar ou mesmo o quanto vai usar. É obrigada a usar e não tem o controle da
quantidade usada em cada ocasião (Galduróz, 2011).

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CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS

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Segundo a OMS, as drogas podem ser classificadas em (Micheli e Formigoni, 2011):

 Drogas psicotrópicas

 Drogas psicoativas

Drogas psicotrópicas - são substâncias que agem preferencialmente no SNC, produzindo


alterações no comportamento, humor e cognição. Estas substâncias apresentam
propriedades altamente reforçadoras, aumentando, portanto, as chances de
desenvolvimento de dependência.

Drogas psicoativas - também agem no SNC, produzindo alterações no comportamento,


humor e cognição. A diferença das substâncias psicoativas, encontra-se no fato destas não
apresentarem propriedades reforçadoras tais como as psicotrópicas.

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As drogas psicotrópicas são divididas em três classes de acordo com suas características
e/ou efeitos no sistema nervoso central, considerando a teoria de Chalout (1971 apud
Galduróz, 2011):

 Depressoras:

Apresentam como característica comum a lentificação da atividade cerebral, causando:


sonolência, lentificação psicomotora. Entre as principais drogas depressoras do SNC,
destacam-se o álcool, solventes (gasolina, éter, clorofórmio etc.), sedativos/hipnóticos,
ansiolíticos e analgésicos narcóticos;

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Estimulantes:

Estimulam a transmissão de sistemas excitatórios cerebrais, ou que bloqueiam sistemas


inibitórios, tendo como resultado final uma acentuação do estado de alerta, insônia,
nervosismo, aumento da atividade motora, aceleração dos processos psíquicos, entre outros.
De modo geral, os estimulantes do SNC apresentam como característica comum, a aceleração
da atividade cerebral. Entre as principais drogas estimulantes do SNC, destaca-se: cocaína,
anfetaminas, cafeína e tabaco;

Perturbadoras:

Perturbam a fisiologia do SNC produzindo uma mudança qualitativa no seu funcionamento,


provocando alterações mentais tais como delírios, ilusões e alucinações. Por esta razão, estas
substâncias são também chamadas de psicoticomiméticas. Entre as principais drogas
perturbadoras do SNC, destacam-se: maconha, alguns cogumelos (de origem vegetal) e
substâncias sintéticas como o LSD.

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FATORES ASSOCIADOS AO USO

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Alguns adolescentes inicialmente utilizam o álcool e as drogas para recreação e terminam
não desenvolvendo outras formas de divertimento ou de descontração.

Estudos mostram que ter um melhor amigo que experimentou cigarro ou álcool parece estar
associado à aprovação do uso de drogas pelo grupo de iguais, o que, normalmente, facilita a
decisão a favor do primeiro uso (Noto, Sánchez, Moura, 2011).

Parte desses adolescentes terá dificuldade em manter relacionamentos afetivos sem o uso
destas substâncias, dificultando ainda mais o estabelecimento de laços mais fortes de
relacionamento.

Quanto mais cedo ocorre o primeiro uso de qualquer substância, maior será o risco deste
processo se desenvolver (Scivoletto, 2011).

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Segundo Piccolo e Leal (2011), os usuários de drogas compartilham com o grupo,


determinadas práticas, crenças e significados relacionados a essa atividade. Mesmo não
sendo homogêneas, suas representações sociais são coerentes com a configuração cultural
em que estão inseridos.

O uso de drogas perpassa por um processo de aprendizagem e socialização, pois ninguém se


torna usuário sem aprender a:

 Fumar [ou usar] a droga de uma maneira que produza efeitos reais;
 Reconhecer os efeitos e associá-los ao uso da droga (aprender, em outras palavras, a ter
um barato);
 Gostar das sensações que percebe.

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Os fatores explicativos do consumo de drogas na adolescência podem ser classificados em


função do nível de análise: macrossocial, microssocial e individual (Gouveia et al., 2011):

 Fatores macrossociais
 Fatores microssociais
 Fatores individuais

Fatores macrossociais - dizem respeito ao ambiente mais amplo em que se encontra o


indivíduo, contemplando as estruturas econômica, legal e normativa de uma sociedade (Akers
& Jensen, 2007 apud Gouveia et al, 2011).

