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Taxa de Endividamento No Cartão de Crédito Por Universitários
Taxa de Endividamento No Cartão de Crédito Por Universitários
Thayene Braga ¹
Bruna Souza
Matheus Castro²
Denise Lemos
Joanna Kelly
Marcos Hadji
RESUMO
Com a difusão do consumismo na realidade capitalista surgiram meios que
proporcionassem ainda mais o acesso as compras, dessa forma a popularização do cartão de
crédito veio como fator incisivo no endividamento de graduandos do ensino superior. Este
artigo tem como objetivo analisar o cartão como instrumento de influência nas compras entre
jovens universitários. Para este estudo foi realizada uma pesquisa de campo através de um
questionário com perguntas que buscavam identificar um possível descontrole. Os resultados
sugerem que cada vez mais está sendo aderida essa compra a prazo por eles com certa
compulsividade e que muitos preferem usar o cartão de outra pessoa.
ABSTRACT
With a diffusion of consumerism in the capitalist reality, the media that offer even
more access to shopping, this form of popularization of credit card as an incisive factor not
indebtedness of undergraduates of higher education. This article aims to analyze as an
instrument of influence on purchases of university students. For this study a field survey was
conducted through a questionnaire with questions that sought to disregard a possible lack of
2
control. The results suggest that more and more is something that the purchase is a term for
them with certain compulsiveness and that many prefer to use someone else's card.
1 INTRODUÇÃO
Durante a baixa Idade Média, o consumismo começou seu processo de elevação unido
ao capitalismo, devido à queda do feudalismo, formação das cidades e do crescimento urbano.
Com a necessidade de lucro, o governo europeu inicia sua fase de absolutismo e mercantilismo
e parte em busca de pedras preciosas como prata e ouro. Mediante a esta situação, a burguesia,
que foi a classe que mais se beneficiou, devido ao seu poderio sobre os meios de produção,
começou a se rebelar contra a autoridade do rei, fazendo ocorrer o decaimento do absolutismo
e dando início a Revolução Francesa e Inglesa (Barros, 2011).
O cartão de crédito foi criado no início dos anos 1950 por Frank MacNamara que em
um jantar percebeu que ao pedir a conta estava sem dinheiro, então MacNamara assinou a conta
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de despesas garantindo que pagaria no dia seguinte. A partir dessa situação, o empresário criou
o Diners Club Card, um cartão feito inicialmente de papel e que era aceito apenas em alguns
restaurantes e hotéis. Em 1952, foi criado o primeiro cartão de crédito internacional e em 1955
substituíram o papel pelo plástico. No Brasil o cartão de crédito chegou no ano de 1956, mas
inicialmente, funcionava como um cartão de compra. Nos Estados Unidos da América (EUA),
em 1951, começaram a circular os cartões de crédito dos bancos por meio do Franklin National
Bank e em 1958 o American Express lançou o seu cartão (BKF, 2012).
À medida que o tempo foi passando, novas empresas adotaram o cartão de crédito,
popularizando-se e sendo cada vez mais acessível para públicos diversos, mudando o
comportamento daqueles que antes não tinham acesso a esse serviço, e com a grande expansão
do cartão de crédito, houve também um aumento no número de inadimplentes que compram
mais do que podem pagar. (IKEDA; SANTOS; VELUDO-DE-OLIVEIRA, 2004).
Por outro lado, o cartão de crédito tem suas consequências, como o descontrole
financeiro e as dívidas. O primeiro é caracterizado pela compra em excesso, principalmente por
jovens (IKEDA; SANTOS; VELUDO-DE-OLIVEIRA, 2004) o que gera um ciclo vicioso e
termina em dificuldades financeiras.
Outra consequência é o acúmulo de dívidas, que acontece quando uma pessoa compra
acima do limite financeiro e não consegue efetuar pagamento em dias. Ocorre bastante, devido
à facilidade que o cartão de crédito proporciona. Ou a quantidade de cartões que uma pessoa
possuir pode facilitar no acúmulo de dívidas. (IKEDA; SANTOS; VELUDO-DE-OLIVEIRA,
2004).
Este artigo tem como objetivo pesquisar a influência do cartão de crédito nas compras
dos universitários. Se é uma ferramenta na geração de dívidas ou um auxílio na vida
universitária.
2 MÉTODOS
2.1 RESULTADOS
A Figura 1 mostra a proporção de universitários que possuem ou não cartão de crédito,
indicando que apenas 1/4 dos universitários não possui cartão de crédito.
