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UNIDADE DO CORPO DE CRISTO

Comunhão (Koinonia) significa: participação de algo indivisível. Podemos entender


comunhão como unidade, pois ter algo em comum é o mesmo que ter unidade na igreja.
Atos 2.44: “Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum”.
Atos 2.42: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas
orações”.
A unidade existe ou acontece quando, e somente quando, temos algo ‘em comum’.
No caso da igreja, o que há de comum entre os que creem é exatamente a igreja, ou o seu
viver diário. Basta lermos os versículos 42 a 47 de Atos 2 para concluirmos isto!
(1Co 12.12,13) Paulo também nos diz que a igreja é o (único) corpo de Cristo, o qual é
formado por vários e diferentes membros. Sim, somos vários e diferentes, mas temos
algo em comum: funcionamos todos no mesmo corpo de Cristo, sob a direção do (único)
Espírito Santo de Deus!
A unidade se externa a partir da vivência dos mandamentos de reciprocidade, ou
seja, “uns aos outros”:

• Amar e honrar (Rm 12.10);


• Servir (Gl 5.13);
• Sujeitar-se (Ef 5.21);
• Suportar e perdoar (Cl 3.13);
• Instruir e aconselhar (Cl 3.16);
• Confessar pecados e orar (Tg 5.16);
• Admoestar (Rm 15.14);
• Ser hospitaleiros (1Pe 4.9);
• Consolar e edificar (1Ts 5.11);
• Levar as cargas (Gl 6.2);

Mas, o que, segundo a Palavra, impede a unidade no corpo de Cristo?

Nossos motivos:

Desânimo. Não estão com disposição interior para aprofundar relacionamentos.


Estão numa fase de apenas “receber” de Deus, sem se envolverem demais com os
irmãos por pensarem ou admitirem não ter muito para repartir.
Mágoas. Por terem experimentado sinceramente, noutro tempos, viverem em
unidade, foram magoados, se decepcionaram e, para se precaverem disso, não se
jogam mais de ‘corpo e alma’ nos relacionamentos.
Orgulho. Por não reconhecerem suas necessidades e dificuldades próprias,
alguns julgam que os outros não têm muito para acrescentar em suas vidas (Pv
30.12).
Egoísmo. Simples assim: “O solitário busca o seu próprio interesse” (Pv 18.1). Deus
pensa diferente: “Pai de órfãos e juiz das viúvas é Deus em sua santa morada. Deus faz
que o solitário more em família” (Sl 68.5,6).
Descrença. Alguns não creem que isto seja assim. Ou, se um dia creram, agora
não creem mais. Se não dizem, pensam: “No céu teremos unidade, aqui Deus inventou
a igreja (leia-se: templo!) para frequentarmos aos fins de semana e não nos incomodamos
muito uns com os outros. Todo esse papo de unidade é muito bonito e até poético, mas é
um assunto espiritual, por isso, impossível de ser praticado”.

O MOTIVO, SEGUNDO DEUS:

Vejamos, agora, na Palavra, o real motivo para a falta de unidade: “A graça do


Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos
vós” (2Co 13.13). Para Deus, nossos motivos não são válidos, pois são carnais! O que esta
Palavra de Deus está dizendo é que a unidade verdadeira é algo do Espírito Santo e, por
isso, só é praticável através dele!
É impossível termos comunhão com o Pai e o Filho, através do Espírito Santo e,
ao mesmo tempo, não querermos ter unidade entre nós. A falta de unidade entre os
irmãos revela que nossa unidade com Deus está deficiente.

O que pode afetar nossa unidade com Deus? Isaías responde: “Mas as vossas
iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto
de vós, para que vos não ouça” (Is 59.2).
Por isso Jesus disse a Pedro: “Se eu não te lavar, não tens parte comigo” (Jo 13.8), e
aos discípulos: “Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés; quanto ao mais, está
todo limpo” (Jo 13.10).
Alguns têm dificuldade com isso: dizem que já se arrependeram quando se
converteram e, por isso, não precisam mais se arrepender… Não é verdade! Jesus
também disse aos discípulos: “Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender,
perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou
arrependido, perdoa-lhe”. (Lc 17.3,4). E ele ampliou isto: “Não te digo que até sete vezes, mas
até setenta vezes sete” (Mt 18.22)!
Se Ele nos pede esta disposição para nos perdoarmos uns aos outros, é porque Ele
próprio a tem para conosco! Se o pecado nos afasta de Deus, afetando nossa unidade
com Ele e com os irmãos (que são o corpo de Cristo); o que, ao contrário disso, aproxima
o Senhor dos homens?

PERDÃO: CURA E RESTAURAÇÃO


DOS RELACIONAMENTOS FAMILIARES

Mt 18.23-35, Lc 17.3-6, Cl 3.12-14

INTRODUÇÃO

1. C. S. Lewis disse que é mais fácil falar sobre perdão do que perdoar. É fácil falar sobre
perdão até ter alguém para perdoar. Amar a todos é fácil, o desafio é amar quem nos
persegue.

2. Isso é um fato: decepcionamos as pessoas e as pessoas nos decepcionam.

3. O pecado mais presente na igreja é o pecado da mágoa.

4. Quem não perdoa adoece.

I. POR QUE DEVEMOS PERDOAR?

1. Porque faz parte da natureza do povo de Deus perdoar – Cl 3:13

Ser cristão é ter uma nova natureza, uma nova mente, um novo coração, uma nova
vida. Quem não perdoa é porque ainda não pertence a família de Deus.

2. Porque temos queixas uns contra os outros – Cl 3:13

Ainda não chegamos ao céu. Aqui temos falhamos uns com os outros e
precisamos exercitar perdão.

3. Porque temos sido muito perdoados – Cl 3:13


A igreja é a comunidade dos perdoados. Como Deus nos perdoou:
Completamente (de tudo), eternamente (para sempre). Deus apagou, afastou, desfez,
esqueceu, sepultou do fundo do mar os nossos pecados.

4. Porque a recusa de perdoar traz sérios prejuízos

4.1. Quem não perdoa não pode orar – Mc 11:25; 1 Pe 3:7


4.2. Quem não perdoa não pode adorar – Mt 5:23-24
4.3. Quem não perdoa não pode ser perdoado – Mt 6:12
4.4. Quem não perdoa adoece – Tg 5:16

IV. OS CARACTERES DO PERDÃO

1. O perdão deve ser ilimitado – Lc 17:4

O perdão de Deus é nosso limite. Ele é obra da graça de Deus em nós. Pedro certa
feita ficou intrigado não sobre a necessidade do perdão, mas sobre o limite do perdão. E
Jesus mostrou que o perdão deve ser ilimitado, como o perdão que recebemos de Deus
(Mt 18:21). O perdão de Deus é o nosso referencial – “Perdoa-nos as nossas dívidas assim
como perdoamos os nossos devedores” (Mt 6:12).

2. O perdão é restaurador – Lc 17:4

O perdão restaura os laços quebrados – O perdão não apenas zera as contas do


passado, mas restaura plenamente o relacionamento no presente – Exemplo: O filho
pródigo foi restaurado pelo pai.

3. O perdão é transcendente – Lc 17:5

Só o Senhor pode nos capacitar a perdoar – Só Jesus pode curar o nosso coração
da mágoa. Precisamos pedir a Jesus que aumente a nossa fé – Uma pessoa que tem uma
fé trôpega não consegue perdoar. A fé vem pelo ouvir a Palavra.

Todos nós estamos aquém do padrão de Deus – “Senhor, aumenta-nos a fé”.

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