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Fatores microssociais - atuam em um plano mais próximo ao indivíduo, englobando variáveis

sociais, mas relativas a âmbitos imediatos de interação, ou seja, ambientes mais específicos de

relação interpessoal onde ocorre a socialização (por exemplo, família, escola, grupo de

amigos).

Fatores individuais - são as características internas do indivíduo, como personalidade,

habilidades, atitudes e valores; ainda que em última análise possam ser gerados em interação

com o mundo social (Beyers et al, 2004; Santos, 2008 apud Gouveia et al, 2011).

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Fatores relacionados à família e ao uso de drogas por adolescentes (Rapizo, 2011):

• Uso ou aprovação do uso de álcool ou drogas por um dos pais


• Práticas disciplinares inconsistentes, permissivas ou rígidas em excesso
• Pouco investimento afetivo no vínculo entre pais e filhos
• Monitoramento deficiente das atividades do adolescente
• Ausência de educação religiosa
• Expectativas incertas dos pais em relação aos filhos, exageradas ou discrepantes das
próprias expectativas dos filhos sobre si mesmos
• Ausência de um dos progenitores na educação
• Percepção do adolescente sobre falta de suporte de qualquer natureza por parte dos pais
• Desestruturação familiar, separação, conflitos, violência intrafamiliar, maus tratos

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FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO

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BIOLÓGICOS

 Predisposição genética
 Capacidade do cérebro de tolerar presença constante da substância
 Capacidade do corpo em metabolizar a substância
 Natureza farmacológica da substância, tais como potencial de toxicidade e
dependência – ambas influenciadas pela via de administração escolhida

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PSICOLÓGICOS

 Distúrbios do desenvolvimento
 Morbidades psiquiátricas: ansiedade, depressão, déficit de atenção e
hiperatividade, transtornos de personalidade
 Problemas / alterações de comportamento
 Baixa resiliência e limitado repertório de habilidades sociais
 Expectativa positiva quanto aos efeitos das substâncias de abuso

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SOCIAIS

 Estrutura familiar disfuncional: violência doméstica, abandono, carências


básicas
 Exclusão e violência social
 Baixa escolaridade
 Oportunidades e opções de lazer precárias
 Pressão de grupo para o consumo
 Ambiente permissivo ou estimulador do consumo de substâncias

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera como mais propensos ao uso


de drogas aqueles indivíduos (Galduróz, 2011):

 Sem informações adequadas sobre os efeitos das drogas


 Com saúde deficiente
 Insatisfeitos com sua qualidade de vida
 Com personalidade deficientemente integrada
 Com fácil acesso às drogas

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Fatores de proteção que são fundamentais ao desenvolvimento pessoal


(Dell'Aglio e Santos, 2011):

 Características da personalidade
Exemplos: autonomia, autoestima e orientação social positiva
 Laços afetivos dentro da família
Exemplos: coesão familiar e ausência de conflitos, possibilitando suporte
emocional
 Disponibilidade de sistemas externos de apoio que encorajem e reforcem a
capacidade da pessoa para lidar com as circunstâncias da vida

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Galduroz (2011) propõem que a pessoa com menor possibilidade de utilizar


drogas seria aquela:

 Bem informada sobre as drogas


 Com boa saúde
 Com qualidade de vida satisfatória
 Bem integrada na família e na sociedade
 Com difícil acesso às drogas

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IMPORTANTE

Proteção ou vulnerabilidade, portanto, não residem na variável em si, mas na


interação de todas as variáveis que compõem os processos de
desenvolvimento do indivíduo (Dell'Aglio e Santos, 2011)

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PREVENÇÃO

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Prevenção consiste em redução da demanda do consumo de drogas

Redução dos fatores de risco específicos e o fortalecimento dos fatores de proteção

Estratégia:

Programas e projetos instituídos visando ao fornecimento de informações capazes de


estimular nas pessoas a adoção de outros hábitos, resultando na evitação, redução ou
interrupção do consumo de drogas.

Implica na inserção comunitária das práticas propostas, com a colaboração de todos os


segmentos sociais disponíveis.