25%
SIM
NÃO
75%
9%
25% Nenhum
17%
1
2
3 ou mais
49%
7%
26%
Nenhuma Vez
26%
1x por semana
2 à 4x por semana
Mais de 5x
41%
Figura 3 – Frequência com que os universitários fazem compras com o cartão de crédito por semana.
48% SIM
52% NÃO
Figura 4 – Porcentagem de universitários que afirmam que realizam compras no cartão de crédito de outra pessoa.
30%
SIM
NÃO
70%
Figura 5 – Proporção de universitários que admitem que já se endividaram por causa do cartão de crédito.
12%
SIM
NÃO
88%
Figura 6 – Porcentagem de universitários que admitem que já fizeram dívidas no cartão de crédito de outra pessoa.
27%
SIM
NÃO
73%
Figura 7 – Proporção de universitários que admitem que já ficaram com salário comprometido devido a dívidas
no cartão de crédito.
44% SIM
56% NÃO
Figura 8 – Porcentagem de universitários admitem que costumam usar o limite completo de cartão de crédito.
12%
SIM
NÃO
88%
Figura 9 – Proporção de universitários afirmam que já tiveram que bloquear o cartão de crédito para parcelar
dívidas.
2.2 DISCUSSÃO
Entre os universitários entrevistados 75% possui cartão de crédito contra 25% que não
possuem. Se comparada à pesquisa feita pelo Data Folha em 2009 onde 45% da população
brasileira em geral possuía cartão de crédito pode-se verificar que durante este período de tempo
houve um acréscimo do uso desse serviço ou que este público específico tem maior acesso à
crédito que a população geral (SANTANA et al, 2012). Muitas são as opções e as “vantagens”
oferecidas aos universitários para que adquiram cartão de crédito como: “use pelo menos uma
vez por mês na função crédito e fique livre da anuidade”, “design à sua escolha”, “fatura por e-
mail”, “detalhamento de compras via SMS”. Ao adentrar o meio universitário atingindo a
maioridade o indivíduo já se encontra apto a utilizar esse serviço, bastando apenas número de
matrícula e documento de identificação oficial para realizar o cadastro (SANTANDER
UNIVERSIDADES, 2016).
Os que possuem apenas 1 cartão de crédito são quase metade, de 49% dos
entrevistados, enquanto que 17% possuem de 2 a 3 cartões, 9% possuem mais de 3 e 25% não
possuem nenhum cartão. Segundo Black (2001) há maior probabilidade de que o comprador
compulsivo tenha mais cartões que os demais compradores. A compulsividade é caracterizada
quando resulta de impulsos que são inapropriados ou prejudiciais ao indivíduo de alguma forma
(ULLMAN; KRASNER, 1969). O impulso se torna compulsão quando é tão poderoso que fica
irresistível (ROOK, 1987).
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Entre os entrevistados 41% fazem compras no cartão 1 vez por semana, 26% fazem
compras de 2 à 4 vezes por semana e 7% fazem mais de 5 vezes por semana. Sobre isso pode-
se afirmar que com a acessibilidade à evolução de tecnologias e disponibilidade variadas de
produtos no mercado como também a promoção de venda e comunicação publicitária
contribuem para a mudança no comportamento do consumidor (BOTELHO; GOMES; SILVA,
2011).
3 CONCLUSÃO
Os resultados obtidos nesta pesquisa, de caráter exploratório, levam a crer que a
maioria dos universitários tem e utiliza o cartão de crédito com certo caráter compulsivo
gerando dívidas em seus cartões e no de outras pessoas. O cartão de crédito exerce influência
na hora da compra pois o valor envolvido na transação com cartão é encarado como algo irreal
para o indivíduo. Assim a compra no cartão é mais fácil de ser realizada por impulso, coisa que
seria diferente com dinheiro físico.
REFERÊNCIAS
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32, n. 2, p. 295-308, 1998.
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199, 1987.
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SANTANDER, Universidades. Cartão Santander FIT. Disponível em:
<https://www.santanderuniversidades.com.br/produtos-e-
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Disponível em: <https://digitaispuccampinas.wordpress.com/2016/11/15/divida-de-
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ULLMANN, L.P.; KRASNER, L. A psychological approach to abnormal behavior.
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and other stories. Marketing Inteligence & Planning, Wagon Lane, v. 15, n. 7, p. 325-334,
1997.