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Modos de intervenção na prevenção ao uso de drogas:

 Prevenção primária – refere-se ao trabalho que é feito com estudantes que ainda não
experimentaram ou que estão na idade em que possivelmente podem se iniciar no uso
de uma droga lícita ou ilícita;

 Prevenção secundária – tem como objetivo atingir as pessoas que já experimentaram


ou que fazem uso ocasional de drogas, com intuito de evitar que este padrão de uso se
torne problemático ou abusivo (uso habitual);

 Prevenção terciária – direciona-se aos usuários que já apresentam problemas (uso


problemático, uso habitual) e a intervenção preventiva é feita para que eles não
cheguem à dependência.

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PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO

1. As estratégias devem estar centradas no fortalecimento dos fatores de proteção e


redução dos fatores de risco.
2. Programas de prevenção devem abarcar todas as substâncias, incluindo o tabaco.
3. Estratégias preventivas devem incluir treinamento de habilidades sociais para lidar
com a oferta, aumentar as convicções pessoais e melhorar as competências sociais
(comunicação, relacionamento, autoeficácia e assertividade).
4. Programas para adolescentes devem privilegiar métodos interativos (grupos, jogos,
excursões, exercícios dramáticos,...) e contar com a participação dos mesmos na
elaboração das ações preventivas, ao invés de palestras e aulas expositivas.

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PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO

5. Programas de prevenção devem incluir os familiares sempre que possível,


pois são mais eficazes.
6. Toda a intervenção deve ser permanente, continuada e atualizada
constantemente, a partir da formação de multiplicadores locais.
7. Programas baseados na comunidade, que incluem campanhas n mídia e
políticas de restrição do acesso ao álcool e tabaco, são mais efetivos se
acompanhados por intervenções na escola e na família.
8. Escolas oferecem a oportunidade de atingir toda a população inclusive
subgrupos de adolescentes expostos a maiores riscos, além de incluir mais
facilmente os familiares.

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PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO

9. Os programas de prevenção devem ser adaptados à realidade sociocultural de


cada comunidade.
10. Quanto maior o risco da população-alvo, mais intensivo e precoce deve ser o
esforço preventivo.
11. Programas de prevenção devem ser específicos para a idade, apropriado para a
fase do desenvolvimento e sensível à linguagem e cultura locais.
12. A relação custo-benefício deve ser sempre considerada.

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PREVENÇÃO UTILIZANDO FATORES DE RISCO E PROTEÇÃO

Os principais domínios para intervenções preventivas são

 Relacionamento familiar
 Relacionamento entre colegas
 O ambiente escolar
 O ambiente comunitário

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Relacionamento familiar

 Desenvolver/aprimorar as habilidades de comunicação


 Estabelecer regras familiares consistentes
 Os pais precisam participar efetivamente na vida dos filhos:
 Conversar sobre drogas
 Conhecer os amigos
 Compreender os problemas e preocupações

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Relacionamento entre colegas

 Focalizar o relacionamento de cada um com os colegas


 Favorecer o desenvolvimento de habilidades e competência social:
 melhora da capacidade de comunicação
 melhora de relacionamentos positivos entre colegas
 comportamentos sociais
 habilidades para lidar com a oferta de drogas

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Ambiente escolar

 Estimular e apoiar:
 o desempenho acadêmico
 o estreitamento dos laços entre a escola e o aluno

 Oferecer aos alunos:


 maior identidade
 maior capacidade de realização

Obs.: Essas ações auxiliam na redução da probabilidade de abandono escolar

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Ambiente comunitário

 Trabalhar no nível comunitário com organizações:


 Civis
 Religiosas
 De execução de leis e políticas públicas governamentais

 Propostas:
 mudanças na regulamentação política, esforços de mídia de massa programas
comunitários amplos.

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Ambiente comunitário

 Os programas comunitários devem buscar:

o A inclusão de novas leis


o A melhoria das leis anteriores,
o Restrições à propaganda
o Zonas escolares sem droga

Objetivo dessa proposta: oferecer um ambiente seguro e voltado para interações


comunitárias.

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PADRÕES DE CONSUMO

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A OMS propõe três definições muito importantes que denotam danos à saúde, do ponto de
vista clínico, independentemente da quantidade de uso (Galduróz, 2011):

Uso de risco Uso prejudicial Uso indevido

Uso de risco
- padrão de uso ocasional, repetido ou persistente, que implica em alto risco de dano futuro à

saúde física ou mental do usuário, mas que ainda não resultou em significativos efeitos

mórbidos orgânicos ou psicológicos. Por exemplo: fumar vinte cigarros por dia pode não se

fazer acompanhar de nenhum prejuízo presente, mas sabe- se que é danoso com o passar dos

anos. Outro exemplo: beber ou usar drogas e dirigir;

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Uso prejudicial
- padrão de uso que já causa dano à saúde, físico e/ou mental. Por exemplo: aquela pessoa
que apresenta gastrite alcoólica e continua fazendo uso de bebidas alcoólicas. Outros
exemplos: perda de emprego ou problemas conjugais decorrentes ao uso de drogas (inclusive
álcool);

Uso indevido
- utilização de uma substância com propósito incompatível com as normas legais ou

médicas, como acontece com o uso não médico de medicamentos que requerem receita

médica (Bertolote, 1997 apud Galduróz, 2011).

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Uma das principais características do abuso de substância é a presença de um padrão mal-


adaptativo de uso, manifestado por consequências adversas recorrentes e significativas
relacionadas ao uso repetido da substância. Podendo ser observado (Micheli e Renner, 2011):

 Fracasso no cumprimento de obrigações importantes,


 Uso repetido em situações nas quais isto pode apresentar perigo físico,
 Diversos problemas legais,
 Presença de problemas sociais e interpessoais recorrentes.

Para o diagnóstico de abuso ao menos um dos quatro critérios anteriormente mencionados deve
estar presente (Micheli e Renner, 2011).

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Ainda de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 1980), o uso de


drogas pode ser dividido em (Galduróz, 2011):

 Uso na vida
 Uso no ano
 Uso no mês ou recente
 Uso frequente
 Uso pesado ou diário

Uso na vida - quando a pessoa fez uso de qualquer droga psicotrópica pelo
menos uma vez na vida;

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Uso no ano - quando a pessoa utilizou uma ou mais drogas psicotrópicas pelo
menos uma vez nos últimos doze meses que antecederam à consulta;

Uso no mês ou recente - quando a pessoa usou droga(s) pelo menos uma vez nos
últimos trinta dias que antecederam à consulta;

Uso frequente - uso de droga(s) psicotrópicas em seis ou mais vezes nos últimos
trinta dias que precederam à consulta;

Uso pesado ou diário - quando a pessoa utilizou droga (s) psicotrópicas em vinte
dias ou mais nos trinta dias que antecederam à consulta.

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A OMS recomenda a seguinte classificação em relação às pessoas quanto ao uso de drogas


psicotrópicas (Galduróz, 2011):

 Não usuário
 Usuário leve
 Usuário moderado
 Usuário pesado

Não usuário - nunca utilizou drogas psicotrópicas;

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Usuário leve - aquela pessoa que utilizou droga (s) psicotrópicas, mas não o

fez de forma diária ou semanal no último mês;

Usuário moderado - utilizou droga(s) semanalmente, mas não diariamente, no

último mês que antecede a consulta;

Usuário pesado - utilizou droga(s) psicotrópicas diariamente, no último mês.

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DIAGNÓSTICO DA DEPENDÊNCIA

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DEPENDÊNCIA QUÍMICA
A dependência é caracterizada por um padrão de consumo repetido, acarretando em prejuízos ou
sofrimentos ao indivíduo.

Para o diagnóstico da dependência, a pessoa deve apresentar, nos últimos doze meses, pelos menos
três dos seguintes sintomas (Micheli e Formigoni, 2011):

 tolerância
 sintomas de abstinência (uso da substância para evitar ou aliviar os sintomas)
 usar a substância em quantidades ou por períodos maiores que o intencionado
 tentativas frustradas de parar ou diminuir o consumo da substância
 muito tempo gasto na obtenção da substância ou na recuperação dos seus efeitos
 diminuição das atividades sociais e recreacionais em favor do consumo
 persistência no uso apesar dos problemas ocasionados por ele

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Segundo a OMS, para se diagnosticar alguém como sendo dependente, devem ser preenchidos
pelo menos três dos seguintes sinais ou sintomas ao longo dos últimos doze meses que
antecederam à consulta (Galduróz, 2011):

 Forte desejo ou compulsão de consumir a droga; consciência subjetiva de dificuldades na


capacidade de controlar a ingestão da droga, em termos de início, término ou nível de
consumo;
 Uso da droga ou de outras substâncias psicoativas para atenuar sintomas da síndrome de
abstinência, com plena consciência da efetividade de tal estratégia;
 Estado fisiológico de abstinência;
 Evidência de tolerância, necessitando doses crescentes da droga para alcançar os efeitos
originalmente produzidos;

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 Estreitamento do repertório pessoal de consumo, quando o indivíduo passa, por exemplo,

a consumir a droga em ambientes não propícios, a qualquer hora, sem nenhum motivo

especial;

 Negligência progressiva de prazeres e interesses outros em favor do uso da droga;

 Persistência no uso da droga, a despeito do mesmo apresentar clara evidência de

manifestações danosas;

 Evidência de que o retorno ao uso da droga, após um período de abstinência, leva a uma

reinstalação rápida do quadro anterior.

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AVALIAÇÃO INICIAL

Objetivos

 elaboração de um diagnóstico precoce


 avaliação das complicações clínicas
 investigação de comorbidades psiquiátricas
 motivação do indivíduo para a mudança
 estabelecimento de um vínculo empático com o paciente

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Questões essenciais para a investigação do consumo

 o último episódio de consumo (tempo de abstinência)


 a quantidade de substância consumida
 a via de administração escolhida
 o ambiente do consumo (festas, na rua, no trabalho, com amigos, com
desconhecidos, sozinho...)
 a frequência do consumo nos últimos meses

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Sinalizadores de problemas decorrentes do uso

 Faltas frequentes no trabalho e na escola


 História de trauma e acidente frequentes
 Depressão
 Ansiedade
 Hipertensão arterial
 Sintomas gastrointestinais
 Disfunção sexual
 Distúrbio do sono

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Sinais físicos sugestivos do uso

 Tremor leve
 Odor de álcool
 Odor de maconha ou alcool nas roupas
 Aumento do fígado
 Irritação nasal (sugestivo de inalação de cocaína)
 Irritação das conjuntivas (sugestivo de uso de maconha)
 Pressão Arterial lábil (sugestivo de síndrome de abstinência de álcool)
 Taquicardia e/ou arritmia cardíaca
 “Síndrome da higiene bucal” (mascarando o odor de álcool)

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DADOS EPIDEMIOLÓGICOS

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Relatório brasileiro sobre drogas (Brasil, 2009)

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Relatório brasileiro sobre drogas (Brasil, 2009)

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Relatório brasileiro sobre drogas (Brasil, 2009)

Uso de álcool e outras drogas por povos indígenas

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Relatório brasileiro sobre drogas (Brasil, 2009)

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Relatório brasileiro sobre drogas (Brasil, 2009)

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Afastamentos e aposentadorias em decorrência do consumo de
substâncias psicoativas (Brasil, 2009)

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REDE DE ASSISTÊNCIA

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Mapeamento das instituições de atenção às questões relacionadas ao
consumo de álcool e outras drogas (Brasil, 2009)

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Mapeamento das instituições de atenção às questões relacionadas ao
consumo de álcool e outras drogas (Brasil, 2009)

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Mapeamento das instituições de atenção às questões relacionadas ao
consumo de álcool e outras drogas (Brasil, 2009)

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consumo de álcool e outras drogas (Brasil, 2009)

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consumo de álcool e outras drogas (Brasil, 2009)

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Serviços oferecidos pelo SUS para dependentes químicos:

Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) – atendimento a pacientes com


transtornos mentais ou dependentes de álcool e drogas

Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs) – grupo de profissionais de


saúde de várias especialidades que auxiliam as equipes de Saúde da Família
no atendimento aos dependentes de álcool e drogas

Consultórios de Rua – equipes móveis multiprofissionais (assistentes sociais,


auxiliares de enfermagem, profissionais de saúde mental) que atuam onde
usuários de drogas se reúnem

Casas de Acolhimento Transitório (CATs) – são os espaços transitórios que


acolhem o dependente durante o processo de estabilização clínica, com
atividades pedagógicas

LIGUE 132 – central telefônica gratuita que oferece informações e orientações


sobre álcool e outras drogas (de segunda à sexta das 8 às 22hrs)

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